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Relatório 21/08/2015

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Page 1: Relatório 21 08 mp

Relatório 21/08/2015

Page 2: Relatório 21 08 mp

Resumo 3

Varejo 7

Consumo 16

Crédito 26

Economia 42

Móveis 52

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Resumo

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- Intenção de consumo das famílias tem menor nível em cinco anos. Na comparação com agosto do ano passado, a queda foi de 32,3%.

- Dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de 2012 mostram que a tributação sobre a propriedade responde por 6% da arrecadação brasileira, enquanto a tributação sobre o consumo, que incide mais sobre os mais pobres, chega a 44% no Brasil, mais que o dobro da dos Estados Unidos (18%).

- Consumo terá perdas se governo não autorizar adiantamento do 13º a aposentados.

- Pela primeira vez em nove anos, beneficiários do INSS poderão ficar sem o adiantamento de sua primeira parcela do 13º salário, que em 2006 começou a ser disponibilizada entre os meses de agosto e setembro. Se isso realmente ocorrer, refletirá nos índices de consumo.

- Pesquisa feita pelo PiniOn, plataforma de tecnologia móvel, com 1.964 pessoas em todo o País, constatou que 91% dos habitantes do Brasil já estão sentindo os efeitos da crise econômico-financeira e sendo obrigados a mudar hábitos de consumo. Cortaram despesas em lazer (90%), alimentação (59%), transporte (42%), saúde (17%) e educação (15%).

- Inflação, crédito caro e baixa confiança puxam queda na intenção de consumo e a previsão é de piora para os próximos meses.

- BNDES diz que crédito a exportação no Brasil é restrito se comparado a outros países.

- Diretor da Moody's diz que nota de crédito do Brasil não muda este ano. Antes, a agência de classificação de risco rebaixou a nota de risco brasileira.

- Banco Central diz que economia brasileira está em recessão, com três trimestres seguidos de queda na atividade, num ambiente de baixa confiança econômica e instabilidade política que indica um futuro ainda negativo.

- O comércio exterior se apresenta como um dos canais para a retomada da economia, segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto. Segundo ele, o Plano Nacional de Exportações (PNE) é uma iniciativa concentra para que o País utilize esse canal.

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- Mercado prevê retração da economia em 2016, segundo boletim publicado pelo Banco Central com base em projeções de instituições financeiras.

- Levy diz que Dilma é "forte e não vai renunciar" e garante que economia não cai em 2016.

- Sete em cada dez pequenos negócios apostam em propaganda, variedade de produtos e redução de preços para driblar a crise. Os dados são de pesquisa Sebrae com cerca de 6 mil empresários, incluindo microempreendedores individuais.

- Em um momento muito especial para as franquias, setor que registrou um crescimento de 9,2% no primeiro trimestre do ano com um faturamento de R$ 31,3 bilhões, segundo dados da ABF (Associação Brasileira de Franchising), é importante que o franqueador esteja atento ao seu negócio e garanta que este esteja em destaque, tanto para possíveis franqueados como para os clientes finais.

- A cidade de Curitiba receberá em novembro o Curitiba Decore 2015, evento de exposição de móveis e artigos decoração do Sul do País. Serão mais de 20 espaços ambientados com móveis de alto padrão e design inovador.

- Design Weekend é palco da primeira edição do prêmio Salão Design em São Paulo. E as inscrições para a 20ª edição do prêmio já estão abertas. Basta acessar www.salaodesign.com.br.

- Vendas no varejo têm queda de 7,3% na 1ª quinzena de agosto, diz Associação Comercial de São Paulo.

- Economista prevê mais queda no varejo de móveis e eletrodomésticos. No acumulados dos últimos 12 meses, houve queda expressiva nos índices de varejo de equipamentos e material para escritório, de 9,1%, e de móveis e eletrodomésticos, de 7,1%.

- Apesar da forte presença de componentes importados, os preços dos produtos eletroeletrônicos estão na contramão da escalada do dólar e acumulam, nos primeiros sete meses do ano, alta inferior à da inflação.

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Opinião e análise

- Pacote de crédito: qual a novidade?

- Brasil vive crise de crédito, diz economista

- Dólar é luz no fim do túnel para economia

Não deixe de ler

- O varejo e a importância da experiência de compra

- A importância do uso de ferramentas de analytics para a gestão do varejo físico

- Contra crise, pequenos negócios apostam em marketing

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Varejo

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O varejo e a importância da experiência de compra

Confira alguns bons exemplos de experiências de compra que fizeram toda a diferença e garantiram a existência de lojas físicas"A loja física vai morrer". Este tema foi abordado, em 2011, na NRF (National Retail Federation) - maior evento mundial de varejo que ocorre anualmente em Nova York. Em 2015, a NRF deu destaque para o tema “A loja física está mais viva do que nunca”. Em sua opinião, qual tema está correto? Acredito que os dois, pois aparentemente contrários são, na verdade, complementares.De fato, a loja física arcaica e antiquada tende a morrer, mas aquela que é atualizada, moderna e respeita e encanta o cliente, está mais viva do que nunca, pois aposta na experiência de compra que o cliente terá quando estiver dentro dela. Como exemplo, cito o caso da Amazon.com, maior loja virtual do mundo em 2015. Ela deixou de ser apenas online e abriu uma loja física esse ano em Indiana/Estados Unidos, onde os clientes podem deixar ou retirar seus pedidos. A loja está sempre pensando em como melhorar a experiência de compra dos consumidores.Pare e reflita: por qual motivo o cliente vai sair do seu lar, passar calor ou frio na rua, pegar trânsito, estacionar o carro e caminhar até a sua empresa, se ele pode comprar e receber o produto no conforto de casa pagando igual ou mais barato? Ou as lojas proporcionam um diferencial no tratamento ao cliente, uma experiência incrível, ou ele comprará pela internet.Em uma oportunidade, fiz um curso de Empreendedorismo e Inovação no Boston College, em Boston/USA, e os professores falaram muito a respeito das formas inovadoras para atrair e cativar o cliente, integrando tecnologia, informação e tratamento diferenciado ao consumidor.

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No final do curso, fizemos algumas visitas técnicas em Nova Iorque a empresas que colocam a teoria na prática, e uma delas foi a WarbyParker, uma loja que vende óculos. Percebi que eles faziam o possível para que o cliente permanecesse na loja. Era tudo muito prático, agradável e rápido por lá. Os óculos de grau e de sol ficavam disponíveis nas prateleiras, para que o cliente experimentasse à vontade.

Colocaram, ainda, perto de um espelho, uma máquina que tirava uma foto do cliente com os óculos escolhido. Ao lado dela, havia uma engenhoca que imprimia a foto em 20 segundos para que ele a levasse de presente, pedindo apenas seu email para isso.Depois, já com o endereço eletrônico do cliente e suas medidas faciais cadastradas, eles pediam autorização e enviavam uma sugestão de óculos para o endereço eletrônico dele.Se o cliente comprasse um modelo na hora, poderia pagar no checkoutconvencional ou com qualquer vendedor que estivesse circulando pela loja, com um tablet que processava rapidamente o pagamento. Se sua preferência fosse comprar uma unidade online, deveria preparar-se para receber duas, sendo uma delas como sugestão. Se por acaso não gostasse do modelo sugerido, poderia devolver sem nenhum custo.De volta ao Brasil, gostaria de compartilhar outro ótimo exemplo de que encantar o cliente não é caro, mas sim, questão de sensibilidade. Cheguei de viagem e presenteei minha filha com uma fantasia da princesa Elsa (personagem do filme Frozen - Disney). Ela vestiu, fomos almoçar em família e, chegando ao restaurante, tivemos uma surpresa muito positiva. Percebemos que havia uma agradável música MPB ao vivo tocada por um saxofonista. Quando ele viu minha filha passando à sua frente com a fantasia, com enorme sensibilidade começou a tocar a famosa canção "Livre Estou", tema do filme Frozen, em referência à "princesa" que adentrava o local. O restaurante inteiro percebeu a sutileza do músico e a alegria da minha filha.

Esses são alguns bons exemplos de que como criar uma experiência de compra faz toda a diferença e garante a existência da loja física num mundo cada vez mais digital e carente de relacionamentos interpessoais.

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Vendas no varejo têm queda de 7,3% na 1ª quinzena de agosto, diz ACSP

As vendas no varejo da capital paulista registraram um recuo de 7,3% na comparação com o mesmo período de 2014, de acordo com o Balanço de Vendas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), divulgado nesta segunda-feira, 17. O levantamento mostrou que no período as vendas a prazo caíram 7,4%, enquanto as operações à vista tiveram queda de 7,2%.Na comparação com os 15 primeiros dias de julho de 2015, o desempenho do comércio neste início de agosto foi melhor, com queda de 0,9% nas vendas a prazo, mas com elevação de 9,6% nas vendas à vista. De acordo com o Instituto de Economia da ACSP, o resultado neste recorte é sazonal, em função do Dia dos Pais, e não deve ser projetado para o restante do mês.O presidente da ACSP, Alencar Burti, ressalta que o balanço desta primeira quinzena indica que os consumidores estão cautelosos. "O que preocupa mais é que esses dados sinalizam um aprofundamento da crise do comércio, causada por fatores econômicos e pela declinante queda da confiança. Consumidor pessimista não coloca a mão no bolso", afirmou Burti, em nota.

Inadimplência

O levantamento da ACSP mostrou ainda que o Indicador de Registro de Inadimplentes (IRI), que mede o número de carnês em atraso no varejo, caiu 6% na primeira quinzena de agosto, na comparação com o mesmo período de 2014. Já o Indicador de Recuperação de Crédito (IRC), que calcula o cancelamento de dívidas, registrou 6,9% na mesma base de comparação.Para Burti, a recuperação de crédito está sendo prejudicada principalmente por conta da inflação dos alimentos e pela elevação de tarifas públicas. "Além disso, ela pode vir a sofrer mais impacto pelo desemprego e pela não antecipação do 13º aos aposentados", afirmou.

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A importância do uso de ferramentas de analytics para a gestão do varejo físico

O avanço da tecnologia trouxe inteligência para o varejo tradicionalMensurar todas as operações foi, por muito tempo, uma das maiores vantagens do comércio eletrônico em relação ao varejo tradicional. No e-commerce tudo é passível de monitoramento: número de visitantes presentes no portal, a quantidade de pedidos, o abandono de carrinhos e até mesmo o alcance de ações de marketing.Entretanto, o físico também demanda isso. O avanço da tecnologia trouxe inteligência para o varejo tradicional. Agora, varejistas presentes no ambiente off-line conseguem extrair diversas métricas para fazer análises e tomar decisões estratégicas assertivas. A questão agora é saber como fazer e quais ferramentas utilizar.

A importância de ter métricas para avaliar os consumidores e seus hábitos para elaborar melhores estratégias para aumentar o fluxo, além da taxa de conversão, é fundamental. Todo diretor comercial e executivos de marketing precisam de dados com inteligência para tomar decisões mais assertivas.

E nesse momento de crise, quando muito se fala sobre como aumentar a taxa de conversão e diminuir os custos operacionais, o uso de métricas no varejo tradicional se torna essencial. Todo gestor precisa observar os seguintes fatores:

Contagem de visitantesÉ a primeira etapa para incluir inteligência a operação de uma loja física. Já existem no mercado equipamentos que monitoram com precisão o fluxo de visitantes de uma loja. Atualmente, é imprescindível para qualquer negócio saber quantas pessoas entram no estabelecimento.

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Taxa de atratividadeA divisão entre a quantidade de pessoas que realmente entraram no comércio e o número total das que passaram em frente indica a eficiência da vitrine e da fachada do empreendimento. Quanto maior esse índice for, melhor será o desempenho da loja.

Tempo de visitaçãoDepois de atrair os clientes, é preciso retê-lo na loja para aproveitar as promoções. O monitoramento constante mostra a permanência das pessoas na loja. Assim, é possível treinar vendedores para garantir que a visita se transforme em compra efetuada.

Definição de zonas quentesÉ possível realizar um mapa de calor do estabelecimento, indicando quais áreas são mais visitadas. Esta informação praticamente redefine o desenho da loja, colocando promoções literalmente no caminho do consumidor.

Taxa de conversãoPor fim, o lojista pode combinar o número de visitantes com o total de compras efetuadas para extrair a conversão do comércio e conferir se o número de vendas está semelhante ao índice de clientes que entraram no local.

Com dados qualificados é possível não só elaborar melhores estratégias para aumentar a taxa de conversão das lojas, mas também direcionar melhor as ações de marketing. Em momentos de desaceleração da economia e, consequentemente, da intenção de compra do consumidor, otimizar a gestão se torna mais do que necessária.

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Economista prevê mais queda no varejo de móveis e eletrodomésticosCategorias enfrentam um duplo desafio

As consultorias especializadas no varejo estão indicando sinal de alerta para o setor. A Rosenberg Associados e a GO Associados acreditam que a queda do varejo em junho confirma a desaceleração do consumo, que já era visível no início do ano e tende a se manter em 2015, dado o quadro de deterioração do mercado de trabalho e do crédito.

“A gente tem um desempenho ruim mais ou menos generalizado”, disse a economista-chefe da Rosenberg Associados, Thais Zara. No acumulado dos últimos 12 meses, ela destaca as quedas expressivas de equipamentos e material para escritório, de 9,1%, e de móveis e eletrodomésticos, de 7,1%.Segundo a economista, essas categorias enfrentam um duplo desafio. Por um lado têm uma base de comparação forte, pois foram beneficiadas com a Copa do Mundo do ano passado, e por outro sofrem com a queda de demanda em função da crise, já que, como não se trata de produtos essenciais, a intenção de consumo cai em maior velocidade.De acordo com Thais, tanto equipamentos e material para escritório como móveis e eletrodomésticos seguirão sofrendo bastante nos próximos meses, assim como veículos e material de construção.No geral, ela projeta continuidade da trajetória de desaceleração do varejo em 2015, mas com quedas não tão expressivas na margem, assim como ocorreu em junho.Conforme o IBGE, as vendas no varejo restrito recuaram 0,4% ante maio. “Vamos continuar tendo quedas na margem, porque continuamos tendo quedas no mercado de trabalho e no crédito”, explicou. A Rosenberg projeta um decréscimo de 3% no varejo restrito em 2015.

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Varejo corta custos para não repassar alta do dólar

Apesar da forte presença de componentes importados, os preços dos produtos eletroeletrônicos estão na contramão da escalada do dólar e acumulam, nos primeiros sete meses do ano, alta inferior à da inflação. Enquanto o Índice de Produtos ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu 6,83% no acumulado de janeiro a julho, o grupo dos aparelhos eletroeletrônicos, que inclui eletrodomésticos e computadores, por exemplo, registrou aumento de 1,32%, mais de cinco vezes menor. Queda na demanda e concorrência em expansão explicam o cenário. Os números são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).Segundo o supervisor-geral da Lojas Cem, José Domingos Alves, há uma queda de braço entre fornecedores e varejistas para acertar o preço.“Os fornecedores já repassaram o que conseguiram. Mas não dá mais. O consumidor não aceita”, diz Alves. A empresa possui 230 lojas espalhadas pelo Brasil. Destas, 19 estão em Minas Gerais.Ele comenta que os principais reajustes por parte dos fornecedores da indústria eletroeletrônica vieram nos dois primeiros trimestres do ano. Com o enfraquecimento mais intenso da demanda, foi necessário interromper a elevações dos preços.Com a renda do consumidor corroída pela inflação, a procura pelo preço mais baixo é ampliada, acirrando a concorrência entre os varejistas.“Os consumidores comparam preços na internet e compram onde está mais barato. Se aumentamos, perdemos a venda, que já caiu bastante. Por isso, seguramos ao máximo”, diz o gerente de Compras da Zema, Márcio de Freitas Silva.Ainda de acordo com Silva, os fornecedores e a própria empresa, que tem 518 lojas no país (327 em Minas), têm reduzido os custos, com o objetivo de não afetar ainda mais a margem de lucro. Além de economizar com água e luz, por exemplo, ele afirma que os caminhões não saem com poucas mercadorias do Centro de Distribuição.

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DólarConforme explica a coordenadora acadêmica da Academia do Varejo, Patrícia Cotti, parte dos componentes utilizados na fabricação dos equipamentos e aparelhos domésticos é importada. Com a elevação do dólar, há uma forte pressão sobre o preço final, mas os repasses têm sido represados.“As pessoas estão mais preocupadas com produtos básicos. Devido ao momento econômico ruim, os supérfluos podem esperar. Por isso, as vendas despencaram”, afirma.

SuggarQuanto maior a dependência da importação, menor a margem de manobra. O presidente da Suggar, fabricante mineira de eletrodomésticos, Lúcio Costa, diz que a tabela de preços dos 154 itens da empresa tem sido reajustada quase que mensalmente, já que 145 produtos são fabricados fora do país.“O jeito é negociar com as lojas e reduzir um pouco a margem”, diz.

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Consumo

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Intenção de consumo das famílias tem menor nível em cinco anos

Pela primeira vez em cinco anos e meio, a Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apurou, em agosto, intenção de consumo desfavorável nas cinco regiões do país. A informação é do economista da entidade, Fabio Bentes. Ele informou que o dado consta da pesquisa Intenção de Consumo das Famílias (ICF), anunciada nesta quarta-feira pela confederação e que mostrou recuo de 5,9% ante julho. Na comparação com agosto do ano passado, a queda foi de 32,3%, atingindo 81,8 pontos - pela sétima vez consecutiva o menor patamar da série, iniciada em janeiro de 2010.Segundo Bentes, ao analisar a evolução do ICF por grandes regiões, todas mostraram, em agosto, pontuação abaixo de 100 pontos pela primeira vez na história da pesquisa - o que sinaliza cenário negativo para o consumo.

O técnico não acredita em reversão rápida no atual cenário porque não são de fácil resolução os fatores que formam o atual ambiente desfavorável ao consumo, como inflação pressionada; deterioração rápida de indicadores de mercado de trabalho; crédito caro e juros elevados, notou ele.

Outro aspecto mencionado por ele é que os sete tópicos usados para cálculo do ICF também mostraram, pela segunda vez esse ano, os piores patamares da série histórica do indicador. Houve queda em todas as comparações realizadas pela entidade - sendo que o recuo de maior magnitude foi de perspectiva de consumo, com quedas de 11,4% ante julho; e de 46,7% ante agosto do ano passado.Isso, na prática, foi outro exemplo para justificar a posição do economista de considerar como "disseminado" o contexto negativo para o consumo no país.

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Mas, a prova mais evidente, na análise do técnico, foi o comportamento do ICF por regiões, frisou ele. De acordo com Bentes, na passagem de julho para agosto, o ICF na região Norte caiu 2,7% para 92,6 pontos; o da região Centro-Oeste, queda de 4,7% para 88,3 pontos; Sul, com retração de 4,7%, para 85,2 pontos; Sudeste, com retração de 6,9%, para 70,2 pontos; e Nordeste, com recuo de 6,2%, para 97,9 pontos. "O da região Nordeste era o único que ainda se mantinha acima de 100 pontos", afirmou ele. "Mas a situação toda ficou tão ruim, que até mesmo a confiança do consumidor do Nordeste acabou ficando negativa", comentou ele.

O técnico frisou, ainda, que todos os indicadores usados para mensurar a tendência de consumo, como crédito, inflação, renda, e juros, não mostraram sinais favoráveis ao consumidor esse ano - e não parecem indicar nenhum sinal de melhora, nos próximos meses. Assim, o especialista não acredita em reversão do atual cenário negativo disseminado no ICF - e não descartou a possibilidade de novos recordes negativos, no patamar do indicador.

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Arrecadação tributária sobre propriedade no Brasil é menor que sobre o consumoa tributação sobre o consumo, que incide mais sobre os mais pobres, chega a 44% no Brasil,

A tributação sobre a propriedade responde por 6% da arrecadação brasileira, de acordo com dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de 2012. Esse percentual é a metade do arrecadado em países como Estados Unidos (12%) e Reino Unido (12%); e 50% a menos que Argentina (9%) e França (9%).Enquanto isso, a tributação sobre o consumo, que incide mais sobre os mais pobres, chega a 44% no Brasil, mais que o dobro da dos Estados Unidos (18%), e bem maior que a do Reino Unido (30%) ou da França (25%). A alta tributação do consumo também é vista em outros países latino-americanos como Argentina (52%) e México (54,5%).De acordo com o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais (Sindifisco), Cláudio Damasceno, a política tributária está fortemente concentrada na tributação sobre o consumo. Quase 58% de tudo que se arrecada no País hoje é resultado da tributação indireta, afirmou. “Os que ganham menos pagam mais impostos, e os que ganham mais pagam menos impostos. É uma contradição terrível. O princípio da capacidade contributiva no Brasil está às avessas.”

Impostos sobre propriedadeEntre os cinco impostos que incidem sobre a propriedade em vigor, a menor arrecadação é do Imposto Territorial Rural (ITR), único de responsabilidade federal. Só de Imposto sobre Patrimônio Territorial Urbano (IPTU), o município de São Paulo recebeu, em 2013, R$ 5,45 bilhões, isso é mais do que seis vezes o valor da arrecadação do ITR em todo o País no mesmo período, R$ 864 milhões, de acordo com o Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi).

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A baixa arrecadação do ITR, de acordo com especialistas, é resultado de dois fatores. O primeiro é a própria natureza do tributo, que não é arrecadatória, mas sim para ampliar o uso da terra, desde sua criação, em 1891. A outra dificuldade é a fiscalização. O imposto é federal e administrado pela Receita Federal.Há um acordo para municípios que se comprometem a fazer a fiscalização, a cobrança e o lançamento do crédito tributário, 100% da arrecadação vai para o governo local. Nos demais casos, fica metade para o município e outra metade para a União.

Ainda com a baixa arrecadação, a maioria dos oito projetos em tramitação na Câmara sobre o imposto quer garantir a isenção tributária para comunidades, como os quilombos, ou áreas com maior produtividade, por exemplo.

Iniciativas ambientaisSegundo o deputado Padre João (PT-MG), o imposto deveria ter alíquota ainda maior para grandes propriedades, além de beneficiar iniciativas de cunho ambiental, por exemplo. “Poderia ter uma arrecadação melhor, tendo, então, impacto positivo, e ter também um monitoramento melhor das propriedades brasileiras”, afirmou.Na avaliação do deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), mesmo sendo baixa a arrecadação, os recursos recebidos pelo governo com o ITR não são revertidos em serviços. “Na questão individual do produtor, é um encargo, ainda mais se levar em conta que o Estado não retribuiu para o produtor no sentido de segurança, de infraestrutura, da própria sanidade.”A lógica do ITR é que, quanto mais produtiva for a terra, menor será o imposto devido. Assim, uma propriedade com mais de 5 mil hectares, com mais de 80% sendo usados, o pagamento será de 0,45% sobre o valor da terra. O Brasil possui 5,7 milhões de imóveis rurais segundo o Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR), do INCRA.

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IPTUJá o IPTU tem função fiscal e social também. A principal finalidade é a obtenção de recursos financeiros para os municípios, embora ele também possa ser utilizado como instrumento urbanístico de controle do preço da terra. A Constituição utiliza a localização e o uso do imóvel para avaliar o valor do imposto municipal.Apesar de ser um imposto municipal, há na Câmara pelo menos 11 propostas para alterar as regras da cobrança do IPTU. A maior parte deles busca isentar algumas áreas, como imóveis em favelas e loteamentos irregulares, ou grupos de pessoas, como os quilombolas. Outros projetos querem criar critérios ambientais para diminuir a cobrança, por exemplo, para quem reaproveitar as águas das chuvas (PEC 306/13). A maioria dos textos foi arquivada no final da legislatura, mas poderá ser reapresentada.

Terrenos ociososEm 2001, o Estatuto da Cidade (Lei 10.257/01) trouxe a proposta de o IPTU ser cobrado progressivamente, ao longo do tempo, sobre terrenos ociosos, para coibir a especulação imobiliária. Apenas sete cidades no País, porém, buscam aplicar essa regra do estatuto, mais de uma década depois de sua existência, de acordo com Rosana Denaldi, professora da pós-graduação em Planejamento e Gestão de Territórios da Universidade Federal do ABC.Para a professora Rosana, que fez um estudo sobre o IPTU progressivo para o planejamento urbano, como o que está sendo feito no município de São Paulo, deveria haver aumento da arrecadação de acordo com o imóvel e, também, a progressividade do imposto no tempo. “É correto aplicar o IPTU, aumentar o valor do IPTU sobre os grandes imóveis, nas áreas mais valorizadas. O IPTU progressivo no tempo é como se fosse uma sanção. Eu notifiquei seu terreno para você fazer alguma coisa com ele.”

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Mais de um imóvelO deputado André Moura (PSC-SE), que coordenou em 2014 a Frente Parlamentar em defesa do Saneamento Ambiental e da Moradia para todos, acredita que deveria haver IPTU progressivo para quem possui mais de um imóvel. Dessa forma, o imposto atingiria “aqueles que têm uma quantidade maior de imóveis, que podem contribuir mais, de forma progressiva, do que aqueles que possuem apenas um imóvel, que é sua moradia”.Já o deputado Ricardo Izar (PSD-SP) acredita que o aumento progressivo do IPTU poderia gerar desempregos no mercado imobiliário, por exemplo. “Não seria por aí, não seria pelo IPTU que você ia fazer a justiça social. O IPTU tem de ser o mais barato possível para todos, independente da quantidade de imóveis”, disse. Segundo ele, uma tributação maior sobre quem tem mais imóveis poderia desaquecer o mercado imobiliário.

IPVAOutra proposta em tramitação na Câmara tenta alterar a Constituição (PEC 140/12) para permitir a cobrança do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) também para veículos como lanchas e helicópteros, normalmente usados pela parcela mais rica da população. O texto já teve sua admissibilidade aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, mas não foi analisado em comissão especial.Atualmente, a Constituição permite apenas a cobrança do imposto para veículos terrestres e não é cobrado nenhum tributo sobre a propriedade de veículos aéreos e aquáticos. O Supremo Tribunal Federal (STF) afirmou esse entendimento em 2007, porque o IPVA é o sucessor de outro tributo, chamado de Taxa Rodoviária Única (TRU), focado apenas para veículos terrestres.O Brasil possui mais de 27,5 mil aeronaves entre helicópteros, aviões particulares e de companhias aéreas, de acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O Brasil tem, segundo a Marinha, uma frota de pouco mais de 70 mil embarcações com mais de 16 pés – cerca de 5 metros – o que inclui lanchas, veleiros e iates.

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Consumo terá perdas se governo não autorizar adiantamento do 13º a aposentadosMais de 19 milhões de pessoas deixariam de injetar recursos do benefício na economia brasileira

Pela primeira vez em nove anos, beneficiários do INSS poderão ficar sem o adiantamento de sua primeira parcela do 13º salário, que em 2006 começou a ser disponibilizada entre os meses de agosto e setembro. Cálculos feitos com base no último Boletim Estatístico da Previdência Social estimam que mais de 19 milhões de pessoas deixariam de receber o benefício de forma antecipada, suspendendo uma significativa injeção de recursos na já desacelerada economia do Brasil.Na opinião do economista e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Istvan Kasznar, uma restrição orçamentária dessa parcela da população implicaria em prejuízos para o consumo, principalmente para a indústria farmacêutica e para os setores de alimentação, transporte e lazer. “Essas pessoas deixariam de receber um beneficio salarial ou remuneração, então o consumo delas cairia. E neste momento, isso no fundo significaria realimentar a recessão”, afirma.O secretário-geral da Confederação Nacional de Aposentados, Pensionistas e Idosos (Cobap), Moacir Meirelles, também enxerga malefícios no não recebimento da primeira parcela. “Isso pode trazer um prejuízo econômico muito forte para o país, pois aposentado nenhum fica com esse dinheiro guardado”. A antecipação, no entanto, não é uma obrigação do governo e deve ser autorizada por meio de decreto da presidente Dilma Rousseff. E no atual cenário de contenção de gastos talvez não existam recursos disponíveis em caixa para custear o benefício, que já é esperado por milhões de cidadãos. De acordo com o Ministério da Previdência, a decisão sobre o adiantamento virá ainda nesta semana, pois o pagamento dos segurados tem início no dia 25 de cada mês. No ano passado, a publicação do decreto no Diário Oficial da União, assegurando o benefício, aconteceu logo no início de agosto.

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Meirelles atesta que, segundo a presidente do INSS, Elisete Berchiol, dia 20 é a data limite para a inclusão da primeira parcela do 13º na folha de pagamento deste mês. “Nós estamos aguardando, mas em caso negativo vamos entrar com um mandado de segurança. Isso reflete um desprezo com o aposentado, com o pensionista”, assegura.Por sua vez, Kasznar lembra que a população de aposentados é também formada por ex-membros da população economicamente ativa que acabam sendo prejudicados pelo sistema previdenciário do país.

Orçamento doméstico de 19 milhões de brasileiros poderá sofrer cortesO último Boletim Estatístico da Previdência Social fornecido pelo Ministério da Previdência revela que, em junho deste ano, a previdência emitiu aproximadamente 32,6 milhões de benefícios, no valor total de R$ 32,7 bilhões.Subtraindo os números relativos a categorias do INSS que não dão direito ao 13º salário (amparo previdenciário rural, renda mensal vitalícia, amparo assistencial ao idoso e ao deficiente, auxílio-suplementar por acidente de trabalho, pensão mensal vitalícia, abono de permanência em serviço, vantagem do servidor aposentado pela autarquia empregadora e salário-família), estima-se que mais de 19 milhões de pessoas não terão sua primeira parcela adiantada em 2015.

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Os efeitos da crise no consumo e serviços no Brasil

Crise reflete no comportamento do consumidorPesquisa feita pelo PiniOn, plataforma de tecnologia móvel, com 1.964 pessoas em todo o País, constatou que 91% dos habitantes do Brasil já estão sentindo os efeitos da crise econômico-financeira e sendo obrigados a mudar hábitos de consumo. Cortaram despesas em lazer (90%), alimentação (59%), transporte (42%), saúde (17%) e educação (15%). As contas de luz e água são as que mais estão pesando, segundo os entrevistados, seguidas pelas dos alimentos, transporte, lazer e entretenimento, higiene pessoal, saúde, medicamentos, serviços, vestuário, aluguéis e educação. A maioria está pessimista e teme mais desemprego até o final do ano. O setor de serviços, que responde por quase 70% do PIB, começou a sentir os efeitos da crise, seguindo o caminho da indústria. O economista Vinicius Botelho, da Fundação Getulio Vargas/Ibre, disse à revista Conjuntura Econômica que “começou o grande ciclo de desaceleração do setor de serviços”.EmPorto Alegre, pequenas lojas estão fechando e muitos restaurantes estão vazios. Mais de 50% dos apartamentos dos hotéis da Capital estão desocupados.

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Crédito

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Inflação, crédito caro e baixa confiança puxam queda na intenção de consumo, diz CNCPara os próximos meses, a previsão é de piora

A inflação alta combinada com crédito mais caro e a baixa confiança do consumidor foram os principais responsáveis pela forte queda na Intenção do Consumo das Famílias (ICF) em agosto, analisa o economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Fabio Bentes. A entidade divulgou mais cedo que a ICF caiu 32,3% na comparação com o mesmo mês de 2014, no menor patamar da série histórica iniciada em janeiro de 2010.

"Existe uma conjunção de fatores negativos empurrando tanto o consumo recente quanto a perspectiva dele para o campo negativo", afirmou Bentes. No caso da inflação, há uma reflexão sobre a percepção do consumidor em relação ao mercado de trabalho, diz o economista. Dois subíndices da ICF relativos ao tema tiveram forte queda no período: situação do emprego atual (queda de 16,6% ante agosto de 2014) e satisfação com a renda atual (-26,6% na mesma base de comparação).

Para os próximos meses, a previsão é de piora. Com a deterioração das condições, a expectativa do economista é que todos os sete componentes que compõem o ICF estarão no campo negativo na leitura do mês de outubro. Hoje, a renda atual está em 100,2 pontos e o emprego atual, em 108,4 - a escala varia de zero a 200, sendo que resultados acima de 100 apontam avaliação predominantemente positiva.

Apesar de ainda estarem acima de 100, encontram-se próximos ao limite de se tornarem negativos e também no menor patamar da série histórica, destacou. A estimativa é que a renda atual fique no campo negativo em agosto e o outro indicador, no mês seguinte.

O economista também avaliou que dois componentes da ICF tiveram forte queda em agosto e merecem destaque. O primeiro é o relativo à perspectiva de consumo, que indica a intenção pelos próximos seis

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Inflação, crédito caro e baixa confiança puxam queda na intenção de consumo, diz CNCPara os próximos meses, a previsão é de piora

A inflação alta combinada com crédito mais caro e a baixa confiança do consumidor foram os principais responsáveis pela forte queda na Intenção do Consumo das Famílias (ICF) em agosto, analisa o economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Fabio Bentes. A entidade divulgou mais cedo que a ICF caiu 32,3% na comparação com o mesmo mês de 2014, no menor patamar da série histórica iniciada em janeiro de 2010.

"Existe uma conjunção de fatores negativos empurrando tanto o consumo recente quanto a perspectiva dele para o campo negativo", afirmou Bentes. No caso da inflação, há uma reflexão sobre a percepção do consumidor em relação ao mercado de trabalho, diz o economista. Dois subíndices da ICF relativos ao tema tiveram forte queda no período: situação do emprego atual (queda de 16,6% ante agosto de 2014) e satisfação com a renda atual (-26,6% na mesma base de comparação).

Para os próximos meses, a previsão é de piora. Com a deterioração das condições, a expectativa do economista é que todos os sete componentes que compõem o ICF estarão no campo negativo na leitura do mês de outubro. Hoje, a renda atual está em 100,2 pontos e o emprego atual, em 108,4 - a escala varia de zero a 200, sendo que resultados acima de 100 apontam avaliação predominantemente positiva.

Apesar de ainda estarem acima de 100, encontram-se próximos ao limite de se tornarem negativos e também no menor patamar da série histórica, destacou. A estimativa é que a renda atual fique no campo negativo em agosto e o outro indicador, no mês seguinte.

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O economista também avaliou que dois componentes da ICF tiveram forte queda em agosto e merecem destaque. O primeiro é o relativo à perspectiva de consumo, que indica a intenção pelos próximos seis meses. Houve recuo de 46,7% em agosto na comparação com o mesmo mês de 2014.

"Essa forte queda, maior do que a do ICF, sinaliza que o ano ruim do consumo no Brasil ainda não tem perspectiva de melhora, de reversão". Além disso, mostra que o consumidor já avalia o início de 2016 como difícil. "A gente vai começar 2016 com uma herança ruim de 2015. Esse farol da perspectiva já mostra um pouco de 2016 também."

Outro componente que recuou fortemente no mês foi o relacionado ao momento para compra de bens duráveis. A retração foi de 49,5% na comparação anual. "A compra de bens de consumo duráveis tem, de maneira mais clara, sinalizado no varejo brasileiro que essa conjuntura desfavorável ainda está longe de ser revertida".

Isso ocorre diante da queda de poder aquisitivo dos brasileiros, ameaça de desemprego e crédito mais escasso e caro. "O mercado de trabalho tem produzido números ruins do ponto de vista do emprego e da renda, mas no ano passado as pessoas recorriam aos empréstimos e financiamentos para manter o padrão de consumo. Essa estratégia hoje não está mais presente com o aumento dos juros. Quem opta por esses recursos toma dívidas longas e caras", afirmou..

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Pacote de crédito: qual a novidade?É preciso lembrar que o governo cria a recessão com suas políticas monetária e fiscal, que depois tenta remediar

O governo está lançando “pacotes” creditícios de juros abaixo do mercado através dos bancos públicos para grandes empresas – para que possam enfrentar as dificuldades do ambiente recessivo. A contrapartida é que as empresas tomadoras do crédito não poderão demitir trabalhadores. É algo anunciando como se fosse uma novidade.Primeiro, é preciso lembrar que o governo faz a recessão com suas políticas monetária e fiscal e, ao mesmo tempo, lança com a outra mão pacotes creditícios. O governo eleva os juros da taxa Selic. Isso faz com que empresários prefiram o investimento financeiro ao produtivo. Compram títulos públicos e não compram máquinas. Mais: o governo corta quase 80 bilhões de reais de gastos previstos no seu orçamento. Isso gera desemprego de forma imediata.O governo deveria fazer o que foi feito pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na crise de 2008-9, fazer políticas expansionistas. Por exemplo, reduzir os juros Selic (para ter folga orçamentária), reduzir os juros dos bancos públicos para os trabalhadores e ampliar seus programas sociais, principalmente o programa Minha Casa Minha Vida, que gera milhares de empregos formais na construção civil.A presidente Dilma, desde 2011, mudou a política econômica do segundo mandato de Lula. Em um quadro de grave crise internacional, a economia cresceu 4,5% ao ano entre 2007 e 2010. A presidente Dilma, em 2011, deixou de fazer políticas econômicas expansionistas, tal como fez Lula. Passou a fazer políticas que os economistas chamam de políticas pelo lado da oferta para melhorar a “competitividade” da economia brasileira. Em outras palavras, reduzir o “custo Brasil”. O governo Dilma reduziu o seu investimento e das estatais também. Além de não valorizar o consumo das famílias.

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O governo, no período 2011-2014, reduziu drasticamente os juros de programas do BNDES, fez mais de 100 bilhões de reais em desonerações para as empresas, reduziu tarifas de energia para a indústria etc. E nada disso funcionou. É simples, políticas pelo lado da oferta somente funcionam quando a economia está crescendo e as expectativas são positivas. Com a economia desacelerando, como era o caso, têm apenas o feito de transferir renda aos empresários.O pacote creditício agora anunciado faz parte do mesmo tipo de política já feito de 2011 a 2014: busca estimular empresários desanimados. Se isso desse resultado positivo, ótimo. Mas não deu e nunca dará. Mas, mais grave é que esse governo não faz políticas expansionistas desde 2011. E isso representa uma mudança de concepção cujo ministro Joaquim Levy representa apenas a continuidade do modelo e não uma mudança que ocorrera em 2015.

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Crédito a exportação no País é restrito se comparado a outros países, diz BNDES

O vice-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Wagner Bittencourt, defendeu nesta quarta-feira, 19, o financiamento às exportações de bens e serviços, incluindo empréstimos para obras de construtoras brasileiras no exterior. Bittencourt classificou o financiamento às exportações como "controlado" e "restrito", na comparação com o tamanho do BNDES e com as ações de outros países exportadores."O BNDES é muito mais restrito do que os bancos de desenvolvimento de outros países, que financiam gastos locais. O BNDES não financia gastos locais", afirmou Bittencourt, durante palestra no Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex 2015), no Rio.O vice-presidente do BNDES mostrou levantamento, com dados de 2013, que apontam que o total de recursos destinados ao financiamento às exportações na China foi de US$ 45,5 bilhões naquele ano. Nos EUA, ficou em US$ 18 bilhões; na Alemanha, em US$ 17 bilhões; e, na França, em US$ 13,7 bilhões. Os valores operados pelo Brasil foram de US$ 2,5 bilhões. Em todos os casos, o levantamento considerou recursos direcionados tanto para crédito quanto para garantias.

"O apoio à exportação do banco normalmente gira em 5% do desembolso do banco. É significativo, mas não é nada que impeça o banco de apoiar os outros setores", destacou Bittencourt.Ao defender os empréstimos para as construtoras brasileiras disputarem mercado em outros países, Bittencourt lembrou que as atividades de exportação não se limitam aos serviços de engenharia, mas permitem a toda a cadeia de fornecedores da obra exportar. Segundo dados do BNDES, os projetos de obras no exterior já apoiados pelo banco levaram 3,5 mil empresas a exportar como fornecedoras.

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Mediador da palestra apresentada por Bittencourt, o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, criticou tentativas de restringir o financiamento às exportações, como um projeto de lei que tramita no Congresso. "Proibir o BNDES de apoiar a exportação é proibir o País de gerar empregos", afirmou Castro.

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Brasil vive crise de crédito, diz economista

É consenso que, em meio à recessão da economia, a restrição de crédito é um problema para as empresas. A forma de enfrentar isso, por outro lado, é objeto de divergência. Economistas ouvidos pelo jornal "O Estado de S. Paulo" fizeram análises distintas sobre a estratégia do governo de orientar os bancos públicos a socorrer empresas da cadeia produtiva de diversos setores com empréstimos em melhores condições.Os dados mais recentes do Banco Central (BC) apontam alta de apenas 0,6% nas concessões totais de crédito para pessoas jurídicas nos 12 meses até junho - no acumulado do ano, houve queda de 0,4%.Para o consultor Roberto Luís Troster, que foi economista-chefe da Febraban, entidade que representa os bancos, os números são sinal de que há uma "crise de crédito". "O Brasil está com problemas, isso está freando a economia. Uma reforma de crédito daria um gás na economia", afirmou Troster, crítico da estratégia anunciada nesta terça-feira, 18.Na visão do economista Júlio Gomes de Almeida, professor do Instituto de Economia da Unicamp, "estamos perdendo o controle do tamanho da recessão". "Se o crédito for embora, a coisa fica muito difícil", afirmou Almeida.Para o professor, oferecer linhas de crédito especiais para algumas cadeias produtivas que têm grande capilaridade na economia é positivo, mesmo que não resolva o problema. Em sua visão, o crédito apenas "dá fôlego" às empresas.Mesmo assim, o modelo das linhas anunciadas pela Caixa hoje para o setor automotivo, que usam como garantia contratos de fornecimento com as montadoras, no caso do setor de autopeças, é positivo porque permite oferecer juros menores com menos subsídio. Na mesma linha, vai a oferta de capital de giro do BNDES, o Progeren, que teve as condições ampliadas na semana passada, com orçamento de R$ 7,7 bilhões até o fim do ano.

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Almeida não vê problemas na seleção de alguns setores. Segundo o professor da Unicamp, cadeias de fornecedores das indústrias de bens de capital, eletroeletrônica, moveleira e química, além da automotiva, geram muitos empregos e movimentam a economia.

Troster discorda"O governo poderia até fazer incentivos setoriais, mas, neste momento de crise de crédito e inadimplência, essas medidas só vão aliviar algumas empresas à custa de toda a sociedade", afirmou o economista, que defende uma reforma do crédito, começando pela liberação dos compulsórios, os recursos dos bancos depositados no BC, com baixíssimo rendimento e que não podem ser emprestados.Segundo Troster, são R$ 360 bilhões parados e liberar uma parte disso dinamizaria o crédito para todas as empresas. Outras medidas da reforma seriam mudar as exigências do BC em relação a provisionamentos para perdas (valores que os bancos separam no balanço para arcar com calotes), montar um cadastro de inadimplência "interativo" (usado por todos os bancos e com notas para cada tomador de crédito, empresa ou pessoa física, que funcionaria como os bônus do setor de seguros) e mudar o sistema de tributos.Almeida e Troster discordam também sobre os impactos nas contas públicas. Para o professor da Unicamp, o custo em termos de recursos públicos é pequeno porque há boas garantias, no modelo usado no setor automotivo. Já Troster alerta para o risco de se "colocar dinheiro bom sobre dinheiro ruim", pois em vários dos setores citados a demanda na ponta está fraca, como no caso das vendas de automóveis, em queda desde o início do ano.

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Almeida não vê problemas na seleção de alguns setores. Segundo o professor da Unicamp, cadeias de fornecedores das indústrias de bens de capital, eletroeletrônica, moveleira e química, além da automotiva, geram muitos empregos e movimentam a economia.

Troster discorda"O governo poderia até fazer incentivos setoriais, mas, neste momento de crise de crédito e inadimplência, essas medidas só vão aliviar algumas empresas à custa de toda a sociedade", afirmou o economista, que defende uma reforma do crédito, começando pela liberação dos compulsórios, os recursos dos bancos depositados no BC, com baixíssimo rendimento e que não podem ser emprestados.Segundo Troster, são R$ 360 bilhões parados e liberar uma parte disso dinamizaria o crédito para todas as empresas. Outras medidas da reforma seriam mudar as exigências do BC em relação a provisionamentos para perdas (valores que os bancos separam no balanço para arcar com calotes), montar um cadastro de inadimplência "interativo" (usado por todos os bancos e com notas para cada tomador de crédito, empresa ou pessoa física, que funcionaria como os bônus do setor de seguros) e mudar o sistema de tributos.Almeida e Troster discordam também sobre os impactos nas contas públicas. Para o professor da Unicamp, o custo em termos de recursos públicos é pequeno porque há boas garantias, no modelo usado no setor automotivo. Já Troster alerta para o risco de se "colocar dinheiro bom sobre dinheiro ruim", pois em vários dos setores citados a demanda na ponta está fraca, como no caso das vendas de automóveis, em queda desde o início do ano.

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Diretor da Moody's diz que nota de crédito do Brasil não muda este ano

Ontem, a agência de classificação de risco rebaixou a nota de risco brasileiraA Moody’s só espera uma estabilização da relação dívida bruta/PIB para o fim do mandato da presidente Dilma. Mesmo assim, isso não significa que o País perderá o grau de investimento. "A menos que algo muito inesperado aconteça, o rating não deve ser alterado neste ano", disse Mauro Leos, vice-presidente da Moody’s, em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado

Segundo Leos, um dos principais motivos para o rebaixamento é a deterioração do perfil de risco do Brasil, que está relacionada ao fraco crescimento. "O crescimento está mais fraco do que antecipávamos e continuará fraco durante o resto do governo". Leos cita ainda os resultados fiscais mais fracos do que o previsto. Não apenas a arrecadação, que, diz ele, é importante, mas também os gastos no médio prazo. Boa parte dessa fraqueza fiscal , avalia, está relacionada à tendência dos gastos obrigatórios.

Outro fator, segundo o vice-presidente da Moody's, que levou ao rebaixamento é o fraco consenso sobre as reformas políticas. "Tudo isso resulta em um perfil de crédito pior do que antes. O perfil é mais fraco, não só em bases absolutas, mas também em bases relativas. Quando comparamos com outros países com rating na faixa Baa, o Brasil tem indicadores fiscais mais fracos". Ele diz que, para a relação entre dívida e PIB estabilizar, o Brasil precisa de um crescimento de 2% e um superávit primário de 2%. "Isso não vai acontecer este ano e não vai acontecer no próximo ano. Só no médio prazo, 2017, 2018, deve chegar nisso. Isso significa que a dívida vai continuar subindo, para perto de 70% em 2018. Esse nível está entre os mais altos dos países com rating Baa".

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Leos diz que a Moody's manteve a perspectiva estável do País porque há um equilíbrio entre os fatores positivos e negativos. "O Brasil é resistente a choques externos. Quando olhamos para a categoria Baa, vários países têm problemas no balanço de pagamentos e choques externos podem ter impacto significativo na economia. O Brasil é o oposto, é muito forte em termos de contas externas. A maior parte do déficit é financiada por investimento estrangeiro direto. Há um nível elevado de reservas internacionais."

Ele lembra que para cada dólar que precisa pagar de dívida externa, o Brasil tem quatro dólares em reservas, uma das maiores relações em economias emergentes. E que o governo tem uma exposição relativamente baixa à dívida externa. Assim, diz, esses elementos compensam os fatores negativos.

Crise política

Mauro Leos reconhece que fatores políticos sempre entram na conta dos ratings. Diz que um dos fatores que a Moody's incorporou no rating do Brasil está relacionado ao fraco consenso político para reformas. A tensão entre o Congresso e o governo está tornando a vida difícil, diz ele. "Nós vemos isso todo dia. Isso é capturado nos números fiscais, porque o ministro Joaquim Levy não tem conseguido aprovar tudo o que queria e também afeta os números de investimentos". Leos ressalta que a confiança dos investidores estava baixa no ano passado e continuou a cair este ano, e isso causa impacto no crescimento. "Podem existir cenários extremos, eventos extremos, como o que você mencionou. O que avaliamos é a situação atual, os problemas, o grau de tensão, e tentamos incorporar isso no rating. Quem sabe o que vai acontecer? Acreditamos que os números que vemos já capturam uma parte importante do risco político."

O diretor da Moody's diz que, a menos que algo muito inesperado aconteça, a perspectiva estável do rating significa que não devemos ter alterações este ano. Até além deste ano, afirma.

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Destaca que uma consideração muito importante para a perspectiva estável é a análise sobre o que vai acontecer após 2016. "Esperamos uma recuperação cíclica na segunda metade de 2016. O crescimento continuará baixo, mas será uma recuperação, e isso deve ajudar na arrecadação. Esperamos que juros e inflação caiam no próximo ano. Porém, se nossa expectativa de melhora gradual no próximo ano e de estabilização nas condições em 2017 estiver errada, e os juros continuarem a subir e a economia continuar a cair, teremos de rever nosso rating. Contanto que o desempenho da economia e das contas públicas esteja em linha com o que pensamos, há elementos para apoiar a perspectiva estável, não só para este ano, mas o próximo.

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Economia brasileira está em recessão e vem recuando há 3 trimestres, indica BC

A economia brasileira está em recessão, com três trimestres seguidos de queda na atividade, mostrou nesta terça-feira (19) o Banco Central, num ambiente de baixa confiança econômica e instabilidade política que indica um futuro ainda negativo.O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), recuou 1,89% no segundo trimestre deste ano se comparado com os três meses imediatamente anteriores.Só em junho sobre maio, a contração foi de 0,58%, de acordo com dados dessazonalizados, pior do que o esperado em pesquisa Reuters com economistas, que previam contração de 0,53%.No primeiro trimestre deste ano, o IBC-Br mostrou que a economia brasileira havia recuado 0,88% sobre o último trimestre de 2014 que, por sua vez, teve contração de 0,45% na mesma base de comparação.Os resultados reforçam o caminho difícil a ser trilhado pela economia brasileira, que só deve voltar a crescer em 2017, segundo economistas consultados na pesquisa Focus, do BC, que ouve semanalmente uma centena de economistas. Pelo levantamento, o PIB brasileiro deve encolher 2,01% neste ano e 0,15% no próximo. Se confirmado, o país terá registrado a pior recessão em 25 anos.A falta de ímpeto é tamanha que há quem acredite que o Brasil não voltará a crescer nos próximos anos dentro do seu potencial, de 1,5%.Para o economista Roberto Padovani, do banco Votarantim, o PIB somente mostrará expansão em 2017, e de apenas 1%."O viés é de uma economia mais fraca do que o esperado", afirmou ele, para quem a atividade vai encolher 2,5% neste ano e 1% em 2016. "O risco político pesa mais na economia atualmente."Em 12 meses, o IBC-Br acumulou queda de 1,64%, ainda segundo dados dessazonalizados. No segundo trimestre, comparado com igual período de 2014, o indicador encolheu 2,99%.

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Soma-se ao quadro negativo a inflação elevada e desemprego em alta, diante da grave crise política que atravessa o país, que tem contribuído para abater a confiança dos agentes econômicos e abalar a aprovação da presidente Dilma Rousseff.As perspectivas sombrias para a atividade econômica convivem ainda com o ambiente de juro básico elevado, com a Selic a 14,25%, maior patamar em nove anos, para tentar domar a escalada dos preços.Em nota a clientes, o economista-chefe do banco Fator, José Francisco Gonçalves, informou que "por enquanto" projeta que o PIB do segundo trimestre --que será divulgado no próximo dia 28 pelo IBGE-- deve ter recuado 1,9% na comparação com os três primeiros meses do ano e 2,7% ante o mesmo período do ano passado.O IBC-Br incorpora estimativas para a produção nos três setores básicos da economia: serviços, indústria e agropecuária, assim como os impostos sobre os produtos.

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Economia

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Comércio exterior é um dos canais para a retomada da economia, diz Monteiro

O comércio exterior não teve a centralidade que deveria ter na economia brasileira nos últimos anos, mas agora se apresenta como um dos canais para a retomada da economia, afirmou nesta quarta, 19, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto. Segundo ele, o Plano Nacional de Exportações (PNE) é uma iniciativa concentra para que o País utilize esse canal."O comércio exterior não teve a centralidade nos últimos anos que deveria ter. Agora, um dos canais para retomada da economia é o canal externo", disse Monteiro durante apresentação do 34º Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex). "O Brasil tem como desafio criar uma ação estruturante para elevar o status do comércio fiscal."Em meio a um cenário de restrição fiscal, Monteiro admitiu que o Plano Nacional de Exportações (PNE) não resolve sozinho todos os gargalos e desafios da economia brasileira. "Alguns desafios são de caráter estrutural", disse o ministro. "Mas o PNE é iniciativa concreta para que Brasil possa se utilizar de maneira mais efetiva desse canal."

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Mercado prevê retração da economia em 2016

Instituições financeiras passaram a acreditar em queda da economia não só neste ano, mas também em 2016. A informação consta do boletim Focus, publicação semanal elaborada pelo Banco Central (BC), com base em projeções de instituições financeiras para os principais indicadores da economia.

Na semana passada, a expectativa era de estabilidade para o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, em 2016. Agora, a projeção é que haja queda de 0,15% no PIB no próximo ano.

Para este ano, a projeção continua piorando. A estimativa de queda passou de 1,97% para 2,01%, no quinto ajuste seguido.

O encolhimento da economia vem acompanhado de inflação acima da meta (4,5%, com limite superior de 6,5%). Mas, pela primeira vez depois de 17 semanas seguidas, a projeção parou de subir. A estimativa das instituições financeiras para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), este ano, foi mantida em 9,32%. Para o próximo ano, a projeção passou de 5,43% para 5,44%.

Para tentar trazer a inflação para a meta, o BC elevou a taxa básica de juros, a Selic, por sete vezes seguidas. Mas a promessa do BC é entregar a inflação na meta somente em 2016.

Para as instituições financeiras, a Selic deve permanecer em 14,25% ao ano até o fim de 2015 e ser reduzida em 2016. A projeção mediana para o fim do próximo ano passou de 12% para 11,88% ao ano.

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Levy diz que Dilma é "forte e não vai renunciar" e garante que economia não cai em 2016

Em entrevista exibida nesta quarta-feira (19), no Jornal da Record, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse à âncora Adriana Araújo que a presidente Dilma está arriscando sua aprovação popular para fazer o ajuste fiscal na economia. É a primeira entrevista do ministro da Fazenda à TV aberta desde que assumiu a pasta, em janeiro de 2015

— Quem apostar em renúncia vai perder, porque a Dilma é forte. Ela enfrenta e faz o que tem que ser feito.Ele também contrariou a previsão do mercado e garantiu que a o PIB, o Produto Interno Bruto, não vai encolher em 2016 — como previram os analistas das instituições financeiras nesta segunda-feira (17). Pela primeira vez, a expectativa do Boletim Focus é de que o PIB recue 0,15% no ano que vem.

— A maior parte dos ajustes já foram feitos. O Banco Central está controlando a inflação. A economia brasileira é diversificada, a agricultura vai muito bem, não vamos ter recessão e a inflação deve cair em 2016.

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Dólar é luz no fim do túnel para economiaLuiz Carlos Bresser Pereira, 81 Economista e ex-ministro dos governos José Sarney e Fernando Henrique CardosoO economista e consultor Luiz Carlos Bresser Pereira acha que a fase mais aguda da crise política passou e que, talvez em 2016, “graças ao câmbio”, pode haver alguma recuperação da economia. Porém, ele critica com veemência as sucessivas altas dos juros.

Como o senhor está vendo a recessão da economia? Estávamos numa recessão em outubro do ano passado, na época das eleições, e não sabíamos. Essa crise aconteceu por causa da violenta queda do preço das commodities exportadas pelo Brasil. Em cima disso, os empresários, desde 2013, tinham ficado extremamente insatisfeitos com o governo e perderam a confiança, com pouca disposição para investir. Essas duas coisas fizeram com que a economia brasileira, que é cíclica como qualquer outra economia, entrasse em crise. Isso se agravou porque naquele momento a Dilma estava cometendo seu grande erro.

Houve erros na economia?Hoje se culpa a Dilma por todos os males do Brasil. Isso é falso, mas a Dilma cometeu um grande erro, quando viu que as duas políticas fundamentais adotadas para retomar o crescimento, a depreciação cambial, que ela conseguiu fazer em 20%, e a baixa dos juros, não funcionaram. Ela acreditou que a política industrial resolveria. E por política industrial ela entendeu as desonerações de diversos setores. Isso custou uma quantidade enorme de dinheiro. Não teve efeito. As empresas não estavam investindo desde o começo do governo, e a crise piorou. Quando surgiu a notícia de que o superávit primário tinha caído de 1,6% ou 1,7% (do PIB) em 2013 para -0,6% em 2014, configurou-se uma crise fiscal e a situação tornou-se pior do ponto de vista de perda de confiança do governo e de aprofundamento da recessão.Os erros na economia não estão por trás da recessão, então?Todos os países da América Latina, todos os países exportadores de commodities, sempre foram isso. E o Brasil voltou a ser isso.

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Destruiu sua indústria e hoje é um exportador de commodities. O crescimento dos países latino-americanos caiu de quase 5%, em 2010, para 1% em 2014. Com a subida do preço das commodities, a “doença holandesa” em todos os países, se agravou. A sua gravidade depende das commodities: quando o preço cai muito, ela pode até desaparecer; quando sobe bastante, fica altíssima. A “doença holandesa” é a apreciação forte da taxa de câmbio causada pelos recursos naturais abundantes e baratos.Com o dólar a R$ 3,50, o câmbio pode ajudar a economia?Ajuda muito. Como sou economista, acredito no mercado. A grande maioria das empresas, com o câmbio a R$ 3,50, está competitiva. Prefiro R$ 3,60, mas se elas acharem que esse câmbio vai continuar mais ou menos nesse nível, vão investir para exportar ou vão substituir importações, de forma sadia. Volta a tornar as empresas competentes a serem competitivas.

O que explica uma recessão tão grande em 2015?

Já estávamos com a economia muito frágil, semiestagnada, desde 1990, por causa do câmbio. Em cima disso, vieram a queda das commodities, a perda de confiança na presidente, o superávit primário que desapareceu e os juros que vinham aumentando. O BC vinha desde 2013 aumentando os juros, com a economia desaquecida. E continuou. Depois que ficou claro que estávamos em recessão, eles continuaram a aumentar, o que é uma loucura completa, é um escândalo. O BC aproveitou-se da fraqueza do governo para se resgatar do erro que acha que cometeu em 2011, o que é absurdo.

Contra crise, pequenos negócios apostam em marketingSete em cada dez pequenos negócios apostam em propaganda, variedade de produtos e redução de preços para driblar a crise. Os dados são de pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) com cerca de 6 mil empresários, incluindo microempreendedores individuais.

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A principal estratégia deles para não naufragar nesse momento em que a economia passa por uma “ressaca” - nas palavras do próprio ministro da Fazenda, Joaquim Levy - é investir em propaganda e marketing, opção de 38% dos entrevistados. Aumento na variedade dos produtos e redução nos preços são as escolhas de 16% e 14%, respectivamente. Também estão na lista realização de treinamentos e ampliação do prazo de vendas.

Dono de uma agência de turismo em Brasília, Yoshihiro Karashima, diz que apelou para todas as alternativas. A principal arma da empresa, no entanto, é conquistar os consumidores por meio de uma reformulação no site para permitir compras pela internet. É uma mudança no público-alvo da empresa que só tem como clientes operadores estrangeiros. Agora, quer atrair o viajante independente para tentar faturar mais.

Karashima também aumentou a variedade de produtos e congelou os preços dos serviços há dois anos, só repassando o aumento do dólar. “Meus custos aumentaram significativamente nesse período: transporte, energia, mão de obra, impostos, tudo não para de subir”, afirma.

A expectativa da empresa é fechar com faturamento neste ano em torno de R$ 1,5 milhão, patamar semelhante ao do ano passado, retirando o lucro obtido com a Copa do Mundo.Embora menos do que o esperado, a vinda dos estrangeiros para os jogos aumentou em meio milhão o faturamento da empresa em 2014.

Divulgação

Para o presidente do Sebrae, Luiz Barretto, os pequenos negócios precisam ampliar o mix de produtos e melhorar a forma de divulgá-los. “É preciso estar atento ao que o mercado está disposto a comprar e intensificar o esforço de comunicação com o cliente, buscando formas cada vez mais criativas de divulgação”, afirma. Ele aposta, por exemplo, no baixo custo de fazer isso pelas redes sociais.

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O Sebrae oferece uma ferramenta para ajudar a micro e pequena empresa a montar um plano de marketing. O roteiro inclui nove passos para a elaboração do plano, que depois pode ser analisado por um tutor, também responsável pela execução da estratégia.

Como forma de ajudar o segmento a superar o momento adverso, o Sebrae lançou uma campanha para estimular a compra de produtos e serviços fornecidos por micro e pequenas empresas.

Comércio local

A campanha “Compre do Pequeno Negócio” lista cinco razões para os consumidores optarem por comprar dessas empresas: é perto da sua casa, o dinheiro fica no seu bairro, é responsável por 52% dos empregos formais, o pequeno negócio desenvolve a comunidade, é um ato “transformador”.

De acordo com o Sebrae, as mais de 10 milhões de empresas brasileiras que faturam até R$ 3,6 milhões por ano respondem por 27% do Produto Interno Bruto (PIB) e por mais da metade do total de empregos com carteira assinada (17 milhões de postos de trabalho). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Desvalorização da moeda chinesa vem em momento inoportuno, diz economista

O economista Carlos Langoni, diretor do Centro de Economia Mundial da Fundação Getulio Vargas (FGV) e ex-presidente do Banco Central (BC), afirma que a desvalorização do yuan "vem num momento muito inoportuno" para o Brasil. Segundo ele, foi uma surpresa, mas não improvável. Parece um valor pequeno para os nossos padrões, mas, para a maneira como a China controla sua moeda, é uma desvalorização bastante forte. Na verdade, essa decisão é um sinal de enfraquecimento da economia chinesa.

"A China vem num processo de desaceleração e a forma como essa perda de fôlego de crescimento vai se desenvolver é fundamental para a economia mundial. O cenário ideal é a 'aterrissagem suave', em que a economia parece estar convergindo para 5% a 6% (de crescimento ao ano), pois atualmente está em 7%. A grande preocupação é que, em vez de um processo gradual, previsível e inevitável de desaceleração, haja uma queda mais abrupta.", diz.

Segundo Langoni, a estratégia do novo governo chinês é sair do modelo que dependia exclusivamente de exportações e de investimentos para um modelo mais dependente do consumo interno. A desvalorização, diz ele, é surpreendente porque vai na contramão dessa transição. Ao desvalorizar o câmbio, segundo o economista, o governo chinês está voltando a estimular a exportação, que, lembra, teve uma queda de mais de 8% em julho.

BrasilEsse ajuste cambial, repete o economista, vem num momento inoportuno, pois encontra a economia brasileira vulnerável, com um ajuste ainda incompleto, no meio de uma forte tensão política.

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"Na verdade, no caso brasileiro, muito intensivo em commodities, o impacto é direto. A China é hoje o maior mercado para as exportações brasileiras, é seu principal parceiro comercial e caminha para ser também um grande parceiro em termos de financiamento, principalmente em projetos de infraestrutura. Esse aparente enfraquecimento chinês tem impacto direto porque reforça a tendência baixista das principais commodities, das quais o Brasil depende para manter as exportações.", afirmou Langoni.

Outro complicador, diz ele, é o possível efeito da medida chinesa sobre o real. Langoni fala que, numa situação ideal, o Brasil estaria entrando o 2º semestre com o ajuste fiscal implementado, com as medidas estruturantes sendo já contabilizadas e, portanto, com um espaço maior para a política monetária. Mas que isso não aconteceu. "Com a economia brasileira numa trajetória de recessão, mais aguda do que se imaginava, o espaço para usar os juros como instrumento indireto de controle do câmbio é muito limitado. Talvez mais um pequeno ajuste na taxa de juros ainda seja necessário, mas o BC vai ter de voltar a intervir no mercado de câmbio, ainda que não desejasse."

Esse movimento chinês, diz, reforça o viés de valorização cambial não só diretamente, mas também indiretamente, porque sinaliza commodities em baixa. "No caso brasileiro, a correlação é muito forte entre preço das commodities e taxa de câmbio. O BC poderá trabalhar apenas para que esse processo seja feito de forma gradual, moderada e ordenada."

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Móveis

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Curitiba receberá o Curitiba Decor em novembro

A cidade de Curitiba receberá em novembro o Curitiba Decore 2015, evento de exposição de móveis e artigos decoração do Sul do País. Idealizado pela agência Let’s Midia, o evento busca apresentar à sociedade curitibana e região os lançamentos e tendências do setor para 2016. Serão mais de 20 espaços ambientados com móveis de alto padrão e design inovador.

Entre os expositores estão marcas e lojas de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Durante o evento, arquitetos e jornalistas convidados, bem como o público em geral, poderão conferir materiais e artigos de decoração para casa que irão se destacar no próximo ano. São opções para sala, dormitório, cozinha, entre outros ambientes.

Segundo a organização do evento, o Curitiba Decore ainda prepara surpresas para os visitantes. "Podemos adiantar que o visitante poderá, além de conferir os materiais em exposição, aproveitar o espaço de maneira especial. O Curitiba Decore pretende apresentar uma nova alternativa comercial e de lazer para Curitiba e Região", declara Fernando Valois, diretor da Let’s Midia.

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Design Weekend é palco da primeira edição do prêmio Salão Design em São Paulo

O Jockey Club São Paulo reuniu nesta quarta-feira, 12, os vencedores do prêmio Salão Design 2015. Foram entregues os troféus nas modalidades Estudante, Profissional e Indústria, além dos prêmios Madeiras Alternativas e Professor Orientador e duas menções honrosas. Promovido pela primeira vez na capital paulista, o concurso realizado desde 1988 pelo Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis) compõe um grupo de ações da entidade durante o Design Weekend.Premiados nas categorias Móveis para Sala de Estar e Jantar; Móveis para Área Externa; Móveis para Dormitório; Móveis para Cozinha, Área de Serviço e Banheiro; Móveis para Escritório e Home-Office; Acessórios Domésticos; e Iluminação, os produtos foram eleitos pelas arquitetas Ilse Lang e Isabela Vecci e pelos designers Ivens Fontoura, Leonardo Lattavo e Gláucia Binda.Mas a entrega dos troféus teve sabor especial para um deles. O carioca Ricardo Graham Ferreira – vencedor na modalidade profissional e também contemplado com o Prêmio Madeiras Alternativas – foi surpreendido pelo Serviço Florestal Brasileiro. Além do troféu e do reconhecimento pela pesquisa e uso de espécies não muito utilizadas, o designer recebeu uma expedição pela diversidade madeireira do Brasil. A viagem começa dia 21 de setembro, em Brasília, no Laboratório de Produtos Florestais e no Serviço Florestal Brasileiro. No dia seguinte, o designer embarca rumo a Porto Velho, onde será recebido pela equipe da Unidade Regional do Serviço Florestal. Depois, irá para Itapuã D' Oeste, para conhecer as áreas de manejo florestal e de processamento de madeira de duas empresas.Com patrocínio de Berneck, o prêmio Salão Design visa agregar criatividade e inovação tecnológica ao setor moveleiro por meio do design

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“Essa é a principal contribuição do prêmio para a indústria moveleira e motivo de orgulho para todos nós. A semente que o Sindmóveisplantou há 27 anos já tem vida própria e estamos honrados pela importância que o prêmio ganhou diante do movimento do design na América Latina”, afirma o presidente da entidade, Henrique Tecchio. A mostra dos premiados e de outros finalistas deste ano acontece até 16 de agosto, no Jockey Club São Paulo, durante o Design Weekend. E as inscrições para a 20ª edição do prêmio já estão abertas. Basta acessar www.salaodesign.com.br.

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Fim