relatÓrio de auditoria anual de contas ... - oglobo.globo.com · relatÓrio de auditoria anual de...

95
RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS Nº 243914 - 2ª PARTE RELATORIO NR : 243914 UCI 170130 : CONTROLADORIA-REG. DA UNIÃO NO ESTADO DO RJ EXERCICIO : 2009 UNID CONSOLIDADORA: UFRJ CODIGO : 153115 MUNICIPIO : RIO DE JANEIRO UF : RJ 1 APOIO ADMINISTRATIVO 1.1 AÇÕES DE INFORMÁTICA 1.1.1 ASSUNTO - PROGRAMAÇÃO DOS OBJETIVOS E METAS 1.1.1.1 INFORMAÇÃO: (015) Programa: 0750 - Apoio Administrativo Ação: 2003 - Ações de Informática Finalidade: Proporcionar recursos relacionados à área de informática que contribuam para manutenção e aperfeiçoamento das atividades desenvolvidas pela Administração Pública Federal. Descrição: Despesas relacionadas com informática, como apoio ao desenvolvimento de serviços técnicos e administrativos; serviços de atendimento e manutenção na área de informática; desenvolvimento de aplicações na área de informática; manutenção de equipamentos de informática; contratação de serviços de qualquer natureza na área de informática (consultoria, infra-estrutura e serviços); locação e aquisição de equipamentos de informática; aquisição de materiais de consumo na área de informática e softwares. Detalhamento da implementação: Direta. Segue tabela contemplando a execução do programa por ação governamental, excluindo o montante gasto com pessoal: TABELA 01 – EXECUÇÃO DA AÇÃO DE GOVERNO AÇÃO GOVERNAMENTAL DESPESAS EXECUTADAS EM 2009 PELA UJ % DAS DESP. EXECUTADAS EM RELAÇÃO AO TOTAL DO PROGRAMA 0750/2003 R$ 447.000,00 7,74% Fonte: Sistema SIAFI

Upload: vuthuy

Post on 12-Jan-2019

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS

Nº 243914 - 2ª PARTE

RELATORIO NR : 243914

UCI 170130 : CONTROLADORIA-REG. DA UNIÃO NO ESTADO DO RJ

EXERCICIO : 2009

UNID CONSOLIDADORA: UFRJ

CODIGO : 153115

MUNICIPIO : RIO DE JANEIRO

UF : RJ

1 APOIO ADMINISTRATIVO

1.1 AÇÕES DE INFORMÁTICA

1.1.1 ASSUNTO - PROGRAMAÇÃO DOS OBJETIVOS E METAS

1.1.1.1 INFORMAÇÃO: (015)

Programa: 0750 - Apoio Administrativo

Ação: 2003 - Ações de Informática

Finalidade: Proporcionar recursos relacionados à área de informática

que contribuam para manutenção e aperfeiçoamento das atividades

desenvolvidas pela Administração Pública Federal.

Descrição: Despesas relacionadas com informática, como apoio ao

desenvolvimento de serviços técnicos e administrativos; serviços de

atendimento e manutenção na área de informática; desenvolvimento de

aplicações na área de informática; manutenção de equipamentos de

informática; contratação de serviços de qualquer natureza na área de

informática (consultoria, infra-estrutura e serviços); locação e

aquisição de equipamentos de informática; aquisição de materiais de

consumo na área de informática e softwares.

Detalhamento da implementação: Direta.

Segue tabela contemplando a execução do programa por ação

governamental, excluindo o montante gasto com pessoal:

TABELA 01 – EXECUÇÃO DA AÇÃO DE GOVERNO

AÇÃO

GOVERNAMENTAL

DESPESAS EXECUTADAS EM

2009 PELA UJ

% DAS DESP. EXECUTADAS EM RELAÇÃO

AO TOTAL DO PROGRAMA

0750/2003 R$ 447.000,00 7,74% Fonte: Sistema SIAFI

Page 2: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

1.1.2 ASSUNTO - PROCESSOS LICITATÓRIOS

1.1.2.1 CONSTATAÇÃO: (018)

Fracionamento de despesas em razão da realização indevida de dispensas

de licitação para aquisição de toner/cartuchos, fundamentadas no

inciso II do artigo 24 da Lei 8.666/93, no valor total de R$ 20.085,64

e da excessiva demora na conclusão do processo licitatório

correspondente.

Verificou-se que, ao longo do exercício de 2009, a UFRJ efetuou

diversas aquisições de toner/cartuchos junto ao mesmo fornecedor,

totalizando R$ 20.085,64 (vinte mil e oitenta e cinco reais e sessenta

e quatro centavos), respaldadas dispensa de licitação, com base

no inciso II do artigo 24 da Lei 8.666/93, que dispõe:

"É dispensável a licitação:

[...]

II- Para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do

limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para

alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a

parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que

possa ser realizada de uma só vez."

Constatamos que as dispensas ora realizadas (568/2009, 485/2009,

52/2009, 161/2009, 217/2009, 240/2009, 369/2009 e 449/2009) não

encontram amparo no citado normativo, tendo em vista que se tratam de

aquisições de um mesmo tipo de produto e que, portanto, deveriam ter

sido feitas mediante procedimento licitatório.

CAUSA:

Deficiências no planejamento, no que se refere à aquisição de

materiais de processamento de dados.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:

O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por meio

do Memorando n.º 101, de 04/03/2010:

"Informamos que foi aberto o processo 010816/2009-45, em março de

2009, visando a aquisição do objeto em tela. Entretanto, devido ao

grande número de itens resultante da aquisição planejada em conjunto

com as unidades componentes da UFRJ, somente em junho/2009 o processo

pode ser encaminhado para os devidos procedimentos visando a licitação

do objeto. Em julho/2009, por exigência da Procuradoria da UFRJ,

conforme fls. 305 dos autos, o processo teve que ser juntado ao

processo 016441/2009-27 da Prefeitura Universitária, além da juntada

da cópia das manifestações das unidades que estavam participando do

procedimento em conjunto à SG-6. Tais exigências foram sanadas no

final de julho/2009, sendo os autos novamente encaminhados à

Procuradoria. Em manifestação ocorrida em agosto/2009 a Procuradoria

da UFRJ proferiu parecer orientando a SG-6 a utilizar do edital e

anexos analisados pela mesma no processo da Prefeitura Universitária

de número 016441/2009-27. Ainda em agosto/2009, foram anexados mais

pedidos de outras unidades, conforme fl. 706 dos autos. Ainda em

agosto/2009, o processo foi novamente encaminhado à Procuradoria, com

o entendimento desta SG-6 de que não haveria como se utilizar o edital

e seus anexos, aprovados pela Procuradoria no processo autuado pela

Prefeitura Universitária (016441/2009-27), conforme instrução em fls.

Page 3: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

715 dos autos. Finalmente, no final de setembro/2009, a Procuradoria

efetuou o parecer final no edital e, após os ajustes necessários

exigidos, foi efetuado o Pregão 34/2009, em 10/11/2009. O citado

Pregão somente foi encerrado em fevereiro/2010, devido à necessidade

de solicitar amostras para análise de qualidade de diversos itens, e

pela quantidade muito grande de itens (204 tipos) devido a

desclassificação de vários fornecedores pela péssima qualidade do

material ofertado e a abertura de prazo para apresentação de novas

amostras pelo menor preço seguinte. Na presente data, o processo

encontra-se na fase de assinatura de atas de registro de preços.

Devido a todos estes fatos, foram efetuadas as dispensas citadas,

visando não permitir prejuízos à instituição ocasionados pela falta

deste tipo de material, atualmente imprescindível ao funcionamento

acadêmico e administrativo desta UFRJ."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:

A aquisição fracionada destes produtos foi indevida, pois os valores

totais foram superiores ao limite para dispensa de licitação,

autorizado pelo artigo 24, inciso II, da Lei n.º 8.666/93. Além disso,

eram passíveis do devido planejamento e realização na modalidade

cabível, pois referem-se a produtos utilizados cotidianamente pela

instituição.

Em que pesem todas as iniciativas tomadas pela Unidade no sentido de

buscar a realização de licitação voltada para a aquisição de

cartuchos, produtos inseridos na categoria "material de processamento

de dados" (subelemento de despesa 17), há que se ressaltar a

morosidade na sua concretização, já que o processo de aquisição teve

início em março de 2009 e até o final do exercício não havia sido

finalizado.

Conforme consta na Lei n.º 8.666/1993 e nos Acórdãos TCU 2761/2008 -

Segunda Câmara e 1386/2005 - Plenário, deve ser evitada a fragmentação

de despesas, caracterizada por aquisições freqüentes dos mesmos

produtos, cujos valores globais excedam o limite previsto para

dispensa de licitação a que se referem os inciso I e II do art. 24 da

Lei 8.666/1993.

RECOMENDAÇÃO: 001

Aprimorar o planejamento, adotando medidas adequadas e suficientes

para evitar a contratação por dispensa de licitação, quando o

procedimento licitatório deva ser utilizado.

RECOMENDAÇÃO: 002

Aprimorar os procedimentos, de modo a agilizar a conclusão dos

processos licitatórios.

2 BRASIL UNIVERSITÁRIO

2.1 FUNCIONAMENTO DE CURSOS DE GRADUAÇÃO

2.1.1 ASSUNTO - PROGRAMAÇÃO DOS OBJETIVOS E METAS

2.1.1.1 INFORMAÇÃO: (012)

Programa: 1073 - Brasil Universitário.

Page 4: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

Ação: 4009 - Funcionamento de Cursos de Graduação.

Produto: Aluno matriculado.

Unidade de Medida: Unidade.

Finalidade: Garantir o funcionamento dos cursos de graduação das

Instituições Federais de Ensino Superior - IFES, formar profissionais

de alta qualificação para atuar nos diferentes setores da sociedade,

capazes de contribuir para o processo de desenvolvimento nacional, com

transferência de conhecimento pautada em regras curriculares.

Descrição: Desenvolvimento de ações para assegurar a manutenção e o

funcionamento dos cursos de graduação nas Instituições Federais de

Ensino Superior, incluindo participação em órgãos colegiados que

congreguem o conjunto das instituições federais de ensino superior,

manutenção de serviços terceirizados, pagamento de serviços públicos e

de pessoal ativo, bem como a manutenção de infra-estrutura física por

meio de obras de pequeno vulto que envolvam ampliação/reforma/

adaptação e aquisição e/ou reposição de materiais, inclusive aqueles

inerentes às pequenas obras, observados os limites da legislação

vigente.

Detalhamento da implementação: Direta.

As Instituições Federais de Ensino Superior recebem recursos da União

e participam com valores inscritos em seus orçamentos próprios,

destinados à manutenção, organização das atividades de ensino,

pesquisa e extensão, que ficam alocadas nesta ação específica.

Segue tabela contemplando a execução do programa por ação

governamental, excluindo o montante gasto com pessoal:

TABELA 02 – EXECUÇÃO DA AÇÃO DE GOVERNO

AÇÃO

GOVERNAMENTAL

DESPESAS EXECUTADAS PELA

UJ EM 2009

% DAS DESP. EXECUTADAS EM RELAÇÃO

AO TOTAL DO PROGRAMA

1073/4009 R$ 102.840.818,17 52,05% Fonte: Sistema SIAFI

2.1.2 ASSUNTO - AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS

2.1.2.1 INFORMAÇÃO: (011)

Segundo informações prestadas pela Divisão de Planejamento, Orçamento

e Gestão, por meio do Memorando n.º 274, de 13/04/2010, "a UFRJ não

atualiza dados no sistema SIGPLAN. Os dados são lançados no Sistema

SIMEC e este faz a exportação dos mesmos para o SIGPLAN."

Foram confrontadas as informações coletadas no relatório de gestão com

as informações pesquisadas por meio dos Sistemas SIAFI, SIMEC e

SIGPLAN. Seguem os valores identificados que, em termos de programação

e execução física e financeira, estão coincidentes.

Page 5: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

TABELA 03 – EXECUÇÃO FÍSICA E FINANCEIRA DOS PROGRAMAS

prog/ação

financeiro físico

previsto liquidado % prog/liq prog. executado % exec/prog.

1073/4009 812.439.593,00 784.622.935,89 96,58% 39001 38826 99,55%

1073/8282 32.967.927,00 32.967.927,00 100,00% 8503 7682 90,34%

0750/2003 450.000,00 447.000,00 99,33% - - -

Fonte: SIMEC.

Todas as ações analisadas tiveram alto percentual de execução, tanto

física, quanto financeira, exceto quanto à ação 0750/2003 que, por

referir-se à realização de despesas relacionadas com informática, como

apoio ao desenvolvimento de serviços técnicos e administrativos e

serviços de atendimento e manutenção na área de informática, não

possui meta física prevista.

2.1.2.2 INFORMAÇÃO: (017)

Verificamos que as metodologias adotadas para os cálculos dos

indicadores seguiram as "Orientações para o Cálculo dos Indicadores de

Gestão" contidas na Decisão TCU n.º 408/2002 - Plenário, versão

revisada em janeiro de 2007.

Segundo informações prestadas pela Divisão de Planejamento, Orçamento

e Gestão, por meio do Memorando n.º 274/2010, de 13/04/2010, a unidade

responsável pelos cálculos e medições dos dados utilizados pelos

indicadores é a Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento (PR-3)

e as fontes de dados primários são o Sistema de Graduação e Pós-

graduação (SIGA), o Sistema de Pessoal (SIRHU) e o Sistema Integrado

de Administração Financeira (SIAFI). Os agentes responsáveis pelo

fornecimento dos dados primários são: Diretor da Divisão de Registro

de Estudantes (DRE); Diretora da Divisão de Ensino de Pós-graduação;

Assessora da Pró-Reitoria de Pessoal; Assessor da Superintendência de

Administração e Finanças e Assessor da Pró-Reitoria de Planejamento e

Desenvolvimento.

Verificamos que as fontes dos dados primários utilizadas para o

cálculo dos indicadores são uniformes e os dados são informados

considerando-se os mesmos parâmetros de unidade e tempo.

Seguem os indicadores e respectivas fórmulas, extraídos do Relatório

de Gestão da UFRJ - 2009, ressaltando que estão de acordo com o

estabelecido na referida Decisão do TCU:

QUADRO 01 – INDICADORES DE GESTÃO 2009

INDICADOR DESCRIÇÃO FÓRMULA VALOR

Custo Corrente/ Aluno Equivalente

Busca medir as despesas correntes por aluno com HUs.

Custo corrente com HU / {AGE + APGTI + ARTI}

15.311,16

Custo Corrente/ Aluno Equivalente

Busca medir as despesas correntes por aluno sem HUs.

Custo corrente sem HU / {AGE + APGTI + ARTI} 13.150,26

Aluno tempo integral/ Professor Equivalentes

Busca medir a eficiência corpo docente em função dos em tempo integral.

{AGTI + APGTI + ARTI} / Prof. Equiv. 13,630

Aluno tempo integral/ Funcionário Equivalentes c/ HUs.

Busca medir a eficiência do corpo técnico administrativo em função dos alunos em tempo integral incluindo HUs.

{AGE + APGTI + ARTI} / Func. Equiv. com HU 5,393

Page 6: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

Alunos tempo integral/ Funcionário Equivalente s/ HUs.

Busca medir a eficiência do corpo técnico administrativo em função dos alunos em tempo integral sem HUs.

{AGE + APGTI + ARTI} / Func. Equiv. sem HU 9,704

Funcionário Equivalente/ Prof Equivalente incluindo HUs

Busca medir a eficiência das ações mediante a relação corpo docente e técnico administrativo com HUs.

Func. Equiv. com HU / Prof. Equiv. 2,527

Funcionário Equivalente/ Prof Equivalente excluindo HUs

Busca medir a eficiência das ações mediante a relação corpo docente e técnico administrativo sem HUs.

Func. Equiv. sem HU / Prof. Equiv. 1,404

Grau de Participação Estudantil

Busca medir a efetividade das ações mediante dos alunos matriculados.

AGTI / AG 0,696

Grau de Envolvimento Discente com Pós-graduação

Busca medir a efetividade das ações mediante participação dos alunos nos cursos de pós-graduação.

APG / {AG + APG} 0,216

Conceito CAPES/ MEC para a pós-graduação

Busca medir a eficácia dos cursos de pós-graduação mediante avaliação obtida.

Σ conceito Pos.grad./ Nº. de Prog. Pos.grad 4,889

Índice de Qualificação do Corpo Docente

Busca a qualidade do corpo docente mediante titulação existente.

{5D + 3M + 2E + G} / {D + M + E + G} 4,497

Taxa de Sucesso na Graduação

Busca medir a efetividade dos alunos diplomados dentro do período previsto.

Nº. diplomados / Nº. alunos Ingressantes 0,728

Fonte: Relatório de Gestão 2009 – UFRJ.

2.1.3 ASSUNTO - RECURSOS EXIGÍVEIS

2.1.3.1 CONSTATAÇÃO: (005)

Existência de saldo, no montante de R$ 16.523.681,00, na conta

Fornecedores por Insuficiência de Créditos do SIAFI, sendo que não foi

procedida a baixa dos créditos quitados.

Conforme verificado na tabela a seguir, extraída do Relatório de

Gestão da UFRJ, os saldos finais identificados na conta contábil

21.211.11.00 (Fornecedores por Insuficiência de Créditos/Recursos)

perfaziam o montante total de R$ 16.523.681,00 (dezesseis milhões,

quinhentos e vinte e três mil, seiscentos e oitenta e um reais), em

31/12/2009.

Page 7: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

TABELA 04 – SALDO NA CONTA FORNECEDORES POR INSUFICIÊNCIA DE CRÉDITOS

Quadro II.A.1 - Conta Contábil 2.1.2.1.1.11.00

Saldo

Doninação CNPJ/CPF Data Valor Data Valor Data Valor Final

153115 33903001 02108881000194  1/1/2009 18.902,00 18.902,00

153115  33903001 42202333000143                                 1/1/2009 112.454,00 112.454,00

153115  33903004 02763978000130                                  1/1/2009 2.124,00 2.124,00

153115  33903004 34597955001323                                   1/1/2009 317.500,00 317.500,00

153115  33903004 67423152000178                                      1/1/2009 17.300,00 17.300,00

153115  33903303 40160558000159                                 1/1/2009 600.000,00 600.000,00

153115  33903702 00032227000119                                  1/1/2009 65.761,00 65.761,00

153115  33903702 02182621000169                                  1/1/2009 866.000,00 866.000,00

153115  33903702 30090575000103                                    1/1/2009 882.525,00 882.525,00

153115  33903702 42778183000110                                  1/1/2009 551.200,00 551.200,00

153115  33903703 02717460000160                                     1/1/2009 934.000,00 934.000,00

153115 33903703 03324481000189                                1/1/2009 478.156,00 478.156,00

153115  33903703 03324949000135                                       1/1/2009 931.050,00 931.050,00

153115  33903901 04101398000103                                       1/1/2009 40.480,00 40.480,00

153115  33903901 40348641000156                                    1/1/2009 4.545,00 4.545,00

153115  33903916 02590254000132                                      1/1/2009 5.731,00 5.731,00

153115  33903916 03202452000144                                      1/1/2009 20.025,00 20.025,00

153115  33903916 05558593000120                                        1/1/2009 7.828,00 7.828,00

153115  33903916 90347840000460                                       1/1/2009 8.070,00 8.070,00

153115  33903917 00771491000174                                      1/1/2009 9.095,00 9.095,00

153115  33903917 00915183000175                                          1/1/2009 1.830,00 1.830,00

153115  33903917 04610121000106                                     1/1/2009 8.075,00 8.075,00

153115 33903917 06353263000160                                       1/1/2009 2.105,00 2.105,00

153115  33903917 07952725000129                                      1/1/2009 1.761,00 1.761,00

153115  33903917 30870695000123                                  1/1/2009 13.025,00 13.025,00

153115  33903917 42321414000162                                    1/1/2009 260,00 260,00

153115  33903943 60444437000146                                 1/1/2009 4.480.535,00 4.480.535,00

153115  33903944 33352394000104                                  1/1/2009 3.355.613,00 3.355.613,00

153115  33903945 33938119000240                                     1/1/2009 47.116,00 47.116,00

153115  33903947 110245                                               1/1/2009 40.000,00 40.000,00

153115  33903958 33000118000179                                  1/1/2009 2.429.369,00 2.429.369,00

153115  33903958 33530486000129                                    1/1/2009 210.615,00 210.615,00

153115  33903963 00482998000108                                      1/1/2009 10.700,00 10.700,00

153115 33903963 07253882000227                                    1/1/2009 42.500,00 42.500,00

153115  33903978 04901025000117                                         1/1/2009 862,00 862,00

153115  33903978 31351489000170                                      1/1/2009 3.143,00 3.143,00

153115  33903983 02865909000138                                     1/1/2009 3.426,00 3.426,00                                                                                                                                                     

16.523.681,00 0,00 0,00 0,00 0,00 16.523.681,00Totais

Credor Inscrição (Saldo Inicial)

Reconhecimento Passivo 2009

Movimento Devedor Movimento CredorUG

Fonte: Relatório de Gestão 2009 – UFRJ.

Estes dados coincidem com os registrados no sistema SIAFI, conforme

consulta realizada no dia 12/04/2010.

Segundo consta na análise crítica integrante do Relatório de Gestão

2009 da UFRJ, os valores foram creditados na referida conta contábil

"em dezembro de 2007 através de estimativa informada pela Divisão de

Contratos da Superintendência Geral de Administração e Finanças a fim

de que efetuássemos as despesas inscritas no exercício seguinte à

conta de Despesas de Exercícios Anteriores".

O relatório informa, ainda, que "a Administração desta IFES até o

momento não procedeu à baixa dos créditos efetivamente quitados até a

presente data, motivo pelo qual já designamos um servidor para análise

e conciliação da conta ora em epígrafe".

Page 8: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

Em entrevista com o responsável pela contabilidade da UFRJ, foi

informado que já foram quitados todos os créditos desta conta, no

entanto a UFRJ ainda não teve condições de efetuar as respectivas

baixas.

CAUSA:

Falta de rotina de conciliação de saldos das contas do SIAFI, pela

Divisão de Contabilidade.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:

Solicitamos que fosse informado o saldo atual por credor e, caso não

fossem coincidentes com aqueles contidos no Relatório de Gestão 2009,

que justificassem o motivo da diferença tanto no relatório quanto no

Sistema SIAFI.

O Diretor da Divisão de Contabilidade assinou documento encaminhado em

resposta, em 15/04/2010, no qual informa que todas as pendências

"foram pagas no início do ano de 2008 e para tanto foram verificadas

as ordens bancárias emitidas para as referidas firmas de acordo com o

CNPJ fornecido."

Apresentou, ainda, uma planilha na qual discrimina as datas e as

contas onde foram feitos esses pagamentos, ressaltando que "eventuais

diferenças apresentadas são decorrentes do fato desses valores terem

sido contabilizados por estimativa."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:

Embora tenham sido quitados os saldos da conta contábil Fornecedores

por Insuficiência de Créditos/Recursos, conforme consulta realizada ao

Sistema SIAFI, até a presente data, os saldos continuam apresentando

os valores citados, totalizando o montante de R$ 16.523.681,00

(dezesseis milhões, quinhentos e vinte e três mil, seiscentos e

oitenta e um reais).

Há que se ressaltar que, conforme informado pela divisão de

contabilidade da UFRJ, as pendências foram pagas no início de 2008, ou

seja, há mais de dois anos, sem que os devidos ajustes tenham sido

lançados no Sistema SIAFI.

RECOMENDAÇÃO: 001

Corrigir os saldos existentes na conta contábil 2.1.2.1.1.11.00 -

Fornecedores por Insuficiência de Créditos/Recursos, a fim de que o

Sistema SIAFI possa retratar com fidedignidade os saldos atuais dos

credores constantes no Relatório de Gestão da UJ.

RECOMENDAÇÃO: 002

Implantar rotina de conciliação contábil das contas do sistema SIAFI,

de modo que os saldos nelas registrados estejam sempre atualizados.

2.1.3.2 CONSTATAÇÃO: (010)

Inscrição de empenhos em restos a pagar não processados, no valor de R

$ 6.499.491,16, referentes ao exercício de 2009, sem respaldo legal.

Verificamos, por meio do sistema SIAFI Gerencial, que o valor total

dos empenhos inscritos em restos a pagar (RP) ao final de 2009 foi de

R$ 254.281.614,70 (duzentos e cinquenta e quatro milhões, duzentos e

Page 9: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

oitenta e um mil, seiscentos e quatorze reais e setenta centavos),

sendo 75,44% processados (R$ 191.838.843,14) e 24,56% não processados

(R$ 62.442.771,56).

A) RP não processados:

Observamos que 41,02% do valor total se refere a empenhos emitidos no

exercício de 2009 (R$ 25.611.777,29) e o restante, a empenhos de

exercícios anteriores (2007 e 2008).

Identificamos alguns empenhos de 2009 que foram inscritos em RP não

processados, embora estejam classificados na natureza de despesa

"DIARIAS - PESSOAL CIVIL":

TABELA 05 – DIÁRIAS INSCRITAS EM RP

Empenho RP não processados (R$)

2009NE000482 914,11

2009NE000688 379,34

2009NE000750 749,25

2009NE000828 141,03

Fonte: Siafi Gerencial

A inscrição de diárias em RP não processados é expressamente vedada

pelo item 2.2.8 da Macrofunção SIAFI 02.03.17 - Restos a Pagar: "2.2.8

- Não serão inscritos em restos a pagar não processados empenhos

referentes a despesas com diárias, ajuda de custo e suprimento de

fundos".

Verificamos, também, que 32,27% do valor total inscrito em RP não

processados (R$ 8.263.899,81) referem-se a empenhos favorecendo o

Banco do Brasil. A distribuição desse valor por natureza de despesa

encontra-se descrita na tabela a seguir:

TABELA 06 – EMPENHOS FAVORECENDO O BB INSCRITOS EM RP NÃO PROCESSADOS

Natureza de Despesa RP não processados (R$)

OUTROS SERVICOS DE TERCEIROS-PESSOA JURIDICA 3.035.835,25

OUTROS SERVICOS DE TERCEIROS – PESSOA FISICA 2.654.384,60

EQUIPAMENTOS E MATERIAL PERMANENTE 1.766.884,42

MATERIAL DE CONSUMO 652.855,48

AUXILIO FINANCEIRO A ESTUDANTES 102.188,00

PASSAGENS E DESPESAS COM LOCOMOCAO 29.412,00

AUXILIO FINANCEIRO A PESQUISADORES 19.200,00

OBRIGACOES TRIBUTARIAS E CONTRIBUTIVAS 3.140,06

Total 8.263.899,81

Fonte: Siafi Gerencial

Selecionamos, para análise, os empenhos a seguir relacionados,

classificados nas quatro naturezas de despesa mais significativas.

Page 10: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

TABELA 07 – AMOSTRA SELECIONADA PARA ANÁLISE

Natureza da despesa Empenho RP não processados (R$)

EQUIPAMENTOS E MATERIAL PERMANENTE 2009NE000801 1.766.884,42

MATERIAL DE CONSUMO 2009NE000922 633.202,00

OUTROS SERVICOS DE TERCEIROS – PESSOA FISICA 2009NE000101 588.853,01

2009NE000736 1.050.300,00

2009NE000876 416.667,00

OUTROS SERVICOS DE TERCEIROS-PESSOA JURIDICA 2009NE000839 261.401,00

2009NE000874 1.500.000,00

2009NE000919 280.000,00

Fonte: Siafi Gerencial

Observamos que, em todos os empenhos enumerados acima, consta como

modalidade de licitação "não se aplica", o que indica que os mesmos

não se encontram respaldados em nenhum processo licitatório.

Observamos, ainda, a incompatibilidade das atividades exercidas pelo

Banco com algumas das naturezas de despesa relacionadas na tabela

acima (Instituições financeiras não costumam fornecer materiais de

consumo/permanentes, além de não serem pessoas físicas).

Conforme informação prestada pelo gestor, dos oito empenhos da amostra

selecionada, sete (2009NE000801, 2009NE000922, 2009NE000736,

2009NE000876, 2009NE000839, 2009NE000874 e 2009NE000919) se referem a

recursos recebidos por meio de transferências voluntárias. Estes

valores foram empenhados em favor do Banco do Brasil, sem respaldo em

licitação nem em contrato, para que fossem mantidos no orçamento da

Universidade e não devolvidos aos órgãos concedentes ao final do

exercício. Portanto, nesses casos, não há qualquer tipo de obrigação

assumida pelo credor (Banco do Brasil).

Ressaltamos que a ilegalidade do empenho dos recursos recebidos por

meio de transferências voluntárias em favor do Banco do Brasil, sem

respaldo em licitação ou contrato, apenas para garantir a permanência

dos mesmos na Universidade, também é objeto de constatação em área

específica deste relatório de auditoria.

O outro empenho (2009NE000101) se refere a prestação de serviços

terceirizados, informalmente, sem respaldo contratual. Nesta situação,

que também é objeto de constatação pela CGU, inclusive em auditorias

de exercícios anteriores, o Banco, que aparece como credor dos

empenhos, participa apenas como um intermediário financeiro, recebendo

os recursos da UFRJ e efetuando os pagamentos às pessoas físicas que

prestam efetivamente os serviços à Universidade. Portanto, neste caso,

novamente, entendemos que não há obrigação assumida pelo credor (Banco

do Brasil).

Diante dos fatos verificados, constatamos que nenhum dos empenhos

selecionados, que favorecem o Banco do Brasil, se enquadra nas

hipóteses autorizadas para inscrição em RP não processados, previstas

no artigo 35 do decreto n.º 93.872/1986:

Page 11: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

"Art . 35. O empenho de despesa não liquidada será considerado anulado

em 31 de dezembro, para todos os fins, salvo quando:

I - vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo

credor, nele estabelecida;

II - vencido o prazo de que trata o item anterior, mas esteja em

cursos a liquidação da despesa, ou seja de interesse da Administração

exigir o cumprimento da obrigação assumida pelo credor;

III - se destinar a atender transferências a instituições públicas ou

privadas;

IV - corresponder a compromissos assumido no exterior."

B) RP processados:

Observamos que 51,98% do valor total inscrito se refere a pagamentos

da folha de pessoal (R$ 99.710.299,62).

Os demais valores inscritos totalizaram R$ 92.128.543,52 (noventa e

dois milhões cento e vinte e oito mil quinhentos e quarenta e três

reais e cinqüenta e dois centavos) e abrangem empenhos de diversos

exercícios, conforme detalhado a seguir:

TABELA 08 – RP PROCESSADOS POR EXERCÍCIO

Exercício RP processados (R$)

2005 4.213.759,98

2006 4.376.968,84

2007 80.827.260,28

2008 41.073,77

2009 2.669.480,65

Total 92.128.543,52

Fonte: Siafi Gerencial

Selecionamos para análise os empenhos emitidos em 2005 e 2006. Não foi

possível identificarmos os motivos para o não pagamento de despesas

empenhadas há mais de 4 anos e já liquidadas, tendo em vista a

ausência de informações por parte da Universidade.

CAUSA:

A Superintendência Geral de Administração e Finanças (SG-6), que tem

por atribuição a administração dos serviços gerais da Universidade, a

fiscalização da execução do orçamento, a distribuição e o controle dos

recursos financeiros, conforme artigo 95A do Estatuto, devido a falhas

em seus controles internos, não cancelou, ao final do exercício de

2009, empenhos relativos a diárias, que acabaram sendo inscritos

automaticamente em restos a pagar no SIAFI.

Além disso, na intenção de manter os créditos orçamentários recebidos

em 2009, provenientes de Instrumentos de Transferência Voluntária de

Recursos, para utilização no exercício seguinte, autorizou o empenho e

a inscrição em restos a pagar, irregularmente, de despesas em favor de

instituição financeira, sem que houvesse qualquer obrigação da UJ com

relação à mesma.

Autorizou, ainda, o empenho de despesas para pagamento de prestadores

Page 12: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

de serviços diretamente pela Universidade sem respaldo contratual e,

posteriormente, a inscrição de empenhos desta natureza em restos a

pagar, sem que as despesas se enquadrassem nas hipóteses autorizadas

pelo Decreto n.º 93.872/1986.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:

Por meio da SA242068/005, de 04/03/2010, solicitamos justificativas

para a inscrição de diárias em RP não processados.

Em resposta, mediante Memorando n.º 128/2010, de 12/03/2010, o

Superintendente Geral de Administração e Finanças se manifestou:

"Quanto aos empenhos inscritos em restos a pagar não processados

informo que os saldos ora em questão referem-se à devoluções /

restituições que ocorreram nos últimos dias do exercícios financeiro,

retornando o saldo para o empenho de origem. À propósito o final do

exercício financeiro de 2009 pudemos registrar um série de

intercorrências, as quais prejudicaram o acompanhamento do fechamento

do exercício, tais como: falta de energia elétrica e rede para fins de

acesso à internet / SIAFI. Entretanto certos de nosso dever e cientes

de todas as orientações que nos foi passada pela Setorial de

Contabilidade do MEC já providenciamos o cancelamento dos empenhos de

diárias inscritos em restos a pagar não processados relacionados nesta

Solicitação de Auditoria."

Mediante SA242068/005, de 04/03/2010, reiterada pela SA242068/011, de

10/03/2010, solicitamos que a UFRJ informasse em qual inciso do artigo

35 do Decreto n.º 93.782/1986 haviam se fundamentado as inscrições em

RP não processados relativas aos oito empenhos supracitados,

apresentasse documentação comprobatória (comprovação da obrigação

assumida pelo credor, contrato firmado que defina o objeto do serviço

a ser prestado/material a ser fornecido e o respectivo prazo,

comprovantes de que a liquidação da despesa está em curso, etc.) e

esclarecesse a ausência de licitação prévia aos respectivos empenhos.

Em resposta, por meio do Memorando n.º 184/2010, de 11/03/2010, o

Diretor da Divisão de Planejamento Orçamento e Gestão da PR-3 se

manifestou:

"[...] informamos que ao emitirmos os empenhos em nome do Banco do

Brasil, entendemos que o inciso 1 do Decreto n.º. 93.872/1986 pudesse

ser entendido como o compromisso dos créditos orçamentários, que foram

descentralizados mediante a assinatura de Termos de Cooperação,

Portarias e/ou outros instrumentos congêneres. Considerando que tais

descentralizações ocorreram, praticamente, no encerramento do

exercício financeiro de 2009, a solução correta talvez fosse a

devolução ao órgão concedente, como fizemos com alguns outros. No

entanto, é um processo doloroso para uma Instituição de Ensino, do

porte da UFRJ, deixar de cumprir com sua missão de Ensino, Pesquisa e

Extensão.

A Universidade, no que diz respeito à aquisição de materiais de

consumo e à contratação de serviços de terceiros - pessoa jurídica,

irá realizar licitação e apropriar a despesa quando da entrega do

material ou da execução do serviço à vencedora do certame licitatório,

cujo pagamento será efetuado através de ordem bancária.

Page 13: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

Quanto aos serviços de terceiros - pessoa física e a aquisição de

equipamentos importados, independentemente do encerramento do

exercício, o empenho é emitido em nome do Banco do Brasil.

No exercício de 2008, a gama de créditos orçamentários devolvidos aos

órgãos vinculados ao Ministério da Educação, que, de acordo com o

estipulado na LOA 2009, seria restituído em 2009, não ocorreu. Esta

IFES perdeu crédito na ordem de R$ 4 milhões."

Mediante SA242068/005, de 04/03/2010, reiterada pela SA242068/011, de

10/03/2010, solicitamos ao gestor que esclarecesse as razões do não

pagamento, até 2010, de despesas liquidadas relativas à folha de

pagamento de pessoal e de despesas empenhadas em 2005 e 2006, também

já liquidadas, que se encontram inscritas em RP processados.

Sobre a folha de pessoal, o Superintendente Geral de Administração e

Finanças se manifestou, mediante Memorando n.º 128/2010, de

12/03/2010:

"Informo que os valores remanescentes a Conta de Pessoal a pagar

212120100 - Saldo em 31/12/2009 deve-se ao fato do registro as

despesas com a folha de pessoal do mês de dezembro/2009, que devido

aos recursos insuficientes para o pagamento na sua totalidade o que

acarretou o pagamento parcial das despesas que couberam no crédito

disponível, na data de 31/12/2009, deixando o saldo restante da

despesa e financeiro, para discutir detalhes com o SPO/MEC que deixou

de repassar cerca de 300.000,00 que corresponde ao montante informado

pelo órgão como sendo o valor a maior em relação ao Mapa de Controle

dos Financeiros para Repasses às Unidades do Ministério da Educação,

para pagamento das folhas de dezembro de 2009. Motivando a perda, ou

não mais autonomia para uso do documento - Atufolha, registrado no

exercício de 2009 e sem autonomia para utilização dentro do exercício

de 2010 ficando a Universidade trabalhando com indicação de ações de

acompanhamento pela Setorial do MEC, liquidando assim todos os

compromissos restantes da Folha de Pessoal de dezembro, ficando esta

diferença parcial do calor indicado na conta de Consignações, ainda a

ser suprida."

A respeito dos empenhos de 2005 e 2006, o Diretor da Divisão de

Planejamento Orçamento e Gestão da PR-3, por meio do Memorando n.º

185/2010, de 11/03/2010, informou:

"[...]informamos que os empenhos enumerados no Anexo II da referida

S.A. não serão pagos, em conformidade com o Decreto n.º 6625/2008, e

por esta razão a Divisão de Contabilidade / SG-6 já providenciou junto

à Divisão Financeira / SG-6 o cancelamento dos mesmos através do

processo, UFRJ, 051821/2008-45, conforme cópias anexas."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:

Considerando que a concessão de diárias não é precedida de nenhum

instrumento de ajuste que defina obrigações a serem cumpridas,

estabelecendo prazo para tal, e que o pagamento de diárias deve ser

prévio ao respectivo deslocamento (artigo 5º do Decreto n.º

5.992/2006), este tipo de despesa não é passível de enquadramento em

nenhuma das hipóteses de inscrição de valores em RP não processados,

Page 14: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

previstas no artigo 35 do Decreto 93.872/1986. Portanto, ao final do

exercício de 2009, os empenhos relativos a diárias, ainda não

liquidados, deveriam ter sido anulados.

O gestor assumiu que a inscrição desses empenhos em RP não processados

foi indevida, ocasionada por falhas no acompanhamento realizado ao

final do exercício, e informou que havia providenciado os respectivos

cancelamentos, regularizando a situação. Verificamos nos sistema SIAFI

que, de fato, os empenhos foram cancelados em janeiro de 2010.

Considerando que a inscrição de diárias em RP não processados é

vedada, em qualquer hipótese, é necessária atenção da Unidade no

sentido de evitar novas ocorrências, mediante implantação de

mecanismos mais eficientes de controle.

No que se refere à inscrição dos empenhos favorecendo o Banco do

Brasil, em RP não processados, observamos que o inciso I do artigo 35

do Decreto n.º 93.872/1986 autoriza a inscrição quando o prazo para

cumprimento da obrigação assumida pelo credor encontra-se vigente ou

quando, vencido este prazo, esteja em curso a liquidação da despesa.

Nos casos analisados por esta equipe, verificamos que sequer havia

obrigação assumida pelo credor (Banco do Brasil) diante da UFRJ,

considerando que o Banco atua apenas como intermediário financeiro

entre a Universidade e os efetivos prestadores de serviço, no caso

da terceirização informal, e, no caso dos recursos recebidos por meio

de Transferências Voluntárias, não possui nenhuma participação na

execução dos objetos avençados, sendo os empenhos emitidos em seu

favor apenas com o intuito de manter os recursos no orçamento da

Universidade para o exercício seguinte. Ressaltamos que os

compromissos assumidos pela UFRJ, nos Instrumentos firmados, são

desta em relação aos órgãos concedentes e não do BB em relação à

Universidade.

Cabe destacar, ainda, que a Lei Orçamentária Anual de 2010 - LOA (Lei

n.º 12.214/2010, de 26/01/2010) autorizou a abertura de créditos

suplementares, no âmbito do Ministério da Educação, para o atendimento

de despesas provenientes de superávit financeiro apurado no balanço

patrimonial da União do exercício de 2009, conforme definido em seu

artigo 4º. Com isso, recursos não utilizados no referido exercício

poderiam ser utilizados em 2010, da forma definida na legislação.

Ressaltamos que tal previsão constava, também, na LOA de 2009 (Lei n.º

11.897/2008).

Quanto à informação prestada pelo gestor, de que os empenhos emitidos

em 2005 e 2006 inscritos em RP processados haviam sido cancelados,

consultamos o sistema SIAFI, em 22/03/2010, e verificamos que não

ocorreu o referido cancelamento.

O Decreto n.º 6.625/2008 que, segundo informação prestada, teria

ensejado o cancelamento dos empenhos, trata da prorrogação do prazo de

validade dos restos a pagar não processados de 2005 e 2006 e os

empenhos questionados pela equipe, embora sejam destes exercícios,

estão inscritos em RP processados.

Ressaltamos que, se os empenhos aqui analisados foram inscritos em RP

Page 15: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

processados, significa que já foram efetivamente liquidados. Portanto,

a obrigação já foi cumprida pelo credor. Diante disso, esses empenhos

não poderiam ser simplesmente cancelados pela Unidade.

Por fim, concluímos que o questionamento efetuado pela equipe, sobre

os motivos do não pagamento de despesas já liquidadas, empenhadas em

2005 e 2006, tendo em vista o longo período decorrido desde a emissão

dos respectivos empenhos, não foi respondido pelo gestor. Com isso,

restou prejudicada a análise da situação.

RECOMENDAÇÃO: 001

Abster-se de inscrever empenhos relativos a diárias em Restos a Pagar

não processados.

RECOMENDAÇÃO: 002

Efetuar inscrições de despesas em Restos a Pagar não processados

somente nos casos enquadráveis em alguma das hipóteses previstas no

artigo 35 do Decreto n.º 93.872/1986.

2.1.4 ASSUNTO - MOVIMENTAÇÃO

2.1.4.1 INFORMAÇÃO: (003)

A Universidade, no item 5.3 do seu Relatório de Gestão, apresentou uma

planilha discriminando o quantitativo de servidores no exercício de

2009, detalhado por cargo (professor, médico, auxiliar administrativo,

nutricionista, etc.), totalizando 12.391 servidores.

Não foi informado, no relatório, se os dados fornecidos se referem aos

servidores de todo o órgão (código 26245) ou apenas da Unidade

Pagadora Principal (UPAG 000.000.006 - PR-4). Embora tenhamos

questionado, por meio da SA242068, de 14/04/2010, esta dúvida não foi

esclarecida.

Ressaltamos que existem, atualmente, dez unidades pagadoras na

Universidade, quais sejam, PR-4, Complexo Hospitalar, Instituto de

Ginecologia, Instituto de Neurologia, Instituto de Psiquiatria, IPPMG,

Instituto de Doenças do Tórax, Hospital Escola São Francisco de Assis,

Maternidade Escola e HUCFF.

Apesar da fragilidade dos dados apresentados, que prejudicou sua

análise, observamos uma inconsistência relevante, que diz respeito ao

número de ocupantes do cargo "PROFESSOR 3 GRAU - SUBSTITUTO".

Verificamos que, no relatório de gestão, consta o quantitativo de 10

professores substitutos, enquanto no SIAPE constam 460, todos

vinculados à UPAG PR-4. A diferença identificada é de 97,83%.

Mediante SA243914/002, de 14/04/2010, questionamos sobre a divergência

detectada.

Por meio de documento encaminhado por correio eletrônico, em

15/04/2010, a Coordenadora de Sistematização de Pessoal da PR-4 se

manifestou:

" Item 5.3

Justificativa da diferença dos totais de Prof. Susbtitutos

Page 16: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

Valores SIAPE - 460

Valores Sistema de Pessoal - SIRHu - 388

Quando foi montado o quadro de Recursos Humanos 2009 não foram

contabilizados os professores substitutos com término de contrato em

31/12/2009. A diferença que ainda permanece é devido ao fato do

sistema interno efetuar o termino de contrato automaticamente

(suspendendo o pagamento no SIAPE). O lançamento do termino no sistema

SIAPE só ocorre com a chegada do processo."

O gestor limitou-se a esclarecer a diferença entre os dados do SIAPE e

do sistema SIRHu (Sistema interno da UFRJ para controle de pessoal),

alegando que os contratos encerrados em 31/12 ainda estavam

registrados no SIAPE, dependendo da chegada dos respectivos processos

para baixa, enquanto no sistema SIRHu tais contratos são excluídos

automaticamente, na ocasião de sua conclusão.

Observamos que o quantitativo de professores substitutos informado no

Relatório de gestão (10), além de não coincidir com o registrado no

SIAPE (460), também não coincide com o registrado no sistema SIRHu

(388).

Efetuamos, ainda, análise da evolução do quantitativo de pessoal da

UFRJ, com base nos dados descritos a seguir, extraídos do sistema

SIAPE:

TABELA 09 – EVOLUÇÃO DO QUADRO DE PESSOAL

Regime Jurídico UPAG 000.000.006 – PR-4 Órgão 26245 – UFRJ

Estatutários (inclusive aposentados)

2007 17.941 17.941

2008 13.814 17.948

2009 14.186 18.262

Celetistas

2007 31 31

2008 25 27

2009 23 25

Natureza especial

2007 136 136

2008 2 134

2009 3 133

Fonte: SIAPE

Observamos que o quantitativo de servidores da UPAG PR-4,

especialmente os ocupantes de cargos estatutários e de natureza

especial, sofreu redução significativa de 2007 para 2008 (23% e

98,53%, respectivamente). No entanto, considerando o órgão como um

todo, não houve a mesma redução, mantendo-se os quantitativos

praticamente estáveis no mesmo período. Observamos, ainda, que os

dados de dezembro de 2007 coincidem para a UPAG PR-4 e para o órgão

26245. Isto porque o que de fato ocorreu não foi a redução do quadro

de pessoal da Universidade. Na realidade, até junho de 2008, apenas

uma UPAG efetuava os pagamentos de pessoal de toda a Universidade

(UPAG 000.000.006 - PR-4). Em julho, os pagamentos dos servidores

lotados nos hospitais vinculados à UFRJ passaram a ser realizados por

UPAGs específicas (foi criada uma UPAG para cada unidade de saúde -

Page 17: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

total de oito UPAGs).

Considerando o órgão como um todo, observamos, entre dezembro de 2008

e dezembro de 2009, um acréscimo de 1,75% no quadro de servidores

estatutários.

Por meio da SA243914/002, de 14/04/2010, questionamos sobre a

existência de concurso público em 2009, tendo em vista esse acréscimo

de servidores.

Por meio de documento encaminhado por correio eletrônico, em

15/04/2010, a Coordenadora de Sistematização de Pessoal da PR-4

informou:

"Houve concurso em 2009 para 397 vagas para técnicos administrativos

em educação sendo que deste total já foram efetivados 376 (Posse) e 21

serão chamados para suprir os que denegriram das vagas.

Segue em anexo copia do edital com os respectivos cargos.

Foram empossados em 2009, 231 novos servidores.

Atualmente temos um total de 85 novos candidatos que serão convocados

para preenchimento dos habilitados que denegriram das vagas."

2.1.4.2 CONSTATAÇÃO: (009)

Continuidade de cessões cujos prazos já se encontram expirados e/ou

cujos órgãos cessionários não estão em dia com a implementação dos

reembolsos devidos.

Durante o exercício de 2009, a Pró-Reitoria de Pessoal reviu sua

rotina para o trâmite processual das cessões de servidores, a fim de

sanar problemas identificados por esta CGU-Regional/RJ na auditoria de

contas de 2008 (Relatório n.º 224784), relativos ao envio das

cobranças de reembolso aos órgãos cessionários e, consequentemente, à

implementação dos mesmos.

Conforme informado mediante Ofício GR n.º 660, de 18/11/2009, a nova

rotina foi implementada em 01/09/2009. Analisamos esta nova rotina,

encaminhada em anexo ao ofício, e verificamos que nela constam as

seguintes atribuições, no que se refere ao controle dos reembolsos:

- Coordenação de Sistematização de Pessoal: Emissão das faturas

mensais de reembolso por cessão de servidores e envio aos órgãos

cessionários, atualização do controle de faturas pagas e informação ao

Gabinete do Reitor sobre o não pagamento, submetendo a este a decisão

sobre a manutenção da cessão do servidor.

- Seção de Movimentação de Pessoal: Verificação das faturas em aberto

e realização de nova cobrança, se for o caso.

Ressaltamos que a rotina apresentada não determina a formalização de

processo para arquivamento dos documentos relacionados ao

acompanhamento dos ressarcimentos (controle, cobrança e comprovação),

nem indica onde e como os mesmos serão armazenados.

Mediante extração de dados realizada por meio do sistema SIAPE-DW,

identificamos que 81 servidores da UFRJ se encontravam cedidos em

dezembro de 2009.

Selecionamos, por amostragem, 3 servidores cedidos ao Governo do

Page 18: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

Estado do Rio de Janeiro (matrículas 0363478, 0363890 e 0361500)e 2

servidores cedidos ao BNDES (matrículas 6307670 e 0361673) para

análise.

Verificamos que, dos 5 servidores selecionados, 4 se encontram cedidos

com ônus ao órgão cessionário (matrículas 0363478, 0363890, 0361500 e

6307670).

Por meio da SA242068/002, de 01/03/2010, solicitamos os documentos

relativos à cessão desses servidores, especialmente aquela relativa

aos reembolsos por parte dos órgãos cessionários, se for o caso, e ao

controle de frequência (Portarias de cessão, memórias de cálculo dos

valores a serem reembolsados mensalmente em 2009, comprovantes dos

referidos reembolsos, comprovantes de frequência, etc.).

A documentação disponibilizada a esta equipe foi a seguinte:

- processos relacionados à autorização e publicação das cessões dos

cinco servidores e às respectivas prorrogações (processos

23123.000070/05-90, 23079.024801/07-84, 23079.021196/04-10,

23123.001352/06-95, 23123.001309/07-19, 23000.000845/09-47,

23000.002685/09-71, 23079.007027/07-65 e 23079.017110/08-14).

- documentos avulsos, não formalizados em processos, relacionados ao

controle de freqüência dos quatro servidores cedidos com ônus. No caso

do servidor de matrícula 361673, cedido sem ônus, embora a UFRJ tenha

solicitado ao órgão cessionário, por meio do Ofício n.º 254/07-PR-4,

de 31/10/2007, o encaminhamento até o quinto dia útil do mês posterior

ao trabalhado da respectiva frequência à Divisão de Pessoal/PR-4, esta

documentação não foi apresentada à equipe da CGU-Regional/RJ.

- faturas de cobrança de reembolso, encaminhadas aos órgãos

cessionários, para os quatro casos de cessão com ônus (documentos

avulsos).

- relações de registros de arrecadação (RA), emitidas por meio da

transação CONRA do SIAFI, cujos recolhedores são os órgãos

cessionários de três (matrículas 0363478, 0361500 e 6307670) dos

quatro servidores cedidos com ônus contidos na amostra selecionada (no

caso da servidora de matrícula 363890, não foi apresentado nenhum

documento relativo aos reembolsos devidos, embora a cessão seja com

ônus).

- Registros de arrecadação detalhados do SIAFI (apenas parte dos

registros que aparecem nas relações supracitadas), os quais não trazem

qualquer informação a respeito do objeto da arrecadação, a não ser o

código do recolhimento, que indica que se tratam de reembolsos por

cessão de servidores, sem identificar quais.

Analisamos os documentos apresentados e constatamos o que segue:

1) Os três servidores cedidos ao Governo do Estado do Rio de Janeiro,

listados a seguir, estão com os prazos de cessão expirados e não

consta, nos processos, nenhum documento que evidencie a prorrogação

desses prazos. Portanto, esses servidores deveriam ter retornado à

UFRJ, o que não ocorreu até março de 2010.

Page 19: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

QUADRO 02 – PRAZOS DE CESSÃO

Matrícula Portaria de cessão

(última prorrogação)

Fim do prazo de cessão

363478 1090 (D.O.U. 14/05/2009) 06/10/2009

363890 1082 (D.O.U. 13/05/2009) 09/11/2009

361500 1536 (D.O.U. 03/07/2008) 03/07/2009

Fonte: processos 23000.002685/09-71, 23079.007027/07-65 e 23079.017110/08-14.

Ressaltamos que, na nova rotina estabelecida para o trâmite processual

das cessões, consta que a Seção de Movimentação de Pessoal teria como

atribuição verificar mensalmente as cessões com encerramento previsto

para os próximos 2 meses, com vistas a acompanhar a prorrogação.

2) Para comprovação do ressarcimento, nos quatro casos de cessão

analisados em que o ônus é do órgão cessionário, foram apresentadas

relações de Registros de Arrecadação (RA) emitidas em 2009, extraídas

por meio do SIAFI, tomando por base o CNPJ do órgão recolhedor

(cessionário), além de faturas emitidas pela UFRJ e encaminhadas aos

órgãos cessionários, efetuando a cobrança dos reembolsos.

Observamos que as faturas apresentadas, relativas à servidora de

matrícula 363890, não possuem comprovação de entrega ao órgão

cessionário.

Verificamos, em diversas ocasiões, que a fatura de cobrança emitida

pela UFRJ abrangia mais de um mês, o que evidencia que o valor a ser

reembolsado não foi apresentado ao cessionário mensalmente (ex: Fatura

n.º 095/2009, de 10/09/2009, cobrando os reembolsos pela cessão da

servidora de matrícula 363890 relativos aos meses de janeiro a agosto

de 2009).

Quanto à implementação efetiva dos reembolsos, verificamos, mediante

consulta ao sistema SIAPE, que não há nenhum Registro de Arrecadação

onde figure como recolhedor o órgão cessionário da servidora de

matrícula 363890 (Secretaria de Saúde e Defesa Civil do Estado do Rio

de Janeiro - CNPJ 42.498.717/0001-55), o que demonstra não ter havido

qualquer reembolso por parte deste órgão à UFRJ em 2009.

Nos outros 3 casos de cessão com ônus (matrículas 0363478, 361500 e

6307670), embora haja vários Registros de Arrecadação, ao longo de

2009, em nome dos respectivos órgãos cessionários, esses documentos

não trazem qualquer referência à cessão objeto dos recolhimentos, ou

seja, não discriminam a que servidor se refere cada valor ressarcido.

Com isso, caso exista mais de um servidor cedido para um mesmo órgão,

não há como distinguir qual RA se refere a cada um.

A ausência de referência, nos Registros de Arrecadação do SIAFI, e de

outros documentos comprobatórios dos reembolsos implementados

impossibilita afirmar com precisão se os órgãos cessionários dos

servidores constantes na amostra analisada estão em dia com suas

obrigações.

Ressaltamos que não foi apresentado nenhum processo onde constasse

Page 20: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

acompanhamento, pela UFRJ, da implementação dos ressarcimentos

relativos a cada servidor.

CAUSA:

O Superintendente Geral de Pessoal, que tem por atribuição a

supervisão da administração de pessoal nos órgãos administrativos e

nas Unidades da UFRJ, conforme artigo 94 do Estatuto, não providenciou

a efetiva aplicação da nova rotina de controle das cessões de pessoal,

elaborada em função de recomendação exarada pela CGU-Regional/RJ, por

parte dos setores envolvidos.

Ademais, verificamos que a referida rotina é deficiente, especialmente

no que se refere à forma de armazenamento dos documentos relacionados

às cessões e aos respectivos reembolsos.

Cumpre ressaltar que o Superintendente é subordinado ao Pró-Reitor de

Pessoal (PR-4), que tem por atribuição auxiliar o Reitor em funções de

direção na área para que for designado, de acordo com o artigo 32 do

Regimento Interno.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:

Mediante SA242068/009, de 09/03/2010, solicitamos esclarecimentos a

respeito da forma de controle realizado sobre os ressarcimentos

implementados pelos órgãos cessionários, nos casos de cessão com ônus,

tendo em vista que a documentação apresentada não era clara quanto aos

valores reembolsados por cada servidor cedido. Solicitamos, ainda,

justificativas para a continuidade das cessões, mesmo após expirados

os respectivos prazos e/ou quando os cessionários não se encontram em

dia com os reembolsos devidos.

Até a conclusão deste relatório, o gestor não havia se manifestado.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:

Embora o gestor tenha afirmado que reviu sua rotina, a partir de

01/09/2009, no que tange ao trâmite dos processos de cessão de

pessoal, tendo em vista a recomendação exarada pela CGU na auditoria

de contas de 2008 (Relatório n.º 224784), observamos que a situação de

descontrole identificada naquela auditoria não se alterou, ou seja,

que a nova rotina estabelecida formalmente não foi aplicada

efetivamente pelos setores envolvidos.

Em 2009, assim como no exercício anterior, o controle realizado sobre

as cessões com ônus foi falho, ocasionando o descumprimento dos

seguintes dispositivos legais, contidos no Decreto n.º 4.050/2001:

"Art. 4º

[...]

§ 1º O valor a ser reembolsado será apresentado mensalmente ao

cessionário pelo cedente, discriminado por parcela remuneratória e

servidor, e o reembolso será efetuado no mês subseqüente.

§2º O descumprimento do disposto no § 1º implicará o término da

cessão, devendo o servidor cedido apresentar-se ao seu órgão de origem

a partir de notificação pessoal expedida pelo órgão ou entidade

cedente.

§ 3º O dirigente máximo do órgão ou entidade cedente é o responsável

pelo cumprimento das determinações contidas nos §§ 1o e 2o.

Page 21: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

[...]

Art. 10. Na hipótese do não reembolso pelos cessionários, os órgãos

ou as entidades cedentes do Poder Executivo Federal deverão adotar as

providências necessárias para o retorno do servidor, mediante

notificação."

Mesmo considerando que a amostra analisada pela equipe é pouco

significativa, a não apresentação de documentos hábeis a comprovar a

implementação dos reembolsos devidos pelos órgãos cessionários dos

servidores selecionados evidencia a ausência de acompanhamento efetivo

desses ressarcimentos. Esse descontrole, inclusive já constatado

anteriormente pela CGU-Regional/RJ, na última auditoria de contas,

ocasiona um risco potencial de prejuízo para os cofres da

Universidade.

Além das falhas no acompanhamento dos reembolsos relativos às cessões

com ônus, identificamos também, no exercício de 2009, desrespeito aos

prazos de cessão definidos nas portarias de autorização e/ou

prorrogação, além de ausência de controle de frequência nos casos de

cessão sem ônus ao cessionário.

Ressaltamos que o controle de frequência é necessário para todos os

servidores, inclusive os cedidos, independente do ônus, conforme

exigência contida no artigo 8º do Decreto n.º 1.590/1995.

RECOMENDAÇÃO: 001

Providenciar a efetiva implementação da nova rotina estabelecida para

o trâmite processual das cessões e incluir na referida rotina

definição sobre a forma de armazenamento dos documentos de controle de

reembolsos e de prazos.

RECOMENDAÇÃO: 002

Orientar os órgãos cessionários, na ocasião das cessões, sobre a

necessidade de solicitar prorrogação, se for o caso, com antecedência

suficiente, de modo que seja possível a autorização da mesma antes de

expirado o prazo concedido.

RECOMENDAÇÃO: 003

Providenciar imediatamente o retorno do servidor à UFRJ, ao final do

prazo estabelecido para a cessão, em caso de não haver prorrogação.

RECOMENDAÇÃO: 004

Apresentar mensalmente ao cessionário o valor a ser reembolsado,

discriminado por parcela remuneratória e servidor.

RECOMENDAÇÃO: 005

Acompanhar a implementação do reembolso por parte do cessionário, que

deverá ser efetuada no mês subsequente à apresentação dos valores

devidos, arquivando os documentos comprobatórios de forma organizada.

RECOMENDAÇÃO: 006

Adotar as providências necessárias para o retorno do servidor,

mediante notificação, nas hipóteses de não reembolso pelos

cessionários nos valores e prazos devidos.

RECOMENDAÇÃO: 007

Page 22: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

Efetuar controle da frequência de todos os servidores cedidos, cujas

remunerações são pagas pela UFRJ, independente do ônus definido na

respectiva cessão.

2.1.5 ASSUNTO - REMUNERAÇÃO, BENEFÍCIOS E VANTAGENS

2.1.5.1 CONSTATAÇÃO: (001)

Identificação de pagamentos indevidos dos adicionais de periculosidade

a 224 servidores e de insalubridade aos 20 servidores analisados

Solicitamos à UFRJ a documentação que respalda o pagamento do

adicional de insalubridade a 20 servidores (matrículas 0397345,

0376990, 0362183, 0372235, 0361000, 0374361, 0360094, 0363126,

0360023, 0364184, 0364848, 0362686, 0362080, 0365622, 0360425,

0362295, 0362233, 1124354, 0363182 e 0369836), que exercem atividades

administrativas e são lotados em setores localizados no prédio da

Administração Central da UFRJ (Reitoria, Pró-Reitorias, etc.).

Quanto ao adicional de periculosidade, selecionamos 5 servidores

aleatoriamente (matrículas 0369657, 1124989, 0363487, 0374111 e

0374367) e requeremos os documentos de concessão do benefício.

Todos os servidores selecionados são pagos pela Unidade Pagadora da

Pró-Reitoria de Pessoal - PR-4 (UPAG 000.000.006), que não abrange os

servidores em exercício nos hospitais vinculados à Universidade.

Em resposta à solicitação de documentação supracitada, o

Superintendente Geral de Pessoal, por meio do Ofício n.º 107/2009 -

PR4, de 26/08/2009, informou:

"Acompanha ao presente ofício, também, a documentação que respalda os

pagamentos de insalubridade-periculosidade (anexo V), enviada pela

Divisão de Saúde do Trabalhador (DVST), dos servidores relacionados na

solicitação de fiscalização."

Anexo ao referido ofício foi encaminhado o Memorando n.º 439/2009,

mediante o qual a Diretora da Divisão de Saúde do Trabalhador (DVST)

apresenta uma relação dos servidores solicitados, detalhando aqueles

que tiveram laudos de concessão dos adicionais em tela localizados em

seus arquivos e aqueles para os quais não fora localizada nenhuma

documentação. Os documentos localizados também foram encaminhados,

anexados ao referido memorando.

a) Adicional de insalubridade:

Segundo o Memorando supracitado, dos vinte servidores beneficiários de

adicional de insalubridade constantes na amostra, apenas seis (30%)

tiveram algum documento localizado na DVST. Para os outros 14, a DVST

informou não ter localizado documento que respaldasse as concessões em

seus arquivos.

O documento mais recente apresentado para cada um dos seis servidores

encontra-se descrito a seguir:

QUADRO 03 – DOCUMENTAÇÃO DE RESPALDO DAS CONCESSÕES DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE

Matrícula Documentação mais recente apresentada à equipe

Page 23: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

361000 Relatório individual sobre insalubridade/periculosidade n.º 01/1997,

emitido pela DVST, que concedeu adicional de insalubridade no percentual

de 10% (grau médio), considerando as atividades de manuseio de processos e

pastas de assentamentos e trabalho com microcomputador, desenvolvidas pelo

servidor à época.

363182 Relatório individual sobre insalubridade/periculosidade n.º 394/2001,

emitido pela DVST, que concedeu adicional de insalubridade no percentual

de 10% (grau médio), considerando as atividades de montagem e gravação de

chapas e impressão off-set e transporte de folhas para cortes na

guilhotina e outros materiais de laboratório, desenvolvidas pelo servidor

à época.

360425 Relatório de condições de insalubridade/periculosidade n.º 5/1996, que

concedeu adicional de insalubridade em grau médio, no qual não consta

descrição das atividades desempenhadas nem do ambiente de trabalho do

servidor. (documento assinado por engenheira não pertencente aos quadros

funcionais da Universidade – CREA 21477-D/RJ)

360094 Relatório individual sobre insalubridade/periculosidade n.º 03/1997,

emitido pela DVST, que concedeu adicional de insalubridade no percentual

de 10% (grau médio), considerando as atividades de pesquisas sobre

legislação, parecer em processos e operação de microcomputador,

desenvolvidas pelo servidor à época.

374361 Relatório individual sobre insalubridade/periculosidade n.º 08/1997,

emitido pela DVST, que concedeu adicional de insalubridade no percentual

de 10% (grau médio), considerando as atividades de manuseio de processos e

documentos em geral, digitação e pesquisas em microcomputador,

desenvolvidas pelo servidor à época.

363126 Relatório de condições de insalubridade/periculosidade n.º 894/1996, que

concedeu adicional de insalubridade em grau médio, considerando as

atividades de lançamento de dados e pesquisas em computador, realizadas

pelo servidor à época, e apontando como principais riscos os problemas

ergonômicos e a iluminação inadequada. (documento assinado por engenheira

não pertencente aos quadros funcionais da Universidade – CREA 21477-D/RJ)

Fonte: Documentação anexada ao Ofício n.º 107/2009 – PR4, de 26/08/2009.

Verificamos que, no caso do servidor de matrícula 363182, embora o

laudo apresentado conceda 10% a título de adicional de insalubridade,

o pagamento no SIAPE está sendo feito no percentual de 20%.

b) Adicional de periculosidade:

Para apenas dois (40%) dos cinco servidores selecionados pela equipe a

DVST localizou documentos de respaldo das concessões. Os documentos

apresentados estão relacionados no quadro abaixo:

QUADRO 04 – DOCUMENTAÇÃO DE RESPALDO DAS CONCESSÕES DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

Matrícula Documentação apresentada à equipe

369657 - Relatório individual sobre insalubridade/periculosidade n.º 069/2000,

emitido pela DVST, que concedeu 10% do referido adicional ao servidor.

- Relatórios de Avaliação de Periculosidade no Ambiente de Trabalho

(RAPATs 105, 106 e 107), emitidos em 2007, apresentando a seguinte

conclusão: “O ambiente, as atividades e operações não se enquadram nos

critérios de Periculosidade, conforme legislação vigente”.

374111 - Relatório de condições de insalubridade/periculosidade n.º 914/1995,

emitido em 10/11/1995, concedendo 30% de adicional de periculosidade ao

servidor.

- Relatórios individual sobre insalubridade/periculosidade n.º 506/1999,

emitido pela DVST, que concedeu 10% de adicional de periculosidade ao

Page 24: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

servidor.

- Relatório de Avaliação de Periculosidade no Ambiente de Trabalho (RAPAT

n.º 069), emitido em 2007, apresentando a seguinte conclusão: “O ambiente,

as atividades e operações não se enquadram nos critérios de

Periculosidade, conforme legislação vigente”.

Fonte: Documentação anexada ao Ofício n.º 107/2009 – PR4, de 26/08/2009.

Observamos que, embora os RAPATs emitidos em 2007 tenham negado a

concessão do benefício aos 2 servidores constantes no quadro acima,

eles continuavam percebendo a rubrica até março de 2010, conforme

fichas financeiras do SIAPE.

Visando esclarecer a situação das concessões dos adicionais de

insalubridade/periculosidade na Universidade, realizamos entrevista

com três servidores da DVST, inclusive o Chefe da Seção de Segurança

do Trabalho (SESST), e obtivemos as seguintes informações/documentos:

- No caso do adicional de periculosidade, foi informado que houve uma

avaliação dos ambientes da Universidade em 2007 devido a determinação

do Tribunal de Contas da União, gerando Relatórios de Avaliação da

Periculosidade no Ambiente de Trabalho (RAPATs). O TCU teria

determinado a verificação das situações enquadráveis ou não no

benefício da periculosidade para 273 servidores, constantes numa

relação nominal que foi disponibilizada a esta equipe (não foi

apresentado nenhum documento de encaminhamento da referida relação à

DVST pelo TCU). A DVST teria procedido, então, à avaliação dos

ambientes de trabalho destes 273 servidores e, ao final do trabalho,

teria constatado que apenas 49 (17,95%) deles realmente faziam jus ao

benefício, sendo os demais indevidos (224 servidores). A relação

destes 49 servidores foi encaminhada à Pró-Reitoria de Pessoal (PR-4),

mediante Memorando n.º 076/07, de 07/08/2007, cuja cópia foi fornecida

a esta equipe da CGU, contendo o despacho de encaminhamento à PR-4,

entretanto sem a comprovação de recebimento pelo referido setor. Cabe

ressaltar que nos foi fornecida, ainda, cópia do Memorando n.º 069/07,

de 20/06/2007, pelo qual a DVST encaminhou à PR-4 diversos RAPATs,

entre eles os três relativos ao servidor de matrícula 369657,

apresentados a esta equipe de auditoria (Destacamos que neste

memorando consta o protocolo de entrega na PR-4 em 20/06/2007);

- Ao longo do trabalho de elaboração dos RAPATs, a DVST identificou 4

servidores constantes na relação apontada pelo TCU que percebiam o

adicional de periculosidade, embora já tivessem falecido (matrículas

376726, 365787, 376045 e 361328). Estes casos teriam sido informados à

Procuradoria da UFRJ/AGU, por meio do Memorando n.º 188/07, de

06/05/2007, cuja cópia foi apresentada a esta equipe mas não continha

a comprovação de entrega àquele órgão;

- A DVST disponibilizou dois documentos emitidos pelo Ministério do

Trabalho, em resposta a consultas formuladas pela UFRJ, nos quais são

esclarecidas dúvidas acerca da concessão de adicional de insalubridade

a servidores que atuam em terminais de microcomputador ou manuseando

documentos. A seguir transcrevemos trechos dos referidos documentos:

"[...] as atividades desenvolvidas em bibliotecas, arquivos de

Page 25: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

documentos e ambientes de trabalho com essas características, embora

possam, em caráter eventual entrar em contato com agentes biológicos

(fungos), não são consideradas como insalubres a luz da legislação

vigente. [...]" (Documento de 31/07/2000, assinado por médico do

Trabalho - Auditor Fiscal do Trabalho da DSST da DRT/RJ)

"[...] vimos informar que não há legislação que trate da concessão do

adicional de insalubridade aos trabalhadores que atuam em terminais de

vídeo-microcomputadores.

A Norma Regulamentadora 17, que trata de ERGONOMIA nos ambientes da

trabalho, em seu subitem 17.4.2 faz algumas referências a

procedimentos técnicos que devem ser adotados visando a diminuição dos

riscos referentes aos trabalhos com digitação, datilografia e

mecanografia, sem contudo estabelecer limites que caracterizem ou não

tal atividade como insalubre.

Assim, podemos inferir que não encontramos qualquer respaldo técnico

ou jurídico que ampare à espécie." (OF/MTb/SSST/GAB/N.º 642/97, de

15/12/1997, assinado pelo Secretário - Adjunto/SSST)

Diante dos fatos apontados, concluímos que, no caso do adicional de

insalubridade, os pagamentos realizados no exercício de 2009 ou não

possuem nenhum respaldo documental ou estão respaldados em documentos

antigos e desatualizados, que, na maior parte dos casos analisados,

consideram insalubres atividades não consideradas como tal atualmente

(ex: manuseio de documentos e utilização de microcomputadores).

Quanto ao adicional de periculosidade, embora a DVST tenha realizado,

em 2007, avaliação dos ambientes de trabalho de 273 servidores,

gerando Relatórios denominados RAPATs, o resultado desta avaliação não

foi efetivamente aplicado pela Pró-Reitoria de Pessoal, que continua

pagando o adicional aos servidores cujas concessões não foram

consideradas devidas pela DVST.

CAUSA:

O Superintendente Geral de Pessoal, que tem por atribuição a

supervisão da administração de pessoal nos órgãos administrativos e

nas Unidades da UFRJ, conforme artigo 94 do Estatuto, não

providenciou, até 2009, a adequação das concessões do adicional de

insalubridade à Orientação Normativa n.º 04/2005, embora o prazo para

tal já tivesse expirado há mais de 3 anos. Quanto às concessões do

adicional de periculosidade, embora a DVST tenha realizado avaliação

em 2007, o Superintendente de Pessoal não aplicou os resultados da

mesma até 2009.

Cumpre ressaltar que o Superintendente é subordinado ao Pró-Reitor de

Pessoal (PR-4), que tem por atribuição auxiliar o Reitor em funções de

direção na área para que for designado, de acordo com o artigo 32 do

Regimento Interno.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:

Ao encaminhar os documentos de concessão dos adicionais de

insalubridade/ periculosidade relativos a parte dos servidores

solicitados pela equipe da CGU-Regional/RJ e constatar a inexistência

de documentos que respaldassem as concessões para outra parte dos

servidores requeridos, o Superintendente Geral de Pessoal informou,

por meio do Ofício n.º 107/2009 - PR4, de 26/08/2009, que tomaria as

Page 26: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

seguintes providências:

"Para aqueles em que a DVST não encontrou laudo que respaldasse a

concessão foi resolvido:

. Abertura de processo administrativo, a partir da solicitação de

fiscalização, para que os servidores sejam notificados do procedimento

e para, no prazo de 10 (dez) dias, apresentarem documentação que

suporte o pagamento do referido adicional;

. Ao final do prazo, aqueles que não apresentarem documentação, terão

o pagamento do adicional suspenso;

. Para os que apresentarem, a mesma será encaminhada a DVST para

análise e pronunciamento."

Mediante SA235319/001, de 16/11/2009, reiterada pela SA235319/005, de

24/11/2009, solicitamos que a Universidade informasse se o processo

administrativo supracitado havia sido instaurado, o disponibilizasse

para análise da equipe, justificasse os pagamentos do adicional de

insalubridade sem respaldo documental ou com base em laudos antigos e

desatualizados, além da continuidade de pagamento de adicional de

periculosidade para servidores que tiveram as concessões negadas em

avaliação feita pela DVST em 2007.

Até março de 2010 o gestor não se manifestou acerca destes

questionamentos.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:

Verificamos que, mediante um documento datado de 26/08/2009, o

Superintendente de Pessoal requereu à Secretaria da PR-4 a abertura do

processo administrativo mencionado no Ofício n.º 107/2009. Anexos a

este documento constavam os RAPATs 099, 113, 114 e 080/2007, relativos

aos ambientes de trabalho dos servidores de matrículas 374367 e

1124989, beneficiários do adicional de periculosidade, para os quais

não havia sido apresentado documento que respaldasse as concessões.

Tais documentos, elaborados há mais de dois anos, também negam a

concessão do adicional aos referidos servidores, assim como acontecera

nos outros dois casos já analisados pela equipe da CGU-Regional/RJ.

Embora tenhamos solicitado o processo citado administrativo para

análise, o mesmo não foi apresentado até março de 2010.

Destacamos que, até o exercício de 2009, o normativo que regulamentava

as concessões dos adicionais em tela era a Orientação Normativa SRH/MP

n.º 04/2005, que estabelecia: "a caracterização da insalubridade e

periculosidade será efetivada por meio de avaliação ambiental do local

de trabalho, com expedição de laudo de avaliação ambiental" e "os

adicionais de que trata esta Orientação Normativa deverão ser

concedidos à vista de portaria de localização do servidor no ambiente

periciado ou portaria de designação para executar atividade já objeto

de perícia".

O artigo 10º, §2º, do citado normativo determinava, ainda, que as

regras nele estabelecidas deveriam ser aplicadas pelas Unidades até

240 dias após sua publicação, ocorrida em 14/07/2005. Embora este

prazo já tivesse expirado há mais de três anos, a UFRJ ainda não havia

se adequado ao estabelecido no referido normativo até o final do

exercício de 2009.

Page 27: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

Em 2010, foi publicada a Orientação Normativa SRH/MP n.º 02/2010,

revogando a ON n.º 04/2005, estabelecendo, em seu artigo 7º, que "a

caracterização e a justificativa para concessão de adicionais de

insalubridade e periculosidade aos servidores da Administração Pública

Federal direta, autárquica e fundacional, quando houver exposição

permanente ou habitual a agentes físicos ou químicos, dar-se-ão por

meio de laudo técnico elaborado nos limites de tolerância mensurados,

nos termos das Normas Regulamentadoras n.º 15 e nos critérios da Norma

Reguladora n.º 16, previstas na Portaria do Ministério do Trabalho e

Emprego n.º 3.214, de 08 de junho de 1978, bem como o estabelecido nos

Anexos II e III desta Orientação Normativa".

Para regularizar a situação das concessões do adicional de

insalubridade na Universidade, é necessário que sejam envidados

esforços no sentido de elaborar os Laudos Técnicos exigidos pela

Orientação Normativa SRH/MP n.º 02/2010, que vigora atualmente. O alto

percentual de servidores para os quais não foi localizada nenhuma

documentação de respaldo do adicional e o grande número de concessões

baseadas em atividades não consideradas insalubres atualmente

(conforme posicionamento do Ministério do Trabalho, NR-15, NR-16 e

Orientações Normativas emitidas pela SRH/MP) demonstram que a

realização de uma avaliação atualizada ocasionaria redução

significativa do número de servidores beneficiários e,

consequentemente, das despesas da Unidade.

No caso das concessões do adicional de periculosidade, embora em um

primeiro momento só tenham sido apresentados os RAPATs relativos a 2

servidores requeridos, posteriormente localizamos os RAPATs de outros

2 servidores, restando pendente a verificação do RAPAT relativo a

apenas 1 servidor. Nos quatro casos analisados, embora os Relatórios

emitidos em 2007 (há mais de dois anos) concluam pelo não

enquadramento dos servidores nos requisitos necessários à concessão do

benefício, todos continuam percebendo o adicional em suas fichas

financeiras em março de 2010.

Portanto, o resultado das avaliações realizadas mais recentemente,

consubstanciado nos RAPATs, não está sendo efetivamente aplicado pela

Superintendência Geral de Pessoal. Considerando a informação prestada

pela DVST, observamos que sua efetiva aplicação reduziria de 273 para

49 o número de servidores beneficiários do adicional no exercício de

2007. Considerando que já se passaram mais de 2 anos desde a

elaboração dos RAPATs, é necessária a atualização dos mesmos e a

adequação, do ponto de vista formal, à regras estabelecidas na ON n.º

02/2010, atualmente vigente, que prevê a emissão de laudos técnicos.

Destacamos que a despesa relacionada aos dois adicionais em tela é

bastante significativa, assim como o número de servidores

beneficiários. No mês de dezembro de 2009, considerando apenas a UPAG

000.000.006 - PR-4 que, conforme mencionado anteriormente, não inclui

servidores lotados nos hospitais, 195 servidores da perceberam o

adicional de periculosidade e 3.157, o de insalubridade. O total de

beneficiários dos dois adicionais somados (3.352 servidores)

corresponde a 41,45% do total de servidores ativos da Unidade Pagadora

no mesmo mês (8.048 servidores). Financeiramente, os dois adicionais

juntos totalizaram, no exercício de 2009, o montante de R$

Page 28: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

11.403.811,26 (onze milhões, quatrocentos e três mil, oitocentos e

onze reais e vinte e seis centavos).

Além de regularizar a situação das concessões, é importante que a

Universidade as mantenha sob controle, atualizando-as sempre que

cessar o risco ou o servidor for afastado do local ou atividade que

deu origem à concessão, conforme preceitua o artigo 10º da ON SRH/MP

n.º 02/2010. Lembrando que cabe à área de recursos humanos realizar a

atualização permanente dos servidores que fazem jus aos adicionais no

respectivo módulo do SIAPENet, conforme movimentação de pessoal.

Com relação à providência informada pelo Superintendente, que consiste

na abertura de processo administrativo relacionado aos servidores

apontados pela CGU-Regional/RJ e notificação para que eles apresentem

os documentos que respaldam as concessões, consideramos insuficiente

para a regularização da situação.

Inicialmente, cabe destacar que os documentos respaldatórios das

concessões (laudos) deveriam estar arquivados nos controles da

Universidade, não tendo o servidor qualquer obrigação de tê-los sob

sua guarda.

Ademais, para a regularização da situação aqui apontada, não seria

suficiente suspender o adicional apenas dos servidores constantes na

amostra requerida que não tiveram documentação de respaldo das

concessões localizada na DVST, tendo em vista que, mesmo para aqueles

que tiveram documentos localizados, constatamos que as concessões

encontram-se em desacordo com a legislação. Ademais, a amostra aqui

analisada é inexpressiva em comparação com o total de beneficiários

dos adicionais de insalubridade e periculosidade existentes na UFRJ e

a situação identificada nesta análise evidencia que o problema não é

pontual. É necessária, portanto, a atualização dos documentos

respaldatórios das concessões dos adicionais de insalubridade e

periculosidade a todos os servidores da Universidade, de modo a

adequá-los ao estabelecido na legislação vigente.

Salientamos que, nos mesmos ambientes de trabalho onde foram

selecionados os servidores constantes na amostra (localizados no

edifício onde se situam a Reitoria e as Pró-Reitorias), existem vários

outros servidores percebendo os adicionais aqui verificados, inclusive

detentores de cargos comissionados.

RECOMENDAÇÃO: 001

Suspender o pagamento do adicional de insalubridade a todos os

servidores cujas concessões não se encontram respaldadas nos

documentos exigidos pela legislação vigente.

RECOMENDAÇÃO: 002

Providenciar a elaboração, por profissional competente, dos laudo

técnicos necessários à caracterização de insalubridade dos ambientes

de trabalho ou das atividades desempenhadas pelos servidores da

Universidade, concedendo o adicional apenas àqueles que fizerem jus ao

benefício, conforme determinam os artigos 7º e 8º da Orientação

Normativa SRH/MP n.º 02/2010.

RECOMENDAÇÃO: 003

Page 29: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

Suspender imediatamente os pagamentos do adicional de periculosidade

aos 224 servidores que não fazem jus ao benefício, segundo avaliação

elaborada pela DVST em 2007 (RAPATs).

RECOMENDAÇÃO: 004

Atualizar e adequar, do ponto de vista formal, a documentação de

concessão do adicional de periculosidade, consubstanciada atualmente

em documentos denominados RAPATs, ao estabelecido na Orientação

Normativa n.º 02/2010.

RECOMENDAÇÃO: 005

Manter atualizadas as concessões dos adicionais de insalubridade e

periculosidade, suspendendo-as sempre que cessar o risco ou o servidor

for afastado do local ou atividade que deu origem à concessão,

conforme preceitua o artigo 10º da ON SRH/MP n.º 02/2010.

RECOMENDAÇÃO: 006

Providenciar o ressarcimento dos valores pagos indevidamente aos

servidores que perceberam os adicionais de insalubridade e

periculosidade sem que fizessem jus a tais benefícios.

2.1.5.2 CONSTATAÇÃO: (004)

Descumprimento do prazo para cadastramento, no sistema SISAC, dos atos

de admissão de pessoal, concessão de aposentadoria e pensão.

Embora o prazo estabelecido no artigo 7º da Instrução Normativa TCU

n.º 55/2007, para cadastramento de atos no sistema SISAC, seja de 60

dias, contados da data da publicação ou, em sendo esta dispensada, da

data de assinatura do ato, nos casos de aposentadoria e pensão, e da

data do efetivo exercício do interessado, nos casos de admissão de

pessoal, constatamos que a UFRJ não vem cumprindo esta determinação.

Identificamos 64 atos de admissão, 119 de concessão de aposentadoria e

110 de pensão, relativos ao período de janeiro a outubro de 2009, que

não haviam sido cadastrados no sistema até o final do respectivo

exercício, quando o prazo de 60 dias se esgotou.

Ressaltamos que, na auditoria de gestão 2008 (Relatório n.º 224784),

já haviam sido identificados 2.502 atos não cadastrados na SISAC entre

2000 e 2008.

CAUSA:

O Superintendente Geral de Pessoal, que tem por atribuição a

supervisão da administração de pessoal nos órgãos administrativos e

nas Unidades da UFRJ, conforme artigo 94 do Estatuto, não providenciou

o cadastramento tempestivo dos atos de aposentadoria, pensão e

admissão no sistema SISAC, embora a CGU-Regional/RJ tenha emitido

recomendação neste sentido na última auditoria de contas, quando foi

constatado que tal falha ocorre desde 2000.

Cumpre ressaltar que o Superintendente é subordinado ao Pró-Reitor de

Pessoal (PR-4), que tem por atribuição auxiliar o Reitor em funções de

direção na área para que for designado, de acordo com o artigo 32 do

Regimento Interno.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:

Por meio da SA242068/002, de 01/03/2010, reiterada pela SA242068/006,

de 04/03/2010, solicitamos justificativas para a ausência de

Page 30: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

cadastramento dos atos identificados, relativos a 2009, embora o prazo

de 60 dias já se encontrasse expirado.

Até a conclusão deste relatório, o gestor não havia se manifestado.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:

O descumprimento, pela UFRJ, do prazo de cadastramento de atos no

SISAC, estabelecido na IN TCU n.º 55/2007, trata-se de um problema

sistemático da Universidade, que ocorre há pelo menos 10 anos, desde

2000. Todo este período de atraso nos lançamentos ocasionou o acúmulo

de grande número de atos não registrados, a ser regularizado pela

Universidade.

A ausência de lançamento das fichas de aposentadoria e pensão no

sistema SISAC impossibilita a análise dos processos de concessão pela

CGU, visando a emissão de parecer e o encaminhamento para julgamento

pelo Tribunal de Contas da União.

RECOMENDAÇÃO: 001

Providenciar o cadastramento no SISAC dos atos de admissão,

aposentadoria e pensão pendentes.

RECOMENDAÇÃO: 002

Estabelecer rotina interna que determine os responsáveis pelo

cadastramento tempestivo dos atos de admissão, aposentadoria e pensão

no sistema SISAC, de modo que seja sempre respeitado o prazo

estabelecido pelo TCU, evitando o acúmulo de atos pendentes de

lançamento.

2.1.6 ASSUNTO - PROCESSOS LICITATÓRIOS

2.1.6.1 CONSTATAÇÃO: (002)

Manutenção de procedimento irregular, já apontado na auditoria de

contas de 2007, quanto à utilização informal de mão-de-obra,

totalizando, em junho de 2009, 562 casos, agravado pela identificação

de ocorrências de prestadores de serviço exercendo funções previstas

no Plano de Cargos da Unidade, caracterizando burla ao concurso

público, pela ausência de procedimento formal de seleção e, em alguns

casos, com pagamento de salário em valor superior ao pago a

servidores concursados.

Na auditoria de contas de 2007, realizada no primeiro semestre de

2008, havia sido constatada a utilização indevida de prestadores de

serviço informais pela UFRJ (Relatório n.º 208463).

Naquela ocasião, foram selecionados para análise três setores da UG

principal da UFRJ (UG 153115), quais sejam, Gabinete do Reitor,

Prefeitura Universitária e Superintendência Geral de Administração e

Finanças (SG-6), que faziam uso deste tipo de mão-de-obra.

Identificou-se, à época, que a contratação dos prestadores de serviços

chamados "temporários" não se enquadrava na legislação vigente.

Observamos que uma parte desses prestadores de serviço exercia

atividades inerentes a cargos existentes no Plano de Cargos da

Entidade, que não seriam passíveis de execução indireta, conforme

vedação contida no Decreto n.º 2.271/1997 (ex: jornalista, arquiteto,

engenheiro, assistente social, etc.) . Nesses casos a contratação de

Page 31: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

terceirizados configurava fuga ao concurso público. Outra parte dos

"temporários" exercia atividades acessórias ou inerentes a cargos

extintos/ em extinção (ex: carpinteiro, motorista, pintor, etc.), cuja

execução indireta, embora autorizada pela Decreto n.º 2.271/1997,

deveria ser precedida do devido processo licitatório, o que não

acontecia na UFRJ, já que a seleção dos terceirizados se dava por meio

de entrevista e/ou análise de currículo.

Além disso, identificou-se que os terceirizados não possuíam sequer

contrato firmado com a Universidade, embora exercessem suas funções de

forma continuada, caracterizando vínculo de trabalho contínuo. O

pagamento destes prestadores de serviço se dava por meio do Banco do

Brasil, que era o beneficiário das ordens bancárias geradas no SIAFI.

Após constatar os fatos descritos, foi recomendada a suspensão

imediata da utilização da terceirização informal de serviços, além da

implementação de ações junto ao MEC e MPOG para a realização de

concursos públicos e, nos casos em que a execução indireta é

autorizada pela legislação, a realização de procedimento licitatório

para a contratação de empresa prestadora de serviço. Cabe ressaltar

que, ainda durante os trabalhos daquela Auditoria de Contas de 2007,

foi instaurado o processo administrativo n.º 23079.041262/2007-48,

solicitando a contratação de empresa especializada em terceirização de

serviços nas áreas de apoio técnico e atividades auxiliares, por meio

da realização de pregão eletrônico.

Visando a verificar a situação da contratação de "temporários" na UFRJ

no exercício de 2009, solicitamos informações que nos foram

apresentadas por meio de uma planilha anexada ao Ofício n.º 166/2009,

de 20/10/2009 (Relação nominal dos prestadores de serviços

"temporários" para cada lotação, em junho de 2009; Atividade

desempenhada; Período; Valores mensais pagos; Forma de

seleção/contratação).

O quantitativo de "temporários", por lotação, em junho de 2009,

informado pela UFRJ na referida planilha, está descrito no quadro a

seguir:

QUADRO 05 – QUANTIDADE DE PRESTADORES DE SERVIÇO “TEMPORÁRIOS” POR LOTAÇÃO.

LOTAÇÃO Quant LOTAÇÃO Quant

PREFEITURA UNIV. 160 NCE 4

GABINETE DO REITOR 39 PR-3 4

UFRJMAR 38 SG-6 – GRAFICA 4

PR-3 PLANO DIRETOR 36 DGDI 3

CT – DSG 30 PR-2 3

CT – ESCOLA DE PESCADORES 28 ETU 2

CT 24 GABINETE DO REITOR - SCRI 2

PR-1 – VESTIBULAR 22 PACC 2

COLÉGIO DE APLICAÇÃO – CAP 21 PROCURADORIA 2

PR-5 16 SG-6 - ALMOXARIFADO 2

MUSEU NACIONAL 15 SG-6 - TRANSPORTE 2

CFCH – NEPP 11 BIOFÍSICA 1

Page 32: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

SG-6 11 CPPD 1

CT – INTERDISCIPLINAR 10 EBA 1

CT – POLO NÁUTICO 10 FAC. LETRAS 1

CASA DA CIÊNCIA 9 FACULDADE DE MEDICINA 1

IFCS 9 FAU 1

IPPUR 7 FCC 1

ESC. EDUCAÇÃO FÍSICA 6 HU 1

PR-1 6 IPPMG 1

NUTRIÇÃO 5 MATEMÁTICA 1

COPPE SCIRE 4 PR-4 1

ECONOMIA 4 TOTAL 562

Fonte: Planilha encaminhada pela UFRJ, anexa ao ofício n.º 166/2009 (quantitativo de junho de 2009).

Diante dos dados fornecidos na planilha supracitada, verificamos que a

Universidade não só continua utilizando mão-de-obra informal nos

setores onde já utilizava na auditoria anterior (Gabinete do Reitor,

Prefeitura Universitária, SG-6, etc.), como também passou a adotar

este tipo de prestação de serviço em outros setores da Universidade,

tais como "Plano Diretor" e "UFRJ Mar". As informações apresentadas

comprovam, ainda, que a seleção dos "temporários" continua ocorrendo

por análise de currículo e/ou entrevista.

A relação das ordens bancárias (OBs) na classificação 3.33.90.36.35,

extraída por meio do SIAFI Gerencial, permite verificar que o

pagamento dos terceirizados supracitados continua sendo feito por meio

do Banco do Brasil (mais de 95% das OBs emitidas pela UG 153115 na

referida classificação contábil tem a instituição financeira como

favorecida, totalizando, no exercício de 2009, R$ 16.367.070,91).

Observamos, ainda, que diversas outras Unidades Gestoras da UFRJ, além

da principal, efetuaram pagamentos de prestação de serviços na

classificação 3.33.90.36.35, mas emitiram as Ordens Bancárias

diretamente em favor das pessoas físicas. Destas, a Unidade com maior

valor pago no exercício de 2009 foi o Fórum de Ciência e Cultura - FCC

(UG 153161), que alcançou o montante de R$ 306.252,93 (trezentos e

seis mil duzentos e cinqüenta e dois reais e noventa e três centavos).

Selecionamos para análise, nesta auditoria, os seguintes prestadores

de serviços:

- Prestadores de serviços da UG 153115, lotados no "Vestibular", no

"Plano Diretor" e no "UFRJ Mar" (não analisadas na auditoria de Contas

de 2007), cujos pagamentos são feitos com intermédio do Banco do

Brasil (situação análoga à constatada na auditoria anterior);

- Prestadores de Serviços pagos pela UG 153161, sem intermediação de

instituição financeira, mediante OBs que favorecem diretamente as

pessoas físicas envolvidas.

Obtivemos os seguintes resultados:

A) UG 153115:

Page 33: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

Conforme planilha apresentada, verificamos que os 38 prestadores de

serviço lotados no "UFRJ MAR" exercem a atividade de

professor/pesquisador, alguns iniciando no segundo semestre de 2008 e

a maior parte no início de 2009. No caso dos 36 terceirizados lotados

no "Plano Diretor", as atividades desenvolvidas estão relacionadas à

área de engenharia, arquitetura e paisagismo. A atuação de cada um

desses prestadores de serviços tem duração de três meses. Quanto aos

22 prestadores de serviço do "Vestibular", as atividades, exercidas,

na maior parte dos casos desde 2003, são variadas (almoxarife,

auxiliar de almoxarifado, recepcionista, auxiliar de processamento de

dados, secretária, contínuo e auxiliar operacional de serviços

diversos).

Solicitamos os documentos que respaldaram os pagamentos efetuados aos

prestadores de serviço das três lotações selecionadas, relativos aos

meses de junho, julho e agosto de 2009. A documentação requerida foi

apresentada, constituindo-se de:

a) ofícios/memorandos por meio dos quais os responsáveis por cada um

dos setores interessados encaminham à SG-6 os dados para os pagamentos

dos respectivos terceirizados.

b) documentos denominados "resumo da folha de pagamento", emitidos

pela SG-6, mediante os quais o Superintendente autoriza os pagamentos

solicitados. No caso do vestibular, há, também, a anuência da Pró-

Reitoria de Graduação (PR-1) e no caso do Plano Diretor, a da Pró-

Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento (PR-3).

Nos documentos apresentados não constam informações acerca das

atividades exercidas pelos terceirizados, carga horária, etc.,

constando apenas os dados para o pagamento, tais como, nome, CPF,

Conta bancária, valor a ser pago, etc.

B) UG 153161:

Diferente do que ocorre na UG 153115, as ordens bancárias da UG 153161

são emitidas mensalmente em nome das próprias pessoas físicas que

prestam os serviços, respaldadas em Notas de Empenho por "dispensa de

licitação".

Solicitamos os processos 3683/2009-23 e 30713/2009-65, relativos aos

pagamentos desses terceirizados nos meses de janeiro, fevereiro,

março, julho, agosto e setembro. Constatamos que a contratação dos

prestadores de serviço ocorre de forma continuada, sem vínculo

empregatício, para exercer atividades de zelador, gerente de livraria,

vendedor, telefonista, assistente de produção, entre outras.

De janeiro a novembro de 2009, foram efetuados pagamentos desta

natureza a 22 pessoas físicas distintas, tendo 16 delas recebido

pagamentos em todos os meses do período analisado, caracterizando a

continuidade da prestação dos serviços.

Nos documentos de aprovação dos pagamentos, anexados aos processos

analisados, embora conste o nome da Coordenadora do FCC como

signatária, não consta a respectiva assinatura. O mesmo ocorre com os

recibos dos prestadores de serviço anexados aos processos de forma

Page 34: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

apócrifa.

Não localizamos nos processos documentos relacionados à realização de

dispensas de licitação, conforme informado nas notas de empenho que

respaldaram a emissão das ordens bancárias. Ressalte-se que, neste

caso, não caberia dispensa de licitação com base no inciso II do

artigo 24 da Lei n.º 8.666/93, já que os pagamentos mensais se referem

a parcelas de um mesmo serviço e, considerando o valor total anual,

ultrapassaram o limite estipulado pelo citado normativo.

Embora a prestação de serviços se dê sem vínculo empregatício,

conforme consta nos requerimentos de abertura dos dois processos

analisados, os pagamentos efetuados sofrem desconto de 11%, a título

de contribuição previdenciária.

CAUSA:

O Reitor, mesmo após ter sua gestão ressalvada pela CGU-Regional/RJ,

nas contas de 2007, devido a utilização de prestação de serviços

informal, continuou adotando tal prática.

Ressaltamos que, em parte dos casos analisados nesta auditoria (Plano

Diretor e UFRJ MAR), poderia ter sido utilizada a contratação

temporária prevista na Lei n.º 8.745/1993 para regularizar a situação.

A Superintendência de Administração e Finanças (SG-6), que tem por

atribuição a administração dos serviços gerais da Universidade,

conforme artigo 95A do Estatuto, embora tenha instaurado processo em

2007 para realização de pregão, visando a contratação da prestação dos

serviços passíveis de terceirização para as Unidades da UFRJ, não

concluiu a licitação até o final do exercício de 2009, visto que houve

impugnação do edital do certame e morosidade na adequação do mesmo

para continuidade do processo.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:

Por meio da SA235319/003, de 19/11/2009, solicitamos justificativas

para a continuidade da utilização de prestadores de serviços informais

na Universidade, contrariando os dispositivos legais que regem a

matéria.

Em reposta, mediante Memorando n.º 909, de 23/11/2009, o

Superintendente Geral de Administração e Finanças se pronunciou:

"A UFRJ não está medindo esforços para sanear este apontamento.

Estamos tentando licitar uma empresa que será responsável pela

contratação do pessoal terceirizado principalmente os cargos extintos

através do processo 41262/2007-48. Ocorre que infelizmente a licitação

foi revogada pela impugnação apresentada por uma das empresas

participantes devido a não adequação do edital às novas exigências

impostas pela IN 03/2009 do MPOG. Outra medida tomada pela SG-6 foi a

dispensa de parte deste contingente, sendo mantidos somente os

prestadores de serviço ligados a projetos e ou serviços

imprescindíveis ou ligados ao projeto de expansão da Universidade

(REUNI / Implementação de novos pólos no interior do estado). Parte

destes, que foram mantidos, estão sendo contratados em caráter

eventual, pelo prazo máximo de 03 (três) meses."

Page 35: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

O Coordenador do Núcleo UFRJMAR apresentou esclarecimentos sobre o

assunto, por meio de documento s/n, anexado ao memorando supracitado:

"[...]A maior parcela dos profissionais incluídos na lista em anexos

estão atuando no programa Instituto Politécnico da UFRJ, que constitui

uma resposta inovadora às demandas expressas pelas prefeituras

municipais de Macaé e Cabo Frio. Tais demandas se expressam em

programas de qualificação de professores e oferta de educação

integral, em tempo integral, fundada nos princípios da educação pelo

trabalho e da politecnia. O programa realiza ações em duas escolas

administradas em convênios. A primeira é a Escola Municipal de

Pescadores administrada em convênio com a Secretaria Municipal de

Educação de Macaé, que oferece disciplinas de 6° ano ao 9° ano do

ensino básico para cerca de 300 alunos com orientação para educação

para o trabalho e mais 250 em programas de educação de jovens e

adultos. A segunda é o Instituto Politécnico da UFRJ em Cabo Frio/

Escola Estadual da Praia do Siqueira administrada em convênios com a

Secretaria Municipal de Educação de Cabo Frio e com a Secretaria

Estadual de Educação.

[...]

As escolas do programa têm equipes de orientadores, professores do

quadro da UFRJ e de coordenadores e supervisores, que, por enquanto

ainda são contratados como prestadores. No entanto, o programa está em

fase de institucionalização e a UFRJ solicitou ao MEC, através da

Secretaria de Ensino Técnico e Tecnológico, vagas de docentes para

estas posições. Também, como parte do esforço de institucionalização,

está sendo criado um novo órgão suplementar - o NIDES - Núcleo

Interdisciplinar para o Desenvolvimento Tecnológico. O projeto de

criação já foi aprovado pelo Conselho de Coordenação do Centro de

Tecnologia e pela comissão de Desenvolvimento do Conselho

Universitário. A votação no pleno do Conselho Universitário deve ser

realizada nas próximas semanas.

Os professores/pesquisadores que atuam no programa foram todos

selecionados por concurso público que consiste de prova escrita, curso

de 40 horas com trabalhos escritos e orais de avaliação e mais um

período de três semanas de qualificação (120 Horas), que faz parte da

seleção. [...]Os supervisores foram selecionados entre os alunos de

melhor desempenho para continuar sua formação e colaborar na

consolidação do programa. Todos estão inscritos em programas de pós-

graduação da UFRJ.[...]"

Considerando que o Coordenador do Núcleo Interdisciplinar UFRJ Mar

afirmou que os professores/pesquisadores "temporários" são

selecionados por concurso público e que a SG-6, mediante planilha

anexa ao Ofício n.º 166/2009, havia informado que a referida seleção

ocorria por análise curricular/entrevista, solicitamos esclarecimento

sobre tal divergência de informações, por meio da SA235319/009, de

27/11/2009. Esta solicitação de esclarecimentos foi encaminhada pela

Auditoria Interna da UFRJ para a Pró-Reitoria da Pessoal, mediante

Solicitação de Auditoria N.º 0123/09. O Pró-Reitor de Pessoal, então,

se manifestou, por meio de despacho manuscrito no corpo da própria

solicitação 0123/09, nos seguintes termos:

"Informamos que não houve publicação de edital de concurso para

ocupação de vagas de professor/pesquisador no Núcleo Interdisciplinar

UFRJ MAR. Quanto às divergências de informações, sugiro encaminhamento

Page 36: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

à SG-6, ressaltando que este assunto já foi discutido com o senhor

Superintendente [...]"

Não foram apresentados outros esclarecimentos sobre o assunto, nem

pela SG-6, nem pela Coordenação do UFRJ MAR.

A respeito dos prestadores de serviço do "Plano Diretor", o Pró-Reitor

de Planejamento e Desenvolvimento se manifestou, mediante Folha de

Informação anexa ao Memorando n.º 719/09, de 23/11/2009:

"Em consonância com a prioridade estabelecida pelo Governo Federal, a

Educação Superior vem tendo reconhecido o seu "papel de liderança

intelectual, cultural e tecnológica", e, em particular, as

Universidades Públicas têm sido objeto de especial programa de ações e

investimentos focado na expansão do sistema público, na sua

interiorização e na democratização do seu acesso, garantindo condições

de permanência ao estudante e preservando, consolidando e aprimorando

os níveis de excelência já alcançados no ensino, na pesquisa e na

extensão.

A sustentação concreta dessas orientações traduziu-se na edição do

Decreto Federal que instituiu o Programa de Re-estruturação da

Universidades Federais - REUNI cujo teor, entre outras providências,

alocou significativos recursos de capital para a expansão e re-

qualificação da infra-estrutura física das Universidades Públicas

Federais. O horizonte de investimentos do Programa se estende por um

prazo de 04 anos, com a sua execução financeira observando o repasse

de parcelas anualizadas, totalizando, no caso da UFRJ um valor global

de cerca de R$ 115.000.000,00.

A UFRJ responde ao desafio colocado pelo Governo Federal com um

projeto de transformação alinhado com essas premissas e sustentado na

perspectiva de adequar as atuais instalações da maior universidade

pública federal do país a patamares compatíveis com o modelo de

desenvolvimento autônomo e intensivo que o Brasil hoje persegue.

No âmbito do projeto de expansão e re-qualificação da sua infra-

estrutura física como definido pelo Plano Diretor da UFRJ recentemente

aprovado, o desafio que está sendo enfrentado pela UFRJ resume-se, a

organizar uma estrutura dimensionada e capacitada inicialmente para

desenvolver e/ou acompanhar uma grande demanda concentrada de projetos

de engenharia (arquitetura, estruturas, instalações elétricas e

prediais). Esses projetos, portanto, precisam ser desenvolvido em

tempo hábil para viabilizar a contratação das respectivas obras nos

prazos necessários e na extensão dos recursos disponíveis.

Mercê da importância dessas iniciativas acadêmicos e institucionais

para os interesses da UFRJ, por conta da concentração da demanda no

tempo e urgência na agilização de providências concretas que

garantissem o uso tempestivos dos recursos a estratégia adotada pela

UFRJ incluiu a contratação temporária (até 03 meses), na forma e de

acordo com a legislação em vigor, de serviços prestados por

profissionais para reforçar, em regime de urgência, a estrutura

atualmente existente na UFRJ cujos recursos humanos disponíveis para

as atividades envolvidas se encontram flagrantemente defasada e

subdimensionada.[...]"

Com relação aos prestadores de serviço lotados no "Vestibular", o

Superintendente Geral de Graduação, mediante Memorando GAB 314/2009,

de 14/12/2009, se manifestou:

Page 37: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

"[...] no que se refere aos prestadores de serviços da Comissão

Executiva do Concurso de Acesso aos Cursos de Graduação, informamos

V.S.ª, conforme os considerandos relacionados abaixo:

1. Não ter havido determinação do MEC para dar posse a novos

servidores do último Concurso Público, que iria prover a Comissão

Executiva de número suficiente de servidores;

2. O planejamento, operacionalização e organização do Concurso de

Acesso aos Cursos de Graduação demandam atividades e volume de

informações que devem ser manuseados por pessoas de total confiança

das Coordenações Administrativa e Acadêmica, garantindo a seriedade do

processo e a confiança conquistada, fato demonstrado no trabalho até

aqui realizado, em que não se constatou qualquer problema que afetasse

a segurança do concurso;

3. A Comissão executiva montou e treinou uma equipe de pessoas

terceirizadas para atender as especificidades dos procedimentos de

planejamento, operacionalização e organização do Concurso de Acesso

aos Cursos de Graduação da UFRJ e Teste de Habilidade Específica;

4. O manuseio de dados sigilosos que o trabalho requer implicam em

contratação de pessoas que possam atender a diversidade de dias e

horários de expediente, incluindo sábados, domingos e feriados com

dedicação exclusiva, ocorrendo períodos com mais de 12 horas de

expediente;

5. A equipe tem como uma de suas atribuições representar a Coordenação

do Concurso de Acesso aos Cursos de Graduação da UFRJ em feiras de

profissões de instituições públicas e privadas de Ensino Médio,

levando orientação e materiais sobre os cursos oferecidos pela UFRJ e

a Concurso de Acesso.

Que a manutenção do pequeno núcleo de prestadores de serviço na

Comissão de Acesso visa garantir um nível de força de trabalho mínimo

para permitir a realização, com êxito, do próximo Concurso de Acesso.

Cabe, ainda, ressaltar que tal manutenção foi decidida em reunião com

a presença do Magnífico Reitor."

Por meio da SA235319/006, de 24/11/2009, solicitamos

informações/justificativas, também, sobre a utilização de mão-de-obra

terceirizada sem vínculo empregatício pela UG 153161 (FCC), os

descontos previdenciários realizados nos respectivos pagamentos,

considerando a ausência de formalização do vínculo de trabalho, e a

ausência de assinatura na documentação constante nos processos

analisados, que respalda os pagamentos efetuados.

Em resposta, a Coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura se

pronunciou, por meio do Memorando n.º 445, de 26/11/2009:

"Apenas por agilidade administrativa na coleta das assinaturas e na

manutenção dos documentos de forma disponível aos prestadores, os

recibos assinados, mensalmente, ficam junto às folhas de ponto sob

guarda da Seção de Pessoal, o que não impede que sejam anexados aos

processos a qualquer tempo.

[...]

Dentre os 22 prestadores de serviços citados, 13 (treze) são de

responsabilidade da Editora da UFRJ e a resposta segue anexa a este

documento. Os 9 (nove) restantes são de responsabilidade direta do

Fórum de Ciência e Cultura, destes: 3 (três) exercem funções de apoio

técnico operacional nas dependências do FCC, em cargos extintos do

Page 38: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

nosso plano de carreira, cujo pedido de contratação está incluso no

processo de Licitação n.º 23079.041262/2007/48 da Superintendência

Geral de Administração e Finanças; 1(um) já foi aprovado e

classificado dentro das vagas oferecidas no último (2009) Concurso

público realizado pela UFRJ e aguarda instruções para posse; 4

(quatro) realizam tarefas específicas de produção e/ou apoio de

eventos culturais na nossa Divisão de Difusão Cultural (atividade

principal deste FCC, cujo número de realizações ultrapassam 370

eventos por ano) e; 1 (um) coordena a administração de rede (cargo

inexistente no nosso plano de carreira e de grande importância para

suporte e manutenção de informática) nas dependências deste fcc, sendo

que as funções destes seis últimos encontram-se solicitadas em nosso

processo de licitação n.º 23079.037961/2009-55.

[...]

Não há contrato formal, entretanto, todos são citados nominalmente nos

empenhos de pagamento.

[...]

A freqüência é controlada através de folha de ponto mensal, apostada

na Seção de Pessoal, junto com os recibos de pagamento.

[...]

Conforme informado anteriormente, ainda não foi possível formalizarmos

os contratos de trabalhos solicitados, eis que tais demandas estão

sendo tratadas divididas em duas partes, sendo a primeira no processo

administrativo n.º 23079.041262/2007-48, referente à contratação de

mão-de-obra de apoio técnico em geral, formatado pela Superintendência

Geral de Administração e Finanças e que teve seu edital impugnado

devido a IN 03/09 do MPOG, obrigando a adequação para nova licitação.

E a Segunda, por nossa iniciativa, com a abertura do processo n.º

23079.037961/2009-55 de Licitação na modalidade de Registro de Preços,

para Contratação de Empresa de Eventos, que se encontra na Divisão de

Licitação da SG-6, também, para a devida adequação na referida

instrução normativa do MPOG e posterior prosseguimento, uma vez que

esta Unidade não dispõe de Comissão de Licitação.

[...]

O desconto de 11% dos valores pagos aos prestadores de serviço, a

título de INSS, é assim realizado por orientação oriunda da Divisão de

Contabilidade da SG-6."

Anexado ao memorando n.º 445 foi encaminhado o memorando n.º 016/2009,

pelo qual o Diretor da Editora da UFRJ presta as seguintes

informações, acerca dos 13 prestadores de serviço sob sua

responsabilidade:

"doze dos prestadores estão alocados aqui no Fórum e uma em nossa

livraria, campus CCMN;

não há contrato de trabalho formalizado com nenhum destes prestadores;

há controle de frequência, folha de ponto, sob guarda da seção de

Pessoal do FCC;

na tabela anexada está informada a atribuição dos prestadores, que

exercem funções sem as quais a Editora está impedida de funcionar;

o desconto de 11% (onze por cento) é feito pelo setor Financeiro do

FCC, em cumprimento às orientações recebidas pela Divisão de

Contabilidade da Superintendência Geral de Administração e Finanças -

SG6."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:

Page 39: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

O Decreto 2.271/1997 autoriza a execução indireta das atividades

materiais acessórias, instrumentais ou complementares aos assuntos que

constituem área de competência legal do órgão ou entidade, vedando

esta forma de execução para as atividades inerentes às categorias

funcionais abrangidas pelo plano de cargos do órgão ou entidade, salvo

expressa disposição legal em contrário ou quando se tratar de cargo

extinto, total ou parcialmente, no âmbito do quadro geral de pessoal.

A contratação da prestação de serviços indireta, nos casos autorizados

neste Decreto, deve ser precedida do devido procedimento licitatório.

Existe, ainda, outra hipótese prevista legalmente para a execução

indireta de serviços na Administração Pública. Trata-se da contratação

por tempo determinado para atender a necessidade temporária de

excepcional interesse público, prevista na Lei n.º 8.745/1993. A

referida lei define, em seu artigo 2º, os casos que são considerados

necessidade temporária de excepcional interesse público e determina,

em seu artigo 3º, que o recrutamento do pessoal a ser contratado deve

ser feito mediante processo seletivo simplificado sujeito a ampla

divulgação, inclusive através do Diário Oficial da União.

No caso dos prestadores de serviço "temporários" da UFRJ, observamos

três tipos de situação:

a) "temporários" que exercem atividades inerentes aos cargos

existentes no plano de cargos da UFRJ (ex: prestadores de serviços do

"Gabinete do Reitor", apontados na auditoria de Contas de 2007, que

continuam exercendo suas atividades como jornalista, arquiteto,

publicitário, etc.): nestes casos não está autorizada a terceirização,

sendo necessária a realização de concurso público para contratação de

servidor efetivo.

b) "temporários" que exercem atividades acessórias, inerentes a cargos

extintos/em extinção ou inexistentes no plano de cargos da UFRJ, tais

como:

- prestadores de serviço do "Vestibular" que atuam como almoxarife,

recepcionista, contínuo, etc.

- prestadores de serviço da "Prefeitura Universitária" que exercem

atividades de bombeiro, carpinteiro, motorista, etc.

- prestadores de serviço do FCC, que atuam como zelador, telefonista,

etc.

Nestes casos, a execução pode ser tanto direta (servidores

concursados), quanto indireta, conforme autorização do Decreto n.º

2.271/1997. Entretanto, a forma adotada pela UFRJ para a execução

indireta é indevida, tendo em vista a necessidade de realização de

processo licitatório e de contratação de empresa prestadora de

serviços.

No caso do vestibular, o gestor informou que já há servidores

aprovados em concurso público em quantidade suficiente para suprir a

demanda de serviços, mas que ainda não foi autorizada a posse dos

mesmos. Cabe destacar que, neste caso, por se tratarem de atividades

que envolvem sigilo de informações, a utilização de mão-de-obra sem

vínculo com a Universidade prejudica a confiabilidade do processo

seletivo.

Page 40: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

c) "temporários" cujas atividades desempenhadas podem ser enquadradas

nas hipóteses de excepcional interesse público previstas na Lei n.º

8745/1993, como, por exemplo, atividades técnicas especializadas

necessárias à implantação de órgãos ou entidades ou de novas

atribuições definidas para organizações existentes ou as decorrentes

de aumento transitório no volume de trabalho que não possam ser

atendidas mediante concessão do adicional por serviços

extraordinários, previsto no artigo 74 da Lei n.º 8.112/1990: nestes

casos, embora a contratação seja permitida, a legislação exige a

realização de processo seletivo simplificado.

A prestação de serviços do "Plano Diretor" poderia ser enquadrada

nesta hipótese, caso fosse comprovada a insuficiência de recursos

humanos no quadro da Universidade para suprir o aumento transitório de

demanda de trabalho acarretado pelo REUNI, mesmo considerando a

possibilidade de concessão de adicional por serviços extraordinários.

Entretanto, a contratação deve ser precedida de processo seletivo nos

moldes definidos na legislação, respeitando as determinações legais

(prazo máximo dos contratos, valor da remuneração não superior ao de

cargo semelhante constante no plano de cargos da Entidade, etc.).

Ressaltamos que os prestadores de serviços informais de engenharia

recebem, atualmente, até R$ 11.300,00 mensais brutos, valor muito

superior à remuneração paga a um engenheiro do quadro funcional da

UFRJ.

A prestação de serviços do "UFRJ MAR" também poderia se enquadrar na

hipótese de contratação temporária prevista na Lei n.º 8.745/1993,

caso a implantação de novos pólos seja considerada uma nova atribuição

da Entidade e seu quadro de pessoal não seja capaz de suprir esta

demanda. Neste caso a contratação, enquanto é providenciada a

realização de concurso público, deve seguir as mesmas premissas

formais mencionadas anteriormente.

Embora a Superintendência Geral de Administração e Finanças - SG-6

tenha afirmado que a Universidade está envidando esforços no sentido

de solucionar a questão e ter informado que dispensou parte do

contingente, mantendo apenas aqueles ligados a projetos ou serviços

imprescindíveis, verificamos que a maior parte dos prestadores de

serviço relacionados aos setores analisados na auditoria de 2007,

especialmente à Prefeitura Universitária e ao Gabinete do Reitor,

continuam exercendo as atividades, mesmo após a recomendação para a

suspensão da utilização deste tipo de terceirização de serviços.

Quanto ao processo impugnado de pregão para contratação de serviços de

apoio, observamos sua morosidade, tendo em vista que o mesmo fora

iniciado em 2007 e, até novembro de 2009, ainda não se encontrava

concluído. Cabe esclarecer que a impugnação alegada pelo gestor

ocorreu somente em 2009, já que a Instrução Normativa MPOG n.º 03/2009

foi editada neste exercício. Destacamos que este processo de licitação

não foi objeto de análise por esta equipe.

RECOMENDAÇÃO: 001

Abster-se de utilizar prestação de serviço informal na Universidade.

RECOMENDAÇÃO: 002

Providenciar a adequação tempestiva do Edital do Pregão contido no

Page 41: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

processo 23079.041262/2007-48 aos ditames da Instrução Normativa MPOG

n.º 03/2009, dando continuidade à referida Licitação.

RECOMENDAÇÃO: 003

Realizar o devido processo licitatório prévio à contratação formal das

prestações de serviços necessárias, nas hipóteses passíveis de

execução indireta, autorizadas pelo Decreto n.º 2.271/1997.

RECOMENDAÇÃO: 004

Levantar os casos de prestação de serviços informais que poderiam ser

enquadrados nas hipóteses de contratação temporária por excepcional

interesse público, previstas na Lei n.º 8.745/1993, providenciar o

devido processo seletivo simplificado e a formalização das

contratações, conforme exige a referida legislação.

RECOMENDAÇÃO: 005

Envidar esforços junto ao Ministério da Educação, visando obter

autorização para posse dos aprovados no concurso público já realizado,

de modo a substituir o pessoal terceirizado que atua no vestibular e

em outros setores da universidade, se for o caso.

RECOMENDAÇÃO: 006

Envidar esforços junto ao Ministério do Planejamento, visando obter

autorização para a realização de novo Concurso Público, se necessário,

para contratação de servidores efetivos, nos casos não enquadráveis

nas hipóteses de execução indireta ou contratação temporária.

2.1.6.2 CONSTATAÇÃO: (021)

Indefinição e morosidade na concretização da contratação de empresa

para coleta de lixo da UFRJ mediante pregão eletrônico, tendo em vista

suspensão judicial do Pregão 21/09.

No dia 28/07/2009, foi realizado o Pregão n.º 21/2009 para contratação

de empresa responsável pela execução de serviços de coleta de lixo.

Uma queda do sistema informatizado Comprasnet, que serve de base ao

pregão eletrônico, ocorreu durante a fase do encerramento aleatório

dos lances. Após o restabelecimento do sistema, o pregão foi retomado

a partir de sua fase seguinte, qual seja, de aceitação de propostas,

tendo o pregoeiro respeitado a fase em que o sistema retornou. Dessa

forma, foi considerada vencedora a Empresa RODOCON pois havia

apresentado o melhor preço até a queda do sistema.

Entretanto, conforme é possível observar na cópia do Mandado de

Intimação MTL.7153.006899-8/2009 (fls. 392 a 394, Processo 9461/2009-

14), concedido pelo Juízo da 5ª Vara Federal do Rio de Janeiro, em

31/07/2009, foi deferida liminar a favor da Empresa LOCANTY, outra

participante do certame em tela, "para suspender o Pregão Eletrônico

21/2009 da UFRJ até posterior determinação deste juízo".

O Memorando n.º 573 (fls. 395-396), de 04/08/2009, tece

esclarecimentos a respeito do ocorrido durante o pregão e acrescenta

que a Empresa, segunda colocada no evento, "entrou com uma petição

onde solicitava o retorno do pregão à fase de lances, e não à fase

seguinte, por entender que, em atendimento à legislação vigente,

deveria haver o retorno na mesma fase em que estava a licitação antes

da "queda" do sistema".

Page 42: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

O memorando relata, também, que a SG-6 recebeu outra petição, de uma

terceira empresa, que teria informado que "não teve oportunidade de

efetuar seu melhor lance para o item 01, devido ao problema de

desconexão, anexando sua pretensa proposta, onde informa que ofertaria

o valor de R$ 2.600.000,00, quando o melhor valor conseguido foi de R

$ 2.800.000,00 (...)".

O pregoeiro continua o memorando informando que seu posicionamento

seria o de "sugerir a revogação da licitação, em razão de interesse

público, pois uma pretensa economia de R$ 200.000,00 seria

substancial, não podendo ser ignorada pela administração". Finaliza

solicitando o encaminhamento do documento à Procuradoria da UFRJ para

a adoção de providências cabíveis.

A Procuradoria, mediante o Memorando PFUFRJ/LPS/N.º 580/2009, de

16/09/2009, informa que a liminar que suspendeu o Pregão Eletrônico

21/2009 até posterior determinação daquele Juízo "não impediu que o

Pregoeiro da UFRJ reabrisse a fase de lances, sanando a falha

identificada".

O pregoeiro, então, por meio do Memorando n.º 750, em resposta à

Procuradoria, informa que "a decisão de retornar a licitação na fase

de aceitação de propostas e não na fase de lances, NÃO foi deste

pregoeiro mas do próprio Sistema Comprasnet, conforme informei no

Memo. 573/2009".

Informou, ainda, que "como não existe previsão legal para retorno à

fase de lances não há meios deste pregoeiro fazê-lo, pois o próprio

sistema Comprasnet não permite tal ato, tornando impossível o retorno

da licitação em tela à fase de lances". Finaliza informando que "ainda

estamos aguardando resposta do Departamento de Logística e Tecnologia

da Informação, órgão do Ministério do Planejamento responsável pelo

Sistema Comprasnet, onde solicitamos o retorno da licitação à fase de

lances".

Em 10/03/2010 foi encaminhada cópia do Parecer PFUFRJ/LCMS/006/2010 no

qual o Procurador Federal conclui opinando pela revogação do certame,

com a devida motivação do ato administrativo.

Entretanto, o Procurador Geral não aprovou tal parecer e informou que

"a questão encontra-se sub-judice, qualquer atitude a ser tomada pela

Administração, diferente daquela determinada pelo Juízo da 5ª Vara

Federal, dependerá de anuência a Procuradoria Regional Federal da 2ª

Região". Finalizou sugerindo a realização de reunião com a

Procuradoria Regional Federal da 2ª Região para que seja encontrada a

melhor solução para o problema.

Dessa forma, o que se observa é que, durante todo o exercício de 2009,

não se conseguiu realizar o pregão e, assim, contratar os serviços por

um valor compatível com os preços praticados no mercado.

CAUSA:

Dificuldades de comunicação entre a SG-6 e a Procuradoria da UFRJ, bem

como com o Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão, órgão

responsável pelo Sistema COMPRASNET.

Page 43: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:

O Superintendente Geral de Administração e Finanças justificou, por

meio do Memorando n.º 101, de 4/3/2010, o fato de não ter procedido ao

cancelamento do Pregão 21/2009:

"No entendimento desta SG-6, caso tivéssemos efetuado o cancelamento

do Pregão 21/2009, ou efetuado a abertura de novo certame, estaríamos

burlando a ordem judicial emitida pelo Juízo da 5ª Vara Federal do Rio

de Janeiro, uma vez que a mesma continha a ordem expressa de suspender

o Pregão, enquanto aguardávamos decisão judicial final, ou

efetuássemos a retomada da fase de lances, algo que não pode ser feito

em Pregão Eletrônico. Para maiores esclarecimentos quanto ao fato,

sugiro ser analisado pela equipe da C.G.U. o processo 009461/2009-14,

que contém todos os dados do fato."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:

Observa-se que a Superintendência Geral de Administração e Finanças -

SG6 e a Procuradoria Federal da UFRJ não conseguiram, ao longo de todo

o exercício, entrar em um acordo com relação às medidas que deverão

ser adotadas para resolver este imbróglio jurídico.

A impossibilidade de se efetuar novo pregão eletrônico tem causado

consideráveis prejuízos à instituição e, consequentemente, ao erário,

uma vez que a contratação deste serviço, por dispensa emergencial, não

permite a obtenção de proposta mais vantajosa à administração pública.

Senão vejamos:

- o menor preço atingido no pregão suspenso foi de R$ 2.800.000,00

anuais. Por intermédio da dispensa emergencial, o valor do último

contrato trimestral foi de R$1.143.948,00, que equivale a R$

4.575.792,00 anuais, atingindo-se uma diferença prevista de R

$1.775.792,00 ao longo de um ano.

- conforme consulta ao SIAFI, considerando os pagamentos efetivamente

realizados de março a dezembro de 2009 (portanto um período de cerca

de 10 meses), relativos ao serviço de coleta de lixo, respaldados em

processos de dispensa emergencial, chega-se a um valor de R

$3.243.581,07 pagos às empresas RODOCON (contrato de 15 dias) e

LOCANTY (contrato de março a dezembro de 2009). A proposta ofertada no

pregão suspenso (R$2.800.000,00) equivale a R$2.333.333,33 para 10

meses, ou seja, ao longo de 2009 poderia ter sido economizado, pelo

menos, R$ 910.247,74.

RECOMENDAÇÃO: 001

Realizar com urgência reunião com a Procuradoria Regional Federal da

2ª Região, apresentando a comprovação da impossibilidade de recomeçar

o processo licitatório a partir da fase de lances, para que seja

encontrada a melhor solução para o problema, envidando esforços no

sentido de revogar o Pregão anterior e realizar outro, visando a

mitigar os prejuízos acumulados ao longo do exercício.

2.1.6.3 CONSTATAÇÃO: (022)

Seleção, mediante processos de dispensa de licitação emergencial,

realizados para contratação do serviço de coleta de lixo, de empresa

que apresentou cotação menos vantajosa para a Universidade.

Page 44: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

Analisamos o processo 11106/09-05, que abrange sucessivas dispensas de

licitação, realizadas ao longo de 2009, para contratação de serviços

de coleta de lixo extraordinário e hospitalar.

Verificamos que, em março de 2009, foi realizada a primeira

dispensa emergencial para contratação desses serviços.

Nesta primeira cotação, foi selecionada a Empresa RODOCON

- Construções Rodoviárias Ltda., que apresentou a menor proposta

mensal, no valor de R$ 390.563,91 (trezentos e noventa mil

quinhentos e sessenta e três reais e noventa e um centavos),

enquanto a outra candidata, a Empresa LOCANTY Com. Serviços Ltda.,

apresentou proposta no valor de R$559.616,00/mês (quinhentos e

cinquenta e nove mil seiscentos e dezesseis

reais).

O contrato inicial, respaldado nesta dispensa de licitação, teve a

duração de 15 dias, visando atender, de acordo com informações

contidas no documento denominado "Folha de Informação", de 19/03/2009

(fls. 122), recomendação da Procuradoria. Solicitamos o documento

original da Procuradoria no qual constaria tal recomendação. No

entanto, conforme informado pela Superintendência Geral de

Administração e Finanças, mediante Memorando n.º 128, 12/3/2010, "não

há documentação escrita neste sentido, posto que tal orientação foi

realizada verbalmente."

Nove dias após efetuada esta primeira contratação, foi realizada nova

dispensa de licitação, conforme consta na mesma Folha de Informação:

"Em face da não aceitação da prorrogação do contrato vigente com a

Empresa RODOCON, por parte da Procuradoria, aliado ao término da

vigência do contrato supracitado, houve uma nova tentativa de cotação

do serviço pretendido (...)".

Ressaltamos que não foi localizado, no processo, o documento pelo qual

a Procuradoria teria negado a prorrogação da contratação inicial.

Nesta segunda dispensa, o valor da proposta da Empresa LOCANTY

apresentou um decréscimo bastante significativo em relação a sua

proposta na primeira dispensa, acima mencionada. O valor mensal

ofertado baixou dos R$559.616,00 (quinhentos e cinquenta e nove

mil seiscentos e dezesseis reais) apresentados na primeira cotação

para R$382.532,00 (trezentos e oitenta e dois mil quinhentos e

trinta e dois reais), o que representa uma redução de 68,0 %, em um

prazo de apenas nove dias, conforme pode-se observar às fls. 73 e 111.

A Empresa RODOCON, nesta segunda dispensa, não apresentou nova

cotação. Segundo informações prestadas pela Unidade "Não está presente

nos autos do processo a 'segunda' proposta da Empresa RODOCON porque a

empresa decidiu manter os preços e as condições da primeira e esta

ainda era válida, já que tinha sido emitida em 05 de março de 2009 com

prazo de validade de 60 (sessenta) dias".

Com a redução na proposta apresentada pela empresa LOCANTY, seu preço

passou a ser 2,06% inferior ao ofertado pela empresa RODOCON. O novo

contrato foi, portanto, firmado com a primeira (Contrato Emergencial

Page 45: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

n.º 34/2009), dessa vez com a vigência prevista de noventa dias, que

acabou sendo prorrogada por mais 3 meses, mediante Termo Aditivo.

Destaque-se o fato de apenas três empresas demonstrarem interesse na

contratação. Segundo informações prestadas por servidores da SG-6 e

contidas na Folha de Informação, isso se deve à "falta de interesse em

participar do levantamento financeiro para a devida contratação por

abranger um período limitado a apenas três meses". Uma das empresas,

inclusive, encaminhou mensagem à UFRJ, conforme consta às fls. 252 do

processo, informando que "para a contratação emergencial de três meses

não temos interesse pois o investimento será muito elevado e o tempo

muito curto".

Ao analisarmos as propostas apresentadas nesta segunda dispensa,

observamos divergências significativas entre os quantitativos

previstos no Termo de Referência e aqueles ofertados pelas

empresas, conforme indicado na tabela a seguir, cujos dados foram

extraídos dos documentos constantes no processo:

QUADRO 06 – COMPARAÇÃO ENTRE OS QUANTITATIVOS PREVISTOS NO TERMO DE REFERÊNCIA

E AS PROPOSTAS APRESENTADAS

Termo de Referência Proposta Empresa RODOCON Proposta Empresa LOCANTY

Coleta de resíduo

extraordinário:

Coleta de resíduo

extraordinário:

Coleta de resíduo

extraordinário:

18 caçambas de 5 m3 18 caçambas de 5 m3 18 caçambas de 5 m3

108 containers de 1,2 m3 95 containers de 1,2 m3 66 containers de 1,2 m3

45 cont. de 240 litros 30 cont. de 240 litros 10 cont. de 240 litros

Remoção de resíduos

inertes:

19 m3 - -

Coleta de resíduos de

serviço de saúde:

Coleta de resíduos de

serviço de saúde:

Coleta de resíduos de

serviço de saúde:

178 containers de 240 lt. 174 containers de 240 lt. 82 containers de 240 lt.

Fonte: Processo 11106/2009-05 (fls. 81 e 111).

Efetuando-se cálculos para verificar o preço unitário dos itens

incluídos nas propostas apresentadas pelas empresas RODOCON e LOCANTY,

considerando as respectivas quantidades propostas, chegamos aos

seguintes valores:

TABELA 10 – COMPARAÇÃO DE PREÇOS UNITÁRIOS

Serviço por Preço

Unitário

Proposta Empresa

RODOCON

Proposta Empresa

LOCANTY

Diferença entre

cotações

RODOCON - LOCANTY (%)

Coleta de resíduo

extraordinário:

caçambas de 5 m3 R$ 3.170,24 R$ 8.866,00 179,66%

containers de 1,2 m3 R$ 803,16 R$ 1.300,00 61,86%

cont. de 240 litros R$ 289,15 R$ 364,00 25,89%

Resíduo hospitalar:

Containers 240 lt. R$ 1.440,50 R$ 1.628,10 13,02%

Fonte: cotações apresentadas pelas empresas RODOCON e LOCANTY (fls. 83 e 110, Proc. 11106/09-05).

Page 46: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

Conforme demonstrado na tabela acima, todos os preços unitários

ofertados pela empresa LOCANTY são superiores aos que a empresa

RODOCON ofereceu, chegando a diferença a atingir quase 180%.

Portanto, embora o valor global da empresa LOCANTY tenha sido o menor,

a empresa que apresentou a proposta mais vantajosa para a

UFRJ, considerando-se os valores unitários, foi a RODOCON, que não

foi a contratada no caso em tela. O Contrato originado deste segundo

processo de dispensa emergencial teve duração de 3 meses, prorrogada

por mais 3, totalizando 6 meses.

Posteriormente, foi realizada uma terceira dispensa de licitação para

contratação dos mesmos serviços e, novamente, foi contratada a empresa

LOCANTY.

No processo analisado, identificamos, no que se refere a esta

terceira dispensa emergencial, apenas a proposta da empresa RODOCON

(fls. 262) e o mapa de apuração (fls. 268). As cotações das demais

empresas não foram localizadas.

De acordo com o Mapa de apuração, a melhor cotação foi apresentada

pela Empresa RODOCON, no valor de R$1.036.794,00 (um milhão trinta e

seis mil setecentos e noventa e quatro reais) para três meses. A

Empresa LOCANTY, ainda segundo este documento, teria ofertado

o preço de R$ 1.143.948,00 (um milhão cento e quarenta e três

mil novecentos e quarenta e oito reais), superior ao proposto pela

primeira. Entretanto, a proposta não foi localizada no processo.

Apesar do próprio mapa de apuração demonstrar que a proposta da

empresa RODOCON seria a mais vantajosa para a UFRJ, a Empresa LOCANTY

que foi contratada, sem que haja esclarecimentos no processo que

fundamentem a seleção da sua proposta.

Ressaltamos que o processo 11106/09-05 não está suficientemente

claro e instruído. Comprometeram a análise as seguintes falhas:

- relativamente à primeira contratação emergencial: não constam do

processo o contrato administrativo realizado com a Empresa RODOCON

pelo prazo de 15 dias, bem como o documento da procuradoria orientando

a firmar o contrato com esta empresa por um prazo de apenas 15

dias, conforme descrito na Folha de Informação de 19/03/2009 (fls.

122);

- no que se refere à segunda dispensa realizada, não consta a

proposta da empresa RODOCON, nem o suposto comunicado por parte

desta empresa, informando que manteria a primeira cotação

apresentada; o termo de referência foi elaborado de maneira a dar

margem a interpretações diferentes na forma da apresentação de

cotações; não consta do processo documento que justifique o fato de

a cotação apresentada pela empresa contratada apresentar uma

quantidade inferior ao previsto no termo de referência; não há

documentos no processo que esclareçam o motivo pelo qual foi

selecionada proposta cujo preço unitário de cada serviço é superior

ao da segunda colocada.

- Quanto à terceira dispensa, faltam justificativas para a contratação

da segunda melhor cotação em detrimento da primeira;

Page 47: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

- As cotações apresentadas pela Empresa LOCANTY, bem como os contratos

firmados constantes do processo, não estão assinados ou não possuem

identificação do signatário.

Cabe destacar que identificamos que a UFRJ já contratava o serviço de

coleta de lixo por meio de dispensas de licitação, respaldadas no

inciso IV do artigo 24 da Lei n.º 8.666/1993 (emergencial), antes

mesmo da suspensão do pregão n.º 21/2009, já abordada no item anterior

deste relatório, determinada por liminar judicial concedida em

31/07/2009.

CAUSA:

Falhas no planejamento da Unidade e na instrução dos processos.

Seleção da proposta sem considerar a compatibilidade dos itens

ofertados com o estabelecido no termo de referência, o que resultou em

comparação de ofertas diferentes, com preços unitários díspares. Os

atos foram praticados pelo Superintendente da SG-6 no exercício de

suas competências regimentais e a opção em adotá-los não foi

precedida de orientação técnica ou jurídica.

A conduta adotada não foi a alternativa mais adequada e econômica para

os cofres públicos.

Não consideramos que os atos, contrários à legislação, foram

praticados para atender situação emergencial no resguardo da

integridade do patrimônio público ou de pessoas.

Não ficou evidente que os atos visaram atender interesses próprios ou

de terceiros.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:

Questionado sobre o fato de ter sido contratada, mediante dispensa de

licitação por emergência, empresa para coleta de resíduos industriais

e hospitalares na UFRJ desde março de 2009 até a presente data, o

Superintendente Geral de Administração e Finanças justificou por meio

do Memorando n.º 101, de 04/03/2010:

a) "A primeira contratação se deve ao fato de não ter sido aceito

prorrogação do contrato através do TA n° 04/2008, conforme demonstrado

em documentação anexa, e extrema necessidade de continuidade dos

serviços prestados, já que trata-se de lixo hospitalar, e outros.

Entretanto a continuidade desta contratação se pauta ao fato de

estarmos aguardando decisão judicial, quanto ao mandado impetrado pela

empresa que participava do pregão 21/2009 e não termos nenhuma decisão

até o presente momento."

Com relação à primeira contratação emergencial de empresa responsável

pela coleta de lixo da UFRJ, 11106/09-05, solicitamos a apresentação

do respectivo Contrato Administrativo n.º 29/2009 com a Empresa

RODOCON e orientação da Procuradoria Federal para que o contrato

tivesse duração de apenas 15 dias, conforme consta no Parágrafo 4º da

Folha de Informação emitida pela Superintendência Geral de

Administração e Finanças, em 19/03/2009.

b) "O contrato administrativo n.º29/2009 segue em anexo a presente

resposta. Informo ainda que houve à orientação da Procuradoria Federal

da UFRJ, para que a duração do contrato em pauta tivesse sua vigência

de 15 (quinze) dias, entretanto não há documentação escrita neste

sentido, posto que tal orientação foi realizada verbalmente.

Page 48: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

Sem prejuízo, uma análise detalhada dos autos do processo n.º

23079.006937/2009-56 demonstra que toda a instrução foi no sentido de

realizar a contratação pelo prazo de 90 (noventa) dias e não somente

15 (quinze) dias. Conforme demonstrado na pesquisa de mercado

constante em fls.16 a 82, informação de folhas 119 e 121 e mapa de

apuração de fls.196."

Solicitamos a apresentação da proposta da Empresa RODOCON, relativa à

segunda dispensa emergencial, uma vez que a mesma não consta do

processo.

c) "Não está presente nos autos do processo a "segunda" proposta da

Empresa RODOCON, porque a empresa decidiu manter os preços e as

condições da primeira e esta ainda era válida, já que tinha sido

emitida em 05 de março de 2009 com prazo de validade de 60 (sessenta)

dias."

Solicitamos justificativa para o fato de a quantidade de caçambas

prevista nas propostas ser diferente do termo de referência de

16/4/2009.

d) "As quantidades de caçambas que se encontram no termo de

referência, é uma previsão estimada para 12 meses e a contratação em

pauta somente para 90 dias. As empresas chamadas fizeram vistorias aos

locais ao qual prestariam os serviços, daí a divergência entre o termo

de referência e o n.º de caçambas, previsto. A empresa deve manter a

boa prestação dos serviços, cumprir a rotina estabelecida pelo órgão

responsável que é a Prefeitura Universitária, que também fiscalizam

este serviço. Esta Superintendência orientou os envolvidos para que

somente procedam cotações estimativas em planilhas que permitam

uniformizar a apresentação não permitindo aos fornecedores que cotem

da maneira que desejarem."

Solicitamos justificativa para o fato de a avaliação das propostas ter

sido efetuada considerando o preço total e não os preços unitários,

tendo em vista que as quantidades apresentadas pelas candidatas

divergiram significativamente do termo de referência, conforme

verificado pela equipe.

e) "Quanto ao valor, foi levado em conta o preço total e não o

unitário, por não vislumbrarmos prejuízos à UFRJ, já que o valor final

era menor. Contamos ainda com fiscais que avaliam o desempenho e o

cumprimento dos serviços prestados pela empresa contratada, além de

contarmos com o mecanismo do termo de execução de serviços atestado e

visado pelos fiscais."

Solicitamos justificativas para o fato de ter sido contratada

emergencialmente a Empresa LOCANTY, cuja proposta informa

uma quantidade de serviços inferior à contida no termo de referência.

f) "Conforme mencionado anteriormente, devido as vistorias realizadas

pode ter ocorrido a divergência mencionada. Salientamos o fato de que

no novo termo de referencia emitido pela Prefeitura universitária

existe o total estimado diário de containers a serem retirados, assim

como o seu quantitativo total mensal e anual conforme pode ser visto

abaixo e que inibirá totalmente este tipo de dupla interpretação no

Page 49: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

futuro."

Solicitamos justificativas para o fato de, na terceira dispensa de

licitação realizada, não ter sido selecionada a empresa que

apresentou o menor preço, conforme pode-se observar mediante

análise da cotação da Empresa LOCANTY, contida às fls. 262 (processo

11106/09-05), e também no mapa de apuração (fls.268).

g) "Com relação à prorrogação do contrato n.º 34/2009, formalizada

através do Termo Aditivo n.º 01/2009, mister esclarecer o ocorrido.

De acordo com o estabelecido na legislação vigente é condição para a

renovação de um contrato administrativo a comprovação de vantajosidade

do mesmo, mormente em relação ao preço praticado.

Nesta esteira, foi realizada pesquisa de mercado para avaliar se os

preços praticados pela empresa LOCANTY eram os mais vantajosos. Consta

simplesmente do processo administrativo mapa de apuração a Empresa

RODOCON - apresentou, em um primeiro momento, valor menor do que

praticava a contratada.

Ocorre que a análise praticada sobre o preço ofertado pela Empresa

RODOCON e as demais propostas que constam do processo 11106/09-05 por

algum motivo não consta dos autos.

Comparando os valores cotados pela Empresa RODOCON com as demais

cotações em seus valores unitários notaremos a clara discrepância

existente entre os valores cotados pelos três outros fornecedores que

manifestaram seus preços unitários no referido processo. A falta de

padronização entre as cotação em um primeiro momento dificulta do

entendimento e uma análise rápida das propostas. Esta

Superintendência orientou os envolvidos para que somente procedam

cotações estimativas em planilhas que permitam uniformizar a

apresentação não permitindo aos fornecedores que cotem da maneira que

desejarem.

Tomaremos como parâmetro o preço do container 5 m3 praticado

pela empresa RODOCON em seu contrato assinado em 2006 que consta dos

autos do processo 044136/2005-38, o valor unitário de R$ 129,54

para 17 unidades totalizando acrescido de um custo unitário

mensal de R$ 193,59 a título de aluguel do mesmo. Ocorre que a

empresa alegou não ser possível manter o preço de 129,54 e

solicitou repactuação do objeto contratado. Ocorre que esta

ofereceu para a contratação emergencial no semestre final de

2009 o valor de R$ 110,00 por retirada de container de lixo

extraordinário sem valor referente aluguel do mesmo. Ocorre que

esta Universidade não poderia e não poderá ter o serviço de

retirada de seu lixo hospitalar e extraordinário paralisado face

ao risco que isso representa a saúde de nossos alunos, funcionários,

pacientes, professoras e a todos que compõem a comunidade

universitária, em face disso tomamos a decisão de contratarmos o

segundo menor, que em nosso entender era na verdade o menor preço

exeqüível, por julgarmos ser impraticável o preço oferecido

pela empresa RODOCON conforme afirmado pela própria empresa em folhas

1266 044136/2005-38 "Com enorme dificuldade cumpriremos nosso

contrato, pois o mesmo vence no dia 07/02/2009 e apesar da enorme

defasagem que inviabilizou os nossos preços sempre fomos

parceiros desta universidade". Ora se o preço de R$ 129,54 somado ao

aluguel mensal de R$ 193,59 já se encontrava inviável, isto dito pela

própria empresa, o valor de R$ 110,00 apresentado para o procedimento

emergencial, no entender desta Superintendência também o estava.

Page 50: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

Anexamos ao presente os preços praticados pela COMLURB/RJ em que

apuramos o valor de R$ 126,90 para pagamento de no mínimo R$ 381,00 e

coletando até no máximo 3 containers de 5 m3."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:

Segue análise para cada um dos itens da manifestação do auditado:

a) Em que pese a necessidade de se realizar a coleta de lixo na

universidade, há que se considerar que durante o exercício de 2009

foram realizadas três contratações para prestação deste serviço, por

dispensa emergencial, sem que se consiga realizar o devido pregão

eletrônico.

b) O gestor informa que, embora o contrato inicial tenha sido

assinado para o prazo de 15 dias, toda a instrução foi no sentido de

realizar a contratação pelo prazo de 90 dias. Sendo assim, deveria

constar do processo documentação que comprovasse a orientação

para que tal contrato tivesse a duração de 15 dias.

c) No processo relativo à segunda dispensa emergencial, não

consta qualquer documento informando que a Empresa LOCANTY havia

decidido manter os preços e as condições contidas na cotação

apresentada na primeira dispensa.

d) Apesar de a Unidade alegar que as quantidades de caçambas que se

encontram no termo de referência possuem uma previsão estimada para 12

meses e a contratação em pauta somente para 90 dias, os respectivos

documentos informam que os cálculos foram feitos considerando-se a

quantidade diária de caçambas a serem utilizadas. E, nesse aspecto,

tanto as cotações quanto o termo de referência apresentam as

divergências apresentadas.

No que se refere à prestação dos serviços, embora a Unidade afirme que

seja de boa qualidade, verificamos, no edifício da reitoria,

em área coberta pelo contrato, que o lixo não estava sendo

recolhido diariamente conforme previsto no termo de referência,

bem como foi observada a existência de uma considerável quantidade

de lixo ao redor dos containers, no período em que foram realizados

os trabalhos de campo desta auditoria.

e) Na segunda dispensa, o preço global apresentado na proposta da

empresa selecionada foi menor justamente por ter abrangido uma

quantidade de serviços significativamente inferior à segunda

colocada e ao Termo de Referência, conforme demonstrado.

Diante da divergência nos quantitativos apresentados nas propostas das

empresas, a seleção da melhor oferta deveria ter sido realizada

pela comparação dos preços unitários e não por valor global. Neste

caso, a empresa RODOCON seria contratada, considerando que a empresa

LOCANTY apresentou preços unitários mais elevados.

f) A Unidade alega que no próximo termo de referência as quantidades

estarão melhor definidas. Entretanto, esta auditoria abrange o

exercício de 2009 e, neste período, pode-se afirmar que as quantidades

previstas nas dispensas emergenciais realizadas para contratação de

serviço de coleta de lixo não estão compatíveis com as

Page 51: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

apresentadas no Termo de Referência e, ainda assim, foram aceitas pela

UFRJ.

g) Apesar de a Unidade afirmar que a proposta da Empresa RODOCON é

inexequível pelo preço oferecido, não há dados no processo que

comprovem esta afirmação, ou seja, que justifiquem a seleção da

Empresa LOCANTY em detrimento da Empresa RODOCON que, de acordo com o

mapa de apuração, apresentou a melhor cotação. Também não constam, no

processo, as propostas apresentadas pelas demais empresas, sendo que a

própria UFRJ, que deveria justificar a ausência da documentação no

processo, informa apenas que "as demais propostas que constam do

processo 11106/09-05 por algum motivo não constam dos autos".

Considerando os fatos descritos, especialmente nos itens "e" e "g"

acima, identificamos que as contratações realizadas pela Universidade,

por dispensa de licitação emergencial, não foram as mais vantajosas,

sob o aspecto financeiro.

Na segunda dispensa realizada, considerando que foi aceita a proposta

da empresa LOCANTY e, diante disso, considerando que as quantidades

apresentadas por esta empresa seriam suficientes para a prestação dos

serviços necessários, efetuamos o cálculo do valor global que teria a

proposta apresentada pela empresa RODOCON, caso tivesse abrangido

esses mesmos quantitativos, visando realizar uma comparação uniforme

dos preços:

TABELA 11 – COMPARAÇÃO DE VALORES TOTAIS

(considerando a quantidade de serviços constante na proposta vencedora)

Serviço Valor total por

serviço Empresa

RODOCON

Valor total por

serviço Empresa

LOCANTY

Diferença entre

as propostas

Coleta de resíduo

extraordinário:

18 caçambas de 5 m3 R$ 57.064,32 R$ 159.588,00 R$ 102.523,68

66 containers de 1,2 m3 R$ 53.008,56 R$ 85.800,00 R$ 32.791,44

10 cont. de 240 litros R$ 2.891,50 R$ 3.640,00 R$ 748,50

Coleta de resíduos de

serviço de saúde:

82 containers de 240

lt.

R$ 118.121,00 R$ 133.504,00 R$ 15.383,00

Valor total: R$ 231.085,38 R$ 382.532,00 R$ 151.446,62

Fonte: Processo 11106/2009-05 (fls. 81 e 111).

Tendo em vista que os valores relacionados na tabela anterior são

mensais e que o contrato teve duração de 6 meses, a economia que teria

sido alcançada no período, caso a contratada fosse a empresa que

ofertou menores preços unitários, considerando os quantitativos

propostos pela empresa que de fato foi contratada, seria de R$

908.679,72 .

Já na terceira dispensa emergencial, não foi realizada comparação de

quantitativos ofertados, tendo em vista que apenas a proposta da

empresa RODOCON constava no processo. Considerando apenas os valores

descritos no mapa de apuração, identificamos uma diferença de R$

Page 52: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

107.154,00 entre a proposta mais vantajosa e a contratada, para o

período de 3 meses.

Portanto, considerando ambas as contratações emergenciais, a economia

por parte da UFRJ poderia ter sido da ordem de R$ 1.015.833,72 , para

um período de 9 meses.

Cabe destacar que, conforme consta no SIAFI, a Empresa LOCANTY

recebeu da UFRJ, ao longo do exercício de 2009, a quantia total de R

$4.592.687,08 (quatro milhões quinhentos e noventa e dois mil

seiscentos e oitenta e sete reais e oito centavos), por

intermédio de contratações realizadas mediante dispensa de licitação,

distribuindo-se em:

a) serviço de coleta de lixo: R$ 3.048.299,12 (três milhões quarenta e

oito mil duzentos e noventa e nove reais e doze centavos).

b) serviço de limpeza: R$ 1.234.041,03 (um milhão duzentos e trinta e

quatro mil quarenta e um reais e três centavos).

c) despesas de exercícios anteriores: R$ 310.346,93 (trezentos e dez

mil trezentos e quarenta e seis reais e noventa e três centavos).

Cabe observar, ainda, a respeito da Empresa LOCANTY, que as cotações

apresentadas, bem como os contratos firmados constantes dos processos,

não apresentam assinatura ou foram assinados sem identificação do

assinante.

RECOMENDAÇÃO: 001

Acatar apenas determinações formais por parte da Procuradoria da UFRJ,

sendo que estes documentos deverão integrar o respectivo processo.

RECOMENDAÇÃO: 002

A partir da próxima contratação para os serviços de coleta de lixo e,

doravante para todas as contratações, deverão ser elaborados pedidos

de cotação bem como termos de referência mais coerentes com

a real necessidade da unidade, estipulando as quantidades que deverão

ser oferecidas em cada serviço e a forma que deverão ser apresentadas

as cotações por parte das candidatas, evitando comparações injustas e

desiguais.

RECOMENDAÇÃO: 003

Aceitar apenas propostas compatíveis com o Termo de Referência, sendo

que as cotações de preço devem ser solicitadas com um modelo padrão.

RECOMENDAÇÃO: 004

A fiscalização dos serviços de coleta de lixo deverá ocorrer com mais

assiduidade, verificando, inclusive, se estão sendo feitos diariamente

conforme previsto em contrato.

RECOMENDAÇÃO: 005

Considerar tanto a quantidade quanto a qualidade dos serviços/produtos

ofertados com aqueles constantes dos termos de referência visando

obter a proposta mais vantajosa, não se limitando a comparar o valor

global das propostas.

2.2 REESTRUTURAÇÃO E EXPANSÃO DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS - REUNI

Page 53: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

2.2.1 ASSUNTO - PROGRAMAÇÃO DOS OBJETIVOS E METAS

2.2.1.1 INFORMAÇÃO: (013)

Programa: 1073 - Brasil Universitário

Ação: 8282 - Reestruturação e Expansão das Universidades Federais -

REUNI.

Produto: Vaga disponibilizada.

Unidade de Medida: unidade.

Finalidade: Promover a revisão da estrutura acadêmica das

universidades federais, de modo a possibilitar a elevação da

mobilidade estudantil, a criação de vagas, especialmente no período

noturno, e o completo aproveitamento da estrutura física e de recursos

humanos existentes, otimizando a relação aluno/docente e o número de

concluintes dos cursos de graduação.

Descrição: Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão, elaborados

pelas Universidades Federais, no exercício de sua autonomia, que visem

o aumento do número de estudantes, a redução da evasão, o completo

aproveitamento da estrutura instalada e a adequação e modernização da

estrutura acadêmica e física das instituições, por meio de obras de

pequeno vulto, incluindo reforma, construção, aquisição de

equipamentos, materiais e serviços. A expansão referida nesta ação não

pode caracterizar início de projetos de grande vulto que, conforme

legislação em vigor, só poderão ser executados à conta de crédito

orçamentário específico, vedado o empenho de valores a eles destinados

em outra dotação.

Detalhamento da implementação: Direta.

Análise de proposta apresentada pela universidade federal interessada,

firmada por seu representante legal, com base em plano de

reestruturação aprovado pelos órgãos superiores, no exercício da

autonomia universitária. A referida análise considerará a ampliação

projetada do número de estudantes; melhoria da taxa de atendimento com

base na relação de alunos por docente; expansão da oferta de vagas,

principalmente noturnas; melhoria de fluxo e redução estimada das

taxas de evasão. Transferência de recursos para a instituição após

aprovação da proposta.

Segue tabela contemplando a execução do programa por ação

governamental, excluindo o montante gasto com pessoal:

TABELA 12 – EXECUÇÃO DA AÇÃO DE GOVERNO

AÇÃO

GOVERNAMENTAL

DESPESAS EXECUTADAS PELA

UJ EM 2009

% DAS DESP. EXECUTADAS PELA UJ EM

RELAÇÃO AO TOTAL DO PROGRAMA

1073/8282 R$ 32.734.798,30 16,57% Fonte: Sistema SIAFI

Page 54: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

2.2.2 ASSUNTO - PROCESSOS LICITATÓRIOS

2.2.2.1 INFORMAÇÃO: (019)

Em análise aos processos licitatórios n.º 23519/2008-51, 1829/2008-15

e 9463/2009-40, referentes aos pregões listados a seguir, verificamos

que estão adequados quanto ao enquadramento feito pelo gestor, no que

se refere à modalidade e ao tipo de certame licitatório, conforme a

legislação aplicável. Encontram-se, também, de acordo com as

determinações contidas no Acórdão 6.538/2009 - TCU - 1ª Câmara.

QUADRO 07 – PREGÕES ANALISADOS

Pregão Contrato Objeto Valor empenhado (R$)

03/2009 31/2009 Serviços de ascensorista 139.323,72

10/2009 45/2009 Serviços de limpeza 4.549.402,16

25/2009 91/2009 Manutenção de áreas externas 722.250,00

TOTAL 5.410.975,88

Fonte: Extração Siafi Gerencial.

2.2.2.2 CONSTATAÇÃO: (020)

Realizações indevidas de inexigibilidade de licitação para contratação

de serviços de telefonia, no valor total de R$ 2.988.616,14.

Em análise aos processos licitatórios n.º 24585/2009-00 e 763/2009-54,

verificou-se que a contratação de duas empresas de telefonia, uma no

valor total de R$2.514.392,72 (dois milhões, quinhentos e quatorze

mil, trezentos e noventa e dois reais e setenta e dois centavos), para

pagamento de telefonia fixa, e outra no valor total de R$ 474.223,42

(quatrocentos e setenta e quatro mil duzentos e vinte e três reais e

quarenta e dois centavos), para pagamento de telefonia móvel, foram

realizadas mediante inexigibilidade de licitação, com base no caput do

artigo 25 da Lei 8.666/93, que dispõe:

"É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição".

As inexigibilidades apontadas não encontram amparo no citado

dispositivo, tendo em vista que há viabilidade jurídica de competição,

por tratar-se de contratação de empresas prestadoras de serviços de

comunicação, sendo que o serviço em questão é passível de ser prestado

por outras operadoras.

Além disso, verificou-se o pagamento por indenização à empresa de

telefonia móvel, por ausência de instrumento contratual, no período de

janeiro a agosto de 2009.

CAUSA:

O gestor deixou de realizar procedimento licitatório para a

contratação de serviços de telefonia fixa e móvel, por falta de

planejamento adequado.

Os atos foram praticados pelo Supervisor da SG-6, no exercício de suas

competências regimentais, e a opção em adotá-los não foi precedida de

orientação técnica ou jurídica.

A conduta adotada não foi a alternativa mais adequada e econômica para

os cofres públicos.

Não consideramos que os atos, contrários à legislação, foram

Page 55: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

praticados para atender situação emergencial no resguardo da

integridade do patrimônio público ou de pessoas.

Não ficou evidente que os atos visaram atender interesses próprios ou

de terceiros.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:

Foram solicitadas justificativas pelo fato da contratação, por

inexigibilidade, de empresa (Processo 763/2009-54) para prestação de

serviços de telefonia fixa, tendo em vista a possibilidade de

competição, já que existem outras empresas prestadoras desses

serviços.

O superintendente da SG-6 respondeu, por meio do Memorando n.º

128/2010:

"Visando iniciar um processo de ajustamento desta IFES às normas e os

procedimentos para controle e utilização de serviços e equipamentos de

telefonia por meio de processo licitatório, em setembro de 2006, a

UFRJ tomou a decisão de contratar os serviços de telefonia fixa da

Embratel de forma conjunta com a operadora Telemar com o objetivo de

dar condições à elaboração de seu perfil de consumo, necessário ao

Edital de Pregão de telefonia Fixa, como determina a Norma operacional

n.º 3 do Ministério da Educação, de modo a atender plenamente a CR/88,

Lei n.º. 10.520/02 e Lei n.º. 8666/93.

Esta medida se fez necessária pelo fato da empresa Telemar, detentora

dos serviços de telefonia utilizados por esta universidade, apesar das

inúmeras solicitações a ela realizadas de fornecimento de tal perfil

por um período retroativo de 01 (um) ano, nunca atendeu a estas

solicitações conforme explicitado nos autos do processo que deu origem

a cessão de metade dos troncos ópticos E1 de saída, ora utilizados

pela Telemar, à Embratel, que por sua vez assumiria o compromisso de

fornecer tais relatórios mensalmente, por um período de 06 (seis)

meses a contar da data de contratação.

Esta contratação, por inexigibilidade encontra-se justificada nos

autos do processo de n.º. 019663/2006-12, que, em resumo simples, dava

respaldo à contratação pelo fato de serem apenas estas duas empresas,

Embratel e Telemar, detentoras de concessão por parte da Anatel, para

exploração do serviço de telefonia fixa local e de longa distância na

área do Rio de Janeiro. E, estando por sua vez, a Telemar se eximindo

de fornecer tais ferramentas de caráter essencial e obrigatório para a

realização do certame, julgou-se que a situação de inexigibilidade

estaria, pois, configurada. Com base nas discussões e análises

aprofundadas sobre o tema, que se encontram registradas no processo

supracitado, tal contratação se formalizou com o respaldo, devidamente

documentado, do Procurador-Geral da União, [], constar dos autos

deste processo.

Lamentavelmente, o fornecimento dos dados que permitiriam compor o

perfil de tráfego da UFRJ não ocorreu conforme entendimentos iniciais,

visto que ocorreram algumas modificações no objeto do contrato ao

longo das negociações sobre o que estaria sendo fornecido, no caso, a

implantação e posterior doação à UFRJ de um bilhetador de chamadas

(tarifador), equipamento este que permitiria, por meio de emissão de

relatórios extraídos diretamente das centrais telefônicas da UFRJ,

Page 56: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

traçar um perfil, o mais detalhado possível, do seu tráfego de

chamadas telefônicas.

Por conseguinte, a obtenção dos dados para a confecção do perfil só

foi possível através da compilação dos dados manualmente, mês a mês,

pelo período de 12 (doze) meses necessitando, contudo, da permanência

além do prazo contratual do fornecimento do serviço prestado pela

Embratel por conta do recebimento do detalhamento das chamadas por

meio de mídia eletrônica, que embora esta não contemplasse todos os

acessos telefônicos, nos permitia a visualização do tráfego por

entroncamento.

A continuidade da prestação do serviço por parte da Embratel deu

então, origem ao processo citado no documento ao qual aqui prestamos

esclarecimentos, qual seja o processo de número 763/2009-54, que na

verdade trata-se de processo de pagamento pelo fornecimento dos

serviços no exercício de 2009.

Cumpre salientar que, devido à complexidade da rede de telefonia da

UFRJ e pelo fato de, até então, não haver um mapeamento e estudo

detalhado das necessidades de seu sistema que servisse de base para

elaboração de um projeto básico, bem como, o fato peculiar de sua rede

se encontrar distribuída por endereços distintos, fez-se obrigatória a

necessidade de um estudo detalhado não apenas de seu tráfego como

também de um inventário de todo o equipamento destinado ao

funcionamento da rede de telefonia existente nesta instituição.

Este trabalho, por sua vez, demandou um tempo longo pelo fato de não

contarmos com uma comissão composta por membros oriundos do corpo

técnico e administrativo que estivessem empenhados no estudo e

elaboração de um projeto que viesse a atender às necessidades da UFRJ.

Como iniciativa, a universidade contratou uma empresa de consultoria

para que realizasse uma auditoria em todo o sistema telefônico da

instituição e nos apresentasse uma solução viável. O projeto

apresentado não teve a aprovação desta IFES, pois previa um alto

investimento com resultado em longo prazo, sendo que o objetivo nosso

era dar inicialmente solução aos problemas mais imediatos que seria a

contratação formal de uma empresa de telefonia que garantisse a

manutenção dos serviços ora já existentes, porém que servisse de base

para um projeto mais ousado a médio e longo prazo.

Não tendo havido êxito, deu-se reinício ao trabalho com a participação

de um pequeno grupo interno da UFRJ que definiu quais seriam as

prioridades inerentes ao projeto, bem como, realizou o levantamento

dos dados necessários, concluindo assim o documento que dará base a

contratação de uma empresa de telefonia para prestação do serviço de

telefonia fixa, local e de longa distância, ainda no exercício de

2010.

Vale acrescentar que, a despeito de toda a adversidade que nos fez

postergar o início do certame licitatório para contratação dos

serviços de telefonia fixa, o processo para lançamento do edital para

o referido pregão encontra-se em andamento, tramitando internamente,

devendo estar publicado em diário oficial em curto prazo."

Também foram solicitadas justificativas ao fato de a UFRJ contratar,

Page 57: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

por inexigibilidade, empresa (Processo 24585/2009-00) para prestação

de serviços de telefonia móvel, tendo em vista a possibilidade de

competição já que existem outras empresas prestadoras desses serviços.

O superintendente da SG-6 respondeu, também, por meio do Memorando n.º

128/2010:

"A Universidade Federal do Rio de Janeiro iniciou em 2006, a

contratação do serviço de telefonia móvel ora prestado pela operadora

de telefonia móvel Vivo S/A.

Infelizmente, em contrariedade às regras de prestação de serviço a

órgãos públicos, e mesmo depois de findo o prazo possível para a

prorrogação do contrato com esta operadora, este serviço continuou

sendo mantido sem formalização contratual cabendo aqui ressaltar as

inúmeras tentativas por parte desta instituição em regularizar tal

inconformidade.

Ocorre que o serviço de telefonia móvel tornou-se instrumento

essencial de comunicação, estando presente na execução diária de

várias atividades acadêmicas e administrativas, o que nos

impossibilitou de encerrar, em definitivo, a prestação deste serviço

pela empresa supracitada imediatamente após o término do contrato.

Objetivando regularizar tal ausência contratual, foram realizadas

inúmeras investidas no sentido de lançar edital para nova contratação,

e até mesmo tentativas de adesão a atas de registros de preços para as

quais, não obtivemos sucesso por não conseguirmos adequar os termos

destes contratos ao perfil desejado para a UFRJ.

Durante o decorrer deste período em que o serviço foi prestado sem

formalização contratual, esforços também foram despendidos com o

objetivo de realizar licitação para serviços de telecomunicações, como

explicitado nos esclarecimentos fornecidos ao item 23, onde estariam

sendo englobados os serviços de telefonia fixa e móvel, momento em que

se discutiu exaustivamente as diversas possibilidades de contratação

visando a pretendida eficiência e economicidade na prestação do

serviço.

Nesse passo, decidiu-se por desvincular a telefonia móvel da telefonia

fixa e hoje se encontra formalizada a prestação do serviço de

telefonia móvel através da adesão à Ata de Registro de Preço da

Universidade da Força Aérea homologada em junho último, e com data

inicial de vigência contratual em 01/09/2009.

Contudo, cabe-nos reconhecer a existência de dívida contraída, dada a

continuidade da prestação do serviço, imediatamente anterior a adesão

à Ata de Registro de Preço supracitada, e que vem justificar a

existência do processo de pagamento de n.º. 24585/2009-00.

Do exame técnico realizado nas faturas apresentadas, enfatize-se desde

já, restou demonstrado que os serviços, objeto deste procedimento,

foram parcialmente prestados pela VIVO S/A por conta da identificação

de diversas cobranças indevidas, as quais se encontram ainda em

processo de análise por parte das duas instituições aguardando a

finalização de um acordo para quitação do débito remanescente."

Page 58: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

Foram solicitados, ainda, esclarecimentos para o fato de a UFRJ ter

contratado a mesma empresa, durante o exercício de 2009, para

prestação de serviços de telefonia móvel mediante contratação por

inexigibilidade (Processo 24585/2009-00) e mediante contratação após

realização do Pregão Eletrônico 07/2009 (Processo 28478/09-34).

O superintendente da SG-6 respondeu, ainda, por meio do Memorando n.º

128/2010:

"Sendo a Ata de Registro de Preços da Universidade da Força Aérea a

que se mostrou mais adequada ao perfil de contratação pretendido pela

UFRJ, travou-se negociações com a operadora Vivo S.A com a proposta de

adesão a esta Ata, não havendo sobre esta contratação nenhuma

interferência por conta da negociação que se encontrava vigente a fim

de equacionar todas as inconformidades identificadas em faturamentos

anteriores. Assim sendo, tratam-se, portanto, de acordos contratuais

que tramitam em paralelo, sendo um totalmente independente do outro.

Todas as informações aqui apresentadas encontram-se documentadas, a

disposição para consulta, bem como, coloco-me à disposição para o

esclarecimento de quaisquer dúvidas concernentes."

Questionado sobre o período em que foi prestado o serviço de telefonia

móvel sem formalização contratual, o Superintendente Geral de

Administração e Finanças, mediante Memorando n.º 171, de 12/04/2010,

informou:

"Informamos que o período do ano de 2009 em que foi prestado o serviço

de telefonia móvel celular por parte da empresa VIVO S/A sem

formalização de contrato foi de Janeiro a Agosto."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:

A Unidade busca justificar o fato de contratar as empresas mediante

inexigibilidade tendo em vista contratação realizada em 2006, cujo

processo continha documentos apresentados nos autos do processo de

n.º. 019663/2006-12, que davam respaldo à contratação e o consequente

julgamento de que a situação de inexigibilidade estaria configurada.

Entretanto, há que se considerar que relativamente às atuais

contratações das empresas por inexigibilidade não há qualquer

fundamentação e instrução nos processos analisados (763/2009-54 e

24585/2009-00).

A UFRJ alega, ainda, que apenas duas empresas podem explorar o serviço

de telefonia fixa local e de longa distância no Rio de Janeiro.

Entretanto, em consulta ao "site" da Agência Nacional de

Telecomunicações (Anatel), verificamos que o Serviço Telefônico Fixo

Comutado - STFC é oferecido por diversas operadoras, não havendo,

portanto, razão para alegar-se inviabilidade de competição.

Corrobora este entendimento, a constatação, no Portal de Compras do

Governo Federal - Comprasnet, da realização de procedimento

licitatório, na modalidade pregão-eletrônico e presencial, por

diversos órgãos públicos, para contratar o mesmo tipo de serviço.

Nos casos em tela, a partir da desestatização dos serviços de

Page 59: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

telefonia fixa e móvel, o país passou a contar com mais de uma empresa

operadora desses serviços e foi oficialmente instaurado o ambiente

competitivo na prestação dos serviços de telefonia, portanto a

inexigibilidade nestes casos não mais se aplicam, a menos que sejam

apresentadas, nos respectivos processos, as devidas justificativas.

Conforme estabelecido na Constituição Federal, no art. 37, inciso XXI,

a licitação é regra para a contratação de serviços pela Administração

Federal. As hipóteses de dispensa e inexigibilidade, que têm caráter

de excepcionalidade, são reguladas pela Lei n.° 8.666/1993.

Mediante a Decisão 1.230/2002 - Plenário, o TCU ampliou o entendimento

firmado na Decisão 196/2001-TCU-Plenário para incluir a necessidade de

realização de procedimento licitatório pelo Poder Público para

contratação não só de Serviço Móvel Celular - SMC mas também de

Serviço Telefônico Fixo Comutado - STFC, à exceção de situações

excepcionais de dispensa ou inexigibilidade, previstas nos arts. 24 e

25 da Lei n.° 8.666/1993, desde que devidamente fundamentadas e

instruídas nos termos do art. 26, da mesma Lei.

Como se sabe, o processo licitatório é a legítima forma de contratação

de serviços ou obras no âmbito da Administração Pública. Só assim, por

intermédio de uma concorrência democrática e isenta de privilégios,

com observância do princípio constitucional da isonomia e de

conformidade com os princípios básicos da legalidade, impessoalidade,

moralidade e publicidade, dentre outros, os gastos públicos estarão em

consonância com as normas específicas de direito financeiro, de

contabilidade e de administração.

Além disso, a morosidade na realização dos processos licitatórios

levou a UFRJ a realizar pagamentos por indenização, no período de

janeiro a agosto de 2009, por falta de instrumento contratual com a

empresa prestadora de serviço de telefonia móvel.

RECOMENDAÇÃO: 001

Abster-se de contratar serviços de telefonia fixa por inexigibilidade

de licitação, promovendo o devido certame licitatório.

RECOMENDAÇÃO: 002

Promover as licitações com a devida tempestividade, evitando a

prestação de serviços sem o respaldo contratual.

3 VIGILÂNCIA, PREVENÇÃO E CONTROLE DE DOENÇAS E AGRAVOS

3.1 VIGILÂNCIA, PREVENÇÃO E CONTROLE EM HIV/AIDS E OUTRAS DOENÇAS SEXUALMENTE

TRANSMISSÍVEIS

3.1.1 ASSUNTO - PROGRAMAÇÃO DOS OBJETIVOS E METAS

3.1.1.1 INFORMAÇÃO: (016)

Programa: 1444 - Vigilância, Prevenção e Controle de Doenças e

Agravos.

Ação: 8670 - Vigilância, Prevenção e Controle em HIV/AIDS e Outras

Doenças Sexualmente Transmissíveis.

Page 60: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

Finalidade: Promover a vigilância, a prevenção, o controle, a

proteção, a promoção e o diagnóstico em HIV/Aids e em outras doenças

sexualmente transmissíveis (DSTs).

Descrição: Realização de atividades e ações em vigilância

epidemiológica das DST e do HIV/Aids; de ações de promoção, de

proteção e de prevenção ao HIV/Aids e outras DST; de direitos humanos

das pessoas portadoras das DST/HIV/Aids; realização de estudos e

pesquisas nas áreas de ciência e tecnologia, de epidemiologia, de

ações comportamentais, de ciências básicas, de organizações de

serviços, de gestão e produção de informações estratégicas à área;

entre outros.

Segue tabela contemplando a execução do programa por ação

governamental, excluindo o montante gasto com pessoal:

TABELA 13 – EXECUÇÃO DA AÇÃO DE GOVERNO

AÇÃO

GOVERNAMENTAL

DESPESAS EXECUTADAS PELA

UJ EM 2009

% DAS DESP. EXECUTADAS PELA UJ EM

RELAÇÃO AO TOTAL DO PROGRAMA

1444/8670 R$ 1.014.802,00 100% Fonte: Sistema SIAFI

Ressaltamos que, embora este programa tenha sido executado pela

Universidade, não consta em seu orçamento, tendo em vista que o

repasse dos créditos decorreu de instrumentos de transferência

voluntária de recursos, provenientes do Ministério da Saúde.

3.1.2 ASSUNTO - CONVÊNIOS DE OBRAS E SERVIÇOS

3.1.2.1 CONSTATAÇÃO: (007)

Empenhos sem respaldo contratual, no valor de R$ 1.189.341,14,

relativos a recursos recebidos mediante Instrumentos de

Transferência Voluntária, em favor de Instituição Financeira.

Selecionamos para análise três instrumentos de transferência firmados

em 2009 (Termos de Cooperação - TC 150/2009, 170/2009 e 195/2009),

cujos valores firmados totalizam R$9.219.790,00 (nove milhões,

duzentos e dezenove mil, setecentos se noventa reais).

Solicitamos os processos relacionados a esses instrumentos de

transferência voluntária e a UFRJ disponibilizou os seguintes

documentos:

QUADRO 08 – PROCESSOS RELATIVOS AOS AJUSTES SELECIONADOS PARA ANÁLISE

Instrumento de transferência Processo apresentado

TC 150/2009 Não havia processo autuado até 10/03/2010,

foram apresentados documentos avulsos

TC 170/2009 007779/2010-86

TC 195/2009 007776/2010-98

Fonte: Processos apresentados pela UFRJ, em resposta à SA 242068/010.

No que se refere aos processos relativos aos TC 195 e 170/2009,

Page 61: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

observamos que apenas em 01/03/2010 foram autuados, apesar dos

instrumentos estarem vigentes desde dezembro de 2009.

Nos referidos processos, não constam os documentos básicos relativos

aos ajustes, que permitam identificar com clareza o objeto pactuado e

as obrigações das partes envolvidas, quais sejam, o Termo de

Cooperação firmado, o respectivo Plano de Trabalho, etc. Também não

localizamos nenhuma documentação que comprove que a UFRJ, quando da

assinatura dos ajustes, cumpria as exigências previstas no inciso IV

do §1º do artigo 25 da Lei Complementar 101/2000 (Lei de

Responsabilidade Fiscal - LRF).

Identificamos que os recursos relativos às parcelas liberadas em 2009

desses dois ajustes foram empenhados em favor do Banco do Brasil, nos

últimos dias do exercício de 2009, constando "não se aplica" como

modalidade licitatória nas respectivas Notas de Empenho, enumeradas a

seguir:

QUADRO 09 – EMPENHOS EMITIDOS EM NOME DO BANCO DO BRASIL

Termo de

Cooperação Programa/ação

Valor

liberado em

2009 (R$)

Empenho

195/2009 1444/8670 - Vigilância, Prevenção e Controle em

HIV/AIDS e Outras Doenças Sexualmente

Transmissíveis.

1.014.802,00 2009NE0000922

2009NE0000923

2009NE0000924

170/2009 1436/8628 - Apoio ao Desenvolvimento da

Graduação, Pós-Graduação Stricto e Latu Sensu em

Áreas Estratégicas para o SUS

174.539,14 2009NE0000900

Fonte: SIAFI

Não há, nos respectivos processos, nenhuma explicação para a emissão

de tais empenhos.

Cabe destacar que situação análoga já havia sido identificada no caso

da última parcela recebida do Convênio 0171/2004, no valor de R$

2.869.269,77 (dois milhões oitocentos e sessenta e nove mil duzentos e

sessenta e nove reais e setenta e sete centavos). Este recurso foi

empenhado em favor do Banco do Brasil (2008NE003072 e 2008NE003073)

sem respaldo em procedimento licitatório (modalidade de licitação "não

se aplica") e sem nenhuma explicação formalizada no respectivo

processo (034204/2008-02).

No caso do Termo de Cooperação 150/2009, verificamos que sequer

existia processo autuado até março de 2010, embora já tivesse sido

executado até mesmo pagamento com recursos do ajuste.

Foram apresentados, por meio do Memorando n.º 182/2010, de 10/03/2010,

documentos avulsos que demonstram que apenas uma pequena parcela deste

TC foi liberada em 2009 (R$ 2.000,00) e que a respectiva despesa foi

executada por dispensa de licitação (Publicação de extrato do TC no

D.O.U., Nota de Crédito, Nota de Empenho e identificação de processo

de dispensa de licitação no Sistema de Acompanhamento de Processos da

UFRJ - SAP).

Page 62: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

Por meio da SA242068/013, de 10/03/2010, solicitamos a

disponibilização dos Termos de Cooperação firmados e informações

quanto ao cumprimento das exigências da LRF. Entretanto, até a

conclusão dos trabalhos, não foram apresentados os documentos e

respostas solicitados.

CAUSA:

A Superintendente de Planejamento e Desenvolvimento, que tem por

atribuição a coordenação, o acompanhamento e o controle das atividades

de Planejamento da Universidade, não planejou antecipadamente a

execução dos objetos avençados em Instrumentos de Transferência de

Recursos firmados em 2009, impossibilitando a realização dos devidos

processos licitatórios em tempo hábil, de modo que fossem emitidos os

empenhos, dentro do exercício, em favor dos reais fornecedores.

Cumpre ressaltar que a Superintendente é subordinada ao Pró-Reitor de

Planejamento e Desenvolvimento (PR-3), que tem por atribuição auxiliar

o Reitor em funções de direção na área para que for designado, de

acordo com o artigo 32 do Regimento Interno.

O Superintendente de Administração e Finanças (SG-6), que é o

ordenador de despesas da UJ e que tem por atribuição a fiscalização da

execução do orçamento e o controle dos recursos financeiros, conforme

artigo 95A do Estatuto, na intenção de manter créditos orçamentários

recebidos em 2009 para utilização no exercício seguinte, autorizou o

empenho, irregularmente, de despesas em favor de instituição

financeira, sem que houvesse qualquer obrigação da UJ com relação à

mesma.

Há que se ressaltar que a liberação dos créditos provenientes de

Instrumentos de Transferência Voluntária, em montante elevado, ao

final do exercício, prejudica a execução regular das despesas pela UJ.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:

Ao apresentar os processos relativos aos Termos de Cooperação 170 e

195, o Chefe da Divisão de Planejamento Orçamento e Gestão, por meio

do Memorando n.º 182/2010, de 10/03/2010, informou:

"[...] a documentação que temos referente ao Termo de Cooperação N.º

150/2009 é a anexa. Tal situação se deve ao fato de que no final do

exercício anterior esta Pró-Reitoria foi procurada pelo Prof. [...],

da Engenharia Biomédica/COPPE, informando que o Fundo Nacional de

Saúde iria descentralizar uma parte do crédito orçamentário

correspondente ao referido Termo de Cooperação para que pudéssemos

empenhar e que assim o T.C. seria celebrado, com a expectativa da

descentralização do restante dos créditos orçamentários no exercício

seguinte - 2010. Deste modo, estamos no aguardo de que o Coordenador

do T.C. nos envie a documentação necessária para a autuação do

processo e demais trâmites legais."

Por meio da SA 242068/012, de 10/03/2010, solicitamos justificativas

para o empenho dos recursos do Convênio 0171/2004, sem respaldo em

licitação, em favor do Banco do Brasil.

A Superintendente Geral de Planejamento e Desenvolvimento, mediante -

Ofício n.º 78/2010-PR3/UFRJ, de 19/03/2010, se manifestou:

Page 63: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

"O repasse ao Banco do Brasil foi realizado com o objetivo de

assegurar os recursos, de modo a não prejudicar a continuidade da

execução do Projeto e a conclusão do certame licitatório que estava em

andamento. Vale ressaltar que o orçamento foi recebido no dia 23/12

por meio da 2008NC000075, sendo praticamente impossível executá-lo no

exercício vigente por vias normais."

Por meio da SA242068/013, de 10/03/2010, solicitamos justificativas

para o empenho de recursos dos Termos de Cooperação 170 e 195/2009,

sem respaldo em licitação, também em favor do Banco do Brasil.

Entretanto, não houve manifestação até a conclusão deste relatório.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:

No caso do Convênio 0171/2004, a Universidade assumiu que empenhou, em

2008, recursos em favor do Banco do Brasil, visando mantê-los em seu

orçamento de 2009, embora a Instituição Financeira não tenha nenhuma

participação na execução do objeto avençado.

No caso dos Termos de Cooperação, apesar de não termos recebido

resposta, observamos que as liberações de recursos pelos órgãos

concedentes ocorreram no final do exercício de 2009 e que a natureza

de despesa das notas de empenho emitidas são, algumas vezes,

incompatíveis com os tipos de atividades desempenhadas pelo Banco

favorecido, conforme se pode observar a seguir:

QUADRO 10 – EMPENHOS COM RECURSOS DOS TERMOS DE COOPERAÇÃO

Empenho Natureza Valor (R$)

2009NE0000922 MATERIAL DE CONSUMO 633.202,00

2009NE0000923 OUTROS SERVICOS DE TERCEIROS - PESSOA JURIDICA 152.400,00

2009NE0000924 OUTROS SERVICOS DE TERCEIROS - PESSOA FISICA 229.200,00

2009NE0000900 OUTROS SERVICOS DE TERCEIROS - PESSOA JURIDICA 174.539,14

Fonte: Sistema Siafi

Os fatos apontados indicam que, nesses casos, assim como no caso do

Convênio 0171/2004, o empenho dos recursos em favor do BB teve por

objetivo evitar sua devolução ao órgão concedente.

Entretanto, para evitar a devolução, é necessário um planejamento

eficiente e tempestivo, no sentido de realizar antecipadamente os

processos licitatórios necessários à consecução do objeto dos ajustes,

de modo que, ao receber os créditos, a Universidade possa empenhar os

recursos em favor dos verdadeiros fornecedores. Com isso, não seria

necessário que a UFRJ utilizasse subterfúgios não previstos na

legislação para preservar os recursos em seu orçamento.

Ademais, cabe destacar que a Lei Orçamentária Anual de 2010 - LOA (Lei

n.º 12.214/2010, de 26/01/2010) autorizou a abertura de créditos

suplementares, no âmbito do Ministério da Educação, para o atendimento

de despesas provenientes de superávit financeiro apurado no balanço

patrimonial da União do exercício de 2009, conforme segue:

Page 64: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

"Art. 4º. Fica autorizada a abertura de créditos suplementares,

restritos aos valores constantes desta Lei, desde que as alterações

promovidas na programação orçamentária sejam compatíveis com a

obtenção da meta de resultado primário estabelecida no Anexo de Metas

Fiscais da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2010 e sejam

observados o disposto no parágrafo único do art. 8o da Lei de

Responsabilidade Fiscal, na Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2010

e os limites e condições estabelecidos neste artigo, vedado o

cancelamento de quaisquer valores incluídos ou acrescidos em

decorrência da aprovação de emendas individuais apresentadas por

parlamentares e de 50% (cinquenta por cento) dos valores incluídos ou

acrescidos em decorrência da aprovação de emendas de bancada estadual,

para o atendimento de despesas:

[...]

XV - no âmbito do Ministério da Educação, classificadas nos grupos de

natureza de despesa "3 - Outras Despesas Correntes", "4 -

Investimentos" e "5 - Inversões Financeiras", mediante a utilização de

recursos provenientes de superávit financeiro apurado no balanço

patrimonial da União do exercício de 2009, relativo a receitas

vinculadas à educação, até o limite do saldo orçamentário de cada

subtítulo apurado em 31 de dezembro de 2009, nos referidos grupos de

natureza de despesa e correspondentes fontes de recursos, vinculados

às subfunções "361 - Ensino Fundamental", "362 - Ensino Médio", "363 -

Ensino Profissional", "364 - Ensino Superior" e "847 - Transferências

para a Educação Básica", não utilizado no exercício de 2009, desde que

para aplicação nos mesmos subtítulos em 2010."

Com isso, recursos não utilizados no exercício de 2009 poderiam ser

utilizados em 2010.

Quanto à deficiência de instrução processual, destacamos que

prejudicou a verificação do cumprimento dos requisitos exigidos no

artigo 25 da LRF (Lei Complementar 101/2000) e que poderá prejudicar,

futuramente, a avaliação do cumprimento dos objetos avençados.

RECOMENDAÇÃO: 001

Estabelecer uma rotina administrativa que preveja um setor responsável

por acompanhar as negociações entre professores da Universidade e

outros órgãos visando obtenção de recursos para projetos, de modo que

a Administração Central tenha conhecimento prévio dos recursos que

serão descentralizados para sua Conta Única e dos objetos a serem

executados.

RECOMENDAÇÃO: 002

Planejar as aquisições e contratações necessárias à consecução dos

objetos pactuados em Instrumentos de Transferência Voluntária de

Recursos, de modo que sejam realizados os devidos procedimentos

licitatórios, antecipadamente, e emitidos os empenhos em favor dos

reais fornecedores, quando da liberação dos créditos pelos órgãos

concedentes.

RECOMENDAÇÃO: 003

Caso não seja possível emitir o empenho dentro do exercício financeiro

em curso, verificar, na Lei Orçamentária Anual do exercício

subsequente, a possibilidade de abertura de créditos suplementares

para o atendimento das despesas no exercício seguinte.

Page 65: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

4 SEGURANÇA TRANSFUSIONAL E QUALIDADE DO SANGUE E HEMODERIVADOS

4.1 ATENÇÃO AOS PACIENTES PORTADORES DE DOENÇAS HEMATOLÓGICAS

4.1.1 ASSUNTO - PROGRAMAÇÃO DOS OBJETIVOS E METAS

4.1.1.1 INFORMAÇÃO: (014)

Programa: 1291 - Segurança Transfusional e Qualidade do Sangue e

Hemoderivados.

Ação: 4295 - Atenção aos Pacientes Portadores de Doenças Hematológicas

.

Produto: Paciente atendido.

Unidade de Medida: unidade.

Finalidade: Garantir a assistência aos portadores de doenças

hematológicas.

Descrição: Garantia da disponibilidade de medicamentos pró-coagulantes

e atenção aos portadores de coagulopatias, implantar e implementar a

Política Nacional de Atenção Integral as pessoas com Doença Falciforme

e outras Hemoglobinopatias em parceria com os Estados e Municípios.

Detalhamento da implementação: Descentralizada.

Compras e distribuição de medicamentos pró-coagulantes; Contratação de

serviço para beneficiamento do plasma brasileiro.

Segue tabela contemplando a execução do programa por ação

governamental, excluindo o montante gasto com pessoal:

TABELA 14 – EXECUÇÃO DA AÇÃO DE GOVERNO

AÇÃO

GOVERNAMENTAL

DESPESAS EXECUTADAS PELA

UJ EM 2009

% DAS DESP. EXECUTADAS PELA UJ EM

RELAÇÃO AO TOTAL DO PROGRAMA

1291/4295 R$ 0,00 0% Fonte: Sistema SIAFI

Ressaltamos que, embora este programa tenha sido executado pela

Universidade, não consta em seu orçamento, tendo em vista que o

repasse dos créditos decorreu de instrumentos de transferência

voluntária de recursos, provenientes do Ministério da Saúde.

4.1.2 ASSUNTO - CONVÊNIOS DE OBRAS E SERVIÇOS

4.1.2.1 CONSTATAÇÃO: (006)

Ausência de prestação de contas, no prazo determinado, dos recursos

recebidos por meio de Instrumentos de Transferência Voluntária com

vigência expirada em 2009 e instrução insuficiente dos respectivos

processos, prejudicando a avaliação do cumprimento dos objetos

pactuados.

Efetuamos extração de dados, por meio do sistema SIAFI gerencial, e

Page 66: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

obtivemos a relação dos convênios vigentes em 2009 nos quais a UFRJ

figura como convenente. A extração de dados não retornou nenhum

registro em que a UFRJ figurasse como concedente de recursos.

Identificamos ajustes cujos prazos expiraram em 2009 e cujos valores

liberados constavam como "a comprovar" no SIAFI, indicando a não

apresentação de prestação de contas ao concedente, embora o prazo para

tal já estivesse esgotado (60 dias após o fim da vigência).

Selecionamos tais instrumentos para análise (relacionados a seguir) e

solicitamos os respectivos processos:

QUADRO 11 – AJUSTES SEM PRESTAÇÃO DE CONTAS NO SIAFI

Instrumento de

Transferência

Data fim vigência Valor “a comprovar”

(R$)

Processo apresentado

Portaria 158/2006 31/07/2009 78.600,00 052946/2006-94

Portaria 146/2006 31/07/2009 62.600,00 052944/2006-69

Portaria 557/2006 25/01/2009 94.857,96 052939/2006-29 e

032559/2008-67

Portaria 141/2006 31/01/2009 30.600,00 053778/2006-27

Portaria 151/2006 30/06/2009 56.000,00 053777/2006-64

Convênio 0171/2004 27/12/2009 574.423,16 034204/2008-02

Fonte: Siafi Gerencial

Após análise dos processos relativos a esses ajustes, identificamos:

a) Portarias 158/2006, 146/2006, 141/2006, 557/2006 e Convênio

0171/2004: não consta, nos respectivos processos, o encaminhamento de

prestação de contas ao órgão concedente, nem a comprovação de

recolhimento dos saldos.

No caso do Convênio 0171/2004, consta o Ofício GR n.º 0633/2009, de

04/11/2009, por meio do qual a Universidade solicita prorrogação do

prazo de vigência à Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres

(concedente), mas não consta nenhuma resposta ao pleito.

Cabe destacar que, no caso deste convênio, identificamos divergências

entre os valores registrados no sistema SIAFI e aqueles efetivamente

pactuados (incluindo os termos aditivos) e liberados pelo órgão

concedente. Observamos que apenas a última parcela liberada pelo

concedente (R$ 2.869.269,77), em 23/12/2008, ultrapassa o valor total

da transferência registrado no Siafi (R$ 1.754.374,36).

b) Portaria n.º 151/2006: consta, no processo, comprovante de

devolução do saldo do ajuste ao Fundo Nacional de Saúde (FNS) e um

Ofício de encaminhamento da prestação de contas final (Ofício GR n.º

0560/2009, de 23/09/2009). Entretanto, tal ofício não continha

comprovação de entrega ao referido órgão (protocolo, recibo, etc.).

Ressaltamos que, apesar da apresentação das prestações de contas

estarem em atraso na maior parte dos ajustes analisados, nenhum deles

está inscrito como "inadimplente" no SIAFI.

Cabe destacar que, além dos casos analisados nesta auditoria, de

ajustes vencidos em 2009, observamos, por meio de consulta ao SIAFI,

Page 67: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

que a mesma situação ocorre em diversos ajustes vencidos em exercícios

anteriores, que também possuem saldo "a comprovar" (ex: CONV-PRODOC-

073/2003, PORT. 356/2004 e CV INPI 007/04).

No caso dos processos relativos às quatro Portarias (158/2006,

146/2006, 141/2006 e 151/2006), observamos que não constam, nos

processos apresentados, documentos básicos necessários à identificação

precisa do objeto avençado e das obrigações das partes, tais como, a

própria Portaria, o Plano de Trabalho, os Termos Aditivos (tanto de

prazo quanto de valor), etc. Localizamos apenas os pré-projetos

apresentados pela UFRJ ao Fundo Nacional de Saúde - FNS (órgão

concedente), exceto no caso do processo 032559/2008-67, relativo à

Portaria 557/2006, no qual foi identificada a documentação que

formalizou a pactuação (Portaria e Plano de Trabalho).

Constatamos que a execução dos objetos pactuados, no caso das

Portarias, se deu com o intermédio da Fundação Universitária José

Bonifácio - FUJB. Os repasses dos recursos se respaldaram em Termos

Aditivos ao Contrato n.º 22/2002, de objeto indefinido e amplo,

firmado entre a UFRJ e a Fundação, que por sua vez estava respaldado

num Convênio de Cooperação firmado em 31/07/2002.

A partir da transferência dos recursos, a execução dos objetos

ajustados foi realizada diretamente pela Fundação em conjunto com

professores designados como coordenadores dos projetos beneficiados.

Observamos que a Administração Central da Universidade (Reitoria e

Pró-Reitorias) não acompanhou diretamente a execução dos ajustes. Sua

participação limitou-se a repassar os recursos à Fundação de Apoio e

dela receber prestações de contas.

Constam, nos processos analisados, formulários de prestações de contas

encaminhados pala FUJB, relacionando os pagamentos realizados.

Entretanto, a documentação original comprobatória das despesas (notas

fiscais, documentação relativa ao processo de compra/contratação,

etc.) não está anexada aos processos relativos às Portarias 158/2006,

146/2006 e 141/2006.

Apenas nos casos das portarias 557/2006 e 151/2006, encontram-se

anexadas as notas fiscais e a documentação referente às dispensas de

licitação, quando foi o caso. Entretanto, para as aquisições

realizadas por meio de pregão, consta nesses processos apenas o termo

de adjudicação, não havendo documentação relativa à realização do

procedimento licitatório.

Ressaltamos que a contratação de Fundação de Apoio, por dispensa de

licitação, para desenvolver atvidades administrativas não é autorizada

pela legislação que rege a matéria (Lei n.º 8.958/1994 e artigo 24,

inciso XIII, da Lei n.º 8.666/1993).

No que tange à consecução do objeto firmado, diante da fragilidade na

composição dos processos, restou prejudicada a verificação, exceto no

caso da Portaria n.º 557/2006, cujo processo continha o plano de

trabalho pactuado e as notas fiscais comprobatórias das despesas

realizadas. Neste caso, efetuamos verificação e constatamos que o

objeto foi quase integralmente executado, exceto pelo fato de que

alguns itens foram adquiridos em quantitativos inferiores aos

Page 68: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

previstos (ex: conforme notas fiscais 418218 e 1875, foram adquiridas

5 balanças e 6 armários, enquanto estavam previstos 10 e 13,

respectivamente). Ressaltamos que a execução financeira desta portaria

foi de 97,97% do valor total firmado.

Para as demais portarias, apenas foi possível observar que a execução

financeira demonstrada no último formulário de prestação de contas

enviado pela FUJB está muito aquém do valor do repasse, conforme

discriminado a seguir:

TABELA 15 – EXECUÇÃO FINANCEIRA DAS PORTARIAS

Portaria Valor repasse Valor gasto %

PORT. 158/2006 78.600,00 11.324,63 14,41%

PORT. 146/2006 62.600,00 9.840,29 15,72%

PORT. 141/2006 30.600,00 16.984,03 55,50%

PORT. 151/2006 56.000,00 25.473,85 45,49%

Fonte: Formulários de prestação de contas encaminhados pela FUJB, anexados

aos processos analisados.

No que se refere ao processo do Convênio 0171/2004 (processo

034204/2008-02), observamos que constam somente documentos

relacionados à ultima parcela recebida, no valor de R$ 2.869.269,77

(decorrente do 4º Termo Aditivo ao Convênio, firmado em 29/12/2008).

Não há qualquer menção à execução das parcelas anteriores e, mesmo com

relação à última parcela, os documentos apensados ao processo se

referem apenas aos repasses de recursos. Não há qualquer documentação

relativa a execução do objeto. Com isso, não foi possível identificar

sequer qual o objeto do convênio com precisão, em que etapa da

execução se encontra, nem mesmo o responsável pela sua execução. Como

não nos foram apresentados os processos relacionados às parcelas

anteriores, não foi possível verificar a execução do objeto pactuado

neste ajuste.

CAUSA:

O ex-Reitor da UFRJ, que tinha por atribuição realizar acordos,

convênios e contratos, entre a Universidade e organizações públicas ou

privadas, conforme artigo 30 do Regimento Interno, firmou com a FUJB,

em 31/07/2002, um convênio de objeto indefinido, além do Contrato

Específico n.º 22/2002, a ele vinculado, que respaldaram, até 2008, a

transferência indevida da execução dos objetos avençados em

Instrumentos de Transferência Voluntária de RecursosRecursos cuja

convenente é UFRJ, para a Fundação.

Ressaltamos que o Convênio estabelece que o Dirigente Máximo da UFRJ é

responsável pelo acompanhamento do desenvolvimento do mesmo e que, nem

o convênio nem o contrato firmados exigem a apresentação da

documentação original comprobatória da despesa pela Fundação de Apoio.

O atual Reitor continuou repassando recursos para a Fundação de Apoio,

respaldando-se no convênio supracitado.

O Superintendente de Administração e Finanças (SG-6), que tem por

atribuição a fiscalização da execução do orçamento e o controle dos

Page 69: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

recursos financeiros, conforme artigo 95A do Estatuto, firmou diversos

termos aditivos ao Contrato n.º 22/2002 com a FUJB, até 2008, e,

respaldado nestes termos aditivos, empenhou os recursos recebidos por

meio de Instrumentos de Transferência Voluntária em favor da Fundação.

Esses Termos Aditivos firmados também não traziam qualquer obrigação

de apresentação de documentação original da despesa por parte da

contratada.

A Fundação entendeu que não tinha a obrigação de enviar os documentos

originais comprobatórios das despesas executadas à Universidade e não

o fez até 2008, impossibilitando a elaboração, pela SG-6, das

prestações de contas a serem apresentadas aos órgãos concedentes.

Apenas a partir de 2008 a UFRJ passou a receber tais documentos e, com

isso, ficou acumulada grande quantidade de documentação a ser

analisada para composição dos processos de prestação de contas de

diversos ajustes.

Ressaltamos que a Divisão de contabilidade, vinculada à SG-6, vem

dando prioridade à elaboração das prestações de contas relativas aos

ajustes que geram inscrições de inadimplência no SIAFI.

O Reitor atual (Dirigente Máximo), que, conforme cláusula décima

segunda do convênio firmado com a FUJB em 2002, pelo Reitor anterior,

teria a atribuição de acompanhar sua execução, não o fez, deixando tal

tarefa a cargo de Professores coordenadores dos projetos, que não

detêm o conhecimento administrativo necessário.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:

Por meio da SA242068/012, de 10/03/2010, solicitamos que a Unidade

informasse se houve resposta ao pedido de prorrogação do prazo do

Convênio 0171/2004, apresentasse comprovação de entrega da prestação

de contas da Portaria 151/2006 ao FNS e justificasse a ausência de

prestação de contas dos ajustes cujos prazos de vigência se encontram

expirados há mais de 60 dias.

No que se refere à prorrogação do prazo do Convênio, a Superintendente

Geral de Planejamento e Desenvolvimento, mediante - Ofício n.º

78/2010-PR3/UFRJ, de 19/03/2010, informou:

"A solicitação foi atendida e o Convênio encontra-se vigente até

21/03/2010, conforme publicação no DOU de 17/02/10, Seção 03, pág. 1,

em anexo. Informamos que uma nova prorrogação de vigência já foi

enviada ao órgão pela Coordenadora."

Quanto à comprovação de entrega da prestação de contas da Portaria

151/2006, o Superintendente Geral de Administração e Finanças, por

meio do Memorando n.º 128/2010, de 12/03/2010, se manifestou:

"O envio da prestação de contas poder-se-ia ter acontecido através de

postagem sem aviso de recebimento, fato este que não gera protocolo,

entretanto antecipando as informações que contarão no plano de

providências vamos entrar em contato com o FNS a fim de requerermos

uma declaração de recebimento, a qual devera ser oportunamente juntada

no processo."

Quanto à ausência de prestação de contas das demais Portarias, por

Page 70: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

meio do mesmo documento, acrescentou:

"[...]registro que os recursos referentes a estes convênios foram

executados junto a fundação de apoio - FUJB depois de vários anos de

desentendimentos em relação a guarda da documentação chegou a

conclusão que tais documentos seriam encaminhados a UFRJ, embora a

FUJB solicite em seus protocolos de envio a devolução de tal

documentação, devolução na qual tem a discordância do Diretor da

Divisão de Contabilidade.

Essas notas fiscais chegam a Divisão de Contabilidade em volumes

enormes, em conseqüência do montante dos recursos repassados a

fundação de apoio e do número de convênios firmados entre a UFRJ e os

respectivos coincidentes. É bem verdade que a tendência é a redução

desta demanda, tendo em vista a obediência ao acórdão TCU 2731 de

2008, mas não podemos esquecer da demanda acumulada quanto aos

exercícios pretéritos.

Ademais a carência de mão de obra em toda a universidade, atentando

mais especificamente para a questão de prestação de contas de

convênios, a qual ora tratamos, carrega um peso muito grande nesta

justificativa. O setor responsável pela prestação de contas, não se

tratando somente de convênios, mas de todas as prestações de contas

desta IFES em meados de 2004, 2005 contava uma um numero muito

reduzido de servidores, mas especificamente dois. Para um melhor

entendimento hoje contamos com mais um funcionário, admitido em 2008,

o qual hoje trabalha única e exclusivamente com prestação de contas de

convênios, cabendo lembrar que somente ele desenvolve esta atividade

em toda a IFES.

Ora, conjugando o volume de trabalho com a defasagem / ausência de

força de trabalho nesta atividade podemos concluir que a demanda

gerada que se acumulou durante anos é humanamente inviável tratar

deste assunto com eficiência e tempestivamente.

Outrossim, a rotatividade de servidores, demanda tempo de treinamento

destes que chegam a cada momento junto a administração. É o que

ocorreu na seção de prestação de contas, em 2005 recebemos um

servidor, o mesmo saiu pois passou em outro concurso, o outro servidor

chegou somente em 2009, sendo certo que passamos pelo processo de

aprendizado por duas vezes, fato este que retarda todo o processo e

planejamento das atividades desta IFES quando o assunto é prestação de

contas.

Desta forma concluímos que as portarias ora em questão encontravam-se

junto a outros processos para a juntada de documentação e posterior

analise, entretanto tratamos como situações emergenciais aquelas que

estão causando restrições (inadimplência) a universidade. Devendo-se

levar em consideração que a administração tem ciência da modelagem de

uma estrutura efetiva, eficiente e eficaz, a qual buscamos a todo

momento, mas a realidade esta descrita nestas breves linhas."

Solicitamos, ainda, justificativas para as deficiências identificadas

na instrução dos processos disponibilizados, para a baixa execução

financeira das portarias cujos prazos expiraram em 2009 e para a

transferência da execução à Fundação de Apoio.

No que se refere à baixa execução financeira das Portarias, a

Superintendente Geral de Planejamento e Desenvolvimento, mediante

Ofício n.º 78/2010-PR3/UFRJ, de 19/03/2010, se manifestou:

Page 71: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

"Concordamos plenamente que houve falha na execução das mencionadas

Portarias, mas para esclarecermos o porquê temos que consultar os

Coordenadores dos respectivos Projetos. Talvez por demora na execução

e falta de solicitação de prorrogação de prazo em tempo hábil."

Quanto à deficiência de instrução identificada nos processos relativos

aos ajustes analisados por esta equipe, o assessor da Superintendência

Geral de Planejamento e Desenvolvimento, mediante documento

encaminhado por correio eletrônico, em 19/03/2010, se manifestou:

"Atendo-nos somente ao Convênio 0171/2004, uma vez que tais

deficiências não foram identificadas em outros instrumentos de

transferência, principalmente nos processos contemplados a partir da

adoção Procedimentos Operacionais mencionados anteriormente,

informamos que o Convênio 0171/2004 dispõe de 02 (dois) processos

administrativos (23079.039900/2004-27 e 23079.034204/2008-02). O

processo autuado no exercício de 2004 está consubstanciado no Termo de

Contrato Específico n.º 22/2002 ao Convênio Geral entre a UFRJ e a

FUJB, além do Termo Aditivo n.º 51/2004 aos supracitados Termo e

Convênio Geral, respectivamente. Dessa forma, encontram-se no referido

processo todas as peças necessárias à identificação precisa do objeto

do ajuste, além das demais informações básicas elencadas. Já o

processo 23079.034204/2008-02, autuado em consonância com a Resolução

n.º 02/2006 do Conselho Universitário, de 09 de fevereiro de 2006,

além do Contrato Específico de Repasse n.º 68/2008, vinculado ao atual

convênio geral de Cooperação Acadêmica, Técnica, Científica e Cultural

entre a UFRJ e a FUJB, de 15 de maio de 2007, dispõe complementarmente

das demais informações básicas ao Convênio 0171/2004, as quais foram

identificadas por essa Auditoria."

Quanto à ausência de documentação original comprobatória das despesas,

em alguns processos analisados, o Superintendente Geral de

Administração e Finanças, por meio do Memorando n.º 128, de

12/03/2010, acrescentou:

"No que concerne a ausência de documentação original obrigatória

registro que os recursos referentes a estes convênios foram executados

junto a fundação de apoio - FUJB depois de vários anos de

desentendimentos em relação a guarda da documentação chegou a

conclusão que tais documentos seriam encaminhados a UFRJ, embora a

FUJB solicite em seus protocolos de envio a devolução de tal

documentação, devolução na qual tem a discordância do Diretor da

Divisão de Contabilidade.

Essas notas fiscais chegam a Divisão de Contabilidade em volumes

enormes, em conseqüência do montante dos recursos repassados a

fundação de apoio e do número de convênios firmados entre a UFRJ e os

respectivos coincidentes. É bem verdade que a tendência é a redução

desta demanda, tendo em vista a obediência ao acórdão TCU 2731 de

2008, mas não podemos esquecer da demanda acumulada quanto aos

exercícios pretéritos.

Ademais a carência de mão de obra em toda a universidade, atentando

mais especificamente para a questão de prestação de contas de

convênios, a qual ora tratamos, carrega um peso muito grande nesta

justificativa. O setor responsável pela prestação de contas, não se

tratando somente de convênios, mas de todas as prestações de contas

desta IFES em meados de 2004, 2005 contava uma um numero muito

Page 72: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

reduzido de servidores, mas especificamente dois. Para um melhor

entendimento hoje contamos com mais um funcionário, admitido em 2008,

o qual hoje trabalha única e exclusivamente com prestação de contas de

convênios, cabendo lembrar que somente ele desenvolve esta atividade

em toda a IFES.

Ora, conjugando o volume de trabalho com a defasagem / ausência de

forca de trabalho nesta atividade podemos concluir que a demanda

gerada que se acumulou durante anos é humanamente inviável tratar

deste assunto com eficiência e tempestivamente.

Outrossim, a rotatividade de servidores, demanda tempo de treinamento

destes que chegam a cada momento junto a administração. É o que

ocorreu na seção de prestação de contas, em 2005 recebemos um

servidor, o mesmo saiu pois passou em outro concurso, o outro servidor

chegou somente em 2009, sendo certo que passamos pelo processo de

aprendizado por duas vezes, fato este que retarda todo o processo e

planejamento das atividades desta IFES quando o assunto é prestação de

contas.

Desta forma concluímos que as portarias ora em questão encontravam-se

junto a outros processos para a juntada de documentação e posterior

análise, entretanto tratamos como situações emergenciais aquelas que

estão causando restrições (inadimplência) a universidade. Devendo-se

levar em consideração que a administração tem ciência da modelagem de

uma estrutura efetiva, eficiente e eficaz, a qual buscamos a todo

momento, mas a realidade esta descrita nestas breves linhas."

A respeito do fato da execução ter sido transferida para a Fundação de

Apoio, a Superintendente Geral de Planejamento e Desenvolvimento,

mediante - Ofício n.º 78/2010-PR3/UFRJ, de 19/03/2010, se manifestou:

"Quando da liberação dos créditos orçamentários, disponibilizados

pelo Fundo Nacional de Saúde e pela Secretaria Especial de Política

para Mulheres em 2006, mais exatamente no encerramento do exercício

financeiro, havia um Convênio "mãe" com a nossa Fundação de Apoio e a

Procuradoria Geral da UFRJ que permitia que tal transferência fosse

efetuada, mediante Termos Aditivos ao mencionado Convênio, evitando a

devolução dos créditos aos Órgãos concedentes."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:

No que se refere ao Convênio 0171/2004, a prorrogação de vigência,

informada pela Unidade, em resposta a questionamento efetuado pela

equipe de auditoria, provoca a prorrogação, também, do respectivo

prazo de prestação de contas que, com isso, não mais se encontra

expirado. Ressaltamos que a referida prorrogação de prazo não constava

no processo analisado, tampouco o novo pedido de prorrogação

mencionado pelo gestor.

Embora a "Orientação para Prestação de Contas de recursos

descentralizados por Portaria", emitida pela Diretoria Executiva do

Fundo Nacional de Saúde, não exija a apresentação dos documentos

contábeis originais, exige uma declaração de guarda e conservação dos

mesmos. Entretanto, os documentos originais não estavam em poder da

convenente - UFRJ.

Cabe destacar que a Universidade vem, sistematicamente, deixando de

prestar contas dos recursos recebidos por meio de transferências

voluntárias, nos prazos determinados.

Page 73: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

Apesar disso, os órgãos concedentes não registram a inadimplência no

sistema SIAFI de maneira tempestiva, o que impediria a UFRJ de

celebrar novos convênios ou receber novas transferências de recursos,

tendo em vista a vedação contida no artigo 5º da Instrução Normativa

STN n.º 01/1997:

"É vedado:

I - celebrar convênio, efetuar transferência, ou conceder benefícios

sob qualquer modalidade, destinado a órgão ou entidade da

Administração Pública Federal, estadual, municipal, do Distrito

Federal, ou para qualquer órgão ou entidade, de direito público ou

privado, que esteja em mora, inadimplente com outros convênios ou não

esteja em situação de regularidade para com a União ou com entidade da

Administração Pública Federal Indireta"

Observamos que, até meados de 2008, a UFRJ, respaldada num Contrato

firmado com a FUJB, de objeto abrangente e indefinido, emitia

sucessivos Termos Aditivos repassando os recursos recebidos por meio

de Instrumentos de Transferência, para execução pela Fundação. Em

2009, não era mais adotada esta sistemática.

Quanto às deficiências identificadas na instrução processual, cabe

mencionar que não foi identificada apenas no caso do Convênio

171/2004, mas também nos processos relacionados às cinco portarias

firmadas em 2006.

Ademais, o primeiro processo relativo ao convênio 0171/2004,

mencionado pelo gestor, instaurado no ano de sua assinatura, não foi

disponibilizado para esta equipe quando requerido. Apenas foi

apresentado um processo instaurado em 2008, conforme relatado

anteriormente. Ressaltamos que esta equipe, por meio da SA242068/001,

de 19/02/2010, solicitou todos os processos relativos aos ajustes

selecionados para análise, entre eles o convênio 0171/2004, não apenas

os mais recentes, tanto que, no caso da Portaria 557/2006, dois

processos foram apresentados.

A deficiência na instrução dos processos relativos aos ajustes

expirados em 2009, embora se trate de uma falha formal, prejudica a

análise da execução dos objetos pactuados.

O fato da FUJB ter sido a responsável pela execução dos objetos dos

ajustes analisados pela equipe contribuiu para a deficiência

documental dos processos, principalmente no que se refere à

documentação comprobatória da despesa. Destacamos que esta

documentação, mesmo quando a apresentação não for exigida pelo órgão

concedente na prestação de contas, deve ficar armazenada no órgão

convenente, à disposição dos órgãos de controle e do próprio

concedente dos recursos.

Tendo em vista que os documentos que definem as especificações exatas

dos objetos a serem executados não se encontravam apensados em quase

todos os processos analisados e que, em grande parte deles, a

documentação comprobatória das despesas também não havia sido anexada,

esta equipe ficou impossibilitada de avaliar com precisão a consecução

dos objetos avençados. Apenas foi possível constatar que a execução

Page 74: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

financeira da maior parte dos ajustes ficou bem distante do previsto

(valor repassado pelo concedente).

O fato da execução não ser acompanhada pela administração central da

Universidade contribui para a ausência dos documentos necessários, nos

respectivos processos, tendo em vista que os coordenadores dos

projetos, que acompanham a execução dos ajustes, são, em geral,

professores pesquisadores que não têm experiência administrativa.

RECOMENDAÇÃO: 001

Adotar providências com vistas a elaborar e apresentar aos órgãos

concedentes todas as prestações de contas de Transferências

Voluntárias de Recursos que se encontram em atraso.

RECOMENDAÇÃO: 002

Estabelecer rotina de acompanhamento, por setor da Administração

Central da UFRJ, da execução dos objetos pactuados nos instrumentos de

transferência, independente da forma com que o mesmo vá ser executado.

RECOMENDAÇÃO: 003

Implantar rotina de controle dos prazos de prestação de contas

estabelecidos nos ajustes firmados, de modo a evitar atrasos na

apresentação das mesmas.

RECOMENDAÇÃO: 004

Instruir adequadamente os processos relativos aos Instrumentos de

Transferência firmados, incluindo todos os documentos necessários à

identificação precisa do objeto avençado e ao entendimento de todas as

etapas de sua execução.

5 CONTROLES DA GESTÃO

5.1 CONTROLES INTERNOS

5.1.1 ASSUNTO - AUDITORIA DE PROCESSOS DE CONTAS

5.1.1.1 CONSTATAÇÃO: (023)

Apresentação do processo anual de contas após o prazo estabelecido na

legislação aplicável, sem que haja solicitação de prorrogação ao

Tribunal de Contas da União.

Conforme Decisão Normativa TCU n.º 102/2009 combinada com o item

5.2.3. da Portaria CGU n.º 2.270/2009, o prazo para apresentação do

processo anual de contas de 2009, pela UFRJ, ao órgão de controle

interno competente, era 31/03/2010. Entretanto, o mesmo somente foi

entregue à CGU-Regional/RJ em 28/04/2010, quase um mês após o prazo

determinado.

Juntamente com o processo foram apresentados dois ofícios por meio dos

quais a Universidade solicitou ao Ministro de Estado da Educação a

prorrogação do prazo para apresentação da prestação de contas ao

controle interno.

Entretanto, não foi apresentado nenhum documento que evidencie que a

prorrogação de prazo requerida pela UFRJ tenha sido solicitada ao

Tribunal de Contas da União, pelo referido Ministro, conforme

exigência do o artigo 7º da Instrução Normativa TCU n.º 57/2008

Page 75: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

combinado com o item 5.2.3.2 da Portaria CGU n.º 2.270/2009.

CAUSA:

O Reitor não providenciou a elaboração do Processo Anual de Contas da

UFRJ com antecedência suficiente para que o mesmo estivesse concluído

na data de apresentação determinada pelo TCU e entendeu,

equivocadamente, que bastava solicitar a prorrogação deste prazo ao

Ministro de Estado.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:

Ao encaminhar o processo anual de contas da UFRJ à CGU-Regional/RJ,

por meio do Ofício n.º 49/2010, de 28/04/2010, o Superintendente Geral

de Administração e Finanças encaminhou, também, pedidos de prorrogação

de prazo enviados pelo Reitor da Universidade ao Ministro de Estado da

Educação:

"Tendo em vista o prazo para entrega da Prestação de Contas do

Exercício de 2009 (31 de março de 2010) junto ao órgão oficial de

controle interno - CGU e, considerando que o processo de prestação de

contas é a expressão máxima da transparência das ações do poder

público e do controle social, esclarecemos que, em razão desta Unidade

Jurisdicionada encontrar-se em obras/reformas, parte destas em caráter

emergencial em face dos fortes temporais que vêem assolando o estado,

não conseguiremos apresentar o processo de prestação de contas

tempestivamente conforme preconiza as normas vigentes.

Isto posto, requeremos a V. Excia. Especial atenção no que concerne a

prorrogação do prazo para entrega do processo de prestação de contas,

para até o próximo dia 15 de abril de 2010, pelos fatos e fundamentos

supra epigrafados." (Ofício GR n.º 0169/2010, de 31/03/2010)

"Cumprimentando-o, reitero os termos do Ofício GR n.º 0169/2010, que

solicita prorrogação do prazo estabelecido na PORTARIA CGU n.º 2270,

de 04.11.2009 e na NORMA DE EXECUÇÃO CGU n.º 4, de 04.11.2009, para

entrega da Prestação de Contas do Exercício de 2009. Conforme já

ponderado, o pedido decorre das dificuldades enfrentadas por esta

Unidade Jurisdicionada, em virtude dos efeitos produzidos pelos fortes

temporais que assolaram o estado e, especialmente, a cidade do Rio de

Janeiro; o que provocou transtornos e prejuízos ao normal

funcionamento administrativo e acadêmico da instituição.

Requeremos, portanto, especial atenção de Vossa Excelência para que

possa a UFRJ entregar à Controladoria Geral da União (CGU) seu

processo de prestação de contas até o próximo dia 30 de abril de

2010." (Ofício GR n.º 0198, de 19/04/2010)

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:

Inicialmente, cabe observar que o primeiro Ofício, embora datado de

31/03/2010, possui protocolo de recebimento pelo Ministério da

Educação apenas em 16/04/2010 e que o segundo sequer possui protocolo

de entrega. Em ambos os documentos o Reitor solicita a prorrogação do

prazo de entrega do processo de contas à CGU ao Ministro da Educação,

que não tem competência para concedê-la.

Segundo o item 5.2.3.2 da Portaria CGU n.º 2.270/2009 "caberá ao

Ministério supervisor, conforme estabelecido no inciso II do art. 7º

da IN TCU nº 57/2008 ou norma que a substitua, solicitar, de forma

fundamentada, diretamente ao Tribunal de Contas da União, a

Page 76: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

prorrogação dos prazos estabelecidos na Decisão Normativa do TCU, na

hipótese de impossibilidade de cumprimento pela UJ da data-limite para

entrega do processo anual de contas ordinárias ao órgão de controle

interno, encaminhando cópia do referido requerimento a esse órgão".

O artigo 7º da IN TCU n.º 57/2008 determina:

"Os prazos estabelecidos nas decisões normativas de que tratam os

arts. 3º e 4º deste normativo e no parágrafo único do artigo anterior

poderão ser prorrogados pelo Plenário do Tribunal, em caráter

excepcional, mediante solicitação fundamentada formulada, conforme o

caso, pelas seguintes autoridades:

[...]

II. Ministro de Estado ou autoridade de nível hierárquico equivalente;

[...]"

Portanto, o pedido de prorrogação do prazo deveria ser feito pelo

Ministro de Estado junto ao Tribunal de Contas de União.

Cabe destacar, ainda, que o atraso na apresentação do processo foi de

quase um mês, enquanto os episódios de chuvas fortes enfrentados pelo

Município do Rio de Janeiro, em 2010, ocorreram de forma isolada, não

consistindo em situação constante/contínua capaz de comprometer de

forma tão significativa a elaboração do processo anual de contas da

Universidade.

RECOMENDAÇÃO: 001

Elaborar o processo de prestação anual de contas com antecedência

suficiente para que episódios isolados de intempéries não provoquem a

extrapolação dos prazos estabelecidos e, caso ainda assim seja

necessária a prorrogação de prazo, atentar para os procedimentos

estabelecidos nos normativos expedidos pelos órgãos de controle, tanto

interno (CGU), quanto externo (TCU).

5.1.1.2 INFORMAÇÃO: (024)

No que se refere ao Relatório de Gestão da UFRJ, cumpre informar que,

em 26/02/2010, o Assessor da Pró-Reitoria de Planejamento e

Desenvolvimento (PR-3) encaminhou a esta equipe de auditoria, por

correio eletrônico, uma minuta do referido documento.

Procedemos, então, à análise preliminar desta, limitada à

verificação da existência do conteúdo exigido pela Decisão Normativa

TCU n.º 100/2009 (Anexo II), com vistas a orientar o gestor.

Ressaltamos que a análise preliminar não abrangeu a forma de

abordagem dos assuntos, detalhada na Portaria TCU n.º 389/2009 e no

documento entitulado "Orientações Complementares para Elaboração do

Relatório de Gestão", expedido pela CGU, conforme previsto no item 4.6

da Portaria CGU n.º 2.270/2009.

Em 10/03/2010, realizamos uma reunião de Apoio à elaboração do

Relatório de Gestão, na qual foram feitas observações sobre a minuta

analisada.

Ao recebermos o processo de prestação de contas, contendo a versão

definitiva do Relatório de Gestão, realizamos nova análise, desta vez

mais aprofundada, e identificamos a ausência das seguintes

Page 77: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

informações:

- Ausência de informações detalhadas sobre a programação e a execução

orçamentária da Unidade (exigência da Portaria n.º 389/2009, que

detalhou o conteúdo exigido no item 2 da parte A do Anexo II da DN TCU

n.º 100/2009).

- Ausência de análise crítica sobre a situação dos recursos humanos da

Unidade (conteúdo exigido pelo item 3 da parte A do Anexo II da DN TCU

n.º 100/2009) e de informações quanto à composição e os custos de

recursos humanos nos exercícios de 2007, 2008 e 2009, da forma

prevista na Portaria n.º 389/2009.

- Ausência de análise crítica sobre a gestão do pagamento de Restos a

Pagar de exercícios anteriores (exigência da Portaria n.º 389/2009,

que detalhou o conteúdo exigido no item 5 da parte A do Anexo II da DN

TCU n.º 100/2009).

- Ausência de declaração da área responsável, atestando que as

informações sobre Contratos, Convênios, Contratos de Repasse e Termos

de Parceria se encontram disponíveis e atualizadas no SIASG e no

SICONV (conteúdo exigido pelo item 13 da parte A do Anexo II da DN TCU

n.º 100/

2009).

- Ausência de informações sobre as providências adotadas para

atendimento às recomendações do Órgão ou Unidade de Controle Interno,

conforme exigência do item 11A das Orientações Complementares para

Elaboração do Relatório de Gestão, expedidas pela CGU.

Embora tenhamos informado à UFRJ sobre tais pendências e recomendado a

complementação das informações, por meio da SA243914/004, de

03/05/2010, de modo a atender as exigências dos normativos aplicáveis,

a Universidade não apresentou formalmente as informações

complementares, até a conclusão deste relatório.

5.2 SUBÁREA - CONTROLES EXTERNOS

5.2.1 ASSUNTO - ATUAÇÃO DO TCU/SECEX NO EXERCÍCIO

ACÓRDÃO nº 6538/2009 - 1ª CÂMARA

ITEM ATENDIMENTO ITEM ANEXO I

1.5.1.1 SIM NAO SE APLICA

1.5.1.2 SIM NAO SE APLICA

1.5.1.3 SIM NAO SE APLICA

1.5.1.4 SIM NAO SE APLICA

RELATORIO NR : 243973

UCI 170130 : CONTROLADORIA-REG. DA UNIÃO NO ESTADO DO RJ

EXERCICIO : 2009

UNID CONSOLIDADA : Complexo Hospitalar e de Saúde da UFRJ

CODIGO : 150432

MUNICIPIO : RIO DE JANEIRO

UF : RJ

1 BRASIL UNIVERSITÁRIO

1.1 ASSIST. HOSPITALAR E AMBULATORIAL A POPULACAO

Page 78: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

1.1.1 ASSUNTO - PROGRAMAÇÃO DOS OBJETIVOS E METAS

1.1.1.1 INFORMAÇÃO: (001)

Programa: 1073 - Brasil Universitário.

Ação: 4086 - Funcionamento dos Hospitais de Ensino.

Produto: Unidade Mantida.

Unidade de Medida: Unidade

Tipo de ação: atividade.

Finalidade: Assegurar condições de funcionamento dos hospitais de

ensino.

Descrição: Manutenção das atividades para o funcionamento e melhoria

da qualidade dos serviços hospitalares prestados à comunidade, bem

como restauração/modernização das edificações/instalações, com vistas

a um adequado estado de uso por meio de obras de pequeno vulto.

Forma de implementação: Direta.

Ação padronizada setorial executada pelas unidades, obedecidas as

normas legais que regem as mesmas.

Segue tabela contemplando a execução do programa por ação

governamental, excluindo o montante gasto com pessoal:

TABELA 01 – EXECUÇÃO DA AÇÃO DE GOVERNO

AÇÃO

GOVERNAMENTAL

DESPESAS EXECUTADAS PELA

UJ EM 2009

% DAS DESP. EXECUTADAS EM

RELAÇAO AO TOTAL DO PROGRAMA

1073/4086 R$ 18.856.438,67 9,54%

Fonte: Sistema SIAFI

1.1.2 ASSUNTO - AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS

1.1.2.1 INFORMAÇÃO: (002)

Segundo informações prestadas pela Divisão de Planejamento, Orçamento

e Gestão, por meio do Memorando n.º 274, de 13/04/2010, "a UFRJ não

atualiza dados no sistema SIGPLAN. Os dados são lançados no Sistema

SIMEC e este faz a exportação dos mesmo para o SIGPLAN."

Foram confrontadas as informações coletadas no relatório de gestão com

as informações pesquisadas por meio dos Sistemas SIAFI, SIMEC e

SIGPLAN. Seguem os valores identificados em termos de previsão e

execução física e financeira:

TABELA 02 – EXECUÇÃO FÍSICA E FINANCEIRA DOS PROGRAMAS

prog/ação

financeiro físico

previsto liquidado % prog/liq prog. executado % exec/prog.

1073 4086 295.244.520,00 233.157.279,31 78,97% 14 0 0,00%

Fonte: SIMEC.

Page 79: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

Conforme observado no quadro acima, não houve execução física, apesar

de ter havido uma execução financeira de 78,97 %. Segundo informações

prestadas pela assessoria da SG-3, por meio de correio eletrônico, em

29/04/2010, "a inexistência de um percentual de atendimento da meta

referente ao programa/ação 1073.4086, da UO 26378, apesar da execução

financeira apontada, se deu pelo não monitoramento da ação no SIMEC

devido ao processo de implantação do Complexo Hospitalar e de Saúde da

UFRJ, o que está sendo providenciado no exercício atual."

1.1.3 ASSUNTO - RECURSOS EXIGÍVEIS

1.1.3.1 CONSTATAÇÃO: (004)

Inscrição de empenhos em restos a pagar não processados, no valor de R

$ 2.238.417,87, sem respaldo legal.

Verificamos, por meio do sistema SIAFI Gerencial, que o valor total

inscrito em restos a pagar (RP), ao final de 2009, pelo Complexo

Hospitalar e de Saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UG

150432 é de R$ 7.265.454,80 (sete milhões, duzentos e sessenta e cinco

mil,

quatrocentos e cinquenta e quatro reais e oitenta centavos), sendo

68,28% processados (R$ 4.960.993,03) e 31,72% não processados (R$

2.304.461,77).

Todo o valor inscrito em RP processados se refere à folha de pagamento

de pessoal.

Quanto aos RP não processados, observamos que todos os empenhos

inscritos são de 2009 e que 97,13% do valor (R$ 2.238.417,87) favorece

o Banco do Brasil. A distribuição destes empenhos por natureza de

despesa é a seguinte:

TABELA 03 – EMPENHOS FAVORECENDO O BB INSCRITOS EM RP NÃO PROCESSADOS

Natureza de Despesa Valor RP não processados

(R$)

OUTROS SERVICOS DE TERCEIROS - PESSOA FISICA 88.417,87

OUTROS SERVICOS DE TERCEIROS-PESSOA JURIDICA 2.150.000,00

Total 2.238.417,87

Fonte: SIAFI Gerencial.

Selecionamos para análise os empenhos a seguir relacionados,

classificados na natureza de despesa "OUTROS SERVIÇOS DE TERCEIROS -

PESSOA JURÍDICA":

TABELA 04 – AMOSTRA SELECIONADA PARA ANÁLISE

Empenho RP não processados

(R$)

Descrição da NE

2009NE000025 300.000,00 IMPORTANCIA EMPENHADA PARA ATENDER DESPESAS

COM A EMENDA PARLAMENTAR 35490012,REFERENTE

DESPESAS DIVERSAS COM SERVIÇOS DE TERCEIROS 2009NE000026 150.000,00

2009NE000027 1.000.000,00

Page 80: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

2009NE000028 700.000,00 DE PESSOA JURIDICA. AUTORIZADO PELA SG-6. UB:

HU´S.

Fonte: SIAFI Gerencial

Observamos que, em todos os empenhos enumerados acima, consta como

modalidade de licitação "não se aplica", o que indica que os mesmos

não se encontram respaldados em nenhum processo licitatório.

Solicitamos informações a respeito dessas notas de empenho ao gestor,

que informou se tratarem de valores empenhados em favor do Banco do

Brasil, sem formalização de processo e sem contrato firmado. Nestes

casos, não há nenhum compromisso assumido pela Instituição Financeira

perante a UFRJ. Os recursos foram empenhados apenas para que fossem

inscritos em RP e, com isso, mantidos no orçamento de 2010. Não há

nenhum respaldo legal para a emissão dos empenhos aqui analisados.

Portanto, tais despesas não se enquadram nas hipóteses autorizadas

para inscrição em RP não processados, previstas no artigo 35 do

decreto n.º 93.872/1986:

"Art . 35. O empenho de despesa não liquidada será considerado anulado

em 31 de dezembro, para todos os fins, salvo quando:

I - vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo

credor, nele estabelecida;

II - vencido o prazo de que trata o item anterior, mas esteja em

cursos a liquidação da despesa, ou seja de interesse da Administração

exigir o cumprimento da obrigação assumida pelo credor;

III - se destinar a atender transferências a instituições públicas ou

privadas;

IV - corresponder a compromissos assumido no exterior."

Diante disso, os empenhos supracitados, que sequer poderiam ter sido

emitidos, deveriam ter sido anulados em 31/12/2009.

CAUSA:

A Superintendente de Planejamento e Desenvolvimento, que tem por

atribuição a coordenação, o acompanhamento e o controle das atividades

de Planejamento da Universidade, não planejou antecipadamente a

execução dos recursos provenientes de emendas parlamentares,

impossibilitando a realização dos devidos processos licitatórios em

tempo hábil, de modo que fossem emitidos os empenhos, dentro do

exercício, em favor dos reais fornecedores.

Cumpre ressaltar que a Superintendente é subordinada ao Pró-Reitor de

Planejamento e Desenvolvimento (PR-3), que tem por atribuição auxiliar

o Reitor em funções de direção na área para que for designado, de

acordo com o artigo 32 do Regimento Interno.

O Superintendente de Administração e Finanças (SG-6), que é o

ordenador de despesas da UJ e que tem por atribuição a fiscalização da

execução do orçamento e o controle dos recursos financeiros, conforme

artigo 95A do Estatuto, na intenção de manter créditos orçamentários

recebidos em 2009 para utilização no exercício seguinte, autorizou o

empenho e a inscrição em restos a pagar, irregularmente, de despesas

em favor de instituição financeira, sem que houvesse qualquer

obrigação da UJ com relação à mesma.

Page 81: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

Há que se ressaltar que a liberação dos créditos provenientes de

emendas parlamentares, em montante elevado, ao final do exercício,

prejudica a execução regular das despesas pela UJ.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:

Por meio da SA243973/001, de 29/03/2010, solicitamos esclarecimentos

sobre a emenda parlamentar 35490012, que deu origem às notas de

empenho analisadas, e a apresentação dos documentos que deram origem

aos referidos empenhos (processo, contrato firmado, etc.).

Em resposta, mediante Memorando n.º 273/2010, de 12/04/2010, o Chefe

da Divisão de Planejamento, Orçamento e Gestão da PR-3 se manifestou:

"a) A Emenda Parlamentar 35490012 no valor de R$ 300.000,00 (trezentos

mil reais) destina-se ao apoio à implantação do Projeto de Assistência

ao Adolescente, visando à promoção da saúde de forma integrada, no

Hospital Universitário Clementino Fraga Filho - UFRJ, localizado no

município do Rio de Janeiro - RJ, conforme ofício n.º 10/2009 do

Gabinete 282 da Câmara dos Deputados Federais em anexo;

b) Informamos que os empenhos foram emitidos no final do exercício de

2009, 12 de dezembro, conforme cópias anexas, em função da liberação

do limite de empenho ter ocorrido também no final do exercício,

conforme planilha anexa. Informamos ainda que para tais emissões não

houve a formalização de processo, contrato firmado, etc., as

autorizações do Ordenador de Despesa para emissões de tais empenhos

partiram exatamente nas próprias Notas de Empenhos e tiveram como

favorecido o Banco do Brasil pelo fato de que como as liberações de

limite de empenho se deram próximas ao final do exercício não houve

tempo hábil para a realização de certames licitatórios, e estes

créditos orçamentários são de extrema importância para o

desenvolvimento dos projetos a serem desenvolvidos pelos Hospitais

Universitários vinculados à UFRJ. Esclareço ainda que por um

equívoco na digitação das descrições dos empenhos todos saíram como

sendo referentes à Emenda Parlamentar 35490012, quando na verdade a

descrição deveria conter as seguintes informações, conforme planilha

anexa:"

Nota de Empenho Valor Emenda Parlamentar

correspondente

2009NE000025 R$ 300.000,00 35490012

2009NE000026 R$ 150.000,00 25000010

2009NE000027 R$ 1.000.000,00 35490013

2009NE000028 R$ 700.000,00 35490023

Por meio da mesma solicitação, questionamos sobre qual inciso do

artigo 35 do Decreto n.º 93.782/1986 havia fundamentado as inscrições

em RP não processados dos quatro empenhos selecionados pela equipe.

O Superintendente Geral de Administração e Finanças, por intermédio do

Memorando n.º 179, de 14/04/2010, informou:

"[...] informamos que ao emitirmos os empenhos em nome do Banco do

Brasil, entendemos que o inciso 1 do Decreto n.º. 93.872/1986 pudesse

Page 82: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

ser entendido como o compromisso dos créditos orçamentários, que foram

descentralizados mediante a assinatura de Termos de Cooperação,

Portarias e/ou outros instrumentos congêneres. Considerando que tais

descentralizações ocorreram, praticamente, no encerramento do

exercício financeiro de 2009, a solução correta talvez fosse a

devolução ao órgão concedente, como fizemos com alguns outros. No

entanto, é um processo doloroso para uma Instituição de Ensino, do

porte da UFRJ, deixar de cumprir com sua missão de Ensino, Pesquisa e

Extensão.

A Universidade, no que diz respeito à aquisição de materiais de

consumo e à contratação de serviços de terceiros - pessoa jurídica,

irá realizar licitação e apropriar a despesa quando da entrega do

material ou da execução do serviço à vencedora do certame licitatório,

cujo pagamento será efetuado através de ordem bancária.

Quanto aos serviços de terceiros - pessoa física e a aquisição de

equipamentos importados, independentemente do encerramento do

exercício, o empenho é emitido em nome do Banco do Brasil.

No exercício de 2008, a gama de créditos orçamentários devolvidos aos

órgãos vinculados ao Ministério da Educação, que, de acordo com o

estipulado na LOA 2009, seria restituído em 2009, não ocorreu. Esta

IFES perdeu crédito na ordem de R$ 4 milhões."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:

Por meio do ofício n.º 10/2009, de 09/02/2009, um Deputado Federal

informou à UFRJ que havia sido incluída emenda no Orçamento da

Universidade, no valor de R$ 300.000,00 (emenda parlamentar 35490012).

Verificamos, portanto, que, neste caso, embora os créditos

provenientes da emenda tenham sido liberados apenas no final do

exercício, segundo o gestor, já era possível iniciar as providências

administrativas necessárias à consecução do objeto desde o início do

exercício. Desta forma seria evitado o empenho dos recursos em favor

de terceiro (Banco do Brasil), que não possui qualquer relação com a

execução da despesa.

Quanto às demais emendas, não foi apresentado o ofício que informou

sobre a inclusão no orçamento.

Entretanto, independente da situação, o empenho de despesas em nome de

terceiros, para posterior inscrição em restos a pagar, como forma de

burlar a anualidade do orçamento, prevista no artigo 2º da Lei n.º

4.320/1964, não encontra respaldo legal.

Ademais, cabe destacar que a Lei Orçamentária Anual de 2010 - LOA (Lei

n.º 12.214/2010, de 26/01/2010) autorizou a abertura de créditos

suplementares, no âmbito do Ministério da Educação, para o atendimento

de despesas provenientes de superávit financeiro apurado no balanço

patrimonial da União do exercício de 2009, conforme segue:

"Art. 4º. Fica autorizada a abertura de créditos suplementares,

restritos aos valores constantes desta Lei, desde que as alterações

promovidas na programação orçamentária sejam compatíveis com a

obtenção da meta de resultado primário estabelecida no Anexo de Metas

Page 83: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

Fiscais da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2010 e sejam

observados o disposto no parágrafo único do art. 8o da Lei de

Responsabilidade Fiscal, na Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2010

e os limites e condições estabelecidos neste artigo, vedado o

cancelamento de quaisquer valores incluídos ou acrescidos em

decorrência da aprovação de emendas individuais apresentadas por

parlamentares e de 50% (cinquenta por cento) dos valores incluídos ou

acrescidos em decorrência da aprovação de emendas de bancada estadual,

para o atendimento de despesas:

[...]

XV - no âmbito do Ministério da Educação, classificadas nos grupos de

natureza de despesa "3 - Outras Despesas Correntes", "4 -

Investimentos" e "5 - Inversões Financeiras", mediante a utilização de

recursos provenientes de superávit financeiro apurado no balanço

patrimonial da União do exercício de 2009, relativo a receitas

vinculadas à educação, até o limite do saldo orçamentário de cada

subtítulo apurado em 31 de dezembro de 2009, nos referidos grupos de

natureza de despesa e correspondentes fontes de recursos, vinculados

às subfunções "361 - Ensino Fundamental", "362 - Ensino Médio", "363 -

Ensino Profissional", "364 - Ensino Superior" e "847 - Transferências

para a Educação Básica", não utilizado no exercício de 2009, desde que

para aplicação nos mesmos subtítulos em 2010."

Com isso, recursos não utilizados no exercício de 2009 poderiam ser

utilizados em 2010.

Ressaltamos que tal previsão constava, também, na LOA de 2009 (Lei n.º

11.897/2008).

No que se refere à inscrição desses empenhos em RP não processados,

observamos que o inciso I do artigo 35 do Decreto n.º 93.872/1986,

mencionado pelo gestor em sua manifestação, autoriza a inscrição

quando o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor

encontra-se vigente ou quando, vencido este prazo, esteja em curso a

liquidação da despesa. Nos casos aqui analisados, sequer havia

obrigação assumida pelo credor diante da UFRJ.

RECOMENDAÇÃO: 001

Planejar as aquisições e contratações necessárias à execução das

despesas relacionadas aos recursos incluídos no orçamento por meio de

emendas parlamentares, de modo que sejam realizados antecipadamente os

devidos procedimentos licitatórios e emitidos os empenhos em favor dos

reais fornecedores, na ocasião da liberação dos créditos, abstendo-se

de emitir os empenhos em favor de terceiros, que não têm qualquer

participação na execução da respectiva despesa.

RECOMENDAÇÃO: 002

Caso não seja possível emitir o empenho dentro do exercício financeiro

em curso, verificar, na Lei Orçamentária Anual do exercício

subsequente, a possibilidade de abertura de créditos suplementares

para o atendimento das despesas no exercício seguinte.

RECOMENDAÇÃO: 003

Efetuar inscrições de despesas em Restos a Pagar não processados

apenas nos casos enquadráveis em alguma das hipóteses previstas no

artigo 35 do Decreto n.º 93.872/1986.

Page 84: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

1.1.4 ASSUNTO - MOVIMENTAÇÃO

1.1.4.1 INFORMAÇÃO: (005)

Verificamos que, até junho de 2008, os pagamentos de pessoal lotado

nos hospitais vinculados à UFRJ eram efetuados, no sistema SIAPE, por

meio da Unidade Pagadora 000.000.006 - PR-4 (UPAG principal). A partir

de julho, os pagamentos desses servidores passaram a ser realizados

mediante UPAGs específicas, criadas para cada unidade hospitalar,

quais sejam: Instituto de Ginecologia, Instituto de Neurologia,

Instituto de Psiquiatria, IPPMG, Instituto de Doenças do Tórax,

Hospital Escola São Francisco de Assis, Maternidade Escola e Hospital

Universitário Clementino Fraga Filho - HUCFF.

Em 2009, foi criada mais uma UPAG (000.001.168 - COMPLEXO HOSPITALAR),

que centralizou os pagamentos do pessoal dos hospitais entre os meses

de março e julho. Entretanto, a partir de agosto, os pagamentos

voltaram a ser efetuados pelas UPAGs específicas.

Por meio da SA243973/001, de 29/03/2010, solicitamos esclarecimentos

sobre os motivos das alterações na forma de realização do pagamento de

pessoal das unidades hospitalares e sobre o que ensejou a criação da

UG 150432 (complexo hospitalar).

O Presidente da Comissão de Implantação do Complexo Hospitalar da

UFRJ, por meio do Memo. N.º 11/2010, de 13/04/2010, informou:

"Sobre a alteração da UPAG(COMPHOSP) para as UPAGs especificas de cada

hospital, informamos que tal decisão não foi encaminhada por este

órgão.

Em abril de 2008, a Subsecretaria de Planejamento e Orçamento do MEC

publicou a Portaria n.º4, de 29/04/2008, determinando a criação de

Unidade Pagadora (UPAG) e de Unidade Orçamentária (UO) específica para

cada Hospital Federal de Ensino.

'(...)Art. 2º As Unidades de Recursos Humanos das IFES, deverão

providenciar a criação de Unidade Pagadora (UPAG) no Sistema Integrado

de Administração de Recursos Humanos (SIAPE), para cada Hospital

Federal de Ensino, num prazo de 60 dias a contar da publicação desta

portaria.

Art. 3º A Subsecretaria de Planejamento e Orçamento da Secretaria

Executiva do Ministério da Educação, deverá providenciar junto à

Secretaria de Orçamento Federal a criação de Unidade Orçamentária (UO)

específica para cada Hospital Federal de Ensino, para já constar da

proposta orçamentária para 2009.(...)' Portaria n.º 4/2008

A UFRJ que possui 9 (nove) unidades hospitalares (hospitais e

institutos especializados) debateu a questão e aprovou no Conselho

Universitário da UFRJ, órgão máximo de deliberação (CF, art 207 e Lei

9394/96) através da Resolução CONSUNI n.º 15/2008 e a Resolução n.º

16/2008 - Publicado no Boletim da Universidade Federal do Rio de

Janeiro (Número 01 - 08 de janeiro de 2009), instituindo o Complexo

Hospitalar e determinando que o mesmo fosse o gestor da Unidade

Orçamentária. Decidiu a UFRJ que não seria, no caso da UFRJ, bom para

o serviço público a criação de nove unidades orçamentárias. Sendo

Page 85: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

assim foi encaminhado aos órgãos gestores a criação de uma única UO,

sendo autorizada a criação da US 243973 - Superintendência do Complexo

Hospitalar e da Saúde da UFRJ. No mesmo sentido, foi encaminhada a

criação da UPAG COMPHOSP implementada em março de 2009. Não temos

conhecimento dos motivos pelos quais foi realizada a mudança em julho

de 2009 para UPAGs específicas de cada hospital e a Comissão de

Implantação do Complexo Hospitalar tem requerido o retorno da UPAG

Complexo Hospitalar para melhor coordenação dos recursos humanos e

controle da mobilidade de pessoal.

Esta decisão está em consonância com o recomendado pelo Tribunal de

Contas da União, Acórdão n.º 2813/2009:

'(...)9.4. recomendar ao Ministério da Educação e ao órgão

eventualmente responsável pela política de reestruturação dos

hospitais universitários:

9.4.1. adoção de medidas para conversão dos hospitais universitários

em unidades gestoras plenas;

9.4.2. elaboração, em conjunto com instituições federais de ensino

superior e com hospitais universitários, de normativo que institua

plano ou programa de reestruturação dos HU, com indicação de

diretrizes e critérios de organização mínima daqueles hospitais, que

criem condições para sejam eles, em prazo a ser definidos, dotados de

autonomia administrativa e gerencial plena, observados os seguintes

parâmetros:

9.4.2.1. agrupamento de hospitais vinculados a mesma instituição

federal, com criação de complexos hospitalares com administração

única;(...)' grifo nosso"

A Coordenadora de Sistematização de Pessoal da PR-4, mediante

Memorando s/n, de 14/04/2010, acrescentou:

"O pagamento do pessoal lotado nos hospitais vinculados a UFRJ foi

realizado nos meses de Janeiro e Fevereiro/2009 através das UPAG's dos

hospitais conforme especificado na Portaria MEC n.º 4, de 29 de Abril

de 2008. Na folha de Março/2009 a partir de solicitação da Pró-

reitoria de Planejamento e desenvolvimento foi criada uma UPAG única

englobando todos os hospitais. A partir de Agosto/2009 também por

solicitação e orientação da Pró-reitoria de Planejamento e

Desenvolvimento o pagamento voltou a ser feito através das UPAG's de

cada hospital em decorrência da implantação do Adicional de Plantão

Hospitalar."

Na mesma solicitação, questionamos, ainda, sobre a forma como vem

sendo realizada a execução das despesas do complexo hospitalar (se por

meio de estrutura própria ou da estrutura administrativa da UG

principal).

O Presidente da Comissão de Implantação do Complexo Hospitalar da

UFRJ, por meio do mesmo documento citado anteriormente, informou:

"por meio da estrutura administrativa da UG principal pois estamos em

fase implantação - alocação de pessoal e estrutura para ter uma

estrutura própria."

Portanto, até o final de 2009, embora tenham sido formalmente criadas

uma UG (150432) e uma UPAG (000.001.168) para o Complexo Hospitalar da

Page 86: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

UFRJ, a execução das despesas e o pagamento da folha de pessoal não

foram efetivamente transferidos, continuando a cargo da estrutura da

UG principal e das UPAGs específicas das Unidades Hospitalares,

respectivamente.

1.1.5 ASSUNTO - PROCESSOS LICITATÓRIOS

1.1.5.1 CONSTATAÇÃO: (003)

Utilização de prestação de serviço informal no Complexo Hospitalar,

incorrendo em fuga ao concurso público ou ao processo licitatório, a

exemplo do já identificado na UFRJ.

Verificamos que 100% das ordens bancárias (OBs) classificadas na conta

contábil 3.33.90.36.35 - OUTROS SERVICOS DE TERCEIROS - PESSOA FISICA

/SERV. DE APOIO ADMIN., TECNICO E OPERACIONAL, emitidas em 2009 pela

UG 150432, têm por favorecido o Banco do Brasil (valor total de R$

11.442.236,49).

Tais ordens bancárias referem-se ao pagamento de prestadores de

serviços alocados nos hospitais vinculados à UFRJ, realizados a partir

de maio de 2009. Até esta ocasião tais pagamentos eram realizados por

meio da UG principal da UFRJ (UG 153115).

Solicitamos, mediante SA243973/001, de 29/03/2010, a apresentação dos

memorandos que respaldaram os pagamentos a esses prestadores de

serviços nos meses de maio, outubro, novembro e dezembro de 2009 (Memo

413/09, de 19/06/209, Memo 839/09, de 10/1/2009, Memo 960/09, de

08/12/2009 e Memo 986/09, de 20/12/2009).

Os documentos requeridos foram apresentados, por meio do Memorando n.º

273/2010, de 12/04/2010. Observamos que, mediante tais memorandos, a

Divisão de Planejamento, Orçamento e Gestão da PR-3 encaminhou à

Superintendência Geral de Administração e Finanças (SG-6) folhas de

informação, solicitando, mês a mês, o empenho das despesas relativas

ao pagamento dos terceirizados.

Destacamos que a autorização de indicação de fonte de recursos foi

dada pela Superintendente Geral de Planejamento de Desenvolvimento

(PR-3) e a autorização para emissão dos empenhos, pelo Superintendente

Geral de Administração e Finanças (SG-6).

Foram disponibilizados, também, os documentos que deram origem aos

referidos memorandos, consistindo em "Relações de Pagamentos de

Terceirizados" que discriminam os dados pessoais dos prestadores de

serviços (nome, CPF, PIS) e o valor das respectivas remunerações

mensais, sem informar a função exercida por cada um deles.

Após solicitação verbal, foram encaminhadas a esta equipe, por meio de

correio eletrônico, planilhas que discriminam as funções exercidas

pelos prestadores de serviços pagos em maio de 2009 (mês selecionado

aleatoriamente, apenas para verificação dos tipos de atividades que

são terceirizadas pelos hospitais).

Analisamos tais planilhas e identificamos que a gama de funções é

variada, abrangendo desde atividades finalísticas (médico, enfermeiro,

etc.), até atividades acessórias e/ou administrativas (motorista,

auxiliar administrativo, recepcionista, etc.).

Page 87: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

Destacamos que os prestadores de serviços, objeto desta análise, não

têm qualquer tipo de vínculo formal com a Universidade (não há

contrato de trabalho ou de prestação de serviços formalizado).

Diante dos fatos apontados, constatamos que a forma adotada para

"contratação" de prestação de serviços terceirizados para os hospitais

da UFRJ não encontra respaldo legal. Isto porque, no caso das

atividades finalísticas, a execução indireta não é autorizada, devendo

ser exercidas por servidor efetivo, aprovado em concurso público,

conforme artigo 37, inciso II da Constituição Federal de 1988. Já no

caso das atividades materiais acessórias, instrumentais ou

complementares aos assuntos que constituem área de competência legal

do órgão ou entidade, embora o Decreto n.º 2.271/1997 autorize a

terceirização, é exigida a realização de prévio processo licitatório e

a contratação formal da empresa vencedora do certame, o que não

ocorreu no caso aqui analisado.

CAUSA:

A Superintendência de Administração e Finanças (SG-6), que tem por

atribuição a administração dos serviços gerais da Universidade,

conforme artigo 95A do Estatuto, embora tenha instaurado processo em

2007 para realização de pregão, visando a contratação da prestação dos

serviços passíveis de terceirização tanto para o hospital quando para

as demais unidades da UFRJ, não concluiu a licitação até o final do

exercício de 2009.

O Reitor, visando cumprir termo de ajustamento de conduta firmado com

o MP, no qual se comprometeu a não mais contratar trabalhadores

cooperativados, optou por utilizar o artifício de pagar diretamente,

sem respaldo em contrato, os mesmos prestadores de serviços que antes

eram contratados com intermédio de cooperativas, mesmo após tal forma

de "contratação" ter sido ressalvada pela CGU-Regional/RJ nas contas

de 2007.

A Administração Central da Universidade não controla diretamente a

prestação de serviços dos hospitais, ficando tal atribuição a cargo de

cada unidade hospitalar. Com isso, não há um levantamento confiável do

número de servidores que seriam necessários para realizar as

atividades finalísticas hoje exercidas por terceirizados. A ausência

desses dados prejudica a adoção de providências junto ao MPOG e ao MEC

no sentido de buscar a liberação de vagas, quer para concurso público,

quer para contratação temporária.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:

Por meio da SA243973/001, de 29/03/2010, questionamos sobre a

existência de contrato formalizado com os prestadores de serviços ou

com o Banco do Brasil (credor das OBs), além de solicitarmos

esclarecimentos sobre a forma de seleção adotada.

Em reposta, mediante Memo n.º 11/2010, de 13/04/2010, o Presidente da

Comissão de Implantação do Complexo Hospitalar da UFRJ se pronunciou:

"Esclarecimentos pela não existência de contratos com o Banco do

Brasil e nem com os prestadores de serviço, assim como a seleção dos

referidos prestadores:

Page 88: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

A real situação é de conhecimento das autoridades competentes como

Ministério da Educação (MEC), Ministério do Planejamento, Gestão e

Orçamento (MPOG), Tribunal de Contas da União (TCU) e Ministério

Público Federal (MPF):

Não existe nos Hospitais Universitários vinculados a UFRJ, Contratos

Temporários nos termos da Lei n.º 8745/93. Esta é uma reivindicação da

UFRJ e que estamos no aguardo da liberação das vagas para realizar o

Processo Seletivo Simplificado (PSS) para substituição do pessoal

prestador de serviço, hoje exercendo suas atividades de forma

irregular, de conhecimento das autoridades competentes;

O Reitor da UFRJ assinou Termo de Conduta com o Ministério Público

Federal de não manutenção de trabalhadores cooperativados -

contratação de Cooperativas - conforme orientação do Tribunal de

Contas da União e transferiu o pagamento destes trabalhadores para a

UFRJ através de pagamento de prestação de serviços de pessoa física,

com os devidos descontos exigidos em lei para este tipo de serviço -

INSS e IRF, mantendo a remuneração recebida até então - conforme

repassado pelas respectivas unidades hospitalares - e condições

existentes;

O pagamento de prestação de serviço de pessoa física torna-se

irregular a partir de 3(três) meses, situação em que se encontra a

UFRJ desde abril de 2009, a espera do cumprimento do Acórdão do TCU

n.º1520/2006 e n.º 2813/2009 (em negociação que envolve o MPOG, MEC,

M. Saúde e TCU) para que o MPOG proceda a autorização para a

Contratação Temporária, como previsto na Lei n.º 8745/93, através de

Processo Seletivo Simplificado;

A situação de irregularidade atual - inexistência de relação de

trabalho contratual - é de conhecimento de todos os órgãos do

Executivo federal - MEC, MPOG, MS; Legislativo - TCU e Judiciário -

Ministério Público, não tendo o Reitor da UFRJ e Diretores dos

Hospitais, autonomia administrativa de fato para proceder ao PSS para

Contratação Temporária sem a prévia autorização do MPOG(Ministério do

Planejamento, Orçamento e Gestão);

Está em fase de execução o pregão de contratação de serviços

terceirizados para a execução de serviços (Processo 23079.041262/2007-

48) que de acordo com a legislação vigente nos permite a

terceirização."

Por considerarmos que não restou esclarecida a forma de seleção dos

prestadores de serviços dos hospitais, efetuamos novo questionamento

acerca do assunto, mediante SA243973/004, de 14/04/2010. Por meio

deste mesmo documento, solicitamos, ainda:

- informações sobre a forma de controle de ponto dos prestadores de

serviços;

- informações detalhadas sobre o trâmite seguido pelos pagamentos

(desde a elaboração da "folha de pagamento" até sua efetivação);

- informações sobre a existência de cronograma, firmado com o MPOG,

de liberação de vagas para concurso público, para substituição dos

terceirizados que não executam atividades previstas no Decreto n.º

2.271/97, até 31/12/2010, conforme proposta apresentada pelo referido

Ministério ao TCU, aprovada pelo Acórdão 1.520/2006 - Plenário.

- informações sobre a evolução do quantitativo de terceirizados

alocados nos hospitais de 2006 a 2009.

- esclarecimentos a respeito da hipótese do artigo 2º da Lei n.º

8.745/1993 que a Universidade entende que poderia respaldar a

Page 89: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

contratação temporária de prestadores de serviços para atuarem nos

hospitais.

- descrição do objeto do pregão contido no processo 23079.041262/2007-

48 (cargos abrangidos) e informação sobre a suficiência das

contratações dele decorrentes para a substituição integral dos

prestadores de serviços dos hospitais, que exercem atividades cuja

execução indireta é autorizada pela legislação (Decreto n.º

2.271/1997).

Mediante Memorando n.º 12/2010, de 16/04/2010, o Presidente da

Comissão de Implantação do Complexo Hospitalar da UFRJ se manifestou:

"Conforme anteriormente informado a UFRJ recebeu os prestadores que já

estavam em exercício nas unidades hospitalares através de

cooperativas, não sendo de controle desta instituição os mecanismos de

seleção. A UFRJ passou a controlar a folha de pagamento a partir de

janeiro de 2009 e desde então, as substituições e as necessárias novas

contratações foram realizadas por cada unidade hospitalar quem procede

seleção de seus prestadores.

[...]

Sim. Há controle de ponto em papel em que é assinalado na hora de

entrada e saída, assim como as respectivas assinaturas dos prestadores

de serviço e ausências, justificativas e casos de hora-extra. Este

controle é efetuado pelo departamento de Pessoal de cada unidade

hospitalar.

[...]

A folha de pagamento é elaborada a partir do controle e apuração das

folhas de ponto em cada unidade hospitalar, em que o Departamento de

Pessoal lança em planilha de Excel com os devidos valores, descontos

de recolhimento de INSS e IRPF e pagamento de auxílio transporte, com

os dados dos prestadores como nome completo, identidade, CPF, NIT,

agência e conta bancária. As planilhas são enviadas à servidora da PR-

4 (Pró-Reitoria de Pessoal) designada a atender as demandas do

Complexo Hospitalar com relação ao pagamento dos terceirizados. A

folha é processada na PR4 e encaminhada a SG6 para pagamento dos

terceirizados. Após autorização para pagamento, que deve ocorrer até o

dia 5 de cada mês conforme compromisso assumido pelo Magnífico Reitor

junto ao ministério Público federal, é emitido o empenho para a

execução do pagamento. A emissão dos empenhos está relacionada a

execução do deposito em conta bancaria de cada um dos prestadores de

serviço. O relatório final de pagamento é enviado a Comissão de

Implantação do Complexo Hospitalar.

[...]

A UFRJ não tem cronograma firmado com o MPOG para a liberação de vagas

para concursos públicos. A necessidade de reposição de pessoal está na

agenda envolvendo o Ministério da Educação e MPOG, pois se trata de

uma negociação nacional que envolve o conjunto dos 46 hospitais

universitários do país. Recentemente o Presidente da República assinou

o Decreto 7082 de 27 de janeiro de 2010 em que o mesmo prevê a

execução de um Plano de Reestruturação dos Hospitais Universitários

Page 90: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

devendo incluir a elaboração de diagnóstico da situação de recursos

humanos.

[...]

Não dispomos do quantitativo anterior a janeiro de 2009, data que

efetivamente a UFRJ passou a ter o controle da terceirização das

unidades hospitalares. A seguir o quantitativo de prestadores de

serviço alocado nos hospitais da UFRJ no mês de dezembro de 2009, de

acordo com o executado na Folha de Pagamento.

Folha

Terceirizados dez/09

UNIDADES Quant.

HESFA 21

HUCFF 928

IG 27

IPPMG 222

IPUB 119

ME 243

TOTAL 1.560

[...]

A UFRJ deseja que o MPOG libere vagas para a execução de concurso

público para efetivação de pessoal qualificado e selecionado dentro

das normas da publicidade e transparência publicas. A contratação

temporária aparece como alternativa ao processo de reposição de

pessoal ou como atendimento a situação de emergência que poderá se

caracterizar, com o fechamento das unidades hospitalares da UFRJ, no

caso de imediata suspensão dos atuais prestadores de serviço.

A Contratação aparece na recomendação no ACÓRDÃO N.º 2813/2009 - TCU -

Plenário, quando orienta que haja limitação de um ano no prazo para as

contratações emergenciais:

(...)

9.10. recomendar ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão

limitação, ao prazo de um ano, das contratações emergenciais para os

hospitais universitários propostas pelo MEC, caso sejam autorizadas,

com renovação, se necessário, somente após fixação, pelo MEC, de

parâmetros ideais para lotação de servidores naqueles hospitais;(...)

E no cumprimento de decisão judicial, como a executada pela

Universidade Federal de Santa Catarina conforme pode ser verificado no

Edital n.º 010/DDPP/2009 de 19 de fevereiro de 2009, em função das

ações do Ministério Público Federal que também já acionou a UFRJ.

'(...) A DIRETORA DO DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO DE

POTENCIALIZAÇÃO DE PESSOAS DA PRÓ-REITORIA DE DESENVOLVIMENTO HUMANO E

SOCIAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - UFSC, no uso de

suas atribuições legais e em cumprimento à decisão judicial proferida

nos autos da Ação Civil Pública n.º 2008.72.00.012168-4/SC, de autoria

do Ministério Público Federal, e tendo em vista o disposto na Portaria

Page 91: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

Interministerial n.º 9, de 14 de janeiro de 2009, torna pública a

abertura das inscrições e estabelece as normas para a realização do

Processo Seletivo Simplificado destinado a selecionar candidatos para

contratação por tempo determinado para atender a necessidade

temporária de excepcional interesse público, nos termos da Lei n.º

8.745, de 9 de dezembro de 1993. (EDITAL N.º 010/DDPP/2009 PROCESSO

SELETIVO SIMPLIFICADO PARA CONTRATAÇÃO POR TEMPO DETERMINADO,

Florianópolis, 19 de fevereiro de 2009.)(...)'

[...]

Objeto do Pregão:

(...)

EDITAL DE PREGÃO ELETRÔNICO N.º. 07/2010

A Universidade Federal do Rio de Janeiro, com sede na Cidade

Universitária - RJ, [...] torna público [...] que, através do processo

n.º 23079.041262/2007-48 fará realizar licitação na modalidade PREGÃO

ELETRÔNICO [...] visando a contratação de empresa especializada para

prestação de serviços terceirizados na área de apoio administrativo e

atividades auxiliares, conforme Termo de Referência e demais

disposições dos Anexos deste Edital.(...)'

[...]

a Lei n.º 9.632/1998, de 07/05/1998, lista os cargos extintos e em

extinção passiveis de Contratação de Serviços Terceirizados mediante

licitação, que são:

[...]

O Decreto n.º 2.271/1997 que estabelece a possibilidade das autarquias

contratarem serviços, determina que não pode ser considerada execução

indireta as atividades inerentes às categorias funcionais abrangidas

pelos cargos existentes no plano de carreira que não estão extintos

(PCCTAE, Lei 11.091/2005, alterada epla Lei 11784/2008):

[...]

a distribuição e quantidade de serviços terceirizados necessários,

objeto de execução indireta, nas unidades hospitalares nos serviços de

conservação, limpeza, transportes, informática, copeiragem, recepção,

reprografia, telecomunicações e manutenção de prédios, equipamentos e

instalações, imprescindíveis para o atendimento à população para

garantia do funcionamento dos ambulatórios, enfermarias, laboratórios,

pesquisas de ponta como células-tronco, transplantes de órgãos,

atenção a saúde da mulher, execução de partos, atendimento à pacientes

com transtornos mentais, atendimento pediátrico, ou seja, de plena

excepcionalidade e relevância para a saúde pública no Estado do Rio de

Janeiro, conforme discriminação a seguir:

[...]"

A Coordenadora de Sistematização de Pessoal da PR-4, mediante

Memorando n.º 018/2010, de 16/04/2010, acrescentou:

Page 92: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

"A Pro-reitoria de Pessoal elabora a folha de pagamento do pessoal

terceirizado alocado nos hospitais vinculados à UFRJ a partir das

folhas individuais fornecidas por cada hospital através de planilhas.

As folhas individuais são juntadas e são gerados os relatórios e

arquivos de crédito bancário para que a Superintendência Geral de

Administração e Finanças possa efetivas o pagamento.

A Reitoria já procurou os Ministérios do Planejamento e da Educação

para obter uma solução para o problema. A solução proposta consiste em

pleitear autorização para que a universidade realizasse processo

seletivo simplificado para contratação, por prazo determinado, de

profissionais de saúde nos termos do que estabelece a legislação sobre

contratos temporários da união (Lei 8.745/1993 e Lei 9.849/1999). Esta

solução que permitiria substituir os que atualmente prestam serviços

nos hospitais da universidade, como pessoa física,, e da mesma

natureza da que foi dada a Universidade Federal de Santa Catarina,

pelos ministros do Planejamento, Orçamento e Gestão e da Educação por

meio da portaria interministerial n.º 9, de 14 de janeiro de 2009.

Esta solução vem sendo tentada pela UFRJ desde o início do ano

passado, tendo havido cinco reuniões no Ministério do Orçamento e

Gestão, com a presença do secretário executivo desse Ministério e do

Secretário Executivo do Ministério da Educação realizadas nos dias 15

de abril, 18 de Junho, 25 de Agosto, 17 de Novembro e 7 de Dezembro de

2009.

[...]

Quantitativo de prestadores de serviço alocados nos Hospitais – Dezembro/2009

Instituto de Ginecologia 27

Instituto de Psiquiatria 119

Instituto de Puericultura e Pediatria 222

Hospital Escola São Francisco de Assis 21

Maternidade Escola 244

Hospital Universitário Clementino Fraga Filho 904

1537”

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:

Em 2009, após firmar um termo de conduta com o MP, a Universidade

passou a realizar o pagamento dos prestadores de serviço alocados nos

hospitais, que antes era feito por meio de Cooperativas, diretamente e

sem respaldo contratual.

Destacamos que este tipo de "contratação" ilegal já era utilizado nas

outras Unidades da Universidade anteriormente, tendo sido tal fato

objeto de ressalva na auditoria anual de contas de 2007 (Relatório n.º

208463).

O Decreto 2.271/1997 autoriza a execução indireta das atividades

materiais acessórias, instrumentais ou complementares aos assuntos que

constituem área de competência legal do órgão ou entidade, vedando

esta forma de execução para as atividades inerentes às categorias

funcionais abrangidas pelo plano de cargos do órgão ou entidade, salvo

expressa disposição legal em contrário ou quando se tratar de cargo

Page 93: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

extinto, total ou parcialmente, no âmbito do quadro geral de pessoal.

A contratação da prestação de serviços indireta, nos casos autorizados

neste Decreto, deve ser precedida do devido procedimento licitatório.

No caso dos prestadores de serviço alocados nos hospitais, verificamos

que abrangem tanto cargos passíveis de execução indireta

(recepcionista, motorista, etc), quanto cargos não terceirizáveis,

para os quais é necessária a realização de concurso público (médico,

enfermeiro, Etc.).

Embora o gestor tenha informado que existe processo licitatório em

andamento para a contratação de empresa prestadora de serviços (Pregão

n.º 07/2010), observamos que, apesar do processo ter sido instaurado

em 2007, até 2009 ainda não havia sido concluída a licitação. Ao ser

questionado, o gestor não informou os cargos abrangidos por este

processo, tampouco se as contratações dele decorrentes serão ou não

suficientes para substituir integralmente os terceirizados informais

que atuam nas unidades hospitalares, cujas atividades são passíveis de

terceirização, conforme Decreto supracitado. Diante disso, não é

possível afirmar se a conclusão deste processo solucionará a questão

da terceirização de serviços passíveis de execução indireta, nos

hospitais de ensino.

No que se refere aos prestadores de serviços que exercem atividades

finalísticas, não passíveis de terceirização, verificamos que, por

meio do Acórdão 1.520/2006 (publicado em 30/08/2006), o Tribunal de

Contas da União tomou ciência de uma proposta oferecida pelo

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão para diminuir

gradualmente, entre os anos de 2006 e 2010, a terceirização irregular

de postos de trabalho na Administração Pública Federal Direta,

Autárquica e Fundacional, mediante a substituição dos terceirizados

por servidores concursados, nos termos de um cronograma apresentado à

época. Considerando que este cronograma não contemplava o quantitativo

real de prestadores a serem substituídos, o Tribunal determinou ao

Ministério que finalizasse, no prazo de seis meses, o levantamento do

quantitativo de trabalhadores terceirizados que não executam

atividades previstas no Decreto n.º 2.271/97 e atualizasse o

cronograma apresentado.

Verificamos que, mediante Acórdão 2.813/2009 (publicado em

27/11/2009), exarado em decorrência de auditoria operacional realizada

pelo TCU em diversos Hospitais Universitários, foi constatado:

"[...] 6.24 Da análise do material acima, verifica-se que:

- o item 9.1.2 do Acórdão n.º 1.520/2006 - TCU - Plenário não foi

cumprido pelo MPOG. O prazo de seis meses para que o Ministério

realizasse o levantamento dos terceirizados em situação irregular foi

desconsiderado. O referido Acórdão foi publicado no DOU de 30.08.2006,

contudo, somente após a assinatura do Termo de Conciliação Judicial

firmado no âmbito do Processo n.º 00810-2006-017-10-00-7, que se deu

em dezembro de 2007, o MPOG iniciou o mapeamento dos terceirizados,

mais precisamente em fevereiro de 2008, com o encaminhamento do

Ofício-Circular n.º 85/SE/MP, de 20.02.20008, aos órgãos e entidades

federais da administração direta, autárquica e fundacional;

- a reposição de terceirizados nos termos do cronograma proposto pelo

próprio MPOG ao TCU, também não foi cumprida, não se tendo notícias de

Page 94: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

que tenha sido encaminhado a este Tribunal informação referente à

alteração do cronograma, conforme determinado no item 9.1.3 do Acórdão

em questão. [...]"

Neste mesmo acórdão, o Tribunal menciona, ainda, que "[...] a fim de

manter seus serviços em funcionamento, os hospitais têm recorrido à

contratação de terceiros sob a égide da Consolidação das Leis do

Trabalho - CLT, principalmente por intermédio das fundações de apoio

das respectivas universidades [...] o MEC está negociando com o MPOG a

contratação temporária, em caráter de urgência, de 5.443 funcionários

para os hospitais universitários, pelo prazo de um ano, renovável por

mais um ano [...]" e que "[...]Embora a medida possa mitigar

momentaneamente as adversidades, continuariam a ser necessários

estudos [...] para dimensionar adequadamente a forca de trabalho dos

HU e para resolver definitivamente a precariedade da atual situação

[...]"

No caso dos hospitais vinculados à UFRJ, a contratação dos prestadores

de serviços não é feita por intermédio de Fundação de Apoio. Conforme

mencionado anteriormente, sequer existe formalização das contratações,

o que pode acarretar, futuramente, enorme passivo para a Unidade, caso

os prestadores de serviços resolvam pleitear, na justiça, seus

direitos trabalhistas, quando a terceirização ilegal for suspensa.

Em resposta aos questionamentos efetuados por esta equipe, a

Universidade informou que está pleiteando autorização para a

contratação temporária de profissionais de saúde (Lei n.º 8.745/1993),

visando substituir os terceirizados. Entretanto, conforme observado

pelo TCU, mesmo que seja autorizada esta forma de contratação, servirá

apenas como medida paliativa, não consistindo em uma solução

definitiva para o problema, já que se tratam de contratos para atender

a necessidade temporária de excepcional interesse público, não podendo

ser permanentes.

Ademais, no item 9.10 do Acórdão 2.813/2009, o Tribunal recomendou ao

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão a limitação, ao prazo

de um ano, das contratações emergenciais para os hospitais

universitários propostas pelo MEC, caso sejam autorizadas, com

renovação, se necessário, somente após fixação, pelo MEC, de

parâmetros ideais para lotação de servidores naqueles hospitais.

Portanto, para solucionar esta situação, é necessária a realização de

estudo visando o levantamento do quantitativo de servidores necessário

para suprir as demandas dos hospitais universitários e o

encaminhamento deste ao MEC, visando subsidiar a definição do

parâmetro ideal de lotação de servidores nos hospitais, que deve ser

definida pelo Ministério, conforme determinado pelo TCU, antes da

adoção de medidas destinadas à recomposição permanente da força de

trabalho (item 9.13.18 do Acórdão 2.813/2009).

Sobre a evolução do número de terceirizados que atuam nos hospitais da

UFRJ, não foi possível analisá-la, tendo em vista que apenas foram

fornecidos dados de dezembro de 2009, tanto pelo presidente da

comissão de implantação do complexo hospitalar, quanto pela Pró-

Reitoria de Pessoal, sob alegação de que a Universidade não teria os

dados anteriores, pois a terceirização ocorria através de uma

Page 95: RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... - oglobo.globo.com · RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS ... O Superintendente Geral de Administração e Finanças informou, por

cooperativa. Verificamos que os quantitativos totais informados pelos

dois setores (1.560 e 1.537, respectivamente), relativos à dezembro de

2009, são divergentes, o que demonstra o descontrole destas

terceirizações por parte de Universidade. Esse entendimento é

reforçado, tendo em vista a ausência de controle sobre os

quantitativos relativos ao período em que a prestação de serviços

ocorria com intermédio de cooperativa.

Ressaltamos que a quantidade de prestadores de serviços terceirizados

que atuavam nos hospitais de UFRJ, em dezembro de 2009, conforme dados

apresentados, correspondia a mais de 27% da força de trabalho, já que

havia 4.066 servidores efetivos nas unidades hospitalares.

RECOMENDAÇÃO: 001

Caso o número de contratações provenientes do Pregão n.º 07/2010 não

seja suficiente para substituir integralmente os terceirizados que

atuam nos hospitais, cujas atividades são passíveis de execução

indireta, conforme Decreto n.º 2.271/1997, providenciar novo

procedimento licitatório, tempestivamente, de modo que todos os

terceirizados informais sejam substituídos.

RECOMENDAÇÃO: 002

Continuar as gestões junto ao MPOG e ao MEC visando obter autorização

para contratação temporária de profissionais que exercem atividades

relacionadas a cargos constantes no plano de cargos da Universidade,

cuja execução indireta não está autorizada pelo Decreto n.º

2.271/1997, de modo a suprir temporariamente as necessidades dos

hospitais, enquanto não forem realizados os devidos concursos

públicos.

RECOMENDAÇÃO: 003

Providenciar um estudo detalhado, que determine o quantitativo de

servidores efetivos necessário para suprir as demandas dos hospitais

universitários vinculados à UFRJ, e encaminhá-lo ao MEC para subsidiar

a definição, pelo Ministério, do parâmetro ideal de lotação de

servidores nesses hospitais.