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I E A P M CONTRATO N.º EBN149/2009 EGPN11/2011 – 0037/00 II Campanha de Monitoramento da Qualidade da Água

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                                                                                            I E A P M  

 

 

CONTRATO N.º EBN‐149/2009 

                                                 EGPN‐ 11/2011 – 0037/00 

 

 

 

 

II Campanha de Monitoramento da Qualidade da Água

                                                                                            I E A P M                                                   

 ii

SUBPROJETO II.4.3 – MONITORAMENTO

DA QUALIDADE DA ÁGUA

 

SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO 01

2. METODOLOGIA 01

2.1 Amostragem 01

2.2 Análises Químicas 08

2.2.1 Bifenilas Policloradas 08

2.2.2 Benzeno, tolueno e etilbenzeno 09

2.2.3 Carbono orgânico total 09

2.2.4 Cianeto livre 09

2.2.5 Coliformes termotolerantes 09

2.2.6 Fluoreto total 09

2.2.7 Metais pesados 09

2.2.8 Nutrientes 10

2.2.8.1 Nitrito 10

2.2.8.2 Nitrato 10

2.2.8.3 Nitrogênio amoniacal total 11

2.2.8.4 Fósforo Total 11

2.2.9 Polifosfatos 12

2.2.10 Sólidos dissolvidos totais 12

2.2.11 Sulfetos 12

2.2.12 Toxafeno 12

                                                                                            I E A P M                                                   

 iii

2.2.13 Oxigênio dissolvido 13

2.2.14 pH 13

2.2.15 Salinidade 13

2.2 Análises Estatísticas 13

3. RESULTADOS 14

4. DISCUSSÃO 22

5. CONSIDERAÇÕES GERAIS 30

6. BIBLIOGRAFIA 32

7. EQUIPE TÉCNICA 34

                                                                                            I E A P M                                                   

 1

1 – APRESENTAÇÃO

O objetivo do presente relatório é apresentar os resultados alcançados na

segunda campanha de Monitoramento da Qualidade da Água (Subprojeto II.4.3) na

região adjacente ao empreendimento do Estaleiro e Base Naval para a construção de

submarinos convencionais e de propulsão nuclear, realizada no período de 21 a 23 de

março de 2011, pelo Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM),

conforme estabelecido no Contrato n.º EBN-149/2009 EGPN – 11/2011 – 0037/00

entre a Odebrecht e a Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON).

2 – METODOLOGIA

2.1 Amostragem A amostragem para a coleta de água para o Monitoramento da Qualidade da

Água foi realizada nos pontos amostrais pré-estabelecidos pelo Termo de Referência

– Subprojeto II.4.3 – Monitoramento da Qualidade da Água.

As amostras de água foram em 5 pontos amostrais, sendo 4 pontos na área de

influência do empreendimento e um ponto utilizado como ponto controle, na entrada

da Baía de Sepetiba (Figura 1). Para a realização da coleta das amostras foi utilizada

uma embarcação adequada para o trabalho, fretada no próprio local (Figura 2). As

coordenadas geográficas das estações de coleta foram obtidas por meio de um

sistema GPS (Global Position System) (Tabela 1). Uma breve descrição da

localização e/ou referência das estações de coletas são apresentadas a seguir:

Ponto Controle (PC): localizado na entrada da Baía de Sepetiba, próximo à

Ilha do Vigia. Neste local, além de não existir influência do empreendimento em

questão, é possível obter informações sobre a qualidade da água de entrada e saída

da baía.

Ponto 1 (P1): localizado no canal existente entre a Ilha da Madeira e Ilha de

Itacuruça.

Ponto 2 (P2): localizado na região central do Saco da Coroa Grande.

Ponto 3 (P3): localizado no Saco da Coroa Grande, na zona de mistura do

efluente da Unidade de Tratamento de Esgoto do Canteiro Norte.

                                                                                            I E A P M                                                   

 2

Ponto 4 (P4): localizado próximo à Ilha da Madeira, na zona de mistura do

efluente da Unidade de Tratamento de Esgoto do Canteiro Sul, este é ponto mais

próximo ao empreendimento, o qual corresponderá ao ponto da bacia de evolução

durante as operações do empreendimento.

A Ilha da Madeira corresponde à área diretamente afetada pelo

empreendimento, onde ocorrerão o aterro hidráulico e as áreas a serem dragadas

(Figura 3). A área localiza-se adjacente ao Porto de Itaguaí.

Figura 1 – Estações de amostragem – Baía de Sepetiba

                                                                                            I E A P M                                                   

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Figura 2 - Embarcação utilizada na coleta das amostras.

Tabela 1 – Estações de coleta, coordenadas geográficas e profundidade média local.

Estações Latitude Longitude Prof.

PC 23º01.066’S 043º57.527’O 9,0

P1 22º55.446’S 043º51.732’O 5,0

P2 22º54.599’S 043º51.541’O 2,5

P3 22º54.828’S 043º50.803’O 1,5

P4 22º55.693’S 043º50.897’O 3,5

Figura 3 – Visão da Ilha da Madeira e do empreendimento.

As profundidades médias da região adjacente ao empreendimento

são apresentadas na tabela 1 e nas figuras 4 e 5. Tais profundidades foram extraídas

da carta náutica digital de número 1623 (Porto de Itaguaí), da Diretoria de Hidrografia

e Navegação (DNH), dados anteriores a dragagem. Observa-se que as profundidades

                                                                                            I E A P M                                                   

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máximas nos pontos amostrais não ultrapassam 6 metros, exceto o ponto controle

(PC), não indicado na figura, que apresenta profundidade média de 9 metros.

Figura 4 – Batimetria (m) da área de influência do empreendimento (PAIXÃO,

dados não publicados).

                                                                                            I E A P M                                                   

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Figura 5 – Batimetria (m) 3D da área de influência do empreendimento (PAIXÃO,

dados não publicados).

As amostras de água foram coletas na subsuperfície com garrafas

oceanográficas do tipo Nansen ou Van Dorn, de acordo com o parâmetro físico-

químico a ser analisado. Em cada estação, foram coletadas amostras em triplicata,

obtidas por 3 lançamentos consecutivos da garrafa oceanográfica. De cada réplica,

foram retiradas várias subamostras que foram armazenadas em frascos apropriados

para a determinação dos vários parâmetros físico-químicos. Em função da baixa

profundidade local nos pontos da área de influência do empreendimento, as coletas

foram realizadas em uma única profundidade. A tabela 2 apresenta os parâmetros

físico-químicos analisados e a forma de preservação das amostras até o momento da

análise.

Inicialmente, foi lançada a garrafa de Nansen com o termômetro de inversão

acoplado (Figura 6) para a obtenção da temperatura da água e para a coleta de

subamostras de água para a determinação de oxigênio dissolvido, pH, salinidade e

para a determinação dos parâmetros orgânicos: carbono orgânico total (COT),

bifenilas policloradas (PCB´s), toxafeno e benzeno, etilbenzeno e tolueno (BTE).

                                                                                            I E A P M                                                   

 6

A primeira subamostra a ser retirada foi para a determinação do oxigênio

dissolvido (OD), coletadas em frascos de vidro do tipo iodométrico, até seu

transbordamento, tendo-se o cuidado para não haver formação de bolhas durante o

recolhimento da mesma. Para a fixação e precipitação do OD, foi adicionado a cada

frasco 0,5 mL de iodeto alcalino e 0,5 mL de sulfato manganoso e os frascos foram

armazenados no escuro até sua titulação em laboratório. Em seguida, foram

coletadas subamostras para os demais parâmetros citados acima. As formas de

preservação dos demais parâmetros são apresentadas na tabela 2.

Tabela 2 – Parâmetros físico-químicos e formas de preservação das amostras.

Parâmetros Preservação

Benzeno, Etilbenzeno, Tolueno (BTE) HCl, refrigeração (< 4º C)

Bifenilas Policloradas (PCBs) refrigeração (< 4º C)

Carbono Orgânico H2SO4, refrigeração(< 4º C)

Cianeto Livre refrigeração (< 4º C)

Coliformes Termotolerantes tiosulfato de sódio

Fluoreto Total refrigeração (< 4º C)

Metais dissolvidos: Ferro, Alumínio e Cobre HNO3, refrigeração(< 4º C)

Metais totais: Arsênio, Bário, Cádmio,

Chumbo, Cromo, Manganês, Níquel, Selênio,

Urânio, Zinco

HNO3, refrigeração (< 4º C)

Nutrientes (nitrito, nitrato, nitrogênio

amoniacal total e fósforo total) H2SO4, refrigeração

(< 4º C)

Polifosfatos refrigeração (< 4º C)

Sólidos Dissolvidos Totais refrigeração (< 4º C)

Sulfetos refrigeração (< 4º C)

Toxafeno refrigeração (< 4º C)

Oxigênio Dissolvido Iodeto alcalino e sulfato manganoso/escuro

pH refrigeração (< 4º C)

Salinidade --------

                                                                                            I E A P M                                                   

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Figura 6 – Garrafa de Nansen - Termômetro de inversão acoplado.

A garrafa oceanográfica de Van Dorn (Figura 7) foi utilizada para a coleta de

água para a determinação dos metais pesados, fluoreto, sólidos dissolvidos totais

(SDT), cianeto livre, sulfetos, coliformes termotolerantes, nutrientes (nitrato, nitrito,

nitrogênio amoniacal total e fósforo total) e polifosfatos.

Figura 7 – Garrafa de Van Dorn.

                                                                                            I E A P M                                                   

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2.2 Análises químicas A metodologia analítica de cada parâmetro é apresentada na tabela 3 e um

resumo de cada método é descito abaixo.

2.2.1 Bifenilas Policloradas (PCB´s)

Extração líquido-líquido dos compostos orgânicos das amostras com solventes

orgânicos e determinação e análise dos compostos por cromatografia à gás acoplado

a espectrômetro de massas (GC-MS). Os compostos semivoláteis são introduzidos

por injeção em um GC-MS equipado com coluna capiltar, sob temperatura controlada

e programada para que ocorra a separação dos analitos que são detectados pelo

detector de massas.

Tabela 3 – Parâmetros físico-químicos e metodologia analítica empregada.

Parâmetros Metodologia analítica

Bifenilas Policloradas (PCBs) US EPA 8270D

Benzeno, Etilbenzeno, Tolueno (BTE) US EPA 8260B

Carbono Orgânico SM 5310

Cianeto Livre SM 4500 CN

Coliformes Termotolerantes SM 9221E

Fluoreto Total SM 4500-F-

Metais dissolvidos: Ferro, Alumínio e Cobre US EPA 6010, US EPA 7000

Metais totais: Arsênio, Bário, Cádmio, Chumbo,

Cromo, Manganês, Níquel, Selênio, Urânio,

Zinco

US EPA 6010, US EPA 7000

Nutrientes (nitrito, nitrato, nitrogênio amoniacal

total, fósforo total) Strickland e Parsons, 1972.

Polifosfatos SM 4500-P

Sólidos Dissolvidos Totais SM 2540C

Sulfetos SM 4500-S2

Toxafeno US EPA 8270D

Oxigênio Dissolvido SM 4500-OB (Winkler)

pH pHmetro, marca Innolab

                                                                                            I E A P M                                                   

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Parâmetros Metodologia analítica

Salinidade Salinômetro Autosal

2.2.2 Benzeno, etilbenzeno e tolueno (BTE)

Os vials contendo as subamostras para a determinação de BTE são

introduzidas em um amostrador do tipo purge-and-trap (Headspace) onde ocorre a

extração e posterior migração dos compostos volatilizados para o GC-MS, equipado

com coluna capiltar, sob temperatura controlada e programada para que ocorra a

separação dos analitos que são detectados pelo detector de massas.

2.2.3 Carbono Orgânico Total (COT)

Adição de ácido sulfúrico na amostra para descarbonatação da mesma.

Posteriormente, a amostra é digerida com persulfato de sódio a aproximadamente

260ºC, e o dióxido de carbono desprendido proveniente da matéria orgânica é

absorvido em solução alcalina, que é então titulada com ácido clorídrico.

2.2.4 Cianeto Livre

Compostos determinados como íon cianeto CN- por meio de método

colorimétrico ou titulométrico, dependendo de sua concentração.

2.2.5 Coliformes Termotolerantes

O método de tubos múltiplos consiste em inocular a 35°C a amostra em uma

série de 5 tubos de meio de cultura (caldo LS) para cada diluição. A confirmação é

feita ressemeando em caldo verde brilhante e caldo EC a 35°C e 45°C

respectivamente. Por fim, é feita a leitura da configuração de tubos positivos em uma

tabela de NMP descrita no SM.

2.2.6 Fluoreto Total

A amostra é tamponada e a concentração de fluoretos é determinada por

método potenciométrico através do uso de um eletrodo íon-seletivo.

                                                                                            I E A P M                                                   

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2.2.7 Metais pesados

As amostras são digeridas por soluções ácidas e introduzidas no equipamento

ICP-AES que mede o espectro de emissão dos metais constituintes, emitidos quando

da passagem de amostras por uma tocha de plasma de argônio.

Para a determinação dos metais pesados totais utiliza-se a amostra integral. Já

para os metais dissolvidos (Al, Cu e Fe), antes da acidificação é realizada filtração da

água por filtro de vibra de vidro 0,45 m e a determinação dos metais é realizada na

água filtrada.

2.2.8 Nutrientes

As subamostras da água do mar foram divididas em várias aliquotas para a

determinação de cada nutriente.

2.2.8.1 Nitrito (NO2)

A concentração de nitrito é determinada através da formação de um corante

azo, de cor púrpura-avermelhado, por diazotação da sulfanilamida pelo nitrito

presente na amostra em meio ácido e posterior reação com N-naftiletilenodiamina. A

leitura da extinção da luz é realizada em espectrôfotômetro de UV/Vis, no

comprimento de onda de 543 nm (Figura 8).

Figura 8 - Espectrôfotômetro de UV/Vis. Determinação dos nutrientes (NO2, NO3, NAT e PT).

2.2.8.2 Nitrato (NO3)

                                                                                            I E A P M                                                   

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O método para determinação de nitrato tem como base a redução do nitrato em

nitrito, em coluna de cádmio (Figura 9). Após sua redução a nitrito, a análise é

efetuada como descrito acima para este íon.

Figura 9 – Análise de nitrato - Redução em coluna de cádmio.

2.2.8.3 Nitrogênio amoniacal total (NAT)

O nitrogênio amoniacal total é o somatório da fração inorgânica (amônia) e

orgânica do nitrogênio, sendo determinado pela digestão à quente da amostra de

água com uma mistura digestiva e conversão do nitrogênio para a sua forma

inorgânica (Figura 10). A amônia reage com hipoclorito em solução ligeiramente

alcalina formando monocloramina, que em presença de fenol e em excesso de

hipoclorito forma o azul de indofenol. A reação é catalizada por nitroprussiato de

sódio. A leitura é feita em espectofotômetro de UV/Vis a 630 nm.

2.2.8.4 Fósforo Total

O fósforo total é o somatório da fração inorgânica (ortofosfato) e orgânica,

sendo determinado pela digestão à quente com persulfato de potássio e conversão de

                                                                                            I E A P M                                                   

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todo o fósforo para a sua forma inorgânica (Figura 10). Os ortofosfatos presentes na

amostra reagem com o molibdato de amônio em presença de tartarato de antimônio e

potássio, formando um complexo antimônico-fosfomolíbdico. Este complexo é

reduzido pelo ácido ascórbico a um outro complexo intensamente azulado. A leitura é

feita em espectrofotômetro no comprimento de onda 885 nm.

Figura 10 – Análise de NAT e PT.

2.2.9 Polifosfatos

Os polifosfatos são determinados pela diferença entre o fósforo ácido

hidrolisável e o fósforo reativo total (fósforo total). Para a determinação do fósforo

ácido hidrolisável, antes da etapa de colorimetria (vide ortofosfato) é feita uma

hidrólise ácida da amostra.

2.2.10 Sólidos Dissolvidos Totais (SDT)

                                                                                            I E A P M                                                   

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A amostra é filtrada através de um filtro de fibra de vidro e o filtrado é

evaporado em cápsula pesada previamente e seco até peso constante à temperatura

de 103-105ºC. O aumento de peso da cápsula representa os sólidos dissolvidos.

2.2.11 Sulfetos (H2S não dissociado)

A amostra é aquecida para liberação do sulfeto livre, que é recolhido em

solução de hidróxido de sódio. A quantificação é realizada por meio do método

colorimétrico do azul de metileno em águas com baixas concentrações de sulfeto.

2.2.12 Toxafeno

Extração líquido-líquido por solvente e posterior análise por CG-MS. Os

compostos semivoláteis são introduzidos por injeção em um GC-MS equipado com

coluna capiltar sob temperatura controlada e programada para que ocorra a

separação dos analitos que são detectados pelo detector de massas.

2.2.13 Oxigênio Dissolvido (OD)

Adição de ácido sulfúrico concentrado na amostra fixada para dissolver o

precipitado. Posterior titulação com tiosulfato de sódio, adição de solução de amido e

prosseguimento da titulação até completo desaparecimento da cor azul. A

determinação de OD foi realizada em laboratório montado em terra logo após a coleta

das amostras (Figura 11)

                                                                                            I E A P M                                                   

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Figura 11 – Titulação de oxigênio dissolvido (Método Winkler).

2.2.14 pH

Os valores de pH foram determinados por meio de um pHmetro, marca Innolab.

2.2.15 Salinidade

A salinidade da água foi obtido por meio de um salinômetro autosal, marca

Guildeline.

2.3 Análises Estatísticas

Testes estatísticos foram realizados por meio dos programas Excel e InStat

com o objetivo de obter a média e desvio padrão das amostras e verificar a diferença

entre as médias dos pontos amostrais, sendo realizada a Análise de Variância por

meio de testes não-paramétricos, seguido de pós-teste de Dunn para resultados de

P < 0,05.

3 - RESULTADOS

                                                                                            I E A P M                                                   

 15

Os resultados dos parâmetros que refletem as condições da qualidade da água

são apresentados na tabela 4 e na figura 12.

Tabela 4 - Condições da qualidade da água na área de influência do empreendimento e no ponto controle (PC).

Parâmetros Unid. P1 P2 P3 P4 X s 1 PC

Coliformes termotolerantes

NMP 37 93 227 80 91 81 20

COT mg.L-1 10 9 11 5 8 2 7

OD mg.L-1 8,9 7,4 6,3 7,1 7,5 1,0 7,9

pH --- 8,3 8,3 8,2 8,2 8,2 0,1 8,1

Salinidade --- 27,5 27,9 30,0 29,9 29,3 0,6 28,5

Não foram observados na superfície da água materiais flutuantes, óleos e

graxas, substâncias que produzem odor e turbidez, corantes de fontes antrópicas bem

como resíduos sólidos objetáveis.

A temperatura (T ºC) da água variou entre 28,9 e 30,0 ºC nas estações de

influência do empreendimento e o PC apresentou uma temperatura de 28,5 ºC. Os

pontos P2 e P3 apresentaram os maiores valores de temperatura.

Os valores de salinidade oscilaram entre 27,5 e 30,0, sendo que os menores

valores foram observados nos pontos 1 e 2. O ponto controle (PC), com menor

influência do aporte fluvial, apresentou salinidade de 32,9. O teste estatístico apontou

uma diferença significativa (P < 0,01) da concentração da salinidade entre os pontos

PC e P1. Para os demais pontos, não foi observada diferença significativa.

26

27

28

29

30

31

32

33

Sal

inid

ade

100

150

200

250

Co

lifo

rmes

ter

m.

(NM

P/1

00 m

L)

                                                                                            I E A P M                                                   

 16

Figura 12 – Salinidade, coliformes termotolerantes, oxigênio dissolvido (OD), carbono orgânico total (COT), temperatura e pH na área de influência do empreendimento e no ponto controle (PC).

Os perfis verticais de temperatura e salinidade, obtidos a partir de dados

coletados com o equipamento CTD (condutivity, temperature and depht), permitiram

verificar a distribuição destes parâmetros ao longo da profundidade (PAIXÃO, dados

não publicados). O ponto P1, por ser o ponto de maior profundidade

(aproximadamente 5 metros), apresentou uma variação um pouco maior ao longo da

coluna d´água, influência, provavelmente de diferentes massas d´águas; já o ponto

P4, com uma profundidade intermediária (aproximadamente 3,5 metros), apresentou

valores quase uniformes ao longo da coluna (Figura 13); e para os pontos P2 e P3,

não foi possível tratar os dados brutos em função das baixas profundidades, sendo

observado nesses pontos uma coluna d´água praticamente uniforme.

                                                                                            I E A P M                                                   

 17

Figura 13 – Perfis verticais de temperatura (ºC) e salinidade nos pontos P1 e P4. Dados brutos em azul; dados tratados em vermelho.

As concentrações de coliformes termotolerantes oscilaram entre 37 e

227NMP/100 mL (NMP – número mais provável), sendo que o ponto P3 apresentou o

maior número de organismos. A menor concentração de coliformes termotolerantes

foi registrado no PC, apresentando valor igual a 20 NMP/100 mL (Tabela 4 e Figura

12). De acordo com o teste estatístico não paramétrico, os valores de coliformes não

são considerados muito significativos (P > 0,05).

As concentrações de carbono orgânico total (COT) variaram entre 5,0 e 10,7

mg.L-1 na área de influência direta do empreendimento e também no PC,

apresentando um valor médio de 8,3 mg.L-1 2,2 (Tabela 4 e Figura 12). O P3

apresentou a maior concentração de COT. O COT não apresentou diferença

significativa entre os pontos amostrais (P > 0,05).

           Temperatura            Salinidade 

           P1

           Temperatura          Salinidade 

          P4

                                                                                            I E A P M                                                   

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A concentração média de oxigênio dissolvido (OD) em todos os pontos de

coleta foi de 7,5 mg.L-1 1,0, apresentando alta saturação de OD, com valores

oscilando entre 6,3 a 8,9 mg.L-1, sendo que o P3 apresentou os menores teores de

OD (Tabela 4 e Figura 12). Os pontos P1 e P3 demonstraram uma diferença

significativa entre eles, com valor de P < 0,01.

Os valores de pH oscilaram entre 8,1 e 8,3, não apresentando diferenças muito

significativas entre os pontos de amostragem (Tabela 4 e Figura 12).

As concentrações de nutrientes são apresentadas na figura 14 na tabela 5. A

concentração do fósforo total (PT) variou entre 0,064 e 0,127 mg.L-1 e apresentou

uma média de 0,091 mg.L-1 0,028, sendo que os pontos P1 e P3 apresentaram as

maiores concentrações. O PC apresentou uma menor concentração de PT, igual a

0,020 mg.L-1. Estatisticamente, não foi observada diferença significativa entre os

pontos amostrais (P > 0,05).

As concentrações de nitrato (NO3) foram muito pequenas, oscilando entre

níveis não detectado pelo método analítico nos pontos P2 e P3 e concentração

máxima de 0,004 mg.L-1 no P4. O PC apresentou concentração em nível não

detectado pelo método analítico. As concentrações de NO3 não apresentaram

diferenças significativas entre todos os pontos (P > 0,05). OK

As concentrações de nitrito (NO2) também foram baixas, com concentrações

variando entre 0,005 a 0,009 mg.L-1 nas áreas adjacentes ao empreendimento e 0,004

mg.L-1 no PC. Estes resultados foram considerados não muito significativos (P >

0,05), indicando que não houve muita diferença entre os pontos de coleta.

A concentração de nitrogênio amoniacal total (NAT) foi alta em todos os pontos

de coleta, com valores oscilando entre 12,4 e 46,9 mg.L-1 (25,5 mg.L-1 15,6). O PC

também apresentou alta concentração de NAT (37,5 mg.L-1). Foi observada uma

diferença significativa (P < 0,05) entre os pontos P1 e P2.

A concentração média de polifosfatos foi de 0,073 mg.L-1 0,035, com

concentrações oscilando entre 0,043 e 0,113 mg.L-1. O ponto P3 apresentou a maior

concentração de polifosfatos (0,113 mg.L-1), seguido do P2 (0,90 mg.L-1). No PC, a

concentração de polifosfatos foi menor (0,037 mg.L-1), apresentando uma diferença

significativa (P < 0,05) entre o ponto P3.

                                                                                            I E A P M                                                   

 19

Tabela 5 – Concentração de fósforo total, nitrato, nitrito, nitrogênio amoniacal total e polifosfatos na área de influência do empreendimento e no ponto controle (PC). Parâmetros Unid. P1 P2 P3 P4 X s 1 PC

PT mg.L-1 P 0,127 0,076 0,098 0,065 0,0910,028 0,020

NO3 mg.L-1 N 0,002 nd nd 0,004 0,001 0,002 nd

NO2 mg.L-1 N 0,006 0,005 0,009 0,005 0,006 0,002 0,004

NAT mg.L-1 N 46,9 12,4 27,2 15,4 25,515,6 37,5

Polifosf. mg.L-1 P 0,043 0,090 0,113 0,043 0,0730,035 0,037

Os sulfetos foram detectados apenas no PC, com concentrações de 0,006

mg.L-1.

Os pontos P2 e P3 apresentaram altas concentração de cianetos livres, com

valores de 0,037 e 0,017 mg.L-1, respectivamente (Tabela 6). No PC a concentração

de cianetos livres foi de 0,017 mg.L-1. A concentração nos pontos P1 e P4 ficou

abaixo do limite de detecção do método. Não foi observada diferença significativa

entre os pontos amostrais (P > 0,05).

A concentração de sólidos dissolvidos totais (SDT) foi elevada em todos os

pontos, apresentando uma média de 41.285 mg.L-1 3.844 (Tabela 6 e Figura 15). O

PC também apresentou alta concentração de SDT (38.980 mg.L-1). As concentrações

de SDT entre os pontos não foi considerado significativo (P > 0,05).

                                                                                            I E A P M                                                   

 20

0,000

0,002

0,004

0,006

0,008

0,010

Con

cent

raçã

o (

mg/

L)

P1 P2 P3 P4 PC

Estações

NO3

NO2

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

Con

cent

raçã

o (

mg/

L)

P1 P2 P3 P4 PC

Estações

NAT

0,000

0,020

0,040

0,060

0,080

0,100

0,120

0,140

Con

cent

raçã

o (

mg/

L)

P1 P2 P3 P4 PC

Estações

PT

Polifosf.

Figura 14 – Concentração de fósforo total, nitrato, nitrito, nitrogênio amoniacal total e polifosfatos na área de influência do empreendimento e no ponto controle (PC).

A concentração de fluoreto oscilou entre 0,5 e 0,7 mg.L-1, incluindo o PC,

apresentando uma diferença significativa do ponto P4, em relação ao P2 e P3 (Tabela

6 e Figura 16).

As concentrações de benzeno, etilbenzeno e tolueno (BTE), bifenilas

policloradas (PCBs) e toxafeno ficaram abaixo do limite de detecção do método

analítico em todos os pontos amostrais.

                                                                                            I E A P M                                                   

 21

Tabela 6 – Concentração de sólidos dissolvidos totais e fluoreto total nos pontos de coleta.

Parâmetros Unid. P1 P2 P3 P4 X s 1 PC

Sulfetos mg.L-1 nd nd nd nd nd 0,006

Cianetos mg.L-1 nd 0,037 0,017 nd 0,0270,014 0,017

SDT mg.L-1 40387 36240 44707 43807 412853844 38980

Fluoreto total mg.L-1 0,6 0,7 0,7 0,5 0,6 0,1 0,6

BTE mg.L-1 nd nd nd nd nd nd

PCBs mg.L-1 nd nd nd nd nd nd

Toxafeno mg.L-1 nd nd nd nd nd nd

Figura 15 – Concentração de sólidos dissolvidos totais na área de influência do empreendimento e no ponto controle (PC).

Figura 16 – Concentração de fluoreto na área de influência do empreendimento e no ponto controle (PC).

As concentrações dos metais pesados são apresentadas na tabela 7 e na

figura 17, sendo que somente os metais detectados na maioria das estações foram

apresentados em gráficos.

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

40000

45000

SD

T (

mg/

L)

P1 P2 P3 P4 PC

Estações

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

Flu

oret

o (

mg/

L)

P1 P2 P3 P4 PC

Estações

                                                                                            I E A P M                                                   

 22

A concentração de alumínio dissolvido (Al) oscilou entre 0,05 e 0,24 mg.L-1

(0,12 mg.L-1 0,09). Este metal não foi detectado no PC. A diferença entre os pontos

amostrais não foi considerado muito significativa (P > 0,05).

As concentrações de bário (Ba) e cádmio (Cd) ficaram abaixo do limite de

detecção do método analítico.

O arsênio (As) foi detectado somente no ponto P4, com concentração de 0,011

mg.L-1.

As concentrações de chumbo (Pb) nos pontos de influência do

empreendimento foram baixas, com valores entre 0,01 e 0,04 mg.L-1 (0,03 mg.L-1

0,01) e concentração de 0,01 mg.L-1 no PC. Foi observada uma diferença significativa

entre os pontos de amostragem (P < 0,05).

O cobre dissolvido (Cu) foi detectado em altas concentrações no PC e também

no P4, com valores de 39,7 e 12,7 mg.L-1, respectivamente.

O cromo (Cr) também foi detectado apenas nos pontos P4 e no PC, no

entanto, em baixas concentrações (0,022 e 0,003 mg.L-1, respectivamente).

A concentração de ferro (Fe) oscilou entre níveis não detectados no P2 a 0,20

mg.L-1, no P4. No PC a concentração de Fe ficou abaixo do limite de detecção do

método. Não foi observada diferença significativa entre os pontos (P > 0,05).

O metal manganês (Mn) foi detectado apenas no P4, apresentando

concentração de 0,007 mg.L-1. Nos demais pontos, o Mn não detectado pelo método

analítico.

O níquel (Ni) também foi detectado apenas nos pontos P4 e no PC,

apresentando concentrações de 60 e 7 g.L-1, respectivamente. Nos demais pontos, a

concentração de Ni ficou abaixo do limite de detecção.

O selênio (Se) foi detectado apenas no P2, apresentando uma baixa

concentração de 0,010 mg.L-1.

As concentrações de urânio (U) ficaram abaixo do limite de detecção do

método analítico para todos os pontos amostrais.

O zinco (Zn) foi detectado apenas na estação P4, em baixa concentração (0,02

mg.L-1).

                                                                                            I E A P M                                                   

 23

Tabela 7 – Concentração dos metais pesados na área de influência do empreendimento e no ponto controle (PC).

Parâmetros Unid. P1 P2 P3 P4 X s 1 PC

Al mg.L-1 0,08 0,10 0,24 0,05 n.d. n.d.

As mg.L-1 nd nd nd 0,011 0,170

Ba mg.L-1 nd nd nd nd n.d n.d.

Cd mg.L-1 nd nd nd nd 0,0040,002 0,007

Pb mg.L-1 0,03 0,03 0,04 0,01 0,190,07 0,27

Cu g.L-1 nd nd nd 12,7 157,353,0 108,3

Cr mg.L-1 nd nd nd 0,02 0,0040,005 0,009

Fe mg.L-1 0,10 nd 0,20 0,10 0,010,01 n.d.

Mn mg.L-1 nd nd nd 0,007 0,030,01 0,03

Ni g.L-1 nd nd nd 60,00 5,84,2 n.d.

Se mg.L-1 nd 0,01 nd 0,006 0,180,04 n.d.

U mg.L-1 nd nd nd nd 1,10,5 1,8

Zn mg.L-1 nd nd nd 0,02 0,0050,011 n.d.

Figura 17 – Metais pesados alumínio dissolvido (Al), chumbo (Pb) e ferro (Fe) na área de influência do empreendimento e no ponto controle (PC). 4 - DISCUSSÃO

  Para a definição dos parâmetros de condição e padrão da qualidade da água e

comparação dos resultados, utilizou-se a Resolução CONAMA nº 357/2005 que

classifica os corpos de água. De acordo com o Termo de Referência – Subprojeto

II.4.3 – Monitoramento da Qualidade da Água, tendo em vista que a área de estudo se

trata de uma região industrial, foi adotada como condição da água a classe 3 de

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

P1 P2 P3 P4 PC

Estações

Con

cent

raçã

o (m

g/L)

Al d

Pb

Fe

                                                                                            I E A P M                                                   

 24

águas salinas, e classe 2 para o padrão da água, uma vez que a resolução não define

padrões para a classe 3. Para o Ponto de Controle os valores orientadores serão

classe 1 para águas salobras

A tabela 8 apresenta as concentrações obtidas neste monitoramento, bem

como os valores orientadores obtidos na Resolução CONAMA (RC).

Tabela 8 – Parâmetros físico-químicos, concentrações mínimas e máximas e valores orientadores da Resolução CONAMA nº 357/2005.

Parâmetros Unid. P1 a P4 PC Res. Conama

Classe 2 (Salinas)

Res. Conama

Classe 1 (Salobras)

Al dis. mg.L-1 0,05 – 0,24 nd 1,5 0,1

As mg.L-1 n.d. - 0,011 nd 0,069 0,01

Ba mg.L-1 nd nd 1,0 -

Benzeno g.L-1 nd nd 700 700

Cd mg.L-1 nd nd 0,04 0,005

Cianeto livre mg.L-1 0,000 – 0,037 0,017 0,001 0,001

Coliformes term. NMP 37 - 227 20 Até 4.000/100 mL* Até 1000/100 mL**

COT mg.L-1 5 – 11 7 Até 10 Até 5

Cr mg.L-1 nd - 0,02 0,003 1,1 0,05

Cu dis. g.L-1 nd – 12,7 39,7 7,8 5

Etilbenzeno g.L-1 nd n.d. 25 25

Fe dis. mg.L-1 nd – 0,20 n.d. 0,3 0,3

Fluoreto total mg.L-1 0,1 – 0,5 0,6 1,4 1,4

Mn mg.L-1 nd – 0,007 nd 0,1 0,1

NAT mg.L-1 12,4 – 46,9 37,5 0,70 0,40

Ni g.L-1 nd - 60 6,7 74 25

NO2 mg.L-1N 0,005 – 0,009 0,004 0,20 0,07

NO3 mg.L-1N nd – 0,004 nd 0,70 0,40

OD mg.L-1 6,3 – 8,9 7,9 Não inferior a 4 Não inferior a 5

Pb mg.L-1 0,01 – 0,04 0,01 0,21 0,01

PCBs g.L-1 nd nd 0,03 0,03

pH --- 8,1 - 8,3 8,1 6,5 a 8,5 6,5 a 8,5

Polifosfatos mg.L-1P 0,043 – 0,113 0,037 0,0465 0,062

PT mg.L-1P 0,065 - 0,127 0,020 0,093 0,005

Salinidade ‰ 27,5 – 30,0 32,9 > 30 -

SDT mg.L-1 36240 – 44707 38980 ---- -

Se mg.L-1 nd – 0,01 nd 0,29 0,01

Sulfetos mg.L-1 nd 0,006 0,002 0,002

Temperatura ºC 28,9 – 30,0 28,5 ---- ---

Tolueno g.L-1 nd nd 215 215

Toxafeno g.L-1 nd nd 0,210 0,0002

U mg.L-1 nd nd 0,5 -

Zn mg.L-1 nd – 0,02 nd 0,12 0,09

                                                                                            I E A P M                                                   

 25

* NMP em 80 % das amostras ou mais de pelo menos 6 amostras/ano.

**Média geométrica de 15 amostras coletadas em um mesmo local

Os pontos localizados nas áreas mais internas, na Baía da Coroa Grande (P2 e

P3) apresentaram os maiores valores de temperaturas, sendo explicado pela

tendência de aquecimento das baias semi enclausuradas. O PC, localizado na área

mais externa da Baía de Sepetiba, local com maior circulação e maior renovação das

águas apresentou o menor valor da temperatura.

Os valores de salinidade foram menores nesta campanha quando comparadas

com a anterior, provavelmente em função de um maior período de chuva nos dias que

antecederam a coleta e/ou então ao momento da coleta em maré vazante.

Os valores de pH também foram menores nesta campanha, apresentando

valores adequados, de acordo com a RC. Na campanha anterior, o valor médio de pH

foi de 8,7 0,05.

A presença de coliformes termotolerantes no ambiente aquático é um indicativo

da presença de microrganismos patogênicos, provenientes do trato intestinal de seres

humanos e, portanto, indicadora da contaminação ambiental por esgoto. Nesta

campanha, a concentração de coliformes termotolerantes foi baixa, inferior ao limite

estabelecido pela RC, indicando baixa contaminação de microorganismos

patogênicos.

O carbono orgânico total (COT) é formado por uma grande variedade de

compostos orgânicos que podem ser decompostos por processos biológicos ou

químicos, sendo utilizado como indicador da matéria orgânica no ambiente aquático.

Altas concentrações de COT podem influenciar o estado trófico do ambiente.

As concentrações de COT foram elevadas, no entanto, menores que os

registrados na campanha anterior. Entretanto, somente o ponto P3 apresentou

concentração de COT superior a 10 mg.L-1, valor estabelecido pela Resolução

CONAMA nº 357/2005 (RC) para classe 2 de águas salinas, indicando que este ponto

pode estar recebendo alta carga orgânica. Este ponto é o local mais abrigado de

todos, de menor circulação, e recebe o aporte de alguns rios e riachos que deságuam

nessa baía, além de estar localizado na zona de mistura do efluente da Unidade de

Tratamento de Esgoto do Canteiro Norte. Moreira (2009) registrou concentração

média de 11,6 mg.L-1, próximas as registradas neste monitoramento. No ponto

                                                                                            I E A P M                                                   

 26

controle (PC) o valor de COT foi acima do estabelecido pela RC para águas salobras

classe 1, mas inferior a classe 2 de águas salinas.

A concentração de OD na água pode ser utilizada como um indicador da

qualidade ambiental. Baixos níveis de OD no ambiente aquático podem indicar um

ambiente eutrofizado, poluído ou degradado, comprometendo a vida aquática. Sua

concentração irá depender de fatores físicos, tais como temperatura, salinidade e

pressão, como também de processos biológicos como fotossíntese/respiração e

oxidação da matéria orgânica.

Assim como na campanha anterior, os pontos de amostragem apresentaram

alta saturação de OD. A menor concentração de OD foi registrada no P3, onde

também foi encontrado o maior teor de COT.

Os nutrientes são considerados fatores limitantes para a produção primária. A

maior fonte desses compostos para o ambiente costeiro é alóctone, proveniente do

aporte continental, decorrente do escoamento superficial, intemperismo das rochas,

despejo de efluentes domésticos e industriais e uso de fertilizantes que chegam na

zona costeira por meio dos rios. Além destas, a fonte autóctone, proveniente da

remineralização da matéria orgânica por bactérias no próprio ambiente também é de

grande importância.

Entre os nutrientes nitrogenados, o nitrato (NO3), a forma oxidada do

nitrogênio, apresentou as menores concentrações em todos os pontos amostrais,

assim como na campanha anterior e no monitoramento prévio realizado pela empresa

MRS para elaboração do EIA/RIMA do empreendimento, apresentando

concentrações abaixo dos níveis previstos na RC.

As concentrações de nitrito também foram baixas, apresentando valores

menores que o limite estabelecido na RC. Na campanha anterior e no monitoramento

prévio realizado pelo MRS ficaram abaixo do limite de detecção do método. O NO2 é o

produto intermediário no processo de nitrificação, sendo a forma de nitrogênio mais

instável (FAO, 1975).

O nitrogênio amoniacal total (NAT) foi detectado em altas concentrações,

inclusive no PC, com valores muito superiores ao estabelecido pela RC. O NAT,

forma reduzida de nitrogênio no ambiente aquático, encontrado em altas

concentrações, pode indicar um aporte recente de esgoto doméstico no ambiente

                                                                                            I E A P M                                                   

 27

aquático. No entanto, os coliformes termotolerantes não confirmam esta questão. Na

campanha anterior e no monitoramento prévio, realizado pela Empresa MRS no ano

de 2009, entre os compostos nitrogenados, apenas o NAT foi detectado nas amostras

analisadas, no entanto, em menores concentrações (2,1 mg.L-1 1,8) que os

detectados nesta campanha.

O fósforo está presente nos estuários sob a forma orgânica ou principalmente

sob a forma inorgânica, como ortofosfato (PO4). Sua origem no ambiente aquático

está associada ao intemperismo de rochas, decomposição da matéria orgânica,

despejo de efluentes domésticos e industriais e uso de fertilizantes. Nesta campanha

de amostragem, as concentrações de fósforo total foram maiores que na campanha

anterior, sendo que os pontos P1 e P3 apresentaram as maiores concentrações,

sendo estes valores maiores aos indicados na RC (0,093 mg.L-1). A empresa MRS

registrou concentrações de PT abaixo do limite de detecção do método no

monitoramento prévio.

A concentração de nutrientes na campanha anterior foi menor quando

comparado com esta. O aumento nas concentrações de nutrientes coincide com a

diminuição da salinidade. A salinidade em menor concentração pode ter ocorrido em

função de uma maior pluviosidade nos dias que antecederam a coleta ocasionando

assim, um maior aporte fluvial, carreando e aumentando a disponibilidade de

nutrientes na Baía de Sepetiba.

As maiores concentrações de nutrientes foram encontradas, de uma forma

geral, no P3 e no P1. O P3 está localizado na região mais abrigada do Saco da Coroa

Grande, recebendo o aporte de pequenos rios e riachos que desembocam na região e

localizado na zona de mistura do efluente da Unidade de Tratamento de Esgoto do

Canteiro Norte, o que poderia explicar estes altos valores. O ponto P1 está localizado

entre a Ilha de Itacuruça e da Madeira, e pode estar sendo influenciado por aportes do

Saco da Coroa Grande e Itacuruça e também dos rios Guandu, São Francisco entre

outros que tem sua foz na Baía de Sepetiba.

Altas concentrações de polifosfatos foram registradas nos pontos amostrais,

principalmente nos pontos P2 e P3, apresentando concentrações superiores à

estabelecida pela RC que estabelece valores máximos de 0,0465 mg.L-1 de

polifosfatos na classe 2 de águas salinas. De uma maneira geral, a concentração de

                                                                                            I E A P M                                                   

 28

polifosfato não oscilou muito da campanha anterior para esta, somente para o ponto

P2, onde houve uma elevação desses valores e para o P4, onde houve uma

diminuição. Os polifosfatos são moléculas complexas formadas por dois ou mais

átomos de fósforo, presentes em efluentes que contem principalmente detergentes

sintéticos.

Foi observada novamente alta concentração de sólidos dissolvidos totais (SDT)

em todos os pontos amostrais. A Baía de Sepetiba, em sua porção costeira, recebe o

aporte de diversos rios, o que contribui para o aporte em suas águas de materiais de

natureza orgânica e inorgânica, particulada e dissolvida, aumentando desta forma, a

concentração de sólidos dissolvidos e suspensos na água. A RC não indica valores

para SDT para águas salinas, somente para água doce.

O fluoreto foi detectado em todos os pontos amostrais, embora as

concentrações sejam inferiores aos estabelecidos pela RC. Industrias que produzem

vidro e fios condutores de eletricidade estão entre os maiores responsáveis pelo

despejo efluentes contendo fluoreto nas águas naturais.

Os compostos voláteis benzeno, etilbenzeno e tolueno (BTE), constituintes do

petróleo e seus derivados não foram detectados. Da mesma forma, as bifenilas

policloradas (PCBs), compostos organoclorados extremamente tóxicos empregados

em diversos setores industriais também não foram detectados, assim como o

pesticida toxafeno, um inseticida composto por mais de 670 compostos químicos.

O sulfeto, presente nas águas naturais como conseqüência da contaminação

por resíduos industriais ou esgoto sanitário (BIOSYSTEMS, 1995), foi detectado

apenas no PC, em concentrações superiores aos estabelecidos pela RC.

Os cianetos livres, que não haviam sido detectados na campanha anterior,

foram registrados nos pontos P2, P3 e também no PC em concentrações elevadas,

superiores a concentração estabelecida na RC. Estes compostos, utilizados na

indústria galvânica e química, sobretudo na forma livre, têm um efeito tóxico sobre os

seres vivos.

Os metais pesados são alguns dos elementos mais abundantes na crosta

terrestre, sendo introduzidos naturalmente aos sistemas aquáticos, através do

intemperismo geológico. Porém, a grande preocupação com estes elementos é sua

introdução resultante de atividades antropogênicas, sendo introduzidos no meio

                                                                                            I E A P M                                                   

 29

aquático por via fluvial ou atmosférica. Os metais pesados estão entre as maiores

classes de poluentes do ambiente aquático devido ao grande risco ecotoxicológico

aos organismos marinhos e ao homem. A toxicidade desses elementos para a biota

aquática é bastante variável e depende de sua necessidade em processos

metabólicos, sua disponibilidade para incorporação biológica, sua concentração e

forma química no meio (REZENDE, 1988).

A introdução de metais pesados na Baía de Sepetiba está associada

principalmente às industrias de produtos químicos, metalurgia, plástico e borracha,

processamento de alimentos, e portos e navegação (BARCELLOS e LACERDA, 1994

apud LACERDA et al., 2001). Sua entrada na baía ocorre principalmente pelos rios,

principalmente os Rios Guandu, Guarda e Canal do São Francisco.

O Al dissolvido, que na campanha anterior apresentou concentrações abaixo

do limite de detecção do método, apresentou concentrações em níveis detectáveis

nesta campanha, porém ainda em baixas concentrações.

O As, detectado no ponto P4, apresentou concentrações inferiores aos limites

estabelecidos pela RC. Assim como na campanha anterior, este metal foi detectado

no PC em concentrações mais elevadas, superiores aos limites da RC. Doses

extremamente baixas de arsênio podem ser tóxicos para os seres humanos. Este

elemento pode ser utilizado como conservante de couro e madeira, semicondutor de

circuitos, aditivos em ligas metálicas de chumbo e latão, pesticida, entre outros.

A concentração do Ba novamente ficou abaixo do limite de detecção do

método.

O Cd que, apesar de ser indicado na literatura como um dos principais metais

pesados contaminantes da Baía de Sepetiba (LACERDA et al., 1994), também

apresentou concentrações abaixo do limite de detecção do método. Na campanha

anterior, o Cd foi detectado em todos os pontos amostrais, porém em baixas

concentrações. Ferreira e Horta (2010) registram também baixas concentrações de

cádmio, entre 0,0001 a 0,0113 mg.L-1 e média de 0,002 mg.L-1 0,003.

Nesta campanha, o Cr apenas foi detectado no P4 e no PC, em baixas

concentrações, não havendo muita diferença com a campanha efetuada em janeiro.

Ferreira e Horta (2010) registraram concentrações médias semelhantes a estas, no

entanto, com valores máximos superiores (0,030 mg.L-1 0,023; = 0,01 a 0,077

                                                                                            I E A P M                                                   

 30

mg.L-1). Moreira (2009) registrou concentrações de Cr entre níveis não detectados a

0,0014 mg.L-1.

O Fe dissolvido que tinha sido encontrado apenas no P4, nesta campanha

foram detectados também nos pontos P1 e P3, no entanto, em concentrações

menores aos níveis estabelecidos na RC.

O elemento Mn, que foi detectado em todos os pontos amostrais em baixas

concentrações em janeiro, nesta campanha foi detectado apenas no P4 e no PC em

concentração muito baixa. Moreira (2009) apresentou concentrações de Mn

superiores a esta (0,003 a 0,673 mg.L-1).

O Ni foi detectado também apenas no P4, em concentrações inferiores aos da

RC. Na campanha anterior também foram registradas baixas concentrações de Ni.

Novamente, o metal Zn foi detectado apenas no P4 e em baixas

concentrações, apesar de ser indicado como um dos maiores contaminantes da Baía

de Sepetiba. Ferreira e Horta (2010) registraram concentrações elevadas de Zn na

Baía de Sepetiba, apresentando valor médio de 0,292 mg.L-1 0,177.

O Se foi detectado apenas no P2 e o As no P4 e PC, ambos em baixíssimas

concentrações, em níveis abaixo dos limites da RC. Na campanha do mês de janeiro,

o Se foi detectado em todos os pontos amostrais e em maiores concentrações.

O Pb foi detectado em todos os pontos amostras, inclusive no PC. Na

campanha anterior, o Pb tinha sido detectado em alguns pontos em maiores

concentrações, com valores superiores aos indicados pela RC. Nesta campanha

apenas o PC apresentou valor mais elevado que o estabelecido na RC. A presença

de Pb no ambiente aquático é associada às descargas de efluentes industriais, como

por exemplo, indústrias de baterias, metalurgia, tintas e tubulações (CETESB, 2006).

O Pb, juntamente com o Cd e Zn, são apontados como os principais contaminantes

da baía e seus recursos (LACERDA et al., 1994).

O metal urânio que tinha sido detectado em altas concentrações em todos os

pontos amostrais na campanha anterior, não foi detectado nesta campanha.

Entre todos os metais pesados analisados, somente as concentrações de

cobre dissolvido (Cu) foram superiores ao limite estabelecido pela RC nos pontos P4

e em maior concentração, no PC. Nos demais pontos, este metal não foi detectado

pelo método. O P4 está localizado próximo à Ilha da Madeira, local mais próximo ao

                                                                                            I E A P M                                                   

 31

empreendimento, na zona de mistura do efluente da Unidade de Tratamento de

Esgoto do Canteiro Sul, o qual corresponderá ao ponto da bacia de evolução durante

as operações do empreendimento. Neste ponto está ocorrendo a atividade de

dragagem para aumento da profundidade local. Este ponto está localizado ao lado do

Porto de Itaguaí e próximos aos principais rios que desembocam na região,

reconhecidamente como carreadores de metais pesados para a Baía de Sepetiba.

Estes fatores podem contribuir para a introdução de metais para esta área. No PC foi

registrada a maior concentração de Cu dissolvido, podendo estar indicando que

outras áreas da Baía de Sepetiba podem estar recebendo aporte desse metal.

Foi observada uma redução na concentração de Cu dissolvido quando

comparada com os valores da campanha do mês de janeiro. Ferreira e Horta (2010)

registraram concentrações de 17,9 g.L-1 13,1, semelhantes a estas, no entanto,

para Cu total e não apenas para a fração dissolvida. Entretanto, segundo Moreira

(2009), a fração dissolvida foi a maior contribuinte para o total deste metal e de outros

elementos. Paraquetti et al (2007) encontrou valores entre (2,0 a 2,3 g.L-1) na

entrada da Baía de Sepetiba. O cobre, que em pequena quantidade é necessário aos

seres vivos, pode ser altamente tóxico em maiores concentrações.

Entre as estações de coleta, o ponto P4 foi o local onde foi detectada a maioria

dos metais, apesar da baixa concentração. Como falado anteriormente, este ponto

pode sofrer a influência de vários fatores, tais como a proximidade do Porto de

Sepetiba e dos principais rios da região que contribuem para a introdução destes

elementos e outros contaminantes para a Baía de Sepetiba.

5 – CONSIDERAÇÕES GERAIS

Apesar de terem sido registradas concentrações mais elevadas de nutrientes e

elevada carga orgânica, a região apresentou uma alta concentração de oxigênio

dissolvido, com valores próximos a saturação e baixa concentração de coliformes

termotolerantes, ou seja, boa oxigenação da água e baixa contaminação fecal no

ambiente, indicando boa qualidade da água.

Os cianetos livres que não haviam sido detectados na campanha anterior,

foram detectados neste monitoramento. Estes compostos são utilizados na indústria

                                                                                            I E A P M                                                   

 32

galvânica e química, não apresentando relação direta com o empreendimento em

questão.

As concentrações de sólidos dissolvidos totais também foram elevadas, no

entanto, esta característica é inerente às baías semi-fechadas, como a Baía de

Sepetiba, que tem uma influência fluvial muito grande.

Poluentes orgânicos, como as bifenilas policloradas (PCBs), benzeno, tolueno

e etilbenzeno (BTE) e toxafeno não foram detectados nesta região. As concentrações

de fluoreto estão de acordo com os padrões estabelecidos.

Entre os metais pesados analisados, somente o cobre dissolvido apresentou

concentrações acima do limite estabelecido pela RC. O urânio, que na campanha

anterior haviam sido preocupantes devido aos altos níveis registrados, neste

monitoramento foram registrados em níveis não detectáveis pelo método. Os demais

metais monitorados apresentaram concentrações dentro dos limites estabelecidos

pela RC.

Em relação aos pontos amostrais, o ponto P3 localizado no interior do Saco da

Coroa Grande demonstra estar sendo mais influenciado pelo aporte de efluentes

domésticos devido ao maior teor de nutrientes e polifosfatos, enquanto que o P4,

localizado em frente a Ilha da Madeira, como citado anteriormente, demonstra sofrer

maior influência de efluentes industriais, sendo carreados para a Baía de Sepetiba

pelos principais rios da região.

Por meio dos resultados obtidos, considerando que o PC apresentou

concentrações da maioria dos parâmetros em níveis semelhantes aos demais pontos,

conclui-se que os contaminantes, quando observados, são reflexos da condição

global da Baía de Sepetiba, como resultado de diversas atividades e não como

conseqüência da implantação do empreendimento em questão. Em toda a bacia de

drenagem da Baía de Sepetiba estão instaladas indústrias de vários segmentos e

adensamentos populacionais que podem contribuir para a introdução de uma série de

poluentes, que podem ter conseqüências sobre a qualidade da água deste ambiente.

Apesar das atividades de dragagem terem sido iniciadas, não foi observada

mudança na qualidade da água em conseqüência desta operação.

                                                                                            I E A P M                                                   

 33

De acordo com os índices obtidos pela Resolução CONAMA nº 357/2005, de

forma geral, a qualidade da água na área de influência do empreendimento mostrou-

se satisfatória.

6 - BIBLIOGRAFIA AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION – APHA. Standard methods for the examination of water and wastewater. 21ª ed. Washington: APHA, 2005. 526 p.

BAIRD, C. Química Ambiental. 2ª Ed. Porto Alegre: Bookman, 2002. BIOSYSTEMS. Técnicas físico-químicas para análise da água. Curitiba: Biosystems, 1995. CARVALHO, R.A ; OLIVEIRA, M.C.V. Princípios básicos de saneamento do meio. São Paulo.3 ºed.:editora SENAC.São Paulo, 2003. CETESB. Variáveis de qualidade das águas. Disponível em http://www.cetesb.sp. Acesso em: Fev. 2001

COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL. Guia de coleta

e preservação de amostras de água. CETESB, São Paulo, SP, Brasil. 1987

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (BRASIL). Resolução n° 274 de 29 de novembro de 2000. Define os critérios de balneabilidade em águas brasileiras. Disponível em: http://www.mma.gov.br. Acesso em: Fev. 2011. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (BRASIL). Resolução n° 357 de março de 2005. Disponível em: http://www.mma.gov.br. Acesso em: Fev. 2011.

FAO. Manual of Methods in Aquatic Environmental Research. Part 1. Methods for Detection, Measurement and Monitoring of Water Pollution. Fao Fisheries Technical Paper Nº 137. 1975. FERREIRA, A. P.; HORTA, M. A. P. Trace element residues in water, sediments, and organs of Savacu (Nycticorax nycticorax) from Sepetiba Bay, Rio de Janeiro, Brazil. Ambi-Agua, v. 5, n. 1, p. 17-28, 2010. LACERDA, L.D.; GRAÇA, N.M. QUINTANILHA, M.C.P. Bibliografia sobre a contaminação por metais pesados em ambientes costeiros do Estado do Rio de Janeiro. Série Geoquímica Ambiental, 4. Editora de Universidade Federal Fluminense, Niterói, 57p. (1994) LACERDA, L.D. et al..River basin activities, impact, and management of anthropogenic trace metal and sediment fluxes to Sepetiba Bay, southeastern Brazil.

                                                                                            I E A P M                                                   

 34

In: BODUNGEN, B.; TURNER, R.K. Science and Integrated Coastal Management. Dahlem University Press. cap. 13, p.213-. 2001. MOREIRA, D.A.C. Concentração e transformações de elementos traço nas frações particulada, coloidal e verdadeiramente dissolvida de dois estuários do Rio de Janeiro, Brasil. 145 p. Tese (Doutora em Geociências). Universidade Federal Fluminense,Niterói. 2009. PARAQUETTI, H. H. M. et al. Distribuição de metais dissolvidos (Cu, Cd, Pb e Hg) nas águas da Baía de Sepetiba, Rio de Janeiro – Brasil. XII Congresso Latino-Americano de Ciências do Mar - XII COLACMAR. Florianópolis, 15 a 19 de abril de 2007. REZENDE, C.E. et al., Lignin phenols used to infer organic matter sources to Sepetiba Bay e RJ, Brasil. Estuarine, Coastal and Shelf Science, v. 87, p.479-486, 2010.

SILVA, C.A.R. Análises Físico-químicas de sistemas marginais marinhos. Ed. Interciência. 2004. STRICKLAND, J. D. H. & PARSONS, T. R. A Pratical Handbook of Seawater Analysis. 1st ed., J. Fish. Res. Bd. Can., Bull. nº 135, 1968. USEPA - United States Environmental Protection Agency. Test Methods for Evaluating Solid Waste, Physical/Chemical Methods. SW-846. Disponível em http://www.epa.gov.br. Acesso em: Fev. 2001

                                                                                            I E A P M                                                   

 35

7 – EQUIPE TÉCNICA

FUNÇÃO NOME FORMAÇÃO REGISTRO PROFISSIONAL

COORDENAÇÃO GERAL

Dr. Luiz Ricardo Gaelzer

Biólogo CRBio. 07481/02

COORDENAÇÃO ADJUNTA

Dra. Eliane G. Rodriguez

Bióloga CRBio. 01966/84

EQUIPE TÉCNICA

Dra. Fernanda F. Thomazelli

Oceanógrafa Id. 2.316.065-9 SSP/SC

MSc. William Romão Batista

Eng. Químico CRQ 03313857

MSc. Pedro P. O. Pinheiro

Técnico em Química

CRQ 03412864 RJ

MSc. Márcio M. Lobão

Eng. Químico CRQ 05301943

MSc. Sandro Vianna Paixão

MSc. Ciências Id. 476.230 / MB

MSc. Carlos German Massone

Oceanógrafo Id.134586304 DIC/RJ

Dagles Vianna dos Reis

Técnica em Química

CRQ 03414288

Marcos L. B. dos Santos

Técnico em Química

CRQ 03413804 RJ

Márcia S. Nabethe Técnica em Química

CRQ 03416460 RJ

                                                                                            I E A P M  

 

CONTRATO N.º EBN‐149/2009 

                                                  EGPN‐ 11/2011 – 0037/00 

 

 

 

III Campanha de Monitoramento da Qualidade da Água

                                                                                            I E A P M                                                    

 

ii

SUBPROJETO II.4.3 – MONITORAMENTO

DA QUALIDADE DA ÁGUA

   

SUMÁRIO

1 – APRESENTAÇÃO .................................................................................................................................... 1

2 – METODOLOGIA ..................................................................................................................................... 1

2.1 Amostragem ..................................................................................................................................... 1

2.2 Análises químicas ............................................................................................................................. 8

2.2.1 Benzeno, Etilbenzeno e Tolueno (BTE) ................................................................................. 9

2.2.2 Bifenilas Policloradas (PCB´s) ............................................................................................... 9

2.2.3 Carbono Orgânico Total (COT).............................................................................................. 9

2.2.4 Cianeto Livre ....................................................................................................................... 10

2.2.5 Coliformes Termotolerantes .............................................................................................. 10

2.2.6 Fluoreto Total ..................................................................................................................... 10

2.2.7 Metais pesados ................................................................................................................... 10

2.2.8 Nutrientes ........................................................................................................................... 11

2.2.8.1 Nitrito (NO2) ..................................................................................................................... 11 

2.2.8.2 Nitrato (NO3) .................................................................................................................... 11 

2.2.8.3 Nitrogênio amoniacal total (NAT) .................................................................................... 12 

2.2.8.4 Fósforo Total .................................................................................................................... 13 

2.2.9 Oxigênio Dissolvido (OD) .................................................................................................... 14

                                                                                            I E A P M                                                    

 

iii

2.2.10 pH .......................................................................................................................................... 14

2.211 Polifosfatos ............................................................................................................................. 14

2.2.12 Salinidade .............................................................................................................................. 15

2.2.13 Sólidos Dissolvidos Totais (SDT) ............................................................................................ 15

2.2.14 Sulfetos (H2S não Dissociado) ............................................................................................... 15

2.2.15 Toxafeno ................................................................................................................................ 15

2.2.16 Potencial de Oxi‐Redução ..................................................................................................... 15

2.3 Análises Estatísticas ........................................................................................................................ 16

3 ‐ RESULTADOS ....................................................................................................................................... 16

4 ‐ DISCUSSÃO .......................................................................................................................................... 24

5 – CONSIDERAÇÕES GERAIS .................................................................................................................... 37

6 ‐ BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................................... 39

7 – EQUIPE TÉCNICA ................................................................................................................................. 42

                                                                                            I E A P M                                                    

 

1

1 – APRESENTAÇÃO

O objetivo do presente relatório é apresentar os resultados alcançados na

terceira campanha de Monitoramento da Qualidade da Água (Subprojeto II.4.3) na

região adjacente ao empreendimento do Estaleiro e Base Naval para a construção de

submarinos convencionais e de propulsão nuclear, realizada no período de 24 e 25 de

maio de 2011, pelo Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM),

conforme estabelecido no Contrato n.º EBN-149/2009 EGPN – 11/2011 – 0037/00

entre a Odebrecht e a Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON).

2 – METODOLOGIA

2.1 Amostragem A amostragem para a coleta de água para o Monitoramento da Qualidade da

Água foi realizada nos pontos amostrais pré-estabelecidos pelo Termo de Referência

– Subprojeto II.4.3 – Monitoramento da Qualidade da Água.

As amostras de água foram coletadas em 5 pontos amostrais, sendo 4 pontos

na área adjacente ao empreendimento e outro ponto utilizado como ponto controle, na

entrada da Baía de Sepetiba (Figura 1). Para a realização da coleta das amostras foi

utilizada uma embarcação adequada para o trabalho, fretada na Ilha de Madeira, em

Itaguaí/RJ (Figura 2). As coordenadas geográficas dos pontos de coleta foram obtidas

por meio de um sistema GPS (Global Position System) (Tabela 1). Uma breve

descrição da localização dos pontos amostrais é apresentada abaixo.

Ponto Controle (PC): este ponto está localizado na entrada da Baía de

Sepetiba, próximo à Ilha do Vigia. Por estar distante do empreendimento, não sofre

influência do mesmo. Neste ponto pode-se obter informações sobre a qualidade da

água de entrada e saída da baía.

Ponto 1 (P1): localizado no canal existente entre a Ilha da Madeira e Ilha de

Itacuruça.

Ponto 2 (P2): localizado na região central do Saco da Coroa Grande.

                                                                                            I E A P M                                                    

 

2

Ponto 3 (P3): localizado no Saco da Coroa Grande, na zona de mistura do

efluente da Unidade de Tratamento de Esgoto do Canteiro Norte.

Ponto 4 (P4): localizado próximo à Ilha da Madeira, na zona de mistura do

efluente da Unidade de Tratamento de Esgoto do Canteiro Sul. Este é o ponto mais

próximo ao empreendimento, o qual corresponderá ao ponto da bacia de evolução

durante as operações do empreendimento. A Ilha da Madeira corresponde à área

diretamente afetada pelo empreendimento, onde ocorrerão o aterro hidráulico e as

áreas a serem dragadas (Figura 3). A área está localizada nas adjacências do Porto

de Itaguaí.

Figura 1 – Estações de amostragem – Baía de Sepetiba

                                                                                            I E A P M                                                    

 

3

Figura 2 - Embarcação utilizada na coleta das amostras.

Tabela 1 – Estações de coleta, coordenadas geográficas, profundidade obtida pela carta náutica, profundidade real do momento da coleta e profundidade de coleta.

Estações Latitude Longitude Prof. carta

náutica Prof. real Prof. de coleta

PC 23º01.066’S 043º57.527’O 9,0 10,0 S, M, F P1 22º55.446’S 043º51.732’O 5,0 5,0 S, M, F P2 22º54.599’S 043º51.541’O 2,5 2,5 S, F P3 22º54.828’S 043º50.803’O 1,5 1,5 S P4 22º55.693’S 043º50.897’O 3,5 4,0 S, M, F S – superfície; M – meio; F - fundo

Figura 3 – Visão da Ilha da Madeira e do empreendimento.

As profundidades médias da região adjacente ao empreendimento são

apresentadas na tabela 1 e nas figuras 4 e 5. Tais profundidades foram extraídas da

carta náutica digital de número 1623 (Porto de Itaguaí), da Diretoria de Hidrografia e

                                                                                            I E A P M                                                    

 

4

Navegação (DNH), dados anteriores a dragagem. No momento da coleta também

foram realizadas as medições das profundidades com o intuito de verificar a

profundidade real dos pontos amostrais no momento da coleta. Até o momento, as

profundidades máximas nos pontos amostrais não ultrapassaram 6 metros, exceto o

ponto controle (PC), não indicado nas figuras 4 e 5, que apresenta uma profundidade

média de 9 metros na carta náutica e 10 metros como profundidade real no momento

da coleta.

Dependendo da profundidade de cada ponto amostral, foram coletadas

amostras em profundidades distintas (superfície, meio e/ou fundo) conforme a tabela

1.

Figura 4 – Batimetria (m) da área de influência do empreendimento (PAIXÃO, dados não publicados),

de acordo com a carta náutica nº 1623 – DHN.

                                                                                            I E A P M                                                    

 

5

Figura 5 – Batimetria (m) 3D da área de influência do empreendimento (PAIXÃO, dados não

publicados), de acordo com a carta náutica nº 1623 – DHN.

As amostras de água foram coletas com garrafas oceanográficas do tipo

Nansen ou Van Dorn, de acordo com o parâmetro físico-químico a ser analisado. Em

cada lançamento, foram retiradas várias subamostras de água que foram

armazenadas em frascos apropriados para a determinação dos vários parâmetros

físico-químicos. Na tabela 2 são apresentados os parâmetros físico-químicos

analisados e a forma de preservação das amostras até o momento da análise.

Inicialmente, foi lançada a garrafa de Nansen com o termômetro de inversão

acoplado (Figura 6) para a obtenção da temperatura da água e para a coleta de

subamostras de água para a determinação de oxigênio dissolvido, pH, salinidade,

potencial de oxi-redução (eH) e para a determinação dos parâmetros orgânicos:

carbono orgânico total (COT), bifenilas policloradas (PCB´s), toxafeno e benzeno,

etilbenzeno e tolueno (BTE).

A primeira subamostra retirada foi para a determinação do oxigênio dissolvido

(OD), coletada em frasco de vidro com tampa esmerilhada, até seu transbordamento,

tendo-se o cuidado para não haver formação de bolhas durante o recolhimento da

mesma. Para a fixação e precipitação do OD, foi adicionado a cada frasco 0,5 mL de

                                                                                            I E A P M                                                    

 

6

iodeto alcalino e 0,5 mL de sulfato manganoso e, em seguida, os frascos foram

armazenados no escuro até sua titulação em laboratório. Na sequência, foram

coletadas subamostras para os demais parâmetros citados acima. As formas de

preservação dos demais parâmetros são apresentadas na tabela 2.

Tabela 2 – Parâmetros físico-químicos e formas de preservação das amostras.

Parâmetros Preservação Benzeno, Etilbenzeno, Tolueno (BTE) HCl, refrigeração (< 4º C)

Bifenilas Policloradas (PCBs) refrigeração (< 4º C)

Carbono Orgânico H2SO4, refrigeração(< 4º C)

Cianeto Livre refrigeração (< 4º C)

Coliformes Termotolerantes tiosulfato de sódio

Fluoreto Total refrigeração (< 4º C)

Metais pesados: Alumínio dissolvido, Arsênio, Bário, Cádmio, Cobre dissolvido, Chumbo, Cromo, Ferro dissolvido, Manganês, Níquel, Selênio, Urânio, Zinco

HNO3, refrigeração (< 4º C)

Nutrientes (nitrito, nitrato, nitrogênio amoniacal total e fósforo total)

H2SO4, refrigeração (< 4º C)

Oxigênio Dissolvido Iodeto alcalino e sulfato

manganoso/escuro

pH refrigeração (< 4º C)

Polifosfatos refrigeração (< 4º C)

Potencial redox refrigeração (< 4º C)

Salinidade --------

Sólidos Dissolvidos Totais refrigeração (< 4º C)

Sulfetos refrigeração (< 4º C)

Temperatura --------

Toxafeno refrigeração (< 4º C)

                                                                                            I E A P M                                                    

 

7

Figura 6 – Garrafa de Nansen - Termômetro de inversão acoplado.

A garrafa oceanográfica de Van Dorn (Figura 7) foi utilizada para a coleta de

água para a determinação dos metais pesados, fluoretos, sólidos dissolvidos totais

(SDT), cianeto livre, sulfetos, coliformes termotolerantes, nutrientes (nitrato, nitrito,

nitrogênio amoniacal total e fósforo total) e polifosfatos.

                                                                                            I E A P M                                                    

 

8

Figura 7 – Garrafa de Van Dorn.

2.2 Análises químicas

A metodologia analítica de cada parâmetro é apresentada na tabela 3 e um

resumo de cada método é descito abaixo.

Tabela 3 – Parâmetros físico-químicos e metodologia analítica empregada.

Parâmetros Metodologia analítica Benzeno, Etilbenzeno, Tolueno (BTE) US EPA 8260B

Bifenilas Policloradas (PCBs) US EPA 8270D

Carbono Orgânico SM 5310

Cianeto Livre SM 4500 CN

Coliformes Termotolerantes SM 9221E

Fluoreto Total SM 4500-F-

Metais pesados: Alumínio dissolvido, Arsênio, Bário, Cádmio, Cobre dissolvido, Chumbo, Cromo, Ferro dissolvido, Manganês, Níquel, Selênio, Urânio, Zinco

US EPA 6010, US EPA 7000

Nutrientes (nitrito, nitrato, nitrogênio amoniacal total, fósforo total)

Strickland e Parsons, 1972.

Oxigênio Dissolvido SM 4500-OB (Winkler)

pH pHmetro - Innolab

                                                                                            I E A P M                                                    

 

9

Parâmetros Metodologia analítica Polifosfatos SM 4500-P

Potencial de oxi-redução (eH) pHmetro - Hanna

Salinidade Salinômetro Autosal - Guildline

Sólidos Dissolvidos Totais SM 2540C

Sulfetos SM 4500-S2

Toxafeno US EPA 8270D

2.2.1 Benzeno, Etilbenzeno e Tolueno (BTE)

Os vials contendo as subamostras para a determinação de BTE são

introduzidas em um amostrador do tipo purge-and-trap (Headspace) onde ocorre a

extração e posterior migração dos compostos volatilizados para o GC-MS, equipado

com coluna capiltar, sob temperatura controlada e programada para que ocorra a

separação dos analitos que são detectados pelo detector de massas.

2.2.2 Bifenilas Policloradas (PCB´s)

Extração líquido-líquido dos compostos orgânicos das amostras com

solventes orgânicos e determinação e análise dos compostos por cromatografia à gás

acoplado a espectrômetro de massas (GC-MS). Os compostos semivoláteis são

introduzidos por injeção em um GC-MS equipado com coluna capiltar, sob

temperatura controlada e programada para que ocorra a separação dos analitos que

são detectados pelo detector de massas.

2.2.3 Carbono Orgânico Total (COT)

Adição de ácido sulfúrico na amostra para descarbonatação da mesma.

Posteriormente, a amostra é digerida com persulfato de sódio a aproximadamente

                                                                                            I E A P M                                                    

 

10

260ºC, e o dióxido de carbono desprendido proveniente da matéria orgânica é

absorvido em solução alcalina, que é então titulada com ácido clorídrico.

2.2.4 Cianeto Livre

Compostos determinados como íon cianeto CN- por meio de método

colorimétrico ou titulométrico, dependendo de sua concentração.

2.2.5 Coliformes Termotolerantes

O método de tubos múltiplos consiste em inocular a 35°C a amostra em uma

série de 5 tubos de meio de cultura (caldo LS) para cada diluição. A confirmação é

feita ressemeando em caldo verde brilhante e caldo EC a 35°C e 45°C

respectivamente. Por fim, é feita a leitura da configuração de tubos positivos em uma

tabela de NMP descrita no SM.

2.2.6 Fluoreto Total

A amostra é tamponada e a concentração de fluoretos é determinada por

método potenciométrico através do uso de um eletrodo íon-seletivo.

2.2.7 Metais pesados

As amostras são digeridas por soluções ácidas e introduzidas no

equipamento ICP-AES que mede o espectro de emissão dos metais constituintes,

emitidos quando da passagem de amostras por uma tocha de plasma de argônio.

                                                                                            I E A P M                                                    

 

11

Para a determinação dos metais pesados totais utiliza-se a amostra integral.

Já para os metais dissolvidos (Al, Cu e Fe), antes da acidificação é realizada filtração

da água por filtro de vibra de vidro 0,45 m e a determinação dos metais é realizada

na água filtrada.

2.2.8 Nutrientes

As subamostras da água do mar foram divididas em várias aliquotas para a

determinação de cada nutriente.

2.2.8.1 Nitrito (NO2)

A concentração de nitrito é determinada através da formação de um corante

azo, de cor púrpura-avermelhado, por diazotação da sulfanilamida pelo nitrito

presente na amostra em meio ácido e posterior reação com N-naftiletilenodiamina. A

leitura da extinção da luz é realizada em espectrôfotômetro de UV/Vis, no

comprimento de onda de 543 nm (Figura 8).

Figura 8 - Espectrôfotômetro de UV/Vis. Determinação dos nutrientes (NO2, NO3, NAT e PT).

2.2.8.2 Nitrato (NO3)

                                                                                            I E A P M                                                    

 

12

O método para determinação de nitrato tem como base a redução do nitrato

em nitrito, em coluna de cádmio (Figura 9). Após sua redução a nitrito, a análise é

efetuada como descrito acima para este íon.

Figura 9 – Análise de nitrato - Redução em coluna de cádmio.

2.2.8.3 Nitrogênio amoniacal total (NAT)

O nitrogênio amoniacal total é o somatório da fração inorgânica (amônia) e

orgânica do nitrogênio, sendo determinado pela digestão à quente da amostra de

água com uma mistura digestiva e conversão do nitrogênio para a sua forma

inorgânica (Figura 10). A amônia reage com hipoclorito em solução ligeiramente

alcalina formando monocloramina, que em presença de fenol e em excesso de

hipoclorito forma o azul de indofenol. A reação é catalizada por nitroprussiato de

sódio. A leitura é feita em espectofotômetro de UV/Vis a 630 nm.

                                                                                            I E A P M                                                    

 

13

Figura 10 – Análise de nitrogênio amoniacal total.

2.2.8.4 Fósforo Total

O fósforo total é o somatório da fração inorgânica (ortofosfato) e orgânica,

sendo determinado pela digestão à quente com persulfato de potássio e conversão de

todo o fósforo para a sua forma inorgânica (Figura 11). Os ortofosfatos presentes na

amostra reagem com o molibdato de amônio em presença de tartarato de antimônio e

potássio, formando um complexo antimônico-fosfomolíbdico. Este complexo é

reduzido pelo ácido ascórbico a um outro complexo intensamente azulado. A leitura é

feita em espectrofotômetro no comprimento de onda 885 nm.

Figura 11 – Análise de NAT e PT.

                                                                                            I E A P M                                                    

 

14

2.2.9 Oxigênio Dissolvido (OD)

Adição de ácido sulfúrico concentrado na amostra fixada para dissolver o

precipitado. Posterior titulação com tiosulfato de sódio, adição de solução de amido e

prosseguimento da titulação até completo desaparecimento da cor azul. A

determinação de OD foi realizada em laboratório montado em terra logo após a coleta

das amostras (Figura 12).

2.2.10 pH

Os valores de pH foram determinados por meio de um pHmetro, marca

Innolab.

Figura 12 – Titulação de oxigênio dissolvido (Método Winkler).

2.211 Polifosfatos

Os polifosfatos são determinados pela diferença entre o fósforo ácido

hidrolisável e o fósforo reativo total (fósforo total). Para a determinação do fósforo

ácido hidrolisável, antes da etapa de colorimetria (vide ortofosfato) é feita uma

                                                                                            I E A P M                                                    

 

15

hidrólise ácida da amostra.

2.2.12 Salinidade

A salinidade da água foi obtido por meio de um salinômetro autosal, marca

Guildeline.

2.2.13 Sólidos Dissolvidos Totais (SDT)

A amostra é filtrada através de um filtro de fibra de vidro e o filtrado é

evaporado em cápsula pesada previamente e seco até peso constante à temperatura

de 103-105ºC. O aumento de peso da cápsula representa os sólidos dissolvidos.

2.2.14 Sulfetos (H2S não Dissociado)

A amostra é aquecida para liberação do sulfeto livre, que é recolhido em

solução de hidróxido de sódio. A quantificação é realizada por meio do método

colorimétrico do azul de metileno em águas com baixas concentrações de sulfeto.

2.2.15 Toxafeno

Extração líquido-líquido por solvente e posterior análise por CG-MS. Os

compostos semivoláteis são introduzidos por injeção em um GC-MS equipado com

coluna capiltar sob temperatura controlada e programada para que ocorra a

separação dos analitos que são detectados pelo detector de massas.

2.2.16 Potencial de Oxi-Redução

O potencial de oxi-redução (eH) foi determinado por meio de um pHmetro

                                                                                            I E A P M                                                    

 

16

Hanna, modelo HI 98185.

2.3 Análises Estatísticas

Testes estatísticos foram realizados por meio dos programas Excel e InStat

com o objetivo de obter a média e desvio padrão das amostras e verificar a diferença

entre as médias dos pontos amostrais, sendo realizada a Análise de Variância por

meio de testes não-paramétricos, seguido de pós-teste de Dunn para resultados de

P < 0,05.

3 - RESULTADOS

Os resultados dos parâmetros físico-químicos que refletem as condições da

qualidade e dos padrões da água são apresentados na tabela 4.

Em função da baixa profundidade na maioria dos pontos de amostragem e a

pequena variabilidade dos resultados em relação a profundidade (demonstrada pelo

baixo desvio padrão das amostras) para a maioria dos parâmetros, serão

apresentadas as concentrações médias entre as profundidades de coleta. No ponto

P3 foi somente possível realizar a coleta em uma única profundidade, portanto, seu

resultado é apresentado sem desvio padrão.

Testes estatísticos foram realizados por meio dos programas InStat com o

objetivo de verificar a diferença entre as médias dos pontos amostrais, sendo

realizada a Análise de Variância por meio de testes não-paramétricos. Não foi

verificada diferença significativa (P > 0,05) entre os pontos amostrais para todos os

parâmetros analisados.

                                                                                            I E A P M                                                    

 

17

Tabela 4 - Condições da qualidade e dos padrões da água na área de influência do empreendimento e no ponto controle (PC). Parâmetros Unid. P1 P2 P3 P4 PC

BTE mg.L-1 nd nd nd nd nd Cianetos mg.L-1 nd nd 0,05 0,033 ± 0,029 0,017 ± 0,029 Coliformes termotoleran.

NMP 167 ± 64 105 ± 35 240 44 ± 74 167 ± 64

COT mg.L-1 13,3 2,5 14,5 2,1 9,0 15,0 1,7 10,0 1,0

eH mV 179,4 ± 3,1 213,5 ± 17,0 156,5 142,4 ± 7,5 146,4 ± 6,2

Fluoreto total mg.L-1 0,7 ± 0,1 0,7 ± 0,0 0,8 0,6 ± 0,0 0,8 ± 0,0

NAT mg.L-1 N 18,8 ± 6,7 15,7 ± 0,3 18,8 13,9 ± 1,2 17,9 ± 8,5

NO2 mg.L-1N 0,005 ± 0,001 0,006 ± 0,004 0,002 0,004 ± 0,002 0,005 ± 0,001

NO3 mg.L-1N 0,002 ± 0,002 0,003 ± 0,003 0,017 0,005 ± 0,005 0,003 ± 0,003

OD mg.L-1 10,2 ± 0,8 10,4 ± 0,2 11,3 9,0 ± 0,2 8,9 ± 0,4

PCBs mg.L-1 nd nd nd nd nd

Polifosf. mg.L-1P 0,030 ± 0,026 0,045± 0,007 0,020 0,027 ± 0,012 0,007 ± 0,012

PT mg.L-1P 0,088 ± 0,089 0,058 ± 0,052 0,019 0,051 ± 0,057 0,039 ± 0,041

Salinidade --- 30,5 ± 0,5 30,3 ± 0,2 30,2 30,8 ± 0,2 31,1 ± 0,7

SDT mg.L-1 32947 ± 2196 25160 ± 2022 30630 34463 ± 3925 26810 ±12635

Sulfetos mg.L-1 0,002 ± 0,001 0,003 ± 0,001 0,005 0,007 ± 0,005 nd

Temperatura º C 23,7 0,1 24,2 0,6 27,8 23,6 0,2 23,5 0,0

Toxafeno mg.L-1 nd nd nd nd nd

Não foram observados na superfície da água materiais flutuantes, óleos e

graxas, substâncias que produzem odor e turbidez, corantes de fontes antrópicas bem

como resíduos sólidos objetáveis.

Os valores de temperatura variaram pouco ao longo da coluna d’água em todos

os pontos amostrais, incluindo no PC, de maior profundidade. A menor temperatura

da água (T ºC) foi registrada neste ponto, com valor igual a 23,5 ºC, e o maior valor,

27,8 ºC, foi registrado no ponto P3, de menor profundidade (Figura 13).

A variação da salinidade em relação a profundidade também foi pequena. O

maior desvio foi registrado para o PC, com concentração média de 31,1 0,7. Nos

pontos localizados na área adjacente ao empreendimento, os valores de salinidade

oscilaram pouco tanto em profundidade, como espacialmente, com valores entre 30,2

no P3 e 30,8 no P4 (Figura 13).

Não foi possível a realização da medição do pH nesta campanha por

problemas técnicos no equipamento pHmetro.

Os valores do potencial de oxi-redução (eH) das amostras foram uniformes em

todas as amostras, apresentando pequena variabilidade e concentrações entre 142,4

                                                                                            I E A P M                                                    

 

18

e 179,4 mV, exceto no ponto P2 que apresentou concentração de 213,5 mV (Figura

13).

Figura 13 – Valores médios de temperatura, salinidade, potencial de oxiredução e oxigênio dissolvido na área adjacente ao empreendimento e no ponto controle (PC).

Os teores de oxigênio dissolvido (OD) foram elevados em todos os pontos, com

valores médios entre 9,0 mg.L-1 no P4 e 11,3 mg.L-1 no P3, apresentando pouca

variabilidade com a profundidade. A concentração de OD no PC foi de 8,9 mg.L-1 ±

0,4, similar aos demais (Figura 13).

As concentrações de coliformes termotolerantes nas áreas de influência do

empreendimento oscilaram entre 44 ± 74 NMP/100 mL (NMP – número mais

provável) no P4, sendo que neste ponto foi verificada uma maior variabilidade ao

longo da coluna d’água, e 240 NMP/100 mL, no P3. No PC, a concentração de

coliformes termotolerantes foi igual a 167 NMP/100 mL ± 64 (Figura 14).

As concentrações de carbono orgânico total (COT) foram altas nesta

campanha, com concentrações entre 9,0 mg.L-1, no P3 e 15 mg.L-1 no ponto P4. O PC

apresentou concentração média de COT igual a 10 ± 1 mg.L-1 (Figura 14). O COT

                                                                                            I E A P M                                                    

 

19

apresentou pequena variação com a profundidade.

Figura 14 – Concentrações médias de coliformes termotolerantes e carbono orgânico total na área adjacente ao empreendimento e no ponto controle (PC).

As concentrações de nitrato (NO3) foram baixas em todos os pontos amostrais,

com valores próximos ao limite de detecção do método, apresentando concentrações

médias entre 0,002 e 0,005 mg.L-1, exceto no ponto P3 que apresentou concentração

de 0,017 mg.L-1.

As concentrações de nitrito (NO2) também foram baixas, próximas ao limite de

detecção do método em todos os pontos, com valores médios entre 0,002 e 0,005

mg.L-1.

As concentrações de nitrogênio amoniacal total (NAT) permanecem altas nesta

campanha, apresentando concentrações entre 13,9 mg.L-1, no ponto P4 e 18,8 mg.L-1

no P1 (Figura 15). A concentração de NAT no PC também foi elevada, apresentando

um concentração média de 17,9 mg.L-1 ± 8,5, apresentando a maior variabilidade na

concentração em relação as profundidades de coleta.

O fósforo total (PT) apresentou uma maior variabilidade nas suas

concentrações em relação a profundidade. Excetuando-se o ponto P3 que apresentou

baixa concentração de PT (0,019 mg.L-1), os demais pontos apresentaram

concentrações médias com valores intermediárias e grande variabilidade (desvio

padrão), alcançando dessa forma altas concentrações de PT. As maiores

concentrações foram registras no ponto P1 (0,088 mg.L-1 ± 0,089) (Figura 15). O PC

também apresentou concentrações elevadas de PT, sendo registrado ma

concentração média intermediária (0,039 mg.L-1 ± 0,041).

Os pontos P3 e P4 registraram as menores concentrações de polifosfatos,

                                                                                            I E A P M                                                    

 

20

apresentando valores de 0,0200 mg.L-1 e 0,0267 mg.L-1, respectivamente (Figura 15).

Nos pontos P1 e P2, as concentrações médias foram mais elevadas com valores

iguais a 0,0300 mg.L-1 ± 0,0265, no P1 e 0,0450 mg.L-1 ± 0,0071 no P2. A

concentração média no PC ficou abaixo do limite de detecção do método.

Nas áreas adjacentes ao empreendimento as concentrações médias de sulfeto

oscilaram entre 0,002 mg.L-1 no P1 e 0,007 mg.L-1, no P4 (Figura 16). No PC, as

concentrações médias de sulfeto ficaram abaixo do limite de detecção do método.

As concentrações de cianeto livre ficaram abaixo do limite de detecção do

método nos pontos P1 e P2. Nos pontos P3 e P4 apresentaram concentrações

médias iguais a 0,050 e 0,033 mg.L-1, respectivamente. No PC, a concentração de

cianeto foi variável na coluna d’água, entre níveis não detectados e 0,050 mg.L-1,

apresentando valor médio de 0,017 mg.L-1 ± 0,029.

A concentração de sólidos dissolvidos totais (SDT) foram elevadas, oscilando

entre 25.160 mg.L-1 no P2 e 34.463 mg.L-1, apresentando pequena variação na coluna

d’água (Figura 16). O PC apresentou concentração de SDT igual a 26.810 mg.L-1 ±

12.635, sendo que neste ponto, foi verificada a maior variabilidade na concentração

de SDT ao longo da coluna d’água.

A concentração de fluoreto foi bem homogênea, tanto espacialmente como em

profundidade, apresentando concentrações entre 0,6 e 0,8 mg.L-1, em todos os

pontos amostrais, incluindo no PC.

As concentrações de benzeno, etilbenzeno e tolueno (BTE), bifenilas

policloradas (PCBs) e toxafeno ficaram abaixo do limite de detecção do método

analítico em todos os pontos amostrais.

                                                                                            I E A P M                                                    

 

21

Figura 15 – Concentração de fósforo total, nitrogênio amoniacal total e polifosfatos na área de influência do empreendimento e no do ponto controle (PC).

Figura 16 - Concentração média de sulfetos e sólidos dissolvidos totais na área adjacente ao empreendimento e no ponto controle (PC).

Os resultados de metais pesados são apresentados na tabela 5. A

concentração de alumínio dissolvido (Al) oscilou entre 0,09, no P3 e 0,57 mg.L-1 ±

0,22 no P4, sendo que somente neste ponto foi verificada uma maior variabilidade ao

longo da coluna d’água. No PC, a concentração de Al foi de 0,10 mg.L-1 ± 0,01 (Figura

17).

As concentrações médias de arsênio (As) foram altas neste monitoramento,

                                                                                            I E A P M                                                    

 

22

com concentrações entre 0,04 mg.L-1 no ponto P2 e 0,13 mg.L-1 no P4, sendo que

neste ponto foi verificado a maior variabilidade em relação as profundidades de

coleta. No PC também foram registras concentrações elevadas de As, apresentando

concentração média de 0,12 mg.L-1 ± 0,04 (Figura 17).

As concentrações médias de bário (Ba) ficaram abaixo do limite de detecção

em todos os pontos amostrais, exceto no P3 que apresentou concentração igual a

0,04 mg.L-1.

Tabela 5 – Concentração dos metais pesados na área de influência do empreendimento e no ponto controle (PC). Parâmetros Unid. P1 P2 P3 P4 PC

Al mg.L-1 0,12 ± 0,02 0,013 ± 0,02 0,09 0,057 ± 0,22 0,10 ± 0,01 As mg.L-1 0,06 ± 0,03 0,04 ± 0,02 0,10 0,13 ± 0,15 0,12 ± 0,04 Ba mg.L-1 nd nd 0,04 nd nd Cd mg.L-1 nd nd nd 0,012±0,005 nd Pb mg.L-1 nd nd 0,01 0,07 ± 0,01 nd Cu g.L-1 14,3 ± 4,9 15,5 ± 6,4 7,0 38,3 ± 4,0 8,3 ± 3,2 Cr mg.L-1 nd nd nd nd nd Fe mg.L-1 0,19 ± 0,08 0,23 ± 0,06 0,08 0,39 ± 0,17 0,09 ± 0,02 Mn mg.L-1 nd nd 0,009 0,024±0,015 nd Ni g.L-1 nd nd nd nd nd Se mg.L-1 0,03 ± 0,03 nd 0,17 0,21 ± 0,26 nd U mg.L-1 0,024±0,023 nd 0,040 nd nd

Zi mg.L-1 0,009 ±

0,008 0,006 ± 0,001 0,019

0,049 ± 0,043

nd

O cádmio (Cd) foi detectado apenas no P4, com concentração média de 0,012

mg.L-1 ± 0,005.

O chumbo (Pb) foi detectado apenas no ponto P3 e P4, apresentando

concentrações de 0,012 e 0,070 mg.L-1, respectivamente. Nas demais estações as

concentrações médias ficaram abaixo do limite de detecção do método.

                                                                                            I E A P M                                                    

 

23

Figura 17 – Metais pesados alumínio dissolvido (Ald), chumbo (Pb), cobre dissolvido (Cu), ferro (Fe) e zinco (Zn) na área de influência do empreendimento e no ponto controle (PC).

As concentrações de cobre dissolvido (Cu) foram altas em todas os pontos

amostrais, com valores oscilando entre 7,0 no P3 e 38,3 µg.L-1 no P4. No PC, a

concentração média de Cu foi de 8,3 µg.L-1 ± 3,2 (Figura 17).

Entre os pontos P1 e P3 e também no PC, foram registradas concentrações

intermediárias de ferro dissolvido (Fe), com valores entre 0,08 e 0,23 mg.L-1. No ponto

P4, as concentrações de Fe foram elevadas, apresentando uma concentração média

igual a 0,39 mg.L-1 ± 0,17 (Figura 17).

Nos pontos PC, P1 e P2, as concentrações médias de manganês (Mn) ficaram

abaixo do limite de detecção do método analítico. Este metal foi detectado em baixas

                                                                                            I E A P M                                                    

 

24

concentrações apenas nos pontos P3 e P4, com concentrações de 0,009 e 0,024

mg.L-1, respectivamente.

O selênio (Se) não foi detectado no PC e no P2. No ponto P1, a concentração

de Se foi igual a 0,03 mg.L-1 e, no P3, 0,17 mg.L-1. O ponto P4 apresentou as maiores

concentrações e variações de Se, com valor médio igual a 0,21 mg.L-1 ± 0,26.

O urânio (U) foi detectado em baixa concentração apenas nos pontos P1 e P3,

com concentrações de 0,024 mg.L-1 e 0,040 mg.L-1, respectivamente.

O zinco (Zn) foi detectado em baixas concentrações em todos os pontos

adjacentes aos empreendimentos e não foi detectado no PC. As concentrações

oscilaram entre 0,006 mg.L-1 no ponto P2 e 0,049 mg.L-1 no ponto P4 (Figura 17).

O cromo (Cr) e o níquel (Ni) não foram detectados pelo método analítico nos

pontos adjacentes ao empreendimento e no ponto controle (PC).

4 - DISCUSSÃO

  Para a definição dos parâmetros de condição e padrão da qualidade da água e

comparação dos resultados, utilizou-se a Resolução CONAMA nº 357/2005 que

classifica os corpos de água. De acordo com o Termo de Referência – Subprojeto

II.4.3 – Monitoramento da Qualidade da Água, a Baía de Sepetiba é uma região

industrial, sendo, portanto, adotada como condição da água a classe 3 de águas

salinas, e classe 2 para o padrão da água, uma vez que a resolução não define

padrões para a classe 3. Para o Ponto de Controle os valores orientadores serão

classe 1 para águas salobras.

A tabela 6 apresenta as concentrações médias e seus respectivos desvios

padrão dos parâmetros físico-químicos das campanhas realizadas nos pontos

amostrais da área adjacente ao empreendimento (P1 ao P4) e a tabela 7 as médias

do PC, bem como os valores orientadores da Resolução CONAMA nº 357/2005 (RC).

A primeira campanha foi realizada em janeiro deste ano, a segunda no mês de março

e esta campanha em maio. A figura 18 apresenta comparativamente as

concentrações médias de cada campanha.

Os pontos P2 e P3, localizados nas áreas mais internas e mais rasas do Saco

                                                                                            I E A P M                                                    

 

25

da Coroa Grande apresentaram os maiores valores de temperaturas, em função da

tendência de aquecimento das baias semi enclausuradas. O PC, localizado na área

mais externa da Baía de Sepetiba, de maior profundidade, circulação e renovação das

águas apresentou o menor valor de temperatura. A temperatura da água do mar foi

menor quando comparado com as anteriores em função da menor temperatura

ambiental nesta campanha de monitoramento causado pela proximidade ao inverno.

Em função da baixa pluviosidade nos períodos que antecederam a coleta nesta

campanha, os valores de salinidade voltaram a aumentar. O maior valor de salinidade

e a maior variabilidade foi observado no PC, região com menor interferência fluvial,

maior circulação e maior coluna d’água. Os demais pontos, localizados próximos a

costa, recebem uma maior influência fluvial, apresentando menores concentrações,

além da baixa variabilidade espacial e vertical em função da baixa profundidade local.

Tabela 6 – Parâmetros físico-químicos, concentrações médias e desvios padrão dos pontos amostrais da área adjacente ao empreendimento (P1 ao P4) das campanhas e valores orientadores da Resolução CONAMA nº 357/2005 (classe 2 e 3 de águas salinas). Parâmetros Unid. 1 ª camp.1 2 ª camp. 1 3 ª camp.2 RC

Al dis. mg.L-1 nd 0,12 ± 0,19 0,27 ± 0,25 1,5 As mg.L-1 0,028 ±0,024 0,003 ± 0,005 0,082 ± 0,085 0,069 Ba mg.L-1 nd nd 0,01 ± 0,02 1,0 Benzeno g.L-1 nd nd nd 700 Cd mg.L-1 0,004 ± 0,002 nd 0,004 ± 0,007 0,04 Cianeto livre mg.L-1 nd 0,03 ± 0,01 0,02 ± 0,02 0,001 Coliformes T. NMP 2.574 ± 2.247 109 ± 82 120 ± 86 4.000/100 mL3

COT mg.L-1 23 ± 4 9 ± 2 14 ± 3 Até 10 Cr mg.L-1 0,004 ± 0,005 0,006 ± 0,011 nd 1,1 Cu dis. g.L-1 157,3 ± 53,0 3,2 ± 6,3 21,8 ± 13,2 7,8 Etilbenzeno g.L-1 nd nd nd 25 Fe dis. mg.L-1 0,006 ± 0,012 0,100 ± 0,082 0,250 ± 0,146 0,3 Fluoreto total mg.L-1 0,84 ± 0,05 0,63 ± 0,08 0,69 ± 0,08 1,4 Mn mg.L-1 0,029 ± 0,011 0,002 ± 0,004 0,010 ± 0,013 0,1 NAT mg.L-1 0,03 ± 0,01 22,63 ± 16,22 16,49 ± 4,10 0,70 Ni g.L-1 5,83 ± 4,19 13,00 ± 30,00 nd 74

NO2 mg.L-

1N nd 0,006 ± 0,002 0,005 ± 0,002 0,20

NO3 mg.L-

1N 0,006 ± 0,002 0,001 ± 0,002 0,005 ± 0,006 0,70

OD mg.L-1 8,0 ± 0,6 7,4 ± 1,1 10,0 ± 0,9 Não inferior a 4Pb mg.L-1 0,185 ± 0,037 0,028 ± 0,011 0,027 ± 0,033 0,21 PCBs g.L-1 nd nd nd 0,03 pH --- --- --- --- 6,5 a 8,5

Polifosfatos mg.L-

1P 0,059 ± 0,020 0,073 ± 0,035 0,031 ± 0,017 0,0465

                                                                                            I E A P M                                                    

 

26

Parâmetros Unid. 1 ª camp.1 2 ª camp. 1 3 ª camp.2 RC

PT mg.L-

1P 0,040 ± 0,008 0,085 ± 0,028 0,061 ± 0,060 0,093

Salinidade ‰ 31,6 ± 0,4 28,8 ± 1,3 30,5 ± 0,4 ---- SDT mg.L-1 57.351 ± 4.454 41,285 ± 3,844 31.464 ± 4.448 ---- Se mg.L-1 0,180 ± 0,044 0,004 ± 0,005 0,103 ± 103 0,29 Sulfetos mg.L-1 nd nd 0,004 ± 0,003 0,002 Temperatura ºC 29,5 ± 0,5 29,5 ± 0,5 24,2 ± 1,4 ---- Tolueno g.L-1 nd nd nd 215 Toxafeno g.L-1 nd nd nd 0,210 U mg.L-1 1,083 ± 0,494 nd 0,013 ± 0,019 0,5 Zn mg.L-1 0,007 ± 0,013 0,005 ± 0,011 0,023 ± 0,030 0,12 1 Média obtida entre 3 réplicas. 2 Média obtida das amostras de coletas em 3 profundidades: superfície, meio e fundo. 3 NMP em 80 % das amostras ou mais de pelo menos 6 amostras/ano.

Tabela 7 – Parâmetros físico-químicos, concentrações médias e desvios padrão do PC das campanhas realizadas e valores orientadores da Resolução CONAMA nº 357/2005 (classe 1 de águas salobras). Parâmetros Unid. 1 ª camp.1 2 ª camp. 1 3 ª camp.2 RC

Al dis. mg.L-1 nd nd 0, 103 ± 0,012 0,1

As mg.L-1 0,170 ± 0,115 nd 0,116 ± 0,037 0,01

Ba mg.L-1 nd nd 0,02 ± 0,02 xxx

Benzeno g.L-1 nd nd nd 700

Cd mg.L-1 0,007± 0,001 nd nd 0,005

Cianeto livre mg.L-1 nd 0,017 ± 0,029 0,017 ± 0,029 0,001

Colif. Term. NMP 347 ± 136 20 ± 26 167 ± 64 Até 1.000

COT mg.L-1 15 ± 4 7 ± 3 10 ± 1 Até 3

Cr mg.L-1 0,009 ± 0,004 0,003 ± 0,005 nd 0,05

Cu dis. g.L-1 108,3 ± 39,1 39,7 ± 5,8 8,3 ± 3,2 0,005

eH mV xxx xxx 146,4 ± 6,2 xxx

Etilbenzeno g.L-1 nd nd nd 25

Fe dis. mg.L-1 nd nd 0,090 ± 0,017 0,3

Fluoreto T. mg.L-1 0,93 ± 0,12 0,60 ± 0,00 0,80 ± 0,00 1,4

Mn mg.L-1 0,033 ± 0,012 nd 0,003 ± 0,005 0,1

NAT mg.L-1 0,013 ± 0,006 31,14 ± 14,74 17,89 ± 8,54 0,4

Ni g.L-1 nd 6,67 ± 11,55 nd 0,025

NO2 mg.L-1N nd 0,004 ± 0,001 0,005 ± 0,001 0,07

NO3 mg.L-1N 0,006 ± 0,006 nd 0,003 ± 0,003 0,4

OD mg.L-1 6,1 ± 0,2 7,9 ± 0,1 8,9 ± 0,4 Não inferior a 5

Pb mg.L-1 0,273 ± 0,012 0,013 ± 0,012 0,004 ± 0,007 0,01

PCBs g.L-1 nd nd nd 0,03

pH --- 8,6 ± 0,0 8,01 ± 0,0 xxx 6,5 a 8,5

Polifosfatos mg.L-1P 0,040 ± 0,010 0,037 ± 0,006 0,007 ± 0,012 0,062

PT mg.L-1P 0,039 ± 0,014 0,020 ± 0,007 0,039 ± 0,041 0,124

Salinidade ‰ 31,7 ± 0,1 32,9 ± 0,0 31,1 ± 0,7 xxx

                                                                                            I E A P M                                                    

 

27

Parâmetros Unid. 1 ª camp.1 2 ª camp. 1 3 ª camp.2 RC

SDT mg.L-1 65500 ± 8795 38980 ± 1259 26810±12635 xxx

Se mg.L-1 nd nd nd 0,01

Sulfetos mg.L-1 nd 0,006 ± 0,010 0,001 ± 0,002 0,002

Temperatura ºC 28,5 28,5 23,5 xxx

Tolueno g.L-1 nd nd nd 215

Toxafeno g.L-1 nd nd nd 0,0002

Turbidez UNT xxx xxx xxx xxx

U mg.L-1 1,833 ± 0,306 nd nd xxx

Zn mg.L-1 nd nd nd 0,009 1 Média obtida entre 3 réplicas. 2 Média obtida das amostras de coletas em 3 profundidades: superfície, meio e fundo. 3 NMP em 80 % das amostras ou mais de pelo menos 6 amostras/ano.

O potencial de oxi-redução (eH) é um indicador da condição oxidante ou

redutor do ambiente, onde altos valores de eH, como os registrados neste

monitoramento, indicam um ambiente oxidante.

A concentração de OD na água pode ser utilizada como um indicador da

qualidade ambiental. Baixos níveis de OD no ambiente aquático podem indicar um

ambiente eutrofizado, poluído ou degradado, podendo comprometer a vida aquática.

Sua concentração no ambiente irá depender de fatores físico-químicos e biológicos,

tais como temperatura, salinidade, pressão, fotossíntese/respiração e oxidação da

matéria orgânica.

Altas concentrações de OD foram novamente observadas em todos os pontos

amostrais, em níveis ótimos. Estes níveis devem-se provavelmente pelas coletas das

amostras estarem sendo realizadas entre às 10 e às 15 horas, período de maior

atividade fotossintética e consequentemente, maior produção e liberação de oxigênio

para o ambiente, saturando a água com OD. As maiores concentrações foram

observados nos pontos pontos P1, P2 e P3 que foram coletados entre às 12 e 14

horas, pico de maior atividade fotossintética.

Os níveis de OD têm se mantido em níveis ótimos em todas as campanhas. A

RC estabelece que a concentração de OD não deve ser inferior a 4 mg.L-1 para águas

salinas da classe 2 e não inferior a 5 mg.L-1 para águas salobras da classe1. Portanto,

os níveis registrados até o momento estão de acordo com o estabelecido pela

resolução.

As concentrações de coliformes termotolerantes foram, de forma geral,

                                                                                            I E A P M                                                    

 

28

homogêneas em todos os pontos amostrais e em baixas concentrações, exceto para

o ponto P4 que apresentou concentrações ainda menores.

Assim como na campanha anterior, a concentração de coliformes

termotolerantes foi baixa, apresentando concentrações inferiores aos níveis

estabelecidos pela RC, indicando baixa contaminação de microorganismos

patogênicos. A presença de coliformes termotolerantes no ambiente aquático é um

indicativo da presença de microrganismos patogênicos, provenientes do trato

intestinal de seres humanos e, portanto, indicadora da contaminação ambiental por

esgoto.

24,0

25,0

26,0

27,0

28,0

29,0

30,0

1ª 2ª 3ª

Campanha

Tem

pera

tura

C)

28,0

28,5

29,0

29,5

30,0

30,5

31,0

31,5

32,0

1ª 2ª 3ª

Campanha

Sal

inid

ade

0

2

4

6

8

10

12

1ª 2ª 3ª

Campanha

OD

(m

g/L)

 

30.000

35.000

40.000

45.000

50.000

55.000

60.000

1ª 2ª 3ª

Campanha

SD

T (

mg/

L)

8

10

12

14

16

18

20

22

24

1ª 2ª 3ª

Campanha

CO

T (

mg/

L)

0

300

600

900

1.200

1.500

1.800

2.100

2.400

2.700

1ª 2ª 3ª

Campanha

Col

iform

es T

. (N

MP

/100

mL

 

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1ª 2ª 3ª

Campanha

Flu

oret

o (m

g/L)

 

0,0000,0020,0040,0060,0080,0100,0120,0140,0160,0180,0200,0220,0240,0260,0280,030

1ª 2ª 3ª

Campanha

Cia

neto

(m

g/L)

 

0,00

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

0,07

0,08

0,09

0,10

1ª 2ª 3ª

Campanha

Fós

foro

T. (

mg/

L)

  

 

Figura 18 – Concentração média dos parâmetros físico-químicos nas campanhas de coleta realizadas.  

                                                                                            I E A P M                                                    

 

29

0,00

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

0,07

0,08

1ª 2ª 3ª

Campanha

Pol

ifosf

ato

(mg/

L)

0

5

10

15

20

25

1ª 2ª 3ª

Campanha

Nitr

ogên

io A

m. T

. (m

g/L)

0,000

0,001

0,002

0,003

0,004

0,005

0,006

1ª 2ª 3ª

Campanha

Nitr

ato

(mg/

L)

 

0,000

0,001

0,002

0,003

0,004

0,005

0,006

0,007

1ª 2ª 3ª

Campanha

Nitr

ito (

mg/

L)

0,000

0,050

0,100

0,150

0,200

0,250

0,300

1ª 2ª 3ª

Campanha

Alu

mín

io D

. (m

g/L)

 

0,00

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

0,07

0,08

0,09

1ª 2ª 3ª

Campanha

Ars

ênio

(m

g/L)

  

0,000

0,001

0,002

0,003

0,004

0,005

1ª 2ª 3ª

Campanha

Cád

mio

(m

g/L)

0,000

0,020

0,040

0,060

0,080

0,100

0,120

0,140

0,160

0,180

0,200

1ª 2ª 3ª

Campanha

Chu

mbo

(m

g/L)

0

20

40

60

80

100

120

140

160

1ª 2ª 3ª

Campanha

Cob

re D

.(ug

/L)

 

0,000

0,005

0,010

0,015

0,020

0,025

0,030

1ª 2ª 3ª

Campanha

Cro

mo

(mg/

L)

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

1ª 2ª 3ª

Campanha

Fer

ro D

. (m

g/L)

0,000

0,005

0,010

0,015

0,020

0,025

0,030

1ª 2ª 3ª

Campanha

Man

ganê

s (m

g/L)

  

 

Figura 18 – Concentração média dos parâmetros físico-químicos nas campanhas de coleta realizadas.  

 

 

 

 

 

 

                                                                                            I E A P M                                                    

 

30

0

10

20

30

40

50

60

1ª 2ª 3ª

Campanha

Níq

uel (

ug/L

)

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

1ª 2ª 3ª

Campanha

Sel

ênio

(m

g/L)

0,000

0,250

0,500

0,750

1,000

1,250

1ª 2ª 3ª

Campanha

Urâ

nio

(mg/

L)

 

0,000

0,005

0,010

0,015

0,020

0,025

0,030

1ª 2ª 3ª

Campanha

Zin

co (

mg/

L)

 

Figura 18 – Concentração média dos parâmetros físico-químicos nas campanhas de coleta realizadas (continuação).

Com exceção do ponto P3, que apresentou concentração de COT de 9 mg.L-1,

valor próximo ao limite estabelecido pela RC, os demais pontos, inclusive o PC

apresentaram concentrações superiores a este valor. O carbono orgânico total (COT)

é formado por uma grande variedade de compostos orgânicos que podem ser

decompostos por processos biológicos ou químicos, sendo utilizado como indicador

da presença da matéria orgânica no ambiente aquático. Altas concentrações de COT

podem influenciar o estado trófico do ambiente. A primeira campanha apresentou

concentração duas vezes superior a esta e, a segunda, valores ligeiramente

inferiores. Moreira (2009) registrou concentração média semelhante (11,6 mg.L-1). Os

altos valores de COT podem ser resultantes do aporte alóctone (efluentes

domésticos) ou autóctone (matéria viva) de matéria orgânica. Altas concentrações de

matéria orgânica podem influenciar no teor de oxigênio dissolvido da água. No

entanto, as altas concentrações de COT observados até o momento não demonstram

estar influenciando os teores de OD nos pontos amostrais.

Os nutrientes são considerados fatores limitantes para a produção primária. A

maior fonte desses compostos para o ambiente costeiro é alóctone, proveniente do

aporte continental, decorrente do escoamento superficial, intemperismo das rochas,

despejo de efluentes domésticos e industriais e uso de fertilizantes que chegam na

                                                                                            I E A P M                                                    

 

31

zona costeira por meio dos rios. Além destas, a fonte autóctone, proveniente da

remineralização da matéria orgânica por bactérias no próprio ambiente também é de

grande importância.

O nitrato (NO3-) é um dos principais nutrientes das águas marinhas, que

juntamente com o fosfato são fatores limitantes da produção primária. O nitrato é a

forma oxidada do nitrogênio, sendo o último produto do processo de nitrificação, isto

é, quando o nitrogênio, em forma de amônia se transforma em nitrito e este em

nitrato. Em função deste processo, altas concentrações de nitrato podem indicar um

aporte antigo de esgoto doméstico.

O nitrito (NO2-) é o produto intermediário no processo de oxidação da amônia à

nitrato (processo de nitrificação) sendo a forma de nitrogênio mais instável (FAO,

1975), e portanto, encontrado normalmente em baixas concentrações. Sua presença

no ambinete aquático pode indicar processo biológico ativo influenciado por poluição

orgânica.

Como observado nas campanhas anteriores, as concentrações de NO3 e NO2

foram baixas em todos os pontos amostrais, apresentando valores próximos ao limite

de detecção do método, com valores muito menores aos estabelecidos pela RC. O

mesmo padrão foi registrado no monitoramento prévio realizado pela empresa MRS

para elaboração do EIA/RIMA do empreendimento.

Contrariamente as baixas concentrações de NO3 e NO2, as concentrações de

nitrogênio amoniacal total (NAT) foram muito elevadas em todos os pontos, inclusive

no PC, com valores muito maiores aos previstos na RC. O NAT é o somatório da

fração inorgânica (amônia) e orgânica do nitrogênio, sendo que esta última forma foi a

predominante nestas amostras. O NAT, sendo a forma reduzida de nitrogênio no

ambiente aquático, se encontrado em altas concentrações, pode indicar um aporte

recente de esgoto doméstico no ambiente aquático, o que poderia explicar a alta

concentração da fração orgânica. Estes dados são condizentes com os altos valores

de COT.

No monitoramento prévio realizado pela Empresa MRS no ano de 2009, entre

os compostos nitrogenados, apenas o NAT foi detectado nas amostras analisadas, no

entanto, em menores concentrações que os detectados nesta campanha (2,1 mg.L-1

1,8).

                                                                                            I E A P M                                                    

 

32

Os compostos de fósforo podem estar nas águas sob as formas de ortofosfatos

(PO4), polifosfatos e fósforo orgânico, sendo que o fósforo total é o somatório da

fração inorgânica (PO4) e orgânica. O PO4 é a forma predominante e têm como

origem os fertilizantes fosfatados utilizados na agricultura, o esgoto doméstico, a

decomposição da matéria orgânica e o intemperismo das rochas. Os polifosfatos são

provenientes de despejos de esgotos domésticos e de alguns despejos industriais que

utilizam detergentes sintéticos à base de polifosfatos.

As concentrações de PT nesta campanha foram próximas ao valor

estabelecido pela RC e, considerando a variabilidade da concentração ao longo da

profundidade (demonstrada aqui pelo desvio padrão), os pontos P1, P2 e P4

apresentam concentrações maiores aos definidos na resolução. Da mesma forma, o

PC também apresentou concentrações elevadas, próximas ao limite da classe 2 de

águas salinas e superior ao estabelecido para a classe 1 de águas salobras. As altas

concentrações de PT nestas áreas podem ser conseqüência do despejo de efluentes

domésticos e fertilizantes utilizados nas áreas agriculturáveis na bacia de drenagem

da Baía de Sepetiba. Na campanha anterior as concentrações médias estiveram na

mesma escala de grandeza desta campanha. No monitoramento prévio da empresa

MRS, as concentrações de PT ficaram abaixo do limite de detecção do método.

Considerando a variabilidade das concentrações (desvio padrão) em relação a

profundidade, os pontos P1 e P2 apresentam concentrações maiores que o limite de

0,0465 mg.L-1 determinados na RC. Os polifosfatos são moléculas complexas

formadas por dois ou mais átomos de fósforo e, como visto anteriormente, estão

presentes em efluentes que contem principalmente detergentes sintéticos. Os pontos

P3 e P4 apresentaram concentrações inferiores a estes valores e o ponto controle

(PC) apresentou concentração média abaixo do limite de detecção do método.

Quando comparadas com as campanhas anteriores, a concentração média de

polifosfatos foi menor nesta campanha, devido provavelmente a uma menor descarga

dessas substâncias nos corpos d’água.

Não foi verificado um padrão na distribuição dos nutrientes. Apesar das

concentrações de nutrientes terem apresentando um pequeno decréscimo em relação

a campanha anterior, as concentrações estão na mesma escala de grandeza desde o

início dos trabalho.

                                                                                            I E A P M                                                    

 

33

O sulfeto, que nas campanhas anteriores só havia sido detectado no PC da 2ª

campanha, nesta amostragem esteve presente em todos os pontos adjacentes ao

empreendimento em concentrações iguais ou superiores a 0,002 mg.L-1, previsto na

RC. No PC, contrariamente a 2ª campanha, a concentração média de sulfeto esteve

abaixo do limite de detecção do método analítico nesta campanha. O sulfeto está

presente nas águas naturais como conseqüência da contaminação por resíduos

industriais ou esgoto sanitário (BIOSYSTEMS, 1995).

Os cianetos são compostos utilizados na indústria galvânica e química,

sobretudo na forma livre, tendo um efeito tóxico sobre os seres vivos. Este compostos

apresentaram concentrações superiores aos estabelecidos pela RC (0,001 mg.L-1)

nos pontos P3 e P4, provavelmente como resultado do descarte de efluente

industriais nos rios que deságuam na Baía de Sepetiba. No PC também foi observada

concentração de cianeto livre em valor superior ao da resolução. Os cianetos livres

não foram detectados na 1ª campanha, no entanto, foram detectados na 2ª em

concentrações superiores aos níveis da RC.

A concentração de sólidos dissolvidos totais (SDT) permaneceu alta em todos

os pontos amostrais em função das altas concentrações de sais dissolvidos das

regiões costeiras. A RC não indica valores para SDT para águas salinas, somente

para água doce. Comparativamente, a concentração de SDT diminuição nesta

campanha, provavelmente em função da menor pluviosidade e consequentemente,

menor introdução de elementos dissolvidos na coluna d’água.

O fluoreto, presente nos efluentes de indústrias produtoras de vidro e fios

condutores de eletricidade, foi detectado em todos os pontos amostrais de maneira

uniforme, no entanto, em concentrações inferiores as estabelecidos pela RC.

Comparando todas as campanhas realizadas, as concentrações médias de fluoreto

têm se mantido nos mesmo níveis, em baixas concentrações não demonstrando estar

trazendo prejuízos aos seres vivos.

Os compostos voláteis benzeno, etilbenzeno e tolueno (BTE), constituintes do

petróleo; as bifenilas policloradas (PCBs), compostos organoclorados extremamente

tóxicos empregados em diversos setores industriais; e o pesticida toxafeno, um

inseticida composto por mais de 670 compostos químicos, não foram detectados

nesta campanha, assim como nas campanhas anteriores.

                                                                                            I E A P M                                                    

 

34

Os metais pesados estão entre os elementos mais abundantes na crosta

terrestre, sendo introduzidos naturalmente aos sistemas aquáticos em decorrência do

intemperismo geológico. Além das fontes naturais, o que torna-se preocupante do

ponto de vista ambiental é a introdução de metais pesados resultantes de atividades

antropogênicas que podem entrar no ambiente aquático por via fluvial ou atmosférica.

Os metais pesados estão entre as maiores classes de poluentes do ambiente

aquático, devido ao grande risco ecotoxicológico aos organismos marinhos e ao

homem. A toxicidade desses elementos para a biota aquática é bastante variável e

depende de sua necessidade em processos metabólicos, sua disponibilidade para

incorporação biológica, sua concentração e forma química no meio (REZENDE,

1988).

A Baía de Sepetiba é reconhecidamente um dos locais na costa brasileira mais

contaminados por metais pesados. A introdução de metais pesados neste local está

associada principalmente às indústrias de produtos químicos, metalurgia, plástico e

borracha, processamento de alimentos, e portos e navegação (BARCELLOS e

LACERDA, 1994 apud LACERDA et al., 2001). Sua entrada na baía ocorre

principalmente vai fluvial, principalmente os Rios Guandu, Guarda e Canal do São

Francisco.

As concentrações de alumínio dissolvido permaneceram baixas nesta

campanha, com valores menores aos limites estabelecidos pela RC. No entanto,

comparando as 3 campanhas efetuadas, observa-se um aumento nas concentrações

médias ao longo do tempo. No PC, por usarmos os limites da classe 1 de águas

salobras, que é muito mais restritiva, os valores estão no limite desta resolução.

Nesta campanha, foram observadas as maiores concentrações de arsênio até

o momento, em todos os pontos amostrais, com concentrações próximas ou

excedendo o valor de 0,069 mg.L-1 da RC. Na primeira campanha, o As foi detectado

apenas no PC, e na segunda, apenas no P4 e PC. Deve-se ter uma atenção especial

em relação ao arsênio, pois este elemento, em doses extremamente baixas pode ser

altamente tóxico para os seres humanos. O arsênio é utilizado em indústrias como

conservante de couro e madeira, semicondutor de circuitos, aditivos em ligas

metálicas de chumbo e latão, pesticida, entre outros, estando presentes na bacia de

drenagem da Baía de Sepetiba.

                                                                                            I E A P M                                                    

 

35

O bário foi detectado apenas no ponto P3 e em baixas concentrações. Nas

demais campanhas, o Ba ficou abaixo do limite de detecção do método.

O cádmio (Cd) foi detectado apenas no P4 em concentração inferior ao

estabelecido pela RC. Na campanha anterior o Cd não foi detectado pelo método

analítico e na primeira campanha, este metal foi detectado, porém em baixas

concentrações. O cádmio é indicado na literatura como um dos principais metais

pesados contaminantes da Baía de Sepetiba (LACERDA et al., 1994), no entanto, isto

não tem sido observado. Ferreira e Horta (2010) registram concentrações de cádmio

similares (0,002 mg.L-1 0,003).

Assim como o Cd, o chumbo, apontado como um dos maiores contaminantes

para a Baía de Sepetiba, foi detectado apenas em alguns pontos e em concentrações

inferiores as estabelecidas pela RC. Na campanha anterior, o Pb foi detectado em

todos os pontos amostras, inclusive no PC, no entanto, em baixas concentrações. No

entanto, na primeira campanha, este elemento foi detectado em alguns pontos em

concentrações superiores aos indicados pela RC. O Pb no ambiente aquático é

associado às descargas de efluentes industriais de baterias, metalurgia, tintas e

tubulações (CETESB, 2006), entre outras, portanto, seu monitoramento contínuo é

muito importante .

O cobre dissolvido esteve presente em altas concentrações em todos os

pontos amostrais, inclusive no PC, apresentando concentrações superiores ao limite

definido na resolução. Nas campanhas anteriores, este metal foi detectado em altas

concentrações em alguns pontos, sendo que na primeira campanha, em

concentrações muito maiores. A concentração média desta campanha foi similar as

registradas por Ferreira e Horta (2010) (17,9 g.L-1 13,1) para o Cu total e não

apenas para a fração dissolvida. No entanto, Moreira (2009) observou que a fração

dissolvida foi a maior contribuinte para o total deste metal e de outros elementos.

Paraquetti et al (2007) encontrou valores um pouco menores, entre (2,0 a 2,3 g.L-1)

na entrada da Baía de Sepetiba. O cobre, que em pequena quantidade é necessário

aos seres vivos, pode ser altamente tóxico em maiores concentrações, merecendo

atenção especial.

O cromo (Cr) não foi detectado pelo método analítico nesta campanha. Nas

                                                                                            I E A P M                                                    

 

36

anteriores, este elemento foi detectado em algumas estações, no entanto, em baixas

concentrações. Ferreira e Horta (2010) registraram concentração média de 0,030

mg.L-1 0,023, semelhantes a campanha anterior. Já Moreira (2009) registrou

concentrações de Cr bem menores, entre níveis não detectados a 0,0014 mg.L-1.

O ferro dissolvido que havia sido detectado somente em alguns pontos nas

campanhas anteriores, nesta campanha foram registradas em concentrações

maiores, principalmente no ponto P4, apresentando concentrações médias em níveis

maiores aos estabelecidos pela RC. O Fe é um micronutriente essencial para todos

os seres vivos, no entanto, em concentrações elevadas, pode ser prejudicial.

O manganês foi detectado apenas em alguns pontos amostrais e em baixas

concentrações, com valores inferiores aos limites estabelecidos pela RC. Nas

campanhas anteriores, quando presente, também apresentou baixas concentrações.

Os limites superiores registrados por Moreira (2009) foram muito superiores a estas

(0,003 a 0,673 mg.L-1).

O metal níquel não foi detectado nesta campanha, e nas campanhas que

antecederam esta coleta, quando detectado foi encontrado em baixa concentração.

O selênio, que em concentração traço é um elemento essencial aos seres

vivos, assim como outros metais, em concentrações mais elevadas podem causar

danos à saúde. Os pontos P3 e P4 apresentaram concentrações elevadas de Se,

sendo que para esta última, considerando a variabilidade das concentrações na

coluna d’água, as concentrações extrapolam o limite da RC em algumas

profundidades. Na campanha anterior, o Se foi detectado em baixa concentração

apenas no P2. Já na primeira campanha, este metal foi detectado em todos os pontos

amostrais e em maiores concentrações, no entanto, em concentrações inferiores ao

da RC.

O urânio apresentou baixas concentrações nesta campanha, sendo detectado

apenas nos pontos P1 e P3. Na campanha anterior, este elemento não foi detectado e

na primeira campanha, foi detectado em concentrações elevadas, com valores

superiores aos estabelecidos pela RC. Em função das altas concentrações

registradas na primeira campanha e pela atividade fim desse trabalho, relacionado

com a construção e instalação de um estaleiro e base naval de submarinos

convencionais e nucleares, este metal merece também uma atenção especial.

                                                                                            I E A P M                                                    

 

37

O urânio está presente naturalmente na água do mar em baixas

concentrações, na ordem de 3,4 g.g-1 (ARMID, 2007). Sua origem natural está

vinculada com o intemperismo de rochas sedimentares da crosta terrestre. No

entanto, a preocupação ambiental com este elemento está vinculada a sua introdução

no ambiente marinho por fontes antropogênicas, relacionadas a atividades nucleares

tais como vazamentos em instalações, testes nucleares, armazenamento ou descarte

impróprio de lixo radioativo, uso de artefatos nucleares e descarte impróprio do lixo

radioativo. Dessa forma o controle ambiental em regiões próximas as instalações

nucleares é uma atividade importante e rotineira.

Apesar do zinco ser considerado um dos principais poluentes da Baía de

Sepetiba, as concentrações encontradas têm sido baixas, com valores menores aos

definidos na RC. Na primeira e na segunda campanha de monitoramento, o Zn foi

detectado apenas no P4 e em baixas concentrações. O mesmo não foi observado por

Ferreira e Horta (2010). Estes autores encontraram concentrações de Zn superiores a

estes (0,292 mg.L-1 0,177).

5 – CONSIDERAÇÕES GERAIS

Nesta campanha de monitoramento, assim como nas anteriores, foi observada

uma elevada carga orgânica verificada principalmente pelos altos teores de carbono

orgânico total, fósforo total e de nitrogênio amoniacal total. Estes parâmetros

apresentaram concentrações acima dos limites estabelecidos pela Resolução

Conama nº 357/2005 na maioria dos pontos amostrais, incluindo o PC. A origem

dessa matéria orgânica pode estar associada ao aporte recente de esgoto doméstico

e/ou industrial, da produção e decomposição da matéria orgânica autóctone e

também das florestas de manguezais presentes na região costeira dessas áreas.

No entanto, apesar do elevado teor de matéria orgânica, foi observado também

níveis ótimos de oxigênio dissolvido e altos valores do potencial de oxiredução, além

de baixa concentração de coliformes termotolerantes, indicando uma boa oxigenação

das águas e baixa contaminação fecal no momento da coleta. Os coliformes

termotolerantes são considerados bons indicadores da poluição por esgoto doméstico

no ambiente aquático, sendo que neste monitoramento e na campanha anterior foram

                                                                                            I E A P M                                                    

 

38

registrados número de organismos inferiores aos estabelecido pela RC. Os nutrientes

nitrato e nitrito também foram encontrados em baixas concentrações.

O cianeto livre, polifosfatos e sulfetos presentes no ambiente aquático como

decorrência do descarte de efluentes industriais, principalmente, foram detectados em

concentrações elevadas em alguns pontos amostrais. Estes compostos são utilizados

em indústrias galvânicas, químicas entre outras que podem estar lançando seus

efluentes nos rios que desembocam na Baía de Sepetiba aumentando seus níveis,

não apresentando, desta forma, relação direta com o empreendimento em questão.

Os poluentes orgânicos bifenilas policloradas (PCBs), benzeno, tolueno e

etilbenzeno (BTE) e toxafeno não foram detectados até o momento na água. As

concentrações de fluoreto têm se mantido dentro do mesmo patamar em todas as

campanhas, dentro dos limites estabelecidos pela RC.

As concentrações dos metais pesados arsênio, cobre dissolvido, ferro

dissolvido e selênio apresentaram concentrações acima do limite máximo permitido

pela RC em alguns pontos nesta campanha. O cobre, ferro e selênio são elementos

essencial a vida, no entanto, em alta concentração pode trazer prejuízo aos seres

vivos. Já o arsênio é um perigoso contaminante antropogênico.

De uma forma geral, as maiores concentrações de metais vêm sendo

registrados no P4, ponto de maior influência do aporte fluvial, principal via de acesso

de metais para a Baía de Sepetiba.

Com exceção do cobre dissolvido que tem apresentado concentrações acima

dos valores orientadores da RC deste a primeira campanha, a concentração dos

metais pesados têm apresentado concentrações variadas ao longo do tempo, sendo

que entre as campanha houve predominância de metais distintos. Na primeira

campanha, o cobre, chumbo e urânio haviam sido detectados em concentrações

elevadas e, na campanha anterior, somente o cobre dissolvido. Portanto, uma

atenção especial deve ser dada para estes elementos com o intuito de melhor avaliar

sua contaminação no ambiente. Os demais metais monitorados apresentaram

concentrações dentro dos limites estabelecidos pela RC.

Os metais pesados são considerados os principais poluentes da Baía de

Sepetiba como um todo, sendo que sua presença não caracteriza uma contaminação

resultante diretamente da instalação do empreendimento.

                                                                                            I E A P M                                                    

 

39

Em relação aos pontos amostrais, os pontos mais internos localizados no Saco

da Coroa Grande demonstram estar sendo mais influenciado pelo aporte orgânico de

efluentes domésticos, enquanto que o P4 demonstram estar sofrendo maior influência

de efluentes industriais carreados para a Baía de Sepetiba pelos principais rios da

região.

Nesta campanha do Monitoramento da Qualidade da Água foram observadas

condições variadas entre os parâmetros analisados. De uma maneira geral, os

resultados encontrados mostram pequena variação entre os pontos amostrais da área

influenciada pelo empreendimento e o ponto controle. Este fato pode indicar que os

impactos observados neste monitoramento podem ser reflexos da condição geral da

Baía de Sepetiba e não diretamente causados pela implantação do empreendimento.

Em toda a bacia de drenagem da Baía de Sepetiba estão instaladas indústrias de

vários segmentos e adensamentos populacionais que podem contribuir para a

introdução de uma série de poluentes, com conseqüências sobre a qualidade da água

deste ambiente.

De acordo com os índices obtidos pela Resolução CONAMA nº 357/2005, de

forma geral, a qualidade da água na área de influência do empreendimento mostrou-

se satisfatória.

6 - BIBLIOGRAFIA

AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION – APHA. Standard methods for the examination of water and wastewater. 21ª ed. Washington: APHA, 2005. 526 p.

ARMID, O. Determination of uranium in pore water from coastal sediment by Standard addition ICP-MS analysis. Journal of radioanalytical and nuclear chemistry, v. 275 pp, 233-237. 2007.

BAIRD, C. Química Ambiental. 2ª Ed. Porto Alegre: Bookman, 2002.

BIOSYSTEMS. Técnicas físico-químicas para análise da água. Curitiba: Biosystems, 1995. CARVALHO, R.A ; OLIVEIRA, M.C.V. Princípios básicos de saneamento do meio. São Paulo.3 ºed.:editora SENAC.São Paulo, 2003.

                                                                                            I E A P M                                                    

 

40

CETESB. Variáveis de qualidade das águas. Disponível em http://www.cetesb.sp. Acesso em: Fev. 2001 COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL. Guia de coleta e preservação de

amostras de água. CETESB, São Paulo, SP, Brasil. 1987

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (BRASIL). Resolução n° 274 de 29 de novembro de 2000. Define os critérios de balneabilidade em águas brasileiras. Disponível em: http://www.mma.gov.br. Acesso em: Fev. 2011. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (BRASIL). Resolução n° 357 de março de 2005. Disponível em: http://www.mma.gov.br. Acesso em: Fev. 2011.

FAO. Manual of Methods in Aquatic Environmental Research. Part 1. Methods for Detection, Measurement and Monitoring of Water Pollution. Fao Fisheries Technical Paper Nº 137. 1975. FERREIRA, A. P.; HORTA, M. A. P. Trace element residues in water, sediments, and organs of Savacu (Nycticorax nycticorax) from Sepetiba Bay, Rio de Janeiro, Brazil. Ambi-Agua, v. 5, n. 1, p. 17-28, 2010. LACERDA, L.D.; GRAÇA, N.M. QUINTANILHA, M.C.P. Bibliografia sobre a contaminação por metais pesados em ambientes costeiros do Estado do Rio de Janeiro. Série Geoquímica Ambiental, 4. Editora de Universidade Federal Fluminense, Niterói, 57p. (1994) LACERDA, L.D. et al..River basin activities, impact, and management of anthropogenic trace metal and sediment fluxes to Sepetiba Bay, southeastern Brazil. In: BODUNGEN, B.; TURNER, R.K. Science and Integrated Coastal Management. Dahlem University Press. cap. 13, p.213-. 2001. MOREIRA, D.A.C. Concentração e transformações de elementos traço nas frações particulada, coloidal e verdadeiramente dissolvida de dois estuários do Rio de Janeiro, Brasil. 145 p. Tese (Doutora em Geociências). Universidade Federal Fluminense,Niterói. 2009. PARAQUETTI, H. H. M. et al. Distribuição de metais dissolvidos (Cu, Cd, Pb e Hg) nas águas da Baía de Sepetiba, Rio de Janeiro – Brasil. XII Congresso Latino-Americano de Ciências do Mar - XII COLACMAR. Florianópolis, 15 a 19 de abril de 2007. REZENDE, C.E. et al., Lignin phenols used to infer organic matter sources to Sepetiba Bay e RJ, Brasil. Estuarine, Coastal and Shelf Science, v. 87, p.479-486, 2010.

SILVA, C.A.R. Análises Físico-químicas de sistemas marginais marinhos. Ed.

                                                                                            I E A P M                                                    

 

41

Interciência. 2004. STRICKLAND, J. D. H. & PARSONS, T. R. A Pratical Handbook of Seawater Analysis. 1st ed., J. Fish. Res. Bd. Can., Bull. nº 135, 1968. USEPA - United States Environmental Protection Agency. Test Methods for Evaluating Solid Waste, Physical/Chemical Methods. SW-846. Disponível em http://www.epa.gov.br. Acesso em: Fev. 2001

                                                                                            I E A P M                                                    

 

42

7 – EQUIPE TÉCNICA

FUNÇÃO NOME FORMAÇÃO REGISTRO

PROFISSIONAL

COORDENAÇÃO

GERAL

Dr. Luiz Ricardo Gaelzer

Biólogo CRBio 07481/02

COORDENAÇÃO ADJUNTA

Dra. Eliane G. Rodriguez

Bióloga CRBio 01966/84

EQUIPE TÉCNICA

Dra. Fernanda F. Thomazelli

Oceanógrafa Id. 2.316.065-9

SSP/SC

MSc. William Romão Batista

Eng. Químico CRQ 03313857

MSc. Pedro P. O. Pinheiro

Técnico em Química

Matemático CRQ 03412864 RJ

MSc. Márcio M. Lobão

Eng. Químico CRQ 05301943

MSc. Sandro Vianna Paixão

MSc. Ciências Id. 476.230 / MB

MSc. Carlos German Massone

Oceanógrafo Id. 134586304

DIC/RJ

Dagles Vianna dos Reis

Técnica em Química CRQ 03414288

Marcos L. B. dos Santos

Técnico em Química

CRQ 03413804 RJ

                                                                                            I E A P M                                                    

 

43

Márcia S. NabetheTécnica em

Química CRQ 03416460 RJ

                                                                                            I E A P M  

 

CONTRATO N.º EBN‐149/2009 

                                                EGPN‐ 11/2011 – 0037/00 

 

 

 

IV Campanha de Monitoramento da Qualidade da Água

                                                                                            I E A P M                                                    

  ii

SUBPROJETO II.4.3 – MONITORAMENTO

DA QUALIDADE DA ÁGUA

  

SUMÁRIO

1 – APRESENTAÇÃO .................................................................................................. 1

2 – METODOLOGIA ..................................................................................................... 1

2.1 Amostragem ....................................................................................................... 1

2.2 Análises químicas .............................................................................................. 7

2.2.1 Benzeno, Etilbenzeno e Tolueno (BTE) ............................................... 8

2.2.2 Bifenilas Policloradas (PCB´s) .............................................................. 8

2.2.3 Carbono Orgânico Total (COT) ............................................................. 8

2.2.4 Cianeto Livre .......................................................................................... 9

2.2.5 Coliformes Termotolerantes ................................................................. 9

2.2.6 Fluoreto Total ......................................................................................... 9

2.2.7 Metais pesados ...................................................................................... 9

2.2.8 Nutrientes ............................................................................................. 10

2.2.8.1 Nitrito (NO2) .......................................................................................... 10

2.2.8.2 Nitrato (NO3) ......................................................................................... 11

2.2.8.3 Nitrogênio amoniacal total (NAT) ....................................................... 11

2.2.8.4 Fósforo Total ........................................................................................ 12

2.2.9 Oxigênio Dissolvido (OD) .......................................................................... 13

2.2.10 pH .............................................................................................................. 13

2.211 Polifosfatos ............................................................................................... 13

                                                                                            I E A P M                                                    

  iii

2.2.12 Salinidade ................................................................................................. 14

2.2.13 Sólidos Dissolvidos Totais (SDT) ........................................................... 14

2.2.14 Sulfetos (H2S não dissociado) ............................................................... 14

2.2.15 Toxafeno ................................................................................................... 14

2.2.16 Potencial de oxi-redução ........................................................................ 14

2.2.17 Turbidez .................................................................................................... 15

2.3 Análises Estatísticas ....................................................................................... 15

3 - RESULTADOS ...................................................................................................... 16

4 - DISCUSSÃO .......................................................................................................... 28

5 – CONSIDERAÇÕES GERAIS ................................................................................ 42

6 - BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................... 44

7 – EQUIPE TÉCNICA ................................................................................................ 46

                                                                                            I E A P M                                                    

  1

1 – APRESENTAÇÃO

O objetivo do presente relatório é apresentar os resultados alcançados nas

campanhas de Monitoramento da Qualidade da Água (Subprojeto II.4.3) na região

adjacente ao empreendimento do Estaleiro e Base Naval para a construção de

submarinos convencionais e de propulsão nuclear, realizadas nos meses de junho e

julho de 2011, pelo Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM),

conforme estabelecido no Contrato n.º EBN-149/2009 EGPN – 11/2011 –

0037/00entre a Odebrecht e a Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON).

2 – METODOLOGIA

2.1 Amostragem

A coleta de amostras para a realização do Monitoramento da Qualidade da Água

foi realizada de acordo com o Plano Básico Ambiental – Subprojeto II.4.3 –

Monitoramento da Qualidade da Água. As amostras foram coletadas em 5 pontos

amostrais, sendo 4 pontos na área adjacente ao empreendimento e outro ponto na

entrada da Baía de Sepetiba utilizado como ponto controle (Figura 1). As

coordenadas geográficas dos pontos amostrais foram obtidas por meio de um sistema

GPS (Global Position System) (Tabela 1). Uma breve descrição dos pontos amostrais

é apresentada abaixo.

Ponto Controle (PC): este ponto está localizado na entrada da Baía de

Sepetiba, próximo à Ilha do Vigia. Por estar distante do empreendimento, não sofre

influência do mesmo. Neste ponto podem-se obter informações sobre a qualidade da

água de entrada e saída da baía.

Ponto 1 (P1): localizado no canal existente entre a Ilha da Madeira e Ilha de

Itacuruçá.

Ponto 2 (P2): localizado na região central do Saco da Coroa Grande.

                                                                                            I E A P M                                                    

  2

Ponto 3 (P3): localizado no Saco da Coroa Grande, na zona de mistura do

efluente da Unidade de Tratamento de Esgoto do Canteiro Norte.

Ponto 4 (P4): localizado próximo à Ilha da Madeira, na zona de mistura do

efluente da Unidade de Tratamento de Esgoto do Canteiro Sul. Este é o ponto mais

próximo ao empreendimento, o qual corresponderá ao ponto da bacia de evolução

durante as operações do empreendimento. A Ilha da Madeira corresponde à área

diretamente afetada pelo empreendimento, onde são desenvolvidas as atividades de

aterro hidráulico e as áreas a serem dragadas (Figura 2). A área está localizada nas

adjacências do Porto de Itaguaí.

Figura 1 – Estações de amostragem – Baía de Sepetiba

                                                                                            I E A P M                                                    

  3

Tabela 1 – Estações de coleta, coordenadas geográficas, profundidade obtida pela carta náutica, profundidade real do momento da coleta e profundidade de coleta.

Estações Latitude Longitude Prof. carta náutica (m)

Prof. média real (m)

Prof. de coleta

PC 23º01.066’S 043º57.527’O 9,0 9,7 S, M, F P1 22º55.446’S 043º51.732’O 5,0 4,6 S, M, F P2 22º54.599’S 043º51.541’O 2,5 2,3 S, F P3 22º54.828’S 043º50.803’O 1,5 1,5 S P4 22º55.693’S 043º50.897’O 3,5 7,1 S, M, F S – superfície; M – meio; F - fundo

Figura 3 - Embarcação utilizada na coleta das amostras.

Para a realização da coleta das amostras foi utilizada uma embarcação

adequada para o trabalho, fretada na Ilha de Madeira, em Itaguaí/RJ (Figura 3).

A partir do mês de junho, as coletas de água obedeceram ao seguinte

cronograma físico, de acordo com o Subprojeto supracitado:

o Condição da água: coletas semanais, totalizando 9 coletas entre os meses de junho e julho; e

o Padrão da água e coliformes termotolerantes: coletas bimensais, total de 4 coletas.

 

As profundidades médias da região adjacente ao empreendimento são

apresentadas na Tabela 1 e nas Figuras 4 e 5, abaixo. Tais profundidades foram

extraídas da carta náutica digital de número 1623 (Porto de Itaguaí), da Diretoria de

                                                                                            I E A P M                                                    

  4

Hidrografia e Navegação (DNH), dados anteriores a dragagem. No momento da

coleta também foram realizadas as medições das profundidades com o intuito de

verificar a profundidade real dos pontos amostrais.

Dependendo da profundidade de cada ponto amostral, foram coletadas

amostras em profundidades distintas (superfície, meio e/ou fundo), conforme a Tabela

1. Em locais com profundidade entre 0 e 3 metros, foi coletada amostra em uma única

profundidade (subsuperfície); entre 3 e 5 metros de profundidade, foram coletas 2

amostras (superfície e fundo); e em profundidades superiores a 5 metros, 3 amostras

(superfície, meio e fundo).

Figura 4 – Batimetria (m) da área de influência do empreendimento (PAIXÃO, dados não publicados), de acordo com a carta náutica nº 1623 – DHN.

                                                                                            I E A P M                                                    

  5

Figura 5 – Batimetria (m) 3D da área de influência do empreendimento (PAIXÃO, dados não publicados), de acordo com a carta náutica nº 1623 – DHN.

As amostras de água foram coletas com garrafas oceanográficas do tipo

Nansen ou Van Dorn, de acordo com o parâmetro físico-químico a ser analisado. Em

cada lançamento, foram retiradas subamostras de água, que foram armazenadas em

frascos apropriados para posterior determinação dos parâmetros físico-químicos. Na

Tabela 2 são apresentados os parâmetros físico-químicos determinados e a forma de

preservação das amostras até o momento da análise.

Inicialmente, foi lançada a garrafa de Nansen com o termômetro de inversão

acoplado (Figura 6) para a obtenção da temperatura da água e para a coleta de

subamostras para a determinação de oxigênio dissolvido, pH, turbidez, salinidade,

potencial de oxi-redução (eH) e para a determinação dos parâmetros orgânicos,

como: carbono orgânico total (COT), bifenilas policloradas (PCB´s), toxafeno e

benzeno, etilbenzeno e tolueno (BTE).

A primeira subamostra retirada foi para a determinação do oxigênio dissolvido

(OD), coletada em frasco de vidro com tampa esmerilhada, até seu transbordamento,

tendo-se o cuidado para não haver formação de bolhas durante o recolhimento da

mesma. Para a fixação e precipitação do OD, foi adicionado a cada frasco 0,5 mL de

iodeto alcalino e 0,5 mL de sulfato manganoso e, em seguida, os frascos foram

armazenados no escuro até sua titulação em laboratório. Na sequência, foram

                                                                                            I E A P M                                                    

  6

coletadas subamostras para os demais parâmetros citados acima. As formas de

preservação dos demais parâmetros são apresentadas na tabela 2.

A garrafa oceanográfica de Van Dorn (Figura 7) foi utilizada para a coleta de

água para a determinação dos metais pesados, fluoretos, sólidos dissolvidos totais

(SDT), cianeto livre, sulfetos, coliformes termotolerantes, nutrientes (nitrato, nitrito,

nitrogênio amoniacal total e fósforo total) e polifosfatos.

Tabela 2 – Parâmetros físico-químicos e formas de preservação das amostras.

Parâmetros Preservação Benzeno, Etilbenzeno, Tolueno (BTE) HCl, refrigeração (< 4º C)

Bifenilas Policloradas (PCBs) Refrigeração (< 4º C)

Carbono Orgânico H2SO4, refrigeração (< 4º C)

Cianeto Livre Refrigeração (< 4º C)

Coliformes Termotolerantes Tiosulfato de sódio

Fluoreto Total Refrigeração (< 4º C)

Metais pesados: Alumínio dissolvido, Arsênio, Bário, Cádmio, Cobre dissolvido, Chumbo, Cromo, Ferro dissolvido, Manganês, Níquel, Selênio, Urânio, Zinco

HNO3, refrigeração (< 4º C)

Nutrientes (nitrito, nitrato, nitrogênio amoniacal total e fósforo total)

H2SO4, refrigeração (< 4º C)

Oxigênio Dissolvido Iodeto alcalino e sulfato

manganoso/escuro

pH Refrigeração (< 4º C)

Polifosfatos Refrigeração (< 4º C)

Potencial redox Refrigeração (< 4º C)

Salinidade --------

Sólidos Dissolvidos Totais Refrigeração (< 4º C)

Sulfetos Refrigeração (< 4º C)

Temperatura --------

Toxafeno Refrigeração (< 4º C)

Turbidez Refrigeração (< 4º C)

                                                                                            I E A P M                                                    

  7

Figura 6 – Garrafa de Nansen - Termômetro de

inversão acoplado.

Figura 7 – Garrafa de Van Dorn.

2.2 Análises químicas

A metodologia analítica de cada parâmetro é apresentada na Tabela 3 e um

resumo de cada método é descito abaixo.

Tabela 3 – Parâmetros físico-químicos e metodologia analítica empregada. Parâmetros Metodologia analítica

Benzeno, Etilbenzeno, Tolueno (BTE) US EPA 8260B

Bifenilas Policloradas (PCBs) US EPA 8270D

Carbono Orgânico SM 5310

Cianeto Livre SM 4500 CN

Coliformes Termotolerantes SM 9221E

Fluoreto Total SM 4500-F-

Metais pesados: Alumínio dissolvido, Arsênio, Bário, Cádmio, Cobre dissolvido, Chumbo, Cromo, Ferro dissolvido, Manganês, Níquel, Selênio, Urânio, Zinco

US EPA 6010, US EPA 7000

Nutrientes (nitrito, nitrato, nitrogênio amoniacal total, fósforo total)

Strickland e Parsons, 1972.

Oxigênio Dissolvido SM 4500-OB (Winkler)

pH pHmetro - Innolab

Polifosfatos SM 4500-P

                                                                                            I E A P M                                                    

  8

Parâmetros Metodologia analítica Potencial de oxi-redução (eH) pHmetro - Hanna

Salinidade Salinômetro Autosal - Guildline

Sólidos Dissolvidos Totais SM 2540C

Sulfetos SM 4500-S2

Toxafeno US EPA 8270D

Turbidez Turbidímetro - TB 1000

2.2.1 Benzeno, Etilbenzeno e Tolueno (BTE)

Os vials contendo as subamostras para a determinação de BTE são

introduzidas em um amostrador do tipo purge-and-trap (Headspace) onde ocorre a

extração e posterior migração dos compostos volatilizados para o GC-MS, equipado

com coluna capiltar, sob temperatura controlada e programada para que ocorra a

separação dos analitos que são detectados pelo detector de massas.

2.2.2 Bifenilas Policloradas (PCB)

Extração líquido-líquido dos compostos orgânicos das amostras com solventes

orgânicos e determinação e análise dos compostos por cromatografia à gás acoplado

a espectrômetro de massas (GC-MS). Os compostos semivoláteis são introduzidos

por injeção em um GC-MS equipado com coluna capiltar, sob temperatura controlada

e programada para que ocorra a separação dos analitos, detectados pelo detector de

massas.

2.2.3 Carbono Orgânico Total (COT)

Adição de ácido sulfúrico na amostra para descarbonatação da mesma.

Posteriormente, a amostra é digerida com persulfato de sódio a aproximadamente

                                                                                            I E A P M                                                    

  9

260 ºC, e o dióxido de carbono desprendido proveniente da matéria orgânica é

absorvido em solução alcalina, que é então titulada com ácido clorídrico.

2.2.4 Cianeto Livre

Compostos determinados como íon cianeto CN- por meio de método

colorimétrico ou titulométrico, dependendo de sua concentração.

2.2.5 Coliformes Termotolerantes

O método de tubos múltiplos consiste em inocular a 35 °C a amostra em uma

série de 5 tubos de meio de cultura (caldo LS) para cada diluição. A confirmação é

feita ressemeando em caldo verde brilhante e caldo EC a 35°C e 45°C,

respectivamente. Por fim, é feita a leitura da configuração de tubos positivos em uma

tabela de NMP descrita no SM.

2.2.6 Fluoreto Total

A amostra é tamponada e a concentração de fluoretos é determinada por

método potenciométrico, por meio do uso de um eletrodo íon-seletivo.

2.2.7 Metais pesados

As amostras são digeridas por soluções ácidas e introduzidas no equipamento

ICP-AES que mede o espectro de emissão dos metais constituintes, emitidos quando

da passagem de amostras por uma tocha de plasma de argônio.

Para a determinação dos metais pesados totais utiliza-se a amostra integral. Já

para os metais dissolvidos (Al, Cu e Fe), antes da acidificação é realizada filtração da

                                                                                            I E A P M                                                    

  10

água por filtro de vibra de vidro 0,45 m e a determinação dos metais é realizada na

água filtrada.

2.2.8 Nutrientes

As subamostras da água do mar foram divididas em aliquotas para a

determinação de cada um dos diferentes nutriente.

2.2.8.1 Nitrito (NO2)

A concentração de nitrito é determinada através da formação de um corante

azo, de cor púrpura-avermelhado, por diazotação da sulfanilamida pelo nitrito

presente na amostra em meio ácido e posterior reação com N-naftiletilenodiamina. A

leitura da extinção da luz é realizada em espectrôfotômetro de UV/Vis, no

comprimento de onda de 543 nm (Figura 8).

Figura 8 - Espectrôfotômetro de UV/Vis. Determinação dos nutrientes (NO2, NO3, NAT e PT).

                                                                                            I E A P M                                                    

  11

2.2.8.2 Nitrato (NO3)

O método para determinação de nitrato tem como base a redução do nitrato

em nitrito, em coluna de cádmio (Figura 9). Após sua redução a nitrito, a análise é

efetuada como descrito acima para este íon.

Figura 9 – Análise de nitrato - Redução em coluna de cádmio.

2.2.8.3 Nitrogênio amoniacal total (NAT)

O nitrogênio amoniacal total é o somatório da fração inorgânica (amônia) e

orgânica do nitrogênio, sendo determinado pela digestão à quente da amostra de

água com uma mistura digestiva e conversão do nitrogênio para a sua forma

inorgânica (Figura 10). A amônia reage com hipoclorito em solução ligeiramente

alcalina formando monocloramina, que em presença de fenol e em excesso de

hipoclorito forma o azul de indofenol. A reação é catalizada por nitroprussiato de

sódio. A leitura é feita em espectofotômetro de UV/Vis a 630 nm.

                                                                                            I E A P M                                                    

  12

Figura 10 – Análise de nitrogênio amoniacal total.

2.2.8.4 Fósforo Total

O fósforo total é o somatório da fração inorgânica (ortofosfato) e orgânica,

sendo determinado pela digestão à quente com persulfato de potássio e conversão de

todo o fósforo para a sua forma inorgânica (Figura 11). Os ortofosfatos presentes na

amostra reagem com o molibdato de amônio em presença de tartarato de antimônio e

potássio, formando um complexo antimônico-fosfomolíbdico. Este complexo é

reduzido pelo ácido ascórbico a um outro complexo intensamente azulado. A leitura é

feita em espectrofotômetro no comprimento de onda 885 nm.

Figura 11 – Análise de NAT e PT.

                                                                                            I E A P M                                                    

  13

2.2.9 Oxigênio Dissolvido (OD)

Adição de ácido sulfúrico concentrado na amostra fixada para dissolver o

precipitado. Posterior titulação com tiosulfato de sódio, adição de solução de amido e

prosseguimento da titulação até completo desaparecimento da cor azul. A

determinação de OD foi realizada em laboratório montado em terra logo após a coleta

das amostras (Figura 12).

2.2.10 pH

Os valores de pH foram determinados por meio de um pHmetro, marca Innolab.

Figura 12 – Titulação de oxigênio dissolvido (Método de Winkler).

2.211 Polifosfatos

Os polifosfatos são determinados pela diferença entre o fósforo ácido

hidrolisável e o fósforo reativo total (fósforo total). Para a determinação do fósforo

ácido hidrolisável, antes da etapa de colorimetria (vide ortofosfato) é feita uma

hidrólise ácida da amostra.

                                                                                            I E A P M                                                    

  14

2.2.12 Salinidade

A salinidade da água foi obtido por meio de um salinômetro autosal, marca

Guildeline.

2.2.13 Sólidos Dissolvidos Totais (SDT)

A amostra é filtrada através de um filtro de fibra de vidro e o filtrado é

evaporado em cápsula pesada previamente e seco até peso constante à temperatura

de 103-105 ºC. O aumento de peso da cápsula representa os sólidos dissolvidos.

2.2.14 Sulfetos (H2S não dissociado)

A amostra é aquecida para liberação do sulfeto livre, que é recolhido em

solução de hidróxido de sódio. A quantificação é realizada por meio do método

colorimétrico do azul de metileno em águas com baixas concentrações de sulfeto.

2.2.15 Toxafeno

Extração líquido-líquido por solvente e posterior análise por CG-MS. Os

compostos semivoláteis são introduzidos por injeção em um GC-MS equipado com

coluna capiltar sob temperatura controlada e programada para que ocorra a

separação dos analitos que são detectados pelo detector de massas.

2.2.16 Potencial de oxi-redução

O potencial de oxi-redução (eH) foi determinado por meio de um pHmetro

Hanna, modelo HI 98185.

                                                                                            I E A P M                                                    

  15

2.2.17 Turbidez

Os valores de turbidez foram determinados por meio de um turbidímetro,

modelo TB 1000 (Figura 13).

Figura 13 – Leitura de turbidez das amostras.

2.3 Análises Estatísticas

Testes estatísticos foram realizados por meio dos programas Excel e InStat, com

o objetivo de obter a média e desvio padrão das amostras e verificar a diferença entre

as médias dos pontos amostrais, sendo realizada a Análise de Variância por meio de

testes não-paramétricos, seguido de pós-teste de Dunn.

                                                                                            I E A P M                                                    

  16

3 - RESULTADOS

Os resultados dos parâmetros físico-químicos que refletem as condições da

qualidade e dos padrões da água são apresentados nas Tabelas 4 e 5,

respectivamente. As concentrações de metais pesados são apresentadas

separadamente na Tabela 6. Os resultados das análises da água expressam as

condições e padrões da qualidade da água no momento da coleta.

Em função da baixa profundidade local na maioria dos pontos amostrais e a

pequena variabilidade dos resultados em relação à profundidade para a quase

totalidade parâmetros (demonstrada pelo baixo desvio padrão das amostras), serão

apresentadas apenas as concentrações médias dos parâmetros, considerando as

profundidades de coleta e as campanhas realizadas no período deste relatório (junho

e julho).

Não foram observados na superfície da água materiais flutuantes, óleos e

graxas, substâncias que produzem odor e turbidez, corantes de fontes antrópicas bem

como resíduos sólidos objetáveis.

Os valores de temperatura foram praticamente constantes ao longo da coluna,

com pequena variação entre os pontos amostrais, apresentando valores médios entre

21,6 e 21,8 ºC (Figura 14). A diferença entre as médias de temperatura dos pontos

amostrais não foi considera muito significativa (P > 0,05).

A salinidade apresentou uma variação maior em relação à profundidade, com

concentração média entre 31,0 ± 0,9 no ponto P3; e 31,7 ± 0,8, no P1 (Figura 14). No

ponto controle (PC), a concentração da salinidade foi igual a 32,3 ± 0,9. A diferença

entre as médias de salinidade foi considerada significativa para os pontos PC e os

pontos P2 e P3 (P < 0,05).

As concentrações de oxigênio dissolvido (OD) foram elevadas, apresentando

valores médios entre 7,4 mg.L-1 ± 0,9 no P4; e 8,1 mg.L-1 ± 1,2 no P2 (Figura 14). As

concentrações de OD no PC foram semelhantes a estas, apresentando valor médio

igual a 7,6 mg.L-1 ± 0,8. A diferença entre as médias de OD dos pontos amostrais não

foi significativa (P > 0,05).

O pH oscilou entre 7,8 e 8,0 nos pontos amostrais, apresentando baixa

variação ao longo da profundidade (Figura 14). Não foi observada diferença

significativa entre as médias de pH dos pontos amostrais (P > 0,05).

                                                                                            I E A P M                                                    

  17

Os valores do potencial de oxi-redução (eH) apresentaram pequena

variabilidade ao longo da profundidade e entre os pontos amostrais. As concentrações

oscilaram entre 192,0 mV no P3 e 216,9 mV no P4 (Figura 14). No PC a concentração

média de eH foi semelhante ao ponto P4 (219, 4 mV). A diferença entre as médias de

eH dos pontos amostrais não foi considerada muito significativa (P > 0,05).

A concentração de sólidos dissolvidos totais (SDT) foram elevadas,

apresentando valores médios entre 36.254 mg.L-1 e 44.125 mg.L-1 (Figura 14). O PC

também apresentou altas concentrações de SDT (41.318 mg.L-1 ± 10.169). A

diferença entre as médias de SDT dos pontos amostrais não foi significativa (P >

0,05).

A turbidez apresentou alta variabilidade ao longo da coluna d’água, sendo

observado um perfil crescente nos seus valores da superfície em direção ao fundo.

Entre os pontos P1, P2 e P3 as concentrações médias estiveram entre 8,9 e 14,2

UNT (Figura 14). No ponto P4 foi observada alta turbidez das águas, sendo registrado

um valor médio igual a 105 UNT ± 163,5. No PC foi registrada a menor turbidez da

área de estudo, apresentando valor médio igual a 6,3 UNT ± 3,9 (Figura 14). A

diferença entre as médias de turbidez foi extremamente significativa entre os pontos

P4 e os pontos PC e P1 (P < 0,001).

Tabela 4 – Média dos valores para Condições da Qualidade da Água na área de influência do empreendimento e no ponto controle (PC). Parâmetros Unid. P1 P2 P3 P4 PC Coliformes termotol.

NMP 98 ± 182 165 ± 300 133 ± 245 20 ± 36 58 ± 96

COT mg.L-1 9,8 ± 4,2 12,1 ± 4,6 12,3 ± 5,7 14,3 ± 5,9 11,9 ± 7,0

eH mV 196,5 ± 30,4 194,8 ± 18,2 192,0 ± 14,6 216,9 ± 27,4 219,4 ± 25,8

OD mg.L-1 8,0 ± 0,9 8,1 ± 1,2 8,0 ±1,0 7,4 ± 0,7 7,6 ± 0,8

Salinidade --- 31,7 ± 0,8 31,2 ± 0,6 31,0 ± 0,9 32,0 ± 0,7 32,3 + 0,9

SDT mg.L-1 40.205±8.955 44.125±14.118 36.254+7.441 43.694±10.800 41.318±10.169

Temp. º C 21,8 ± 0,5 21,8 ± 0,9 21,8 ± 1,0 21,7 ± 0,5 21,6 ± 0,4

Turbidez UNT 8,9 ± 10,6 12,3 ± 10,4 14,2 ± 8,2 105,5 ± 163,5 6,3 ± 3,9

                                                                                            I E A P M                                                    

  18

a)

b)

c)

                                                                                            I E A P M                                                    

  19

d)

e)

f)

                                                                                            I E A P M                                                    

  20

g)

Figura 14 – Concentração média e desvio padrão dos seguintes parâmetros: a) temperatura; b) oxigênio dissolvido; c) salinidade; d) pH; e) potencial de oxiredução (eH); f) sólidos dissolvidos totais (SDT); e g) turbidez na área adjacente ao empreendimento e no ponto controle (PC).

As concentrações de carbono orgânico total (COT) foram novamente elevadas,

sendo que a menor concentração média foi detecta no ponto P1 (9,8 mg.L-1 ± 4,2) e a

maior no P4 (14,3 mg.L-1 ± 5,9) (Figura 15). A concentração média de COT no PC foi

igual a 11,9 ± 7 mg.L-1. Não foi observada diferença significativa entre as médias de

COT dos pontos amostrais (P > 0,05).

As maiores concentrações de coliformes termotolerantes foram detectadas nos

pontos P2 e P3, apresentando valores médios de 165 NMP/100 mL ± 300 e 133

NMP/100 mL ± 245, respectivamente (NMP – número mais provável) (Figura 15). O

ponto P4 apresentou a menor concentração média de coliformes (20 NMP/100 mL ±

36) e o ponto controle (PC) apresentou concentração média de 58 NMP/100 mL ± 96.

A diferença entre as médias de coliformes dos pontos amostrais não foi considerada

significativa (P > 0,05).

                                                                                            I E A P M                                                    

  21

a)

b)

Figura 15 – Concentração média e desvio padrão de: a) coliformes termotolerantes; e b) carbono orgânico total na área adjacente ao empreendimento e no ponto controle (PC).

As concentrações médias de nitrato (NO3) nos pontos adjacentes ao

empreendimento oscilaram entre 0,003 mg.L-1 ± 0,003 no ponto P3 e 0,024 mg.L-1 ±

0,018 no ponto P4. No ponto PC, a concentração média de NO3 também foi baixa,

igual a 0,020 mg.L-1 ± 0,020 (Figura 16). A diferença entre as médias de NO3 dos

pontos amostrais foi considerada significativa (P < 0,05).

As concentrações de nitrito (NO2) foram baixas, próximas ao limite de detecção

do método em todos os pontos, incluindo no PC, com valores médios entre 0,003

mg.L-1 ± 0,002 e 0,004 mg.L-1 ± 0,002 (Figura 16). A diferença entre as médias de

NO2 dos pontos amostrais não foi considerada significativa (P > 0,05).

                                                                                            I E A P M                                                    

  22

As concentrações de nitrogênio amoniacal total (NAT) permanecem altas neste

período, apresentando concentrações semelhantes entre os pontos amostrais e ao

longo da profundidade, com valores entre 17,5 mg.L-1 ± 1,9 no ponto P4 e 20,4 mg.L-1

± 4,2 no P3 (Figura 16). Não foi observada diferença significativa entre as médias de

NAT dos pontos amostrais (P > 0,05).

Tabela 5 - Padrões da água na área de influência do empreendimento e no ponto controle (PC). Parâmetros Unid. P1 P2 P3 P4 PC BTE mg.L-1 nd nd nd nd nd Cianetos mg.L-1 0,057 ± 0,098 nd nd nd nd

Fluoreto total mg.L-1 0,3 ± 0,4 0,2 ± 0,3 0,2 ± 0,4 0,2 ± 0,4 0,2 ± 0,4

NAT mg.L-1 N 19,0 ± 1,4 18,6 ± 2,9 20,4 ± 4,2 17,5 ± 1,9 19,1 ± 2,4

NO2 mg.L-1N 0,003 ± 0,002 0,003 ± 0,002 0,003 ± 0,001 0,004 ± 0,002 0,003 ± 0,002

NO3 mg.L-1N 0,010 ± 0,006 0,012 ± 0,018 0,003 ± 0,003 0,024 ± 0,018 0,020 ± 0,020

PCBs mg.L-1 nd nd nd nd nd

Polifosf. mg.L-1P 0,123 ± 0,204 0,119 ± 0,125 0,123 ± 0,139 0,134 ± 0,124 0,082 ± 0,086

PT mg.L-1P 0,022 ± 0,013 0,019 ± 0,006 0,036 ± 0,009 0,028 ± 0,011 0,021 ± 0,009

Sulfetos mg.L-1 0,001 ± 0,002 nd 0,002 ± 0,002 0,004 ± 0,008 0,003 ± 0,004

Toxafeno mg.L-1 nd nd nd nd nd

As concentrações médias de fósforo total (PT) oscilaram entre 0,019 e 0,036

mg.L-1 nos pontos adjacentes ao empreendimento (Figura 16). No PC, a concentração

foi semelhante, apresentando concentração média igual a 0,021 mg.L-1 ± 0,009. A

diferença entre as médias de PT dos pontos amostrais foi considerada significativa (P

< 0,05).

As concentrações de polifosfatos foram elevadas e apresentaram uma grande

variabilidade durante o período, com valores entre 0,119 mg.L-1 ± 0,125 no ponto P2 e

0,134 mg.L-1 ± 0,124 no ponto P4 (Figura 16). O mesmo foi observado no PC, no qual

apresentou concentração média igual a 0,082 mg.L-1 ± 0,086. Não foi observada

diferença significativa entre as médias de polifosfatos dos pontos amostrais (P >

0,05).

O sulfeto (H2S) não foi detectado no ponto P1 (Figura 16). O ponto P2

apresentou uma concentração média de H2S de 0,002 mg.L-1 ± 0,002. No P3 o sulfeto

foi detectado apenas na campanha realizada entre os dias 07 e 08 de junho,

apresentando uma concentração de 0,016 mg.L-1 (0,004 mg.L-1 ± 0,008). No P4 a

concentração média de sulfeto foi igual a 0,003 mg.L-1 + 0,004. No PC a concentração

                                                                                            I E A P M                                                    

  23

média de H2S foi igual a 0,001 mg.L-1 ± 0,002, apresentando níveis abaixo da

detecção do método em quase todos os momentos e profundidades. Não foi

observada diferença significativa entre as médias de H2S dos pontos amostrais (P >

0,05).

Figura 16 – Concentração média e desvio padrão de nitrato (NO3), nitrito (NO2), nitrogênio amoniacal total (NAT), de fósforo total (PT), polifosfatos e sulfetos (H2S) na área de influência do empreendimento e no do ponto controle (PC).

As concentrações médias de cianeto livre ficaram abaixo do limite de detecção

do método em todos os pontos amostrais, exceto no ponto P1 que apresentou um

valor médio de cianeto igual a 0,057 mg.L-1 ± 0,098. No PC, a média da concentração

também ficou abaixo do limite de detecção.

O fluoreto foi detectado apenas na campanha realizada nos dias 07 e 08 de

junho, apresentando concentração de 0,8 mg.L-1 em todos os pontos amostrais,

incluindo no PC e em todas as profundidades. Nas demais campanhas, este elemento

                                                                                            I E A P M                                                    

  24

não foi detectado. Não foi observada diferença significativa entre as médias de

fluoreto dos pontos amostrais (P > 0,05).

As concentrações de benzeno, etilbenzeno e tolueno (BTE), bifenilas

policloradas (PCBs) e toxafeno ficaram abaixo do limite de detecção do método

analítico em todos os pontos amostrais.

Os resultados de metais pesados são apresentados na Tabela 5 e na Figura

17.

As concentrações de alumínio dissolvido (Al) apresentaram uma variabilidade

ao longo da coluna d’água, sendo que, de forma geral, as maiores concentrações

foram registradas na camada de fundo. As menores concentrações de Al foram

registradas nos pontos P1 e P2, apresentando valores médios de 0,16 mg.L-1 ± 0,09 e

0,33 mg.L-1 ± 0,35, respectivamente. Nos pontos P3 e P4 as concentrações foram

mais elevadas, apresentando valores médios iguais a 0,63 mg.L-1 ± 0,72 e 1,22 mg.L-1

± 0,95. No PC foram registradas concentrações intermediárias de Al, apresentando

média de 0,41 mg.L-1 ± 0,29. A diferença entre as médias de Al foi considerada muito

significativa entre os pontos P1 e P4 (P < 0,01).

As concentrações de arsênio (As) foram elevadas, apresentando valores

médios entre 0,115 e 0,256 mg.L-1 nos pontos P1, P2 e P3. No ponto P4 e no PC as

concentrações foram semelhantes, apresentando valores médios de 0,047 mg.L-1 ±

0,064 e 0,056 mg.L-1 ± 0,048, respectivamente. A diferença entre as médias de As

dos pontos amostrais não foi considerada significativa (P > 0,05).

As concentrações de bário (Ba) foram baixas em todos os pontos amostrais,

apresentando concentrações médias entre níveis não detectados nos pontos P1 e P2

e 0,02 mg.L-1 ± 0,02, no P3. No PC a concentração de Ba esteve entre níveis não

detectados e 0,10 mg.L-1, apresentando uma média de 0,02 mg.L-1 ± 0,04. Não foi

observada diferença significativa entre as médias de Ba dos pontos amostrais (P >

0,05).

O cádmio (Cd) foi detectado em baixas concentrações, com valores próximos

aos limites de detecção do método analítico, apresentando concentrações entre 0,001

e 0,002 mg.L-1 em todos os pontos amostrais, incluindo no PC. A diferença entre as

médias de Cd dos pontos amostrais não foi considerada significativa (P > 0,05).

                                                                                            I E A P M                                                    

  25

O chumbo (Pb) também foi detectado em baixas concentrações em todos os

pontos, com concentrações abaixo do limite de detecção em quase todas as

campanhas, apresentando concentrações médias entre 0,004 e 0,037 mg.L-1. O PC

apresentou concentração média de 0,037 mg.L-1 ± 0,026. A diferença entre as médias

de Pb foi considerada significativa entre os pontos PC e P2 (P < 0,05).

As concentrações de cobre dissolvido (Cu) oscilaram entre 1,1 e 4,4 µg.L-1 nos

pontos amostrais. No PC, a concentração média de Cu foi de 3,7 µg.L-1 ± 3,3. Não foi

observada diferença significativa entre as médias de Cu dos pontos amostrais (P >

0,05).

Tabela 6 – Concentração média e desvio padrão dos metais pesados na área de influência do empreendimento e no ponto controle (PC). Parâmetros Unid. P1 P2 P3 P4 PC Al mg.L-1 0,16 ± 0,09 0,33 ± 0,35 0,63 ± 0,72 1,22 ± 0,95 0,41 ± 0,29 As mg.L-1 0,115 ±0,135 0,248 ±0,296 0,256 ±0,343 0,047 ±0,064 0,056 ±0,048 Ba mg.L-1 nd nd 0,02 ± 0,02 0,01 ± 0,01 0,02 ± 0,04 Cd mg.L-1 0,001±0,000 0,001±0,002 0,001±0,002 0,002±0,003 0,002±0,002 Pb mg.L-1 0,032±0,022 0,004±0,007 0,037±0,042 0,016 ±0,021 0,037±0,026 Cu g.L-1 1,1 ± 2,0 2,0 ± 3,2 4,0 ± 4,6 4,4 ± 2,1 3,7 ± 3,3 Cr mg.L-1 0,001 ±0,002 0,001 ±0,002 0,005 ±0,006 0,014 ±0,021 0,011 ±0,014 Fe mg.L-1 0,06 ± 0,07 0,38 ± 0,29 0,87 ± 0,97 1,14 ± 1,03 0,32 ± 0,25 Mn mg.L-1 0,005 ±0,004 0,036 ±0,041 0,021 ±0,005 0,028 ±0,026 0,008±0,007 Ni g.L-1 5,0 ± 8,7 nd 14,5 ± 29,0 15,3 ± 29,8 43,2 ± 77,4 Se mg.L-1 0,03 ± 0,04 0,07 ± 0,10 0,04 ± 0,05 0,03 ± 0,04 0,05 ± 0,07 U mg.L-1 0,01 ± 0,02 nd 0,03 ± 0,05 nd Nd Zn mg.L-1 0,01 ± 0,01 0,03 ± 0,04 0,05 ± 0,09 0,03 ± 0,02 0,02 ± 0,01

As concentrações de cromo (Cr) foram baixas nas áreas adjacentes ao

empreendimento, com concentrações entre 0,001 mg.L-1 nos pontos P1 e P2 e 0,014

mg.L-1 no P4. O PC apresentou concentração de 0,011 mg.L-1. A diferença entre as

médias de Cr dos pontos amostrais foi considerada pouco significativa (P > 0,05).

As concentrações de ferro dissolvido (Fe) foram baixas apenas no ponto P1,

apresentando concentração de 0,06 mg.L-1 ± 0,07. Nos demais pontos, as

concentrações de Fe foram elevadas, com valores médios entre 0,38 mg.L-1 ± 0,29 no

P2 e 1,14 mg.L-1 ± 1,03 no P4. No PC as concentrações foram intermediárias, com

valores médios iguais a 0,32 mg.L-1 ± 0,25. A diferença entre as médias de Fe foi

considerada extremamente significativa entre os pontos P1 e P4 (P < 0,001) e

significativas entre os pontos P1 e P3 (P < 0,05).

                                                                                            I E A P M                                                    

  26

As concentrações médias de manganês (Mn) oscilaram entre 0,005 mg.L-1 ±

0,004 no ponto P1 e 0,036 mg.L-1 ± 0,041 no ponto P2. O PC apresentou baixas

concentrações, com valor médio igual a 0,008 mg.L-1 ± 0,007. A diferença entre as

médias de Mn foi considerada muito significativa entre os pontos P1 e P4 (P < 0,01).

Figura 17 – Concentração média e desvio padrão de metais pesados na área

de influência do empreendimento e no ponto controle (PC).

                                                                                            I E A P M                                                    

  27

Figura 18 – Concentração média e desvio padrão de metais pesados na área de influência do empreendimento e no ponto controle (PC).

As concentrações médias de níquel (Ni) oscilaram entre níveis não detectado

no P2 e 15,3 µg.L-1 ± 29,8 no P4. O PC apresentou as concentrações mais elevadas

de Ni, com grande variabilidade nos dados, com valores oscilando entre níveis não

detectados e 220 µg.L-1 e média de 43,2 µg.L-1 ± 77,4. Não foi observada diferença

significativa entre as médias de Ni dos pontos amostrais (P > 0,05).

O selênio (Se) apresentou concentrações médias entre 0,03 e 0,07 mg.L-1 nos

pontos amostrais. No PC a concentração média de Se foi igual a 0,05 mg.L-1 ± 0,07. A

diferença entre as médias de Se dos pontos amostrais não foi considerada

significativa (P > 0,05).

O urânio (U) foi detectado em baixa concentração apenas na campanha

realizada nos dias 26 e 27 junho nos pontos P1 e P3, com uma concentração média

de 0,04 mg.L-1 ± 0,01 e 0,1 mg.L-1, respectivamente. Nas demais campanhas e pontos

amostrais o U não foi detectado pelo método analítico, incluindo o PC. Não foi

observada diferença significativa entre as médias de U dos pontos amostrais (P >

0,05).

O zinco (Zn) foi detectado em baixas concentrações em todos os pontos

adjacentes ao empreendimento, com concentrações médias entre 0,01 e 0,05 mg.L-1.

No PC a concentração média de Zn foi igual a 0,02 mg.L-1 ± 0,01. A diferença entre as

médias de Zn dos pontos amostrais foi considerada significativa entre os pontos P1 e

P4 (P < 0,05).

                                                                                            I E A P M                                                    

  28

4 - DISCUSSÃO

  Para a definição dos parâmetros de condição e padrão da qualidade da água e

comparação dos resultados, utilizou-se a Resolução CONAMA nº 357/2005 que

classifica os corpos de água. De acordo com o Plano Básico Ambiental – Subprojeto

II.4.3 – Monitoramento da Qualidade da Água, a Baía de Sepetiba é uma região

industrial, sendo, portanto, adotada como condição da água a classe 3 de águas

salinas, e classe 2 para o padrão da água, uma vez que a resolução não define

padrões para a classe 3. Para o ponto controle (PC), a classificação adotada foi de

aponta a classe 1 de águas salobras como valores orientadores.

A tabela 7 apresenta as concentrações médias e seus respectivos desvios

padrão dos parâmetros físico-químicos das campanhas realizadas nos pontos

amostrais da área adjacente ao empreendimento (P1 ao P4) e a tabela 8 as médias

do PC, bem como os valores orientadores da Resolução CONAMA nº 357/2005 (RC).

A 1ª campanha foi realizada em janeiro; 2ª campanha – março; 3ª campanha – maio;

e 4ª campanha – junho e julho. A figura 19 apresenta comparativamente as

concentrações médias de cada campanha dos pontos adjacentes ao

empreendimento.

A temperatura da água nesta campanha apresentou uma maior uniformidade

entre os pontos amostrais e menores valores quando comparada com as campanhas

anteriores. A queda na temperatura deve-se à menor temperatura ambiente

observada nos meses de inverno.

Os valores de salinidade foram ainda mais altos nesta campanha. As menores

concentrações foram registradas nos pontos P2 e P3, locais mais abrigados da área

de estudo.

                                                                                            I E A P M                                                    

 29

Tabela 7 – Parâmetros físico-químicos, concentrações médias e desvios padrão dos pontos amostrais da área adjacente ao empreendimento (P1 ao P4) das campanhas realizadas e valores orientadores da Resolução CONAMA nº 357/2005 (classes 2 e 3 de águas salinas) Parâmetros Unid. 1 ª camp.1 2 ª camp. 1 3 ª camp.2 4 ª camp.3 RC

Al dis. mg.L-1 nd 0,12 ± 0,19 0,27 ± 0,25 0,65 ± 0,78 1,5

As mg.L-1 0,028 ±0,024 0,003 ± 0,005 0,082 ± 0,085 0,136 ± 0,206 0,069

Ba mg.L-1 nd nd 0,01 ± 0,02 0,011 ± 0,016 1,0

Benzeno g.L-1 nd nd nd nd 700

Cd mg.L-1 0,004 ± 0,002 nd 0,004 ± 0,007 0,002 ± 0,002 0,04

Cianeto livre mg.L-1 nd 0,03 ± 0,01 0,02 ± 0,02 0,024 ± 0,058 0,001

Colif. Term. NMP 2.574 ± 2.247 109 ± 82 120 ± 86 87 ± 189 4.000/100 mL4

COT mg.L-1 23 ± 4 9 ± 2 14 ± 3 12 ± 5 Até 10

Cr mg.L-1 0,004 ± 0,005 0,006 ± 0,011 nd 0,007 ± 0,014 1,1

Cu dis. g.L-1 157,3 ± 53,0 3,2 ± 6,3 21,8 ± 13,2 2,8 ± 2,9 7,8

eH mV --- --- 172 ± 29 203 ± 27 ---

Etilbenzeno g.L-1 nd nd nd nd 25

Fe dis. mg.L-1 0,006 ± 0,012 0,100 ± 0,082 0,250 ± 0,146 0,636 ± 0,837 0,3

Fluoreto T. mg.L-1 0,84 ± 0,05 0,63 ± 0,08 0,69 ± 0,08 0,22 ± 0,36 1,4

Mn mg.L-1 0,029 ± 0,011 0,002 ± 0,004 0,010 ± 0,013 0,022 ± 0,027 0,1

NAT mg.L-1 0,03 ± 0,01 22,63 ± 16,22 16,49 ± 4,10 18,50 ± 2,50 0,70

Ni g.L-1 5,83 ± 4,19 13,00 ± 30,00 nd 11,40 ± 23,70 74

NO2 mg.L-1N nd 0,006 ± 0,002 0,005 ± 0,002 0,004 ± 0,002 0,20

NO3 mg.L-1N 0,006 ± 0,002 0,001 ± 0,002 0,005 ± 0,006 0,015 ± 0,016 0,70

OD mg.L-1 8,0 ± 0,6 7,4 ± 1,1 10,0 ± 0,9 7,8 ± 0,9 Não inferior a 4

Pb mg.L-1 0,185 ± 0,037 0,028 ± 0,011 0,027 ± 0,033 0,020 ± 0,025 0,21

PCBs g.L-1 nd nd nd nd 0,03

pH --- 8,7 ± 0,0 8,3 ± 0,1 --- 8,0 ± 0,7 6,5 a 8,5

Polifosfatos mg.L-1P 0,059 ± 0,020 0,073 ± 0,035 0,031 ± 0,017 0,126 0,146 0,0465

PT mg.L-1P 0,040 ± 0,008 0,085 ± 0,028 0,061 ± 0,060 0,025 ± 0,011 0,093

Salinidade ‰ 31,6 ± 0,4 28,8 ± 1,3 30,5 ± 0,4 31,8 ± 0,9 ----

SDT mg.L-1 57.351 ± 4.454 41,285 ± 3,844 31.464 ± 4.448 41.749±10.801 ----

Se mg.L-1 0,180 ± 0,044 0,004 ± 0,005 0,103 ± 103 0,042 ± 0,058 0,29

Sulfetos mg.L-1 nd nd 0,004 ± 0,003 0,003 ± 0,004 0,002

Temperatura ºC 29,5 ± 0,5 29,5 ± 0,5 24,2 ± 1,4 21,7 ± 0,6 ----

Tolueno g.L-1 nd nd nd nd 215

Toxafeno g.L-1 nd nd nd nd 0,210

Turbidez UNT --- --- --- 46 ± 109 ---

U mg.L-1 1,083 ± 0,494 nd 0,013 ± 0,019 0,013 ± 0,029 0,5

Zn mg.L-1 0,007 ± 0,013 0,005 ± 0,011 0,023 ± 0,030 0,029 ± 0,040 0,12 1 Média obtida entre 3 réplicas. 2 Média obtida das amostras de coletas em 3 profundidades: superfície, meio e fundo. 3 Média obtida das coletas bimensais realizadas em junho e julho, em 3 profundidades: superfície, meio e fundo. 4 NMP em 80 % das amostras ou mais de pelo menos 6 amostras/ano.

                                                                                            I E A P M                                                    

 30

Tabela 8 – Parâmetros físico-químicos, concentrações médias e desvios padrão do PC das campanhas realizadas e valores orientadores da Resolução CONAMA nº 357/2005 (classe 1 de águas salobras). Parâmetros Unid. 1 ª camp.1 2 ª camp. 1 3 ª camp.2 4 ª camp.3 RC

Al dis. mg.L-1 nd nd 0, 103 ± 0,012 0,408 ± 0,292 0,1

As mg.L-1 0,170 ± 0,115 nd 0,116 ± 0,037 0,056 ± 0,048 0,01

Ba mg.L-1 nd nd 0,02 ± 0,02 0,02 ± 0,04 xxx

Benzeno g.L-1 nd nd nd nd 700

Cd mg.L-1 0,007± 0,001 nd nd 0,002 ± 0,002 0,005

Cianeto livre mg.L-1 nd 0,017 ± 0,029 0,017 ± 0,029 0,008 ± 0,026 0,001

Colif. Term. NMP 347 ± 136 20 ± 26 167 ± 64 58 ± 96 Até 1.000

COT mg.L-1 15 ± 4 7 ± 3 10 ± 1 12 ± 7 Até 3

Cr mg.L-1 0,009 ± 0,004 0,003 ± 0,005 nd 0,011 ± 0,014 0,05

Cu dis. g.L-1 108,3 ± 39,1 39,7 ± 5,8 8,3 ± 3,2 3,7 ± 3,3 0,005

eH mV xxx xxx 146,4 ± 6,2 219,4 ± 25,8 xxx

Etilbenzeno g.L-1 nd nd nd nd 25

Fe dis. mg.L-1 nd nd 0,090 ± 0,017 0,323 ± 0,249 0,3

Fluoreto T. mg.L-1 0,93 ± 0,12 0,60 ± 0,00 0,80 ± 0,00 0,20 ± 0,36 1,4

Mn mg.L-1 0,033 ± 0,012 nd 0,003 ± 0,005 0,008 ± 0,007 0,1

NAT mg.L-1 0,013 ± 0,006 31,14 ± 14,74 17,89 ± 8,54 19,12 ± 2,42 0,4

Ni g.L-1 nd 6,67 ± 11,55 nd 43,17 ± 77,44 0,025

NO2 mg.L-1N nd 0,004 ± 0,001 0,005 ± 0,001 0,003 ± 0,002 0,07

NO3 mg.L-1N 0,006 ± 0,006 nd 0,003 ± 0,003 0,020 ± 0,020 0,4

OD mg.L-1 6,1 ± 0,2 7,9 ± 0,1 8,9 ± 0,4 32,3 ± 0,9 Não inferior a 5

Pb mg.L-1 0,273 ± 0,012 0,013 ± 0,012 0,004 ± 0,007 0,037 ± 0,026 0,01

PCBs g.L-1 nd nd nd nd 0,03

pH --- 8,6 ± 0,0 8,01 ± 0,0 xxx 7,8 ± 0,8 6,5 a 8,5

Polifosfatos mg.L-1P 0,040 ± 0,010 0,037 ± 0,006 0,007 ± 0,012 0,082 ± 0,086 0,062

PT mg.L-1P 0,039 ± 0,014 0,020 ± 0,007 0,039 ± 0,041 0,021 ± 0,009 0,124

Salinidade ‰ 31,7 ± 0,1 32,9 ± 0,0 31,1 ± 0,7 32,3 ± 0,9 xxx

SDT mg.L-1 65500 ± 8795 38980 ± 1259 26810±12635 41318±10169 xxx

Se mg.L-1 nd nd nd 0,047 ± 0,073 0,01

Sulfetos mg.L-1 nd 0,006 ± 0,010 0,001 ± 0,002 0,001 ± 0,002 0,002

Temperatura ºC 28,5 28,5 23,5 21,6 ± 0,4 xxx

Tolueno g.L-1 nd nd nd nd 215

Toxafeno g.L-1 nd nd nd nd 0,0002

Turbidez UNT xxx xxx xxx 6,27 ± 3,93 xxx

U mg.L-1 1,833 ± 0,306 nd nd nd xxx

Zn mg.L-1 nd nd nd 0,020 ± 0,011 0,009 1 Média obtida entre 3 réplicas. 2 Média obtida das amostras de coletas em 3 profundidades: superfície, meio e fundo. 3 Média obtida das coletas bimensais realizadas em junho e julho, em 3 profundidades: superfície, meio e fundo. 4 NMP em 80 % das amostras ou mais de pelo menos 6 amostras/ano.

                                                                                            I E A P M                                                    

 31

As concentrações de OD foram uniformes entre os pontos amostrais, em altos

níveis de saturação, com valores superiores a 4 mg.L-1, limite inferior estabelecido

pela RC. O PC também apresentou concentração superior ao valor de 5 mg.L-1

indicado na classe 1 de águas salobras da RC. Os níveis de OD têm se mantido em

níveis ótimos em todas as campanhas efetuadas até o momento. A concentração de

OD na água pode ser utilizada como um indicador da qualidade ambiental, onde

baixos níveis de OD no ambiente aquático podem indicar um ambiente eutrofizado,

poluído ou degradado, comprometendo a vida aquática. Sua concentração no

ambiente irá depender de fatores físico-químicos e biológicos, tais como temperatura,

salinidade, pressão, fotossíntese/respiração e oxidação da matéria orgânica.

Os valores de pH também foram uniformes na área de estudo, apresentando

concentrações semelhantes ao longo do tempo. Os valores encontrados podem

exceder ligeiramente o valor de 8,5, indicado na resolução.

O potencial de oxi-redução (eH) foi elevado, indicando uma condição oxidante

do ambiente. Os valores de eh nesta campanha foram semelhantes a anterior.

A concentração de sólidos dissolvidos totais (SDT) permaneceu alta em todos

os pontos amostrais, incluindo no PC, típica de regiões costeiras. A RC não indica

valores para SDT para águas salinas, somente para água doce. A concentração de

SDT voltou a aumentar nesta campanha, apresentando valores semelhantes à

segunda campanha.

Os pontos adjacentes ao empreendimento, assim como o PC apresentaram

alta turbidez das águas. Essa é uma característica da Baía de Sepetiba, em função da

presença de material em suspensão, como argila e silte, resultante do aporte fluvial. O

PC por estar mais distante destas fontes, apresentou menor turbidez. O ponto P4

apresentou diferença altamente significativa das concentrações em relação aos

demais pontos amostrais. Este é o ponto mais próximo ao empreendimento e mais

sujeito a ressuspensão das águas em função das atividades de instalação do

empreendimento.

As concentrações de COT foram elevadas nos locais adjacentes ao

empreendimento, apresentando concentrações médias superiores ao limite de 10

mg.L-1 estabelecido pela RC. No PC a concentração média obtida também foi superior

aos níveis previstos na RC de 3 mg.L-1. O carbono orgânico total (COT) é formado por

                                                                                            I E A P M                                                    

 32

uma grande variedade de compostos orgânicos que podem ser decompostos por

processos biológicos ou químicos, sendo utilizado como indicador da presença da

matéria orgânica no ambiente aquático. Altas concentrações de COT podem

influenciar o estado trófico do ambiente.

Os teores de COT nesta campanha foram semelhantes aos registrados nas

campanhas anteriores, exceto a primeira campanha que apresentou concentração

duas vezes superior a esta. Moreira (2009) registrou concentração média semelhante

(11,6 mg.L-1). Os altos valores de COT podem ser resultantes do aporte alóctone

(efluentes domésticos) ou autóctone (matéria viva) de matéria orgânica. Altas

concentrações de matéria orgânica podem influenciar no teor de oxigênio dissolvido

da água. No entanto, as altas concentrações de COT observados até o momento não

demonstram estar influenciando os teores de OD nos pontos amostrais.

As concentrações de coliformes termotolerantes foram baixas em todos os

pontos, incluindo no PC, apresentando valores inferiores aos estabelecidos pela RC.

Os pontos P2 e P3, mais influenciados pelo aporte continental de esgoto doméstico,

apresentaram concentrações um pouco mais elevadas de coliformes termotolerantes.

A presença de coliformes termotolerantes no ambiente aquático é um indicativo da

presença de microrganismos patogênicos, provenientes do trato intestinal de seres

humanos e, portanto, indicadora da contaminação ambiental por esgoto. A

concentração média registrada nesta campanha foi semelhante às detectadas na

segunda e terceira campanha que apresentaram menores concentrações de

coliformes.

                                                                                            I E A P M                                                    

 33

20,0

21,0

22,0

23,0

24,0

25,0

26,0

27,0

28,0

29,0

30,0

1ª 2ª 3ª 4ª

Campanha

Tem

pera

tura

C)

28,0

28,5

29,0

29,5

30,0

30,5

31,0

31,5

32,0

1ª 2ª 3ª 4ª

Campanha

Sal

inid

ade

5,0

6,0

7,0

8,0

9,0

1ª 2ª 3ª 4ª

Campanha

pH

0

2

4

6

8

10

12

1ª 2ª 3ª 4ª

Campanha

OD

(m

g/L)

30.000

35.000

40.000

45.000

50.000

55.000

60.000

1ª 2ª 3ª 4ª

Campanha

SD

T (

mg/

L)

8

10

12

14

16

18

20

22

24

1ª 2ª 3ª 4ª

Campanha

CO

T (

mg/

L)

0

300

600

900

1.200

1.500

1.800

2.100

2.400

2.700

1ª 2ª 3ª 4ª

Campanha

Col

iform

es T

. (N

MP

/100

mL

0,0000,0020,0040,0060,0080,0100,0120,0140,0160,0180,0200,0220,0240,0260,0280,030

1ª 2ª 3ª 4ª

Campanha

Cia

neto

(m

g/L)

 Figura 19 – Concentração média dos parâmetros físico-químicos nas campanhas de coleta realizadas

 

                                                                                            I E A P M                                                    

 34

0,00

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

0,07

0,08

0,09

0,10

1ª 2ª 3ª 4ª

Campanha

Fós

foro

T. (

mg/

L)

0

5

10

15

20

25

1ª 2ª 3ª 4ª

Campanha

Nitr

ogên

io A

m. T

. (m

g/L)

0,000

0,001

0,002

0,003

0,004

0,005

0,006

0,007

1ª 2ª 3ª 4ª

Campanha

Nitr

ito (

mg/

L)

0,000

0,002

0,004

0,006

0,008

0,010

0,012

0,014

0,016

2ª 3ª 4ª

Campanha

Nitr

ato

(mg/

L)

0,00

0,02

0,04

0,06

0,08

0,10

0,12

0,14

1ª 2ª 3ª 4ª

Campanha

Pol

ifosf

ato

(mg/

L)

0,000

0,001

0,002

0,003

0,004

1ª 2ª 3ª 4ª

Campanha

Sul

feto

s (m

g/L)

 Figura 19 – Concentração média dos parâmetros físico-químicos nas campanhas de coleta realizadas (continuação).  

                                                                                            I E A P M                                                    

 35

0,000

0,100

0,200

0,300

0,400

0,500

0,600

0,700

1ª 2ª 3ª 4ª

Campanha

Alu

mín

io D

. (m

g/L)

0,00

0,02

0,04

0,06

0,08

0,10

0,12

0,14

1ª 2ª 3ª 4ª

Campanha

Ars

ênio

(m

g/L)

0,00

0,00

0,00

0,01

0,01

0,01

0,01

1ª 2ª 3ª 4ª

Campanha

Bár

io (

mg/

L)

0,000

0,001

0,002

0,003

0,004

0,005

1ª 2ª 3ª 4ª

Campanha

Cád

mio

(m

g/L)

  

0,000

0,020

0,040

0,060

0,080

0,100

0,120

0,140

0,160

0,180

0,200

1ª 2ª 3ª 4ª

Campanha

Chu

mbo

(m

g/L)

0,000

0,002

0,004

0,006

0,008

1ª 2ª 3ª 4ª

Campanha

Cro

mo

(mg/

L)

0

20

40

60

80

100

120

140

160

1ª 2ª 3ª 4ª

Campanha

Cob

re D

.(ug

/L)

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

0,80

1ª 2ª 3ª 4ª

Campanha

Fer

ro D

. (m

g/L)

 Figura 19 – Concentração média dos parâmetros físico-químicos nas campanhas de coleta realizadas (continuação).  

                                                                                            I E A P M                                                    

 36

0,000

0,005

0,010

0,015

0,020

0,025

0,030

1ª 2ª 3ª 4ª

Campanha

Man

ganê

s (m

g/L)

0

2

4

6

8

10

12

14

1ª 2ª 3ª 4ª

Campanha

Níq

uel (

ug/L

)

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

1ª 2ª 3ª 4ª

Campanha

Sel

ênio

(m

g/L)

0,000

0,250

0,500

0,750

1,000

1,250

1ª 2ª 3ª 4ª

Campanha

Urâ

nio

(mg/

L)

0,000

0,005

0,010

0,015

0,020

0,025

0,030

1ª 2ª 3ª 4ª

Campanha

Zin

co (

mg/

L)

Figura 19 – Concentração média dos parâmetros físico-químicos nas campanhas de coleta realizadas (continuação).

Os nutrientes são considerados fatores limitantes para a produção primária. A

maior fonte desses compostos para o ambiente costeiro é alóctone, proveniente do

aporte continental, decorrente do escoamento superficial, intemperismo das rochas,

despejo de efluentes domésticos e industriais e uso de fertilizantes que chegam na

zona costeira por meio dos rios. Além destas, a fonte autóctone, proveniente da

remineralização da matéria orgânica por bactérias no próprio ambiente também é de

grande importância.

O nitrato (NO3-) é um dos principais nutrientes das águas marinhas, que

juntamente com o fosfato são fatores limitantes da produção primária. O NO3- é a

                                                                                            I E A P M                                                    

 37

forma oxidada do nitrogênio, sendo o último produto do processo de nitrificação, isto

é, quando o nitrogênio, em forma de amônia se transforma em nitrito e este em

nitrato. Em função deste processo, altas concentrações de nitrato podem indicar um

aporte antigo de esgoto doméstico. O nitrito (NO2-) é o produto intermediário no

processo de oxidação da amônia à nitrato (processo de nitrificação) sendo a forma de

nitrogênio mais instável (FAO, 1975), e portanto, encontrado normalmente em baixas

concentrações. Sua presença no ambinete aquático pode indicar processo biológico

ativo influenciado por poluição orgânica.

Como observado nas campanhas anteriores, as concentrações de NO3 e NO2

foram baixas em todos os pontos amostrais, apresentando valores menores aos

estabelecidos pela RC, incluindo no PC. O mesmo padrão foi registrado no

monitoramento prévio realizado pela empresa MRS para elaboração do EIA/RIMA do

empreendimento.

Entre os compostos nitrogenados, o nitrogênio amoniacal total (NAT)

apresentou as maiores concentrações, apresentando valores muito maiores aos

previstos na RC (0,70 e 0,40 mg.L-1 para a classe 2 (salina) e 1 (salobra)). O NAT é o

somatório da fração inorgânica (amônia) e orgânica do nitrogênio, sendo que esta

última forma tem sido a dominante nestas amostras. O NAT, sendo a forma reduzida

de nitrogênio no ambiente aquático, se encontrado em altas concentrações, pode

indicar um aporte recente de esgoto doméstico no ambiente aquático, o que poderia

explicar a alta concentração da fração orgânica. Estes dados são condizentes com os

altos valores de COT.

As concentrações de NAT foram semelhantes às registradas na segunda e

terceira campanha. No monitoramento prévio realizado pela Empresa MRS no ano de

2009, entre os compostos nitrogenados, apenas o NAT foi detectado nas amostras

analisadas, no entanto, em menores concentrações que os detectados nesta

campanha (2,1 mg.L-1 1,8).

Os compostos de fósforo podem estar nas águas sob as formas de ortofosfatos

(PO4), polifosfatos e fósforo orgânico, sendo que o fósforo total é o somatório da

fração inorgânica (PO4) e orgânica. O PO4 é a forma predominante e têm como

origem os fertilizantes fosfatados utilizados na agricultura, o esgoto doméstico, a

decomposição da matéria orgânica e o intemperismo das rochas. Os polifosfatos são

                                                                                            I E A P M                                                    

 38

provenientes de despejos de esgotos domésticos e de alguns despejos industriais que

utilizam detergentes sintéticos à base de polifosfatos.

As concentrações de PT nesta campanha foram as menores registradas até o

momento, com valores inferiores aos previstos na RC, inclusive no PC. No

monitoramento prévio da empresa MRS, as concentrações de PT ficaram abaixo do

limite de detecção do método.

Já os polifosfatos apresentaram as concentrações mais elevadas dentre as

campanhas já efetuadas, tanto nas áreas adjacentes ao empreendimento como

também no PC, apresentando valores uniformes entre os pontos amostrais. Estas

concentrações foram muito mais elevadas que o limite de 0,0465 mg.L-1

determinados na RC. Os polifosfatos são moléculas complexas formadas por dois ou

mais átomos de fósforo e, como visto anteriormente, estão presentes em efluentes

que contem principalmente detergentes sintéticos.

O sulfeto que nas campanhas anteriores havia sido detectado apenas no PC

da 2ª campanha, nesta amostragem esteve presente em todos os pontos adjacentes

ao empreendimento, em concentrações iguais ou superiores a 0,002 mg.L-1, previsto

na RC. No PC, contrariamente a 2ª campanha, a concentração média de sulfeto

esteve abaixo do limite de detecção do método analítico nesta campanha. O sulfeto

pode estar presente nas águas naturais como conseqüência da contaminação por

resíduos industriais ou esgoto sanitário (BIOSYSTEMS, 1995).

As concentrações médias de cianetos livres ficaram abaixo do limite de

detecção do método em todos os pontos amostrais, exceto para o ponto P1 que

apresentou concentração média acima do limite estabelecido pela RC. A média da

concentração para esta campanha foi similar as anteriores.

O fluoreto foi detectado apenas em alguns momentos e em baixas

concentrações em todos os pontos amostrais. Nesta campanha foram observadas as

menores concentrações de fluoreto entre as realizadas.

Os compostos voláteis benzeno, etilbenzeno e tolueno (BTE), constituintes do

petróleo; as bifenilas policloradas (PCBs), compostos organoclorados extremamente

tóxicos empregados em diversos setores industriais; e o pesticida toxafeno, um

inseticida composto por mais de 670 compostos químicos, não foram detectados

nesta campanha, assim como nas campanhas anteriores.

                                                                                            I E A P M                                                    

 39

Os metais pesados estão entre os elementos mais abundantes na crosta

terrestre, sendo introduzidos naturalmente aos sistemas aquáticos em decorrência do

intemperismo geológico. Além das fontes naturais, o que se torna preocupante do

ponto de vista ambiental é a introdução de metais pesados resultantes de atividades

antropogênicas que podem entrar no ambiente aquático por via fluvial ou atmosférica.

Os metais pesados estão entre as maiores classes de poluentes do ambiente

aquático, devido ao grande risco ecotoxicológico aos organismos marinhos e ao

homem. A toxicidade desses elementos para a biota aquática é bastante variável e

depende de sua necessidade em processos metabólicos, sua disponibilidade para

incorporação biológica, sua concentração e forma química no meio (REZENDE,

1988).

A Baía de Sepetiba é reconhecidamente um dos locais na costa brasileira mais

contaminado por metais pesados. A introdução de metais pesados neste local está

associada principalmente às indústrias de produtos químicos, metalurgia, plástico e

borracha, processamento de alimentos, e portos e navegação (BARCELLOS e

LACERDA, 1994 apud LACERDA et al., 2001). Sua entrada na baía ocorre

principalmente vai fluvial, principalmente os Rios Guandu, Guarda e Canal do São

Francisco.

Os metais Al, Fe, Mn e Zn apresentaram diferenças significativas entre as

médias dos pontos amostrais. As maiores diferenças foram registras principalmente

entre os pontos P1 e P4. O ponto P4, localizado próximo a foz dos principais rios da

região, apresentou, de forma geral, as maiores concentrações de metais.

As concentrações de alumínio dissolvido foram as maiores registradas até o

momento, no entanto, em concentrações inferiores aos limites estabelecidos pela RC

(1,5 mg.L-1), exceto para o ponto P4 que apresentou concentração média de 1,22

mg.L-1 ± 0,95, ultrapassando em alguns momentos os valores indicados acima.

Observa-se um aumento gradativo ao longo das campanhas.

Para o arsênio também foi observado um aumento nas concentrações ao longo

das campanhas, sendo que nesta apresentou concentrações quase duas vezes

maiores que na campanha anterior. Todos os pontos amostrais apresentaram

concentrações de As superiores ao valor de 0,069 mg.L-1 estabelecidos pela RC. O

ponto P4 apresentou concentração média inferior a esta, no entanto, apresentou

                                                                                            I E A P M                                                    

 40

elevado desvio padrão, podendo ultrapassar este valor. O PC apresentou

concentração média e desvio padrão semelhante ao ponto P4. No entanto, a RC,

classe 1 de água salina é ainda mais restritiva, estabelecendo o valor de máximo de

0,01 mg.L-1 e desta forma, sua concentrações estão muito acima deste limite. Este

elemento deve receber uma atenção especial, pois em doses extremamente baixas

pode ser altamente tóxico para os seres humanos. O arsênio é utilizado em indústrias

como conservante de couro e madeira, semicondutor de circuitos, aditivos em ligas

metálicas de chumbo e latão, pesticida, entre outros, estando presentes na bacia de

drenagem da Baía de Sepetiba.

O bário foi detectado em baixa concentração nos pontos P3, P4 e também no

PC. Nos pontos P1 e P2 este metal não foi detectado pelo método analítico.

O cádmio (Cd), apesar de ser indicado pela literatura como um dos principais

contaminantes da Baía de Sepetiba (LACERDA et al., 1994), apresentou baixas

concentrações em todos os pontos amostrais, inclusive no PC, apresentando níveis

inferiores aos da classe 2 (salina) e 1 (salobra) da RC. Sua concentração tem se

mantido constante ao longo das campanhas de monitoramento. Ferreira e Horta

(2010) registram concentrações de Cd de 0,002 mg.L-1 0,003, similares a estes.

O chumbo foi detectado em baixas concentrações, em níveis inferiores aos

fornecidos pela RC. O PC apresento concentrações inferiores a classe 2 de águas

salinas, no entanto, superiores a classe 1 de água salina. A concentração média

obtida nesta campanha foi semelhante a da segunda e terceira campanha. A primeira

campanha apresentou concentrações mais elevadas, uma ordem de grandeza maior

que nas demais. O Pb no ambiente aquático é associado às descargas de efluentes

industriais de baterias, metalurgia, tintas e tubulações (CETESB, 2006), entre outras.

As concentrações de cobre dissolvido nesta campanha estiveram abaixo do

limite de 7,8 µg.L-1 da RC. No PC foi detectada uma concentração média de 3,7 µg.L-1

± 3,3, ultrapassando em alguns momento o valor de 5 µg.L-1 da RC. A concentração

média de Cu foi a menor entre todas a campanhas já efetuadas. Paraquetti et al

(2007) encontrou valores similares a estas (2,0 a 2,3 g.L-1) na entrada da Baía de

Sepetiba. O cobre, que em pequena quantidade é necessário aos seres vivos, pode

ser altamente tóxico em maiores concentrações, merecendo atenção especial.

                                                                                            I E A P M                                                    

 41

O cromo (Cr) também apresentou baixas concentrações nas áreas adjacentes

ao empreendimento e também no PC. Na campanha anteriores este elemento não foi

detectado e nas demais, apresentaram valores semelhantes a estes. Ferreira e Horta

(2010) registraram concentração média de 0,030 mg.L-1 0,023, ligeiramente

superiores a estas. Moreira (2009) registrou concentrações de Cr menores, entre

níveis não detectados a 0,0014 mg.L-1.

Foi observado um grande aumento nas concentrações de ferro dissolvido nesta

campanha com relação as demais. Com exceção do ponto P1, os demais pontos

amostrais, incluindo o PC apresentaram concentrações superiores ao valor de 0,3

mg.L-1 determinado pela RC. As maiores concentrações foram registradas nos pontos

P3 e P4. O Fe é um micronutriente essencial para todos os seres vivos, no entanto,

em concentrações elevadas, pode ser prejudicial.

O manganês foi detectado em baixas concentrações em toda a área de estudo,

apresentando concentração média semelhante a outras campanhas. Os limites

superiores registrados por Moreira (2009) foram muito superiores a estas (0,003 a

0,673 mg.L-1).

O níquel que ainda não havia sido detectado neste monitoramente, nesta

campanha foi registrado em alguns momentos, em baixas concentrações. No entanto,

o PC apresentou concentrações mais elevadas, em valores superiores aos

estabelecidos pela RC.

Nesta campanha foram detectadas baixas concentrações de selênio, estando

entre as menores concentrações registradas neste monitoramento. O PC apresentou

concentração similar aos pontos adjacentes ao empreendimento, no entanto,

apresentou concentrações superiores aos estabelecidos pela RC para a classe 1.

O urânio, quando detectado, apresentou concentrações inferiores aos

determinados na resolução. A concentração média de U dos pontos adjacentes ao

empreendimento foram semelhantes a campanha anterior. Na segunda campanha,

este elemento não foi detectado e na primeira campanha, foi detectado em

concentrações elevadas, com valores superiores aos estabelecidos pela RC. Em

função das altas concentrações registradas na primeira campanha e pela atividade

fim desse trabalho, relacionado com a construção e instalação de um estaleiro e base

                                                                                            I E A P M                                                    

 42

naval de submarinos convencionais e nucleares, este metal merece também uma

atenção especial.

Apesar do ligeiro aumento nas concentrações médias de Zn nas áreas

adjacentes ao empreendimento quando comparadas as campanhas anteriores, seus

valores permanecem abaixo do limite estabelecido pela RC, incluindo no PC. Ferreira

e Horta (2010) registraram concentrações de 0,292 mg.L-1 0,177, muito superiores

a estes, definindo, assim como outros autores que o zinco está entre os maiores

poluentes da Baía de Sepetiba.

5 – CONSIDERAÇÕES GERAIS

As condições e padrões de qualidade da água nesta campanha de

monitoramento foram semelhantes as demais campanhas já realizadas até o

momento. Assim como observado anteriormente, foram registradas altas

concentrações de carbono orgânico total e nitrogênio amoniacal total em

concentrações acima dos limites estabelecidos pela Resolução Conama nº 357/2005.

A origem dessa matéria orgânica pode estar associada ao aporte recente de esgoto

doméstico e/ou industrial, da produção e decomposição da matéria orgânica

autóctone e também das florestas de manguezais presentes na região costeira

dessas áreas que contribuem para o aporte de matéria orgânica para este sistema.

Os coliformes termotolerantes que são utilizados como indicadores da poluição

por esgoto doméstico no ambiente aquático, apresentaram baixas concentrações

durante os meses de coleta. Os nutrientes nitrato e nitrito também foram detectados

em baixas concentrações. Níveis ótimos de oxigênio dissolvido têm sido observados

ao longo do tempo. Todos estes fatores associados indicam que o sistema possui

uma boa oxigenação das águas e baixa contaminação fecal no momento da coleta,

apesar da alta carga orgânica.

O cianeto livre, polifosfatos e sulfetos presentes no ambiente aquático são

associados ao descarte de efluentes industriais, principalmente, foram detectados em

concentrações elevadas em alguns pontos amostrais. Estes compostos são utilizados

em indústrias galvânicas, químicas entre outras que podem estar lançando seus

                                                                                            I E A P M                                                    

 43

efluentes nos rios que desembocam na Baía de Sepetiba aumentando seus níveis,

não apresentando, desta forma, relação direta com o empreendimento em questão.

Os poluentes orgânicos bifenilas policloradas (PCBs), benzeno, tolueno e

etilbenzeno (BTE) e toxafeno não foram detectados até o momento na água. As

concentrações de fluoreto têm se mantido dentro dos mesmos níveis em todas as

campanhas, dentro dos limites estabelecidos pela RC.

Os metais pesados arsênio e ferro dissolvido novamente apresentaram

concentrações superiores aos limites estabelecidos pela RC. O ferro, um elemento

essencial à vida, em alta concentração pode trazer prejuízo aos seres vivos. O

arsênio é um perigoso contaminante antropogênico que em baixas concentrações

pode ser letal aos organismos.

Os níveis de metais pesados têm apresentado concentrações variadas ao

longo do tempo, sendo que entre as campanhas de monitoramento houve a

predominância de metais distintos. Na primeira campanha os elementos cobre

dissolvido, chumbo e urânio foram detectados em concentrações elevadas; na

segunda somente o cobre dissolvido; na terceira os metais arsênio, cobre dissolvido,

ferro dissolvido e selênio.

O cobre dissolvido que vem apresentando concentrações elevadas desde o

início do monitoramento, apresentou menores concentrações nesta campanha, em

níveis inferiores aos estabelecidos pela RC. Os demais metais analisados

apresentaram concentrações dentro dos limites estabelecidos na RC.

As maiores concentrações de metais vêm sendo, de forma geral, registrados

no P4, ponto de maior influência do aporte fluvial, principal via de acesso de metais

para a Baía de Sepetiba e também no ponto P3.

Os metais pesados são considerados os principais poluentes da Baía de

Sepetiba como um todo, sendo que sua presença não caracteriza uma contaminação

resultante diretamente da instalação do empreendimento. Portanto, uma atenção

especial deve ser dada para estes elementos com o intuito de melhor avaliar sua

contaminação no ambiente.

Assim como nas campanhas anteriores, foram observadas condições variadas

entre os parâmetros analisados e os pontos amostrais. De uma maneira geral, os

resultados encontrados mostram pequena variação entre os pontos localizados na

                                                                                            I E A P M                                                    

 44

área adjacente ao empreendimento e o ponto controle. Este fato pode indicar que os

impactos observados neste monitoramento podem ser reflexos da condição geral da

Baía de Sepetiba e não diretamente causados pela implantação do empreendimento.

Em toda a bacia de drenagem da Baía de Sepetiba estão instaladas indústrias de

vários segmentos e adensamentos populacionais que podem contribuir para a

introdução de uma série de poluentes, com conseqüências sobre a qualidade da água

deste ambiente.

De acordo com os índices obtidos pela Resolução CONAMA nº 357/200 a

qualidade da água na área de influência do empreendimento mostrou-se satisfatória.

6 - BIBLIOGRAFIA

AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION – APHA. Standard methods for the examination of water and wastewater. 21ª ed. Washington: APHA, 2005. 526 p. ARMID, O. Determination of uranium in pore water from coastal sediment by Standard addition ICP-MS analysis. Journal of radioanalytical and nuclear chemistry, v. 275 pp, 233-237. 2007. BAIRD, C. Química Ambiental. 2ª Ed. Porto Alegre: Bookman, 2002. BIOSYSTEMS. Técnicas físico-químicas para análise da água. Curitiba: Biosystems, 1995. CARVALHO, R.A ; OLIVEIRA, M.C.V. Princípios básicos de saneamento do meio. São Paulo.3 ºed.:editora SENAC.São Paulo, 2003. CETESB. Variáveis de qualidade das águas. Disponível em http://www.cetesb.sp. Acesso em: Fev. 2001 COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL. Guia de coleta e preservação de amostras de água. CETESB, São Paulo, SP, Brasil. 1987 CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (BRASIL). Resolução n° 274 de 29 de novembro de 2000. Define os critérios de balneabilidade em águas brasileiras. Disponível em: http://www.mma.gov.br. Acesso em: Fev. 2011. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (BRASIL). Resolução n° 357 de março de 2005. Disponível em: http://www.mma.gov.br. Acesso em: Fev. 2011.

                                                                                            I E A P M                                                    

 45

FAO. Manual of Methods in Aquatic Environmental Research. Part 1. Methods for Detection, Measurement and Monitoring of Water Pollution. Fao Fisheries Technical Paper Nº 137. 1975. FERREIRA, A. P.; HORTA, M. A. P. Trace element residues in water, sediments, and organs of Savacu (Nycticorax nycticorax) from Sepetiba Bay, Rio de Janeiro, Brazil. Ambi-Agua, v. 5, n. 1, p. 17-28, 2010. LACERDA, L.D.; GRAÇA, N.M. QUINTANILHA, M.C.P. Bibliografia sobre a contaminação por metais pesados em ambientes costeiros do Estado do Rio de Janeiro. Série Geoquímica Ambiental, 4. Editora de Universidade Federal Fluminense, Niterói, 57p. (1994) LACERDA, L.D. et al..River basin activities, impact, and management of anthropogenic trace metal and sediment fluxes to Sepetiba Bay, southeastern Brazil. In: BODUNGEN, B.; TURNER, R.K. Science and Integrated Coastal Management. Dahlem University Press. cap. 13, p.213-. 2001. MOREIRA, D.A.C. Concentração e transformações de elementos traço nas frações particulada, coloidal e verdadeiramente dissolvida de dois estuários do Rio de Janeiro, Brasil. 145 p. Tese (Doutorado em Geociências). Universidade Federal Fluminense,Niterói. 2009. PARAQUETTI, H. H. M. et al. Distribuição de metais dissolvidos (Cu, Cd, Pb e Hg) nas águas da Baía de Sepetiba, Rio de Janeiro – Brasil. XII Congresso Latino-Americano de Ciências do Mar - XII COLACMAR. Florianópolis, 15 a 19 de abril de 2007. REZENDE, C.E. et al., Lignin phenols used to infer organic matter sources to Sepetiba Bay e RJ, Brasil. Estuarine, Coastal and Shelf Science, v. 87, p.479-486, 2010. SILVA, C.A.R. Análises Físico-químicas de sistemas marginais marinhos. Ed. Interciência. 2004. STRICKLAND, J. D. H. & PARSONS, T. R. A Pratical Handbook of Seawater Analysis. 1st ed., J. Fish. Res. Bd. Can., Bull. nº 135, 1968. USEPA - United States Environmental Protection Agency. Test Methods for Evaluating Solid Waste, Physical/Chemical Methods. SW-846. Disponível em http://www.epa.gov.br. Acesso em: Fev. 2001

                                                                                            I E A P M                                                    

 46

7 – EQUIPE TÉCNICA

FUNÇÃO NOME FORMAÇÃO REGISTRO

PROFISSIONAL

COORDENAÇÃO

GERAL

Dr. Luiz Ricardo Gaelzer

Biólogo CRBio 07481/02

COORDENAÇÃO ADJUNTA

Dra. Eliane G. Rodriguez

Bióloga CRBio 01966/84

EQUIPE TÉCNICA

Dra. Fernanda F. Thomazelli

Oceanógrafa Id. 2.316.065-9

SSP/SC

MSc. William Romão Batista

Eng. Químico CRQ 03313857

MSc. Pedro P. O. Pinheiro

Técnico em Química

Matemático CRQ 03412864 RJ

MSc. Márcio M. Lobão

Eng. Químico CRQ 05301943

MSc. Sandro Vianna Paixão

MSc. Ciências Id. 476.230 / MB

MSc. Carlos German Massone

Oceanógrafo Id. 134586304

DIC/RJ

Dagles Vianna dos Reis

Técnica em Química CRQ 03414288

Marcos L. B. dos Santos

Técnico em Química

CRQ 03413804 RJ

Márcia S. NabetheTécnica em

Química CRQ 03416460 RJ

                                                                                                                       I E A P M  

 

 

 

 

 

V Relatório de Monitoramento da Qualidade da Água

SUBPROJETO II.4.3 – MONITORAMENTO

DA QUALIDADE DA ÁGUA

   

                                                                                                                       I E A P M                        

 

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SUMÁRIO

1 – APRESENTAÇÃO ................................................................................................... 1

2 – METODOLOGIA ...................................................................................................... 1

2.1 Amostragem ......................................................................................................... 1

2.2 Análises químicas ................................................................................................ 8

2.2.1 Benzeno, Etilbenzeno e Tolueno (BTE) ...................................................... 9

2.2.2 Bifenilas Policloradas (PCB´s) ..................................................................... 9

2.2.3 Carbono Orgânico Total (COT) ................................................................... 9

2.2.4 Cianeto Livre ............................................................................................. 10

2.2.5 Coliformes Termotolerantes ...................................................................... 10

2.2.6 Fluoreto Total ............................................................................................ 10

2.2.7 Metais pesados ......................................................................................... 10

2.2.8 Nutrientes .................................................................................................. 11

2.2.8.1 Nitrito (NO2) ........................................................................................... 11

2.2.8.2 Nitrato (NO3) .......................................................................................... 12

2.2.8.3 Nitrogênio amoniacal total (NAT) ........................................................... 12

2.2.8.4 Fósforo Total ......................................................................................... 13

2.2.9 Oxigênio Dissolvido (OD) ............................................................................. 14

2.2.10 pH .............................................................................................................. 14

2.211 Polifosfatos ................................................................................................. 14

2.2.12 Salinidade .................................................................................................. 15

2.2.13 Sólidos Dissolvidos Totais (SDT) ............................................................... 15

2.2.14 Sulfetos (H2S não dissociado) ................................................................... 15

                                                                                                                       I E A P M                        

 

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2.2.15 Toxafeno .................................................................................................... 15

2.2.16 Potencial de oxi-redução ........................................................................... 16

2.2.17 Turbidez ..................................................................................................... 16

2.3 Análises Estatísticas .......................................................................................... 16

3 - RESULTADOS ....................................................................................................... 17

4 – DISCUSSÃO ......................................................................................................... 27

5 – CONSIDERAÇÕES GERAIS ................................................................................ 60

6 - BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................... 63

7 – EQUIPE TÉCNICA ................................................................................................ 65

ANEXOS ..................................................................................................................... 66

                                                                                                                       I E A P M                        

 

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1 – APRESENTAÇÃO

O objetivo do presente relatório é apresentar os resultados das campanhas de

Monitoramento da Qualidade da Água (Subprojeto II.4.3), realizadas nos meses de

agosto e setembro de 2011, da região adjacente ao empreendimento do Estaleiro e

Base Naval para a construção de submarinos convencionais e de propulsão nuclear,

realizadas pelo Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM),

conforme estabelecido no Contrato nº EBN-149/2009 EGPN – 11/2011 – 0037/00

entre a Odebrecht e a Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON).

Este relatório apresenta, ainda, os resultados alcançados considerando todas

as campanhas realizadas de janeiro a setembro do corrente ano.

2 – METODOLOGIA

2.1 Amostragem

As coletas de amostras para a realização do Monitoramento da Qualidade da

Água foram realizadas de acordo com o Termo de Referência – Subprojeto II.4.3 –

Monitoramento da Qualidade da Água. Inicialmente, as campanhas para a coleta de

água foram realizadas bimestralmente, sendo efetuadas nos meses de janeiro, março

e maio do ano corrente. A partir do mês de junho, após ajustes no Termo de

Referência, as coletas de água foram realizadas bimensalmente a fim de obter os

parâmetros físico-químicos e biológicos para a avaliação dos padrões da qualidade da

água e, semanalmente, para a avaliação das condições da água.

As amostras coletadas nos meses de agosto e setembro para a elaboração do

quinto relatório de Monitoramento da Qualidade da Água foram realizadas conforme o

cronograma apresentando na Tabela 1. Semanalmente foram realizadas coletas para

determinação das condições da água e, bimensalmente (itálico e negrito) para a

avaliação dos padrões da água.

                                                                                                                       I E A P M                        

 

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Tabela 1 – Cronograma físico das campanhas para a coleta de água.

Datas das coletas 02 de agosto

09 e 10 de agosto 16 de agosto

23 e 24 de agosto 30 de agosto

06 de setembro 13 e 14 de setembro

20 de setembro 27 e 28 de setembro

As amostras foram coletadas em 5 pontos amostrais, sendo 4 pontos na área

adjacente ao empreendimento e outro ponto, na entrada da Baía de Sepetiba,

utilizado como ponto controle (Figura 1). As coordenadas geográficas dos pontos

amostrais foram obtidas por meio de um sistema GPS (Global Position System)

(Tabela 2). Uma breve descrição dos pontos amostrais é apresentada abaixo.

Ponto Controle (PC): este ponto está localizado na entrada da Baía de

Sepetiba, próximo à Ilha do Vigia. Por estar distante do empreendimento, não sofre

influência do mesmo. Neste ponto pode-se obter informações sobre a qualidade da

água de entrada e saída da baía.

Ponto 1 (P1): localizado no canal existente entre a Ilha da Madeira e Ilha de

Itacuruça.

Ponto 2 (P2): localizado na região central do Saco da Coroa Grande.

Ponto 3 (P3): localizado no Saco da Coroa Grande, na zona de mistura do

efluente da Unidade de Tratamento de Esgoto do Canteiro Norte.

Ponto 4 (P4): localizado próximo à Ilha da Madeira, na zona de mistura do

efluente da Unidade de Tratamento de Esgoto do Canteiro Sul. Este é o ponto mais

próximo ao empreendimento, o qual corresponderá ao ponto da bacia de evolução

durante as operações do empreendimento. A Ilha da Madeira corresponde à área

diretamente afetada pelo empreendimento, onde ocorrerão o aterro hidráulico e as

áreas a serem dragadas (Figura 2). A área está localizada nas adjacências do Porto

de Itaguaí.

Para a realização da coleta das amostras foi utilizada uma embarcação

adequada para o trabalho, fretada na Ilha de Madeira, em Itaguaí/RJ (Figura 3).

                                                                                                                       I E A P M                        

 

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Figura 1 – Estações de amostragem – Baía de Sepetiba

Figura 3 - Embarcação utilizada na coleta das amostras.

                                                                                                                       I E A P M                        

 

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Tabela 2 – Estações de coleta, coordenadas geográficas, profundidade obtida pela carta náutica, profundidade média real e profundidades de coleta.

Estações Latitude Longitude Prof. carta

náutica Prof. média

real Prof. de coleta

PC 23º01.066’S 043º57.527’O 9,0 9,6 S, M, F P1 22º55.446’S 043º51.732’O 5,0 4,6 S, F P2 22º54.599’S 043º51.541’O 2,5 2,3 S P3 22º54.828’S 043º50.803’O 1,5 1,6 S P4 22º55.693’S 043º50.897’O 3,5 11,9 S, M, F S – superfície; M – meio; F - fundo

As profundidades médias da região adjacente ao empreendimento são

apresentadas na tabela 2 e nas figuras 4 e 5. Tais profundidades foram extraídas da

carta náutica digital de número 1623 (Porto de Itaguaí), da Diretoria de Hidrografia e

Navegação (DNH), dados anteriores a dragagem. No momento da coleta também

foram realizadas as medições das profundidades com o intuito de verificar a

profundidade real dos pontos amostrais no momento da coleta.

Dependendo da profundidade de cada ponto amostral, foram coletadas

amostras em profundidades distintas (superfície, meio e/ou fundo) conforme a tabela

2. Em locais com profundidade entre 0 e 3 metros foi coletada amostra em uma única

profundidade (subsuperfície); entre 3 e 5 metros de profundidade, foram coletas 2

amostras (superfície e fundo); e em profundidades superiores a 5 metros, 3 amostras

(superfície, meio e fundo).

Em função da atividade de dragagem que está sendo realizada na região do

ponto P4, tem sido observado um aumento gradativo da profundidade ao longo do

tempo, que no início das atividades apresentava 4 metros de profundidade para

aproximadamente 12 metros atualmente.

                                                                                                                       I E A P M                        

 

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Figura 4 – Batimetria (m) da área de influência do empreendimento (PAIXÃO, dados não publicados), de acordo com a carta náutica nº 1623 – DHN.

Figura 5 – Batimetria (m) 3D da área de influência do empreendimento (PAIXÃO, dados não publicados), de acordo com a carta náutica nº 1623 – DHN.

As amostras de água foram coletas com garrafas oceanográficas do tipo

Nansen ou Van Dorn, de acordo com o parâmetro físico-químico a ser analisado. Em

                                                                                                                       I E A P M                        

 

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cada lançamento, foram retiradas várias subamostras de água que foram

armazenadas em frascos apropriados para a determinação dos vários parâmetros

físico-químicos. Na tabela 3 são apresentados os parâmetros físico-químicos

determinados e a forma de preservação das amostras até o momento da análise.

Inicialmente, foi lançada a garrafa de Nansen com o termômetro de inversão

acoplado (Figura 6) para a obtenção da temperatura da água e para a coleta de

subamostras de água para a determinação de oxigênio dissolvido, pH, turbidez,

salinidade, potencial de oxi-redução (Eh) e para a determinação dos parâmetros

orgânicos: carbono orgânico total (COT), bifenilas policloradas (PCB´s), toxafeno e

benzeno, etilbenzeno e tolueno (BTE).

A primeira subamostra retirada foi para a determinação do oxigênio dissolvido

(OD), coletada em frasco de vidro com tampa esmerilhada, até seu transbordamento,

tendo-se o cuidado para não haver formação de bolhas durante o recolhimento da

mesma. Para a fixação e precipitação do OD, foi adicionado a cada frasco 0,5 mL de

iodeto alcalino e 0,5 mL de sulfato manganoso e, em seguida, os frascos foram

armazenados no escuro até sua titulação em laboratório. Na sequência, foram

coletadas subamostras para os demais parâmetros citados acima. As formas de

preservação dos demais parâmetros são apresentadas na tabela 3.

Tabela 3 – Parâmetros físico-químicos e formas de preservação das amostras.

Parâmetros Preservação Benzeno, Etilbenzeno, Tolueno (BTE) HCl, refrigeração (< 4º C)

Bifenilas Policloradas (PCBs) refrigeração (< 4º C)

Carbono Orgânico H2SO4, refrigeração(< 4º C)

Cianeto Livre refrigeração (< 4º C)

Coliformes Termotolerantes tiosulfato de sódio

Fluoreto Total refrigeração (< 4º C)

Metais pesados: Alumínio dissolvido, Arsênio, Bário, Cádmio, Cobre dissolvido, Chumbo, Cromo, Ferro dissolvido, Manganês, Níquel, Selênio, Urânio, Zinco

HNO3, refrigeração (< 4º C)

Nutrientes (nitrito, nitrato, nitrogênio amoniacal total e fósforo total)

H2SO4, refrigeração (< 4º C)

Oxigênio Dissolvido Iodeto alcalino e sulfato

manganoso/escuro

pH refrigeração (< 4º C)

Polifosfatos refrigeração (< 4º C)

Potencial redox refrigeração (< 4º C)

Salinidade --------

Sólidos Dissolvidos Totais refrigeração (< 4º C)

                                                                                                                       I E A P M                        

 

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Parâmetros Preservação Sulfetos refrigeração (< 4º C)

Temperatura --------

Toxafeno refrigeração (< 4º C)

Turbidez refrigeração (< 4º C)

Figura 6 – Garrafa de Nansen - Termômetro de inversão acoplado.

A garrafa oceanográfica de Van Dorn (Figura 7) foi utilizada para a coleta de

água para a determinação dos metais pesados, fluoretos, sólidos dissolvidos totais

(SDT), cianeto livre, sulfetos, coliformes termotolerantes, nutrientes (nitrato, nitrito,

nitrogênio amoniacal total e fósforo total) e polifosfatos.

                                                                                                                       I E A P M                        

 

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Figura 7 – Garrafa de Van Dorn.

2.2 Análises químicas

A metodologia analítica de cada parâmetro é apresentada na tabela 4 e um

resumo de cada método é descito abaixo.

Tabela 4 – Parâmetros físico-químicos e metodologia analítica empregada.

Parâmetros Metodologia analítica Benzeno, Etilbenzeno, Tolueno (BTE) US EPA 8260B

Bifenilas Policloradas (PCBs) US EPA 8270D

Carbono Orgânico SM 5310

Cianeto Livre SM 4500 CN

Coliformes Termotolerantes SM 9221E

Fluoreto Total SM 4500-F-

Metais pesados: Alumínio dissolvido, Arsênio, Bário, Cádmio, Cobre dissolvido, Chumbo, Cromo, Ferro dissolvido, Manganês, Níquel, Selênio, Urânio, Zinco

US EPA 6010, US EPA 7000

Nutrientes (nitrito, nitrato, nitrogênio amoniacal total, fósforo total)

Strickland e Parsons, 1972.

Oxigênio Dissolvido SM 4500-OB (Winkler)

pH pHmetro - Innolab

                                                                                                                       I E A P M                        

 

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Parâmetros Metodologia analítica Polifosfatos SM 4500-P

Potencial de oxi-redução (Eh) pHmetro - Hanna

Salinidade Salinômetro Autosal - Guildline

Sólidos Dissolvidos Totais SM 2540C

Sulfetos SM 4500-S2

Toxafeno US EPA 8270D

Turbidez Turbidímetro - TB 1000

2.2.1 Benzeno, Etilbenzeno e Tolueno (BTE)

Os vials contendo as subamostras para a determinação de BTE são

introduzidas em um amostrador do tipo purge-and-trap (Headspace) onde ocorre a

extração e posterior migração dos compostos volatilizados para o GC-MS, equipado

com coluna capiltar, sob temperatura controlada e programada para que ocorra a

separação dos analitos que são detectados pelo detector de massas.

2.2.2 Bifenilas Policloradas (PCB´s)

Extração líquido-líquido dos compostos orgânicos das amostras com solventes

orgânicos e determinação e análise dos compostos por cromatografia à gás acoplado

a espectrômetro de massas (GC-MS). Os compostos semivoláteis são introduzidos

por injeção em um GC-MS equipado com coluna capiltar, sob temperatura controlada

e programada para que ocorra a separação dos analitos que são detectados pelo

detector de massas.

2.2.3 Carbono Orgânico Total (COT)

Adição de ácido sulfúrico na amostra para descarbonatação da mesma.

Posteriormente, a amostra é digerida com persulfato de sódio a aproximadamente

                                                                                                                       I E A P M                        

 

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260ºC, e o dióxido de carbono desprendido proveniente da matéria orgânica é

absorvido em solução alcalina, que é então titulada com ácido clorídrico.

2.2.4 Cianeto Livre

Compostos determinados como íon cianeto CN- por meio de método

colorimétrico ou titulométrico, dependendo de sua concentração.

2.2.5 Coliformes Termotolerantes

O método de tubos múltiplos consiste em inocular a 35°C a amostra em uma

série de 5 tubos de meio de cultura (caldo LS) para cada diluição. A confirmação é

feita ressemeando em caldo verde brilhante e caldo EC a 35°C e 45°C

respectivamente. Por fim, é feita a leitura da configuração de tubos positivos em uma

tabela de NMP descrita no SM.

2.2.6 Fluoreto Total

A amostra é tamponada e a concentração de fluoretos é determinada por

método potenciométrico através do uso de um eletrodo íon-seletivo.

2.2.7 Metais pesados

As amostras são digeridas por soluções ácidas e introduzidas no equipamento

ICP-AES que mede o espectro de emissão dos metais constituintes, emitidos quando

da passagem de amostras por uma tocha de plasma de argônio.

                                                                                                                       I E A P M                        

 

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Para a determinação dos metais pesados totais utiliza-se a amostra integral. Já

para os metais dissolvidos (Al, Cu e Fe), antes da acidificação é realizada filtração da

água por filtro de vibra de vidro 0,45 m e a determinação dos metais é realizada na

água filtrada.

2.2.8 Nutrientes

As subamostras da água do mar foram divididas em várias aliquotas para a

determinação de cada nutriente.

2.2.8.1 Nitrito (NO2)

A concentração de nitrito é determinada através da formação de um corante

azo, de cor púrpura-avermelhado, por diazotação da sulfanilamida pelo nitrito

presente na amostra em meio ácido e posterior reação com N-naftiletilenodiamina. A

leitura da extinção da luz é realizada em espectrôfotômetro de UV/Vis, no

comprimento de onda de 543 nm (Figura 8).

Figura 8 - Espectrôfotômetro de UV/Vis. Determinação dos nutrientes (NO2, NO3, NAT e PT).

                                                                                                                       I E A P M                        

 

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2.2.8.2 Nitrato (NO3)

O método para determinação de nitrato tem como base a redução do nitrato

em nitrito, em coluna de cádmio (Figura 9). Após sua redução a nitrito, a análise é

efetuada como descrito acima para este íon.

Figura 9 – Análise de nitrato - Redução em coluna de cádmio.

2.2.8.3 Nitrogênio amoniacal total (NAT)

O nitrogênio amoniacal total é o somatório da fração inorgânica (amônia) e

orgânica do nitrogênio, sendo determinado pela digestão à quente da amostra de

água com uma mistura digestiva e conversão do nitrogênio para a sua forma

inorgânica (Figura 10). A amônia reage com hipoclorito em solução ligeiramente

alcalina formando monocloramina, que em presença de fenol e em excesso de

hipoclorito forma o azul de indofenol. A reação é catalizada por nitroprussiato de

sódio. A leitura é feita em espectofotômetro de UV/Vis a 630 nm.

                                                                                                                       I E A P M                        

 

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Figura 10 – Análise de nitrogênio amoniacal total.

2.2.8.4 Fósforo Total

O fósforo total é o somatório da fração inorgânica (ortofosfato) e orgânica,

sendo determinado pela digestão à quente com persulfato de potássio e conversão de

todo o fósforo para a sua forma inorgânica (Figura 11). Os ortofosfatos presentes na

amostra reagem com o molibdato de amônio em presença de tartarato de antimônio e

potássio, formando um complexo antimônico-fosfomolíbdico. Este complexo é

reduzido pelo ácido ascórbico a um outro complexo intensamente azulado. A leitura é

feita em espectrofotômetro no comprimento de onda 885 nm.

Figura 11 – Análise de NAT e PT.

                                                                                                                       I E A P M                        

 

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2.2.9 Oxigênio Dissolvido (OD)

Adição de ácido sulfúrico concentrado na amostra fixada para dissolver o

precipitado. Posterior titulação com tiosulfato de sódio, adição de solução de amido e

prosseguimento da titulação até completo desaparecimento da cor azul. A

determinação de OD foi realizada em laboratório montado em terra logo após a coleta

das amostras (Figura 12).

2.2.10 pH

Os valores de pH foram determinados por meio de um pHmetro, marca Innolab.

Figura 12 – Titulação de oxigênio dissolvido (Método de Winkler).

2.211 Polifosfatos

Os polifosfatos são determinados pela diferença entre o fósforo ácido

hidrolisável e o fósforo reativo total (fósforo total). Para a determinação do fósforo

                                                                                                                       I E A P M                        

 

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ácido hidrolisável, antes da etapa de colorimetria (vide ortofosfato) é feita uma

hidrólise ácida da amostra.

2.2.12 Salinidade

A salinidade da água foi obtido por meio de um salinômetro autosal, marca

Guildeline.

2.2.13 Sólidos Dissolvidos Totais (SDT)

A amostra é filtrada através de um filtro de fibra de vidro e o filtrado é

evaporado em cápsula pesada previamente e seco até peso constante à temperatura

de 103-105ºC. O aumento de peso da cápsula representa os sólidos dissolvidos.

2.2.14 Sulfetos (H2S não dissociado)

A amostra é aquecida para liberação do sulfeto livre, que é recolhido em

solução de hidróxido de sódio. A quantificação é realizada por meio do método

colorimétrico do azul de metileno em águas com baixas concentrações de sulfeto.

2.2.15 Toxafeno

Extração líquido-líquido por solvente e posterior análise por CG-MS. Os

compostos semivoláteis são introduzidos por injeção em um GC-MS equipado com

coluna capiltar sob temperatura controlada e programada para que ocorra a

separação dos analitos que são detectados pelo detector de massas.

                                                                                                                       I E A P M                        

 

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2.2.16 Potencial de oxi-redução

O potencial de oxi-redução (Eh) foi determinado por meio de um pHmetro

Hanna, modelo HI 98185.

2.2.17 Turbidez

Os valores de turbidez foram determinados por meio de um turbidímetro,

modelo TB 1000 (Figura 13).

Figura 13 – Leitura de turbidez das amostras.

2.3 Análises Estatísticas

Testes estatísticos foram realizados por meio dos programas Excel e InStat com o

objetivo de obter a média e desvio padrão das amostras e verificar a diferença entre

as médias dos pontos amostrais, sendo realizada a Análise de Variância por meio de

testes não-paramétricos, seguido de pós-teste de Dunn.

                                                                                                                       I E A P M                        

 

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3 - RESULTADOS

Os resultados dos parâmetros físico-químicos que refletem as condições e

padrões da qualidade água do quinto relatório são apresentados nas tabelas 5 e 6,

respectivamente. As concentrações de metais pesados são apresentadas

separadamente na tabela 7. Os resultados obtidos expressam as condições e

padrões da qualidade da água no momento da coleta.

Em função da baixa profundidade local na maioria dos pontos amostrais e a

pequena variabilidade dos resultados em relação à profundidade para a quase

totalidade parâmetros (demonstrada pelo baixo desvio padrão das amostras), serão

apresentadas apenas as concentrações médias dos parâmetros considerando as

profundidades de coleta e as campanhas realizadas no período deste relatório

(agosto e setembro).

Não foram observados na superfície da água materiais flutuantes, óleos e

graxas, substâncias que produzem odor e turbidez, corantes de fontes antrópicas bem

como resíduos sólidos objetáveis.

Os valores médios de temperatura oscilaram entre 22,3 ºC ± 0,4 no ponto P4 e

23,0 ºC ± 0,8 no ponto P3 (Figura 14). No ponto PC a temperatura foi ligeiramente

inferior, com temperatura média igual a 21,9 ºC ± 0,4. A diferença entre as médias de

temperatura dos pontos amostrais foi considera muito significativa (P < 0,001) entre

os pontos PC e P3, muito significativo (P < 0,01) entre os pontos PC e P4 e,

significativo (P < 0,05) entre o ponto PC e os pontos P1 e P2.

A salinidade apresentou uma variação entre os pontos de coleta, com

concentrações médias entre 31,2 ± 1,0 no ponto P3 e 32,5 ± 0,6 no P4 (Figura 14).

No ponto controle (PC), a salinidade foi ligeiramente mais elevada, apresentando

concentração média igual a 32,9 ± 0,4. A diferença entre as médias de salinidade dos

pontos amostrais foi considera extremante significativa (P < 0,001) entre os pontos PC

e P3 e muito significativo (P < 0,01) entre os pontos PC e P2.

As concentrações médias de oxigênio dissolvido (OD) oscilaram entre 7,6

mg.L-1 ± 1,0 no P4 e 7,9 mg.L-1 ± 0,7 no P1 (Figura 14). No PC, as concentrações

                                                                                                                       I E A P M                        

 

18

foram similares, apresentando um valor média igual a 7,7 mg.L-1 ± 0,4. A diferença

entre as médias de OD dos pontos amostrais não foi considerada significativa (P >

0,05).

O valor médio de pH foi igual a 8,1 ± 0,6 em todos os pontos amostrais,

incluindo o PC (Figura 14). Não foi observada diferença significativa entre as médias

de pH dos pontos amostrais (P > 0,05).

Os pontos P2 e P3 apresentaram um menor potencial de oxi-redução (Eh), com

valores médios de 173 mV ± 36 e 179 mV ± 40, respectivamente (Figura 14). Os

pontos P1 e P4 apresentaram valores médios de Eh iguais a 214 mV ± 40 e 248 mV ±

142. O ponto PC apresentou um valor de Eh mais elevado (269 mV ± 133). A

diferença entre as médias de Eh dos pontos amostrais não foi considerada

significativa (P > 0,05).

A concentração de sólidos dissolvidos totais (SDT) foram semelhantes em

todos os pontos amostrais e em profundidade, apresentando valores médios entre

36.056 e 39.663 mg.L-1 (Figura 14). O PC apresentou concentrações semelhantes,

com valor médio igual a 38.025 mg.L-1 ± 5.923. A diferença entre as médias de SDT

dos pontos amostrais não foi considerada significativa (P > 0,05).

A turbidez apresentou grande variação na área de estudo. O ponto P1

apresentou uma menor turbidez (7,9 UNT ± 3,7), enquanto que no P4 foi registrada

uma turbidez elevada, apresentando um valor médio igual a 50,5 UNT ± 144,0 (Figura

14). A diferença entre as médias de turbidez foi extremamente significativa entre o

ponto P1 e os pontos P3 e P4 (P < 0,001).

Tabela 5 - Condições da qualidade da água na área de influência do empreendimento e no ponto controle (PC). Parâmetros Unid. P1 P2 P3 P4 PC Coliformes termotol.

NMP 71 ± 68 26 ± 47 64 ± 94 3.216 ± 7.454 813 ± 1.687

COT mg.L-1 3,9 ± 4,3 5,7 ± 3,8 5,8 ± 4,8 4,9 ± 3,0 5,4 ± 3,6

Eh mV 214 ± 40 173 ± 36 179 ± 40 248 ± 142 269 ± 133

OD mg.L-1 7,9 ± 0,7 7,5 ± 0,6 7,8 ± 0,6 7,6 ± 1,0 7,7 ± 0,4

Salinidade --- 32,5 ± 0,5 31,9 ± 0,7 31,2 ± 1,0 32,5 ± 0,6 32,9 ± 0,4

SDT mg.L-1 37.676 ± 7.897 34.869 ± 8.462 36.056 ± 6.248 39.663 ± 7.738 38.025 ± 5.923

Temp. º C 22,4 ± 0,5 22,6 ± 0,7 23,0 ± 0,8 22,3 ± 0,4 21,9 ± 0,4

Turbidez UNT 7,9 ± 3,7 12,0 ± 5,7 23,4 ± 22,7 50,5 ± 144,0 13,8 ± 17,1

                                                                                                                       I E A P M                        

 

19

Figura 14 – Concentração média e desvio padrão da temperatura, oxigênio dissolvido, salinidade, pH, potencial de oxiredução (Eh), sólidos dissolvidos totais (SDT) e turbidez na área adjacente ao empreendimento e no ponto controle (PC).

As concentrações de carbono orgânico total (COT) foram menores nesse

período de coleta, apresentando valores entre 3,9 mg.L-1 ± 4,3, no ponto P1 e 5,8

mg.L-1 ± 4,8, no ponto P3 (Figura 15). No PC, as concentrações foram semelhantes,

apresentando uma média igual a 5,4 mg.L-1 ± 3,6. Em alguns momentos foram

                                                                                                                       I E A P M                        

 

20

observadas concentrações de 10 a 11 mg.L-1, inclusive no PC. Não foi observada

diferença significativa entre as médias de COT dos pontos amostrais (P > 0,05).

Os resultados de coliformes termotolerantes variaram significativamente nesse

período, com momentos apresentando altas concentrações de coliformes e outros

momentos apresentando concentrações em níveis não detectáveis. Devido a uma

elevação de seus valores na campanha realizada nos dias 13 e 14 de setembro, o

ponto P4 apresentou uma concentração média de coliformes termotolerantes igual a

3.215 NMP/100 mL ± 7.454 (Figura 15). O mesmo foi observado no PC, resultando

em uma concentração média igual a 813 NMP/100 mL ± 1.687. Os demais pontos

amostrais apresentaram baixas concentrações de coliformes, entre 26 NMP/100 mL ±

47 e 71 NMP/100 mL ± 68. Apesar dos resultados apresentados, o teste estatístico

indica que a diferença entre as médias de coliformes dos pontos amostrais não foi

considerada significativa (P > 0,05).

Figura 15 – Concentração média e desvio padrão de carbono orgânico total e coliformes termotolerantes na área adjacente ao empreendimento e no ponto controle (PC).

As concentrações médias de nitrato (NO3) variaram entre 0,013 mg.L-1 ± 0,010

no ponto P1 e 0,024 mg.L-1 ± 0,020 no ponto P3. No ponto PC, a concentração média

de NO3 foi semelhante, igual a 0,020 mg.L-1 ± 0,022 (Figura 16). A diferença entre as

médias de NO3 dos pontos amostrais não foi considerada significativa (P > 0,05).

As concentrações de nitrito (NO2) foram baixas, com valores médios entre

0,002 mg.L-1 ± 0,001, no ponto P2 e 0,006 mg.L-1 ± 0,010, no ponto P1 (Figura 16). A

concentração média no PC foi igual a 0,004 mg.L-1 ± 0,003. A diferença entre as

médias de NO2 dos pontos amostrais não foi considerada significativa (P > 0,05).

                                                                                                                       I E A P M                        

 

21

As concentrações de nitrogênio amoniacal total (NAT) permanecem altas neste

período, apresentando concentrações semelhantes entre os pontos amostrais e ao

longo da profundidade, com valores entre 19,1 mg.L-1 ± 2,1 no ponto P2 e 21,2 mg.L-1

± 2,5 no P3 (Figura 16). No PC foram observadas concentrações semelhantes,

apresentando uma concentração média de 20,8 mg.L-1 ±2,8. Não foi observada

diferença significativa entre as médias de NAT dos pontos amostrais (P > 0,05).

Tabela 6 - Padrões da água na área de influência do empreendimento e no ponto controle (PC). Parâmetros Unid. P1 P2 P3 P4 PC

BTE mg.L-1 nd nd nd nd nd Cianeto mg.L-1 nd nd nd nd nd Fluoreto total mg.L-1 0,10 ± 0,26 nd 0,08 ± 0,15 0,05 ± 0,17 0,06 ± 0,20

NAT mg.L-1 N 19,4 ± 3,1 19,1 ± 2,1 21,2 ± 2,5 19,6 ± 1,3 20,0 ± 2,8

NO2 mg.L-1N 0,006 ± 0,010 0,002 ± 0,001 0,003 ± 0,001 0,004 ± 0,002 0,004 ± 0,003

NO3 mg.L-1N 0,013 ± 0,010 0,014 ± 0,014 0,024 ± 0,020 0,018 ± 0,016 0,020 ± 0,022

PCBs mg.L-1 nd nd nd nd nd

Polifosf. mg.L-1P 0,017 ± 0,022 0,014 ± 0,021 0,035 ± 0,044 0,033 ± 0,023 0,013 ± 0,015

PT mg.L-1P 0,019 ± 0,005 0,020 ± 0,004 0,022 ± 0,013 0,026 ± 0,008 0,018 ± 0,007

Sulfetos mg.L-1 < LD < LD < LD < LD 0,002 ± 0,006 Toxafeno mg.L-1 nd nd nd nd nd < LD – concentração inferior ao limite de detecção do método analítico

As concentrações de fósforo total (PT) foram homogêneas em todos os pontos,

apresentando concentrações médias entre 0,019 mg.L-1 ± e 0,005 e 0,026 mg.L-1 ±

0,008 (Figura 16). No PC a concentração foi semelhante, apresentando concentração

média igual a 0,018 mg.L-1 ± 0,007. A diferença entre as médias de PT dos pontos

amostrais não foi considerada significativa (P > 0,05).

Os pontos P1 e P2 apresentaram menores concentrações de polifosfatos,

apresentando concentrações médias de 0,017 mg.L-1 ± 0,22 e 0,014 mg.L-1 ± 0,021,

respectivamente. Os pontos P3 e P4 apresentaram em alguns momentos

concentrações mais elevadas, com valores médios de 0,035 mg.L-1 ± 0,44 e 0,033

mg.L-1 ± 0,023, respectivamente (Figura 16). As concentrações no PC foram

semelhantes as registradas nos pontos P1 e P2, apresentando uma concentração

média igual a 0,013 mg.L-1 ± 0,015. Não foi observada diferença significativa entre as

médias de polifosfatos dos pontos amostrais (P > 0,05).

                                                                                                                       I E A P M                        

 

22

Figura 16 – Concentração média e desvio padrão de nitrato (NO3), nitrito (NO2), nitrogênio amoniacal total (NAT), fósforo total (PT) e polifosfatos na área de influência do empreendimento e no do ponto controle (PC).

As concentrações médias de sulfetos (H2S) ficaram abaixo do limite de

detecção do método em todos os pontos. No PC, os H2S foram detectados apenas

nos dias 13 e 14 setembro, apresentando uma concentração média para este período

de 0,009 mg.L-1 ± 0,010. Nos demais dias de coleta, o mesmo não foi detectado,

resultando em uma concentração média para todo o período de 0,002 mg.L-1 ± 0,006.

Não foi observada diferença significativa entre as médias de H2S dos pontos

amostrais (P > 0,05).

As concentrações de cianeto livre ficaram abaixo do limite de detecção do

método em todos os pontos amostrais, inclusive no PC.

                                                                                                                       I E A P M                        

 

23

O fluoreto foi detectado apenas na campanha realizada nos dia 13 e 14 de

setembro em concentrações entre níveis não detectados e 0,7 mg.L-1. Considerando

a média para todo o período, as concentrações médias de fluoreto oscilaram entre

níveis não detectados e 0,1 mg.L-1 ± 0,3, inclusive no PC. Não foi observada diferença

significativa entre as médias de fluoreto dos pontos amostrais (P > 0,05).

As concentrações de benzeno, etilbenzeno e tolueno (BTE), bifenilas

policloradas (PCBs) e toxafeno ficaram abaixo do limite de detecção do método

analítico em todos os pontos amostrais.

Os resultados de metais pesados são apresentados na tabela 7 e na figura 17.

As concentrações médias de alumínio dissolvido (Al) nos pontos de influência

direta do empreendimento oscilaram entre 0,13 mg.L-1 ± 0,07, no ponto P1 e 0,32

mg.L-1 ± 0,25 no ponto P4. No ponto PC, a concentração média de Al foi igual a 0,14

mg.L-1 ± 0,07. A diferença entre as médias de Al foi considerada muito significativa

entre os pontos PC e P4 (P < 0,01).

As concentrações de arsênio (As) foram bem variadas ao longo desse período,

apresentando na maior parte do tempo concentrações em níveis não detectados. O

ponto P2 apresentou níveis não detectados de As, exceto no dia 09 de agosto que

apresentou uma concentração de As na camada de fundo de 0,136 mg.L-1, e portanto,

apresentando uma média igual a 0,023 mg.L-1 ± 0,056. Os demais pontos

apresentaram concentrações de As entre 0,009 mg.L-1 ± 0,032 e 0,014 mg.L-1 ± 0,022

no ponto P1. O ponto PC apresentou concentrações mais elevadas, apresentando

uma média igual a 0,029 mg.L-1 ± 0,051. A diferença entre as médias de As dos

pontos amostrais não foi considerada significativa (P > 0,05).

O bário (Ba) foi detectado em alguns momento em baixíssimas concentrações,

apresentando concentrações médias abaixo do limite de detecção do método em

todos os pontos amostrais, inclusive no ponto PC.

O cádmio (Cd), quando detectado, foi encontrado em baixas concentrações,

apresentando concentrações entre níveis não detectados e valores próximos ao limite

de detecção do método analítico (0,001 mg.L-1 ± 0,002), inclusive no PC. A diferença

entre as médias de Cd dos pontos amostrais não foi considerada significativa (P >

0,05).

                                                                                                                       I E A P M                        

 

24

As concentrações de chumbo (Pb) foram baixas nos pontos amostrais da área

de influência direta do empreendimento, com valores oscilando entre 0,02 e 0,03

mg.L-1 ± 0,02. No PC, a concentração de Pb foi igual a 0,01 mg.L-1 ± 0,01. Não foi

observada diferença significativa entre as médias dos pontos amostrais (P > 0,05).

As menores concentrações de cobre dissolvido (Cu) foram detectadas nos

pontos P2 e P4, apresentando concentrações de 2,8 µg.L-1 ± 4,1 e 1,1 µg.L-1 ± 2,1,

respectivamente. Os pontos P1 e P3 apresentaram em alguns momentos

concentrações um pouco mais elevadas, aumentando dessa forma sua concentração

média, respectivamente 4,5 µg.L-1 ± 3,8 e 5,3 µg.L-1 ± 6,2. O mesmo foi observado no

PC, apresentando um concentração média de Cu igual a 5,8 µg.L-1 ± 7,8, sendo a

maior concentração entre todos os pontos. Não foi observada diferença significativa

entre as médias de Cu dos pontos amostrais (P > 0,05).

Tabela 7 – Concentração média e desvio padrão dos metais pesados na área de influência do empreendimento e no ponto controle (PC). Parâmetros Unid. P1 P2 P3 P4 PC

Al mg.L-1 0,24 ± 0,09 0,13 ± 0,07 0,26 ± 0,12 0,32 ± 0,25 0,14 ± 0,07

As mg.L-1 0,014 ± 0,022 0,023 ± 0,056 0,008 ± 0,016 0,009 ± 0,023 0,029 ± 0,051

Ba mg.L-1 nd < LD < LD < LD nd

Cd mg.L-1 0,000 ± 0,001 nd 0,001 ± 0,003 0,001 ± 0,002 0,001 ± 0,002

Pb mg.L-1 0,03 ± 0,02 0,03 ± 0,02 0,03 ± 0,03 0,02 ± 0,02 0,01 ± 0,01

Cu g.L-1 4,5 ± 3,8 2,8 ± 4,1 5,3 ± 6,2 1,1 ± 2,1 5,8 ± 7,8

Cr mg.L-1 0,005 ± 0,011 0,006 ± 0,009 0,002 ± 0,004 0,001 ± 0,002 0,002 ± 0,003

Fe mg.L-1 0,16 ± 0,12 0,12 ± 0,03 0,29 ± 0,06 0,15 ± 0,06 0,08 ± 0,12

Mn mg.L-1 0,008 ± 0,007 0,004 ± 0,006 0,029 ± 0,026 0,006 ± 0,007 0,008 ± 0,011

Ni g.L-1 1,1 ± 3,0 18,2 ± 30,7 4,3 ± 8,5 1,3 ± 3,1 2,3 ± 6,2

Se mg.L-1 0,04 ± 0,04 0,03 ± 0,06 0,01 ± 0,01 0,01 ± 0,04 0,02 ± 0,03

U mg.L-1 0,01 ± 0,02 0,01 ± 0,02 0,02 ± 0,04 nd 0,03 ± 0,05

Zn mg.L-1 0,002 ± 0,006 0,003 ± 0,007 0,003 ± 0,006 0,002 ± 0,004 0,010 ± 0,021 < LD – concentração inferior ao limite de detecção do método analítico

As concentrações de cromo (Cr) foram baixas em todos os pontos,

apresentando valores médios oscilando entre 0,001 mg.L-1 ± 0,002 e 0,006 mg.L-1 ±

0,009. No ponto PC a concentração de Cr também foi baixa, apresentando uma

concentração de 0,002 mg.L-1 ± 0,003. A diferença entre as médias de Cr dos pontos

amostrais não foi considerado significativa (P > 0,05).

                                                                                                                       I E A P M                        

 

25

As concentrações de ferro dissolvido (Fe) foram menores nos pontos P2 e P4,

apresentando valores médios de 0,12 mg.L-1 ± 0,03 e 0,15 mg.L-1 ± 0,06,

respectivamente. O ponto P1 apresentou concentrações intermediárias (0,16 mg.L-1 ±

0,12) e o ponto P3, maiores concentrações, apresentando uma média igual a 0,29

mg.L-1 ± 0,06. O ponto PC apresentou menores concentrações de Fe, apresentando

uma média igual a 0,08 mg.L-1 ± 0,12. A diferença entre as médias de Fe foi

considerada muito significativa entre os pontos PC e P3 (P < 0,05).

As concentrações de manganês (Mn) foram baixa em toda a área de estudo,

apresentando concentrações médias entre 0,004 mg.L-1 ± 0,006 e 0,029 mg.L-1 ±

0,026. O PC apresentou concentração média igual a 0,008 mg.L-1 ± 0,011. A diferença

entre as médias de Mn foi considerada não muito significativa (P > 0,05).

As concentrações de níquel (Ni) foram baixas em todos os pontos, com valores

médios oscilando entre 1,1 µg.L-1 ± 3,0 no ponto P1 e 18,2 µg.L-1 ± 30,7 no P2. O PC

apresentou concentração média igual a 2,3 µg.L-1 ± 6,2. Não foi observada diferença

significativa entre as médias de Ni dos pontos amostrais (P > 0,05).

As concentrações de selênio (Se) foram baixas nas áreas adjacentes ao

empreendimento, apresentando valores médios entre 0,01 mg.L-1 ± 0,01 e 0,01 mg.L-1

± 0,04. No PC, a concentração média de Se foi igual a 0,02 mg.L-1 ± 0,03. A diferença

entre as médias de Se dos pontos amostrais não foi considerada significativa (P >

0,05).

As concentrações médias de urânio (U) variaram entre níveis não detectados,

no ponto P4 e 0,02 mg.L-1 ± 0,04 no P3. No PC a concentração média de U foi de

0,03 mg.L-1 ± 0,05. Não foi observada diferença significativa entre as médias de U dos

pontos amostrais (P > 0,05).

O zinco (Zn) foi detectado apenas em alguns momentos, em baixas

concentrações, resultado em concentrações médias abaixo do limite de detecção do

método analítico nos pontos de influência direta do empreendimento. No ponto PC, a

concentração média de Zn obtida foi igual a 0,01 mg.L-1 ± 0,02. A diferença entre as

médias de Zn dos pontos amostrais não foi considerada significativa (P > 0,05).

                                                                                                                       I E A P M                        

 

26

Figura 17 – Concentração média e desvio padrão de metais pesados na área de influência do empreendimento e no ponto controle (PC).

                                                                                                                       I E A P M                        

 

27

Figura 17 – Concentração média e desvio padrão de metais pesados na área de influência do empreendimento e no ponto controle (PC) (continuação).

4 – DISCUSSÃO

  Para a definição dos parâmetros de avaliação das condições e padrões da

qualidade da água e comparação dos resultados, utilizou-se a Resolução CONAMA

n.º 357/2005 que classifica os corpos de água. De acordo com o Termo de Referência

– Subprojeto II.4.3 – Monitoramento da Qualidade da Água, a Baía de Sepetiba é uma

região industrial, sendo, portanto, adotada como condição da água a classe 3 de

águas salinas, e classe 2 para o padrão da água, uma vez que a resolução não define

padrões para a classe 3. Para avaliação do ponto controle (PC), o Termo de

Referência indica a classe 1 de águas salobras como valores orientadores.

A tabela 8 apresenta as concentrações médias e seus respectivos desvios

padrão dos parâmetros físico-químicos das campanhas realizadas até o momento nos

pontos amostrais da área adjacente ao empreendimento (P1 ao P4), e a tabela 9 as

médias do PC, bem como os valores orientadores da Resolução CONAMA nº

357/2005 (RC). As campanhas foram realizadas nos seguintes períodos: 1ª

campanha - janeiro; 2ª campanha – março; 3ª campanha – maio; 4ª campanha –

junho e julho; e 5ª campanha – agosto e setembro. A figura 18 apresenta

                                                                                                                       I E A P M                        

 

28

comparativamente as concentrações médias de cada campanha nos pontos

adjacentes ao empreendimento.

A temperatura da água permanece baixa neste período em função da menor

temperatura ambiente observada nos meses de inverno e início de primavera. O

ponto P3, de menor profundidade, apresentou uma temperatura média mais elevada,

enquanto que o ponto P4, mais profundo, assim como também o ponto P1 e o PC

apresentaram temperaturas menores. Ao longo das campanhas de Monitoramento da

Qualidade da Água, foi observado um gradiente decrescente nos valores de

temperatura como resultado da proximidade e chegada do inverno.

Os valores de salinidade da água foram superiores a 30, sendo definidas como

água salina. Nos pontos P2 e P3, localizados nas áreas mais abrigadas e mais

influenciadas pelas descargas dos rios que desembocam na região foram observados

os menores valores de salinidade. No PC, em função da maior influência marinha,

apresentou concentrações mais elevadas de salinidade. Entre a primeira e segunda

campanha foi observado uma diminuição nos valores de salinidade e posterior

aumento nas demais campanhas oceanográficas. A salinidade da água do mar pode

variar de acordo com a corrente marinha atuante, da pluviosidade durante o período e

da maré do momento da coleta.

As concentrações de OD na água foram uniformes nos pontos amostrais,

mantendo os altos níveis de saturação já observados anteriormente. As

concentrações obtidas são superiores ao limite mínimo de 4 mg.L-1 estabelecido na

RC. O PC apresentou também alta saturação de OD, apresentando valores

superiores ao valor de 5 mg.L-1 indicado para classe 1 de águas salobras. Os níveis

de OD têm se mantido em níveis ótimos desde o início do monitoramento,

demonstrando uma boa condição da qualidade da água nos pontos amostrais. A

concentração de OD na água pode ser utilizada como um indicador da qualidade

ambiental, onde baixos níveis de OD no ambiente aquático podem indicar um

ambiente eutrofizado, poluído ou degradado, comprometendo a vida aquática. Sua

concentração no ambiente irá depender de fatores físico-químicos e biológicos, tais

como temperatura, salinidade, pressão, fotossíntese/respiração e oxidação da matéria

orgânica.

                                                                                                                       I E A P M                        

 

29

Os valores de pH foram constantes nos pontos amostrais adjacentes ao

empreendimento e também no PC, apresentando valores dentro do limite de 6,5 e 8,5

indicados na RC. Os valores de pH que foram elevados no início do monitoramento

(janeiro), ao longo do tempo apresentaram uma redução, sendo enquadrados nos

limites citados acima.

O potencial de oxi-redução (Eh) foi elevado, indicando uma condição oxidante

do ambiente. A RC não indica valores orientadores para o Eh. Foi observado um

ligeiro aumento dos valores de Eh ao longo das campanhas.

As concentrações de sólidos dissolvidos totais (SDT) foram uniformes nos

pontos amostrais, apresentando altas concentrações, típicas de regiões costeiras. A

RC também não indica valores orientadores de SDT para águas salinas, somente

para água doce. Não foi observado um padrão definido nas concentrações de SDT ao

longo das campanhas.

                                                                                                                       I E A P M                                                                                                                    

 

30

Tabela 8 – Parâmetros físico-químicos, concentrações médias e desvios padrão dos pontos amostrais da área adjacente ao empreendimento (P1 ao P4) das campanhas realizadas e valores orientadores da Resolução CONAMA nº 357/2005 (classes 2 e 3 de águas salinas).

Parâmetros Unid. 1 ª camp.1 2 ª camp. 1 3 ª camp.2 4 ª camp.3 5ª camp.4 RC

Al dis. mg.L-1 nd 0,12 ± 0,19 0,27 ± 0,25 0,65 ± 0,78 0,26 ± 0,18 1,5

As mg.L-1 0,028 ±0,024 0,003 ± 0,005 0,082 ± 0,085 0,136 ± 0,206 0,013 ± 0,030 0,069

Ba mg.L-1 nd nd 0,01 ± 0,02 0,011 ± 0,016 0,013 ± 0,030 1,0

Benzeno g.L-1 nd nd nd nd nd 700

Cd mg.L-1 0,004 ± 0,002 nd 0,004 ± 0,007 0,002 ± 0,002 0,001 ± 0,002 0,04

Cianeto livre mg.L-1 nd 0,03 ± 0,01 0,02 ± 0,02 0,024 ± 0,058 nd 0,001

Colifor. Term. NMP5 2.574 ± 2.247 109 ± 82 120 ± 86 87 ± 189 1.359,4 ± 4.934,7 4.000/100 mL4

COT mg.L-1 23 ± 4 9 ± 2 14 ± 3 12 ± 5 4,9 ± 3,6 Até 10

Cr mg.L-1 0,004 ± 0,005 0,006 ± 0,011 nd 0,007 ± 0,014 0,003 ± 0,007 1,1

Cu dis. g.L-1 157,3 ± 53,0 3,2 ± 6,3 21,8 ± 13,2 2,8 ± 2,9 3,0 ± 3,8 7,8

Eh mV --- --- 172 ± 3 203 ± 3 215 ± 99 ---

Etilbenzeno g.L-1 nd nd nd nd nd 25

Fe dis. mg.L-1 0,006 ± 0,012 0,100 ± 0,082 0,250 ± 0,146 0,636 ± 0,837 0,164 ± 0,087 0,3

Fluoreto T. mg.L-1 0,84 ± 0,05 0,63 ± 0,08 0,69 ± 0,08 0,22 ± 0,36 0,06 ± 0,17 1,4

Mn mg.L-1 0,029 ± 0,011 0,002 ± 0,004 0,010 ± 0,013 0,022 ± 0,027 0,010 ± 0,013 0,1

NAT mg.L-1 0,03 ± 0,01 22,6 ± 16,2 16,5 ± 4,1 18,5 ± 2,5 19,7 ± 2,2 0,70

Ni g.L-1 5,83 ± 4,19 13,00 ± 30,00 nd 11,40 ± 23,70 5,17 ± 15,13 74

NO2 mg.L-1N nd 0,006 ± 0,002 0,005 ± 0,002 0,004 ± 0,002 0,004 ± 0,005 0,20

NO3 mg.L-1N 0,006 ± 0,002 0,001 ± 0,002 0,005 ± 0,006 0,015 ± 0,016 0,017 ± 0,015 0,70 1 Média obtida entre 3 réplicas. 2 Média obtida das amostras de coletas em 3 profundidades: superfície, meio e fundo. 3 Média obtida das coletas bimensais realizadas em junho e julho, em 3 profundidades: superfície, meio e fundo. 4 Média obtida das coletas bimensais realizadas em agosto e setembro, em 3 profundidades: superfície, meio e fundo. 5 NMP em 80 % das amostras ou mais de pelo menos 6 amostras/ano.

                                                                                                                       I E A P M                                                                                                                    

 

31

Tabela 8 – Parâmetros físico-químicos, concentrações médias e desvios padrão dos pontos amostrais da área adjacente ao empreendimento (P1 ao P4) das campanhas realizadas e valores orientadores da Resolução CONAMA nº 357/2005 (classes 2 e 3 de águas salinas) (continuação).

Parâmetros Unid. 1 ª camp.1 2 ª camp. 1 3 ª camp.2 4 ª camp.3 5ª camp.4 RC

OD mg.L-1 8,0 ± 0,6 7,4 ± 1,1 10,0 ± 0,9 7,8 ± 0,9 7,7 ± 0,8 Não inferior a 4

Pb mg.L-1 0,185 ± 0,037 0,028 ± 0,011 0,027 ± 0,033 0,020 ± 0,025 0,024 ± 0,020 0,21

PCBs g.L-1 nd nd nd nd nd 0,03

pH --- 8,7 ± 0,0 8,3 ± 0,1 --- 8,0 ± 0,7 8,1 ± 0,6 6,5 a 8,5

Polifosfatos mg.L-1P 0,059 ± 0,020 0,073 ± 0,035 0,031 ± 0,017 0,126 0,146 0,025 ± 0,026 0,0465

PT mg.L-1P 0,040 ± 0,008 0,085 ± 0,028 0,061 ± 0,060 0,025 ± 0,011 0,023 ± 0,008 0,093

Salinidade ‰ 31,6 ± 0,4 28,8 ± 1,3 30,5 ± 0,4 31,8 ± 0,9 32,2 ± 0,8 ----

SDT mg.L-1 57.351 ± 4.454 41,285 ± 3,844 31.464 ± 4.448 41.749±10.801 37.842 ± 7.727 ----

Se mg.L-1 0,180 ± 0,044 0,004 ± 0,005 0,103 ± 103 0,042 ± 0,058 0,024 ± 0,041 0,29

Sulfetos mg.L-1 nd nd 0,004 ± 0,003 0,003 ± 0,004 nd 0,002

Temperatura ºC 29,5 ± 0,5 29,5 ± 0,5 24,2 ± 1,4 21,7 ± 0,6 22,5 ± 0,6 ----

Tolueno g.L-1 nd nd nd nd Nd 215

Toxafeno g.L-1 nd nd nd nd Nd 0,210

Turbidez UNT --- --- --- 46 ± 109 29,0 ± 95,6 ---

U mg.L-1 1,083 ± 0,494 nd 0,013 ± 0,019 0,013 ± 0,029 0,011 ± 0,025 0,5

Zn mg.L-1 0,007 ± 0,013 0,005 ± 0,011 0,023 ± 0,030 0,029 ± 0,040 0,002 ± 0,005 0,12 1 Média obtida entre 3 réplicas. 2 Média obtida das amostras de coletas em 3 profundidades: superfície, meio e fundo. 3 Média obtida das coletas bimensais realizadas em junho e julho, em 3 profundidades: superfície, meio e fundo. 4 Média obtida das coletas bimensais realizadas em agosto e setembro, em 3 profundidades: superfície, meio e fundo. 5 NMP em 80 % das amostras ou mais de pelo menos 6 amostras/ano.

                                                                                                                       I E A P M                                                                                                                    

 

32

Tabela 9 – Parâmetros físico-químicos, concentrações médias e desvios padrão do ponto PC (ponto controle) das campanhas realizadas e valores orientadores da Resolução CONAMA nº 357/2005 (classe 1 de águas salobras).

Parâmetros Unid. 1 ª camp.1 2 ª camp. 1 3 ª camp.2 4 ª camp.3 5ª camp.4 RC

Al dis. mg.L-1 nd nd 0, 103 ± 0,012 0,408 ± 0,292 0,144 ± 0,071 0,1

As mg.L-1 0,170 ± 0,115 nd 0,116 ± 0,037 0,056 ± 0,048 0,029 ± 0,051 0,01

Ba mg.L-1 nd nd 0,02 ± 0,02 0,02 ± 0,04 nd Xxx

Benzeno g.L-1 nd nd nd nd nd 700

Cd mg.L-1 0,007± 0,001 nd nd 0,002 ± 0,002 0,001 ± 0,002 0,005

Cianeto livre mg.L-1 nd 0,017 ± 0,029 0,017 ± 0,029 0,008 ± 0,026 nd 0,001

Colif. Term. NMP5 347 ± 136 20 ± 26 167 ± 64 58 ± 96 813 ± 1687 Até 1.000

COT mg.L-1 15 ± 4 7 ± 3 10 ± 1 12 ± 7 5 ± 4 Até 3

Cr mg.L-1 0,009 ± 0,004 0,003 ± 0,005 nd 0,011 ± 0,014 0,002 ± 0,003 0,05

Cu dis. g.L-1 108,3 ± 39,1 39,7 ± 5,8 8,3 ± 3,2 3,7 ± 3,3 5,8 ± 7,8 0,005

Eh mV xxx xxx 146,4 ± 6,2 219,4 ± 25,8 268,7 ± 133,5 Xxx

Etilbenzeno g.L-1 nd nd nd nd nd 25

Fe dis. mg.L-1 nd nd 0,090 ± 0,017 0,323 ± 0,249 0,081 ± 0,116 0,3

Fluoreto T. mg.L-1 0,93 ± 0,12 0,60 ± 0,00 0,80 ± 0,00 0,20 ± 0,36 0,10 ± 0,20 1,4

Mn mg.L-1 0,033 ± 0,012 nd 0,003 ± 0,005 0,008 ± 0,007 0,008 ± 0,011 0,1

NAT mg.L-1 0,013 ± 0,006 31,14 ± 14,74 17,89 ± 8,54 19,12 ± 2,42 19,98 ± 2,77 0,4

Ni g.L-1 nd 6,67 ± 11,55 nd 43,17 ± 77,44 2,33 ± 6,21 0,025

NO2 mg.L-1N nd 0,004 ± 0,001 0,005 ± 0,001 0,003 ± 0,002 0,004 ± 0,003 0,07

NO3 mg.L-1N 0,006 ± 0,006 nd 0,003 ± 0,003 0,020 ± 0,020 0,020 ± 0,022 0,4 1 Média obtida entre 3 réplicas. 2 Média obtida das amostras de coletas em 3 profundidades: superfície, meio e fundo. 3 Média obtida das coletas bimensais realizadas em junho e julho, em 3 profundidades: superfície, meio e fundo. 4 Média obtida das coletas bimensais realizadas em agosto e setembro, em 3 profundidades: superfície, meio e fundo. 5 NMP em 80 % das amostras ou mais de pelo menos 6 amostras/ano.

                                                                                                                       I E A P M                                                                                                                    

 

33

Tabela 9 – Parâmetros físico-químicos, concentrações médias e desvios padrão do ponto PC (ponto controle) das campanhas realizadas e valores orientadores da Resolução CONAMA nº 357/2005 (classe 1 de águas salobras) (continuação).

Parâmetros Unid. 1 ª camp.1 2 ª camp. 1 3 ª camp.2 4 ª camp.3 5ª camp.3 RC

OD mg.L-1 6,1 ± 0,2 7,9 ± 0,1 8,9 ± 0,4 32,3 ± 0,9 7,7 ± 0,4 Não inferior a 5

Pb mg.L-1 0,273 ± 0,012 0,013 ± 0,012 0,004 ± 0,007 0,037 ± 0,026 0,015 ± 0,014 0,01

PCBs g.L-1 nd nd nd nd nd 0,03

pH --- 8,6 ± 0,0 8,01 ± 0,0 xxx 7,8 ± 0,8 8,1 ± 0,6 6,5 a 8,5

Polifosfatos mg.L-1P 0,040 ± 0,010 0,037 ± 0,006 0,007 ± 0,012 0,082 ± 0,086 0,013 ± 0,015 0,062

PT mg.L-1P 0,039 ± 0,014 0,020 ± 0,007 0,039 ± 0,041 0,021 ± 0,009 0,018 ± 0,007 0,124

Salinidade ‰ 31,7 ± 0,1 32,9 ± 0,0 31,1 ± 0,7 32,3 ± 0,9 32,9 ± 0,4 Xxx

SDT mg.L-1 65500 ± 8795 38980 ± 1259 26810±12635 41318±10169 38.024,8 ± 5.922,6 Xxx

Se mg.L-1 nd nd Nd 0,047 ± 0,073 0,020 ± 0,032 0,01

Sulfetos mg.L-1 nd 0,006 ± 0,010 0,001 ± 0,002 0,001 ± 0,002 0,002 ± 0,006 0,002

Temperatura ºC 28,5 28,5 23,5 21,6 ± 0,4 21,9 ± 0,4 Xxx

Tolueno g.L-1 nd nd Nd nd nd 215

Toxafeno g.L-1 nd nd Nd nd nd 0,0002

Turbidez UNT xxx xxx Xxx 6,3 ± 3,9 13,8 ± 17,1 Xxx

U mg.L-1 1,833 ± 0,306 nd Nd nd 0,028 ± 0,050 Xxx

Zn mg.L-1 nd nd Nd 0,020 ± 0,011 0,010 ± 0,021 0,009 1 Média obtida entre 3 réplicas. 2 Média obtida das amostras de coletas em 3 profundidades: superfície, meio e fundo. 3 Média obtida das coletas bimensais realizadas em junho e julho, em 3 profundidades: superfície, meio e fundo. 4 Média obtida das coletas bimensais realizadas em agosto e setembro, em 3 profundidades: superfície, meio e fundo. 5 NMP em 80 % das amostras ou mais de pelo menos 6 amostras/ano.

                                                                                                                       I E A P M                        

 

34

20,0

22,0

24,0

26,0

28,0

30,0

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª

Campanha

Tem

pera

tura

C)

28,0

29,0

30,0

31,0

32,0

33,0

34,0

35,0

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª

Campanha

Sal

inid

ade

0

2

4

6

8

10

12

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª RC

Campanha

OD

(m

g/L)

6,5

7,0

7,5

8,0

8,5

9,0

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª

Campanha

pH

100

125

150

175

200

225

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª

Campanha

eH

30.000

35.000

40.000

45.000

50.000

55.000

60.000

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª

Campanha

SD

T (

mg/

L)

Figura 18 – Concentração média dos parâmetros físico-químicos nas campanhas de coleta realizadas.  

                                                                                                                       I E A P M                        

 

35

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

24

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª RC

Campanha

CO

T (

mg/

L)

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª RC

Campanha

Col

iform

es T

. (N

MP

/100

mL

0,000

0,100

0,200

0,300

0,400

0,500

0,600

0,700

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª RC

Campanha

Nitr

ato

(mg/

L)

0,000

0,025

0,050

0,075

0,100

0,125

0,150

0,175

0,200

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª RC

Campanha

Nitr

ito (

mg/

L)

0

5

10

15

20

25

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª RC

Campanha

Nitr

ogên

io A

m. T

. (m

g/L)

0,00

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

0,07

0,08

0,09

0,10

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª RC

Campanha

Fós

foro

T. (

mg/

L)

 

Figura 18 – Concentração média dos parâmetros físico-químicos nas campanhas de coleta realizadas (continuação).

                                                                                                                       I E A P M                        

 

36

0,00

0,03

0,05

0,08

0,10

0,13

0,15

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª RC

Campanha

Pol

ifosf

ato

(mg/

L)

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª RC

Campanha

Flu

oret

o (m

g/L)

0,0000,0020,0040,0060,0080,0100,0120,0140,0160,0180,0200,0220,0240,0260,0280,030

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª RC

Campanha

Cia

neto

(m

g/L)

0,001

0,002

0,003

0,004

0,005

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª RC

Campanha

Sul

feto

s

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1,50

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª RC

Campanha

Alu

mín

io D

. (m

g/L)

0,00

0,02

0,04

0,06

0,08

0,10

0,12

0,14

0,16

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª RC

Campanha

Ars

ênio

(m

g/L)

Figura 18 – Concentração média dos parâmetros físico-químicos nas campanhas de coleta realizadas (continuação).

                                                                                                                       I E A P M                        

 

37

0,000

0,005

0,010

0,015

0,020

0,025

0,030

0,035

0,040

0,045

0,050

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª RC

Campanha

Cád

mio

(m

g/L)

0

20

40

60

80

100

120

140

160

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª RC

Campanha

Cob

re D

.(ug

/L)

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª RC

Campanha

Cro

mo

(mg/

L)

0,000

0,025

0,050

0,075

0,100

0,125

0,150

0,175

0,200

0,225

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª RC

Campanha

Chu

mbo

(m

g/L)

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

0,80

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª RC

Campanha

Fer

ro D

. (m

g/L)

0,000

0,025

0,050

0,075

0,100

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª RC

Campanha

Man

ganê

s (m

g/L)

 

Figura 18 – Concentração média dos parâmetros físico-químicos nas campanhas de coleta realizadas (continuação).  

                                                                                                                       I E A P M                        

 

38

0

10

20

30

40

50

60

70

80

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª RC

Campanha

Níq

uel (

ug/L

)

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª RC

Campanha

Sel

ênio

(m

g/L)

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª RC

Campanha

Urâ

nio

(mg/

L)

0,000

0,025

0,050

0,075

0,100

0,125

0,150

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª RC

Campanha

Zin

co (

mg/

L)

Figura 18 – Concentração média dos parâmetros físico-químicos nas campanhas de coleta realizadas (continuação).

Foi observada uma grande variação na turbidez da água nos pontos amostrais,

principalmente entre o ponto P1 e os pontos P3 e P4. A turbidez das águas é uma

característica natural da Baía de Sepetiba, resultante da presença de material em

suspensão, como silte e argila, provenientes do aporte fluvial. O ponto P3 é a estação

mais rasa da área de estudo. O ponto P4, localizado na região de influência direta do

empreendimento apresentou uma alta turbidez, provavelmente em função da

atividade de dragagem que vem ocorrendo nessa área, realizadas pelo

empreendimento em questão e por outros empreendimentos que estão sendo

instalados nas vizinhanças que também estão dragando essa área.

As concentrações obtidas para o COT foram menores nesse período de coleta,

sendo registradas concentrações médias inferiores ao limite de 10 mg.L-1,

estabelecido na RC, embora em alguns momentos tenham sido observadas

                                                                                                                       I E A P M                        

 

39

concentrações de COT em torno desse valor. O PC apresentou concentrações

semelhantes aos demais pontos, no entanto, a RC estabelece que águas salobras

classe 1 deve apresentar no máximo 3 mg.L-1 de COT. Considerando este limite, o PC

apresentou concentrações de COT superiores a estes limites, indicando um provável

aporte de matéria orgânica para a Baía de Sepetiba, independente do

empreendimento em questão. Altas concentrações de COT podem influenciar o

estado trófico do ambiente. O carbono orgânico total (COT) é formado por uma

grande variedade de compostos orgânicos que podem ser decompostos por

processos biológicos ou químicos, sendo utilizado como indicador da presença da

matéria orgânica no ambiente aquático.

As concentrações de COT têm oscilado ao longo das campanhas de

monitoramento, apresentando concentrações elevadas em alguns momentos, acima

do nível determinado na RC e, em outros momentos, menores concentrações,

demonstrando um aporte variável de matéria orgânica para o sistema (Figura 19).

Concentrações elevadas de COT podem ser resultantes do aporte de matéria

orgânica alóctone (efluentes domésticos) ou autóctone (matéria viva ou em

decomposição do próprio ambiente), podendo influenciar e reduzir o teor de oxigênio

dissolvido da água. No entanto, este efeito não tem sido observado até o momento.

Outros autores como Moreira (2009), registraram concentrações de COT semelhantes

as encontradas neste monitoramento (11,6 mg.L-1).

                                                                                                                       I E A P M                                                                                                                    

 

40

Figura 19 – Concentração média de carbono orgânico total (mg.L-1) nos pontos amostrais ao longo das campanhas de monitoramento da qualidade da água.

                                                                                                                       I E A P M                        

 

41

A presença de coliformes termotolerantes no ambiente aquático é um indicativo

da presença de microrganismos patogênicos, provenientes do trato intestinal de seres

humanos e, portanto, indicadora da contaminação ambiental por esgoto doméstico.

Os resultados de coliformes termotolerantes variaram significativamente nesse

período. Nos dias 13 e 14 de setembro foram observadas em algumas profundidades

altas concentrações de coliformes termotolerantes nos pontos P4 e também no PC,

elevando, desta forma, suas concentrações médias e desvios padrão, resultando em

níveis superiores ao limite de 4.000 coliformes termotolerantes por 100 mL para

águas salinas classe 3 e 1.000/100 mL para águas salobras classe 1, estabelecidos

na RC. Este aumento na concentração de coliformes nos dias citados acima se deve

provavelmente a algum aporte de esgoto doméstico nas proximidades do ponto P4 e

em outras áreas da Baía de Sepetiba, pois o PC também apresentou concentrações

elevadas. O mesmo não foi observado nos demais pontos amostrais.

Ao longo do tempo, as concentrações de coliformes termotolerantes foram

variáveis, apresentando níveis mais elevados na primeira e nesta campanha, e

menores concentrações nos demais períodos (Figura 20), apesar da média geral para

cada período amostral apresentar concentrações inferiores aos limites da RC.

                                                                                                                       I E A P M                                                                                                                    

 

42

Figura 20 – Concentração média de coliformes termotolerantes (por 100 mL) nos pontos amostrais ao longo das campanhas de monitoramento da qualidade da água.

                                                                                                                       I E A P M                        

 

43

Os nutrientes são considerados fatores limitantes para a produção primária. A

maior fonte desses compostos para o ambiente costeiro é alóctone, proveniente do

aporte continental, decorrente do escoamento superficial, intemperismo das rochas,

despejo de efluentes domésticos e industriais e uso de fertilizantes que chegam na

zona costeira por meio dos rios. Além destas, a fonte autóctone, proveniente da

remineralização da matéria orgânica por bactérias no próprio ambiente também é de

grande importância.

O nitrato (NO3-) é um dos principais nutrientes das águas marinhas, que

juntamente com o fosfato são fatores limitantes da produção primária. O NO3- é a

forma oxidada do nitrogênio, sendo o último produto do processo de nitrificação, isto

é, quando o nitrogênio, em forma de amônia se transforma em nitrito e este em

nitrato. Em função deste processo, altas concentrações de nitrato podem indicar um

aporte antigo de esgoto doméstico. O nitrito (NO2-) é o produto intermediário no

processo de oxidação da amônia à nitrato (processo de nitrificação) sendo a forma de

nitrogênio mais instável (FAO, 1975), e portanto, encontrado normalmente em baixas

concentrações. Sua presença no ambiente aquático pode indicar processo biológico

ativo influenciado por poluição orgânica.

As concentrações de NO3 foram baixas em todos os pontos amostrais,

apresentando concentrações inferiores aos determinados na RC (0,70 mg.L-1). O

ponto PC também apresentou concentrações inferiores ao limite de 0,40 mg.L-1 da

resolução. As concentrações de NO2 também foram inferiores ao limite de 0,20 mg.L-1

estabelecido na RC para os pontos de influência direta do empreendimento e,

menores que 0,07 mg.L-1 no ponto controle. As concentrações de NO3 e NO2

mantiveram-se constantes ao longo do tempo. Este padrão foi registrado previamente

no monitoramento realizado pela empresa MRS para elaboração do EIA/RIMA do

empreendimento.

O nitrogênio amoniacal total (NAT) foi detectado em concentrações elevadas

em todos os pontos amostrais, em valores superiores ao limite de 0,70 mg.L-1

determinados na RC, inclusive no PC. Concentrações elevadas de NAT têm sido

observadas desde o início do monitoramento. O NAT é o somatório da fração

inorgânica (amônia) e orgânica do nitrogênio, sendo que esta última é a forma

dominante nestas amostras. O NAT, sendo a forma reduzida de nitrogênio no

                                                                                                                       I E A P M                        

 

44

ambiente aquático, se encontrado em altas concentrações, pode indicar um aporte

recente de esgoto doméstico no ambiente aquático, o que poderia explicar a alta

concentração da fração orgânica. Estes dados são condizentes com os altos valores

de COT. No monitoramento prévio realizado pela Empresa MRS no ano de 2009,

foram observadas concentrações elevadas de NAT, acima do limite da RC, no entanto

em concentrações inferiores as deste monitoramento (2,1 mg.L-1 1,8).

Os compostos de fósforo podem estar nas águas sob as formas de ortofosfatos

(PO4), polifosfatos e fósforo orgânico, sendo que o fósforo total é o somatório da

fração inorgânica (PO4) e orgânica. O PO4 é a forma predominante e têm como

origem os fertilizantes fosfatados utilizados na agricultura, o esgoto doméstico, a

decomposição da matéria orgânica e o intemperismo das rochas. Os polifosfatos são

provenientes de despejos de esgotos domésticos e de alguns despejos industriais que

utilizam detergentes sintéticos à base de polifosfatos.

As concentrações de PT foram baixas durante este período, apresentando

concentrações inferiores aos previstos na RC, inclusive no PC. Os níveis de PT têm

se mantido constantes ao longo de todo o monitoramento. No monitoramento prévio

da empresa MRS, as concentrações de PT ficaram abaixo do limite de detecção do

método.

Os polifosfatos são moléculas complexas formadas por dois ou mais átomos de

fósforo e, como visto anteriormente, estão presentes em efluentes que contem

principalmente detergentes sintéticos. O polifosfato apresentou diferentes

concentrações entre os pontos amostrais. Nos pontos P1 e P2, as concentrações

foram inferiores aos valores estabelecidos pela RC (0,0465 mg.L-1). Já nos pontos P3

e P4 foram registradas em alguns momentos concentrações maiores, elevando, desta

forma, suas concentrações médias e o desvio padrão. Considerando a variabilidade

dos dados, demonstrada pelo desvio padrão da amostra, estes pontos registraram

concentrações superiores aos indicados acima. O PC apresentou concentrações em

níveis menores aos estabelecidos na RC. As concentrações de polifosfatos têm

oscilado ao longo do tempo, apresentando em alguns momentos níveis aceitáveis e

em outros concentrações acima do limite determinado na RC (Figura 21).

Nesta campanha de monitoramento, o sulfeto foi detectado apenas no ponto

PC, na coleta realizada nos dias 13 e 14 setembro, elevando desta forma sua

                                                                                                                       I E A P M                        

 

45

concentração média e desvio padrão, resultando em níveis superiores ao limite de

0,002 mg.L-1 determinados na RC. O sulfeto foi detectado nos pontos amostrais

adjacentes ao empreendimento somente na segunda e terceira campanha e em

concentrações superiores aos valores estabelecidos na RC (Figura 22). No entanto, o

sulfeto também foi registrado em alguns momentos no PC, indicando que pode haver

um aporte deste elemento na Baia de Sepetiba como um todo. Sua presença nas

águas naturais pode ser conseqüência do lançamento indiscriminado de resíduos

industriais ou esgoto sanitário (BIOSYSTEMS, 1995).

O cianeto livre não foi detectado nesta campanha. No entanto, em campanhas

anteriores, este elemento foi detectado em concentrações elevas, acima do limite

máximo estabelecido pela RC, inclusive no ponto PC (Figura 23). Os cianetos são

compostos utilizados na indústria galvânica e química, sobretudo na forma livre, tendo

um efeito tóxico sobre os seres vivos.

                                                                                                                       I E A P M                                                                                                                    

 

46

Figura 21 – Concentração média de polifosfatos (mg.L-1) nos pontos amostrais ao longo das campanhas de monitoramento da qualidade da água.

                                                                                                                       I E A P M                                                                                                                    

 

47

Figura 22 – Concentração média de sulfetos (mg.L-1) nos pontos amostrais ao longo das campanhas de monitoramento da qualidade da água.

                                                                                                                       I E A P M                                                                                                                    

 

48

Figura 23 – Concentração média de cianetos livres (mg.L-1) nos pontos amostrais ao longo das campanhas de monitoramento da qualidade da água.

                                                                                                                       I E A P M                        

 

49

Durante este período de coleta, o fluoreto foi detectado apenas nos dias 13 e

14 de setembro, em baixas concentrações, apresentando valores inferiores ao limite

de 1,4 mg.L-1 estabelecidas pela RC. Nas demais campanhas realizadas, as

concentrações de fluoreto também foram baixas, sendo observado um gradiente

decrescente nas concentrações ao longo do tempo.

Os compostos voláteis benzeno, etilbenzeno e tolueno (BTE), constituintes do

petróleo; as bifenilas policloradas (PCBs), compostos organoclorados extremamente

tóxicos empregados em diversos setores industriais; e o pesticida toxafeno, um

inseticida composto por mais de 670 compostos químicos, não foram detectados

nesta campanha, assim como nas campanhas anteriores.

Os metais pesados estão entre os elementos mais abundantes na crosta

terrestre, sendo introduzidos naturalmente aos sistemas aquáticos em decorrência do

intemperismo geológico. Além das fontes naturais, o que se torna preocupante do

ponto de vista ambiental é a introdução de metais pesados resultantes de atividades

antropogênicas que podem entrar no ambiente aquático por via fluvial ou atmosférica.

Os metais pesados estão entre as maiores classes de poluentes do ambiente

aquático, devido ao grande risco ecotoxicológico aos organismos marinhos e ao

homem. A toxicidade desses elementos para a biota aquática é bastante variável e

depende de sua necessidade em processos metabólicos, sua disponibilidade para

incorporação biológica, sua concentração e forma química no meio (REZENDE,

1988).

A Baía de Sepetiba é reconhecidamente um dos locais na costa brasileira mais

contaminado por metais pesados. A introdução de metais pesados neste local está

associada principalmente às indústrias de produtos químicos, metalurgia, plástico e

borracha, processamento de alimentos, e portos e navegação (BARCELLOS e

LACERDA, 1994 apud LACERDA et al., 2001). Sua entrada na baía ocorre

principalmente vai fluvial, principalmente os Rios Guandu, Guarda e Canal do São

Francisco.

                                                                                                                       I E A P M                        

 

50

As concentrações de alumínio dissolvido nas áreas de influência direta do

empreendimento foram inferiores ao limite estabelecido pela RC (1,5 mg.L-1). No PC,

as concentrações foram similares aos demais pontos, no entanto, para termos de

comparação com a resolução CONAMA, o limite estabelecido para classe 1 de águas

salinas é de 0,1 mg.L-1 ± 0,07. Desta forma, o PC estaria apresentando concentrações

superiores a este limite, indicando que pode existir um aporte de Al dissolvido para a

Baía de Sepetiba, sem relação direta com o empreendimento em questão. Ao longo

do tempo, foi observado um aumento gradativo na concentração de Al até a quarta

campanha e um decréscimo nesta campanha, sendo registradas concentrações

médias de Al para os pontos adjacentes ao empreendimento em valores inferiores

aos determinados na RC.

O arsênio apresentou grande variação nas suas concentrações ao longo desse

período amostral. Foram registradas concentrações médias inferiores ao limite de

0,069 mg.L-1 estabelecido na RC. No entanto, o ponto P2, em função da concentração

obtida no dia 09 de agosto, apresentou elevado desvio padrão, atingindo desta forma,

uma concentração superior a este limite. O ponto PC apresentou concentrações mais

elevadas de As, em níveis superiores ao valor de 0,01 mg.L-1 fornecido pela RC.

Durante o período de monitoramento foi observado um aumento nas concentrações

médias de As, chegando a um valor máximo na quarta campanha e posterior

decréscimo nesta campanha (Figura 24). Na terceira e quarta campanha, foram,

obtidas concentrações de As em níveis superiores aos determinados na RC. No PC

também foram observadas concentrações elevadas de As, apontando para um aporte

deste elemento para a Baía de Sepetiba. O arsênio é utilizado em atividades

industriais como conservantes de couro e madeira, semicondutor de circuitos, aditivos

em ligas metálicas de chumbo e latão, pesticida, entre outros usos. Empresas desses

tipos estão presentes na bacia de drenagem da Baía de Sepetiba. Este elemento, em

doses extremamente baixas pode ser altamente tóxico para os seres humanos.

O bário (Ba) não foi detectado nos pontos adjacentes ao empreendimento em

nenhuma campanha até o momento. No PC, o bário, quando detectado, apresentou

concentrações muito baixas.

                                                                                                                       I E A P M                                                                                                                    

 

51

Figura 24 – Concentração média de arsênio (mg.L-1) nos pontos amostrais ao longo das campanhas de monitoramento da qualidade da água.

                                                                                                                       I E A P M                        

 

52

O cádmio (Cd) é indicado pela literatura como um dos principais contaminantes

da Baía de Sepetiba (LACERDA et al., 1994). No entanto, apresentou baixas

concentrações em todos os pontos amostrais, em níveis próximos ao limite de

detecção do método analítico, inclusive no PC, apresentando concentrações inferiores

aos determinados para classe 2 de águas salinas e classe 1 de água salobra da RC.

Sua concentração tem se mantido constante ao longo das campanhas de

monitoramento. Ferreira e Horta (2010) registram concentrações de Cd de 0,002

mg.L-1 0,003, similares a estes.

O chumbo (Pb) foi detectado em baixas concentrações nos pontos amostrais

da área de influência direta do empreendimento, apresentando concentrações

inferiores ao nível indicado pela RC (0,21 mg.L-1). O PC apresentou concentrações

ainda menores, no entanto, o limite máximo estabelecido pela resolução para classe 1

de água salobra é de 0,01 mg.L-1, desta forma, alcançando esses valores.

Excetuando-se a primeira campanha de monitoramento, as demais apresentaram

concentrações semelhantes de Pb, em níveis inferiores ao da RC (Figura 25). No PC

foram registradas concentrações de Pb em alguns momentos em níveis superiores ao

da classe 1 de água salobra, mais restritivo, e em outros momentos, concentrações

ainda maiores, superiores aos valores da classe 2 de águas salinas, apontando para

um aporte deste elemento para a Baía de Sepetiba, embora, distante da área de

influência do empreendimento. O Pb no ambiente aquático é associado às descargas

de efluentes industriais de baterias, metalurgia, tintas e tubulações (CETESB, 2006),

entre outras.

Em todos os pontos amostrais, as concentrações médias de Cu foram

inferiores ao estabelecido pela RC (7,8 µg.L-1). No entanto, considerando o desvio

padrão das amostras, nos pontos P1 e P3 esses níveis ultrapassaram esses valores.

No PC foi observado um padrão similar de concentração de Cu e, considerando o

valor limite de Cu para classe 1 de águas salobras (5 µg.L-1), mais restritivo que o da

classe 2 de águas salinas (7,8 µg.L-1), a concentração neste ponto extrapola também

este valor.

Ao longo do monitoramento, o cobre dissolvido foi detectado em níveis

variados de concentração, de altíssimas concentrações na primeira campanha, a

valores elevados na terceira campanha e em menores concentrações na segunda,

                                                                                                                       I E A P M                        

 

53

quarta e quinta campanha (Figura 26). Como no PC também foram detectadas

concentrações elevadas de Cu dissolvido, verifica-se que provavelmente há um

aporte desse metal para baía. Até há alguns atrás, o cobre era utilizado em tintas anti-

incrustantes para uso em cascos de embarcações a fim de evitar incrustações de

organismos no fundo dos mesmos. Estas tintas contendo esse metal foram banidas

em todo mundo, devido a problemas ambientais associado ao seu uso. No entanto,

locais que apresentam um grande número de embarcações, como é o caso da Baía

de Sepetiba, podem apresentar ainda hoje concentrações elevadas de cobre,

provenientes desta fonte. Além desta fonte, o despejo indiscriminado de efluentes

industriais de diversos tipos também deve estar contribuindo para o aporte desses

metais para a baía. Paraquetti et al (2007) encontrou valores similares aos registrados

na quarta e nesta campanha na entrada da Baía de Sepetiba (2,0 a 2,3 g.L-1). O

cobre, que em pequena quantidade é necessário aos seres vivos, pode ser altamente

tóxico em maiores concentrações, merecendo atenção especial.

O cromo (Cr) foi detectado em baixas concentrações nos pontos amostrais da

área adjacente ao empreendimento e também no PC, em valores inferiores aos níveis

estabelecidos na RC. Este elemento foi detectado em baixas concentrações em todas

as campanhas de monitoramento. Ferreira e Horta (2010) registraram concentração

média de 0,030 mg.L-1 0,023, ligeiramente superiores a estas. (2,0 a 2,3 g.L-1)

A RC estabelece que a concentração máxima permitida para o ferro dissolvido,

tanto para águas salinas classe 2, quanto águas salobra classe 1 é de 0,3 mg.L-1. De

acordo com esses padrões, todos os pontos amostrais estão de acordo com o

estabelecido, exceto o ponto P3 que apresentou concentrações próximas a este

limite, indicando que pode estar havendo algum aporte de ferro neste local. O PC

apresentou concentrações dentro dos limites estabelecidos. Foi verificada uma

diferença muito significativa das concentrações de Fe entre os pontos PC e P3. Entre

as campanhas realizadas, somente a quarta apresentou concentrações elevadas de

Fe, inclusive no PC (Figura 27). Nos demais períodos, as concentrações médias de

Fe estiveram de acordo com o limite determinado na RC. O Fe, um micronutriente

essencial para todos os seres vivos, se encontrado em concentrações elevadas, pode

ser prejudicial.

                                                                                                                       I E A P M                        

 

54

O manganês foi detectado em baixas concentrações em todos os pontos

amostrais adjacentes ao empreendimento e também no PC, de acordo com o

estabelecido pela RC. Este padrão tem sido observado por todo o período do

monitoramento. Moreira (2009) registrou concentrações superiores a estas (0,003 a

0,673 mg.L-1).

O níquel foi detectado em baixas concentrações em todos os pontos amostrais,

com valores inferiores aos estabelecidos pela RC. Ao longo do monitoramento, o

níquel, quando detectado, apresentou baixas concentrações, exceto na quarta

campanha quando foi detectado em concentrações elevadas no PC, em níveis

superiores aos estabelecidos pela RC, sendo provavelmente um evento isolado.

                                                                                                                       I E A P M                                                                                                                    

 

55

Figura 25 – Concentração média de chumbo (mg.L-1) nos pontos amostrais ao longo das campanhas de monitoramento da qualidade da água.

                                                                                                                       I E A P M                                                                                                                    

 

56

Figura 26 – Concentração média de cobre dissolvido (µg.L-1) nos pontos amostrais ao longo das campanhas de monitoramento da qualidade da água.

                                                                                                                       I E A P M                                                                                                                    

 

57

Figura 27 – Concentração média de ferro dissolvido (mg.L-1) nos pontos amostrais ao longo das campanhas de monitoramento da qualidade da água.

                                                                                                                       I E A P M                        

 

58

As concentrações de selênio foram baixas nas áreas adjacentes ao

empreendimento, apresentando concentrações inferiores ao limite estabelecido na

RC. O PC apresentou valores semelhantes aos demais pontos, no entanto, sua

concentração foi ligeiramente superior ao limite de 0,01 mg.L-1 para águas salobras

classe 1. Ao longo das campanhas realizadas foi observado um decréscimo nas

concentrações de Se. As concentrações detectadas para este metal estão de acordo

com os valores da RC. O selênio, que em concentração traço é um elemento

essencial aos seres vivos, assim como outros metais, em concentrações mais

elevadas pode causar danos à saúde.

O urânio, quando detectado, foi encontrado em concentrações inferiores aos

determinados na RC. Esta resolução não estabelece limite máximo de U para águas

salobras. Portanto, para termos comparativos as concentrações obtidas no PC foram

comparadas com o limite estabelecido para águas salinas classe 2, sou seja, 0,5

mg.L-1, apresentando, desta forma, concentrações em conformidade com esses

valores. Este elemento foi detectado em altas concentrações apenas na primeira

campanha de monitoramento, inclusive no PC, sendo considerado um evento isolado

(Figura 28).

O zinco (Zn) foi detectado apenas em alguns momentos, em concentrações

inferiores ao estabelecido na RC, tanto nos pontos adjacentes ao empreendimento

quanto no PC. As concentrações de zinco permaneceram baixas ao longo de todo o

monitoramento, apesar de ser indicado como um dos grandes contaminantes para a

Baía de Sepetiba. Ferreira e Horta (2010) registraram concentrações superiores aos

deste monitoramento (0,292 mg.L-1 0,177).

                                                                                                                       I E A P M                                                                                                                    

 

59

Figura 28 – Concentração média de urãnio (mg.L-1) nos pontos amostrais ao longo das campanhas de monitoramento da qualidade da água.

                                                                                                                       I E A P M                        

 

60

5 – CONSIDERAÇÕES GERAIS

As condições e padrões de qualidade da água foram mantidos nesta campanha

e ao longo de todo o monitoramento.

As concentrações de carbono orgânico total e nitrogênio amoniacal total

permaneceram altas em todo o período de monitoramento, apresentando

concentrações acima dos limites determinados na Resolução Conama nº 357/2005. A

origem dessa matéria orgânica está associada provavelmente ao aporte de esgoto

doméstico e/ou industrial ou até mesmo da produção e decomposição da matéria

orgânica de origem autóctone. Os coliformes termotolerantes, utilizados como

indicadores da poluição por esgoto doméstico, apresentaram concentrações elevadas

em alguns momentos desta campanha e também na primeira campanha de

monitoramento, sendo detectados inclusive no PC. No entanto, nas demais

campanhas, apresentaram baixo nível de contaminação.

Níveis ótimos de oxigênio dissolvido têm sido observados ao longo das

campanhas, indicando que, apesar da alta carga orgânica, o sistema está sendo

capaz de manter uma boa oxigenação das águas. Os nutrientes nitrato, nitrito e

também o fósforo total, indicadores do estado trófico do ambiente, apresentaram

baixas concentrações ao longo do tempo.

Os poluentes orgânicos bifenilas policloradas (PCBs), benzeno, tolueno e

etilbenzeno (BTE) e toxafeno não foram detectados até o momento na água. As

concentrações de fluoreto têm se mantido constante ao longo do monitoramento, de

acordo com os limites estabelecidos pela RC.

No entanto, o cianeto livre, polifosfatos e sulfetos, associados principalmente a

efluentes industriais, foram detectados em alguns momentos em concentrações

elevadas, inclusive no ponto controle. Estes compostos são utilizados em indústrias

galvânicas, químicas, entre outras, que podem estar lançando seus efluentes nos rios

que desembocam na Baía de Sepetiba.

Os metais pesados são reconhecidamente os maiores poluentes da Baía de

Sepetiba, resultantes também das atividades industriais desenvolvidas em toda sua

                                                                                                                       I E A P M                        

 

61

bacia de drenagem. Estes elementos têm apresentado concentrações variadas ao

longo do tempo, entre níveis não detectados à concentrações elevadas.

Durante o período de monitoramento foram observado níveis diferentes para

metais distintos. Na primeira campanha de monitoramento, as maiores

concentrações, em níveis superiores aos estabelecidos pela RC foram registradas

para os elementos cobre dissolvido, chumbo e urânio; na segunda campanha

somente o cobre dissolvido foi detectado em altas concentrações; na terceira os

metais arsênio, cobre dissolvido e ferro dissolvido; na quarta campanha, arsênio e

ferro dissolvido; e nesta última campanha, arsênio, cobre dissolvido e ferro dissolvido.

O cobre dissolvido, arsênio e ferro dissolvidos têm sidos detectados em

concentrações elevadas constantemente durante o período de monitoramento. Estes

elementos têm sido detectados tanto na área adjacente ao empreendimento, como

também no PC, utilizado como referência (“background”) da Baía de Sepetiba.

Portanto, sua presença não caracteriza uma contaminação resultante diretamente da

instalação do empreendimento e sim do estado ambiental da Baía de Sepetiba como

um todo. Uma atenção especial deve ser dada para estes elementos com o intuito de

melhor avaliar sua contaminação no ambiente.

As maiores concentrações de metais vêm sendo, de forma geral, registrados

no P4, ponto de maior influência do aporte fluvial, principal via de acesso de metais

para a Baía de Sepetiba e também no ponto P3, influenciado também pelo aporte

fluvial.

De uma maneira geral, os resultados encontrados mostram pequena variação

entre os pontos localizados na área adjacente ao empreendimento e o ponto controle.

Este fato é um indicativo de que os impactos observados neste monitoramento são,

provavelmente reflexo da condição geral da Baía de Sepetiba e não diretamente

causados pela implantação do empreendimento. Em toda a bacia de drenagem da

Baía de Sepetiba estão instaladas indústrias de vários segmentos e adensamentos

populacionais que podem contribuir para a introdução de uma série de poluentes, com

conseqüências sobre a qualidade da água deste ambiente.

A dragagem de sedimento na região do ponto P4, além do aumento da

turbidez, não está alterando a qualidade da água da região.

                                                                                                                       I E A P M                        

 

62

De acordo com os índices obtidos pela Resolução CONAMA nº 357/200 a

qualidade da água na área de influência do empreendimento mostrou-se satisfatória.

                                                                                                                       I E A P M                        

 

63

6 - BIBLIOGRAFIA

AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION – APHA. Standard methods for the examination of water and wastewater. 21ª ed. Washington: APHA, 2005. 526 p. ARMID, O. Determination of uranium in pore water from coastal sediment by Standard addition ICP-MS analysis. Journal of radioanalytical and nuclear chemistry, v. 275 pp, 233-237. 2007. BAIRD, C. Química Ambiental. 2ª Ed. Porto Alegre: Bookman, 2002. BIOSYSTEMS. Técnicas físico-químicas para análise da água. Curitiba: Biosystems, 1995. CARVALHO, R.A ; OLIVEIRA, M.C.V. Princípios básicos de saneamento do meio. São Paulo.3 ºed.:editora SENAC.São Paulo, 2003. CETESB. Variáveis de qualidade das águas. Disponível em http://www.cetesb.sp. Acesso em: Fev. 2001 COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL. Guia de coleta e preservação de amostras de água. CETESB, São Paulo, SP, Brasil. 1987 CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (BRASIL). Resolução n° 274 de 29 de novembro de 2000. Define os critérios de balneabilidade em águas brasileiras. Disponível em: http://www.mma.gov.br. Acesso em: Fev. 2011. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (BRASIL). Resolução n° 357 de março de 2005. Disponível em: http://www.mma.gov.br. Acesso em: Fev. 2011. FAO. Manual of Methods in Aquatic Environmental Research. Part 1. Methods for Detection, Measurement and Monitoring of Water Pollution. Fao Fisheries Technical Paper Nº 137. 1975. FERREIRA, A. P.; HORTA, M. A. P. Trace element residues in water, sediments, and organs of Savacu (Nycticorax nycticorax) from Sepetiba Bay, Rio de Janeiro, Brazil. Ambi-Agua, v. 5, n. 1, p. 17-28, 2010. LACERDA, L.D.; GRAÇA, N.M. QUINTANILHA, M.C.P. Bibliografia sobre a contaminação por metais pesados em ambientes costeiros do Estado do Rio de Janeiro. Série Geoquímica Ambiental, 4. Editora de Universidade Federal Fluminense, Niterói, 57p. (1994)

                                                                                                                       I E A P M                        

 

64

LACERDA, L.D. et al..River basin activities, impact, and management of anthropogenic trace metal and sediment fluxes to Sepetiba Bay, southeastern Brazil. In: BODUNGEN, B.; TURNER, R.K. Science and Integrated Coastal Management. Dahlem University Press. cap. 13, p.213-. 2001. MOREIRA, D.A.C. Concentração e transformações de elementos traço nas frações particulada, coloidal e verdadeiramente dissolvida de dois estuários do Rio de Janeiro, Brasil. 145 p. Tese (Doutorado em Geociências). Universidade Federal Fluminense,Niterói. 2009. PARAQUETTI, H. H. M. et al. Distribuição de metais dissolvidos (Cu, Cd, Pb e Hg) nas águas da Baía de Sepetiba, Rio de Janeiro – Brasil. XII Congresso Latino-Americano de Ciências do Mar - XII COLACMAR. Florianópolis, 15 a 19 de abril de 2007. REZENDE, C.E. et al., Lignin phenols used to infer organic matter sources to Sepetiba Bay e RJ, Brasil. Estuarine, Coastal and Shelf Science, v. 87, p.479-486, 2010. SILVA, C.A.R. Análises Físico-químicas de sistemas marginais marinhos. Ed. Interciência. 2004. STRICKLAND, J. D. H. & PARSONS, T. R. A Pratical Handbook of Seawater Analysis. 1st ed., J. Fish. Res. Bd. Can., Bull. nº 135, 1968. USEPA - United States Environmental Protection Agency. Test Methods for Evaluating Solid Waste, Physical/Chemical Methods. SW-846. Disponível em http://www.epa.gov.br. Acesso em: Fev. 2001

                                                                                                                       I E A P M                        

 

65

7 – EQUIPE TÉCNICA

FUNÇÃO NOME FORMAÇÃO REGISTRO

PROFISSIONAL

COORDENAÇÃO

GERAL

Dr. Luiz Ricardo Gaelzer

Biólogo CRBio 07481/02

COORDENAÇÃO ADJUNTA

Dra. Eliane G. Rodriguez

Bióloga CRBio 01966/84

EQUIPE TÉCNICA

Dra. Fernanda F. Thomazelli

Oceanógrafa Id. 2.316.065-9

SSP/SC

MSc. William Romão Batista

Eng. Químico CRQ 03313857

MSc. Pedro P. O. Pinheiro

Técnico em Química

Matemático CRQ 03412864 RJ

MSc. Márcio M. Lobão

Eng. Químico CRQ 05301943

MSc. Sandro Vianna Paixão

MSc. Ciências Id. 476.230 / MB

MSc. Carlos German Massone

Oceanógrafo Id. 134586304

DIC/RJ

Dagles Vianna dos Reis

Técnica em Química CRQ 03414288

Marcos L. B. dos Santos

Técnico em Química

CRQ 03413804 RJ

Márcia S. NabetheTécnica em

Química CRQ 03416460 RJ

                                                                                                                       I E A P M                        

 

66

ANEXO FOTOGRÁFICO

Anexo 1 – Vista do PC (Ponto controle).

Anexo 2 – Vista do P.1.

                                                                                                                       I E A P M                        

 

67

Anexo 3 – Vista do P.2.

Anexo 4 – P.3.

                                                                                                                       I E A P M                        

 

68

Anexo 5 – Vista do P.4.

Anexo 6 – Atividade de dragagem

                                                                                                                       I E A P M                        

 

69

Anexo 7 – Visão da instalçao do empreendimento

Anexo 8 – Coleta de amostras de água – Garrafa de Nansen

                                                                                                                       I E A P M                        

 

70

Anexo 9 – Coleta de amostras de água – Garrafa de Van Dorn