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Ministério da Justiça Relatório Anual da Comissão de Anistia Brasília 2008

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Ministério da Justiça

Relatório Anual

da Comissão

de Anistia

Brasília2008

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Ministério da Justiça

MinistroTarso Genro

Presidente da Comissão de AnistiaPaulo Abrão Pires Junior

Vice-PresidenteSueli Aparecida Bellato

Comissão de Anistia

B823r

Brasil. Ministério da Justiça. Comissão de Anistia. Relatório Anual da Comissão de Anistia 2008. – Brasília : Comissão de Anistia , 2009.

104 p. : il., gráfs., tab. Inclui em anexo os boletins da Comissão de Anistia de 2008. 1. Anistia. 2. Organização política. 3. Relatório técnico. I. Título.

CDD 341.5462

Ficha elaborada pela Biblioteca do Ministério da Justiça – MJ

S u m á r i o

APRESENTAÇÃO ...................................................................5

RESUMO EXECUTIVO .............................................................7

BALANÇO DAS AÇÕES IMPLEMENTADAS ................................9

1. Gestão Administrativa .................................................111.1 Setor de Atendimento .......................................................................... 131.2 Setor de Protocolo e Diligência ........................................................... 141.3 Setor de Análise .................................................................................. 151.4 Setor de Julgamento ........................................................................... 191.5 Setor de Contadoria e Finalização ...................................................... 211.6 Setor de Arquivo e Memória ................................................................ 221.7 Assessoria Jurídica .............................................................................. 22

2. Gestão de Pessoas .......................................................272.1. Quadro de Pessoal ............................................................................. 292.2. Capacitação de Servidores ................................................................ 29

3. Novos Projetos .............................................................333.1 Projeto Educação para a Cidadania, Democracia e Direitos Humanos ...... 353.2 Projeto Memorial da Anistia Política no Brasil ..................................... 56

4. Transparência e Comunicação Social ............................634.1. Divulgação Institucional ...................................................................... 654.2. Diálogo Público ................................................................................... 674.3. Atividades Relacionadas a Órgãos e Entidades Internacionais ......... 694.4. Acordos e Parcerias ........................................................................... 70

5. Outros Dados Estatísticos .............................................73

6. Anexos .........................................................................81

Secretária-ExecutivaRoberta Vieira AlvarengaAssessoria da PresidênciaEduardo Pazinato da CunhaFlávia CarletKelen Meregali Model FerreiraMarcelo Dalmás Torelly Marleide Ferreira RochaSimone Steigleder BotelhoSueli Aparecida BellatoTatiana Tannus GramaAssessoria JurídicaJoaquim Soares de Lima NetoVinicius Marcelus Rodrigues Nunes

Chefe de SecretariaEvelin dos Santos FerreiraSetor de AnáliseViviane Fecher MoreiraSetor de Arquivo e MemóriaLuciane Canto da RosaSetor de AtendimentoMuller Luiz BorgesSetor de JulgamentoSimone Eliza CasagrandeSetor de Contadoria e FinalizaçãoGlaucia Bruno SouzaSetor de Protocolo e DiligênciaJane Ferreira Braulino

ConselheirosAline Sueli de Salles SantosAna Maria Lima de OliveiraBeatriz do Valle BargieriEgmar José de OliveiraHenrique de Almeida CardosoJosé Carlos Moreira da Silva FilhoJuvelino José Strozake

Luciana Silva Garcia Luiz Carlos Duarte MendesMarcia Elayne Berbich de MoraesMárcio GontijoMarina Silva SteinbruchNarciso Fernandes BarbosaPaulo Abrão Pires JuniorPrudente José Silveira Mello

Roberta Camineiro BaggioRodrigo Gonçalves dos SantosSérgio Ribeiro MuylaertSueli Aparecida BellatoVanda Davi Fernandes de OliveiraVanderlei de OliveiraVerônica Daniel SilveiraVirginius José Lianza da Franca

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A p r e s e n t a ç ã o

A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, nos últimos dois anos, vem desenvolvendo diversas ações em busca do excelente cumprimento de sua função pública, com vistas a resgatar os valores do Estado Democrático de Direito e da Justiça. A avaliação que se faz, para responder aos desafios do cenário brasileiro de busca pela reparação dos erros cometidos no passado, é positiva.

O trabalho deste ano manteve a perspectiva de efetivação e ampliação do direito constitucional à reparação e aprofundou a implementação dos eixos de educação e memória, a fortalecer o debate acerca da anistia política.

Atitudes inovadoras como a audiência pública sobre limites e possibilidades para a responsabilização dos agentes públicos que cometeram atos de tortura e violação aos direitos humanos durante períodos de exceção, reintroduziram em nossa sociedade a relevância do tema, que projeta reflexos em diversos campos da vida pública brasileira, como a afirmação da justiça, o combate à impunidade e a consolidação do paradigma do Estado de Direito como regulador das relações humanas. A iniciativa culminou com a chegada do tema ao Poder Judiciário por meio da Ordem dos Advogados do Brasil, a revitalizar o direito à verdade, à memória, à justiça e à reparação, valores da Justiça de Transição que procuramos exercer, em consonância com o que vêm se desenvolvendo em toda América Latina.

Uma avaliação da amplitude das Caravanas da Anistia merece atenção quando falamos dos personagens que foram lembrados e que possibilitaram ao Estado o pedido oficial de perdão pelos erros cometidos e consequente reparação, de forma pública, possibilitando o diálogo e o acúmulo de informações sobre a luta pela democracia brasileira, auxiliando também no fornecimento de subsídios para o resgate do processo histórico. Neste processo, além de grandes líderes

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Relatório Anual da Comissão de Anistia 2008 7

de nosso povo, pudemos também homenagear a milhares de personagens anônimos, que dedicaram suas vidas á consolidação da democracia no Brasil.

Obras de alcance nacional foram projetadas e postas em execução para o futuro próximo, como meios de facilitação do acesso à justiça, para implementação de políticas públicas de memória. Maior exemplo não há que a estruturação de uma sede para o Memorial da Anistia, com espaço para exposições permanentes e temporárias sobre o período ditatorial brasileiro; a realização de projetos como Caminhos para Democracia – um museu de percurso em capitais brasileiras, reconhecendo a história local na redemocratização do país, e o Projeto Marcas da Memória – que trabalha a coleta de depoimentos de pessoas que sofreram os abusos de poder infringidos à época. Esses projetos objetivam garantir que o processo público de reparação e revelação histórica sobre anos obscuros de nossa história tornem-se públicos, e ensejem necessária reflexão que conduz ao nunca mais.

São os anistiados políticos brasileiros, que lutaram pela consolidação de um país livre, e hoje fazem parte da história do Brasil, a inspiração de nosso trabalho, pela construção de um país verdadeiramente justo e igualitário.

Brasília, dezembro de 2008.

TARSO GENRO PAULO ABRÃO PIRES JUNIOR Ministro da Justiça Presidente da Comissão de Anistia

R e s u m o E x e c u t i v oDando seguimento às metas estabelecidas no início da gestão do ministro Tarso Genro, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça aprimora suas atividades inerentes à anistia política no Brasil, com fundamento na Lei 10.559/2002, com a apreciação de requerimentos de pessoas que se declaram perseguidas políticas, cumprindo sua função pública de aprofundar o processo democrático brasileiro, reparando os atos arbitrários do Estado à época do regime ditatorial.

Até esse ano foram 63 mil requerimentos autuados, cuja meta de conclusão de apreciação em Turma é até o final de 2010. Para conseguir atingir o fim proposto, houve continuidade no aperfeiçoamento das medidas implementadas e esforço pela agilização dos julgamentos.

A metodologia adotada para otimizar a apreciação dos requerimentos conjugou processos com prioridade no primeiro semestre e julgamento em bloco de processos no segundo semestre, que foram objetos das sessões temáticas realizadas no ano anterior. Desse modo, com parâmetro em estudos de Grupos de Trabalho formados para classificar, organizar e sugerir propostas acerca de cada um do temas foi possível a coordenação das tarefas e cumprimento da meta de julgamento.

No presente ano houve investimento em capacitação envolvendo a integralidade de prestadores. Além dos cursos de Atendimento ao Público, Secretariado, Português e Redação Oficial, houve participação em cursos externos, tudo com vista à melhora no atendimento prestado.

O aumento na quantidade de requerimentos apreciados em grau de recurso pelo Plenário da Comissão de Anistia é fruto do compromisso assumido em agilizar os procedimentos. Neste sentido, utilizando-se de grupo de trabalho constituído para esse fim, foi possível mapear e organizar as solicitações facilitando seu fluxo.

O equilíbrio entre os resultados das ações desenvolvidas, nos planos social e histórico, ora divulgados, reflete o compromisso da Comissão de Anistia com o resgate da democracia no país, demonstrado por intermédio de suas ações, projetos, e das diversas iniciativas que promovem o debate junto aos cidadãos.

Reiterando o compromisso de atender aos interesses dos requerentes, anistiados e anistiandos políticos brasileiros, e aos funcionários pelo comprometimento e dedicação, tornou-se possível os resultados apresentados neste Relatório.

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1.1 Setor de Atendimento

A partir da adoção de uma nova sistemática de trabalho, desde sua reestruturação no ano de 2007, o Setor de Atendimento da Comissão de Anistia, com a responsabilidade de auxiliar os requerentes no esclarecimento de suas dúvidas, bem como elucidar questionamentos sobre a tramitação dos processos, recebendo e avaliando criticas, contou com equipe de nove pessoas, em tempo integral, das 8 às 18 horas.

Mudança na coordenaçãoVisando qualificar o atendimento aos requerentes, passou a integrar a Assessoria Técnica do Setor de Atendimento da Comissão de Anistia um profissional do Setor de Análise, com formação e experiência na área jurídica, o que possibilitou maior agilidade no atendimento das demandas apresentadas, a contribuir na filtragem dos atendimentos, e, por conseguinte, a diminuição do tempo de tramitação dos processos na Comissão de Anistia.

Implantação de software específicoCom objetivo de melhorar o controle das tarefas desempenhadas pelo Setor de Atendimento da Comissão, foi desenvolvido software, em parceria com a Coordenação-Geral de Tecnologia da Informação do Ministério da Justiça, destinado a acompanhar os atendimentos realizados pelo Setor, auxiliando no controle de retornos e aprimorando o potencial de atendimentos.

Mudança no layoutVisando conferir maior eficiência ao atendimento pessoal, foi realizada reforma no Setor de Atendimento, e destinando-se uma sala específica para recepção dos requerentes que buscam atendimento com a Assessoria Técnica. Um espaço reservado que proporciona maior comodidade e privacidade aos interessados.

Gráfico 01 – Atendimentos realizados em 2008

*média mensal de 400 ligações (abril-outubro)Fonte: Setor de Atendimento/CA

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1.2 Setor de Protocolo e Diligência

O Setor de Protocolo e Diligência, cerne organizacional da Comissão de Anistia, conta com sete funcionários e seis estagiários, que, juntos, desenvolvem atividades essenciais, como:

• Receber correspondências enviadas à Comissão de Anistia e cadastrá-las junto ao sistema de documentação padrão do Ministério da Justiça (MJDoc);

• Zelar pela adequada anexação de documentos nos requerimentos de anistia mantidos no local, inserindo informações de tramitação no MJDoc e no Programa de Controle de Requerimentos de Anistia (PCPA);

• Autuar novos requerimentos de anistia, iniciando a instrução do requerimento administrativo;

• Autuar pedidos de recursos;

• Solicitar diligências a empresas e requerentes;

• Atuar no recadastramento dos requerimentos de anistia.

Protocolo de documentos

Responsável por dar prosseguimento aos documentos e requerimentos de anistia, recebidos de particulares e de órgãos internos e externos ao Ministério da Justiça, o protocolo é essencial para organização documental da Comissão de Anistia.

Atua recebendo e cadastrando novos requerimentos, em consonância com as Normas Procedimentais da Comissão. Em 2008 autuou 2.517 (dois mil quinhentos e dezessete) processos.

Gráfico 02 – Evolução do número de processos autuados

Fonte: Setor de Protocolo e Diligência/CA

Quadro 01 – Número de documentos protocolados e diligenciados no setor

Tarefa realizada Quantidade

Documentos recebidos 17.533

Processos autuados 2.517

Processos recadastrados 4.163

Processos tramitados para despacho da Presidência 726

Fonte: Setor de Protocolo e Diligência/CA

Diligências

Auxiliando na instrução dos requerimentos de anistia, a diligência é encaminhada como medida de apoio às informações contidas nos processos, quando da necessidade de averiguação de um fato, contribuindo para o zelo do direito do anistiado político.

1.3 Setor de Análise

O Setor de Análise, atualmente composto por 21 analistas, todos bacharéis em Direito, presta assessoria técnica aos Conselheiros da Comissão de Anistia, realização de estudos temáticos, trabalhando na análise e instrução processual e preparando minutas que serão submetidas aos conselheiros-relatores, para apreciação nas turmas ou no plenário. Conta, ainda, com três apoios administrativos para juntadas de documentos, preparo e organização dos autos.

Estudos concluídos em 2008

No início de 2008, uma equipe reavaliou os pedidos de diligência pendentes de respostas em 3.261 (três mil duzentos e sessenta e um) processos. De janeiro a maio, foram destacados 1.064 (um mil e sessenta e quatro) processos que estavam aptos à apreciação, dentre os quais se encontravam muitos requerentes idosos e portadores de doenças graves, sendo estes encaminhados para análise e confecção de minutas, o que possibilitou uma pauta com especial atenção às prioridades entre os meses de abril e agosto.

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Quadro 02 – Quantidade de processos avaliados por grupos temáticosGrupo temático Quantidade de processos avaliados

Programa Nacional de Alfabetização 172Guerrilha do Araguaia 255Grupo dos Onze 403Arsenal de Marinha 322Pólo Petroquímico de Camaçari 171Petrobrás 806Banco do Brasil 124Empresa de Correios e Telégrafos 880Embraer 138General Motors 77Companhia Siderúrgica Nacional 58Cosipa 88Belgo Mineira 23Usiminas 36Açominas 35Metalúrgicos do ABC 47Metalúrgicos de Osasco 02Bancários de São Paulo 19Total 3.656

Fonte: Setor de Análise/CA

Nos primeiros meses de 2008, o Setor de Análise concluiu importante estudo (análise, averiguação, investigação) do Grupo de Trabalho que atuou nos casos de jornalistas e colaboradores do Programa Nacional de Alfabetização (PNA), promovendo estudo que proporcionou a apreciação de 209 (duzentos e nove) requerimentos nos meses de abril e maio.

Em abril de 2008, parte da equipe avançou nos estudos dos 255 (duzentos e cinqüenta e cinco) processos de camponeses que pleitearam indenização pela perseguição sofrida por ocasião da Guerrilha do Araguaia e acompanhou a segunda comitiva do Ministério da Justiça à cidade de São Domingos do Araguaia, no Estado do Pará, para a coleta de 115 (cento e quinze) depoimentos, imprescindíveis à finalização dos estudos, que já estão em fase de conclusão.

Outro tema que recebeu atenção do Setor de Análise, ainda no primeiro semestre, foi o “Grupo dos Onze”, que contou com aproximadamente 403 (quatrocentos e três) requerimentos triados, sendo os primeiros apreciados no mês de outubro.

Além destas matérias, em junho de 2008, o Conselho deu início às reuniões

administrativas de turmas para aprofundar os estudos sobre as temáticas inicialmente propostas pelos requerentes e debatidas no ano de 2007, através de amplas exposições ocorridas nos espaços do Ministério da Justiça. Ao total, foram 16 reuniões administrativas das turmas de conselheiros que, juntamente com os prestadores, trataram dos pedidos de anistia política relacionada a 3.071 (três mil e setenta e um) requerimentos de ex-funcionários de diversos seguimentos da indústria e de outros referidos nas Sessões Temáticas, bem como da aplicação do art. 8º do ADCT e da Lei nº 10.559/02 às greves ocorridas na década de 80.

Concluídos os estudos, 1.293 (um mil duzentos e noventa e três) processos foram submetidos à diligência (vide quadro 03). Neste procedimento, foram requeridas diligências aos requerentes e seus procuradores, empresas e diversos órgãos, totalizando 2.197 (dois mil cento e noventa e sete) pedidos.

Quadro 03 – Número de processos submetidos a diligência por temaGrupo temático Nº de Processos

Açominas 14Arsenal da Marinha 01Bancários de São Paulo 02Banco do Brasil 39Belgo Mineira 10Camaçari 163Cosipa 78Companhia Siderúrgica Nacional 20Empresa de Correios e Telégrafos 574Embraer 30General Motors 76Metalúrgico do ABC 17Metalúrgico de Osasco 02Petrobrás 247Usiminas 20Total 1.293

Fonte: Setor de Análise/CA

Quadro 04 – Quantidade de diligências requeridas a órgãos públicosDestinatário Quantidade de diligências

Arquivo Público Nacional 415Empresas 976INSS 157Requerentes 250Superior Tribunal Militar 211Arquivos Públicos Estaduais 4Sindicatos 184Total 3.588

Fonte: Setor de Protocolo e Diligência/CA

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Sessões Temáticas

Dando seqüência à agenda de 2007, foram realizadas cinco Sessões Temáticas em 2008, a pedido dos anistia(n)dos, com apresentação de suas considerações aos Conselheiros, versando sobre os seguintes temas:

Quadro 05 – Sessões temáticas realizadas

Data Tema

23/04 Trabalhadores do Mar

08/05 Polícia Rodoviária Federal da Bahia

05/06 Fábrica Nacional de Motores (FNM)

13/08 Regime Jurídico do Anistiado Político Militar

13/08 Graduados das Forças Armadas

Fonte: Gabinete da Presidência/CA

Plenário

Atendendo à demanda do Plenário, foi realizada triagem em 2.116 (dois mil cento e dezesseis) processos com pedidos de revisão, o que possibilitou mapear o universo de recursos existentes na Comissão de Anistia. A partir deste estudo prévio, foram detectados os grupos que seriam objeto de apreciação em grau de recurso, com destaque quantitativo para os seguintes grupos:

Quadro 06 – Relação dos grupos triados para apreciação em grau de recursoGrupos Temáticos Nº de processos relacionados

Cabos da Força Aérea Brasileira 272Marinha do Brasil 127Empresa de Correios e Telégrafos 97Polícia Militar 49Grupo dos Onze 48Exército 47Professores 47Sindicalistas 41RFFSA 38Petrobrás 33Arsenal de Marinha 30Total 829

Fonte: Setor de Análise/CA

Posteriormente à triagem, foram separados os processos cujos pedidos tratavam de reconsideração de portaria a serem dirigidos diretamente ao Senhor Ministro da Justiça, bem como aqueles cujos pedidos de recurso foram apresentados fora do prazo recursal. Feito este saneamento, foram realizadas sessões plenárias a partir do mês de agosto de 2008, firmando entendimento, em grau de recurso, relativo às seguintes organizações: Trabalhadores do Mar, Fundação Educar, Departamento Nacional de Estradas e Rodagem (DNER), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), Grupo Executivo das Terras do Araguaia-Tocantins (INCRA/GETAT), Marinha do Brasil, Cobal, Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), Instituto de Previdência a Assistência dos Servidores dos Estados (IPASE), Caixa Econômica Federal (CEF) e professores.

Quadro 07 – Resultados obtidos no Grupo de Trabalho sobre diligênciasDados da triagem TotalRequerimentos triados 2.116Minutas preparadas 223Recursos intempestivos 147

Fonte: Setor de Análise/CA

1.4 Setor de Julgamento

Dando continuidade às inovações introduzidas no Setor de Julgamento em 2007, mantiveram-se seis sessões de turma de julgamento semanais, além de sessões plenárias quinzenais e sessões administrativas com intuito de discutir na coletividade de Conselheiros assuntos pertinentes à solução dos requerimentos.

Composto por dez funcionários e um estagiário, o Setor de Julgamento tem a função de recepcionar os processos de anistia aptos a serem apreciados; é responsável pela estrutura formal de organização das sessões, tendo como principais incumbências:

• Distribuir e controlar o envio de requerimentos aos Conselheiros-Relatores;

• Obter confirmação prévia das pautas de julgamento;

• Publicar as pautas de julgamento com 48 horas de antecedência à sessão;

• Organizar a infra-estrutura da sessão de julgamento;

• Elaborar as atas de julgamento e coletar assinaturas;

• Encaminhar os processos ao Setor de Finalização, para os ritos finais.

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Inovação no Setor

Visando dar maior transparência e credibilidade ao trabalho da Comissão de Anistia, houve inovação nas atividades do Setor, com a inclusão e identificação de critérios de prioridade à pauta de julgamento.

Dados numéricos das sessões realizadas

Ao final das atividades do ano de 2008, o Setor de Julgamento apresentou os dados abaixo discriminados, na forma de gráficos para que possam ser analisados resumidamente:

Gráfico 03 – Quantidade de sessões de julgamento realizadas

Fonte: Setor de Julgamento/CA

Gráfico 04 – Número total de processos apreciados

Fonte: Setor de Contadoria e Finalização/CA

Quadro 08 – Resultado das sessões de julgamento de turmae plenário em 2008Resultado da apreciação Turma PlenárioDeferido 874 43Deferido Parcialmente* 958 22Indeferido 1958 318Total 3790 383

Fonte: Setor de Contadoria e Finalização/CA* No total de deferimentos parciais, 204 requerimentos referem-se somente a declaração de anistiado político, sem

reparação econômica.

Quadro 09 - Número total de processos apreciados em grau de recurso

Fonte: Setor de Contadoria e Finalização/CA

1.5 Setor de Contadoria e Finalização

Setor competente para elaboração dos cálculos das reparações concedidas aos anistiados políticos e para finalização dos atos processuais administrativos; apóia os conselheiros durante a apreciação dos processos e conta com uma equipe de 09 pessoas.

Divide-se em Contadoria e Finalização, sendo a Contadoria responsável pela elaboração de pré-cálculos, sempre que necessário, conferindo dados numéricos da concessão de reparação, e após a devida apreciação pela turma ou plenário, a realização dos cálculos finais das indenizações; a finalização atua conferindo atos anteriores. Dentre outras tarefas, notifica a parte interessada, elabora e publica portarias, enviando processos aos órgãos pagadores competentes: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, no caso de requerentes civis, ou Ministério da Defesa, quando o requerimento é de agentes militares, de acordo com a legislação vigente.

Em 2008, o Setor foi responsável pela publicação de 6.304 (seis mil trezentos e quatro) portarias.

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1.6 Setor de Arquivo e Memória

Em funcionamento desde setembro de 2007, o Setor de Arquivo e Memória é o mais recente da Comissão de Anistia, com acervo de aproximadamente 39 mil requerimentos.

Possui duas funções prioritárias: administrativa – cataloga e organiza os processos finalizados; atua na conservação preventiva e organização de documentos – e arquivística e histórica: guarda e preservação do acervo de documentos reunidos ao longo dos seis anos de funcionamento da Comissão de Anistia, contendo informações relevantes acerca de perseguições políticas praticadas pelos regimes de exceção no período compreendido entre 1946 e 1988.

Tal patrimônio histórico possui importância singular como fonte de pesquisa em nosso país e faz parte do projeto Memorial da Anistia Política do Brasil, que pretende preservar todos os requerimentos de anistia por meio de tratamento especializado e digitalização.

1.7 Assessoria Jurídica

A Assessoria Jurídica da Comissão de Anistia, após um ano de sua efetiva reformulação, otimizou o controle jurídico dos requerimentos de anistia, concentrando as solicitações de autoridades executivas, legislativas e judiciais, agilizando a prestação de informações aos poderes públicos.

Para auxiliar a Secretaria-Executiva, há uma estrutura composta de dois funcionários bacharéis em Direito e dois estagiários da área, atuando no Gabinete da Presidência. Tem como atividades principais:

• Promover a defesa dos interesses da Comissão de Anistia, assessorando a Consultoria Jurídica do Ministério da Justiça, sempre que solicitado, em procedimentos administrativos e judiciais;

• Elaborar minutas de Despachos, Portarias, Avisos e Resoluções, a ser submetido ao Ministro de Estado da Justiça, quando determinado;

• Elaborar minutas de Despachos, Ofícios, Memorandos, Pareceres e Circulares da Presidência e da Secretaria-Executiva da Comissão de Anistia, em resposta a diversos órgãos, bem como dar cumprimento a estes, sempre que necessário, zelando pela observância da legislação vigente;

• Exarar Pareceres e Notas Técnicas em consultas formuladas à Presidência e Secretaria-Executiva da Comissão de Anistia, bem como em requerimentos em trâmite no Órgão;

• Acompanhar os processos administrativos em trâmite em outros órgãos pertinentes à Comissão de Anistia, como o processo TC 026.848/2006-1 do Tribunal de Contas da União.

No ano de 2008, foram prestadas informações aos poderes públicos, respondendo a demanda das autoridades no esclarecimento da atuação da Comissão de Anistia, conforme dados abaixo:

Quadro 10 – Relação dos ofícios enviados aos poderes públicosÓrgão QuantidadePRU 440Parte ou Procurador 20Ministério da Defesa 27Ministério do Planejamento 11Ministério da Educação 3Ministério do Trabalho 1Governo do Distrito Federal 1Ministério das Relações Exteriores 1Ministério da Fazenda 2Ministério Público Federal 9Polícia Federal 2Poder Judiciário 33Defensoria Pública da União 13Tribunal de Contas da União 4Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos 1Instituto Nacional de Seguridade Social 5Procuradoria Federal Especializada do INSS 3Despachos de Autuação 6OAB 1Associações dos Anistiandos e Anistiados 1Total 584

Fonte: Assessoria Jurídica/CA

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Ministério da Justiça24 Relatório Anual da Comissão de Anistia 2008 25

Quadro 11 – Relação dos memorandos enviados aos setores internos esclarecendo demandas jurídicas

Unidades do Ministério da Justiça Quantidade

Consultoria Jurídica 262

Gabinete do Ministro 2

Secretaria Nacional de Justiça 1

Assessoria Parlamentar 39

Memorandos a outros setores da Comissão de Anistia 15

Total 319

Fonte: Assessoria Jurídica/CA

Habilitação

Com objetivo de regularizar as habilitações (ato pelo qual os dependentes e/ou sucessores, cujo requerente anistia(n)do faleceu no decurso do processo, se apresentam pleiteando, com fundamento nos arts. 2° § 2° e 13, os direitos decorrentes da Lei nº 10.559, de 2002) que pendiam de aprofundado exame foi criado Grupo de Trabalho, juntamente com Setor de Análise, que realizou triagem de 152 (cento e cinqüenta e dois) processos.

Cabos da Força Aérea Brasileira

Foi criado Grupo de Trabalho para analisar a situação dos processos de anulação de portarias referentes a cabos da Força Aérea Brasileira (FAB) que ingressaram na força após a edição da Portaria nº 1.104, de 12 de outubro de 1964 e foram licenciados com fundamento no referido diploma. Foram triados 518 (quinhentos e dezoito) requerimentos, no sentido de uniformizar os procedimentos adotados e dar prosseguimento aos atos regulares de impulso com vistas à finalização dos processos.

Foi, ainda, realizado acompanhamento dos processos junto ao Tribunal de Contas da União sendo elaborada minuta de manifestação aprovada pelo Plenário da Comissão de Anistia e apresentada no processo TC 026.848/2006-1, instaurado para apurar a regularidade das reparações econômicas concedidas a ex-cabos da Aeronáutica licenciado com fundamento na Portaria nº 1.104, de 12 de outubro de 1964, expedida pelo então Ministro de Estado da Aeronáutica naquela data.

Súmulas Administrativas

Ao longo de 2008, após complexo estudo jurídico, foi prestado apoio técnico à Presidência, a fim de encaminhar ao Plenário da Comissão de Anistia propostas de Súmulas Administrativas para elucidar questões pendentes de solução, acelerar e unificar decisões. Foram aprovadas as seguintes súmulas, disponíveis no website na integralidade:

Súmula nº 2008.07.0018-CA

Os requerimentos oriundos de outros Ministérios, já finalizados, ou seja, apreciados e com decisão publicada, sem manifestação dos interessados ou representantes legais a esta Comissão de Anistia serão arquivados mediante despacho de seu Presidente.

Súmula nº 2008.07.0019-CA

A apreciação dos requerimentos de anistia post mortem, com ou sem Portaria publicada, que necessitem de retificação, relativa a erro material, será da competência do Presidente da Comissão de Anistia.

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2. GESTÃO DE PESSOAS

2.1. Quadro de Pessoal

A Comissão de Anistia atuou em 2008 com 103 funcionários, entre servidores e prestadores de serviço, divididos em sete setores – 79 funcionários terceirizados; quatro servidores em cargos de Diretoria e Assessoramento Superior (DAS); 19 estagiários.

Além destes, o Conselho da Comissão de Anistia, formado por 22 conselheiros, que exercem função de relevante interesse público, sem remuneração pelos serviços que prestam à sociedade, fizeram parte da rotina diária de atividades. Neste ano, três novos conselheiros foram agregados às turmas de julgamento.

2.2. Investimento na qualificação

O aperfeiçoamento foi um dos focos de trabalho da Comissão de Anistia. Lidando com desafios complexos, resultantes de diversas mudanças políticas e econômicas, demandou-se a obtenção contínua de melhores resultados, que se intensificaram no segundo ano de aplicação de novas metodologias de trabalho.

Capacitação

Coube oferecer cursos de aprendizagem necessários ao desenvolvimento das competências dos funcionários contratados, reconhecendo e valorizando o empenho das pessoas para aprender e produzir. No primeiro semestre de 2008 foi contratado o SENAC, que ofertou Curso de Atendimento ao Público e Secretariado, além de Português e Redação Oficial, atingindo a integralidade dos prestadores.

Além das atividades internas de capacitação, funcionários da Comissão de Anistia participaram de cursos e congressos externos ao Ministério, com objetivo de ampliar seu conhecimento técnico e melhorar a qualidade dos serviços prestados, entre eles: Cursos de Gestão e Documentação de Acervos, 15 horas/aula, promovido pelo DEMU/IPHAN; Curso de Conservação de Acervos, 18 horas/aula, promovido pelo DEMU/IPHAN; além de Treinamento Técnico do projeto Memórias Reveladas, 18 horas/aula, promovido pelo Arquivo Nacional.

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Encontro sobre Estratégias de Divulgação e Preservação da Memória da Anistia Política

Entre os dias 21 e 25 de fevereiro de 2008, realizou-se em Pirenópolis, no Estado de Goiás, o primeiro Encontro sobre Estratégias de Divulgação e Preservação da Memória da Anistia Política, tendo como principais metas a organização de uma ação conjunta e integrada para realização do planejamento proposto pela Comissão de Anistia, a fim de executar as ações para o ano de 2008. Propondo-se troca de informações, cooperação e parceria.

O Encontro contou com a participação de conselheiros, servidores, equipe técnica da Comissão de Anistia e convidados externos, parceiros estratégicos para a consecução dos projetos, adotando uma metodologia de trabalho ampla e diversificada, contemplando painéis, grupos de trabalho e ciclos de debates, destacando múltiplos enfoques e ações a fim de permitir a implementação do projeto ao longo do ano.

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Anistia Política: Educação para Democracia, Cidadania e os Direitos Humanos

1. Apresentação

O projeto Anistia Política: Educação para Cidadania, Democracia e os Direitos Humanos insere-se – juntamente com o projeto Memorial da Anistia Política no Brasil – dentre as metas da atual política de gestão da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, iniciada em abril de 2007.

Nesse sentido, a Comissão de Anistia, por meio da implementação de políticas públicas voltadas à educação para a cidadania, democracia e os direitos humanos, visa alargar e potencializar suas funções, de modo a assumir seu caráter educativo, mobilizador e sensibilizador dos fundamentos e princípios da democracia junto à sociedade como um todo.

Desta forma, o referido projeto desdobra-se em diferentes ações, direcionadas a oportunizar o conhecimento, a reflexão e o debate atinente ao período histórico marcado pela Lei de Anistia, especialmente o período da ditadura militar.

O projeto educativo pretende ainda contribuir para uma formação humana, política e social, especialmente da juventude, ensejando seu reconhecimento como sujeito protagonista da história, capaz de contribuir para o exercício de novas formas de democracia e cidadania, através do conhecimento da história do país.

O projeto, igualmente, visa oportunizar à sociedade civil melhor conhecimento e aproximação junto a Comissão de Anistia, de modo que seu trabalho seja compreendido como instrumento de transição democrática, de reconhecimento de direitos de todos aqueles que, ao lutarem pelo fim do regime repressivo no Brasil, foram perseguidos politicamente.

Assim, atenta à diminuta compreensão por parte da maioria das pessoas quanto ao seu importante papel na consolidação da democracia, bem como no empenho de ampliar e aprofundar sua dimensão histórica e pedagógica, evitando que a falta de acesso à informação e o esquecimento limitem a memória dos fatos históricos ocorridos durante o período da repressão, é que a Comissão de Anistia encontra sua principal motivação para implementação do projeto.

2. Objetivos

• Resgatar, preservar e divulgar a história do período de repressão militar e os movimentos sociais de resistência existentes à época;

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• Contribuir para a divulgação e aproximação da Comissão de Anistia junto à sociedade civil;

• Valorizar e difundir a história de atores sociais, tanto públicos quanto anônimos, que foram perseguidos, torturados, mortos, desaparecidos e condenados pelo regime militar;

• Divulgar, aproximar e integrar os trabalhos desenvolvidos pela Comissão de Anistia junto às universidades, associações de anistiados, organizações estudantis, centros de pesquisa e ONGs, constituindo parcerias tanto para a realização dos projetos da Comissão de Anistia quanto para a elaboração de novas metas e ações;

• Estimular a pesquisa e a produção acadêmica sobre o tema da anistia política;

• Incentivar o debate escolar e acadêmico acerca da história brasileira, da participação popular na construção da democracia e dos direitos e liberdades fundamentais;

• Integrar e enriquecer o debate em relação às temáticas atinentes aos períodos de repressão militar (direito à memória; sistemas de reparação; abertura de arquivos; etc) junto a países latino-americanos de mesma experiência histórica;

• Incentivar a cultura, em especial nos temas que permeiam a anistia, a democracia e os direitos humanos;

• Contribuir para o acervo e memória da Anistia através da documentação e registro das atividades desenvolvidas durante o projeto;

• Contribuir na implementação de políticas públicas voltadas para juventude, educação para a cidadania e os direitos humanos.

3. Ações Implementadas em 2008

Concepção e divulgação da identidade visual do Projeto Educativo

Em janeiro de 2008, deu-se início à concepção da identidade visual do Projeto Educativo realizada pela Coordenação Geral e Modernização Administrativa do Ministério da Justiça (CGMA). Em fevereiro, a arte que compõe a identidade visual do projeto foi oficialmente apresentada no Lançamento da Anistia Cultural, em 21 de fevereiro. Ao longo do ano, a identidade visual

compôs cartazes, banners, convites eletrônicos e outros materiais de divulgação das atividades atinentes ao Projeto Educativo.

Caravanas da Anistia

As Caravanas da Anistia constituíram-se numa das principais ações do Projeto Educativo da Comissão de Anistia ao longo do ano de 2008. Realizadas por meio de exibição do vídeo institucional, sessões especiais de julgamentos, sessões de memória, campanha de arrecadação de documentos, atividades culturais e ainda pela construção da bandeira das liberdades democráticas, as Caravanas percorreram até o momento 11 Estados da federação brasileira (Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás, Paraná, Minas Gerais, Distrito Federal, Bahia, Alagoas, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e Acre) totalizando 17 Caravanas.

A realização das Caravanas teve o intuito de contribuir para o conhecimento, a reflexão e o debate atinente ao período histórico marcado pela Lei de Anistia - especialmente o período da ditadura militar - bem como, difundir os trabalhos desenvolvidos pela Comissão.

No que tange às Sessões Especiais de Julgamento, estas foram realizadas ao longo de todas as Caravanas. Alguns julgamentos estiveram relacionados a determinada temática, como no caso da Caravana na Associação Brasileira de Imprensa (apreciação de processos de jornalistas), da Caravana na União Nacional dos Estudantes (apreciação de processos de estudantes) e da Caravana na Ordem dos Advogados do Brasil (apreciação de processos de advogados). Outros julgamentos estiveram relacionados à localidade por onde a Caravana passou, como no caso dos Estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás dentre outros, em que se julgaram processos de pessoas que foram perseguidas nestas localidades à época do período de repressão do Estado. Por fim, há que salientar outro tipo de julgamento realizado durante as Caravanas, qual seja, o de processos de grupos de requerentes, como a Caravana na Bahia, em que se julgou dezenas de processos do grupo dos trabalhadores do Pólo Petroquímico de Camaçari e a Caravana em São Bernardo do Campo, onde foram apreciados processos de metalúrgicos do ABC paulista.

As Sessões de Memória, por sua vez, aconteceram por meio da exibição de um vídeo de homenagem da Comissão de Anistia aos perseguidos políticos que lutaram contra o regime ditatorial, inserindo imagens de época e fotografias para resgatar a memória, além de música que lembrasse o período.

No que se refere às Atividades Culturais, estas se fizeram presentes

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especialmente no âmbito das Caravanas que tiveram como público-alvo a juventude. Nesse sentido, a Caravana realizada durante o Encontro Nacional dos Estudantes de Direito (Rio Grande do Sul) promoveu um vídeo-debate com o filme Batismo de Sangue, de Elvécio Rattón. A Caravana na UNE (Rio de Janeiro) contou com uma apresentação teatral do Centro Universitário de Cultura e Arte (CUCA), assim como a Caravana realizada no Instituto Izabela Hendrix (Belo Horizonte), que contou também com um vídeo-debate sobre o filme “Hércules 56”, dirigido por Silvio Da-Rin. O evento no Assentamento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, em Charqueadas, no Rio Grande do Sul, também contou com atividade teatral formada por militantes do movimento.

Por fim, outra ação que integrou as Caravanas da Anistia foi a construção da Bandeira das liberdades democráticas. Em cada localidade por onde passou, as entidades, organizações, movimentos, grupos políticos e defensores de direitos humanos doaram um pano colorido com uma mensagem, símbolo ou imagem relacionados à memória e à luta pelas liberdades democráticas. Dentre as entidades que contribuíram para a construção da Bandeira das Liberdades Democráticas, em 2008, podemos citar:

• Associação Brasileira de Imprensa (ABI)• Associação Brasileira dos Anistiados Políticos do Sistema Petrobrás

e demais empresas estatais (ABRASPET)• Associação de Militares Anistiados e Anistiandos das Forças Armadas

do Brasil (AMAFABRA)• Associação dos Professores Universitários da Bahia• Central Única dos Trabalhadores (CUT)• Centro Acadêmico de Direito da UnB (CADIR) • Centro de Apoio às Vítimas de Crime• Comissão Brasileira Justiça e Paz• Comitê Estadual contra a Tortura- RS• Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB)• Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)• Entidade Nacional dos Civis e Militares Aposentados e da Reserva

(ACIMAR)• Faculdade de Direito da Universidade de Caxias do Sul• Federação de Associações e Departamentos de Aposentados e

Pensionistas de São Paulo (FAPESP)• Fórum Permanente contra a Violência em Alagoas

• Grêmio Esportivo Unidos do Ar (GEUAR) • Grupo Tortura Nunca Mais-BA• Igreja Metodista• Instituto de Acesso à Justiça (IAJ)• Jornal Em Tempo• Marcha Mundial de Mulheres• Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST)• Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)• Pastoral da Juventude• Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social no Estado de

Alagoas (SINDIPREV-AL)• Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias e Empresas Petroquímicas,

Químicas, Plásticas e Similares (SINDIQUIMICA)• Sindicato dos Servidores Municipais de Caxias do Sul-RS

(Sindiserv)• Universidade Aberta do Brasil (UAB)• União Estadual dos Estudantes de Goiás (UEE-GO)• União Nacional dos Estudantes (UNE)• Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)• Universidade de Brasília (UnB)• Universidade Federal de Goiás (UFG)

Foram objetivos diretos concretizados através das Caravanas da Anistia:

• Rememorar, divulgar, debater e refletir a história recente ocorrida no período de exceção no Brasil;

• Realizar sessões especiais de julgamento em diferentes espaços

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como escolas, universidades, assentamentos, comunidades do interior do Estado, associações de anistiados, etc.

• Incentivar as organizações estudantis e movimentos sociais a realizarem, em seus espaços, o debate sobre o período da ditadura militar e o papel da Anistia Política, contribuindo para uma formação crítica, participativa e emancipatória do povo em geral e estudantes;

• Valorizar e difundir a história de pessoas, públicas e anônimas, que foram perseguidas e torturadas pelo regime militar, valorizando o aspecto coletivo da luta política e o papel dos partidos e organizações clandestinas;

• Contribuir para o acervo e memória da Anistia através da documentação e registro das atividades desenvolvidas durante as Caravanas;

• Divulgar e dar maior transparência ao trabalho desempenhado pela Comissão de Anistia.

Caravanas realizadas

1ª Caravana da Anistia, Rio de Janeiro – RJ – Ato de Lançamento da Caravana

Data: 04 de abril de 2008Parceiro: Associação Brasileira de Imprensa

O lançamento da Caravana na Anistia, realizado na sede da Associação Brasileira de Imprensa no Rio de Janeiro, em 04 de abril, no âmbito das Comemorações do Centenário da Associação, possuiu dupla importância: a retomada da apreciação de processos de jornalistas perseguidos pelo regime e a realização de sessão de julgamento fora de Brasília, na presença do Ministro da Justiça. O ato contou, ainda, com a presença do Presidente da Comissão de Anistia, da Presidente da UNE, e do Presidente da ABI.

Ainda na abertura, houve homenagem a David Capistrano, por meio de uma Sessão de Memória e homenagem a Vladimir Herzog, com entrega de placa ao filho do jornalista, Ivo Herzog, ambos mortos durante a Ditadura Militar.

Ainda nesta data, ocorreu o lançamento da Bandeira das Liberdades Democráticas, com a união dos primeiros retalhos doados pela UNE e ABI.

Na ocasião, foram julgados 20 (vinte) requerimentos de profissionais da imprensa que entraram com pedido de anistia política: Sinval de Itacarambi Leão, Joana D´Arc Bizzotto Lopes, George de Barros Cabral, Ziraldo Alves Pinto, Ari Candido Fernandes, Maria Regina Pedrosa de Senna Figueiredo, Orlando Maretti Sobrinho, Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe (Jaguar), Ricardo de Moraes Monteiro, Maria José Rios Peixoto da Silveira Lindoso, Félix Augusto de Athayde, Amaro Alexandrino da Rocha, Pery de Araújo Cotta, Josail Gabriel de Sales, Reynaldo Jardim Silveira, Carlos Guilherme de Mendonça Penafiel , Octávio Malta (declaração post mortem), Nilson Nobre de Almeida, Jorge Saldanha de Araújo, Maria Ignes da Costa Duque Estrada Bastos.

2ª Caravana da Anistia, São Paulo – SP

Data: 15 de abril de 2008Parceiro: Federação dos Aposentados e Pensionistas do Estado de São Paulo

A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça participou dia 15 de abril, em São Paulo, do Seminário Estadual sobre Democracia e Anistia, promovido pela Federação dos Aposentados e Pensionistas do Estado de São Paulo, na sede do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado, realizando a 2ª edição das Caravanas da Anistia.

Houve apreciação de 04 (quatro) requerimentos de anistia, em Sessão real de Julgamento. Durante o evento, estavam presentes o ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH), além do presidente e conselheiros da Comissão de Anistia.

3ª Caravana da Anistia, Rio de Janeiro – RJ

Data: 15 de maio de 2008Parceiro: União Nacional dos Estudantes

Em homenagem aos 40 anos do histórico mês de maio de 1968, a Comissão de Anistia, juntamente com a UNE, promoveu a terceira Caravana da Anistia, no terreno da Organização na Praia do Flamengo, na cidade do Rio de Janeiro, durante o ato político de reconstrução da sede do movimento estudantil.

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O momento foi marcado pela assinatura da Portaria de criação do projeto Memorial da Anistia Política no Brasil pelo Ministro, que contou com a presença do Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, do Presidente da Associação Brasileira de Imprensa, além do Presidente e Conselheiros da Comissão de Anistia.

Na ocasião, homenageou-se a militante Elza Monerat, com a exibição de um vídeo-memória, e Honestino Guimarães, com a entrega de uma placa a sua filha Juliana Guimarães. A atividade contou, ainda, com apresentação teatral do Centro Universitário de Cultura e Arte da UNE e exposição do Direito à Memória e à Verdade da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República. Foram apreciados processos de cinco militantes estudantis à época, perseguidos, presos e torturados.

4ª Caravana da Anistia, Goiânia – GOData: 03 e 04 de junho de 2008Parceiro: Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás, Universidade Católica de Goiás, União Nacional dos Estudantes, Diretório Central dos Estudantes da Universidade Católica de Goiás e Centro Acadêmico XI de Maio.

A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça realizou nos dias 03 e 04 de junho, em Goiânia, mais uma edição das Caravanas da Anistia. O evento se realizou na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás, inserindo-se no Seminário “Ditadura Militar – 21 anos de trevas na história do Brasil”, promovido pela Instituição.

O presidente proferiu palestra como atividade preparatória à apreciação de requerimentos da anistia, fortalecendo o caráter educativo do evento. Fizeram parte da programação mesas de debates e sessão real de julgamento como o requerimento de José Porfírio, líder da Guerrilha de Trombas e Formoso e outros.

5ª Caravana da Anistia, Curitiba – PRData: 27 de junho de 2008Parceiro: Grupo Tortura Nunca Mais do Paraná

Em Curitiba, a Caravana da Anistia integrou o Seminário “Anistia e Democracia - Direito à Memória e à Verdade”, promovido pelo Grupo Tortura Nunca Mais do Estado, no Colégio Estadual do Paraná. A atividade contou com amplo debate sobre o período de repressão no

país e homenagens a personalidades pela contribuição na luta contra o regime de exceção, além de atividade cultural com música e poesia relembrando a conquista da democracia e exposição de painéis do Grupo Tortura Nunca Mais.

Na ocasião, foram apreciados 07 (sete) processos de ex-perseguidos políticos paranaenses, compondo a sessão de julgamento da Comissão de Anistia. Houve, também, o lançamento da Campanha de Doação e Arrecadação de Documentos promovida pelo projeto Memorial da Anistia Política no Brasil.

6ª Caravana da Anistia, Caxias do Sul – RS

Data: 16 e 17 de julho de 2008Parceiro: Federação Nacional dos Estudantes de Direito

A 6ª Caravana da Anistia ocorreu no âmbito do 29º Encontro Nacional de Estudantes de Direito (ENED), ocorrido na cidade de Caxias do Sul, que abordou o tema “Os vinte anos da Constituição Federal”.

Durante a programação do Encontro, que foi de 13 a 19 de julho, a Comissão de Anistia integrou as atividades no dia 16, onde realizou um vídeo-debate sobre o filme “Batismo de Sangue”, com a presença do debatedor Ivo Lesbaupin. No dia 17, contando com a presença de aproximadamente 1.200 estudantes de direito, houve sessão especial de julgamento, onde apreciou sete requerimentos de perseguidos durante o período de repressão, alguns, inclusive, membros do “Grupo dos Onze”, movimento surgido no sul do Brasil.

Na ocasião, também foram doados retalhos para a construção da Bandeira das Liberdades Democráticas e doados materiais para a Campanha de Doação e Arrecadação de Documentos.

7ª Caravana da Anistia, Belo Horizonte – MG

Data: 21 e 22 de agosto de 2008Parceiro: Fórum Mineiro de Direitos Humanos e Instituto Izabela Hendrix

Na capital mineira, a Comissão de Anistia, em parceria com o Instituto Izabela Hendrix e o Fórum Mineiro de Direitos Humanos,

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promoveu mais um evento em prol do debate sobre anistia política. A abertura do evento ocorreu no auditório do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Minas Gerais (CREA-MG), dia 21 de agosto, com a presença do ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos e do presidente da Comissão de Anistia.

No dia seguinte, 22 de agosto, no Auditório do Instituto Izabela Hendrix, foram apreciados 07 (sete) requerimentos de anistia política de mineiros perseguidos durante o regime. Após a sessão de julgamento, houve um vídeo-debate sobre o filme “Hércules 56”, com os debatedores Ivan Seixas e Nilmário Miranda.

8ª Caravana da Anistia, Salvador – BA

Data: 10 e 11 de setembro de 2008Parceiro: Governo do Estado da Bahia e Grupo Tortura Nunca Mais da Bahia

Em parceria com Governo do Estado da Bahia e o Grupo Tortura Nunca Mais do Estado, ocorreu a oitava edição da Caravana da Anistia, na Biblioteca Pública de Salvador. Para abrir os trabalhos, no dia 10 de setembro, houve apresentação de música e dança feita por grupo de jovens sob orientação de Frei Fernando, ex-militante da Ação Libertadora Nacional (ALN) no período da ditadura.

No mesmo dia, após a sessão de memória, realizou-se sessão especial de julgamento com apreciação de 12 (doze) requerimentos de anistia de perseguidos políticos baianos. No dia seguinte, ocorreu julgamento temático de 51 (cinqüenta e um) requerimentos de trabalhadores do Pólo Petroquímico de Camaçari.

9ª Caravana da Anistia, Maceió – AL

Data: 19 de setembro de 2008Parceiro: Universidade Federal de Alagoas e Secretaria de Estado da Mulher da Cidadania e os Direitos Humanos

Em setembro de 2008, em sua nona edição, realizou-se a Caravana da Anistia no Estado de Alagoas, no Palácio do Governo do Estado. Na ocasião foram proferidas as palestras “Tortura: Crime contra a Humanidade” e “Os Efeitos do Crime de Tortura no Campo da Subjetividade

Humana” temas abordados pelas professoras da Universidade Federal do Alagoas (UFAL), Elaine Pimentel e Ruth Vasconcelos. O advogado Everaldo Patriota falou sobre “A responsabilidade dos Torturados do Período do Regime de Exceção” e o ex-militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB), Geraldo Magela, fez um breve histórico sobre os perseguidos políticos de Alagoas, além do conselheiro da Anistia e consultor do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), Narciso Fernandes, que falou sobre “A Anistia Política no Brasil e a Comissão da Anistia do Ministério da Justiça”. O ex-deputado Aldo Arantes, ex-preso político em Alagoas foi homenageado pelo Estado durante o evento.

Além destes, estavam presentes o secretário do Gabinete Civil, a secretária da Secretaria da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, estudantes, entidades e sociedade civil. Durante a solenidade, foi exibido um vídeo sobre a Anistia Política, seguido da doação de retalhos para formação da Bandeira das Liberdades Democráticas. Lançando-se, ainda, os Cartões Postais da Comissão de Anistia.

Ainda como parte da programação, foi realizada sessão de julgamento com apreciação de 08 (oito) requerimentos de anistia de perseguidos políticos da região à época.

10ª Caravana da Anistia, São Bernardo do Campo – SPData: 23 de setembro de 2008Parceiro: Associação do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e Câmara de Vereadores do Município de São Bernardo do Campo-SP

Na Câmara de Vereadores do Município de São Bernardo do Campo, grande São Paulo, foi realizada a décima Caravana da Anistia. Na oportunidade, houve apreciação em bloco de 41 (quarenta e um) requerimentos dos metalúrgicos do ABC, referentes às greves das décadas de 1970 e 1980 dos trabalhadores. O movimento teve papel estratégico na luta pela reabertura democrática. No caso do ABC, mais de 500 mil trabalhadores das indústrias montadoras paulistas cruzaram os braços durante 41 dias, em 1980. A Caravana realizou uma sessão de memória em homenagem a todos os metalúrgicos da localidade, bem como recebeu contribuição para Bandeira das Liberdades Democráticas.

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11ª Caravana da Anistia, Brasília-DFData: 26 de setembro de 2008Parceiro: Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Conselho Nacional das Igrejas Cristãs, Conferência Nacional dos Religiosos do Brasil, Comissão Brasileira de Justiça e Paz e Igreja Metodista.

A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça julgou, no dia 25 de setembro, 13 (treze) processos de religiosos perseguidos pela repressão do Estado. O julgamento foi realizado no Auditório D. Helder Câmara, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília.

Entre as atividades realizadas, além da sessão de julgamento de requerimentos, houve ato de doação de documentos, ação integrante do projeto do Memorial da Anistia Política no Brasil, construção da Bandeira das Liberdades Democráticas e a Sessão de Memória, especialmente produzida para a ocasião.

Participaram da solenidade o ministro interino da Justiça, o ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, e o representante da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, além de bispos da CNBB e representantes de entidades religiosas parceiras como Conselho Nacional das Igrejas Cristãs (CONIC), Conferência Nacional dos Religiosos do Brasil (CRB), Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP) e Igreja Metodista (IM)

12ª Caravana da Anistia, São Paulo – SPData: 10 de outubro de 2008Parceiros: Secretaria Especial de Direitos Humanos, Governo do Estado de São Paulo e União Nacional dos Estudantes

Em parceria com a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, o Governo do Estado de São Paulo e a União Nacional dos Estudantes, aconteceu a 12ª edição da Caravana da Anistia.

Realizada no Memorial da Resistência, ex-sede do DOI-CODI do Exército na capital paulista nos tempos do regime militar (1964-1985), a Caravana contou com a presença dos ministros da Justiça, da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, de Comunicação Social da Presidência da República, os secretários da Cultura, da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo, a presidente da UNE, além do presidente e conselheiros da Comissão de Anistia.

Na oportunidade, foi inaugurada placa pela SEDH em homenagem a estudantes presos durante o Congresso de Ibiúna, com destaque para 23 alunos que foram mortos durante a ditadura, além da apresentação de sessão de memória pela Comissão de Anistia. Foram apreciados 6 (seis) requerimentos de anistia de estudantes presos durante o Congresso.

13ª Caravana da Anistia, São Leopoldo – RSData: 15 de outubro de 2008Parceiro: Universidade do Vale do Rio dos Sinos

A 13ª Caravana da Anistia ocorreu na cidade de São Leopoldo, Rio Grande do Sul. O evento, promovido em parceria com a Universidade do Vale do Rio dos Sinos, teve a participação de centenas de estudantes. No dia 15 de outubro, no turno da noite, houve uma sessão de vídeo-debate com a exibição do filme “Condor”, bem como a presença do seu diretor, Roberto Mader. No dia seguinte, em sessão especial de julgamento de requerimentos de ex-perseguidos políticos, foram apreciados 07 (sete) processos de gaúchos que participaram ativamente na luta contra a repressão, como parte do objetivo de levar a história da repressão do país aos estudantes universitários.

14ª Caravana da Anistia, Porto Alegre – RSData: 16 de outubro de 2008Parceiro: Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul

A 14ª edição da Caravana da Anistia realizou uma sessão especial de julgamento de processos de gaúchos ex-perseguidos políticos na cidade de Porto Alegre. Na ocasião, o ministro da justiça assinou a portaria que declarou anistiado político post mortem o ex-governador Leonel Brizola. Foram apreciados ainda os processos de Suzana Lisboa, Raul Pont e outros.

Num ato memorável, houve a homenagem ao ex-governador e também aos mortos e desaparecidos do Rio Grande do Sul.

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15ª Caravana da Anistia, Charqueadas – RSData: 17 de outubro de 2008Parceiro: Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra

Realizada na cidade de Charqueadas, no assentamento rural do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), a 15ª Caravana da Anistia, promovida em parceria com o MST, realizou sessão especial de julgamento de 04 (quatro) casos de agricultores e camponeses perseguidos durante a ditadura no Brasil.

Além das atividades culturais, como apresentação teatral do Grupo Coletivo Nacional de Teatro Patativa do Assaré-MST, que apresentou Ayuka Karaiba, de César Vieira, foi servida uma refeição preparada pelos próprios assentados, tendo como particular o público presente que veio de outros assentamentos próximos para participar do evento.

16ª Caravana da Anistia, Natal – RN

Data: 13 e 15 de novembro de 2008Parceiro: Ordem dos Advogados do Brasil

Atividade inserida na XX Conferência Nacional dos Advogados, a 16ª edição da Caravana da Anistia realizou duas sessões especiais de julgamento de requerimentos de Anistia. Na primeira, realizada em 13 de novembro, a Caravana da Anistia julgou 5 (cinco) requerimentos de anistia de advogados perseguidos. Na ocasião, tivemos uma homenagem a juristas que atuaram em prol dos perseguidos políticos, com a entrega de uma placa e, ainda, a exibição de uma sessão de memória especialmente preparada para este fim.

No dia 15 de novembro, a sessão especial foi destinada ao julgamento de dois pedidos, ambos tendo como requerente Maria Thereza Fontella Goulart, sendo que um pedido de anistia política era em nome próprio e o outro, em nome do seu marido, João Belchior Marques Goulart, o Jango, ex-presidente deposto pela ditadura militar.

Houve sessão de memória em homenagem ao ex-presidente e após a apreciação de ambos os pedidos o ministro da justiça, presente durante o julgamento, assinou a Portaria que declarou Jango anistiado político post mortem.

17ª Caravana da Anistia, Acre – ACData: 11 de dezembro de 2008Parceiro: Governo do Estado do Acre

Em sessão histórica, ocorrida no Teatro Plácido de Castro, em 10 de dezembro de 2008, a Caravana apreciou o processo de anistia política impetrado pela viúva do ambientalista Francisco Alves Mendes Filho, o Chico Mendes, protocolado em 2005, e de outros perseguidos políticos da região à época.

Chico Mendes, líder seringueiro, assassinado em 1988, e outros, tiveram seus requerimentos julgados. “O Brasil pede perdão a Chico Mendes!”. Com esta frase o ministro da Justiça, endossou a decisão unânime da turma, que contou também com Sessão de Memória e assinatura in loco da portaria de declaração da anistia política do ambientalista acreano.

Anistia Cultural

Ação integrante do Projeto Educativo, a Anistia Cultural é uma iniciativa com objetivo de aprofundar o potencial educativo e sensibilizador da Comissão, aproximando os temas desenvolvidos por meio de uma abordagem cultural e pedagógica, junto aos servidores do Ministério da Justiça e público em geral.

Ao longo do ano de 2008 foram realizados eventos, compreendendo ciclo de debates, apresentação de vídeos, seguidos de debates, palestras relacionadas a temáticas que perpassam o período da repressão e sessões especiais de julgamento.

Grande parte das atividades contou com a presença de jornalistas, escritores, historiadores, professores e outros perseguidos políticos, cujo testemunho, vivência ou estudo durante o período de resistência ao regime militar puderam contribuir para o caráter pedagógico da ação.

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1ª Anistia Cultural – “A Ditadura Militar no Brasil”Realizada no dia 21 de fevereiro de 2008, no Salão Negro do Ministério da Justiça, a atividade marcou o início da implementação do Projeto Educativo da Comissão de Anistia. O Lançamento da Anistia Cultural foi realizada no Salão Negro do Ministério da Justiça, contando com uma palestra sobre “A ditadura militar no Brasil”, proferida por Frei Betto. A atividade foi aberta, na presença de 250 pessoas, com o Coral da Universidade de Brasília “Os Cinqüentões”. Na oportunidade, também foi apresentado e distribuído o Caderno Temático “Liberdades Democráticas”, elaborado pela Comissão de Anistia em parceria com a Secretaria Nacional de Juventude.

2ª Anistia Cultural – “O Papel das mulheres na resistência à ditadura militar”

A segunda edição da Anistia Cultural, realizada em 07 de março de 2008, no auditório Tancredo Neves do Ministério da Justiça, ocorreu no âmbito da semana em que se comemorou o Dia Internacional da Mulher. A atividade foi realizada por meio de um painel com a presença de: Adelina de Alaye, Mãe da Praça de Maio/Argentina, Iara Xavier, representante das famílias de mortos e desaparecidos políticos/Brasil, Therezinha Zerbini, Militante política e escritora/Brasil e Nilcéa Freire, Secretária Especial de Políticas para as Mulheres/Brasil. Todas falaram sobre o papel das mulheres na resistência à ditadura, para um público de 140 pessoas. No mesmo dia, foi instalada uma sessão especial de julgamento que apreciou sete requerimentos de mulheres que militaram contra a repressão.

3ª Anistia Cultural – “O papel da imprensa crítica frente ao Regime Militar”

Em 29 de abril de 2008, realizou-se no auditório Tancredo Neves do Ministério da Justiça a 3ª edição da Anistia Cultural. Na atividade, o público de 60 pessoas assistiu a exibição do filme “O Sol – Caminhando contra o vento”. O vídeo foi escolhido por ocasião do Lançamento da Caravana da Anistia, que anistiou jornalistas perseguidos políticos. Após

a exibição do filme, o convidado Reynaldo Jardim, jornalista, poeta e criador do Jornal-escola “O Sol”, conversou com os participantes sobre esta experiência única no jornalismo e na cultura brasileira e o que viveu no final dos anos 60.

4ª Anistia Cultural – “A luta dos Trabalhadores pela redemocratização pós – 79”

Em 29 de maio de 2008, no auditório Tancredo Neves, realizou-se mais uma Anistia Cultural feita em parceria com o Fórum dos representantes dos Anistiados e Anistiandos Políticos. A atividade foi realizada em forma de palestras, e contou com a presença do ex-deputado João Orlando Cunha e do sindicalista e dirigente do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU), Sr. José Maria de Almeida que falaram das lutas e enfrentamentos durante a ditadura militar, mas principalmente das conseqüências sofridas pelos trabalhadores, mesmo após 1979. Na programação ainda houve a apresentação musical de Helder Nascimento, funcionário da Comissão de Anistia, que tocou e cantou músicas relacionadas ao tema.

5ª Anistia Cultural – “Dia mundial de apoio às vítimas de tortura”

Em 25 de junho de 2008, em parceria com a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, a Comissão de Anistia realizou a 5ª edição da Anistia Cultural. No auditório Tancredo Neves do Ministério da Justiça, a atividade contou com a participação de 70 pessoas entre funcionários da própria Comissão de Anistia, representantes do Grupo Tortura Nunca Mais, Secretaria Especial de Direitos Humanos, associações de anistiandos, dentre outros. A atividade compreendeu uma mesa com os palestrantes Cristiano Paixão, professor da Universidade de Brasília, Rose Nogueira e Flávio Koutzii, ex-Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo Partido dos Trabalhadores.

Dentre as autoridades, houve a presença do Ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República e o Secretário-Executivo do Ministério da Justiça. O evento ainda compreendeu o julgamento de 7 (sete) requerimentos de anistia política de brasileiros que foram duramente perseguidos e cruelmente torturados durante o período de repressão do Estado.

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Ministério da Justiça52 Relatório Anual da Comissão de Anistia 2008 53

6ª Anistia Cultural – “Ciclo de Debates - Semana da Anistia Política: 29 anos da Lei de Anistia e 40 anos de resistência estudantil na Universidade de Brasília (UnB)”

A 6ª edição da Anistia Cultural foi inserida na “Semana da Anistia política: 29 anos da lei de anistia e 40 anos de resistência estudantil” realizada na UnB nos dias 28 e 29 de agosto de 2008. O evento foi realizado em parceria com os Centros Acadêmicos de Ciências Políticas, Direito e Relações Internacionais da Universidade. A atividade compreendeu um ciclo de debates com os temas: “Ditadura, Resistência e Memória: a luta dos banidos” e “O protagonismo estudantil durante a invasão dos militares na UnB”. A atividade ainda promoveu a exibição do filme “Hércules 56” e uma sessão especial de julgamento de 14 (quatorze) casos de perseguidos políticos que foram banidos do país por atos de exceção.

Estavam presentes estudantes de Direito, Ciência Política e Relações Internacionais da UnB, Associações de anistia(n)dos, entidades, organizações e defensores de Direitos Humanos.

7ª Anistia Cultural – “Ciclo de Atividades: AI-5 Nunca Mais”

A 7ª Anistia Cultural, realizada em 12 de dezembro de 2008, ocorreu durante o ciclo de atividades “AI-5 Nunca Mais”, promovido pela Comissão de Anistia, Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) da Presidência da República e Fórum dos Ex-presos políticos do Estado de São Paulo, com o objetivo de demarcar os 40 anos do Ato Institucional nº 5 e debater os seus efeitos. Na programação houve ainda mesa de debate e sessão especial de julgamento de ex-perseguidos políticos atingidos pelo AI-5. No dia seguinte, no auditório da Estação Pinacoteca, foi feita apresentação do vídeo-documentário “Jango em 3 atos”, do diretor Deraldo Goulart com a participação do Instituto João Goulart e João Vicente Goulart.

Ainda no dia 13, a partir das 19h30, houve a exposição Direito à Memória e à Verdade, com a mostra fotográfica do período do regime militar e o lançamento da Revista de Direitos Humanos.

Outras atividades relevantes

Realização de Oitiva pela Comissão de Anistia em São Domingos do Araguaia

Nos dias 25 e 26 de abril de 2008 a Comissão de Anistia esteve em São Domingos do Araguaia, Estado do Pará, para colher depoimentos de moradores da região que alegaram ter sofrido torturas e perseguições cometidas por membros do exército durante o combate da Guerrilha do Araguaia durante a ditadura militar. A iniciativa da Comissão teve por objetivo buscar complementar a documentação dos requerentes e contribuir na instrução dos processos de anistia política.

Para a execução da coleta de depoimentos, a comitiva do Ministério da Justiça estabeleceu três Turmas simultâneas de oitiva de testemunhas e depoimentos de moradores que ingressaram com processos na Comissão e sustentam ter tido algum prejuízo por danos morais e materiais à época.

Durante os dois dias de atividades foram ouvidos 119 (cento e dezenove) moradores da região. A meta é realizar o julgamento de alguns processos de moradores do Araguaia no primeiro semestre de 2009.

Publicação de Material Educativo para a Juventude

A publicação de material educativo voltado à juventude foi realizada em parceria com a Secretaria Nacional de Juventude da Presidência da República, por meio do Caderno Temático “Liberdades Democráticas” cujo conteúdo abordou temas relacionados à história da ditadura militar no Brasil, cidadania e democracia, papel do movimento estudantil na resistência ao regime e no processo de redemocratização do país, bem como formas de protagonismo juvenil no aprofundamento da democracia.

O referido Caderno Temático foi disponibilizado via Internet (www.juventude.gov.br/conferencia) em fevereiro de 2008 e passou a ser distribuído de forma impressa no mês de abril a partir do Lançamento da Conferencia Nacional de Juventude, em Brasília. Desde então, segundo informações da Secretaria Nacional de Juventude, foram distribuídos 30.000 exemplares entre escolas, universidades e conferências livres. Em razão do acesso por meio eletrônico, estima-se que 400.000 pessoas tiveram acesso ao caderno.

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Ministério da Justiça54 Relatório Anual da Comissão de Anistia 2008 55

Durante as Caravanas da Anistia, o Caderno Temático também foi amplamente divulgado e distribuído.

Dentre os objetivos desta publicação destacam-se:

• Contribuir para uma formação cidadã e participativa dos jovens e crianças, reforçando valores humanos e sociais;

• Proporcionar maior conhecimento e melhor percepção da realidade histórica e atual;

• Incentivar o debate escolar e acadêmico acerca da história brasileira, da participação popular na construção da democracia e dos direitos e liberdades fundamentais;

• Despertar e estimular a sensibilidade, a reflexão crítica e o questionamento;

• Despertar a curiosidade pelo tema histórico em questão.

Formação do Grupo de Trabalho para elaboração do Edital para o I Prêmio Nacional de Monografia e Práticas Pedagógicas sobre a Anistia Política no Brasil

A proposta de realizar a 1ª edição do “Prêmio Nacional de Monografias e Práticas Pedagógicas sobre a Anistia Política no Brasil” foi uma iniciativa da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça em parceria com o Ministério da Educação, com objetivo de estimular a reflexão crítica, o desenvolvimento de pesquisas científicas e a proposição de práticas pedagógicas acerca de sua temática título, bem como, potencializar a divulgação deste tema, articulado em torno da educação, dos direitos humanos e da anistia política no Brasil, a partir de múltiplas perspectivas disciplinares.

Em abril de 2008 foi formado um grupo de trabalho, com representantes da Comissão de Anistia/MJ, Secretaria de Ensino Superior/MEC e Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade/MEC, com o objetivo de elaborar uma proposta de edital de premio de monografia e práticas pedagógicas, sobre o tema da anistia política, para estudantes da graduação e recém graduados das áreas de história e direito, bem como para professores da educação básica licenciados em história. Pronto o edital, a Comissão de Anistia elaborou ainda um Acordo de Cooperação Técnica a ser firmado entre o Ministério da Justiça e Ministério da Educação, submetido a CONJUR do Ministério da Justiça e do Ministério da Educação. Em 2009 será realizado o lançamento do referido Prêmio com a assinatura pública do acordo.

Atividades Especiais promovidas

Para além das atividades das Caravanas, Anistia Cultural e publicação de materiais juvenis, o Setor de Assessoria e Projetos (SAP) apoiou atividades e realizou conjuntamente eventos que dialogaram com os temas da educação e da memória.

•Intercâmbio Cultural “Direitos Humanos e Teoria da Cultura” Data: 08 de Maio 2008 Convidado: Bruna Peyrot (Escritora e Historiadora, Itália)

•Intercâmbio Cultural “A sociedade Latino-Americana depois da Ditadura: Argentina, Brasil, Chile e Uruguai”

Data: 05 de Junho de 2008 Convidado: Joaquín Herrera Flores

(Professor, Universidad Pablo Olavide, Sevilha, Espanha)

•Participação na XVII Assembléia do Povo Regional Centro-Oeste da CNBB

A Comissão de Anistia, a convite da XVII Assembléia do Povo Regional Centro-Oeste da CNBB, apresentou o projeto da Caravana da Anistia e seus resultados pedagógicos, nos dias 13 a 16 de novembro de 2008. O evento teve três seções temáticas: Vida, Discipulado e Missão, onde cada uma dessas seções foi analisada sob a ótica da Pessoa, Comunidade e Sociedade. O projeto da Caravana foi apresentado no âmbito da Dimensão da Sociedade. Um dos objetivos da apresentação foi ligar o tema da Anistia ao de outras lutas, bem como destacar a importância que a CNBB teve na redemocratização do país e sua importância na construção de uma sociedade fundamentada na paz e na justiça.

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Projeto “Memorial da Anistia Política no Brasil”

Apresentação

O projeto Memorial da Anistia Política no Brasil, instituído em 13 de maio de 2008, com a publicação da Portaria Ministerial nº 858, insere-se – juntamente com o projeto Educativo, intitulado Anistia Política: Educação para Cidadania, Democracia e os Direitos Humanos – dentre as metas da atual gestão da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, iniciada em abril de 2007.

Por meio desse projeto, pretende-se organizar, preservar e divulgar a memória e o acervo histórico dos períodos de repressão política no país, reunindo e sistematizando o acervo de documentos (dossiês administrativos, fotos, testemunhos, livros, vídeos, áudios, imagens, entre outros) acumulados pela Comissão de Anistia nos últimos anos, bem como, aqueles recebidos de pessoas físicas e jurídicas, públicas e/ou privadas, desde então, que guardam especial significado para a pesquisa social e cientifica face seu relevante valor histórico.

Após receberem tratamento arquivístico adequado, esses registros irão constituir um Centro de Documentação e Pesquisa e um Centro de Referência Virtual, criando as condições para que a memória da resistência histórica do povo brasileiro, por mais de 40 anos, fique acessível aos cidadãos para consulta e estudo de estudantes, pesquisadores e populares.

A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça exerce, através dessa iniciativa, importante missão pedagógica, voltada à constituição de uma política pública fundamental para o acesso à memória social e política nacional, ajudando, dessa forma, a auxiliar no resgate, social e histórico, da identidade cultural dos brasileiros.

Objetivos

• Garantir o direito à memória como direito inalienável do ser humano;

• Zelar pela ampliação do direito ao acesso às informações públicas, previsto na Constituição e na legislação arquivística brasileira;

• Reafirmar o papel do Estado Brasileiro no resgate, valorização e preservação do patrimônio histórico-cultural do país;

• Favorecer a co-gestão do patrimônio documental e as reflexões sobre transparência e acessibilidade de documentos sob a guarda do Estado;

• Sistematizar informações e dados atinentes ao trabalho da Comissão de Anistia e da memória social e política nacional dos períodos de repressão previstos pela legislação que regula a matéria no país;

• Fomentar consulta, estudo e pesquisa histórica e científica sobre os períodos de repressão;

• Contribuir para agregação da dimensão educativa às atividades da Comissão de Anistia, viabilizando, pela memória, a reflexão sobre a necessidade de aprimoramento e fortalecimento da democracia brasileira.

Ações Implementadas em 2008

Concepção da Identidade Visual

Com a instituição do Projeto foi concebida, a pedido da Comissão, a identidade visual do Memorial da Anistia Política no Brasil, que contou com o apoio da Coordenação-Geral de Modernização e Administração e da Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Justiça. O selo do Memorial vem sendo aplicado, desde então, em todos os materiais de divulgação das ações que integram a ação.

Lançamento e Estruturação da Campanha de Doação e Arrecadação de Documentos

Em 27 de junho de 2008, no âmbito da 5ª Caravana da Anistia, realizada na Escola Estadual do Paraná, na cidade de Curitiba, em parceria com o Grupo Tortura Nunca Mais daquele Estado, foi lançada a Campanha de Doação e Arrecadação de Documentos. Essa iniciativa tem por objetivo favorecer a reunião, organização e sistematização do acervo de documentos (dossiês administrativos, fotos, relatos, testemunhos, livros, vídeos, áudios, imagens, entre outros) acumulados pela Comissão de Anistia nos últimos anos e, ainda, aqueles especialmente recebidos com a finalidade de integrarem o Centro de Documentação e Pesquisa e o Centro de Referência Virtual do referido Memorial.

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Criação da Revista da Anistia Política no Brasil

Foi criada, no âmbito do projeto Memorial, por meio da publicação da Portaria CA/MJ n° 002, de 15 de setembro de 2008, a Revista da Anistia Política no Brasil, com o objetivo de estimular e divulgar a produção intelectual brasileira e estrangeira sobre anistia e justiça de transição, resgatando aspectos históricos, sociais e filosóficos dos períodos de repressão, bem como contribuir para os debates jurídicos nacionais e internacionais hodiernos. No dia 4 de outubro foi realizada, no Ministério da Justiça, a primeira reunião de trabalho com os Conselhos Técnico e Editorial da revista. Na oportunidade, estabeleceram-se a temática e o formato da revista, sua periodicidade e, ainda, a chamada de artigos para o ano de 2009.

Criação de Grupo de Trabalho para proposição do projeto “Caminhos para Democracia”

O Memorial da Anistia Política no Brasil, em parceria com especialistas nas áreas de História, Museologia e Ciência Política das Universidades Federais do Rio Grande do Sul (UFRGS), do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), de Minas Gerais (UFMG) e da Bahia (UFBA), deu início à criação do projeto “Caminhos para a Democracia”. Através desse projeto pretende-se trabalhar a memória territorial e espacial dos regimes de exceção, revelando, sistematizando e produzindo documentação sobre sítios, edifícios e espaços que foram usados como centros de detenção, tortura, morte e desaparecimentos forçados, assim como espaços de resistência, homenagem e recordação. Depois de identificados os espaços, planeja-se, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), fornecer ferramentas para explorar suas potencialidades históricas e arquivísticas. A participação permanente de instituições de ensino superior federais, agregando conhecimento técnico e científico, de grupos organizados que lutam pelo resgate e afirmação da memória política desse período, é fundamental para a realização dessa iniciativa.

Criação de Grupo de Trabalho para proposição do projeto “Marcas da Memória: História Oral da Anistia Política no Brasil”

O Memorial da Anistia Política no Brasil, em parceria com especialistas da área de História das universidades federais do Rio Grande do Sul (UFRGS), do Rio de Janeiro (UFRJ), de Minas Gerais (UFMG) e da Bahia (UFBA), está desenvolvendo o projeto “Marcas da Memória: História Oral da Anistia Política no Brasil”. Esse projeto visa construir um acervo de fontes orais e audiovisuais, com critérios teóricos e metodológicos próprios de registro e organização,

de histórias de vida de pessoas que vivenciaram períodos de repressão, notadamente aqueles contemplados pela Lei n.º 10.559/02. Ao final, os acervos de fontes orais e audiovisuais organizados serão disponibilizados para consulta pública e pesquisa, no Centro de Documentação e Pesquisa do Memorial da Anistia Política no Brasil.

Projetos Especiais

Memorial da Anistia Política no Fórum Nacional de Museus

Integrantes do projeto Memorial da Anistia Política no Brasil participaram da terceira edição do Fórum Nacional de Museus, realizado entre os dias 7 e 11 de julho, na Universidade Federal de Santa Catarina, com a presença de cerca de 2 mil pessoas. O fórum, que tratou do tema “Museus como Agentes de Mudança Social e Desenvolvimento”, foi promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), com o objetivo de refletir, avaliar e estabelecer as diretrizes para Política Nacional de Museus e para o Sistema Brasileiro de Museus.

Realização de Oficina “Anistia, Democracia e Direitos Humanos: qual o papel dos meios de comunicação?” no Congresso Latino-Americano de Pluralismo Jurídico e Direitos Humanos

Integrantes do projeto Memorial da Anistia Política no Brasil participaram da primeira edição do Congresso Latino-Americano de Pluralismo Jurídico e Direitos Humanos, promovido pelo Núcleo de Estudos e Práticas Emancipatórias, na Universidade Federal de Santa Catarina, entre os dias 20 e 22 de agosto, com a realização da oficina temática “Anistia, Democracia e Direitos Humanos: qual o papel dos meios de comunicação?”. A atividade contou com a participação de cerca de 50 pessoas, entre representantes de organizações e militantes de direitos humanos, anistiados e anistiandos políticos, acadêmicos e pesquisadores de diversas áreas do conhecimento, de diversos estados do Brasil.

Lançamento dos Postais da Coleção Iconográfica “Anistia e Direitos Humanos no Brasil – 1964/1980”

Em 2008, durante a 6ª Anistia Cultural, realizada na Universidade de Brasília (UnB), em parceria como o movimento estudantil, foram lançados, de forma inédita, pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, os cartões postais que reproduzem documentos imagéticos da Coleção Iconográfica “Anistia e Direitos Humanos no Brasil – 1964/1980”, gentilmente cedidos pelo Centro

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de Documentação e Memória da Universidade Estadual “Júlio de Mesquita Filho” (CEDEM-UNESP). Este acervo é constituído por cartazes, panfletos, folhetos, cartões postais e diversos materiais de divulgação de campanhas sobre Anistia e Direitos Humanos no Brasil, acumulados principalmente pelo Archivio Storico del Movimento Operario Brasiliano (ASMOB), organização que nasceu da ação de brasileiros exilados na Itália na década de 1970, preocupados em salvar da destruição uma parcela importante da memória dos movimentos sociais e democráticos organizados em nosso país desde o início do século XX.

Participação no projeto “Memórias Reveladas”

O projeto “Memórias Reveladas – Centro de Referência das Lutas Políticas, 1964-1985”, é uma iniciativa da Casa Civil da Presidência da República, com a coordenação do Arquivo Nacional. O projeto irá catalogar acervos e colocar à disposição do público, pela internet, os registros documentais sobre as lutas políticas no Brasil durante a ditadura militar.

Em 2005, a Casa Civil determinou que as instituições federais transferissem toda a documentação sobre a ditadura militar para o Arquivo Nacional. Já em 2008 foi firmado um acordo de cooperação técnica entre 25 instituições e o Arquivo Nacional para a “implantação de uma política pública de integração em rede de acervos e instituições”. De acordo com o projeto, será criado o banco de dados Memórias Reveladas, alimentado on-line pelas instituições parceiras com informações de seus acervos, referentes ao período de 1964-1985. Também fará parte deste banco de dados a documentação do Arquivo Nacional sobre a ditadura militar.

O Ministério da Justiça, pela Comissão de Anistia, vem por meio de acordo de cooperação técnica somar esforços para publicização deste acervo, tendo participado de reuniões institucionais para este fim.

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4.1. Divulgação Institucional

A Comissão de Anistia procura democratizar o acesso às informações relativas às suas atividades utilizando diferentes instrumentos. Trabalhando ordinariamente com a história da redemocratização do país, com a busca pela livre manifestação travada durante o período de recessão, busca consolidar a circulação de notícias acerca da matéria, esclarecendo a sociedade e levando conhecimento à população.

Entre as ações relevantes de 2008 destacam-se:

Lançamento do Vídeo Institucional da Comissão de Anistia

Elaborado e desenvolvido ao longo de 2008, por meio da contratação de empresa especializada, apresenta breve panorama dos períodos de repressão e abertura democrática no Brasil, bem como a criação, objetivo, projetos e funcionamento da Comissão de Anistia. Foi exibido pela primeira vez durante a 6ª Caravana da Anistia, em Curitiba, e tem sido parte da programação de todas as atividades educativas da Comissão.

Relatório Anual da Comissão de Anistia

Instituído em 2007, em sua primeira edição, o Relatório Anual da Comissão de Anistia busca levar à sociedade todas as informações do órgão compiladas ano a ano, potencializando o princípio da transparência, conscientes da responsabilidade social, cultural e histórica que representa.

Manutenção de homepage na Internet

Diariamente a Comissão de Anistia, com a colaboração da Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Justiça (ACS), traz notícias sobre a atuação do Órgão tornando as informações transparentes e acessíveis a qualquer cidadão, que podem acompanhar as atividades realizadas pelo endereço www.mj.gov.br/anistia. Além disto, podem ser conferidos pautas e resultados das sessões de julgamento, andamento processual, comunicações destinadas aos requerentes, legislação atinente à anistia política, entre outros assuntos relevantes.

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Edição quinzenal do Boletim Informativo da Comissão de AnistiaO Boletim Informativo pretende dar ampla divulgação a toda comunidade e, principalmente, aos anistia(n)dos, sobre os trabalhos desenvolvidos pela Comissão de Anistia, estabelecendo canal de comunicação quinzenal com os interessados pelo tema e com a imprensa em geral. Em 2008 foram divulgadas 18 edições, que podem ser conferidas no Anexo deste Relatório.

Veiculação na Imprensa sobre a atuação da Comissão de AnistiaA Comissão de Anistia foi objeto de várias matérias veiculadas nos meios de comunicação no ano de 2008, sendo pauta de imprensa nacional, com ações que buscam difundir, resgatar e relembrar a história política do país.

Constaram informações, principalmente, referentes aos projetos “Memorial da Anistia Política no Brasil” que realizou durante o ano de 2008 duas ações de nível nacional, a Audiência Pública “Limites e Possibilidades para a Responsabilização Jurídica dos Agentes Violadores de Direitos Humanos durante o Estado de Exceção no Brasil” e o “Seminário Latino-Americano de Justiça de Transição”.

O projeto “Anistia Política: Educação para a Cidadania, Democracia e os Direitos Humanos” foi pauta nacional com a realização de “Caravanas da Anistia”, “Anistias Culturais” e “Ciclos de Debate”.

No gráfico abaixo é possível observar a quantidade de veiculação de matérias atinentes à anistia política em meios de comunicação nacionais, regionais e alternativos:

Gráfico 05 – Quantidade de veiculações de materiais nos meios de comunicação mensalmente

Fonte: Assessoria da Presidência/CA

4.2. Diálogo Público

Audiência Pública “Limites e Possibilidades para a Responsabilização Jurídica dos Agentes Violadores de Direitos Humanos durante Estado de Exceção no Brasil”

Promovida Promovida no dia 31 de julho de 2008, no Salão Negro do Ministério da Justiça, a Audiência Pública “Limites e Possibilidades para a Responsabilização Jurídica dos Agentes Violadores de Direitos Humanos durante Estado de Exceção no Brasil” teve como objetivo analisar as potencialidades e dificuldades na atribuição de responsabilidades, no plano cível e criminal, dos agentes que praticaram condutas atentatórias aos direitos humanos entre os anos de 1964 e 1985 na vigência da ditadura militar. Estiveram presentes os ministros da Justiça e da Secretaria Especial de Direitos Humanos, além dos presidentes da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, da Ordem dos Advogados do Brasil e da Comissão Especial da Anistia da Câmara dos Deputados, entre outros ilustres convidados.

A repercussão foi grande na imprensa nacional, houve manifestações da sociedade civil, de juristas e instituições de direitos humanos. A discussão culminou, no final de 2008, com a Ordem dos Advogados do Brasil ajuizando Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF nº 153) inédita no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo decisão definitiva acerca da punição de agentes representantes do Estado que, durante o regime militar, praticaram atos de tortura.

Seminário Latino-Americano de Justiça de Transição e Conferência com as Comissões de Reparação e Verdade da América Latina

A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, em parceria com o Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (CLACSO), a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e o Laboratório de Políticas Públicas da UERJ, promoveu, nos dias 17, 18 e 19 de novembro de 2008, na UERJ e no Arquivo Nacional, na cidade do Rio de Janeiro, o Seminário Latino-Americano de Justiça de Transição e a Conferência das Comissões de Reparação e Verdade da América Latina. O evento contou com a participação de cerca de 300

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pessoas, oriundas da Argentina, do Uruguai, do Paraguai, do Chile, da Colômbia, da Guatemala, de El Salvador, de Peru e dos Estados Unidos, e teve como objetivo fomentar o debate acerca dos quatro pilares que sustentam o processo de transição democrática, e conseqüente consolidação do Estado Democrático de Direito, em nações marcadas por regimes de exceção, nomeadamente: o direito à justiça, à memória, à reparação e à promoção de reformas institucionais. Através dessa iniciativa conjunta, o Estado brasileiro, por meio da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, e importantes atores sociais do país e da América Latina pretendem potencializar o diálogo com organizações e militantes de direitos humanos, anistiados e anistiandos políticos, acadêmicos e pesquisadores de diversas áreas do conhecimento e demais interessados, favorecendo a construção de estratégias comuns de respeito e garantia dos direitos humanos e da democracia.

Participação em eventos, atuação na descentralização das ações da Comissão de Anistia

Dando continuidade ao caráter nacional da Comissão, foram empreendidos esforços pela Presidência da Comissão de Anistia, no sentido de descentralizar ações do órgão que podem ser identificadas em audiências e palestras externas à Comissão de Anistia, das quais participaram o presidente e a vice-presidente, em diferentes Estados da Federação, conforme exposto no quadro abaixo:

Quadro 10 – Atividades externas de descentralização

DATA DESTINO EVENTO

1 25 a 27/02 São Paulo, SP 1º Seminário Internacional sobre a Tortura, realizado de 25 a 27 de fevereiro de 2008 em São Paulo.

2 25/03 Porto Alegre, RS Sessão Temática “Resistência à Ditadura, a Anistia e a Redemocratização”

3 28/03 João Pessoa, PB Audiência Pública “Processo de Anistia Política: perspectivas de encaminhamentos e soluções”

4 08 a 10/05 João Pessoa, PB XI Conferência dos Advogados Paraibanos

5 15/05 Brasília, DFAudiência pública para discutir proposta de anistia póstuma ao marinheiro João Cândido, líder da Revolta da Chibata

6 25/06 Porto Alegre, RS Assembléia Geral do Movimento de Ex-Presos e Perseguidos Políticos do Rio Grande do Sul

7 14/08 São Paulo, SP Painel Crimes da Ditadura: ainda é jurídico punir?

8 18/08 São Paulo, SPSeminário Internacional “Direito à Memória e à Verdade”, ministrada pelo Juiz Espanhol Baltazar Garzón

9 29/08 São Paulo, SPAto de Lançamento do Manifesto Público dos juristas em prol do debate nacional sobre o alcance da lei de anistia

10 15/11 Goiânia,GOXVII Assembléia do Povo de Deus, promovido pela CNBB Centro Oeste, palestra sob o tema “O papel do pedido de perdão por parte do Estado Brasileiro”

11 01/12 São Paulo, SP Ato Público “Direito à Memória e à Verdade”

4.3. Atividades Relacionadas a Órgãos e Entidades Internacionais

Caracas, VenezuelaA Comissão de Anistia fez-se presente na Conferência Mundial da Paz em Caracas, Venezuela, realizada entre os dias 9 e 12 de abril de 2008. O convite foi realizado pelo Conselho Mundial da Paz e incluiu a participação do presidente no Painel “Defesa dos Direitos dos povos, trabalho, educação, liberdades civis, liberdades democráticas e direitos sociais”, representando oficialmente o Senhor Ministro da Justiça.

Nantes, FrançaO presidente da Comissão de Anistia participou, na qualidade de delegado credenciado, da terceira edição do Fórum Mundial de Direitos Humanos (World Forum on Human Rights), dedicado à comemoração dos 60º Aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos. As atividades consistiram em sessões plenárias e mesas redondas e tiveram como tema: “a pertinência da declaração universal dos direitos humanos”; “direitos humanos: entre economia globalizada e solidariedade internacional”; “Que direitos humanos para Europa: que Europa para os direitos humanos?”; “Governos e direitos humanos: efetividade ao alcance dos cidadãos?”.

Além das referidas mesas, houve a participação em discussões (workshops) previstos na programação, visando agregar experiência ao projeto Memorial da Anistia Política no Brasil, estabelecido pela Portaria nº 858, de 13 de maio de 2008, pelo Excelentíssimo Senhor Ministro de Estado da Justiça, que prevê, entre outros, a articulação internacional da Comissão de Anistia e a constituição de redes para o debate do tema.

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Ministério da Justiça70 Relatório Anual da Comissão de Anistia 2008 71

Washington-DC, Estados UnidosA Comissão de Anistia integrou a missão brasileira do 133º Período Ordinário de Sessões da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, convocada pela Secretaria-Executiva da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), em Washington, DC, Estados Unidos, juntamente com o Ministério das Relações Exteriores e a Secretaria Especial de Direitos Humanos, nas audiências públicas e reuniões de trabalho convocadas por aquele órgão internacional, realizadas nos dias 24 e 27 de outubro de 2008.

A Audiência Temática contou com a participação do presidente e da secretária-executiva da Comissão de Anistia e versou sobre “A Lei de Anistia como obstáculo à Justiça no Brasil”. Teve como objetivo discutir a posição internacional a respeito do tema, levando a situação do Estado Brasileiro a conhecimento dos membros da referida Comissão.

4.4. Parcerias

Os amplos trabalhos empreendidos em 2008, em inúmeros eventos ocorridos pelo Brasil, são fruto, em grande parte, do esforço empreendido pelos parceiros da Comissão de Anistia. Foi um relacionamento consolidado que alcançou colaboradores significativos dos setores público, privado e da sociedade civil.

Poder Executivo e Legislativo• Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul• Câmara de Vereadores do Município de São Bernardo do Campo• Casa Civil da Presidência da República, por meio do projeto “Memórias

Reveladas”, coordenado pelo Arquivo Nacional• Governo do Estado da Bahia• Governo do Estado de Alagoas• Governo do Estado de São Paulo• Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN),

vinculado ao Ministério da Cultura• Secretaria de Alfabetização Continuada e Diversidade, MEC• Secretaria de Educação Superior, MEC• Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH)• Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres• Secretaria Nacional de Juventude, PR

ONGs, Associações de Classe, Entidades e Movimentos Sociais• Agência Carta Maior• Associação Brasileira de Anistiados Políticos (ABAP)• Casa da América Latina

• Centro Internacional para a Justiça Transicional (CIJT)• Centro pelo Direito e Justiça Internacional (CEJIL)• Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (CLACSO)• Associação Brasileira de Imprensa (ABI)• Associação do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC• Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJJ)• Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)• Conferencia Nacional dos Religiosos do Brasil (CNRB)• Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC)• Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE)• Federação dos aposentados e pensionistas do Estado de São Paulo• Federação Nacional dos Estudantes de Direito (FENED)• Fórum dos Ex-Presos Políticos• Fórum Mineiro de Direitos Humanos• Grupo Tortura Nunca Mais da Bahia• Grupo Tortura Nunca Mais do Paraná• Igreja Metodista (IM)• Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)• Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)• União Nacional dos Estudantes (UNE)

Instituições de Ensino• Centro Acadêmico da Faculdade de Ciência Política (UnB)• Centro Acadêmico da Faculdade de Direito (UnB)• Centro Acadêmico da Faculdade de Relações internacionais (UnB)• Centro Acadêmico XI de Maio da Universidade Católica de Goiás (UCG)• Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix• Centro de Documentação e Memória da Universidade Estadual

Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (CEDEM-UNESP)• Diretório Central da Universidade Católica de Goiás (UCG)• Faculdade de Direito da Universidade Católica de Goiás (UCG)• Faculdade de Direito da Universidade do Vale do Rio dos Sinos• Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás• Instituto Metodista Izabela Hendrix• Laboratório de Políticas Públicas da UERJ (LPP-UERJ)• Núcleo de Estudos e Práticas Emancipatórias (NEPE-UFSC)• Universidade de Caxias do Sul (UCS)• Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)• Universidade Federal da Bahia (UFBA)• Universidade Federal de Alagoas (UFAL)• Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)• Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)• Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)• Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

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Ministério da Justiça72 Relatório Anual da Comissão de Anistia 2008 73

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Ministério da Justiça74 Relatório Anual da Comissão de Anistia 2008 75

Dados Estatísticos

Aumento na celeridade na apreciação de requerimentos em 2008

Sessões Agendadas Realizadas Plenário Turmas Canceladas2001 04 04 04 00 002002 29 29 05 24 002003 40 35 09 26 052004 54 53 12 41 012005 66 66 12 66 002006 125 104 14 90 212007 140 110 12 98 302008 176 124 21 103** 52*Total 634 525 89 448 109

* Algumas sessões foram canceladas somente para o público externo.** Inclui o número de sessões de julgamento em Caravanas da AnistiaFonte: Setor de Julgamento/CA

Número de sessões realizadas por ano

Fonte: Setor de Julgamento/CA

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Ministério da Justiça76 Relatório Anual da Comissão de Anistia 2008 77

Número de processos apreciados por ano

Fonte: Setor de Contadoria e Finalização/CA

Requerimentos autuados e apreciados por ano

Fonte: Setores de Protocolo e Diligência; e Contadoria e Finalização/CA

Número de recursos apreciados por ano

Fonte: Setores de Contadoria e Finalização/CA

Número total de processos de vereador apreciadosVereador

Ano* Deferido Indeferido Total2004 1 0 12005 1877 10 18872006 4704 4 47082007 7324 1031 83552008 3600 743 4343

Total 17506 1788 19294

*Não há dados anteriores a 2004Fonte: Setores de Contadoria e Finalização/CA

Número de requerimentos apreciados por ministroMinistro Período Defe-

ridos % Inde-feridos % Total

José Gregori 14/04/00 a 14/11/01 7 77,78% 2 22,22% 9

Aloysio Nunes Ferreira Filho 14/11/01 a 03/04/02 61 77,22% 18 22,78% 79

Miguel Reale Junior 03/04/02 a 10/07/02 4 100,00% 0 0,00% 4

Paulo de Tarso R. Ribeiro 10/07/02 a 02/01/03 1630 79,01% 433 20,99% 2063

Márcio Thomaz Bastos 02/01/03 a 16/03/2007 14263 57,56% 10516 42,44% 24779

Tarso Genro a partir de 16/03/2007 13944 73,17% 5112 26,83% 19056

Total 29909 16081 45990

Fonte: Setores de Contadoria e Finalização/CA

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Ministério da Justiça78 Relatório Anual da Comissão de Anistia 2008 79

Total de indenização em prestação única concedida (por ministro)

Ministro Total de Deferidos Qtd. Média Total de Valores

José Gregori 7 5 R$ 61.560,00 R$ 307.800,00

Aloysio Nunes Ferreira Filho 61 43 R$ 35.730,23 R$ 1.536.400,00

Miguel Reale Junior 4 2 R$ 56.000,00 R$ 112.000,00

Paulo de Tarso R. Ribeiro 1630 140 R$ 64.792,86 R$ 9.071.000,00

Márcio Thomaz Bastos 14263 1441 R$ 59.342,01 R$ 85.511.839,45

Tarso Genro 13944 1207 R$ 56.431,07 R$ 68.112.300,00

Total 29909 2838 R$ 164.651.339,45

Fonte: Setores de Contadoria e Finalização/CA

Total de indenização em prestação mensal concedida (por ministro)

Ministro Total de Deferidos Qtd. Média Total de Valores

José Gregori 7 2 R$ 5.644,52 R$ 11.289,04

Aloysio Nunes Ferreira Filho 61 7 R$ 4.049,02 R$ 28.343,11

Miguel Reale Junior 4 2 R$ 3.294,13 R$ 6.588,26

Paulo de Tarso R. Ribeiro 1630 1457 R$ 3.865,29 R$ 5.631.731,99

Márcio Thomaz Bastos 14263 5725 R$ 3.950,34 R$ 22.615.670,70

Tarso Genro 13944 658 R$ 3.507,83 R$ 2.308.155,01

Total 29909 7851 R$ 30.601.778,11

Fonte: Setores de Contadoria e Finalização/CA

Quadro geral de requerimentos apreciados

Geral Vereador Turmas Recurso

Ano Deferi-do

Inde-ferido

Arqui-vado** Total* Defe-

ridoInde-ferido Total Defe-

ridoInde-ferido Total Defe-

ridoInde-ferido Total

2001 19 2 0 21 0 0 0 19 2 21 0 0 0

2002 1683 451 0 2134 0 0 0 1683 451 2134 6 0 6

2003 1446 4231 0 5677 0 0 0 1446 4231 5677 25 21 46

2004 3306 4230 0 7536 1 0 1 3305 4230 7535 86 124 210

2005 3182 1410 0 4592 1879 10 1889 1303 1400 2703 67 114 181

2006 6226 595 0 6821 4702 4 4706 1524 591 2115 79 74 153

2007 8615 1809 0 10424 7324 1031 8355 1291 778 2069 31 264 295

2008 5432 3353 107 8892 3600 743 4343 1832 1958 3790 65 318 383

Total 29909 16081 107 46097 17506 1788 19294 12403 13641 26044 359 915 1274

* os valores totais de requerimentos deferidos e indeferidos sofreram alteração em relação ao relatório de 2007, uma vez que a finalização dos processos de anos anteriores (com a indicação de seu resultado) foi atualizada.

** o arquivamento de processos refere-se a súmula administrativa nº 18

Valor Total de Indenizações Concedidas

Prestações

Única R$ 164.651.339,45

1ª Mensal, Permanente e Continuada* R$ 30.601.778,11

* Referente a primeira prestação a receber, sem reajustes de outros órgãos agregados.

Retroativo

a) valor referente aos cinco anos anteriores à data do primeiro requerimento de anistia

b) Lei n.º 11.354, de 19 de outubro de 2006, prevê formas e condições de pagamento para o retroativo, aos que firmarem o Termo de Adesão

R$ 2.550.420.251,64

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Ministério da Justiça80 Relatório Anual da Comissão de Anistia 2008 81

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Boletim da Comissão de Anistia - Ministério da Justiça - Ano II - Nº 10 - janeiro de 2008

INFORMATIVOComissão de

A Comissão de Anistia divulgoubalanço de suas atividades em20 de dezembro de 2007 noauditório do Ministério daJustiça. Os números foramapresentados pelo presidenteda Comissão, Paulo Abrão. Oministro da Justiça, Tarso Genro,esteve presente.

À frente da Comissão desde oúltimo mês de abril, Abrãoimplementou uma série demudanças assim que assumiuo cargo. Aumentou o número deconselheiros, ampliou aquantidade de sessões porturma, contratou 35 novosfuncionários, reformou oespaço físico, assegurou umorçamento próprio para aComissão de Anistia,implementou uma política deaproximação com osrequerentes, criou 10 gruposde trabalho internos paraestudar matérias contro-vertidas na Comissão deAnistia, dentre outras ações.

As alterações já mostraramefeito prático. Durante todoo ano de 2006, a Comissãojulgou 7067 processos. Até oinício de dezembro de 2007,contabil izando-se apenassete meses de trabalhoefetivos das turmas dejulgamento, já haviam sidojulgados 10228.

Também fez parte da gestão deAbrão a realização de 10sessões temáticas, oportu-nidade que grupos específicosde requerentes têm para contar

Balanço das Atividades da Comissão em 2007

2005

2006

2007

384

610

1279

Número de Processos Julgados

sua versão dos fatos alegadosem seus requerimentos. Foramouvidos, entre outros, ex-trabalhadores do Banco doBrasil, CSN, General Motors,Cosipa, Pólo Petroquímico deCamaçari, Correios ‘e BelgoMineira.

Outro feito importante ocorridodurante o ano de 2007 foi ojulgamento realizado dentro doCongresso da União Nacionaldos Estudantes (UNE), no mêsde julho, em Brasília. Dois ex-presidentes da entidade foramanistiados. Foi a primeira vezque a Comissão promoveu umasessão de julgamento fora doMinistério da Justiça.

Outro evento que marcou o inícioda nova gestão foi a ida deAbrão e mais quatro conse-lheiros a São Domingos doAraguaia, no sul do Pará, emsetembro. Na ocasião, foramcolhidos cerca de 130

depoimentos de agricultores ecamponeses que participaramdo conflito que ficou conhecidocomo Guerrilha do Araguaia,nos anos 1970.

Aqui, mais uma vez, aComissão inovou. Foi aprimeira vez que depoimentosforam tomados fora deBrasíl ia. Os documentos,inclusive, poderão auxiliar aSecretaria Especial de DireitosHumanos da Presidência daRepública na localização doscorpos dos guerrilheiros quepermanecem desaparecidos.

Para 2008, uma série depropostas estão previstas.Entre elas o Projeto

Educativo. Fazemparte dele ascaravanas daanistia, que percor-rerão todo Brasillevando sessõesreais de julgamento,o prêmio nacional demonografia sobre otema, bem comoprêmio nacional dedocumentário sobreanistia política,publicação de mate-riais educativos e dedivulgação, umprojeto cultural daAnistia, um seminário

internacional sobre os 30anos da anistia no Brasil e aconstrução do portal daanistia.

O presidente também colocouem curso a implementação de

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Assessoria de Comunicação Socialdo Ministério da Justiça

Críticas, elogios e sugestões podemser enviadas para o e-mail

[email protected]

www.mj.gov.br/anistia

Expediente

Errata

Na última edição do Boletim (9) foi informado que 33requerimentos de lavradores de Trombas e Formoso, no interiorde Goiás, foram deferidos pela Comissão de Anistia. Na verdade,os 33 pedidos foram indeferidos pelos conselheiros.Antes, no boletim de número 8, publicado no dia 8 de dezembropassado, foi dito que Tereza Cristina Oliveira Pereira foi anistiadapela Comissão. Filha de Antônio Expedito Carvalho, um dos íconesda luta contra a ditadura militar, ela ainda não teve seu processojulgado.

Anistia recenteA Comissão de Anistia declarou a condição de anistiado político brasileiro a JoãoCarlos Almeida Grabois, nascido dentro da prisão em 13/02/73 em razão de suamãe, Criméia de Almeida, sobrevivente da Guerrilha do Araguaia, ter sido presa etorturada. Entendeu a Comissão que João Carlos foi atingido por ato de exceçãopor ter estado preso durante 52 dias, desde o seu nascimento na prisão em 13/02/73 até 02/04/73 quando foi libertado. O requerente pediu que fosse reconhecidocomo tempo de perseguição o tempo em que estava ainda como feto em gestaçãoe também o tempo em que ficou sem poder inscrever em sua certidão de nascimentoo nome de seu pai, desaparecido político no Araguaia (o que ampliaria o período deperseguição de 28/12/72 a 04/09/1988), porém, a Comissão opinou por reconhecê-lo como sujeito de direitos de anistia apenas a partir do seu nascimento e apenaspelo período em que esteve preso. Receberá 30 salários mínimos nos termos da Leide Anistia.

Projeto VereadoresA Comissão de Anistia instituiu no primeiro semestre de 2007 um Grupo de TrabalhoEspecial para agilizar a análise e finalização de mais de 10 mil processos de ex-vereadores. Trata-se do caso dos vereadores que exerceram suas funções semremuneração durante o governo dos militares, e por isso, solicitam a reparação devalores.Porém, não foi constatado prejuízo econômico em tais casos, tendo em conta aprevisão legal de gratuidade no exercício de tais atribuições constantes noordenamento jurídico vigente à época. Assim, inexiste direito à reparação, cabendoapenas o reconhecimento da contagem do tempo de trabalho para fins deaposentadoria. Na medida em que estes processos dependem de decisõesmonocráticas do presidente da Comissão de Anistia, os mesmos estão sendotriados, e as diligências agilizadas, para sua conclusão.

um Memorial da Anistia Políticano Brasil. Este projeto organi-zará o acervo da Comissão deAnistia, além de receber acer-vos de outros locais, investin-

do na preservação da memóriacom a construção de um centrode documentação, um de divul-gação e financiando pesquisassobre a temática da anistia e

da cidadania. Serão firmadasparcerias com instituições deensino e poderes públicos lo-cais de todo o país ao longo doano de 2008.

Boletim da Comissão de Anistia - Ministério da Justiça - Ano II - Nº 11 - janeiro de 2008

INFORMATIVOComissão de

Comissão desenvolve ProjetoEducativo em 2008

Comissão debate Memorial daAnistia Política no Brasil

Objetivando articular a Socieda-de Civil no resgate da memóriados períodos de repressão po-lítica no Brasil, a Comissão deAnistia do Ministério da Justiçainiciou, no Rio de Janeiro, o pro-cesso público de debates sobreseu projeto de memória. Duran-te os próximos anos os traba-lhos do Memorial da Anistia Po-lítica no Brasil serão debatidosem todo o país, na esteira das

atividades das Caravanas daAnistia. Tal ação objetiva permi-tir que o maior número de pes-soas possa auxil iar naimplementação do Memorial, tan-to na formulação de sua concep-ção, quanto na organização deseu Acervo, inicialmente compos-to pelos dossiês processuais daComissão, mas aberto ao rece-bimento de doações de acervospessoais e institucionais.

Memorial daAnistia Política

A primeira atividade de deba-te sobre o projeto após suaapresentação oficial pelo mi-nistro Tarso Genro e pelo pre-sidente da Comissão, PauloAbrão, em 20 de dezembro de2007, deu-se a convite do Pro-grama de Pós-Graduação emMuseologia e Patrimônio daUniversidade Federal do Esta-do do Rio de Janeiro (UNIRIO).A Comissão apresentou o Pro-jeto do Memorial da Anistia Po-lítica no Brasil durante o Encon-tro Museus e Patrimônio na Cons-trução de Outro Mundo Possível,nos dias 24 e 25 deste mês.Contou-se com a contribuiçãode alunos de Pós-Graduaçãode todo o Brasil.Discutiu-se a concepção de ummuseu enquanto espaçointerativo, que não impliquenecessariamente na formaçãode uma “história oficial” sobrefatos que podem ser contadosem diferentes narrativas.

Comissão realizaoficina no FórumSocial Mundial

Dando seguimento ao proces-so de abertura ao debate earticulação social, no dia 26 dejaneiro a Comissão realizouoficina, em forma de audiên-cia pública, apresentando oprojeto do Memorial da Anis-tia Política no Brasil na etapabrasileira do Fórum Social Mun-dial - regional Rio de Janeiro.

GNIDADERDADE

DIGNIDADEBERDADE

DIGNIDADELIBERDADE

A

DIGNIDADE

ALIBERDADE

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DIGNIDADE

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Além da função julgadora depedidos de indenização ereconhecedora da condição deanistiado para quem foi perse-guido politicamente entre 1964e 1988, a Comissão deAnistia terá outrosdois grandes eixosde atuação em2008: as áreaseducativas e dememória. A ges-tão do presiden-te Paulo Abrãopreparou uma sé-rie de ações sobreos dois projetos. Oobjetivo é contribuirpara o resgate da história dopaís, colaborando para a conso-lidação da democracia.Um destes projetos é o AnistiaPolítica: Educação para a Cida-dania, Democracia e os DireitosHumanos. O projeto será des-dobrado em seis diferentesações, com o propósito de fo-mentar o debate e a reflexãosobre os fatos ocorridos duran-

te a ditadura militar (1964-1988),além de contribuir para uma mai-or formação humana, política esocial da juventude.Entre as ações está a Caravana

da Anistia. Por meio de se-minários e parcerias com

instituições de ensinosuperior, governos esociedade civil aidéia é percorrertodo o Brasil paradifundir o trabalhoda Comissão e de-bater o que aconte-

ceu durante o perío-do de repressão. Tam-

bém pretende-se levar aCaravana para países que tive-ram ditaduras semelhantes àocorrida no Brasil, como Argenti-na e Chile.A implementação do programafaz parte das mudanças promo-vidas por Paulo Abrão, que nopróximo mês de abril completaum ano à frente da Presidênciada Comissão de Anistia do Mi-nistério da Justiça.

Assessoria de Comunicação Socialdo Ministério da Justiça

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Boletim da Comissão de Anistia - Ministério da Justiça - Ano II - Nº 12 - fevereiro de 2008

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Comissão lança “Projeto AnistiaCultural”

Será lançado no próximo dia 21,em cerimônia no Ministério daJustiça, o projeto Anistia Cultu-ral. A proposta pretende dar umcaráter pedagógico e cultural àsações da Comissão de Anistia,além de divulgá-las entre estu-dantes universitários e servido-res do próprio ministério.A abertura das atividades con-tará com a participação deCarlos Alberto Libânio Christo, oFrei Betto. O religioso dominicanofalará sobre o período da re-pressão militar no Brasil.Ninguém melhor do que elepara relembrar o assunto eenfatizar a importância da vi-gência da democracia no país.Frei Betto lutou contra o regi-me militar. Em 1964, foi presopor 15 dias. Depois, ficou en-carcerado por quatro anos –entre 1969 e 1973.Sua experiência na prisão re-sultou no livro Batismo de San-gue, em que relata a luta dosfrades dominicanos contra osmilitares. Traduzido em diversosidiomas, a publicação deu ori-gem a filme homônimo lançadoano passado pelo cineasta

Mudanças no Setor de AtendimentoCom o objetivo de prestar informações commais qualidade aos requerentes, aCoordenação-Geral de Tecnologia daInformação do Ministério da Justiçadesenvolveu um novo software deatendimento. A ferramenta, que está em fasede testes, deve passar a funcionar emmarço. Com o novo sistema, o requerentepossuirá certificação digital de todas assuas solicitações, além de receberrespostas mais ágeis e completas, seja nosatendimentos virtuais ou nos presenciais.Além disto, os funcionários serãocapacitados em prestação de atendimento

com excelência. A orientação será ministradapelo Serviço Nacional de AprendizagemComercial (Senac/DF).Com a implantação do novo software, acapacitação dos servidores e o recenteesforço para a reorganização do sistema deinformações processuais da Comissão(PCPA), será estabelecido um novo marcode organização e qualidade para oatendimento externo da Comissão de Anistia.O fluxo processual se tornará maistransparente, além do acesso de qualidadeàs informações por diferentes mídias tambémser facilitado.

Na última edição, foi informado quea Comissão analisa os processosde quem foi perseguido entre 1964e 1988. Mas a Lei da Anistia abran-ge quem sofreu perseguição entre1946 e 1988.

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Helvécio Ratton. O filme foi exibi-do, com a presença do diretor, em2007 na Comissão de Anistia.O lançamento do projeto AnistiaCultural é aberto ao público.Acontecerá às 16h30 do próximodia 21 no Ministério da Justiça.

Mais debatesA participação de Frei Betto é sóo início. Para os próximos meses,estão previstos convidados quetiveram papel destacado duranteo período.Também estão previstas mos-tras de filmes, charges e fotogra-fias.

Comissão ampliacapacitação dos

funcionários

Nesta semana, os servidoresdo Setor de Análise passarãopor capacitação específica emLíngua Portuguesa e RedaçãoOficial. O curso, ministradopelo SENAC/DF, objetivamelhorar a qualidade daredação das minutas de votosproduzidas pelo setor,tornando-os mais objetivos eclaros. O curso é um dosmódulos do programa decapacitação funcional, iniciadoem 2007, e será estendido atodos os setores.

ABIA Comissão fará parte dascomemorações do centenárioda Associação Brasileira deImprensa (ABI), que serárealizado em março. O convitefoi feito pelo presidente daAssociação, Maurício Azedo.Com o tema “100 anos deLuta pela Liberdade”, a ABIcelebrará seu centenário comsessão na Câmara dosDeputados e lançamento deselo comemorativo.

Boletim da Comissão de Anistia - Ministério da Justiça - Ano II - Nº 13 - fevereiro de 2008

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Frei Betto ressaltaimportância da Comissão

Temporada desessões temáticas

Em breve estará disponível nosite da Comissão de Anistia(www.mj.gov.br/anistia) o ca-lendário das sessões temáticaspara este ano. As sessõestemáticas são uma oportunida-de para categorias específicasde requerentes exporem osmotivos pelos quais acreditamser anistiadas.Desde que este novo espaço dediscussão foi implantado, já fo-ram ouvidas uma série de cate-gorias profissionais. Entre elas,petroquímicos de Camaçari (BA),ex-trabalhadores da GeneralMotors (GM), Petrobras, Cosipa,CSN, Belgo Mineira e ex-cabosda Aeronáutica, por exemplo.As sessões são abertas aopúblico e contam com a pre-sença, além do presidentePaulo Abrão, de conselheirosda Comissão. As categoriastêm lançado mão de váriosartifícios para contar sua his-tória, como a exibição devídeos e depoimentos dequem passou pelas dificulda-des da época. Quem compa-receu aos encontros teve ver-dadeiras aulas sobre a histó-ria recente do país.Com as sessões temáticas, es-pera-se agilizar o julgamentodos processos. Como são vári-os requerimentos, todos serãoanalisados em bloco.Informações podem ser obti-das pelo fone (61) 3429-9400.

“O trabalho da Comissão é desuma importância para o paísconstruir uma democraciaparticipativa”. Com esta convic-ção, o religioso da ordemdominicana e ex-perseguidopolítico Frei Betto participou dolançamento na última quinta-feira (21) doprojeto AnistiaCultural, umadas ações inte-grantes do Pro-jeto Educativoda Comissãode Anistia doMinistério daJustiça.Frei Betto falousobre sua ex-periência de combate a repres-são no Brasil nas décadas de60, 70 e 80.A palestra de quinta-feira foi aprimeira de uma série de ativi-dades programadas pelo pro-jeto. A próxima será em março,no dia 7, uma sexta-feira. Emhomenagem ao Dia Internacio-nal da Mulher (8), estarão pre-

sentes mulheres que tiveramparticipação destacada no perí-odo, como Iara Xavier, familiar demilitantes mortos pela repressãode Estado, Therezinha Zerbini,também militante, e uma das re-presentantes das Mães da Pra-ça de Maio, da Argentina.

Para o presi-dente da Co-missão, PauloAbrão, é im-portante quesejam agre-gadas outrastarefas alémdo julgamentode pro-ces-sos. “Estamospassando a

história do país a limpo. Precisa-mos transformar este trabalhoem reflexão política”, defendeu.O pensamento é o mesmo do se-cretário-executivo do Ministérioda Justiça, Luiz Paulo Barreto. “AAnistia é um instrumento eficien-te para o Brasil reparar a história,além de ser um dos pilares da de-mocracia”, disse o secretário.

Comissão de Anistia realiza encontro

Encontro promovido pela Comis-são de Anistia, entre quinta-fei-ra (21) e esta segunda-feira(25) em Pirenópolis (GO), dis-cutiu Estratégias de Divulgaçãoe Preservação da Memória daAnistia Política do Brasil.Durante cinco dias, o presiden-te Paulo Abrão, conselheiros eservidores da Comissão deAnistia debateram as metassobre a organização de umaação conjunta e integrada pararealização do planejamentoproposto pelo órgão e execu-

ção das ações para o ano de2008, a fim de garantir a preser-vação e divulgação da memóriada Anistia Política no Brasil.Tiveram atenção especial os pro-jetos do Memorial e Educativo etemas como o Programa Nacionalde Alfabetização (PNA), Guerrilhado Araguaia, lapso temporal daprestação única, Cabos da FAB,recursos, critérios para concessãodo direito à contagem de tempopara todos os efeitos. As decisõessobre os assuntos serão tema dapróxima edição do boletim.

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Boletim da Comissão de Anistia - Ministério da Justiça - Ano II - Nº 14 - março de 2008

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Comissão e SecretariaEspecial de Políticas paraMulheres firmam parceria

Visita à Comissão

A Comissão de Anistia do Ministé-rio da Justiça, recebeu na quarta-feira, dia 27 de fevereiro, a Comis-são Especial Interministerial doMinistério do Planejamento, Orça-mento e Gestão (CEI). Criada em24 de junho de 2004, pelo Decreto5115, a CEI revisa atos adminis-trativos praticados por comissõescriadas pelos Decretos nos 1.498,1.499 e 3.363, referentes a proces-sos de anistia de que trata a Leino 8.878, de 11 de maio de 1994. Areunião teve como principal obje-tivo o intercâmbio de informaçõesadministrativas sobre o andamen-to dos processos e a transparên-cia dada aos trabalhos na Comis-

são de Anistia do MJ.

O compromisso com o resgate histórico

A Comissão de Anistia do Ministério daJustiça e a Secretaria Especial de Po-líticas para Mulheres, da Presidênciada República, pretendem editar umapublicação em conjunto sobre o papeldesempenhado pelas mulheres nocombate ao regi-me repressivo eno processo deredemocratizaçãodo país. A propos-ta foi feita pela mi-nistra Nilcéa Freirena última sexta-feira (7), durante asegunda ediçãodo projeto AnistiaCultural, marcadapelo tema “O papeldas mulheres na resistência à ditadu-ra militar”.Durante o evento, foi realizada umasessão extraordinária de julgamen-to em homenagem ao Dia Internaci-onal da Mulher, que julgou requeri-mentos de sete mulheres que en-frentaram o autoritarismo de Estado.“Proponho à Comissão de Anistiaque se faça este resgate. Podemospensar em uma publicação a partir

das histórias recolhidas e recupera-das das requerentes”, disse a minis-tra. “Não há uma atividade no paísque não tenha o braço, cérebro e almadas mulheres”, completou.Segundo ela, o evento de sexta-feira

teve um duplo sig-nificado. “Trata-se da reparaçãoaos danos causa-dos pela ditaduramilitar a cada umadas sete reque-rentes. E tambémse trata de recupe-rar, do ponto de vis-ta histórico, o papelque as mulheres

brasileiras desempenharam na re-sistência à opressão e na reconstru-ção da democracia no nosso país”.Além da ministra, participaram daAnistia Cultural as palestrantes IaraXavier, que destacou a luta de muitasmulheres durante o período,Therezinha Zerbini, que testemunhousua atuação à época da repressão, eAdelina de Alaye, Mãe da Praça deMaio, que trouxe a história da ditadu-ra na Argentina.

Recadastramentode processos

Um balanço parcial do trabalho derecadastramento de requerimen-tos aponta para cerca de 8.500 pro-cessos recadastrados até o mo-mento. A equipe hoje é compostapor 7 funcionários da Comissãode Anistia, sob a responsabilida-de dos coordenadores do Setor deAtendimento e do Setor de Proto-colo e Diligência. Além dorecadastramento, está sendo rea-lizada a atualização do cadastrodos requerentes. Para esta tarefa,quando necessário, a Comissãosolicita o envio do endereço e dosdados atualizados de cada um dos

anistiados e anistiandos.

A sessão de julgamento extraordináriaocorrida na última sexta-feira anistiousete perseguidas políticas. EstrellaDalva Bohadana, Halue Yamagyti, AnaWilma Morais, Clara Charf, BeatrizArruda, Nancy Mangabeira Unger eMaria do Socorro de Magalhães tiveramseus requerimentos de anistia julga-dos por seis conselheiras da Comis-são de Anistia.Para o presidente da Comissão,Paulo Abrão, a sessão de julgamen-to em homenagem às mulheres foi

mais do que um dever do órgão. “Opainel e a sessão de julgamento des-tes processos simbólicos reafirmamo compromisso da Comissão detransformar estes trabalhos em ummomento de efetiva reflexão políticapara o país sobre as dificuldades dasconquistas das liberdades democrá-ticas que usufruímos hoje”, afirmou.Abrão também lembrou da necessi-dade do “compromisso com a histó-ria contada a partir do ponto de vistados perseguidos políticos”.

Boletim da Comissão de Anistia - Ministério da Justiça - Ano II - Nº 15 - março de 2008

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Lançamento da Caravana daAnistia no centenário da ABI

Anistias recentes

Bolívar Nascimento Prestes

Agricultor de Cruz Alta/RS que foipreso acusado de praticar atossubversivos. Era parente de LuizCarlos Prestes. Retornou da pri-são com muitos problemas desaúde e queimaduras, o quecomprometeu sua capacidade detrabalhar como agricultor. Fale-ceu em setembro de 1975, e re-cebeu declaração de anistiadopolítico post mortem.

Francisco Pinto Montenegro

Estudante que iniciou suamilitância política em 1963. Foipreso por duas vezes, a primeiraem 1966 pelo DOPS-GO, porexercer atividades subversivas, ea segunda em 1968. Franciscohoje é professor, trabalha na Uni-versidade Católica de Goiás, vivecom a família em Goiânia e dedi-ca-se, dentre outras, à luta emprol do meio ambiente.

Pedro de Camargo

Foi submetido a sucessivas pri-sões, após iniciar militância polí-tica ainda quando estudante doCurso de Ciências Econômicasda Universidade de São Paulo.Exercia a função de contador eprovou ter perdido vínculo laboralpor conta das perseguições polí-ticas sofridas.

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Será lançada no próximo dia 4,no Rio de Janeiro, a Caravanada Anistia, parte integrante doProjeto Educativo da Comissãode Anistia do Ministério daJustiça. A Caravana éuma das ações daComissão pre-vistas para2008, e a inici-ativa temcomo objetivodivulgar o tra-balho desenvol-vido pelo órgãojunto à sociedade,diferentes espaços einstituições, bem comooportunizar, em especial aos jo-vens, o conhecimento, a reflexãoe o debate referente ao períodode repressão de Estado.O lançamento da Caravana daAnistia acontecerá na sede daAssociação Brasileira de Im-prensa (ABI), no bojo das co-memorações de seu centená-rio. Na ocasião, serão julgadosrequerimentos de jornalistasque entraram com pedido deanistia junto à Comissão. O mi-nistro da Justiça, Tarso Genro,vai prestigiar o evento, alémdos presidentes da Comissãode Anistia, Paulo Abrão, e daABI, Maurício Azêdo. Ainda es-tará presente a presidente daUnião Nacional dos Estudantes(UNE), Lúcia Stumpf.Está programada uma homena-gem a David Capistrano. Filhode comunistas, o recifenseCapistrano foi líder estudantil,correspondente internacional,

prefeito de Santos (SP), médicoe escritor. Nascido em 1948, mo-rou no Sul do Brasil com a famíliaquando menino, já que seus paiseram perseguidos pelo gover-

no. De volta aPernambuco, na adoles-

cência, se tornou líderestudantil. Foi presoquando do golpe mi-litar em 1964. Morouno Rio de Janeiro,onde se formou emMedicina, e em São

Paulo, onde foi prefei-to de Santos. Pediatra,

também foi um renomadojornalista. Dedicou-se intensa-

mente a combater o regime. Foio principal dirigente do PCB emSão Paulo a partir de 1974.Mor-reu em 2000, na Bahia, vítima deum problema crônico no fígado.Também está programada umahomenagem a outro jornalistaícone na luta contra o regimemilitar, Vladimir Herzog. Vlado,como era conhecido, trabalhouno jornal O Estado de São Pauloe na BBC de Londres, e foi dire-tor da TV Cultura.Foi intimado a prestar depoimen-to no Exército em SP em 1975.Foi achado morto na cela do quar-tel. A causa oficial da morte é sui-cídio, mas Herzog foi torturado eassassinado, fato reconhecidopela Comissão Especial de Mor-tos e Desaparecidos Políticos daPresidência da República.Em função dos inúmeros protes-tos que suscitou no país e no ex-terior, sua morte é considerada oinício da abertura política no país.

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Boletim da Comissão de Anistia - Ministério da Justiça - Ano II - Nº 16 - abril de 2008

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Anistia é consolidação dademocracia, diz ministro

Lembrar para

não repetir

Para o presidente da ABI, MaurícioAzêdo, a entidade se sente extre-mamente confortável em ser o ce-nário da inauguração das Carava-nas da Anistia. “O projeto percor-rerá o Brasil difundindo as idéiaslibertárias que desembocam naComissão de Anistia”, declarou.Segundo ele, a ABI, em defesa dosdireitos do povo e do progresso dopaís, completa cem anos reafir-mando seu compromisso de lutapela liberdade. Assim como a Co-missão, que nos seus seis anosde funcionamento tem lutado parareconhecer os danos causadospelo Estado a milhares de brasi-leiros durante o regime.Parceira da Comissão no projeto,a União Nacional dos Estudantes(UNE) saudou a iniciativa. “É ne-cessário que a gente crie instru-mentos como este da Caravanapara que possamos resgatar nos-sa memória e construir na gera-ção de hoje o legado de todosaqueles que já lutaram pela cons-trução da democracia no país”,disse a presidente da entidade,Lúcia Stumpf. Uma das primeirasa ser anistiada, Joana D´Arc BizzotoLopes se emocionou ao dirigir apalavra às membros da mesajulgadora. “Foram momentos dolo-rosos de humilhação. As Carava-nas são a esperança para que nãotenhamos mais nenhuma ditadu-ra no país”, defendeu.

A Comissão de Anistia lançou na úl-tima sexta-feira (4), na AssociaçãoBrasileira de Imprensa (ABI), no Riode Janeiro, o projeto Caravanas daAnistia. Além dos presidentes daComissão, Paulo Abrão, da UNE,Lúcia Stumpf, e da ABI, MaurícioAzêdo, o ato contou com a presençado ministro da Justiça, Tarso Genro.As Caravanas da Anistia têm o objeti-vo de fazer com que a sociedade civilcompreenda a Comissão como ins-trumento indispensável para conso-lidação da democracia. Até 2010, oprojeto percorrerá todos os estadosbrasileiros e alguns países da Amé-rica Latina que tiveram ditaduras se-melhantes ao Brasil, como Argentinae Uruguai.A primeira atividade do projeto foi ojulgamento dosprocessos de20 jornalistasp e r s e g u i d o spelo regime mi-litar. À aprecia-ção dos reque-rimentos, so-mou-se as co-m e m o r a ç õ e spelo centenárioda ABI.Para o ministro, a anistia é a recu-peração da memória, o pedido deperdão do Estado aos cidadãos quesofreram com o regime de exceção.“É um processo de reconhecimen-to e pedagogia democrática”, afir-mou.Segundo Tarso, atos como o de sex-ta-feira valorizam e afirmam a cida-dania, transparência e mudança nacultura das pessoas a respeito devalores como a democracia, alémde promover a coesão social e com-bater desigualdades.

Crivo Público O presidente da Co-missão, Paulo Abrão, lembrou que

a sessão realizada na ABI foi a pri-meira da Comissão fora de Brasília.“Seria muito confortável ficarmos noMinistério da Justiça. Mas precisamossubmeter a Comissão ao crivo públi-co, à crítica e fiscalização direta dasociedade. Somos uma espécie detribunal da história”, declarou.Como o ministro, ele lembrou que aanistia não é um esquecimento da his-tória. “É o resgate da dívida política queo Brasil possui com uma série de cida-dãos”, declarou. “Dinheiro algum pagao sofrimento pelos quais passaramtantos brasileiros vítimas de um Esta-do que tinha a obrigação de protegê-los. O que querem é o reconhecimentooficial da perseguição, pedidos de des-

culpas oficiais”, completou.

Jornalistas anistiados nesta sexta

Ziraldo Alves Pinto, Sérgio deMagalhães G. Jaguaribe, Joana D´ArcB. Lopes, George de Barros Cabral, AriCandido Fernandes, Maria Regina P. deSenna Figueiredo, Orlando MarettiSobrinho, Ricardo de Moraes Monteiro,Sinval de Itacarambi Leão, Maria JoséRios P. da S. Lindoso, Félix Augusto deAthayde, Amaro Alexandrino da Rocha,Pery de Araújo Cotta, Josail Gabriel deSales, Reynaldo Jardim Silveira, CarlosGuilherme de M. Penafiel, OctávioMalta, Nilson Nobre de Almeida, JorgeSaldanha de Araújo e Maria Ignes daCosta D. E. Bastos.

Boletim da Comissão de Anistia - Ministério da Justiça - Ano II - Nº 17 - abril de 2008

INFORMATIVOComissão de

Assessoria de Comunicação Socialdo Ministério da Justiça

Críticas, elogios e sugestões podemser enviadas para o e-mail

[email protected]

www.mj.gov.br/anistia

Expediente

Comissão vai até SãoDomingos do Araguaia

A Comissão de Anistia informa que,nos dias 25 e 26 de abril, estará emSão Domingos do Araguaia (PA). Opresidente da Comissão, PauloAbrão, e quatro conselheiros vãoouvir moradores da região que, nadécada de 1970, tiveram proprieda-des invadidas e destruídas peloExército e foram obrigados a auxili-ar as tropas na caçada a militantesdo PCdoB que se tentavam montaruma guerrilha a partir da região.A Comissão esteve pela primeira vezem São Domingos em setembro doano passado, quando foram ouvidos136 agricultores e camponeses.Desde então, foi destacado pelo pre-sidente da Comissão de Anistia, Pau-lo Abrão Pires Junior, um Grupo deTrabalho para estudar exclusivamen-

Câmara dos Deputados doadocumentos à Comissão

No dia 17 de abril, na Câmara deDeputados, foi assinado pelos pre-sidentes da Comissão de Anistia,Paulo Abrão, e da Comissão de Di-reitos Humanos e Minorias,Pompeu de Mattos, o Termo de Do-ação de documentos referentes àGuerrilha do Araguaia. A Comissãode Direitos Humanos e Minorias feza doação de todos os documentosoriginais sobre o episódio. Dentreeles, estão termos de declaraçõesdo deputado José Genuíno, um dosex-guerrilheiros, além de outras de-clarações de pessoas envolvidasno combate, relatórios de informa-ções e boletins apreendidos doPCdoB sobre diversas operaçõesrealizadas pelas forças de repres-são do Estado, como a OperaçãoMesopotâmia, Cigana, Peixe eSucuri.

Este ato abre a campanha de doaçãode documentos da Comissão, quepretende receber e tratararquivisticamente a documentaçãoreferente à anistia brasileira e à re-pressão, e posteriormente colocá-laà disposição do público. Os docu-mentos fortalecerão a instrução pro-cessual da Comissão de Anistia.

te os processos relativos ao episódio.Efetivaram-se coletas de documen-tos em diversos órgãos e instituiçõescom vistas a instruir os processos.Destaque para o recente Termo deDoação de Documentos assinado porAbrão e o presidente da Comissão deDireitos Humanos e Minorias da Câ-mara dos Deputados, Pompeu deMattos, para a transferência de todadocumentação, original, sobre os fa-tos ocorridos no Araguaia, à Comis-são de Anistia.A atividade não consistirá em ses-sões de julgamentos de processos,mas de oitiva de testemunhos e de-poimentos como fase de instruçãopara a preparação dos processos. Osjulgamentos deverão ocorrer no pri-meiro semestre de 2008.

Anistias Recentes

Antônio Ribeiro Penna –Engenheiro civil, Antônio foi presoe torturado em 1969, foi indiciadoe processado com base na Leide Segurança Nacional, sendoabsolvido em 1972. Militouconjuntamente com os freisdominicanos, que apoiavam aALN, tendo sido companheiro delutas de Frei Betto, Frei EdsonBraga de Souza e de JoãoAntônio Caldas Valença.

Júlio Prata – Declaradoanistiado político post mortem naCaravana da Anistia em SãoPaulo. Anistiado. Foi militante doPartido Comunista Brasileiro,preso e torturado por diversasvezes, e que, em conseqüênciadisso, além da alegação da perdado vínculo laboral, ficou surdo eperdeu parcialmente a visão.

Joana D´Arc Bizzotto Lopes –Uma das líderes do movimentofeminista no Paraná, fundadorado Jornal Brasil Mulher. Trabalhouna Folha de Londrina, sendodesligada em 1978. Eraconstantemente monitoradapelos órgãos de repressão. Teveseu registro funcional refeitosomente em 1987 pelo Sindicatodos Jornalistas de São Paulo. Foideclarada anistiada durante olançamento da Caravana daAnistia.

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IIINo dia 29 de abril, foi realizada a

3ª edição da Anistia Cultural. A atividade contou com a presença de Reynaldo Jardim, jornalista, poeta e criador do jornal-escola “O Sol”.

O jornal foi tema do documentário “O Sol – caminhando contra o vento”, dirigido por Tetê Moraes e Martha Alencar, que foi veiculado no evento. Após a exibição do

documentário, o jornalista participou de debate sobre o “papel da imprensa crítica frente ao regime militar”.

A Anistia Cultural faz parte do projeto educativo “Anistia Política: Educação para a Cidadania, Democracia e os Direitos Humanos”. É uma atividade aberta ao público e que busca divulgar o caráter pedagógico e cultural das ações da Comissão, além de disseminar o trabalho entre os estudantes e servidores do próprio Ministério.

Os Trabalhadores do Mar

inauguraram, em 23 de abril, as Sessões Temáticas de 2008. Os requerentes distribuíram documentos aos conselheiros e discursaram sobre os motivos pelos quais acreditam merecer a condição de anistiado político.

Diferentemente das sessões usuais da Comissão, nas sessões temáticas não há julgamento dos processos. São espaços oportunizados a anistiados e anistiandos para divulgação de documentos e opiniões e testemunhos sobre fatos que considerem importante para o julgamento de seus requerimentos. O cronograma das Temáticas 2008 está no site da anistia.

Pela segunda vez, a Comissão tomou depoimentos em São Domingos do Araguaia (PA) - a primeira foi em setembro de 2007. O objetivo é instruir os processos de camponeses que sofreram com o regime repressivo. Eles eram considerados suspeitos de colaborar com os guerrilheiros do PCdoB, embrenhados na mata - nas divisas entre o Pará, Maranhão e Tocantins - e que lutavam para implantar o socialismo no Brasil na década de 1970, na chamada Guerrilha do Araguaia.

A Comissão de Anistia ouviu 120 pessoas. A maioria relatou torturas, perda de pequenas propriedades e mortes. Houve relatos de famílias que foram separadas e tiveram crianças seqüestradas. Os depoimentos tomados serão anexados aos processos já existentes na Comissão .

Além do presidente Paulo Abrão e sete conselheiros, também participaram do evento o secretário-adjunto de Justiça do Pará, Roberto Martins, e a deputada estadual Bernardete Ten Caten.

Expediente

O ministro da Justiça, Tarso Genro, assinou no último dia 15, a portaria que cria o Memorial da Anistia Política no Brasil. A cerimônia ocorreu durante a Caravana da Anistia no Rio de Janeiro. O Memorial será constituído por um centro de divulgação e de documentação, com acervos históricos dos períodos de repressão - entre 1946 e 1988 -, além de todos os arquivos da Comissão de Anistia. Também promoverá ações de fomento à pesquisa e publicação de materiais de relevo social sobre a luta pela democracia no Brasil. “A anistia não é um esquecimento, nem contribuição financeira, porque o Estado nunca vai pagar todos os tipos de prejuízo que tiveram as pessoas que se opuseram ao regime militar”, afirmou o ministro.

Segundo o presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão, a iniciativa vai entrar para a história. “A sede da UNE no Flamengo foi um dos lugares onde a repressão atuou de forma veemente. A anistia é o reconhecimento da dívida política que o país ainda tem e é um direito constitucional”.

Durante a solenidade, houve uma homenagem post morten a Honestino Guimarães, ex-presidente da UNE, e a Elza Monnerat, uma das fundadoras do PCdoB.

Foram julgados ainda requerimentos de anistia de jovens perseguidos pela repressão.

Edson Menezes da Silva, era integrante do movimento estudantil e ajudou a fundar o Instituto dos Economistas da Bahia; Dione Damasceno, presa em 1972,

foi acusada de praticar atividades subversivas; Mário Magalhães Lobo Viana foi um dos nove estudantes presos no Maracanãzinho durante show de Geraldo Vandré; Solange Lourenço Gomes, militante política nos anos 1960/1970, teve a declaração de anistiada política post mortem requerida por seu marido Celso Pohlmann Livi; Ana Maria Santos Rocha foi militante estudantil e atuou no PCdoB a partir de 1973; e Olivia Rangel Joffily, militante do movimento estudantil paulista, atuou na Ação Popular (AP). O objetivo da Caravana, parte integrante do Projeto Educativo “Anistia Política: Educação para a Cidadania, Democracia e os Direitos Humanos”, é contribuir para o resgate, debate e reflexão da história do país e tornar a atuação da Comissão mais transparente.

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A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça ouviu no dia 8 policiais rodoviários federais da Bahia que alegam perseguição política na década de 1970. O grupo, composto por cerca de 50 pessoas, expôs suas teses.

“Queria apenas ajudar a fundar o sindicato da categoria para reivindicar melhores condições de trabalho”, disse Welington Silva, um dos anistiandos presentes.

O anistiando Waldomiro Oliveira alega perda do posto na PRF e expulsão da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Preso e torturado, era acusado de ser um dos comunistas da corporação no estado. “O sofrimento foi grande”, contou.

Os ex-policiais rodoviários federais da Bahia falaram à Comissão durante as Sessões Temáticas, iniciativa implantada no ano passado. As sessões são um espaço para grupos específicos de requerentes contarem sua história e os motivos pelos quais acreditam merecer deferimento de seus processos.

Todos estes processos, incluindo os dos ex-servidores da PRF/BA, poderão ser julgados em bloco. A meta da Comissão é apreciá-los o mais rápido possível.

A historiadora italiana Bruna Peyrot proferiu palestra no dia 8 de maio na Comissão de Anistia.

Na oportunidade, a pesquisadora, dedicada ao tema da participação e da democracia, abordou o assunto: "A Sociedade Latino-Americana depois da Ditadura: Argentina, Brasil, Chile e Uruguai".

Após sua exposição, seguiu-se diálogo com os conselheiros da Comissão e demaispresentes à palestra.

Aconteceu em 13 de maio a terceira reunião do Fórum dos Representantes dos Anistiandos Políticos no Gabinete da Presidência da Comissão. A reunião teve como pauta principal os temas abordados durante a audiência pública na Câmara dos Deputados, no dia 7. Ela acontecerá bimestralmente a partir de junho de 2008.

A Comissão de Anistia divulgou balanço de suas ações durante audiência pública na Câmara dos Deputados, no último dia 7.

“A audiência foi positiva. Além do Fórum com o Ministério do Planejamento, também vamos buscar entendimentos junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) em parceria com os parlamentares. A audiência amplia a transparência do trabalho da Comissão”, afirmou o presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão.

Foram julgados no ano de 2007 cerca 10 mil processos. A meta é zerar a pauta– já foram apreciados 38 mil de 60 mil –até o final da gestão do ministro Tarso Genro, em 2010.

Abrão lembrou, no entanto, que o número de processos a serem julgados pode aumentar, já que não há prazo para a entrada de pedidos na Comissão de Anistia. Ele defendeu o estabelecimento de uma data limite para novos processos. A alteração teria que ser feita pelo Congresso Nacional, que em 2002 aprovou a Lei que rege os trabalhos da Comissão – a 10.559 – por unanimidade.

Além do presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, responsável por analisar os processos de quem se julga perseguido político entre 1946 e 1988, a audiência ouviu o secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Ferreira. O órgão possui um departamento para analisar os casos de servidores demitidos de março de 1990 a setembro de 1992, durante o governo Collor.

Também foi ouvido Henrique Castro, do Ministério da Defesa, que cuida dos interesses dos militares perseguidos políticos.

Expediente

Representantes da Comissão de

Anistia do Ministério da Justiça compareceram no dia 30 de maio a Curitiba (PR). Eles participaram do lançamento do projeto: “Depoimentos para a História”, uma iniciativa do Grupo Tortura Nunca Mais do Paraná e do Arquivo Público do Estado, que reuniu cerca de 150 pessoas na capital paranaense.

O projeto pretende coletar depoimentos de pessoas que sofreram perseguição política por participarem da resistência ao regime militar no Paraná, antes e depois da vigência do regime. Tem como objetivo, ainda, reunir depoimentos de ex-presos políticos que, de alguma forma, sofreram vigilância, privações e torturas causadas pela ação repressiva do Estado, da década de 40 à de 80.

Na oportunidade, também foi conso-lidada parceria com o Grupo Tortura Nunca Mais do Paraná para o lançamento oficial da Campanha de Doação e de Arre-cadação de Documentos, prevista para ocorrer durante a Caravana da Anistia, no dia 27 de junho próximo em Curitiba.

Serão estabelecidos ainda contatos para dinamizar a realização do projeto Memória Oral no Estado, mais uma das ações do projeto Memorial da Anistia Política no Brasil, criado pela Portaria Ministerial n.º 858, de 13 de maio de 2008.

Na quinta-feira, dia 30 de maio, a Comissão de Anistia realizou mais uma

edição da Anistia Cultural, atividade integrante do Projeto Educativo “Anistia Política: Educação para a Cidadania, Democracia e os Direitos Humanos”. A 4ª edição do evento, realizada em parceria com o Fórum dos Representantes dos Anistiados e Anistiandos Político, teve como tema “A luta dos trabalhadores pela redemocratização pós – 79”.

O ex-deputado federal do grupo que reuniu os “autênticos do MDB”, João Orlando Cunha, e o sindicalista e dirigente do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), José Maria de Almeida, relataram suas atividades políticas no período do regime militar, especialmente no período pós 79. Falaram sobre a repressão praticada pelos militares, que intervieram nos movimentos grevistas, e a Lei de Segurança Nacional. O evento contou com a presença da vice-presidente da Associação Brasileira de Anistiados Políticos (ABAP), Alexandrina Cristensen, funcionários da Comissão de Anistia e do Ministério da Justiça, além de muitos anistiandos e anistiados.

O metalúrgico José Maria, atuante na região do ABC paulista nos anos 1970 e 1980, elogiou a iniciativa da Comissão e do Fórum. “O trabalho da Comissão de Anistia joga luz na história”, disse. A Anistia Cultural contou com a animação musical do cantor Hélder Nascimento, que integra o quadro de funcionários da Comissão.

O projeto tem o propósito de dar um caráter cultural e pedagógico às ações da Comissão e divulgá-las entres estudantes universitários e servidores do Ministério.

Expediente

Nos próximos dias 3 e 4 de junho, a Caravana da Anistia estará em Goiânia, na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás, para julgamentos dos processos de: Eduardo Dias Campos Sobrinho, Oscavu José Coelho, José Abadia Bueno Teles, Nelson Remy Gillet, Nelson Cordeiro, Cley de Barros Loyola, Nestor Pereira da Mota, Aparecida Alves dos Santos, José Porfírio de Souza, Benito Pereira Damasceno e José Noleto.

A atividade será realizada em parceria com a União Nacional de Estudantes (UNE), a União Estadual dos Estudantes de Goiás, o Centro Acadêmico XI de Maio e o Diretório Central de Estudantes da UCG. O evento ocorrerá no bojo do seminário “Ditadura Militar – 21 anos de trevas na história do Brasil”, que, além da Caravana,realizará mostra de filmes e debates, com direito a um show de encerramento.

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O Projeto Memorial da Anistia Política no Brasil, instituído pela Portaria Ministerial n.º 858 GM/ MJ, de 13 de maio de 2008, está organizando, preservando e divulgando a memória e o acervo histórico dos períodos de repressão política no país, previstos pela Lei n.º 10.559/2002.

Entre suas ações está a Campanha de Doação e Arrecadação de Documentos, cujo objetivo é reunir e sistematizar o acervo de documentos (dossiês administrativos, fotos, relatos, testemunhos, livros, vídeos, áudios, imagens, etc.) acumulados pela Comissão de Anistia nos últimos anos, como também aqueles especialmente recebidos com a finalidade de integrarem o Centro de Documentação e Pesquisa do Memorial da Anistia Política no Brasil. Esse material receberá o tratamento adequado, a fim de possibilitar a consulta e o estudo, criando as condições para que a memória da resistência histórica do povo brasileiro fique acessível à cidadania.

A campanha será oficialmente lançada na próxima Caravana da Anistia, que será realizada em Curitiba/PR, no dia 27/06, em parceria com o Grupo Tortura Nunca Mais daquele Estado.

Caso você disponha de algo, original ou cópia reprográfica e digital, que possa contribuir para esse acervo, entre em contato pelo endereço eletrônico: [email protected] ou pelo telefone: 61-3429 9400.

Expediente

A Comissão de Anistia recebeu o Dr. Joaquín Herrera Flores, professor da Universidade Pablo Olavide, Sevilha, Espanha, no último dia 5, durante sessão plenária administrativa. Na ocasião o professor ministrou palestracujo tema contemplava os “Direitos Humanos e a Teoria da Cultura”. O intercâmbio cultural contou com a presença dos Conselheiros e de funcionários da Comissão de Anistia.

Curitiba (PR) recebeu uma edição das Caravanas da Anistia, ação do projeto “Anistia Política: Educação para a Cidadania, Democracia e os Direitos Humanos”, da Comissão de Anistia.

As Caravanas estão acontecendo nos estados como forma de contribuir para o resgate, reflexão e debate da história do país. Na capital paranaense, a Caravana fez parte do Seminário “Anistia e Democracia - Direito à Memória e à Verdade”, promovido pelo Grupo Tortura Nunca Mais (PR), nos dias 25, 26 e 27 no Colégio Estadual do Estado, em parceria com a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.

Militantes, ex-presos políticos, autoridades e convidados debateram a luta pela volta da democracia no país, entre 1946 e 1988. Várias personalidades foram homenageadas por sua contribuição à resistência ao regime de exceção.

O evento também marcou o lançamento da Campanha de Doação e Arrecadação de Documentos, uma das ações do Memorial da Anistia Política no Brasil, cujo objetivo é reunir esistematizar o acervo de documentos acumulados pela Comissão.

A sede do Memorial será construída até 2010. O espaço será constituído por um centro de divulgação e de documentação, com acervos históricos dos períodos de repressão e todos os arquivos do órgão. O projeto promoverá ações de fomento à pesquisa e publicação de materiais de relevo social sobre a luta pela redemocratização no Brasil.

Para o presidente da Comissão, Paulo Abrão, o evento caracterizou uma união de gerações. "Este ato simboliza uma transferência de responsabilidades, daquela geração para as novas”, afirmou.

Narciso Pires, presidente do Tortura Nunca Mais (PR), afirmou que um dos principais objetivos foi “rememorar os que tombaram na luta, símbolos paranaenses das centenas de brasileiros assassinados pela Ditadura Militar”.

Na ocasião, foram julgados processos de perseguidos políticos paranaenses. Os requerentes que tiveram seus processos apreciados foram: Sebastiana Correia Bittencourt, Dimas Floriani, Gildo Scalco, Rômulo Daniel Barreto de Farias, Regenis Bading Prochmann, Antônio José Messias

e Horácio Martins de Carvalho.

Expediente

Cardim de Alencar Osório, Dulce Chaves Pandolfi e Ivan Akselrud de Seixas.

Participaram dos julgamentos, além do presidente da Comissão, Paulo Abrão, os conselheiros Sueli Bellato, Egmar Oliveira, Roberta Baggio, Rodrigo Gonçalves e Marina Steinbruch.

"O estado de direito brasileiro não evoluiu o bastante para extirpar esse mal abominável, e isso deve acontecer em nome da promoção da justiça e dos direitos humanos", afirma Abrão. Segundo ele, “ao declarar anistia, o Estado brasileiro está na verdade pedindo desculpas e não concedendo uma regalia”. O ministro Paulo Vannuchi, da SEDH, cobrou dos meios de comunicação o tratamento adequado da expressão "direitos humanos". Segundo ele, muitos órgãos da imprensa evitam, de forma inexplicável, mencioná-la. Para ele, o Estado tem muito a fazer ainda, pois a fase de transição para a democracia ainda não terminou.

A Comissão de Anistia realizou a 5ª edição da Anistia Cultural, no último dia 24, no Ministério da Justiça. O projeto tem o objetivo de dar caráter pedagógico às ações do órgão, além de divulgá-las para a sociedade em geral. O evento teve como tema o “Dia Internacional de apoio às vítimas de tortura”, e foi promovido em parceria com a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH).

Foi realizado painel com o tema “Tortura, Memória e Reparação”, com a participação do professor da Universidade de Brasília (UnB) Cristiano Paixão, da representante do Grupo Tortura Nunca Mais/ SP Rose Nogueira e do ex-deputado estadual (PT/ RS) Flavio Koutzii.

Em sessão extraordinária de julgamento de requerimentos de anistia política, foram julgados os processos de Robêni Baptista da Costa, Rosalina de Santa Cruz Leite, Vicente Eduardo Gómez Roig, Antônio Gonzáles Medina, Jefferson

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declaração da condição de anistiado político “post mortem” em nome de seu marido Belarmino Barbosa Siqueira, que em 1964 foi submetido a interrogatórios, preso etorturado, sob a acusação de pertencer ao Grupo dos Onze; Vitor Borges de Melo: integrou o Grupo dos Onze em Alegrete (RS). Por conta do exercício de sua militância política, foi preso e torturado.

A Caravana da Anistia, do Ministério da Justiça, chega a Caxias do Sul (RS) no dia 15, com novos processos de perseguidos políticos para analisar, dentro da proposta do julgamento itinerante pelo país. Desta vez, a visita fará parte 29º Encontro Nacional de Estudantes de Direito (ENED), que terá como tema “Os vinte anos da Constituição Federal”.

O Projeto Memorial da Anistia Política no Brasil levará a Campanha de Doação e Arrecadação de Documentos a Caxias. O objetivo é reunir e sistematizar o acervo de documentos sobre os anos de repressão. Ainda, no dia 15, será realizado vídeo-debate sobre o filme “Batismo de Sangue”, de Helvécio Ratton, e no dia 17, uma sessão extraordinária analisará sete requerimentos das possíveis vítimas de perseguição política. O evento acontece na Universidade de Caxias do sul. Os julgamentos serão coordenados pelo presidenteda Comissão, Paulo Abrão. Dentre os requerimentos estão alguns de membros do “Grupo dos Onze”, criado em 1963 por Leonel Brizola. O foco era promover a reforma agrária, mas os militantes levantavam também questões relacionadas à saúde, educação e à “libertação do Brasil da espoliação internacional”.

Serão apreciados osprocessos de: Flávio Koutzii, pro-

cessado com base na Lei de Segurança Nacional com seus direitos políticos cassados por dezanos. Exilou-se no Chile e seguiu exilado para a Argentina, onde foi preso na Operação Condor. Após ampla campanha por sua libertação, Koutzii foi para a França;

João Arthur Vieira: foi preso e torturado em 1970,sob a acusação de participar da Vanguarda ArmadaRevolucionária-Palmares(VAR-PALMARES),organização consi-derada subversiva à época;

José Daltro da Silva: militante do Partido Comunista Brasileiro(PCB) desde 1952, foi dirigente doSindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Caxias do Sul, respondeu a diversos inquéritos e chegou a ser preso;

Elírio Branco de Camargo: aos 13 anos foi preso por distribuir aos alunos de um colégio um manifesto de repúdio ao governo militar. Considerado participante do Grupo dos Onze, foi preso por mais três vezes, também por estar distribuindo material considerado subversivo; Antônio Apoitia Netto: também pertenceu ao Grupo dos Onze, era bancário e exercia liderança estudantil e sindical à época do regime de repressão. Foi desligado do banco onde trabalhava em 1964. Após eleger-se vereador teve seus direitos políticos cassados por 10 anos;

Jurema Carpes Siqueira, requer

Campanha de arrecadação de documentos

Continua a Campanha de Doação e Arrecadação de Documentos, uma das diversas ações do Memorial da Anistia Política no Brasil, cujo objetivo é reunir e sistematizar o acervo de documentos acumulados pela Comissão de Anistia. A sede do Memorial será construída até 2010. O espaço será constituído por um centro de divulgação e de documentação, com acervos históricos dos períodos de repressão e todos os arquivos do órgão.O projeto promoverá ações de fomento à pesquisa e publicação de materiais de relevo social sobre a luta pela redemocratização no Brasil.

O Memorial da Anistia Política no Brasil participou da terceira edição do Fórum Nacional de Museus, que teve como tema Museus como Agentes de Mudança Social e Desenvolvimento, o mesmo adotado para o Ano Ibero-americano de Museus. O evento aconteceu na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), de 7 a 11 de julho. O fórum foi instituído com o objetivo de refletir, avaliar e estabelecer diretrizes para a Política Nacional de Museus e para o Sistema Brasileiro de Museus. Duas mil pessoas participaram do evento.

Expediente

A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça promove audiência pública no dia 31 de julho de 2008, das 8h30 às 18h30,no Salão Negro do órgão (Edifício Sede, Bloco "T", térreo, Brasília-DF). O encontro debaterá os “Limites e Possibilidades para a Responsabilização Jurídica dos Agentes Violadores de Direitos Humanos durante Estado de Exceção no Brasil”.

A audiência é dirigida a autoridades públicas, organizações e militantes de direitos humanos, anistiados e anistiandos políticos, acadêmicos e pesquisadores de diversas áreas do conhecimento e demais interessados. Será analisado, do ponto de vista da atual ordem jurídica, nacional e internacional, as potencialidades e dificuldades do estabelecimento de responsabilidades, no plano cível e criminal, aos agentes públicos pelas condutas atentatórias aos direitos humanos cometidas entre 1964 a 1985 no país.

Estarão presentes os ministros da Justiça, Tarso Genro, e da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vanucchi, alémdos presidentes da Comissão de

Anistia do Ministério da Justiça, Paulo Abrão, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Brito, e da Comissão Especial da Anistia da Câmara dos Deputados, Daniel Almeida, entre outros.

O Ministério da Justiça considera que os três pilares de um processo de transição democrática são a verdade, a memória e a reparação. Sendo o processo brasileiro de reparação às vítimas significativamente avançado, o governo federal passa a buscar, junto à sociedade, os caminhos para que a verdade possa ser revelada e a memória social construída. É papel dos poderes do Estado dar encaminhamento à responsabilização pelas violações aos direitos humanos cometidas nos períodos de exceção, dentro de suas estritas atribuições legais.

O convite se estende ainda a todos os estudantes de nível superior que queiram participar, validando horas de atividade complementar, bem como experiência adquirida a cerca da história deste país, como forma de contribuição à memória do povo brasileiro.

Mais informações podem ser obtidas no site: www.mj.gov.br/anistia.

Expediente

A 6ª Caravana da Anistia realizada em Caxias do sul, durante o 29º Encontro Nacional de Estudantes de Direito, o ENED,reuniu mais de 1.300 estudantes na Universidade de Caxias do Sul/ RS.

Um vídeo-debate com a presença do sociólogo Ivo Lesbaupin, durante a exibição do filme “Batismo de Sangue” do diretor Helvécio Ratton, uma sessão de julgamento e a campanha de doação de documentos para o Projeto do Memorial, foram algumas das atividades realizadas pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.

A veiculação da prévia do vídeo institucional da comissão e das homenagens a Flávio Koutzii e a Percy Vargas, por parte de toda equipe envolvida no evento, embelezou ainda mais o ENED deste ano.

Uma caravana de muito sucesso no que diz respeito à disseminação da idéia de que é preciso “lembrar para não esquecer jamais”.

Campanha de Doação de documentos:

Francisco Luis de França

Doações em Brasília Comissão de Direitos Humanos e Minorias da

Câmara de Deputados Leovina Lima de Lazier Sueli Bellato

Doações em Curitiba dia 27/06/2008

Ildeu Manso Vifiro Junior

Ana Muller

Rejane Rosa de Oliveira Rose Nogueira João Ruaro Paulo Ritter da Luz

Doações em Caxias 17/07/2008

Olga Néri de Campos Lima

Severiano Mendonça Sarmento Junior

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A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, no dia 22 de agosto, a convite do Núcleo de Estudos e Práticas Emancipatórias da Universidade Federal de Santa Catarina – NEPE/UFSC, realizará oficina na cidade de Florianópolis-SC. A atividade integrará oCongresso Latino-Americano de Pluralismo Jurídico e Direitos Humanos, que será realizado nos dias 20, 21 e 22 de agosto na própria Universidade, no Auditório do Centro de Ciências Jurídicas. A oficina tratará do tema Anistia,Democracia e Direitos Humanos:qual o papel dos meios de comunicação?.

O convite foi motivado pelo interesse da referida comunidadeacadêmica nas ações que vem sendo empreendidas pela Comissãonos projetos Anistia Política: Educação para a Cidadania, Democracia e os Direitos Humanose Memorial da Anistia Política no Brasil, concebidos e implementados, pela atual gestão do Ministro de Estado da Justiça, Tarso Genro,ações cultura de respeito aos direi-

tos direitos humanos e afirmação da dos perseguidos, com vistas a garantir que os erros e injustiças perpetrados pelo Estado brasileiro no passado tenham efeito pedagógico sobre as práticas futuras que a sociedade constrói, fomentando o enraizamento social do princípio da não repetição.

A atividade contará com a participação do jornalista, Marco Aurélio Weissheimer, da Agência Carta Maior, e de Roberta Camineiro Baggio, professora da Faculdade de Direito da PUCRS e conselheira daComissão de Anistia, que discutirão as contribuições e o papel dos meios de comunicação nos debates atuais sobre a anistia, a democracia e os direitos humanos.

Através desta iniciativa pretende-se contribuir para potencializar o diálogo entre as universidades, os movimentos sociais, e os agentes governamentais, de forma que se possa ampliar a divulgação da memória da anistia política no país.

Maiores informações sobre o evento podem ser obtidas nos sitesdo NEPE e da Comissão de Anistia: www.nepe.ufsc.br ou www.mj.gov.br/anistia .

Expediente

Nos próximos dias 21 e 22 de agosto, a Comissão de Anistia realizará a 7ª Caravana da Anistia em Belo Horizonte - MG, durante o “Seminário Anistia e Democracia”. O evento será realizado em parceria com o Centro UniversitárioMetodista Izabela Hendrix, o Grupo Anistia e Democracia e o Fórum Mineiro de Direitos Humanos.

No Teatro Isabela Hendrix, durante a Caravana serão julgados os processos dos seguintes requerentes: José Carlos Novais da Matta Machado, Maria Madalena Para Soares, Armando Bortolo, Luiz Marcos de Magalhães, José Riberto

Em mais duas sessões

temáticas, a Comissão de Anistia recebeu nesta no dia 14 as seguintes categorias: Graduados das Forças Armadas e o Regime Jurídico do Anistiado Político Militar. A reunião aconteceu pela manhã no Auditório Tancredo Neves, no Ministério da Justiça, em Brasília.

As sessões temáticas existem desde o ano passado. São um espaço voltado para grupos específicos de requerentes contarem sua história e exporem os motivos pelos quais acreditam merecer a anistia, além de debater temas relacionados ao tema. Já foram ouvidos trabalhadores demitidos da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Banco do Brasil, Cosipa e General Motors, entre outros.

Borges Champs, Deusdante Ferreira de Freitas e Lincoln Ramos.

Para mais informações arespeito do evento, acesse o site: www.metodistademinas.edu.br.

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Como resultado de análise processual realizada no primeiro semestre, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça realizará, neste segundo semestre, os julgamentos das matérias abordadas em sessões temáticas no ano de 2007. As sessões temáticas foram solicitadas pelos requerentes, e têm como principal objetivo promover justiça de forma célere e homogênea a requerentes pertencentes a grandes grupos.

Está prevista a realização de julgamento das seguintes temáticas: Metalúrgicos do ABC; Pólo Petroquímico de Camaçari; Aço-Minas; Companhia Siderúrgica Nacional (CSN); Arsenal de Marinha; General Motors; Banco do Brasil; Metalúrgicos de Osasco; Petrobrás; Embraer; Bancários de São Paulo; Cosipa; Usiminas; Açominas; Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) e Belgo Mineira.

O primeiro bloco a ter seus requerimentos apreciados será o dos Bancários de São Paulo, dia 3 de setembro, no Palácio da Justiça, em Brasília. Na seqüência, serão apreciados os requerimentos referentes ao Arsenal de Marinha, também no edifício sede do Ministério, no dia 4 de setembro. E,posteriormente, dos petroquímicos de Camaçari, no dia 11 de setembro, quando a Comissão de Anistia realizará sessão especial de julgamentos na cidade de Salvador, com objetivo de apreciar a situação de aproximadamente 160requerimentos.

A Comissão de Anistia solicitou nesta semana ao Governo do Estado do Rio de Janeiro que o prédio onde funcionava o antigo DOPS, na Rua da Relação, n.º 40, seja transformado na sede do Memorial da Anistia Política no Brasil. O prédio, construído em 1910, hoje abriga a 1ª Delegacia de Polícia Civil do Estado. Tal ação marca o início das tratativas que a Comissão realizará com poderes públicos locais. O objetivo é instalar o Memorial em prédio que contenha em sua história as marcas da repressão, transformado-o, assim, em elemento iconográfico da abertura democrática.

20022003

20042005

20062007

Total

6

46

210

181153

295

0

50

100

150

200

250

300

Evolução na Apreciação dos Recursos na Comissão de Anistia

A ampliação dos trabalhos da Comissão de Anistia permitiu a duplicação da média de apreciações de requerimentos no ano de 2007. A fim de tornar mais céleres os julgamentos, houve aumento do número de turmas, conselheiros e analistas. A Comissão reestruturou a sistemática de julgamentos de Plenário paragarantir que tais resultados positivos se disseminem entre a totalidade dos requerentes. O intuito, ainda, é que também os recursos sejam analisados de modo mais eficiente.

A reorganização e a pré-análise de todo o acervo de requerimentos com recurso autuado estão entre as principais medidas adotadas pela nova gestão. Neste procedimento, 2.318 recursos foram classificados para posterior análise e apreciação. O Setor de Análise passou a contar com um núcleo específico para a questão recursal, e o número de sessões plenárias foi ampliado.

Até agosto deste ano, foram apreciados 261 recursos em Plenário, tornando factível a meta de superar o número de apreciações em Plenário do ano passado – que já era o mais alto da história da Comissão. Entre estes recursos, além de pedidos individuais, foram apreciadas questões de diversos grupos de requerentes, cabendo destacar: Fundação Educar; estivadores; Novacap; bombeiros de Nilópolis; Marinha; INCRA; GETAT; DNER; COBAL; INPS e IPASE.

A expectativa da Secretaria-Executiva da Comissão é de que sejam levados a julgamento em Plenário pelo menos mais 150 requerimentos ainda este ano. Com isso, pela primeira vez, a Comissão deverá chegar a mais de 400 recursos apreciados em um único ano.

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Em parceria com a Conferência

Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça promoveu, no último dia 26, em Brasília, a 11ª edição da Caravana da Anistia, projeto que tem como propósito a reflexão e o resgate da história nos períodos de repressão.

Na ocasião, foram julgados os processos de 13 religiosos perseguidos pela ditadura: Marcelo Pinto Carvalheira; Alípio Cristiano de Freitas; Eliana Bellini Rolemberg; Alanir Cardoso; Maria Emília Lisboa Pacheco; Nilmário de Miranda; Roberto Faria Mendes; Ruy Frasão Soares, representando por Felícia de Moraes Soares; Frederick Birten Morris; Helena Soares Melo), Helder Soares e Peter John Mc Carthy; e Elia Meneses Rola.

Também foram realizadas uma séria de outras atividades, como a exibição de vídeo-institucional da Comissão de Anistia, doação de documentos para o Memorial da Anistia Política no Brasil e construção da bandeira das liberdades Democráticas, símbolo da pluralidade da

luta brasileira pelo restabelecimento da democracia, e composta por retalhosentregues pelos parceiros nas Caravanas, e a Sessão de Memória, especialmente produzida para a ocasião.

Além da CNBB, o evento teve como parceiros o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), Conferência Nacional dos Religiosos do Brasil (CRB), Igreja Metodista (IM) e Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP).

Estavam presentes o presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão, o ministro interino da Justiça, Luis Paulo Teles Barreto, o ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, o ministro de Estado chefe Interino da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Elói Ferreira, o presidente da CNBB, D. Geraldo Lyrio Rocha, o representante das Comissões de Justiça e Paz, Carlos Moura, a presidente da CRB Nacional, Ir. Mariam Ambrosio, o presidente do CONIC, Pastor Carlos Muller e o presidente do Colégio Episcopal da Igreja Metodista, Bispo João Carlos Lopes.

A Câmara Municipal de São

Bernardo do Campo (SP) recebeu no dia 23 de setembro a 10ª edição das Caravanas da Anistia. Foram julgados 39 requerimentos de metalúrgicos do ABC que alegam terem sido perseguidos politicamente durante o período de repressão. Eles participaram das greves que agitaram a região nas décadas de 1970 e 1980. Estas paralisações tiveram papel decisivo na luta pela reabertura democrática. Durante greve de 41 dias em 1980 na região, por exemplo, mais

de 500 mil trabalhadores das indústrias paulistas cruzaram os braços. Na oportunidade, o então ministro do Trabalho, Murilo Macedo, determinou intervenção federal nos sindicatos de Santo André, São Bernardo e Diadema e em São Caetano do Sul. O líder do movimento era o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, já anistiado pelo Ministério do Trabalho.

O evento foi realizado em parceria com a Associação dos Metalúrgicos Anistiados do ABC. A categoria participou de sessão temática no Ministério da Justiça em 2007, onde explicou os motivos pelos quais merece a concessão de anistia política.

A Comissão de Anistia esteve entre os dias 16 e 18 de outubro no Rio Grande do Sul. O órgão promoveu a 13ª, 14ª e 15ª edições da Caravana da Anistia em São Leopoldo, Porto Alegre e Charqueadas. Desde abril deste ano, quando foi lançado, o projeto já passou por nove estados e o Distrito Federal e julgou 191 pedidos de anistia.

Após o evento em São Leopoldo, a Comissão passou por Porto Alegre e Charqueadas. Na capital gaúcha, foi assinada pelo ministro Tarso Genro, a portaria de declaração de anistiado político do ex-governador do estado Leonel Brizola.

O trabalho desenvolvido pela Comissão representa o reconhecimento, por parte do Estado, dos prejuízos causados aos cidadãos perseguidos por sua atuação em favor do retorno do regime democrático. Declarados anistiados, estes cidadãos têm a certeza de que não lutaram em vão pelo restabelecimento da democracia que pode ser usufruída por todos hoje no país.

Em São Leopoldo na Universidade do Vale do Rio dos Sinos, foram julgados os seguintes processos: Antônio Soares de Souza; Kamis Kemel representado por Gilda Kemel; Juarez Santos Alves; Erno Zimpel; João Elias Ereno Galmarini; Julio Oliva Sobrinho e Sólon Eduardo Annes Viol.

Em Porto Alegre no Plenário da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, foram julgados os processos de: Raul Jorge Anglada Pont; Suzana Keniger Lisboa; Luiz Eurico Tejera Lisboa, representado por Suzana Keniger Lisboa; Pedro Machado Alves; Jaime Rodrigues; Sandra Helena Machado e Luiz Carlos Illafont Coronel.

Em Charqueadas no Assentamento 30 de maio foram apreciados os processos de: Vitorino Peccini;João Maria Fiúza de Oliveira, representada por Maria de Lourdes Pedroti Oliveira; Agenor Castoldi e Realdo Neves de Oliveira.

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A 12ª edição da Caravana da Anistia aconteceu no último dia 10 de outubro em São Paulo. Promovida pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, a ação foi realizada em parceria com a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH), o governo paulista e a União Nacional dos Estudantes (UNE).

A Caravana aconteceu no Memorial da Resistência, ex-sede do DOI-CODI do Exército na capital paulista nos tempos do regime militar (1964-1985). Na ocasião, a SEDH inaugurou placa em homenagem a estudantes presos pela repressão, com destaque para 23 que foram mortos durante a ditadura.

Quem esteve no evento teve a oportunidade de assistir aos vídeos institucional da Comissão e de homenagem ao 30º Congresso da UNE, realizado em 1968, em Ibiúna (SP).

Além do presidente da Comissão, Paulo Abrão, participaram da 12ª Caravana da Anistia os ministros da Justiça, Tarso Genro, e da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, Paulo Vannuchi, os secretários da Cultura, João Sayad, e da Justiça e Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo, Luiz Antônio Marrey, e a presidente da UNE, Lúcia Stumpf.

Na 157ª sessão de julgamento a Comissão de Anistia foram apreciados os processos de: Américo Nicolatti; José Veloso; João Mauro Boschiero; Darci Boschiero; José Burle de Aguiar e Luiz Felipe Ratton.

No último dia 13 foi anistiado o ex-governador do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul Leonel Brizola. O pedido foi requerido por Marília Guilhermina Martins Pinheiro, com quem o político falecido em 2004 teve uma união estável por 11 anos.

Para o ministro da Justiça, Tarso Genro, trata-se de um momento afirmativo da democracia brasileira. “Determinadas decisões, mesmo que tardias, são fundamentais para a construção da civilidade democrática do país”, declarou. “Brizola é um exemplo de que a ditadura foi violenta com várias pessoas. A decisão de hoje qualifica a democracia”, completou o ministro.

Presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão, explicou o motivo do processo ter sido apreciado rapidamente.“Ela (a companheira de Leonel Brizola) solicitou apenas a declaração de anistiado político e a contagem de tempo para todos os efeitos, abrindo mão de qualquer reparação econômica. Por isso, a Comissão simplificou as diligências realizadas”, afirmou.

Além do requerimento de Marília, existem outros três pedidos de tramitação de familiares de Brizola (dos três filhos do ex-governador). “Todos estão sendo analisados individualmente”.

A portaria que declara Leonel Brizola anistiado político foi assinada durante Caravana da Anistia realizada em Porto Alegre, durante 13ª edição da Caravana da Anistia.

ERRATAS:Na edição do Boletim Informativo n º 27 constam os nomes de: Eliana Bellini Rolemberg; Maria Emília Lisboa Pacheco; Nilmário Miranda e Ruy Frasão Soares, incluídos na lista como religiosos perseguidos pela repressão. É correto somente afirmar que os mesmos possuíam militância junto à igreja.

Caravana Charqueadas/ RS - FOTO: Kelen Meregali

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