relatividade_galileana.docx
TRANSCRIPT
RELATIVIDA
DE GALILEANA
Trabalho realizado por:
- Bruno Morgado - Inês Chaves - Vanessa Alves - Vasco Silva
Índice
Introdução......................................................................................................3
Referência Histórica e Alguns Factos Importantes.........................................4
Os Diferentes Referenciais.............................................................................4
Exemplo 1......................................................................................................5
Princípio da Relatividade de Galileu...............................................................6
Então porque é que a Terra não é considerada um referencial acelerado?. . .6
Transformação de Galileu (Exemplo 2)..........................................................6
Invariância e relatividade de uma grandeza física.......................................10
Exercícios.....................................................................................................11
Conclusão.....................................................................................................13
Bibliografia...................................................................................................14
Introdução
O nosso tema é a Relatividade Galileana.
Começamos por uma breve introdução histórica de forma a evidenciarmos a utilidade desta teoria e como se relacionava com a Teoria da Relatividade Restrita.
Iniciamos então a nossa explicação ao distinguirmos os referenciais inerciais dos referenciais acelerados, demos um exemplo, e seguimos com a enunciação do Principio da Relatividade Galileana; como já nos encontrávamos somente em referenciais inerciais, seguimos a aula com a Transformação de Galileu, começamos com um exemplo de dois referenciais inerciais, um em m.r.u. em relação ao outro, desenvolvemos o exemplo de forma a apresentarmos tudo o que era relevante sobre este tópico: as equações paramétricas, a Lei de adição de velocidades, a invariância das acelerações e a conservação portanto das leis da mecânica; logo como estávamos a falar de grandezas que variavam e de outras que se conservavam, acabamos a parte teórica da aula com a distinção entre grandezas invariantes e grandezas relativas entre diferentes referenciais.
Por fim, apresentamos 2 exercícios para os nossos colegas praticarem e tiramos dúvidas.
3
Referência Histórica e Alguns Factos Importantes
Em homenagem a Galileu deu-se o nome de Relatividade Galileana à primeira teoria da relatividade, porém verificou-se que era insuficiente para fenómenos com velocidades próximas da velocidade da luz, foi aí que Einstein no século XX desenvolveu a Teoria da Relatividade Restrita, baseada na teoria de Galileu. Mas para a maior parte dos movimentos que iremos estudar e que nos são mais comuns, a Relatividade Galileana e os seus princípios mostram-se bastante úteis!
Os Diferentes Referenciais
Referenciais de Inércia ou Inerciais
É um referencial, sistema de eixos, em que se verifica a Lei da Inércia, 1ª Lei de Newton.
A Lei da Inércia diz que um corpo não altera o seu estado de repouso ou de movimento rectilíneo uniforme se Fr=0.
Referenciais não Inerciais
Um referencial não inercial é um referencial acelerado onde não se verifica a lei da inércia – portanto Fr≠0
As leis de Newton são só validas para referenciais onde a velocidade é constante.
Onde (a=0)
4
Exemplo 1
Imaginemos um carro em movimento rectilíneo uniforme.
Temos dois observadores: O Vasco está dentro do carro, o seu referencial é o próprio carro; o Bruno encontra-se fora do carro a observar, o seu referencial é a Terra.
De repente o carro trava, (passa a existir uma aceleração de sentido contrário ao movimento inicial) ambos os observadores verificam que o condutor é projetado para a frente.
Vasco!
Verifica que apesar de atuarem as mesmas forças (Peso e Reação Normal, de resultante 0) que o condutor adquiriu aceleração, a lei da inércia deixou de se verificar.
Para o Vasco justificar o movimento do condutor terá de supor uma força fictícia que empurra o condutor para a frente. Esta força possui aceleração de igual módulo à aceleração imposta ao carro mas de sentido contrário.
Bruno!
Também verifica que continuam a actuar as mesmas forças no condutor, anulando-se; e que este mantém a sua velocidade constante, ou seja, verifica a primeira Lei da Inércia.
O carro travou porque actuou sobre ele uma força, mas a velocidade do condutor manteve-se maior que a do carro, e portanto este é projectado para a frente.
Qual dos dois observadores se encontrava num referencial inercial? O Vasco ou o Bruno?
O Bruno!
O referencial do Bruno estava ligado à Terra, ou seja, encontrava-se em repouso, ele consegue perceber que o carro sofre uma variação de velocidade e que o condutor permanece à mesma velocidade; enquanto o referencial do Vasco era o carro, ou seja, como é o carro que sofre a aceleração o referencial do Vasco é acelerado e ele teve de justificar o movimento do condutor com uma força fictícia.
Princípio da Relatividade de Galileu
5
Todos os movimentos são relativos.
Quando falamos de movimentos temos sempre de indicar o referencial.
Cada observador vê o movimento de forma diferente mas os seus pontos de vista são equivalentes, se os referenciais forem inerciais.
O Principio da relatividade de Galileu permite-nos dizer que:
As leis da mecânica são as mesmas em qualquer referencial de inercia.
São leis invariantes.
É também impossível saber se estamos num referencial em repouso ou em movimento rectilíneo uniforme através de experiências mecânicas. Fr=0 quer em repouso quer em movimento rectilíneo uniforme, pois a=0
Então porque é que a Terra não é considerada um referencial acelerado?
Como sabemos a Terra gira à volta do Sol e gira sobre si mesma.
Associado ao movimento de translação e rotação da Terra, existe uma aceleração insignificante para muitos casos que iremos estudar, logo podemos considerar que um referencial ligado à Terra é inercial.
Transformação de Galileu (Exemplo 2)
Imaginemos que o Miguel está dentro da sua carrinha transparente que se move a velocidade constante e que deixa cair uma bola dentro da carrinha.
A Sara está fora da carrinha a observar.
Temos portanto 2 referenciais: o da Sara – referencial ligado à Terra; e o referencial do Miguel também inercial porque se move com velocidade constante em relação ao referencial da Sara.
6
No instante t=0s as origens dos referenciais coincidem. t=t’ , o tempo corre da mesma maneira nos dois referenciais.
Imaginemos agora um vector R que simboliza o vector posição do referencial do Miguel tendo como origem o referencial da Sara.
r = R + r’
(deslocamento da bola em relação ao referencial da Sara = deslocamento do referencial do Miguel + deslocamento da bola em relação ao referencial
do Miguel)
A origem do referencial do Miguel tem em relação ao referencial da Sara movimento rectilíneo uniforme.
R= Vt
Ou seja, como neste caso o movimento é só no eixo dos xx.
x = x’ + Vt
As coordenadas nos eixos perpendiculares mantêm-se. y=y’ e z=z’
r
R
P
r’
V (velocidade)Sara
Miguel
7
O início da queda da bola é um acontecimento, e a chegada da bola ao chão é outro acontecimento
Para descrever um acontecimento é necessário indicar o sítio em que acontece (x,y,z) e o instante (t); então o acontecimento caracteriza-se por (x,y,z,t).
Transformação de Galileu:
x = x’ + Vt
y = y’
z = z’
t = t’
Estas equações paramétricas permitem-nos passar de um acontecimento num referencial de inercia, para as coordenadas noutro referencial de inercia.
As leis da mecânica são invariantes pois de acordo com o Principio da Relatividade Galileana, quando lhes aplicamos a Transformação de Galileu as leis da mecânica não mudam de forma.
Para relacionar as velocidades da bola nos dois referenciais vamos derivar a equação apresentada anteriormente
r = R + r’
em ordem t que é equivalente a derivar em ordem a t’, ou seja, obtemos
v = V + v’
(velocidade da bola no referencial da Sara = velocidade a que o referencial do Miguel se desloca em relação ao referencial da Sara que é a velocidade
da carrinha + velocidade da bola no referencial do Miguel)
Chamada Lei de Adição de Velocidades.
Derivando esta Lei obtemos
a = a’
Pois V é uma constante e a sua derivada é 0.
Como a massa da bola é a mesma em todos os referenciais.
8
Fr = Fr’
Portanto a Segunda Lei de Newton, Fr= m.a, a força resultante é a mesma seja qual for o referencial de inércia.
A transformação de Galileu conduz ao Princípio da Relatividade Galileana.
O que comprova os pontos de vista equivalentes de dois observadores, e a conservação das leis da mecânica!
As trajetórias em diferentes referenciais são diferentes porque as condições iniciais não são as mesmas.
Para o Miguel a velocidade inicial da bola era 0. Trajetória rectilínea.
vi = 0
Para a Sara a bola possui velocidade no eixo dos xx, que corresponde à velocidade da carrinha. Trajetória parabólica.
vi em xx
9
Invariância e relatividade de uma grandeza física
Há grandezas que variam consoante os referenciais, a essas damos o nome de relativas; outras permanecem constantes nos diferentes referenciais – grandezas invariantes.
Uma grandeza é conservada se o seu valor é o mesmo antes ou depois de uma interação no mesmo referencial de inercia, como é o caso da massa de uma partícula.
Em relatividade galileana há invariância:
- Das leis de mecânica;
- De certas grandezas.
10
Grandezas invariantes
Grandezas relativas
Massa Posição
Aceleração Velocidade
Força Momento linear
Intervalo de tempo Energia cinética
Comprimento
Exercícios
1) Dois comboios: A e B percorrem linhas paralelas a 70 km/h e 90 km/h respectivamente.Calcule o módulo da velocidade de B em relação a A.
a) Quando se movem no mesmo sentido.
VB/. = VB/A + VA/.
90=VB/A + 70
VB/A = 90 – 70 = 20 km/h
b) Quando se movem em sentidos opostos.
VB/. = VB/A + VA/.
90= VB/A – 70
VB/A = 90 + 70 = 160 km/h
Atenção:Se estivermos dentro de um comboio e passar por nos um comboio A no mesmo sentido, e um comboio B com a mesma velocidade de A mas em sentido oposto. Ficaremos com a impressão que o comboio B viaja com maior velocidade que o comboio A, pois a sua velocidade relativa é maior.
c) Se os módulos das velocidades forem 0,7c e 0,9c respectivamente poderia usar-se a mesma lei de adição de velocidades que usou nas alíneas anteriores?
Não, porque para velocidades próximas à velocidade da luz a lei de adição de velocidades deixa de ser válida.
11
2) Um comboio desloca-se em linha recta em m.r.u. à velocidade de 180 km/h. Um passageiro atira a sua mala do compartimento superior a uma altura h de 2,20 m, deixando-a cair em queda livre. Atrito desprezável.
a) Calcule a velocidade a que a mala atinge o chão da carruagem, medido em relação ao comboio e em relação a um observador em repouso na estação.
Comboio – queda de um graveVi= 0 m/sVf= √2gh= 6,6 m/s vf= - 6,6 ey (m/s)
Estação – trajectória parabólica
Velocidade em xx é a velocidade do comboio, e a velocidade em yy é a mesma que para o observador no comboio.
Então vf= 50 ex – 6,6 ey (m/s)
b) Encontre a equação da trajectória da mala em relação ao comboio e em relação a um observador em repouso na estação.
Comboio
y = y0 + vot + (½)at 2
y0= 2,20 v0=0 y= 2,20 -5t 2 (m)
Estação
x= x0 + vot + (½)at 2 pois x0=0 e a=0v0= 50 m/sx= 50t (m)
eem yy é a mesma equação que para o observador no comboio.y= 2,20 -5t 2 (m)
12
Conclusão
Ao longo deste trabalho, descobrimos a Teoria da Relatividade Galileana, tivemos de trabalhar verdadeiramente como um grupo para percebermos em que consistia, como funcionava, quando era aplicada, como podíamos ligar os diferentes conceitos e arranjar uma maneira eficaz de apresentar tudo o que tínhamos aprendido.
Consideramos que através das nossas pequenas iniciações dos diferentes tópicos seguidas de exemplos que nos permitiam aprofundar os conceitos, explicar as formulas e como estas se relacionavam umas com as outras e com os princípios desta teoria; com a apresentação de esquemas no quadro sempre que necessário e através dos exercícios de consolidação da matéria; o nosso objectivo de que todos percebessem em que consiste a Relatividade Galileana foi atingido. Existiram dúvidas por parte da turma, mas estas foram detectadas e esclarecidas, o que nos leva a crer que a turma percebeu a nossa explicação e percebeu a matéria.
Em suma, podemos dizer que foi uma aula proveitosa não só para nós, mas para toda a turma.
13
Bibliografia
VENTURA, Graça, FIOLHAIS, Manuel, FIOLHAIS, Carlos, PAIXÃO, José António. (2011). 12 F Física. Lisboa: Texto Editores, Lda.
14