relatorio cnpq dose em peciente pediatrico tc
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COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEARINSTITUTO DE RADIOPROTEÇÃO E DOSIMETRIA
SERVIÇO DE FÍSICA MÉDICA EM RADIODIAGNÓSTICO E IMAGEM
RELATÓRIO
Título do Plano de Trabalho: Estimativa da dose de radiação em
Tomografia Computadorizada para Pacientes Pediátricos
Aluno: Larissa Cunha Pinheiro
Orientadora: Simone Kodlulovich Dias
2011
1. INTRODUÇÃO
O avanço da Tomografia Computadorizada (TC) trouxe um aumento significativo na
dose de radiação recebida pela população. Nos últimos cinco anos, houve um aumento
exponencial no número de exames de TC na América Latina. Nos Estados Unidos, o uso
desta tecnologia representa 10% de todos os procedimentos radiológicos e 67% da dose
efetiva total de radiação recebida pela população, sendo que 11% dos exames são feitos
em crianças. Na Inglaterra, a TC é responsável por cerca de 40% do total da dose
coletiva.
Com esse aumento significativo de demanda, surgem a cada dia mais avanços nessa
área, como Tomografias Computadorizadas Multicortes (MDCT) que possibilita novos
exames como angiotomografia e endoscopia virtual. A MDCT, em especial, possui o risco
de ter doses mais altas para os pacientes, pois para obter imagens em tempos menores e
fazer estudos com muitas fases de contraste, é necessário utilizar correntes mais altas no
tubo e ter um comprimento de varredura maior.
Profissionais no mundo todo, preocupados com essa exposição à radiação cuja
tendência é aumentar ainda mais nos próximos anos, voltaram à atenção para TC em
pacientes pediátricos. Há uma série de fatores para que uma atenção especial deva ser
dada à TC em crianças, um deles é sua maior expectativa de vida. Devido ao maior
tempo de vida, os riscos de manifestações tardias dos efeitos deletérios da radiação
ionizante são maiores em crianças do que em pacientes adultos. Outro fator importante é
e a sua estrutura corporal. O corpo pequeno das crianças atenua menos o feixe de raios-
X, sendo assim a dose no centro de seus corpos é quase a mesma da dose na pele. Nos
adultos, a dose é de duas a três vezes menor.
Nos exames de raios-X, quando há superexposição do paciente, há o conseqüente
comprometimento da imagem que evidencia isso. Já em TC a superexposição não pode
ser constata com tanta facilidade porque, ao contrário do que acontece nos exames
convencionais de raios-X, a qualidade da imagem, na maioria dos casos, tende a
aumentar com o aumento da exposição à radiação. A falta de conhecimento das doses
aplicadas nos exames, e a ausência de níveis de referência internacionais em pediatria
tem dificultado a otimização destes procedimentos nos serviços de radiologia do Brasil.
Visando a diminuição da exposição dos pacientes sem prejudicar a qualidade da
imagem nos procedimentos de TC, deve-se fazer estudos detalhados da escolha dos
parâmetros de quilo voltagem (kV), corrente (mA), tempo de exposição (s), comprimento
de varredura ou pitch de acordo com o tamanho do paciente, além de utilizar de forma
correta as barreiras de radiação, o controle automático de exposição (AEC) e redução do
ruído nos filtros.Um outro artefato que pode proteger o paciente de radiação, desde que
não no diagnóstico, são protetores de órgãos, como protetores de gônadas no caso do
paciente masculino.
O objetivo desse estudo foi estimar as doses de radiação em tomografia
computadorizada aplicados em exames de rotina em pacientes pediátricos de diferentes
faixas etárias: neonatos ( 1 ano), 1-5 anos, 5-10 anos e 10-15 anos.
2. Resumo das atividades realizadas no período anterior
Não se aplica
3. Descrição sucinta das atividades desenvolvidas no período
Durante o período foram acompanhados vários exames de rotina em tomografia
computadorizada, como abdômen, crânio, pelve, tórax entre outros a fim de se criar uma
base para exames mais complexos, como a angiografia. Em paralelo, foram estudados
artigos recentes na área de dosimetria e qualidade da imagem, bem como a influência
dos fatores de técnica sobre a imagem.
Foram acompanhadas medidas de dosimetria realizadas com a câmara de ionização
utilizando diferentes simuladores, entre eles o phantom cardíaco QRM (Moehrendorf,
Germany) e o elíptico.
Priorizou-se o acompanhamento de exames pediátricos, em vista da atual quantidade
de exames em crianças e a falta de treinamento adequado dos profissionais envolvidos
no exame.
A amostra de pacientes para o cálculo de dose em exames de TC de rotina de crânio,
foi coletada em um hospital particular do Rio de Janeiro, o qual possui um equipamento
de tomografia computadorizada (Brilliance, 40, Philips).
4. Procedimento experimental ou metodologia
Para cada faixa etária (menor que 1 ano, de 5 a 10, 10 a 15 anos) foram utilizados
dados de 10 pacientes, exceto para a faixa etária de 1 a 5 anos, em que apenas nove
pacientes foram examinados.
Todos os valores de dose obtidos nos exames pediátricos foram comparados aos
valores obtidos pelo simulador de crânio elíptico de acrílico de 16 cm na câmara de
ionização, bem como aos valores teóricos fornecidos pelo ImPACT.
4.1 Coleta dos dados
Os exames foram acompanhados durante meses. Devido ao menor fluxo de
exames pediátricos, a coleta de dados foi um processo mais demorado, do que se o
objeto de estudo fosse dose de TC em pacientes adultos.
Após o exame realizado, os parâmetros de dose como CTDIvol e DLP foram
obtidos do Work Station da Radiologia do hospital.
4.2 Determinação dos índices de dose
As diretrizes de otimização de proteção em procedimento de TC incluem níveis de
referências diagnósticas (DRL) ou níveis de orientação. Os parâmetros de doses sugeridos nas
diretrizes são os índices de Kerma (Cw) e o produto do Kerma pelo comprimento (PKL).
Os valores de CTDIvol e PKL foram calculados para cada modo de seqüência helicoidal
com base nos coeficientes nCW publicados pelo ImPACT. Os valores de nCW foram obtidos com
phanton de acrílico. Os valores de Cw são normalizados para corrente x tempo e padronizados
para colimação do feixe de aproximadamente 10 mm e uma quilo voltagem específica.
4.2.1 Cálculo de Cw
Os valores de Cw foram determinados a partir dos valores normalizados para cada tipo de
equipamento e aplicando-se os valores de mAs utilizados para cada exame fornecidos por o
técnico do serviço. Fatores de correção foram aplicados quando necessário. Desta forma o CTDIW
pode ser determinado utilizando a seguinte expressão (1):
(1)
onde:
NCw: valor tabelado fornecido por Impact;
FNxT: correção para colimação;
C: valor de mAs utilizado no exame;
NxT: onde N é o número de corte e T espessura de corte para uma rotação única. Para
multicortes onde N>1, NxT representa a espessura total de aquisição do detector
4.2.2 Cálculo de Cvol
O Cvol foi determinado a partir do valor de CTDIW e do pitch informado, como é mostrado na
equação (2) abaixo:
(2)
onde:
Cw:: valor de Cw correspondente para um exame determinado aplicando-se a expressão (1)
Pitch: valor informado para a aquisição helicoidal em cada exame.
4.2.3 Cálculo de DLP
Os valores de DLP foram determinados pelo produto dos valores de Cvol e os valores de
comprimento de varredura correspondentes em cada exame:
(3)
onde:
L é o comprimento de varredura.
4.2.4 Cálculo de E
O cálculo da Dose Efetiva E, em mSv, foi feito utilizando-se o fator de risco biológico,
introduzido pela ICRP, para tomografias de crânio que é de 0,0023 e multiplicando-o pela dose
equivalente média no orgão (DLP)
(4)
5. Resultados e Discussões
5.1 Dados dos exames
As quatro tabelas a seguir mostram os dados dos pacientes e parâmetros para o
cálculo da dose empregada (calculadas seguindo as fórmulas apresentadas no item 4.2).
A faixa de peso é dada de acordo com o protocolo que o técnico julga adequado ao
exame. Os protocolos têm faixa de pesos pré-definidos, dentro dessa faixa o técnico
escolhe o que mais se assemelha ao peso do paciente na hora do exame.
Faixa-etária: < 1 ano
Tabela 1: dados fornecidos pelo console no exame de pacientes neonatos.
Característica dos Pacientes
Nº IdadePeso (Kg)
Gênero (F/M)
Varredura (cm)
Espessura de corte
(mm)
Cortes/rotação
PitchTempo de
rotação (s)
Voltagem (kV)
mAmAs / corte
CVOL
(mGy)
DLP (mGy.cm)
E (mSv)
1 20M 10 F 15,1 0,625 40 0,68 0,50 120 270 183,6 27,3 515,6 1,192 16M 3 M 15,3 0,625 40 0,68 0,50 120 270 183,6 27,3 521,0 1,203 10M 3 M 17,5 0,625 40 0,68 0,50 120 203 138,0 34,1 435,8 1,004 9M 10,5 F 20,6 0,625 40 0,63 0,75 120 209 131,7 34,1 830,0 1,915 7M 3 F 12,1 0,625 40 0,68 0,50 120 270 183,6 27.3 540,1 1,246 3M 4 F 13,6 0,625 40 0,63 0,75 120 167 105,2 27,3 432,7 1,007 3M 3 F 13,6 0,625 40 0,63 0,75 120 209 131,7 34,1 593,7 1,378 7M 3 M 18,8 0,625 40 0,63 0,75 120 251 158,1 40,9 925,1 2,139 8M 3 F 15,3 0,625 40 0,63 0,75 120 209 131,7 34,1 653,4 1,50
10 7M 3 F 17,1 0,625 40 0,63 0,75 120 247 155,6 53,7 1142,7 2,63
Faixa-etária: 1 a 5 anos
Tabela 2: dados fornecidos pelo console no exame de pacientes 1 a 5 anos.
Característica dos Pacientes
Nº IdadePeso (Kg)
Gênero (F/M)
Varredura (cm)
Espessura de corte
(mm)
Cortes/rotação
PitchTempo de
rotação (s)
Voltagem (kV)
mAmAs / corte
CVOL
(mGy)
DLP (mGy.cm)
E (mSv)
1 2 10 F 15,7 0,625 40 0,68 0,50 120 270 183,6 27,3 515,6 1,192 3 3 M 18,0 0,625 40 0,68 0,50 120 270 183,6 27,3 521,0 1,203 4 3 F 15,3 0,625 40 0,68 0,50 120 203 138,0 34,1 435,8 1,004 4 10,5 M 17,9 0,625 40 0,63 0,75 120 209 131,7 34 743,3 1,715 5 10,5 M 18,0 0,625 40 0,63 0,50 120 270 170,1 34 651,3 1,506 4 10 M 15,3 0,625 40 0,63 0,50 120 167 105,2 27,3 432,7 1,007 3 3 F 17,9 0,625 40 0,63 0,75 120 209 131,7 34,1 742,0 1,718 3 4 F 15,7 0,625 40 0,63 0,75 120 330 207,9 53,7 1051,2 2,429 4 10,5 M 18,0 0,625 40 0,63 0,50 120 338 212,9 34 743,3 1,71
Faixa-etária: 5 a 10 anos
Tabela 3: dados fornecidos pelo console no exame de pacientes 5 a 10 anos.
Característica dos Pacientes
Nº IdadePeso (Kg)
Gênero (F/M)
Varredura (cm)
Espessura de corte
(mm)
Corte/rotação
PitchTempo
de rotação (s)
Voltagem (kV)
mAmAs / corte
CVOL
(mGy)
DLP (mGy.cm)
E (mSv)
1 6 3 M 17,9 0,625 40 0,68 0,50 120 270 183,6 27.3 540,1 1,24
2 6 4 F 15,5 0,625 40 0,63 0,75 120 167 105,2 27,3 432,7 1,00
3 7 31 F 15,3 0,625 40 0,63 0,75 120 270 170,1 53,7 1476,6 3,40
4 8 10,5 F 16,3 0,625 40 0,63 0,75 120 167 105,2 47,5 909,9 2,09
5 8 31 F 17,0 0,625 40 0,63 0,75 120 209 131,7 53,7 1123,9 2,58
6 6 10,5 F 15,4 0,625 40 0,63 0,75 120 330 207,9 53,7 1037,7 2,39
7 9 10,5 M 27,5 0,625 40 0,63 0,75 120 330 207,9 53,8 1667,0 3,83
8 9 31 M 16,2 0,625 40 0,63 0,75 120 495 311,9 40,9 662,0 1,52
9 8 31 M 17,0 0,625 40 0,63 0,75 120 330 207,9 53,7 1123,9 2,58
10 7 10,5 F 15,4 0,625 40 0,63 0,50 120 330 207,9 53,7 1037,7 2,39
Faixa-etária: 10 a 15 anos
Tabela 4: dados fornecidos pelo console no exame de pacientes 10 a 15 anos.
Característica dos Pacientes
Nº IdadePeso (Kg)
Gênero(F/M)
Varredura (cm)
Espessura de corte
(mm)
Corte/rotação
PitchTempo
de rotação (s)
Voltagem
(kV)mA
mAs /
corte
CVOL
(mGy)
DLP (mGy.cm)
E (mSv)
1 F 10,5 12 15,3 0,625 40 0,68 0,50 120 330 224,4 53,7 1137,3 2,62
2 F 71,0 13 16,3 0,625 40 0,63 0,75 120 330 207,9 53,7 1148,1 2,64
3 M 70,5 13 17,0 0,625 40 0,63 0,75 120 330 207,9 53,7 1175,0 2,70
4 M 10,5 13 15,4 0,625 40 0,63 0,75 120 330 207,9 53,7 1105,0 2,54
5 F 10,5 13 27,5 0,625 40 0,63 0,75 120 330 207,9 53,7 1234,3 2,84
6 F 51,0 15 16,2 0,625 40 0,63 0,75 120 330 207,9 53,7 1172,3 2,70
7 M 71 11 16,5 0,625 40 0,63 0,75 120 330 207,9 53,7 1096,9 2,52
8 M 51,0 13 18,9 0,625 40 0,63 0,75 120 330 207,9 53,7 1229,2 2,83
9 F 10,5 14 15,3 0,625 40 0,63 0,75 120 330 207,9 53,7 1029,6 2,37
10 M 10,5 14 17,5 0,625 40 0,63 0,50 120 330 207,9 53,7 1129,2 2,60
5.2 Valores calculados pelo ImPACT
A seguir as tabelas mostram os valores calculados para cada paciente de cada
uma das quatro faixas-etárias utilizando-se a folha de cálculos do ImPACT.
Faixa-etária: < 1 ano
Tabela 2.1: valores de exames em neonatos calculados utilizando a
planilha de cálculos do ImPACT.
Calculado - ImpactNº
paciente nCw,H/B
(mGy/mAs)
Cw
(mGy)
Cvol
(mGy)
PKL,CT
(mGy.cm) E (mSv)
1 0,11 20,196 29,7 448,5 1,0314812 0,11 20,196 29,7 454,4 1,0451433 0,11 15,184 22,33 390,8 0,8987834 0,11 14,484 22,99 472,4 1,0866225 0,11 20,196 29,7 357,9 0,8231366 0,11 11,573 18,37 249,8 0,5746147 0,11 14,484 22,99 312,7 0,7191278 0,11 17,394 27,61 519,1 1,1938569 0,11 14,484 22,99 351,7 0,809018
10 0,11 17,117 27,17 464,6 1,068596
Faixa-etária: 1 a 5 anos
Tabela 2.2: valores de exames pacientes pediátricos de 1 a 5 anos
calculados utilizando a planilha de cálculos do ImPACT.
Calculado - Impact
Nº paciente
nCw,H/B (mGy/mAs)
Cw
(mGy)Cvol
(mGy)PKL,CT
(mGy.cm)E (mSv)
1 0,11 20,2 29,7 466,29 1,07247
2 0,11 20,2 29,7 534,6 1,22958
3 0,11 15,2 22,33 341,649 0,78579
4 0,11 14,5 22,99 411,521 0,9465
5 0,11 18,7 29,7 534,6 1,22958
6 0,11 11,6 18,37 281,061 0,64644
7 0,11 14,5 22,99 411,521 0,9465
8 0,11 22,9 36,3 569,91 1,31079
9 0,11 23,4 37,18 669,24 1,53925
Faixa-etária: 5 a 10 anos
Tabela 2.3: valores de exames em pacientes pediátricos de 5 a 10
anos calculados utilizando a planilha de cálculos do ImPACT.
Calculado - Impact
Nº
paciente
nCw,H/B
(mGy/mAs)
Cw
(mGy)
Cvol
(mGy)
PKL,CT
(mGy.cm)E (mSv)
1 0,11 20,2 29,7 531,63 1,22275
2 0,11 11,57 18,37 283,82 0,65278
3 0,11 18,71 29,7 452,93 1,04173
4 0,11 11,57 18,37 298,51 0,68658
5 0,11 14,48 22,99 390,83 0,89891
6 0,11 22,87 36,3 559,02 1,28575
7 0,11 22,87 36,3 998,25 2,29598
8 0,11 34,3 54,45 882,09 2,02881
9 0,11 22,87 36,3 617,1 1,41933
10 0,11 22,87 36,3 559,02 1,28575
Faixa-etária: 10 a 15 anos
Tabela 2.4: valores calculados para exames em pacientes pediátricos de
10 a 15 utilizando a planilha de cálculos do ImPACT
Calculado - Impact
Nº
paciente
nCw,H/B
(mGy/mAs)
Cw
(mGy)
Cvol
(mGy)
PKL,CT
(mGy.cm) E (mSv)
1 0,11 24,684 36,3 553,575 1,2732
2 0,11 22,869 36,3 589,875 1,3567
3 0,11 22,869 36,3 617,1 1,4193
4 0,11 22,869 36,3 559,02 1,2857
5 0,11 22,869 36,3 998,25 2,296
6 0,11 22,869 36,3 588,06 1,3525
7 0,11 22,869 36,3 598,95 1,3776
8 0,11 22,869 36,3 686,07 1,578
9 0,11 22,869 36,3 555,39 1,2774
10 0,11 22,869 36,3 635,25 1,4611
5.3 Valores obtidos com o simulador
Por fim, as quatro tabelas abaixo resumem os valores obtidos, para cada paciente de cada
faixa etária, por meio do simulador (phanton). Os dados foram obtidos seguindo as sugestões do
fabricante quanto ao posicionamento do phanton e parâmetros de aquisição da imagem.
Faixa-etária: < 1 ano
Tabela 1.3: Dados obtidos através do simulador para neonatos
Medido (camara de ionização)
Nº paciente
nCw,H/B (mGy/mAs)
Cw (mGy)Cvol
(mGy)PKL,CT
(mGy.cm)E (mSv)
1 0,145 26,53142 39,017 589,15 1,3550532 0,145 26,53142 39,017 596,96 1,3730013 0,145 19,9477 29,335 513,36 1,1807284 0,145 19,02719 30,202 620,65 1,4274925 0,145 26,53142 39,017 470,15 1,0813516 0,145 15,20355 24,133 328,2 0,7548687 0,145 19,02719 30,202 410,75 0,9447158 0,145 22,85084 36,271 681,9 1,5683669 0,145 19,02719 30,202 462,09 1,062805
10 0,145 22,48668 35,693 610,35 1,403811
Faixa-etária: 1 a 5 anos
Tabela 2.3: Dados obtidos através do simulador para faixa etária de 1 a 5 anos
Medido (camara de ionização)
Nº
paciente
nCw,H/B
(mGy/mAs) Cw (mGy)
Cvol
(mGy)
PKL,CT
(mGy.cm)E (mSv)
1 0,145 26,531424 39,017612,5637
6 1,4089
2 0,145 26,531424 39,017 702,3024 1,6153
3 0,14519,947700
3 29,335448,8232
6 1,0323
4 0,14519,027192
8 30,202540,6138
9 1,2434
5 0,145 24,580584 39,017 702,3024 1,6153
6 0,14515,203546
4 24,133369,2289
8 0,8492
7 0,14519,027192
8 30,202540,6138
9 1,2434
8 0,145 30,042936 47,687748,6890
4 1,722
9 0,14530,771249
6 48,843879,1785
6 2,0221
.
Faixa-etária: 5 a 10 anos
Tabela 3.3: Dados obtidos através do simulador para faixa etária de 5 a 10 anos
Medido (camara de ionização)
Nº paciente
nCw,H/B (mGy/mAs)
Cw
(mGy)Cvol (mGy)
PKL,CT
(mGy.cm)E (mSv)
1 0,145 26,5314 39,0168 698,41,606321
7
2 0,145 15,203524,132613
3 372,850,857552
4
3 0,145 24,5806 39,0168 595,011,368514
3
4 0,145 15,203524,132613
3 392,150,901956
4
5 0,145 19,027230,201893
3 513,43 1,180894
6 0,145 30,0429 47,6872 734,381,689080
6
7 0,145 30,0429 47,6872 1311,43,016215
4
8 0,145 45,0644 71,5308 1158,82,665237
6
9 0,145 30,0429 47,6872 810,681,864569
5
10 0,145 30,0429 47,6872 734,381,689080
6
Faixa-etária: 10 a 15 anos
Tabela 4.3: Dados obtidos através do simulador para faixa etária de 10 a 15 anos
Medido (camara de ionização)
Nº paciente
nCw,H/B (mGy/mAs)
Cw
(mGy)Cvol
(mGy)PKL,CT
(mGy.cm)E (mSv)
1 0,145 32,427 47,6872 727,23 1,67263
2 0,145 30,043 47,6872 774,92 1,78231
3 0,145 30,043 47,6872 810,68 1,86457
4 0,145 30,043 47,6872 734,38 1,68908
5 0,145 30,043 47,6872 1311,4 3,01622
6 0,145 30,043 47,6872 772,53 1,77683
7 0,145 30,043 47,6872 786,84 1,80973
8 0,145 30,043 47,6872 901,29 2,07296
9 0,145 30,043 47,6872 729,61 1,67811
10 0,145 30,043 47,6872 834,53 1,91941
5.4 Comparativo Computed Tomography Dose Index (CTDI)
O CTDIvol é obtido a partir da razão entre o índice ponderado de dose em TC (weighted
computed tomography dose index – CTDIw) e o pitch, onde o pitch é definido como a distância
percorrida pela mesa em uma rotação da fonte de raios-x dividida pela largura total colimada do
feixe.
Após os dados serem colhidos e devidamente documentados, foram plotados
gráficos entre os cálculos fornecidos pela planilha do ImPACT, os dados obtidos pelo
console do equipamento e aqueles adquiridos através do fantoma.
Faixa-etária: < 1 ano
Comparativo CTDIvol neonatos
0
10
20
30
40
50
60
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Pacientes
CT
DIv
ol
(mG
y)
Equipamento
Impact
Medido
Gáfico 1: comparativo CDTIvol para neonatos
O gráfico comparativo de dose parar pacientes menor que um ano de idade mostra que
70% dos valores fornecidos pelo console do equipamento estão acima tanto do valor
teórico fornecido pelo ImPACT quanto do valor medido pelo simulador
Faixa-etária: 1 a 5 anos
Comparativo CTDIvol 1- 5 anos
0
10
20
30
40
50
60
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Pacientes
CT
DIv
ol
(mG
y)
Equipamento
Impact
Medido
Gráfico 2: comparativo CTDIvol para pacientes de 1 a 5 anos
Nota-se uma menor diferença entre o valor do equipamento comparado aos
valores teóricos e medidos, aproximadamente 55%. Todavia, pode-se perceber valores
(~33%) que ficaram abaixo dos dois outros métodos quantitativos de dose.
Faixa-etária: 5 a 10 anos
Comparativo CTDIvol 5 - 10 anos
01020304050607080
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Pacientes
CT
DIv
ol
(mG
y)
Equipamento
Calculado
Medido
Gráfico 3: comparativo CTDIvol para pacientes pediátricos de 5 a 10 anos
Para a faixa 5-10 anos 80% dos valores do console diferem dos valores fornecidos pelo
simulador e pelo cálculos realizados através da folha de caçulos ImPACT.
Faixa-etária: 10 a 15 anos
Comparativo CTDIvol 10 - 15 anos
0
10
20
30
40
50
60
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Pacientes
CT
DIv
ol
(mG
y)
Equipamento
Impact
Medido
Gráfico 4: comparativo CDTIvol para paciente entre 10 e 15 anos
Para a maior faixa-etária do estudo, apesar do gráfico 4 nos fornecer valores
uniformes para o exame dos 10 pacientes, todos eles se encontram acima dos valoes
teóricos e medidos.
5.5 Comparação de CTDIvol entre as faixas-etárias
Para comparar o valor de CTDIvol mais preciso que os pacientes (de cada faixa de
idade) estava recebendo na hora do exame, foi plotado um gráfico comparativo utilizando
os valores medidos com o simulador (para cada faixa de idade).
Gráfico 5: comparativo entre CTDIvol entre faixas-etárias
Observando o gráfico 5 que compara os valores de dose irradiadas no pacientes
de cada faixa etária, podemos notar que, como pode-se esperar, a média de CTDIvol
cresce linearmente conforme a idade dos pacientes também aumenta.
Há porém, um grande intervalo superior para a faixa 5-10 anos evidenciando
valores anomalamente altos de dose.
Nota-se a uniformidade de valores de dose para pacientes entre 10 e 15 anos, em
contrapartida a grande dispersão para a faixa imediatamente inferior (5 – 10 anos)
5.6 Comparativo Dose Length Product (DLP)
A DLP é a razão entre a medida de CTDIw e o pitch. A DLP pode ser usada também
para obter uma primeira estimativa de de dose caracterizando o exame completo. A
seguir, as medidas feitas pelo simulador, os cálculos realizados de acordo com o ImPACT
e os valores fornecidos pelo equipamento na hora do exame, em quatro gráficos, cada um
correspondendo a uma faixa-etária.
Faixa-etária: < 1 ano
Comparativo DLP neonatos
0,0
200,0
400,0
600,0
800,0
1000,0
1200,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Pacientes
DL
P (
mG
y.cm
)
Equipamento
Impact
Medido
Gráfico 1.1: Comparativo DLP para neonatos
Assim como para os valores fornecidos pelo equipamento para CTDIvol em
neonatos, a DLP também se encontrou 70% acima dos pontos da curva “Medido” e
“Impact”.
Faixa-etária: 1 a 5 anos
Comparativo DLP 1 - 5 anos
0,0
200,0
400,0
600,0
800,0
1000,0
1200,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Pacientes
DL
P (
mG
y.cm
)
Equipamento
Calculado
Medido
Gráfico 1.2: Comparativo DLP parar faixa de 1 a 5 anos
Para curva de 1 a 5 anos, podemos encontrar, para o equipamento, diferenças de
quase duas vezes entre o menor e o maior valor de DLP. Para esta faixa 40% dos valores
estão acima tanto dos valore Impact quanto dos valores medidos.
Faixa-etária: 5 a 10 anos
Comparativo DLP 5 - 10 anos
0,0
300,0
600,0
900,0
1200,0
1500,0
1800,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Pacientes
DL
P (
mG
y.cm
)
Equipamento
Calculado
Medido
Gráfico 1.3: Comparativo DLP para faixa-etária de 5 a 10 anos
Também acompanhando a tendência de CTDIvol, 80% dos valores estão acima
dos outros dois métodos comparativos, porém apenas um se encontra abaixo das duas
curvas simultaneamente.
Faixa-etária: 10 a 15 anos
Comparativo DLP 10 - 15 anos
0,0
200,0
400,0
600,0
800,0
1000,0
1200,0
1400,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Pacientes
DL
P (
mG
y.cm
)
Equipamento
Calculado
Medido
Gráfico 1.4: Comparativo DLP para pacientes de 10 a 15 anos
Já para valores de DLP em pacientes de 10 a 15 anos 90% dos valores fornecidos
pelo equipamento na hora do exame estão acima dos valores calculados pelo Impact e
dos valores medidos com o fantoma.
5.7 Comparativo DLP entre as faixas-etárias do estudo
Novamente, como no item 5.5, foi desenhado um gráfico relacionando as faixas de
idade (neonatos, 1-5 anos, 5-10 anos, 10-15 anos) no parâmetro DLP, como mostrado no
gráfico
Gráfico 1.5: relação entre as faixas etárias da DLP
Ainda no gráfico de relação entre as quatro faixas de idade estudadas nota-se
claramente que a média dos valores DLP cresce linearmente com o aumento da faixa-
etária.
Novamente há grande dispersão para faixa 5-10 anos, e diferente de CTDIvol, a
não uniformidade de valores para faixa-etária de 10-15 anos.
6 Conclusão
Conclui-se a partir dos resultados dessa pesquisa que todos os valores fornecidos
pelo equipamento estiveram acima dos valores teóricos e medidos para o mesmo
equipamento.
Para o parâmetro quantitativo CTDIvol a faixa etária que mostrou maior
semelhança entre os valores “Impact” e “Medido” foi a faixa etária de 1 a 5 anos, e assim
mesmo em torno de 55% dos resultados estão acima desse valor. O fato dos valores do
equipamento estarem acima dos valores teóricos e medidos se torna bem evidente na
última faixa-etária (10 – 15 anos). Este fato pode estar associado a maior similitude
corporal entre os paciente desta faixa etária. Em contrapartida, para a faixa de idade 5 –
10 anos há grande dispersão de valores, e encontramos grandes diferenças entre valor
do exame e o valor medido para o paciente 3, onde se levando em conta o valor de
CDTIvol fornecido pelo exame e o medido há a diferença de mais de 27%, (sendo o valor
do equipamento 100%).
Para DLP torna-se clara a grande oscilação de valores do equipamento. Mesma
para a faixa de 10 – 15 anos há pequena oscilação, menor do que nas outras faixas de
idade estudas, seguindo também a tendência observada para CTDIvol da referida faixa-
etária. Acompanhando os valores obtidos para CTDIvol a faixa que mostrou menor
tendência para curva “Equipamento” estar acima dos valores médio e teórico foi a faixa de
1 a 5 anos (~44%). Novamente, grande discrepânica, como era de esperar seguindo a
tendência CTDIvol, entre valor medido e fornecido pelo console do equipamento foi
evidenciada no gráfico da faixa de idade de 5 a 10 anos.
Comparando os valores medidos para todas as faixas de idades, para os dois
parâmetros em questão, nota-se a linearidade com que eles aumentam conforme a faixa
etária é aumentada. Embora a maior uniformidade seja observada para a DLP, onde a
média teórica DLP por paciente (mediana) se encontra perto do centro da faixa de DLP
média obtida na medida (25% a 75%) . Para o gráfico comparativo do valores medidos
com o simulador de crânio entre as idades no parâmetro CTDIvol, a faixa de 1 a 5 anos
obteve a media de valores no extremo superior da faixa de valores médios, evidenciando
doses mais baixa do que é adequado, nas mesmas condições.
Levando em conta os resultados, constata-se necessidade de treinamento dos
profissionais que atuam nessa área, enfatizando a necessidade de uma atenção especial
para pacientes crianças.
Protetores de órgãos não foram utilizados nos exames, e no hospital em que os
dados foram coletados o método de contenção da criança era a sedação, porém em
outras unidades hospitalares foram-se evidenciados vários casos em que os pais foram
chamados para segurarem os pacientes sem a devida proteção plumbífera. Esses fatos
associados com os fatores de técnica como espessura de corte muito pequena (uma
colimação muito fina, que aumenta indiretamente a dose no paciente) e uma grande
reconstrução expõem o paciente (adulto e pediátrico) a uma quantidade de radiação
desnecessária.
Mantendo uma manutenção do equipamento, e acima de tudo, aprimoramento na
formação dos profissionais é possível otimizar exames pediátricos com eficiência sem
comprometer a qualidade da imagem, e conseqüentemente o diagnóstico.
7 Referências Bibliográficas
1. Multi-Slice Computed Tomography (MSCT): The Dose Challenge of the New Revolution. Rad.
Prot. Dos (2005), Vol 114, Nos 1-3, pp. 303-307
2. IMPACT (Imaging Performance Assessment of CT scanners), Website http://
www.impactscan.org
3. SHRIMPTON PC, Hillier MC, Lewes MA, Dunn M. National Radiological Protection Board
(NRPB): doses from computed tomography examinations in the UK— 003 review. Document
NRPB-W67. Chilton, England: National Radiological Protection Board, 2005.
4. INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY. Optimization of the radiological protection of
patients undergoing radiography, fluoroscopy and computed tomography. Document no. IAEA-
TECDOC-1423. Vienna, Austria (2004).
5. TORP C, Olerud H, Einarson G, Gron P, Leitz W, Servomaa A. Use of the EC quality criteria as
a common method of inspecting CT laboratories: a pilot study by the Nordic Radiation Protection
Authorities—radiological protection of patients in diagnostic and interventional radiology, nuclear
medicine and radiotherapy. Document IAEA-CN-85-175. Vienna, Austria: International Atomic
Energy Agency, 2001.
6. Dalmazo J, Elias Jr J, Brocchi MAC, Costa PR, Azevedo-Marques PM. Otimização da dose em
exames de rotina em tomografia computadorizada: estudo de viabilidade em um hospital
universitário. Radiol Bras. 2010;43(4):241–248.