relatÓrio de atividades fiocruz 2013-2016 · instituto nacional de saúde da mulher, da criança e...

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RELATÓRIO FIOCRUZ 2013-2016 1 RELATÓRIO DE ATIVIDADES FIOCRUZ 2013-2016

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FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ

PresidentePaulo Ernani Gadelha Vieira

Vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS)Valcler Rangel Fernandes

Vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação (VPEIC)Nísia Verônica Trindade Lima

Vice-presidente de Gestão e Desenvolvimento Institucional (VPGDI)Pedro Ribeiro Barbosa

Vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência (VPPLR)Rodrigo Guerino Stabeli

Vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde (VPPIS)Jorge Antonio Zepeda Bermudez

Chefe de GabineteFernando José Marques de Carvalho

Ouvidoria FiocruzJoão Alves Barbosa Neto

Centro de Relações Internacionais em SaúdePaulo Marchiori Buss

Canal SaúdeMárcia Correa e Castro

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ÓRGÃOS SECCIONAIS

Procuradoria FederalDeolinda Vieira Costa

Auditoria InternaSilvina da Costa Marques

Coordenação-Geral dePlanejamento EstratégicoCláudia Santos Turco

Coordenação-Geralde AdministraçãoCristiane Teixeira Sendim

Coordenação-Geralde Gestão de PessoasJuliano de Carvalho Lima

Coordenação-Geral deInfraestrutura dos CampiJosé Damasceno Fernandes

Coordenação-Geral de Gestãode Tecnologia de InformaçãoAlvaro Funcia Lemme

ÓRGÃOS ESPECÍFICOSSINGULARES

Instituto Oswaldo CruzWilson Savino

Instituto Aggeu MagalhãesSinval Pinto Brandão Filho

Instituto Gonçalo MonizManoel Barral Netto

Instituto René RachouZélia Maria Profeta da Luz

Instituto Leônidase Maria DeaneSérgio Luiz Bessa Luz

Casa de Oswaldo Cruz

Paulo Roberto Elian

Escola Nacional de SaúdePública Sergio AroucaHermano Albuquerque deCastro

Escola Politécnica de SaúdeJoaquim VenâncioPaulo César de Castro Ribeiro

Instituto de Tecnologiaem ImunobiológicosArtur Roberto Couto

Instituto de Tecnologiaem FármacosHayne Felipe da Silva

Instituto Nacional de Controlede Qualidade em SaúdeEduardo Chaves Leal

Instituto Nacional de Saúdeda Mulher, da Criança e doAdolescente FernandesFigueiraCarlos Maurício de Paulo Maciel

Instituto Nacional deInfectologia Evandro ChagasAlejandro Marcel HasslocherMoreno

Instituto Carlos ChagasSamuel Goldenberg

Instituto de Comunicaçãoe Informação Científica eTecnológica em SaúdeUmberto Trigueiros Lima

Instituto de Ciência eTecnologia em BiomodelosCarla de Freitas Campos

UNIDADE DESCENTRALIZADA

Gerência Regional de BrasíliaGerson Oliveira Penna

ESCRITÓRIOS

Fiocruz ÁfricaLícia de Oliveira

Fiocruz CearáFernando Ferreira Carneiro

Fiocruz Mato Grosso do SulRivaldo Venâncio da Cunha

Fiocruz PiauíRegis Bernardo Brandim Gomes

Fiocruz RondôniaRicardo de Godoi MattosFerreira

A composiçãoapresentada atualiza a

estrutura organizacional,considerando o Decreto8.932 de 14 de dezembro

de 2016 que aprova onovo Estatuto da

Fundação Oswaldo Cruz.

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EXPEDIENTE

Coordenadora de Comunicação Social

Elisa Andries

Equipe editorial

Alex Príncipe, Gustavo Mendelsohn de Carvalho, Pamela Lang,

Renata Moehlecke e Ricardo Valverde. Com a colaboração da equipe da CCS,

vice-presidências, unidades e outras instâncias da Fiocruz.

Fotos

Peter Ilicciev e arquivo de imagens da Fiocruz

Projeto Gráfico e DiagramaçãoGuto Mesquita e Rodrigo Carvalho

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MissãoProduzir, disseminar e compar-

tilhar conhecimentos e tecno-logias voltados para o fortale-

cimento e a consolidação doSistema Único de Saúde (SUS)e que contribuam para a pro-

moção da saúde e da qualida-de de vida da população bra-

sileira, para a redução dasdesigualdades sociais e para a

dinâmica nacional de inovação,tendo a defesa do direito à

saúde e da cidadania amplacomo valores centrais.

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VisãoSer instituição pública e estraté-gica de saúde, reconhecida pelasociedade brasileira e de outrospaíses por sua capacidade decolocar a ciência, a tecnologia,a inovação, a educação e aprodução tecnológica de servi-ços e insumos estratégicos paraa promoção da saúde da popu-lação, a redução das desigual-dades e iniquidades sociais, aconsolidação e o fortalecimentodo SUS, a elaboração e o aper-feiçoamento de políticas públi-cas de saúde.

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Valores

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COMPROMISSO INSTITUCIONAL com o caráter público e estatal.

CIÊNCIA E INOVAÇÃO como base do desenvolvimento socioeconômicoe da promoção da saúde.

ÉTICA e TRANSPARÊNCIA.

COOPERAÇÃO e INTEGRAÇÃO.

DIVERSIDADE étnica, de gênero e sociocultural.

VALORIZAÇÃO dos trabalhadores, alunos e colaboradores.

QUALIDADE e EXCELÊNCIA.

REDUÇÃO das iniquidades.

COMPROMISSO com as principais metas detransformação social do Estado brasileiro.

COMPROMISSO socioambiental.

Democracia PARTICIPATIVA.

DEMOCRATIZAÇÃO do conhecimento.

EDUCAÇÃO como processo emancipatório.

Os valores da Fiocruz, pautados pela relevância daatuação da organização para a sociedade, são os

alicerces de atitudes, comportamentos ecaracterísticas que configuram a doutrina essencial

da organização. São valores da Fundação:

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SumárioFIOCRUZ - INSTITUIÇÃO ESTRATÉGICA DE ESTADO PARA A SAÚDE

FIOCRUZ EM NÚMEROS

FIOCRUZ UMA FORTE REFERÊNCIA

FIOCRUZ DO FUTURO

FIOCRUZ NACIONAL

1 – CIÊNCIA, TECNOLOGIA, SAÚDE E SOCIEDADE

2 – ATENÇÃO, PROMOÇÃO, VIGILÂNCIA EM SAÚDE

3 – INOVAÇÃO E COMPLEXO PRODUTIVO EM SAÚDE

4 – SAÚDE, ESTADO E COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

5 - SAÚDE E SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

6 – GOVERNANÇA, GESTÃO E DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL

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ma instituição brasileira consi-derada excelente pela popu-lação e por todos os setoresem que atua. Uma Fiocruz com

índice de reputação semelhante ou su-perior ao encontrado nas organizaçõesde maior visibilidade, com atuação emnosso país. Essa é a Fiocruz da qual tan-to nos orgulhamos. Uma instituição queincorpora o legado de 106 anos de exis-tência, mas também a responsabilida-de de se reinventar, reafirmando suarelevância frente às demandas emer-gentes e aos desafios do futuro.

O período de 2013-2016 foi espe-cialmente marcado por responder aessa responsabilidade a partir de duasbases fundamentais: dotar a institui-ção de uma inteligência de futuro, coma criação de instrumentos de prospec-ção estratégica, e desenhar uma novabase funcional, com estrutura, instala-ções e arranjos organizacionais capa-zes de responder à complexidade evelocidade de transformação das re-lações entre saúde, inovação e desen-volvimento sustentável.

Essa foi uma gestão marcada pelacapacidade de resiliência, por mostrarao povo brasileiro nossa capacidaderesolutiva, expressa de forma especialna resposta à emergência sanitária dezika, chikungunya e dengue, e na rea-firmação de nosso compromisso com o

FiocruzInstituição estratégica de

Estado para a saúde

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binômio saúde e democracia - que tam-bém se expressam no aperfeiçoamen-to da gestão democrática e participati-va -, em conjuntura marcada por umaprofunda crise política, econômica esocial. Fomos movidos pela visão deque a Fiocruz pode e deve ser reinven-tada e ressignificada a cada momento.

Nas últimas décadas, a ciência bra-sileira tem enfrentado inúmeros e simul-tâneos desafios: responder às necessi-dades de uma sociedade marcada pordesigualdades e por novos problemasque acompanham o processo de desen-volvimento e as mudanças no perfildemográfico e epidemiológico. No cam-po da saúde, a agenda de pesquisatorna-se cada vez mais complexa emdecorrência de novos padrões de mor-bidade, das crescentes demandas aosistema de saúde e da necessidade dedesenvolvimento sustentável. Tal qua-dro não apenas reforça a responsabili-dade e o papel da Fiocruz como insti-tuição estratégica do Estado brasileiro,mas impõe à instituição o desafio dese repensar, de reorientar suas basescientíficas e tecnológicas para contri-buir para a redução das iniquidades re-gionais e potencializar as sinergias lo-cal-nacional.

A atualização do projeto Fiocruz eo reforço de seu papel em diversasregiões do país é parte, portanto, deuma visão mais ampla de projeto denação, de pensar o Brasil de maneiramais integrada, considerando suas ex-pressões regionais.

Por isso, percorremos o Brasil maisuma vez. Ao longo deste período, im-plantamos uma unidade no Paraná eescritórios em mais quatro estados (Ce-ará, Piauí, Rondônia e Mato Grosso doSul). A presença em dez estados, alémdo Distrito Federal, com representaçãode todos as regiões e biomas brasileiros,tem o desafio de articular a compreen-são dos determinantes da saúde da po-

pulação brasileira, com o conjunto deprovidências e ações possíveis, em bus-ca de um trânsito permanente entremacro e micro questões, diferentes di-mensões onde se tecem cotidianamen-te os encontros entre os principais ato-res desse processo: gestores, população,academia e profissionais de saúde.

Repensar uma instituição centená-ria não é tarefa fácil. São muitos osdesafios a serem enfrentados. Mas asbases fundamentais para garantir umainstituição sólida e orientada para aten-der à população foram construídasnessa gestão. Como parte dos rearran-jos institucionais necessários à capaci-dade de resposta da Fiocruz no longoprazo, podemos citar a reconfiguraçãode duas unidades técnico-científicasem institutos nacionais, que passarama assumir a atribuição de órgão auxili-ar do Ministério da Saúde na tarefa dedesenvolver, coordenar e avaliar asações integradas em âmbito nacional:o Instituto Nacional de Saúde da Mu-lher, da Criança e do Adolescente Fer-nandes Figueira (IFF) e o InstitutoNacional de Infectologia Evandro Cha-gas (INI). A definição do modelo deatenção, com compartilhamento deserviços e ampliação de leitos e áreasde atuação, e a conclusão do projetodo novo o Complexo de Institutos Na-cionais de Saúde da Fiocruz (CIN), quese encontra em fase final de licencia-mento para início das obras, vai redi-mensionar completamente a escala eescopo de atuação da Fiocruz no cam-po assistencial, na pesquisa clínica, naformação de recursos humanos e nainvestigação, elaboração, implementa-ção, acompanhamento e avaliação depolíticas públicas.

Outros exemplos de rearranjos fo-ram a inauguração do Centro HenriquePenna para Protótipos, Biofármacos eReativos para Diagnóstico (CHP), o maisrelevante empreendimento para a ca-

deia de inovação e produção em saú-de das duas últimas décadas, e a con-clusão do projeto executivo e obras depreparação do terreno do ComplexoIndustrial de Biotecnologia em Saúde(CIBS), que garantirá a manutenção esustentação do Programa Nacional deImunizações (PNI) do Governo Fede-ral e representa o que há de mais avan-çado na tecnologia de produção deimunobiológicos.

Neste período, também consegui-mos superar antigos desafios, comouma efetiva articulação da dimensãoda pesquisa com o desenvolvimentotecnológico e a cadeia de inovação; aconstrução de uma agenda estratégi-ca da pesquisa, mais aderente à reali-dade sociossanitária brasileira; a rees-truturação dos programas de fomentoda Fiocruz, com a criação do Progra-ma Institucional de Indução à CiênciaTecnologia e Inovação em Saúde (PC-TIS); e investimentos em métodos al-ternativos de pesquisa, incluindo a cri-ação, em 2013, do Centro Brasileiropara Validação de Métodos Alternati-vos (Bracvam).

Os tempos atuais também nos im-puseram uma larga capacidade de res-posta com relação à sustentabilidadesocioambiental. As ações da Fiocruznessa área estão pautadas fortemen-te pela noção de que a saúde é, aomesmo tempo, uma precondição, re-sultado e indicador do desenvolvimen-to sustentável. A Fiocruz conta hojecom um sólido e integrado programade saúde e ambiente, tendo a Agen-da 2030 como referência em todas assuas unidades e eixos estratégicos deatuação, incluindo seu papel como Cen-tro Colaborador da Organização Mun-dial da Saúde em Saúde e Ambiente.As ações institucionais, a exemplo doObservatório de Territórios Saudáveis eSustentáveis (OTSS) e do Teias-EscolaManguinhos (Território Integrado de

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Atenção à Saúde), podem ser vistas, aolongo deste Relatório, a partir de situa-ções locais onde as reflexões a respeitodo território identificam ações interse-toriais, interdisciplinares, e de avaliaçãode impacto com acompanhamento sis-temático em um processo de vigilânciados impactos à saúde decorrentes docotidiano dos territórios. Um exemplodessa atuação aconteceu em MinasGerais, estado largamente afetado pelorompimento da barragem da Samarco,onde a Fiocruz esteve entre os prota-gonistas das ações de órgãos públicos,articulando ações estratégicas com pro-fissionais de outras instituições para dis-cutir formas de atuação nas regiões afe-tadas pela tragédia.

Por ser dinâmico e complexo, ocenário atual também exige análisecontínua da situação da saúde daspopulações a fim de orientar a toma-da de decisão, auxiliando na redefini-ção de prioridades, predição de cená-rios futuros, estruturação do setorsaúde e avaliação das intervençõesimplementadas. A atuação da Fiocruzse orientou em promover conexão comos componentes sociais, políticos e aca-dêmicos em níveis local, nacional, regi-onal e global, para o enfrentamentodas vulnerabilidades com a reduçãodas inequidades. Como resultado des-se esforço, podemos citar o ProjetoBrasil Saúde Amanhã, composto poruma rede multidisciplinar de pesquisaque investiga e propõe caminhos parao país e o setor Saúde no horizonte dospróximos 20 anos. A prospecção decenários futuros visa à tentativa desuperar os desafios que hoje se im-põem ao sistema de saúde do país,buscando soluções efetivas para osproblemas atuais e antecipando ques-tões futuras. Investir na prospecçãoestratégica de cenários futuros é, por-tanto, ação preponderante para quea Fiocruz possa cumprir a sua missãode contribuir para a formulação de

políticas e programas que promovama ampliação da qualidade e do acessoàs redes de saúde.

A criação do Centro de EstudosEstratégicos da Fiocruz vem na mes-ma linha, visando à articulação de sa-beres e conhecimentos produzidos naFiocruz e em outros importantes cen-tros e redes acadêmicas nacionais einternacionais, para orientar a tomadade decisões, por parte de gestores egovernantes e pela população.

Pensar na promoção da saúde ena garantia de direitos da populaçãobrasileira a médio e longo prazo, a fimde construir respostas aos principaisdesafios associados ao desenvolvimen-to das políticas de saúde, em especialas de saúde mental e de atenção inte-gral passa também pelo amplo deba-te na sociedade sobre uma política deregulação de drogas acompanhada depolíticas públicas na área da saúde. Odebate sobre drogas reúne duas ques-tões centrais, com fortes implicaçõespara o futuro democrático do país: di-reitos humanos e saúde. A Fiocruz criouentão o Programa Álcool, Crack e ou-tras Drogas (PACD), cujas bases con-ceituais são orientadas pelo desejo detranspor o modelo proibicionista sus-tentado pela criminalização para en-tender o uso abusivo de substânciascomo resultado de questões biopsicos-sociais e defendendo práticas de cui-dado e respeito ao direito de usuáriosde substâncias psicoativas.

Os olhos no futuro, no entanto, nãonos fizeram esquecer de nossa mais ricatradição de colocar todas as nossasbases científicas e a expertise de nos-sos profissionais à disposição da popu-lação para oferecer respostas rápidasaos desafios que se colocam. Em 2015,vimos o avanço no Brasil de duas no-vas viroses, zika e chikungunya, e cou-be à Fundação um lugar de destaquecom laboratórios de referência para

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ambas as arboviroses, re-formulação da Rede Den-gue, Zika e Chikungunya,e atuação nas áreas deassistência, diagnóstico e vigi-lância em saúde, nas dimensões deensino, pesquisa, cooperação e inova-ção tecnológica.

O Estado de Emergência de Saú-de Pública de Importância Nacional(Espin) decretado pelo Ministério daSaúde e, posteriormente, de Importân-cia Internacional, decretado pela Orga-nização Mundial da Saúde por conta daameaça do vírus zika e sua relação comos casos de microcefalia deixou o mun-do perplexo e ávido por repostas. AFiocruz tem assumido um protagonis-mo no enfrentamento dessa epidemia,o que resultou, em 2016, dentre outrasfeitos e iniciativas, em parceria com osInstitutos Nacionais da Saúde (NIH),agência governamental do Departa-mento de Saúde e Serviços Humanosdos Estados Unidos, para um estudointernacional para avaliar a magnitudedos riscos à saúde que infecções pelovírus zika colocam a mulheres grávidase em seus fetos em desenvolvimento.

A pauta sanitária nos exigiu e conti-nuará a exigir uma atuação local-globalem prevenção de doenças; promoçãoda saúde; atuação no desenvolvimen-to sustentável; no enfrentamento damiséria e da fome e do aquecimentoglobal; na defesa de matrizes energé-ticas limpas; na soberania alimentarcom produção de alimentos sem agro-tóxicos; na geração de emprego e ren-da e no acesso à moradia e sanea-mento dignos e, acima de tudo, naconstante capacidade de inovar, deolharmos para o futuro, com a certe-za de que estamos construindo umaFiocruz mais próxima do cidadão e dosanseios da população brasileira.

Paulo GadelhaPresidente da Fiocruz

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FORÇA DE TRABALHO12.795 trabalhadores

1567 doutores

Fiocruz em números

PRODUÇÃO (2011 – 2015)

511 milhões doses de vacinas

35 milhões reativos para diagnóstico

1,5 bilhão unidades farmacêuticas

53 milhões frascos de biofármacos

(DADOS RELATIVOS A 2015, EXCEÇÕES ASSINALADAS)

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PESQUISA28 linhas de pesquisa em andamento

1683 artigos científicos publicados

7 revistas científicas

ANÁLISE, CONSULTASE EXAMES

4.416 amostras analisadas

282.626 consultas

750.250 exames clínicos

234.426 exames laboratoriais dereferência

FORMAÇÃO DE RECURSOSHUMANOS PARA O SUS26 programas de mestrado e doutorado - Stricto sensu

50 cursos - Lato Sensu

2.500 egressos/ano – pós-graduação

56.706 egressos de educação profissional (1985 – 2015)

279.200 matrículas/alunos em 5.097 municípios - UNASUS

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FiocruzUma forte referência

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om um índice pulse geral de73,9 a 83,8 pontos, a Fiocruzé vista por seus usuários eparceiros como uma institui-

ção pública eficiente e referência emsaúde e ciência, equiparando-se à re-putação das principais organizaçõesnão governamentais mundiais sem finslucrativos.

Esse foi um dos resultados de umestudo de análise de reputação rea-

lizado em 2014 pelo Instituto Re-putation. Para todos os gruposque fizeram parte da pesqui-sa, a Fundação tem uma re-putação de forte a excelen-te, postura ética e busca amelhoria da qualidade devida e o atendimento às ne-cessidades por meio da ciên-

cia e inovação.

Sobre a diversidade de atividadesfeitas pela Fundação, a maioria daspessoas consultadas reconheceu a Fi-ocruz como um “centro de pesquisas”

e como “uma fábrica de produtosde saúde”. Em todos os pú-blicos, as associações predo-minantes sobre a Fundaçãoforam “pesquisas”, “vacinas”e “saúde”. No entanto, a re-putação institucional se mos-trou ainda mais forte dentreaqueles que conhecem me-lhor a Fundação é bem maisque uma fábrica de produtosde saúde, mas também temfrentes na área de “ensino”,“formulação de políticas pú-

blicas”, “atendimento à saúde”e “pesquisas”.

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Foram selecionados cinco gruposde públicos distintos para a pesquisa(população em geral, representantesdo Complexo Econômico da Saúde,formadores de opinião, estudantes epacientes) em cinco estados (Rio de

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Janeiro, Amazonas, Pernambuco, Para-ná e São Paulo) e no Distrito Federal,representando as cinco regiões do país.Sete foram as dimensões analisadas:“produtos”, “serviços e pesquisa”, “ci-ência e inovação”, “ambiente de traba-

lho”, “governança e responsabilidade”,“contribuição social”, “liderança e de-sempenho”. A análise dessas dimensõesresultou em uma radiografia sobre aavaliação de cada público com relaçãoàs diferentes atuações da Fundação.

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Fiocruz foi criada e se firmou in-vestindo na pesquisa e trata-mento das doenças infecciosas,como a Febre Amarela, Doen-

ça de Chagas, Esquistossomose e, maisrecentemente, a Dengue, Zika e Chikun-gunya. No entanto, hoje em dia, com amudança do perfil epidemiológico dapopulação, estamos vivendo uma tran-sição, as doenças crônico-degenerati-vas estão emergindo, somando-se àsoutras, mas com tendência de se tor-narem predominantes. Isso exige

uma outra abordagem, apoiadapelos avanços em nanotec-nologia, em ciências dosmateriais, neurociência, bi-otecnologia, biorrobótica.Estamos migrando para oque tem sido chamado desociedade molecular, comtecnologias que permitem

que o cuidado seja centrali-zado na própria pessoa, a chama-

da medicina individualizada. Teremosequipamentos que serão de uso docidadão, do paciente e não do siste-

ma como um todo, e medicamen-tos desenvolvidos especifica-

mente para o indivíduo,pois a doença se manifes-ta de modo diferente emcada pessoa.

A Fiocruz está se pre-parando para essa novaera, criando novas áreas deatuação, promovendo estu-dos prospectivos, envol-vendo-se cada vez mais nadiscussão do papel da ci-ência e tecnologia no futu-ro da saúde global.

Fiocruzdo futuro

A

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Em 2010, em parceria com a Se-cretaria de Assuntos Estratégicos (SAE)da Presidência da República e o Insti-tuto de Pesquisa Econômica Aplicada(Ipea), começou a ser estruturado oProjeto Brasil Saúde Amanhã, que ar-ticula a prospecção estratégica do sis-tema de saúde brasileiro. As origens dainiciativa se encontram na matriz his-tórica e orgânica da Fundação, quesempre teve um caráter duplo: dar res-postas às necessidades do tempo pre-sente e, ao mesmo tempo, antecipar ofuturo, se preparar para necessidadese carências que se insinuam e preci-sam ser supridas.

Essas projeções servem de insumopara quem formula políticas de saúde,para os agentes econômicos que atu-am na saúde, para os profissionais daárea e também para localizar o papelde instituições como a Fiocruz nessefuturo. Para isso, são utilizados dois ins-trumentos principais, um é a análise detendência, observando um comporta-mento no passado e projetando-o parao futuro. Outro instrumento é a pros-pecção de horizontes, por exemplo, aorganização do sistema de saúde bra-sileiro, a composição dos setores pú-blico e privado.

O Saúde Amanhã está estruturadoem oito áreas temáticas: Desenvolvi-mento e Saúde, Condicionantes Sociaise Econômicos da Saúde, População eSaúde, Saúde e Ambiente, Organizaçãodo Sistema de Saúde, FinanciamentoSetorial, Prospecção Estratégica e Saú-de e Complexo Econômico e Industrial

da Saúde. No site do Projeto cada umadessas áreas é contemplada por entre-vistas com especialistas, sugestões deleituras, notícias e temas em destaque.

A produção do Saúde Amanhã temcomo base os resultados da primeiraetapa de pesquisa, publicados no livro“A Saúde no Brasil em 2030: Diretrizespara a Prospecção Estratégica do Sis-tema de Saúde Brasileiro”, que sinteti-za estudos realizados por uma amplagama de especialistas. A publicação éestruturada em áreas temáticas essen-ciais e cenários prospectivos para asaúde pública brasileira em 2030, emauxílio à gestão estratégica do SUS eà conquista de um cenário de futurodesejável para o país.

O Projeto disponibiliza ain-da no site o Visualizador Car-tográfico Interativo SaúdeAmanhã (VCI-Saúde Ama-nhã), uma plataforma digitalque permite a localização, pormeio de mapas que procuramevidenciar o deslocamento dapopulação em busca de servi-ços de saúde e os principaislocais requisitados, dependen-do do nível de complexidadee da oferta disponível no SUS.

Também estão disponíveisos Relatórios de Pesquisas, Re-latórios Técnicos e Textos para Discus-são com resultados e recomendaçõesdesenvolvidos no âmbito do Projeto,que buscam incentivar discussões edebates entre os profissionais especi-alizados e instituições do setor, para aconstituição de uma rede de prospec-ção estratégica ancorada na Fiocruz.

PROSPECÇÃO ESTRATÉGICA

saudeamanha.fiocruz.br

Brasil Saúde Amanhã

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O Centro de Estudos Estratégicos(CEE) atua como uma think tank, pro-duzindo e difundindo conhecimentossobre os avanços nas áreas da saúdee C&T, com vistas a influenciar trans-formações sociais, políticas, econômicasou científicas. O CEE promove deba-tes, identificando temas-chave da atu-alidade e antevendo os cenários futu-ros, realizando estudos prospectivosnas ciências biológicas, sociais e tecno-

lógicas. São três atividadesprincipais: prospectiva,mobilização de evidênciascientíficas e pesquisa depercepção e opinião.

As pesquisas realiza-das pelo CEE contam comequipe e tecnologia espe-cializadas, e abordam ques-tões que visam incentivar aconstrução de políticas desaúde justas e sustentáveis.A pesquisa “A percepçãodos brasileiros sobre temasrelacionados à descrimina-lização da maconha”, reali-

zada no final de 2014, entrevistou portelefone mais de 3 mil pessoas, com 18anos ou mais. O resultado apontou que56% dos entrevistados disseram estarmal informados ou muito mal informa-dos sobre o tema, com o percentual au-mentando entre as mulheres (65%) ena faixa etária de 45 e 59 anos (70%).

Iniciado em 2015, o ciclo de deba-tes online Futuros do Brasil recebe es-pecialistas, como cientistas sociais, soci-ólogos, cientistas políticos, economistas,discutindo o cenário que se configurapara o país, no campo das políticas so-

ciais, economia, saúde, desenvolvimen-to científico e tecnológico, bem como aprópria organização da sociedade ci-vil. Com transmissão online, a série dedebates transmitidos pela internet abrea possibilidade de interação dos deba-tedores com o público, que pode envi-ar perguntas durante o evento.

Os debates promovidos pelo CEEjá abordaram temas como “Estado desítio fiscal no SUS”, “Futuros da Améri-ca Latina: os ciclos da esquerda e dadireita”, “Retrocesso”, “Saneamentobásico como direito humano”, “Desdo-bramentos da crise, pós-neoliberalismoe ciclos políticos”, “As políticas sociaisem uma encruzilhada”, “O Brasil de2015: um momento entre dois ciclos?”e “Desenvolvimento – Ideias para umprojeto nacional”. Em 2016, o CEE rea-lizou um seminário externo de dois dias,que reuniu sociólogos, cientistas políti-cos e ativistas para discutir a “Criseatual e alternativas de longo prazo”,analisando a conjuntura, aspectos dapolítica e o movimento da sociedade ohorizonte do futuro.

Todos os debates são gravados ecolocados à disposição para consultano blog do CEE, assim como textos dereferência elaborados pelos convida-dos que participaram das discussões eas pesquisas de percepção realizadas.As atividades do Centro de Estudos vi-sam também promover a articulaçãode saberes e conhecimentos produzi-dos na Fiocruz e em outros importan-tes centros e redes acadêmicas nacio-nais e internacionais, orientando atomada de decisões, por parte de ges-tores e governantes e pela população.

www.cee.fiocruz.br

Centro de Estudos Estratégicos

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CDTSO Centro de Desenvolvimento Tec-

nológico em Saúde (CDTS) está sendoestruturado para contribuir na superaçãode limitações do país na geração de in-sumos para o setor. O CDTS funcionarácomo um elo entre as atividades de pes-quisa e de produção insumos em saúde,o que é estratégico visto que algumasetapas deste processo ainda não encon-tram a infraestrutura necessária na cadeiaprodutiva nacional. E a dependência delaboratórios estrangeiros pode significaraumento de custos e comprometer a in-corporação de novas tecnologias.

CHPO Centro Henrique Penna - Protóti-

pos, Biofármacos e Reativos para diag-nóstico (CHP) de Bio-Manguinhos, temuma das infraestruturas laboratoriaismais avançadas do país. É um dos mai-ores investimentos na área de inovaçãoe desenvolvimento tecnológico nacional,otimizando a introdução de novos pro-dutos e reduzindo a dependência tec-nológica e comercial dos programas doMinistério da Saúde. Sua capacidade deprodução permitirá a Bio-Manguinhosdiversificar seu portfólio e fortalecer oSistema único de Saúde.

INOVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO

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CIDACSO Centro para Integração de Da-

dos e Conhecimentos para Saúde (Ci-dacs), inaugurado em dezembro de2016, é uma iniciativa da Fiocruz Bahiae outras instituições, para integrar emuma base única dados de saúde e con-dições socioeconômicas referentes a

mais de 100 milhões de brasileiros. Es-sas informações poderão ser proces-sadas agora com recursos computaci-onais de última geração e algoritmosdesenvolvidos para as demandas deestudos e consultas de pesquisadores,gestores e da sociedade em geral.

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o ampliar sua presença naci-onal nas várias regiões dopaís, a Fundação visa contri-buir para a redução das de-

sigualdades e iniquidades regionais nocampo da saúde e da ciência e tecno-logia em saúde, por meio da atuaçãoem rede de todas as suas unidades eparticipando de diversos programas eacordos de cooperação para a forma-ção de pesquisadores. Pretende incen-tivar ações de interiorização, reconhe-

cendo as especificidades regionaise a diversidade cultural, contri-

buindo para a promoção dasaúde, o desenvolvimentosustentável e o aperfeiçoa-mento de políticas públicas.

A Fundação já está pre-sente no Paraná, no Amazo-nas, na Bahia, no Distrito Fe-

deral, em Pernambuco e emMinas Gerais, além do Rio de Janei-

ro, em diversos destes estados estãosendo realizados grandes projetos deampliação e otimização de suas ativi-

dades. A ampliação está em cur-so nos estados de Rondônia,

Mato Grosso do Sul, Cearáe Piauí, onde novos campiestão sendo instalados eminteração com competênci-as regionais, dando visibili-dade ao que é feito nessasregiões. Na mesma direção,a Fundação tem investidoem projetos de novas insta-lações nos campi já existen-tes, ampliando sua partici-pação na busca de soluçõestecnológicas para o desen-volvimento do SUS.

Fiocruz Nacional

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FIOCRUZ MINASO Instituto René Rachou (IRR/Fi-

ocruz Minas) é a primeira instituiçãopública a se integrar ao Parque Tec-nológico de Belo Horizonte (BH-TEC),erguendo ali sua nova sede, com aproposta de criar uma plataforma tec-nológica para produzir fármacos e va-cinas. Toda a estrutura da Fiocruz Mi-nas será transferida para o BH-TEC,um parque com mais de 550 mil m eque abrigará diferentes instituições depesquisa e empresas de base tecno-lógica e empreendimentos de ciênciae tecnologia voltados para a produ-ção de bens e serviços tecnológicos.Ali a Fundação investirá, nos próximosanos, na construção do Centro de De-senvolvimento Tecnológico em Saúdede Minas Gerais (CDTS-MG), que inte-grará o complexo arquitetônico daFiocruz Minas.

FIOCRUZ PARANÁEm 2015, a Fiocruz inaugurou a re-

forma e ampliação das instalações doInstituto Carlos Chagas (ICC/FiocruzParaná), localizadas no Parque Tecno-lógico da Saúde (Tecpar), em Curitiba.O centro de pesquisa biomédica – queatua nas áreas de bioquímica, biologiamolecular e celular, virologia, biotecno-logia e caracterização de células-tron-co – ganhou novos 1.200m e reformasem mais 1.800m . Com mais de 200 co-laboradores e forte característica deinovação em sua atuação, a Fiocruz Pa-raná possui um moderno Centro de Mi-croscopia e um Laboratório de Criaçãoe Experimentação Animal dotado deequipamentos e instalações de van-guarda. As obras contemplaram aindaespaços de ensino e gestão, áreas paraPlataformas Tecnológicas e para rece-ber Coleções Biológicas.

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FIOCRUZMATO GROSSODO SUL

Em terreno doado comcerca de 33 mil metros quadra-

dos, o braço da Fiocruz no Centro-Oeste vai ao encontro das deman-das regionais de ciência e tecnologia,

pesquisa, ensino, cooperação,serviços de referência e pro-

dução de insumos para asaúde. A nova unidadetambém vai atuar em áre-as como meio ambiente aagronegócio; saúde dapopulação indígena; saú-de nas fronteiras; agravose doenças prevalentes; e

atuação no Pantanal e noCerrado. O projeto é desen-

volvido com outras insti-tuições do estado, as áre-as de atuação foramdefinidas em seminárioscom participação dasuniversidades federal,estadual e particularesda região Centro-Oeste,

secretarias municipais e esta-dual de saúde, representantes da

Fundação e de instituições de ensi-no, pesquisa e gestão do SistemaÚnico de Saúde.

FIOCRUZ PIAUÍO projeto da unidade se iniciou em

2007, com o objetivo de trabalhar deforma integrada e em cooperação comatores estratégicos locais e governosmunicipais e estadual, prevê o desen-volvimento de estudos sobre biomas,doenças infecciosas, saúde do trabalha-dor, saúde materno-infantil, entre outroscampos, além do desenvolvimento deprogramas de formação e ensino dire-cionados às demandas locais. As açõessão desenvolvidas por meio de parce-rias locais, regionais e federais. Atual-mente, estão em andamento dois cur-sos de mestrado na Fiocruz Piauí, oMestrado Profissional em Epidemiologiade Doenças Negligenciadas, da Ensp,e o Mestrado Acadêmico em MedicinaTropical, do IOC. Também será ofereci-do um curso técnico de manutenção deequipamentos hospitalares e em infor-mação e registro em saúde.

FIOCRUZ CEARÁA nova unidade da Fiocruz está sen-

do instalada no Polo Industrial e Tecno-lógico da Saúde, em construção naregião metropolitana de Fortaleza, pro-jeto estadual que é incentivado com suapresença como âncora científica contri-buindo para o desenvolvimento regio-nal com alta tecnologia. O Centro deFormação, Pesquisa e Desenvolvimen-to da Fiocruz terá 23 salas de aula para560 alunos, um prédio de pesquisa com15 laboratórios, auditório para 300 luga-res, anfiteatro e praça. A Fiocruz Cearáabrigará também o Centro tecnológicode Plataformas Vegetais, de Bio-Man-guinhos, que terá instalações industri-ais e de desenvolvimento tecnológicopara impulsionar a fabricação de pro-dutos biofarmacêuticos para uso huma-no baseados em plataformas vegetais.

FIOCRUZ RONDÔNIAA construção da nova sede da Fi-

ocruz Rondônia vai possibilitar a am-pliação das atividades e pesquisas jádesenvolvidas pela instituição no esta-do. Sediada em Porto Velho, a unida-de tem como missão gerar e difundirsoluções científicas e tecnológicas empatologias tropicais, realizando pesqui-sas que visam o desenvolvimento daregião, agregando o potencial da bio-diversidade como uma fonte de novasmoléculas associadas a necessidadesespecíficas e ao quadro da região. Hoje,a Fiocruz Rondônia conta com mais de90 profissionais, entre médicos, biólogos,biomédicos, farmacêuticos bioquímicose estudantes, da iniciação científica atéa pós-graduação. O projeto da novasede foi desenhado por Oscar Niemeyere será a primeira construção de infra-estrutura idealizada pelo arquiteto naregião Norte do país. Num terreno de60.000m2, a nova sede vai abrigar 22laboratórios, anfiteatro, restaurantes eespaço para exposições científicas/di-dáticas para a população local.

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FIOCRUZ AMAZÔNIAEm 2015 foram concluídos os estu-

dos topográficos e de levantamento ar-bóreo no terreno cedido pelo ExércitoBrasileiro, em Manaus, que irá abrigara nova sede do Instituto Leônidas e Ma-ria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia),primeira unidade técnico-científica daFiocruz na Região Norte. Atualmente,a unidade conta com sete laboratóriosde pesquisa, duas coleções biológicase cinco plataformas tecnológicas. Maisde 300 colaboradores entre servido-res da pesquisa, ensino e gestão, alémdos alunos de programas em parceriacom outras unidades da Fiocruz e dedois programas próprios de pós-gra-duação stricto senso, formam a comu-nidade permanente da unidade. Coma nova estrutura, o ILMD ampliará suasatividades voltadas ao atendimentodas demandas de ensino e pesquisa,com foco nas áreas de saúde coletivae biológicas na região Amazônica.

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O Fórum das Unidade Regionaisda Fiocruz (FUR) é um espaço de arti-culação e discussão técnico-políticasobre temas comuns às unidades, paraintegração de ações relacionadas àpesquisa e inovação, ao ensino e àgestão em saúde, visando o fortaleci-mento da presença nacional e regio-nal da Fiocruz. Criado em 2011, o FURtem-se mostrado um dispositivo insti-tucional com grande potencial paraconstituir consensos operativos pormeio de ajustes mútuos. Os encontrosdo Fórum vêm impulsionando a cons-trução de uma agenda coletiva e inte-grada para o desenvolvimento estra-tégico da Fiocruz.

Coordenado atualmente pela Fio-cruz Brasília (Direb), o FUR reúne ain-da as outras unidades e escritórios daFiocruz sediados fora do Rio de Janei-

Fórum das Unidade Regionais da Fiocruz

ro: Piauí, Ceará, Pernambuco, Bahia,Paraná, Mato Grosso do Sul, Rondônia,Amazônia e Minas Gerais. Nas Regio-nais atuam cerca de 2,5 mil trabalha-dores (9,7 % do total da força de tra-balho da Fiocruz), desses, 756 sãoservidores, entre os quais 371 são dou-tores (22,3 % de toda instituição). Suaprodução científica alcançou o núme-ro de 569 publicações indexadas em2015, o que representa 33,8% do mon-tante publicado pelo conjunto de ser-vidores da Fiocruz.

As iniciativas do FUR têm demos-trado que refletir e agir cooperativa-mente estimula o trabalho em rede e aconsolidação de um modelo de infra-estrutura de apoio à governança egestão estratégica integrada que con-tribui para o desenvolvimento institu-cional de toda a Fiocruz.

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POLO DELABORATÓRIOS DA ENSP

O Polo de Laboratórios, que tevesua pedra fundamental lançada em2013, será construído no próprio campusde Manguinhos e abrigará 23 laborató-rios organizados em áreas específicas doconhecimento. Alguns deles terão usocompartilhado, como laboratórios multi-usuários, com intuito de promover mai-or integração entre os diversos gruposde pesquisa da ENSP. Com isso, haveráredução de insumos, manutenção e pes-soal especializado para operá-los. O novoprédio terá ainda escritórios para os pes-quisadores vinculados e áreas de apoiotécnico, além de salas de aula laborató-rio, que visam proporcionar atividadespráticas aos alunos.

COMPLEXO INDUSTRIALDE BIOTECNOLOGIAEM SAÚDE - CIBS

O CIBS está sendo construído emSanta Cruz, zona oeste do Rio de Janei-ro, em um terreno de 580 mil m2. Seráum dos mais modernos centros de bio-tecnologia do mundo, pois foi concebidoa partir do que há de mais avançado emtecnologia para áreas produtivas de va-cinas e biofármacos. O empreendimentopermitirá atender às exigências de ór-gãos regulatórios e possibilitará que opaís amplie significativamente o forneci-mento de produtos vitais e de alta quali-dade ao sistema público de saúde, ga-rantindo a manutenção dos programasdo governo federal. Além de abastecero mercado interno, poderá atender tam-bém às demandas de organismos inter-nacionais, como a OMS, Opas e Unicef).Parcerias para o desenvolvimento tecno-lógico e aumento da competitividade doBrasil no setor de biotecnologia, tambémserão beneficiados a partir do CIBS, quecomeçará a operar em 2019.

CENTRO DEDOCUMENTAÇÃO

E HISTÓRIA DASAÚDE - CDHSO CDHS abrigará o acervo do-

cumental sobre a história da saúdeno país desde o século 19, que é man-tido pela Casa de Oswaldo Cruz eserá disponibilizado em instala-ções modernas para estu-dantes, pesquisadores,profissionais de saúde e opúblico em geral. O novocentro vai abrigar docu-mentos, fotografias, livrosraros e registos sonoros,audiovisuais, iconográficose cartográficos desde o sé-culo 19. O acervo histórico écomposto por 102 itens,entre coleções de docu-mentos institucionais efundos (que são conjuntosde documentos da mes-ma proveniência), comdestaque para os conjun-tos documentais dos sani-taristas Oswaldo Cruz e Car-los Chagas, e o conjunto dosnegativos de vidro da COC, que têmseu valor histórico para a humanida-de reconhecido pelo Programa Me-mória do Mundo da Unesco.

COMPLEXODE INSTITUTOSNACIONAIS - CIN

Localizado em uma área de cercade 100 mil m na Quinta da Boa Vista,em São Cristóvão, na Zona Norte doRio de Janeiro, o complexo será a fu-tura sede do Instituto Nacional de Saú-de da Mulher, da Criança e do Adoles-cente Fernandes Figueira (IFF) e doInstituto Nacional de Infectologia Evan-dro Chagas (antigo Instituto de Pes-quisa Clínica, Ipec), principais unidadesassistenciais de saúde da Fundação noRio de Janeiro. O CIN possibilitará queambas as unidades não só ampliem eotimizem seus espaços físicos, mas tam-bém compartilhem plataformas de tra-balho e reduzam os custos de formasustentável, preservando suas identi-dades e áreas de atuação. O projetoprevê que o CIN tenha 359 leitos (239do IFF e 120 do Ipec), 224 consultóri-os (112 para cada unidade), 74 módu-los laboratoriais e 12 salas de cirurgia-geral. Também estão previstos umauditório com 500 lugares, 30 salas deaula, uma creche com espaço para 250crianças, três restaurantes que com-portarão 1,8 mil refeições por dia e umestacionamento com 900 vagas.

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Fiocruz contribui para a cons-trução do cenário nacional depolíticas de CT&I influencian-do também mudanças no ce-

nário sócio-sanitário a elas relaciona-do, bem como nos marcos legais docontrole da experimentação animal, douso do patrimônio genético e do co-nhecimento tradicional a ele associa-

do. Em 2016, a sanção do Marco Le-gal da Ciência, Tecnologia e

Inovação foi recebida comentusiasmo na Fiocruz. A ins-tituição acompanhou de per-to a tramitação e participoativamente do projeto des-de 2011, quando foi anunci-ada a revisão do Código deCiência e Tecnologia na Câ-

mara dos Deputados. Como ins-tituição estratégica de Estado, a Fi-

ocruz contribui para a formulação eimplementação de programas e inicia-

tivas que possam reduzir as assime-trias regionais, e que impactem

na saúde e seus componen-tes econômicos e sociais.Marco Legal de Ciência Tec-nologia e Inovação, que tra-ta dos estímulos ao desen-volvimento científico, àpesquisa, à capacitação ci-entífica e tecnológica e àinovação.

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O desenvolvimento científico naFiocruz se orienta para atender às ne-cessidades da população brasileira. Ainstituição lida com as transformações

Pesquisa e desenvolvimento tecnológico em saúdedemográficas, epidemiológicas, soci-ais, cognitivas e ambientais, induzin-do programas nas diversas áreas depesquisa em saúde: biomédica, tecno-

lógica, saúde coletiva, ciências sociaise humanas, neurociência, oncologia,biotecnologia e nanotecnologia.

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EbolaEm 2014, a Fiocruz recebeu o pri-

meiro caso de suspeita de ebola emterritório nacional. O Instituto Nacionalde Infectologia Evandro Chagas (INI)foi designado pelo Ministério da Saú-de como a unidade de referência nopaís, que está preparada para receberesse tipo de ocorrência. Imediatamen-te após a identificação da suspeita, opaciente foi isolado na unidade e ado-tadas medidas previstas no protocolonacional, como a comunicação à secre-taria estadual de saúde e ao Ministérioda Saúde.

Antes e depois da internação doprimeiro paciente, o INI realizou simu-lações que envolveram dezenas deprofissionais de saúde, mostrando queas equipes estão bem treinadas paraa eventualidade de surgirem novos ca-sos. Sobre a condução do primeirocaso, a Organização Mundial da Saú-de e o Ministério da Saúde elogiarama atuação da Fiocruz, que seguiu to-dos os protocolos recomendados, semque fossem registradas falhas em qual-quer uma das etapas do procedimen-to. Em 2015, houve um outro caso sus-peito, que foi novamente encaminhadoà Fiocruz.

Resposta a emergências de saúde pública

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Em maio de 2015, uma pesquisadesenvolvida pelo Laboratório de Vi-rologia Molecular do Instituto CarlosChagas (ICC/Fiocruz Paraná) confir-mou a presença do vírus zika em oitoamostras humanas vindas do Rio Gran-de do Norte. Além de constatar a cir-culação do vírus no país, o estudo re-forçava a importância da vigilânciaepidemiológica. Transmitido nas áreasurbanas pelo mosquito Aedes aegypti– mesmo vetor responsável pela trans-missão da dengue e do chikungunya –, o vírus zika foi introduzido no Brasil,possivelmente, por turistas que vieramassistir à Copa do Mundo em 2014.

Em 2014, já sido reportado o pri-meiro caso de chikungunya no Brasil.Em 2015, portanto, o país passou a tertrês vírus circulantes transmitidos pelomosquito Aedes aegypti: dengue, zikae chikungunya.

A preocupação com o vírus au-mentou em novembro, quando um ele-vado aumento do número de casos demicrocefalia em Pernambuco pareciaestar associado ao vírus. Em 22 de ou-tubro, o Ministério da Saúde (MS) in-formou ter reforçado a notificação e ainvestigação de casos da doença noestado. Pouco mais de um mês depois(28/11), o MS pode confirmar a relaçãoentre o vírus zika e o surto de microce-

falia na região Nordeste. Em fevereirode 2016, a Organização Mundial daSaúde (OMS) decretou Estado deEmergência de Saúde Pública de Im-portância Internacional por conta daameaça do vírus zika e sua relação comos casos de microcefalia.

No Brasil, o governo havia lança-do o Plano Nacional de Enfrentamen-to à Microcefalia Relacionada à Infec-ção pelo Vírus Zika, uma grandemobilização nacional envolvendo di-ferentes ministérios e órgãos do go-verno federal, em parceria com esta-dos e municípios. Rapidamente, aFiocruz assumiu um protagonismo na-cional e internacional no enfrentamen-to à essa emergência, com profissio-nais de várias unidades dedicados nasfrentes de assistência, diagnóstico, vi-gilância, pesquisas, desenvolvimentoe inovação tecnológica.

Ainda em dezembro de 2015, a Fun-dação criou o Gabinete para o Enfren-tamento à Emergência Epidemiológicaem Saúde Pública, que visa unificar asações da instituição frente à Emergên-cia em Saúde Pública de ImportânciaNacional (Espin). Com a iniciativa, a Fun-dação aposta nos investimentos em pes-quisa, desenvolvimento e inovação paraencontrar respostas para os desafiosapresentados pelas três doenças. A

Dengue, Zika e Chikungunya

meta é também buscarcooperação com outrasinstituições no Brasil e noâmbito internacional naconstrução de projetosque ofereçam possibilida-des de geração de conhe-cimento e desenvolvimentode tecnologias.

Ao longo de todo o ano de 2016,foram promovidos encontros em vá-rios estados brasileiros (Rio de Ja-neiro, Minas Gerais, Piauí, Ama-zonas e Rondônia), quereuniram especialistas dopaís para ampliar o co-nhecimento sobre essasviroses e discutir o pro-blema nos âmbitos docontrole, da atenção, davigilância e da comunica-ção em saúde.

Atualmente, a Fiocruz éreferência mundial para ocontrole vetorial, atuandoem parceria com institui-ções internacionais, comoa agência norte america-na Institutos Nacionais daSaúde (NIH, na sigla eminglês) e a Fundação Me-linda e Bill Gates, em estudosem zika e Chikungunya.

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Em 2015, foi criado o Plano Institu-cional de Indução à Ciência, Tecnologiae Inovação em Saúde (PCTIS), cujo ob-jetivo é estimular iniciativas em CT&I pormeio de uma política que integre asações de pesquisa, vigilâncias, difusãodo conhecimento, formação e otimiza-ção do parque tecnológico institucional.O Plano é estruturado em três eixosprincipais: Geração e difusão do conhe-cimento de excelência; Pesquisa, Inova-ção e Desenvolvimento Tecnológico emSaúde (PIDTS) e Desenvolvimento doParque Tecnológico Institucional – Redede Plataformas Tecnológicas.

Nos últimos dez anos a Fiocruz in-vestiu em CT&I para a geração de co-nhecimento e formação/qualificaçãode recursos humanos em saúde, pormeio de diversos programas instituídos(PDTIS, PDTSP, PAPES, PV, EV, PIBIC eInovatec), que foram capazes de con-

Integrando a Pesquisaao DesenvolvimentoTecnológico em Saúde

figurar um processo inicial de integra-ção da comunidade científica para odesenvolvimento da pesquisa, na ges-tão de recursos e na excelência da qua-lificação/formação de pessoas.

No entanto, esses programas care-ciam de uma integração com a cadeiade inovação. O processo de desenvol-vimento e aplicação ou transferência detecnologia envolve etapas de distintascomplexidades, onde é necessário umesforço integrado de todos os setoresda instituição

A grande mudança provocadapela criação do PCTIS foi justamenteuma mudança da lógica de comparti-mentalização dos vários mecanismosde indução para uma política quegera maior integração e capacidadede indução daquilo que é considera-do prioritário.

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O Observatório foi criado em 2016para organizar e produzir informaçõesprovenientes da área de pesquisa, de-senvolvimento tecnológico e inovaçãoda Fiocruz. É um projeto estratégico,que tem o objetivo de apoiar a ges-tão das atividades de CT&I da Fun-dação, assim como a formulação de

Com mais de 6 mil referências pu-blicadas em artigos científicos, a revis-ta Memórias do Instituto Oswaldo Cruzfoi a mais citada da América Latina em2015, de acordo com dados divulga-dos pela empresa Thomson Reuters,responsável pelo Journal Citation Re-ports, relatório que reúne indicadoresde relevância das publicações científi-cas no mundo. Desde 2005, a revistamantém a marca de maior citação.Além disso, a Memórias teve, pela ter-ceira vez, um aumento do fator de im-

que potencializem sua capacidade deinovar. É um instrumento avançado degestão, que permite o fomento da coo-peração, promovendo a articulaçãoentre as redes internas e externas, con-tribuindo também para o aprimoramen-to de mecanismos de acompanhamen-to da dinâmica da instituição.

Observatório em Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúdepolíticas setoriais no âmbito do Minis-tério da Saúde.

A partir de fontes de informação se-lecionadas, o Observatório utiliza umconjunto de indicadores que permite aconvergência dessas informações, am-pliando a visibilidade sobre a atuaçãoda Fiocruz e monitorando tendências

Personalidade doano pela Nature

No final de 2016, a pesquisadorada Fiocruz Pernambuco, Celina Turchifoi eleita uma das 10 personalidadesdo ano na ciência pela revista britâni-ca Nature¸ por seu trabalho para o es-tabelecimento da relação entre o víruszika e a microcefalia em bebês. A re-vista destaca que Turchi integrou umarede de epidemiologistas, pediatras,neurologistas e biólogos que levou aresultados “formidáveis”. Segundo apublicação, quando Turchi e seus cole-gas começaram suas pesquisas, o co-nhecimento sobre o zika era extrema-mente limitado.

A revista científica mais citadada América Latina

pacto, alcançando o índice de 1.789.Assim, o periódico fundado em 1909subiu da 10ª para a 6ª colocação entreas revistas científicas de medicina tro-pical no mundo. A publicação tambémestá entre as 20 revistas mais citadasna área de parasitologia. Na AméricaLatina a Memórias ocupa o primeirolugar no fator de impacto consideran-do seis campos temáticos: parasitolo-gia, medicina tropical, doenças infec-ciosas, microbiologia, imunologia ebioquímica e biologia molecular.

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Educação eformaçãopara o SUS

A Fiocruz é a principal instituiçãonão-universitária de formação e qua-lificação de recursos humanos para oSUS e para a área de ciência e tec-nologia no Brasil. São 26 programasde pós-graduação stricto sensu reco-mendados pela CAPES, uma escolade nível técnico e vários programaslato sensu.

Para além de seus programas depós-graduação, a Fiocruz contribuicom a coordenação e oferta de diver-sos cursos no âmbito de iniciativasnacionais para a formação de profis-sionais de saúde.

Mais MédicosA Fiocruz, por meio da Escola Na-

cional de Saúde Pública Sergio Arou-ca (Ensp), é responsável por coorde-nar a pesquisa de avaliação doprograma Mais Médicos. O estudo foiproduto de uma negociação entre aUniversidade Aberta do SUS (UNA-SUS), o Ministério da Educação e aFundação, em acordo com o Ministé-rio da Saúde.

O Mais Médicos faz parte de umamplo pacto de melhoria do atendi-mento aos usuários do SUS, com inves-timento em infraestrutura dos hospitaise unidades de saúde, além de levarmais médicos para regiões onde há es-cassez ou não existem profissionais.

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UniversidadeAbertado SUS(UNA-SUS)

O Sistema Universidade Aberta doSUS (UNA-SUS) foi criado pelo Minis-tério da Saúde em 2010 para atenderàs necessidades de capacitação e edu-cação permanente dos profissionais desaúde que atuam no SUS. Desde suacriação, a Fiocruz exerce a função deSecretaria Executiva e participa doComitê Gestor e do Colegiado Institu-cional da UNA-SUS, que a partir da in-tegração entre gestão, academia eserviços e do recurso a metodologiasde educação a distância, viabiliza aoferta educacional para programasprioritários do governo.

Além do papel de indutora, a Fun-dação também oferece diversos cur-sos de formação em saúde para oUNA-SUS, como especializações, resi-dências e mestrados profissionais. OUNA-SUS já alcançou mais de 100 milmatrículas de profissionais da saúdeem todas as regiões do país, com des-taque para a formação de profissio-nais para os programas Mais Médicose de Valorização do Profissional daAtenção Básica (Provab).

ProvabO Programa de Valorização do Pro-

fissional da Atenção Básica (Provab)conta com a cooperação da Fiocruz eda rede UNA-SUS na oferta de cursode especialização para os profissionaisselecionados pelo Ministério da Saúde.

O Provab se propõe ao enfrenta-mento da escassez, provimento e fixa-ção de profissionais de saúde – médi-cos, enfermeiros e dentistas – em áreasremotas e de maior vulnerabilidade. Ofoco do programa são as áreas e regi-ões prioritárias com carência e dificul-dade de retenção de profissionais desaúde.

Escola deGovernoem Saúde

Uma iniciativa que certamentemarcou o período foi o processo decredenciamento da Fiocruz como Es-cola de Governo em Saúde. Sonho an-tigo perseguido por sanitaristas, ges-tores e trabalhadores do Sistema Únicode Saúde (SUS), a criação de uma Es-cola de Governo em Saúde (EGS) fi-nalmente se concretizou em 2011, nonovo prédio da Diretoria Regional deBrasília (Direb/Fiocruz Brasília). O pro-cesso de credenciamento, iniciado emmaio de 2015, é consequência do com-promisso com a qualidade e excelên-cia dos cursos oferecidos e de enten-der educação permanente como umapolítica indutora para transformaçãodas práticas em saúde.

ProfsaúdeO novo Mestrado Profissional em

Saúde da Família (PROFSAÚDE/MPSF), aprovado pela Capes em ou-tubro de 2015, potencializa as ativida-des de ensino, pesquisa e extensão emSaúde da Família, tanto na academia,quanto nos serviços de saúde. O cur-so, que conta com 200 vagas, é ofere-cido como continuidade da formaçãodo Programa Mais Médicos

Uma proposta da Abrasco e Fio-cruz, o PROFSAÚDE é uma construçãocoletiva, em parceria com diversas ins-tituições de ensino, com o objetivo deoferecer formação de alta qualidadea profissionais da rede básica e conso-lidar o modelo de saúde da família. Ocurso tem a finalidade de atender à ne-cessidade de formação de profissionaisde saúde, especialmente médicos, emgrande escala, para atuarem comopreceptores na residência médica emsaúde da família, docentes na gradua-ção em medicina, supervisores e tuto-res na estratégia de saúde da família

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Em 2016, a Fiocruz lança o Cam-pus Virtual, iniciativa que amplia oacesso ao conhecimento produzido naFiocruz e reforça as iniciativas de edu-cação a distância e os cursos presenci-ais oferecidos pelas diversas unidadesda Fundação. Trata-se de uma rededescentralizada de pessoas e institui-ções que compartilham cursos, recur-sos, serviços e atividades de ensino naárea de saúde, fazendo uso intensivode tecnologias de informação, comu-nicação e educação.

Aberto a professores, estudan-tes, profissionais e sociedade emgeral, o portal do Campus Virtual éum potencializador de práticas edu-cativas da Fiocruz e redes parcei-ras, que visa contribuir na forma-ção continuada de profissionaispara o atendimento às necessida-des do SUS. O portal permite oacesso do público em geral e, es-pecialmente, dos profissionais doSUS, a plataformas tecnológicascom recursos educacionais em saú-de, vídeo aulas e cursos livres, pormeio de um modelo tecnológicoconstituído de ferramentas que per-mitam o intercâmbio, utilização ereutilização de informações.

Campus Virtual Fiocruz

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A Fiocruz oferece 21 programas namodalidade Acadêmica: História dasCiências, Epidemiologia em Saúde Pú-blica, Saúde Pública (Rio de Janeiro),Saúde Pública e Meio Ambiente, Bio-tecnologia em Saúde e Medicina Inves-tigativa, Ciências da Saúde, SaúdeColetiva, Biociências e Biotecnologiaem Saúde, Saúde Pública (Pernambu-co), Biociências e Biotecnologia, Infor-mação e Comunicação em Saúde, Pes-quisa aplicada à saúde da criança e damulher, Saúde da Criança e da Mulher,Vigilância Sanitária, Biodiversidade eSaúde, Biologia Celular e Molecular, Bi-ologia Computacional e de Sistemas,Biologia Parasitária, Ensino em Biociên-cias e Saúde, Medicina Tropical, Pes-quisa Clínica em Doenças Infecciosas.

Cinco programas de Mestrado Pro-fissional: Tecnologia de Imunobiológi-cos, Educação Profissional em Saúde,Gestão, Pesquisa e Desenvolvimentona Indústria Farmacêutica, Saúde Ma-terno-Infantil, Pesquisa Clínica.

Quatro programas em ambas asmodalidades: Epidemiologia em Saú-de Pública, Saúde Pública (RJ), SaúdePública (PE), Vigilância Sanitária.

Na esfera da pós-graduação latosensu, são ofertados cerca de 50 cur-sos de especialização, aperfeiçoamen-to e atualização, diversos dentre elesna modalidade ensino a distância, pormeio da Escola de Governo em Saúde,distribuídos por três grandes áreas de

prática: Política, Gestão e Atenção Bá-sica; Vigilância em Saúde; e Promoçãoda Saúde e Desenvolvimento Social.

No campo da educação profissi-onal em saúde, a Fiocruz oferece cur-sos técnicos na área de saúde, inte-grados ao ensino médio: AnálisesClínicas, Ensino Médio Integrado àEducação Profissional, Gerência deSaúde, Vigilância em Saúde. E tam-bém cursos técnicos subsequentes aoensino médio: Agente Comunitário deSaúde, Registros e Informações emSaúde, cursos de especialização téc-nica e de atualização, aperfeiçoamen-to e qualificação. Também oferececursos para Educação de Jovens eAdultos (EJA).

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O recebimento, em 2015,do Prêmio José Reis de Divul-gação Científica e Tecnológi-ca, na categoria ‘Instituiçãoou Veículo de Comunicação’,mais relevante prêmio na

área concedido pelo Conse-lho Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico (CNPq), re-presenta a consolidação e o reconhe-cimento institucional pela pluralidade

das ações desenvolvidas nessa áreacomo e por entendê-la como

compromisso com a saúde ea cidadania.

Nas mídias sociais, a Fi-ocruz alcança, atualmente,quase 80 mil pessoas em suapágina no Facebook e 40mil, no Twitter, com intera-ções diárias e respostas per-sonalizadas aos usuários. Em2016, além do Facebook, doTwitter e do YouTube, a Fio-cruz abriu um novo canal dediálogo com a sociedade:um perfil no Instagram.

Informação ecomunicaçãoem saúde

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Em 2013, a Agência Fiocruzde Notícias, um dos principaisveículos noticiosos da Fiocruz,teve seu site totalmente reformu-lado, permitindo mais dinamismoe interação, além de incorporarnovos recursos. No ano de 2016,de janeiro a junho, o site obteve1.026.988 visualizações de páginas,número equivalente aoperíodo de todo o últimoano de 2015. Em 2016,também foi lançado onovo boletim da AFN,que atinge cerca de 1.200profissionais da impren-sa de todo o Brasil, bemcomo da imprensa es-trangeira. Os avanços daAFN representam maisuma vez uma reafirma-ção dos compromissosda Fundação com o con-trole social, a transpa-rência e a prestação decontas dos recursos aplicados nainstituição.

A informação e a comunica-ção, sobretudo pela combinaçãode ações de popularização da ci-ência, comunicação, educação,divulgação científica e promoçãoda saúde, são entendidas comoparte integrante do fazer cientí-fico, colocando-se como área es-tratégica na relação da Fundaçãocom a sociedade.

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Editora FiocruzO catálogo da Editora Fiocruz reúne

mais de 400 títulos incluindo as variadasáreas do conhecimento científico em saú-de pública. Em 2016, a Editora Fiocruzlançou sua Livraria Virtual, como um novocanal de acesso aos livros, com mais efi-ciência, comodidade e segurança para aaquisição dos títulos, e o primeiro e-bookinterativo. O e-book O Que É o SUS, umdos títulos mais procurados da Editora,oferece uma nova experiência de leitura,em que vídeos, áudios, galerias de fotos,infográficos e outros recursoscomplementam ou substituempartes do texto original, crian-do uma nova textualidade ele-trônica.

www.livrariaeditorafiocruz.com.br

Em 2012, a obra Fundamentos da Pa-leoparasitologia, publicado pela Editora,recebeu o primeiro lugar do Prêmio Ja-buti, na categoria Ciências Naturais. Em2015, três títulos da Editora ficaram entreos finalistas e, em 2016, foram dois os tí-tulos da Editora a ficaram entre os fina-listas do Prêmio: Dengue: teorias e práti-cas, na categoria Ciências da Saúde eCrianças, Adolescentes e Crack: desafiospara o cuidado, na categoria Psicologia,Psicanálise e Comportamento. O Jabutié considerado o mais tradicional prêmiodo livro no Brasil.

Portal FiocruzLançado em maio de 2012, o Por-

tal busca esclarecer para o público ex-terno quais são e como funcionam osserviços e produtos da Fiocruz. Comuma estrutura que oferece diferentesformas de navegação, o espaço on-linefoi planejado para permitir que os usu-ários encontrem com facilidade a infor-mação que procuram. De 2013 a 2016,o Portal teve mais de 26 milhões depáginas visualizadas por mais de 5,5milhões de usuários.

www.portal.fiocruz.br

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Museu da Vida

O Museu da Vida desenvolve ati-vidades informativas e educativas emciência, saúde e tecnologia de formalúdica e criativa, através de exposiçõespermanentes, atividades interativas,multimídias, teatro, vídeo e laboratóri-os, e por diversas atividades relacio-nadas com a divulgação do patrimô-nio histórico e cultural da Fiocruz.

Nas setes exposições abrigadaspelo Museu de 2013 a 2016, o grande

público pode entrar em contato, deforma interativa, com temas relativosa conceitos e à história da ciência, dabiologia e da saúde pública. Neste pe-ríodo, as ações do Museu alcançarammais de 650 mil pessoas. Em 2016, oCiência Móvel, museu itinerante doMuseu da Vida, completou dez anos deestrada. Até 2016, foram contabiliza-dos mais 750 mil visitantes em quase90 cidades da região Sudeste.

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Política deComunicação

FiocruzInternacional

A Fiocruz iniciou em novembro de2016 uma nova etapa na comunicaçãointernacional da instituição, com o lan-çamento do boletim Fiocruz Interna-cional. A nova publicação reúne notí-cias das atividades internacionais detodas as unidades da Fiocruz, desta-cando a atuação da Fundação em te-mas como saúde global, acordos de co-operação internacional, Objetivos deDesenvolvimento Sustentável, convê-nios, cooperação sul-sul e muito mais.

Tratada como área estratégica naFiocruz desde o início do século XX,com a criação de revistas científicas, aFundação reconhece a centralidade dacomunicação na transformação da re-alidade e percebeu a necessidade daconstrução de uma política para o se-tor. A Política foi elaborada por um gru-po de trabalho e esteve em consultapública durante pouco mais de ummês, sendo aprovada pelo Conselho

Deliberativo em novembro de 2016. Odocumento busca enfrentar as diferen-tes situações, estabelecendo mecanis-mos para ampliar o diálogo com a so-ciedade e o diálogo interno entre osvários atores da comunicação da Fio-cruz, bem como o debate destes comas demais áreas finalísticas da institui-ção, a fim de fortalecer e conferir mai-or efetividade aos produtos e proces-sos de comunicação.

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Canal SaúdeDesde 2015, o Canal também pas-

sou a integrar o Sistema de Brasileirode TV Digital, fazendo parte da multi-programação da TV Brasil. Com a mi-gração gradual da TV aberta do siste-ma analógico para o sistema digital, atransmissão do Canal Saúde já chegouem Brasília, Rio de Janeiro e São Pau-lo, e a previsão é de que até 2019 aemissora esteja acessível, em sinal aber-to, a todos os municípios brasileiros commais de 100 mil habitantes. A mudan-ça permitirá que conteúdo de qualida-de sobre o SUS alcance mais de 120milhões de pessoas nos próximos anos.

PenseSUSO site PenseSUS – A reflexão for-

talece essa conquista é uma iniciati-va da Fundação Oswaldo Cruz (Fi-ocruz), desenvolvido pelo Centro deTecnologia da Informação e Comu-nicação (CTIC) do Instituto de Co-municação e Informação Científica eTecnológica em Saúde (Icict). Emparceria com o Centro Brasileiro deEstudos de Saúde (Cebes) e a As-sociação Brasileira de Saúde Coleti-va (Abrasco), o site foi criado paradisponibilizar diferentes conteúdossobre o Sistema Único de Saúde(SUS), promovendo o debate e umaampla reflexão acerca da política na-cional de saúde no Brasil.

Tendo como referência os 25 anosdo SUS, comemorados em 2013, oPenseSUS reúne conteúdos variadospublicados em outros sites, bem comoproduz matérias inéditas, analisandoa implementação e a trajetória destesistema. Além disso, também busca dis-ponibilizar informações sobre ações re-lacionadas ao SUS e à agenda de ati-vidades do Ministério da Saúde,entendendo a diversidade do públi-co que acessa o site, que vai desde osjá conhecedores e estudiosos sobre aspolíticas de saúde no país, até pesso-as que buscam informações geraissobre serviços, por exemplo.

pensesus.fiocruz.br

A emissora, que desde 29 de abrildeste ano havia passado de dez para14 horas por dia no ar, agora exibeseu conteúdo das 8h às 23h, nos setedias da semana. O acréscimo demais uma hora na programação diá-ria é mais um passo para alcançar oobjetivo de chegar a 24 horas diári-as de programação. O aumento gra-dativo do tempo de programaçãofaz parte de um conjunto de metasestabelecido com o Ministério daSaúde e com a Oi TV, que transmiteo Canal Saúde para Conselhos deSaúde em todo o Brasil.

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Política de AcessoAberto ao Conhecimentoe RepositórioInstitucional

Com a criação de sua Política deAcesso Aberto ao Conhecimento em2014, a Fiocruz se consolidou como uma

instituição de referência sobre o temana área da saúde no Brasil. A Fun-

dação busca garantir à socieda-de o acesso gratuito, público eaberto ao conhecimento produ-zido pela instituição, além depreservar a memória institucio-nal. Tem ainda como objetivo darvisibilidade e disseminar a pro-dução intelectual de seus pesqui-

sadores, apoiando o planejamentoe a gestão da pesquisa e estabelecen-

do diretrizes de registro e publicizaçãoda produção intelectual.

O Repositório Institucional (Arca),principal instrumento de realização des-

sa política, consiste numa plata-forma tecnológica que reúneartigos científicos, teses e disser-tações, relatórios técnicos, víde-os e todo um conjunto de con-teúdos digitais originários dapesquisa, do ensino e do de-senvolvimento tecnológico da Fi-ocruz. No primeiro trimestre de2016, o Arca alcançou mais dedez mil depósitos de obras, e re-gistrou cerca de 140 mil acessos,de usuários de diversos estados

brasileiros (liderados por São Pau-lo e Rio de Janeiro) quanto de outros

países (a maioria de Portugal e EUA).

Acesso livreà informaçãocientífica

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Lei de Acesso àInformação (LAI)

A Fiocruz criou um Comitê Gestore outros mecanismos institucionaispara o aprimoramento do fluxo derespostas às solicitações no âmbitoda LAI. A Fundação dis-ponibiliza em seu Portalna internet informaçõesclassificadas como Trans-parência Ativa. As infor-mações não disponíveison-line são classificadascomo Transparência Pas-siva e dependem de soli-citação, que pode ser fei-ta no Sistema Eletrônicodo Serviço de Informa-ções ao Cidadão. O cida-dão também pode solicitar uma infor-mação pessoalmente, comparecendoao SIC Fiocruz, ou utilizando o telefo-ne. Em 2015, o SIC respondeu a 212pedidos de informação, em sua mai-oria, relacionados a Recursos Huma-nos em Saúde e a Ciência e Tecnolo-gia em Saúde.

Portal SciELO LivrosIniciativa sem similar em outros

países, o SciELO Livros, fruto de umaparceria do SciELO com a EditoraFiocruz, tem como objetivo preen-cher uma importante lacuna: a cria-ção de um sistema nacional de in-dexação de livros acadêmicos dequalidade, com mecanismos parapromover a visibilidade e a disse-minação das obras, bem como paraavaliar o desempenho dos títulos.Mais de seis editoras universitáriasdo país já aderiram ao projeto e oportal oferece mais de 350 e-booksem acesso aberto, que contabilizamcerca de 34,6 milhões de downloads.

Portal de PeriódicosEm 2015, a Fiocruz lançou mais

um espaço para a divulgação da Ci-ência: o Portal de Periódicos. Nomesmo ambiente web, o públicotem acesso aberto e gratuito aos ar-tigos de todas as publicações cien-tíficas editadas na Fiocruz. Com abusca integrada em sete revistas, osleitores podem ter uma visão am-pliada do conhecimento em saúde,a partir de diferentes abordagens.

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TriatokeyAplicativo desenvolvido por pes-

quisadores da Fiocruz Minas que vaiajudar a identificar espécimes de tria-tomídeos – vetores para doença deChagas. O aplicativo, chamado de Tri-atokey, não necessita de conexão coma internet e tem sido usado em treina-mentos e ensino, nos cursos do serviçode referência e nas aulas da pós-gra-duação da Fiocruz Minas.

Atualmente as espécies que cons-tam no acervo do software são as en-contradas no Brasil. No futuro haveráuma expansão para abranger espéci-es de toda a América Latina. O softwa-re tem uma versão online, que podeser acessada através do link http://triatokey.cpqrr.fiocruz.br/.

Observatóriode Clima e Saúde

Sistema com informações sobredesastres climáticos e seus impactos:ferramenta agora disponível no Obser-vatório de Clima e Saúde, do Institutode Comunicação e Informação Cientí-fica e Tecnológica (Icict/Fiocruz), ser-ve como auxílio ao planejamento e to-mada de decisões na ocorrência doseventos climáticos extremos, e no di-recionamento de programas que mini-mizem os impactos.

Novas tecnologias a serviço da saúde

Sistema de Informaçãoem Saúde Silvestre

Aplicativo desenvolvido pela Cen-tro de Informação em Saúde Silvestreda Fiocruz para monitoramento dasaúde silvestre. Por meio do aplicati-vo, é possível enviar registros georre-ferenciados, fotos de animais e incluirinformações adicionais sobre proble-mas de saúde ou comportamentos atí-picos observados. Quando um alertafor disparado pelo sistema, a informa-ção estará disponível para os setoresresponsáveis e especialistas que deve-rão tomar as medidas de cabíveis. Oaplicativo foi um dos finalistas ao Prê-mio Nacional de Biodiversidade, pro-movido pelo Ministério do Meio Ambi-ente (MMA).

Info DengueSistema de monitoramento online

da dengue no Rio oferece monitora-mento em tempo real para ajudar nocombate à dengue na cidade. Com oobjetivo de integrar informações sobreo risco de transmissão da doença, oInfo Dengue permitirá saber quais aszonas mais afetadas da cidade, agili-zando as ações de combate à doença.Os dados que alimentarão o sistemaserão disponibilizados pelas secretari-as dos municípios, por meio de relató-rios semanais com números de casosnotificados por bairro e índices de in-festação, além de indicadores climáti-cos. Dados de denúncias de focos domosquito e de menção à dengue nasredes sociais também alimentarão osistema. As informações estão disponí-veis na internet.

Selo Sergio Aroucalegitima qualidade dasinformações em saúde

Lançado em 2016, o Selo SergioArouca de Qualidade da Informação emSaúde na Internet. A ideia é certificarsítios eletrônicos das Secretarias Muni-cipais de Saúde de todo o Brasil paraque, assim, após passarem por avalia-ções, entrem em conformidade com in-dicadores e critérios que atestem aqualidade das informações por eles dis-ponibilizadas. A avaliação é conside-rada estratégica para a melhoria doSUS. O Selo será oferecido para outrosórgãos e iniciativas.

Site ObservatórioSaúde na Mídia

O site Observatório Saúde na Mídia,lançado em junho de 2016, publica dife-rentes pesquisas até então restritas àcomunidade científica, além de trazerartigos atuais sobre temas variados dasaúde, conforme as linhas de investiga-ção de cada pesquisador. Além disso, aplataforma digital disponibiliza o aces-so ao “e-monitor”, que agrega notíciassobre os vírus zika, dengue e chikun-gunya, a partir do que foi publicado emjornais das cinco regiões brasileiras.

Sistema com informaçõessobre desastres climáticose seus impactos

Ferramenta agora disponível noObservatório de Clima e Saúde, do Ins-tituto de Comunicação e InformaçãoCientífica e Tecnológica (Icict/Fiocruz),serve como auxílio ao planejamento etomada de decisões na ocorrência doseventos climáticos extremos, e no di-recionamento de programas que mini-mizem os impactos.

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Por meio de iniciativas de fomen-to de projetos, seminários e cursos, aCoordenadoria de Cooperação Socialatua desde 2009 no estímulo à pro-dução de tecnologias sociais na Fun-dação. Também desenvolve continu-amente metodologias de intervençãopara mitigação das iniquidades emsaúde em territórios vulnerabilizadose ampliação do poder de proposiçãoe controle social de políticas públicaspelas populações residentes. Em2009 e 2011 a Cooperação Social lan-çou dois editais que apoiaram 36 pro-jetos em 12 cidades de nove estadose reuniram cerca de 50 mil pessoas.As ações foram direcionadas a traba-lhadores rurais, jovens, estudantes,educadores, pacientes de saúde men-tal, público LGBT, profissionais da saú-de, representantes de movimentossociais e moradores de favelas e co-munidades tradicionais.

Entre os desdobramentos maisimportantes está a criação do Centrode Estudos sobre Tabaco e Saúde; doObservatório de Territórios Sustentá-veis e Saudáveis da Bocaina; e a ela-boração e aplicação de metodologiade formação de jovens, educadores eprofissionais da saúde para o Progra-ma Saúde na Escola, do Governo Fe-deral, replicado em escolas públicasde cinco capitais. Em 2015 a Coope-ração Social apoiou a criação do Ob-servatório da Sub-Bacia Hidrográficado Canal do Cunha, situada integral-mente na área urbana do municípiodo Rio de Janeiro. O Observatório éuma instância de participação de pes-quisadores e atores sociais na produ-ção de diagnósticos e propostas deintervenção para a gestão democrá-tica dos recursos hídricos.

O setor também coordena e pro-move ajustes no Projeto de Inserçãoda Pessoa Surda no Mercado de Tra-balho da Fundação. A Coordenado-ria também é responsável pela arti-culação denominada Agenda JovemFiocruz. O livro Diálogos sobre saúdee protagonismo infanto-juvenil: açõese desafios para a Fiocruz, publicadoem 2014, apresenta seis experiênciase aponta desafios para atuação dainstituição junto ao segmento infanto-juvenil, considerando seus papéis desujeitos históricos e de direitos e seupotencial transformador. Desde 2013,a Cooperação Social também apoia aAgência de Comunicação Comunitá-ria de Manguinhos, que deu origem aojornal comunitário Fala Manguinhos!com tiragem de 10 mil exemplares edistribuído na região.

Recentemente, a oficialização daparceria técnica e financeira com a Fi-ocruz e a Fiotec trouxe um investimen-to de R$ 15 milhões do Fundo Socialdo BNDES para o fomento de 12 pro-jetos que trabalharão na interface en-tre modelos de desenvolvimento e apromoção da saúde. Essa iniciativa al-cançará outros locais de atuação daFiocruz em todo território nacional, emáreas de comunidades quilombolas,caiçaras, favelas, assentamentos ruraise floresta urbana.

O Projeto de Promoção de Ter-ritórios Urbanos Saudáveis (PTUS),a partir de 2016, contribui com es-tratégias para a governança terri-torial democrática, visando promo-ver territórios saudáveis nas favelasde Manguinhos. O projeto sintetizametodologias de intervenção ela-boradas ao longo de seis anos doprojeto Polo de Tecnologias Sociaispara o Desenvolvimento EquânimeTerritorializado e Sustentável emManguinhos (Projeto Polo) e temcomo metas:

Enfrentamento e prevenção àviolência;

Gestão ambiental participativapara a redução do quadro de vul-nerabilidade socioambiental dasub-bacia do Canal do Cunha;

Produção de tecnologias soci-ais que promovam diálogo en-tre saúde, território e arte;

Fortalecimento de espaços co-letivos de participação social ecomunicação crítica.

Tecnologias Sociais em Saúde

PTUS

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Em 2014, a Fiocruz conseguiu apoiode R$ 5 milhões do Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico e Social(BNDES) para a implementação doPreservo, projeto de preservação e di-fusão dos acervos culturais e científi-cos da Fiocruz. Os recursos concedidos

serão utilizados para a construção dainfraestrutura e a aquisição de tec-

nologias que garantam a guar-da e o acesso público ao pa-trimônio da instituição.

Nesse período, tam-bém foram realizadas umasérie de obras de restaura-ção. O Palácio Itaboraí (Pe-trópolis/RJ) e as torres doCastelo Mourisco, tiveram

suas obras concluídas aindaem 2013. A Cavalariça, prédio

que integra o Núcleo ArquitetônicoHistórico de Manguinhos, tambémpassou por uma ampla intervençãode restauração, concluída em agos-to de 2015.

Preservação do patrimôniohistórico e cultural da saúde

Em 2016, foi a vez de revitalizar maisuma parte da história da Fiocruz: o Ca-minho Oswaldo Cruz, reaberto após setemeses de restaurações e revitalizações.Com 32 mil mudas plantadas, entre sa-mambaias, palmeiras, bromélias e alecrins,a trilha de 309 metros lineares é bem maisque um atalho; é uma parte da históriada Fiocruz contada pela natureza.

O acervo arquivístico da Fiocruz re-úne mais de uma centena de fundos ecoleções de documentos institucionais epessoais, contendo textos, materiais ico-nográficos, cartográficos e audiovisuaisque abrangem o período entre 1803 atéa atualidade. O acervo bibliográfico éespecializado em História da Medicina eda Saúde Pública, Sociologia e Filosofiada Ciência, contando com cerca de 34mil itens. O patrimônio urbanístico-arqui-tetônico inclui o Núcleo Arquitetônico His-tórico de Manguinhos e as edificaçõeshistóricas do Campus Fiocruz Mata Atlân-tica, no Rio de Janeiro, além do PalácioItaboraí, em Petrópolis

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A Fiocruz tem se destacado no avan-ço da preservação e difusão do acervodas Coleções Biológicas. Patrimônio histó-rico, com grande potencial de contribui-ção para pesquisas científicas, as amos-tras depositadas em oito ColeçõesZoológicas e na Coleção de Febre Ama-rela estão sendo digitalizadas em uma ini-ciativa com apoio do BNDES. Com as ima-gens digitalizadas em alta qualidade,pesquisadores em qualquer lugar do mun-do poderão ter acesso aos exemplares dasColeções com facilidade, além de reduzira manipulação, o transporte e o desloca-mento das amostras, o que vai contribuirpara a preservação desses materiais.

Manutenção das coleçõesbiológicas da saúde

Em 2013, uma pesquisadora e co-ordenadora das coleções biológicasda Fiocruz foi eleita membro da di-retoria executiva da Federação Mun-dial de Coleções de Cultura (WFCC,na sigla em inglês) pelo período de2013 a 2016. A WFCC é uma comis-são multidisciplinar que busca promo-ver e dar suporte ao estabelecimen-to de coleções de culturas e serviçosrelacionados, favorecer a cooperaçãoe estabelecer uma rede de informa-ções entre as coleções de culturas eseus usuários, e trabalhar para garan-tir a manutenção de longo prazo des-sas coleções.

O conjunto das coleções biológicasda Fiocruz é composto pela coleção his-topatológica da febre amarela, além deoutras 17 coleções microbiológicas e 11zoológicas. Os exemplares representama biodiversidade genética de bactéri-as, protozoários, fungos e animais deimportância médica e ambiental; a me-mória epidemiológica e o registro devariações ocorridas em agentes etioló-gicos ao longo do tempo; e as popula-ções genéticas de organismos relacio-nados a pesquisas em saúde pública,além de acervos microbiológicos compotencialidade na produção de novosinsumos de interesse biotecnológico.

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A atuação da Fiocruz em progra-mas governamentais se expressa noapoio a projetos como o QualiSUS Re-des, na coordenação da Política de Se-gurança do Paciente, na Rede Cego-nha, no Programa Crack, Álcool eoutras Drogas, na Política de Assistên-cia Farmacêutica, na Política de Práti-cas Integrativas e Complementares ena Política Nacional de Promoção da

Saúde. No campo da Vigilância emSaúde, o Centro de Informações

Estratégicas em Vigilância emSaúde (Cievs/Fiocruz) atuapara garantir uma respostacoordenada das diversas uni-dades da Fundação a emer-gências de saúde pública. AFiocruz desempenha aindaimportante papel na regula-

ção do risco à saúde relacionadoa produtos, ambientes, tecnologias eserviços em saúde e presta serviços as-sistenciais de alta especificidade, ga-rantindo qualidade e segurança de seus

usuários e a melhoria continuada dosprocessos e resultados de cui-dados clínicos.

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A Fiocruz apoia e busca fomentarprocessos de avaliação, implantação egestão de políticas de promoção dasaúde, baseadas no desenvolvimentosustentável, nos problemas e necessi-dades, em especial, de populaçõesmais vulneráveis. Tendo como desafioa construção de vínculos entre a ex-pertise de seus quadros técnico-cien-tíficos e as questões reais e concretasenfrentadas no cotidiano do SUS e dapopulação brasileira, a Fiocruz, promo-ve vínculos e interlocuções permanen-tes entre parceiros para a constituiçãode uma Rede de Apoio a Gestão Es-tratégica do SUS. Através da aborda-gem territorializada dos problemas deSaúde e dos Serviços de Saúde no Bra-sil, busca revitalizar e reorientar Pes-quisa, Desenvolvimento e Inovação emSaúde a partir de problemas concre-tos no cotidiano das cidades brasilei-ras e territórios vulneráveis.

Em sintonia com a Secretaria deCiência e Tecnologia e Inovações doMinistério da Saúde, a Fiocruz tem re-alizado iniciativas para a prospecção,identificação e cadastramento nacio-nal de Tecnologias em Saúde e Ambi-ente. Tecnologias leves passíveis dedesenvolvimento ou reaplicação noâmbito do SUS e suas ações frente aosDeterminantes Sociais da Saúde - hojesubfinanciadas. Ao implementar o pen-samento estratégico, comprometidocom mudanças concretas no cenáriomais amplo das Políticas de Saúde,passou a redimensionar espaços deatuação institucional que demandampolíticas de indução.

Promoçãoda saúde

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Em parceria com a Área Técnica deSaúde da Mulher, a Área Técnica da Saú-de da Criança e Aleitamento Maternoe com a Política Nacional de Humani-zação (PNH), o Instituto Nacional deSaúde da Mulher, da Criança e do Ado-lescente Fernandes Figueira (IFF/Fio-cruz) passou a integrar o esforço dogoverno brasileiro no aprimoramentodas políticas públicas com foco na aten-ção ao parto, ao nascimento e ao de-senvolvimento infantil do zero aos 24meses. O objetivo foi organizar a redede atenção à saúde desses grupos po-pulacionais, garantindo acesso, acolhi-mento, resolutividade e, consequente-mente, a redução da mortalidade.

Partindo de experiências concretas jáexercidas pelo IFF nesse contexto, a par-ticipação no apoio à implementação daRede Cegonha simboliza a possibilida-de de articulação dos recursos existen-tes na Fiocruz para o planejamento, oensino e a produção de conhecimento.

A Fiocruz também é uma referên-cia nacional e internacional na imple-mentação de bancos de leite humano.Criada por iniciativa do Ministério daSaúde e da Fiocruz, a Rede Brasileirade Bancos de Leite Humano é coorde-nada pelo Instituto Nacional de Saúdeda Mulher, da Criança e do Adolescen-te Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz),

Rede Cegonha e Bancosde Leite Humano

sendo a maior e mais complexa domundo, composta por 211 BLH em ope-ração. Os resultados alcançados anu-almente com a prestação de serviçose a produção de leite humano eviden-ciam o impacto positivo de sua atua-ção no campo da saúde materno-in-fantil brasileira. Por ano, no Brasil, maisde 160 mil litros de leite humano pas-teurizado com qualidade certificadasão distribuídos a mais de 175 mil re-cém-nascidos internados em unidadesde terapia intensiva e semi-intensiva.O esforço de cooperação técnica járesultou em projetos de implantação deBLHs em 24 nações da América Lati-na, Caribe, Península Ibérica e África.

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A pesquisa “Saúde dos Moradoresem Zonas e Áreas Especiais de Interes-se Social”, desenvolvida de 2011 a 2015,analisou o impacto do PAC (Programade Aceleração do Desenvolvimento)em áreas urbanas do Rio de Janeiro ede Belo Horizonte, particularmente osindicadores de saúde urbana observa-dos antes e após os processos de in-tervenção em espaços territoriais ur-banos. Os dados desta pesquisaproduzem conhecimentos para o SUSe para a população em geral, e esta-rão disponíveis no Observatório deSaúde Urbana, que está sendo imple-mentado pelo ICICT/ Fiocruz.

Depois de causar grande impac-to em 2012, o Dossiê Abrasco sobreAgrotóxicos ganhou nova edição em2015. O livro, uma coedição da Es-cola Politécnica de Saúde JoaquimVenâncio (EPSJV/Fiocruz) e da edi-tora Expressão Popular, reúne as trêspartes revisadas do Dossiê Abrascolançadas ao longo de 2012, além deuma quarta parte inédita intitulada“A crise do paradigma do agronegó-cio e as lutas pela agroecologia”.

A publicação, que conta com a par-ticipação de pesquisadores de institui-ções como a Fiocruz, a Associação Bra-sileira de Saúde Coletiva (Abrasco), oInstituto Nacional de Câncer (Inca) e oInstituto Brasileiro de Defesa do Consu-midor (Idec), dentre outras, reúne infor-mações de centenas de livros e traba-lhos publicados em revistas nacionais einternacionais, que revelam evidênciascientíficas e correlação direta entre usode agrotóxicos e problemas de saúde.

Alerta sobre os impactosdos agrotóxicos na saúde

ProjetoPiloto deSaúdeUrbana

A publicação representa uma im-portante união entre ciência crítica eengajada, e movimentos sociais na lutacontra os agrotóxicos. O capítulo iné-dito, concluído em outubro de 2014,foi dedicado à atualização de acon-tecimentos marcantes, estudos e de-cisões políticas, com informações queenvolvem os agrotóxicos, as lutas pelaredução dessas substâncias e pela su-peração do modelo de agricultura quí-mico-dependente do agronegócio. AFiocruz publicou a versão em espa-nhol do Dossiê em colaboração com aUniversidade Andina Simon Bolivar(Equador), Universidade Nacional daColômbia e Rede Colombiana de Saú-de Coletiva.

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Em 2013, a Fiocruz divulgou osresultados da maior pesquisa já rea-lizada sobre o consumo de crack noBrasil. Os resultados acabaram por setransformar em livro digital, lançadono ano seguinte.

Em 2014, considerando o desafio noenfrentamento às drogas como ques-tão de saúde pública, foi criado o Pro-grama Álcool, Crack e Outras Drogas(PACD). Com uma abordagem multi etransdisciplinar e interinstitucional daquestão, o Programa envolve a Fiocruz,a Comissão Brasileira sobre Drogas eDemocracia, a Associação Brasileira deSaúde Mental, o Centro Brasileiro deEstudos da Saúde, a Associação Brasi-leira de Saúde Coletiva, a Frente Naci-onal Drogas e Direitos Humanos e a Co-ordenação de Saúde Mental do MS.

A Comissão Brasileira sobre Drogase Democracia é presidida desde 2009pelo presidente da Fiocruz Paulo Gade-lha e também vem acompanhando e atu-ando intensamente nos trâmites no Con-gresso Nacional referentes às propostasde mudança na política de drogas.

No âmbito do PACD, foi realizado,em 2015, o seminário internacional “Ma-conha: Usos, Políticas e Interfaces com aSaúde Pública”, em parceria com o Cen-tro de Estudos Estratégicos da Fiocruze a Escola de Magistratura do Estadodo Rio de Janeiro (EMERJ), que teráseus resultados publicados em livro. Apartir daí outras propostas do Progra-ma ganharam impulso, tais como:

A Fiocruz também foi esco-lhida, em 2015, por concorrênciaem edital da Secretaria Nacionalde Políticas sobre Drogas (Se-nad) do Ministério da Justiça,para realizar o III LevantamentoNacional sobre o Uso de Drogaspela População Brasileira. O tra-balho, que acontecerá em todoo território nacional, está sendofeito em parceria com diversospesquisadores da Fundação etambém de instituições externas,e conta com o apoio da Funda-ção para o Desenvolvimento Ci-entífico e Tecnológico em Saúde(Fiotec). Este terceiro levanta-mento tem um diferencial: foconas áreas rurais onde vivem 15%da população brasileira, e defronteiras, uma vez que o Brasilfaz divisa com outros países nasregiões Norte, Centro-Oeste eSul.

Também merece destaque oProjeto Caminhos do Cuidado,que tem como meta formaragentes comunitários e auxilia-res e técnicos de enfermagemem saúde mental (crack, álcoole outras drogas). Em 2016, o Pro-jeto concluiu a formação de maisde 235 mil profissionais de saú-de no país. Desde o início dasatividades, em 2013, foram ofe-recidas cerca de 290 mil vagasem todo o Brasil, levando a for-mação presencial aos mais dis-tantes municípios do país.

Álcool, Crack e Outras Drogas

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TerritórioIntegradode Atençãoà Saúde (Teias)

O Território Integrado de Aten-ção à Saúde (Teias)-Escola Mangui-nhos é uma iniciativa de cogestão dasaúde em Manguinhos/Rio de Janei-ro, tendo como base um contrato ce-lebrado entre a Secretaria Municipalde Saúde e Defesa Civil do Rio de Ja-neiro e a Escola Nacional de SaúdePública (Ensp/Fiocruz) em dezembrode 2009. O Teias é responsável pelagestão da atenção primária de saú-de, adotando o modelo da Estraté-gia de Saúde da Família como orde-nador do sistema de saúde local. Umdos primeiros resultados desse pro-grama foi a ampliação da coberturada saúde da família para 100% dapopulação residente em Manguinhos,favorecendo acesso humanizado equalidade do cuidado à saúde. Atua,ainda, na construção de um modeloparticipativo de gestão da saúdecomo caminho para a promoção dasaúde, de ações intersetoriais e am-bientes saudáveis. As atividades de-senvolvidas incluem ações de promo-ção, prevenção e assistência emsaúde. Para isso, o Teias reúne as com-petências das equipes de Saúde daFamília, Saúde Bucal, Centros deAtenção Psicossocial e Núcleos deApoio às Equipes de Saúde da Famí-lia, que atuam como uma rede sociale assistencial, com ações de ensino,pesquisa e inovação.

A qualificação da atenção à saú-de na Fiocruz tem como objetivo aampliação e a indução sistêmica daqualidade dos serviços de saúde queoferece (hospitais, ambulatórios es-pecializados, serviços de referênciae cuidado primário) e a segurançado paciente. Tem por princípio aidentificação de tópicos que gerema prevenção dos maiores e mais sig-nificativos aspectos dos riscos e pe-rigos aos quais os pacientes estão su-jeitos durante o processo de cuidadoem serviços de atenção à saúde.

Desde 2011, a Fiocruz apoia o pro-jeto Gestão da Qualidade em Serviçosde Saúde do SUS, responsável pelo por-tal Proqualis. O Proqualis foi lançado em2009 com o objetivo de disseminar co-nhecimento nas áreas de informaçãoclínica e de segurança do paciente.Além de identificar, selecionar e disse-minar conteúdos de fontes diversas,

Segurança do Pacientemais recentemente o Proqualis tem de-senvolvido conteúdos próprios comoaulas, entrevistas, vídeos, resenhas, no-tícias, entre outros. O conjunto dessaprodução está disponível em acessoaberto, no portal, e também publicadoem redes sociais como o Facebook (gru-po Rede Proqualis – Qualidade no Cui-dado e Segurança do Paciente) e Sli-deshare (perfil Proqualis), além doYoutube (canal Proqualis).

Com a criação do Programa Nacio-nal de Segurança do Paciente (PNSP)pelo Ministério da Saúde, em 2013, a Fi-ocruz intensificou seus esforços nessa di-reção. Os principais desafios neste con-texto são o de apoiar a consolidação doPrograma nas unidades da Fiocruz, o for-talecimento dos Núcleos de Segurançado Paciente dos Institutos Nacionais deReferência, e a definição de Diretrizesda Política de Segurança do Paciente noâmbito da instituição.

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O Sistema Fiocruz de Atenção arti-cula atividades de promoção, assistên-cia, diagnóstico e vigilância em saúde,nas dimensões de ensino, pesquisa, co-operação e inovação tecnológica, paraapoiar o desenvolvimento de políticaspúblicas e modelos de atenção integral,com especial ênfase nas áreas de Aten-ção Básica, Infectologia e Atenção à Mu-lher, Criança e Adolescente.

A construção da Rede de Refe-rência e Contrarreferência entre asunidades assistenciais da Fiocruz noRio de Janeiro é uma das estratégi-

Referência eContrarreferênciana Fiocruz

A qualificação da atenção à saúdeno âmbito da Fiocruz tem como objeti-vo ampliar a qualidade e segurança dosserviços de saúde prestados pela Fio-cruz, adequando estes serviços a pa-drões nacionais e internacionais. Paratanto, as unidades da Fiocruz envolvi-das com assistência buscaram a obten-ção da certificação internacional atravésdas acreditações de qualidade.

O processo de Acreditação Inter-nacional de unidades assistenciais daFiocruz pela metodologia da JCI/CBA (Joint Commission Internatio-nal/Consórcio Brasileiro de Acredita-ção) teve início em 2001 com foconas duas unidades hospitalares, oInstituto Nacional de InfectologiaEvandro Chagas (INI) e o InstitutoNacional de Saúde da Mulher, Crian-ça e Adolescente Fernandes Figuei-ra (IFF). Posteriormente, o processofoi também implementado no Cen-tro de Saúde Escola Germano SinvalFaria (CSEGSF/Ensp) e demais uni-dades ambulatoriais.

Em 2011 o Centro de Estudos daSaúde do Trabalhador e Ecologia Hu-mana (Cesteh) da Escola Nacional deSaúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/Fiocruz) recebeu o certificado deacreditação do CBA/JCI, e, no mes-mo ano, o Serviço de ReferênciaNacional em Filarioses do Centro dePesquisas Aggeu Magalhães (CPqAM/Fiocruz Pernambuco) tornou-se a pri-meira instituição do Norte/Nordeste

AcreditaçãoInternacionaldas UnidadesAmbulatoriais

Um dos principais ganhos deste pro-cesso, além da maior interação das uni-dades, foi a melhoria na qualidade e se-gurança no atendimento da populaçãousuária dos serviços assistenciais na Fio-cruz, o que pode ser mensurado, porexemplo, na diminuição dos questiona-mentos via Ouvidoria e nas avaliações

as utilizadas para qualificar a áreade Atenção à Saúde. Um sistema dereferenciamento efetivo aproxima arelação entre os pontos de atençãodo sistema de saúde; garante que aspessoas vão receber o melhor cuida-do possível e a utilização efetiva dosserviços ambulatoriais e hospitalares,e dá suporte a centros de saúde eserviços na comunidade por profis-sionais experientes.

O processo de construção da Redeenvolveu diversas unidades da Fiocruze teve resultados positivos como:

internas sobre qualidade da prestaçãode serviço realizadas pelas unidades.

Alguns desafios ainda persistem,como a articulação política para a con-solidação do Sistema de Referência eContrarreferência entre as unidades daFiocruz e a informatização e divulgaçãodas informações periodicamente.

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Desde 2004, a Fiocruz mantém oprograma Farmácia Popular do Bra-sil, disponibilizando aos usuários osmedicamentos em farmácias da redeprópria, que totalizavam 523 instala-ções em 2015. As unidades própriascontam com um elenco de 112 itens,entre medicamentos e o preservativomasculino, os quais são dispensadospelo seu valor de custo, representan-do uma redução de até 90% do valorde mercado. Entre 2013 e 2015 foramdispensadas mais de dois bilhões deunidades farmacêuticas.

FarmáciaPopulardo Brasil

brasileiro a receber a titulação deacreditação internacional. Em marçodo ano seguinte, o Centro de SaúdeEscola Germano Sinval Faria (CSE-GSF/Ensp), obteve o seu certificadode acreditação internacional, sendoa unidade pioneira nesta titulação nasAméricas. Em 2013, o AmbulatórioSouza Araújo, do Laboratório de Han-seníase/IOC e o NUST/CST/Direhtambém foram acreditados.

Atualmente, O Centro de Referên-cia em Tuberculose Prof. Hélio Fraga/Ensp está em processo de preparação,com meta de acreditação para dezem-bro de 2016. O Serviço de ReferênciaNacional em Filarioses e o Cesteh fo-ram recertificados em 2015. O Centrode Saúde Escola e o Ambulatório deHanseníase estão se preparando parasua recertificação.

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esde suas origens, ainda notempo em que era denomina-da Instituto Soroterápico Fe-deral, a atuação da Fundação

alia saúde e desenvolvimento. Ao lon-go das décadas, a instituição vem con-tribuindo para que a saúde tenha pa-pel decisivo na articulação da políticasocial e de desenvolvimento do país,ao aliar inovação, equidade e inclusãosocial, e também para o fortalecimen-to do Complexo Econômico Industrialda Saúde (Ceis). Da mesma maneira,

ajuda na regulação do mercado ena economia de divisas, alémde ampliar o acesso a novosprodutos e tecnologias no âm-bito do SUS. O Ceis, que tevesua concepção contemporâ-nea formulada em grandeparte na Fundação, articulamodelos de desenvolvimento

que fortalecem o direito à saú-de e contribuem para consolidar o

SUS, reforçando a base produtiva na-cional. Nesse cenário, a expansão dacapacidade produtiva de base biotec-nológica e farmoquímica, no médio e

longo prazo, permitirá que a insti-tuição se consolide como gera-

dora de produtos inovadorespara o atendimento dos mer-cados nacional e internacional– priorizando a demanda pú-blica. A lista de produtos es-tratégicos do SUS inclui vaci-nas, medicamentos e produtoscomo equipamentos hospita-lares, próteses e softwares.

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As atividades de produção indus-trial de medicamentos, vacinas, sorose reagentes diagnósticos concentrama maior parte dos recursos orçamen-tários (mais de 50%) destinados àFundação. O Instituto de Tecnologiaem Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) garante a autossuficiência emvacinas essenciais para o calendárionacional básico de imunização e o Ins-tituto de Tecnologia em Fármacos

Produção de Insumospara a Saúde

(Farmanguinhos/Fiocruz), maiorlaboratório oficial vinculado ao Mi-nistério da Saúde, produz mais de6,5 bilhões de unidades de medi-camentos/ano, destinados ao SUS.O Instituto Carlos Chagas (ICC/Fi-ocruz) produz kits diagnósticospara ações de vigilância epidemi-ológica e insumos para o controlede qualidade de sangue doado nahemorrede brasileira.

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EVOLUÇÃO DO FORNECIMENTO DE BIOFÁRMACOS

PARTICIPAÇÃO DE MEDICAMENTOS DO PROGRAMADST/AIDS NA PRODUÇÃO DE MEDICAMENTOS

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No segundo semestre de 2016, foianunciada a produção, desenvolvimen-to e exportação da vacina que prote-ge contra a rubéola e o sarampo. Oacordo foi firmado entre a FundaçãoBill & Melinda Gates e Bio- Manguinhospara fornecer aos países africanos doGlobal Alliance for Vaccines and Immu-nization (GAVI). A vacina será produ-zida na nova planta de Bio-Mangui-nhos, na Zona Oeste do Rio de Janeiro,que também produzirá imunobiológi-cos contra a poliomielite inativada, fe-bre amarela e a tetraviral.

Outro momento de destaque dainovação na Fundação ocorreu em2014, com o patenteamento, nos Es-tados Unidos, da tecnologia desenvol-vida no Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e em Bio-Manguinhos, paraelaborar imunizantes contra diversasdoenças que utiliza como base a va-

cina para a febre amarela. Em 2016, aOMS entrou em contato com os pro-dutores da vacina de febre amarelano mundo, incluindo Bio-Manguinhos,visando conter a epidemia em Ango-la, em meio a preocupações de que ovírus se espalhe para outras áreas dopaís e para as nações vizinhas. Bio-Manguinhos tem atendido ao pedidoda OMS e enviado doses do imunizan-te ao país africano. A colaboração doInstituto com os Programas da OMSrecebeu destaque em diversos meiosde comunicação internacional, como oNew York Times e o sítio eletrônico noOMS, onde foi publicado o agradeci-mento da Organização à Bio-Mangui-nhos pela atuação na contenção dadoença através do fornecimento davacina de febre amarela.

Em agosto de 2016, a Fiocruzanunciou que dará início aos estudos

Vacinasclínicos de Fase II da vacina brasilei-ra para esquistossomose, chamadade Sm14, em etapa realizada em par-ceria com a empresa Orygen Biotec-nologia. A vacina é um dos projetosde pesquisa e desenvolvimento emsaúde priorizados pela OrganizaçãoMundial da Saúde (OMS), visandogarantir o acesso da população dospaíses pobres a ferramentas de me-dicina coletiva com tecnologia deúltima geração. Recém-patenteadanos Estados Unidos, a tecnologiaagora é reconhecidamente uma in-venção brasileira, com propriedadeintelectual protegida pelo UnitedStates Patent and Trademark Office(UPTO). O método desenvolvido naFiocruz serve para elaborar imuni-zantes contra diversas doenças, uti-lizando como base a vacina para afebre amarela.

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Ainda a respeito da produção doimunizante contra a febre amarela, apopulação de Kinshasa, capital da Re-pública Democrática do Congo, deve-rá ser a primeira a ser vacinada contraa doença com uma dose fracionada davacina, usando 20% da atual. A medi-da é baseada em estudo realizado porBio-Manguinhos. A medida, que vale-ria apenas durante surtos e epidemi-as, sem alterar a vacinação de rotina,será algo cada vez mais presente, deacordo com o Instituto. Um estudo

mostrou que, se a dose habitual é de0,5 ml, pode-se aplicar uma de 0,1 mlque continua sendo eficaz.

Em agosto de 2016, a Fiocruz anun-ciou que dará início aos estudos clínicosde Fase II da vacina brasileira para es-quistossomose, chamada de Sm14, emetapa realizada em parceria com a em-presa Orygen Biotecnologia. A vacina éum dos projetos de pesquisa e desen-volvimento em saúde priorizados pelaOrganização Mundial da Saúde (OMS),

visando garantir o acesso da populaçãodos países pobres a ferramentas demedicina coletiva com tecnologia de úl-tima geração. Recém-patenteada nosEstados Unidos, a tecnologia agora é re-conhecidamente uma invenção brasilei-ra, com propriedade intelectual prote-gida pelo United States Patent andTrademark Office (UPTO). O método de-senvolvido na Fiocruz serve para elabo-rar imunizantes contra diversas doenças,utilizando como base a vacina para a fe-bre amarela.

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A constituição da empresa públi-ca, que foi aprovada pelo CongressoInterno da Fiocruz, visa adequar eaperfeiçoar o modelo jurídico-adminis-trativo do Instituto de Tecnologia emImunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fi-ocruz), com o objetivo de elevar ospadrões de eficiência de sua ativida-de finalística de desenvolvimento tec-nológico e de produção de insumosestratégicos para a saúde, como va-cinas, biofármacos e reativos para di-agnóstico. Em momento de clara ne-cessidade de expansão com o CentroHenrique Penna – CHP; Novo Almo-xarifado e Prédio Administrativo -NAPA; Complexo Industrial de Biotec-

nologia em Saúde- CIBS (RJ); CentroTecnológico de Plataformas Vegetais- CPTV (CE) e, sobretudo, de agilida-de nos processos de desenvolvimen-to e produção, os limites gerenciaisatuais prejudicam respostas à socie-dade de forma mais eficiente, compro-metendo o atendimento às demandasde saúde do SUS.

As melhorias implementadas nomodelo de organização e gestão deBio-Manguinhos, ao longo dos anostêm-se mostrado insuficientes dianteda magnitude e complexidade dos de-safios enfrentados e em especial paraatendimento a situações de emergên-

Companhia Brasileira de Biotecnologiaem Saúde – Bio-Manguinhos

cia sanitária no país e no mundo, como vírus da zika e, em âmbito mundial, orecente surto de febre amarela empaíses da África. Dificuldades para cap-tação de recursos e gestão de pesso-al, restrições na execução orçamentá-ria e financeira e dificuldades na gestãode suprimentos, compras e contrata-ções têm comprometido não apenas apossibilidade de Bio-Manguinhos aten-der a novas demandas, inclusive deemergências da saúde pública, mastambém a maior eficiência no forneci-mento de seus atuais produtos e servi-ços para o SUS.

Portanto, a proposta é alterar omodelo jurídico do Instituto, pautadonuma revisão ampla do seu modelo degestão e organização, transformando-o em empresa pública. A empresa pú-blica será vinculada ao Ministério daSaúde, por intermédio da Fiocruz, nãodependente, de capital fechado, compatrimônio próprio e prazo indetermi-nado de existência, buscando contri-buir para o desenvolvimento e o for-talecimento do SUS, sem alteração desua missão institucional. Este modelooferece maiores autonomia e flexibili-dade, e buscando dar o arcabouço ju-rídico e gerencial para Bio-Manguinhosfornecer insumos estratégicos e pres-tar serviços para o Estado e pelo Es-tado, de maneira eficiente e eficaz,ampliando acesso e incorporando, de-senvolvendo novas tecnologias emsaúde, garantindo mecanismos queassegurem a alta relevância social daatividade da empresa e a eficiência,eficácia e efetividade institucional epermitindo a ampliação de parceriasnacionais e internacionais. A minuta doProjeto de Lei encontra-se em trami-tação no Poder Executivo.

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A Fiocruz e a UFRJ assinaram,em 2016, um acordo para a implan-tação do Centro de Referência Na-cional em Farmoquímica, no ParqueTecnológico da Universidade. O em-preendimento permitirá ao país odesenvolvimento de Insumos Far-macêuticos Ativos (IFA) - que sãoprincípios ativos de medicamentos- dando prioridade aos utilizados notratamento de doenças negligenci-adas, como malária, esquistossomo-se e leishmaniose.

O Brasil é fortemente dependentedo fornecimento de insumos farmacêu-ticos por outros países, cerca de 95%são importados. O Centro vai dotar opaís de maior grau de autonomia nafabricação de medicamentos, além deexpandir a capacidade de pesquisa. OCentro também será referência na for-mação de recursos humanos para osetor de fármacos.

Autonomiana fabricaçãode insumosfarmacêuticos

O Ministério da Saúde, por meio deparceria com o Instituto de Tecnologia emFármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) e oInstituto Indar, da Ucrânia, vai promovera retomada da produção nacional de in-sulina, medicamento vital para o contro-le de diabetes. A previsão de investimen-to é de R$ 430 milhões em cinco anos –R$ 80 milhões do Ministério da Saúde eda Fiocruz e o restante via financiamen-to do Banco Nacional de Desenvolvimen-to Econômico e Social (BNDES). O anún-cio ocorreu em abril de 2013. Com aretomada da produção, o Brasil volta afazer parte do seleto grupo de grandesprodutores de insulina, ao lado de Fran-ça, Dinamarca e Estados Unidos.

Visando conhecer o setor farmoquí-mico nacional, um grupo de pesquisa-dores da Fiocruz traçou, em 2014, umminucioso mapeamento das empresas,sua capacitação técnico-operacional ecapacidade de investimento. Os dadoscontribuíram para subsidiar o governofederal na implementação de políticasindustriais que visem ao fortalecimentodeste setor estratégico.

Outra parceria importante de Far-manguinhos se concretizou com o iníciodo funcionamento, em junho de 2014, daunidade industrial da Fundação Baiana dePesquisa Científica e DesenvolvimentoTecnológico, Fornecimento e Distribuição

Medicamentosde Medicamentos (Bahiafarma). A Fun-dação Baiana é parceira do Instituto naprodução de Cabergolina 0,5 mg, indica-do para o tratamento do excesso de pro-dução do hormônio feminino prolactina ouhiperprolactinemia. O medicamento é fru-to de uma Parceria de DesenvolvimentoProdutivo (PDP). O registro foi adquiridodois meses antes, juntamente com outromedicamento também estratégico parao SUS: um antirretroviral que associa doisprincípios ativos em um único comprimi-do, o Fumarato de Tenofovir Desoproxila300 mg + Lamivudina 300mg, popular-mente conhecido como 2 em 1.

Tendo sempre como meta a ino-vação, Farmanguinhos trabalha nodesenvolvimento de um medicamen-to para crianças que vivem com HIV/Aids: o Efavirenz pediátrico dispersí-vel em água, elaborado a partir de na-notecnologia. O objetivo é melhorar aqualidade do fármaco ingerido pelospequenos. O estudo vai ao encontroda política da OMS em oferecer me-dicamentos mais adequados aos pe-quenos pacientes. Foram realizadostestes prévios em cobaias, compro-vando a biodisponibilidade in vivo, ouseja, houve liberação da substânciaativa no organismo do paciente. Ocomprimido tem sabor mais agradá-vel, que se dispersa em água parafacilitar a ingestão pelas crianças.

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Um produto gerado no InstitutoNacional da Saúde da Mulher, do Ado-lescente e da Criança Fernandes Fi-gueiras (IFF/Fiocruz), em parceria coma Biomédica, vai ajudar a resolver umproblema de saúde pública: levar leitematerno a bebês recém-nascidos derisco, sem o uso de mamadeiras. A in-venção, que surgiu em 2014, é umcopo adaptado às necessidades fisio-lógicas e anatômicas orais dos recém-nascidos prematuros para protegê-lose favorecer o aleitamento materno.

Em março de 2015, o IFF conquis-tou sua sétima patente com uma pes-quisa que tem como objetivo desen-volver um suporte postural paraauxiliar no posicionamento sentado decrianças com disfunção neuromotora.O suporte possibilitará a permanên-cia na posição sentada para as crian-ças que não conseguem se manter so-zinhas na posição, durante o períodode internação e também auxiliar noprocesso de tratamento durante oacompanhamento ambulatorial, favo-recendo a interação com o ambiente,adequação postural para alimentaçãoe brincar, reduzindo as chances doaparecimento de contraturas e defor-midades decorrentes de internaçõesprolongadas ou posturas inadequadasfrequentes, além de auxiliar nas roti-nas diárias domiciliar.

Produtos e equipamentos

Em parceria com o Laboratório deComunicações Quânticas, do Centro deEstudos em Telecomunicações (Cetuc)da PUC-Rio e o Instituto Nacional deMetrologia, Qualidade e Tecnologia (In-metro), o IFF iniciou em 2015 um proje-to para desenvolver um sensor óticocapaz de dar suporte ao médico gine-cologista no diagnóstico de câncer decolo do útero e de suas lesões precur-soras. Ao utilizar a tomografia ótica, cha-mada OCT (optical coherence tomogra-phy), o sensor será equipado com umacâmera e uma sonda. O produto per-mitirá um exame equivalente à micros-copia, permitindo ao médico uma ava-liação em tempo real do tecido do colodo útero.

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O Instituto de Tecnologia em Fár-macos (Farmanguinhos/Fiocruz) setornou a primeira empresa pública aobter a ISO 14001, certificação inter-nacional por um desempenho ambien-tal correto. A unidade da Fundação éuma das 128 empresas brasileiras, emum universo de mais de 3 milhões, quereceberam a certificação. A conquistafoi obtida em junho de 2015, após umpreparo de nove anos de gestão am-biental e mais dois anos de diversasetapas das auditorias. Farmanguinhostambém obteve, no final de 2014, acertificação da Coordenação de De-senvolvimento Tecnológico (CDT), aISO 9001. O objetivo desta norma éestruturar um sistema de gestão daqualidade com base no mapeamentodos processos da organização e bus-cando a melhora contínua do sistema,a fim de satisfazer o cliente.

Os resultados de Farmanguinhostambém resultaram na certificação erecertificação em Boas Práticas de Fa-bricação (BPF) pela Agência Nacionalde Vigilância Sanitária (Anvisa). A cer-tificação da Anvisa foi igualmente re-cebida por Bio-Manguinhos/ Fiocruz,que obteve ainda as categorias Pratae Ouro do Prêmio de Qualidade do Riode Janeiro (PQRio). O prêmio consistenuma metodologia para diagnosticaro estágio de maturidade da gestão queinduz ao aperfeiçoamento do desem-

Em janeiro de 2015 a Fiocruz lan-çou a segunda versão do seu Por-tfólio de Inovação, com mais decem projetos distribuídos em setorestecnológicos como vacinas, medica-mentos, tecnologias sociais/educaci-onais e serviços em saúde. Os proje-tos inovadores originam-se a partir detrês perspectivas: a de ofertante,quando a Fiocruz gera a tecnologiainternamente e busca parceiros comcapacidade de desenvolvimento in-dustrial para um novo produto ouserviço; a de demandante, em que aFundação busca a aquisição de umatecnologia para internalizá-la em seusprocessos produtivos ou de gestão;e a de desenvolvimento de pesqui-sas e tecnologias em colaboraçãocom outras instituições públicas oucom empresas, participando comoparceira. A atualização do portfólio éresultado da prospecção feita peloSistema Gestec-NIT por meio dos Nú-cleos de Inovação Tecnológica (NIT)nas unidades da Fiocruz.

Portfóliode Inovação

Certificaçõespenho organizacional, permitindo es-tabelecer planos de melhoria contínua,de acordo com os conceitos e princípi-os da gestão pela qualidade.

Em março de 2015 Bio-Manguinhosobteve a renovação do Certificado deBoas Práticas de Fabricação (CBPF)para as linhas de vacinas e biofárma-cos processadas no Laboratório deFebre Amarela (LAFAM), Centro deAntígenos Bacterianos (CPAB) e Cen-tro de Processamento Final (CPFI). Emdezembro, as instalações do PavilhãoRockefeller também obtiveram pare-cer positivo. Como resultado, Bio-Man-guinhos tem atualmente todas as linhascertificadas em BPF.

Em fevereiro de 2016 Bio-Mangui-nhos foi inspecionado pelo grupo deespecialistas da Organização Mundialde Saúde (OMS). A inspeção tevecomo foco avaliar o Sistema da Quali-dade e o cumprimento das Boas Fá-bricas de Fabricação de todo o circui-to produtivo da Vacina Febre Amarela.Como resultado, a unidade recebeu oparecer positivo da OMS e a revalida-ção da Pré-Qualificação da Vacina deFebre Amarela. Esta certificação mos-tra a aderência do Instituto aos requi-sitos regulatórios internacionais e o tor-na apto a fornecer a vacina a diversospaíses por meio das agências das Na-ções Unidas.

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Além de ampliar o acessoa medicamentos e produtospara a saúde, as PDP vêm pro-piciando uma expressiva econo-mia para o Ministério da Saúdena aquisição destes bens. Comomostra o gráfico ao lado, o MSjá fez uma economia de maisde R$ 3 bilhões no período de2011 a 2016.

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o longo de sua trajetória, a Fi-ocruz manteve parcerias cien-tíficas e técnicas com institui-ções de diversos países, em

um processo que levou à articulaçãoentre os setores da saúde e das rela-ções exteriores, designado como Diplo-macia da Saúde, e à criação do Centrode Relações Internacionais em Saúde(Cris/Fiocruz), em 2009. A evoluçãodas atividades internacionais da Fun-dação ganhou novo impulso a partirde 2013, quando a cooperação inter-nacional Norte-Sul e Sul-Sul foi incre-

mentada e cresceu a partici-pação da Fiocruz no cenáriopolítico global, o que exigiu oaperfeiçoamento dos concei-tos e práticas da cooperaçãoestruturante que orienta a Ins-tituição, assim como dos pro-

cessos internos para sustentaro incremento das atividades nesta

área. A cooperação internacional da Fi-ocruz multiplicou-se em quantidade equalidade com instituições e países de-senvolvidos e em desenvolvimento; o

número de missões técnicas e deacordos e convênios cresceu,expressando o dinamismo dacooperação; e a participaçãode pesquisadores, professo-res e tecnólogos em eventosinternacionais foi ampliada,mostrando a crescente inser-ção da Instituição no cenárioda saúde e da C&T globais.

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As ações de cooperação estrutu-rante são direcionadas ao desenvolvi-mento dos sistemas de saúde como umtodo, o que permite ampliar significa-tivamente o esforço despendido, pro-curando cobrir igualmente os proble-mas que afetam a saúde pública,incluindo proteção, promoção e pre-venção de agravos e não apenas o tra-tamento de doenças. Somam-se doisoutros aspectos: a possibilidade de re-ciprocidade e a não dependência, re-alçando o caráter de solidariedadenesse tipo de intercâmbio. Esta orien-tação, aplicada às relações com paísesem desenvolvimento, amplia a relaçãohorizontal característica da cooperaçãoSul-Sul, incluindo inovações na negoci-ação da proposta, na identificação dosinteresses do parceiro e na participa-ção no desenho da cooperação. No lu-gar da oferta de ajuda, se trata de res-ponder a demanda específica de outropaís, ao mesmo tempo em que se bus-ca o aperfeiçoamento das instituiçõesnacionais, chamadas estruturantes dosistema de saúde.

A evolução conceitual da coopera-ção estruturante em saúde que rege asatividades internacionais da Fiocruz foiestimulada por conferências mundiaisque trataram dos Determinantes Soci-ais em Saúde (CMDSS, em 2011) e doDesenvolvimento Sustentável (Rio+20,em 2012), além de incluir a considera-ção de reuniões promovidas pelasagências da ONU, em especial no âm-bito da saúde, com a OMS e a Opas.Nesse período, a Presidência criou, oConselho Deliberativo aprovou e o Cris/Fiocruz implantou a Câmara Técnica deCooperação Internacional, para garan-tir a participação de todas as unidadesnas deliberações e programas de coo-peração internacional da instituição.

Cooperação estruturante

Em janeiro de 2016, o presidenteda Fundação, Paulo Gadelha, foi de-signado pelo secretário-geral da Or-ganização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, um dos dez membros de umgrupo que apoiará o Mecanismo deFacilitação de Tecnologia (TFM), lan-çado durante a Cúpula de Desenvol-vimento Sustentável da ONU, em se-tembro de 2015. O Mecanismo incluiuma equipe-tarefa interagencial emciência, tecnologia e inovação queconta com 25 organismos da ONU. Ainiciativa prevê ainda a realização deum fórum anual entre as partes inte-ressadas e uma plataforma onlinepara divulgar conhecimento sobreações e projetos inovadores, científi-cos e tecnológicos.

Um outro grupo da ONU que reú-ne especialistas foi anunciado em2015, com a instituição de um painelde alto nível sobre tecnologia de ino-

vação e acesso à saúde. Segundo BanKi-moon, a proposta é encontrar no-vas estratégias que ofereçam quali-dade de tratamento a custos acessí-veis a todos, um dos Objetivos deDesenvolvimento Sustentável (ODS),estabelecidos em agosto de 2015 naCúpula das Nações Unidas para o De-senvolvimento Sustentável. Um grupode 15 especialistas foi selecionadopara compor o painel, incluindo o vice-presidente de Produção e Inovaçãoem Saúde da Fiocruz, Jorge Bermu-dez. O mesmo vice-presidente foi in-dicado, também em 2015, para outroPainel das Nações Unidas: o de AltoNível sobre o Acesso a Medicamentos.O grupo, constituído por 16 especia-listas de diversos países, tem comoobjetivo buscar novas formas de tra-tamento que beneficiem populaçõesvulneráveis com o desenvolvimentode vacinas, medicamentos, diagnósti-cos e outras inovações.

Painéis internacionais

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ONU e Fiocruzdiscutem políticaspúblicas parajuventude

Em 2016, para estimular a cons-trução de uma agenda de políticas pú-blicas para os jovens, a ONU e a Fun-dação promoveram uma série deatividades pelo Dia Mundial da Juven-tude (em 15 de agosto) no campus deManguinhos. A programação foi mar-cada pela participação de cerca de200 jovens lideranças de variados per-fis sociais e que, além de manifesta-

Unitaid no BrasilA Fiocruz sediou em junho de 2015

a reunião do Conselho Executivo daUnitaid, organização internacional ba-seada na Suíça que atua para encon-trar novos métodos de prevenção, di-agnóstico e tratamento de HIV/Aids,tuberculose e malária, que sejam maisrápidos, baratos e eficazes. O objetivodo encontro foi discutir a agenda daorganização, um novo modelo coope-rativo, áreas de intervenção e os pro-jetos que serão financiados. De acor-do com a Unitaid, a aliança com aFundação é extremamente importan-te e está ancorada em três elementos:científico, já que a Fiocruz é uma or-ganização de referência em inovaçãoe na busca de soluções na região; polí-tico e geopolítico, pelo peso do Brasile pela presença fundamental do paísno grupo Brics.

A Presidência da Fiocruz criou umGrupo de Trabalho para apoiar a par-ticipação da instituição no processo deavaliação dos Objetivos do Desenvol-vimento do Milênio (ODM) - estabele-cidos na Cúpula do Milênio de 2000 -e de definição dos Objetivos de De-senvolvimento Sustentável (ODS) queculminou no estabelecimento da Agen-

CentroColaborador

Em 2011 a Fiocruz atuou junto aosministérios da Saúde e das RelaçõesExteriores na elaboração do documen-to O futuro que queremos. O texto si-tua a saúde como resultado da reali-dade econômica, social e ambiental eafirma que é preciso atuar nesses de-terminantes. Essa atuação com prota-gonismo internacional fez com que aFiocruz fosse designada, em 2014,Centro Colaborador para Saúde Glo-bal e Cooperação Sul-Sul da OMS eOpas. E a Fundação também é Cen-tro Colaborador da Opas/OMS nasseguintes áreas: Políticas Farmacêuti-cas, Saúde e Ambiente, Educação deTécnicos em Saúde, Leptospirose eCegueira Infantil.

ODM e ODS

ções culturais e políticas, apresenta-ram suas principais reivindicações naárea da saúde. Inspirado pelas Olim-píadas, o tema das celebrações do DiaMundial da Juventude foi definidocomo Juventudes, Esporte e Desenvol-vimento: Rota para 2030. Participaramdo encontro o enviado especial do se-cretário-geral da ONU para Juventu-de, Ahmad Alhendawi; o assessor es-pecial do secretário-geral da ONUpara o Esporte, o Desenvolvimento ea Paz, Wilfried Lemke; o coordenadorresidente do Sistema ONU no Brasil,Niky Fabiancic; e o representante doFundo de População das Nações Uni-das (UNFPA) no Brasil, Jaime Nadal.

da de Desenvolvimento pós-2015, naAssembleia Geral das Nações Unidasde setembro de 2015. Em junho de2016 a Fiocruz adotou como orienta-ção a Agenda 2030 para o Desenvol-vimento Sustentável da ONU, visandodefinir diretrizes para que a instituiçãoexerça papel estratégico para o cum-primento dos ODS no Brasil.

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Global HealthHistories

Em maio de 2016, o campus da Fi-ocruz em Manguinhos sediou a 97ª edi-ção do Global Health Histories, eventorealizado pela primeira vez em soloamericano. Com o objetivo de demons-trar que o entendimento da história dasaúde pode prover respostas aos de-safios atuais e ajudar a construir umfuturo mais saudável para todos, es-pecialmente os mais vulneráveis, aOMS e o Centre for Global Health His-tories (CGHH) da Universidade de York(Reino Unido) promovem o semináriodesde 2010, reunindo pesquisadores eformuladores de políticas públicas. Oevento passará a ser realizado tambémna América a partir de uma parceriacom a Fundação, que passa a ser res-ponsável pela organização do GlobalHealth Histories no continente.

AntimaláricoA Opas concedeu em 2013, a Far-

manguinhos/Fiocruz, o direito de for-necer o antimalárico Artesunato+Mefloquina (ASMQ) aos estados-membros do Fundo Estratégico daOpas. A decisão representou um im-portante passo para a unidade, quebusca a pré-qualificação do produtojunto à OMS. No mesmo ano, a OMSincluiu o ASMQ na 4ª Lista de Medica-mentos Essenciais para Crianças(EMLC, na sigla em inglês) e na 18ª Lis-ta de Medicamentos Esssencias paraAdultos (LME, na sigla em inglês). Omedicamento foi desenvolvido em par-ceria com a Iniciativa Medicamentospara Doenças Negligenciadas (DNDi,na sigla em inglês) e a Universidadede Bordeaux. Há também um parceiroindiano para o qual Farmanguinhostransferiu tecnologia, a Cipla. O ASMQé uma formulação inovadora, em dosefixa combinada, capaz de curar a ma-lária em até três dias.

Em 2014, Farmanguinhos fez umadoação do medicamento à Bolívia e noano seguinte a Fiocruz enviou 160 milcomprimidos do antimalárico à Vene-zuela, depois de uma solicitação daOpas. Em setembro de 2016 a OMS fezuma inspeção às instalações do Com-plexo Tecnológico de Medicamentos(CTM) de Farmanguinhos, com vistasà pré-qualificação do ASMQ. A impor-tância que a pré-qualificação do anti-malárico representará para a Funda-ção é imensa.

Fábrica emMoçambique

A implantação de uma fábrica deantirretrovirais e outros medicamentosem Maputo é uma ação conjunta doInstituto de Tecnologia em Fármacos(Farmanguinhos/Fiocruz) com a Soci-edade Moçambicana de Medicamen-tos (SMM). Primeira instituição públicano setor farmacêutico do continenteafricano, a fábrica deverá produzirmais de 200 milhões de unidades deantirretrovirais por ano. A quantidadebeneficiará cerca de 2,7 milhões depessoas com HIV/Aids em Moçambi-que. A tecnologia para desenvolvimen-to e produção dos medicamentos vemsendo transferida gradualmente porFarmanguinhos à instituição moçambi-cana. Além dos antirretrovirais, há pre-visão de fabricar tipos diferentes demedicamentos, entre os quais antibió-ticos, antianêmicos, anti-hipertensivos,anti-inflamatórios, hipoglicemiantes,diuréticos, antiparasitários e corticos-teroides. A estimativa é que a fábricaproduza cerca de 371 milhões de uni-dades farmacêuticas por ano, incluin-do antirretrovirais e demais medica-mentos. O projeto já conta com 90%das atividades previstas terminadas. Acomplementação do aporte financeirose dará por meio de convênios queprecisam ser firmados com o Ministérioda Saúde do Brasil. Quando estiverconcluída, a fábrica terá capacidadepara produzir 21 tipos de medicamen-tos, 6 dos quais serão antirretrovirais.

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Pasteur no BrasilA abordagem integrada das doen-

ças, considerando o conceito de UmaSaúde (mais conhecido pelo nome eminglês, One Health), guiará os projetosde pesquisa desenvolvidos no âmbitoda parceria firmada em junho de 2015entre a Fiocruz, a USP e o Instituto Pas-teur da França. Os três eixos de pes-quisa que estarão no foco inicial da co-laboração são doenças infecciosas,neurociências e biologia de sistemas. Aparceria, que levará à instalação de umaunidade do Instituto francês no Brasil,deve privilegiar estudos que investi-

Projeto HaitiO modelo de cooperação estrutu-

rante defendido pela Fiocruz estabe-leceu um marco significativo com ainauguração, em 2014, no Haiti, de umcomplexo hospitalar que integrará arede de assistência de média comple-xidade daquele país. A iniciativa, lide-rada pelo Ministério da Saúde e quetem a participação do governo cuba-no, faz parte de uma ação de coope-ração internacional que busca o forta-lecimento e a reestruturação do sistemade saúde e de vigilância epidemioló-gica do país caribenho, abalado apóso terremoto de 2010. Em 2013 a Fun-dação promoveu uma série de iniciati-vas voltadas para o fortalecimento dosistema de saúde do Haiti, como cur-sos e oficinas.

guem de forma integrada diferentes as-pectos das doenças – avaliando fato-res moleculares, celulares, clínicos e epi-demiológicos – e que considerem aligação entre a saúde humana, animale ambiental. O acordo estabeleceu umaplataforma técnico-científica-educacio-nal comum, para apoiar estudos em co-laboração e o intercâmbio profissionale acadêmico. A busca de recursos ex-ternos também está na mira das insti-tuições. A primeira chamada tripartitede projetos para financiamento pelostrês parceiros deverá ocorrer em 2017.

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atuação da Fiocruz nestecampo é pautada pela ideiade que saúde é qualidadede vida, e está relacionada

com os aspectos econômicos, sociais,culturais e ambientais da sociedadehumana. A Fundação busca o desen-

volvimento de tecnologias ino-vadoras e soluções para pro-blemas de saúde relativos amudanças climáticas, novosprocessos migratórios, faltade saneamento, impactos degrandes empreendimentos edesastres. A preservação dabiodiversidade e sua explora-

ção sustentável também têm sidoalvo da atuação institucional. A Fun-dação, em parceria com os movimen-tos de trabalhadores do campo e dafloresta, acompanha as agendas dos

conflitos ambientais e das grandesquestões nacionais envolvendo

setores como agronegócio,siderúrgicas e petrolíferas.

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Saúde, Ambiente e Sustentabilida-de formam um dos eixos estratégicosinstitucionais, a Fundação atua nestaárea com uma visão transversal, queperpassa toda a instituição por meiodo programa Fiocruz Saudável e deações voltadas à saúde do trabalha-dor e biossegurança, influenciando aagenda técnico-científica e envolven-do todas as unidades.

Em 2015, em parceria com a Asso-ciação Brasileira de Saúde Coletiva(Abrasco), a Fiocruz promoveu a Jor-nada Nacional de Saúde e Ambiente(Fortaleza), que reuniu dezenas depesquisadores envolvidos com a temá-tica. Em 2016, foram agregadas aindaoutras duas áreas temáticas: Saúde dePopulações Expostas a Agrotóxicos ePolítica Nacional de Saúde Integral dasPopulações do Campo, Florestas eÁguas, sancionada pelo Ministério daSaúde e que abrange populações ru-rais, ribeirinhas, quilombolas, pescado-res e grupos populacionais que têmuma demanda grande por saúde.

O desafio é a integração das plata-formas tecnológicas e de pesquisa quetrabalham com esses temas e reúneminformações extremamente relevantespara o fortalecimento de políticas públi-cas e da conscientização da sociedade.São iniciativas como o Observatório Na-cional de Clima e Saúde (Icict), o Centrode Informação em Saúde Silvestre(CISS) e o Mapa de Conflitos Envolven-do Injustiça Ambiental e Saúde no Bra-sil. O objetivo é reunir essas experiênci-as em uma plataforma interativa,disponibilizada para o mundo científicoe de tomada de decisões, para gesto-res e para a sociedade. Com essas inici-ativas espera-se que os demais eixos es-tratégicos e estruturas organizacionaisda Fundação passem a atuar na pers-pectiva da sustentabilidade

Saúde e Ambiente

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O Campus Fiocruz da Mata Atlân-tica (CFMA), implantado em 2003, con-tribui para a formulação e implemen-tação de políticas públicas integradasem saúde e sustentabilidade socioam-biental, apoiando a criação de mode-los replicáveis nacionalmente. O CFMAatuou no processo de regularizaçãofundiária e urbanística em comunida-des da antiga Colônia Manicomial Juli-ano Moreira, com o apoio do Ministériodas Cidades, da Superintendência dePatrimônio da União e da Prefeitura doRio de Janeiro.

Com uma área de 5 milhões demetros quadrados (equivalente a500 estádios do Maracanã), o CFMAestá localizado em um território pró-

ximo ao Maciço da Pedra Branca,ameaçado por zoonoses endêmicase pelos danos causados na nature-za pela ação do homem. De 2012 a2016, foram plantados na área doCampus 92 hectares de área de en-riquecimento, totalizando 70 mil mu-das de 91 espécies originais da MataAtlântica.

O CFMA participou do projeto derequalificação do Núcleo Histórico Ro-drigues Caldas, do projeto habitacio-nal da Cooperativa Esperança e nasações de mitigação do impacto daTransOlímpica, empreendimento viárioconcebido para melhorar o transportepúblico da cidade para os Jogos Olím-picos de 2016.

Campus Fiocruz da Mata Atlântica

O Projeto de Manejo de Fauna eVigilância em Zoonoses (PMVZ), co-ordenado pelo CFMA, é baseado noconceito One World, One Health (UmMundo, uma Saúde), e desenvolve ati-vidades de vigilância e controle dezoonoses, trabalhando conjuntamen-te a saúde humana e animal e a con-servação ambiental. O Projeto trazuma abordagem inovadora nos cená-rios nacional e internacional, que situaa Fiocruz na vanguarda da vigilânciaem zoonoses e no estudo das relaçõesentre biodiversidade e saúde.

Em outubro de 2016, o CFMA lan-çou a Estação Biológica Fiocruz MataAtlântica. A Estação Biológica temcomo missão apoiar, estimular e aco-lher - em seu perímetro geográfico eárea de influência - iniciativas de pes-quisa, inovação, educação e dissemi-nação de conhecimentos sobre a com-plexidade socioambiental e a relaçãoentre biodiversidade e saúde. Os limi-tes físicos da Estação Biológica abran-gem todas as áreas definidas no Pla-no Diretor do CFMA como intangíveis,primitivas e de recuperação ecológi-ca, o que compreende 430 hectares,correspondendo a 86% da área totaldo campus.

O conjunto de soluções promovi-das pelo CFMA para a promoção dasaúde e a difusão de tecnologias soci-ais na interação com parceiros situa-dos na Baixada de Jacarepaguá resul-tou numa publicação denominadaCaderno de Práticas e Soluções: umatecnologia social de construção, siste-matização e difusão compartilhada deconhecimento (disponível on-line ht-tps://portal.fiocruz.br/pt-br/content/caderno-de-praticas-e-solucoes).

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A criação do Laboratório de Moni-toramento Epidemiológico de GrandesEmpreendimentos foi uma consequên-cia de ações empreendidas para mo-nitorar as principais causas de adoeci-mento, morte e segurança pública nosmunicípios do entorno do ComplexoPetroquímico do Rio de Janeiro (Com-perj). A Fiocruz também atua no casoda empresa ThyssenKrupp CompanhiaSiderúrgica do Atlântico (TKCSA) quevem provocando danos à saúde da po-pulação que vive e trabalha em seu en-torno, na Zona Oeste do Rio de Janei-ro. Foi elaborado um extenso relatório,atualizado periodicamente, sobre osimpactos socioambientais e de saúdecausados pela TKCSA. O relatório indi-ca o surgimento de novos casos dedoenças e o agravamento de quadrosclínicos preexistentes.

A destruição provocada pelo rom-pimento da barragem da Samarco,em Mariana (MG), foi outra questãoem que a Fiocruz esteve entre os pro-tagonistas das ações de órgãos públi-cos, articulando ações estratégicascom profissionais de outras instituiçõespara discutir formas de atuação nasregiões afetadas pela tragédia. Alémdas pesquisas iniciais referentes à qua-lidade da água e ao impacto do de-sastre no meio ambiente, a Fiocruz de-senvolve estudos para a avaliação dosimpactos na saúde, provenientes dorompimento da barragem, e promo-veu o seminário O desastre da Samar-co: balanço de seis meses de impac-tos e ações.

Monitoramentode grandesempreendimentos

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As iniciativas do Cepedes, inte-gram o processo de constituição deum Centro de Estudos e Pesquisasem Desastres (Ceped) no Estado doRio de Janeiro, para a cooperaçãotécnico-científica com diversas insti-tuições, com o propósito de contri-buir para a prevenção, redução e mi-tigação de desastres em âmbitoregional, nacional e internacional,com ênfase na América Latina e noCaribe. Colabora com a Opas/OMSna preparação para situações deemergência e socorro em casos de

Centro de Estudose Pesquisas emEmergências eDesastres emSaúde – Cepedes

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desastres para reduzir os riscos emelhorar o preparo para enfrentaros desastres e a resposta a eles emtermos de saúde.

O Cepedes organiza o site Centrode Conhecimento em Saúde Pública eDesastres, conectando as informações,conhecimentos e experiências das uni-dades da Fiocruz, de outras instituiçõesde ensino e pesquisa nacionais e inter-nacionais, de Ministérios e de entida-des relacionadas ao tema nas esferasestadual e municipal.

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O Centro de Informação em SaúdeSilvestre (CISS) promove a participa-ção e a integração de especialistas nacoleta de informações, análise de resul-tados e aplicação de boas práticas embiodiversidade e saúde, por meio daRede de Laboratórios em Saúde Silves-tre e da Rede Participativa em SaúdeSilvestre. É um espaço virtual destina-do ao tema saúde silvestre e humana,para consolidação do conhecimento,ações e políticas que, em conjunto, pos-sam fortalecer a conservação da biodi-versidade brasileira, a melhoria da saú-de humana e de todas as espécies e

Aplicativo para a saúde silvestre

O Observatório Nacional de Climae Saúde da Fiocruz disponibiliza estu-dos, metodologias, resultados e dadosambientais, climáticos, epidemiológicos,socioeconômicos e de saúde pública,com o objetivo de facilitar a análise darelação entre clima e saúde. Essas in-formações possibilitam alertar e acom-panhar situações de emergência nasaúde geradas por eventos climáticos,além de permitir acompanhar tendên-cias a longo prazo das mudanças am-bientais e climáticas. O Observatório éum espaço interativo que permite aparticipação dos cidadãos por meio dapostagem de informações potencial-mente relevantes sobre clima e saúde.Direciona os seus esforços para trêsgrupos prioritários: pesquisadores, queencontram em um só lugar um conjun-to de variáveis antes contidas em di-ferentes bancos de dados; gestores, noauxílio à tomada de decisão; e socie-dade civil, por meio da troca de infor-mações que deve, de forma recíproca,contribuir para difundir o conhecimen-to acerca dos fenômenos climáticos eseus efeitos na saúde.

De olho no clima

boas práticas para o desenvolvimentosustentável. O Centro coordena o Sis-tema de Informação em Saúde Silves-tre (SISS-Geo), que busca antecipar in-formações sobre a ocorrência dedoenças em animais silvestres antes queacometam humanos. Por meio de umaplicativo (SISS-Geo Android) que podeser instalado em celulares, tablets ecomputadores (desktops, notebooks),qualquer pessoa pode registrar anor-malidades observadas, contribuindocom um sistema de utilidade públicapara prevenção de doenças, em ani-mais e em pessoas.

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Parceria entre Fiocruz, Funasa e Fó-rum das Comunidades Tradicionais deAngra dos Reis, Paraty e Ubatuba, ini-ciada em 2013. No território de atua-ção do OTSS vivem e resistem cerca de50 comunidades tradicionais caiçaras,indígenas e quilombolas, ameaçadaspela especulação imobiliária, por gran-des projetos de construção e por em-preendimentos turísticos predatórios.Nesses três anos de existência a inicia-tiva obteve uma série de resultados,como projetos de educação diferenci-ada para esses grupos, projetos de sa-neamento ecológico e uma cooperaçãocom a Universidade de Coimbra paraa produção de conhecimento sobre ter-ritórios sustentáveis e saudáveis, com aorganização de seminários no Brasil eem Portugal, visitas técnicas e desenhode uma cooperação voltada para o di-álogo com territórios africanos.

O projeto Mapa de Conflitos En-volvendo Injustiça Ambiental e Saúdeno Brasil tem como objetivo apoiar po-pulações atingidas em seus territóriospor projetos e políticas baseadas numavisão de desenvolvimento prejudicialà saúde. Em consonância com os prin-cípios da justiça ambiental, o Mapa sis-tematiza e disponibiliza informações edenúncias apresentadas pelas comu-nidades e organizações parceiras, apartir de sua relevância socioambien-tal e sanitária. O Mapa contribui parao monitoramento de ações e de proje-tos que enfrentem situações de injusti-ças ambientais e problemas de saúdeem diferentes territórios e populações.

Um estudo feito pela Fiocruz emtodos os municípios do Amazonasapontou que sete cidades do estadoapresentaram maior índice de vulne-rabilidade às mudanças climáticas. Deacordo com o levantamento, o nordes-te amazonense poderá apresentar au-mento de 5°C na temperatura e umaredução de até 25% no volume de chu-vas nos próximos 25 anos. Coordena-do pela Fiocruz, o estudo é parte doprojeto Vulnerabilidade à Mudança doClima, feito em parceria com o Ministé-rio do Meio Ambiente. Além do Ama-zonas, mais cinco estados estão sendoavaliados: Espírito Santo, Maranhão,Mato Grosso do Sul, Paraná e Pernam-buco. Também foi desenvolvido umsoftware para mensurar a vulnerabili-dade humana às mudanças climáticas,conforme cada município.

Mudanças climáticasna Região Amazônica

Mapa de conflitosambientais

Observatório deTerritórios Saudáveise Sustentáveis – OTSS

CTA écredenciadopelo Inea

Em 2016, o Centro de TecnologiaAmbiental (CTA) de Farmanguinhos, setornou o primeiro laboratório da Fio-cruz a receber Certificado de Creden-ciamento de Laboratório do InstitutoEstadual do Ambiente do Rio de Ja-neiro (Inea). Com o credenciamento olaboratório está autorizado a analisare emitir laudos sobre efluentes (resí-duos líquidos resultantes de processosindustriais) tratados. A redução de cus-tos é uma das vantagens principais docredenciamento, pelo fato de grandeparte das análises poderem ser feitasinternamente.

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Fiocruz tem um modelo degovernança democrático eparticipativo, o que se concre-tiza, de um lado, pelos meca-

nismos de consulta à comunidade detrabalhadores da organização para a

escolha dos dirigentes e, de outrolado, pelos dispositivos de gestão

colegiada, como o ConselhoDeliberativo e o Congresso In-terno, em que participam re-presentantes das unidades edos trabalhadores. A estruturade governança da Fundaçãotem características inovadoras,

que buscam conciliar com as as-pirações dos servidores sua missão

institucional e responsabilidades fren-te ao Governo e à sociedade. Para aFiocruz, inovação na gestão envolvepessoas, tecnologias e o ambiente or-

ganizacional, possui ainda um nívelgerencial, relacionado a proce-

dimentos estratégicos abran-gentes, que precisam ser tra-tados de forma sistêmica.

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Audiênciapública deprestação decontas

Desde 2013 a Presidência da Fio-cruz promove audiências de prestaçãode contas abertas ao público, reafir-mando o compromisso institucionalcom a transparência e a gestão parti-cipativa. As audiências são conduzidaspessoalmente pelo presidente da Fun-dação e tratam do orçamento e dasatividades realizadas a cada ano. Aúltima audiência, realizada em 2016,ressaltou a importância da conclusãodo VII Congresso Interno, instânciamáxima de decisão da Fiocruz, que nofim de 2015 definiu o Plano Estratégi-co para o quadriênio 2015-2018, alémde aprovar a proposta de um novoestatuto para a instituição, que adequaa estrutura interna às funções exerci-das hoje pela Fiocruz.

Objetivoscorporativospara a gestão

Os mecanismos de governança daFiocruz (colegiados, câmaras técnicase outros) reúnem-se periodicamentepara avaliar e deliberar sobre a con-dução das atividades institucionais. Aproposta de construção de políticas ins-titucionais cada vez mais integradas naFundação é construída a partir de umplanejamento ascendente, com a par-ticipação efetiva das unidades na de-finição das prioridades e estratégias,um desafio de integração que não selimita ao somatório de atividades decada uma das unidades da Fiocruz.

A Fiocruz fomenta programas eatividades visando reforçar a culturaorganizacional junto a seus trabalha-dores, para ampliar o sentimento depertencimento destes à história insti-tucional, aos fazeres culturais e aosvalores definidos em sua missão noscampos da saúde, educação e CT&I,promovendo o engajamento e o com-promisso do seu quadro funcional paramelhor servir a sociedade brasileira.

Inovaçãoda gestãooperacional

Uma série de iniciativas da Direto-ria de Administração (Dirad) visa à exe-cução e ao monitoramento do desem-penho institucional em relação àredução de riscos e custos, otimizaçãode compras e compartilhamento de re-cursos entre as unidades. Projetoscomo o de Compra Compartilhada debens e serviços na área de informática,por meio da integração e coordenaçãode procedimentos licitatórios para aten-der toda a instituição, obtiveram bonsresultados. A implantação de uma Polí-tica de Logística Integrada orientou osuprimento de materiais de consumo eserviços para o atendimento da estra-tégia organizacional. Com isso foi pos-sível superar o gerenciamento fragmen-tado por atividade, com diversosorçamentos e prioridades, buscandointegração e respeitando as especifici-dades de cada unidade.

A Fiocruz desenvolve também umModelo Contábil Gerencial para o mo-nitoramento de despesas, com a padro-nização do registro contábil, promoven-do o alinhamento entre planejamento,programação orçamentária e execução.Com base no Plano Interno do SistemaIntegrado de Administração Financei-ra do Governo Federal (Siafi), o mode-lo proporciona transparência e flexibili-dade na distribuição dos recursos,identificando desvios do planejamentoe possíveis soluções.

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A Coordenação da Qualidade daFiocruz (CQuali) preconiza a aplicaçãode normas nacionais e internacionaiscom a finalidade de refinar práticas einstrumentos de gestão e evidenciar acompetência técnica nas diversas ativi-dades realizadas. A participação da Fun-dação no Programa Nacional da GestãoPública e Desburocratização (GesPúbli-ca) é uma de suas atribuições, coorde-nando os esforços para o aprimoramen-to de práticas e processos e a realizaçãode ciclos anuais de autoavaliação, coma incorporação de novas iniciativas comoa implantação da gestão por processose práticas relativas à gestão de riscos. Apartir de 2013 foi iniciado o projeto Im-plantação do Modelo de Gestão por Pro-cessos Fiocruz e de suas Organizaçõesem Rede, promovendo um ambiente fa-vorável ao processo de melhoria contí-nua. Em 2015 o trabalho Implantação dagestão por processos na Fiocruz: alinha-mento e excelência operacional conquis-tou o terceiro lugar no I Prêmio Inova-ção da Gestão da Fiocruz. No mesmoano a instituição recebeu ainda o certifi-cado de nível 7 do GesPública.

Para disseminar as práticas dagestão da excelência foram realiza-dos cursos e treinamentos em gestãoda qualidade, para formação de ges-tores, técnicos e auditores internos.Até 2015, foram realizados cerca de120 eventos dessa natureza, com par-ticipação de mais de 4 mil colabora-dores. A partir de 2016, o Plano deCapacitação da Coordenação daQualidade passou a ser elaborado emconjunto com a Escola Corporativa daFiocruz. A CQuali realiza ainda, pormeio de um software específico, umdiagnóstico anual dos Sistemas Lo-cais de Gestão da Qualidade (SLGQ),para identificar o grau de adesão dasunidades às normas e diretrizes daQualidade.

A CQuali é também responsávelpela elaboração da Carta de Serviçosao Cidadão, que está sendo atualiza-da e, a partir de meados de 2017, serátotalmente virtual, facilitando o aces-so ao usuário-cidadão pelo Portal Fio-cruz e usando um aplicativo específicopara celulares.

Auditoria InternaA Auditoria Interna (Audin) reali-

zou 37 auditorias de conformidade emvárias unidades/temas; 19 auditoriascom foco em recursos humanos; e 22monitoramentos de pendências de re-latórios do próprio órgão. Foram emi-tidas recomendações às unidades in-teressadas e à Presidência da Fiocruz.A Audin também deu suporte à Con-troladoria-Geral da União e ao Tribu-nal de Contas da União e divulgou suasrecomendações e determinações.

Encontro deInovação na Gestão

Para divulgar e valorizar práticasgerenciais de excelência na instituiçãoe incentivar o aprimoramento de inici-ativas para a melhoria do desempenhoinstitucional, foi realizado, em 2015, o IEncontro de Inovação na Gestão. AConferência-Magna de abertura doencontro foi proferida pelo renomadoprofessor da McGill University, no Ca-nadá, Henry Mintzberg, que citou a Fi-ocruz como exemplo de instituição quevaloriza a inovação e o modelo de ge-renciamento engajado.

Os quatro dias de debate e refle-xão técnico-científica sobre o tema fo-ram encerrados com a entrega do Prê-mio de Inovação na Gestão. Foramescolhidos por uma comissão externatrês dos 71 trabalhos apresentados porequipes de 21 unidades da Fundação.O primeiro colocado foi o trabalho “Cre-denciamento de Bancos de Leite Huma-no” (IFF), seguido pelos projetos “Escri-tório de Captação: Uma Experiência deDesenvolvimento, Implantação e Conso-lidação” (COC) e “Implantação da Ges-tão por Processos na Fiocruz: Alinhamen-to e Excelência Operacional (CQuali).

Gestão da Qualidade

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A Coordenação de Gestão de Tec-nologia de Informação (CGTI) temempreendido ações para aperfeiçoa-mento e alinhamento tecnológico ins-titucional, contribuindo também cominiciativas inovadoras que gerem me-lhores resultados em relação a produ-tividade, eficiência, eficácia, menorcusto, sustentabilidade e qualidadedos produtos e serviços oferecidospela Fundação.

No campo de planejamento deprojetos e aquisições de bens e servi-ços, foi responsável pela elaboração doPlano Estratégico de Tecnologia da In-formação (PETI) e pelo Guia de Aqui-sição, garantindo maior eficiência naaplicação de recursos e a aplicação dosmarcos regulatórios nas contrataçõesde soluções de TI. Estes esforços játrouxeram para a Fiocruz, por exem-plo, o modelo de impressão como ser-viço (outsourcing) e têm estimulado arealização de compras compartilhadas,reduzindo os custos de operação epermitindo o uso mais eficiente de re-cursos computacionais.

Também está em implementaçãouma política de segurança, para pro-teger as informações e comunicaçõesinstitucionais, meio de sistemas de de-tecção e proteção contra intrusões, decontrole de aplicações e filtragem deconteúdo web. Nesta mesma direção,o projeto Nuvem Fiocruz (Sala Cofre

+ Data Center) garantiu a construçãode um ambiente seguro para a infra-estrutura de TI, capaz de suportar emanter em níveis seguros os serviçoscríticos da instituição.

Com o intuito de melhorar a velo-cidade do link de dados da Fiocruz, oprojeto Redecomep Brasil vem substi-tuindo equipamentos e a malha de fi-bra ótica, sendo também prevista a in-tegração das unidades regionais à rededo campus Manguinhos através dasredes existentes em outros estados.Outras iniciativas visam unificar os do-mínios de rede de todas as unidadesem um ambiente padronizado, seguroe confiável, além da criação de umaestrutura de correio eletrônico tambémúnico para a toda Fiocruz.

Para melhorar o atendimento aosserviços institucionais, como suporte ausuários e infraestrutura, a CGTI desen-volveu uma ferramenta chamada RSI(Requisição de Serviços Institucionais),que permite fácil rastreabilidade e acom-panhamento dos atendimentos e a emis-são de relatórios para melhoria e parâ-metros para avaliação da qualidade doserviço prestado. Outra ferramenta quese destaca é o Sistema de Guia de Ad-missão e Integração do Servidor (GAIS),para acompanhar o processo de inser-ção de novos servidores aprovados emconcurso público, garantindo a comu-nicação, registro e encaminhamento deatividades pré-estabelecidas.

Gestão de Tecnologia de Informação

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A Fiocruz, por meio da Vice-Presi-dência de Produção e Inovação emSaúde, acompanha e avalia as ações le-gislativas em tramitação na Câmara dosDeputados e no Senado Federal parapropor melhorias aos projetos. A Fun-dação publica notas técnicas, encami-nha contribuições na redação de subs-titutivos e promove audiências eseminários internos, elaborando subsí-dios para a defesa os interesses da saú-de pública no Legislativo. De 2013 a2016, a Fiocruz participou de 38 audi-ências no Congresso Nacional, e foi con-templada com recursos de emendasparlamentares originadas de represen-tantes de 10 estados brasileiros, nummontante superior a R$ 50,5 milhões.Ao longo desse período, a Fundação re-cebeu visitas de parlamentares em seuscampi do Rio de Janeiro, Bahia, Brasília,Minas Gerais e Pernambuco.

Foram avaliados projetos de lei eencaminhadas propostas sobre propri-edade industrial, importação de benspara pesquisa, patenteamento de se-res vivos e organismos geneticamente

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modificados, criação do Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde, Po-lítica Nacional de Nanotecnologia, Leide Biodiversidade, Farmácia Popular,Política Nacional de Pesquisa e Desen-volvimento Tecnológico do Setor Far-macêutico, além do Marco Legal de Ci-ência Tecnologia e Inovação, que tratados estímulos ao desenvolvimento cien-tífico, à pesquisa, à capacitação cientí-fica e tecnológica e à inovação.

A atuação da Fiocruz no Congres-so conta com o apoio da AssessoriaParlamentar da Fiocruz Brasília, quedesenvolve ações estratégicas e iden-tifica, nos blocos partidários, alternati-vas e caminhos para contribuir com oaperfeiçoamento do processo de ela-boração de leis e com a regulação se-torial de interesse da Fiocruz dentro doCongresso Nacional. Além de acompa-nhar matérias legislativas, monitora otrabalho das comissões e dos plenári-os e atua nas articulações institucionaisjunto ao Congresso Nacional, contribu-indo com informações técnicas paraconstrução de projetos.

Atuação no Congresso Nacional

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Mesa Permanente deNegociação Interna

Para buscar soluções negociadaspara interesses manifestados pelos ser-vidores e pela administração pública,o Governo Federal criou, em 2003, aMesa Nacional de Negociação Perma-nente, que foi sucedida pela institui-ção das mesas setoriais em diversos mi-nistérios. Reconhecendo a importânciadeste dispositivo que tanto serve àgestão quanto aos trabalhadores dainstituição, em maio de 2011 a Presidên-cia e o Sindicato Nacional dos servido-res da Fundação (ASFOC-SN) resolve-ram instituir a Mesa de NegociaçãoPermanente (MNP), estabelecendo umfórum estável e regular de negociação.A MNP atua no sentido de aprimorar evalorizar o plano de carreiras, cargose salários, tratando também de ques-tões relativas à saúde do trabalhadore benefícios. E acompanha iniciativaslegislativas e as pautas de negocia-ções das entidades dos trabalhadoresdo SUS e de outras instituições de ci-ência e tecnologia.

Remodelagem deconcursos públicos

A Fundação tem buscado assegu-rar, junto ao MPOG, a realização deconcursos públicos para todos os car-gos da instituição, definindo perfis dasfunções estratégicas de responsabili-dade exclusiva de servidores públicos,para a substituição da força de traba-lho terceirizada. Em 2010, ingressaramna instituição 1049 novos servidores.No concurso de 2014, quando foramocupadas 527 novas vagas, houve umaremodelagem no processo seletivo.Para tornar a seleção de novos qua-dros mais eficaz, adotou-se um mode-lo baseado na centralização dos aspec-tos administrativos, descentralizandoparte das atividades acadêmicas. Issopermitiu que fossem estabelecidas di-retrizes seletivas mais adequadas àsnecessidades.

A Fiocruz promoveu, em 2016,novo concurso público para o preen-chimento de 150 vagas de níveis inter-mediário e superior, direcionadas parao Rio de Janeiro e outras unidades nopaís. Os cargos de nível superior forampara Especialista em Ciência e Tecno-logia, Produção e Inovação em SaúdePública (10 vagas) e Pesquisador emSaúde Pública (58). Os de nível inter-mediário são para Assistente Técnicoem Gestão de Saúde (21) e Técnico emSaúde Pública (61).

Gestão do Trabalho

Escola CorporativaPara garantir um processo de

aprendizagem contínua, a Escola Cor-porativa apresenta um conjunto desoluções relativas à qualificação per-manente de servidores, apoio a proje-tos institucionais e consultoria internaneste campo. O objetivo é o desenvol-vimento de competências organizaci-onais e dos trabalhadores da Fiocruz,visando o aprimoramento da gestão.A partir dos planos de capacitação dasunidades e da análise de experiênciassemelhantes em empresas públicascomo Petrobrás, Caixa Econômica eBanco do Brasil, a Escola executa o Pla-no de Capacitação Corporativo, quetem frequência anual e é compostopelos seguintes cursos:

Curso de Desenvolvimento deCompetências Gerenciais (com aFundação Dom Cabral) – 175servidores participantes divididosem cinco turmas;

Curso de Especialização emGestão de Organizações deCiência e Tecnologia em Saúde -conclusão da 2ª turma em 2014 de108 servidores do cargo de Analis-ta de Gestão em Saúde;

Mestrado Profissional em Admi-nistração Pública (FGV) – duasturmas em andamento, com aparticipação de 20 servidores;

Mestrado em Administração(UFBA) - com a participação de14 servidores das regionais daFiocruz (Pernambuco, Bahia eCeará).

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Igualdade deGênero e Raça

O Programa Pró-Equidade de Gê-nero e Raça, implantado na Fiocruzem 2009, busca eliminar todas as for-mas de discriminação no acesso, na re-muneração, ascensão e permanênciano emprego, pelo desenvolvimentode novas concepções na gestão depessoas e na cultura organizacional.É assessorado por um Comitê institu-cional, composto por representantesde todas as unidades da Fiocruz, eatua na promoção e a adoção de prá-ticas de equidade de gênero e raçade forma sistemática, como um instru-mento de gestão.

No âmbito do Programa, a Fio-cruz lançou, em 2015, o Dicionário Fe-minino da Infâmia - acolhimento e di-agnóstico de mulheres em situação deviolência. O Dicionário é o resultadodo trabalho coletivo de mais de cemprofissionais de diversas áreas na ela-boração dos verbetes, que contem-plam temas e significados da pautafeminista e das mulheres, em sua di-mensão histórica, política e social. Sãoexplicados os vários aspectos, tipos ecenários das violências e formas deresistência, além de análises científi-cas que ampararam a adoção de pro-cedimentos, normas, abordagens etécnicas. Também foram incluídas no-ções sobre conceitos de liberdade,direitos humanos, justiça e aspectos daeducação masculina que levam à prá-tica da violência.

Diante da necessidade de estraté-gias para acolher, avaliar e encaminharcasos vividos nos ambientes de traba-lho, a Fiocruz instituiu a Política de Pre-venção e Enfrentamento da Violênciae do Assédio Moral no Trabalho. A Po-lítica define estratégias de intervençãona organização do trabalho, de prote-ção aos trabalhadores e para coibiratos de violência física, psíquica e mo-ral. Além de dimensionar os casos deviolência e identificar os riscos a queestão submetidos os trabalhadores, foifeito um esforço institucional para in-formar, sensibilizar e estimular o diálo-go para a resolução de conflitos. Em2014 foi publicada a Cartilha de Pre-venção e Enfrentamento do AssédioMoral e Sexual na Fiocruz.

A Fiocruz admite estagiários pormeio de seleção pública, visando com-plementar o aprendizado por meio deprática supervisionada. Dois editais sãopublicados anualmente oferecendo va-gas para estudantes de nível médio enível superior. Nos últimos anos, a Fun-dação elaborou sua Política de EstágioCurricular e Extracurricular, contemplan-do os requisitos governamentais e as ca-racterísticas de descentralização do pro-grama na instituição. Foram definidasdiretrizes para seleção e contratação deestudantes, uniformizando as práticas. Apartir da implantação da nova política(2015/2016) foram oferecidas, por meiode edital público, mais de 400 vagas nasduas modalidades de estágio.

Estágio curriculare extracurricular

Prevenção daviolência e doassédio moral

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Carona SolidáriaPara diminuir o impacto nos tra-

balhadores dos problemas de mobili-dade urbana e até mesmo das dificul-dades para transitar e estacionar noscampi da Fundação, foi implantado,em 2016, o projeto Carona Solidária.A instituição disponibiliza duas plata-formas eletrônicas, um site para ca-dastro e buscas de caronas regularese um aplicativo para smartphonespara que os usuários possam oferecerou solicitar caronas a qualquer mo-mento, mesmo que não sejam seus iti-nerários habituais. O projeto e as fer-ramentas estão operando em todas asunidades e escritórios da Fiocruz emâmbito nacional.

Transportecoletivo

Para garantir a gestão do traba-lho saudável e sustentável em todosos campi, a Fundação tem buscadoampliar o serviço de transporte coleti-vo que põe à disposição dos trabalha-dores. A meta é melhorar as condiçõesde acesso à instituição, segurança equalidade de vida dos profissionais,além de reduzir o número de veículosindividuais em suas instalações. Inicia-do em 2012, o serviço atende hoje acerca de 2,5 mil trabalhadores.

Gestão do ruídoe substânciasototóxicas

A iniciativa conhecida como Proje-to Ruído é um estudo qualiquantitativobaseado na metodologia da pesquisa-ação, com o objetivo de relacionar aexposição ao ruído e/ou substânciasototóxicas (que tem efeito tóxico sobreo sistema auditivo e de equilíbrio) àscaracterísticas físicas dos ambientes eprocessos de trabalho. O estudo pre-tende identificar agravos decorrentesdessas exposições e propor um planode ações para a implementação de in-tervenções nos ambientes de trabalhoe a atenção à saúde dos trabalhado-res. O projeto inclui exames audiológi-cos, avaliação do ciclo vigília-sono epesquisa do potencial genotóxico desubstâncias químicas. Foram realizadasmedições de nível de pressão sonoraem diversos ambientes, que, em al-guns casos, resultaram na elaboraçãode projetos acústicos.

Preparação paraa Aposentadoria

O Programa de Preparação paraAposentadoria (PPA) é um espaço dereflexão e de cuidado na transição dosservidores para a aposentadoria, comênfase na prevenção de agravos e pro-moção da saúde. É norteado pelo con-ceito de que o acesso à informaçãocrítica gera possibilidades de escolhaspara que cada um possa construir aaposentadoria que deseja ter e que istotenha um impacto positivo na saúde.O PPA faz eventos de capacitaçãocom grupos focais e atividades deacompanhamento pós-aposentadoria.Em 2014 o PPA foi estendido às unida-des regionais da Fiocruz.

FiocruzSaudável

Conceitualmente, o projeto Fi-ocruz Saudável fundamenta-seem reflexões sobre qualidade devida e conforto ambiental comopressupostos da saúde, associan-do a questão ambiental e a natu-reza a uma expressão de criativi-dade, atividade, diversidade einter-relação de todos os seres. Aperspectiva do projeto é de umaprática que desperte mudançasnas percepções e apreensões doindivíduo com relação a si mesmoe ao ambiente. A proposta é arti-cular as unidades e trabalhar asações construindo uma aborda-gem interdisciplinar, multiprofissi-onal e participativa, envolvendoos trabalhadores na definição eimplementação das ações. O Fio-cruz Saudável tem ainda comoestratégia uma programação con-tinuada em desenvolvimento derecursos humanos, discutindo asquestões ambientais, de sanea-mento, biossegurança e saúde dotrabalhador, além de desenvolvere promover avaliação dos impac-tos do projeto, para a definição denovas atividades com base nasdemandas identificadas. Nesteperíodo algumas atividades sedestacaram:

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Para dotar a Fundação de um ins-trumento de ordenamento territorial deapoio à gestão do espaço físico doCampus Manguinhos, em 2015, foi con-cluído o Plano Diretor Fiocruz CampusManguinhos Saudável. O Plano Diretorpropõe caminhos para a qualificaçãoambiental e urbanística do Campus,estabelecendo critérios para futuras in-tervenções e indicando prioridades deação para os 10 primeiros anos apóssua aprovação.

Gestão da infraestrutura do Campus

Em relação à Gestão Ambiental, asações da Fiocruz estão voltadas paraa ecoeficiência, educação ambiental,gerenciamento integrado de resíduossólidos, tratamento de esgoto e con-servação vegetal e viária. Esses esfor-ços têm gerado resultados muito posi-tivos, verificando-se, ao longo dosanos, por exemplo uma significativadiminuição tanto dos resíduos infectan-tes quanto dos resíduos comuns, comomostram os quadros a seguir.

Uma iniciativa que se destaca é oPrograma de Coleta Seletiva Solidáriaque consiste na coleta, separação, con-trole e doação de resíduos recicláveisgerados na instituição para cooperati-vas ou associações de catadores derecicláveis, de acordo com o DecretoFederal n° 5.940/2006. No primeirosemestre de 2016, destinamos correta-mente cerca de 155 mil quilos de resí-duos da Fiocruz, incluindo papel, pa-pelão, metal, plástico, vidro, longa vida,vidro e banner (lona). Já o Ecoponto,utilizado por usuários e profissionais daFundação, para descartar resíduosdomésticos, foram coletados 4.632kg.

O programa visa à geração de ren-da e à inclusão social dos catadores derecicláveis, além do fortalecimento dodebate global sobre o desenvolvimen-to sustentável, redução da destinaçãode resíduos para os aterros e lixões eminimização dos impactos ambientais.

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INDICADORES DE RESÍDUOS EXTRAORDINÁRIOS E INFECTANTES

Total da Coleta de ResíduosInfectantes (Grupo A1, A4 e E)

Total Coletado de ResíduoComum (Grupo D)

Total de Resíduos Segregadose Destinados à Reciclagem(Coleta Seletiva)

INDICADORES DE RESÍDUOS RECICLÁVEIS (TONELADAS)

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FioPrevO Instituto Oswaldo Cruz de Seguri-

dade Social (FioPrev) é a previdência com-plementar dos servidores, que, desde 1987,era patrocinada pela Fundação. Em 2013,o Conselho Deliberativo da Fiocruz deci-diu sobre a retirada do patrocínio ao Fio-Prev, atendendo a uma determinação nes-te sentido (de 2007) do órgão fiscalizadordos fundos de pensão (SPC, atual Previc).A decisão possibilitou a devolução de va-lores aos participantes do plano, a chama-da reserva matemática.

Esta reserva matemática representa,para os participantes e aposentados e pen-sionistas, a diferença, em valores atuais,entre os compromissos futuros do FioPrev– benefícios futuros e os compromissos fu-turos dos participantes – contribuições fu-turas, todos avaliados na mesma época. Oprocesso foi concluído no segundo semes-tre de 2016, após um longo período neces-sário para a autorização dos cálculos atua-riais pela Previc e para que os participantesoptassem pelo recebimento dos recursose/ou sua transferência (total ou parcial)para outro plano previdenciário.

FioSaúdeBuscando atingir o equilíbrio entre

a qualidade dos serviços oferecidos e ouso racional das contribuições dos be-neficiários, a Caixa de Assistência Oswal-do Cruz (FioSaúde) mostra-se bastantecompetitiva, em relação às operadorasde mercado quanto à qualidade doshospitais credenciados, o valor dos re-embolsos na livre-escolha e a coberturaodontológica. A FioSaúde é considera-da uma das empresas com melhor Índi-ce de Desempenho da Saúde Suplemen-tar, aferido pela ANS a partir de umconjunto de atributos. Além da rede cre-denciada, a FioSaúde mantém uma po-liclínica onde as consultas e procedimen-tos são isentos de cobrança e o pacienteé atendido por profissionais que conhe-cem o seu histórico. Em 2015 foram fei-tos mais de 30 mil atendimentos.

FiotecA Fundação para o Desenvolvi-

mento Científico e Tecnológico em Saú-de (Fiotec) é uma fundação de direitoprivado, sem fins lucrativos, com auto-nomia administrativa e financeira e pa-trimônio próprio. Inicialmente criadapara apoiar projetos da Ensp, tornou-se a fundação de apoio para o conjun-to da instituição no ano 2000, por de-liberação da plenária extraordinária doIII Congresso Interno. A Fiotec desem-penha um papel fundamental para quea Fiocruz exerça com rapidez e efici-ência seu protagonismo no enfrenta-mento de problemas de saúde no Bra-sil e internacionalmente, como no casodas arboviroses emergentes (dengue,zika e chikungunya). Nesta mesma di-reção vale ressaltar a criação do Fun-do Fiotec de Fomento à Inovação, em2015, uma iniciativa que permite a uti-lização dos resultados financeiros da

Fiotec para apoiar projetos com poten-cial de inovação na Fiocruz.

A Fiotec é hoje uma das três mai-ores fundações de apoio a instituiçõesde ensino superior e pesquisa no Bra-sil, tendo apoiado 2.135 projetos emsua existência, com parceiros nacio-nais e internacionais. A Fiocruz foi res-ponsável pela contratação do maiornúmero de projetos. Em 2015, movi-mentou mais R$ 35,5 milhões na com-pra de produtos nacionais e serviçose detinha um patrimônio social de R$6 milhões. A fundação de apoio teminvestido no aperfeiçoamento de pro-cedimentos de importação e logísti-ca para atendimento do público ex-terno e controle interno. Além dissoinaugurou, também em 2015, suasede própria, um projeto que associafuncionalidade e compromisso com asustentabilidade e com o ambiente.

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Ao lado do Castelo Mourisco e di-ante de cerca de mil pessoas, no dia10 de fevereiro de 2017, após oito anosde mandato (2009 a 2016), Paulo Ga-delha transmitiu o cargo de presiden-te da Fiocruz à socióloga Nísia Trinda-de Lima, primeira mulher a comandara instituição. Abraçado à neta Ana Lu-iza, Gadelha despediu-se agradecen-do à família, aos amigos e companhei-ros de jornada que tornaram possíveistantas conquistas para a Saúde Públi-ca do Brasil. Em discurso emocionado,Nísia homenageou gestores e pesqui-sadores da Fiocruz, reafirmando suaresponsabilidade com o fortalecimen-to do SUS, diante das graves ameaçasà saúde da população brasileira. “Re-presento um projeto que reconhece olegado das gestões anteriores e o va-lor da Fiocruz como instituição estra-tégica do Estado. Identifico-me com aperspectiva de seus fundadores, dearticular o desenvolvimento científicoe tecnológico com as necessidades dopaís”, afirmou Nísia.

Nísia assumea presidênciada Fiocruz

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