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Relatório da Administração 2003

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O “Relatório da Administração” do Banco Central do Brasil, ao apresentar as principais ações institucionais realizadas em 2003, reforça o propósito de transparência e de prestação de contas à sociedade. A publicação traz uma análise da evolução da economia brasileira, na qual são apresentados os principais resultados das políticas monetária, de crédito, de câmbio e de comércio exterior, implementadas durante o período. Basicamente, trata-se de explicar como o Brasil enfrentou a ameaça de volta da inflação

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Page 1: Relatório de Administração do Banco Central

Relatório da Administração 2003

Page 2: Relatório de Administração do Banco Central

Índice

Apresentação 3

Panorama econômico 4

Fortalecimento do sistema financeiro

O Banco Central cuida do dinheiro 8

Vigilância do sistema de pagamentos 8

O Banco Central busca redução de custos dos empréstimos

e das operações com o exterior 10

Modernização do marco regulatório 10

O Banco Central fiscaliza bancos e previne ilícitos 12

Liquidações e administração de regimes especiais 13

Combate à lavagem de dinheiro 13

Notas e moedas mais modernas e seguras circulam no país 15

Democratização do acesso aos serviços financeiros 16

Comunicação e transparência

Linha direta com o cidadão 18

Novos serviços para diferentes públicos 19

Educação financeira 20

Museu de Valores 20

Responsabilidade social 21

Orientações Estratégicas do Banco Central 21

Missão Institucional 21

Macroprocessos 21

Visão de Futuro 21

Diretrizes 21

Page 3: Relatório de Administração do Banco Central

Anexos

Diretoria Colegiada 22

Secretaria-Executiva 23

Consultores de Diretoria 23

Procuradoria-Geral 24

Departamentos 24

Gerências-Executivas 25

Endereços do Banco Central do Brasil 26

Demonstrações Financeiras 2003

Page 4: Relatório de Administração do Banco Central

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Apresentação

O “Relatório da Administração” do Banco Central do Brasil, ao apresentar as principais ações institucionais

realizadas em 2003, reforça o propósito de transparência e de prestação de contas à sociedade.

Evita-se o detalhamento de dados já exaustivamente apresentados por meio de outros relatórios periódicos, tais

como “Relatório de Inflação”, “Ata do Copom”, “Nota Econômico-Financeira para a Imprensa” e “Relatório de

Estabilidade Financeira”.

A publicação traz uma análise da evolução da economia brasileira, na qual são apresentados os principais resultados

das políticas monetária, de crédito, de câmbio e de comércio exterior, implementadas durante o período.

Basicamente, trata-se de explicar como o Brasil enfrentou a ameaça de volta da inflação.

As medidas adotadas pelo Banco Central para aprimorar a supervisão e assegurar o fortalecimento do Sistema

Financeiro Nacional (SFN) contemplaram o desenvolvimento do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), a adoção

de normas prudenciais e a modernização tecnológica, com a criação de novos sistemas informatizados para

supervisão bancária.

O Relatório vem acompanhado das demonstrações financeiras e mostra, ainda, como se deram as relações do Banco

Central com o cidadão. Ou seja, como a Instituição, em suas ações cotidianas, esteve aberta para atender às

demandas da sociedade.

Page 5: Relatório de Administração do Banco Central

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Panorama econômico

A economia brasileira em 2003 caracterizou-se por dois períodos distintos e bem demarcados. Nos primeiros meses

do ano, a inflação relativamente alta e as incertezas no início do novo mandato presidencial exigiram por parte das

autoridades a adoção de ações restritivas no âmbito das políticas fiscal e monetária. Tais medidas mostraram êxito

sobre a evolução dos preços, embora com impactos desfavoráveis sobre o dinamismo da atividade econômica. À

proporção em que se superavam as pressões inflacionárias e restabelecia-se a confiança dos agentes econômicos, as

medidas implementadas foram flexibilizadas, contribuindo para a retomada do crescimento econômico, notadamente

a partir do terceiro trimestre do ano. Mais do que a retomada, esse segundo cenário da economia brasileira em 2003,

traduzindo a evolução das principais variáveis econômicas, permitiu que fossem antecipadas as condições para o

desempenho favorável em 2004.

No primeiro semestre de 2003, registrou-se contração da atividade econômica, a despeito da ampliação dos

resultados favoráveis no comércio exterior, que a exemplo de anos anteriores, constituiu o principal fator de

sustentação da economia no período. O nível da demanda interna, que registrara redução em 2002 devido à retração

do consumo e do investimento privado, contraiu-se com maior intensidade. Concorreram para esse comportamento a

perda do poder aquisitivo, refletindo especialmente o crescimento da inflação no último trimestre de 2002; a

elevação das taxas de juros; e a persistência de incertezas decorrentes do contexto internacional, em cenário de

intensificação das tensões envolvendo o Oriente Médio.

No segundo semestre de 2003, as perspectivas de início do processo de recuperação econômica, delineadas a partir

da superação do risco inflacionário e da conseqüente flexibilização da política monetária foram confirmadas. O

movimento de expansão seguiu padrão característico, sendo impulsionado, primeiramente, pelas vendas de bens de

consumo duráveis e de bens de capital, mais sensíveis às condições de crédito. Entre julho e dezembro de 2003,

esses dois segmentos experimentaram aumentos de 17,2% e 13,4%, respectivamente. Da mesma forma, outros

indicadores relacionados ao nível de atividade, como comércio varejista, vendas automotivas, produção de bens

intermediários, importação de insumos etc, mostraram tendência ascendente.

O dinamismo apresentado no segundo semestre por esses indicadores aponta perspectiva favorável para o próximo

ano. Nesse sentido, pesquisa conduzida pelo Banco Central indica expectativa do mercado para crescimento do PIB

de 3,8% em 2004.

A superação do risco inflacionário no primeiro semestre de 2003, assim como o processo de retomada do nível da

atividade no início do segundo evidenciaram a condução apropriada da política monetária ao longo do ano. As

incertezas relativas à política econômica do novo governo e as restrições nos financiamentos externos para o país,

registradas no segundo semestre de 2002, haviam provocado elevação dos juros no mercado futuro e volatilidade da

taxa de câmbio. A política monetária restritiva mantida nos primeiros meses de 2003 coibiu impactos secundários da

desvalorização cambial sobre a evolução dos preços. A partir de junho, diante do comportamento favorável dos

Page 6: Relatório de Administração do Banco Central

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indicadores de inflação, o Banco Central iniciou a flexibilização da política monetária, reduzindo, de junho a

dezembro, a meta para a taxa Selic em 10 p.p. Em agosto, a alíquota de recolhimento compulsório sobre recursos à

vista foi reduzida em 15 pontos, retornando ao patamar de 45%.

Essas medidas, associadas à estabilidade no mercado cambial, à convergência da inflação para as metas

estabelecidas e ao aumento da confiança dos agentes econômicos, contribuíram para reduzir o custo das operações e

o spread bancário, favorecendo a elevação da demanda por crédito, principalmente das pessoas físicas, visando a

aquisição de bens duráveis, com ênfase em veículos. Ressalte-se a importância do crédito como mecanismo de

estímulo ao consumo, tendo em vista a defasagem entre a retomada do nível da atividade e os aumentos da renda

disponível.

No tocante ao crédito para pessoas jurídicas, sua evolução nos últimos meses sinalizou retomada consistente da

procura de recursos pelas empresas. Seu crescimento, embora associado, em parte, a aspectos sazonais relacionados

à formação de estoques para vendas de fim de ano e à comercialização de insumos para plantio da safra agrícola,

revela a reativação da demanda de crédito para financiar investimentos em resposta ao processo de recuperação da

atividade econômica.

A continuidade da expansão das operações de crédito poderá ser favorecida por reduções adicionais no spread

bancário, tendo em vista o recuo recente dos índices de inadimplência, como resultado do melhor gerenciamento das

carteiras de crédito e do esforço das famílias em regularizar suas dívidas bancárias. Outro fator que influenciou o

declínio no custo dos empréstimos foi o aumento da competição no mercado de crédito. Nesse sentido, a redução de

receita das instituições financeiras com operações de tesouraria, devido à queda das taxas de juros, reforçou a

necessidade dos bancos de ampliar sua atuação no mercado de crédito, principalmente no segmento de baixa renda,

que registra presença significativa de financeiras.

Cabe enfatizar, ainda, que a análise sistemática do mercado de crédito realizada pelo Banco Central nos últimos

anos, identificando os fatores que determinam os elevados níveis de spreads bancários no Brasil, gerou uma série de

propostas e ações destinadas ao aperfeiçoamento do sistema.

Nesse sentido, cita-se o projeto de reforma da lei de falências, em fase final de tramitação no Congresso, que deverá

contribuir para reduzir o risco das operações de crédito e, conseqüentemente do spread bancário, ao corrigir

dificuldades relacionadas à execução das garantias dos empréstimos.

As mudanças institucionais que vêm sendo implementadas, as expectativas de maior competição no mercado de

crédito e a continuidade do processo de flexibilização monetária formam cenário positivo para o desenvolvimento

das operações de crédito, contribuindo para intensificar a importância da demanda interna como elemento de

sustentação do processo de recuperação da atividade econômica, papel que deverá se somar ao desempenho do setor

externo nos últimos quatro anos.

Page 7: Relatório de Administração do Banco Central

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Nesse sentido, o crescimento das exportações vem ocorrendo com diversificação de mercados e de produtos,

enquanto as importações têm apresentado crescimento tímido, como conseqüência do nível de atividade e da

substituição de importações. Ressalte-se que o aumento substancial do valor e do quantum exportados em 2003

refletiu também a adoção de iniciativas oficiais voltadas para aperfeiçoar os mecanismos de financiamento,

assinalando-se a simplificação dos procedimentos relacionados à exportação, a sua desoneração tributária e a

negociação de acordos comerciais.

Ainda no que se refere às exportações, deve-se destacar o processo de diversificação da pauta como reflexo dos

ganhos de produtividade da economia brasileira. Paralelamente, observa-se a ampliação do número de países de

destino, de produtos básicos, como resultado de ganhos de competitividade do setor agropecuário, ao mesmo tempo

em que se registra o aumento da concentração dos produtos manufaturados em países específicos, demonstrando a

capacidade de exportar produtos de maior valor agregado para economias geralmente mais dinâmicas.

Assinale-se, ainda, o crescimento da importância dos chamados mercados diferenciados, como Oriente Médio, Leste

Europeu, África e Ásia, cujas expansões traduziram-se no aumento do percentual de países que fizeram compras

acima de US$1 bilhão, de 4,6%, no período de 1989 a 1994, auge das exportações para o Mercosul, para 5,5%, de

2000 a 2003.

Paralelamente ao excepcional resultado da balança comercial, deve ser salientado o ajuste da conta de serviços e

rendas. A conjugação desses resultados possibilitou superávit nas transações correntes, em 2003, reduzindo as

necessidades de financiamento do balanço de pagamentos. Adicionalmente, os empréstimos do Fundo Monetário

Internacional (FMI) atuaram como garantia para eventuais crises de liquidez.

Ao longo de 2003, a reversão das expectativas do mercado financeiro em relação ao desempenho da economia do

País levou ao aumento na demanda por títulos de emissão soberana. O Banco Central do Brasil, atuando como

agente do Tesouro Nacional, realizou cinco operações de colocação de títulos da República no mercado

internacional, no valor de US$5,8 bilhões, dos quais US$1,2 bilhão relativo a uma operação de troca de títulos; e

outros US$4,6 bilhões voltados para captação de recursos novos.

Como esses papéis passaram a ser mais atrativos para os investidores externos, convencidos do ajuste e do controle

dos principais indicadores da economia brasileira, o que se viu foi uma forte queda no chamado risco-Brasil. As

empresas brasileiras também aproveitaram o cenário positivo para obter recursos no mercado mundial e realizaram

captações de prazo mais longo no exterior.

No que se refere às contas fiscais, registrou-se desempenho positivo em todos os segmentos do setor público,

confirmando o cumprimento das metas definidas para o ano. O comportamento favorável dos principais

condicionantes da evolução da dívida líquida, refletida na trajetória declinante da taxa Selic, na estabilidade da taxa

de câmbio e na continuidade de obtenção de bons resultados primários em todos os segmentos do setor público,

Page 8: Relatório de Administração do Banco Central

deverá contribuir para o equilíbrio da relação dívida/PIB. Além disso, o início do processo de retomada da atividade

econômica reforça a expectativa, em médio prazo, de declínio daquela relação.

Esse contexto permite que, a despeito da recuperação econômica, os índices de preços continuem registrando taxas

de variação relativamente baixas. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou elevação

acumulada de 9,3% em 2003, resultado inferior às estimativas feitas por analistas no início do ano, que apontavam

crescimento dos preços próximo a 12%. A expectativa é de que as taxas de inflação permaneçam em patamar

reduzido ao longo de 2004, favorecidas pela folga predominante no nível de utilização da capacidade produtiva, que

possibilitará o aumento inicial de produção, independentemente da maturação dos investimentos na cadeia

produtiva. Adicionalmente, os núcleos de inflação, que repercutem com menor intensidade fatores de caráter

temporário, permaneceram em patamar relativamente estável ao longo do segundo semestre de 2003, mostrando-se

compatíveis com as metas estabelecidas para 2004.

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Page 9: Relatório de Administração do Banco Central

Fortalecimento do sistema financeiro

O Banco Central cuida do dinheiro

A tarefa de cuidar do dinheiro que circula na economia envolve muito mais do que lançar e recolher cédulas e

moedas. Uma das principais preocupações do Banco Central é fazer com que, esteja onde estiver, o dinheiro

brasileiro tenha valor e também seja seguro. Para tanto, o Banco Central trabalha para garantir que as quase 3,2 mil

instituições que integram o sistema financeiro funcionem de maneira eficiente, de modo a resguardar os recursos

financeiros de milhões de clientes. A ação da Instituição, ao longo de 2003, foi baseada na adoção de regras

prudenciais cada vez mais claras, que tornam essas entidades ainda mais sólidas.

No final do ano, essas instituições cuidavam de cerca de R$1,2 trilhão e tinham concedido empréstimos de cerca de

R$381 bilhões a empresas, governos e pessoas físicas. Ao longo do ano, não houve alterações significativas no

sistema, que atravessou o período de ajuste da economia sem atropelos. A solidez do sistema pode ser observada no

fato de a capitalização dos bancos em 2003 ser o dobro da mínima recomendada pelo acordo internacional da

Basiléia e acima do requerido pelo Banco Central do Brasil.

Cuidar da eficiência e da segurança do sistema financeiro envolve, entre outros aspectos, o constante

aperfeiçoamento tecnológico, a criação e a revisão de normas e procedimentos, atividades que levam à necessidade

de combinar desde a capacitação de pessoal até a assinatura de acordos internacionais. Dessa forma, o Banco

Central contribui para o combate a tentativas de ilícitos contra o sistema, principalmente, aquelas perpetradas por

grupos que tentam usar os bancos para justificar a origem do dinheiro obtido por meios ilícitos em um processo

conhecido como lavagem de dinheiro.

Foram efetuadas, em 2003, cerca de 500 atividades diretas de supervisão de instituições autorizadas a funcionar pelo

Banco Central. Paralelamente, o sistema financeiro foi monitorado por meio das informações coletadas junto às

instituições, às centrais de liquidação e custódia e às bolsas, tendo como objetivo o acompanhamento e a avaliação

dos riscos de liquidez, de mercado e de crédito, bem como a análise da estrutura patrimonial e da capacidade de

geração de resultados (situação econômico-financeira) das instituições e conglomerados financeiros.

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Vigilância do sistema de pagamentos

No seu papel de vigilante do SPB, o Banco Central supervisiona todos os sistemas de compensação e de liquidação,

compreendendo desde transferências de fundos relacionadas com cheque, Documento de Crédito (DOC),

Transferência Eletrônica Disponível (TED), bloqueto de cobrança, cartões de débito e cartões de crédito, até as

operações com derivativos, títulos, valores mobiliários e moedas estrangeiras. A vigilância do Banco Central visa

Page 10: Relatório de Administração do Banco Central

reduzir o risco sistêmico, isto é, a possibilidade de que a quebra de uma instituição financeira provoque a quebra, em

cadeia, de outras instituições financeiras.

Em 2003, o Sistema de Transferência de Reservas (STR), operado pelo Banco Central e centro nervoso do SPB,

atendeu às expectativas. À medida que liquida as operações em tempo real, reduzindo, portanto, o tempo de

exposição das partes envolvidas aos riscos de liquidação, o STR contribui efetivamente para a redução do risco

sistêmico. No mesmo sentido, caracterizou -se o funcionamento dos demais sistemas de compensação e de

liquidação, destacando-se aqueles considerados sistemicamente importantes, que são dotados de sofisticados

mecanismos de proteção e de administração dos riscos de liquidação.

O giro total do STR, em 2003, foi da ordem de R$65 trilhões, equivalente a cerca de 46 vezes o Produto Interno

Bruto (PIB) brasileiro. Os clientes dos bancos estão, cada vez mais, beneficiando-se do ambiente de liquidação em

tempo real proporcionado por esse sistema. A quantidade diária média de TED-Cliente (TED efetuada em nome de

cliente) evoluiu de 16 mil em 2002 para 43 mil em 2003, e o correspondente giro financeiro, no mesmo período,

evoluiu de R$923 bilhões em 2002 para R$1,891 trilhão em 2003. O valor médio da TED-Cliente no STR baixou de

R$229 mil em 2002 para R$174 mil em 2003, o que indica a crescente utilização do produto pelas pessoas físicas e

jurídicas não financeiras.

O crescente uso da TED é evidenciado também pelo movimento da Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP), que,

a exemplo do STR, liquida essa modalidade de transferência de fundos. Em 2003, o giro total foi da ordem de

R$802,7 bilhões, para 11,2 milhões de TEDs. O giro diário médio evoluiu de R$109,9 milhões (5 mil TEDs/dia),

em janeiro, para R$5,085 bilhões (71 mil TEDs/dia) em dezembro.

A CIP liquida as transferências de fundos no mesmo dia de emissão da ordem, contribuindo assim, ao lado do STR e

dos sistemas de liquidação que contam com mecanismos de proteção, para a redução dos riscos de liquidação e, por

efeito, do risco sistêmico.

O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), outro componente fundamental do SPB, administrado pelo

Banco Central e depositário central dos títulos correspondentes a 95% da dívida pública federal doméstica, registrou

giro médio diário de R$134 bilhões em 2003. Diversos aperfeiçoamentos relacionados à consolidação do SPB foram

introduzidos no sistema, entre os quais, os necessários à implantação da câmara de ativos. Em paralelo, o Banco

Central vem dando seqüência ao projeto de reprogramação do Selic em novo ambiente tecnológico.

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Page 11: Relatório de Administração do Banco Central

O Banco Central busca redução de custos dos empréstimos e das operações com o exterior

Enquanto o SPB vai tornando mais seguras e eficientes as operações para os pagamentos realizados por meio do

sistema financeiro, outro sistema aperfeiçoado em 2003 deve reduzir os custos das operações de crédito. Por meio

do projeto que cria o Sistema de Informações de Crédito do Banco Central (SCR), as instituições financeiras terão

informações mais detalhadas sobre as operações envolvendo seus clientes. Será possível ter um cadastro positivo

dos correntistas, podendo as instituições financeiras definir taxa de juros proporcional ao perfil de risco do cliente.

Isso vai resultar em decisões mais corretas na hora da concessão e do gerenciamento de crédito, o que pode levar à

queda da inadimplência e à conseqüente redução do custo dessas operações e do spread bancário.

O SCR vai substituir o Sistema Central de Risco de Crédito (CRC), que se encontra em operação desde 1997. O

sistema é considerado projeto de fundamental importância, pois também aumenta a capacidade de monitoramento de

riscos de crédito pela supervisão bancária, atividade crítica na prevenção de crises no sistema financeiro.

Outra iniciativa para aumento de eficiência e redução de custos foi o lançamento, em outubro de 2003, da Rede de

Informações de Capitais Estrangeiros e Câmbio (Redecec). Trata-se de um serviço, oferecido na página do Banco na

internet (www.bcb.gov.br), que tem por objetivo permitir às pessoas físicas ou jurídicas que realizam operações

comerciais e financeiras com o exterior o gerenciamento de suas operações.

Para aperfeiçoar a fiscalização e a regulação do sistema financeiro, o Banco Central reuniu diversas ações no

Programa de Aperfeiçoamento dos Instrumentos de Atuação do Banco Central do Brasil junto ao Sistema Financeiro

Nacional (Proat). Esse programa, que conta com recursos do Banco Mundial, assegurou investimentos para o

desenvolvimento do Sistema de Informações de Crédito e para melhorias no SPB.

Por meio do Proat, foram ainda destinados recursos para elaboração e implantação de manuais de fiscalização e para

a realização de estudos que auxiliaram no processo de tomada de decisões sobre política monetária. Outra iniciativa

apoiada pelo programa foi a implantação de sistema de custos e informações gerenciais do Banco Central. Em

funcionamento desde 1998, o programa tem tido um papel importante na modernização do Banco Central,

especialmente para as atividade de fiscalização.

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Modernização do marco regulatório

O Banco Central editou normas que buscaram assegurar a solidez do sistema financeiro e, ao mesmo tempo, maior

acesso aos serviços bancários. Deu-se continuidade ao processo de eliminação de obstáculos para a constituição de

cooperativas de crédito, entidades que podem vir a beneficiar diretamente pessoas que não têm acesso aos serviços

financeiros.

Page 12: Relatório de Administração do Banco Central

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Outra norma editada permitiu a criação das contas especiais de depósitos à vista, visando atender à população de

baixa renda, fazendo que muitos clientes passassem a ter conta bancária pela primeira vez.

As regras de direcionamento dos recursos de depósitos de poupança foram aprimoradas, com o objetivo de estimular

a concessão de financiamentos habitacionais. Regulamentou-se também o ingresso de novas instituições financeiras

no mercado, disciplinando aspectos como a constituição, a autorização para funcionamento, a transferência de

controle e a reorganização societária.

Foi aperfeiçoada a regulamentação da atividade de auditoria independente em instituições financeiras e em

administradoras de consórcios. As instituições financeiras com patrimônio superior a R$200 milhões estão obrigadas

a criar comitês de auditoria responsáveis por, entre outras atribuições, recomendar a entidade a ser contratada para

realização de auditoria independente, bem como pelos trabalhos desempenhados.

Para agilizar os pedidos e os processos encaminhados ao Banco Central e para orientar o mercado sobre a

regulamentação em vigor, a Instituição colocou em sua página na internet – www.bcb.gov.br – roteiros de

procedimentos para obtenção de autorizações. Neste ano, dois novos roteiros foram incluídos para esclarecer aos

interessados os procedimentos para constituição de consórcios e de sociedades de crédito ao microempreendedor.

Além disso, foram disponibilizados os estudos divulgados em seminários sobre microfinanças, orientando sobre

como fazer para constituir cooperativas de crédito e sociedades de crédito ao microempreendedor.

O Banco Central também atualizou o normativo que estabelece procedimentos e condições para a movimentação de

contas em moeda nacional no Brasil, tituladas por pessoas físicas ou jurídicas domiciliadas ou com sede no exterior,

passando a permitir que a movimentação dessas contas pudesse ocorrer a crédito ou a débito por meio de TED, além

de outros instrumentos de pagamentos já permitidos.

Dando prosseguimento à coleta de dados relativos aos capitais brasileiros no exterior, o Banco Central realizou,

entre março e maio de 2003, o levantamento dos valores de qualquer natureza, dos ativos em moeda e dos bens e

direitos detidos fora do território nacional, na data base de 31 de dezembro de 2002, por meio das declarações que os

detentores desses recursos fizeram na página do Banco Central na internet. Esses recursos totalizaram o equivalente

a US$72,3 bilhões. A declaração de capitais brasileiros no exterior não só permite melhor avaliação de nosso

passivo externo líquido, servindo como importante elemento de avaliação do risco-Brasil, mas ainda viabiliza o

cumprimento dos compromissos internacionais assumidos pelo governo brasileiro.

Page 13: Relatório de Administração do Banco Central

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O Banco Central fiscaliza bancos e previne ilícitos

Além de garantir a segurança nas transações financeiras, o Banco Central fiscaliza as ações das instituições para

evitar que haja risco para depositantes e investidores que confiam seu dinheiro a elas. Para tanto, foram fechados

acordos com três autoridades supervisoras do sistema financeiro dos Estados Unidos: o Federal Reserve Board

(Fed), o Office of the Comptroller of the Currency (OCC) e o Departamento de Supervisão Bancária de Nova

Iorque, além de um Protocolo de Cooperação com a Superintendência de Bancos do Banco Central do Paraguai.

Com esses convênios, que também são um reconhecimento de como o País está adequado às normas internacionais,

será mais fácil trocar informações com as autoridades de supervisão bancária dos países onde estão localizadas as

agências e as subsidiárias de bancos brasileiros no exterior, e com as autoridades supervisoras dos países de origem

das instituições financeiras estrangeiras que operam no Brasil.

No âmbito do Comitê de Supervisão Bancária da Basiléia, o Banco Central colaborou na elaboração da proposta

para o Novo Acordo de Capital que deverá substituir o Acordo da Basiléia de 1988. Com implementação prevista

para 2007, o Banco Central já se prepara para que o sistema financeiro brasileiro adote as orientações do novo

acordo. Atualmente, conforme estabelece o acordo de 1988, o patamar mínimo de reservas de capital contra os

riscos de crédito dos ativos dos bancos deve ficar em 8% do capital (no caso do Brasil, foi adotado um limite

mínimo de 11%), mas não há diferenciação entre as operações de crédito. A idéia é permitir que o grau de

alavancagem dos bancos possa aumentar ou diminuir de acordo com o risco oferecido pelos seus clientes nas

operações de crédito.

O Banco Central participa ainda da Associação de Supervisores Bancários das Américas (Asba) como membro do

Conselho Diretor. A atuação nesses fóruns permite ao País estar em dia com as melhores práticas internacionais na

área de supervisão bancária.

Além disso, foi criado o Conjunto Básico de Informações (CBI), um sistema que faz com que os supervisores

recebam das áreas de acompanhamento indireto dados das instituições financeiras combinando informações da

tesouraria com outras, como as recebidas do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), da Central de

Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (Cetip) e do mercado de câmbio.

O Banco Central iniciou o processo de implementação do sistema de rating da supervisão, de modo a classificar as

instituições de acordo com o nível de adequação e segurança das operações. Será preciso ainda cerca de dois anos

para que todos os bancos sejam inspecionados e classificados, mas, ao final do processo, o sistema vai permitir a

elaboração de planos de fiscalização ainda mais eficientes.

Page 14: Relatório de Administração do Banco Central

Liquidações e administração de regimes especiais

O Banco Central também é responsável pela administração das instituições financeiras liquidadas ou submetidas a

regimes especiais de administração. A imposição desses regimes especiais tem como objetivo excluir do mercado

instituições sem condições de operar, de forma a preservar os interesses de depositantes e de aplicadores e a

recuperar recursos públicos utilizados no saneamento do SFN.

Para realizar um acompanhamento mais aprimorado dessas entidades, a Instituição implementou sistema

informatizado que monitora os resultados financeiros e alimenta as informações referentes a regimes especiais no

Cadastro Único do Banco Central do Brasil (Unicad). O sistema automatiza rotinas do processo liquidatário, tais

como a constituição da Comissão de Inquérito, a elaboração do Quadro Geral de Credores, alterações de vínculos e

situações de sócios controladores, além de facilitar o controle de ativo e passivo das instituições liquidadas.

Foi ainda decretada, em 2003, a liquidação extrajudicial de dez instituições financeiras, sendo um banco e nove

consórcios. No mesmo período, foram encerrados trinta regimes especiais: 22 por decretação de falência, três por

convolação em liquidação ordinária, quatro por prosseguimento de empreendimento empresarial fora do SFN e um

por aprovação nas contas finais e baixa no registro público competente. Permaneciam em curso 98 processos de

liquidação relativos a bancos, outras instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo

Banco Central.

Em 2003, foram instaurados onze inquéritos, sendo dez relacionados a consórcios e um a banco. Foram concluídos e

encaminhados ao Judiciário 24 inquéritos, sendo 23 relativos a administradoras de consórcios e um referente a

distribuidora de títulos e valores mobiliários. No período, houve 26 comunicações ao Ministério Público Federal e

quatro à Secretaria da Receita Federal.

Encontra-se em fase final de estudos a elaboração de anteprojeto de reforma da Lei 6.024/74, que disciplina os

regimes de intervenção, liquidação extrajudicial e administração especial temporária. O objetivo da reforma da lei é

dotar os regimes especiais de mecanismos mais eficazes para realização de ativos, pagamento de passivos e soluções

de encerramento dos regimes. A reforma da legislação de regimes especiais deverá assimilar as novas tendências no

campo do direito falimentar no Brasil e no mundo.

13

Combate à lavagem de dinheiro

A lavagem de dinheiro por meio do sistema financeiro é uma das principais preocupações das autoridades em todo o

mundo, já que está associada a crimes como tráfico de drogas e de armas e terrorismo. As ações do Banco Central

Page 15: Relatório de Administração do Banco Central

nessa área fazem parte de uma estratégia de governo, envolvendo o Ministério da Fazenda, o Ministério da Justiça, a

Casa Civil e a Advocacia-Geral da União.

Nesse sentido, foi determinado que as retiradas ou depósitos em espécie, além de provisionamentos para saque

acima de R$100 mil, devem ser comunicados pelas instituições financeiras ao Banco Central. Esse procedimento

permite ao Banco Central e ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) uma atuação mais tempestiva

contra a prática de ilícitos financeiros. Além disso, o Banco Central iniciou os estudos para criação de um Cadastro

Geral de Correntistas, em observância ao disposto na Lei 10.701, de 9/7/2003, o que agilizará o atendimento de

pedidos de informações por parte do Coaf, de órgãos do Poder Judiciário e de outros envolvidos com investigação

financeira.

Houve ainda mudanças nas recomendações internacionais para o combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento

do terrorismo, formuladas pelo Grupo de Ação Financeira Internacional (Gafi), organização intergovernamental

composta por 31 países, inclusive o Brasil, que tem por objetivo o desenvolvimento e a promoção de políticas

voltadas para a prevenção a esses ilícitos. A equipe do Banco Central tem trabalhado no sentido de adequar os

normativos internos às alterações promovidas pelo Gafi.

Durante o ano, o Banco Central realizou avaliações dos controles internos e do cumprimento de normas, verificando

a estrutura e os procedimentos adotados por quarenta instituições financeiras no que se refere à prevenção à lavagem

de dinheiro, com destaque para as primeiras avaliações de instituições não bancárias, tais como cooperativas de

crédito e corretoras. Também foram realizados os primeiros trabalhos da espécie, voltados para a área de câmbio,

com previsão de plena implementação da metodologia para 2004.

Em 2003, o Banco Central instaurou processos administrativos punitivos contra instituições financeiras por

infringência aos normativos que regulamentaram a Lei 9.613/98 (Lei da Lavagem de Dinheiro). Nesse período, o

Banco Central efetuou 54 relatos de operações suspeitas ao Coaf, além de ter colaborado com aquele conselho no

processo de avaliação da política e das práticas adotadas pelo Brasil para o combate à lavagem de dinheiro e ao

financiamento do terrorismo, realizada pelo Gafi no segundo semestre de 2003.

O Banco Central permanece atento às demandas do Congresso Nacional, prestando serviços às diversas Comissões

Parlamentares de Inquérito (CPI) no tocante ao levantamento de informações junto ao sistema financeiro, atuando

principalmente na obtenção de dados bancários das pessoas físicas e jurídicas investigadas, cujo sigilo bancário

tenha sido quebrado pela Comissão.

14

Page 16: Relatório de Administração do Banco Central

15

Notas e moedas mais modernas e seguras circulam no país

O cuidado com os reais que circulam na economia inclui também as cédulas e as moedas que são utilizadas pelos

consumidores em todo o país. Essa é uma das tarefas na qual o Banco Central tem responsabilidade fundamental, já

que a Instituição decide quando novos lotes de dinheiro serão impressos, se novas moedas serão lançadas ou

recolhidas. O Banco Central é, ainda, o responsável pela distribuição das cédulas e moedas aos bancos. Para se ter

dimensão desse processo e da logística necessária para fazer chegar o dinheiro ao bolso dos brasileiros, basta

lembrar que, em 2003, foram entregues, à rede bancária, 2,6 bilhões de cédulas e 842 milhões de moedas, o

equivalente a R$56 bilhões. O Banco Central cuidou do transporte de 1,9 bilhão de cédulas. O restante da

distribuição é realizado pelo Banco do Brasil, tendo em vista a presença desse banco federal em todas as

microrregiões brasileiras.

O Banco Central recebeu dos bancos 2,4 bilhões de cédulas, que foram analisadas e separadas de acordo com as

condições de uso, sendo que aquelas consideradas inadequadas para continuarem em circulação foram destruídas. O

Banco Central aumentou em 37% a produção de moedas, tendo assinado com a Casa da Moeda do Brasil um

contrato para a fabricação de 1,1 bilhão de novas moedas.

Para aumentar ainda mais a segurança do dinheiro e tornar mais eficiente o uso das moedas e das cédulas, foram

adotadas medidas. Uma das principais envolveu alterações nas notas de R$1. A nova cédula passou a ser impressa

em papel mais grosso, o que permite maior durabilidade e resulta em redução de custos. Além disso, foram

aprimorados os elementos de segurança. Ao incorporar a nova marca táctil, a nota facilitou o dia-a-dia dos

portadores de deficiência visual.

Outra medida adotada em 2003 foi o recolhimento das moedas de R$1 de aço inoxidável, fabricadas a partir de

1994. Elas perderam a validade no comércio em 22 de dezembro, mas a população dispôs de mais três meses para

trocar suas moedas em qualquer agência bancária. A troca ainda poderá ser feita, a qualquer tempo, no Banco

Central. O principal objetivo do recolhimento da antiga moeda é atender a demandas da sociedade por uma moeda

mais segura, já que as moedas de aço inoxidável eram mais sujeitas às falsificações. Essa foi a primeira vez que o

Brasil retirou moedas de circulação sem que isso estivesse relacionado com um processo inflacionário. Permanecem

em circulação apenas as moedas bimetálicas de R$1, que têm borda dourada.

A Instituição também promoveu e ministrou 293 cursos e palestras e 43 exposições itinerantes, com o objetivo de

esclarecer como identificar e o que fazer com cédulas e moedas falsificadas. Cerca de 110 mil pessoas – a maior

parte caixas de supermercados e de bancos e cobradores de ônibus – foram capacitadas nos chamados Eventos de

Divulgação dos Elementos de Segurança do Real. O combate à falsificação levou ao recolhimento, por parte do

Banco Central, de 87.289 cédulas em todo o país, no ano.

Page 17: Relatório de Administração do Banco Central

16

Democratização do acesso aos serviços financeiros

No primeiro semestre, sob a coordenação do Ministério da Fazenda, o governo federal organizou ação articulada

para assegurar o crédito e o acesso aos serviços financeiros a parte considerável da população. Trabalharam em

conjunto o Ministério do Trabalho e Emprego, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o

Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES),

bem como o Ministério do Desenvolvimento Agrário, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o

Banco do Nordeste do Brasil e o Banco Central do Brasil.

Uma das principais medidas foi a implementação de um grande programa de inclusão bancária, cujo objetivo é

possibilitar o acesso ao sistema financeiro por parte de 40 milhões de pessoas de baixa renda. A iniciativa envolveu

a possibilidade de criação de contas simplificadas nos bancos, a regulamentação do microcrédito, das cooperativas

de crédito e dos correspondentes bancários.

O Banco Central buscou impulsionar as iniciativas que permitam que os brasileiros tenham acesso aos serviços

bancários, aos financiamentos para seus negócios, independentemente do lugar onde morem ou do tamanho de seu

empreendimento. A Instituição montou um Projeto de Democratização do Crédito que, por meio de criação e de

revisão das normas do sistema financeiro, abriu as portas para que milhões de brasileiros passassem a contar com

empréstimos mais baratos e com apoio para seus negócios.

Foram aprimoradas as normas relativas ao microcrédito, às cooperativas de crédito e aos correspondentes bancários.

Em março, o Banco Central definiu os procedimentos para autorização, funcionamento, transferência de controle e

reorganização societária e cancelamento da autorização para funcionamento de sociedade de crédito ao

microempreendedor.

Em junho, foi a vez de revisar o regulamento para criação, autorização e alterações estatutárias das cooperativas de

crédito. Outro normativo permitiu a livre admissão de associados nas cooperativas, desde que obedecidas regras

prudenciais e limitadas a áreas de atuação com menos de 100 mil habitantes. Em novembro, houve nova alteração

para permitir a criação de cooperativas de empresários cujas empresas estejam vinculadas a um mesmo sindicato ou

associação patronal em funcionamento há mais de três anos.

Além de terem proporcionado um incremento significativo no número de cooperativas de crédito – que já somam

mais de 1.400 em todo o país e abrangem mais de 1,4 milhão de cooperados –, as ações do Projeto de

Democratização do Crédito resultaram na criação de 46 Sociedades de Crédito ao Microempreendedor (SCM) e no

crescimento de aproximadamente 70% no número de pontos de atendimento, reduzindo, em apenas um ano, de

1.444 para zero o número de municípios desassistidos pela rede bancária.

Page 18: Relatório de Administração do Banco Central

Foi preciso ainda regulamentar as medidas que ampliaram os serviços mais básicos providos pelos bancos, como a

mera abertura e a manutenção de uma conta-corrente. Para tanto, o Banco Central definiu como as contas

simplificadas passariam a funcionar. Elas atendem àquelas pessoas sem condições de comprovação de renda, sem

condições de arcar com taxas e tarifas e sem ter como comprovar dados fornecidos para o cadastro bancário.

As contas simplificadas podem ser abertas por qualquer pessoa que não possua outra conta bancária. O correntista

não poderá movimentá-las por cheque nem deter saldo superior a R$1 mil. Por sua vez, os bancos não poderão

cobrar tarifas para abrir e manter essas contas, exceto quando o cliente superar o limite de quatro operações de

saque, depósito e obtenção de extrato por mês. Outro normativo estabeleceu regras para a abertura de cadernetas de

poupança com as mesmas facilidades criadas para as contas simplificadas.

Com isso, o País pôde ampliar o acesso da população ao sistema financeiro, propiciando a melhoria das condições

de obtenção de crédito, de realização de poupança e de aquisição de produtos financeiros, além de maior

comodidade para pagamento de contas e para liberação de recursos para pessoas beneficiadas por programas

governamentais de interesse social.

Visando fortalecer o cooperativismo, foram estabelecidas novas regras permitindo a criação de cooperativas com

livre admissão de associados. No modelo anterior, as cooperativas só podiam atender a segmentos específicos da

população – produtores rurais, por exemplo, ou comerciantes de determinado ramo, ou microempresários. Agora,

toda a sociedade local pode ser atendida.

Outro segmento da atividade de microfinanças é o de correspondentes bancários. A contratação de correspondentes

em áreas carentes de serviços bancários, a partir de 1999, democratizou o atendimento do sistema financeiro e

incentivou a inclusão social de parcela da população sem acesso aos serviços financeiros. Em junho de 2003, eram

oito as instituições autorizadas pelo Banco Central a contratar correspondentes para a prestação de serviços de

abertura de contas-correntes e de poupança, totalizando 14.933 correspondentes em funcionamento. Esse número

representa um aumento de 64% em relação aos 8.638 existentes em dezembro de 2001.

17

Page 19: Relatório de Administração do Banco Central

18

Comunicação e transparência

Linha direta com o cidadão

Qualquer pessoa pode ter acesso, por meio da internet, aos relatórios mensais divulgados pelo Banco Central, que

trazem as informações sobre o desempenho da economia, das contas externas, dos gastos governamentais e da

concessão de créditos pelos bancos. Estão acessíveis também as notas econômico-financeiras para a imprensa que,

junto com os relatórios de inflação, as atas mensais do Copom, o “Relatório de Estabilidade Financeira” e as

resenhas e relatórios semanais de acompanhamento das expectativas de mercado, formam uma das principais bases

de informação para a imprensa, investidores, operadores de mercado e pesquisadores nacionais e estrangeiros

interessados na economia brasileira. A divulgação dessas publicações é, geralmente, seguida de entrevistas coletivas

com diretores e chefes de departamentos do Banco Central, atentos à necessidade de deixarem claras para a

sociedade as informações técnicas.

As equipes que trabalham com a contabilidade do Banco Central também atuaram com vistas à modernização da

área. Nesse sentido, foram desenvolvidos estudos para que se adotem, a partir de 2005, as normas internacionais de

contabilidade elaboradas pelo International Accounting Standards Board (Iasb). A adoção dessas regras trará maior

comparabilidade aos demonstrativos contábeis, permitindo melhor entendimento por parte das entidades estrangeiras

e aumentando a credibilidade externa da Instituição.

Além dessa medida, o Banco Central, em atendimento à Lei de Responsabilidade Fiscal, avaliou e estimou o risco

representado pelo conjunto das ações judiciais a que responde. Essa medida permitiu ao Banco Central provisionar

em suas demonstrações financeiras os recursos necessários para o pagamento de eventuais indenizações decorrentes

de decisões judiciais desfavoráveis à instituição.

As Centrais de Atendimento ao Cidadão do Banco Central receberam 509 mil pedidos de informação sobre o

sistema financeiro e sobre temas relacionados ao Banco Central, e 25 mil reclamações contra instituições

fiscalizadas pelo Banco. As centrais estão localizadas em cada uma das representações do Banco Central e em sua

Sede, em Brasília.

Com os dados obtidos junto ao público pelas centrais, o Banco Central elabora um ranking com as instituições que

receberam mais reclamação. A relação é divulgada na página do Banco na internet (www.bcb.gov.br), dividida em

administradoras de consórcios, bancos com mais de um milhão de clientes e bancos com menos de um milhão de

clientes. Esse ranking é publicado mensalmente, com base nas denúncias procedentes encerradas no mês anterior.

Page 20: Relatório de Administração do Banco Central

As centrais recebem as solicitações por e-mail, carta, telefone ou pessoalmente. O telefone 0800-992345 continua a

ser o meio mais utilizado pelos cidadãos para entrar em contato com as centrais. Após analisar as reclamações e as

denúncias, o Banco Central interpela a instituição financeira ou a administradora de consórcios envolvida. O

cidadão, na maioria das vezes, recebe a resposta sobre seu questionamento diretamente da instituição reclamada. O

Banco Central atua, nesses casos, como mediador.

Além de disponibilizar serviços de atendimento para a população, o Banco Central também torna públicos os dados

que permitem avaliar a sua própria administração. Em 2003, a Instituição colocou na internet as demonstrações

financeiras apuradas desde 1978.

Esse foco nas demandas dos cidadãos tem levado o Banco Central a promover alterações em diferentes áreas.

Depois de ter em mãos uma pesquisa nacional, demonstrando a insatisfação do público com a falta de troco no

comércio, o Banco promoveu mudanças no critério de distribuição das cédulas e moedas para os bancos. Com o

projeto Demanda Real, o Banco Central identificou o perfil mais adequado de troco para a população de cada região.

Assim, passou a distribuir cédulas e moedas de acordo com essa necessidade e também ampliou a distribuição de

dinheiro para praças onde não há representação da Instituição. O projeto terá seqüência em 2004.

19

Novos serviços para diferentes públicos

O Banco Central montou um sistema que permite a rápida recuperação das informações históricas de dados

financeiros, econômicos e contábeis. O serviço facilita o trabalho dos servidores, de institutos de estudos

econômicos, de consultorias, de estudantes e de professores universitários que, diariamente, demandam séries

temporais de taxas financeiras, de índices econômicos e de balanços de instituições financeiras, entre outras.

Esse serviço permite ainda que qualquer cidadão ou entidade possa manter atualizadas as informações econômico-

financeiras temporais de maior interesse, sem que para isso precise acessar diariamente a página do Banco. Agora,

qualquer pessoa pode receber as atualizações de uma determinada série divulgada na página do Banco Central –

como cotação do dólar ou Taxa Referencial (TR) – diretamente em sua caixa de e-mail.

Em seu relacionamento com as instituições financeiras, os correntistas tanto podem recorrer ao Banco Central, como

também bater às portas do judiciário quando se sentem lesados em seus direitos. A Justiça, por sua vez, também se

relaciona com as instituições financeiras para, entre outras medidas, determinar a quebra de sigilo bancário de

pessoas investigadas. Para tornar mais eficiente essa relação com os bancos, o Banco Central implementou o Bacen-

Jud, sistema criado com o objetivo de melhorar o trânsito de informações fornecidas pelo SFN aos órgãos do Poder

Judiciário. Por meio do Bacen-Jud, juízes e ministros dos tribunais brasileiros já conveniados com o Banco Central

podem solicitar, pela internet, a quebra de sigilo bancário. A partir de sua implementação, o sistema Bacen-Jud

Page 21: Relatório de Administração do Banco Central

registrou crescimento no número de ofícios eletrônicos, que passou de cerca de 500 em 2001 para 258 mil no final

de 2003.

Educação financeira

Para unificar as diversas ações de educação financeira, o Banco Central criou um programa com o objetivo de

disseminar conhecimentos econômicos e financeiros, de forma a dar condições para que a sociedade possa

compreender e assimilar conceitos de economia e identificar o papel do Banco Central e dos agentes financeiros,

além de tomar conhecimento acerca da responsabilidade de cada um no planejamento e na administração da

economia.

No conjunto de iniciativas voltadas para os universitários, a Instituição incrementou o programa BC e Universidade,

que atraiu estudantes de cursos de Administração, Economia, Comércio Exterior, Contabilidade e Direito para

seminários mensais com autoridades e especialistas do próprio Banco Central. Em 2003, aproximadamente seis mil

pessoas assistiram às 17 palestras, realizadas no Edifício-Sede, em Brasília, na regional do Rio de Janeiro e

transmitidas por teleconferência para outras representações-regionais.

20

Museu de Valores

O Museu de Valores foi criado pelo Banco Central com a finalidade principal de contribuir para a preservação da

memória nacional no que diz respeito aos meios de pagamento, partindo-se do princípio de que o dinheiro é

importante forma de expressão da cultura de um povo e registro indispensável para a sua história econômica. Para

tanto, reúne, ordena e conserva cédulas, moedas e outros documentos e objetos que, de algum modo, exprimam

valor monetário.

Além de estudantes e numismatas, o Museu em Brasília atraiu pessoas movidas pela curiosidade que as peças raras

do seu acervo despertam. O Museu tem uma das mais completas coleções de moedas e cédulas brasileiras, com

peças representativas de todos os períodos da história do país, e sua coleção estrangeira reúne desde antigas moedas

chinesas até os mais recentes valores lançados por diversos países. Uma das grandes atrações é a maior pepita de

ouro do mundo, com quase 60 quilos.

Para descentralizar o acesso às obras e moedas, foi inaugurada uma sala do Museu de Valores em Curitiba. Com um

acervo inicial de 350 peças, a filial exibe cédulas e moedas brasileiras emitidas desde 1964, inclusive moedas

comemorativas, reproduzindo parte do material exposto na Sala Emissões do Museu de Valores em Brasília.

Page 22: Relatório de Administração do Banco Central

Responsabilidade social

De maneira geral, é comum associar o Banco Central exclusivamente a estatísticas e a números da economia, como

se a Instituição não devesse se preocupar com temas ligados à inclusão social. Em 2003, o Banco Central deu

demonstração clara de que cuidar da moeda brasileira e do funcionamento do sistema financeiro não significa ficar

indiferente aos problemas sociais urgentes.

Graças à sua participação em causas sociais, o Banco Central foi homenageado pelo Comitê de Democratização da

Informática (CDI) como Instituição Amiga da Inclusão Digital e recebeu do Ministério de Segurança Alimentar e

Combate à Fome, o Certificado de Entidade Parceira do Fome Zero. Além disso, montou o projeto Alfabetização

para Terceirizados e criou um programa de capacitação para o mercado de trabalho voltado para os adolescentes do

Centro Salesiano do Menor (Cesam) que trabalham no Banco Central.

Orientações Estratégicas do Banco Central

Missão Institucional

Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e a solidez do Sistema Financeiro Nacional.

Macroprocessos

• Formulação e gestão das políticas monetária e cambial, compatíveis com as diretrizes do governo federal.

• Regulação e supervisão do Sistema Financeiro Nacional.

• Administração do sistema de pagamentos e do meio circulante.

Visão de Futuro (Definida em 2001)

O Banco Central do Brasil será, nos próximos cinco anos, reconhecido pela sociedade brasileira e pela comunidade

internacional por sua eficácia na manutenção da estabilidade do poder de compra da moeda e da solidez do Sistema

Financeiro Nacional.

Diretrizes

• Prioridade para o cidadão

• Transparência

• Responsabilização

• Tecnologias da informação

• Contabilidade gerencial

• Capacitação gerencial

21

Page 23: Relatório de Administração do Banco Central

22

Anexos

ADMINISTRAÇÃO DO BANCO CENTRAL *

Diretoria Colegiada

Presidente Henrique de Campos Meirelles

Diretores

Administração João Antônio Fleury Teixeira

Assuntos Internacionais Alexandre Schwartsman

Estudos Especiais Eduardo Henrique de Mello Motta Loyo

Fiscalização Paulo Sérgio Cavalheiro

Liquidações e Desestatização Antonio Gustavo Matos do Vale

Normas e Organização do Sistema Financeiro Sérgio Darcy da Silva Alves

Política Econômica Afonso Sant'Anna Bevilaqua

Política Monetária Luiz Augusto de Oliveira Candiota

* Posição em 31/12/2003

Page 24: Relatório de Administração do Banco Central

SECRETARIA-EXECUTIVA

Secretário-Executivo Hélio José Ferreira

Secretário para Assuntos da Diretoria e do Conselho Monetário Nacional Sergio Albuquerque de Abreu e Lima

Secretário de Projetos Hélio José Ferreira

Secretário de Relações Institucionais Gérson Bonani

Chefe da Assessoria Parlamentar Luiz do Couto Neto

23

CONSULTORES DE DIRETORIA Presidência Alexandre Pundek Rocha Administração Anthero de Moraes Meirelles Assuntos Internacionais Dalmir Sérgio Louzada Fernando Antonio Gomes Estudos Especiais Gustavo Alberto Bussinger Fiscalização Alvir Alberto Hoffmann Liquidações e Desestatização Cláudio Jaloretto Marco Antonio Belem da Silva Normas e Organização do Sistema Financeiro Antonio José Barreto de Paiva Política Econômica Katherine Hennings Política Monetária Flávio Pinheiro de Melo

Page 25: Relatório de Administração do Banco Central

PROCURADORIA-GERAL

Francisco José de Siqueira

24

DEPARTAMENTOS Departamento de Administração Financeira Jefferson Moreira Departamento de Auditoria Interna Eduardo de Lima Rocha Departamento de Capitais Estrangeiros e Câmbio José Maria Ferreira de Carvalho Departamento de Combate a Ilícitos Cambiais e Financeiros Ricardo Liao Departamento da Dívida Externa e de Relações Internacionais José Linaldo Gomes de Aguiar Departamento Econômico Altamir Lopes Departamento de Estudos e Pesquisas Marcelo Kfoury Muinhos Departamento de Gestão de Informações do Sistema Financeiro Sérgio Almeida de Souza Lima Departamento de Gestão de Pessoas e Organização Miriam de Oliveira Departamento de Liquidações Extrajudiciais José Irenaldo Leite de Ataíde Departamento do Meio Circulante José dos Santos Barbosa Departamento de Normas do Sistema Financeiro Clarence Joseph Hillerman Jr. Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos José Antonio Marciano Departamento de Operações do Mercado Aberto Sérgio Goldenstein Departamento de Operações das Reservas Internacionais Daso Maranhão Coimbra Departamento de Organização do Sistema Financeiro Luiz Edson Feltrim

Page 26: Relatório de Administração do Banco Central

Departamento de Planejamento e Orçamento José Clóvis Batista Dattoli Departamento de Recursos Materiais e Patrimônio Dimas Luis Rodrigues da Costa Departamento de Supervisão Direta Osvaldo Watanabe Departamento de Supervisão Indireta Vânio Cesar Pickler Aguiar Departamento de Tecnologia da Informação Fernando de Abreu Faria

GERÊNCIAS-EXECUTIVAS Gerência-Executiva de Desestatização Geraldo Pereira Júnior Gerência-Executiva de Relacionamento com Investidores José Pedro Ramos Fachada Martins da Silva

25

Page 27: Relatório de Administração do Banco Central

26

Endereços do Banco Central do Brasil Brasília (Sede) SBS – Quadra 3 – Bloco B – Ed.-Sede Caixa Postal 08670 70074-900 Brasília – DF Tel.: (61) 414-1414 Belém Boulevard Castilhos Franca, 708 – Centro Caixa Postal 651 66010-020 Belém – PA Tel.: (91) 3181-2000 Belo Horizonte Av. Álvares Cabral, 1.605 – Santo Agostinho 30170-001 Belo Horizonte – MG Tel.: (31) 3253-7000 Curitiba Rua Carlos Pioli, 133 – Bom Retiro 80520-170 Curitiba – PR Tel.: (41) 313-2800 Fortaleza Av. Heráclito Graça, 273 – Centro Caixa Postal 891 60140-061 Fortaleza – CE Tel.: (85) 211-5488 Porto Alegre Rua 7 de Setembro, 586 – Centro Caixa Postal 919 90010-190 Porto Alegre – RS Tel.: (51) 3215-7100 Recife Rua da Aurora, 1.259 – Santo Amaro 50040-090 Recife – PE Tel.: (81) 3413-4100 Rio de Janeiro Av. Presidente Vargas, 730 – Centro Caixa Postal 495 20071-001 Rio de Janeiro – RJ Tel.: (21) 3805-5244 Salvador Av. Garibaldi, 1.211 – Ondina Caixa Postal 44 40176-900 Salvador – BA Tel.: (71) 203-4545 São Paulo Av. Paulista, 1.804 – Bela Vista Caixa Postal 894 01310-922 São Paulo – SP Tel.: (11) 3491-6122

Page 28: Relatório de Administração do Banco Central

Departamento de Administração FinanceiraDiretoria de Administração

Demonstrações Financeiras

31 de dezembro de 2003

Page 29: Relatório de Administração do Banco Central

fl. 1

2003 2002

431.053.355 436.040.915 124.788.492 107.544.667 105.219.403 92.428.293 13.383.025 14.982.657 6.186.064 133.717

306.264.863 328.496.248 78.812.820 78.665.975 21.855.273 23.371.206 28.558.534 28.047.600 14.922.255 12.714.998 23.439.662 23.484.357 27.002.421 26.502.920 1.569.100 1.815.618 1.396.592 700.159

(39.931.017) (37.970.883) 120.224.172 88.566.749 120.189.562 88.526.786

ota 10) 1.688.520 4.132.279 34.604 39.954

(1.688.514) (4.132.270) 106.141.946 159.425.767 30.618.991 67.021.394

ra (Nota 5) 66.112.159 80.099.412 1.457.774 4.465.309

a Liquidar (Nota 4) - 7.232.629 c) 5.356.483 - 11.a) 2.427.490 558.811 Nota 11.a) (406.063) (406.063)

) 533.817 419.675

41.295 34.600

1.085.925 1.837.757

eiras 27.943 34.174

- 243.307

Transferir (Nota 8.b) 40.934 588.421 780.805 725.507 183.703 181.288 52.540 65.060

51.363.863 49.931.066

7.044.102 5.254.045 2.576.356 2.576.356 3.978.086 2.193.946

489.660 483.743

489.461.320 491.226.026

BANCO CENTRAL DO BRASILBALANÇO PATRIMONIAL - EM 31 DE DEZEMBRO(Em milhares de reais)

A T I V O 2003 2002 P A S S I V O

CIRCULANTE E REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 475.598.126 475.813.253 CIRCULANTE E EXIGÍVEL A LONGO PRAZOEXTERNO (Nota 4) 167.888.212 154.178.017 EXTERNO (Nota 4)Operações da Área Externa 167.921.028 154.215.741 Obrigações em Moedas Estrangeiras(Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa) (32.816) (37.724) Depósitos de Organismos Financeiros InternacionaisINTERNO 307.709.914 321.635.236 Demais ContasOperações 280.639.904 274.390.690 INTERNO- Títulos Públicos Federais (Nota 5) 249.036.530 242.936.290 Depósitos de Instituições Financeiras (Nota 9)- Títulos Vinculados a Garantias de Operações de Swap (Nota 5) 19.224.639 27.482.751 - Reservas Bancárias - Depósitos à Vista- Operações Compromissadas - Livre Movimentação (Nota 5) 12.011.151 - - Reservas Bancárias - Depósitos de Poupança- Operações com Títulos - Compromissos de Revenda (Nota 5) 301.664 3.010.713 - Reservas Bancárias - Depósitos Judiciais- Venda de Moeda Estrangeira no Mercado Interno - a Liquidar (Nota 4) - 840.035 - Reservas Bancárias - Depósitos a Prazo- Operações com Derivativos (Nota 5) 60.264 120.748 - Reservas Bancárias - Exigibilidade Adicional- Outras Operações 5.656 153 - Direcionamento de Recursos do SBPE Outros Créditos 26.639.759 41.290.288 - Demais Contas- Créditos a Receber (Nota 6.a) 23.971.181 28.650.868 - (Recolhimento em Títulos Públicos Federais)- (Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa) (Nota 6.a) (6.594.691) (8.976.588) Outros Depósitos - Recursos Administrados pela Centrus (Nota 7.a) 1.562.091 1.465.804 - Depósitos à Ordem do Governo Federal (Nota 8.a)- Títulos a Receber (Nota 6.b) 686.081 1.127.253 - Depósitos Vinculados em Garantia de Operações (N- (Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa) (Nota 6.b) (170.352) (150.990) - Demais Contas - Crédito a ser Coberto pelo Tesouro Nacional (Nota 8.c) 7.172.543 19.161.634 - (Recolhimento em Títulos Públicos Federais)- Demais Créditos 12.906 12.307 Outras Exigibilidades Outras Contas 430.251 5.954.258 - Notas do Banco Central - NBC (Nota 5)- Adiantamento sobre Contratos de Câmbio de Exportação (Nota 4) - 5.313.956 - Operações com Títulos - Compromissos de Recomp- Acerto de Contribuições - Lei 9.650 (Nota 8.d) - 605.613 - Operações com Derivativos (Nota 5)- Créditos com o PSS (Nota 8.d) 305.162 - - Compra de Moeda Estrangeira no Mercado Interno -- Demais Contas 125.089 34.689 - Resultado a Transferir ao Tesouro Nacional (Nota 8.

- Provisão para Ações Judiciais em Andamento (NotaPERMANENTE 13.863.194 15.412.773 - (Depósitos Vinculados à Interposição de Recursos) (

INVESTIMENTOS 13.108.763 14.625.573 - Sentenças Judiciais - Precatórios a Pagar (Nota 11.b

Quotas de Capital de Organismos Financ. Internacionais 13.108.763 14.625.573 - Demais Contas

- Fundo Monetário Internacional-FMI 13.005.134 14.498.835 Outras Contas - Banco de Compensações Internacionais - BIS 103.629 126.738 - Outras Obrigações Registradas em Moedas Estrang

IMOBILIZADO 754.431 787.200 - Acerto de Contribuições - Lei 9.650 (Nota 8.d)Bens Móveis 176.307 180.085 - Remuneração dos Depósitos do Governo Federal, aBens Imóveis 665.203 773.941 - Valores a Pagar - Centrus (Nota 7.b)

Bens Intangíveis 60 60 - Provisão Para Passivo Atuarial (Nota 7.c)(Depreciação Acumulada) (87.139) (166.886) - Demais Contas

MEIO CIRCULANTE (Nota 12)

PATRIMÔNIO LÍQUIDO (Nota 13)Patrimônio Reservas para Contingências Reserva de Reavaliação

TOTAL 489.461.320 491.226.026

(As Notas Explicativas são parte integrante das Demonstrações Financeiras)

Page 30: Relatório de Administração do Banco Central

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO fl. 2Em milhares de reais

2° SEM/2003 2º SEM/2002 2003 2002

RECEITAS OPERACIONAIS 99.335.914 224.203.817 257.553.898 307.438.607 Operações - Mercado Aberto 69.950.991 120.697.406 177.960.368 169.349.122 Operações da Área Externa 26.982.629 98.735.052 71.020.328 131.351.073 Operações da Área Bancária 1.850 11.306 3.230 51.735 Créditos e Títulos a Receber 648.752 645.542 1.468.363 1.456.859 Operações com o Tesouro Nacional 639.099 2.208.591 3.372.550 2.297.594 Reversão e Correção Cambial de Provisões 1.076.599 1.905.039 3.666.151 2.929.218 Outras 35.994 881 62.908 3.006

DESPESAS OPERACIONAIS (91.678.178) (232.897.936) (223.620.158) (329.591.876) Operações - Mercado Aberto (44.019.628) (127.059.333) (113.242.301) (184.729.431) Operações da Área Externa (27.866.944) (80.721.333) (77.088.090) (100.274.417) Operações da Área Bancária (3.890.252) (2.548.710) (8.349.275) (3.295.995) Créditos e Títulos a Receber (8.980) (277.483) (30.785) (457.304) Operações com o Tesouro Nacional (15.079.949) (18.925.885) (22.370.924) (35.105.997) Constituição e Correção Monetária/Cambial de Provisões (139.813) (2.587.126) (1.293.164) (4.455.598) Administrativas (512.458) (638.425) (965.487) (1.056.087) Outras (160.154) (139.641) (280.132) (217.047)

RESULTADO OPERACIONAL 7.657.736 (8.694.119) 33.933.740 (22.153.269)

RECEITAS NÃO OPERACIONAIS 1.870.439 6.046.568 3.338.852 9.584.980 Correção Cambial de Quotas 1.226.214 5.778.196 2.170.313 8.761.593 Acertos de Contribuições - Lei 9.650 - - - 387.036 Remun. dos Créditos Administrados pela Centrus 221.948 121.087 395.371 227.297 Repasse Recebido do Tesouro Nacional 262.205 - 524.963 - Outras 160.072 147.285 248.205 209.054

DESPESAS NÃO OPERACIONAIS (2.391.617) (3.636.063) (5.954.240) (4.625.410) Correção Cambial de Quotas (407.702) (2.718.139) (3.687.122) (3.044.304) Encargos - Centrus (58.063) (330.905) (129.875) (950.552) Provisão p/ Perdas Judiciais (1.795.925) (152.831) (1.886.513) (152.831) Sentenças Judiciais - Precatórios (65.447) (415.737) (114.866) (440.759) Outras (64.480) (18.451) (135.864) (36.964)

RESULTADO NÃO OPERACIONAL (521.178) 2.410.505 (2.615.388) 4.959.570

RESULTADO NO PERÍODO 7.136.558 (6.283.614) 31.318.352 (17.193.699)

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO Em milhares de reais

PATRIMÔNIO RESERVAS PARA RESERVA DE PATRIMÔNIOCONTINGÊNCIAS REAVALIAÇÃO LÍQUIDO

Saldo em 31 de dezembro de 2002 2.576.356 2.193.946 483.743 5.254.045

Reversão/Baixa - - (4.185) (4.185)

Saldo em 30 de junho de 2003 2.576.356 2.193.946 479.558 5.249.860

Constituição - 1.784.140 14.166 1.798.306

Reversão/Baixa - - (4.064) (4.064)

Saldo em 31 de dezembro de 2003 2.576.356 3.978.086 489.660 7.044.102

(As Notas Explicativas são parte integrante das Demonstrações Financeiras)

F: Anual 2003\2º semestre\Demonstrativos\DRE.xls; A10399; 17/02/2004; 09:42

Page 31: Relatório de Administração do Banco Central

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – EM 31 DE DEZEMBRO DE 2003 fl. 3 (Em milhares de Reais) Nota 1 – O BANCO E SUAS ATRIBUIÇÕES

O Banco Central do Brasil, autarquia federal integrante do sistema financeiro nacional, foi criado em 31.12.1964, com a promulgação da Lei 4.595, e tem a missão de assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e a solidez do sistema financeiro nacional.

Nota 2 – APRESENTAÇÃO

As demonstrações contábeis são elaboradas de acordo com a legislação aplicável ao Banco Central, com destaque para: a Lei 4.595/64, que estabelece competência ao Conselho Monetário Nacional - CMN para decidir sobre os balanços e balancetes do Banco Central e sobre o seu sistema de contabilidade, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União; a Medida Provisória 2.179-36, de 24 de agosto de 2001 e a Lei Complementar 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), que definem a forma de destinação do resultado do Banco. Essas normas requerem que o Banco Central apresente demonstrações financeiras semestrais em 30 de junho e 31 de dezembro.

Com o objetivo de compatibilizar a contabilidade do Banco Central às melhores práticas internacionais, o CMN determinou ampla revisão da política contábil do Banco, que se iniciou com as demonstrações financeiras de 30.6.2002, e deverá estar concluída com a publicação do primeiro conjunto de demonstrações comparativas em dezembro de 2006. Nota 3 – PRINCIPAIS DIRETRIZES CONTÁBEIS a) Regime contábil:

O regime contábil para apropriação de receitas e despesas é o de competência. b) Atualização cambial de ativos e passivos em moeda estrangeira:

Os direitos e as obrigações em moedas estrangeiras estão ajustados às taxas cambiais vigentes na data do balanço, sendo utilizadas as cotações de compra para o ativo e de venda para o passivo. As principais cotações em reais são:

Compra Venda Compra Venda

Dólar norte-americano 2,8884 2,8892 3,5325 3,5333Euro 3,6431 3,6506 3,6932 3,7012Iene 0,0270 0,0270 0,0297 0,0298DES 4,2835 4,3019 4,7755 4,7957Ouro (grama) 38,3280 38,5026 38,7684 38,9417

20022003

O DES − Direito Especial de Saque é a unidade contábil utilizada pelo Fundo Monetário Internacional − FMI e tem sua taxa referenciada em uma cesta de moedas que são livremente utilizáveis em transações internacionais, atualmente o euro (ECU), o iene (JPY), a libra esterlina (GBP) e o dólar norte-americano (USD). c) Avaliação das operações com títulos em moeda estrangeira e com ouro:

São registradas pelo custo de aquisição e avaliadas diariamente com base em cotações divulgadas pelos principais provedores internacionais de informações. d) Avaliação de títulos públicos federais:

A carteira de títulos do Banco está classificada em "títulos mantidos até o vencimento" e "títulos para negociação". Os títulos mantidos até o vencimento são avaliados pelo custo de aquisição corrigido e os títulos para negociação são avaliados pelo valor de mercado, segundo os seguintes critérios:

- Letras do Tesouro Nacional – LTNs, Notas do Tesouro Nacional Série D - NTNs-D e Letras Financeiras do Tesouro - LFTs: avaliadas pelos preços observados no mercado secundário e divulgados pela Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto - Andima;

- Créditos Securitizados - CVS: avaliados pela taxa média das negociações de CVSA ocorridas no 2º

Page 32: Relatório de Administração do Banco Central

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – EM 31 DE DEZEMBRO DE 2003 fl. 4 (Em milhares de Reais) semestre de 2003;

As Notas do Banco Central - NBC estão registradas pelo custo corrigido. e) Avaliação de derivativos:

As operações de Swap são avaliadas pelo valor de mercado, conforme cotação divulgada pela Bolsa de Mercadorias & Futuros - BM&F. As operações de Forward são avaliadas pelas cotações divulgadas pelo Banco Central (Ptax). f) Avaliação de outros ativos:

Os ativos financeiros sem adequada liquidez estão avaliados pelo fluxo ajustado a valor presente, sendo os indexados a índices de preços ou à Taxa Referencial - TR descontados pelas taxas praticadas no mercado secundário de títulos de emissão do Tesouro Nacional de características semelhantes, ponderadas pelas quantidades negociadas. g) Provisão para créditos de liquidação duvidosa:

Os critérios para a constituição e ajuste de provisões são os seguintes: - quando o crédito for julgado de difícil recebimento, a provisão é constituída pelo valor correspondente à

diferença entre o valor contábil e aquele considerado passível de ser recebido; - quando fato superveniente tornar o valor de mercado menor, a provisão é constituída pelo valor

correspondente à diferença entre o valor contábil e o praticado em mercado.

Assim, as provisões relativas aos créditos com as instituições em liquidação extrajudicial são constituídas em função da diferença entre o valor da operação e o valor dos ativos totais dessas instituições, avaliados sempre que possível pelo valor de mercado, levando-se em consideração os passivos preferenciais em relação à posição do Banco Central.

h) Depreciação:

Os imóveis estão registrados pelo valor da reavaliação efetuada por peritos de acordo com a nota NBR 5676 – Avaliação de Imóveis Urbanos da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas e tendo em vista a idade aparente dos imóveis (Nota 13). Os bens móveis estão registrados pelo custo de aquisição. A depreciação é efetuada pelo método linear de acordo com os seguintes critérios:

I) bens móveis: - equipamentos para informática, veículos e ferramentas: taxa anual de 20%; - demais equipamentos, instalações e materiais permanentes: taxa anual de 10%; - acervos da biblioteca e do museu e obras de arte não são depreciados;

II) bens imóveis (exceto terrenos): depreciação de 100% do valor do imóvel em 62,5 anos com taxa anual

calculada em função da vida útil remanescente. Nota 4 – OPERAÇÕES DA ÁREA EXTERNA

O Banco Central, como depositário das reservas oficiais de ouro, de moeda estrangeira e de Direitos Especiais de Saque, atua no sentido do funcionamento regular do mercado cambial, da estabilidade relativa das taxas de câmbio e do equilíbrio no balanço de pagamentos, podendo para isso comprar e vender ouro e moeda estrangeira, bem como realizar operações de crédito no exterior. Na administração dessas reservas, o Banco Central busca minimizar a exposição cambial do governo brasileiro mediante a alocação de suas aplicações de forma a realizar um hedge da dívida externa soberana de curto prazo. A distribuição das moedas é variável e se situa ao redor de 60% em dólares norte-americanos, 33% em euros e 7% em ienes.

Refletindo um perfil conservador, típico de banco central, as reservas internacionais são aplicadas em um

portfólio de maturidade baixa, com duração de cerca de um ano. Os investimentos em money-market (depósitos a prazo fixo e em curtíssimo prazo) são realizados com vencimento de até seis meses e as operações com títulos possuem duração média de 1,8 ano.

As operações de Forward - compra de moeda estrangeira com prazo de liquidação superior a dois dias -

são utilizadas pelo Banco Central como meio de implementação de hedge e, também, como meio de operacionalização da estratégia ativa das reservas, com observância das condições estabelecidas pela Diretoria Colegiada. As operações de venda de moeda estrangeira conjugada com sua recompra futura, cujos saldos se encontram liquidados desde o semestre anterior, são instrumentos de política cambial.

Page 33: Relatório de Administração do Banco Central

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – EM 31 DE DEZEMBRO DE 2003 fl. 5 (Em milhares de Reais)

As operações compromissadas - operações de venda de títulos com compromisso de recompra (repo) e de

compra com compromisso de revenda (reverse repo) - são realizadas objetivando a obtenção de rendimento com o diferencial de taxas sobre papéis que estejam demandados pelo mercado.

Os títulos da dívida externa brasileira são negociados pelo Banco Central do Brasil como alternativa de

investimento às reservas internacionais e como instrumento de gestão do passivo externo da República. O gerenciamento de risco dessas aplicações está concentrado na avaliação e no controle dos seguintes

segmentos:

a) risco de mercado - a gerência ativa das reservas internacionais é monitorada diariamente utilizando-se o conceito de Valor em Risco (VaR). O modelo utilizado para cálculo do VaR baseia-se no RiskMetrics, desenvolvido originalmente pelo JPMorgan, com nível de confiança de 95%. A Diretoria Colegiada autoriza desvios em relação ao portfólio de referência dentro do limite de VaR definido, de forma a aproveitar eventuais oportunidades de mercado. São realizados backtestings trimestrais, quando da apresentação do resultado à Diretoria, de forma a verificar a adequabilidade do modelo;

b) risco de crédito – as aplicações do Banco obedecem a uma política clara e objetiva de limites de

classificação de risco das instituições e de concentração máxima por contraparte. O rating mínimo atualmente autorizado é "A", de acordo com a classificação da Agência Moody's, e o limite máximo por contraparte varia em função do porte da instituição, limitado a um valor pré-determinado pela Diretoria Colegiada. Operações contratadas com instituições cuja classificação de risco seja inferior a "A" são realizadas com base em autorização específica da Diretoria Colegiada;

c) risco de liquidez - existem limites para o montante máximo que pode ser adquirido de determinada

emissão, bem como para o montante máximo que cada emissão possa ter no portfólio total, de maneira a garantir que os papéis adquiridos possam ser comercializados no mercado secundário com baixo custo;

d) risco operacional - o Banco Central possui sistemas informatizados que permitem o controle de todas as

fases da operação, da contratação ao registro, controle e liquidação financeira. Além disso, é feito um controle diário dos limites operacionais e a Diretoria Colegiada é informada automaticamente caso algum dos limites autorizados seja superado.

As seguintes principais operações também estão registradas na contabilidade do Banco como operações

da área externa:

a) as obrigações com o Fundo Monetário Internacional - FMI decorrentes de: saques efetuados pelo governo brasileiro no âmbito dos programas de assistência financeira acordados; de alocações de Direito Especial de Saque - DES, que refletem a utilização de valores disponibilizados pelo Fundo aos países membros; e de depósitos que o Organismo mantém no País, representativos da quota de participação do Brasil;

b) os depósitos de outros organismos financeiros internacionais: correspondentes às disponibilidades

mantidas no Brasil por organismos multilaterais (principalmente BIRD e BID) com o objetivo de custear suas despesas administrativas e operacionais no País;

c) o Plano Brasileiro de Financiamento – PBF: correspondente à parcela da dívida externa brasileira

renegociada com bancos privados internacionais (Acordo MYDFA - 1988) e aos depósitos pendentes de acordo bilateral no âmbito do Clube de Paris;

d) as operações em moeda estrangeira referentes ao Convênio de Pagamentos e Créditos Recíprocos - CCR firmado entre o Banco Central e os bancos centrais dos países participantes (Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, México, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela) e ao Ajuste Brasil-Hungria. As taxas de juros são as mesmas para as operações de ativo e passivo, sendo a Libor de 4 meses para o CCR e a Libor de 3 meses para o Ajuste Brasil-Hungria;

e) os valores apresentados como excesso de posição comprada referem-se a depósitos constituídos pelos bancos, correspondentes ao valor que supera o limite autorizado para contratação de operações de câmbio e os registrados no item "Operações Contratadas - a Liquidar" referem-se às operações em que a liquidação normalmente ocorrerá dois dias após a data da contratação.

As reduções verificadas nas operações de compra e venda de moeda estrangeira no mercado interno e nos adiantamentos sobre contratos de câmbio de exportação decorreram da liquidação dos contratos.

No semestre, o resultado das operações da área externa foi negativo em R$884.315 principalmente em

função da variação cambial (no 2º semestre de 2002 foi positivo em R$18.013.719).

Page 34: Relatório de Administração do Banco Central

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – EM 31 DE DEZEMBRO DE 2003 fl. 6 (Em milhares de Reais)

Os quadros a seguir apresentam os ativos e passivos externos agregados em função de prazo de vencimento, moedas, classificação de risco, país ou área geográfica e contraparte, cabendo ressaltar que os dados apresentados provêm de informações contábeis e gerenciais. a) Operações segregadas por vencimento: Em 31 de dezembro

0 a 7 8 a 30 31 a 60 61 a 90 91 a 180 > 180 2003 2002

Disponibilidades 1.835.254 - - - - - 1.835.254 2.209.185 Ouro Monetário 531.280 - - - - - 531.280 533.069 Depósitos 13.334.716 32.035.590 9.667.528 2.996.012 4.112.447 - 62.146.293 45.130.134

- Curtíssimo Prazo 4.561.536 - - - - - 4.561.536 6.693.206 - Prazo Fixo 8.737.398 32.035.590 9.400.838 2.542.087 4.112.447 - 56.828.360 37.667.747 - Ouro 35.782 - 266.690 453.925 - - 756.397 769.181

Títulos 5.503.225 579.644 - - 4.410.286 74.259.008 84.752.163 85.920.938 - Notas - - - - - 63.985.099 63.985.099 66.681.819 Custo - - - - - 63.814.194 63.814.194 65.603.445 Ajuste a Valor de Mercado - - - - - 170.905 170.905 1.078.374 - Bônus - - - - - - - 344.815 Custo - - - - - - - 338.235 Ajuste a Valor de Mercado - - - - - - - 6.580 - Dívida Externa Brasileira - - - - 4.410.286 5.680.178 10.090.464 13.696.286 Custo - - - - 4.403.121 5.218.079 9.621.200 13.059.501 Ajuste a Valor de Mercado - - - - 7.165 462.099 469.264 636.785 - Sob Gerenciamento Externo - - - - - 4.593.731 4.593.731 5.198.018 - Operações Compromissadas 5.503.225 579.644 - - - - 6.082.869 -

Convênios em Moedas Estrangeiras - 190.312 - 11.184 - - 201.496 239.789 Operações Forw ard 935.200 7.912.800 4.083.104 1.481.292 - - 14.412.396 8.998.736 Venda de ME Conjugada c/ Recompra - - - - - - - 6.980.220 Operações Contratadas a Liquidar 3.915.797 - - - - - 3.915.797 4.084.988 Outras 41.373 - - 2.515 10.060 39.585 93.533 80.958 Total do Ativo Externo 26.096.845 40.718.346 13.750.632 4.491.003 8.532.793 74.298.593 167.888.212 154.178.017

TotalATIVO EXTERNO Vencimento (Em dias)

Em 31 de dezembro

0 a 7 8 a 30 31 a 60 61 a 90 91 a 180 > 180 2003 2002

Fundo Monetário Internacional - FMI - - 683.292 3.946.140 3.946.140 88.691.944 97.267.516 90.248.724 - Programa de Assistência Financeira - - 679.553 3.946.140 3.946.140 74.085.832 82.657.665 73.960.864 - Depósitos - - - - - 13.063.167 13.063.167 14.562.113 - Alocações de DES - - 3.739 - - 1.542.945 1.546.684 1.725.747

Dep. Outros Org. Financ.Internacionais - - - - - 319.858 319.858 420.544 Plano Brasileiro de Financiamento - - - 190.493 - 1.395.945 1.586.438 2.382.856 Convênios em Moedas Estrangeiras 4.222 25.090 - 9.972 - 81.054 120.338 216.219 Operações Forw ard 938.697 7.939.092 4.079.723 1.488.257 - - 14.445.769 9.063.808 Excesso de Posição Comprada 928.211 - - - - - 928.211 105.917 Operações Compromissadas 5.504.345 579.805 - - - - 6.084.150 - Operações Contratadas a Liquidar 3.919.520 - - - - - 3.919.520 4.936.751 Outras 15.100 - - 3.039 - 98.553 116.692 169.848 Total do Passivo Externo 11.310.095 8.543.987 4.763.015 5.637.901 3.946.140 90.587.354 124.788.492 107.544.667

TotalPASSIVO EXTERNO Vencimento (Em dias)

Page 35: Relatório de Administração do Banco Central

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – EM 31 DE DEZEMBRO DE 2003 fl. 7 (Em milhares de Reais) b) Operações segregadas por moeda: Em 31 de dezembro

US-Dólar Euro Iene DES Ouro Outras (*) 2003 2002

Disponibilidades 38.168 10.821 1.767.260 6.610 - 12.395 1.835.254 2.209.185 Ouro Monetário - - - - 531.280 - 531.280 533.069 Depósitos 32.691.822 25.152.305 3.545.769 - 756.397 - 62.146.293 45.130.134

- Curtíssimo Prazo 4.129.835 431.701 - - - - 4.561.536 6.693.206 - Prazo Fixo 28.561.987 24.720.604 3.545.769 - - - 56.828.360 37.667.747 - Ouro - - - - 756.397 - 756.397 769.181

Títulos 64.826.979 19.920.317 4.867 - - - 84.752.163 85.920.938 - Notas 45.734.768 18.250.331 - - - - 63.985.099 66.681.819 - Bônus - - - - - - - 344.815 - Dívida Externa Brasileira 8.415.611 1.669.986 4.867 - - - 10.090.464 13.696.286 - Sob Gerenciamento Externo 4.593.731 - - - - - 4.593.731 5.198.018 - Operações Compromissadas 6.082.869 - - - - - 6.082.869 -

Convênios em Moedas Estrangeiras 201.496 - - - - - 201.496 239.789 Operações Forw ard 2.948.906 2.730.166 6.857.583 - - 1.875.741 14.412.396 8.998.736 Venda de ME Conjugada c/ Recompra - - - - - - - 6.980.220 Operações Contratadas a Liquidar 2.216.531 1.699.266 - - - - 3.915.797 4.084.988 Outras 12.587 - - 39.573 12.825 28.548 93.533 80.958 Total do Ativo Externo 102.936.489 49.512.875 12.175.479 46.183 1.300.502 1.916.684 167.888.212 154.178.017 (*) Inclui, principalmente, Franco Suíço, Coroa Sueca, Dólar Canadense, Dólar Australiano e Libra Esterlina.

Moeda TotalATIVO EXTERNO

Em 31 de dezembro

US-Dólar Euro Iene DES Ouro Outras (*) 2003 2002

Fundo Monetário Internacional - FMI - - - 97.265.196 - 2.320 97.267.516 90.248.724 - Programa de Assistência Financeira - - - 82.657.665 - - 82.657.665 73.960.864 - Depósitos - - - 13.060.847 - 2.320 13.063.167 14.562.113 - Alocações de DES - - - 1.546.684 - - 1.546.684 1.725.747

Dep. Outros Org. Financ.Internacionais 319.818 - - - - 40 319.858 420.544 Plano Brasileiro de Financiamento 1.570.381 5.535 - - - 10.522 1.586.438 2.382.856 Convênios em Moedas Estrangeiras 120.338 - - - - - 120.338 216.219 Operações Forw ard 7.494.665 3.900.496 1.169.121 - - 1881487 14.445.769 9.063.808 Excesso de Posição Comprada 928.211 - - - - - 928.211 105.917 Operações Compromissadas 6.084.150 - - - - - 6.084.150 - Operações Contratadas a Liquidar 1.271.936 1.710.302 937.282 - - - 3.919.520 4.936.751 Outras 116.669 - 23 - - - 116.692 169.848 Total do Passivo Externo 17.906.168 5.616.333 2.106.426 97.265.196 - 1.894.369 124.788.492 107.544.667 (*) Inclui, principalmente, Franco Suíço, Coroa Sueca, Dólar Canadense, Dólar Australiano e Libra Esterlina.

Moeda TotalPASSIVO EXTERNO

c) Operações segregadas por moeda e vencimento: Em 31 de dezembro

0 a 7 8 a 30 31 a 60 61 a 90 91 a 180 > 180 2003 2002

US-Dólar 17.272.646 17.812.904 5.795.712 1.565.048 6.156.344 54.333.835 102.936.489 103.325.508 Euro 5.086.786 17.216.151 4.292.384 1.025.054 1.972.182 19.920.318 49.512.875 30.350.953 Iene 3.109.973 4.342.577 2.896.231 1.417.564 404.267 4.867 12.175.479 18.219.037 DES 6.610 - - - - 39.573 46.183 922.780 Ouro 579.887 - 266.690 453.925 - - 1.300.502 1.315.357 Outras (*) 40.943 1.346.714 499.615 29.412 - - 1.916.684 44.382

Total do Ativo Externo 26.096.845 40.718.346 13.750.632 4.491.003 8.532.793 74.298.593 167.888.212 154.178.017 (*) Inclui, principalmente, Franco Suíço, Coroa Sueca, Dólar Canadense, Dólar Australiano e Libra Esterlina.

ATIVOTotalVencimento (Em dias)

Page 36: Relatório de Administração do Banco Central

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – EM 31 DE DEZEMBRO DE 2003 fl. 8 (Em milhares de Reais) Em 31 de dezembro

0 a 7 8 a 30 31 a 60 61 a 90 91 a 180 > 180 2003 2002

US-Dólar 8.477.368 4.193.256 2.153.056 1.203.166 - 1.879.322 17.906.168 13.328.246 Euro 1.895.422 2.511.436 809.269 394.678 - 5.528 5.616.333 2.795.219 Iene 937.305 487.542 617.077 64.502 - - 2.106.426 90.246.866 DES - - 683.291 3.946.141 3.946.140 88.689.624 97.265.196 1.161.976 Outras (*) - 1.351.753 500.322 29.414 - 12.880 1.894.369 12.360

Total do Passivo Externo 11.310.095 8.543.987 4.763.015 5.637.901 3.946.140 90.587.354 124.788.492 107.544.667 (*) Inclui, principalmente, Franco Suíço, Coroa Sueca, Dólar Canadense, Dólar Australiano e Libra Esterlina.

PASSIVOTotalVencimento (Em dias)

d) Operações segregadas por classificação de risco: Em 31 de dezembro

Aaa Aa1 Aa2 Aa3 A1 A2 Outras (*) 2003 2002

Disponibilidades 52.993 - 6.160 134.958 - 458 1.640.685 1.835.254 2.209.185 Ouro Monetário 400.964 - - 8.957 - - 121.359 531.280 533.069 Depósitos 7.674.533 7.565.049 7.673.272 10.224.481 10.651.174 17.698.613 659.171 62.146.293 45.130.134

- Curtíssimo Prazo 1.738.817 1.091.238 288.840 720.541 - 577.680 144.420 4.561.536 6.693.206 - Prazo Fixo 5.935.716 5.896.537 7.384.432 9.324.817 10.651.174 17.120.933 514.751 56.828.360 37.667.747 - Ouro - 577.274 - 179.123 - - - 756.397 769.181

Títulos 58.465.323 1.527.486 7.547.156 3.670.214 2.287.029 1.164.491 10.090.464 84.752.163 85.920.938 - Notas 57.698.509 - 6.008.180 - 278.410 - - 63.985.099 66.681.819 - Bônus - - - - - - - - 344.815 - Dívida Externa Brasileira - - - - - - 10.090.464 10.090.464 13.696.286 - Sob Gerenciamento Externo 766.784 1.527.486 1.538.976 760.485 - - - 4.593.731 5.198.018 - Operações Compromissadas 30 - - 2.909.729 2.008.619 1.164.491 - 6.082.869 -

Convênios em Moedas Estrangeiras - - - - - - 201.496 201.496 239.789 Operações Forw ard 765.270 257.322 6.205.350 4.845.819 780.782 1.557.853 - 14.412.396 8.998.736 Venda de ME Conj. c/ Recompra - - - - - - - - 6.980.220 Operações Contratadas a Liquidar 805.103 576.121 586.270 476.663 885.111 586.529 - 3.915.797 4.084.988 Outras 5.253 - - - - - 88.280 93.533 80.958 Total do Ativo Externo 68.169.439 9.925.978 22.018.208 19.361.092 14.604.096 21.007.944 12.801.455 167.888.212 154.178.017 (*) Na categoria "Outras", além dos títulos do governo brasileiro, estão registrados Disponibilidades no Banco do Brasil e Depósitos a Prazo Fixo no Bladex e Banco do Brasil.

ATIVO EXTERNO Classificação de risco Total

Page 37: Relatório de Administração do Banco Central

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – EM 31 DE DEZEMBRO DE 2003 fl. 9 (Em milhares de Reais) e) Operações segregadas por país ou área geográfica: Em 31 de dezembro

EUA e CanadáÁrea do

EuroInglaterra Brasil Outras (*) 2003 2002

Disponibilidades 9.934 57 7.897 29.954 1.787.412 1.835.254 2.209.185 Ouro Monetário - - 8.957 522.323 - 531.280 533.069 Depósitos 21.564.904 21.206.642 14.277.772 - 5.096.975 62.146.293 45.130.134

- Curtíssimo Prazo 2.245.039 1.733.040 583.457 - - 4.561.536 6.693.206 - Prazo Fixo 18.563.468 19.473.602 13.694.315 - 5.096.975 56.828.360 37.667.747 - Ouro 756.397 - - - - 756.397 769.181

Títulos 49.568.495 21.742.446 1.638.025 10.090.464 1.712.733 84.752.163 85.920.938 - Notas 42.723.508 20.203.470 112.173 - 945.948 63.985.099 66.681.819 - Bônus - - - - - - 344.815 - Dívida Externa Brasileira - - - 10.090.464 - 10.090.464 13.696.286 - Sob Gerenciamento Externo 762.118 1.538.976 1.525.852 - 766.785 4.593.731 5.198.018 - Operações Compromissadas 6.082.869 - - - - 6.082.869 -

Convênios em Moedas Estrangeiras - - - - 201.496 201.496 239.789 Operações Forw ard 8.198.983 1.434.173 4.149.247 - 629.993 14.412.396 8.998.736 Venda de ME Conjugada c/ Recompra - - - - - - 6.980.220 Operações Contratadas a Liquidar 2.336.753 990.473 406.418 - 182.153 3.915.797 4.084.988 Outras 39.573 - - 41.373 12.587 93.533 80.958 Total do Ativo Externo 81.718.642 45.373.791 20.488.316 10.684.114 9.623.349 167.888.212 154.178.017 (*) A categoria "Outras" inclui Disponibilidades no Japão, Depósitos a Prazo Fixo na Dinamarca, Suécia e Suíça e Operações Contratadas a Liquidar na Dinamarca.

TotalPaís ou área geográficaATIVO EXTERNO

Em 31 de dezembro

EUA e CanadáÁrea do

EuroInglaterra Brasil Outras (*)

2003 2002

Fundo Monetário Internacional - FMI 97.267.516 - - - - 97.267.516 90.248.724 - Programa de Assistência Financeira 82.657.665 - - - - 82.657.665 73.960.864 - Depósitos 13.063.167 - - - - 13.063.167 14.562.113 - Alocações de DES 1.546.684 - - - - 1.546.684 1.725.747

Dep. Outros Org. Financ. Internacionais 319.858 - - - - 319.858 420.544 Plano Brasileiro de Financiamento 1.580.901 5.535 2 - - 1.586.438 2.382.856 Convênios em Moedas Estrangeiras - - - - 120.338 120.338 216.219 Operações Forw ard 8.232.970 1.442.114 4.143.917 - 626.768 14.445.769 9.063.808 Excesso de Posição Comprada - - - 928.211 - 928.211 105.917 Operações Compromissadas 6.084.150 - - - - 6.084.150 - Operações Contratadas a Liquidar 2.338.152 992.119 406.720 - 182.529 3.919.520 4.936.751 Outras 102.088 262 377 1.161 12.804 116.692 169.848 Total do Passivo Externo 115.925.635 2.440.030 4.551.016 929.372 942.439 124.788.492 107.544.667 (*) A categoria "Outras" inclui Operações Fow ard na Suíça e Operações Contratadas a Liquidar na Dinamarca.

TotalPASSIVO EXTERNO

País ou área geográfica

Page 38: Relatório de Administração do Banco Central

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – EM 31 DE DEZEMBRO DE 2003 fl. 10 (Em milhares de Reais) f) Operações segregadas por contraparte: Em 31 de dezembro

Instituições Instituições Outras

Financeiras Tesouro Agências Supranacionais 2003 2002

Disponibilidades 1.782.262 - - 22.851 30.141 1.835.254 2.209.185 Ouro Monetário 130.316 - - - 400.964 531.280 533.069 Depósitos 61.192.922 - - 664.531 288.840 62.146.293 45.130.134

- Curtíssimo Prazo 4.272.696 - - - 288.840 4.561.536 6.693.206 - Prazo Fixo 56.163.829 - - 664.531 - 56.828.360 37.667.747 - Ouro 756.397 - - - - 756.397 769.181

Títulos 9.909.816 67.663.968 1.962.722 5.215.657 - 84.752.163 85.920.938 - Notas - 57.573.504 1.962.722 4.448.873 - 63.985.099 66.681.819 - Bônus - - - - - - 344.815 - Dívida Externa Brasileira - 10.090.464 - - - 10.090.464 13.696.286 - Sob Gerenciamento Externo 3.826.947 - - 766.784 - 4.593.731 5.198.018 - Operações Compromissadas 6.082.869 - - - - 6.082.869 -

Convênios em Moedas Estrangeiras - - - - 201.496 201.496 239.789 Operações Forw ard 14.183.973 - - 228.423 - 14.412.396 8.998.736 Venda de ME Conjugada c/ Recompra - - - - - - 6.980.220 Operações Contratadas a Liquidar 3.337.428 578.369 - - - 3.915.797 4.084.988 Outras 12.575 - - 39.573 41.385 93.533 80.958 Total do Ativo Externo 90.549.292 68.242.337 1.962.722 6.171.035 962.826 167.888.212 154.178.017

Total

ATIVO EXTERNO

Contraparte

Países

Em 31 de dezembro

Instituições Instituições Outras

Financeiras Tesouro Agências Supranacionais 2003 2002

Fundo Monetário Internacional - FMI - - - 97.267.516 - 97.267.516 90.248.724 - Programa de Assistência Financeira - - - 82.657.665 - 82.657.665 73.960.864 - Depósitos - - - 13.063.167 - 13.063.167 14.562.113 - Alocações de DES - - - 1.546.684 - 1.546.684 1.725.747

Dep. Outros Org. Financ. Internacionais - - - 319.858 - 319.858 420.544 Plano Brasileiro de Financiamento 1.570.430 - 16.008 - - 1.586.438 2.382.856 Convênios em Moedas Estrangeiras - - - - 120.338 120.338 216.219 Operações Forw ard 14.266.425 - - 179.344 - 14.445.769 9.063.808 Excesso de Posição Comprada 928.211 - - - - 928.211 105.917 Operações Compromissadas 6.084.150 - - - - 6.084.150 - Operações Contratadas a Liquidar 3.340.992 578.528 - - - 3.919.520 4.936.751 Outras 14.119 - - 63.420 39.153 116.692 169.848 Total do Passivo Externo 26.204.327 578.528 16.008 97.830.138 159.491 124.788.492 107.544.667

PASSIVO EXTERNO

Contraparte

Países

Total

Nota 5 – TÍTULOS PÚBLICOS FEDERAIS

Na execução da política monetária, o Banco Central utiliza títulos públicos de emissão do Tesouro Nacional e de emissão própria. Ressalte-se que, desde 5 de maio de 2002, em observância à Lei de Responsabilidade Fiscal, o Banco Central não emite títulos de responsabilidade própria. Os principais títulos são:

a) Letra do Tesouro Nacional - LTN: rendimento prefixado definido pelo deságio; b) Letra Financeira do Tesouro - LFT: rendimento pós-fixado definido pela taxa média ajustada dos

financiamentos diários apurados no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - Selic (taxa Selic); c) Letra Financeira do Tesouro Série B - LFT-B: taxa Selic; d) Nota do Tesouro Nacional Série B – NTN-B: rendimento pós-fixado definido pelo Índice Nacional de

Preços ao Consumidor Amplo – IPCA e com pagamentos de juros semestrais;

Page 39: Relatório de Administração do Banco Central

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – EM 31 DE DEZEMBRO DE 2003 fl. 11 (Em milhares de Reais)

e) Nota do Tesouro Nacional Série D - NTN-D: atualizada pela cotação de venda do dólar norte-americano e juros, que são pagos semestralmente;

f) Nota do Banco Central - Séries Especial - NBC-E: atualizada pela cotação de venda do dólar norte-americano e juros, que são pagos semestralmente.

Além dos títulos utilizados na execução da política monetária, em 31 de dezembro o Banco Central possuía os seguintes:

a) Nota do Tesouro Nacional Série P - NTN-P: título nominativo e inalienável, atualizado pela TR e com

juros de 6% a.a., pagos na data do resgate e prazo mínimo de quinze anos; b) Créditos Securitizados - CVS: divide-se em CVSA, CVSB, CVSC e CVSD, sendo os CVSA e CVSC

corrigidos pela TR + 6,17% a.a. e os CVSB e CVSD pela TR + 3,12% a.a., capitalizados mensalmente, sendo os juros pagos mensalmente a partir de 1º de janeiro de 2005, amortização a partir de 1º de janeiro de 2009 e prazo final em 1º de janeiro de 2027.

A seguir é apresentada a carteira de títulos segregada pelo prazo de vencimento e pela forma de avaliação.

Page 40: Relatório de Administração do Banco Central

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – EM 31 DE DEZEMBRO DE 2003 fl. 12 (Em milhares de Reais)

a) Títulos segregados por prazo:

até 6 de 7 a 18 de 19 a 30 de 31 a 42 acima de 42 2003 2002

Livres 44.173.265 90.593.363 18.748.508 23.959.651 16.755.804 194.230.591 162.651.567

LTN 22.970.791 57.248.453 - - - 80.219.244 19.994.521 LFT 9.198.775 14.535.983 3.381.254 6.644.404 143.754 33.904.170 63.879.964 LFT-B 1.264.007 1.817.182 147.382 86.920 - 3.315.491 4.722.054 NTN-B - - - 6.580.448 1.221.402 7.801.850 - NTN-D 10.739.692 16.991.745 15.219.872 10.647.879 14.409.699 68.008.887 73.242.111 NTN-P - - - - 5.531 5.531 4.985 CVS - - - - 975.418 975.418 807.932

Vinculadosà Recompra 12.001.675 20.635.970 10.500.213 9.120.031 2.548.050 54.805.939 80.284.723

LTN - 11.008.910 - - - 11.008.910 22.568.729 LFT 12.001.675 9.627.060 10.500.213 9.120.031 2.548.050 43.797.029 57.715.994

Garantias Op.de Swap 532.872 14.636.097 4.055.670 - - 19.224.639 27.482.751

LFT 532.872 14.636.097 4.055.670 - - 19.224.639 17.480.276 NTN-D - - - - - - 10.002.475

Total do Ativo 56.707.812 125.865.430 33.304.391 33.079.682 19.303.854 268.261.169 270.419.041

NBC-E 7.932.988 7.876.754 6.388.896 8.420.353 - 30.618.991 67.021.394

Total do Passivo 7.932.988 7.876.754 6.388.896 8.420.353 - 30.618.991 67.021.394

TotalVencimentos (em meses)

b) Títulos segregados por forma de avaliação:

2003 2002

Custo Ganhos e Perdasnão Realizados

Contabilidade Custo Ganhos e Perdasnão Realizados

Contabilidade

Para negociação 221.745.039 5.611.357 227.356.396 228.640.490 (8.714.329) 219.926.161

LTN 89.103.557 2.124.597 91.228.154 45.739.005 (3.175.755) 42.563.250 LFT 94.728.519 2.197.319 96.925.838 138.423.555 652.679 139.076.234 LFT-B 3.257.454 58.037 3.315.491 4.682.325 39.729 4.722.054 NTN-B 7.556.796 245.054 7.801.850 - - - NTN-D 25.242.063 1.867.582 27.109.645 38.118.082 (5.361.391) 32.756.691 CVS 1.856.650 (881.232) 975.418 1.677.523 (869.591) 807.932

Até o vencimento 40.904.773 5.157.999 40.904.773 50.492.880 (12.711.040) 50.492.880

NTN-D 40.899.242 5.157.999 40.899.242 50.487.895 (12.711.040) 50.487.895 NTN-P 5.531 - 5.531 4.985 - 4.985

A carteira de títulos de emissão do Tesouro está classificada em "para negociação" (avaliados a mercado)

e "mantidos até o vencimento" (avaliados pelo custo de aquisição corrigido) (Nota 3.d).

O resultado das operações com títulos no 2º semestre, considerando inclusive os ajustes a valor de mercado, foi positivo em R$22.902.554 (no 2º semestre de 2002 foi de R$7.827.627).

Page 41: Relatório de Administração do Banco Central

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – EM 31 DE DEZEMBRO DE 2003 fl. 13 (Em milhares de Reais) c) Operações de Swap:

O Banco Central realiza, também como instrumento de políticas monetária e cambial, operações de swap

referenciadas em taxas de juros e em variação cambial.

Tais operações são registradas na Bolsa de Mercadorias e Futuros - BM&F, sendo que, nas posições compradas, o Banco Central está ativo em taxa de juros, representada pela taxa dos Depósitos Interfinanceiros - DI, e passivo em variação cambial mais taxa de juros, representativa de cupom cambial. Inversamente, nas posições em que o Banco Central está vendido, está ativo em variação cambial mais cupom cambial e passivo em taxa de juros (DI).

O Banco negocia três espécies de contratos:

- SCC: contratos com ajuste financeiro diário e Preço Unitário - PU de US$50 mil; - SC2: contratos com ajuste financeiro na data de liquidação e PU de US$1 mil; - SC3: contratos com ajuste financeiro diário e PU de US$1 mil. Os quadros a seguir demonstram os valores referenciais dessas operações, por tipo de contrato e prazo de

vencimento:

Vencimento(em dias) SCC SC2 SC3 2003 2002

0 - 180Valor de referência 30.872.066 2.409.956 2.051.167 35.333.189 54.583.917 Ajuste a Valor de Mercado - (64.184) - (64.184) 2.195.414 181 - 360Valor de referência 11.589.255 2.705.085 915.825 15.210.165 12.698.195 Ajuste a Valor de Mercado - 138.542 - 138.542 690.673 361 - 720Valor de referência 19.751.364 1.272.439 466.800 21.490.603 15.618.550 Ajuste a Valor de Mercado - 165.166 - 165.166 627.317 > 720Valor de referência 13.421.907 672.495 624.547 14.718.949 16.983.063 Ajuste a Valor de Mercado - 197.493 - 197.493 258.958

Total 75.634.592 7.496.992 4.058.339 87.189.923 103.656.087

Comprada Total

Vencimento Vendida(em dias) SCC 2003 2002

0 - 180Valor de referência - - 3.935.730 181 - 360Valor de referência 4.474.642 4.474.642 4.728.799 361 - 720Valor de referência - - 3.894.045

Total 4.474.642 4.474.642 12.558.574

Total

No 2º semestre o resultado das operações de Swap foi positivo em R$3.028.809 (no 2º semestre de 2002 foi negativo em R$14.189.554).

d) Operações Compromissadas com Livre Movimentação:

Como instrumento de política monetária, o Banco Central realiza operações compromissadas com livre

movimentação, nas quais o Banco vende títulos de sua carteira, com compromisso de revenda assumido pelo comprador, conjugadas com operações de compra de outros títulos, com compromisso de recompra assumido pelo vendedor. Essas operações são contratadas com a faculdade de livre movimentação de títulos e a taxa de rentabilidade é previamente estabelecida pelo Banco Central de comum acordo com as instituições financeiras. As operações registradas em 31.12.2003 apresentavam uma taxa média de 17,14% a.a.

Page 42: Relatório de Administração do Banco Central

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – EM 31 DE DEZEMBRO DE 2003 fl. 14 (Em milhares de Reais)

Nota 6 – CRÉDITOS E TÍTULOS A RECEBER a) Créditos a Receber

Saldo Provisão Saldo Provisão

1) Instituições 23.042.817 (6.586.727) 27.880.894 (8.969.738)

Banco Nacional - Em Liquidação Extrajudicial 13.082.519 (4.606.763) 14.294.669 (5.031.884) Banco Econômico - Em Liquidação Extrajudicial 5.730.666 - 9.010.594 (1.594.526) Banco Bamerindus - Em Liquidação Extrajudicial 2.597.202 (849.512) 2.481.619 (1.044.505) Banco Pontual - Em Liquidação Extrajudicial 602.436 (602.436) 732.936 (732.936) Banco Mercantil - Em Liquidação Extrajudicial 202.084 - 494.383 - Banco Banorte - Em Liquidação Extrajudicial 593.327 (293.433) 566.922 (304.970) Banco Crefisul - Em Falência 91.816 (91.816) 87.729 (87.729) Banco Banfort - Em Falência 120.193 (120.193) 114.844 (83.284) Outras 22.574 (22.574) 97.198 (89.904)

2) Demais Créditos 928.364 (7.965) 769.974 (6.850)

FCVS 912.442 - 755.720 - - Custo 1.744.095 - 1.576.344 - - Ajuste a Valor de Mercado (831.653) - (820.624) - Outras operações 15.922 (7.965) 14.254 (6.850)

TOTAL ( 1 + 2 ) 23.971.181 (6.594.692) 28.650.868 (8.976.588)

2003 2002

Em consonância com os critérios de provisionamento descritos na Nota 3.g, o Banco Central promove acompanhamento contínuo sobre a qualidade dos ativos mantidos pelas instituições em liquidação, bem como negociações para viabilizar a conclusão dos processos de liquidação. Dessa forma, o saldo dos créditos a receber, líquido das provisões constituídas, representa a melhor estimativa de realização desses ativos.

No exercício ocorreram os seguintes fatos relevantes: a) Recebimentos: - Banco Econômico – Em Liquidação Extrajudicial – R$3.600.000; - Banco Nacional – Em Liquidação Extrajudicial – R$1.850.000; - Banco Mercantil – Em Liquidação Extrajudicial – R$310.000; - Banco Pontual - Em Liquidação Extrajudicial – R$164.025.

b) Decretação da falência do Banco Banfort em 05.03.2003.

As variações observadas na conta de provisão decorrem da valorização dos ativos mantidos por essas

instituições, cujos índices de remuneração são superiores aos aplicados aos créditos do Banco Central (TR). b) Títulos a Receber:

Composto, principalmente, por notas promissórias recebidas em garantias de operações com instituições financeiras, sendo remuneradas pela TR, com amortizações mensais e vencimento final em 2004 e avaliados a valor presente de acordo com o disposto na Nota 3.f.

Saldo Provisão Saldo Provisão

Notas Promissórias 506.305 - 966.810 - - Custo 524.246 - 1.047.459 - - Ajuste a Valor Presente (17.941) - (80.649) -

Outros 179.776 (170.352) 160.443 (150.990) Total 686.081 (170.352) 1.127.253 (150.990)

2003 2002

Page 43: Relatório de Administração do Banco Central

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – EM 31 DE DEZEMBRO DE 2003 fl. 15 (Em milhares de Reais) c) Resultado

O resultado das operações com créditos e títulos a receber foi positivo em R$639.772 (no 2º semestre de 2002 foi de R$368.059), que, acrescido da receita líquida decorrente da reversão de provisões, totaliza um resultado positivo de R$1.577.862 (resultado negativo de R$307.121 no 2º semestre de 2002). Nota 7 – OPERAÇÕES COM A CENTRUS

Com o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade - ADIN 449 (Nota 8.d), os servidores do Banco Central foram enquadrados no Regime Jurídico Único - RJU, sendo tal medida retroativa a 11.12.1990. A Lei 9.650, que regulamentou tal medida, determinou que:

a) a Fundação Banco Central de Previdência Privada - Centrus administrasse os recursos provenientes de contribuições patronais para a previdência privada, efetuadas pelo Banco até dezembro de 1990, referentes aos servidores alcançados pelo RJU. Tais recursos são corrigidos pela taxa média da rentabilidade dos ativos daquela Fundação (31,94% em 2003 e 17,36% em 2002) e estão registrados no ativo do Banco Central na rubrica "Recursos Administrados pela Centrus";

b) o Banco Central integralizasse reservas matemáticas a fim de possibilitar à Centrus a assunção integral

das aposentadorias e pensões efetivadas até dezembro de 1990, sob o Regime Geral de Previdência Social - RGPS. Esse valor, constante no passivo do Banco Central em "Valores a Pagar - Centrus", vem sendo atualizado pelo IGP-M mais 6% ao ano e sua integralização está sendo feita em parcelas anuais e consecutivas de, no mínimo, um décimo do saldo original corrigido, mediante autorização na Lei de Orçamento Anual;

c) o Banco permanecesse efetuando as contribuições patronais referentes aos aposentados sob o Regime

Geral de Previdência Social – RGPS, o que levou ao registro de “Provisão para Passivo Atuarial”. Em 31.12.2003, essa provisão apresentava um saldo de R$183.703, calculado de acordo com as seguintes premissas:

Taxa de juros 6% a.a. Alíquota de contribuição do servidor inativo 15% a.a. Alíquota de contribuição do patrocinador 15% a.a. Tábuas atuariais – GAM – 71, IAPC e Álvaro Vindas Quantidade de servidores inativos 1.100

Nota 8 – OPERAÇÕES COM O TESOURO NACIONAL a) Depósitos à Ordem do Governo Federal:

Por força do disposto no parágrafo 3° do art. 164 da Constituição Federal, as disponibilidades de caixa da

União são depositadas no Banco Central e, de acordo com o art. 1° da MP 2.179, remuneradas pela taxa média aritmética ponderada da rentabilidade intrínseca dos títulos da dívida pública mobiliária federal interna de emissão do Tesouro Nacional em poder do Banco Central. Tal remuneração é calculada diariamente e capitalizada no último dia do decêndio posterior. No semestre a taxa de remuneração acumulou 10,13% (18,51% no 2º semestre de 2002). b) Remuneração dos Depósitos do Governo Federal, a Transferir:

O saldo existente neste item refere-se à parcela de remuneração contabilizada no último decêndio de

dezembro, transferido à conta "Depósitos à Ordem do Governo Federal" no último dia do decêndio seguinte.

c) Crédito a ser Coberto pelo Tesouro Nacional / Resultado a Transferir ao Tesouro Nacional:

De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal e com a MP 2.179, o resultado positivo apurado pelo Banco Central, após a constituição ou reversão de reservas, constitui obrigação do Banco para com a União, devendo ser transferido até o 10º dia útil após a aprovação das demonstrações financeiras pelo CMN. Se negativo esse resultado constitui-se em crédito do Banco frente à União, devendo ser pago até o 10º dia útil do ano subseqüente ao da aprovação das demonstrações. Em ambas as situações, tais valores devem ser corrigidos pelos mesmos índices aplicados à conta "Depósitos à Ordem do Governo Federal".

Em 31.12.2003, o saldo a ser transferido ao Tesouro Nacional, no valor de R$5.356.483, decorreu do resultado positivo do Banco, apurado no segundo semestre, já considerada a realização e constituição de reservas. Os saldos existentes em Crédito a ser Coberto pelo Tesouro Nacional (R$7.172.543 em 2003 e R$19.161.634 em

Page 44: Relatório de Administração do Banco Central

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – EM 31 DE DEZEMBRO DE 2003 fl. 16 (Em milhares de Reais) 2002) referem-se a resultados negativos do Banco ocorridos em 2002. Esses valores, devidamente corrigidos, foram repassados pelo Tesouro Nacional em 17.1.2003 e 14.1.2004, respectivamente, com a emissão de títulos públicos. d) Acerto de Contribuições - Lei 9.650:

Em virtude do julgamento da ADIN 449 e conseqüente enquadramento dos servidores do Banco no RJU (Nota 7), todos os pagamentos e recolhimentos devidos pelo Banco Central ao Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS e à Secretaria da Receita Federal - SRF tiveram que ser revistos. Nesse sentido, a Lei 9650, de 27.5.1998, determinou, entre outras providências, que fosse efetuado acerto de contas entre o Banco Central, o INSS e a SRF, referentes às contribuições pessoais e patronais ao Plano de Seguridade Social do Servidor e ao INSS, e entre o Banco Central e seus servidores, no tocante às contribuições pessoais. Determinou também a devolução ao Banco dos depósitos efetuados ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS no período de 1991 a 1996.

Em junho de 2002 foi editada a Medida Provisória 45, que regulamentou esse acerto de contas e incluiu

também a liberação aos servidores dos depósitos efetuados ao FGTS no período de 1991 a 1996, a correção monetária sobre os saldos de FGTS referente a planos econômicos e os valores devidos pelos servidores em decorrência da ação rescisória 8/94 - TRT - 10ª região (Plano Bresser).

Em 13.11.2002 a MP 45 foi rejeitada pelo Congresso Nacional, tendo, entretanto, o acerto de contas entre

o Banco, o INSS e a SRF e a maior parte dos acertos entre o Banco e seus servidores sido efetuada durante a sua vigência. Em 31.12.2002 o Banco aguardava a publicação de decreto legislativo regulamentando a situação decorrente da rejeição da Medida ou o transcurso do prazo constitucional que confirmaria os atos praticados durante sua vigência. Com o transcurso desse prazo (17.03.2003) foram ratificados os valores, os índices e a forma de pagamento utilizados nos acertos de contas, o que possibilitou ao Banco a conclusão dos mesmos e a regularização dos saldos contábeis.

O quadro a seguir apresenta o resultado dos acertos de contas em 31 de dezembro:

ATIVO 2003 2002 PASSIVO 2003 2002Acerto de Contribuições Lei 9650 - 605.613 Acerto de Contribuições Lei 9650 - 243.307 Créditos com o PSS 305.162 - Créditos com a CEF 34.053 - Créditos com servidores 58.862 -

Sobre os saldos de 2003, cabem as seguintes explicações:

a) o saldo credor frente ao PSS passou a ser compensado, a partir de janeiro de 2004, com os recolhimentos patronais devidos pelo Banco ao programa de previdência (R$3.573);

b) dos créditos frente a Caixa Econômica Federal - CEF, a parcela referente aos valores cedidos pelos servidores serão repassados pela Caixa conforme cronograma estabelecido na Lei Complementar 110, enquanto o repasse da parcela dos depósitos do período 91/96, referente aos servidores que não assinaram o acordo na vigência da MP45, encontra-se sustado aguardando decisão judicial em ação movida pelo sindicato dos servidores;

c) os créditos com servidores vêm sendo cobrados por via administrativa (conforme acerto de contas efetuado na vigência da MP45 ou acordo posterior) e os pagamentos vêm sendo feitos à vista ou parceladamente. Para aqueles que não efetuaram qualquer acordo, o Banco enviou notificação de cobrança, estando o processo em fase de recursos administrativos.

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NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – EM 31 DE DEZEMBRO DE 2003 fl. 17 (Em milhares de Reais) e) Relacionamento Financeiro com o Tesouro Nacional:

2003 2002

Saldos Devedores 271.905.610 300.436.089

Notas do Tesouro Nacional - NTNs 73.703.632 88.610.962 Letras Financeiras do Tesouro - LFTs 97.985.973 143.105.880 Letras do Tesouro Nacional - LTNs 89.103.557 45.739.005 Créditos Securitizados - CVS 1.856.650 1.677.523 Fundo de Compensações de Variações Salariais - FCVS 1.744.095 1.576.344 Crédito a ser Coberto pelo Tesouro Nacional 7.172.543 19.161.634 Depósitos Judiciais em nome do Tesouro Nacional - 3.701 Remuneração dos Depósitos do Governo Federal, a Transferir 1.355 - Acerto de Contribuições - Lei 9.650 - 523.478 Créditos com o PSS 305.162 - PND - Bancos Estaduais 7.957 7.328 Créditos Sujeitos a Ressarcimento 24.686 30.234

Saldos Credores 125.640.467 89.401.664

Depósitos à Ordem do Governo Federal 120.189.562 88.526.786 Resultado a Transferir ao Tesouro Nacional 5.356.483 - Acerto de Contribuições - Lei 9.650 - 230.731 Remuneração dos Depósitos do Governo Federal, a Transferir 40.934 588.421 Depósitos em Moedas Estrangeiras - Clube de Paris 10.517 10.210 Recursos Vinculados à Administração das Garantias da Dívida Externa 14.446 17.667 Depósitos Decorrentes de Decisão Judicial 9.854 9.413 Disponível da Reserva Monetária 2 45 Impostos e Contribuições, a Recolher 18.669 18.391

Obs.: Os valores acima não consideram eventuais ajustes a valor de mercado/presente e provisões.

f) Fluxo Financeiro com o Tesouro Nacional:

2° sem/2003 2° sem/2002 Exercício/2003 Exercício/2002

Títulos Públicos Federais 50.333.627 5.262.180 45.474.686 10.737.106

Aquisição (65.751.878) (60.746.049) (127.916.509) (84.336.866) Resgate 111.935.934 60.978.960 164.634.656 85.811.648 Juros 4.149.571 5.029.269 8.756.539 9.262.324

Recolhimentos Diversos (39.678.456) (19.495.780) (44.422.659) (39.750.277)

Remuneração das Disponibilidades (14.389.854) (19.495.780) (19.134.057) (34.244.552) Transferência do Resultado - 1º semestre/2003 (25.288.602) - (25.288.602) (5.505.725)

Repasse da Lei de Orçamento 262.205 - 524.963 -

Fluxo Financeiro Líquido 10.917.376 (14.233.600) 1.576.990 (29.013.171)

O resultado da remuneração das contas do Tesouro Nacional (disponibilidades e resultados do Banco) foi negativo em R$14.440.850 (no 2º semestre de 2002 foi de R$16.717.294).

Nota 9 – DEPÓSITOS DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

Os depósitos de instituições financeiras no Banco Central constituem-se, principalmente, dos recolhimentos compulsórios e têm a função de limitar a capacidade de empréstimo por parte dessas instituições.

Page 46: Relatório de Administração do Banco Central

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – EM 31 DE DEZEMBRO DE 2003 fl. 18 (Em milhares de Reais)

Tais depósitos podem ser exigidos em espécie ou em títulos públicos federais, caso em que é gerado o registro em conta retificadora, uma vez que os títulos permanecem registrados no Selic em nome da instituição depositante, porém vinculados ao cumprimento das exigibilidades. Os principais depósitos exigidos atualmente são:

a) sobre recursos à vista – recolhimento em espécie e sem remuneração, sua alíquota foi alterada de 60% para 45% em agosto de 2003;

b) sobre depósitos de poupança – recolhimento em espécie, com alíquota de 20%, sendo remunerado com base na TR + 6,17% ao ano, para as modalidades de poupança livre, pecúlio e rural, e na TR + 3% ao ano, para a modalidade de poupança vinculada;

c) sobre depósitos judiciais – recolhimento em títulos públicos registrados no Selic, sendo adotado o menor valor entre 60% do saldo atual ou 100% dos acréscimos aos saldos dos depósitos judiciais na data-base de 30 de junho de 1994, atualizado;

d) sobre recursos a prazo – recolhimento em títulos públicos registrados no Selic, com alíquota de 15%; e) exigibilidade adicional – compulsório adicional sobre a soma dos recursos à vista (alíquota de 8%), a

prazo (alíquota de 8%) e depósitos de poupança (alíquota de 10%), deduzidos R$100.000, com recolhimento em espécie e remunerado pela taxa Selic.

A despesa com a remuneração dos depósitos de instituições financeiras totalizou R$3.890.252 (no 2º

semestre de 2002 foi de R$2.548.710).

Nota 10 – DEPÓSITOS VINCULADOS EM GARANTIA DE OPERAÇÕES

Referem-se a recursos de instituições financeiras em liquidação extrajudicial, originários do recebimento de garantias de operações anteriores à decretação do regime de liquidação. Esses recursos permanecem depositados no Banco Central e são aplicados em títulos públicos para resguardar a manutenção de seu valor, o que leva ao registro em conta retificadora. A variação verificada no período decorreu da utilização, pelas instituições, de parte desses recursos na amortização de dívidas com o Banco Central (Nota 6.a).

Nota 11 - PROVISÕES PARA AÇÕES JUDICIAIS EM ANDAMENTO E PRECATÓRIOS A PAGAR

a) Provisão para Ações Judiciais Durante o exercício de 2003 o Banco Central efetuou a avaliação de todas as ações em que figurava como

parte, a fim de permitir o registro das provisões para perdas judiciais. Essas provisões basearam-se na expectativa de perda e, para tanto, foi efetuada análise individual do risco de cada uma das ações em curso, incluindo aquelas pendentes de julgamento.

Do total de 54.889 registros considerados no início da avaliação, foi constatada a existência de 13.004

registros já encerrados e 6.817 incidentes processuais, embargos à execução e recursos judiciais cujos reflexos já estão incluídos nas respectivas ações principais, resultando em 35.068 processos judiciais em curso. Esse trabalho de avaliação levou à classificação de todas ações segundo parâmetros e padrões definidos, resultando em uma nova distribuição efetuada em função da natureza da causa, conforme observada no quadro a seguir.

Page 47: Relatório de Administração do Banco Central

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – EM 31 DE DEZEMBRO DE 2003 fl. 19 (Em milhares de Reais)

Natureza da Causa Quantidade

Planos Econômicos 25.337 Servidores Públicos 1.130 SFH 1.060 Instituições em Regimes Especiais 1.003 Sistema Financeiro Nacional 988 Crédito Rural 175 Cadastros (CCF, Cadin e outros) 488 Consórcio 471 Câmbio e Área Internacional 445 Tributos e Contribuições 426 Títulos Públicos 364 Contratos 249 Pessoal Contratado 238 Ativos Financeiros 232 Bens (Móveis e Imóveis) 121 Crimes e Ilícitos 76 Licitação 73 Privatização 50 Dívida Ativa 15 Dívida Pública 3 Subtotal 32.944 Execução Fiscal 2.124 Total 35.068

Essas 35.068 ações foram classificadas em contingenciáveis (27.420), quando os pleitos envolvem repercussão financeira, e não contingenciáveis (7.648), aquelas sem repercussão financeira. As 27.420 ações contingenciáveis foram então avaliadas em função do "Valor" e "Risco" envolvidos, de acordo com os seguintes parâmetros objetivos:

I) Valor: - de interesse - valor do pedido na fase inicial do processo; - de execução - valor do pedido no processo de execução; - devido - valor homologado pelo juízo ou aceito pelo Banco Central no processo de execução;

II) Escala de risco de perda (decisões ocorridas no próprio processo, jurisprudência e precedentes em

casos similares do Banco Central): - bastante provável (100%); - provável (75%); - possível (50%); - remoto (25%); - bastante remoto (0%).

O resultado dessa avaliação foi uma provisão de R$2.427.490 para 4.281 ações que envolvem risco de

perda, em percentuais que variam de 25% a 100%, conforme o nível de risco, cabendo ainda as seguintes observações:

I) Ações decorrentes de planos econômicos:

- Plano Collor - Desbloqueio de Cruzados Novos - não são contingenciáveis; - Plano Collor - Índices de Correção - em função da similaridade dos processos e de decisões do STF (RE

206048, DJ de 19.10.2001 e Súmula STF 725) e do STJ (Resp 124864, DJ de 28.09.1998) favoráveis ao Banco, foram avaliados pela média histórica dos pagamentos efetuados, ponderada pelo risco vinculado ao estágio processual e jurisprudência dos Tribunais Superiores. Assim, as ações em fase de execução têm risco "bastante provável" (100% do valor devido/executável). Aqueles em fase de conhecimento, com decisão desfavorável ao Banco Central no STJ/STF, risco "provável" (75% do valor de interesse) e com decisão desfavorável ao Banco

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NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – EM 31 DE DEZEMBRO DE 2003 fl. 20 (Em milhares de Reais) Central no TRF, risco "remoto" (25% do valor de interesse). Para as ações em outras fases processuais, o risco de perda é "bastante remoto" (0% de provisão);

- Outros Planos Econômicos: avaliação individual do risco e valor; II) Servidores Públicos - avaliação individual do risco e valor; III) SFH - possuem risco "bastante remoto" uma vez que o Banco vem sendo considerado parte ilegítima

desses processos, conforme histórico de decisões judiciais e jurisprudência dos tribunais; IV) Instituições em Regimes Especiais: - as ações movidas por ex-administradores pleiteando apenas o levantamento da indisponibilidade de bens

não foram consideradas contingenciáveis; - as ações movidas por ex-administradores, investidores e clientes pleiteando indenizações foram

avaliadas individualmente quanto ao risco e valor.

b) Precatórios a Pagar

Segundo dispõe o § 1° do art. 100 da Constituição Federal, as entidades de direito público devem incluir

nos seus orçamentos dotação necessária à cobertura dos precatórios judiciários apresentados até 1° de julho de cada ano, para pagamento até o final do exercício seguinte.

Com a edição da Emenda Constitucional 30, de 13 de setembro de 2000, os precatórios decorrentes de

ações ajuizadas até 31.12.1999 serão liquidados pelo seu valor real, em moeda corrente, acrescido de juros legais, em prestações anuais, iguais e sucessivas, no prazo máximo de dez anos, ressalvados, entre outros, os créditos de natureza alimentícia e de pequeno valor.

Em janeiro de 2003, em atenção ao disposto no art. 28 da Lei 10.524/2002 (Lei de Diretrizes

Orçamentárias – LDO 2003), a dotação orçamentária disponível no Banco Central foi repassada aos tribunais para o cumprimento dos precatórios a serem pagos em 2003, incluindo parcelas de precatórios suspensos, ficando o Banco aguardando a confirmação do pagamento para efetuar a baixa dos passivos.

A Lei 10.707/2003 (LDO 2004) determinou a descentralização automática dessas dotações e assim os

recursos orçamentários e financeiros não mais transitarão pelo Banco, uma vez que os tribunais requisitarão os recursos e efetuarão os pagamentos diretamente. Para os precatórios pagos em 2003 e aqueles a serem pagos em 2004, a responsabilidade pelos pagamentos é dos tribunais requisitantes e não mais do Banco, o que levará à baixa desses passivos no decorrer de 2004.

Page 49: Relatório de Administração do Banco Central

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – EM 31 DE DEZEMBRO DE 2003 fl. 21 (Em milhares de Reais)

Nota 12 – MEIO CIRCULANTE

O Meio Circulante representa o saldo de papel-moeda e moedas metálicas em circulação, em poder do público e das instituições financeiras, registrado pelo valor de emissão.

A distribuição de cédulas e moedas por denominações, em circulação em 31 de dezembro, era a seguinte:

Em unidades Em R$ mil Em unidades Em R$ mil

Cédulas 2.772.748.313 50.144.006 2.858.910.386 48.871.098 R$1,00 708.075.054 708.075 874.582.343 874.582 R$2,00 197.128.414 394.257 140.941.712 281.883 R$5,00 224.286.170 1.121.431 234.829.259 1.174.146

R$10,00 769.676.170 7.696.762 809.990.278 8.099.904 R$20,00 145.593.752 2.911.875 84.133.543 1.682.671 R$50,00 709.745.388 35.487.269 693.708.259 34.685.413

R$100,00 18.243.365 1.824.337 20.724.992 2.072.499

Moedas 8.946.072.248 1.219.256 8.007.342.037 1.059.432 R$0,01 2.979.169.845 29.792 2.754.920.763 27.549 R$0,05 2.017.878.432 100.894 1.788.454.667 89.423 R$0,10 2.089.613.385 208.961 1.861.761.448 186.176 R$0,25 816.425.206 204.106 714.172.788 178.543 R$0,50 734.964.086 367.482 620.583.913 310.292 R$1,00 308.021.294 308.021 267.448.458 267.449

Moedas Comemorativas 601 536

TOTAL 51.363.863 49.931.066

2003 2002

O meio circulante apresentou, em dezembro de 2003, um crescimento nominal de 2,8%, em comparação

com a mesma data do ano anterior. Descontada a inflação medida pelo IPCA de 8,69%, verificou-se uma variação real negativa de 5,3%. Esses números refletem o retorno ao padrão normal de comportamento do meio circulante, após a expansão atípica verificada no decorrer do segundo semestre de 2002, determinada por fatores conjunturais de caráter transitório, como o desembolso dos valores de contas de valor reduzido do FGTS e o volume dos recursos movimentados para custeio do processo eleitoral e as incertezas dele decorrentes.

Nota 13 – PATRIMÔNIO LÍQUIDO

O Patrimônio Líquido é composto de:

a) Patrimônio, que corresponde ao saldo registrado no ato da criação do Banco Central e aos resultados apurados pelo Banco até o exercício de 1987, atualizados monetariamente até dezembro de 1995;

b) Reservas para Contingências, instituídas em consonância com o § 3° do art. 2º da MP 2.179, totalizam R$3.978.086, e tem o objetivo de reduzir o resgate de títulos da carteira do Banco e, em conseqüência, manter as condições adequadas à execução da política monetária;

c) Reserva de Reavaliação, decorrente da reavaliação de bens do ativo imobilizado, realizada em 2003 (Nota 3.h), com impacto sobre o Patrimônio Líquido no valor de R$14.166 mil.

Nota 14 – LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL – INFORMAÇÕES EXIGIDAS a) o impacto e o custo fiscal das operações - Lei de Responsabilidade Fiscal, § 2º do art. 7º:

O parágrafo único do art. 8º da Lei 4.595/64, com a redação dada pelo Decreto-Lei 2.376/87, prevê que “os resultados obtidos pelo Banco Central do Brasil, consideradas as receitas e despesas de todas as suas operações,

Page 50: Relatório de Administração do Banco Central

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – EM 31 DE DEZEMBRO DE 2003 fl. 22 (Em milhares de Reais) serão, a partir de 1° de janeiro de 1988, apurados pelo regime de competência e transferidos para o Tesouro Nacional, após compensados eventuais prejuízos de exercícios anteriores”.

Esse dispositivo foi parcialmente alterado pela Lei de Responsabilidade Fiscal:

“Art 7° O resultado positivo do Banco Central, apurado após a constituição ou reversão de reservas, constitui receita do Tesouro Nacional, e será transferido até o décimo dia útil subseqüente à aprovação dos balanços semestrais.

§ 1° O resultado negativo constituirá obrigação do Tesouro para com o Banco Central do Brasil e será consignado em dotação específica no orçamento."

De acordo com o inciso II do art. 2º da Medida Provisória 2.179, esse resultado negativo deverá ser objeto de pagamento até o 10º dia útil do exercício subseqüente ao da aprovação do balanço pelo CMN.

Assim, temos que:

I - o resultado do Banco Central do Brasil considera as receitas e despesas de todas as suas operações; II - os resultados positivos são transferidos como receitas e os negativos são cobertos como despesas do

Tesouro Nacional; III - tais resultados são contemplados no Orçamento Fiscal à conta do Tesouro Nacional.

O Banco apresentou superávit de R$4.901.428 no 3º trimestre e de R$2.235.130 no 4º trimestre de 2003,

totalizando um resultado positivo de R$7.136.558 no semestre que, após a constituição e realização de reservas, será transferido para o Tesouro Nacional até o 10º dia útil após sua aprovação pelo CMN. Em conformidade com o § 5º do art. 9º da Lei de Responsabilidade Fiscal, no prazo de noventa dias após o encerramento do semestre, o Banco Central apresentará, em reunião conjunta das comissões temáticas pertinentes do Congresso Nacional, avaliação do cumprimento dos objetivos e metas das políticas monetária, creditícia e cambial, evidenciando o impacto e o custo fiscal de suas operações e os resultados demonstrados nos balanços. b) o custo da remuneração das disponibilidades do Tesouro Nacional - Lei de Responsabilidade Fiscal, § 3º do art. 7º:

O custo correspondente à remuneração dos depósitos do Tesouro Nacional atingiu, no terceiro trimestre de 2003, o montante de R$7.402.320 e no quarto trimestre R$6.575.006 (R$13.977.326 no semestre).

c) o custo da manutenção das reservas cambiais - Lei de Responsabilidade Fiscal, § 3º do art. 7º:

O custo da manutenção das reservas cambiais é calculado pela diferença entre a taxa de rentabilidade das reservas e a taxa média de captação apurada no passivo do Banco.

No trimestre de outubro a dezembro, com um saldo médio diário de R$155.987.183, as reservas

internacionais apresentaram rentabilidade positiva de 2,4%. Excluído o custo médio do passivo desta Autarquia, de 3,2%, o resultado líquido das reservas foi negativo em 0,8% (R$1.225.747). Somado ao resultado do trimestre de julho a setembro, a rentabilidade das reservas no semestre foi positiva em 5,8%, equivalente a R$2.073.788. d) a rentabilidade da carteira de títulos, destacando os de emissão da União - Lei de Responsabilidade Fiscal, §3º do art. 7º:

Receitas Despesas Resultado

3º Trimestre 21.327.070 (4.739.367) 16.587.703 Títulos da União 20.791.145 (2.531.561) 18.259.584 Títulos de Emissão Própria 535.925 (2.207.806) (1.671.881)

4º Trimestre 18.892.825 (6.571.647) 12.321.178 Títulos da União 17.468.979 (4.598.063) 12.870.916 Títulos de Emissão Própria 1.423.846 (1.973.584) (549.738)

Total do Semestre 40.219.895 (11.311.014) 28.908.881

No quarto trimestre, o resultado positivo é, em grande parte, explicado pelos seguintes fatores: I - títulos da União − o resultado das operações com os títulos da União foi positivo em R$12.870.916,

Page 51: Relatório de Administração do Banco Central

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – EM 31 DE DEZEMBRO DE 2003 fl. 23 (Em milhares de Reais) em função, principalmente, de atualização monetária e cambial;

II - títulos de emissão própria – o resultado líquido com títulos de emissão própria foi negativo em

R$549.738 e decorreu, basicamente, das despesas de juros com NBC. Nota 15 – OUTRAS INFORMAÇÕES a) Situação financeira e atuarial:

A Lei 8.112/90 prevê, no § 1º do seu art. 185, que as aposentadorias e pensões serão concedidas e mantidas pelos órgãos ou entidades aos quais se encontram vinculados os servidores. O Banco Central, no âmbito do projeto de adaptação às normas internacionais de contabilidade, vem estudando o tratamento contábil mais adequado a ser dado à matéria. Assim, a Diretoria do Banco Central do Brasil autorizou a contratação de empresa atuária para calcular o valor real do passivo, devendo, tão logo conhecido o montante da obrigação, ser efetuada a provisão correspondente.

b) Aprovação e Divulgação:

As demonstrações financeiras do Banco Central foram aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional - CMN, em 19.2.2004, e estão disponíveis na internet no endereço www.bcb.gov.br. Presidente: HENRIQUE DE CAMPOS MEIRELLES Diretores: AFONSO SANT’ANNA BEVILAQUA, ALEXANDRE SCHWARTSMAN, ANTONIO GUSTAVO MATOS

DO VALE, EDUARDO HENRIQUE DE MELLO MOTTA LOYO, JOÃO ANTÔNIO FLEURY TEIXEIRA, LUIZ AUGUSTO DE OLIVEIRA CANDIOTA, PAULO SÉRGIO CAVALHEIRO, SÉRGIO DARCY DA SILVA ALVES.

Chefe do Departamento de Administração Financeira: JEFFERSON MOREIRA Contador - CRC-DF 7333

Page 52: Relatório de Administração do Banco Central

Parecer dos auditores independentes Ao Presidente e aos Diretores do Banco Central do Brasil Brasília - DF 1. Examinamos o balanço patrimonial do Banco Central do Brasil levantado em 31 de

dezembro de 2003 e as respectivas demonstrações do resultado e das mutações do patrimônio líquido, correspondentes ao semestre findo naquela data, elaborados sob a responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações financeiras. As demonstrações financeiras das instituições financeiras em liquidação com as quais o Banco Central Brasil detém créditos a receber no montante de R$ 23.042.817 mil foram examinadas por outros auditores independentes. Para esses créditos foi constituída uma provisão para perdas na sua realização em montante de R$ 6.586.727 mil, com base nas normas contábeis vigentes aplicáveis ao Banco Central do Brasil. Essas normas requerem a apuração do ativo líquido dessas instituições após dedução dos passivos preferenciais, obtidos daquelas demonstrações financeiras. Nossa opinião quanto à suficiência da referida provisão para perdas baseia-se nas opiniões daqueles auditores sobre as demonstrações financeiras utilizadas como base para seu cálculo (Nota Explicativa nº 6).

2. Exceto quanto ao mencionado no parágrafo 3, nosso exame foi conduzido de acordo com as

normas de auditoria geralmente aplicadas no Brasil e compreendeu: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e os sistemas contábil e de controles internos do Banco Central do Brasil; (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgados; e (c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas adotadas pela administração do Banco Central do Brasil, bem como da apresentação das demonstrações financeiras tomadas em conjunto.

3. Conforme divulgado na Nota Explicativa nº 15(a), o Banco Central do Brasil é responsável

pelo pagamento das aposentadorias aos servidores aposentados a partir de 1991, que não participam do plano de previdência da CENTRUS. Essa obrigação tem sido liquidada em bases mensais a partir da dotação orçamentária prevista no Orçamento Administrativo. O Banco Central do Brasil não procedeu ao registro contábil e ao levantamento desse passivo atuarial.

4. As demonstrações financeiras mencionadas no parágrafo 1 foram preparadas de acordo com

as práticas contábeis descritas na Nota Explicativa nº 3, que não divergem significativamente das práticas contábeis adotadas no Brasil. Com a aprovação do Conselho Monetário Nacional e com o objetivo de se aproximar das melhores práticas internacionais, o Banco Central do Brasil desde o ano de 2002 vem adotando uma série de alterações nessas práticas contábeis, principalmente com relação a: (i) Apropriação integral de despesa relativa às obrigações de cobertura de reservas atuariais da CENTRUS - Nota Explicativa nº 7; (ii)

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Page 53: Relatório de Administração do Banco Central

Identificação e segregação da carteira de títulos levados ao vencimento com conseqüente adaptação de seu critério de avaliação para custo corrigido - Nota Explicativa nº 5; e (iii) Contabilização de provisão para contingências judiciais - Nota Explicativa nº 11.

5. Em nossa opinião, com base em nossos exames e no parecer de outros auditores

independentes, conforme mencionado no parágrafo 1 e exceto pelos ajustes que possam resultar do assunto discutido no parágrafo 3, as demonstrações financeiras acima referidas representam, adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira do Banco Central do Brasil em 31 de dezembro de 2003, o resultado de suas operações e as mutações de seu patrimônio líquido, correspondentes ao semestre findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, complementadas pelas normas específicas aplicáveis ao Banco Central do Brasil, descritas na Nota Explicativa nº 3.

6. As demonstrações financeiras relativas ao semestre findo em 31 de dezembro de 2002,

apresentadas para fins de comparação, foram por nós examinadas e sobre elas emitimos um parecer com divisão de responsabilidade com os auditores independentes em decorrência do mesmo assunto discutido no parágrafo 1, e com ressalvas, a respeito da situação mencionada no parágrafo 3 e quanto à ausência do registro de provisão para perdas decorrente de contingências judiciais, que foi efetuada nas demonstrações financeiras relativas ao semestre findo em 31 de dezembro de 2003, conforme descrito na Nota Explicativa nº 11.

12 de fevereiro de 2004

KPMG Auditores Independentes CRC 2SP014428/O-6-F-DF Francesco Luigi Celso Contador CRC SP175348/O-5-S-DF

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