relatório de atividade cuidados de saúde primários - 2011 ... · psof pesquisa de sangue oculto...

108
MINISTÉRIO DA SAÚDE Administração Central do Sistema de Saúde, IP Sede: Av. João Crisóstomo, nº 11. 1000-177 Lisboa | Tel: 217 925 500 | Fax: 217 925 523 www.acss.min-saude.pt | e-mail: [email protected] Porto: Rua do Briner, nº 121. 4050-126 Porto | Tel: 223 401 300 | Fax: 223 401 333 DPS RELATÓRIO DE ATIVIDADE DOS CUIDADOS SAÚDE PRIMÁRIOS NOS ANOS DE 2011 A 2013 dezembro de 2014 Documento Público

Upload: vodan

Post on 13-Nov-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

MINISTÉRIO DA SAÚDE

Administração Central do Sistema de Saúde, IP Sede: Av. João Crisóstomo, nº 11. 1000-177 Lisboa | Tel: 217 925 500 | Fax: 217 925 523

www.acss.min-saude.pt | e-mail: [email protected] Porto: Rua do Briner, nº 121. 4050-126 Porto | Tel: 223 401 300 | Fax: 223 401 333

DPS RELATÓRIO DE ATIVIDADE DOS CUIDADOS SAÚDE

PRIMÁRIOS NOS ANOS DE 2011 A 2013

dezembro de 2014

Documento Público

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

2

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

3

ÍNDICE GERAL

1 - Enquadramento ............................................................................................................................................................... 8

2 – Introdução ...................................................................................................................................................................... 9

3 - Estrutura Organizacional e Processo de Contratualização nos CSP ........................................................................... 12

3.1 - Contratualização Externa ...................................................................................................................................................... 14

3.2 - Contratualização interna........................................................................................................................................................ 20

3.2.1 - Contratualização de Incentivos Institucionais ............................................................................................................. 23

3.2.2 - Contratualização de Incentivos Financeiros................................................................................................................ 25

4 - Caraterização da População, Acesso e Registo de Morbilidade em CSP .................................................................... 27

4.1 - Distribuição por Idades e Género – Principais grupos etários .............................................................................................. 28

4.2 – Acesso aos CSP ................................................................................................................................................................... 28

4.3 - Problemas de Saúde ............................................................................................................................................................. 31

5 – Avaliação dos processos de contratualização de 2011, 2012 e de 2013 .................................................................... 36

5.1 - Metodologia da Recolha de Informação para Avaliação do Processo de Contratualização ...................................... 36

5.1.1 - Contratualização Externa ................................................................................................................................................... 36

5.1.2 - Contratualização Interna .................................................................................................................................................... 36

5.2 - Resultados dos Indicadores Contratualizados em 2011, 2012 e 2013 ...................................................................... 38

5.2.1 - Contratualização Externa – ACES ..................................................................................................................................... 39

5.2.2 - Contratualização Interna – UF ........................................................................................................................................... 62

Indicadores de contratualização para Incentivos Institucionais .................................................................................................... 63

Indicadores de contratualização para Incentivos Financeiros ....................................................................................................... 83

6 – Conclusões ................................................................................................................................................................. 101

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

4

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1-Número de receitas renováveis em 2011, 2012 e 2013 ........................................................................................... 29

Figura 2- Consultas domiciliárias médicas e de enfermagem ................................................................................................. 30

Figura 3 – Distribuição dos registos dos problemas ativos antigos e novos das listas de problemas dos utentes pelos capítulos da ICPC-2 ................................................................................................................................................................. 31

Figura 4 – Taxa de Utilização - CE 2011-2012 ....................................................................................................................... 41

Figura 5 - Taxa de Utilização de Consultas Médicas de Planeamento Familiar ..................................................................... 42

Figura 6 - Proporção de Recém-nascidos de Termo de Baixo Peso -CE 2011-2013 ............................................................. 43

Figura 7 - Percentagem de 1ªs consultas na vida efetuadas até aos 28 dias - CE 2011-2012 .............................................. 44

Figura 8 - Percentagem de crianças com o PNV atualizado aos 14 anos -CE 2011-2012 ..................................................... 45

Figura 9 - Percentagem de utentes entre 50 e 75 anos com PSOF ou colonoscopia atualizada - CE 2011-2012 ................. 46

Figura 10 - Incidência de amputações major de membro inferior em utentes com diabetes, ................................................. 48

Figura 11 - Taxa de internamentos por doença cerebrovascular, entre residentes com menos 65 anos- CE 2011-2013 ..... 49

Figura 12 - Consumo de medicamentos ansiolíticos, hipnóticos, sedativos e antidepressivos- CE 2011-2012 ..................... 50

Figura 13 – Percentagem de consultas médicas presenciais com codificação ICPC 2 – CE 2011-2013 ............................... 51

Figura 14- Percentagem de medicamentos genéricos (quantidade de embalagens) - CE 2011-2013 ................................... 52

Figura 15- Custo de medicamentos faturados, por utente utilizador - CE 2011-2013............................................................. 53

Figura 16- Custo de MCDTs faturados por utente utilizador do SNS - CE 2011-2013 ........................................................... 54

Figura 17- Taxa de utilização de consultas médicas – 3 anos - CE 2013 ............................................................................... 55

Figura 18- Taxa de domicílios enfermagem por 1.000 inscritos – 2013 – CE 2013 ................................................................ 56

Figura 19 - Proporção inscritos >= 14 A, c/ hábitos tabágicos -3 anos- CE 2013 .................................................................. 57

Figura 20 – Proporção MIF, com acompanhamento em PF – CE 2013 ................................................................................. 58

Figura 21 – Proporção jovens 14ª, c/ con. Médic. Vig. E PNV – CE 2013 .............................................................................. 59

Figura 22 – Proporção idosos, sem ansiol./sedat./hipnót – CE 2013 ...................................................................................... 60

Figura 23 – Indicadores de Acesso e Desempenho Assistencial CI 2011-2012 ..................................................................... 65

Figura 24 – Indicadores de Eficiência CI 2011-2012 ............................................................................................................... 66

Figura 25 – Percentagem de consultas realizadas ao utente pelo seu próprio Médico de Família – CI 2013 ........................ 67

Figura 26 – Taxa de Utilização global de consultas – CI 2013 ............................................................................................... 68

Figura 27 – Taxa de visitas domiciliárias médicas por 1.000 inscritos – CI 2013 ................................................................... 69

Figura 28 – Taxa de visitas domiciliárias de enfermagem por 1.000 inscritos – CI 2013 ....................................................... 71

Figura 29 – Percentagem de mulheres [25 e 64] A com colpocitologia atualizada – CI 2013 ................................................ 72

Figura 30 – Percentagem de utentes com diabetes com uma HgbA1c por semestre – CI 2013 ............................................ 74

Figura 31 – Percentagem de hipertensos com uma avaliação da PA cada semestre – CI 2013 ........................................... 75

Figura 32 – Proporção de crianças com PNV cumprido até 2 anos – CI 2013 ....................................................................... 76

Figura 33 – Percentagem de primeiras consultas na vida efetuadas até aos 28 dias – CI 2013 ............................................ 78

Figura 34 – Percentagem de primeiras consultas de gravidez no 1º trimestre – CI 2013 ....................................................... 79

Figura 35 – Custo medicamentos faturados, por utilizador - CI 2013 ..................................................................................... 80

Figura 36 – Custo MCDTs faturados por utente utilizador do SNS –CI 2013 ......................................................................... 81

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

5

Figura 37 – Indicadores de incentivos financeiros CI 2011-2012 - Metas e Resultados ......................................................... 84

Figura 38 – Taxa de utilização de consultas de enfermagem em planeamento familiar – IF 2013 ........................................ 85

Figura 39 – Percentagem de mulheres [25 e 64] A com colpocitologia actualizada – IF 2013 ............................................... 86

Figura 40 – Percentagem grávidas com 6 + consultas enfermagem em saúde materna – IF 2013 ....................................... 87

Figura 41 – Percentagem de grávidas com revisão do puerpério efetuada – IF 2013 ............................................................ 88

Figura 42 – Percentagem puérperas vigiadas com visita domiciliária de enfermagem – IF 2013 .......................................... 89

Figura 43 – Percentagem de Recém-Nascidos com o diagnóstico precoce (TSHPKU) realizado até ao 7º dia de vida – IF 2013 ......................................................................................................................................................................................... 90

Figura 44 – Percentagem de Recém-Nascidos com visita domiciliária de enfermagem realizadas a até ao 15º dia de vida – IF 2013 ..................................................................................................................................................................................... 91

Figura 45 – Percentagem de crianças com pelo menos seis consultas médicas de vigilância de saúde infantil dos 0 aos 11 meses – IF 2013 ....................................................................................................................................................................... 92

Figura 46 – Percentagem de crianças com pelo menos 3 consultas médicas de vigilância de saúde infantil no 2º ano de vida – IF 2013 .................................................................................................................................................................................. 93

Figura 47 – Percentagem de crianças com 2 anos com peso e altura registados nos últimos 12 meses – IF 2013 .............. 94

Figura 48 – Percentagem de crianças com 2 anos com PNV cumprido até aos 2 anos – IF 2013 ........................................ 95

Figura 49 – Percentagem de utentes com diabetes dos 18 aos 75 anos abrangidos pela consulta de enfermagem – IF 2013 ................................................................................................................................................................................................. 96

Figura 50 – Percentagem de utentes com diabetes com pelo menos um exame dos pés registado no ano – IF 2013 ......... 97

Figura 51 – Percentagem de hipertensos com registo de pressão arterial em cada semestre – IF 2013 .............................. 98

Figura 52 – Percentagem de hipertensos com pelo menos um registo de IMC nos últimos 12 meses – IF 2013 .................. 99

Figura 53 – Percentagem de hipertensos com 25 ou mais anos com vacinação antitetânica atualizada – IF 2013 ............ 100

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

6

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Organização dos cuidados de saúde primários no final de 2013, por região de saúde ......................................... 12

Tabela 2 - Proporção de utentes inscritos por tipo de UF, com e em Médico de Família – 2011, 2012 e 2013 ..................... 13

Tabela 3 - Número de profissionais que constituíam as USF entre 2011 e 2013 ................................................................... 13

Tabela 4 – Número de ACES que contratualizaram em 2011, 2012 e 2013 por ARS ............................................................ 14

Tabela 5 – ACES típico – 2011 a 2013 .................................................................................................................................... 15

Tabela 6 – Lista e frequência absoluta de utilização de indicadores do processo de contratualização externa de 2011 e 2012, com especificação da área clínica e da pertença ao eixo nacional ou ao eixo regional/local ........................................ 16

Tabela 7 – Lista e frequência absoluta de utilização de indicadores do processo de contratualização externa de 2013, com especificação da área clínica e da pertença ao eixo nacional ou ao eixo regional/local ......................................................... 18

Tabela 8 – Número e proporção de UF que contratualizaram em 2011 .................................................................................. 20

Tabela 9 – Número e proporção de UF que contratualizaram em 2012 .................................................................................. 21

Tabela 10 – Número e proporção de UF que contratualizaram em 2013 ................................................................................ 21

Tabela 11 – UF típica entre 2011 e 2013 ................................................................................................................................ 22

Tabela 12 – Indicadores usados no processo de contratualização de incentivos institucionais com UCSP e USF nos anos de 2011 e de 2012 ........................................................................................................................................................................ 23

Tabela 13 – Indicadores usados no processo de contratualização de incentivos institucionais com UCSP e USF no ano 2013 ......................................................................................................................................................................................... 24

Tabela 14 – Indicadores de desempenho assistencial elegíveis para seleção pelas ARS para ano 2013 ............................. 25

Tabela 15 – Indicadores usados no processo de contratualização de incentivos financeiros com USF modelo B nos anos de 2011, 2012 e de 2013 .............................................................................................................................................................. 26

Tabela 16 – Utilização de consultas médicas nos cuidados de saúde primários em 2011, 2012 e 2013 ............................... 29

Tabela 17 – Frequência simples, frequência cumulada e prevalência dos 40 problemas de saúde mais frequentes nas listas de problemas ativos, codificados pela ICPC-2, em 2013 ......................................................................................................... 33

Tabela 18 – Evolução da proporção de inscritos com determinados problemas ativos em análise, codificados pela ICPC-2 – 2010 a 2013 ............................................................................................................................................................................. 35

Tabela 19 – Métrica para atribuição de incentivos institucionais ............................................................................................. 63

Tabela 20 – Indicadores de incentivos institucionais CI 2011-2012 ........................................................................................ 65

Tabela 21 – Percentagem de consultas realizadas pelo MF - Pontuação 2013 ...................................................................... 68

Tabela 222 – Taxa de utilização global de consultas – Pontuação 2013 ................................................................................ 69

Tabela 23 – Taxa de visitas domiciliárias médicas por 1.000 inscritos- Pontuação 2011-2012 .............................................. 70

Tabela 24 – Taxa de visitas domiciliárias de enfermagem por 1.000 inscritos - Pontuação 2013 .......................................... 71

Tabela 25 – Percentagem de mulheres[25 e 64]A com colpocitologia atualizada– Pontuação2013 ...................................... 73

Tabela 26 – Percentagem de utentes com diabetes c/ 1 HgbA1c por semestre– Pontuação 2013 ........................................ 74

Tabela 27 – Percentagem de hipertensos com PA em cada semestre – Pontuação 2013 ..................................................... 75

Tabela 28 – Proporção de crianças com PNV cumprido até 2 anos – Pontuação 2013 ......................................................... 77

Tabela 29 – Percentagem de primeiras consultas até os 28 dias – Pontuação 2013 ............................................................. 78

Tabela 30 – Percentagem primeiras consultas de gravidez no 1º trimestre – Pontuação 2013.............................................. 80

Tabela 31 – Custo de medicamentos faturados por utilizador - Pontuação 2013 ................................................................... 81

Tabela 32 – Custo médio MCDTs faturados, por utilizador do SNS– Pontuação 2013 .......................................................... 82

Tabela 33 – Métrica para atribuição de incentivos financeiros ................................................................................................ 83

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

7

Tabela 34 – Indicadores de incentivos financeiros CI 2011-2012 ........................................................................................... 84

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

7

GLOSSÁRIO DE ABREVIATURAS

SIGLA SIGNIFICADO

ACES Agrupamento de Centros de Saúde

ACSS Administração Central do Sistema de Saúde

ARS Administração Regional de Saúde

ARSN ARS Norte

ARSC ARS Centro

ARSLVT ARS Lisboa e Vale do Tejo

ARSALE ARS Alentejo

ARSALG ARS Algarve

BII Bilhete de Identidade do Indicador

CCS Conselho Clínico e de Saúde

CE Contratualização Externa

CI Contratualização Interna

CP Contrato-Programa

CSP Cuidados de Saúde Primários

DCARS Departamento de Contratualização da ARS

DCV Doença Cardiovascular

DE Diretor Executivo

DM Diabetes mellitus

GDH Grupos de Diagnósticos Homogéneos

HTA Hipertensão Arterial

ICPC-2 Classificação Internacional de Cuidados Primários, segunda edição

ID Número sequencial do indicador na base de dados de bilhetes de identidade de indicadores

PD Plano de Desempenho

PNV Programa Nacional de Vacinação

PSOF Pesquisa de sangue oculto nas fezes

SIJ Saúde Infantil e Juvenil

SM/PF Saúde Mulher e Planeamento Familiar

UCSP Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados

UCSP-M Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados com utentes com médico de família atribuído

UCSP-S Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados com menos de 3 médicos em atividade

UCSP-L Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados com 3 ou mais médicos em atividade

UF Unidade Funcional

ULS Unidade Local de Saúde

USF Unidade de Saúde Familiar

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

8

1 - ENQUADRAMENTO

Os cuidados de saúde primários (CSP) são o pilar central do sistema de saúde, assumindo importantes funções

de promoção da saúde, prevenção e prestação de cuidados na doença, continuidade de cuidados e articulação

com outros serviços de saúde.

As unidades prestadoras de cuidados de saúde primários encontram-se integradas em Agrupamentos de

Centros de Saúde (ACES) e nove deles em Unidades Locais de Saúde (ULS).

Os ACES são serviços públicos de saúde com autonomia administrativa que têm por missão garantir a prestação

de CSP à população de determinada área geográfica. São constituídos por vários tipos de unidades funcionais

(UF): Unidades de Saúde Familiar (USF); Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP); Unidades

de Cuidados na Comunidade (UCC); Unidades de Saúde Pública (USP); Unidades de Recursos Assistenciais

Partilhados (URAP). Cada UF assenta numa equipa multiprofissional, com autonomia organizativa e técnica.

As ULS são entidades públicas empresariais que têm por objeto principal a prestação de cuidados de saúde

primários, diferenciados e continuados à população residente na área geográfica por ela abrangida, e ainda

assegurar as atividades de saúde pública e os meios para exercício das competências da autoridade de saúde.

O desenvolvimento organizacional dos cuidados de saúde primários constitui-se como um processo evolutivo e

de melhoria contínua que concorre para a sustentabilidade económica, financeira e social do SNS.

Em termos de política de saúde, e no contexto de uma progressiva restrição orçamental, decorrente da atual

conjuntura económica e financeira, os anos de 2011 a 2013 exigiram um acrescido rigor e responsabilização na

gestão do bem público, visando cumprir os objetivos definidos ao nível da atividade dos cuidados de saúde

primários e a responder às necessidades em saúde dos cidadãos.

Neste contexto, o processo de contratualização nos cuidados de saúde primários, que tem vindo a ser

implementado e consolidado nos últimos anos, apresenta-se como um instrumento importante para a melhoria

do acesso, da qualidade e da eficiência dos cuidados prestados à população.

O Relatório de Atividades que aqui apresentamos apresenta uma visão nacional sobre o desempenho registado

ao nível da contratualização nos cuidados de saúde primários, não substituindo os Relatórios de Avaliação

efetuados pelas Administrações Regionais de Saúde, pelos ACES e pelas UF que os constituem. O presente

documento constitui-se como uma oportunidade de reflexão sobre o desempenho de todos os intervenientes no

processo, devendo ser encarado positivamente, numa perspetiva construtiva, como um processo em que se

analisam as práticas e não os indivíduos, em que, com base em critérios e indicadores validades e

consensualizados, se percebe onde se está, como se está e o que é necessário fazer para melhorar o

desempenho e os resultados em saúde para a nossa população.

Mais se reforça a importância deste processo na medida em que, numa realidade única e inovadora nos serviços

públicos, resulta desta avaliação a atribuição de incentivos institucionais e de incentivos financeiros às USF

(estes últimos aplicam-se apenas aos profissionais das USF modelo B).

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

9

2 – INTRODUÇÃO

O presente Relatório visa proceder a uma análise da atividade dos Cuidados de Saúde Primários com o objetivo

de identificar oportunidades de melhoria que permitam que o processo de contratualização nos cuidados de

saúde primários continue o seu caminho de consolidação, contribuindo assim cada vez mais para a obtenção de

ganhos ao nível da qualidade e da efetividade dos cuidados que são prestados.

Em concreto, este documento avalia o processo de contratualização ao nível dos cuidados de saúde primários

(CSP) em Portugal continental nos anos de 2011, 2012 e 2013.

Nestes anos, o processo de contratualização foi funcionalmente organizado em 2 componentes articuladas:

1. A contratualização interna, realizada entre os Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) e as respetivas

unidades funcionais, formalizada com a assinatura das cartas de compromisso;

2. A contratualização externa, realizada entre as Administrações Regionais de Saúde (ARS) e os respetivos

ACES, formalizada com a assinatura de cada contrato-programa.

Este processo para cada um dos anos está explicitado nos seguintes documentos:

- 2011 - "Cuidados de Saúde Primários 2011. Metodologia de contratualização", publicado a 9 de

dezembro de 2010 pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS)1;

- 2012 – “Cuidados de Saúde Primários 2012. Metodologia de contratualização", publicado a 9 de março

de 2012 pela ACSS 2;

- 2013 - “Cuidados de Saúde Primários 2013. Metodologia de contratualização”, publicado em março de

2013 pela ACSS 3 .

Ainda em termos de documentos que suportam o processo de contratualização nos cuidados de saúde

primários, é importante destacar que os indicadores utilizados têm vindo a ser alvo de aperfeiçoamento

sucessivo, garantindo-se assim um tratamento uniforme da informação e uma correta leitura dos mesmos. Neste

âmbito, encontra-se definida a composição dos “bilhetes de identidade” destes indicadores, que está disponível

no documento do “BI dos Indicadores de monitorização dos Cuidados de Saúde Primários”, de outubro de 2013

e publicado na página institucional da ACSS na internet.

1 Disponível em http://www.acss.min-saude.pt/Portals/0/MetodologiaContratualizaoCSP_2011.pdf

2 Disponível em http://www.acss.min-saude.pt/Portals/0/14_Mar_2012_MetodologiaContratualizaoCSP_2012.pdf

3 Disponível em http://www.acss.min-saude.pt/Portals/0/Metodologia_Contratualizao_2013_CSP.PDF

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

10

Importa ainda referir que para estes anos, o processo de contratualização interna com as Unidades de Saúde

Familiar (USF) teve o seguinte enquadramento legislativo:

1. Decreto-lei n.º 298/2007, de 22 de agosto, que estabelece a organização e funcionamento das USF e o

regime de incentivos a atribuir aos respetivos profissionais, prevendo a existência de incentivos

institucionais a atribuir à equipa multiprofissional das USF modelo A e modelo B, de incentivos financeiros a

atribuir a assistentes técnicos e enfermeiros nas USF modelo B e incentivos por atividades específicas

realizadas a atribuir a médicos em USF modelo B;

2. Portaria n.º 377-A/2013, de 30 de dezembro, que procede à primeira alteração à Portaria n.º 301/2008 de 18

de abril que regula os critérios e condições para a atribuição de incentivos institucionais e financeiros às

USF, especificando os indicadores usados na contratualização de cada tipo de incentivo e a métrica de

avaliação das metas contratualizadas.

Ao longo dos anos 2011 a 2013, a contratualização interna veio a englobar, para além das USF, as UCSP.

O decreto-Lei n.º 102/2009, de 11 de julho, refere que o processo de contratualização é também aplicável aos

ACES integrados nas Unidades Locais de Saúde (ULS), com as necessárias adaptações que decorrem das

respetivas especificidades organizativas.

O último trimestre do ano de 2012 foi marcado pela reconfiguração dos ACES, que possibilitou a redução do

número de ACES, por agregação dos previamente existentes em estruturas de maior dimensão. Essa

reconfiguração englobou todas as ARS, exceto a do Algarve.

Este documento tem como objetivo efetuar uma avaliação nacional e regional não só dos resultados, como

também do próprio processo de contratualização nos cuidados de saúde primários, incidindo especialmente

sobre as seguintes dimensões:

1. Comparação temporal do processo (anos de 2011, 2012 e 2013);

2. Comparação temporal dos resultados (anos de 2011, 2012 e 2013);

3. Comparação inter-regional do processo (entre as 5 ARS);

4. Comparação inter-regional dos resultados (entre as 5 ARS);

5. Comparação dos resultados entre UCSP, USF modelo A e USF modelo B.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

11

ESTRUTURA DO RELATÓRIO

Em termos de organização, e para facilitar a sua análise e compreensão, o presente Relatório encontra-se

estruturado em seis capítulos, que para além do inicial, que é dedicado ao enquadramento, e do presente que se

refere à introdução, integra um capítulo relativo à relação entre a evolução da estrutura organizacional e o

processo de contratualização nos cuidados de saúde primários, um capítulo onde se carateriza a população

inscrita nos CSP com realce para a caraterização dos principais problemas de saúde ou morbilidade dos

utilizadores, mais outro grande capítulo referente ao processo de avaliação dos compromissos contratualizados

abrangendo a análise da Contratualização Externa com os ACES, da Contratualização Interna com as Unidades

Funcionais, incluindo indicadores para incentivos institucionais e financeiros e, por último, um capítulo dedicado

às conclusões.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

12

3 - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E PROCESSO DE CONTRATUALIZAÇÃO NOS CSP

Conforme é reconhecido, o processo de contratualização em saúde proporciona um contexto para o

desenvolvimento de comportamentos num quadro de gestão descentralizada, com autonomia e

responsabilidade, alavancando assim os princípios e objetivos que têm suportado o processo de reorganização

dos cuidados de saúde primários que tem vindo a ocorrer nos últimos anos em Portugal Continental. Nesta

sequência, o presente capítulo relaciona a reorganização existente nas estruturas gestoras e prestadoras de

cuidados primários com o alargamento do alcance das ferramentas de contratualização neste nível de cuidados,

analisando primeiro a perspetiva da contratualização externa e, em seguida, abordando a contratualização

interna.

O quadro seguinte apresenta a mais recente organização em termos de cuidados de saúde primários, na medida

em que foram recentemente publicadas novas Portarias com a reconfiguração dos ACES, as quais permitem

reduzir o número de ACES existentes, por agregação em estruturas de maior dimensão e mais eficientes que

abranjam grupos de população mais numerosa, cumprindo também, atento o contexto económico atual, o

imperativo de adoção de medidas para a racionalização da despesa e otimização dos recursos disponíveis –

Portaria n.º 308/2012, de 9 de outubro (ARS Alentejo), Portaria n.º 310/2012, de 10 de outubro (ARS Norte),

Portaria n.º 394-A/2012, de 29 de novembro (ARS Centro) e Portaria n.º 394-B/2012, de 29 de novembro (ARS

LVT).

Tabela 1 - Organização dos cuidados de saúde primários no final de 2013, por região de saúde

2013 ARS Norte ARS Centro ARS Lisboa e

Vale do Tejo

ARS

Alentejo

ARS

Algarve

Portugal

Continental

Número de ACES 24 9 15 4 3 55

Número de UCC 90 31 51 30 11 213

Número de UCSP* 163 100 136 42 17 458

Número de USF 200 45 125 15 9 394

Número de USF modelo A 96 30 71 10 6 213

Número de USF modelo B 104 15 54 5 3 181

*Inclui todas as UCSP de qualquer dimensão

Em termos de política de saúde, e no contexto de uma significativa restrição orçamental, decorrente da atual

conjuntura económica e financeira, os três anos aqui em análise (2011 a 2013) exigiram um acrescido rigor e

responsabilização na gestão do bem público, visando cumprir os objetivos definidos ao nível da atividade dos

cuidados de saúde primários e responder às necessidades em saúde dos cidadãos, pelo que o processo de

contratualização nos cuidados de saúde primários, que tem vindo a ser implementado e consolidado nos últimos

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

13

anos, é encarado pelos vários agentes como um instrumento importante para a melhoria do acesso, da

qualidade e da eficiência dos cuidados de saúde prestados à população.

Através da análise dos quadros seguintes, abordamos mais em detalhe a realidade específica das USF e das

UCSP, destacando que no final de 2013 continuava a reduzir o número de utentes sem médico de família

atribuído nos cuidados de saúde primários em Portugal.

Tabela 2 - Proporção de utentes inscritos por tipo de UF, com e em Médico de Família – 2011, 2012 e 2013

2011 N.º UF Nº Inscritos % Inscritos em

UF Sem Médico

% Inscritos S/

MF

UCSP 486 7 157 711 65% 1 819 248 25,4%

USF A 184 2 058 457 19% 13 579 0,7%

USF B 137 1 879 383 17% 5 968 0,3%

USF 321 3 937 840 35% 19 547 0,5%

Total 807 11 095 551 100% 1 838 795 16,6%

UCC 182

2012 Nº UF Nº Inscritos % Inscritos Sem Médico

% Inscritos S/

MF

UCSP 465 6 737 537 60% 1 634 318 24,3%

USF A 195 2 159 837 19% 23 480 1,1%

USF B 162 2 250 094 20% 2 811 0,1%

USF 357 4 409 931 40% 26 291 0,6%

Total 822 11 147 468 100% 1 660 609 14,9%

UCC 209

2013 Nº UF Nº Inscritos

% Inscritos em

UF Sem Médico

% Inscritos S/

MF

UCSP 458 5 471 744 54% 1 265 116 23,1%

USF A 213 2 250 310 22% 50 725 2,3%

USF B 181 2 483 615 24% 16 584 0,7%

USF 394 4 733 925 46% 67 309 1,4%

Total 852 10 205 669 100% 1 332 425 13,1%

UCC 213

A 31 de dezembro de 2013 encontravam-se em atividade 394 USF que abrangiam 4.733.925 utentes o que, face

à situação de partida do final do ano de 2011, representa um aumento superior a 750.000 utentes servidos por

USF (46% dos utentes estavam inscritos em USF no final de 2013).

O quadro seguinte apresenta um resumo do número de profissionais que constituíam as USF entre 2011 e 2013.

Tabela 3 - Número de profissionais que constituíam as USF entre 2011 e 2013

Profissionais 2011 2012 2013

Nº Total Média por USF Nº Total Média por USF Nº Total Média por USF

Médicos 2.277 6,9 2.520 6,8 2.634 6,6

Enfermeiros 2.279 7,1 2.461 6,9 2.612 6,6

Secretários Clínicos 1.800 5,6 1.967 5,5 2.015 5,1

Todos Profissionais 6.356 19,6 6.948 19,2 7.261 18,3

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

14

3.1 - CONTRATUALIZAÇÃO EXTERNA

A Tabela 4 sintetiza o número e proporção de ACES que contratualizaram no continente, por ARS e no universo

das ULS.

A ARS Norte, que teve os respetivos ACES reconfigurados pela publicação da Portaria n.º 310/2012, a 10 de

outubro, passou de 26 para 24 ACES com a fusão de 4 deles (a originar os ACES de Guimarães, Vizela e Terras

de Basto e o ACES de Maia e Valongo), adaptou a contratualização externa de 2012 a esta reconfiguração.

Também a ARS Alentejo em 2011 tinha 6 ACES contratualizáveis e em 2012 apenas 5, já que o ACES Caia e o

ACES de São Mamede, pertencentes à ULS Norte Alentejano, que contratualizaram separadamente em 2011,

fundiram-se ao longo de 2012 num único ACES (designado ACES São Mamede). É por estes motivos que na

Tabela 4 existem 74 ACES em 2011 e 71 em 2012.

O ano de 2012 foi marcado pela reconfiguração dos ACES das respetivas ARS através da publicação da

seguinte legislação: portaria n.º 308/2012, de 9 de outubro (ARS Alentejo), portaria n.º 310/2012, de 10 de

outubro (ARS Norte), portaria n.º 394-A/2012, de 29 de novembro (ARS Centro) e portaria n.º 394-B/2012, de 29

de novembro (ARS LVT). Desta forma, o ano de 2013 tem uma significativa redução do número de ACES de 74

para 55.

Tabela 4 – Número de ACES que contratualizaram em 2011, 2012 e 2013 por ARS

ACES por ARS Nº ACES que contratualizaram Nº total de ACES

2011 2012 2013 2011 2012 2013

ARS Norte 22 24 24 26 24 24

ARS Centro 17 3 9 17 17 9

ARS LVT 22 0 15 22 22 15

ARS Alentejo 6 5 4 6 5 4

ARS Algarve 0 3 2 3 3 3

Total 67 35 54 74 71 55

ACES integrados em ULS

8 8 9 9 8 9

Salienta-se que em 2012 contratualizaram apenas 35 dos 71 ACES contratualizáveis, o que corresponde a uma

diminuição em relação ao ocorrido no ano anterior. Esse decréscimo resultou de a ARS LVT não ter

contratualizado com nenhum dos seus 22 ACES e de a ARS Centro ter contratualizado com apenas 3 de um

total de 17, essencialmente em resultado da reorganização dos ACES que ocorreu a nível nacional e que já se

encontrava em preparação durante o ano de 2012.

De notar, que em 2013 o número de ACES que contratualizaram aumentou em todas as ARS, com particular

destaque para a ARS LVT que passou a contratualizar com todos os ACES, contrariamente ao verificado no ano

anterior.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

15

O “ACES típico” dos anos 2011, 2012 e 2013 reunia as características gerais explícitas na Tabela 5. Uma vez

analisadas essas características, constata-se que apesar de o número de ACES ter diminuído de 74 em 2011

para 55 em 2013, regista-se uma maior proporção de utentes com Médico de Família. Podemos ainda verificar

que a taxa de utilização de consultas médicas foi evoluindo ao longo do triénio, isto é, o número de utentes que

tiveram contacto com os cuidados de saúde primários aumento em cada um dos anos analisados. Salienta-se

também o aparente aumento da prevalência de Diabetes e Hipertensão, influenciada pela melhoria dos registos

clínicos e sistematização da codificação dos problemas de saúde pela ICPC-2, como se verá em capítulo

próprio.

Tabela 5 – ACES típico – 2011 a 2013

Características ACES Típico

2011 2012 2013

Nº Inscritos 150.268 193.809 186.538

Utentes com MF (%) 81,40% 83,80% 86,50%

Nº de Médicos 72 96 95

Nº Inscritos / Médico 1.694 1.685 1.693

Taxa Utilização 1 ano (%) 61,70% 63,60% 68,10%

Nº consultas por mês /Médico 396 323 337

Prevalência de Diabetes 5,40% 6,20% 6,90%

Prevalência de Hipertensão 14,50% 17,10% 19,30%

Analisando agora a matriz de indicadores que compõem o eixo nacional da contratualização externa,

constatamos que esta matriz é semelhante para os anos de 2011 e 2012, com a exceção de 2 indicadores que

viram as suas versões ligeiramente alteradas, nomeadamente:

1. "Custos com medicamentos faturados": em 2011 utilizou-se o indicador [7.6 d1] e em 2012 o [7.6 d4].

2. "Percentagem de consultas médicas presenciais, com ICPC-2": O indicador proposto para 2011 tinha a

designação "Nº de episódios agudos que deram origem a codificação de episódio (ICPC2) / nº total de

episódios", não tendo o mesmo sido operacionalizado no sistema de informação de forma a permitir a sua

monitorização e avaliação atempada.

A Tabela 6 apresenta, para a contratualização externa de 2011 e 2012, a lista de indicadores usados nos eixos

nacional, regional e local e, na última coluna (N), o número de ACES que contratualizaram e relativamente aos

quais existem resultados nos sistemas de informação para cada indicador.

Relativamente ao eixo nacional, no ano de 2011, não foi possível contratualizar os indicadores "Percentagem de

consultas médicas presenciais, com ICPC-2" e "Percentagem de utilizadores satisfeitos ou muito satisfeitos". No

ano de 2012, eixo nacional, apenas o indicador da "satisfação de utentes" ficou por contratualizar, por ainda não

existir um processo estruturado a nível nacional (o que já foi alcançado para o processo de contratualização de

2014).

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

16

A experiência acumulada ao longo dos últimos anos no processo de contratualização em CSP permitiu, tendo

em conta a evidência científica e orientações existentes, a identificação de outras áreas de atividade pertinentes.

Desta forma, o ano de 2013 surge com novos indicadores para o processo de contratualização e monitorização

dos CSP.

Tabela 6 – Lista e frequência absoluta de utilização de indicadores do processo de contratualização externa de 2011 e

2012, com especificação da área clínica e da pertença ao eixo nacional ou ao eixo regional/local

ID C. SIARS NOME - INDICADORES DO EIXO REGIONAL OU LOCAL ÁREA CLÍNICA

Frequência Absoluta

2011 2012

163 8.11 Rácio despesa cefalosporinas e antibióticos prescritos Transversal - 3

164 8.12 Rácio despesa quinolonas e antibióticos prescritos Transversal 3 3

165 8.13 Percent. consumo medicamentos genéricos (em valor financ.) Transversal 1 1

166 8.14 Rácio despesa cefalosporinas e antibióticos faturados Transversal 6 1

167 8.15 Rácio despesa quinolonas e antibióticos faturados Transversal 29 5

7 2013.007.01 Proporção utilizadores referenciados para consulta hospitalar Transversal 0 -

193 -- Proporção de doentes referenciados não aceites Transversal 0 0

194 -- Taxa referenciação para RNCCI Transversal 0 0

ID C. SIARS NOME - INDICADORES DO EIXO NACIONAL ÁREA CLÍNICA

Frequência Absoluta (N)

2011 2012

108 3.15 Taxa de utilização global de consultas Transversal 67 35

109 3.22 d1 Taxa de utilização de consultas de PF (médicas) S. Mulher / Plan. Familiar

67 35

86 -- Proporção de Recém Nascidos de termo, de baixo peso Saúde Materna 67 35

139 6.12 Percent. primeiras consultas até 28 dias Saúde Infantil e Juvenil

67 35

148 6.1M d3 Percent. crianças com PNV atualizado - 14A (S) Saúde Infantil e Juvenil

67 35

134 5.3 d1 Percent. utentes [50; 75[ anos com colonoscopia ou PSOF Rastreio Oncológico

67 35

85 -- Incidência amputações major do Membro inferior em (DM), em residentes Diabetes 63 32

87 -- Taxa internamento DCV, entre residentes < 65 A Saúde Adultos 67 35

169 8.17 Consumo ansiolíticos, sedativos., hipnóticos ou antidepressivos Saúde Mental 66 33

161 8.1 Percent. consultas médicas presenciais com ICPC-2 Transversal 66 33

72 -- Percent. utilizadores satisfeitos ou muito satisfeitos Transversal 0 0

156 7.6 d3 Percent. consumo medicamentos genéricos (quantid. embal.) Transversal 67 35

154 7.6 d1 Despesa medicamentos faturados, por utilizador do SNS (PVP) Transversal 67 -

157 7.6 d4 Custo medicamentos faturados, por utilizador (PVP) Transversal - 35

160 7.7 d1 Custo MCDTs faturados por utilizador SNS Transversal 67 35

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

17

ID C. SIARS NOME - INDICADORES DO EIXO REGIONAL OU LOCAL ÁREA CLÍNICA Frequência

Absoluta

195 -- Mediana do tempo de resolução de reclamações Transversal 0 -

115 4.18 Taxa visitas domiciliárias médicas por 1.000 inscritos Transversal 2 -

152 6.9M Percent. primeiras consultas de gravidez no 1º trimestre Saúde Materna 9 -

150 6.4 Percent. grávidas c/ consulta de Revisão de Puerpério efetuada Saúde Materna 6 4

151 6.9 Percent. grávidas vigiadas c/ consulta médica 1º trim. Saúde Materna - 4

117 4.22M Percent. grávidas c/ 6 ou mais consultas vigilância enfermagem Saúde Materna 3 -

140 6.13 Percent. Recém Nascidos com TSHPKU realizado até ao 7º dia Saúde Infantil e Juvenil

17 1

145 6.1M d1 Percent. crianças com PNV atualizado - 2 anos (S) Saúde Infantil e Juvenil

13 2

147 6.1M d2 Percent. crianças com PNV atualizado - 7 anos (S) Saúde Infantil e Juvenil

13 5

113 4.10M 1m Percent. crianças c/ 3+ consulta médica vigilância 2º ano Saúde Infantil e Juvenil

1 -

120 4.34M Percent. de Recém Nascidos c/ domicílio enfermagem até 15º dia vida Saúde Infantil e Juvenil

1 1

123 4.9M 1m Percent. crianças c/ 6+ consult.médicas vigilância no 1º ano vida Saúde Infantil e Juvenil

1 1

130 5.13M2 Percent. crianças 2 anos, c/ peso e altura 1 ano Saúde Infantil e Juvenil

1 1

128 5.10M i Percent. de hipertensos com PA em cada semestre Hipertensão 35 8

129 5.13M1 Percent. hipertensos c/ IMC últimos 12 meses Hipertensão 3 1

174 8.6 Percent. de inscritos com diagnóstico HTA Hipertensão 3 6

149 6.2M Percent. hipertensos>= 25 anos, c/ vacina tétano Hipertensão 2 1

162 8.10 Percent. hipertensos com compromisso vigilância Hipertensão 1 2

76 2013.076.01 Proporção hipertensos com compromisso vigilância Hipertensão 0 4

196 -- Proporção DM com PA em cada semestre Hipertensão - 0

92 2013.092.01 Proporção hipocoagulados controlados na unidade Saúde Adultos 0 18

40 2013.040.01 Proporção DM c/ exame oftalmológico último ano Diabetes - 24

136 5.4M 2 Percent. DM c/ 1 HgbA1c por semestre Diabetes 17 5

137 5.7 Percent. DM com exame pés último ano Diabetes 9 7

177 8.9 Percent. de DM2 com compromisso de vigilância Diabetes 6 7

173 8.5 Percent. de inscritos com diagnóstico diabetes Diabetes 5 6

141 6.19M Percent. DM [18;76[ anos c/ consulta enfermagem vigilância DM 12M Diabetes 3 1

197 2012.091.V0 Proporção DM, c/ HgbA1c <= 6,5 % Diabetes - 0

168 8.16 Rácio despesa faturada DPP4 e antidiabéticos orais Diabetes 1 2

131 5.1M Percent. mulheres [50; 70[ A, c/ mamografia (2 anos) Rastreio Oncológico

46 10

132 5.2 Percent. mulheres [25; 64[ A, c/ colpocitologia Rastreio Oncológico

45 8

176 8.8 Percent. de inscritos com diagnóstico DPOC Respiratório 4 4

175 8.7 Percent. de inscritos com diagnóstico de asma Respiratório 2 2

LEGENDA:

ID – Número de identificação do indicador; C. SIARS – Código SIARS do indicador; N – Número de ACES que contratualizaram o indicador e relativamente aos quais existem resultados nos sistemas de informação.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

18

A Tabela 7 apresenta, para a contratualização externa de 2013, a lista de indicadores usados nos eixos nacional,

regional e local e, na última coluna (N), o número de ACES que contratualizaram e relativamente aos quais

existem resultados nos sistemas de informação para cada indicador.

Tabela 7 – Lista e frequência absoluta de utilização de indicadores do processo de contratualização externa de 2013, com

especificação da área clínica e da pertença ao eixo nacional ou ao eixo regional/local

ID C. SIARS NOME - INDICADORES DO EIXO NACIONAL ÁREA CLÍNICA

Frequência Absoluta (N)

2013

6 2013.006.01 Taxa de utilização de consultas médicas - 3 anos Transversal 54

4 2013.004.01 Taxa de domicílios enfermagem por 1.000 inscritos Transversal 54

66 2013.066.01 Proporção medicam. faturados, que são genéricos Transversal 54

47 2013.047.01 Proporção utentes >= 14 A, c/ reg. hábit. tabágic. Transversal 54

74 2013.074.01 Proporção cons. méd. presenciais, com ICPC-2 Transversal 54

87 --- Taxa internam. DCV, entre residentes < 65 A Saúde Adultos 54

52 2013.052.01 Proporção MIF, com acompanhamento adequado em PF S. Mulher / Plan. Familiar 54

86 --- Proporção de RN de termo, de baixo peso S. Materna 53

64 2013.064.01 Proporção jovens 14A, c/ cons. méd. vig. e PNV Saúde Infantil e Juvenil 54

85 --- Incid. amputações major Minf. (DM), em residentes Diabetes 53

56 2013.056.01 Proporção idosos, sem ansiol. / sedat. / hipnót. Saúde Mental 54

72 --- Satisfação de utilizadores de UF Transversal 0

68 2013.068.01 Despesa medic. faturados, por utiliz. (PVP) Transversal 54

69 2013.069.01 Despesa MCDT fatur. p/ util. SNS (p. conv. s/ TM) Transversal 54

ID C. SIARS NOME - INDICADORES DO EIXO REGIONAL OU LOCAL ÁREA CLÍNICA

Frequência Absoluta (N)

2013

46 2013.046.01 Proporção utentes [50; 75[A, c/ rastreio cancro CR Registo Oncológico 41

40 2013.040.01 Proporção DM c/ exame oftalmológico último ano Diabetes 28

45 2013.045.01 Proporção mulheres [25; 60[ A, c/ colpoc. (3 anos) Registo Oncológico 27

23 2013.023.01 Proporção hipertensos com risco CV (3 A) Hipertensão 25

92 2013.092.01 Proporção hipocoagulados controlados na unidade Saúde Adultos 22

44 2013.044.01 Proporção mulheres [50; 70[ A, c/ mamogr. (2 anos) Registo Oncológico 18

96 2013.096.01 Rácio despesa faturada DPP4 e antidiabét. orais Diabetes 15

20 2013.020.01 Proporção hipertensos < 65 A, com PA < 150/90 Hipertensão 14

11 2013.011.01 Proporção gráv. c/ consulta méd. vigil. 1º trim. Saúde Materna 13

14 2013.014.01 Proporção RN c/ cons. méd. vigil. até 28 dias vida Saúde Infantil e Juvenil 10

27 2013.027.01 Proporção crianças 2A, c/ PNV cumprido até 2A Saúde Infantil e Juvenil 9

34 2013.034.01 Proporção obesos >=14A, c/ cons. vigil. obesid. 2A Transversal 9

53 2013.053.01 Proporção utentes >=14A, c/ registo consumo álcool Saúde Mental 9

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

19

35 2013.035.01 Proporção DM com exame pés último ano Diabetes 7

39 2013.039.01 Proporção DM c/ última HgbA1c <= 8,0 % Diabetes 7

17 2013.017.01 Proporção crianças c/ 3+ cons. méd. vigil. 2º ano Saúde Infantil e Juvenil 7

48 2013.048.01 Proporção fumadores, c/ consulta relac. tabaco 1A Transversal 7

8 2013.008.01 Taxa de utilização de consultas de PF (méd./enf.) SM/PF 7

16 2013.016.01 Proporção crianças c/ 6+ cons. méd. vigil. 1º ano Saúde Infantil e Juvenil 6

42 2013.042.01 Proporção DM2 em terapêut. c/ metformina Diabetes 5

18 2013.018.01 Proporção de hipertensos com IMC (12 meses) Hipertensão 4

65 2013.065.01 Proporção utentes >= 75 A, c/ presc. cró. < 5 fár. Saúde Adultos 4

9 2013.009.01 Taxa de utilização de consultas de PF (enf.) S. Mulher / Plan. Familiar

4

22 2013.022.01 Proporção hipertensos sem DM c/ prescrição ARA II Hipertensão 3

19 2013.019.01 Proporção de hipertensos com PA em cada semestre Hipertensão 3

97 2013.097.01 Proporção DM c/ microalbum. último ano Diabetes 2

50 2013.050.01 Proporção grávidas c/ consulta RP efetuada Saúde Materna 2

98 2013.098.01 Proporção utentes >= 25 A, c/ vacina tétano Saúde Adultos 2

57 2013.057.01 Proporção RN com TSHPKU realizado até ao 6º dia Saúde Infantil e Juvenil 2

12 2013.012.01 Proporção grávidas c/ 6+ cons. vigil. enferm. Saúde Materna 2

33 2013.033.01 Proporção utentes > 14A, c/ IMC últimos 3 anos Transversal 2

5 2013.005.01 Proporção de consultas realizadas pelo EF Transversal 2

3 2013.003.01 Taxa de domicílios médicos por 1.000 inscritos Transversal 1

38 2013.038.01 Proporção DM c/ 1 HgbA1c por semestre Diabetes 1

37 2013.037.01 Proporção DM c/ cons. enf. vigil. DM último ano Diabetes 1

15 2013.015.01 Proporção RN c/ domicílio enf. até 15º dia de vida Saúde Infantil e Juvenil 1

21 2013.021.01 Proporção hipertensos, c/ prescrição de tiazidas Hipertensão 1

LEGENDA:

ID – Número de identificação do indicador; C. SIARS – Código SIARS do indicador; N – Número de ACES que contratualizaram o indicador e relativamente aos quais existem resultados nos sistemas de informação.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

20

3.2 - CONTRATUALIZAÇÃO INTERNA

As Tabelas 8, 9 e 10 sintetizam, respetivamente para 2011, 2012 e 2013, o número e proporção de unidades

funcionais (UF) que contratualizaram no continente, por ARS e no universo das ULS.

Em 2011, contratualizaram 557 das 798 UF contratualizáveis (69%). Esta percentagem aumentou em 2012 para

600 das 806 UF contratualizáveis (72%), esta tendência mantêm-se para 2013 com 645 das 830 UF

contratualizáveis (76%) com adesão ao processo de contratualização.

Salienta-se que este processo proporciona um contexto para o desenvolvimento de comportamentos num

quadro de gestão descentralizada e participada, e nesse âmbito, verificamos que em 2011 se efetuou

contratualização com 55% das UCSP com 3 ou mais médicos (UCSP-L), 94 % das USF modelo A e 99% das

USF modelo B. Em 2013 estas proporções subiram respetivamente para 64%, 100% e 100%.

A componente da contratualização interna que tem maiores assimetrias entre as ARS é a da contratualização

com as UCSP. Em 2011, as ARS que proporcionalmente contratualizaram com mais UCSP-L foram a ARS

Alentejo com 97% (N=34) e a ARS Norte com 83% (N=125). Em 2012, as ARS que proporcionalmente

contratualizaram com mais UCSP-L foram a ARS Alentejo com 100% (N=32) e a ARSLVT com 92% (N=107). O

ano 2013 é marcado com a contratualização de 14% (N= 2) UCSP-L na ARS Algarve e pela ausência de

contratualização interna com as UCSP na ARS Centro, mantendo-se os valores das restantes ARS em valores

muito satisfatórios.

Relativamente às ULS, nos três anos em análise, verificamos que contratualizaram com a quase totalidade das

respetivas USF. Ainda nesses anos demonstraram uma boa capacidade de contratualização com as UCSP de

pequenas dimensões (UCSP-S), contratualizando com 11 das 15 existentes em 2011, 10 das 15 existentes em

2012 e, 10 das 19 em 2013.

Tabela 8 – Número e proporção de UF que contratualizaram em 2011

2011 USF-B USF-A UCSP-L UCSP-S

UF contratualizáveis* 137 174 419 68

UF que contratualizaram [N | %] 136 99% 163 93.7% 230 55% 28 41%

UF que contratualizaram por ARS

ARS Norte [N | %] 84 100% 79 99% 125 83% 13 42%

ARS Centro [N | %] 13 100% 17 90% 0 0% 0 0%

ARS Lisboa e Vale do Tejo [N | %] 36 97% 49 89% 71 58% 7 33%

ARS Alentejo [N | %] 2 100% 11 100% 34 97% 8 89%

ARS Algarve [N | %] 1 100% 7 78% 0 0% 0 0%

UF integradas em ULS 8 17 68 15

UF integradas em ULS que contratualizaram [N | %] 8 100% 16 94% 46 68% 11 73%

LEGENDA: UCSP-S – UCSP com menos de 3 médicos; UCSP-L – UCSP com 3 ou mais médicos; * São as UF que existem durante a totalidade do último semestre do ano de contratualização.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

21

Tabela 9 – Número e proporção de UF que contratualizaram em 2012

2012 USF-B USF-A UCSP-L UCSP-S

UF contratualizáveis* 160 177 398 69

UF que contratualizaram [N | %] 160 100% 172 97% 235 59% 31 45%

UF que contratualizaram por ARS

ARS Norte [N | %] 95 100% 85 100% 95 70% 12 40%

ARS Centro [N | %] 14 100% 18 90% 0 0% 0 0%

ARS Lisboa e Vale do Tejo [N | %] 46 100% 52 95% 107 92% 11 42%

ARS Alentejo [N | %] 2 100% 11 100% 33 100% 8 89%

ARS Algarve [N | %] 3 100% 6 100% 0 0% 0 0%

UF integradas em ULS 8 18 73 15

UF integradas em ULS que contratualizaram [N | %] 8 100% 18 100% 38 52% 10 68%

LEGENDA: UCSP-S – UCSP com menos de 3 médicos; UCSP-L – UCSP com 3 ou mais médicos; * São as UF que existem durante a totalidade do último semestre do ano de contratualização.

Tabela 10 – Número e proporção de UF que contratualizaram em 2013

2013 USF-B USF-A UCSP-L UCSP-S

UF contratualizáveis* 178 192 367 90

UF que contratualizaram [N | %] 178 100% 192 100% 234 64% 38 42%

UF que contratualizaram por ARS

ARS Norte [N | %] 104 100% 91 100% 111 87% 14 40%

ARS Centro [N | %] 14 100% 24 100% 0 0% 0 0%

ARS Lisboa e Vale do Tejo [N | %] 54 100% 62 100% 88 87% 16 46%

ARS Alentejo [N | %] 3 100% 9 100% 33 100% 8 89%

ARS Algarve [N | %] 3 100% 6 100% 2 14% 0 0%

UF integradas em ULS 9 18 72 19

UF integradas em ULS que contratualizaram [N | %] 9 100% 18 100% 53 74% 10 53%

LEGENDA: UCSP-S – UCSP com menos de 3 médicos; UCSP- L – UCSP com 3 ou mais médicos; * São as UF que existem durante a totalidade do último semestre do ano de contratualização.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

22

A “Unidade Funcional típica“ nos anos de 2011, 2012 e 2013, reunia as características explícitas na Tabela 11.

Não se encontram diferenças significativas na UF típica entre 2011 e 2013, o que demonstra uma estabilização

do modelo organizacional. No entanto, salienta-se o aumento da percentagem da população com médico de

família atribuído, assim como o crescimento da percentagem de utilizadores dos cuidados de saúde primários e

da prevalência da Diabetes e Hipertensão, pelos motivos acima referidos para o ACES típico.

Tabela 11 – UF típica entre 2011 e 2013

Características UF Típica

2011 2012 2013

Nº Inscritos 13.734 12.768 12.006

Utentes com MF (%) 81,90% 84,60% 86,90%

Nº de Médicos, em média 6,6 6,4 6,2

Nº Inscritos / Médico 1.694 1.685 1.693

Taxa Utilização 59,00% 63,00% 65,90%

Nº Cons./mês /Médico 357 307 313

Prevalência de Diabetes 5,40% 6,20% 6,90%

Prevalência de Hipertensão 14,40% 17,10% 19,20%

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

23

3.2.1 - CONTRATUALIZAÇÃO DE INCENTIVOS INSTITUCIONAIS

A matriz de indicadores utilizados na contratualização de incentivos institucionais com as USF (e aplicados às

UCSP) em 2011 e 2012 pode ser consultada na Tabela 12. O único indicador que mudou de 2011 para 2012 foi

o dos "custos com medicamentos", já que em 2011 se contratualizou pelo indicador [7.6 d1] e em 2012 pelo [7.6

d4], como sucedeu na contratualização externa.

Contratualizaram-se mais indicadores de forma sistemática em 2012 do que em 2011, o que decorre de em 2012

terem contratualizado mais UF do que em 2011.

Nos anos de 2011 e 2012 não foi contratualizado o indicador da "satisfação de utentes" com nenhuma UF, por

não existir um processo estruturado a nível nacional (processo esse que já foi implementado para o ano de

2014).

Tabela 12 – Indicadores usados no processo de contratualização de incentivos institucionais com UCSP e USF nos anos de

2011 e de 2012

ÁREA ID C. SIARS NOME

Acesso

107 3.12 Percent. de consultas realizadas pelo MF

108 3.15 Taxa de utilização global de consultas

115 4.18 Taxa visitas domiciliárias médicas por 1.000 inscritos

118 4.30 Taxa visitas domiciliárias de enfermagem por 1.000 inscritos

Desempenho Assistencial

132 5.2 Percent. mulheres [25; 64[ anos com colpocitologia

131 5.1M Percent. mulheres [50; 70[ anos com mamografias (2 anos)

136 5.4M 2 Percent. Diabetes Mellitus c/ 1 HgbA1c por semestre

128 5.10M i Percent. de hipertensos com PA em cada semestre

145 6.1M d1 Percent. crianças com PNV atualizado - 2 anos (S)

147 6.1M d2 Percent. crianças com PNV atualizado - 7 anos (S)

139 6.12 Percent. primeiras consultas até 28 dias

152 6.9M Percent. primeiras consultas gravidez 1º trimestre

Satisfação dos utentes

72 -- Percent. utilizadores satisfeitos ou muito satisfeitos

Desempenho Económico-financeiro

154 7.6 d1 Despesa medicamentos faturados, por utilizador do SNS (PVP)*

157 7.6 d4 Custo medicamentos faturados, por utilizador (PVP)*

160 7.7 d1 Custo MCDTs faturados, por utilizador SNS (preço convencionado)

LEGENDA: ID – Número de identificação do indicador; C. SIARS – Código SIARS do indicador;

*Em 2011 foi contratualizado o indicador 7.6d1, e em 2012o 7.6d4

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

24

Para o ano de 2013, a contratualização dos incentivos institucionais com as USF sofreu evolução na medida em

que dos 15 indicadores a contratualizar com as USF, 13 foram estabelecidos no anexo I da Portaria n.º

301/2008, de 18 de abril e os restantes 2 foram definidos pelas ARS, de entre os indicadores validados pela

ACSS (segundo a alínea b do nº 2 do artigo 2º da referida portaria) no âmbito do documento referente ao Bilhete

de Identidade dos Indicadores de Monitorização dos Cuidados de Saúde Primários, publicado pela ACSS em

janeiro de 2013.

A Tabela 13 apresenta a lista dos 13 indicadores base, comuns a todas as USF e UCSP a nível nacional:

Tabela 13 – Indicadores usados no processo de contratualização de incentivos institucionais com UCSP e USF no ano

2013

ÁREA ID C. SIARS NOME

Acesso

107 3.12 Percent. de consultas realizadas pelo MF

2 2013.002.01 Taxa de utilização global de consultas

115 4.18 Taxa visitas domiciliárias médicas por 1.000 inscritos

118 4.30 Taxa visitas domiciliárias de enfermagem por 1.000 inscritos

Desempenho

Assistencial

132 5.2 Percent. mulheres [25; 64[ anos com colpocitologia

136 5.4M 2 Percent. Diabetes Mellitus c/ 1 HgbA1c por semestre

128 5.10M i Percent. de hipertensos com PA em cada semestre

27 2013.027.01 Proporçao de crianças 2A,c/ PNV cumprido até 2A

139 6.12 Percent. primeiras consultas até 28 dias

152 6.9M Percent. primeiras consultas gravidez 1º trimestre

Satisfação dos utentes 72 -- Percent. utilizadores satisfeitos ou muito satisfeitos

Desempenho

Económico-financeiro

157 7.6 d4 Custo medicamentos faturados, por utilizador (PVP)*

160 7.7 d1 Custo MCDTs faturados, por utilizador SNS (preço convencionado)

LEGENDA: ID – Número de identificação do indicador; C. SIARS – Código SIARS do indicador;

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

25

Cada ARS escolheu para a contratualização de incentivos institucionais 2 indicadores de desempenho

assistencial da lista de indicadores indicados na Tabela 14, de forma a completar o conjunto de 15 indicadores.

Tabela 14 – Indicadores de desempenho assistencial elegíveis para seleção pelas ARS para ano 2013

ÁREA ID C. SIARS NOME

Desempenho Assistencial

96 2013.096.01 Rácio despesa faturada DPP-4 e antidiabét. orais

65 2013.065.01 Proporção utentes >= 75 A, c/ presc. cró. < 5 fár.

47 2013.047.01 Proporção utentes >= 14 A, c/ reg. hábit. tabágic.

46 2013.046.01 Proporção utentes [50; 75[A, c/ rastreio cancro CR

44 2013.044.01 Proporção mulheres [50; 70[ A, c/ mamogr. (2 anos)

42 2013.042.01 Proporção DM2 em terapêut. c/ metformina

20 2013.020.01 Proporção hipertensos < 65 A, com PA < 150/90

97 2013.097.01 Proporção DM c/ microalbum. último ano

53 2013.053.01 Proporção utentes >=14A, c/ registo consumo álcool

39 2013.039.01 Proporção DM c/ última HgbA1c <= 8,0 %

LEGENDA: ID – Número de identificação do indicador; C. SIARS – Código SIARS do indicador;

O ano de 2013 permitiu ainda consolidar os processos experimentais (e pontuais) de contratualização com USP

e UCC, que se iniciaram em 2012 em várias regiões de saúde, nomeadamente com o objetivo de estabelecer

um quadro estável de indicadores de monitorização e acompanhamento da sua atividade para o futuro.

3.2.2 - CONTRATUALIZAÇÃO DE INCENTIVOS FINANCEIROS

A matriz de indicadores utilizados na contratualização de incentivos financeiros nas USF modelo B em 2011,

2012 e 2013 pode ser consultada na Tabela 15. Em 2011 e 2012 contratualizaram-se os mesmos indicadores

(manteve-se a matriz de indicadores a contratualizar). No ano 2013 contratualizou-se o indicador 27 –

“Proporção crianças 2ª, com PNV cumprido até 2ª” em substituição do indicador 145 – “Percentagem crianças

com PNV atualizado – 2 anos (S)”.

Contratualizaram-se mais indicadores de forma sistemática em 2013 do que em 2012 e mais em 2012 do que

em 2011, o que decorre de tanto em 2013 como em 2012 terem contratualizado mais UF do que em 2011.

Nos anos de 2011 e 2012 não foi contratualizado o indicador da "gestão de regime terapêutico" com nenhuma

USF modelo B, dado que os sistemas de informação ainda não permitiam proceder ao seu registo. No ano 2013

o indicador foi contratualizado com 124 USF modelo B.

Também em relação à contratualização de incentivos financeiros se pode afirmar que todos os indicadores foram

mais usados em 2013 mais do que em 2012 e, em 2012 mais do que em 2011.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

26

Tabela 15 – Indicadores usados no processo de contratualização de incentivos financeiros com USF modelo B nos anos de

2011, 2012 e de 2013

ÁREA CLÍNICA ID C. SIARS NOME

Saúde da Mulher Planeamento

Familiar

110 3.22M Taxa de utilização de consultas de PF (enf.)

133 5.2M Percent. mulheres vigiadas em PF [25;50[A, c/ colpo. (3A)

Saúde Materna

117 4.22M Percent. grávidas c/ 6+ cons. vigil. enferm.

150 6.4 Percent. grávidas c/ consulta RP efetuada

119 4.33 Percent. puérperas vigiadas, c/ domicílio enferm.

Saúde Infantil e Juvenil

140 6.13 Percent. Recém Nascido com TSHPKU realizado até ao 7º dia

120 4.34M Percent. de Recém Nascidos c/ domicílio enferm. até 15º dia de vida

123 4.9M 1m Percent. crianças c/ 6+ cons. méd. vigil. 1º ano

113 4.10M 1m Percent. crianças c/ 3+ cons. méd. vigil. 2º ano

130 5.13M2 Percent. crianças 2 anos, c/ peso e altura 1 ano

145 6.1M d1 Percent. crianças com PNV atualizado - 2 anos (S)

27 2013.027.01 Proporção crianças 2ª, c/ PNV cumprido até 2A

Diabetes

141 6.19M Percent. DM [18;76[A c/ cons. enf. vigil. DM 12M

36 2013.036.01 Proporção DM c/ consulta de enfermagem e Gestão Regime Terapêutico último

ano

137 5.7 Percent. DM com exame pés último ano

Hipertensão

129 5.13M1 Percent. hipertensos c/ IMC últimos 12 meses

127 5.10M f Percent. de hipertensos com PA em cada semestre

149 6.2M Percent. hipertensos>= 25A, c/ vacina tétano

LEGENDA: ID – Número de identificação do indicador; C. SIARS – Código SIARS do indicador;

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

27

4 - CARATERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO, ACESSO E REGISTO DE MORBILIDADE EM

CSP

Procurando melhorar o Registo de Morbilidade e implementar um plano de codificação da carga de doença ao

nível dos cuidados de saúde primários com base na ICPC-2-E, foi criada no início de 2010 uma equipa de

peritos de âmbito nacional, coordenada pela ACSS e composta por elementos das cinco Administrações

Regionais de Saúde e da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar.

Este Grupo de Trabalho discutiu e definiu conceitos e estratégias para a melhoria dos registos e da codificação

em ICPC, concluiu a publicação do “Manual de Codificação Clínica para a Melhoria do Registo de Morbilidade

nos CSP” em Novembro de 2010, implementou ações de formação para Formadores a elementos das 5 ARS e

contribuiu para a edição da ICPC revista em Junho 2011.

Fruto deste trabalho e do enorme envolvimento e disponibilidade dos profissionais médicos das várias USF e

UCSP, a percentagem de consultas médicas presenciais com codificação ICPC2 nos cuidados de saúde

primários é hoje elevada no nosso País (69,2% em 2011, 83,9% em 2012 e 84% em 2013), pelo que em seguida

se apresenta uma breve caracterização dos utentes atendidos nestas USF e UCSP, não só em termos de idade

e género, e de acesso aos Cuidados de Saúde, como também em termos de problemas de saúde registados cos

cuidados de saúde primários.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

28

4.1 - DISTRIBUIÇÃO POR IDADES E GÉNERO – PRINCIPAIS GRUPOS ETÁRIOS

Apresenta-se no Anexo 1 as pirâmides etárias dos utentes inscritos nas unidades funcionais, nos anos de 2011,

2012 e 2013. A informação apresentada diz respeito aos utentes com inscrição ativa à data de 31 dezembro do

ano respetivo.

Da análise destas pirâmides etárias salientam-se os seguintes aspetos:

1. Em 2013, 52,8% dos utentes eram do sexo feminino.

2. Em 2013 existiam 17,6% utentes com idades compreendidas no intervalo [0; 18[anos, sobre os quais

incidiram as atividades do programa de saúde infantil e juvenil.

3. Em 2013 existiam 10,5% de adolescentes (utentes com idades entre 10 e 19 anos). Os adolescentes são

um grupo mais suscetível a alguns problemas, como os psicológicos, os de relação sócio-familiar e de

integração social. Para além disso, este é um grupo onde é pertinente a educação para a saúde na área da

sexualidade.

4. Em 2013 existiam 23,8% de mulheres MIF com idades pertencentes ao intervalo [15; 50[ anos, em idade

fértil (MIF). Estas mulheres apresentam necessidades específicas em relação ao PF.

5. Ainda em 2013, a proporção de idosos (idade igual ou superior a 65 anos) era de 20,1%. Os idosos são o

grupo mais utilizador de consultas médicas e de enfermagem, pelo que a aumento da percentagem e idosos

poderá conduzir a um aumento da procura destes cuidados de saúde.

4.2 – ACESSO AOS CSP

Conforme se pode consultar no “Relatório Anual sobre o Acesso a Cuidados de Saúde no SNS, 2013”4, o ano de

2013 apresentou um crescimento do número de utilizadores de consultas médicas nos Cuidados de Saúde

Primários de mais 70.330 utilizadores relativamente a 2012.

Das séries analisadas em universo comparável, este dado representa a maior utilização observada deste nível

de cuidados, o que denota o aumento da sua procura, com mais de 7 milhões de portugueses a obterem uma

consulta no médico de família.

4 Disponível em http://www.portaldasaude.pt/NR/rdonlyres/D94D8F82-DC4E-4B7A-96BC-7E4FAE3077E8/0/20140724_RA_Acesso_2013V12.pdf

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

29

Tabela 16 – Utilização de consultas médicas nos cuidados de saúde primários em 2011, 2012 e 2013

2011 2012 2013 var13/12 var % 12/13

Utilizadores de consultas médicas 6.730.587 7.042.564 7.112.894 70.330 0,99%

Consultas médicas 30.623.795 29.176.913 29.099.476 -77.437 -0,27%

Consultas médicas presenciais 22.758.433 20.999.463 20.930.142 -69.321 -0,33%

Consultas médicas não presenciais 7.672.215 7.980.729 7.964.083 -16.646 -0,21%

Consultas médicas domiciliárias 193.147 196.721 205.251 8.530 4,16%

Fonte: ACSS- SIM@SNS

O aumento do número de utilizadores dos CSP em 2013 é acompanhado por uma estabilização do número de

consultas médicas presenciais e não presenciais, podendo este facto ser explicado pelo aumento do número de

consultas realizadas no domicílio do doente, refletindo-se assim o esforço de adequação das estruturas às

necessidades da população, nomeadamente, a prestação de cuidados de maior proximidade ao utente.

Com efeito, as consultas médicas presenciais tiveram um decréscimo de 0,33% face a igual período de 2012,

ocorrendo um aumento substancial da prescrição de receitas renováveis (+6,7%), evitando visitas

desnecessárias aos serviços saúde. Também, as consultas médicas domiciliárias tiveram um crescimento de

4,16% face a igual período de 2012, demonstrando os já referidos ganhos de proximidade ao utente.

Em suma, podemos dizer que o aumento do número de utilizadores dos cuidados primários e a estabilização do

número de consultas médicas presenciais é reflexo do efeito conjugado dos seguintes fatores principais:

- Aumento substancial da prescrição eletrónica de receitas com validade de seis meses, evitando idas

desnecessárias ao médico de família (+4.121.726 receitas renováveis face a período homólogo).

- Transferência das consultas presenciais para consultas domiciliárias (+4,16%);

- Melhor gestão das consultas por parte dos prestadores de cuidados de saúde primários, evitando

visitas desnecessárias e sem valor acrescentado ao médico de família.

Figura 1-Número de receitas renováveis em 2011, 2012 e 2013

Fonte: ACSS- CCF

34.224.458

36.514.036

40.635.762

2011 2012 2013

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

30

Conforme se apresenta no gráfico seguinte, realizaram-se mais de 1,8 milhões de consultas de enfermagem no

domicílio, representando um crescimento de 11,3% face a igual período de 2012. As consultas médicas

domiciliárias tiveram um crescimento de 4,3% face a igual período de 2012.

Figura 2- Consultas domiciliárias médicas e de enfermagem

Fonte: ACSS-SIM@SNS

193.147 196.721 205.251

1.422.580 1.680.397

1.871.258

2011 2012 2013

Consultas domiciliárias médicas Consultas domiciliárias de enfermagem.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

31

4.3 - PROBLEMAS DE SAÚDE

A lista de problemas ativos dos utentes contém os problemas de saúde, em relação aos quais existe um plano

de seguimento. A lista de problemas ativos deve conter as doenças relevantes (p.e. neoplasias, doenças

recorrentes, intervenções cirúrgicas major), as doenças que requerem tratamento médico contínuo (p.e.

Diabetes Mellitus), as doenças que condicionam a escolha da terapêutica (p.e. alergias e úlcera péptica),

doenças que afetam as funções do doente (p.e. surdez e cegueira) e os problemas sociais.

O conjunto dos problemas de saúde existente nas listas de problemas ativos dos processos clínicos é útil para:

(1) Caracterizar os utentes;

(2) Caraterizar a atividade desenvolvida;

(3) Programar a atividade dos profissionais e das equipas.

Apresenta-se na seguinte figura uma distribuição dos problemas ativos antigos e novos das listas de problemas

dos utentes pelos diversos capítulos da ICPC-2, por ordem decrescente da respetiva frequência de registo

Figura 3 – Distribuição dos registos dos problemas ativos antigos e novos das listas de problemas dos utentes pelos capítulos da ICPC-2

Capítulos Antigos Novos Total

ICPC-2 N % N % N %

L - Sistema músculo-esquelético 4.077.380 18 1.398.089 18 5.475.469 18

K - Aparelho circulatório 3.269.583 15 948.340 12 4.217.923 13

T - Endócrino, metabólico e nutricional

3.119.206 14 891.323 12 4.010.529 13

P - Psicológico 2.309.920 10 839.517 11 3.149.437 10

D - Aparelho digestivo 2.335.740 10 810.914 11 3.146.654 10

R - Aparelho respiratório 1.510.196 6,7 514.148 6,7 2.024.344 6

S - Pele 1.286.155 5,7 474.939 6,2 1.761.094 5

X - Aparelho genital feminino (incluindo mama)

887.753 3,9 314.380 4,1 1.202.133 4

A - Geral e inespecífico 731.420 3,2 289.163 3,8 1.020.583 3

N - Sistema nervoso 650.934 2,9 223.719 2,9 874.653 2

U - Aparelho urinário 597.540 2,6 219.177 2,9 816.717 2

F - Olhos 541.048 2,4 217.424 2,8 758.472 2

H - Ouvidos 382.350 1,7 138.916 1,8 521.266 1

Y - Aparelho genital masculino 371.623 1,6 125.975 1,7 497.598 1

B - Sangue, orgãos hematopoiéticos e linfáticos (baço, medula óssea)

267.399 1,2 103.712 1,4 371.111 1

Z - Problemas sociais 191.251 0,8 80.646 1,1 271.897 0

W - Gravidez e planeamento familiar

94.132 0,4 41.409 0,5 135.541 0

TOTAL 22.623.630 100 7.631.791 100 30.255.421 100

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

32

O gráfico da página anterior reflete o aumento da codificação clínica, cada vez mais efetuada de um modo

sistemático por cada médico de família e por mais médicos de família. Numa fase mais avançada do processo

de melhoria dos registos de morbilidade, haverá informação com maior sensibilidade e fiabilidade para medir

quer a prevalência quer a incidência dos problemas de saúde na população utilizadora, pelo que as análises que

podem ser efetuadas atualmente estarão condicionadas pela melhoria dos registos de atividade.

No final de 2013 estavam identificados 30,2 milhões de problemas e no final de 2012, 25,8 milhões de

problemas.

Os 5 capítulos da ICPC-2 mais frequentes foram o [Sistema músculo-esquelético (K)], o [Circulatório (K)], o

[Endócrino, metabólico e nutricional (T)], o [Psicológico (P)] e o [Aparelho digestivo (D)] e totalizando cerca de

2/3 do total de problemas (64% em 2013 e 66,4% em 2012).

A Tabela 17 mostra os problemas de saúde mais frequentes nas listas de problemas ativos, codificados pela

ICPC-2 e ordenados por ordem decrescente da frequência de registo. Os 40 problemas de saúde listados nesta

tabela totalizam 50% do total dos problemas de saúde ativos dos utentes pertencentes às UF contratualizáveis.

Nessa tabela é possível consultar:

1. As frequências absolutas e relativas de registo de cada problema de saúde (respetivamente coluna "N" e

coluna "f (%)").

2. A frequência acumulada para cada conjunto de problemas (coluna "F (%)"). Com base nesta informação

pode-se por exemplo afirmar que com as 10 primeiras rubricas listadas nessa tabela codificam-se cerca

de um quarto (26%) dos problemas de saúde desta população.

3. A prevalência do conjunto de doenças ou problemas codificáveis por cada rubrica listada (coluna "P (%)").

Da análise da tabela podemos concluir que os 5 problemas de saúde mais frequentes, codificados pela ICPC-2:

1. Hipertensão sem complicações (prevalência registada de 16,8%);

2. Alteração do metabolismo dos lípidos (prevalência registada de 16,5%);

3. Perturbação depressiva (7,6%);

4. Abuso do tabaco (6,7%);

5. Diabetes tipo 2 (6,1%)

A análise da tabela fornece ainda informações sobre os problemas que motivaram consultas de seguimento de

doenças crónicas, apesar de fornecer pouca informação sobre as vigilâncias em saúde e sobre a atividade em

consultas por iniciativa dos utentes (urgências ou outras).

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

33

Tabela 17 – Frequência simples, frequência cumulada e prevalência dos 40 problemas de saúde mais frequentes nas listas

de problemas ativos, codificados pela ICPC-2, em 2013

i CÓD RÚBRICA N f (%) F (%) P (%)

1 K86 Hipertensão sem complicações 1.719.655 5.7 5.7 16.8

2 T93 Alteração do metabolismo dos lípidos 1.694.732 5.6 11.3 16.5

3 P76 Perturbação depressiva 778.661 2.6 13.9 7.6

4 P17 Abuso do tabaco 691.089 2.3 16.1 6.7

5 T90 Diabetes tipo 2 627.728 2.1 18.2 6.1

6 L86 Síndrome da coluna com irradiação de dor 594.685 2.0 20.2 5.8

7 T82 Obesidade 521.930 1.7 21.9 5.1

8 P74 Distúrbio ansioso/estado de ansiedade 445.016 1.5 23.4 4.3

9 T83 Excesso de peso 401.811 1.3 24.7 3.9

10 L03 Sintoma/queixa da região lombar 383.175 1.3 26.0 3.7

11 R05 Tosse 357.388 1.2 27.2 3.5

12 L90 Osteoartrose do joelho 333.546 1.1 28.3 3.3

13 K95 Veias varicosas da perna 328.894 1.1 29.3 3.2

14 L84 Síndrome da coluna sem irradiação de dor 307.405 1.0 30.4 3.0

15 L87 Bursite/tendinite/sinovite NE 296.973 1.0 31.3 2.9

16 K85 Pressão arterial elevada 278.177 0.9 32.3 2.7

17 K87 Hipertensão com complicações 276.079 0.9 33.2 2.7

18 D87 Alteração funcional do estômago 273.053 0.9 34.1 2.7

19 R97 Rinite alérgica 265.595 0.9 35.0 2.6

20 L99 Doença do aparelho músculo-esquelético outra 260.904 0.9 35.8 2.5

21 L91 Osteoartrose outra 257.883 0.9 36.7 2.5

22 Y85 Hipertrofia prostática benigna 252.652 0.8 37.5 2.5

23 P01 Sensação de ansiedade/nervosismo/tensão 252.355 0.8 38.3 2.5

24 L15 Sintoma/queixa do joelho 233.078 0.8 39.1 2.3

25 R21 Sinal/queixa da garganta 228.059 0.8 39.9 2.2

26 P06 Perturbação do sono 218.524 0.7 40.6 2.1

27 D82 Doença dos dentes/gengiva 216.097 0.7 41.3 2.1

28 L95 Osteoporose 205.179 0.7 42.0 2.0

29 L83 Síndrome do pescoço 201.235 0.7 42.6 2.0

30 A99 Doença/condição de natureza/localização não especificada

200.984 0.7 43.3 2.0

31 U95 Cálculo urinário 197.350 0.7 44.0 1.9

32 D99 Doença do sistema digestivo outra 196.483 0.6 44.6 1.9

33 R96 Asma 194.677 0.6 45.3 1.9

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

34

34 L92 Síndrome do ombro doloroso 190.617 0.6 45.9 1.9

35 T81 Bócio 171.997 0.6 46.5 1.7

36 K96 Hemorróidas 170.898 0.6 47.0 1.7

37 L81 Traumatismo músculo-esquelético NE 170.300 0.6 47.6 1.7

38 N17 Vertigem/tontura 166.670 0.6 48.1 1.6

39 N01 Cefaleia 162.993 0.5 48.7 1.6

40 D02 Dor abdominal epigástrica 162.657 0.5 49.2 1.6

A Tabela 18 mostra a evolução de uma amostra de indicadores relativos a determinado problemas de saúde

codificados pela ICPC. Estes problemas de saúde foram selecionados não só pela sua frequência ou

prevalência, como demonstrado na Tabela 17, mas também por outros fatores, como sejam o seu significado

clínico, a sua importância em termos de Saúde Pública ou o valor dos custos que lhes estão associados.

Realça-se a crescente codificação de problemas de saúde a nível nacional, que reflete não só o aumento dos

registos clínicos informáticos, como a sistematização da codificação clínica, mas também uma melhoria

progressiva dos sistemas informáticos, tanto no que se refere a equipamentos como a software, com níveis de

exigência cada vez maiores por parte dos utilizadores/prestadores de cuidados de saúde e por parte da própria

administração que pretende recolher cada vez mais informação e mais fidedigna, tendo em vista um melhor

planeamento e uma melhor gestão em saúde.

No seu conjunto e ao nível da UF ou do Médico de Família, o conhecimento dos Problemas de Saúde das suas

listas de utentes permite uma melhor governação clínica.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

35

Tabela 18 – Evolução da proporção de inscritos com determinados problemas ativos em análise, codificados pela ICPC-2 –

2010 a 2013

ID Código Indicador 2010 2011 2012 2013

205 2.12.08 FL Proporção de utentes com "hipertensão arterial" 12,10% 14,50% 17,10% 19,2%

202 2.12.05 FL Proporção de utentes c/ "alter. metab. lípidos" 9,10% 11,30% 14% 16,6%

198 2.12.01 FL Proporção de utentes com "diabetes mellitus" 4,63% 5,37% 6,22% 6,9%

211 2.12.14 FL Proporção utentes c/ "DM não insul. depend." 3,96% 4,71% 5,54% 6,2%

206 2.12.09 FL Proporção de utentes c/ "perturb. depressivas" 3,85% 4,76% 5,75% 6,8%

200 2.12.03 FL Proporção de utentes com "abuso de tabaco" 3% 3,90% 5,10% 6,8%

227 2.12.27 FL Proporção utentes com "distúrbio ansioso" 2,24% 2,83% 3,63% 4,4%

204 2.12.07 FL Proporção de utentes com "obesidade" 1,92% 3,24% 4,22% 5,1%

221 2.12.22 FL Proporção utentes com "osteoartrose do joelho" 1,64% 2,11% 2,70% 3,3%

235 2.12.35 FL Proporção utentes com "neoplasia maligna" 1,61% 1,98% 2,49% 2,9%

233 2.12.33 FL Proporção utentes com "HBP" 1,28% 1,63% 2,07% 2,5%

222 2.12.23 FL Proporção utentes com "osteoporose" 1,21% 1,45% 1,76% 2,0%

225 2.12.25 FL Proporção utentes com "rinite alérgica" 1,12% 1,53% 2,05% 2,6%

228 2.12.28 FL Proporção utentes com "sensação de ansiedade" 1,11% 1,48% 1,99% 2,5%

223 2.12.24 FL Proporção utentes com "doenças dentes e geng." 1,01% 1,31% 1,71% 2,1%

208 2.12.11 FL Proporção de utentes com "asma" 1% 1,26% 1,60% 1,9%

203 2.12.06 FL Proporção de utentes com "excesso de peso" 0,98% 2,22% 3,09% 3,9%

214 2.12.36 FL Proporção utentes c/ "doença cardíaca isquémica" 0,84% 1% 1,23% 1,2%

234 2.12.34 FL Proporção utentes com "osteoartrose da anca" 0,77% 0,98% 1,27% 1,5%

212 2.12.15 FL Proporção utentes com "DM insulino depend." 0,68% 0,66% 0,68% 0,7%

209 2.12.12 FL Proporção de utentes com "bronquite crónica" 0,62% 0,73% 0,88% 1,0%

199 2.12.02 FL Proporção de utentes com "abuso crónico álcool" 0,52% 0,64% 0,81% 1,0%

226 2.12.26 FL Proporção utentes com "doença do esófago" 0,49% 0,63% 0,83% 1,0%

210 2.12.13 FL Proporção de utentes com "DPOC" 0,46% 0,58% 0,73% 0,9%

218 2.12.19 FL Proporção utentes com "neoplasia mama feminina" 0,34% 0,42% 0,52% 0,6%

207 2.12.10 FL Proporção de utentes com "demência" 0,26% 0,34% 0,45% 0,6%

217 2.12.18 FL Proporção utentes com "neoplasia cólon / recto" 0,22% 0,26% 0,32% 0,4%

215 2.12.16 FL Proporção utentes com "neoplasia da próstata" 0,21% 0,26% 0,33% 0,4%

201 2.12.04 FL Proporção de utentes com "abuso de drogas" 0,17% 0,21% 0,26% 0,3%

220 2.12.21 FL Proporção utentes com "neoplasia estômago" 0,07% 0,08% 0,10% 0,1%

216 2.12.17 FL Proporção utentes com "neoplasia colo do útero" 0,06% 0,07% 0,09% 0,1%

252 2.12.37 FL Proporção de utentes com "Infeção VIH/SIDA" 0,06% 0,08% 0,10% 0,1%

229 2.12.29 FL Proporção utentes com "depressão (P76.001)" 0,05% 0,75% 0,32% 0,6%

219 2.12.20 FL Proporção utentes c/ "neoplasia brônquio/pulmão" 0,04% 0,05% 0,06% 0,1%

231 2.12.31 FL Proporção utentes c/ "depressão reativa P76.010" 0,03% 0,26% 0,18% 0,4%

232 2.12.32 FL Proporção utentes com "depressão endógena P76.016"

0,02% 0,07% 0,05% 0,1%

230 2.12.30 FL Proporção utentes com "depressão pós-parto" 0,01% 0,02% 0,01% 0,0%

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

36

5 – AVALIAÇÃO DOS PROCESSOS DE CONTRATUALIZAÇÃO DE 2011, 2012 E DE

2013

Neste capítulo, e uma vez efetuada a introdução referente à metodologia de recolha da informação necessárias

sobre os resultados obtidos, efetua-se a exposição e análise dos indicadores utilizados na contratualização

externa com os ACES e na contratualização interna com as USF e apresenta-se o resultado da avaliação.

5.1 - METODOLOGIA DA RECOLHA DE INFORMAÇÃO PARA AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CONTRATUALIZAÇÃO

5.1.1 - CONTRATUALIZAÇÃO EXTERNA

Para a avaliação do processo e dos resultados da contratualização externa, foi efetuado junto das ARS um

levantamento de informação que incidiu sobre:

1. Para todos os ACES existentes a 1 de julho do ano da contratualização, a informação sobre quais os que

tinham contratualizado nesse ano;

2. Para cada ACES que tinha contratualizado:

a. A lista de indicadores regionais e locais selecionados;

b. A ponderação atribuída a cada indicador nacional, regional e local;

c. As metas contratualizadas;

Exportaram-se do SIM@SNS os resultados referentes a 31 de dezembro de 2011, 2012 e2013, para todos os

ACES e indicadores envolvidos no processo de contratualização, bem como, sempre que disponíveis, os

resultados para os mesmos indicadores, aplicados às respetivas USF e UCSP.

5.1.2 - CONTRATUALIZAÇÃO INTERNA

Para a avaliação do processo e dos resultados da contratualização interna, foi efetuado junto das ARS um

levantamento de informação que incidiu sobre:

1. Para todas as USF e UCSP existentes a 1 de julho do ano da contratualização, a informação sobre quais as

que tinham ou não contratualizado nesse ano;

2. Para todas as UCSP que contratualizaram:

a. As metas contratualizadas dos indicadores relacionados com os incentivos institucionais;

3. Para todas as USF modelo A e modelo B que contratualizaram:

a. As metas contratualizadas dos indicadores relacionados com os incentivos institucionais;

b. O número de meses contratualizados;

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

37

4. Para todas as USF modelo B que contratualizaram:

a. As metas contratualizadas dos indicadores relacionados com os incentivos financeiros;

b. O número de meses contratualizados (modelo B);

Exportaram-se do SIM@SNS os resultados referentes a 31 de dezembro de 2011, de 2012 e de 2013, para

todas as unidades funcionais e indicadores envolvidos no processo de contratualização.

Os resultados presentes nesta publicação são os existentes no sistema de informação na data de extração

acima indicada, e não consideram outros fatores ou justificações consideradas no momento da avaliação que as

ARS, os ACES e as UF efetuaram em relação ao grau de cumprimento dos compromissos assumidos em cada

um dos anos do processo de contratualização.

ANÁLISE COMPARATIVA DE RESULTADOS ENTRE UCSP E USF

Na análise comparativa de resultados entre UCSP e USF, utilizou-se todo o universo das unidades comparáveis

com a especificidade das UCSP, onde se utilizou o seguinte critérios:

1. Análise relativa à componente com médico de família.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

38

5.2 - RESULTADOS DOS INDICADORES CONTRATUALIZADOS EM 2011, 2012 E 2013

Neste capítulo apresentam-se graficamente os valores médios contratualizados por indicador e os resultados

obtidos, conforme metodologia atrás descrita.

Expõem-se os indicadores utilizados para a Contratualização Externa com os ACES e os utilizados para a

Contratualização Interna com as USF e UCSP, estes divididos em indicadores para atribuição de incentivos

institucionais e indicadores para atribuição de incentivos financeiros.

Em regra, para cada indicador assinala-se o seu “id” e analisam-se três aspetos: o seu contexto ou o que se

pretende medir, os dados obtidos e os fatores que os possam influenciar.

Como já referido, quer para Contratualização Externa quer para Contratualização Interna, foram selecionados

indicadores de acesso, de desempenho assistencial e de eficiência.

Só a partir do processo de contratualização de 2014 é que foi possível implementar o indicador para a área

da satisfação de utentes que seja transversal e equitativo para todas as UF e ACES, de modo a ser

comparável a nível nacional, pelo que nos anos aqui analisados não se efetua essa referência. Ainda assim,

importa destacar que já nos anos de 2011, 2012 e 2013 existiam trabalhos meritórios realizados de forma

pontual nesta área, tanto ao nível das UF, como dos ACES, ULS e ARS, preenchendo a necessidade sentida

por profissionais e instituições neste tipo de avaliação da qualidade dos serviços prestados.

Os indicadores de acesso pretendem realçar a importância da acessibilidade aos Cuidados de Saúde

Primários como sendo os serviços de saúde mais próximos dos cidadãos, assumindo um papel fulcral na

promoção da saúde, na prevenção da doença, no diagnóstico precoce e nos rastreios, e no

acompanhamento dos doentes crónicos e das suas famílias.

Os indicadores de desempenho assistencial incidem sobre áreas clínicas relevantes, como as definidas

nos Programas Nacionais de Saúde Prioritários, como sejam a Diabetes, a Saúde Mental, as Doenças

Oncológicas, as Doenças Cérebro-cardiovasculares, ou sobre áreas dirigidas a grupos vulneráveis, como as

crianças e mulheres em idade fértil. Para os ACES já foram selecionados alguns indicadores de resultado,

enquanto para as UF mantêm os indicadores de processo determinados na Portaria n.º 301/2008, de 22 de

Abril.

Sobre os indicadores de eficiência importa destacar que a componente referente à despesa com

medicamentos e meios complementares de diagnóstico e terapêutica (mcdt), pressionada pelo índice de

envelhecimento crescente e pela maior capacidade e acuidade diagnóstica, exige uma monitorização e

controle sistemático de indicadores relacionados com estas despesas e à criação de normas de orientação

clínica, elaboradas pela DGS em parceria com a Ordem dos Médicos, de modo a racionalizar a despesa

mantendo um desempenho com qualidade na prestação de cuidados, balizado pelo rigor técnico. É

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

39

fundamental reconhecer a relevância do papel de todos os intervenientes neste processo, desde gestores a

prestadores e a utilizadores, no controlo das despesas em saúde e na sustentabilidade do SNS.

Para a diminuição da despesa com medicamentos tem contribuído a utilização de medicamentos genéricos,

cujo indicador passou de 32% em 2011, para 37% em 2012 e 42% em 2013, no total de embalagens de

medicamentos faturados, e a baixa administrativa dos preços dos medicamentos, determinada pelo Ministério

da Saúde.

5.2.1 - CONTRATUALIZAÇÃO EXTERNA – ACES

As listas de indicadores utilizados para a contratualização externa de 2011, 2012 e 2013 nos eixos nacional,

regional e local, podem ser consultadas nas Tabelas 6 e 7. Nesta parte do documento procede-se à

apresentação sequencial dos 14 indicadores de eixo nacional, comparando-se os resultados, as metas e a

variação dos resultados entre os anos de 2011 e 2012.

O ano de 2013 foi marcado por uma acentuada evolução em termos da metodologia de contratualização nos

cuidados de saúde primários, incorporando várias áreas de melhoria que tinham vindo a ser identificadas nos

anos anteriores.

De entre estas melhorias, destaca-se a definição de novos indicadores e de novas regras de cálculo que

permitem:

1. Apoiar os profissionais de saúde na quantificação, qualificação e comparação da respetiva

atividade;

2. Apoiar processos de melhoria contínua de qualidade, de modo a que a gestão se efetue de acordo

com princípios de racionalidade, eficiência e qualidade.

De seguida, são apresentados os indicadores dos anos 2011 e 2012 e, sempre que existe termo de

comparação, são analisados os três anos do período em análise, como é o caso dos indicadores que

permaneceram sem alterações neste triénio, nomeadamente:

1. Percentagem de consultas médicas presenciais com ICPC-2;

2. Percentagem consumo (quantidade de embalagens) de medicamentos genéricos;

3. Proporção de Recém Nascidos de termo de baixo peso;

4. Incidência amputações major do Membro inferior em (DM);

5. Taxa internamento DCV, entre residentes < 65 A ;

6. Custo medicamentos faturados, por utilizador (PVP);

7. Custo MCDT’s faturados por utilizador SNS

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

40

Em seguida apresentamos os novos indicadores para o ano de 2013 nas situações em que o eixo nacional

sofreu alterações.

Ao analisar esta informação é necessário ter presente que em 2011 contratualizaram 67 dos 74 ACES, em

2012 contratualizaram 35 dos 71 ACES e em 2013 e em 2013 54 dos 55 ACES existentes, conforme já

referido no terceiro capítulo.

Relembra-se também que o único indicador que mudou no quadro da contratualização externa de 2011 para

2012 foi um indicador de eficiência, relacionado com o custo dos medicamentos por utilizador, que em 2011

se referia só ao utilizador SNS (indicador 7.6d1, com id 154) excluindo desta análise os utilizadores que

tivessem subsistemas, e em 2012 foram incluídos todos os utilizadores (indicador 7.6d4, com id 157).

De notar que esta situação é comum à contratualização interna com as UF.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

41

1) Taxa de Utilização (id 108)

Este indicador reflete o nível de acessibilidade dos utentes inscritos à consulta médica, quer seja presencial

ou não presencial, em todo o ACES.

Figura 4 – Taxa de Utilização - CE 2011-2012

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Existe uma discreta diminuição da taxa de utilização nos ACES de 2011 para 2012, de um valor médio de

63,4% para 62,1% ao nível nacional, mais expressiva na ARS LVT, onde se relembra que não foi efetuada

contratualização externa em 2012. Este fenómeno não traduz o que se passa ao nível das UF, como se

poderá verificar adiante na avaliação da CI, pelo que esta realidade se refere aos registos administrativos,

nomeadamente no que tem a ver com os trabalhos referentes à exclusão de duplicados, utilizadores de

outras Unidades Funcionais ou SAPs dentro do mesmo ACES, por residência temporária noutro local, como

é o caso de utentes mais idosos que alternam a casa dos filhos, ou de utentes que recorrem ao SAP mais

perto do seu local de trabalho, entre outros motivos.

Ao nível dos ACES toda a informação relativa aos seus inscritos é agregada, não sendo assim idêntica ao

somatório da informação das suas UF. Também interfere com estes resultados a proporção de utentes sem

médico de família, que tem vindo a baixar paulatinamente e que é mais elevada na ARS Algarve e na ARS

LVT.

Fruto das razões anteriormente apontadas, verificou-se o afastamento dos resultados em relação às metas

propostas, que ambicionavam atingir uma taxa de utilização anual a nível nacional próxima dos 70%.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

42

2) Taxa de Utilização de Consultas Médicas de Planeamento Familiar (id 109)

Trata-se de um indicador de acesso, tal como o indicador anterior, este dirigido a um grupo específico – as

mulheres em idade fértil, dos 15 aos 49 anos de idade, referente à sua utilização da consulta de planeamento

familiar.

Figura 5 - Taxa de Utilização de Consultas Médicas de Planeamento Familiar -CE 2011-2012

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Mais uma vez a meta nacional fica ligeiramente aquém dos resultados obtidos, embora a ARS Norte se

destaque pelos valores mais elevados, que ainda melhoraram em 2012. Considerando a responsabilidade do

ACES pela população que lhe está adstrita, conclui-se que existiu uma melhoria muito positiva do resultado

médio nacional de 23,9 para 26,9% neste indicador, refletindo uma melhoria ao nível dos ACES em termos

de intervenção no âmbito da saúde sexual e reprodutiva desta faixa da população, que importa continuar a

promover nos anos seguintes, de forma a se alcançar para este grupo uma vida sexual segura, um

planeamento saudável da família no que concerne ao número de filhos e orientação das situações de

infertilidade, acrescendo ainda a sinalização ou realização do rastreio dos cancros do colo do útero e da

mama.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

43

3) Proporção de Recém-nascidos de Termo de Baixo Peso (id 86)

A evidência cientifica atual mostra que existe uma relação entre a qualidade dos cuidados prestados durante

a gravidez e a redução da morbilidade e mortalidade materna e perinatal, tal como a redução do baixo peso à

nascença e da prematuridade.

Realçando a responsabilidade dos ACES sobre a população por eles abrangida, este indicador pode

espelhar o grau de acompanhamento da gravidez, entre outros fatores. A análise deste indicador obriga a

uma reflexão sobre a prestação de cuidados de saúde na área da saúde da mulher, em especial a saúde

materna, e da saúde infantil. Trata-se de uma área pluridisciplinar onde a importância de uma boa articulação

entre os diversos profissionais e as diversas instituições de saúde, e não só, toma uma relevância particular.

Baseado no referido atrás, torna-se então natural que para o cálculo deste indicador dos CSP, seja

considerada informação referente à morbilidade hospitalar ar, obtida através do Grupos de Diagnóstico

Homogéneo (GDH), relacionados com as idades de gestação à data do parto e os pesos dos recém-

nascidos.

Figura 6 - Proporção de Recém-nascidos de Termo de Baixo Peso -CE 2011-2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Sendo um indicador do tipo “quanto mais baixo, melhor”, verifica-se que, quer em 2011, quer em 2012, os

resultados médios ficaram acima da média das metas. Verifica-se também uma grande assimetria entre

regiões, apresentando a ARS Algarve e a ARS Centro os melhores resultados. Realçam-se pelo seu valor

elevado os resultados da ARS LVT em 2011 e 2012. No entanto, este indicador teve uma evolução muito

positiva, em todas as ARS, durante o ano de 2013.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

44

4) Percentagem de primeiras consultas na vida efetuadas até aos 28 dias (id 139)

As consultas de Saúde Infantil e Juvenil são consultas de vigilância das crianças, adolescentes e jovens,

orientadas segundo o Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil da Direção Geral de Saúde, com o

objetivo de avaliar o crescimento e desenvolvimento das crianças e jovens, promover hábitos saudáveis,

detetar precocemente e encaminhar situações que possam comprometer a vida ou a qualidade de vida,

identificar e abordar as doenças comuns nas várias idades, identificar, abordar e apoiar as crianças com

doença crónica ou deficiência e suas famílias, assim como as crianças e famílias vítimas de maus tratos,

apoiar o exercício adequado das responsabilidades parentais e promover o bem-estar familiar. Neste

contexto a precocidade da primeira consulta torna-se relevante com sendo o início desta ligação aos

Cuidados de Saúde, constituindo um indicador de qualidade assistencial.

Figura 7 - Percentagem de 1ªs consultas na vida efetuadas até aos 28 dias - CE 2011-2012

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

As metas contratualizadas foram elevadas, e os resultados obtidos na sua globalidade também foram

elevados, com uma melhoria de 2011 para 2012, podendo considerar-se que se trata de um indicador que

incide sobre práticas de trabalho que se encontram amadurecidas, uma vez que tem sido contratualizado

com as USF desde há alguns anos, e que será indicativo de um modelo organizacional de serviços

estabilizado.

Destacam-se as ARS Centro e Norte que apresentavam valores próximos dos 80% em 2011, conseguindo

ultrapassá-los em 2012.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

45

5) Percentagem de crianças com o PNV atualizado aos 14 anos (id 148)

O Programa Nacional de Vacinação (PNV) tem sido responsável pela redução acentuada da morbilidade e

mortalidade das doenças infecciosas para as quais confere imunidade. As elevadas taxas de vacinação

existentes a nível nacional têm contribuído para o efeito de imunidade de grupo, que protege os não

vacinados por motivos fundamentados, e que contribui para a erradicação de algumas doenças alvo e para o

controlo das restantes doenças abrangidas para níveis de endemicidade muito baixos. Tem existido uma

articulação muito próxima entre a DGS e os CSP no sentido de se manter as taxas de vacinação elevadas e

de estar atento a eventuais surtos destas doenças infecciosas, emitindo uma resposta rápida com

orientações técnicas que permitem uma atuação dirigida no terreno.

Por estes motivos se exigem metas elevadas no que concerne ao PNV.

Este indicador dá-nos uma imagem da cobertura vacinal aos 14 anos, a partir da qual se passa para o

esquema recomendado na idade adulta. Assim, o esquema vacinal recomendado para crianças e

adolescente fica concluído ao completarem os 13 anos, com um reforço da vacina (Td) entre os 10 e os 13

anos e com as três doses de vacina HPV (vírus do Papiloma humano) para as raparigas. A partir desta idade

apenas se recomenda um reforço da vacina contra o tétano e a difteria (Td), de 10 em 10 anos.

Figura 8 - Percentagem de crianças com o PNV atualizado aos 14 anos -CE 2011-2012

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Nos anos de 2011 e 2012, a média das metas nos ACES que contratualizaram foi bastante ambiciosa, tendo

os resultado ficado aquém do esperado, designadamente nas ARS LVT e Algarve que são as regiões que

naquela altura tinham uma maior percentagem de utentes sem médico atribuído.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

46

6) Percentagem de utentes entre 50 e 75 anos com PSOF ou colonoscopia atualizada (id 134)

As doenças oncológicas são uma importante causa de morbilidade e mortalidade, com particular impacto

sobre os doentes e suas famílias. A sua deteção precoce e tratamento contribuem para menores taxas de

mortalidade por cancro e para a melhoria da qualidade de vida dos doentes.

Os Cuidados de Saúde Primários pela proximidade aos utentes e abrangência populacional contribuem para

esta deteção precoce mediante a colaboração em rastreios de base populacional, organizados regra geral ao

nível regional, e mediante a prestação de cuidados de saúde personalizados aos seus utentes. De entre as

três áreas em que é consensual a utilidade desta deteção precoce do cancro, mama, colo do útero e cólon e

reto, as duas primeiras têm sido alvo de contratualização interna, tornando-se complementar e quase

imperativo contratualizar com os ACES o indicador do rastreio do cancro do cólon e reto.

Figura 9 - Percentagem de utentes entre 50 e 75 anos com PSOF ou colonoscopia atualizada - CE 2011-2012

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Através da leitura do gráfico anterior, constata-se que se registou uma melhoria global de 2011 para 2012 e

em cada ARS neste rastreio. As metas são variáveis consoante as regiões e consoante o seu histórico

organizacional. A ARS Norte sobressai pela sua liderança nesta área, sendo fundamental dar continuidade

nos próximos anos ao trabalho já iniciado nas restantes ARS, em especial na ARS Alentejo e na ARS

Algarve.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

47

7) Incidência de amputações major de membro inferior em utentes com diabetes, entre utentes

residentes (id 85)

A diabetes é uma doença com complicações graves ao nível cardiocerebrovascular, renal, neurológico e

ocular, e o seu controlo rigoroso leva a diminuição e atraso na progressão destas complicações e à melhoria

da qualidade de vida. Por estes motivos a Diabetes constitui um dos Programas Prioritários do Plano

Nacional de Saúde, e tem sido alvo de várias normas de orientação clínica por parte da DGS em parceria

com a Ordem dos Médicos.

Sobre a Diabetes existem vários indicadores em acompanhamento, quer ao nível da DGS, na monitorização

do “Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Diabetes”, quer ao nível do Observatório Nacional da

Diabetes, que anualmente tem publicado o relatório “Diabetes: Factos e Números”, quer ao nível da ACSS,

integrados nas contratualizações interna e externa.

A proporção de inscritos com registo de problemas de saúde referentes à Diabetes, tipo 1 e tipo 2, a nível do

país era de 6,9% no final de 2013 como se pode verificar na Tabela 18. Verifica-se também a estabilização

dos registos da Diabetes tipo 1, designada ainda como “Diabetes insulinodependente” no sistema informático

ao longo dos três anos.

A Diabetes tipo 2 (não insulinodependente) apresenta dados em evolução, estimando-se que continue a

subir, não só por melhoria de registo, mas também por melhoria de diagnóstico, e ainda por aumento da

prevalência na população, já que está intimamente ligada aos hábitos de vida sedentária e a erros

alimentares da sociedade moderna.

Para a contratualização externa selecionou-se este indicador de resultado, considerando o impacto do

acompanhamento adequado nos CSP dos utentes com Diabetes sobre a progressão das complicações desta

patologia, especificamente o pé diabético, e consequente diminuição das amputações major dos membros

inferiores nestes utentes.

Este indicador exprime o número de novos casos de amputações major de membro inferior em utentes com

diabetes, por cada 10.000 residentes. Chama-se a atenção para o facto de em denominador se encontrar o

total de residentes, salientando a responsabilidade do ACES sobre a saúde da população e sobre a

dimensão deste problema na sua área de abrangência.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

48

Figura 10 - Incidência de amputações major de membro inferior em utentes com diabetes,

entre utentes residentes - CE 2011-2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Os resultados registados neste indicador corresponderam com uma melhoria nos anos em análise.

Considerando que em denominador se encontram todos os residentes, este indicador é influenciado pela

prevalência da diabetes nessa região. Este indicador reflete também a gestão integrada da Diabetes,

determinada pelos recursos existentes e pela articulação entre os dois níveis de cuidados – primários e

hospitalares, e dentro de cada nível de cuidados, pelo seu modelo de funcionamento, idealmente resultante

do trabalho em equipa multidisciplinar.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

49

8) Taxa internamentos por doença cerebrovascular, entre residentes com menos 65 anos (id 87)

O Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares tem sido um dos programas de saúde

prioritários devido à elevada morbilidade e mortalidade que estas patologias encerram a nível nacional. A

hipertensão arterial tem uma elevada prevalência na população, e constitui o principal fator de risco para

doenças como o enfarte do miocárdio e o acidente vascular cerebral.

A prevalência da hipertensão arterial (HTA), sem e com complicações, nos utentes inscritos nos CSP é de

19,5% em 2013, e conforme será referido adiante, já que a hipertensão é alvo de indicadores de

contratualização interna com as UF. Para a contratualização externa com os ACES optou-se por um

indicador de resultado sobre a população residente, à semelhança do que sucedeu na área da Diabetes,

como é o caso da taxa de internamentos por doença cerebrovascular, que nos dá um valor muito aproximado

da incidência desta patologia, excluindo-se a população idosa, acima dos 65 anos, procurando-se isentar o

efeito da idade avançada como causa adjuvante, e salientando a importância de um acompanhamento pró-

ativo por parte dos CSP a iniciar-se nas camadas mais jovens da população, na prevenção e controlo destas

doenças e seus fatores de risco.

Figura 11 - Taxa de internamentos por doença cerebrovascular, entre residentes com menos 65 anos- CE 2011-2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Apesar de haver uma melhoria discreta dos resultados em 2012, em 2013 estes ficaram aquém das metas.

Chama-se a atenção para o facto de este indicador medir a incidência de internamento em utentes com idade

inferior a 65 anos, eliminando o fator índice de envelhecimento da população considerada, e tornando os

resultados mais comparáveis entre unidades de observação.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

50

9) Consumo de medicamentos ansiolíticos, hipnóticos, sedativos e antidepressivos, em DDD

por 1.000 habitantes, por dia (id 169)

Este indicador incide sobre mais uma área em foco nos Programas de Saúde Prioritários: o Programa

Nacional para a Saúde Mental. Como se pode ler na sua introdução: “Os estudos epidemiológicos mais

recentes demonstram que as perturbações psiquiátricas e os problemas de saúde mental se tornaram a

principal causa de incapacidade e uma das principais causas de morbilidade, nas sociedades atuais”.

O consumo dos medicamentos ansiolíticos, sedativos, hipnóticos e antidepressivos, usualmente medido em

Dose Definida Diária (DDD), tem vindo a aumentar, assim como a codificação ICPC em CSP de problemas

de saúde relacionados, como sejam a ansiedade, depressão e perturbações do sono, conforme se pode

verificar na Tabela 18. É fundamental analisar a sua correlação, tendo em conta a importância de um

diagnóstico correto, sem esquecer a sua codificação, e da adequação da terapêutica, sendo que ambos,

problema de saúde e efeitos da terapêutica, devem ser alvo de um acompanhamento atento pelos clínicos.

Figura 12 - Consumo de medicamentos ansiolíticos, hipnóticos, sedativos e antidepressivos- CE 2011-2012

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Regista-se uma discreta melhoria deste indicador a nível nacional, com destaque para o efeito de

nivelamento que se verificou essencialmente no Alentejo (que baixou os seus níveis elevados). Realça-se

que este indicador é do tipo “quanto mais baixo, melhor” e que o mesmo não está padronizado pela idade,

obrigando a uma comparação mais cautelosa.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

51

10) 2011, 2012 - Percentagem de consultas médicas presenciais com codificação ICPC 2 (id 161)

2013 - Proporção de consultas médicas presenciais com codificação ICPC 2 (id 74)

A codificação sistemática e criteriosa dos problemas de saúde dos utentes utilizadores dos CSP, permite não

só conhecer a carga de doença da população abrangida, dando um contributo fundamental para adequar a

gestão e planeamento em saúde ao nível dos serviços às necessidades da população, como também permite

o conhecimento dos problemas de saúde ao nível da UF e mesmo do utente, contribuindo para uma melhor

governação clínica.

Com este enquadramento, conforme já referido no capítulo 4, no início de 2010 foi criado um grupo de

trabalho para melhoria do Registo de Morbilidade ao nível dos cuidados de saúde primários com base na

ICPC-2-E. Assinala-se a importância da qualidade dos registos, a par com a sua sistematização, sendo

fundamental avançar para um plano para a sua auditoria.

Apesar das metas serem ambiciosas, foram ultrapassadas pelos resultados, demonstrando a excelente

adesão dos profissionais ao registo informático e à codificação clínica, não obstante o reporte de ocasionais

dificuldades de rede ou suporte informático, que estão a ser progressivamente ultrapassadas. Destacam-se a

ARS Norte com valores acima dos 90%, logo seguida pela ARS Centro.

Figura 13 – Percentagem de consultas médicas presenciais com codificação ICPC 2 – CE 2011-2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

52

11) 2011, 2012 - Percentagem de medicamentos genéricos (quantidade de embalagens) (id 156)

2013 – Proporção de medicamentos faturados, que são genéricos (id 66)

Como já referido acerca dos indicadores de eficiência, a despesa com medicamentos é uma componente

relevante do orçamento do SNS e como tal é necessário adotar estratégias para o seu controlo, que vão

desde o estímulo à utilização de genéricos, à implementação de normas de orientação clínica sobre a

prescrição, e ao fornecimento de informação sobre o prescrito aos profissionais, para sua análise.

Cada vez mais a informatização dos sistemas permite a eliminação de medicamentos em duplicado, alerta

para possíveis efeitos adversos ou de associações de fármacos, permite aceder às suas indicações e

contraindicações, e ainda permite obter informação sobre custos – o preço de venda ao público, ao utente, a

comparticipação do estado, o preço de genéricos e de medicamentos de marca.

Figura 14- Percentagem de medicamentos genéricos (quantidade de embalagens) - CE 2011-2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

É inquestionável que a prescrição de genéricos é prática corrente e estável nos CSP, atingindo-se uma

percentagem a nível nacional de 42,2% de genéricos no total de embalagens prescritas.

Continuam a ser implementadas novas políticas e novos modelos de prescrição, designadamente a

Prescrição Eletrónica de Medicamentos (PEM), já em 2013, que continuarão a contribuir para a melhoria da

percentagem de genéricos no total de embalagens prescritas.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

53

12) 2011 - Custo de medicamentos faturados, por utente utilizador do SNS (PVP) (id 154)

2012 -Custo de medicamentos faturados por utilizador (PVP) (id 157)

2013 – Despesa de medicamentos, por utilizador (PVP) (id68)

Na linha do que foi exposto para o indicador anterior sobre o peso da despesa com medicamentos no

orçamento do SNS, e dos esforços e estratégias necessários para a sua contenção, selecionou-se para os

ACES um indicador também utilizado na Contratualização Interna com as UF, que visa o custo médio com

medicamentos por utilizador, preço de venda ao público (PVP), para obviar a variação causada pelos

diferentes escalões de comparticipação. Em 2012 e 2013, com o intuito de melhor adequar o indicador à

realidade do conjunto de utilizadores e à prática vigente da faturação de medicamentos, optou-se por alargar

o indicador a todos os utilizadores do ACES, incluindo os dos subsistemas de saúde.

Figura 15- Custo de medicamentos faturados, por utente utilizador - CE 2011-2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

A diferença no cálculo do indicador relatado acima, torna mais difícil a comparação de valores entre os anos

de 2011 e 2012, 2013, contudo, verifica-se que os resultados obtidos ficaram abaixo das metas

contratualizadas e que se manteve a ordem das regiões quanto ao nível atingido em custo médio com

medicamentos por utilizador, com o Alentejo e o Centro com custos mais elevados.

Verificamos que a despesa com medicamentos em 2013 se reduziu de forma significativa, fruto do efeito

cumulativo entre a baixa administrativa do preço dos medicamentos ocorrida durante 2012 determinada pelo

Ministério da Saúde e o trabalho de adequação das práticas de prescrição que os profissionais

implementaram.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

54

13) 2011, 2012 - Custo de MCDTs faturados por utente utilizador do SNS (id 160)

2013-Despesa de MCDTs faturados por utente utilizador do SNS (id69)

À semelhança do anterior, este é um indicador de eficiência também utilizado na Contratualização Interna

com as UF. Para a adequação da prescrição de meios complementares de diagnóstico e terapêutica têm

vindo a ser implementadas normas de orientação clínica, e tem sido fornecida informação sobre a sua

prescrição aos profissionais, para sua análise. O registo informático de resultados e o estabelecimento de um

circuito eletrónico que forneça informação aos profissionais sobre os exames ou tratamentos efetuados pelo

utente, contribui também para a diminuição de exames duplicados ou desnecessários.

Figura 16- Custo de MCDTs faturados por utente utilizador do SNS - CE 2011-2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Tem-se assistido a uma melhoria dos resultados alcançados ao nível deste indicador, fruto da adequação as

práticas de prescrição e da melhoria do controlo sobre esta atividade.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

55

Conforme referido anteriormente, apresentam-se agora os novos indicadores que foram introduzidos no

processo de contratualização em 2013, na sequência da melhoria contínua desse processo e tendo como

principais objetivos o aperfeiçoamento das regras de negociação, acompanhamento/ monitorização e

avaliação das atividades desenvolvidas pelos ACES, nomeadamente:

14) Taxa de Utilização de consultas médicas – 3 anos (id 006)

Este indicador pretende avaliar o acesso a consultas médicas pela população inscrita, assim exprime a

proporção de utentes inscritos que tiveram consulta médica, de qualquer tipo, nos últimos 3 anos.

Figura 17- Taxa de utilização de consultas médicas – 3 anos - CE 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Existe uma taxa de utilização de consultas médicas acima dos 80% na maioria das ARS com exceção de

LVT. De igual forma, se verifica que todas as ARS ultrapassam as metas contratualizadas, ainda que as

mesmas tenham sido ambiciosas, sendo LVT a única que se situa abaixo do esperado.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

56

15) Taxa de domicílios enfermagem por 1.000 inscritos (id 004)

O indicador de taxa de consultas de enfermagem no domicílio por 1.000 inscritos permite monitorizar as

atividades relacionadas com a realização de domicílios de enfermagem através do número de domicílios de

enfermagem realizados por ano, por cada 1.000 utentes inscritos.

Figura 18- Taxa de domicílios enfermagem por 1.000 inscritos – 2013 – CE 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Para este indicador, ainda que tenham sido contratualizadas metas elevadas, verificamos a superação das

mesmas em todas as ARS, com exceção do Centro onde o valor está muito próximo do contratualizado.

A média nacional atinge um valor de 171 por 1.000, o que representa a proximidade dos cuidados de saúde

primários aos grupos mais vulneráveis, de risco ou de alguma condição que limita o grau de mobilidade de

autonomia dos utentes.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

57

16) Proporção inscritos >= 14 A, c/ hábitos tabágicos (id 047)

O novo Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil (PNSIJ) entrou em vigor a 1 de Junho de 2013 e vem

substituir o Programa-tipo de Atuação em Saúde Infantil e Juvenil, Orientação Técnica nº12, 2ª edição de

2005. Desta forma, pretende-se que este indicador ajude a monitorizar o PNSIJ quanto ao parâmetro "registo

de hábitos tabágicos.

O indicador referente à proporção de utentes com idade igual ou superior a 14 anos, com quantificação dos

hábitos tabágicos nos últimos 3 anos, exprime a relação entre os utentes com idade igual ou superior a 14

anos, com quantificação dos hábitos tabágicos nos últimos 3 anos.

Figura 19 - Proporção inscritos >= 14 A, c/ hábitos tabágicos -3 anos- CE 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Verificam-se algumas assimetrias em relação aos valores que se encontram registados para este indicador

nas várias regiões de saúde, o que indica a necessidade de se continuar a colocar enfoque nesta matéria

nos próximos processos de contratualização nos cuidados de saúde primários.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

58

17) Proporção MIF, com acompanhamento em PF (id 052)

As atividades de planeamento familiar constituem uma componente fundamental da prestação de cuidados.

Neste âmbito, a consulta de planeamento familiar deve assegurar, também, atividades de promoção da

saúde, tais como informação, aconselhamento sexual, prevenção e diagnóstico precoce das DTS, prestação

de cuidados pré-concepcionais, entre outros.

Desta forma, este indicador pretende auxiliar a monitorização do programa de planeamento familiar, dado

que exprime a proporção de mulheres em idade fértil com idade no intervalo [15; 50[ anos, com

acompanhamento adequado na área do planeamento familiar, de acordo com as normas da DGS.

Figura 20 – Proporção MIF, com acompanhamento em PF – CE 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Também neste indicador se registam algumas assimetrias em relação aos valores obtidos para este

indicador nas várias regiões de saúde, o que indica a necessidade de se continuar a colocar enfoque nesta

matéria nos próximos processos de contratualização nos cuidados de saúde primários.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

59

18) Proporção jovens 14A, c/ cons. méd. vig. e PNV (id 064)

O Programa Nacional de Vacinação (PNV) é universal e gratuito, e assenta no princípio da proteção da

saúde pública através da utilização de vacinas eficazes e seguras com impacto na dinâmica das doenças.

Pela sua importância, é incontornável a ligação do PNV com o novo Programa Nacional de Saúde Infantil e

Juvenil (PNSIJ) que, surge com diversas modificações de conteúdo relativamente à versão de 2005 em

resposta, por um lado, à necessidade de melhoria dos padrões de qualidade, harmonizando os conteúdos

das ações de saúde com as novas evidências científicas e com novas morbilidades e, por outro, a uma maior

relevância de problemas de saúde preexistentes.

Uma das recomendações do PNSIJ prende-se com a harmonização das consultas correspondentes a

acontecimentos importantes na vida do bebé, da criança ou do adolescente com o esquema cronológico

preconizado no novo PNV, de modo a reduzir o número de deslocações aos serviços de saúde.

O indicador que foi contratualizado com os ACES em 2013 pretende auxiliar essa monitorização com ao

exprimir a proporção de jovens com consulta médica de vigilância realizada entre [11; 14[ anos e com PNV

totalmente cumprido na data do 14º aniversário (entre os que completam 14 anos).

Figura 21 – Proporção jovens 14ª, c/ con. Médic. Vig. E PNV – CE 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Conforme se constata no gráfico anterior, as ARS Norte e LVT ficaram aquém das metas contratualizadas,

sendo a meta do Norte mais exigente do que as restantes. A ARS Centro, Alentejo e Algarve atingiram ou

ultrapassaram as metas propostas.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

60

19) Proporção idosos, sem ansiol. / sedat. / hipnót (id 56)

De acordo com o Plano Nacional de Saúde Mental 2007-2016, “os dados existentes sugerem que a

prevalência dos problemas de saúde mental não se afastará muito da encontrada em países europeus com

características semelhantes, ainda que os grupos mais vulneráveis (mulheres, pobres, idosos) pareçam

apresentar um risco mais elevado do que no resto da Europa”.

Ainda de acordo com o documento supra citado, quando se observa o sistema de saúde mental português

constatamos evoluções muito positivas nas últimas décadas, além de sermos um dos primeiros países

europeus a adotar uma lei nacional (1963) que permitiu a criação de centros de saúde mental em todos os

distritos e o aparecimento de vários movimentos importantes, tais como os da psiquiatria social e da ligação

aos cuidados de saúde primários

Tendo em conta a importância de um correto acompanhamento do consumo destes medicamentos pelos

clínicos, contratualizou-se a partir de 2013 o indicador que exprime a proporção de utentes inscritos com

idade igual ou superior a 65 anos a quem não foram prescritos ansiolíticos, nem sedativos, nem hipnóticos,

no período em análise.

Figura 22 – Proporção idosos, sem ansiol./sedat./hipnót – CE 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Ainda que as metas tenham sido ambiciosas para o ano 2013, nota-se nos resultados alcançados um

desempenho positivo em todas as ARS, obtendo-se assim um valor nacional a rondar os 65% para este

indicador. Importa continuar a analisar esta matéria para os próximos anos, de forma a avaliar a trajetória de

melhoria que este ano de 2013 indicia para este indicador.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

61

Devido à diversidade de indicadores regionais e locais selecionados para os ACES, considerando que a sua

análise se tornaria demasiado exaustiva e que a comparação dos resultados de indicadores entre instituições

que não os contratualizaram com instituições que o fizeram enviesaria as leituras dai resultantes, não se

efetua neste relatório a análise destes indicadores.

Ainda assim, e uma vez que este é um estudo pertinente e útil, como forma de verificar o efeito sobre os

resultados da contratualização externa com os ACES, importa que as várias ARS procedam à análise do

grau de cumprimento das metas e da evolução dos resultados destes indicadores regionais e locais dos

ACES, durante o triénio aqui referido.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

62

5.2.2 - CONTRATUALIZAÇÃO INTERNA – UF

Nesta parte do documento procede-se à análise sequencial de todos os indicadores usados na

contratualização interna de incentivos institucionais e financeiros das Unidades funcionais em 2011, 2012 e

2013. Para os anos 2011 e 2012, efetua-se uma análise a nível nacional, sendo que para tal se elencam os

indicadores contratualizados com as metas e os resultados alcançados. Para 2013, comparam-se os

resultados, as metas, a variação dos resultados relativamente à meta e os pontos obtidos no score de

contratualização, conforme as métricas estabelecidas na Portaria n.º 301/2008, de 22 de Abril, para

atribuição dos incentivos institucionais (Tabela 13).

Relativamente aos incentivos financeiros, procede-se à análise dos indicadores usados na contratualização

interna, para USF modelo B, em 2011 e 2012 e efetua-se uma análise genérica das metas contratualizadas e

dos respetivos resultados. Para 2013, comparam-se as metas contratualizadas com USF modelo B e os

resultados dessas mesmas USF por ARS. Avalia-se ainda os pontos obtidos no score de contratualização

das USF B, conforme métrica estabelecida no anexo II da Portaria n.º 301/2008, de 22 de Abril, para

incentivos financeiros.

Para cada indicador, no ano 2013, apresentam-se sempre dois gráficos:

- Um que compara os diferentes tipos de Unidades Funcionais, nomeadamente as USF modelos A e

B e as UCSP – M (que representam a componente das UCSP que é constituída pelos ficheiros de

utentes com médico de família atribuído). Para cada tipo de unidade apresenta-se um valor médio

de meta contratualizada e um valor médio de resultado obtido;

- Outro gráfico em que é efetuada a comparação entre ARS, nos mesmos moldes que para as UF.

As duas colunas da direita mostram respetivamente a média nacional para todas as UF – os valores

obtidos pela UF tipo, e a média nacional para as ARS.

Na leitura destes gráficos, onde se comparam UF de vários tipos e de várias ARS, importa ter presente que

existem especificidades e fatores regionais ou locais que condicionam os resultados.

No âmbito deste trabalho de comparação de resultados entre UF, apesar de não estar previsto na legislação

que as UCSP recebam incentivos institucionais, são apresentadas tabelas por indicador assinalando a

pontuação obtida por tipo de UF, aplicando a métrica apresentada na Tabela 19 às UF que contratualizaram

em 2013.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

63

INDICADORES DE CONTRATUALIZAÇÃO PARA INCENTIVOS INSTITUCIONAIS

A matriz de indicadores utilizados na contratualização de incentivos institucionais com UCSP e USF em 2011

e 2012 pode ser consultada na Tabela 12 para esses anos e, na Tabela 13 para o ano 2013.

De acordo com o estabelecido no anexo III da Portaria n.º 301/2008, de 22 de abril, o apuramento dos

incentivos institucionais obtém-se segundo a métrica apresentada na Tabela 19.

Tabela 19 – Métrica para atribuição de incentivos institucionais

Estado Pontuação por

Atividade

Classes de indicadores

Acesso Desempenho Assistencial e

Satisfação dos Utentes Eficiência

Atingido 2 > 90 % < 100%

Quase Atingido

1 [80 %, 90 %] [100 %, 105 %]

Não Atingido 0 < 80 % > 105 %

Portaria n.º 301/2008, de 22 de Abril, anexo III

As metas estabelecidas para os indicadores de Desempenho Assistencial relacionados com o Programa

Nacional de Vacinação têm tido um menor grau de tolerância, visando a boa prática e a manutenção das

taxas de vacinação eficazes na persecução dos objetivos já referidos na Contratualização Externa, como

sejam o seu contributo para o efeito de imunidade de grupo, para a erradicação de algumas doenças alvo e

para o controlo das restantes doenças abrangidas para níveis de endemicidade muito baixos.

Os indicadores de acesso, desempenho assistencial e de satisfação dos utentes seguem a regra geral de

quanto mais elevado o seu valor, melhor, enquanto os indicadores de eficiência, como sejam o custo com

medicamentos e meios complementares de diagnóstico e terapêutica, têm uma leitura inversa, do tipo

“quanto maior, pior”.

Com já referido para a contratualização externa, também na contratualização interna não foi possível

contratualizar o indicador da satisfação de utentes no triénio aqui em análise, uma vez que não existia um

indicador que fosse transversal e equitativo para todas as UF, de implementação a nível nacional, algo que já

foi alcançado no âmbito do processo de contratualização nos cuidados de saúde primários em 2014.

a) Indicadores de Acesso

Em 2011, 2012 e 2013 foram contratualizados 4 indicadores de acesso relacionados com as consultas

realizadas pelo próprio médico de família, a taxa de utilização de consultas e as visitas domiciliárias médicas

e de enfermagem.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

64

Como já referido, estes indicadores pretendem realçar a importância da acessibilidade aos Cuidados de

Saúde Primários como sendo os serviços de saúde mais próximos dos cidadãos, assumindo um papel fulcral

na promoção da saúde, na prevenção da doença, no diagnóstico precoce e nos rastreios, e no

acompanhamento dos doentes crónicos e das suas famílias.

A ligação do utente à sua UF deve ser privilegiada, com evidentes ganhos de eficiência na prestação de

cuidados de saúde. A existência de um processo clínico eletrónico e de profissionais de saúde que

conhecem o utente e a sua família, permitem um reconhecimento individualizado das necessidades em

saúde e uma melhor gestão, em conjunto com o próprio utente, da oferta de serviços, incluindo uma

prescrição de medicamentos mais adequada e sem dispersão ou duplicação, o mesmo sucedendo com os

mcdt. Mais que o número de consultas, estes indicadores refletem o tipo e a qualidade do acesso.

b) Indicadores de Desempenho Assistencial

Em 2011 e 2012 foram contratualizados 8 indicadores de desempenho assistencial relacionados com as

áreas de rastreio oncológico, designadamente do tumor da mama e do colo útero, das doenças crónicas,

como a diabetes e hipertensão, da saúde infantil e vacinação e vigilância de gravidez. Em 2013 surgiram

alterações tendo sido contratualizados 6 indicadores de desempenho assistencial e, permitiu-se alguma

liberdade das ARS, ao poderem escolher mais 2 indicadores de desempenho assistencial de uma lista de 10

disponíveis e elegíveis para este propósito.

A contratualização destes indicadores tem contribuído para a promoção de boas práticas e de bons registos

clínicos, chamando a atenção para a vigilância de grupos de risco e vulneráveis, permitindo fornecer a

diferentes níveis informação que serve de base para uma boa governação clínica.

c) Indicadores de eficiência

Em 2011, 2012 e 2013 foram contratualizados 2 indicadores de eficiência relacionados com o custo médio de

medicamentos faturado por utilizador e o custo médio de meios complementares de diagnóstico e terapêutico

faturado por utilizador, efetuado por cada UF.

O reconhecimento da importância da adequação da prescrição de medicamentos e mcdts e o seu contributo

fulcral para a sustentabilidade do SNS já foi referido no início deste capítulo, já que são indicadores também

utilizados para a Contratualização Externa com os ACES.

Ao nível das USF, onde são contratualizados desde a sua origem, há cerca de seis ou sete anos, são

conhecidas as estratégias organizacionais utilizadas, desde a sua discussão em reuniões clínicas e de

serviço, a criação de normas internas e compilação de normas nacionais e internacionais acessíveis durante

a prática clínica diária. Estas normas não visam exclusivamente a eficiência, mas sobretudo as boas práticas,

tendo como consequência bem visível a diminuição da despesa média por utilizador em medicamentos e

meios complementares de diagnóstico e terapêutica, como se pode comprovar de seguida.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

65

Para 2011 e 2012, a tabela seguinte apresenta uma comparação das metas e resultados a nível nacional:

Tabela 20 – Indicadores de incentivos institucionais CI 2011-2012

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Pela observação do gráfico seguinte podemos afirmar que as metas contratualizadas para os indicadores de

Acesso e Desempenho Assistencial em 2012 são ligeiramente inferiores às de 2011, com exceção do

indicador 118. No entanto, em qualquer um destes anos, os resultados apresentam uma razoável adesão à

meta proposta, com exceção de alguns indicadores onde os valores previstos não foram alcançados.

Figura 23 – Indicadores de Acesso e Desempenho Assistencial CI 2011-2012

Metas e Resultados

Meta Resultado Meta Resultado

107 Percent. de consultas realizadas pelo MF 82,6 84,7 83 85

108 Taxa de utilização global de consultas 71 64,6 70,5 64,2

115 Taxa visit. domic. médicas por 1000 inscritos 27,4 25,4 25,7 19,8

118 Taxa visit. domic. enfermagem por 1000 inscritos 136 128,8 143,8 133,8

132 Percent. mulheres [25;64[ A, c/ colpocit. 57,8 50,3 53,3 40

131 Percent. mulheres [50; 70[ A, c/ mamogr. (2 anos) 68,6 62,5 64,8 54,6

136 Percent. DM c/ 1HgbA1c por semestre 87,2 74,3 79,8 56,9

128 Percent. hipertensos com PA em cada semestre 90,4 76,1 84,2 60,3

145 Percent. crianças com PNV atualizado - 2 anos (S) 98 94,3 97,8 93,4

147 Percent. crianças com PNV atualizado - 7 anos (S) 97,8 96,8 97,7 96,5

139 Percent. primeiras consultas até 28 dias 85,8 85,6 82,6 80,6

152 Percent. prim. consult, gravid. 1º trim. 85,4 83,3 84,4 82,9

154 Despesa medic. faturados, por utiliz. do SNS (PVP) 181,0 € 152,8 €

157 Custo medic. faturados, por utiliz. (PVP) 155,9 € 156,5 €

160 Custo MCDT fatur. p/ util. SNS (p. conv. s/ TM) 63,9 € 51,2 € 55,0 € 50,0 €

2011 2012

IndicadorID

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

66

Quanto aos indicadores de eficiência, descreveram-se anteriormente neste capítulo as estratégias

implementadas a nível nacional e a nível das UF, visando a melhoria da adequação das práticas clínicas e a

redução da despesa em medicamentos e em mcdt, mantendo um desempenho de elevada qualidade e rigor

técnico, destacando-se agora no gráfico seguinte os bons resultados alcançados a nível nacional em relação

aos indicadores de eficiência.

Figura 24 – Indicadores de Eficiência CI 2011-2012

Metas e Resultados

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

67

Nas páginas seguintes elencamos os indicadores de contratualização interna para o ano de 2013, assim

como efetuaremos uma análise para cada um deles na dimensão UF e ARS, como acima se descreveu:

1) Percentagem de consultas realizadas ao utente pelo seu próprio Médico de Família

(id 107)

Este indicador mostra a acessibilidade do utente ao seu Médico de Família e a maturidade organizacional da

UF, considerando que cada utente deve ter um atendimento preferencial pelo seu médico, que será quem o

conhece melhor e que terá elaborado o seu processo clínico. Não se pode deixar de referir a importância de

existirem na UF mecanismos de intersubstituição que ocorram durante as ausências do médico de família.

Valores Médios Contratualizados e Realizados no indicador

As metas contratualizadas têm sido elevadas e atingidas pelas USF e pelas UCSP. Em 2013, o nível de

exigência em termos de meta para as UCSP aumentou significativamente tendo-se notado uma ligeira

diminuição face ao ano anterior. A ARS Norte atinge níveis mais elevados e o Alentejo e Algarve níveis mais

baixos, este último com um diferencial em relação à meta.

Figura 25 – Percentagem de consultas realizadas ao utente pelo seu próprio Médico de Família – CI 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Como fatores que podem influenciar o grau de cumprimento deste indicador podemos destacar o horário de

funcionamento da UF, a sua dimensão em número de inscritos e número de profissionais, a sua dispersão

geográfica ou a organização e oferta de outros serviços de saúde a nível local.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

68

Número de Unidades Funcionais que alcançaram as metas neste indicador

Quanto ao número de UF que alcançaram as metas contratualizadas, pode ser consultado no quadro abaixo,

sendo que também reflete uma melhoria em relação ao ano 2012, com uma clara predominância de USF a

conseguirem 2 pontos, e de UCSP que os conseguiriam, caso recebessem incentivos institucionais.

Tabela 21 – Percentagem de consultas realizadas pelo MF - Pontuação 2013

Por tipo de UF

1 ponto 2 pontos

Por ARS

1 ponto 2 pontos

2013 2013 2013 2013

USF-B 9 172 ARSN 49 262

USF-A 17 173 ARSC 4 35

UCSP-M 77 136 ARSLVT 39 134

TOTAL 103 481 ARSALE 11 39

ARSALG 0 11

2) Taxa de utilização global de consultas (id 002)

Este indicador mostra a acessibilidade dos utentes inscritos à consulta médica na sua UF, quer seja

presencial ou não presencial.

Valores Médios Contratualizados e Realizados no indicador

Têm sido contratualizadas metas que rondam o 70% de taxa de utilização a 1 ano, valor estimado como boa

prática. Existem resultados mais elevados nas USF modelo B, atingindo ou ultrapassando a referida meta,

seguido das UCSP-M com médico de família, e com as USF- modelo A ficando aquém da meta. É a ARS

Alentejo que tem melhores taxas de utilização, e as ARS LVT e Algarve as que têm os valores mais baixos. A

este facto não é alheio o maior número de utentes sem médico de família que existiam à data nestas ARS.

Figura 26 – Taxa de Utilização global de consultas – CI 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

69

Número de Unidades Funcionais que alcançaram as metas neste indicador

Como no indicador anterior, predominam as UF que atingem os 2 pontos, tanto USF como UCSP, embora

nestas últimas haja comparativamente mais unidades a atingir apenas 1 ponto, demonstrando modelos

organizacionais cada vez mais estruturados, e que visam melhorar a acessibilidade dos utentes aos CSP.

Tabela 22 – Taxa de utilização global de consultas – Pontuação 2013

Por tipo de UF

1 ponto 2 pontos Por ARS

1 ponto 2 pontos

2013 2013

2013 2013

USF-B 12 169

ARSN 23 293

USF-A 36 147

ARSC 2 37

UCSP-M 51 170

ARSLVT 72 92

TOTAL 99 486

ARSALE 2 53

ARSALG 0 11

3) Taxa de visitas domiciliárias médicas por 1.000 inscritos (id 115)

Para além de significar um tipo de acessibilidade representativo da proximidade do médico de família ao seu

utente com necessidades de saúde especiais em domicílio, pode revelar uma boa prática de

acompanhamento de doentes com algum grau de dependência de uma forma programada e organizada,

partilhando recursos com os cuidados e com as restantes estruturas da sociedade, nomeadamente as de

apoio social.

Valores Médios Contratualizados e Realizados no indicador

Este indicador, é um dos que obtêm maior variabilidade de resultados, alcançando valores elevados nas USF

B e nas USF A. Deve-se ter presente que os domicílios nas USF modelo B são alvo de incentivo para os

médicos. A ARS Alentejo é a que obtém melhores resultados, com um valor muito superior às restantes.

Figura 27 – Taxa de visitas domiciliárias médicas por 1.000 inscritos – CI 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

70

Trata-se de um indicador sensível ao índice de envelhecimento da população e ao grau de perda de

autonomia dos seus utentes.

Para além disso, pode também refletir o grau de dispersão geográfica ou de isolamento da residência dos

utentes, práticas locais e de organização de serviços, designadamente a existência de lares de idosos ou

centros de dia que, consoante as suas características, tenham ou não médico assistente.

É um indicador que também é muito sensível aos recursos humanos existentes, sobretudo no caso das

UCSP.

Número de Unidades Funcionais que alcançaram as metas neste indicador

Nem todas as USF conseguem pontuar neste indicador, embora a maioria atinja os 2 pontos, em particular

no modelo B.

Tabela 23 – Taxa de visitas domiciliárias médicas por 1.000 inscritos- Pontuação 2011-2012

Por tipo de UF

1 ponto 2 pontos Por ARS

1 ponto 2 pontos

2013 2013 2013 2013

USF-B 19 154 ARSN 28 183

USF-A 24 90 ARSC 5 24

UCSP-M 16 63 ARSLVT 19 69

TOTAL 59 307 ARSALE 6 26

ARSALG 1 5

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

71

4) Taxa de visitas domiciliárias de enfermagem por 1.000 inscritos (id 118)

As visitas domiciliárias de enfermagem ao nível das USF e UCSP podem integrar vários aspetos, desde a

prestação de consulta de enfermagem nas suas diferentes vertentes, ao tratamento de feridas ou à

administração de injetáveis, incluindo atividades de promoção de saúde e de prevenção da doença,

sobretudo direcionadas para utentes com determinadas características, pertencentes a grupos vulneráveis,

como grávidas, puérperas ou recém-nascidos, ou grupos de risco, como utentes com diabetes, ou a utentes

com limitação do seu grau de autonomia.

Valores Médios Contratualizados e Realizados no indicador

Como para o indicador anterior, a média das metas contratualizadas é variável consoante o tipo de UF e é

mais variável ainda consoante a ARS, contrastando o Alentejo com metas mais elevadas, acima dos 200

domicílios por 1000 inscritos, por ano, e o Algarve com as metas mais baixas, próximas dos 30 domicílios.

Observa-se que valores médios de metas e resultados se mantêm estabilizados.

Figura 28 – Taxa de visitas domiciliárias de enfermagem por 1.000 inscritos – CI 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Os fatores que podem influenciar estas diferentes práticas domiciliárias são descritos no indicador anterior.

Número de Unidades Funcionais que alcançaram as metas neste indicador

No global, mais UF atingiriam pontuação neste indicador que no anterior, realçando as USF com clara

predominância dos 2 pontos.

Tabela 24 – Taxa de visitas domiciliárias de enfermagem por 1.000 inscritos - Pontuação 2013

Por tipo de UF

1 ponto 2 pontos

Por ARS

1 ponto 2 pontos

2013 2013 2013 2013

USF-B 21 151 ARSN 34 247

USF-A 16 130 ARSC 4 30

UCSP-M 23 146 ARSLVT 18 104

TOTAL 60 427 ARSALE 4 39

ARSALG 0 7

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

72

5) Percentagem de mulheres entre os 25 e 64 anos com colpocitologia atualizada (3 anos)

(id 132)

O rastreio do cancro do colo do útero é efetuado mediante a realização de colpocitologia, podendo ser

oportuníssimo, incluído na vigilância das mulheres em planeamento familiar ou não, e podendo ser de base

populacional, organizado de modo sistemático para o grupo alvo. O rastreio integrado prevê o seguimento

das mulheres em que se detetaram alterações, desde a confirmação dos resultados à realização de

consultas e tratamentos.

Valores Médios Contratualizados e Realizados no indicador

Com a deteção precoce em fase assintomática de lesões suspeitas, pré-malignas ou malignas, pretende-se a

diminuição da mortalidade e morbilidade, o recurso a terapêuticas menos agressivas, assim como a melhoria

da qualidade de vida e o aumento da sobrevida.

Para este indicador contabilizam-se as mulheres com idade entre os 25 e os 64 anos, inclusive, com pelo

menos uma citologia do colo do útero realizada nos últimos 3 anos.

Considerando que as taxas de rastreio devem ser superiores a 60%, verificam-se metas mais elevadas para

as USF modelo B, que em geral são atingidas, seguidas pelo modelo A, e com um diferencial grande entre

metas e resultados nas UCSP. A taxa de execução do rastreio reflete o impacto do modelo organizacional

em USF e dos incentivos financeiros, elevando as médias nacionais. Os resultados são mais elevados na

ARS Norte, no entanto todos eles muito abaixo das metas contratualizadas.

Figura 29 – Percentagem de mulheres [25 e 64] A com colpocitologia atualizada – CI 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Para este indicador contribui a organização do rastreio no âmbito regional, o trabalho em equipa de cada UF,

realçando o modelo de convocatória do grupo alvo, cuja aceitação é superior quando é feita de modo

personalizado, e a própria adesão das mulheres à realização deste exame.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

73

Número de Unidades Funcionais que alcançaram as metas neste indicador

Nota-se a progressiva organização deste rastreio com grande número de USF a atingir 2 pontos, embora

apenas um quarto das UCSP atinja valores pontuáveis.

Tabela 25 – Percentagem de mulheres[25 e 64]A com colpocitologia atualizada– Pontuação2013

Por tipo de UF

1 ponto 2 pontos

Por ARS

1 ponto 2 pontos

2013 2013 2013 2013

USF-B 32 146 ARSN 53 176

USF-A 47 104 ARSC 13 22

UCSP-M 35 29 ARSLVT 41 60

TOTAL 114 279 ARSALE 5 14

ARSALG 2 7

6) Percentagem de utentes com diabetes com uma HgbA1c por semestre (id 136)

Conforme já referido para a contratualização externa, a diabetes é uma doença com complicações graves ao

nível cardiocerebrovascular, renal, neurológico e ocular, e o seu controlo rigoroso leva à diminuição e atraso

na progressão destas complicações e à melhoria da qualidade de vida.

A Hemoglobina glicada (HgbA1c) é indicativa do grau de controlo da diabetes já que o seu valor é

equiparável a valores médios de glicémia nos últimos 3 meses. Seria desejável que os utentes com diabetes

tivessem pelo menos 1 registo de HgbA1c em cada semestre, se bem que este número deva ser adaptado à

situação clínica de cada um. Deste modo, mesmo não sendo um indicador de resultado, procura revelar o

grau de acompanhamento de utentes com este problema, considerando que a monitorização desta análise

clínica tem por objetivo atingir os valores de referência.

Valores Médios Contratualizados e Realizados no indicador

As metas contratualizadas para este indicador são portanto elevadas, já que incidem apenas sobre utentes

vigiados na UF, procurando corresponder ao objetivo de uma boa prática generalizada.

Em regra, as USF modelo B atingem as metas, seguem-se as USF modelo A com resultados próximos das

metas, surgindo as UCSP com um diferencial dos resultados em relação às metas.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

74

Figura 30 – Percentagem de utentes com diabetes com uma HgbA1c por semestre – CI 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Este indicador é influenciado pelas condições favoráveis para a um registo clínico eletrónico sistemático, que

têm melhorado progressivamente, pela prática desses mesmos registos pelos profissionais, pelo trabalho em

equipa e pela adesão dos utentes alvo.

Número de Unidades Funcionais que alcançaram as metas neste indicador

Predomina o número de USF que atingem 2 pontos, sendo, contrariamente, uma minoria o número de UCSP

a pontuar.

Tabela 26 – Percentagem de utentes com diabetes c/ 1 HgbA1c por semestre– Pontuação 2013

Por tipo de UF

1 ponto 2 pontos

Por ARS

1 ponto 2 pontos

2013 2013 2013 2013

USF-B 14 158 ARSN 38 163

USF-A 33 108 ARSC 6 29

UCSP-M 30 23 ARSLVT 25 72

TOTAL 77 289 ARSALE 7 16

ARSALG 1 9

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

75

7) Percentagem de hipertensos com uma avaliação da pressão arterial em cada semestre

(id 128) Nos hipertensos controlados é pelo menos expectável um registo do valor da tensão arterial duas vezes por

ano, pelo que este indicador, à semelhança do anterior, mesmo não sendo de resultado, procura revelar o

grau de acompanhamento dos utentes com este problema, que está na origem de doenças

ardiocerebrovasculares, como o enfarte do miocárdio e acidente vascular cerebral.

Valores Médios Contratualizados e Realizados no indicador

As metas contratualizadas para este indicador são assim elevadas, procurando corresponder ao objetivo de

uma boa prática generalizada. Mais uma vez as USF modelo B têm resultados próximos das metas, seguem-

se as USF modelo A, surgindo as UCSP com um diferencial significativo dos resultados em relação às metas.

Figura 31 – Percentagem de hipertensos com uma avaliação da PA cada semestre – CI 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Este indicador é influenciado pelas condições favoráveis para a um registo clínico eletrónico sistemático, pela

prática desses mesmos registos pelos profissionais, pelo trabalho em equipa e pela adesão dos utentes alvo.

Número de Unidades Funcionais que alcançaram as metas neste indicador

Como nos indicadores anteriores, predominam as USF que atingem 2 pontos, e apenas 16 UCSP

conseguiriam pontuar em 2013.

Tabela 27 – Percentagem de hipertensos com PA em cada semestre – Pontuação 2013

Por tipo de UF

1 ponto 2 pontos

Por ARS

1 ponto 2 pontos

2013 2013 2013 2013

USF-B 27 145 ARSN 31 165

USF-A 37 88 ARSC 11 18

UCSP-M 25 16 ARSLVT 37 52

TOTAL 89 249 ARSALE 8 9

ARSALG 2 5

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

76

8) Proporção de crianças 2 A, com PNV cumprido até 2 anos (id 27)

A importância e os objetivos do Programa Nacional de Vacinação (PNV) já foram explanados na avaliação da

contratualização externa, para o indicador de avaliação do PNV aos 14 anos. É indiscutível a necessidade de

se manter taxas de vacinação elevadas. Embora as taxas de vacinação das UF possam não coincidir

diretamente com as taxas de cobertura populacional, devido à população inscrita poder não ser idêntica à

população residente, este facto é ultrapassado pela abrangência populacional das UF, pelos níveis elevados

de desempenho e colaboração dos profissionais e de adesão da população ao PNV.

Considerando que, de acordo com o esquema cronológico recomendado, aos 12 meses de idade se

completa a primovacinação para onze doenças das doze abrangidas pelo PNV, (sendo a 12ª a vacina HPV

administrada às raparigas aos 13 anos), com um primeiro reforço de 2 vacinas aos 18 meses de idade, que

aos 5-6 anos de idade, antes do início da escolaridade obrigatória, é recomendado o reforço de mais 3

vacinas, e que o esquema recomendado só é retomado aos 10-13 anos, tornam-se evidentes 3 idades chave

para avaliação do cumprimento do PNV nas crianças e adolescentes: os 2 anos, os 7 anos e os 14 anos, de

modo a incluir todas as crianças abrangidas até ao limite das idades do esquema recomendado.

O cumprimento do esquema recomendado aos 14 anos tem sido um indicador nacional da contratualização

externa com os ACES, conforme já referido. Os indicadores que avaliam o PNV até aos 2 anos, são alvo da

contratualização interna.

Valores Médios Contratualizados e Realizados nos indicadores(id 027)

As metas contratualizadas foram elevadas, transparecendo os níveis de exigência organizacional e técnica

que se espera das UF, designadamente das USF, para esta área da saúde infantil e juvenil. Os resultados

obtidos são igualmente elevados, com as USF a contribuir amplamente para estes bons resultados. Ao nível

das ARS destaca-se a ARS Norte com os valores mais elevados em termos de resultado deste indicador.

Figura 32 – Proporção de crianças com PNV cumprido até 2 anos – CI 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

77

Contribuem para estes indicadores, como já referido, as orientações técnicas da DGS e a boa articulação da

Saúde Pública com os profissionais no terreno, o bom desempenho e empenho dos profissionais, as

condições e recursos atribuídos para a qualidade técnica exigida à vacinação, e a adesão e confiança da

população.

Número de Unidades Funcionais que alcançaram as metas nestes indicadores

Devido à exigência já assinalada para o grau de cumprimento dos indicadores de vacinação, só pontuam UF

que atingem as metas, ou as ultrapassam, com 2 pontos. A diferença entre o tipo de UF é contudo discreta,

já que se estão a comparar valores médios regra geral acima dos 90%.

Tabela 28 – Proporção de crianças com PNV cumprido até 2 anos – Pontuação 2013

Por tipo de UF

1 ponto 2 pontos

Por ARS

1 ponto 2 pontos

2013 2013 2013 2013

USF-B 0 85 ARSN 0 136

USF-A 0 55 ARSC 0 10

UCSP-M 0 53 ARSLVT 0 37

TOTAL 0 193 ARSALE 0 9

ARSALG 0 1

9) Percentagem de primeiras consultas na vida efetuadas até aos 28 dias (id 139)

A importância das consultas de Saúde Infantil e Juvenil, orientadas segundo o Programa Nacional de Saúde

Infantil e Juvenil da Direção Geral de Saúde, e quais são os seu objetivos, já foi anteriormente descrito para

este indicador utilizado a nível do ACES. Este programa de saúde tem o seu modelo replicado nos sistemas

informáticos das UF de modo a auxiliar o prestador, permitir o registo adequado, a monitorização e a

avaliação dos cuidados prestados. Neste contexto, a precocidade da primeira consulta surge com o papel

fundamental no início desta ligação aos Cuidados de Saúde, constituindo um indicador de qualidade.

Valores Médios Contratualizados e Realizados no indicador

A média nacional neste indicador encontra-se acima dos 82%, e espera-se que seja indicativa de boas

práticas inseridas no circuito das rotinas das UF e dos seus profissionais, uma vez que se obteve ainda

melhoria de 2011 para 2012 a todos os níveis. Realça-se o contributo importante das USF para estes

valores.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

78

Figura 33 – Percentagem de primeiras consultas na vida efetuadas até aos 28 dias – CI 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Este indicador é influenciado pela ligação dos utentes ao seu médico e enfermeiro de família, pelo local de

seguimento da gravidez, pela articulação entre os diferentes níveis de cuidados, e pela organização da UF,

que pode arranjar estratégias para ultrapassar as dificuldades em o atingir.

Número de Unidades Funcionais que alcançaram as metas neste indicador

Quase todas as USF obtêm 2 pontos e as UCSP atingem bons resultados. A ARS Norte destaca-se com o

maior número de UF a obter 2 pontos.

Tabela 29 – Percentagem de primeiras consultas até os 28 dias – Pontuação 2013

Por tipo de UF

1 ponto 2 pontos

Por ARS

1 ponto 2 pontos

2013 2013 2013 2013

USF-B 2 167 ARSN 37 271

USF-A 26 152 ARSC 2 34

UCSP-M 51 160 ARSLVT 36 120

TOTAL 79 479 ARSALE 3 46

ARSALG 1 8

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

79

10) Percentagem de primeiras consultas de gravidez no 1º trimestre (id 152)

O facto de existir evidência científica que relaciona a qualidade dos cuidados prestados durante a gravidez e

a redução da morbilidade e mortalidade materna e perinatal, tal como a redução do baixo peso à nascença e

da prematuridade, realça a importância do acompanhamento das grávidas desde a fase mais precoce da

gravidez, independentemente dos protocolos de articulação que possam existir entre os diferentes níveis de

cuidados de saúde, ou a seleção do prestador pela grávida.

Ao nível dos CSP, compete à equipa da UF onde a grávida se encontra inscrita zelar pela vigilância da

gravidez desde o seu primeiro trimestre.

Valores Médios Contratualizados e Realizados no indicador

Como em outros indicadores onde se pretende avaliar o grau de cumprimento de boas práticas, as metas

são elevadas, em média acima dos 80%.

Regista-se uma melhoria consistente nos resultados deste indicador, quer por UF, quer por ARS, sendo

plausível que isso corresponda um modelo organizacional cada vez melhor estruturado para esta prática.

Figura 34 – Percentagem de primeiras consultas de gravidez no 1º trimestre – CI 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Este indicador reflete estratégias organizacionais de cada UF e a articulação entre os diferentes elementos

da equipa, tal como o indicador anterior sobre a precocidade da primeira consulta na vida (id 139), no sentido

de se captar e motivar as grávidas que recorrem aos CSP por motivos diversos ou naturalmente

acompanhando as mulheres já seguidas em planeamento familiar, contudo ele depende também do grau de

adesão da grávida à consulta e da ligação e confiança depositada no seu médico de família e na equipa da

UF.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

80

Número de Unidades Funcionais que alcançaram as metas neste indicador

A larga maioria das USF obtém 2 pontos, o mesmo sucedendo às UCSP.

Tabela 30 – Percentagem primeiras consultas de gravidez no 1º trimestre – Pontuação 2013

Por tipo de UF

1 ponto 2 pontos

Por ARS 1 ponto 2 pontos

2013 2013 (sem

UCSP-M) 2013 2013

USF-B 13 167 ARSN 32 276

USF-A 27 160 ARSC 5 33

UCSP-M 60 182 ARSLVT 58 143

TOTAL 100 509 ARSALE 5 47

ARSALG 0 10

11) 2013- Custo de medicamentos faturados, por utilizados (PVP) (id 157)

Sobre este indicador de eficiência, também utilizado para Contratualização Externa com os ACES,

descreveram-se anteriormente neste capítulo as estratégias implementadas a nível nacional e a nível das

UF, visando a melhoria da adequação das práticas de prescrição de medicamentos, mantendo um

desempenho de elevada qualidade e rigor técnico, face ao crescente número de embalagens prescritas, ao

qual não é alheio o crescente índice de envelhecimento da população, e as necessidades criadas pelo

próprio bom desempenho do SNS, em termos de acuidade diagnóstica e acompanhamento de doentes

crónicos.

Valores Médios Contratualizados e Realizados nos indicadores de custos com medicamentos

Verificamos que com as USF modelo B, logo seguidas das USF modelo A, os valores de custo médio com

medicamentos por utilizador francamente mais baixos. Ao nível das ARS repete-se o cenário já comentado

para a despesa com medicamentos dos ACES, com a ARS Alentejo e ARS Centro com valores mais

elevados, e a ARS Norte com a menor despesa por utilizador.

Figura 35 – Custo medicamentos faturados, por utilizador - CI 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

81

É notória a influência do modelo organizacional, da implementação de normas clínicas e da promoção das

boas práticas de forma estruturada no desempenho económico das UF. A baixa administrativa do preço dos

medicamentos também afetou este indicador desde o ano 2012.

Número de Unidades Funcionais que alcançaram as metas neste indicador

A pontuação reflete o que já foi exposto, com a maioria das USF B atingir dois pontos e uma minoria de

UCSP a pontuar.

Tabela 31 – Custo de medicamentos faturados por utilizador - Pontuação 2013

Por tipo de UF

1 ponto 2 pontos

Por ARS

1 ponto 2 pontos

2013 2013 2013 2013

USF-B 98 72 ARSN 147 88

USF-A 96 65 ARSC 20 19

UCSP-M 136 53 ARSLVT 114 73

TOTAL 330 190 ARSALE 44 5

ARSALG 5 5

12) Custo MCDTs faturados por utente utilizador do SNS (id 160)

Como o anterior, este indicador de eficiência também foi utilizado para a Contratualização Externa com os

ACES. Já foi realçada a importância da implementação de normas de orientação clínica sobre a prescrição

de mcdt e do fornecimento de informação sobre a sua prescrição aos profissionais, visando a racionalização

da despesa do SNS, mantendo os níveis de qualidade técnica e científica exigidos pelas boas práticas.

Valores Médios Contratualizados e Realizados no indicador

As metas foram exigentes em 2013 e os objetivos foram atingidos pelas USF A e muito perto pelas USF B,

uma vez que se pretende que os resultados sejam inferior ou igual ao valor negociado. Na análise por ARS,

refere-se o aumento da despesa por utilizador na ARS do Alentejo, afastando-se da meta negociada.

Figura 36 – Custo MCDTs faturados por utente utilizador do SNS –CI 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

82

Como já assinalado para os ACES, o registo informático de resultados e o fornecimento de informação por

via eletrónica aos profissionais sobre os exames ou tratamentos efetuados pelo utente, contribui para a

diminuição de exames duplicados ou desnecessários.

Número de Unidades Funcionais que alcançaram as metas neste indicador

Foi menor o número de UF a obter 2 pontos em 2012, por diminuição das USF B, o mesmo sucedendo para

a ARS Norte, apesar da melhoria do valor médio obtido neste indicador.

Tabela 32 – Custo médio MCDTs faturados, por utilizador do SNS– Pontuação 2013

Por tipo de UF

1 ponto 2 pontos Por ARS

1 ponto 2 pontos

2013 2013 2013 2013

USF-B 35 39 ARSN 32 64

USF-A 15 68 ARSC 7 13

UCSP-M 31 66 ARSLVT 38 67

TOTAL 81 173 ARSALE 1 23

ARSALG 3 6

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

83

INDICADORES DE CONTRATUALIZAÇÃO PARA INCENTIVOS FINANCEIROS

Nesta área do relatório, procede-se à análise dos indicadores usados na contratualização interna de

incentivos financeiros, para USF modelo B. Nos anos de 2011 e 2012, efetua-se uma análise generalizada

das metas contratualizadas e dos respetivos resultados, à semelhança do realizado para os incentivos

institucionais e, em 2013 comparando-se as metas, apenas contratualizadas com USF modelo B, com os

resultados por tipo de UF e os resultados globais de todas as USF B por ARS.

Avalia-se ainda os pontos obtidos no score de contratualização das USF B, conforme as métricas

estabelecidas no anexo II da Portaria n.º 301/2008, de 22 de Abril, para os incentivos financeiros.

Tabela 33 – Métrica para atribuição de incentivos financeiros

Estado Pontuação

por Atividade Indicador

Atingido 2 > 90 %

Quase Atingido 1 [80 %- 90 %]

Não Atingido 0 < 80 %

Portaria n.º 301/2008, de 22 de Abril, anexo II

Os indicadores para incentivos financeiros são essencialmente indicadores de desempenho assistencial que

visam grupos vulneráveis e de risco, já devidamente contextualizados ao longo deste capítulo. Assim, a

atribuição de incentivos depende da concretização de metas contratualizadas referentes a atividades

decorrentes de vigilância de mulheres em planeamento familiar e grávidas, de vigilância de crianças do

nascimento até ao segundo ao de vida, de vigilância de diabéticos e hipertensos.

Relembra-se que nos anos de 2011 e 2012 se contratualizaram os mesmos indicadores, de acordo com a

Portaria n.º 301/2008, de 22 de Abril, que não foi contratualizado o indicador da "gestão de regime

terapêutico" com nenhuma USF modelo B e que contratualizaram mais USF modelo B em 2013 (n=178) do

que em 2012 (n=160) e por sua vez, mais do que em 2011 (n=136).

A matriz de indicadores utilizados na contratualização de incentivos financeiros nas USF modelo B em 2011,

2012 e 2013 pode ser consultada na Tabela 15.

A atribuição de incentivos financeiros como prémio pelo desempenho dos profissionais, inserida no processo

global da contratualização, deve reger-se por níveis de exigência e responsabilização dos prestadores, e

contribuir para a motivação de cada profissional e da sua equipa.

Integra-se neste espírito de trabalho em equipa o facto de alguns dos indicadores para atribuição de

incentivos financeiros a enfermeiros e secretários clínicos incidirem sobre registos de consultas e atos

médicos, assumindo a motivação e empenho de todos os profissionais para a implementação das boas

práticas avaliadas por estes indicadores. Além disso, os registos médicos eletrónicos constituíram de início

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

84

os mais estáveis e comparáveis em todas as UF, devida à posterior e progressiva utilização do SAPE, ou de

outros sistemas de registo da atividade de enfermagem, que se encontram a ser alvo de uma parametrização

nacional que permita o mesmo grau de comparabilidade.

A tabela seguinte apresenta para 2011 e 2012 uma comparação das metas e resultados a nível nacional:

Tabela 34 – Indicadores de incentivos financeiros CI 2011-2012

Verificamos que, em ambos os anos, as metas são exigentes e que os resultados geralmente alcançam ou

ultrapassam as metas contratualizadas, obtendo-se indicadores com resultados acima dos 95%.

Como demonstra o gráfico seguinte, os resultados de 2011 para 2012 melhoram na maioria dos indicadores.

Figura 37 – Indicadores de incentivos financeiros CI 2011-2012 - Metas e Resultados

Meta Resultado Meta Resultado

110 Taxa de utilização de consultas de PF(enf) 52,5 54,5 55,8 55,4

133 Percent. mulher. vig. PF (25;50(A, c/ colpo. (3A) 87,2 85,5 87,6 84,9

117 Percent. grávidas c/ 6+ cons. vigil. enferm. 87,7 86,9 88,9 92,9

150 Percent. grávidas c/ consulta RP efetuada 87,5 89,4 89 91,4

119 Percent. puérperas vigiadas, c/ domicílio enferm. 74,4 75,3 76 77,1

140 Percent. RN com TSHPKU realizado até ao 7º dia 97,2 97,4 98,2 97,5

120 Percent. de RN c/domic. enf. até 15º dia de vida 73,1 75,3 75,3 77,5

123 Percent. crianças c/ 6+ cons. méd. vigil. 1º ano 84,6 82,7 85,2 83,6

113 Percent, crianças c/ 3+ cons. méd. vigil. 2º ano 83,7 81,9 84,7 85,6

130 Percent. crianças 2 anos, c/ peso e altura 1 ano 92,9 89,9 93,6 91,2

145 Percent. crianças com PNV atualizado - 2 anos (S) 98,1 96,5 98 97,1

141 Percent. DM [18;76[A c/ cons. enf. vigil. DM 12M 93,8 95,4 94,6 95,9

137 Percent. DM com exame pés último ano 93,7 94,6 94,5 95,7

129 Percent. hipertensos c/ IMC últimos 12 meses 92,9 95,4 94,1 95,8

127 Percent. de hipertensos com PA em cada semestre 93 88,2 92,9 89,4

149 Percent. hipertensos >= 25A, c/ vacina tétano 94,5 95 95,1 95,4

ID Indicador

2011 2012

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

85

Para o ano 2013, elencaremos os indicadores bem como as metas e resultados por UF/ARS, sendo que os

valores calculados para as ARS são os valores médios das USF B que as compõem.

1) Taxa de utilização de consultas de enfermagem em planeamento familiar (id 110)

Valores Contratualizados e Realizados no indicador

As metas contratualizadas em 2013 foram elevadas e praticamente atingidas pela maioria das USF B.

O nível médio das metas foi mais elevado para as USF modelo B da ARS Norte, e também é esta ARS que

tem, para o global das suas UF, melhores resultados. Regista-se também uma melhoria gradual da taxa de

utilização de consultas de enfermagem em planeamento familiar, por ARS e a nível nacional.

Figura 38 – Taxa de utilização de consultas de enfermagem em planeamento familiar – IF 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Número de USF B que alcançaram as metas neste indicador

Em 2013, 139 em 178 USF modelo B que

contratualizaram obtiveram 2 pontos.

Neste ano, 9 USF não pontuaram.

Nº de USF B 2013

Total 181

Contratual izaram 178

Atingiram 1 ponto 30

Atingiram 2 pontos 139

Tx. utiliz. cons. enferm. PF

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

86

2) Percentagem de mulheres entre 25 e 49 anos, vigiadas na UF, com colpocitologia atualizada (3 anos) (id 133)

Valores Contratualizados e Realizados no indicador

As metas negociadas com as USF B são elevadas, sendo que este indicador se destina apenas às mulheres

vigiadas em planeamento familiar na USF. Os resultados são muito bons nas USF que os contratualizaram.

Figura 39 – Percentagem de mulheres [25 e 64] A com colpocitologia actualizada – IF 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Número de USF B que alcançaram as metas

neste indicador

Em 2013, 145 em 178 USF modelo B que

contratualizaram obtiveram 2 pontos.

Apenas 3 USF não pontuaram em 2013.

Nº de USF B 2013

Total 181

Contratual izaram 178

Atingiram 1 ponto 32

Atingiram 2 pontos 145

Perc. Mulher. vig. na UF c/ colpocitol

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

87

3) Percentagem de grávidas com 6 ou mais consultas de enfermagem em saúde materna (id 117)

Valores Contratualizados e Realizados no indicador

As metas são ambiciosas e ultrapassadas pelas USF B, denotando que esta prática se tornou rotineira para

as grávidas seguidas nas USF. Regista-se uma subida superior a 10 pontos percentuais no total nacional,

patente em quase todas as ARS.

Figura 40 – Percentagem grávidas com 6 + consultas enfermagem em saúde materna – IF 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Número de USF B que alcançaram as metas

neste indicador

Em 2013, 169 em 178 USF modelo B que

contratualizaram obtiveram 2 pontos, e 9

obtiveram 1 ponto, logo verificamos que neste

ano todas as USF que contratualizaram

obtiveram pontuação.

Nº de USF B 2013

Total 181

Contratual izaram 178

Atingiram 1 ponto 9

Atingiram 2 pontos 169

Perc. Puérperas vig. c/ domic. Enferm

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

88

4) Percentagem de grávidas com revisão do puerpério efetuada (id 150)

Valores Contratualizados e Realizados no indicador

Como para o indicador anterior, as metas foram ambiciosas e ultrapassadas pelas USF B, denotando que a

revisão do puerpério é uma prática corrente nas grávidas seguidas nas USF. Uma vez mais a ARS Norte

contratualizou as metas mais elevadas e o conjunto das suas UF atingiu os melhores resultados,

ultrapassando os 95% em 2013. Mantém-se o efeito de subida da média de resultados nacional.

Figura 41 – Percentagem de grávidas com revisão do puerpério efetuada – IF 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Número de USF B que alcançaram as metas neste indicador

Em 2013, 171 em 178 USF modelo B que

contratualizaram obtiveram 2 pontos. Neste caso,

não existem USF que não tivessem pontuado.

Nº de USF B 2013

Total 181

Contratual izaram 178

Atingiram 1 ponto 7

Atingiram 2 pontos 171

Perc. gráv. c/ cons. RP

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

89

5) Percentagem de puérperas vigiadas na UF com visita domiciliária de enfermagem (id 119)

Sendo uma prática de qualidade importante no apoio, ensino ou educação para a saúde da puérpera,

deteção precoce de problemas de saúde da mãe e do recém-nascido, que também tem um indicador

específico de visita domiciliária, este é um indicador que representa um desafio para as equipas, na medida

em que importa assegurar a adesão do máximo possível das grávidas vigiadas na USF, ao mesmo tempo

que importa assegurar um conceito de privacidade que deve ser respeitado.

Valores Contratualizados e Realizados no indicador

As metas são ambiciosas para as USF modelo B, sendo que a maioria na maioria das ARS as metas médias

são alcançadas.

Figura 42 – Percentagem puérperas vigiadas com visita domiciliária de enfermagem – IF 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Número de USF B que alcançaram as metas

neste indicador

Em 2013, 150 em 178 USF modelo B que

contratualizaram obtiveram 2 pontos. Neste ano

houve 7 USF B que não pontuaram.

Nº de USF B 2013

Tota l 181

Contratual izaram 178

Atingiram 1 ponto 21

Atingiram 2 pontos 150

Perc. Puérperasvig. c/ domic. Enferm

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

90

6) Percentagem de Recém-Nascidos com o diagnóstico precoce (TSHPKU) realizado até ao 7º dia de vida (id 140)

Valores Contratualizados e Realizados no indicador

Para este indicador têm sido contratualizadas metas ambiciosas, ao qual as USF modelo B têm respondido

com resultados cada vez melhores alavancando as boas práticas.

Este indicador estimulou estratégias para a sedimentação do recurso às consultas de Saúde Infantil,

designadamente à precocidade da primeira consulta na vida, até aos 28 dias, promovendo a inscrição

precoce do recém-nascido na UF e favorecendo uma ligação de proximidade e confiança dos pais com a sua

UF.

Referiram-se os bons resultados do global das USF a nível nacional, que rondam os 94% em 2013.

Figura 43 – Percentagem de Recém-Nascidos com o diagnóstico precoce (TSHPKU) realizado até ao 7º dia de vida –

IF 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Número de USF B que alcançaram as metas neste indicador

Em 2013, 167 de 178 USF B que

contratualizaram atingiram os dois pontos e, as

restantes não pontuaram.

Nº de USF B 2013

Tota l 181

Contratual i zaram 178

Atingiram 1 ponto 0

Atingiram 2 pontos 167

Perc. RN c/ TSHPKU até ao 7º dia

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

91

7) Percentagem de Recém-Nascidos com visita domiciliária de enfermagem realizadas a até ao

15º dia de vida (id 120)

À semelhança do indicador das visitas domiciliárias a puérperas, este é um indicador de qualidade que

demostra a iniciativa do acompanhamento do recém-nascido pelos enfermeiros da USF, numa fase sensível

do ciclo familiar, que, para além da detecção precoce de problemas de saúde e do foro social, permite o

ensino e educação para a saúde neste momento de grande receptividade familiar, e fornece a oportunidade

para o reconhecimento de indícios de factores de risco e também de factores protectores que propiciem ou

protejam o recém-nascido.

Figura 44 – Percentagem de Recém-Nascidos com visita domiciliária de enfermagem realizadas a até ao 15º dia de vida – IF 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Valores Contratualizados e Realizados no indicador

Metas e resultados são semelhantes ao indicador das vistas domiciliárias a puérperas vigiadas, com

objetivos elevados, em particular na ARS Norte. As ARS Alentejo e Algarve a ultrapassar as metas

propostas.

Número de USF B que alcançaram as metas neste

indicador

Em 2013, 140 em 178 USF B atingiram dois pontos.

Verifica-se que, um existe um número significativo de

USF que não pontuaram.

Nº de USF B 2013

Total 181

Contratual izaram 178

Atingiram 1 ponto 18

Atingiram 2 pontos 140

Perc. RN c/ domic. Enferm. até 15º dia

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

92

8) Percentagem de crianças com pelo menos seis consultas médicas de vigilância de saúde infantil dos 0 aos 11 meses (id 123)

Valores Contratualizados e Realizados no indicador

Para este indicador foram negociadas metas exigentes, para as quais há uma excelente resposta ao nível

das USF B, com resultados de 86% de crianças acompanhadas conforme o esquema indicado no Programa

Nacional de Saúde Infantil e Juvenil em 2013.

Figura 45 – Percentagem de crianças com pelo menos seis consultas médicas de vigilância de saúde infantil dos 0 aos 11 meses – IF 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2013

Número de USF B que alcançaram as metas neste indicador

Em 2013, 156 em 178 USF B atingiram dois

pontos, tendo 8 delas não pontuado.

Nº de USF B 2013

Total 181

Contratual izaram 178

Atingiram 1 ponto 14

Atingiram 2 pontos 156

Perc. crianças c/ 6+ cons. vigil. 1º ano

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

93

9) Percentagem de crianças com pelo menos três consultas médicas de vigilância de saúde infantil no segundo ano de vida (id 113)

Valores Contratualizados e Realizados no indicador

Este indicador encontra-se alinhado com o anterior, visando o acompanhamento das crianças no segundo

ano de vida conforme o esquema indicado no Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil. As metas para

as USF B foram elevadas, e atingidas, denotando esta prática clínica sistemática, com 85,7% das crianças

deste grupo etário vigiadas. Continua-se a verificar uma melhoria para 2013, atingindo-se um valor médio de

86%.

Figura 46 – Percentagem de crianças com pelo menos 3 consultas médicas de vigilância de saúde infantil no 2º ano de vida – IF 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Número de USF B que alcançaram as metas neste indicador

Em 2013, 157 em 178 USF B atingiram dois

ponto. Apenas 7 USF B não pontuaram em 2013.

Nº de USF B 2013

Total 181

Contratual izaram 178

Atingiram 1 ponto 14

Atingiram 2 pontos 157

Perc. crianças c/ 3+ cons. vigil. 2º ano

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

94

10) “Percentagem de crianças com 2 anos com peso e altura registados nos últimos 12 meses” (id 130)

Valores Contratualizados e Realizados no indicador

As metas para este indicador são ambiciosas, na sequência dos bons resultados obtidos, e considerando que

esta informação está contida no indicador anterior, realçando a importância dos registos biométricos no

acompanhamento deste grupo etário.

As médias dos valores nacionais acima dos 90% indicam que apesar de nem todas as crianças inscritas

terem as suas consultas de saúde infantil nos CSP, como se verificou no indicador anterior, tem havido um

acompanhamento e registo crescente por parte das UF, fundamental para que tenham a informação se são

ou não seguidas noutras instituições ou consultas, públicas ou privadas.

Figura 47 – Percentagem de crianças com 2 anos com peso e altura registados nos últimos 12 meses – IF 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Número de USF B que alcançaram as metas

neste indicador

Em 2013, 161 em 178 USF B atingiram dois

pontos. Apenas 3 USF B não pontuaram em

2013.

Nº de USF B 2013

Total 181

Contratual izaram 178

Atingiram 1 ponto 14

Atingiram 2 pontos 161

Perc. crianças c/ 2 A c/ peso e altura

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

95

11) Proporção de crianças com 2 anos, com PNV cumprido até aos 2 anos (id 27)

Valores Contratualizados e Realizados no indicador

Este indicador tem a particularidade de pertencer também ao grupo dos indicadores para incentivos

institucionais, pelo que se apresenta também a média das metas para todos os tipos de UF, além das metas

médias das USF modelo B. Como já comentado, as metas são elevadas, e os resultados atingidos também,

com valores médios nas USF B de 96,7 %, e valores médios nacionais próximos dos 93%.

Figura 48 – Percentagem de crianças com 2 anos com PNV cumprido até aos 2 anos – IF 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Número de USF B que alcançaram as metas

neste indicador

Verifica-se que 86 das 178 USF B que

contratualizaram obtiveram 2 pontos em 2013.

No entanto, existe um elevado número de USF B,

92, que não obtiveram pontuação.

Nº de USF B 2013

Total 181

Contratual izaram 178

Atingiram 1 ponto 0

Atingiram 2 pontos 86

Prop. crianças c/ 2 A c/ PNV actualiz.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

96

12) Percentagem de utentes com diabetes dos 18 aos 75 anos abrangidos pela consulta de enfermagem (id 141)

Valores Contratualizados e Realizados no indicador

Este indicador dirige-se aos utentes com diabetes vigiados na USF. É um indicador importante, já que é

imperativo o trabalho em equipa neste grupo de utentes, com os enfermeiros desempenhando um papel

fundamental no seu acompanhamento, com funções específicas e complementares com as outras classes

profissionais dentro da USF, mas também dentro da equipa alargada e multidisciplinar dos ACES e dos

Cuidados Hospitalares.

Figura 49 – Percentagem de utentes com diabetes dos 18 aos 75 anos abrangidos pela consulta de enfermagem – IF 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Número de USF B que alcançaram as metas

neste indicador

Em 2013, a maioria das USF B obtiveram 2

pontos neste indicador, exceto 1 USF em que só

obtiveram 1 ponto, demonstrando a importância

dada pelos enfermeiros a esta consulta, a sua

grande acessibilidade e a excelente adesão dos

utentes.

Nº de USF B 2013

Total 181

Contratual izaram 178

Atingiram 1 ponto 1

Atingiram 2 pontos 177

Perc. DM c/ cons. enferm. vigil.

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

97

13) Percentagem de utentes com diabetes com pelo menos um exame dos pés registado no ano

(id 137)

Este indicador vem confirmar o que foi referido no indicador anterior sobre a importância e o papel dos

enfermeiros no acompanhamento dos utentes com diabetes, designadamente na vigilância dos pés

destes utentes, no intuito da deteção precoce de alterações que possam evoluir para lesões graves, na

prevenção e no tratmento adequado dentro do âmbito dos CSP, e no ensino e educação para a saúde

destes utentes, com o intuito de diminuir as amputações por pé diabético, que atingem valores

preocupantes no país.

Figura 50 – Percentagem de utentes com diabetes com pelo menos um exame dos pés registado no ano – IF 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Valores Contratualizados e Realizados no indicador

As metas são, pelo que tem sido exposto, exigentes, e têm sido os resultados alcançados pelos profissionais

muito próximos do negociado, com valores acima dos 80%.

Sublinha-se a crescente atenção dada pelos enfermeiros de todas as UF a esta problemática, com resultados

médios nacionais neste indicador próximos dos 96%.

Número de USF B que alcançaram as metas

neste indicador

Excelente pontuação das USF, com 175 em 178

USF com 2 pontos e, 3 com 1 ponto no ano 2013.

Nº de USF B 2013

Total 181

Contratual izaram 178

Atingiram 1 ponto 3

Atingiram 2 pontos 175

Perc. DM c/exame dos pés

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

98

14) Percentagem de hipertensos com registo de pressão arterial em cada semestre (id 127)

Valores Contratualizados e Realizados no indicador

Este indicador também pertence ao grupo dos institucionais (embora com id específico), apresentando

resultados muito bons nas USF modelo B, quase a atingir uma meta exigente para as boas práticas

expectáveis neste modelo de USF.

Figura 51 – Percentagem de hipertensos com registo de pressão arterial em cada semestre – IF 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Número de USF B que alcançaram as metas

neste indicador

Em 2013, 144 em 178 USF B atingiram dois

pontos. Existem 9 USF que não pontuaram.

Nº de USF B 2013

Total 181

Contratual izaram 178

Atingiram 1 ponto 25

Atingiram 2 pontos 144

Perc. HTA c/ PA em cada semestre

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

99

15) Percentagem de hipertensos com pelo menos um registo de IMC nos últimos 12 meses (id

129)

Trata-se de mais um indicador que incide sobre os problemas cardiocerebrovasculares, alertando para outro

fator de risco, para além da própria hipertensão, que é a obesidade ou peso excessivo. Após a confirmação

de que existe um IMC elevado, os utentes devem ser alvo de cuidados adequados.

Figura 52 – Percentagem de hipertensos com pelo menos um registo de IMC nos últimos 12 meses – IF 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Valores Contratualizados e Realizados no indicador

As metas são exigentes e são prarticamente atingidas pelos resultados que atingem 95,4% dos utentes com

hipertensão, confirmando o exercício rotineiro desta boa prática.

Número de USF B que alcançaram as metas

neste indicador

Em 2013, 177 em 178 USF B atingiram dois

pontos, sendo que apenas uma USF não

pontuou, o que está de acordo com os

resultados.

Nº de USF B 2013

Total 181

Contratual izaram 178

Atingiram 1 ponto 1

Atingiram 2 pontos 177

Perc. HTA c/ IMC nos 12 meses

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

100

16) Percentagem de hipertensos com 25 ou mais anos com vacinação antitetânica atualizada (id

149)

Este indicador tem a particularidade de eleger um grupo de risco, como são os utentes com hipertensão,

como alvo da aplicação do Programa Nacional de Vacinação na faixa etária dos adultos, embora não haja

uma correlação clínica que o motive. Trata-se mais uma vez de um indicador estratégico que pretende

estimular uma boa prática – a vacinação de adultos, até aqui muitas vezes esquecida e preterida pela

vacinação de crianças e jovens, como sinalizador e contagiante para a vacinação da restante população.

Valores Contratualizados e Realizados no indicador

Mais uma vez encontramos metas elevadas e resultados que as ultrapassam e melhoram cada ano, já que

se trata de uma vacina (associação das vacinas antitetânica e contra a difteria, Td) que após a

primovacinação, só tem reforços de 10 em 10 anos. Como já referido noutros indicadores que incidem sobre

vacinação, pode verificar-se o grau de implementação do PNV pelo nível de cobertura vacinal obtido a nível

nacional desta camada da população adulta, que ultrapassa 90%.

Figura 53 – Percentagem de hipertensos com 25 ou mais anos com vacinação antitetânica atualizada – IF 2013

Fonte: ACSS-SIM@SNS/SIARS, julho 2014

Número de USF B que alcançaram as metas

neste indicador

Em 2013, 176 em 178 USF B atingiram dois

pontos, sendo que apenas uma USF não

pontuou, o está conforme a solidez dos

resultados.

Nº de USF B 2013

Total 181

Contratual izaram 178

Atingiram 1 ponto 1

Atingiram 2 pontos 176

Perc. HTA >=25A c/ vacina antitetânica

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

101

6 – CONCLUSÕES

A 31 de dezembro de 2013 encontravam-se em atividade 394 USF que abrangiam 4.733.925 utentes o que,

face à situação de partida do final do ano de 2011, representa um aumento superior a 750.000 utentes

servidos por USF (46% dos utentes estavam inscritos em USF no final de 2013).

O ano de 2013 apresentou um crescimento do número de utilizadores de consultas médicas nos Cuidados de

Saúde Primários de mais 70.330 utilizadores relativamente a 2012. Das séries analisadas em universo

comparável, este dado representa a maior utilização observada deste nível de cuidados, o que denota o

aumento da sua procura, com mais de 7 milhões de portugueses a obterem uma consulta no médico de

família.

O ano de 2012 foi marcado pela reconfiguração dos ACES das respetivas ARS, reduzindo-se assim o

número de ACES de 74 para 55 a nível nacional. Conjugado com esta alteração estrutural, foi possível

assegurar que todos os ACES tivessem estabelecido um processo de contratualização externa em 2013,

assim como se alargou o âmbito e a especificidade dos indicadores envolvidos nesse processo de

contratualização externa.

Em 2011, contratualizaram 557 das 798 UF contratualizáveis (69%). Esta percentagem aumentou em 2012

para 600 das 806 UF contratualizáveis (72%), esta tendência mantêm-se para 2013 com 645 das 830 UF

contratualizáveis (76%) com adesão ao processo de contratualização. Não se encontram diferenças

significativas na UF típica entre 2011 e 2013, o que demonstra uma estabilização do modelo organizacional.

No entanto, salienta-se o aumento da percentagem da população com médico de família atribuído, assim

como o crescimento da percentagem de utilizadores dos cuidados de saúde primários.

A matriz de indicadores utilizados na contratualização de incentivos institucionais com as USF (e aplicados

às UCSP) em 2011 e 2012 manteve-se estável, tendo ocorrido uma evolução nesta matéria em 2013, na

medida em que dos 15 indicadores a contratualizar com as USF, 13 foram estabelecidos no anexo I da

Portaria n.º 301/2008, de 18 de abril e os restantes 2 foram definidos pelas ARS, de entre os indicadores

validados pela ACSS, de acordo com o Bilhete de Identidade dos Indicadores de Monitorização dos Cuidados

de Saúde Primários, criado pela ACSS e publicado pela primeira vez em janeiro de 2013. A mesma

estabilidade ocorreu no triénio em relação aos indicadores usados no processo de contratualização de

incentivos financeiros com USF modelo B nos anos de 2011, 2012 e de 2013.

Fruto do enorme envolvimento e disponibilidade dos profissionais médicos das várias USF e UCSP, a

percentagem de consultas médicas presenciais com codificação ICPC2 nos cuidados de saúde primários é

hoje elevada no nosso País (69,2% em 2011, 83,9% em 2012 e 84% em 2013).

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

102

A informação apresentada neste Relatório demonstra que os 5 problemas de saúde mais frequentes,

codificados pela ICPC-2, são:

6. Hipertensão sem complicações (prevalência registada de 16,8%);

7. Alteração do metabolismo dos lípidos (prevalência registada de 16,5%);

8. Perturbação depressiva (7,6%);

9. Abuso do tabaco (6,7%);

10. Diabetes tipo 2 (6,1%)

Realça-se a crescente codificação de problemas de saúde a nível nacional, que reflete não só o aumento dos

registos clínicos informáticos, como a sistematização da codificação clínica, mas também uma melhoria

progressiva dos sistemas informáticos, tanto no que se refere a equipamentos como a software, com níveis

de exigência cada vez maiores por parte dos utilizadores/prestadores de cuidados de saúde e por parte da

própria administração que pretende recolher cada vez mais informação e mais fidedigna, tendo em vista um

melhor planeamento e uma melhor gestão em saúde. No seu conjunto e ao nível da UF ou do Médico de

Família, o conhecimento dos Problemas de Saúde das suas listas de utentes permite uma melhor

governação clínica.

As metas negociadas entre as ARS e os ACES (contratualização externa) e entre os ACES e as Unidades

Funcionais foram alcançadas na maior parte dos indicadores de acesso e de desempenho assistencial e

económico-financeiro que compõem o processo de contratualização nos cuidados de saúde primários, assim

como se regista uma melhoria generalizada dos resultados alcançados para estes indicadores ao longo do

triénio em análise.

Em termos de análise inter-regional, é a ARS Norte que genericamente apresenta os resultados mais

elevados em termos de desempenho assistencial e económico-financeiro. Por outro lado, os dados

apresentados neste relatório permitem-nos concluir que em termos de unidades funcionais, são

genericamente as USF Modelo B que registam os valores de desempenho mais favoráveis.

Sem prejuízo destas tendências regionais e por unidade funcional, constata-se que a melhoria progressiva

dos resultados alcançados é um fenómeno transversal a todas as unidades, facto que estará relacionado

com vários fatores, de entre os quais se destacam:

a. Melhoria do desempenho dos profissionais e das equipas;

b. Melhoria dos registos efetuados pelos profissionais de saúde;

c. Fenómenos de “contágio” e benchmarking entre UF;

d. Melhoria dos sistemas de reporte aos profissionais sobre o seu desempenho;

e. Envolvimento direto dos profissionais na governação clínica das suas unidades funcionais,

Relatório de Atividade Cuidados de Saúde Primários - 2011 a 2013

103

fenómeno mais evidente nas unidades funcionais com níveis organizacionais mais

elevados.

A contratualização nos cuidados de saúde primários é um processo evolutivo e de melhoria continua. Nestes

termos, foi possível incorporar já no processo de contratualização de 2014 várias iniciativas que resultam de

áreas de melhoria identificadas ao longo deste triénio 2011-2013 e que contribuem para o enriquecimento

deste processo, com especial destaque para:

- Alteração da estrutura de contratualização interna, fruto da publicação da Portaria n.º 377-A/2013,

de 30 de dezembro, que altera a Portaria n.º 301/2008, de 18 de abril;

- Reforço do alinhamento e do compromisso entre os objetivos das ARS, dos ACES e das Unidades

Funcionais que os compõem;

- Fortalecimento do carácter negocial e das medidas que contribuem para o cumprimento dos

prazos previstos na fase de negociação, acompanhamento e avaliação;

- Operacionalização do Sistema de Informação para a Contratualização e Acompanhamento dos

ACES (SICA ACES), o qual permitirá harmonizar as práticas inerentes ao processo de

contratualização externa;

- Criação de mecanismos de benchmarking para comparar o desempenho e proceder à publicitação

de informação sobre a performance dos ACES, numa base mensal, através do microsite de

“Monitorização da Atividade no SNS”;

- Operacionalização da monitorização de satisfação dos utilizadores.

Os resultados alcançados no triénio 23011-2013 e as melhorias introduzidas para 2014 permitem continuar a

reforçar o processo de contratualização nos cuidados de saúde primários, reforçando a filosofia que defende

que um processo participado, com definição de objetivos e metas delineadas em função dos meios existentes

e dos resultados a obter, constitui um papel fundamental para os cuidados de saúde primários em Portugal,

reforçando o seu papel como elemento chave para a obtenção dos desejáveis níveis de equidade, acesso,

eficiência e qualidade em saúde.

104

ANEXO I

105

Anexo I

Pirâmide Etária 2011 (Nacional)

Grupos Masculino Feminino Total

Etários N % N % N %

[0; 5[ 247.511 2,2 235.188 2,1 482.699 4,3

[5; 10[ 276.665 2,5 262.879 2,4 539.544 4,9

[10; 15[ 298.738 2,7 284.235 2,6 582.973 5,3

[15; 20[ 292.279 2,6 278.239 2,5 570.518 5,1

[20; 25[ 309.720 2,8 302.380 2,7 612.100 5,5

[25; 30[ 355.549 3,2 356.278 3,2 711.827 6,4

[30; 35[ 425.572 3,8 431.478 3,9 857.050 7,7

[35; 40[ 459.238 4,1 462.934 4,2 922.172 8,3

[40; 45[ 420.170 3,8 425.291 3,8 845.461 7,6

[45; 50[ 402.007 3,6 413.834 3,7 815.841 7,3

[50; 55[ 369.416 3,3 386.648 3,5 756.064 6,8

[55; 60[ 328.921 3 354.095 3,2 683.016 6,2

[60; 65[ 302.231 2,7 335.311 3 637.542 5,7

[65; 70[ 255.395 2,3 299.935 2,7 555.330 5

[70; 75[ 220.103 2 272.361 2,4 492.464 4,4

[75; 80[ 187.302 1,7 255.788 2,3 443.090 4

[80; 85[ 124.420 1,1 198.094 1,8 322.514 2,9

[85; 90[ 65.227 0,6 126.241 1,1 191.468 1,7

[90; 95[ 21.392 0,2 49.757 0,4 71.149 0,6

[95; 100[ 5.286 0 15.930 0,1 21.216 0,1

[100; +INF[ 1.314 0 4.489 0 5.803 0

TOTAL 5.368.456 48,3 5.751.385 51,7 11.119.841 100

106

Pirâmide Etária 2012 (Nacional)

Grupos Masculino Feminino Total

Etários N % N % N %

[0; 5[ 239.157 2,2 227.306 2,1 466.463 4,3

[5; 10[ 263.055 2,5 250.069 2,3 513.124 4,8

[10; 15[ 287.759 2,7 273.966 2,6 561.725 5,3

[15; 20[ 278.121 2,6 271.471 2,5 549.592 5,1

[20; 25[ 293.148 2,8 291.809 2,7 584.957 5,5

[25; 30[ 322.751 3 328.764 3,1 651.515 6,1

[30; 35[ 383.123 3,6 399.225 3,7 782.348 7,3

[35; 40[ 429.800 4 444.236 4,2 874.036 8,2

[40; 45[ 398.348 3,7 411.915 3,9 810.263 7,6

[45; 50[ 379.772 3,6 399.770 3,8 779.542 7,4

[50; 55[ 357.020 3,3 379.396 3,6 736.416 6,9

[55; 60[ 319.523 3 347.020 3,3 666.543 6,3

[60; 65[ 297.790 2,8 331.899 3,1 629.689 5,9

[65; 70[ 253.264 2,4 299.116 2,8 552.380 5,2

[70; 75[ 212.406 2 262.403 2,5 474.809 4,5

[75; 80[ 182.515 1,7 248.796 2,3 431.311 4

[80; 85[ 124.239 1,2 196.337 1,8 320.576 3

[85; 90[ 62.617 0,6 121.782 1,1 184.399 1,7

[90; 95[ 20.293 0,2 48.200 0,5 68.493 0,7

[95; 100[ 4.160 0 12.908 0,1 17.068 0,1

[100; +INF[ 924 0 3.300 0 4.224 0

TOTAL 5.109.785 47,9 5.549.688 52,1 10.659.473 100

107

Pirâmide Etária 2013 (Nacional)

Grupos Masculino Feminino Total

Etários N % N % N %

[0; 5[ 229.286 2,2 218.706 2,1 447.992 4,3

[5; 10[ 259.158 2,5 245.786 2,4 504.944 4,9

[10; 15[ 278.006 2,7 265.071 2,6 543.077 5,3

[15; 20[ 267.511 2,6 265.400 2,6 532.911 5,2

[20; 25[ 276.013 2,7 283.282 2,8 559.295 5,5

[25; 30[ 285.723 2,8 305.575 3 591.298 5,8

[30; 35[ 331.287 3,2 368.222 3,6 699.509 6,8

[35; 40[ 383.039 3,7 422.112 4,1 805.151 7,8

[40; 45[ 368.494 3,6 401.519 3,9 770.013 7,5

[45; 50[ 354.136 3,5 388.819 3,8 742.955 7,3

[50; 55[ 339.675 3,3 373.411 3,6 713.086 6,9

[55; 60[ 311.256 3 347.860 3,4 659.116 6,4

[60; 65[ 290.372 2,8 328.320 3,2 618.692 6

[65; 70[ 260.463 2,5 308.288 3 568.751 5,5

[70; 75[ 211.211 2,1 261.954 2,6 473.165 4,7

[75; 80[ 184.043 1,8 248.866 2,4 432.909 4,2

[80; 85[ 125.349 1,2 197.288 1,9 322.637 3,1

[85; 90[ 63.018 0,6 122.890 1,2 185.908 1,8

[90; 95[ 20.543 0,2 50.047 0,5 70.590 0,7

[95; 100[ 3.453 0 11.132 0,1 14.585 0,1

[100; +INF[ 568 0 2.414 0 2.982 0

TOTAL 4.842.604 47,2 5.416.962 52,8 10.259.566 100