relatório da 1ª oficina

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INSTITUTO MINEIRO DE GESTÃO DAS ÁGUAS Cleide Izabel Pedrosa de Melo – Diretora-Geral DIRETORIA DE GESTÃO DE RECURSOS HIDRICOS – DGRH Luíza de Marillac Moreira Camargos - Diretora Relatório da 1ª Oficina para Implementação das Agências de Bacia Hidrográfica e Entidades Equiparadas no Estado de Minas Gerais GERÊNCIA DE COBRANÇA PELO USO DA ÁGUA – GCUA Equipe Técnica: Sérgio Gustavo Rezende Leal – Gerente/Economista Márcio André Oliveira Santos – Analista Ambiental/Letras Renata Maria de Araujo – Analista Ambiental/Advogada Túlio Bahia Alves – Analista Ambiental/Sociólogo Colaboração: Benito Marangon – Moderador da Oficina Thaís Ferreira Martins – Técnica Administrativa / Graduanda em Administração

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INSTITUTO MINEIRO DE GESTÃO DAS ÁGUAS Cleide Izabel Pedrosa de Melo – Diretora-Geral

DIRETORIA DE GESTÃO DE RECURSOS HIDRICOS – DGRH

Luíza de Marillac Moreira Camargos - Diretora

Relatório da 1ª Oficina para Implementação das Agências de Bacia Hidrográfica e Entidades Equiparadas no Estado de Minas Gerais

GERÊNCIA DE COBRANÇA PELO USO DA ÁGUA – GCUA

Equipe Técnica:

Sérgio Gustavo Rezende Leal – Gerente/Economista Márcio André Oliveira Santos – Analista Ambiental/Letras Renata Maria de Araujo – Analista Ambiental/Advogada

Túlio Bahia Alves – Analista Ambiental/Sociólogo

Colaboração: Benito Marangon – Moderador da Oficina

Thaís Ferreira Martins – Técnica Administrativa / Graduanda em Administração

1

SUMÁRIO

Sumário ----------------------------------------------------------------------------------------- p. 1 Introdução -------------------------------------------------------------------------------------- p. 2 Capítulo I- Considerações sobre a Legislação Federal e Estadual Referente a Agências de Bacia------------------------------------------------------------------------------------------ p. 4 Capítulo II- A Oficina ------------------------------------------------------------------------ p. 12

1. Informações Gerais sobre a Oficina ------------------------------------------- p. 13

2. Síntese das palestras ------------------------------------------------------------- p. 14 3. As Dinâmicas --------------------------------------------------------------------- p. 18

3.1- Dinâmica 1: Proposta e Resultados --------------------------------- p. 18 3.2- Dinâmica 2: Proposta e Resultados --------------------------------- p. 21 3.3- Dinâmica 3: Proposta e Resultados --------------------------------- p. 26 Considerações Finais ------------------------------------------------------------------------- p. 32 Anexo 1: UPGRHs e Comitês de Bacia Hidrográfica ----------------------------------- p. 35 Anexo 2: Relação dos Participantes e Respectivos Endereços Eletrônicos -----------p. 36 Anexo 3: Demandas dos Comitês de Bacia Hidrográfica--------------------------------p. 38

2

INTRODUÇÃO

No dia 10 de maio de 2007, foi realizada, em Belo Horizonte, na sede do Sistema

Estadual de Meio Ambiente (SISEMA), uma reunião do Secretário de Estado de Meio

Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Senhor José Carlos Carvalho, com o Fórum

Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas. Essa reunião foi convocada pelo

Secretário e teve como objetivo apresentar aos representantes de comitês de bacias

hidrográficas e coordenadores de comissões pró-comitê a nova ênfase dada à gestão dos

recursos hídricos pelo Governo de Minas Gerais, por meio do Projeto Estruturador –

Consolidação da Gestão de Recursos Hídricos em Bacias Hidrográficas.

O Projeto Estruturador apresenta, no conjunto de suas prioridades, a implementação de

agências de bacias hidrográficas ou entidades a elas equiparadas. Apesar da existência

de uma legislação específica prevendo o número de agências a serem instituídas no

Estado e suas respectivas áreas de abrangência, tal questão ainda se apresenta bastante

polêmica e controversa. Haja vista a complexidade desse debate, os representantes de

comitês e comissões presentes à reunião demandaram do Instituto Mineiro de Gestão

das Águas - IGAM uma discussão mais profunda dessa questão. Ficou então acertado,

nessa reunião, que o IGAM realizaria uma Oficina sobre o tema e que cada comitê ou

comissão poderia indicar três membros para participar da primeira oficina.

Foi realizada, dessa forma, a 1ª Oficina para Implementação de Agências de Bacia

Hidrográfica e Entidades Equiparadas, ocorrida nos dias 13 e 14 de junho, no

Balneário Rio de Pedras, localizado no município de Itabirito. O presente relatório, que

é produto dessa Oficina, apresenta a síntese das palestras e das dinâmicas de grupo

realizadas durante o evento, assim como as principais análises, críticas e sugestões

surgidas no debate estabelecido entre os participantes.

Esse relatório é composto por 3 capítulos. O capítulo 1 é um breve estudo sobre a

legislação referente às agências de bacia hidrográfica, tratando mais especificamente da

legislação estadual. Já o capítulo 2 discute a oficina em si, tratando das palestras e

dinâmicas de grupo realizadas durante o evento. Foram ministradas três palestras: uma

palestra introdutória, ministrada pela Diretora-Geral do IGAM, Cleide Pedrosa, outra

ministrada pela Diretora de Gestão de Recursos Hídricos, Luiza de Marillac Camargos,

3

sobre a configuração de agências tal como imaginada pelo IGAM, e uma terceira

palestra ministrada pelo Gerente de Cobrança pelo Uso da Água, Sérgio Leal, destinada

a esclarecer questões atinentes ao potencial de arrecadação do Estado com a cobrança

pelo uso dos recursos hídricos.

Além das palestras, foram elaboradas três dinâmicas diferentes, cada uma destinada a

explorar um assunto pertinente à implementação e funcionamento das agências. A

Dinâmica 1 foi elaborada visando trabalhar questões referentes ao relacionamento

interpessoal e intragrupo, de modo a se constituírem equipes altamente eficazes e

capazes de responder coletivamente às atividades a serem apresentadas. A Dinâmica 2,

por sua vez, tratou de enfocar temas que são extremamente importantes e recorrentes no

debate acerca da implementação das agências de bacias ou entidades equiparadas. Já a

dinâmica 3 foi concebida para que os participantes, reunidos em grupos, pudessem, com

a utilização de um notebook e munidos de um estudo do IGAM sobre o potencial de

arrecadação das UPGRH’s, elaborar as suas próprias hipóteses de integração das

unidades de planejamento, com base em critérios de sustentabilidade financeira.

4

CAPÍTULO I

CONSIDERAÇÕES SOBRE A LEGISLAÇÃO FEDERAL E ESTADUAL

REFERENTE A AGÊNCIAS DE BACIA

5

A agência de bacia é elencada na Lei 9433/97, que institui a Política Nacional de

Recursos Hídricos, entre os órgãos e entidades que compõem o Sistema Nacional de

Gerenciamento de Recursos Hídricos. Sua função, segundo a mesma lei, é desempenhar

o papel de secretaria executiva do respectivo comitê ou comitês de bacia hidrográfica

(Art. 41). Isso quer dizer que a criação de agências de bacia pressupõe a criação prévia

dos comitês de bacia que serão por ela secretariados. Além desse requisito, a criação de

agências de bacia requer que haja viabilidade financeira assegurada pela cobrança do

uso dos recursos hídricos em sua área de atuação (Art. 43).

A lei 13199/99, que institui o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos

de Minas Gerais (SEGRH-MG) e sua Política Estadual de Recursos Hídricos, prevê que

“as agências de bacia hidrográfica, quando instituídas pelo Estado, mediante autorização

legislativa, terão personalidade jurídica própria, autonomia financeira e administrativa e

organizar-se-ão segundo quaisquer das formas permitidas pelo Direito Administrativo,

Civil ou Comercial, atendidas as necessidades, características e peculiaridades

regionais, locais e multissetoriais” (Art. 37). A mesma lei determina ainda que “o Poder

Executivo aprovará, por meio de decreto, os atos constitutivos das agências de bacia

hidrográfica, que serão inscritos no registro público, na forma da legislação aplicável”

(Art. 37).

O artigo 45 da Lei 13199 estabelece 34 competências para as agências de bacia

hidrográfica, entre as quais: elaborar ou atualizar o Plano Diretor de Recursos Hídricos

e submetê-lo à apreciação do(s) respectivo(s) comitê(s) de bacia hidrográfica; propor os

valores da cobrança pelo uso dos recursos hídricos e o enquadramento dos corpos de

água nas classes de uso ao(s) comitê(s) para encaminhamento ao Conselho Estadual de

Recursos Hídricos (CERH-MG); manter o balanço hídrico atualizado, assim como o

cadastro de usos e usuários de recursos hídricos; promover o monitoramento sistemático

da quantidade e da qualidade das águas da bacia; gerir o Sistema Estadual de

Informações sobre Recursos Hídricos em sua área de atuação; elaborar sua proposta

orçamentária e submetê-la à apreciação do(s) respectivo(s) comitê(s) de bacia

hidrográfica; acompanhar a administração financeira dos valores arrecadados com a

cobrança pelo uso de recursos hídricos; analisar e emitir pareceres sobre os projetos e

obras a serem financiados com os recursos gerados pela cobrança e encaminhá-los à

instituição financeira responsável pela administração desses recursos; celebrar

6

convênios e contratar financiamentos e serviços para execução de suas atribuições,

mediante aprovação do(s) comitê(s) de bacia hidrográfica.

As competências conferidas a uma agência de bacia são, como se pode perceber,

bastante numerosas e abrangem um conjunto diversificado de atribuições, que podem

ser administrativas, financeiras ou técnicas, exigindo-se para sua criação mão-de-obra

qualificada e recursos tecnológicos, além de estrutura física adequada. Em relação a

esses requisitos, o poder público apresenta uma série de limitações que justificam em

parte o fato de até o momento não ter sido criada nenhuma agência de bacia seja no

Brasil, seja no Estado de Minas Gerais1. Além desses empecilhos de ordem infra-

estrutural e financeira, é importante considerar que a criação de uma agência depende de

um processo burocrático e político complexo, que envolve desde a aprovação de Lei

Ordinária pela Assembléia Legislativa até sua regulamentação por decreto do

governador. Trata-se, pois, de um percurso jurídico longo, que possui uma série de

etapas que precisam ser cumpridas uma a uma.

Diante da impossibilidade de, por enquanto, se criarem as agências de bacia

hidrográfica propriamente ditas, a alternativa facultada pela lei ao Estado é a celebração

de contrato de gestão com organizações civis de recursos hídricos, que são

equiparadas às agências de bacia para o exercício de funções de sua competência. No

âmbito de Minas Gerais, nos termos da Lei 13199, poderão ser equiparados a agência de

bacia os consórcios ou as associações intermunicipais de bacia hidrográfica ou as

associações regionais, locais ou multissetoriais de usuários de recursos hídricos,

legalmente constituídos. Cabe ao CERH-MG, na condição de órgão deliberativo e

normativo central do SEGRH-MG, reconhecer essas entidades e efetuar sua equiparação

mediante a aprovação e solicitação de um ou mais comitês de bacia hidrográfica,

acompanhada de relatório técnico e administrativo elaborado pelo IGAM que comprove

a capacidade financeira desse(s) comitê(s) para suportar as despesas de implantação,

manutenção técnica, administrativa e da rede de monitoramento2.

1 As duas experiências existentes dizem respeito a entidades delegatárias, que são a Agência PCJ, na bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, e a Agência AGEVAP – Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, na bacia do rio Paraíba do Sul. 2 Segundo o artigo 19 do Decreto 41578/01, “o CERH-MG regulamentará as agências de bacia hidrográfica e entidades a elas equiparadas, observado o seguinte:

I- a água é um bem de domínio público, cujo acesso é universal;

7

O contrato de gestão, conforme o §3º do artigo 47 da mesma lei, é o acordo de vontades

bilateral, de direito civil, celebrado com a finalidade de assegurar às entidades

equiparadas autonomias técnica, administrativa e financeira. Já o Decreto 41578/01, que

regulamenta a Lei 13199, estipula que os contratos de gestão deverão conter,

obrigatoriamente, cláusulas que especifiquem: os seus objetivos; metas e resultados a

serem atingidos e respectivos prazos de execução ou cronograma; previsão expressa dos

critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados mediante indicadores

de resultado; as condições de sua suspensão, rescisão e renovação; prazo de vigência;

sanções por descumprimento das obrigações assumidas ou das resoluções do CERH-

MG e demais normas legais aplicáveis; sanções aos administradores contratantes por

descumprimento de cláusulas contratuais ou normas legais aplicáveis. Segundo esse

decreto, as agências de bacia deverão apresentar ao(s) respectivo(s) comitê(s) relatório

semestral contendo o balanço da aplicação dos recursos financeiros.

Objetivando regulamentar o artigo 19 do Decreto 41578, que trata das agências de bacia

hidrográfica e entidades a elas equiparadas, o CERH-MG editou a Deliberação

Normativa 19, de 28 de junho de 2006, que trata dos critérios e mecanismos que

precisam ser observados para o processo de equiparação, dos detalhes envolvidos na

assinatura do contrato de gestão e das hipóteses de integração das unidades de

planejamento e gestão de recursos hídricos (UPGRH’s).

Segundo essa deliberação, apenas poderão ser equiparados a agência os consórcios ou

associações intermunicipais que atenderem os seguintes requisitos:

I- conter como associados mais de cinqüenta por cento dos municípios com sede urbana na sua área territorial de atuação, definida em estatuto, e que detenham, no mínimo, trinta por cento da população total desta área; ou

II- conter número mínimo de cinqüenta por cento da população total de sua área territorial de atuação, definida em estatuto, e, como associados, mais de trinta por cento dos municípios desta área;

III- ter estabelecido em seus estatutos e regimentos internos disposições sobre, no mínimo:

a) objetivos sociais da entidade; b) estrutura de suas unidades superiores de administração e controle, com

detalhamento das respectivas atribuições e responsabilidades;

II- o caráter técnico de sua atuação; III- a necessidade de constituir-se em uma estrutura gerencialmente compatível e eficiente; IV- a sua vinculação efetiva aos órgãos do SEGRH-MG para a integração das ações”.

8

c) área territorial de sua atuação; d) o direito de associação e os critérios para inclusão e exclusão de

consorciados; e) critérios de representação e de votação, regentes de seus processos

decisórios; f) critérios para a participação dos consorciados nas instâncias superiores de

sua administração e controle; g) deveres e direitos dos consorciados, inclusive as infrações e penalidades

correspondentes; h) procedimentos operacionais e normas internas de funcionamento (Art. 8).

No que se refere às associações regionais, locais ou multissetoriais de usuários de

recursos hídricos, é exigido que congreguem órgãos, entidades ou instituições

representantes de, no mínimo, dois setores usuários, classificados conforme a

Deliberação Nº 4 do CERH-MG3, e que:

I -constituam-se em sociedade de natureza civil, sem fins econômicos e de interesse social, nos termos dos incisos XVII, XVIII e XIX do art. 5º da Constituição Federal4, regendo-se pelas leis do país e por seus estatutos;

II -estabeleçam objetivos sociais;

III - apresentem estrutura organizacional de suas unidades de direção superior, consistente em diretrizes, administração, gerência e operacionalização, fiscalização e controle de ações e atividades, composta, no mínimo, como segue: a. Assembléia Geral de Associados; b. Conselho de Administração; c. Diretoria Executiva; d. Conselho Fiscal;

IV - definam, em seus estatutos, as competências e responsabilidades de cada unidade integrante de sua estrutura organizacional de direção superior, sendo que ao Conselho de Administração será reservados a função normativa superior no nível de planejamento estratégico, coordenação e controle globais e fixação de diretrizes fundamentais para o funcionamento da Associação.

A instituição das entidades equiparadas deve ser, de acordo com o Artigo 2º da referida

Deliberação Normativa, ser estimulada pelo Estado de Minas Gerais, através da

Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD) e do

3 Segundo o artigo 13 da DN 04, “os representantes do segmento de usuários serão escolhidos dentre as organizações que fazem uso, direto ou indireto, das águas superficiais ou subterrâneas existentes na respectiva Bacia Hidrográfica, derivando-as, captando-as, armazenando-as ou utilizando-as para diluição de dejetos, tais como: companhias de saneamento, companhias de geração de energia, siderurgia, mineração, indústria, comércio e reflorestamento, cooperativas, associações, sindicato de produtores rurais, irrigantes, lazer, recreação e que não estejam em situação irregular perante os órgãos que integram o SEGRH para participarem dos Comitês”. 4Os incisos do artigo 5º da Constituição Federal a que refere a DN 19 são: “XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado”.

9

Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), enquanto não forem criadas as agências

de bacia. Para que haja a equiparação, é necessário, em qualquer caso, que seja

devidamente comprovada a capacidade financeira de um ou mais comitês de bacia

hidrográfica, através da implementação da cobrança pelo uso de recursos hídricos, com

cujos recursos serão suportadas as despesas administrativas e técnicas, incluindo a

manutenção da rede de monitoramento. Conforme o §2º do Artigo 37 da Lei nº

13199/99, esse processo de equiparação deverá ser encaminhado ao CERH-MG pelo(s)

comitê(s) de bacia hidrográfica a partir de propostas fundamentadas.

A entidade equiparada por meio de deliberação específica do CERH-MG, conforme já

foi colocado, adquire a natureza jurídica de organização civil para recursos hídricos,

tornando-se apta a exercer as funções de gestão de recursos hídricos delegadas pelo

Estado por meio de contrato de gestão. Após sua equiparação, a entidade equiparada

terá o prazo de até 2 (dois) anos para a firmatura do contrato de gestão com o Estado de

Minas Gerais. Esse prazo pode ser prorrogado por mais 1 (um) ano, desde que a

prorrogação seja devidamente fundamentada e aprovada pelo CERH-MG. Se ao final

dessa prorrogação, o referido contrato não tiver sido assinado, fica automaticamente

nula a equiparação, devendo o IGAM justificar-se ao CERH-MG por meio de relatório

técnico e administrativo que apresente as restrições e motivações da não firmatura do

contrato com a entidade equiparada, com vistas a uma revisão e, se for o caso, ao

encaminhamento de um novo processo de equiparação.

Cabe lembrar que precede a assinatura de contrato de gestão o pronunciamento

favorável do(s) respectivo(s) comitê(s) de bacia hidrográfica, que o assina(m) como

interveniente(s), e em seguida do CERH-MG5. Para cada comitê atendido, é necessária

a assinatura de um contrato de gestão independente, celebrado entre o Estado e a

entidade equiparada a agência. Conforme dispõe o artigo 10 da DN 19/2006, fica

instituída no âmbito do CERH-MG uma Câmara Técnica de Acompanhamento dos

Contratos de Gestão – CTCG, cuja função é supervisionar e acompanhar os contratos de

gestão a serem celebrados, realizando avaliações parciais periódicas, baseadas em

relatórios de desempenho elaborados pelas entidades equiparadas, com freqüência

5 De acordo com o artigo 5 dessa DN, “o CERH-MG, mediante sua Secretaria Executiva, em articulação com órgãos e entidades competentes do Governo do Estado, prestará, sempre que possível e necessário, apoio e orientação à elaboração dos Contratos de Gestão”.

10

mínima de seis meses, e conclusivas, por ocasião do término dos Contratos de Gestão,

os quais deverão ser apresentados ao CERH-MG para deliberação.

Uma importante previsão da DN 19 é que uma mesma entidade equiparada poderá ser

agência de mais de um comitê. Inclusive, o §1º do artigo 2º da referida DN prevê que o

Estado de Minas Gerais, por meio da SEMAD e do IGAM, poderá buscar a integração

dos comitês de bacias hidrográficas objetivando a otimização das despesas, a

maximização dos benefícios e a viabilidade econômica e financeira da entidade.

Visando à consecução desse processo, o artigo 7º da DN 19/2006 propôs as seguintes

hipóteses de integração, que deverão ser avaliadas pelo IGAM através de estudos

técnicos, econômicos, políticos e financeiros, observando-se ainda a necessidade de

ampla participação dos comitês de bacias hidrográficas. As propostas de integração das

unidades hidrográficas são as seguintes:

- JQ1, JQ2, JQ3, PA1, MU1 e SM1: constituem uma região de grande escassez hídrica e

baixo Índice de Desenvolvimento Humano6;

- PS1 e PS2: abrangem a parte mineira da bacia do rio Paraíba do Sul. Nesse caso, seria

firmado o contrato de gestão com a atual entidade delegatária do Comitê de Integração

da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul – CEIVAP;

- PJ1: abrange as nascentes dos rios Piracicaba e Jundiaí. Nesse caso, recomenda-se a

firmatura do contrato de gestão com a atual entidade delegatária do Comitê das Bacias

Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí – CBH PCJ;

- Nas bacias dos rios Grande, Paranaíba e Doce, poderão existir no máximo 2 (duas)

entidades equiparadas em cada, enquanto na bacia do rio São Francisco poderão existir,

no máximo, 3 (três) entidades equiparadas, devendo ser avaliadas as hipóteses de

integração mais adequadas, observando-se homogeneidade nas características

ambientais, socioeconômicas, geográficas e hidrológicas, assim como as iniciativas de

integração em curso;

A princípio, dois questionamentos preliminares podem ser feitos em relação a essas

hipóteses de integração previstas pela DN 19/2006. O primeiro deles diz respeito à

6 Consta em anexo a relação de todas as UPGRH’s do Estado e seus respectivos comitês.

11

evidente ausência de sustentabilidade financeira apresentada pela proposta que sugere a

integração das Unidades de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos JQ1, JQ2,

JQ3, PA1, MU1 e SM1. Além da escassez de água e do baixo Índice de

Desenvolvimento Humano (muitos municípios encontram-se na área de abrangência da

Agência de Desenvolvimento do Nordeste - ADENE), a região constituída pela

integração dessas unidades apresenta um grave quadro de estagnação econômica, haja

vista que o seu Produto Interno Bruto (PIB) corresponde a apenas 2,2 % do PIB total do

Estado7. Desse modo, deve ser estabelecida uma nova hipótese de integração capaz de

reunir essas unidades de planejamento em torno de uma proposta de agrupamento que

economicamente seja de fato sustentável.

O segundo questionamento que se evidencia se refere ao excessivo número de agências

possibilitado pela DN 19/2006. Se excluirmos da somatória as unidades PJ1, PS1 e PS2,

que tendem a firmar contrato de gestão com as atuais entidades delegatárias do CBH

PCJ e CEIVAP, respectivamente, no total, poderão ser criadas 10 (dez) agências no

Estado, que atenderiam a 33 (trinta e três) comitês de bacia hidrográfica. Como será

demonstrado no próximo capítulo, o potencial de arrecadação dessas unidades torna

inviável a implementação de todas as agências que a DN prevê, sendo necessário o

estabelecimento de um número mínimo de agências de modo a otimizar a relação

custo/benefício dessas agências.

Como se tentou demonstrar, a entidade equiparada a agência assume atribuições

delegadas pelo Estado que são bastante complexas e numerosas. Além disso, é

importante lembrar que apenas 7,5% dos recursos arrecadados com a cobrança podem

ser aplicados no pagamento de despesas de monitoramento dos corpos de água e custeio

dos órgãos e entidades integrantes do SEGRH-MG, na sua fase de implantação, de

acordo com o § 2º do artigo 28 da Lei nº 13199/99. Portanto, a lógica sugere que é

desejável agrupar mais comitês em torno de uma mesma agência, o que proporciona

maior potencial de arrecadação e menores custos. Essa é uma discussão demasiado

complexa e que, por isso, merece um tratamento mais profundo e demorado por parte do

órgão gestor em articulação com os comitês de bacias hidrográficas e com as comissões

pró-comitê. Realizar essa discussão foi uma das finalidades da 1ª Oficina para

Implementação das Agências de Bacia em Minas Gerais.

7 Cf. http://www.idene.mg.gov.br/nossaregiao_pibestado.htm

12

CAPÍTULO II A OFICINA

13

1 – Informações Gerais sobre a Oficina

A 1ª Oficina para Implementação de Agências de Bacia Hidrográfica e Entidades

Equiparadas ocorreu, conforme programado, nos dias 13 (terça-feira) e 14 (quarta-feira)

de junho no Balneário Rio de Pedras, em Itabirito. Como se tratava de um meio de

semana e considerando o fato de que os membros dos comitês e comissões atuam

voluntariamente, o comparecimento ao evento foi razoável, haja vista que estiveram

presentes 53 do total de 108 representantes convidados. Esse nível de comparecimento

pode ser considerado como positivo, embora também seja necessário fazer uma leitura

crítica do fato de 7 comitês e 3 comissões terem deixado de enviar representantes ao

evento. A ausência desses membros é bastante prejudicial aos interesses das UPGRH´s

por eles representadas, uma vez que o que está sendo discutido é a definição de quantas

e quais agências ou entidades equiparadas serão implementadas, assim como o

estabelecimento de suas respectivas áreas de abrangência.

O primeiro dia de evento contou, na parte da manhã, com a palestra introdutória de

Cleide Pedrosa, que apresentou os objetivos da oficina. Em seguida, foram formados

cinco grupos de trabalho para a realização das dinâmicas 1 e 2 e posterior debate dos

seus produtos. Após o intervalo para o almoço, a oficina foi retomada com a palestra de

Sérgio Leal sobre o potencial de arrecadação com a implementação da cobrança em

Minas Gerais, seguida de um debate com os participantes acerca do tema. A seguir,

Luiza de Marillac apresentou a palestra sobre simulação de agências de bacia

hidrográfica sob a ótica do Estado de Minas Gerais. Esse primeiro dia de atividades foi

finalizado com um debate sobre essa palestra.

A parte da manhã do segundo dia ficou reservada para a realização da Dinâmica 3,

quando foram formados quatro grupos para a elaboração de propostas de agências e de

suas respectivas áreas de abrangência. Logo após, cada grupo apresentou sua proposta,

seguida por um debate acerca das proposições. O evento foi encerrado com a discussão

e apresentação de temas para a próxima oficina, tendo sido feita ainda uma avaliação da

oficina pelos participantes.

14

2 – Síntese das palestras

A palestra de abertura foi ministrada pela Diretora-Geral do IGAM, Cleide Pedrosa, que

abordou os desafios a serem enfrentados pela gestão de recursos hídricos no Estado de

Minas Gerais. A palestrante mencionou como desafios os problemas relacionados com a

contaminação dos recursos hídricos por esgoto, cujo tratamento não alcança nem dez

por cento da demanda total, assim como questões que dizem respeito indiretamente à

gestão de recursos hídricos – o desmatamento e a redução da cobertura vegetal nativa do

Estado e a falta de tratamento adequado do lixo.

Ao tratar dos desafios à gestão dos recursos hídricos no Estado, a palestrante destacou a

importância do papel desempenhado pelos comitês de bacia hidrográfica, cujo

fortalecimento é de vital importância no que se refere à implementação das ações que

estão em curso para a melhoria da quantidade e qualidade dos recursos hídricos. É nesse

sentido que o Governo do Estado, por meio do Projeto Estruturador – Consolidação da

Gestão de Recursos Hídricos em Bacias Hidrográficas, incluiu entre suas prioridades o

fortalecimento dos comitês de bacia, o que significa em termos práticos, dentre outras

ações, muni-los com os recursos humanos e infra-estruturais necessários ao seu pleno

funcionamento. Inclusive, na reunião do Secretário de Meio Ambiente e

Desenvolvimento Sustentável com o Fórum Mineiro de Comitês de Bacia Hidrográfica,

foi solicitada uma listagem, de cada comitê, contendo as necessidades básicas para sua

estruturação.

A diretora-geral do IGAM ressaltou ainda que, no percurso em direção à consolidação

de uma gestão de recursos hídricos integrada e eficiente, é necessário respeitar o estágio

evolutivo de cada comitê, mesmo porque a experiência adquirida por aqueles comitês

mais avançados poderá ser aproveitada pelos demais no seu próprio desenvolvimento.

Por fim, a palestrante enfatizou a importância da união de todos os participantes

presentes ao evento, representando diferentes comitês e também diferentes segmentos,

como forma de se alcançar os objetivos da oficina.

A palestra da diretora de gestão de recursos hídricos enfatizou aspectos ligados à

legislação referente às agências de bacia hidrográfica, em específico a Deliberação

Normativa 19/2006, do Conselho Estadual de Recursos Hídricos, que estabelece a

15

quantidade de agências a serem instituídas por bacia, assim como as hipóteses de

integração das UPGRHs. A palestrante explicou que essa deliberação foi elaborada por

um grupo formado no âmbito do CERH-MG, que na época não contava com os estudos

atuais de simulação do potencial de arrecadação realizados pelo IGAM. A palestrante

fez uma breve análise crítica sobre o fato de que a referida deliberação propõe como

hipótese de integração a união das unidades de planejamento JQ1, JQ2, JQ3, SM1, PA1

e MU1, que se apresenta, do ponto de vista econômico, insustentável. Ao mesmo

tempo, essa DN determina que compete ao IGAM, enquanto órgão gestor, avaliar, por

meio de estudos técnicos, econômicos, políticos e financeiros, as hipóteses de

integração sugeridas, com ampla participação dos comitês de bacia hidrográfica.

Inclusive, a palestrante fez questão de ressaltar que era justamente esse o objetivo da

oficina.

A palestra foi finalizada com a colocação de que o objetivo do governo estadual é

consolidar a gestão de recursos hídricos sob a ótica do Estado, respeitando, obviamente,

o estágio de evolução dos diferentes comitês de bacia hidrográfica. Assim, à medida que

os comitês forem instituídos ou consolidados, eles irão se agregar às entidades

equiparadas.

A palestra seguinte foi ministrada pelo gerente de cobrança pelo uso da água, Sérgio

Leal, que enfatizou os pré-requisitos necessários para que a cobrança possa ser

implementada e a fórmula utilizada para o cálculo do potencial de arrecadação de cada

UPGRH. Desse modo, além do plano diretor de bacia hidrográfica concluído, foram

apresentados os oito pré-requisitos previstos em lei: 1- cadastro de usuários; 2-

definição pelos comitês de bacia hidrográfica dos usos considerados insignificantes; 3-

instituição de agências de bacia hidrográfica ou entidades a elas equiparadas e

assinatura do respectivo contrato de gestão; 4- aprovação pelo CERH-MG da proposta

de cobrança, devidamente fundamentada, encaminhada pelo respectivo comitê de bacia

hidrográfica; 5- a implementação de sistema integrado de outorga e direito de uso de

recursos hídricos devidamente compatibilizado com o sistema de licenciamento

ambiental; 6- articulação dos Estados com a União e Estados vizinhos, tendo em vista a

implementação da cobrança pelo uso de recursos hídricos nas bacias hidrográficas em

rios de domínio federal, e celebração de convênio de cooperação técnica; 7- proposição

de critérios e normas para a fixação de tarifas, definição de instrumentos técnicos e

16

jurídicos indispensáveis à implementação da cobrança pelo uso da água; 8-

desenvolvimento de programa de comunicação social sobre as finalidades da cobrança.

Em relação ao pré-requisito 1, o IGAM já conta, em sua nova estrutura, com a Gerência

de Desenvolvimento de Recursos Hídricos – GDRH, que ficará responsável, dentre

outras competências, pela coordenação e acompanhamento do cadastramento de

usuários das bacias hidrográficas do Estado. Quanto ao pré-requisito 2, caberá a cada

comitê definir, em sua área de atuação, os usos insignificantes ou, caso lhe atendam,

aprovar as propostas presentes na Deliberação Normativa 09/2004, do Conselho

Estadual de Recursos Hídricos de Minas Gerais, encaminhando a aprovação para o

mesmo conselho. No que se refere ao pré-requisito 3, é necessário considerar que a DN

CERH-MG 19/2006, que estipula a quantidade máxima de agências que podem ser

implantadas em Minas Gerais e suas respectivas áreas de abrangência, apresenta

algumas hipóteses de integração insustentáveis do ponto de vista econômico,

requerendo, portanto, um debate sobre sua pertinência.

No que se refere ao pré-requisito 4, compete a cada comitê, com base nas características

econômicas, sociais e ambientais da respectiva região, definir sua própria metodologia

de cobrança, amparado inclusive nas disposições do Plano Diretor de Recursos Hídricos

da bacia. O pré-requisito 5 já está cumprido, com a implementação do sistema integrado

de outorga de direito de uso de recursos hídricos, devidamente compatibilizado com os

sistemas de licenciamento ambiental do Estado. Para que o pré-requisito 6 seja

cumprido, basta apenas a firmatura de convênios entre o Estado e a União. Em relação

ao pré-requisito 7, caberá ao IGAM, em parceria com o agente financeiro oficial,

formular um manual técnico, econômico, financeiro e operacional de cobrança pelo uso

de recursos hídricos. Sobre o pré-requisito 8, é importante ressaltar sua importância para

a efetividade da implementação da cobrança, ao reforçar sua finalidade educativa e

esclarecer seu caráter de contribuição condominial, destinada à recuperação da própria

bacia.

Quanto à simulação do potencial de arrecadação de cada UPGRH, o palestrante

explicou que a fórmula utilizada baseou-se na metodologia empregada pelo Comitê para

Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul – CEIVAP, que foi o primeiro

comitê de bacia a implementar, no país, a cobrança pelo uso de recursos hídricos, o que

17

aconteceu em 2003. A fórmula empregada à época foi revisada em 2007 e é hoje a mais

atual. De acordo com essa fórmula, são estipulados três Preços Públicos Unitários

conforme o grau da externalidade que o uso acarreta aos recursos hídricos da bacia

hidrográfica. Dessa forma, o PPU, calculado em centavos por metro cúbico (m³), é

estipulado conforme se trate de captação, consumo ou diluição8.

Segundo essa simulação, apenas as bacias hidrográficas do rio Paraopeba (SF3), com

potencial de arrecadação anual de R$15,6 milhões, do rio das Velhas (SF5), de R$15

milhões, e do rio Araguari (PN2), de R$ 10,2 milhões, teriam sustentabilidade para

financiar uma agência cujos custos, estimados com base nos da agência PCJ, estariam

em torno de R$ 900 mil. Dessa forma, foram apresentadas cinco propostas de integração

das UPGRHs com vistas a viabilizar o atendimento de todos os comitês do Estado por

agências de bacia hidrográfica9.

Apesar de a fórmula do CEIVAP ser a mais atual, o palestrante ressaltou que

dificilmente poderá ser instituída uma metodologia única de cobrança no Estado de

Minas Gerais, dada a heterogeneidade de suas bacias hidrográficas em relação aos tipos

de uso predominantes em cada uma. Cabe também lembrar que essa simulação foi

realizada com base nas outorgas concedidas pelo IGAM. Se considerarmos que a

parcela de outorgas concedidas representa menos da metade do total estimado,

poderemos supor que o potencial de arrecadação está subestimado, o que reafirma a

necessidade de realização do cadastro de usuários. Por outro lado, se não levarmos em

conta que haverá um percentual de usuários inadimplentes, estaremos superestimando o

potencial de arrecadação previsto. Em função desse percentual de inadimplência, faz-se

necessária a criação de estímulos capazes de incentivar os usuários a serem adimplentes.

Outro aspecto enfatizado em relação à cobrança como instrumento de gestão foi sua

finalidade educativa, que não poderá ser suplantada pelo seu aspecto econômico.

Durante sua apresentação, o palestrante foi questionado por uma participante da oficina

sobre a dificuldade de se calcular os custos de uma agência de bacia sem a prévia

8 Os preços públicos unitários cobrados por metro cúbico são R$0,01, para captação, R$0,02, para consumo, e R$0,07, para diluição. 9 Essas propostas encontram-se disponíveis para consulta no site do IGAM, cujo endereço é www.igam.mg.gov.br (Menu “Instrumentos de Gestão”/Submenu “Cobrança”/Link “Palestras ministradas durante o evento”/Arquivo “Agências.pps”).

18

definição de qual seria a sua estrutura mínima. O IGAM entende a pertinência desse

questionamento e considera necessário um intercâmbio com os representantes das

entidades delegatárias já existentes em âmbito federal sobre a experiência registrada, de

modo a subsidiar um debate do órgão gestor com os representantes de comitês e

comissões. Essa questão está prevista para ser debatida na próxima oficina.

Outro participante questionou a inconveniência de se aplicar os valores dos preços

públicos unitários para captação, consumo e diluição praticados na bacia hidrográfica do

rio Paraíba do Sul em todas as bacias hidrográficas do Estado, pois cada bacia apresenta

especificidades socioeconômicas que precisam ser observadas no momento de se definir

os valores a serem cobrados. Cabe, em relação a esse questionamento, informar que o

IGAM admite, conforme anteriormente já relatado, que há uma impossibilidade de se

ter uma metodologia única para todo o Estado, assim como um preço público unitário

igual para todas as bacias. Conforme a legislação, o comitê é a instância responsável

pela aprovação desses valores. Portanto, os valores utilizados na simulação são

meramente ilustrativos, valendo unicamente como exemplos hipotéticos e como

parâmetro para comparação entre as UPGRHs.

3 – As Dinâmicas

3.1 – Dinâmica 1: Proposta e Resultados

Foram formados cinco grupos para a realização da dinâmica 1. Os integrantes de cada

grupo foram definidos de forma aleatória, adotando-se como único critério a reunião em

cada um deles de representantes de comitês e comissões diferentes. A dinâmica 1 tinha

como objetivo trabalhar questões que interferem no rendimento e no desenvolvimento

de trabalho em equipe e ao mesmo tempo levantar as expectativas de cada grupo em

relação à Cobrança pelo Uso da Água. Apesar de o objetivo da Oficina ter sido a

discussão sobre a implementação das agências de bacia hidrográfica ou entidades

equiparadas no Estado de Minas Gerais, a cobrança afigura-se como um tema cujo

tratamento é inevitável nesse debate justamente por ser um instrumento de Gestão que

permitirá aos comitês a instituição e a manutenção dessas agências. Enfim, conjugando

essas duas propostas, para cada grupo, foi solicitado que se enumerassem regras para o

comportamento eficaz no trabalho em equipe, regras sobre o que deve ser evitado nesse

19

mesmo tipo de trabalho e também que fossem levantadas expectativas acima

mencionadas.

Em relação às regras para o comportamento eficaz no trabalho em equipe, todos os

grupos consensuaram no sentido de que o compromisso/comprometimento é uma regra

essencial. Essa foi a única regra recorrente em todos os grupos que foram formados para

a realização da dinâmica. Planejamento, respeito à opinião do próximo e pró-atividade

foram regras mencionadas duas vezes por grupos diferentes. Com apenas uma citação,

foram lembradas as seguintes regras: objetividade, perfil adequado para a função

desempenhada, capacitação, ausência de preconceito, gerenciamento, integração,

comunicação eficiente, busca de consenso e serenidade para ouvir e discernimento

para falar.

No que se refere às regras que devem ser evitadas, os grupos apresentaram um consenso

maior. Nesse sentido, duas regras foram predominantes: perda de foco/ dispersão/

desvio de tema, assim como sobreposição do interesse próprio /individualismo/

competitividade/ egocentrismo foram citados por três grupos diferentes.

Embora essa parte da dinâmica 1 tivesse basicamente o objetivo de preparar os

participantes para as duas dinâmicas subseqüentes, que tratariam especificamente da

temática da oficina, os resultados obtidos foram bastante reveladores das

potencialidades e dificuldades envolvidas no trabalho em grupo, as quais são úteis

também para se pensar a gestão de recursos hídricos como uma construção coletiva.

Desse modo, a leitura que pode ser feita é que os participantes, apesar de figurarem em

grupos diferentes, foram unânimes em apontar o compromisso como regra essencial a

ser observada no trabalho em equipe. Isso pode ser interpretado como um desejo de que

haja respeito por aquilo que foi pactuado, no sentido de que seja efetivamente cumprido.

Ao mesmo tempo, o compromisso pode valer como uma regra necessária para se evitar

a dispersão, a perda de foco e o desvio de tema, igualmente lembrados pelos grupos

como aspectos negativos a serem evitados no trabalho em equipe. Nesse sentido, o

planejamento e a pró-atividade também seriam importantes regras para a consecução

daquilo que foi pactuado e programado.

20

Outra leitura possível é que o respeito à opinião do próximo, lembrado como regra para

o comportamento eficaz no trabalho em equipe, pode ser válido como um meio de se

evitar o individualismo/egocentrismo/competitividade, apontados como fatores

negativos para a realização desse tipo de trabalho. O respeito à opinião do próximo

parece constituir, de acordo com as respostas produzidas pelos grupos, a base de um

bom relacionamento interpessoal e de um ambiente organizacional eficaz, favorável ao

alcance das metas estabelecidas e objetivos propostos.

No que se refere às expectativas dos grupos em relação à cobrança, foram levantados

aspectos interessantes pelos participantes da oficina que gostaríamos de relatar. O

primeiro aspecto refere-se à necessidade de se iniciar a cobrança somente após a

elaboração do plano diretor de recursos hídricos da bacia e a realização do seu cadastro

de usuários. Segundo os participantes, a necessidade desses pré-requisitos justifica-se

pelo fato de no plano diretor estarem relacionadas as prioridades do comitê para

aplicação dos recursos arrecadados e de o cadastro diagnosticar o universo de usuários e

os tipos de usos, significantes ou não, permitindo dessa forma uma cobrança eficiente.

O segundo aspecto tem a ver com a implementação de uma cobrança universal e

diferenciada. De acordo com os participantes, uma cobrança extensiva a todos os

usuários se justificaria pela função educativa atribuída a ela enquanto instrumento de

gestão voltado para a racionalização da utilização da água. Ao mesmo tempo, essa

cobrança deve ser diferenciada, ou seja, deve estar relacionada com a capacidade de

pagamento de cada setor e com o porte do usuário. Cabe aqui lembrar que a cobrança

implica custos na emissão e envio do boleto de pagamento pelo Estado e, caso a opção

do comitê seja por uma cobrança universalizada, em muitos casos o valor da cobrança a

ser pago pelo usuário não compensará nem mesmo o custo do boleto, o qual

logicamente deverá ser de alguma forma compensado.

O terceiro aspecto relaciona-se com a definição dos valores da cobrança. Os

participantes afirmaram que essa atribuição é do comitê e esperam que o IGAM,

enquanto órgão gestor, respeite a autonomia de cada comitê não interferindo nessa

decisão. Da mesma forma, os participantes ressaltaram que nessa definição devem estar

previstos critérios para incentivar aqueles usuários que estejam realizando ações

benéficas para os recursos hídricos da bacia assim como para penalizar aqueles usuários

que estejam agindo de modo a prejudicar esses recursos. O quarto aspecto, por sua vez,

21

refere-se à necessidade da realização de uma mobilização social por parte do IGAM,

anteriormente à implementação da cobrança, a qual objetive conscientizar a população

da bacia sobre o fundamento desse instrumento, desmistificando a imagem de imposto

que ela possa vir a ter. Essa mobilização deve esclarecer inclusive, para essa mesma

comunidade, o que é um comitê e uma agência de bacia hidrográfica e quais são suas

funções, informações que, por sinal, ainda são bastante desconhecidas pela sociedade de

uma maneira geral.

O quinto aspecto levantado diz respeito às conseqüências da implementação da

cobrança. Segundo os participantes, a tendência é que, uma vez instituída, a cobrança

estimule o usuário a atualizar sua outorga conforme o volume de água por ele realmente

utilizado. Dessa forma, com o aumento da disponibilidade hídrica, mais usuários na

bacia poderão ter seus usos outorgados. Outra conseqüência esperada é o aumento da

participação nos comitês, principalmente do segmento de usuários que buscarão

defender seus interesses. Por fim, uma conseqüência também levantada foi uma

independência maior dos comitês da ajuda, financeira ou não, das empresas, o que até

hoje tem sido um fator de constrangimento para a autonomia do comitê enquanto órgão

de estado.

Conforme foi anteriormente enunciado, as temáticas específicas relativas à oficina

seriam trabalhadas nas dinâmicas 2 e 3. Os resultados dessas dinâmicas serão

apresentados a seguir.

3.2- Dinâmica 2: Proposta e Resultados

Para a realização da dinâmica 2, assim como no caso da dinâmica 1, havia sido

programada a formação de nove grupos, ficando cada um responsável por responder a

uma pergunta relacionada às agências de bacia hidrográfica e sua implementação no

Estado de Minas Gerais. Contudo, em decorrência do não comparecimento de todas as

pessoas convidadas, optou-se pela manutenção dos cinco grupos formados na dinâmica

1, tendo ficado quatro grupos responsáveis por responder a duas perguntas cada e um

grupo, por responder a apenas uma pergunta. Dessa maneira, foi concedido um intervalo

de tempo para que os grupos se reunissem e em seguida apresentassem o trabalho,

sendo finalizada a apresentação com um debate aberto a todos os participantes.

22

O Grupo 1 ficou responsável por responder a duas perguntas: O que é um comitê de

bacia, o que é uma agência e qual a relação entre ambos? e Como fazer para que todos

os CBHs sejam atendidos por agências? À primeira pergunta, o grupo respondeu de

forma bastante sintética, afirmando que o comitê é o parlamento e a agência, o seu

órgão executivo, estando a ele subordinada. Tal resposta afigura-se bastante pertinente,

haja vista estar harmonizada com as definições realizadas tanto pela legislação federal

quanto pela legislação estadual referente a agências. No debate que se seguiu, o próprio

relator do Grupo 1 levantou uma questão bastante relevante que diz respeito diretamente

à relação entre comitê e agência. Seu comentário fez referência à possibilidade de a

agência tornar-se tão ou mais forte do que o comitê em termos políticos, a ponto de, ao

invés de a agência servir ao comitê, este vir a transformar-se apenas numa mera

instância legitimadora daquela.

De fato, a preocupação desse participante é pertinente, uma vez que a agência, além de

possuir um corpo técnico especializado, também ficará responsável pela contratação de

serviços, obras e estudos programados para a bacia. O IGAM, enquanto órgão gestor,

entende que esse risco efetivamente pode existir. Entretanto, quanto mais ativo for o

comitê em termos de representatividade dos diversos segmentos, de participação e

debate dos seus membros, menor será esse risco de o comitê se converter em mera

instância legitimadora. É importante considerar que o comitê é, conforme a legislação

federal e a estadual, a instância competente para deliberar sobre qualquer questão

referente à bacia.

Em relação à segunda pergunta, não houve uma resposta que incidisse diretamente

sobre a pergunta, mas um levantamento de importantes diretrizes que devem ser levadas

em consideração no atendimento de vários comitês por uma mesma agência. Assim, o

grupo ressaltou que as diferenças geográficas existentes entre as bacias devem servir de

base para um planejamento harmônico que não despreze as especificidades de cada

bacia.

Coube ao Grupo 2 a resposta às seguintes perguntas: Como o grupo vê uma agência de

bacia estar em duas ou mais bacias de rios de domínio da União? e Cite no mínimo três

vantagens e três desvantagens de uma entidade ser agência de mais de um CBH?

23

Quanto à primeira pergunta, o grupo respondeu que essa é uma questão que exige dados

e estudos e, portanto, a princípio, não se pode fazer um julgamento positivo ou negativo

a seu respeito. Caberia, então, a cada comitê, munido dessas informações, responder

sobre como ele avalia o fato de uma agência atender a comitês de bacias hidrográficas

de diferentes rios de domínio da União.

No que se refere à segunda pergunta, as três vantagens que o grupo apresentou em

relação ao fato de uma mesma entidade ser agência de mais de um comitê são: ganho de

escala, viabilidade financeira e desenvolvimento regional. Com efeito, a viabilidade

financeira para a implementação de uma agência está atrelada aos custos de sua

manutenção, que, por sua vez, tendem a se reduzir com um número maior de comitês

atendidos. Isso diz respeito ao ganho de escala mencionado pelo grupo. Já a referência

ao desenvolvimento regional, também citado pelo grupo, é bastante pertinente, uma vez

que as particularidades regionais poderão ser, de alguma maneira, conjugadas e

potencializadas em um planejamento pela agência.

Quanto às três desvantagens, o grupo destacou as seguintes: risco de influência

financeira, risco de influência política e risco de influência institucional. Conforme foi

explicado acima, os riscos de influência tanto no comitê quanto na agência são reais.

Porém, caberá ao comitê, enquanto instância normativa e deliberativa, se precaver, com

mecanismos de participação democráticos que promovam e possibilitem um controle

social maior por parte de seus membros e da comunidade da bacia.

Ficou a cargo do Grupo 3 responder à seguinte pergunta: Como conseguir 100% de

recebimento na cobrança pelo uso da água? Ao formular essa pergunta, o IGAM queria

saber quais mecanismos poderiam ser criados para incentivar a adimplência dos

usuários em relação à cobrança. Contudo, alguns participantes interpretaram essa

pergunta como se sua intenção fosse consultar os participantes sobre como alcançar uma

cobrança universal, aplicada a todos os usuários da bacia, independentemente da

magnitude do uso que fazem da água. Obviamente, estarão excluídos da cobrança os

usos considerados insignificantes, ou seja, aqueles dispensados de outorga. Portanto,

caberá a cada comitê regulamentar, em sua área de jurisdição, a vazão máxima de água,

calculada em litros por segundo (l/s), considerada insignificante. Se o comitê entende

24

que em sua bacia todos os usos de recursos hídricos são significantes e devam ser

cobrados, essa vazão será considerada como de 0 litro por segundo.

Em relação aos mecanismos citados como capazes de incentivar os 100% de

adimplência na cobrança pelo uso de recursos hídricos, dois fatores foram citados como

principais. Primeiramente, foi destacada a importância de um cadastro de usuários

abrangente, de forma a se evitar que certos usuários deixem de pagar pelo uso que

fazem da água por não terem sido previamente cadastrados. A existência de usuários na

bacia que fazem uso dos recursos hídricos e não estão sendo cobrados, pelo fato de não

estarem incluídos no cadastro poderá comprometer a implementação da cobrança ao

desestimular o pagamento por parte de outros usuários. Uma estratégia citada por um

participante como forma de combater a inadimplência foi a instituição gradual da

cobrança, iniciando-se sua implementação pelos usuários de grande porte, como o setor

de saneamento, por exemplo, até se chegar ao usuário de pequeno porte, se for o caso de

se aplicar também a este a cobrança.

Outro mecanismo citado enfaticamente foi a realização de ações de educação ambiental,

com o intuito de esclarecer a finalidade educativa da cobrança, como instrumento de

gestão destinado a reconhecer a água como recurso natural limitado, dotado de valor

econômico, através do estabelecimento de um preço público a ser pago pela sua

utilização, de modo a promover o seu uso racional. Além disso, as ações de educação

ambiental deverão ressaltar que os recursos arrecadados serão aplicados

obrigatoriamente, na mesma bacia no financiamento das obras, serviços e estudos

previstos em seu plano diretor e necessários à melhoria da quantidade e da qualidade da

água. Sendo assim, essas ações educativas terão como objetivo desmistificar a idéia de

que a cobrança pelo uso dos recursos hídricos será mais um imposto a onerar os

usuários e de que o dinheiro arrecadado terá destino incerto, desvirtuando-se do seu fim

original. Nesse sentido, também é de vital importância ter transparência na aplicação

pela agência dos recursos arrecadados, traduzida numa ampla divulgação do que foi

executado.

Por fim, outras sugestões foram apresentadas pelos participantes no que toca aos

mecanismos para incentivar a adimplência dos usuários em relação à cobrança. Cabe

destacar as propostas que prevêem a aplicação dos recursos nas respectivas sub-bacias

25

onde foi executada a cobrança. A criação de estímulos como eco-crédito, que é uma

compensação financeira aos produtores rurais que preservam nascentes em suas

propriedades, e bônus para serem revertidos àqueles usuários que lançam no corpo de

água uma água com qualidade superior àquela captada também foram citados.

O Grupo 4 ficou incumbido de responder às seguintes perguntas: Qual é o corpo

técnico necessário para o funcionamento da agência e os critérios de seleção? e Qual

deve ser a estrutura da agência e os critérios de seleção de seus dirigentes?. Segundo o

grupo, a estrutura de funcionamento mínima para uma agência deve comportar uma

diretoria administrativa e uma diretoria técnica. A diretoria administrativa ficaria

responsável pelas funções contábeis, gerenciais e jurídicas da agência, enquanto a

diretoria técnica, composta por profissionais com formação específica na área ambiental

ou de recursos hídricos, cuidaria do acompanhamento dos projetos cuja execução ficaria

a cargo de terceiros. Nesse sentido, de acordo com o grupo, não é necessário possuir um

corpo técnico numeroso, o que inclusive sobrecarregaria a agência em termos

financeiros. Um participante de outro grupo propôs a inclusão de um setor de

comunicação social, por considerá-lo indispensável à estrutura de uma organização.

Quanto aos critérios de seleção, os currículos dos candidatos às vagas da agência seriam

submetidos à aprovação dos membros do comitê.

Em relação à estrutura da agência, o relator do grupo destacou a dificuldade de se

estabelecer de antemão qual seria a estrutura adequada para acomodá-la, mas

mencionou que o mínimo necessário seria uma estrutura compatível com as atividades

da agência, a qual deveria incluir desde um espaço físico suficientemente grande até

computadores com acesso à internet. É óbvio que as atribuições de uma agência,

conforme já foi citado anteriormente, incluem tanto atividades administrativas como

atividades finalísticas, que, por sua vez, exigem um instrumental tecnológico avançado,

cujo inventário ultrapassa em muito a simples necessidade de uma estrutura física

compatível e de certo número de computadores com acesso à internet. Quanto aos

dirigentes da agência, o grupo entendeu que a sua seleção pode se dar entre os próprios

componentes do comitê ou não, através da análise de currículos, observando-se sempre

a necessidade de se dar a devida publicidade ao ato. Um participante de outro grupo

criticou o critério baseado na análise de currículos por considerar que um dirigente pode

26

ser, por exemplo, um produtor rural e não necessariamente um técnico ou especialista

na área.

Por fim, cumpre relatar os resultados do Grupo 5, que ficou encarregado de responder às

seguintes perguntas: Qual deve ser o papel do IGAM na implementação da cobrança

pelo uso da água no Estado de Minas Gerais? e Como o grupo imagina a forma de

arrecadação e a forma de disponibilização dos recursos provenientes da cobrança?.

Quanto à primeira pergunta, o grupo enfatizou que o primeiro papel do IGAM,

enquanto órgão gestor, é prestar apoio técnico, econômico e político aos comitês de

bacia hidrográfica, conferindo a cada um tratamento compatível com suas necessidades

e com o estágio em que se encontra a implementação dos instrumentos de gestão na

respectiva bacia. O segundo papel atribuído ao IGAM foi o de parceiro dos comitês de

bacia hidrográfica, auxiliando-os na superação das suas dificuldades. O grupo ressaltou,

nesse sentido, que não cabe ao IGAM executar tudo o que diga respeito à gestão dos

recursos hídricos, mas atuar como parceiro dos comitês na condução desse processo.

No que se refere à segunda pergunta, o IGAM objetivava suscitar no grupo e nos

demais participantes uma reflexão sobre como seria o sistema de arrecadação e de

disponibilização para as agências dos recursos arrecadados com a cobrança, pelo fato de

essa sistemática ainda estar se estruturando no Estado. Contudo, a interpretação que o

grupo fez da pergunta foi no sentido de como os recursos seriam distribuídos

prioritariamente dentro da bacia. Sendo assim, o grupo entendeu que, no plano diretor

de cada bacia, devem estar previstos os critérios para alocação dos recursos, não

cabendo nem sendo possível enumerá-los naquele momento devido à sua complexidade.

3.2- Dinâmica 3: Proposta e Resultados

Diferentemente das dinâmicas anteriores, nas quais os grupos formados contavam com

membros de comitês diversos, na dinâmica 3, os participantes preferiram se agrupar por

bacias de rios de domínio da União. Dessa forma, o grupo1 reuniu representantes das

bacias do rio Doce, Jequitinhonha, Paraíba do Sul, e Mucuri, o grupo 2, representantes

da bacia do rio São Francisco (exceto as UPGRHs dos rios Paracatu e Urucuia), o grupo

3, representantes da bacia do rio Paranaíba e das UPGRHs do rio Paracatu e Urucuia e o

grupo 4, representantes da bacia do rio Grande.

27

O grupo 1 se autodenominou como bacia do Leste de Minas, que abrangeria os comitês

do rio Doce, Jequitinhonha, Paraíba do Sul, Mucuri. Esse grupo considerou precoce o

debate sobre cobrança e agência de bacia na região abrangida pelos comitês referidos,

por entender que existe a necessidade de esses comitês primeiramente se reestruturarem,

assim como se implementarem outros instrumentos de gestão. Dessa forma, o grupo

concebe como mais pertinente a implantação de um escritório técnico do IGAM na

região mencionada que pudesse atender especificamente esses comitês. O grupo,

portanto, preferiu se abster desse exercício de simulação de áreas de abrangência das

agências em Minas Gerais, mas não desconsiderou pertinente a apresentação de

propostas pelos demais grupos.

O grupo 2 consensuou em torno da seguinte proposta, integrando as unidades nas

hipóteses abaixo:

1ª) DO1, DO2, DO3, DO4, DO5 e DO6;

2ª) GD1, GD2, GD3, GD4, GD5, GD6 e GD7;

3ª) GD8, PN1, PN2 e PN3;

4ª) SF1, SF2, SF3 e SF4;

5ª) SF5, SF6, SF7, SF8, SF9 e SF10;

6ª) JQ1, JQ2, JQ3, PA1, MU1 e SM1.

O relator do grupo enfatizou que a insustentabilidade econômica e financeira

apresentada por essa última proposta de integração não deve ser objeto de

reagrupamento dessas unidades de planejamento, cabendo unicamente ao Estado a

responsabilidade por garantir a implementação e o funcionamento dessa agência,

através de subsídio efetuado com recursos governamentais.

Um representante da bacia do rio Jequitinhonha presente na oficina considerou tal

proposta excludente, manifestando seu descontentamento em relação a ela e seu desejo

de que as unidades excluídas sejam de fato integradas em propostas sustentáveis e não

apenas relegadas como uma questão a ser resolvida pelo poder público. O IGAM

entende, amparado na legislação pertinente, que a inclusão de todas as unidades de

planejamento em hipóteses de integração sustentáveis é desejável para a gestão de

28

recursos hídricos. Quanto às demais sugestões de integração apresentadas pelo grupo,

cabe ressaltar que, no caso das unidades da bacia do rio Paranaíba e UPGRH GD8, já

existe uma discussão avançada entre esses comitês visando essa integração, o mesmo

acontecendo no caso das unidades do rio Paraíba do Sul em relação à AGEVAP. O

mapa que resultou da proposta do grupo 2 é o seguinte:

Mapa 1- Proposta do Grupo 2.

grupo 3 apresentou duas propostas de integração. A proposta de integração realizada

pelo grupo 3 sugere a implementação de quatro agências que correspondem a quatro

hipóteses de integração das UPGRH´s:

1ª) GD8, PN1, PN2, PN3, SF4, SF7 e SF8;

2ª) GD1, GD2, GD3, GD4, GD5, GD6, GD7, PJ1, SF1, SF2 e SF3;

3ª) JQ1, JQ2, JQ3, PA1, SF5, SF6, SF9 e SF10;

4ª) DO1, DO2, DO3, DO4, DO5, DO6, MU1, PS1, PS2 e SM1.

Segue o mapa da proposta 1 apresenta pelo Grupo 3:

29

Mapa 2 – Proposta 1 do grupo 3.

A segunda proposta, por sua vez, prevê a implementação de cinco agências e cinco

hipóteses de integração correspondentes:

1ª) PN1, PN2 e PN3;

2ª) GD1, GD2, GD3, GD4, GD5, GD6, GD7, GD8 e PJ1;

3ª) SF1, SF2, SF3, SF4, SF6, SF7, SF8;

4ª) JQ1, JQ2, JQ3, MU1, PA1, SF5, SF9 e SF10.

5ª) DO1, DO2, DO3, DO4, DO5, DO6, PS1, PS2 e SM1.

Ambas as propostas foram bem acolhidas pelos participantes da oficina.

Particularmente, apesar de algumas ressalvas, a primeira proposta foi bastante elogiada,

tendo sido considerada, entre todas as propostas, a que melhor conjugou as variáveis

envolvidas no processo de integração simulado. Merece destaque o tratamento

conferido às UPGRHs que apresentam problemas de sustentabilidade, que são as

unidades da bacia do rio Jequitinhonha, Mucuri, São Mateus e Pardo. Nas duas

propostas, essas unidades foram agrupadas em torno de hipóteses viáveis de integração,

tendo sido muito bem aceitas pelos participantes em geral.

30

Segue o mapa da proposta 2 apresentada pelo grupo 3:

Mapa 3 – Proposta 2 do grupo 3.

O grupo 4 finalizou a dinâmica apresentando a seguinte proposta, integrando as

unidades nas hipóteses abaixo:

1ª) GD1, GD2, GD3, GD4, GD5, GD6 e GD7;

2ª) PN1, PN2, PN3 e GD8;

3ª) SF1, SF2, SF3, SF4, SF5 e SF6;

4ª) SF7, SF8, SF9 SF10, PA1, JQ1, JQ2 e JQ3;

5ª) DO1, DO2, DO3, DO4, DO5, DO6, PS1, PS2, SM1 e MU1.

Na apresentação dessa proposta, o grupo fez questão de frisar que ela não foi elaborada

com base na realidade do Estado como um todo, mas a partir das peculiaridades da

região do rio Grande, à qual pertencem os integrantes do grupo. Só foi excluída a

UPGRH GD8, que, de acordo com o grupo, deveria ser integrada às UPGRHs do rio

Paranaíba justamente por já haver um posicionamento favorável dos respectivos comitês

em relação a essa integração. O mapa que resultou da proposta do grupo 4 é o seguinte:

31

Mapa 4: Proposta do grupo 4.

32

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente Relatório teve por objetivo apresentar uma síntese das palestras, dinâmicas

de grupo e debates ocorridos entre os participantes da 1ª Oficina para Implementação

de Agências de Bacia Hidrográfica e Entidades Equiparadas no Estado de Minas

Gerais. Nessa última seção, são comentadas brevemente as principais idéias, críticas,

dúvidas e sugestões surgidas ao longo do evento em relação ao tema tratado.

Preliminarmente, deve ser feita uma observação crucial. Essa oficina não teve, de forma

alguma, um caráter deliberativo. Os participantes presentes ao evento, embora tenham

sido indicados para representar seus respectivos comitês e comissões de bacias

hidrográficas, não possuíam delegação para tomarem quaisquer decisões. O objetivo da

Oficina, portanto, foi basicamente o de promover uma discussão a respeito das variáveis

envolvidas na implementação das agências de bacias e entidades equiparadas em Minas

Gerais, almejando, assim, contribuições que possam subsidiar futuramente tomadas de

decisão por parte do Estado, possibilitando a viabilização de agências de bacia

sustentáveis.

Além de ter sido uma demanda do próprio Fórum Mineiro de Comitês de Bacias

Hidrográficas, a realização da Oficina também visou atender ao que está disposto na lei,

principalmente em relação aos estudos técnicos, econômicos, políticos e financeiros do

IGAM sobre as áreas de abrangência dessas agências, cujo processo de implementação

deve contar com ampla participação dos Comitês de Bacias Hidrográficas, conforme

prevê o artigo 7º da DN 19/2006.

Ainda que a Oficina não tivesse o objetivo de fomentar uma deliberação, era de suma

importância o comparecimento a esse evento de representantes de todas as bacias

hidrográficas do Estado que pudessem contribuir com o debate, apresentando as

particularidades, expectativas e interesses de suas respectivas regiões com relação ao

tema. Infelizmente, alguns comitês e comissões deixaram de enviar representantes e sua

presença fez falta em determinados momentos na Oficina. Na Dinâmica 3, por exemplo,

foram realizadas simulações de áreas de abrangência das agências e pôde-se notar entre

os participantes certa postura de indiferença em relação àquelas bacias com baixo

33

potencial de arrecadação e que eram justamente as regiões com menor índice de

representação no evento. Assim, nos exercícios de simulação, verificou-se uma

tendência de exclusão dessas bacias dos mapas de abrangência das agências, de modo

que ficaria a cargo do poder público o custeio das agências que eventualmente as

atendesse. Se não fosse a intervenção de um representante de comitê da bacia do Rio

Jequitinhonha, que se posicionou contrariamente a esse pensamento, talvez tal

indiferença e exclusão pudessem passar despercebidas.

Outra consideração importante que pode ser extraída da Dinâmica 3 diz respeito aos

entendimentos gerados pelos participantes no exercício de simulação de área de

abrangência das agências. Munidos de dados sobre os custos de manutenção de uma

agência, os participantes foram capazes de criar e propor hipóteses viáveis de integração

para as UPGRHs. Conforme já foi relatado no segundo capítulo, uma das propostas

apresentadas pelo grupo 3, que sugeriu a criação de quatro agências de bacias e suas

respectivas áreas de abrangência no Estado, foi a mais bem aceita pelo público presente.

Todavia, é oportuno lembrar que os participantes apenas simularam hipóteses, não

podendo ser atribuído aos resultados obtidos qualquer tipo de validade oficial.

Uma questão fundamental levantada na Oficina e para a qual ainda não se tem uma

idéia consensuada refere-se à estrutura ideal de uma agência, ou seja, qual agência que

queremos?. Mais uma vez, as únicas referências que nos servem como parâmetros são

as entidades delegatárias existentes, em âmbito federal: a AGEVAP e AGÊNCIA PCJ.

Baseando-se nos custos anuais dessas entidades, podem ser feitas previsões de qual será

o custo para implementação e manutenção de agências de bacia em Minas Gerais, mas

não se pode afirmar que esses modelos existentes de agências são os melhores modelos

para nosso Estado. De qualquer forma, conhecer a experiência dessas duas entidades é

elementar para o aprimoramento de nossos conhecimentos.

Portanto, como possibilidade de pauta da próxima Oficina, prevista para fins de agosto

desse ano, o IGAM convidará representantes dessas duas entidades para que eles

possam expor a experiência de cada uma. Outro tema para a pauta seria a discussão

sobre a necessidade ou não de se alterar a Deliberação Normativa CERH-MG 19/2006

no que tange às hipóteses previstas de integração das UPGRHs.

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Por fim, cabe comentar que a Oficina teve uma avaliação positiva por parte dos

participantes, que a consideraram, de uma maneira geral, bastante produtiva e

enriquecedora. Alguns representantes declararam publicamente que o evento estava

dando um novo estímulo aos comitês de bacia hidrográfica.

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ANEXO I – UPGRHs E COMITÊS DE BACIA HIDROGRÁFICA

DO1: Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Piranga DO2: Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Piracicaba DO3: Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Santo Antônio DO4: Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Suaçuí DO5: Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Caratinga DO6: Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Manhuaçu.

GD1: Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto rio Grande GD2: Comissão Pró-Comitê das Bacias dos Rios das Mortes e Jacaré GD3: Comitê da Bacia Hidrográfica do Entorno do Reservatório de Furnas GD4: Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Verde GD5: Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí GD6: Comitê da Bacia Hidrográfica dos Afluentes Mineiros dos Rios Mogi-Guaçu/Pardo GD7: Comitê da Bacia Hidrográfica dos Afluentes Mineiros do Médio Rio Grande GD8: Comitê da Bacia Hidrográfica dos Afluentes Mineiros do Baixo Rio Grande

JQ1: Comissão Pró-Comitê do Alto Rio Jequitinhonha JQ2: Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Araçuaí JQ3: Comissão Pró-Comitê do Médio e Baixo Rio Jequitinhonha

MU1: Comissão Pró-Comitê do Rio Mucuri.

PA1: Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Mosquito

PN1: Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Dourados PN2: Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari PN3: Comitê da Bacia Hidrográfica dos Afluentes Mineiros do Baixo Rio Paranaíba

PS1: Comitê da Bacia Hidrográfica dos Afluentes Mineiros dos Rios Preto e Paraibuna PS2: Comitê da Bacia Hidrográfica dos Afluentes Mineiros dos Rios Pomba e Muriaé

SF1: Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Rio São Francisco SF2: Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pará SF3: Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba SF4: Comitê da Bacia Hidrográfica do Entorno da Represa de Três Marias SF5: Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas SF6: Comitê da Bacia Hidrográfica dos Rios Jequitaí e Pacuí SF7: Comitê da Sub-bacia Hidrográfica Mineira do Rio Paracatu SF8: Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Urucuia SF9: Comissão Pró-Comitê dos Rios Pandeiros e Calindó SF10: Comissão Pró-Comitê dos Afluentes Mineiros do Rio Verde Grande. SM1: Comissão Pró-Comitê do Rio São Mateus

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ANEXO II - RELAÇÃO DOS PARTICIPANTES E RESPECTIVOS ENDEREÇOS ELETRÔNICOS

ALDA MARIA SILVA DE SOUZA (SF9) [email protected] ALICE LORENTZ DE FARIA GODINHO (MU1) [email protected] ALLAN KARDEC CAPRONI (SF8) ANTÔNIO MILITINO PEDROSO JÚNIOR (GD1) [email protected] BENITO MARANGON (IGAM) [email protected] CANTÍDIO CARLOS FRANÇA FERREIRA (DO4) [email protected] CARLOS ALBERTO RODRIGUES (GD3) [email protected] CARLOS AUGUSTO CARVALHO (SF4) [email protected] CELCIMAR BORGES ANDRADE (PN3) CLEIDE IZABEL PEDROSA DE MELO (IGAM) [email protected] DEUSELES JOÃO FIRME (DO2) [email protected] DIRCEU DE OLIVEIRA COSTA (SF1) [email protected] EDMAR PEREIRA DA SILVA (MU1) [email protected] FÁBIO SANTOS DUTRA (SF3) [email protected] FAUSTO COSTA (GD3) [email protected] FERNANDA MAIA (SF7) [email protected] FERNANDO OTÁVIO COELHO (GD2) [email protected] FRANCISCO ANTÔNIO ROMANELLI (GD4) [email protected] GERALDO CARLOS GOMES (SF3) [email protected] GERALDO JOSÉ DOS SANTOS (IGAM) [email protected] GHIARONI GREGÓRIO RIOS (SF3) [email protected] HAMÍLTON DA PENHA LAGE SILVA (DO3) [email protected] HILDA DE PAIVA BICALHO (SF5) ISAURA PAIXÃO (DO6) [email protected] JOSÉ ADALBERTO DE REZENDE (DO2) joseadalberto@amapi_mg.org.br JOSÉ ALEXANDRE CORRÊA RIBEIRO (GD5) [email protected] JOSÉ AMÉRICO CARNIEL (SF7) [email protected] JOSÉ ÂNGELO PAGANINI (DO2) [email protected] JOSÉ DO ROSÁRIO COIMBRA (DO2) [email protected] JOSÉ ESTEVAM DA SILVA (DO3) [email protected] JOSÉ MARIA COUTO LACERDA (SF7) [email protected] JUAREZ DE MELO SOUTO (SF8) JUELI CARDOSO JORDÃO (SF7) [email protected] JOSÉ BERNARDINO RIOS JÚNIOR (GD3) [email protected] JOSÉ NÉLSON DE ALMEIDA MACHADO (SF5) [email protected] KARINA PINHEIRO (PS2) [email protected] LEOCÁDIO ALVES PEREIRA (PN2) [email protected] LUÍZA DE MARILLAC M. CAMARGOS (IGAM) [email protected] MANOEL OTONI NEIVA (PS2) [email protected] MÁRCIA VIANA LISBOA MARTINS (GD5) [email protected] MÁRCIO ANDRÉ OLIVEIRA SANTOS (IGAM) [email protected] MÁRCIO PASSOS RIBEIRO SILVA (SF9) [email protected] MARIA DE FÁTIMA CASTRO PAIXÃO (DO1) [email protected] MARÍLIA CARVALHO DE MELO (IGAM) [email protected] MAURO DA COSTA VAL (SF3) [email protected] PAULO ROBERTO VIEIRA CORREIA (DO6) [email protected]

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PEDRO FÉLIX IASBIK (JQ2) [email protected] PETYSLEYANO DE SOUZA RIBEIRO (DO6) [email protected] REGINA GRECO (SF2) [email protected] RENATA MARIA DE ARAÚJO (IGAM) [email protected] RENATO DE OLIVEIRA AGUIAR (GD5) [email protected] ROBERTO SOARES NOGUEIRA (SF2) [email protected] ROGÉRIA MARA LOPES ROCHA (DO3) [email protected] ROGÉRIO CHAVES (SF1) [email protected] SÉRGIO GUSTAVO REZENDE LEAL (IGAM) [email protected] SÍLVIA FREEDMAN RUAS DURAES (SF4) [email protected] SÍLVIO MARTINS DE OLIVEIRA (JQ3) [email protected] SIRLÉIA MÁRCIA DE OLIVEIRA DRUMOND (SF6) [email protected] THAÍS FERREIRA MARTINS (IGAM) [email protected] TÚLIO BAHIA ALVES (IGAM) [email protected] VINÍCIUS MARTINS FERREIRA (GD1) [email protected] ZENÓBIO FÉLIX PEREIRA (JQ3) [email protected] WÍLSON SHIMIZU (PN2) [email protected]

ANEXO III – DEMANDAS DOS COMITÊS DE BACIA HIDROGRÁF ICAS

TABELA I – DEMANDAS – CBHs

UPGRHs / Prioridades

Cadastro de usuários

Apoio a projetos FHIDRO

Sistema de Informações

Plano Diretor

Apoio Financeiro /

técnico

Cobrança e Agências de

Bacia

Estruturação de câmaras técnicas

SF2 X XSF4 X X X X XSF5 X X XSF6 X X X XSF7 X X X XDO1 X X X X X XDO2 X XDO4 X X XGD1 XGD5 X