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RELATÓRIO DE AUTO-AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL SUBMETIDO PELO INSTITUTO POLITÉCNICO DE SETÚBAL À EUROPEAN UNIVERSITY ASSOCIATION Maio 2008

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RELATÓRIO DE AUTO-AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL

SUBMETIDO PELO INSTITUTO POLITÉCNICO DE SETÚBAL À

EUROPEAN UNIVERSITY ASSOCIATION

Maio 2008

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Relatório de Auto-Avaliação Institucional Maio 2008

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ÍNDICE

NOTA PRÉVIA iv INTRODUÇÃO 1 A. CONTEXTO INSTITUCIONAL 1 A.1 Breve historial 1 A.2. Posição Geográfica do IPS 1 A.3. Análise da situação sócio-económia da região 2 A.4. Número de Escolas, Centros de Investigação e Laboratórios 2 A.5. Docentes, Funcionários e Estudantes 3 A.6. Autonomia 3 B. ANÁLISE DO PROCESSO DE AUTO-AVALIAÇÃO 4 B.1. Membros da equipa de auto-avaliação 4 B.2. Colaboração com outras estruturas e entidades 4 B.3. Discussão no âmbito da instituição 5 B.4. Aspectos positivos e dificuldades 5 I. NORMAS E VALORES 5 I.1 VALORES 5 I.2 MISSÃO 6 I.3 OBJECTIVOS 6 I.3.1 Governação e Gestão 6 I.3.2 Perfil Académico 6 I.3.3 Relação com a sociedade 7 I.3.4 Financiamento 8 I.3.5 Avaliação Institucional 8 II. ORGANIZAÇÃO E ACTIVIDADES 8 II.1 GOVERNAÇÃO E GESTÃO 8 II.1.1 Grau de Centralização e Descentralização 8 II.1.2 Política de Recursos Humanos 10 II.1.3 Envolvimento dos Estudantes e Stakeholders externos 11 II.1.4 Cooperação inter-institucional 11 II.2 PERFIL ACADÉMICO 12 II.2.1 Análise da organização curricular da oferta formativa 12 II.2.2 Analise das abordagens educacionais 14 II.2.3 Análise da organização das actividades de investigação 15 II.2.4 Análise das unidades de investigação. 15 II.2.5 Adequação dos programas de estudos e das actividades de investigação à missão e objectivos 16 II.2.6 Política Linguística 17 II.3 OUTRAS ACTIVIDADES ACADÉMICAS 17 II.3.1 Análise da investigação, transferência de tecnologia e formação contínua ao serviço da comunidade 17 II.3.2 Análise dos serviços de apoio aos estudantes 18 II.4 FINANCIAMENTO 19

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III. PRÁTICAS DE QUALIDADE 19 III.1 QUALIDADE A NÍVEL INSTITUCIONAL 19 III.2 PADRÕES DE QUALIDADE 20 III.2.1 Padrões de qualidade utilizados 20 III.2.2 Como foram definidos e tornados públicos 20 III.2.3 Cultura de Qualidade 20 III.3 PROCESSOS INTERNOS DE QUALIDADE 21 III.3.1 Actividades de ensino/aprendizagem 21 III.3.2 Actividades de investigação 21 III.3.3 Desempenho dos estudantes 21 III.3.4 Processos administrativos 21 III.3.5 Actividades de empreendedorismo e relações externas 22 III.3.6 Utilização da informação e acompanhamento 22 IV. GESTÃO ESTRATÉGICA E CAPACIDADE DE MUDANÇA 22 IV.1 INTRODUÇÃO 22 IV.2 CAPACIDADE DE RESPOSTA ÀS EXIGÊNCIAS, AMEAÇAS E OPORTUNIDADES PRESENTES NO

AMBIENTE EXTERNO 23 IV.3 PARTICIPAÇÃO DE REPRESENTANTES DA COMUNIDADE EXTERNA NA GESTÃO ESTRATÉGICA 24 IV.4 APROVEITAMENTO DA AUTONOMIA 24 IV.5 MUDANÇAS ESPERADAS NO SENTIDO DOS OBJECTIVOS DA INSTITUIÇÃO 24 IV.6 PROGRAMAS DE ESTUDO, INVESTIGAÇÃO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ORIENTADOS

PARA A MISSÃO E OBJECTIVOS 25 IV.7 FUNÇÕES DO CONTROLO E DA GESTÃO DA QUALIDADE NO DESENVOLVIMENTO

DA MUDANÇA 26 CONCLUSÃO 27 APENDICES Apêndice I - Organisational Charts Apêndice II - IPS Academic Programmes Apêndice III - Students Statistics Apêndice IV - Staff Apêndice V - Funding Apêndice VI - Infrastructures

ANEXOS Plano Estratégico de Desenvolvimento do IPS 2007-2011

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LISTA DE ABREVIATURAS CAI-IPS Comissão de Avaliação Institucional do IPS CET Cursos de Especialização Tecnológica CI-IPS Centro Informático do IPS CIMOB-IPS Centro para a Internacionalização e Mobilidade do IPS CNAVES Conselho Nacional de Avaliação do Ensino Superior CPLP Comunidade de Países de Língua Portuguesa ECTS European Credit Transfer System ENQA European Association for Quality Assurance in Higher Education ESCE Escola Superior de Ciências Empresariais ESE Escola Superior de Educação ESS Escola Superior de Saúde ESTBarreiro Escola Superior de Tecnologia do Barreiro ESTSetúbal Escola Superior de Tecnologia de Setúbal FCT Fundação para a Ciência e Tecnologia GAFOR-IPS Gabinete de Formação do IPS GARDOC-IPS Grupo de Apoio aos Recursos Documentais do IPS GI.COM-IPS Gabinete de Imagem e Relações Externas do IPS I&D-IPS Unidade para a Investigação e Desenvolvimento do IPS IPS Instituto Politécnico de Setúbal MCTES Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior OTIC-IPS Oficina de Transferência de Conhecimento e Tecnologia do IPS PEDIPS Plano Estratégico de Desenvolvimento do IPS 2007-2011

PRODEP Programa de Desenvolvimento Educativo para Portugal QREN Quadro de Referência Estratégico Nacional RJIES Regulamento Jurídico das Instituições do Ensino Superior SAS Serviços de Acção Social SIADAP Sistema Integrado de Avaliação da Administração Pública PME Pequenas e medias Empresas SPR Serviços da Presidência do IPS TIC Tecnologias de Informação e Comunicação UDRVC-IPS Unidade de Desenvolvimento, Reconhecimento e Validação de Competências do IPS

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NOTA PRÉVIA A Comissão de Avaliação Institucional do IPS (CAI-IPS) agradece a colaboração e o apoio da comunidade académica, particularmente daqueles que, facultando dados, respondendo a questionários ou comentando resultados e textos provisórios, tornaram possível a conclusão do presente relatório. De facto, este relatório resultou do esforço e da participação de muitas outras pessoas além dos membros da CAI-IPS, que foram nomeados mais na base das competências que se entendeu necessárias para o desenvolvimento da tarefa do que das suas actuais funções organizacionais. Assim, considerou-se fundamental auscultar as pessoas-chave situadas aos diferentes níveis da gestão do IPS, a fim de captar as suas percepções e perspectivas institucionais. Para além disso, o volume de dados quantitativos, que foi necessário compilar para a elaboração das estatísticas que suportaram a análise, envolveu a participação de vários colaboradores a vários níveis. O resultado deste substancial e sistemático trabalho não se esgota no seu propósito imediato, podendo e devendo ser continuado e permanentemente actualizado em benefício da instituição, constituindo-se como uma base de suporte à garantia da qualidade e à organização de um portefólio institucional. O processo de auto-avaliação subjacente a este relatório foi desenvolvido num contexto de grandes mudanças institucionais, decorrentes de alterações regulamentares que regem as instituições de ensino superior em Portugal e de legislação relativa à administração pública. Por este motivo, nem sempre foi fácil concluir até que ponto algumas das medidas recentemente adoptadas no IPS se virão a revelar eficazes no futuro contexto. O IPS está perfeitamente consciente da sua missão e dos respectivos objectivos estratégicos que definiu no seu actual Plano Estratégico. No entanto, por não existir ainda uma estrutura centralizada de gestão da qualidade, cuja criação está prevista no Plano de Actividades 2008, tem sido difícil verificar em que medida os objectivos estão a ser atingidos e actuar em conformidade. É pois nosso entendimento que este relatório, bem como a avaliação global por parte da EUA, constituem boas oportunidades para o reforço da capacidade do IPS a este respeito. Nesta perspectiva, é de esperar que o processo de avaliação actualmente em curso contribua decisivamente para ajudar a instituição a lidar com os desafios que tem pela frente tirando partido do potencial de desenvolvimento identificado. Aliás, pela auto-reflexão e a análise crítica que provocou, pode afirmar-se que este processo já beneficiou o IPS e os seus dirigentes, na medida em que proporcionou a todos uma oportunidade para olharem e perceberem a comunidade como um todo, ao invés da abordagem de realidades parciais e locais. Por último, tendo em conta as novas exigências legais para a avaliação institucional e, ao mesmo tempo, o contexto de rede global em que as instituições de ensino superior actualmente funcionam e a comunidade internacional, na qual o IPS tem como objectivo estabelecer-se como um membro acreditado, a avaliação da EUA, com tudo aquilo que a mesma implica, constitui indubitavelmente um processo de aprendizagem institucional que é de primordial importância para o Instituto Politécnico de Setúbal.

Albertina Palma Vice-presidente do IPS

Coordenadora da CAI-IPS

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INTRODUÇÃO A. CONTEXTO INSTITUCIONAL A.1. Breve historial No âmbito da criação da rede de ensino superior Politécnica em 1979, foi criado o Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) integrando as Escolas Superiores de Tecnologia de Setúbal e de Educação. Actualmente o IPS engloba, para além destas, mais três Escolas Superiores – Ciências Empresariais, Tecnologia do Barreiro e Saúde. Inclui, ainda, os Serviços da Presidência e os Serviços de Acção Social (SAS), estes últimos orientados para o apoio aos estudantes. A Escola Superior de Educação (ESE), iniciou a sua actividade de formação em 1985 na área de formação de professores. Em 1993 a Escola inicia o desenvolvimento da sua actividade educativa em edifício próprio, concebido pelo arquitecto Álvaro Siza Vieira (Prémio Nacional de Arquitectura 1993). Iniciou a sua actividade na área da educação, tendo progressivamente diversificado a sua oferta formativa para outras áreas, incluindo a área inovadora da língua gestual. O edifício da Escola Superior de Tecnologia de Setúbal (ESTSetúbal) foi concluído em Setembro de 1988, ano a partir do qual se iniciou a as actividades de formação no domínio das Engenharias. Tendo iniciado apenas a sua actividade com dois cursos de Bacharelato, actualmente é a Escola com maior diversidade de ofertas formativas Em Dezembro de 1994 é criada a Escola Superior de Ciências Empresariais (ESCE), com a função principal de intervir nas áreas das Ciências Empresariais. A ESCE iniciou as actividades lectivas em 1995/96 nas instalações da ESTSetúbal, mudando no ano seguinte para instalações criadas de raiz. ESCE ofereceu o primeiro curso em Distribuição e Logística em Portugal e foi a primeira Escola Superior Pública a oferecer o curso de Gestão de Recursos Humanos A Escola Superior de Tecnologia do Barreiro (ESTBarreiro) foi a quarta Escola a ser constituída, tendo iniciado as suas actividades formativas no ano lectivo de 1999/2000, em instalações provisórias e, em 2007/2008, mudado para novas instalações. A sua criação visou responder ao interesse, demonstrado por vários concelhos da zona ribeirinha do Tejo, de ver instalada uma instituição de ensino superior na sua zona de influência. A ESTBarreiro actua em áreas científicas diferentes da ESTSetúbal, designadamente, na área da engenharia civil. Criada a 13 de Março de 2000, a Escola Superior de Saúde (ESS) é a mais recente Unidade Orgânica do IPS. Este novo eixo de desenvolvimento da actividade do IPS, justifica-se pela enorme carência de técnicos nesta área, face às necessidades actuais da sociedade portuguesa, em geral, e da região de Setúbal, em particular. Funcionando nas instalações da ESCE, aguarda a construção das suas futuras instalações, situação que tem restringido fortemente o seu desenvolvimento. Actualmente, com cerca de 6.400 estudantes, 500 docentes e 200 não docentes (Apendice IV), e com uma oferta formativa de 9 cursos do 2º ciclo, 26 cursos do 1º ciclo, 12 Cursos de Nível 4 e 17 cursos de pós-graduação, o IPS é uma das mais importantes instituições de ensino superior do Distrito de Setúbal, enveredando por caminhos inovadores e pouco explorados numa clara aposta na formação de diplomados com elevado nível de cultura, cientifico, artístico, técnico e profissional.

A.2. Posição Geográfica do IPS Os Serviços da Presidência funcionam no Palácio Fryxell, edificado no século XVI e marcante no património arquitectónico da cidade de Setúbal, localizada a cerca de 50 Km a sul de Lisboa. Neste edifício é de referir a existência de Claustros que, após obras de conservação e de recuperação, são disponibilizados para iniciativas de carácter cultural, científicas e educacionais, levadas a efeito em colaboração com a comunidade. Num Campus que dista cerca de 7 Km do centro de Setúbal, estão instaladas quatro das cinco Escolas Superiores (ESE, ESTSetúbal, ESCE e ESS) e os Serviços de Acção Social. De referir, ainda, a existência neste espaço do clube IPS, que dispõe de um Pavilhão Gimnodesportivo onde se desenvolve um conjunto variado de actividades desportivas e recreativas, de carácter regular, pontual e institucional, aberto à comunidade. No Barreiro, que dista cerca de 30 Km a norte de Setúbal, encontra-se instalada a ESTBarreiro. Próximo do Campus do IPS, a cerca de 1 Km, encontra-se situada a Residência de Estudantes Santiago dos SAS/IPS, com capacidade para alojar cerca de 300 estudantes.

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A.3 Análise da situação socioeconómica da região A área de influência mais directa do IPS corresponde ao espaço territorial do Distrito de Setúbal, constituído por um conjunto de treze concelhos (Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines). Ao nível da população residente, o Distrito de Setúbal registava em 2005 cerca de 837.700 habitantes, o que o torna o 3º Distrito mais populoso do país. Entre 1991 e 2005 registou-se um aumento da população residente no Distrito de Setúbal de 17,6%, enquanto que em Portugal Continental se registou apenas aproximadamente 6%, confirmando o Distrito como um pólo de atracção de migrantes nacionais e estrangeiros A proximidade do Distrito de Setúbal com a capital e com a melhoria dos seus acessos através da abertura da ponte Vasco da Gama em 1998 (já se aborda a construção duma 3ª ponte), veio contribuir para um crescimento da população residente na parte norte do Distrito (Península de Setúbal) que faz parte integrante da Área Metropolitana de Lisboa. Em termos genéricos, todo o Distrito é caracterizado pela existência de actividades e estruturas muito diversificadas (agricultura, pescas, indústria transformadora, construção, comércio, serviços, saúde, educação, cultura, recreio, lazer, administração pública) e tem registado dinâmicas de investimento e desenvolvimento económico e social. Perspectiva-se, também, a realização de grandes projectos de carácter estruturante: ao nível dos transportes há a referir a recente decisão do governo da construção até 2017 do novo aeroporto de Lisboa em Alcochete; ao nível do sector marítimo portuário, são previstos investimentos em infra-estruturas e acessibilidades para os portos de Setúbal e Sesimbra e porto de Sines; no âmbito da logística são previstos investimentos para a concretização da Rede Nacional de Plataformas Logísticas, que contempla, entre outras, a plataforma do Poceirão e a plataforma de Sines; para Sines estão também previstos diversos investimentos, na área da petroquímica com a implantação de novas unidades, expansão e modernização das actuais, bem como na área da energia (centrais de ciclo combinado e outras); ao nível do Turismo, entre vários outros, há a salientar o projecto que irá promover a reconversão da Península de Tróia (separada de Setúbal pelo Rio Sado). Ao nível da indústria transformadora, a instalação em Palmela da AutoEuropa (a maior linha de montagem automóvel em Portugal) na década de 90, principal unidade de montagem automóvel em Portugal, dinamizou a instalação na Península de Setúbal de um tecido diversificado de empresas e indústrias, induzindo, consequentemente, efeitos multiplicadores na globalidade do tecido empresarial, assim como o desenvolvimento de cadeias de elevado valor acrescentado. Mas também para outros domínios se prevê algum desenvolvimento. É o caso das actividades associadas ao mar (pesca, aquicultura e actividades náuticas), face à localização e condições naturais do Distrito de Setúbal, as actividades de saúde, face à caracterização socioeconómica do Distrito e das actividades associadas ao ambiente, pela crescente legislação e consciencialização sobre tal aspecto. Constata-se assim a existência de um contexto favorável ao desenvolvimento do IPS, concretizando a tendência para o reforço do papel institucional do Ensino Superior Politécnico, tal como é projectado pela OCDE1.

A.4 Número de Escolas, Centros de Investigação e Laboratórios Conforme já referido, o IPS é constituído por cinco Escolas Superiores, dispondo cada uma delas de laboratórios utilizados para as actividades de ensino e de investigação. Ao nível de estruturas associadas à investigação, o IPS constituiu em 2007 duas estruturas de apoio a quem compete a promoção e a gestão de iniciativas de apoio à investigação e desenvolvimento (I&D-IPS) e inovação e transferência de conhecimento com forte ligação a empresas da comunidade (OTIC-IPS). De referir também, estruturas orientadas para a I&D promovidas pelas próprias Escolas, tais como:

− LabSEI - Laboratório de Sistemas Eléctricos Industriais (ESTSetúbal)

− CESET - Centro de Estudos de Sistemas Electrónicos e de Telecomunicações (ESTSetúbal)

− CICE- Centro de Investigação em Ciências Empresariais (ESCE)

1 OCDE, Reviews of National policies for education - tertiary education in Portugal, Examiners' Report, 2006

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Existe, ainda, o CENI - Centro de Integração e Inovação de Processos, que é uma estrutura autónoma, privada, sem fins lucrativos, onde o IPS tem participação.

A.5. Docentes, Funcionários e Estudantes No quadro seguinte, apresentam-se os dados relativos a pessoal docente, não docente e estudantes, em Dezembro de 2007, por Escola, Serviços da Presidência e Serviços de Acção Social:

Pessoal SPR SAS ESE ESTSetúbal ESCE ESTBarreiro ESS Total Estudantes* - - 841 2163 2218 577 572 6371 Docentes - - 92 196 118 36 63 505 Não docentes 32 22 33 49 31 12 12 191

Nos Apêndices II e III, são apresentados com desagregação por unidade, o número de estudantes, pessoal docente e não docente.

A.6. Autonomia O IPS é uma entidade pública dotada de autonomia estatutária, pedagógica, científica, cultural, administrativa, financeira, patrimonial e disciplinar face ao Estado. Contudo, está condicionada aos requisitos regulamentares estabelecidos pela Lei 54/90 de 5 Setembro, designadamente ao nível dos órgãos de gestão, assim como à aprovação dos cursos e vagas por parte da tutela (MCTES), sob proposta do IPS, satisfeitos os requisitos exigidos por lei. Por outro lado, enquanto instituição pública, tem como principal financiador o Estado, através das verbas inscritas no Orçamento de Estado, as quais são complementadas com receitas próprias provenientes de propinas, taxas de frequência, contratos de investigação e de serviços ao exterior (Apêndice V). Por sua vez, o recrutamento do pessoal, tanto em número como em categoria, é igualmente limitado por lei assim como por constrangimentos orçamentais, ao passo que a selecção e avaliação do pessoal docente e não docente se encontram enquadrados pelos respectivos estatutos de carreira e por outras regulamentações concebidas para todos os funcionários públicos. Ao nível da investigação o IPS tem autonomia para definir, programar e executar a investigação e demais actividades científicas. No que respeita às Escolas, em conformidade com a lei, estas gozam de autonomia científica e pedagógica, cabendo ao IPS, essencialmente, a coordenação institucional das actividades. Todas as Escolas gozam de autonomia administrativa e financeira, com excepção da ESTBarreiro e da ESS por se encontrarem em regime de instalação, sendo igualmente possuidoras de estatutos próprios aprovados, com excepção dos SAS. B. ANÁLISE DO PROCESSO DE AUTO-AVALIAÇÃO B.1. Membros da equipa de auto-avaliação Por despacho de 04/01/08 do Presidente do Instituto Politécnico de Setúbal, ouvida a Comissão Permanente do Conselho Geral, foi designada a equipa responsável por este processo de auto-avaliação, que se denominou Comissão de Avaliação Institucional do IPS (CAI-IPS). A CAI-IPS é coordenada por um vice-presidente do IPS, incluiu um representante de cada uma das unidades orgânicas e um estudante designado pelas associações de estudantes e conta com o apoio técnico de uma colaboradora do IPS, tal com a seguir se descreve:

− Albertina Palma (coordenadora) - Professora Adjunta da ESE e Vice-Presidente do IPS (formação/experiência de gestão a vários níveis do sistema educativo e do IPS; visão global do IPS; experiência na liderança de grupos);

− Bill Williams – Equiparado a Professor Adjunto da ESTBarreiro (experiência de docência em várias instituições de ensino superior, nacionais e internacionais, incluindo duas Escolas do IPS; experiência no processo de avaliação de cursos; experiência em organizações internacionais e em PME locais);

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− Fernando Almeida - Professor Adjunto da ESE e Presidente do Conselho Pedagógico da ESSE (experiência no processo de avaliação dos cursos e experiência de gestão);

− Joaquim Silva Ribeiro – Professor Coordenador da ESCE (experiência de gestão em organizações empresariais e no ensino superior politécnico);

− Madalena Gomes da Silva – Professora Coordenadora da ESS (experiência como avaliadora externa no âmbito da ADISPOR, experiência de gestão no âmbito da presidência do Conselho Cientifico ESS);

− Rodrigo Lourenço – Equiparado a Professor Adjunto e Vice-Presidente do Conselho Directivo da ESTSetúbal (experiência de gestão na ESTSetúbal e no processo de avaliação dos cursos)

− Andreia Godinho Lopes – Administradora dos SAS (experiência na área das Relações Internacionais e noutras transversais à actividade do Instituto e suas Escolas superiores; contacto próximo e privilegiado com a comunidade estudantil);

− João Rodrigues – estudante da ESCE (experiência de gestão associativa; visão estudantil do IPS; experiência de trabalho em equipa);

− Ana Catarina Neves (apoio técnico) – colabora externa (formação e experiência em recolha de dados, análise estatística, apresentação e gestão de informação; conhecimento global do IPS através da gestão do Portal IPS).

Trata-se de um grupo que apresenta complementaridades, estando presentes competências requeridas para efeito, nos domínios da avaliação institucional, da gestão, do conhecimento do IPS e da língua inglesa. A CAI-IPS decidiu proceder à organização de sub-grupos de trabalho, com tarefas diferenciadas, que reuniam semanalmente para efeitos de coordenação.

B.2. Colaboração com outras estruturas e entidades A comissão de auto-avaliação considerou necessário a participação e o envolvimento de toda a comunidade do IPS, por forma a assegurar uma maior profundidade da análise e uma maior capacidade de olhar a instituição como um todo global, procurando desenvolver a consciência dos pontos fracos e dos pontos fortes, com o intuito de contribuir para a melhoria das práticas de gestão e dos procedimentos para a garantia da qualidade. Após análise, interpretação e discussão por todos os membros da comissão do Institutional Evaluation Programme Guidelines da European University Association, foi estabelecida a necessidade de participação e colaboração com os serviços da Presidência, com todos os órgãos de gestão das diversas Escolas (Directores, Conselhos Directivo, Científico, Pedagógico, Assembleia de Representantes), Serviços de Acção Social e Associações de Estudantes. Foi, ainda, solicitada a colaboração dos serviços financeiros da Presidência e dos serviços académicos de cada uma das Escolas para a recolha de dados históricos e estatísticos.

B.3. Discussão no âmbito da instituição Com o intuito de assegurar a máxima participação de toda a comunidade do IPS, na metodologia de trabalho foram incluídos diversos momentos onde era solicitada a participação da comunidade, nomeadamente:

− Solicitação ao Presidente do IPS, à presidência de todos os órgãos de cada uma das Escolas (Conselhos Directivo, Científico, Pedagógico, Assembleia de Representantes), aos Serviços de Acção Social e às Associações de Estudantes o envio de documentação considerada relevante;

− Elaboração de questionário aberto aos responsáveis dos órgãos e das unidades anteriormente referidas, no sentido de estes transmitirem as suas percepções das actividades institucionais, práticas de gestão e funcionamento;

− Reuniões abertas com o Conselho Geral do IPS (onde estão representados os Conselhos Directivos, os Directores e elementos da comunidade externa) e com os Conselhos Científico, Conselhos e Pedagógico, Assembleia de Representantes, Associações de Estudantes e pessoal não docente, no sentido de clarificação e validação dos primeiros resultados;

− Apresentação e discussão pública da versão preliminar do relatório em reuniões plenárias e por via electrónica.

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B.4. Aspectos positivos e dificuldades A elaboração do presente relatório e, sobretudo, todo o processo de auto-avaliação, foi uma oportunidade para a instituição reflectir criticamente sobre o modo como está a ser gerida e sobre como integra a qualidade no processo central da tomada de decisão. Foi igualmente um veículo para a instituição se apresentar a si própria e a sua perspectiva sobre a qualidade da gestão e do planeamento estratégico praticados, determinando os seus pontos fortes e fragilidades e identificando oportunidades e ameaças que enfrenta, contribuindo para eventuais propostas de acções futuras. A principal dificuldade encontrada pela CAI-IPS foi, após captar as percepções dos vários elementos da comunidade, conseguir espelhar no relatório uma visão global da instituição, devido à existência de diferentes Escolas e unidades orgânicas com diferentes identidades, culturas e organização, resultado das dinâmicas próprias proveniente das respectivas autonomias e antiguidade. As recentes medidas destinadas à coordenação e harmonização entre as várias Escolas, como mencionado no relatório, ainda não são suficientes para caracterizar uma identidade IPS, face à diversidade de abordagens. Por outro lado, a participação da comunidade, apesar de repetidas solicitações nesse sentido, não foi suficiente para que a equipa possa assegurar que a visão do IPS que se apresenta neste relatório seja partilhada por todos. Todavia, existe uma convicção profunda que essa partilha é bastante alargada. A ausência de qualquer informação por parte de uma estrutura centralizada de gestão da qualidade, que recentemente foi decidido constituir, obrigou à recolha e tratamento de dados, em todas as Escolas e a diversos departamentos do IPS, dos respectivos processos de avaliação da qualidade. Esta foi uma tarefa que, no entanto, corresponde a um avanço institucional para o sistema de informação de gestão do IPS. Apesar disso, e tendo em conta que o IPS e os seus cursos já haviam sido alvo de avaliação num passado relativamente recente, já existia uma experiência muito relevante, com estruturas de funcionamento interno que permitiram uma maior capacidade e celeridade na disponibilização das informações necessárias. Por último, o Ensino Superior nacional tem vindo a viver, desde alguns anos para cá, uma profunda mudança. Uma das mais relevantes prende-se com a Lei nº 62/07, aprovado em Outubro de 2007, que define o novo regime jurídico das instituições de ensino superior, e que requer o desenvolvimento de novos estatutos para o IPS num prazo de oito meses. Este facto, por um lado criou algumas dificuldades à equipa de auto-avaliação, uma vez que por vezes o enquadramento no qual se analisava determinadas situações não era totalmente claro, mas, por outro lado, foi uma mais-valia pois o processo de revisão estatutária obriga a uma reflexão do passado, que em certa medida contribui para o trabalho efectuado.

I. NORMAS E VALORES Desce 2001 tem existido no IPS a prática de elaboração de planos estratégicos de desenvolvimento quinquenais, que têm como objectivo a concertação de políticas educacionais, de investigação, das relações com a envolvente e de optimização de recursos, e que têm merecido a discussão e reflexão por parte de toda a comunidade educativa, desde os órgãos de gestão, ao corpo docente, não docente e discente, e a comunidade social envolvente do IPS. Para o presente quinquénio foi elaborado o Plano Estratégico de Desenvolvimento 2007-2011 (PEDIPS), que se apresenta como o documento fundamental do desenvolvimento do IPS e onde se encontram estabelecidos os principais objectivos estratégicos da Instituição. I.1 VALORES O IPS assume como valores fundamentais a equidade, integridade e responsabilidade, competência, qualidade e excelência, inovação, criatividade e empreendedorismo, pluralismo, partilha e coesão. Recentemente, o enfoque da instituição tem sido colocado numa identidade partilhada e na imagem do IPS como um todo. As tendências do passado que projectam a imagem de cada Escola individualmente, algumas delas sem referência explícita ao IPS, tem sido diminuídas e discutidas na base do reconhecimento das vantagens de uma imagem comum, forte e moderna, que transporta as características específicas do IPS para a comunidade.

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I.2 MISSÃO A Missão do IPS, conforme estabelecido no PEDIPS, é a seguinte: “O Instituto Politécnico de Setúbal, como Instituição de Ensino Superior, procura de forma permanente e em articulação com os parceiros sociais, contribuir para a valorização e desenvolvimento da sociedade em geral e da região de Setúbal, em particular, através de suas actividades de formação terciária, de investigação e de prestação de serviços, que concorram para a criação, desenvolvimento, difusão e transferência de conhecimento e para a promoção da ciência e da cultura.”

I.3 OBJECTIVOS

I.3.1 Governação e Gestão Grau de centralização A organização e gestão do IPS fazem parte da sua agenda interna, não só por estarem definidos nos objectivos estratégicos da instituição, mas também devido ao processo de elaboração dos novos estatutos do IPS, sendo uma das áreas mais relevantes a articulação interna entre as unidades orgânicas e o seu nível de autonomia. Ao longo da sua existência o IPS tem-se caracterizado por um modelo de gestão descentralizado que se traduziu numa diversidade significativa das dinâmicas, cultura e organização entre as Escolas. Todavia, tendo em vista uma maior articulação, é objectivo para os próximos cincos anos:

− A promoção da centralização de serviços, processos ou funções numa perspectiva de obtenção de melhor optimização de recursos e eficácia;

− A melhoria da gestão da informação institucional e dos circuitos de informação interna;

− A melhoria da eficácia do funcionamento orgânico institucional do IPS e das unidades orgânicas. Políticas de recursos humanos Conforme já referido, o recrutamento, selecção e avaliação do pessoal docente e não docente, estão enquadrados por legislação específica e está limitado por lei e restrição orçamental, o que tem constituído um problema significativo, particularmente no que diz respeito ao pessoal não docente. O número de funcionários não responde às necessidades actuais da instituição, com a falta de técnicos qualificados nas áreas de apoio jurídico, sistemas de informação, secretaria académica, comunicação e relações internacionais. Todavia, o IPS entende o desenvolvimento profissional do pessoal docente e não docente como um objectivo estratégico. Como tal, um dos objectivos estratégicos é elevação do nível de desempenho do pessoal não docente, através da adequação do actual sistema de avaliação e da criação de planos anuais de formação e desenvolvimento. No que respeita ao pessoal docente pretende-se ter em 2011, pelo menos 50% de docentes doutorados.

I.3.2 Perfil Académico Objectivos da Instituição Nas diferentes áreas onde o IPS actua, foram definidos objectivos educacionais, de investigação e de serviços à comunidade, sendo também já iniciado um processo de identificação de áreas de excelência assim como a organização de um portefólio do IPS, que não se encontra ainda concluído. Actualmente o IPS dispõe de uma oferta formativa alargada e diversificada com cursos do 1º e 2º ciclo, Cursos de Especialização Tecnológica (CET - formação pós-secundária de nível 4), Pós-Graduações e cursos de curta duração, existindo, ainda, sete cursos de 1º ciclo e doze de 2º ciclo que aguardam aprovação por parte do MCTES (Apêndice II), numa perspectiva de abranger diferentes públicos e de garantir aos seus estudantes níveis crescentes de qualificação. Assim, ao nível educacional, os programas de primeiro e segundo ciclo são a prioridade máxima, sendo igualmente objectivo o desenvolvimento de parcerias para a organização de programas de 3º ciclo. Para além disso, é também uma prioridade a consolidação da oferta de CET com relação com os primeiros ciclos, de programas de pós-graduação e formação de curta duração.

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Deste modo, são objectivos:

− Oferecer todos os tipos de educação terciária: 1º, 2º e 3º ciclo, programas de pós-graduação e CET’s, em todas as Escolas;

− Progressivamente expandir e diversificar o seu público oferecendo cursos que concedem grau ou não;

− Aumentar o nº de programas oferecidos em associação, entre duas ou mais Escolas; Além disto, naturalmente que um objectivo transversal é implementar o novo paradigma educativo sugerido pela Declaração de Bolonha e aumentar a taxa de sucesso dos estudantes. Na investigação, os objectivos são:

− Desenvolver actividades de investigação e desenvolvimento continuamente, tirando vantagem das sinergias internas, em colaboração com a comunidade e dentro de redes de conhecimento estratégicos;

− Aumentar o número de projectos de investigação e aumentar a disseminação da produção científica do IPS. Quanto à prestação de serviços à comunidade, o objectivo é fortalecer e tornar mais eficiente a relação do IPS com a comunidade, particularmente no que diz respeito à transferência de conhecimento e inovação. De referir que, entre as diferentes dimensões dos objectivos definidos, não existe uma definição das prioridades, nem no plano estratégico nem no plano operacional. Projecto educativo No âmbito do denominado “Processo de Bolonha”, todas as Escolas redesenharam os seus programas de acordo com os requisitos deste processo. Todavia, a este nível a principal alteração, prende-se com a mudança de paradigma educacional, em que os estudantes passam a ter um papel central no sistema, assumindo uma maior responsabilidade na sua própria aprendizagem. Por outro lado, verificou-se a abertura do ensino superior a novos públicos. Em resultado do Dec. Lei nº 64/2006, todas as pessoas maiores de 23 anos, passaram a ter oportunidade de entrar no ensino superior de acordo com a sua avaliação curricular e desde que tenham aproveitamento nas provas especificas de selecção. O IPS tem sido uma das instituições de ensino superior com maiores índices de procura neste campo, pelo que tenciona tirar disto a maior vantagem, desenvolvendo: i) metodologias específicas e padrões de organização para estes estudantes; ii) estudo sobre as suas percepções, expectativas e sucesso académico; iii) criar um sistema de reconhecimento e validação de competências adquiridas anteriormente, formal ou informalmente. Neste contexto, o IPS pretende:

− Actualizar as abordagens educativas e competências do pessoal docente para que possam chegar a todos os tipos de estudantes;

− Garantir que todas as Escolas tenham as tecnologias de informação e comunicação adequadas;

− Criar ambientes de aprendizagem adequados a todos.

I.3.3 Relação com a sociedade O IPS entende a relação com a sociedade como forma tanto de contribuir para o desenvolvimento técnico, económico, científico, social e cultural, como também de identificar novos desafios e oportunidades para a instituição, nomeadamente no que respeita à adequabilidade dos programas de estudos às novas necessidades sociais. Mas mais que isso, o IPS considera que a ligação com a sociedade tem que ir além dos programas educacionais e da participação de parceiros externos nos órgãos consultivos, tendo por isso como objectivo reforçar e estabelecer uma relação efectiva com a comunidade, prestando serviços e transferindo conhecimento e inovação. Como consequência da missão nacional atribuída aos politécnicos, o IPS prioriza a região em que se encontra. Contudo a visão do IPS vai mais além: procura ter uma intervenção em todo o país e também ser reconhecido a nível internacional, sendo esta acção global entendida como fundamental no reforço das competências para melhor intervir localmente. A internacionalização é vista como um requisito de sobrevivência que envolve um número de medidas a

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serem tomadas no âmbito do processo de Bolonha: reconhecimento de graus e diplomas, harmonização dos currículos, escala de classificação europeia, mobilidade de estudantes – e também um conjunto de decisões como, a cooperação com instituições internacionais e europeias para lançar novos projectos educativos e de investigação, acreditação internacional, internacionalização e mobilidade dos docentes e competências em línguas estrangeiras, particularmente o inglês. Nesta linha, o IPS tem o objectivo de conseguir uma internacionalização progressiva e sustentada, através da promoção da cooperação na comunidade europeia e instituições extra-comunidade, incluindo mobilidade de estudantes e docentes, desenvolvimento de competências, cursos conferentes de grau e programas de investigação conjuntos.

I.3.4 Financiamento A maioria do orçamento do IPS é proveniente do Orçamento de Estado, atribuído anualmente, tendo por base o número de estudantes e indicadores de qualidade, como seja o sucesso académico e a percentagem de doutorados. Em teoria, as verbas financeiras derivadas do Orçamento de Estado deveriam cobrir os salários do pessoal e outras despesas fixas relacionadas com os programas de 1º ciclo. No entanto, os cortes financeiros por parte da tutela para além da aplicação directa da fórmula de financiamento, nomeadamente nos últimos três anos tem levado à afectação de receitas próprias para pagamento de salários e despesas fixas com prejuízo efectivo no investimento. Aliás, actualmente quase todos os docentes do IPS leccionam 12h por semana (o limite estipulado legalmente), independentemente da sua categoria ou grau académico, devido às limitações financeiras no recrutamento de novos docentes. Neste contexto, o aumento da angariação de receitas próprias é uma das grandes preocupações e objectivo do IPS, através das prestações de serviços à comunidade, dos projectos europeus, dos projectos de investigação aprovados e financiados, entre outras fontes de receita própria, nomeadamente as propinas da formação de 2º ciclo, pós-graduações e formação de curta duração, onde os valores são definidos em função do mercado e não estipulados pela tutela como acontece com o 1º ciclo.

I.3.5 Avaliação Institucional O IPS faz uma análise regular e sistemática do seu funcionamento orgânico, através dos planos de desenvolvimento e respectivos relatórios de actividade que os Serviços da Presidência e todas as unidades orgânicas elaboram anualmente. Para além disso, a necessidade de acompanhar os seus graduados e a sua inserção no mercado de trabalho de modo a garantir a constante actualização e adequação da formação às necessidades levam à utlização de mecanismos de avaliação centrados nos processos de ensino aprendizagem, com ênfase especial no sucesso académico e abandono escolar. Todavia, estas práticas não se encontram integradas e enquadradas numa política de avaliação institucional global. Neste contexto, é objectivo estratégico, estabelecido no PEDIPS 2007-2011, a criação de uma unidade de avaliação institucional que, aliás, já está aprovada no Plano de Actividades do IPS para 2008, no sentido de criação e integração de mecanismos necessários para a avaliação regular e sistemática da actividade da instituição, que inclua entre outras as actividades pedagógicas, de investigação e prestação de serviços à comunidade e gestão institucional.

II. ORGANIZAÇÃO E ACTIVIDADES II.1 GOVERNAÇÃO E GESTÃO

II.1.1 Grau de Centralização e Descentralização O modelo de funcionamento do IPS a este nível tem sido dominado desde a sua criação pelas autonomias das unidades orgânicas definidas na lei. Contudo, tem-se vindo a verificar uma cada vez maior aproximação ao nível da gestão entre as diferentes unidades orgânicas e os serviços da presidência. Aliás, na sequência dos objectivos estratégicos definidos, têm sido criadas nos últimos anos um conjunto de unidades e serviços centrais que tratam de assuntos comuns, como seja a investigação e desenvolvimento (I&D-IPS), empreendedorismo e transferência de tecnologia (OTIC-IPS), relações internacionais e mobilidade (CIMOB-IPS),

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comunicação e imagem (GI.COM-IPS), recursos informáticos (CI-IPS), reconhecimento e validação de competências (UDRVC-IPS.), formação de pessoal não docente (GAFOR-IPS) e gestão documental (GARDOC-IPS). Para além disso, na prática nem todas as autonomias são efectivas e totais, estando em alguns aspectos sujeitas a decisões do Presidente, dos órgãos centrais ou, ainda, da tutela, embora a gestão participada e o respeito pelas decisões das unidades orgânicas seja um dos pilares da gestão central do IPS. No que respeita às questões financeiras, o grau de autonomia das Escolas superiores tem sido elevado. As verbas provenientes do Orçamento de Estado são atribuídas globalmente ao IPS e sujeitas a uma repartição interna acordada pela Comissão Permanente do Conselho Geral. O Presidente do IPS tem competência delegada pela tutela para autorizar as despesas relativas a empreitadas de obras públicas, locação e aquisição de bens e serviços com valor inferior a 1.000.000€, a qual sub-delegou nos Presidentes dos Conselhos Directivos. Cabe ao órgão com competência própria de cada uma das Escolas a autorização e o pagamento das suas despesas bem como a gestão da totalidade do seu orçamento, tendo margem de manobra alargada para a criação de receitas próprias. No caso das Escolas sem autonomia financeira, existe delegação de competências nos Directores para despesas até ao montante de 24.939,84€. O valor das propinas, dos cursos do 1º ciclo, é também da competência dos órgãos próprios de cada Escola, embora sejam acordadas na Comissão Permanente do Conselho Geral. O orçamento dos Serviços de Acção Social é definido pela tutela (paralelamente ao financiamento gerado pelas receitas próprias), sendo administrado de forma autónoma na esfera de acção dos seus órgãos de gestão. Este funcionamento tem permitido uma boa adequação dos recursos financeiros às efectivas necessidades de cada Unidade Orgânica, bem como uma maior celeridade nas decisões e nos processos. Permite igualmente um grau elevado de decisão por parte das unidades orgânicas na afectação de recursos financeiros a novas iniciativas. Apesar do actual orçamento estar muito limitado em todas as unidades orgânicas, na esfera de influência das receitas próprias, de uma forma mais objectiva em alguns casos, de uma forma menos estruturada em outros, procura-se afectar parte do seu orçamento a novas iniciativas. Em termos administrativos, com excepção das questões ligadas à gestão de recursos humanos, existe igualmente uma forte autonomia das unidades orgânicas, quer na definição de processos quer na sua implementação. O funcionamento das Secretarias Académicas e os processos de aquisição de bens e serviços são bons exemplos, uma vez que cada Escola adopta uma gestão e procedimentos próprios. No entanto, a implementação em curso de um novo Sistema de Informação, transversal e único a em todas as unidades e serviços do IPS, tem vindo a obrigar à uniformização de alguns procedimentos. Do ponto de vista científico e pedagógico, o grau de autonomia das unidades orgânicas é igualmente elevado, tanto ao nível da condução das políticas de investigação como ao nível das metodologias e práticas pedagógicas. Aliás, neste capítulo é pouco evidente a existência de uma política de investigação central, por existir pouca coordenação destas actividades, quer em termos formais quer informais. Por outro lado, ao nível das unidades orgânicas, as políticas existentes baseiam-se fundamentalmente no uso de alguns mecanismos de ordem financeira e administrativa, por parte dos Conselhos Directivos, no sentido de motivar e apoiar a actividades de investigação. Neste campo é ainda significativo o facto de apenas uma Unidade Orgânica fazer o apuramento dos custos associados à investigação de uma forma mais regular. Apesar da autonomia referida, o Presidente tem competências de coordenação no que respeita à criação de cursos e definição de vagas associadas aos cursos existentes, sendo a sua aprovação antecedida de parecer da Comissão Permanente do Conselho Geral, pois apesar das propostas surgirem de cada uma das Escolas, existe uma abordagem global ao nível do Instituto, tendo em conta as limitações colocadas pela tutela. Para além disso, foi recentemente criado o Conselho para o Desenvolvimento Científico-Pedagógico do IPS, órgão de cariz consultivo onde têm assento os presidentes dos órgãos de gestão de todas as unidades orgânicas (com excepção da Assembleia de Representantes), assim como centralizadas as boas práticas de algumas unidades orgânicas, como sejam Gabinetes de I&D e o Concursos de Formação Avançada. Estas situações são, por um lado, uma forma de garantir visão global do IPS e, por outro lado, bons indicadores da criação de uma política geral de investigação. Existe ainda uma forte autonomia por parte das unidades orgânicas ao nível das actividades de empreendedorismo. Contudo, com a criação da OTIC/IPS têm-se verificado uma tendência significativa para uma maior coordenação dessas actividades.

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Estes processos de aproximação e centralização de alguns serviços das unidades orgânicas tem-se revelado positivo em algumas áreas, embora em áreas fundamentalmente de pouca visibilidade operacional, como é o caso dos recursos informáticos. Em áreas de maior impacto no funcionamento institucional, ainda não se pode dizer que exista uma evidência clara das mais-valias operacionais criadas por este processo, em parte devido à juventudo de algumas das novas unidades e da necessidade uma maior defição de novos procedimentos a nível institucional,. É, no entanto, clara a maior capacidade de actuação, organização e reposta que a optimização de recursos permite.

II.1.2 Política de Recursos Humanos Nesta matéria, a capacidade do IPS definir uma política global está mais limitada pois tratando-se de organismo público, está obrigado a seguir na gestão dos seus recursos humanos, todo o enquadramento legal definido para a administração pública portuguesa. Tendo em conta que o ensino superior politécnico português foi criado há menos de 30 anos, o IPS é uma instituição de ensino superior jovem no panorama nacional. Como tal o seu corpo docente e não docente é, também ele, caracterizado genericamente pela juventude, adequando-se ao desenvolvimento futuro da instituição. Todavia, verifica-se uma grande diversidade entre unidades orgânicas e, dentro destas, entre grupos profissionais, resultado de diferentes níveis de enquadramento legal. As Escolas mais antigas, por exemplo, possuem quadros de pessoal totalmente desadequados em termos de carreiras e habilitações, ao passo que as Escolas mais recentes não possuem quadro aprovado. Em relação ao pessoal não docente, o IPS encontra-se neste momento muito limitado pelas contenções orçamentais fixadas ao nível nacional para a administração pública, que tem vindo a implementar uma política de grande restrição à contratação de funcionários, privilegiando a mobilidade de funcionários não docentes já vinculados ao Estado. Tal política, conjuntamente com a inadequação dos quadros de pessoal existentes, resulta numa carência de recursos humanos sobretudo com habilitações ao nível da licenciatura (técnicos superiores) cuja contratação e promoção é extremamente difícil mas que é essencial para o desenvolvimento institucional do IPS. Assim neste contexto, e tendo em vista os objectivos estratégicos definidos, o IPS tem incentivado a mobilidade do seu pessoal dentro das unidades orgânicas, tendo aprovado regulamentação própria facilitadora dessa mesma mobilidade. Sendo certo que tal política tem potenciado uma partilha mais efectiva dos recursos existentes ao nível do pessoal docente e a criação de massa crítica nalgumas áreas específicas, no que respeita ao pessoal não docente, mais uma vez, a escassez de recursos humanos tem limitado o desenvolvimento de uma política efectiva nesta matéria, que se espera venha a ser concretizada com a reorganização interna de alguns serviços. Tendo em vista a satisfação dos objectivos estratégicos de elevação do nível de desempenho do pessoal não docente, foi criada uma estrutura central (Gabinete de Apoio à Formação - GAFOR) dedicada à promoção de acções de formação. No entanto, mais uma vez, a actual política estipulada (70 horas de formação anuais para cada funcionário) encontra-se condicionada, por um lado, por questões orçamentais e, por outro, pelo número reduzido de funcionários em alguns sectores. No caso do pessoal docente, a contratação além-quadro é a solução recorrente, mas traduz-se numa precariedade laboral uma vez que a maior parte dos docentes é equiparada, ou seja, o seu vínculo ao IPS é estabelecido por períodos curtos de tempo, findos os quais não é garantida a sua renovação. Por outro lado, as progressões na carreira foram congeladas pela tutela, estando as promoções muito condicionadas fundamentalmente à não existência de quadro de pessoal e às restrições orçamentais fortes. Relativamente à qualificação do corpo docente, é de referir a forte dinâmica na evolução do número de doutorados que se traduziu num aumento, entre 2003 e 2007, do número de doutores em 89% (Apêndice IV), para o que contribuíram apoios financeiros aos custos da formação e dispensas totais ou parciais de serviço docente durante períodos de tempo variáveis (de seis meses a três anos), apoiados pelo PRODEP e pelas próprias Unidades Orgânicas. Face ao objectivo de atingir em 2011 pelo menos 50% de docentes doutorados, foi lançado em 2007 um Concurso de Formação Avançada transversal a todo o IPS, no sentido de reforçar a referida dinâmica, através de dispensa de leccionação e/ou apoio financeiro no desenvolvimento dos seus trabalhos de doutoramento. Tal medida, apesar de ser limitada no número de pessoas que abrange, não podendo albergar todos os potenciais interessados, é um forte contributo para a elevação da qualificação académica do corpo docente.

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Situando-se actualmente em 17% o número de doutorados do total do pessoal docente do IPS, de referir que se encontram em processo de doutoramento 120 docentes, o que permite projectar a continuidade de uma evolução positiva até cerca de 40% (em 2011), o que, não cumprindo o objectivo, é uma evolução significativa. De referir que o novo RJIES, relativamente aos Politécnicos, obriga à existência de 35% detentores do título de especialistas, sendo que a maioria destes, ou seja, 17,5% dos docentes da instituição, desenvolvam actividade profissional na área em que lhes foi atribuído o título. Embora ainda não esteja definido pela tutela o conceito de especialista, dever-se-á ter em conta a necessidade de ajustar o corpo docente a tais requisitos. Quanto às políticas de igualdade entre homens e mulheres, não há qualquer descriminação, tal como fixado por lei.

II.1.3 Envolvimento dos Estudantes e Stakeholders externos De acordo com a Lei nº 54/90, os estudantes estão representados nos diferentes órgãos de gestão do IPS, quer a nível central (Assembleia do IPS, Conselho Geral e Comissão Permanente do Conselho Geral) quer a nível das Escolas Superiores (Conselho Directivo, Assembleia de Representantes, Conselhos Pedagógicos e Conselhos Consultivos). A sua participação nos órgãos de gestão referidos assume particular importância dada a natureza das competências que lhes estão atribuídas. As Assembleias de Representantes são os órgãos máximos de cada uma das Escolas tendo o poder de eleger e de destituir o respectivo Conselho Directivo. A composição desta assembleia garante aos estudantes 40% do total de membros (16 em 40). O mesmo sucede na Assembleia do IPS, à qual compete eleger e destituir o Presidente do IPS. e cujo colégio eleitoral é constituído por 30% de estudantes. Realça-se igualmente que os estudantes estão também representados, com direito a voto, nos Conselhos Directivos das Escolas, órgão com competências executivas. No entanto, a participação dos estudantes nas actividades regulares dos órgãos, bem como a participação cívica em actividades de natureza científica e pedagógica do IPS é normalmente reduzida2. Todavia, para colmatar esse pouco envolvimento, as estruturas representativas dos estudantes, tais como as Associações de Estudantes, são frequentemente auscultadas e chamadas a participar, de modo relativamente continuado, na vida da instituição, sendo permitida a sua influência nas decisões que são tomadas ao nível pedagógico, curricular, actividades culturais e disponibilização e funcionamento dos recursos e serviços. Um bom exemplo desta dinâmica participativa dos estudantes, ainda que não consagrada legal/estatutariamente, acontece nos SAS, através da importância estratégica atribuída à Comissão de Residentes dentro da estrutura organizacional da Residência de Estudantes (não apenas como representantes dos seus pares, mas também como mediadores de conflitos, e intervenientes activos na análise dos problemas de interesse geral que possam alterar ou afectar as condições normais de alojamento). No que diz respeito aos stakeholders externos, a representatividade é igualmente institucional mas igualmente pouco consistente. Apesar de, nos termos da legislação em vigor, os representantes da comunidade fazerem parte de um conjunto alargado de órgãos de gestão, nomeadamente os Conselhos Consultivos das Escolas, a sua participação é algo inconstante, sobretudo pelas dificuldades em garantir um envolvimento efectivo dos elementos convidados, situação que se repete, aliás, transversalmente em todos os órgãos em que os stakeholders têm assento. É na esfera de alguma informalidade que vão surgindo exemplos de boas práticas quanto à participação de stakeholders na vida institucional das Escolas, como acontece na ESCE com a participação de entidades das empresas de acolhimento dos estágios na discussão dos relatórios de estágio, e na ESS em que foram consultados todos os Enfermeiros Directores dos hospitais e dos Centros de Saúde do Distrito aquando da adequação do plano de estudos da Licenciatura em Enfermagem ao modelo de Bolonha.

II.1.4 Cooperação inter-institucional A natureza teórico-prática da formação oferecida pelo IPS tem potenciado, por um lado, o estabelecimento de dezenas de protocolos de colaboração com diversas instituições do Distrito de Setúbal no âmbito da organização de estágios curriculares (parte integrante dos planos de estudo de um número considerável de cursos de licenciatura ministrados no

2 O que pode ser relacionado com a reduzida participação cívica dos portugueses, tal como é demonstrado por um estudo recente sobre a qualidade da democracia em 25 países da União Europeia, em que Portugal ocupa um dos últimos lugares (Paul Skidmore,Paul & Bound, Kirsten, The everyday democratic index, Demo: 2008)

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IPS), por outro, na fixação de quadros técnicos altamente qualificados nessas mesmas instituições, bem como na (re)qualificação de profissionais e, finalmente, na prestação de serviços em diferentes áreas (científica, técnica, social e cultural). Esta dinâmica tem potenciado igualmente a criação de redes de cooperação inter-institucional e uma contribuição efectiva para o desenvolvimento regional concretizando uma implementação expressiva ao nível regional e cumprindo com o objectivo adjacente à criação de instituições de ensino superior politécnico em Portugal. O IPS tem vindo progressivamente a ser reconhecido através de parcerias estabelecidas no âmbito do desenvolvimento conjunto de projectos de investigação, nomeadamente nas áreas tecnológicas. Também no ensino tem-se verificado esse reconhecimento salientando-se: a ESE como um dos Centros de Exames de Português Língua Estrangeira; a ESTSetúbal como uma das entidades habilitadas para a certificação energética de edifícios e para a formação CISCO, esta no âmbito das redes informáticas e telecomunicações; a certificação no âmbito da formação em Segurança Higiene no Trabalho (ESCE/ESTSetúbal) acreditada pela Autoridade para as Condições de Trabalho; o curso Contabilidade e Finanças (ESCE) acreditado pela Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas; a Pós-graduação em Tratamento de Feridas e Viabilidade Tecidular (ESS) reconhecido pela European Wound Management Association. No plano internacional, o envolvimento do IPS tem-se centrado no estabelecimento de dezenas de parcerias com instituições congéneres europeias no âmbito de programas comunitários (designadamente desde 1997/1998 com o Programa SOCRATES-ERASMUS e, a partir de 2007/2008, com o Lifelong Learning Programme). A criação de um programa de apoio financeiro à mobilidade internacional da comunidade IPS, bem como a entrada em funcionamento de uma estrutura central exclusivamente dedicada ao desenvolvimento das relações internacionais (CIMOB-IPS), vieram contribuir para o aumento das taxas de mobilidade. Nos últimos dois anos a mobilidade de estudantes ERASMUS registou um aumento global de 44% e o número de acordos bilaterais aumentos 67%. O desenvolvimento desta área levou à realização da 1ª Semana Internacional do IPS, em Abril de 2008, na qual participaram 21 docentes de instituições congéneres europeias. No âmbito da mobilidade é ainda de assinalar a oferta de um módulo internacional na ESCE que no corrente ano lectivo é frequentado por 28 estudantes ERASMUS. As relações do IPS ao nível internacional não se esgotam na concretização de acções de mobilidade enquadradas por programas comunitários, merecendo especial destaque as redes estabelecidas entre a Escola Superior de Educação e com países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), a participação da ESTBarreiro na oferta de cursos online em parceria com a Universidade de Londres, a presença do IPS nos órgãos de gestão de organizações extra-comunitárias (vice-presidência da ASIBEI – Associação Ibero Americana de Instituições de Ensino de Engenharia e a ESS como membro da direcção da COHEHRE – Consortium of Institutes of Higer Education in Health and Rehabilitation in Europe) ou o estabelecimento de protocolos de cooperação com universidades africanas e da América Central e do Sul. Esta dinâmica é ainda reforçada pelas iniciativas das suas Escolas como seja a estratégia de apoio à internacionalização da ESTSetúbal. Constata-se assim uma dinâmica no âmbito da cooperação no sentido dos objectivos estabelecidos de ampliação da relação com a sociedade. Contudo, entende-se que ao nível internacional ainda há muito espaço a percorrer. II.2 PERFIL ACADÉMICO

II.2.1 Análise da organização curricular da oferta formativa Em cada uma das grandes áreas de formação que correspondem à vocação de cada Escola, regista-se uma diversificação de cursos que pode justificar-se, não só pela existência de quatro áreas de actuação bem distintas - Engenharia e Tecnologia, Educação, Ciências Empresariais e Saúde (Apêndice II) - mas também pela necessidade de corresponder às necessidades de formação de nível superior que se vão detectando na região, quer na procura dos jovens, quer nas necessidades de recursos humanos qualificados das empresas e dos serviços. Realça-se o carácter profissionalizante das formações oferecidas, o que, sendo próprio da natureza do Ensino Superior Politécnico, é uma das características transversais marcantes da oferta formativa do IPS. Para além disso, alguns dos cursos situam-se nas margens das áreas atrás referidas, o que tem suscitado uma crescente articulação dos recursos docentes de várias Escolas (e.g.: Gestão da Construção, Segurança e Higiene do Trabalho, Engenharia Biomédica). Praticamente todos os cursos de 1º e 2º ciclos em funcionamento nas Escolas do IPS estão organizados de acordo com o modelo de Bolonha. Nas Escolas de tecnologia esta mudança ocorreu no passado ano lectivo de 2006/2007, ao

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passo que na ESE e na ESCE aconteceu apenas no corrente ano lectivo3. A ESS aguarda aprovação da tutela para o inÍcio do funcionamento dos cursos reestruturados de acordo com Bolonha no próximo ano lectivo. A reestruturação dos cursos, teve como referência o resultado do trabalho desenvolvido por um grupo alargado de docentes de todas as Escolas do IPS, que a partir de 2004, antes da publicação da legislação relativa à criação do espaço europeu do ensino superior (Decreto-Lei nº 42/2005), procuraram definir uma orientação estratégica comum para este processo de transformação. Deste trabalho resultou um documento4 que definiu as linhas de orientação a ser seguidas relativamente a créditos (ECTS) e suplemento ao diploma; aprendizagem ao longo da vida e creditação de competências; competências gerais e transversais dos diplomados; novas metodologias de ensino-aprendizagem e redução do insucesso; reestruturação curricular e definição de áreas comuns. Nesse sentido, foi adoptado um modelo de organização curricular que se aproxima do sugerido pelo "projecto Tuning" e que se caracteriza fundamentalmente pelos seguintes aspectos:

− As componentes de formação geral e transversal são mais significativas no 1º ano de formação e vão-se esbatendo ao longo dos três anos;

− A formação específica e profissionalizante adquire uma dimensão crescente ao longo dos 3 anos;

− O peso relativo destas três componentes de formação no 2º ciclo vem na continuidade do 1º ciclo, o que se traduz na quase dominância da componente de formação específica.

Estas linhas de orientação foram posteriormente concretizadas de forma diferenciada em cada uma das Escolas, tendo em conta diferentes concepções de organização curricular e em função das especificidades dos respectivos cursos. Aliás, no caso dos cursos de formação de professores (ESE) e nos cursos da ESS estas orientações tiveram uma concretização mais limitada, já que as áreas de formação e o seu peso relativo no plano de estudos foram largamente determinadas pela legislação emanada dos Ministérios da Educação e da Saúde, respectivamente. Algumas Escolas introduziram desde logo mecanismos de alguma flexibilidade curricular permitindo percursos diferenciados dos estudantes, não só pela existência de dois ou mais ramos de especialização, mas também através de unidades curriculares de opção. Para além disso, houve uma preocupação com as lacunas apresentadas pelos estudantes relativamente à formação secundária o que se traduz ou em unidades curriculares introdutórias, que estabelecem a transição com as formações anteriores, ou em unidades curriculares optativas de consolidação e/ou aprofundamento de literacias básicas nos domínios científicos, tecnológicos, artísticos e linguísticos. Há também respostas construídas com base no reforço da orientação tutória dos estudantes. A adopção de uma organização curricular determinada por competências e a vocação profissionalizante do Ensino Politécnico justificam a inscrição curricular de actividades de Estágio ou de Projecto, permitindo a aplicação dos saberes em contextos reais ou simulados. A ESS e a ESCE propõem nos seus currículos uma forte componente de aprendizagem no terreno capacitando para o empreendedorismo e para a integração na vida profissional. A ESCE propõe ainda, num dos seus cursos, a unidade curricular de “Simulação Empresarial” como um momento de transferência para a realidade empresarial. Respondendo à possibilidade de creditação de competências adquiridas anteriormente e incentivando a iniciativa dos estudantes, a ESE inscreveu nos seus planos de estudos uma unidade curricular que permite valorizar e creditar participações em actividades extra-escolares que contribuam para o desenvolvimento das competências gerais ou específicas do respectivo curso. O aumento significativo da admissão de novos estudantes com mais de 23 anos, levou o IPS a criar respostas adequadas à especificidade deste público e às suas necessidades de qualificação superior. Assim, na ESCE e nas Escolas de Tecnologia foram criados cursos nocturnos e pós-laborais de 1º ciclo com 180 créditos (Apêndice II), um

3 Na Escola Superior de Educação mantêm-se a funcionar os últimos anos dos cursos de formação de professores com a anterior organização curricular, que por força da lei, foram substituídos por novos cursos. 4 CORTÉS, Victoria (Coord.) - Estratégia institucional: Eixo A – Criação de um espaço europeu de Ensino Superior - Relatório de Compatibilização - 2005.

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deles com organização trimestral em formato b-learning, o que constitui uma resposta formativa adequada aos ritmos dos trabalhadores-estudantes. No que respeita aos valores de referência para a atribuição dos créditos ECTS, que integraram as propostas de unidades curriculares que foram apresentadas e vieram a figurar nos planos de estudos, resultaram de diferentes processos de inquérito a estudantes e professores sobre o tempo despendido pelos estudantes nos diferentes processos de trabalho possíveis.

II.2.2 Analise das abordagens educacionais Face aos problemas detectados no funcionamento dos cursos, nomeadamente os que se relacionam com níveis elevados de insucesso em determinadas áreas (Apêndice III), em parte devido a uma preparação deficiente do ensino secundário, para além das transformações decorrentes da adopção do Modelo de Bolonha, sentidas como uma oportunidade para construir respostas formativas mais adequadas, as Escolas têm procurado construir soluções para esses problemas das quais se destacam as que se apresentam de seguida:

− Projectos de combate ao insucesso escolar (ESCE/ESTSetúbal/ESTBarreiro) No caso da ESCE, organizam-se turmas mais pequenas, para estudantes com maiores dificuldades, e em aulas mais dinâmicas e práticas, com o recurso ao trabalho de grupo e o apoio próximo do professor e dos colegas, com resultados positivos. Na ESTSetúbal e na ESTBarreiro, adoptaram-se medidas que visam adequar o ensino da matemática aos diferentes perfis de estudantes, nomeadamente: Ano Preparatório (que engloba também formação na área da física e química); disciplina introdutória da matemática; Análise Matemática I estendida ao longo do ano lectivo; Análise Matemática I e II a funcionar em contínuo nos dois semestres (medida também adoptada para outras disciplinas de insucesso como a Mecânica e a Electrotecnia). Na ESTSetúbal existe actualmente o Programa de Combate ao Insucesso Escolar, com financiamento aprovado pelo MCTES, que prevê para o próximo ano lectivo as seguintes medidas: criação de gabinete para desenvolvimento de metodologias de ensino e aprendizagem e de apoio aos alunos; criação de turmas especiais virtuais; formação de docentes; criação de gabinete de desenvolvimento e de apoio ao desenvolvimento de documentação cientifica e pedagógica e de materiais didácticos inovadores; e criação de gabinete de monitorização das acções.

− Tutorias (ESCE/ESS/ESTSetúbal/ESTBarreiro) e sistema tutorial da ESE Caracterizam-se por uma relação personalizada entre docentes e estudantes no sentido de responder às necessidades diversificadas dos estudantes no âmbito do seu percurso académico, destinados a facilitar a sua integração no curso e na Escola, a evitar o abandono escolar, a desenvolver competências gerais e transversais e a melhorar o sucesso académico. Estas tutorias apresentam diferentes modelos de organização e funcionamento em cada uma das Escolas.

− Aprendizagem centrada na resolução de problemas (Problem Based Learning) (ESS/ESTSetúbal) A partir de um problema dado, os estudantes efectuam um percurso de descoberta que parte da complexificação do entendimento do problema, para a organização das respostas.

− Desenvolvimento pessoal: método autobiográfico e supervisão de cuidados (ESS) Assumindo a personalização dos processos de cuidados de saúde, são exploradas as idiossincrasias dos estudantes em ligação à resposta às necessidades dos clientes, das equipas de saúde, das organizações.

− Evidência de aprendizagens complexas: portefólios (temáticos, de desenvolvimento de competências, pessoal e profissional) (ESS) Tarefa criativa de organização da aprendizagem e da sua evidência. Capacita, individualizando a relação do estudante com a temática em questão.

− Utilização da plataforma moodle (ESS / ESTSetúbal / ESE / ESTBarreiro/ESCE)

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Utilização crescente do Moodle como um instrumento de ensino-aprendizagem e uma resposta particularmente adequada aos trabalhadores-estudantes, ao desenvolvimento de actividades de projecto e de estágio e de apoio às tutorias.

− Diplomas intermédios e percursos nocturnos (ESTSetúbal/ESTBarreiro) Na ESTSetúbal, criação de duas tipologias de diplomas intermédios de 120 créditos ECTS (um de cariz profissional e outro mais geral), e criação de percursos nocturnos destinados a orientar e motivar os estudantes com maiores dificuldades, contribuindo para o combate ao abandono e insucesso escolar. Na ESTBarreiro, criação dum percurso alternativo dos cursos nocturnos em que o 1º ano é dividido em dois anos.

− Validação e creditação de competências (ESTSetúbal/ESTBarreiro) Foi recentemente criada a UDRVC-IPS, para a coordenação e apoio à concepção e implementação de políticas de actividades no domínio de aprendizagens e competências. Todavia, após o processo de transição para Bolonha e os novos públicos + de 23 anos, a ESTSetúbal e a ESTBarreiro tem vindo a realizar de forma sistemática a validação e creditação de competências.

− Jogos Internacionais de Gestão (ESCE) Desde 1999 estudantes da ESCE têm participado com outros estudantes de vários países do mundo em jogos de gestão como metodologia de aprendizagem activa e simulação da realidade empresarial.

II.2.3 Análise da organização das actividades de investigação Nas últimas duas décadas deu-se prioridade à qualificação do corpo docente. Em consequência, as actividades de investigação estão ainda naturalmente dependentes dos processos de formação avançada dos docentes, que nos seus processos de mestrado e doutoramento transferem para nas universidades onde os realizam os efeitos das suas investigações, em muitos casos enquadrados nas actividades dos Laboratórios e Centros de Investigação dessas instituições a que os docentes se mantêm ligados desde a sua formação. Embora seja evidente que as Escolas beneficiam desta realidade, também é verdade que esta situação não tem permitido a concentração de esforços em determinadas áreas de investigação e a necessária constituição de grupos de investigação internos fortes e de elevada relevância. Como tal, não se pode dizer que exista uma política de investigação claramente definida e generalizada a todas as Escolas. Todavia, as medidas entretanto tomadas neste âmbito, já enunciadas anteriormente5, assim como o aumento de iniciativas individuais de desenvolvimento de projectos de investigação subsidiados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) ou integradas no referidos Laboratórios os Centros de Investigação das Universidades, são indicadores importantes do sentido de desenvolvimento desta área fundamental. Realça-se, ainda, uma significativa produção científica dos docentes do IPS, quer em termos de artigos e comunicações de âmbito internacional, quer na publicação de livros. Na ESTSetúbal e na ESTBarreiro esta produção tem sido organizada no seu portal e na publicação do Anuário Cientifico, no caso da ESTSetúbal, como sistematização e estimulo da actividade científica dos seus docentes.

II.2.4 Análise das unidades de investigação. No IPS e nas suas Escolas foram criadas várias estruturas de enquadramento e dinamização das actividades de investigação, algumas delas já referidas anteriormente6. Todavia, não existe ainda uma grande unidade de investigação e desenvolvimento, cuja criação não tem sido considerada como uma estratégia adequada à dinamização das actividades de investigação no IPS.

5 Parte II.1.2 – Politica de Recursos Humanos 6 Introdução A.4

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II.2.5 Adequação dos programas de estudos e das actividades de investigação à missão e objectivos Correspondendo à sua missão e aos objectivos estratégicos definidos, a oferta formativa do IPS tem-se afirmado como uma resposta adequada à procura de formação superior que se verifica na região de Setúbal. O aumento progressivo dos níveis de procura dos cursos, desde 2005, apesar das dificuldades provocadas pelas alterações profundas que o sector do Ensino Superior tem vindo a sofrer, é um dos principais indicadores desta realidade. A localização geográfica do IPS inserida numa região com um dos maiores dinamismos demográficos do país conforme descrito na parte introdutória, explica em parte, a manutenção dos níveis de atracção dos nossos cursos, não obstante a proximidade com Lisboa onde se concentra uma grande oferta de formação no Ensino Superior. Por outro lado, o grande investimento na criação de condições para atrair trabalhadores-estudantes, ao abrigo da nova legislação de acesso ao Ensino Superior para os maiores de 23 anos, mostrou-se como uma decisão acertada no reforço da procura dos cursos do IPS e do preenchimento das vagas disponíveis (Apêndice III). Numa outra dimensão, considera-se que a formação realizada nas Escolas do IPS tem permitido a realização pessoal e profissional dos diplomados. Estudos realizados têm mostrado que os diplomados pelas Escolas do IPS apresentam níveis residuais de desemprego, o que, tendo em conta que a maioria dos estudantes do IPS provém de famílias menos favorecidas, tem permitido melhorar o nível de vida de um número significativo de estudantes. Alguns deles optam mesmo pelo prosseguimento de estudos em cursos de Mestrado no IPS e em outras instituições de Ensino Superior7. A natureza da oferta formativa do IPS e as condições de empregabilidade dos diplomados, pode relacionar-se com o conhecimento e a relação que o IPS tem vindo a construir com o tecido empresarial e com as instituições regionais, potenciado pela integração regional de boa parte do pessoal docente e não docente, assim como das relações que se estabelecem a propósito da organização dos estágios e das actividades de prestação de serviços. Apesar da adaptação dos planos de estudos ao modelo de Bolonha nas Escolas do IPS se ter feito de forma generalizada, o espaço curto de tempo em que ocorreram as transformações curriculares não permitiu um suficiente aprofundamento e generalização dos novos métodos de ensinar e aprender, que decorrem deste novo modelo. De facto, existe a perspectiva de que o IPS se encontra num processo de experimentação e aprendizagem, em que assume especial relevância o esforço adicional para a recolha de informações sobre o seu desenvolvimento, de reflexão crítica sobre as novas práticas e os resultados nas aprendizagens dos estudantes e no trabalho dos docentes e de identificação e correcção das anomalias que forem sendo reveladas. A avaliação destes processos sugere ainda a revelação de necessidades de formação dos docentes, como dimensão essencial do nível de qualidade que se pretende atingir. Por outro lado, existem ainda problemas relacionados com níveis elevados de insucesso e de abandono dos estudantes em algumas áreas, para os quais há que continuar a trabalhar no sentido de encontrar as soluções adequadas. A natureza, o âmbito e a dimensão destas questões, obriga ao envolvimento e articulação dos diferentes órgãos de gestão das Escolas vocacionados para a organização e funcionamento dos cursos, com a participação de docentes e estudantes, e impõem a necessidade de uma reflexão conjunta entre todas as Escolas, a partilha das experiências e das soluções encontradas, considerando-se uma boa medida a criação do Conselho de Desenvolvimento Científico e Pedagógico do IPS que iniciou recentemente o seu funcionamento. A existência e o bom funcionamento deste Conselho pode ser também decisivo para se enfrentarem os problemas relacionados com as actividades de investigação desenvolvidas pelos docentes do IPS, tal como já foi referido em pontos anteriores. Embora a preocupação com o desenvolvimento de actividades de investigação no âmbito do IPS e das suas Escolas, envolvendo um processo de dinamização endógena, tenha sido sempre uma constante na curta vida da instituição, percebe-se que, nos últimos anos, foi atingido um ponto de viragem. O número já significativo de professores doutorados e a concretização de estruturas como a “Unidade de I&D” e a Oficina de Transferência de Tecnologia e Conhecimento do IPS (OTIC – IPS) são sinais claros da criação das condições para a integração institucional e para o desenvolvimento sustentado das actividades de investigação.

7 MCTES, GPEARI - A procura de emprego dos diplomados com habilitação superior.

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II.2.6 Política Linguística Não existindo uma política linguística claramente enunciada que se traduza em práticas concertadas em todas as Escolas, também não se pode considerar a existência de um vazio relativamente a esta questão em todo o IPS. De facto, duas das competências transversais definidas para todos os estudantes do IPS, referem-se ao domínio da Língua Materna e de uma Língua Estrangeira relevante no espaço europeu8. No entanto, esta orientação reflecte-se de forma diferenciada na organização curricular dos diferentes cursos, quer quanto à natureza das unidades curriculares (obrigatórias, opções ou módulos), quer quanto às Línguas consideradas (Portuguesa, Estrangeira, Gestual Portuguesa). Também no âmbito da discussão sobre o desenvolvimento estratégico do IPS foi proposta a criação de um Centro de Aprendizagens Linguísticas que ainda não se concretizou, perspectivando-se outras iniciativas que devem ser articuladas numa estratégia coerente e concertada. De referir, ainda, a existência de cursos de Língua e Cultura Portuguesa, para os estudantes estrangeiros deslocados nas Escolas do IPS, no âmbito do ERASMUS. II.3 OUTRAS ACTIVIDADES ACADÉMICAS

II.3.1 Análise da investigação, transferência de tecnologia e formação contínua ao serviço da comunidade Neste âmbito, apesar de não corresponder às expectativas e necessidades do IPS, tem sido desenvolvida uma intensa actividade, como se verifica no Apêndice II que identifica os projectos em curso ou desenvolvidos mais recentemente. Nestes projectos salienta-se a concretização de linhas estratégicas de desenvolvimento das Escolas que correspondem a uma experiência acumulada e alicerçada em áreas de saber dos docentes que as suportam. Isto é particularmente evidente nos seguintes exemplos ESCE:

− Elaboração de Estudo: "A Criação de Empresas a Nível Local e a sua Correlação com a Oferta Formativa Existente" - para o Observatório do Emprego e da Formação Profissional;

− Guia Metodológico ICT Sustour – Sustainable Development in tourism through ICT in Education. ESE:

− Os projectos de formação de professores e de organização dos sistemas de ensino nos países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau e S.Tomé e Príncipe);

− A formação contínua de professores do Distrito de Setúbal. ESTSetúbal

− Projectos na área das energias renováveis, quer ao nível da investigação com a participação num conjunto alargado de projectos internacionais, quer ao nível da formação com a certificação energética de edifícios;

− Trabalho desenvolvido na área da aeronáutica, com parcerias fortes ao nível militar e desenvolvimento sustentado das competências internas;

− Aumento em 2 anos de 200% dos estudantes em formação de pós-graduação, cursos de curta duração ou de especialização, formação certificada e cursos à medida.

ESTBarreiro

− Colaboração com a Organização Internacional de Trabalho, Genebra, no âmbito de technology stewardship e da formação de facilitadores online na área das TIC no combate a Exclusão Social em Portugal e nos PALOP.

8 CORTÉS, Victoria (Coord.) - Estratégia institucional: Eixo A – Criação de um espaço europeu de ensino superior - Relatório de compatibilização - 2005.

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− Formação subsidiada nas TIC para quadros autárquicos e para membros da comunidade envolvente. ESS

− CIPE – Projecto na área da enfermagem, com diferentes hospitais da região, para a discussão dos cuidados de enfermagem e decisão clínica, através da implementação da “Classificação Internacional da Prática da Enfermagem”.

− Projecto na Comunidade: “Terapia da Fala na Escola” – Projecto de 3 anos, decorrente de parceria entre a ESS, a Câmara de Alcochete e o Agrupamento de escolas de Alcochete. Tem como objectivo o desenvolvimento de um modelo de intervenção de Terapia da Fala nas escolas de ensino regular.

− Cursos de formação continua para fisioterapeutas, que integram o conhecimento desenvolvido nos projectos de investigação desenvolvidos na ESS, assim como um conjunto de projectos criados para responder às necessidades da comunidade, numa parceria com a Junta de Freguesia de São Sebastião.

A ESCE e a ESTSetúbal foram recentemente qualificadas como entidades para prestação de serviços de I&DT e Inovação do Programa Operacional Factores de Competitividade promovido pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), que permite disponibilizar os serviços de Investigação, Desenvolvimento e Inovação ao tecido empresarial (Pequenas e Médias Empresas). Existem ainda iniciativas de promoção da actividade de empreendedorismo. Um dos exemplos é a ESCE que tem unidades curriculares obrigatórias que promovem competências a este nível, tem um Activlab (centro de apoio ao desenvolvimento de pequenas empresas) e um projecto específico de promoção do empreendedorismo, com o envolvimento de parceiros externos. No âmbito da OTIC é de salientar a participação no PoliEmpreende, concurso de ideias e de planos de negócios, promovido a nível nacional pelos Institutos Politécnicos.

II.3.2 Análise dos serviços de apoio aos estudantes O IPS disponibiliza aos estudantes um conjunto de serviços de apoio que pretendem garantir condições de trabalho adequadas e os recursos necessários ao desenvolvimento das actividades académicas. A qualidade dos serviços e dos equipamentos disponibilizados é entendido como condição para o sucesso académico dos nossos estudantes. Como se pode verificar no Apêndice VI, estes serviços abrangem vários tipos de apoio (formativo, psicológico, logístico, financeiro e desportivo), são assegurados em geral a todas as Escolas embora assumam características diferentes em cada uma delas. Alguns dos serviços são assegurados de forma transversal através de estruturas de funcionamento central, designadamente pelos SAS/IPS. No que diz respeito aos SAS/IPS, o principal objectivo da sua actividade é a criação das melhores condições de estudo para os estudantes carenciados, mediante a concessão de apoios financeiros, como bolsas de estudo e auxílios de emergência (actualmente 26% dos estudantes do IPS são bolseiros). Paralelamente prestam outros serviços, nomeadamente, alojamento em Residência de Estudantes, alimentação em refeitório escolar e a preços subsidiados para estudantes, serviços de saúde através de acompanhamento terapêutico por um psicólogo clínico, apoio a actividades desportivas gerindo o Clube Desportivo IPS. Os SAS/IPS registaram, em 2005, a melhor taxa de eficiência do país com base no indicador de eficiência dos serviços em termos da fracção do volume de bolsas face ao total da despesa. Por seu turno, as Escolas oferecem igualmente um conjunto significativo de serviços de apoio à actividade lectiva, entre outros de carácter mais abrangente. De referir que todas as Escolas apoiam financeiramente estudantes que, por diversos motivos, não se encontram na esfera de intervenção dos SAS/IPS, designadamente através da redução do valor das propinas. Num contexto de contenção orçamental determinada pela tutela em que o financiamento do Estado é em grande parte consumido pelas despesas com pessoal e em que perdura a insuficiência da dimensão dos quadros de pessoal docente, as condições de um funcionamento óptimo destes serviços, a necessidade de investimento em novos equipamentos e na manutenção dos existentes, são metas difíceis de atingir plenamente. No entanto, tendo em conta estes constrangimentos, tem-se conseguido manter a qualidade destes serviços em níveis aceitáveis. A manutenção desta situação e, eventualmente a sua melhoria, exige:

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− Valorizar estes serviços no contexto académico mantendo e aperfeiçoando as formas de apoio aos estudantes;

− Melhorar a eficiência e eficácia dos serviços;

− Adequação dos recursos humanos às exigências dos serviços de atendimento

− Adaptar o seu funcionamento às necessidades (estudantes – trabalhadores, cursos nocturnos);

− Investir em recursos humanos com dimensão adequada e mais qualificados;

− Desenvolver os mecanismos e dispositivos de avaliação no sentido da reorientação das práticas e das estruturas de acompanhamento e apoio dos estudantes, identificar constantemente necessidades e inadequações nos recursos disponíveis.

II.4 FINANCIAMENTO O orçamento global do IPS, incluindo transferências de saldos, ascendeu em 2007 a cerca 32.500.000€, sustentadas em 62% de verbas provenientes do Orçamento de Estado e 38% de receitas próprias, onde se incluem as propinas de 1º ciclo, que representam 21,6% do orçamento global. Isto representa pouca capacidade de gerar internamente verbas financeiras e consequentemente uma situação de forte dependência da tutela. Tal situação tem criado dificuldades ao nível financeiro, uma vez que só entre 2005 a 2007 as transferências do Orçamento de Estado baixaram 11,5%, para além de fortes restrições na utilização dos saldos, que em 2007 ascendeu a cerca de 8.500.000€, impossibilitando não só investimentos na melhoria das condições laboratoriais e dos edifícios, como também na contratação de pessoal docente. Aliás, neste campo é de salientar que actualmente a esmagadora maioria dos docentes do IPS se encontra a leccionar o máximo de horas semanais previsto na lei, 12 horas, dificultando claramente as opostas na investigação e nas relações com a envolvente. Por outro lado, o IPS tem vindo a baixar a despesa global nos últimos 3 anos, com um diferencial de 3,15% entre 2005 e 2007, em contraponto com a redução global da receita em mesmo período de apenas 2,69%, o que naturalmente tem provocado uma maior eficiência financeira na gestão do défice. Todavia, a redução da despesa dá-se fundamentalmente ao nível das actividades de investigação e dos Serviços de Acção Social, ao passo que as actividades de ensino aumentaram ainda mais o seu peso na despesa global, passando de 72% em 2006 para 79% em 2007. Trata-se de um indicador claro do peso da formação na actividade do IPS, embora neste último ano haja um factor condicionante da análise, derivado dos processos de transição para os planos de estudos adequados ao processo de Bolonha que, em algumas Escolas, provocou aumentos de serviço docente pontuais. Esta situação dificulta e condiciona a aposta clara e efectiva quer no aumento das actividades de investigação, quer no aumento das relações com a comunidade e prestações de serviço, de onde decorrem as verbas financeiras necessárias para uma estrutura financeira do IPS mais autónoma.

III. PRÁTICAS DE QUALIDADE III.1 QUALIDADE A NÍVEL INSTITUCIONAL Embora a unidade responsável pela garantia da qualidade apenas surja no plano de actividades de 2008, cada uma das suas cinco Escolas, de acordo com as necessidades internas, estádio de desenvolvimento e prioridades, criou ou está a criar estruturas que têm o objectivo de assegurar a qualidade das suas actividades. Estas estruturas têm objectivos específicos, que respondem às prioridades estabelecidas por cada Escola, sendo as diversas actividades levadas a cabo a diferentes níveis, por exemplo Conselho Cientifico, Conselho Pedagógico ou no âmbito dos cursos. Contudo estas acções são levadas a cabo de forma pouco sistemática. Apesar de algumas Escolas terem alocados recursos específicos a estas unidades, como por exemplo a ESTSetúbal com um docente a 100% ou a ESS igualmente com 1 docente mas 50% e 1 técnico superior a 100%, e apesar das estruturas existentes reportarem directamente aos Conselhos Directivos/Directores e em estreita colaboração com os

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Conselhos Científicos e Pedagógicos considerando as competências específicas destes órgãos sugeridas na lei, pode-se considerar que os recursos especificamente afectos às estruturas de qualidade são inadequados para responder às necessidades do IPS.

III.2 PADRÕES DE QUALIDADE

III.2.1 Padrões de qualidade utilizados Cada vez mais tem sido criado um enquadramento legal mais abrangente na área da qualidade da administração pública no geral e do ensino superior em particular. Por exemplo, no que respeita à avaliação do pessoal não docente e aos processos administrativos, o novo sistema de avaliação da função pública (SIADAP), obriga à implementação ao longo dos próximos anos de novos procedimentos de garantia de qualidade. É esperado, naturalmente, que esta introdução traga grandes mudanças nas práticas de qualidade por introduzir novas abordagens como é a utilização do Balanced Scorecard Model, que está na linha das guidelines da ENQA. Também a nova legislação publicada em 2007 (DL n. 38/2007 e DL n. 369/2007) regulamenta novas linhas orientadoras para a avaliação das instituições de ensino superior (utilizando as linhas orientadoras da EUA) e cria uma agência de creditação nacional, que em conjunto trará grandes mudanças nas práticas de qualidade das instituições. Por sua vez, o processo de adequação dos cursos ao processo de Bolonha, levantou um conjunto de preocupações com a qualidade das actividades e tornou mais clara a necessidade de se desenvolverem formas e mecanismos sistemáticos de avaliação de todas as actividades levadas a cabo. Contudo, olhando a instituição como um todo, e apesar de especificamente as actividades de ensino/aprendizagem e alguns projectos particulares utilizarem padrões de qualidade explícitos, não se pode considerar que, nos últimos 5 anos, tenham existido padrões ou indicadores de qualidade claramente definidos.

III.2.2 Como foram definidos e tornados públicos De acordo com os procedimentos do SIADAP, espera-se que a divulgação de padrões e indicadores que lhe estão associados seja feita ao nível das Escolas e IPS, embora até ao momento tal tenha acontecido de forma pouco sistemática. No que respeita às actividades de ensino/aprendizagem, em algumas Escolas os padrões de avaliação da qualidade educativa têm sido definidos pelos Conselhos Pedagógicos, o que permite o envolvimento dos estudantes no estabelecimento de critérios e também na sua divulgação a todos os interessados, tendo em conta a composição deste órgão.

III.2.3 Cultura de Qualidade O lema do IPS “Qualidade na educação, um investimento no futuro” reflecte uma preocupação de longa data com as questões de qualidade. Até agora estas preocupações têm sido geridas nas Escolas e não ao nível institucional, e tendencialmente não estão associadas a uma estrutura clara de monitorização e garantia de qualidade. Um reflexo disto é o facto de as preocupações com a qualidade serem observadas a níveis diferentes em função da Escola e de cada um dos seus docentes. Por exemplo na ESE, o desempenho dos docentes, a adaptação dos cursos às necessidades do mercado, a empregabilidade dos formados, as taxas de sucesso dos estudantes, a adaptação a novas metodologias que respondem às necessidades dos estudantes, entre outros, são aspectos que consomem muito tempo e energia aos docentes. Podemos considerar que as preocupações e tempo investido na qualidade seriam mais proveitosos se os mecanismos fossem sistemáticos e existissem acções de follow up. No conjunto os processos internos de qualidade e avaliação existentes (pessoal não docente e avaliação da qualidade educativa) não são baseados em padrões explícitos, nem discutidos na instituição. Por outro lado, o sentimento relativamente à existência de uma política de qualidade é muito variado, com perspectivas claramente afirmativas, outras mais hesitantes. Mediante esta realidade não se pode considerar que exista uma cultura de qualidade partilhada no IPS.

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III.3 PROCESSOS INTERNOS DE QUALIDADE

III.3.1 Actividades de ensino/aprendizagem Em geral, todas as Escolas avaliam as suas actividades de ensino de forma regular e sistemática, através da utilização de questionários padronizados, dirigidos aos estudantes. Os questionários são diferentes em cada Escola, sendo realizados no fim de cada unidade curricular, seja semestralmente seja anualmente, em alguns casos em formato papel, noutros através do sistema de informação. Estes questionários foram desenvolvidos em cada Escola, ou pelo respectivo Conselho Pedagógico, ou por grupos de trabalho criados para o efeito, processo que sugere que os padrões utilizados foram alvo de discussão nas respectivas Escolas. Na generalidade incluem quatro áreas: auto-avaliação dos estudantes; avaliação ao professor; avaliação à disciplina; avaliação aos recursos existentes para aquela disciplina. Considerando o momento de mudança, alguns destes questionários estão a ser adaptados aos novos currículos adequados ao processo de Bolonha. Os resultados obtidos são discutidos em níveis diferentes: disciplina, curso, departamento, e finalmente Conselho Pedagógico ou Conselho Directivo/Director, conforme a organização de cada Escola. Em algumas Escolas a utilização do questionário é a única forma de avaliação, embora noutras sejam usados outros mecanismos de avaliação das disciplinas ou dos cursos, que incluem, nomeadamente, a elaboração de um relatório desenvolvido pelo docente onde são abordados temas como o grau de alcance dos objectivos da disciplina, as actividades realizadas, as metodologias pedagógicas utilizadas, a taxa de sucesso dos estudantes e as sugestões para melhoramento. Os docentes também são avaliados de forma sistemática. No final do seu contrato ou a cada 5 anos, no caso de pertencerem aos quadros, submetem um relatório de actividades ao Conselho Cientifico para apreciação, que deverá incluir as actividades desenvolvidas ao nível de ensino, da investigação, da gestão entre outras. Este processo é obrigatório por lei, contudo os padrões de apreciação não são explícitos.

III.3.2 Actividades de investigação Para além dos descritos no ponto acima, não existem outros processos internos de avaliação da qualidade nas actividades de investigação. Os projectos que têm financiamento externo, respondem aos processos e critérios da instituição financiadora. Os processos que têm financiamento do IPS submetem um relatório que descreve o progresso e objectivos do projecto. Apesar de anualmente, cada Escola realizar um relatório de actividades que inclui toda as actividades desenvolvidas, eles são enviados à presidência do IPS e discutidos no Conselho Geral do IPS, mas sem que antes tenham sido estabelecidos os critérios para a sua análise, limitando-se apenas a avaliar se os objectivos estabelecidos foram ou não cumpridos. Do mesmo modo, dentro de cada Escola, através do Conselho Cientifico, há alguns mecanismos de controlo de qualidade, utilizando relatórios de actividade, mas com o mesmo problema de base. Um exemplo de uma ligação potencialmente interessante entre preocupações de investigação e a garantia de qualidade pode ser encontrado no projecto financiado pela FCT, Funded Active Learning, Scholarship of Teaching and Learning in Engineering Education, que teve inicio na ESTBarreiro em 2007, e que é visto como uma das medidas introduzidas com vista à promoção do sucesso académico, e a promoção de uma área de investigação emergentes, em que o IPS tem cada vez mais competências.

III.3.3 Desempenho dos estudantes O desempenho dos estudantes é analisado de forma sistemática pelos docentes e pelas Direcções de cada Escola. As taxas de sucesso dos estudantes, taxas de abandono e empregabilidade são calculadas anualmente, ou por semestre, e publicadas no relatório anual de cada Escola. Alguma desta informação também é pública nos sítios da web de cada Escola.

III.3.4 Processos administrativos Os processos administrativos do IPS foram sujeitos a uma auditoria externa em 2005. Como resultado desta auditoria, algumas Escolas desenvolveram um manual de procedimentos, outras estão a faze-lo ainda.

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Conforme já foi referido, o pessoal não docente é avaliado anualmente através do SIADAP. O programa sugere os critérios e padrões esperados para os diferentes níveis. Cada um estabelece objectivos e será avaliado de acordo com o seu cumprimento ou não.

III.3.5 Actividades de empreendedorismo e relações externas As actividades levadas a cabo no âmbito do empreendedorismo normalmente envolvem a elaboração de um relatório, onde é explícito se os objectivos do projecto foram ou não atingidos. Dependendo da natureza do projecto, uma reflexão sobre a qualidade do processo pode ou não ser incluída. Nos casos em que estes projectos são levados a cabo por estudantes, então esta reflexão é obrigatória. Tanto as actividades de empreendedorismo como as relações com o exterior não são sujeitas a qualquer tipo de monitorização de qualidade.

III.3.6 Utilização da informação e acompanhamento A utilização da informação recolhida relativamente a estes assuntos não é clara. Na generalidade, as actividades de ensino são as mais avaliadas sistematicamente, embora o processo e os resultados sejam integrados na tomada de decisão de forma diferente de Escola para Escola. Normalmente, há uma discussão ao nível dos cursos, com o respectivo coordenador. Em alguns casos considerados relevantes, a discussão é levada a outros fóruns, como o Conselho Pedagógico ou o Conselho Directivo. Outras actividades são avaliadas com relatórios regulares. Contudo o feedback desses relatórios nem sempre existe, o que transforma esta metodologia num processo de reflexão muito pessoal.

IV. GESTÃO ESTRATÉGICA E CAPACIDADE DE MUDANÇA IV.1 INTRODUÇÃO Com base na análise efectuada, foram identificados os principais pontos fortes e pontos fracos do IPS, bem como as principais ameaças e oportunidades presentes na envolvente, que se apresentam no quadro seguinte.

AMEAÇAS OPORTUNIDADES − Redução do financiamento do Estado − Restrições legais à utilização do orçamento do IPS − Restrições à autonomia do Ensino Superior face à tutela − Deficiências na preparação dos estudantes do

secundário em algumas áreas − Indefinição do conceito legal de docente especialista,

associada à sua importância no processo de acreditação

− Reorganização interna do IPS (RJIES) − Aprendizagem ao longo da vida − Novo regime de acesso +23 anos − Construção do Espaço Europeu do Ensino Superior − CPLP − Investimentos económicos na região − Apoios aos investimentos na formação (QREN) − Potencial de desenvolvimento do Ensino Superior

Politécnico − Avaliação EUA

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS − Capacidade de resposta aos desafios externos − Áreas de especialização reconhecidas externamente − Capacidade de atrair novos públicos − Equipamentos e qualidade de instalações − Serviços de apoio: bibliotecas, serviços sociais, desporto − Diversidade de áreas científicas − Empregabilidade dos diplomados − Carácter profissionalizante dos cursos − Existência planeamento estratégico − Relacionamento interpessoal entre a comunidade IPS − Dinâmica de formação avançada do corpo docente

− Indefinição de prioridades nos objectivos estratégicos − Dificuldade de articulação e concertação das politicas ao

nível operacional − Ausência de políticas de investigação e prestação de

serviços − Insuficiente internacionalização − Política linguística pouco definida − Participação da comunidade IPS na vida institucional − Ausência de estrutura de garantia de qualidade − Mecanismos de avaliação insuficientes e não sistemáticos − Dependência do orçamento do Estado − Inexistência de instalações próprias para a ESS

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IV.2 CAPACIDADE DE RESPOSTA ÀS EXIGÊNCIAS, AMEAÇAS E OPORTUNIDADES PRESENTES NO AMBIENTE EXTERNO

Desce 2001 tem existido no IPS a prática de elaboração de Planos Estratégicos de Desenvolvimento quinquenais, com objectivos e acções de carácter estratégico assentes num diagnóstico da situação interna, donde decorreu a detecção de pontos fortes e fracos e (de) uma análise à envolvente a partir da qual foram detectadas ameaças e oportunidades. Os planos estratégicos do IPS têm como objectivo a concertação de políticas educacionais, de investigação, das relações com a envolvente e de optimização de recursos, deixando espaço, todavia, para que cada uma das suas Escolas projecte e desenvolva o seu percurso no âmbito da respectiva autonomia. A elaboração de tais planos mereceu a discussão e reflexão por parte de toda a comunidade educativa, desde os órgãos de gestão, ao corpo docente, não docente e discente, e a comunidade social envolvente do IPS. No entanto, face a uma envolvente turbulenta e portadora de incerteza, existiu sempre a necessidade de introduzir outros objectivos ou acções de carácter estratégico que não se encontravam contemplados nos Planos Estratégicos. São exemplos de resposta às exigências, ameaças e oportunidades presentes no ambiente externo:

− As acções relacionadas com a preparação para a integração no Processo de Bolonha, iniciadas em 2004, ainda antes da respectiva legislação, do qual resultou um documento9 que definiu linhas de orientação a serem seguidas;

− A rápida introdução, após a saída de legislação, de toda a regulamentação relativa ao Processo de Bolonha e a respectiva reestruturação dos cursos;

− A aposta na captação de novos públicos, com a imediata implementação, após a saída de legislação, de vária regulamentação e acções de promoção relativas ao acesso ao ensino superior pelos maiores de 23 anos, bem como na criação de condições mais favoráveis a este novo tipo de público;

− A decisão de propor ao MCTES novos cursos face às necessidades detectadas, designadamente, na área do turismo e da engenharia biomédica, para além da intenção de um permanente ajustamento dos planos de estudo;

− A decisão de propor ao MCTES cursos de 2º ciclo, imediatamente após legislação que permite ao ensino politécnico tal possibilidade;

− A resposta à redução da procura: com a disponibilização de cursos de preparação para os exames nacionais do ensino secundário e a oferta de Cursos de Especialização Tecnológica, na área das Engenharias; com a reformulação da oferta formativa da ESE devido à redução do número de candidatos nos cursos de formação de professores;

− A oferta de curso em regime de funcionamento pós-laboral em resposta aos novos públicos (+ de 23 anos); Todavia, é de considerar, também, alguma inércia em respostas a exigências, ameaças e oportunidades detectadas na envolvente, designadamente:

− A tardia decisão de implementação de uma estrutura de gestão da qualidade, quer face ao objectivo de melhoria contínua, quer como elemento crucial para a satisfação do novo dispositivo legal sobre a avaliação do ensino superior (Lei n.º 38/2007 de 16 de Agosto);

− A revisão estatutária que, embora o Plano Estratégico de Desenvolvimento do IPS considerasse necessário efectuar independentemente da entrada em vigor da legislação sobre o Regime Jurídico do Ensino Superior, somente foi iniciada após a publicação de tal legislação;

− O combate ao insucesso escolar, apontado como fundamental, mas cujas medidas tomadas são ainda insuficientes;

− As insuficientes iniciativas de formação pedagógica dos docentes, estabelecidas como necessárias para a implementação do Processo de Bolonha;

9 CORTÉS, Victoria (Coord.) - Estratégia institucional: Eixo A – Criação de um espaço europeu de ensino superior - Relatório de compatibilização - 2005.

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− A necessidade de racionalização de recursos e articulação entre as várias unidades orgânicas, conforme determinado no Plano Estratégico de Desenvolvimento do IPS, conduziu à criação de diversas estruturas para o efeito, cujo impacto, contudo, ainda não é significativo.

− A ausência de uma política para o pessoal docente, face às imposições legais do novo regime jurídico, que obriga à existência de 35% detentores do título de especialistas, sendo que a maioria destes, ou seja, 17,5% dos docentes da instituição, desenvolvam actividade profissional na área em que lhes foi atribuído o título.

IV.3 PARTICIPAÇÃO DE REPRESENTANTES DA COMUNIDADE EXTERNA NA GESTÃO ESTRATÉGICA Ao nível do IPS, o Conselho Geral inclui individualidades externas representantes da comunidade e das actividades e sectores profissionais relacionados com as áreas de ensino do IPS, indicados pelo conselho directivo de cada uma das Escolas. A este órgão compete, entre outros, aprovar os planos de actividade do IPS e apreciar os relatórios anuais de execução. Ao nível de cada Escola, existe o Conselho Consultivo, onde participam duas individualidades externas por curso, em representação das organizações profissionais, empresariais e outras, sempre que possível de âmbito regional, relacionadas com a actividade de cada Escola. De referir, que no âmbito da elaboração do PEDIPS, para além da respectiva análise, discussão e aprovação em Conselho Geral do IPS, foram efectuados inquéritos e promovida uma discussão pública no seio da comunidade externa. Todavia, em geral, constata-se que a participação destes representantes da comunidade externa tem sido inconstante, existindo dificuldades em garantir o seu envolvimento efectivo. Haverá, por conseguinte, que procurar novas formas de mobilização e aprofundamento de relacionamento. IV.4 APROVEITAMENTO DA AUTONOMIA Através da sua autonomia administrativa, o IPS tem procurado ajustar toda a sua organização no sentido de procurar uma optimização de recursos afectos a actividades transversais a todas as Escolas, assegurando simultaneamente uma adequada articulação, face às necessidades diferenciadas. Ao nível do financiamento, existindo a possibilidade de obtenção de receitas próprias e face à necessidade de reduzir a dependência do financiamento público, o IPS, através das suas Escolas, tem procurado, para além das receitas provenientes das propinas, um aumento das suas receitas através das taxas de frequência de outras acções de formação, designadamente, pós-graduações e cursos de curta duração, do desenvolvimento de projectos em articulação com outras entidades, que potenciem o aproveitamento de financiamento externo e, ainda, pela prestação de serviços ao exterior. Contudo, os valores de receitas próprias obtidas ainda se encontram muito aquém do potencial existente. Com base na sua autonomia científica e pedagógica, as Escolas do IPS têm desenvolvido iniciativas na oferta de diversos cursos de pós-graduação e cursos de curta duração que, conforme referido, não carecem de autorização do MCTES. IV.5 MUDANÇAS ESPERADAS NO SENTIDO DOS OBJECTIVOS DA INSTITUIÇÃO Embora exista, ainda, um estigma social de “inferioridade” científica em torno das instituições integradas no sub-sistema de ensino superior politécnico relativamente ao ensino superior universitário, a evolução do sistema de ensino superior em Portugal e, em particular, as perspectivas de desenvolvimento do ensino superior politécnico vão no sentido de um reforço do papel dos politécnicos como principal localização institucional de formações profissionais. Por outro lado, face ao baixo nível de qualificações da população, o fraco desempenho escolar e o fraco índice de conclusão do ensino superior torna-se imperioso desenvolver o capital humano como factor de modernização. A possibilidade de acesso à educação terciária, que antes era limitado e selectivo, através do novo regime para os maiores de 23 anos, bem como o estimulo à aprendizagem ao longo da vida, proporcionam ao sector politécnico um

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crescimento em termos de novos grupos de estudantes e novos tipos de programas, se bem que exigindo novas metodologias que se articulem bem com os novos perfis. Ao nível económico, apesar de existirem perspectivas de uma ligeira retoma do crescimento nacional, devem ser considerados os objectivos por parte do Governo pela redução estrutural da despesa pública, situação que certamente, condicionará o investimento no ensino superior, sendo de referir, no entanto, os próximos investimentos na formação e capital humano por via dos novos fundos de coesão, no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). O Distrito de Setúbal é a área privilegiada de captação de estudantes e de actuação do IPS. Tal espaço territorial é caracterizado pela existência de um tecido empresarial bastante diversificado, com taxas de crescimento superiores ao registado no total nacional e existem aqui perspectivas de realização de grandes projectos de carácter estruturante, ao nível do sector marítimo portuário, logística, turismo, energia e indústria transformadora, para além de outros domínios onde se prevê algum desenvolvimento, designadamente, as actividades associadas ao mar (pesca, aquicultura e actividades náuticas), as actividades de saúde e as actividades associadas ao ambiente. Tal caracterização económica e a necessária valorização das diversas actividades apontam, por conseguinte, para a necessidade e oportunidade de novas acções de formação e de reconversão, não apenas ao nível profissional mas, igualmente, na lógica da formação ao longo da vida, de nível intermédio e superior. Pode-se, assim, expectar que o IPS venha a registar significativas mudanças: ao nível do ensino com o alargamento da sua oferta formativa, com ou sem atribuição de grau, face ao desenvolvimento demográfico e à necessidade e procura de desenvolvimento de competências do factor humano; ao nível da investigação e das relações com a envolvente, com a mobilização e apoio estrutural, face à dinâmica empresarial da região. No plano interno, encontram-se em fase de elaboração os novos estatutos do IPS, os quais deverão conter as normas fundamentais da sua organização interna e do seu funcionamento, nos planos científico, pedagógico, disciplinar, financeiro e administrativo, regulando, entre outros, a autonomia das unidades orgânicas, a estrutura e a competência dos órgãos de governo e de gestão. Esta é uma oportunidade para se adoptar por um modelo de organização institucional e de gestão que se considere mais adequado à concretização da missão do IPS. IV.6 PROGRAMAS DE ESTUDO, INVESTIGAÇÃO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ORIENTADOS PARA A MISSÃO

E OBJECTIVOS No âmbito do ensino, face à caracterização e às expectativas de crescimento do sector económico e social da região de Setúbal, bem como à necessidade de desenvolvimento do capital humano, e tendo em conta a diversidade de áreas de conhecimento do IPS, haverá a oportunidade de desenvolvimento de um projecto educativo que inclua todo o domínio da formação terciária em todas as Escolas, com predomínio na formação inicial ao nível do 1º ciclo e igualmente ao nível do 2º ciclo, com alargamento a novos públicos e com empregabilidade. Haverá, todavia, que procurar uma melhor articulação entre as várias Escolas no sentido do reforço da interdisciplinaridade e tendo em vista a optimização de recursos, adaptação permanente dos programas e práticas de ensino e um ajustamento às necessidades da envolvente e à rede nacional de ensino superior, para o que muito contribuirá uma estrutura centralizada, ao nível do IPS, de nível científico e pedagógico. No âmbito da investigação, crucial para o desenvolvimento e para a afirmação dos institutos politécnicos e tendo o IPS absoluta autonomia científica, entende-se que as actividades de I&D, bem como a transferência de conhecimento e tecnologia, constituem uma ligação indispensável com as empresas e as instituições da região para a introdução de inovação e progresso, no sentido do desenvolvimento sustentado da sociedade. Acresce ainda que a própria formação para as profissões necessita de uma retaguarda de investigação para o desenvolvimento do conhecimento sobre o desempenho profissional e sobre a eficiência dos recursos humanos. Assim, para a além da necessidade de um aumento da qualificação do corpo docente em número de doutorados, haverá que procurar desenvolver uma massa crítica técnico-científica com o eventual envolvimento de docentes provenientes de diferentes Escolas do IPS e também de outras instituições, incluindo empresas, promover o surgimento, através dos grupos existentes ou a criar, de representações de instituições nacionais ou estrangeiras consagradas de I&D, e o estabelecimento de sistemas de apoio. No que se refere à ligação com a sociedade, tal deverá ocorrer não apenas no âmbito da formação e da participação de membros da comunidade em órgãos de gestão ou consultivos, mas também através de actividades de investigação

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aplicada, seminários, conferências e outros tipos de encontros científicos, bem como da prestação de serviços, com a utilização dos recursos e competências disponíveis do IPS. O estabelecimento de uma relação aberta e próxima do IPS com a envolvente é uma forma, não somente de contribuir para o desenvolvimento técnico, económico, social e cultural das comunidades com quem interactua, mas também de identificação de novos desafios e oportunidades, inclusivamente, a possibilidade de uma maior adequação da oferta formativa. Neste sentido, haverá que procurar uma melhor articulação entre as várias Escolas do IPS, quer na concertação de acções, quer na identificação de prioridades, o que poderá passar por estruturas específicas para o efeito e/ou potenciação das já existentes. Mas, também, a projecção externa do IPS passa por uma identidade e uma imagem, que sejam reconhecidas sem ambiguidades nem equívocos. Haverá, por conseguinte que reforçar a identidade IPS e a construção de uma imagem comum forte no que respeita aos objectivos da instituição e aos seus traços distintivos. Neste contexto existe um processo de reformulação da imagem do IPS, que terá por base a criação de um novo logótipo como elemento catalisador desta nova dinâmica. De referir ainda que, em termos gerais, para o cumprimento da missão do IPS e alcance dos seus objectivos estratégicos, haverá que existir: uma melhor estabilidade e confiança relativamente ao financiamento público, cuja diminuição é uma das suas maiores dificuldades e que, naturalmente, condicionam opções; um quadro jurídico mais flexível para a gestão dos recursos humanos; um novo estatuto da carreira docente que tenha em conta as actividades pedagógicas, de investigação e prestação de serviços à comunidade e ainda de gestão institucional como factores de apreciação na evolução da carreira; e, fundamentalmente, capacidade de mudança e cultura de gestão. IV.7 FUNÇÕES DO CONTROLO E DA GESTÃO DA QUALIDADE NO DESENVOLVIMENTO DA MUDANÇA Conforme anteriormente referido, o IPS iniciou recentemente a implementação de uma estrutura para a qualidade. A intervenção futura de tal órgão deverá visar uma avaliação sistemática do funcionamento orgânico, dos planos de desenvolvimento e actividades de todas as unidades de ensino e de aprendizagem, com uma ênfase no sucesso académico, fracasso e abandono. Uma adequada monitorização da envolvente e de todas as actividades e consequentes análises e tomada de medidas correctivas serão essenciais para a obtenção de uma permanente melhoria da qualidade, existindo a necessidade de criação de mecanismos, sistemas de informação e, sobretudo, um forte empenhamento de todas as partes do IPS para uma elevação de níveis de desempenho e para o aprofundamento de uma verdadeira cultura de qualidade.

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CONCLUSÃO Este Relatório foi elaborado num período de grande mudança institucional. Esta mudança foi motivada, não só pela alteração legislativa das bases do ensino superior em Portugal e pela implementação do Processo de Bolonha, mas também por decisões internas de implementar políticas de centralização, articulação e harmonização com vista à racionalização de recursos e à eficácia de procedimentos. Podemos afirmar que o relatório captou uma realidade transitória que em alguns aspectos é difícil de prever como vai ficar estabilizada no futuro. Foi no entanto interessante observar essa dinâmica de mudança que torna ainda mais complexa a já de si complexa actividade de uma instituição com mais de 7.000 membros, repartida por cinco Escolas com autonomia, além dos serviços da presidência e dos serviços de acção social. Neste contexto de mudança identifica-se como importante factor estabilizador a formulação estratégica constante do PEDIPS. Este documento define a estratégia institucional para o período a que respeita, constituindo a referência para os planos e relatórios anuais de actividades de todas as unidades orgânicas e funcionais do IPS. O IPS é uma instituição de ensino superior politécnico, num contexto de ensino superior binário, cuja missão é focada na natureza profissional de toda a sua actividade. A natureza profissional do ensino politécnico é, reforçada pelo novo Regime jurídico das Instituições de Ensino Superior, em que a mesma é enunciada como “a criação, transmissão e difusão da cultura e do saber de natureza profissional, através da articulação do estudo, do ensino, da investigação orientada e do desenvolvimento experimental” (Lei nº 62/2007). Enquanto esta missão é focada na natureza profissional de toda a actividade do ensino politécnico, a interpretação que o IPS faz da sua própria missão vai mais além, colocando ênfase igual nas “actividades de formação terciária, de investigação e de prestação de serviços, que concorram para a criação, desenvolvimento, difusão e transferência de conhecimento e para a promoção da ciência e da cultura.” (PEDIPS 2007/2011). Porém, o facto de ao nível da missão não ser dada prioridade a qualquer dos três grandes domínios de intervenção, não significa que na prática as actividades de formação não sejam visivelmente e assumidamente prioritárias. As razões são fáceis de compreender. O financiamento do Estado, que constitui 62% do orçamento global do Instituto, é atribuído essencialmente com base no ratio professor/aluno dos cursos de 1º ciclo, com um adicional baseado no número de doutores, que no IPS é ainda bastante baixo (17% do corpo docente). Dos restantes 38%, 21,6% correspondem ao pagamento de propinas dos estudantes. Compreensivelmente, apenas 10% do orçamento é canalizado para actividades de investigação. A não existência no IPS de centros de investigação reconhecidos pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, dificulta a obtenção de outras fontes de financiamento. É, de facto, no domínio da oferta formativa e das actividades de formação que reside a maior parte dos pontos fortes do IPS: diversidade de áreas e de tipologias de cursos; carácter profissionalizante da generalidade dos cursos; boa capacidade de resposta às novas necessidades criadas pelo conceito de aprendizagem ao longo da vida, com a atracção de novos públicos e o reconhecimento e validação de competências profissionais; crescente predisposição para a criação de novos cursos de cariz interdisciplinar da responsabilidade transversal de várias Escolas IPS; reconhecimento externo de competências específicas em ensino de certas áreas; inclusão de áreas inovadoras; oferta de cursos em regime nocturno, bons equipamentos e qualidade de instalações; bons serviços de apoio a estudantes. Face á inexistência de instalações próprias, a ESS ocupa espaços nas instalações das outras Escolas do campus de Setúbal, bem como no edifício dos serviços comuns, onde está prevista uma obra de reconversão para a construção de salas de aula. Sendo este um factor constrangedor à dinâmica de desenvolvimento da ESS, o IPS deve no entanto encontrar formas eficazes de resolver este problema, quer através da construção de edifício próprio, quer através da reconversão de edifícios existentes. No domínio da formação há ainda a registar a presença de oportunidades, referidas atrás, que o IPS não deve desperdiçar e que potenciam os seus pontos fortes, designadamente:

− A aprendizagem ao longo da vida e a dinâmica laboral com necessidades de reciclagem de activos – manter uma oferta formativa específica para trabalhadores estudantes e unidades curriculares isoladas com atribuição de créditos.

− Novo regime de acesso +23 anos – desenvolver a UDRVC-IPS e estender a sua acção a públicos externos ao IPS.

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− Construção do Espaço Europeu do Ensino Superior e CPLP – reforçar a internacionalização do IPS (um dos pontos fracos) através, não só da mobilidade de estudantes e pessoal docente e não docente, mas também através da oferta de cursos de 1º e de 2º ciclo com parcerias europeias e internacionais. Para a concretização desta estratégia é fundamental definir uma política linguística transversal ao IPS que permita desenvolver competências de comunicação em português e em línguas estrangeiras, nomeadamente o inglês, em toda a comunidade educativa.

− Investimento e crescimento económico – reforçar parcerias com empresas e organizar formações de resposta a necessidades específicas com intervenção e financiamento das próprias empresas, usufruindo, inclusivamente, do QREN

Relativamente à investigação e à transferência de tecnologia, atendendo ao crescimento económico previsto, resultante dos financiamentos para a região, se o IPS conseguir associar a formação à investigação aplicada à resolução de problemas das organizações poderá desenvolver um campo específico de conhecimento envolvendo docentes, alunos e técnicos no terreno, captando inclusivamente financiamentos próprios. Quanto à governação e gestão, salienta-se a tendência progressiva de centralização e articulação com a implementação de medidas que passam pela criação de estruturas e de regulamentação comum às unidades orgânicas, evitando duplicação de esforços e desperdício de recursos. Parece haver uma abertura e uma predisposição neste sentido por parte da comunidade educativa, embora ainda não seja possível identificar resultados palpáveis. O IPS está no entanto a proceder à elaboração de novos estatutos, por força da Lei nº 62/2007, o que constitui uma boa oportunidade para rever a sua forma de funcionamento e para criar mecanismos mais propícios à participação na gestão. A progressiva e sustentada internacionalização do IPS está identificada no PEDISP 2007-2011 como uma estratégia com a adopção de medidas como o aumento da mobilidade; desenvolvimento de competências linguísticas e o desenvolvimento s de projectos de formação e investigação em parcerias internacionais. Como resultado destas medidas, há já a salientar o significativo aumento global da mobilidade ERARMUS nos últimos 2 anos, bem como o reforço e alargamento das relações internacionais traduzido na assinatura de novos acordos e protocolos. Assim é de esperar que estes desenvolvimentos positivos levem a uma internacionalização consentânea com os objectivos formulados. No entanto, a criação de uma estrutura de garantia da qualidade irá contribuir para um melhor posicionamento do IPS junto aos seus parceiros e para a definição de caminhos, estratégias e actividades mais fundamentadas. Este relatório de auto-avaliação, bem como a avaliação da EUA constituem o arranque de um novo ciclo do IPS, do qual os novos estatutos são parte integrante, e que se deverá pautar pela avaliação sistemática de pessoas, de processos e de actividades, da responsabilidade da unidade de avaliação e qualidade, tal como consta do Plano de Actividades do IPS 2008. Como última nota e recomendação, salienta-se como muito positivo o facto de ser prática do IPS a elaboração de planos estratégicos e de estar em acção uma equipa para a monitorização do actual Plano. Tanto esta equipa como a futura equipa responsável pela unidade de qualidade e avaliação deve passar a desenvolver um trabalho chave para o futuro do IPS.