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Thangka: Um estudo sobre a iconografia budista tibetana. RELATO DE CASO AUTOR PRINCIPAL: Daniel Confortin E-MAIL: [email protected] TRABALHO VINCULADO À BOLSA DE IC:: Pibic UPF ou outras IES CO-AUTORES: Não se aplica. ORIENTADOR: Gerson Luís Trombetta ÁREA: Ciências Humanas, Sociais Aplicadas, Letras e Artes ÁREA DO CONHECIMENTO DO CNPQ: 8.03.01.02-9 História da Arte UNIVERSIDADE: UPF INTRODUÇÃO: O termo tibetano "thangka" pode ser traduzido simplesmente como "rolo" ou "pergaminho" o que indica a forma assumida pela iconografia budista dentro do país. As thangkas são pinturas sacras com imagens que representam conceitos básicos da filosofia budista. Não se trata aqui de pintura de "ídolos" ou "divindades" mas sim representações simbólicas tanto do caminho até a chamada "iluminação" quanto aspectos desta "natureza primordial" que busca o budismo. Levando em conta que tanto a arte quanto a filosofia oriental ainda são vistos com certa desconfiança no meio acadêmico, buscamos com este texto desmistificar forma e função desta arte bem como apresentar uma breve introdução ao pensamento budista que lhe deu origem. Os principais objetivos deste artigo são fazer um apanhado histórico das diversas escolas da arte tibetana assim como evidenciar a relação entre arte e meditação dentro do contexto do budismo vajrayana tanto na visão do praticante quanto do artista.

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Thangka: Um estudo sobre a iconografia budista tibetana.RELATO DE CASO

AUTOR PRINCIPAL:Daniel Confortin

E-MAIL:[email protected]

TRABALHO VINCULADO À BOLSA DE IC::Pibic UPF ou outras IES

CO-AUTORES:Não se aplica.

ORIENTADOR:Gerson Luís Trombetta

ÁREA:Ciências Humanas, Sociais Aplicadas, Letras e Artes

ÁREA DO CONHECIMENTO DO CNPQ:8.03.01.02-9 História da Arte

UNIVERSIDADE:UPF

INTRODUÇÃO:O termo tibetano "thangka" pode ser traduzido simplesmente como "rolo" ou "pergaminho" o que indica a forma assumidapela iconografia budista dentro do país. As thangkas são pinturas sacras com imagens que representam conceitos básicosda filosofia budista. Não se trata aqui de pintura de "ídolos" ou "divindades" mas sim representações simbólicas tanto docaminho até a chamada "iluminação" quanto aspectos desta "natureza primordial" que busca o budismo. Levando em contaque tanto a arte quanto a filosofia oriental ainda são vistos com certa desconfiança no meio acadêmico, buscamos com estetexto desmistificar forma e função desta arte bem como apresentar uma breve introdução ao pensamento budista que lhedeu origem. Os principais objetivos deste artigo são fazer um apanhado histórico das diversas escolas da arte tibetanaassim como evidenciar a relação entre arte e meditação dentro do contexto do budismo vajrayana tanto na visão dopraticante quanto do artista.

RELATO DO CASO:Pode-se afirmar que a pesquisa teve início através de uma experiência pessoal. Durante os anos de 2010 e 2011 tivemos aoportunidade de estudar e praticar a pintura tibetana tradicional e aprender os rudimentos de sua filosofia e técnica juntoaos tibetanos exilados em Dharamsala no norte da Índia. Durante este processo surgiu a visão de uma arte extremamentedinâmica e prática, voltada ao mesmo tempo para a leitura (como um alfabeto) e contemplação. Para colocar isso empalavras iniciamos uma pesquisa em busca das poucas fontes escritas disponíveis em inglês e português que faziammenção à história da arte tibetana, tarefa especialmente difícil após a revolução cultural chinesa. Atualmente existemalguns poucos autores ocidentais que tratam com propriedade o tema, juntamente com estes utilizamos textos clássicospara embasar nossa introdução ao pensamento budista, o que consideramos essencial para a compreensão da realfinalidade da thangka dentro da prática meditativa.Descreve-se uma breve iniciação ao conhecimento dos três veículos principais do budismo, seu contexto histórico e suasprincipais características. Este mesmo contexto é relacionado as distintas realidades históricas que separaram Tibete eÍndia em um período em que o budismo praticamente desapareceu de seu país natal. Com isso o Tibete passa a ser oúnico "guardião" da totalidade dos cânones budistas e desenvolve uma cultura própria (e sincrética) assimilando tradiçõesancestrais de seu próprio território. É dentro deste contexto que a iconografia clássica tibetana floresce influenciadaespecialmente pela arte do norte indiano, a pintura chinesa e também pela cultura persa.A thangka surge como umaresposta as necessidades de um pequeno povo nômade dentro de um território imenso (maior que toda a Europa ocidental)que precisava de um suporte simples e prático para carregar seus altares móveis sempre montados junto as tendas.

RELATO DO CASO - CONTINUAÇÃO:Tal qual os pintores chineses da mesma época os artistas que produziam thangkas eram considerados "artistas iluminados"sendo que sua arte extremamente detalhista requeria muita concentração e paciência acompanhadas de um estado serenosimilar a meditação formal. Floresceram diversas escolas de arte no Tibete, cada qual com seu estilo e influências próprioscomo a seminal sMan-bris ou a requintada sGar-bris reputada como a mais complexa de todas as tradições. A thangka éusada como suporte a meditação ainda hoje dentro do budismo tibetano, e tem sido objeto de estudo e prática tanto paratibetanos que buscam recuperar e manter suas tradições como por estudiosos ocidentais que tem como objetivo tornaressa maravilhosa cultura disponível ao ocidente.

CONCLUSÃO:A abordagem budista para a questão do sagrado é completamente diferente das apresentadas pelas religiões de revelaçãocomuns no ocidente. Tendo em vista tal característica associada a arte tibetana, consideramos que este estudo podecontribuir para uma maior compreensão do fenômeno artístico e religioso dentro de um contexto associado à meditação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:BEER, Robert. The encyclopedia of tibetan symbols and motifs. Boston: Shambhala, 1999.DUDKA, Nick; LUETJOHANN, Sylvia. A prática da meditação tibetana. São Paulo: Pensamento, 2009.GYATSO, Tenzin. O mundo do budismo tibetano. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.JACKSON, David; Janice. P. Tibetan thangka painting: Methods & Materials. Ithaca: Snow Lion Publications, 2006.TULKU, Tarthang. A arte iluminada. São Paulo: Editora Dharma, 2002.

INSIRA ARQUIVO.IMAGEM - SE HOUVER:

Assinatura do aluno Assinatura do orientador