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1 Movimento dos Trabalhadores sem Terra MST/GRHC e Instituto Conscientia RELAÇÕES HUMANAS E COOPERAÇÃO valorização humana e social Justificativa Todos nós somos reprimidos pelos sistemas do poder: família, escola, empregador, poder social e econômico. Esta repressão causa em nós sentimentos de indignação e revolta, que alimenta e fortalece o nosso sentimento de luta pela causa social e ecológica. Mas esta repressão dos poderes causa em nós também sentimentos de inferioridade, medo, raiva e impotência, o que consegue em parte brecar a nossa força de luta. O sistema do poder, capitalismo, fomenta egoísmo, inveja, insegurança, medo, amargura, e impotência. MST tem um discurso socialista e uma organicidade que se baseia na democracia participativa através dos núcleos de base. O discurso socialista inclui os valores de igualdade e solidariedade, em outras palavras uma valorização humana e social. Mas há uma contradição. Nós somos “produtos” do capitalismo. Temos assimilado desde quando nascemos os valores e hábitos do capitalismo. Como diz Paulo Freire: “O oprimido se torna um opressor”. O oprimido aprende a reprimir a si mesmo, e os outros também. Nós temos uma organicidade justa, uma ideologia bonita mas o nosso modo de agir na educação, motivação e gestão das atividades vem do capitalismo. Isto se pode concluir também pelos seguintes aspectos que se observa em nossos coletivos: Nas cooperativas e nos coletivos o coordenador não tem poder. Ou o coordenador age de maneira autoritária. Os coordenados não respeitam os coordenadores e/ou não tem clareza sobre as suas responsabilidades. Se forma um antagonismo entre os coordenadores e coordenados. Os associados das cooperativas trabalham pior que os contratados (empregados da cooperativa). Os associados tem vícios de dono e vícios de empregado. Associados fazem o que querem sem respeitar as combinações do coletivo, e trabalham menos possível querendo ganhar o máximo possível. Se observa que há grupos de técnicos da assistência técnica onde os técnicos com histórico de luta trabalham com menor empenho de que os técnicos contratados em âmbito geral. Estas observações generalizam a situação, nem todos os cooperados ou técnicos militantes agem desta forma, ao contrário. Mas parece que este é um problema sério. Esta análise aponta uma incoerência. O lógico seria que os associados e militantes teriam uma motivação de trabalho e cooperação bem superior dos empregados que trabalham num regime injusto e alienado.

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Movimento  dos  Trabalhadores  sem  Terra  MST/GRHC  e  Instituto  Conscientia        

RELAÇÕES  HUMANAS  E  COOPERAÇÃO  

-­‐     valorização  humana  e  social      Justificativa    Todos   nós   somos   reprimidos   pelos   sistemas  do  poder:   família,   escola,   empregador,   poder  social  e  econômico.  Esta  repressão  causa  em  nós  sentimentos  de  indignação  e  revolta,  que  alimenta   e   fortalece   o   nosso   sentimento   de   luta   pela   causa   social   e   ecológica.   Mas   esta  repressão  dos  poderes  causa  em  nós  também  sentimentos  de   inferioridade,  medo,  raiva  e  impotência,   o   que   consegue   em   parte   brecar   a   nossa   força   de   luta.   O   sistema   do   poder,  capitalismo,  fomenta  egoísmo,  inveja,  insegurança,  medo,  amargura,  e  impotência.    MST   tem   um   discurso   socialista   e   uma   organicidade   que   se   baseia   na   democracia  participativa  através  dos  núcleos  de  base.  O  discurso  socialista  inclui  os  valores  de  igualdade  e  solidariedade,  em  outras  palavras  uma  valorização  humana  e  social.      Mas  há  uma  contradição.  Nós   somos  “produtos”  do  capitalismo.     Temos  assimilado  desde  quando  nascemos  os  valores  e  hábitos  do  capitalismo.  Como  diz  Paulo  Freire:  “O  oprimido  se  torna  um  opressor”.  O  oprimido  aprende  a  reprimir  a  si  mesmo,  e  os  outros  também.        Nós   temos   uma   organicidade   justa,   uma   ideologia   bonita   mas   o   nosso   modo   de   agir   na  educação,   motivação   e   gestão   das   atividades   vem   do   capitalismo.   Isto   se   pode   concluir  também  pelos  seguintes  aspectos  que  se  observa  em  nossos  coletivos:    

-­‐ Nas  cooperativas  e  nos  coletivos  o  coordenador  não  tem  poder.  Ou  o  coordenador  age  de  maneira  autoritária.  Os   coordenados  não   respeitam  os   coordenadores  e/ou  não  tem  clareza  sobre  as  suas  responsabilidades.  Se  forma  um  antagonismo  entre  os  coordenadores  e  coordenados.    

-­‐ Os  associados  das  cooperativas  trabalham  pior  que  os  contratados  (empregados  da  cooperativa).  Os   associados   tem  vícios  de  dono  e   vícios  de  empregado.  Associados  fazem  o  que  querem  sem  respeitar  as  combinações  do  coletivo,  e  trabalham  menos  possível  querendo  ganhar  o  máximo  possível.  

-­‐ Se  observa  que  há  grupos  de   técnicos  da  assistência   técnica  onde  os   técnicos   com    histórico  de  luta  trabalham  com  menor  empenho  de  que  os  técnicos  contratados  em  âmbito  geral.  

 Estas  observações  generalizam  a  situação,  nem  todos  os  cooperados  ou  técnicos  militantes  agem  desta  forma,  ao  contrário.  Mas  parece  que  este  é  um  problema  sério.      Esta   análise   aponta  uma   incoerência.  O   lógico   seria  que  os   associados  e  militantes   teriam  uma   motivação   de   trabalho   e   cooperação   bem   superior   dos   empregados   que   trabalham  num  regime  injusto  e  alienado.      

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O  sistema  de  poder  causa  a  seguinte  armadilha:  num  lado  o  sistema  causa  sentimentos  de  inferioridade,   tristeza,   medo,   culpa   e   raiva,   e   no   outro   lado,   reprime   estes   sentimentos,  causando   um   conflito   em   todos   nós,   nos   imobilizando   para   reagir   contra   injustiças.   No  capitalismo   a   repressão   funciona   “bem”   para   beneficio   de   poucos.  No   socialismo,   como  entendemos,  a  repressão  é  o  câncer  que  o  capitalismo  implantou  no  nosso  modo  de  sentir,  impedindo  até  hoje  a  nossa  libertação.      Introdução    O  objetivo  da  atividade  de  Relações  Humanas  e  Cooperação  é   introduzir   um   processo   de  valorização  humana  e  social  no  coletivo  para  criar  um  ambiente  de  respeito  mútuo  onde  se  valoriza   as   possibilidades   e   as   riquezas   humanas   em   cada   um  e   intensifica   a   organicidade  justa  e  solidária  desenvolvendo  as  práticas  de  autogestão.    Na   formação   comum,   que   todos   nós   já   passamos   em   casa,   nas   escolas,   nos   locais   de  trabalho  e  na  sociedade  em  geral,  são  usadas  as  seguintes  rotinas,  no  propósito  educativo  e  motivador:    

Mandar:  "Fique  quieto,  não  faça  isso,  faça  desta  forma!"  Criticar  e  dar  bronca.  –  o  foco  nos  problemas.  

Avaliação,  comparação,  classificação  

Competição,  prêmios,  benefícios,  medalhas,  símbolos  de  poder  

Punição,  humilhação,  exclusão,  prisão  

Os  pais/educadores/chefes  mostram  descontentamento,  irritação,  raiva,  rejeição  e/ou  ausência.  

Uma  expectativa  que  os   jovens   se   comportem  como  adultos,   e  que   todos  devem  se  comportar  da  mesma  maneira  independente  da  sua  história.  

 Este   tipo   de   formação   (educação   e   motivação)   torna   as   crianças   e   adultos   inseguros,  ansiosos  e/ou  agressivos,  o  que  reduz  a  alegria,  curiosidade,  criatividade  e  confiança  em  suas  habilidades   e   na   vida.   A   formação   comum   é   repressiva   e   provoca   a   revolta   contra   os  sistemas  de  poder   com   justa   causa.  A   repressão   tem  sua  origem  nas  estruturas  de  poder,  atualmente  o  capitalismo.      O  modo  repressivo  de  agir  torna  os  problemas  crônicos,  impossíveis  de  serem  resolvidos  na  sua  essência.  Uma  outra  forma  de  abordagem  dos  problemas  na  cooperação  é:    

1.  Não  dê  poder  aos  problemas;  

2.  Procure  ter  contato,  reconheça  os  sentimentos;    

3.  Reforce  o  bem  em  todos;  

4.  Organize  responsabilidade  coletiva  –  cooperação;    

5.  Trate  o  seu  próprio  stress;  

Em  seguida  há  uma  descrição  sobre  estas  cinco  questões.    

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   1  NÃO  DÊ  PODER  AOS  PROBLEMAS      Sua  atitude  em  relação  aos  problemas  é  o  mais  crucial.  Problemas  e  dificuldades  são  uma  oportunidade  para  algo  melhor.  Se  seus  sentimentos  e  pensamentos  giram  mais    em  torno  dos  problemas  de  um  companheiro,  coletivo  ou  dos  seus  próprios,  você  bloqueou  o  contato  com   o   outro,   com   o   coletivo,   e   com   o   seu   próprio   equilíbrio.   Você   deu   o   poder   para   os  problemas.      Em  vez  disto,  procure  lidar  com  as  dificuldades  reforçando  o  que  é  bom,  em  outras  palavras  reforçando  a  sanidade  do  educando.  Para  que  a  saúde  cura  a  doença.    O  mal  só  pode  ser  curado  pelo  bem    Pode   o   aborrecimento   ou   raiva   causar   algo   bom?   A   frustração   significa   que   você   se  preocupa,  mas  geralmente  ficar  angustiado  e/ou  zangado  não  ajuda  a  lidar  com  o  problema.  Parece  bastante  óbvio  que  algo  ruim  não  pode  ser  curado  com  outro  mal.  O  mal  só  pode  ser  curado  pelo  bem,  o  amor.  Todo  ser  humano  tem  direito  e  uma  necessidade  sã  de  amor.      Há  mais  uma  pergunta:  como  você  reage  perante  a  sua  ansiedade,  mágoa  ou  raiva?  Será  que  você   fica   chateado   consigo  mesmo,   quando   se   sente   ofendido?   Será   que   você   reage   com  decepção   perante   sua   possível   raiva?   Se   sua   reação   é   a   negação,   você   acaba   no   círculo  vicioso.  Tente  entrar  em  contato  com  o  seu  modo  de  sentir  sem  te  criticar  ou  exigir  a  não  sentir  que  está  sentindo.      Sentir   algo   e   fazer   algo   são   coisas   diferentes,   meso   sentindo   raiva   podemos   agir   com  respeito.   Reflita   e   sinta   os   seus  hábitos   de   sentir   com   curiosidade  e   aceitação  para  poder  respeitar  o  sentir  da/o  companheira/o.    Somos  todos  espelhos  internos  entre  nós    Uma  vez  que  todos  nós   temos   todas  as   características  humanas,   temos  todos  os  tipos  de  riquezas   humanas,   tais   como:   percepção,   memória,   amor,   responsabilidade,   humildade,  gratidão,   coragem,   iniciativa,   criatividade,  honestidade,  autodisciplina,  entre  outros.  Todos  os   seres   humanos   têm   todas   essas   riquezas,   elas   são   a   essência   do   ser   humano.   Acredite  nelas,   veja-­‐as,  não  perca  o   contato   com  elas.  No  anexo   (canto   inferior  esquerdo),  há  uma  lista  mais  detalhada.    Como  nenhum  de  nós  é  perfeito,  nem  mesmo  em  um  sentido  único,  temos  todos  os  tipos  de  falhas   ou   empecilhos   (anexo,   canto   inferior   direito).   Assim   tudo   o   que   eu   vejo   em   você  também  está  em  mim,  mas  não  da  mesma  forma,  ou  com  a  mesma  intensidade.  Sua  alegria  desperta   a   consciência   da   alegria   em  mim.   Ou,   pelo   contrário,   a   sua   gratidão   desperta   a  consciência  da  minha  insatisfação.  Nós  somos  espelhos  internos  uns  dos  outros,  mesmo  que  sejamos  diferentes.      Se   sua   reação   gera   stress   em   você,   ao   ponto   que   você   fique   ansioso,   frustrado,   irritado,  triste,   magoado   ou   sentindo   culpa   de   modo   inibidor,   pergunte:   “O   que   a   minha   reação  desvenda   sobre  meu   interior?   Será   que   eu   tenho   expectativas   irreais,   exigências,   ou   será  que  a  outra  pessoa  o  aluno  de  alguma  forma  revela  algo  sobre  mim?”      

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O  sistema  de  poder  causa  a  seguinte  armadilha:  num  lado  o  sistema  causa  sentimentos  de  inferioridade,   tristeza,  medo,   culpa   e   raiva,     e   no   outro   lado,   reprime   estes   sentimentos,  causando  um  conflito  em  todos  nós,  nos  imobilizando  para  reagir  contra  injustiças.        2  PROCURE  TER  CONTATO  –  RECONHEÇA  OS  SENTIMENTOS    Todo  ser  humano  quer  ser  aceito  e  respeitado  em  seus  sentimentos,  e  em  sua  totalidade.  Para  uma  pessoa  brava/assustada/triste  é  mais   importante  ser  aceita  e   respeitada  em  seu  sentimento  do  que  ser  obedecida  nas  suas  vontades.  Respeitar  o  sentir  do  outro  é  valorizar  o  outro.    Total  liberdade  de  sentir  e  liberdade  limitada  para  agir    Temos   liberdade   total   para   sentir   e   pensar,   e   liberdade   limitada   para   agir.   Liberdade  significa   responsabilidade,   que   pressupõe   a   liberdade.   Com   liberdade   de   sentir,   somos  responsáveis  pelo  modo  como  nos  sentimos.  A  liberdade  é  inviolável,  portanto  é  importante    aceitar  e  respeitar  cada  um  (inclusive  a  si  mesmo)  no  seu  modo  de  sentir,  seja  alegria,  amor,  medo,  raiva,  vergonha,  tristeza,  impotência....  Nossa  maneira  de  sentir  afeta  direto  o  nosso  comportamento  e  a  nossa  saúde  no  bem  e  no  mal.    O  que  é  um  sentimento  são?  O  amor  é  o  sentimento  básico  de  vida.  Ansiedade,  medo  e  raiva  são  necessários  quando  há  ameaça  ou  perigo  real.  Vergonha  e  culpa  sugere  que  você  tem  um  senso  ético.  Tristeza  é,  no   fundo,  sinal  de  amor.  Na  medida  em  que  o  sentimento  não  favorece   a   vida,   ele   é   desequilibrado   (neurótico),   como   constante   preocupação   e   medo,  descontentamento   crônico,   amargura,   ódio,   frustração   ou   tristeza   crônica   ou   “amor”  sufocante.    

Aprenda  a  perceber  o  seu  modo  de  se  sentir  na  vida:  

Quando   você   se   olha   no   espelho,   quais   as   emoções   que   podem   ser   vistas   mais  claramente  em  seu  rosto?  

Pare  e  tome  tempo,  sinta  seu  corpo.  Diferentes  sintomas  (dor  no  estômago,  rigidez  do  pescoço,   tensão,   dores   de   cabeça...)   no   corpo,  muitas   vezes   surgem   a   partir   de   sua  emoção.  

O   que   você   sente   em   seus   sentimentos?  Descreva   o   seu   sentir   com   várias   palavras.  Crie  um  hábito  de  sentir  conscientemente  seus  sentimentos.  

Seus   sentimentos   pertencem   à   sua   liberdade,   respeite   a   liberdade   de   senti-­‐los.   Esta  liberdade  parece  limitada  pelos  seus  hábitos  emocionais  criados  durante  a  vida.  

Você  não  precisa  saber  ou  explicar  porque  –  sentir  é  livre.  Você  não  precisa  expressar  seus  sentimentos.  Basta  você  aceitar  a  consciência  da  sua  maneira  de  sentir.  

 Aceitando  a  consciência  sobre  seu  medo  de  sentir,  é  mais  fácil  de  ter  contato  com  o  outro.  Quando  você  entra  em  contato  com  o  sentir  dele  com  curiosidade  e  respeito,  ele  começa  a  se  interessar  e  a  respeitar  a  si  mesmo  e  você.    

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Como   lidar   com  uma  pessoa   com   raiva/medo?  Algumas  dicas  para   lidar  com  uma  pessoa  brava/assustada/fechada:  

Pare,   sinta   suas   próprias   emoções,   como   ansiedade,   medo,   frustração,   irritação,  sensação  de  impotência...  Aceite  e  sinta  seus  próprios  sentimentos.  

Pense   no   que   o   outro   está   sentindo:   incerteza,   frustração,   vergonha,   raiva   ou  impotência.  Aceite  e  respeite  a  liberdade  de  se  sentir  assim.  

Olhe   para   ele,   nele   você   vai   reconhecer   seus   próprios   sentimentos   -­‐   ele   é   o   seu  "espelho  emocional".  

Pergunte   a   ele   de   uma   forma   respeitosa,   por   exemplo:   "Me   parece   que   há   algum  medo,  insatisfação  ou  frustração  em  você.  Será  que  isso  é  verdade?"  

Aceite  sua  reação:  ele  pode  não  querer  falar  sobre  seus  sentimentos.  Se  ele  não  quiser  falar,  respeitar  isso.  

 Introduz  estes  temas  e  pensamentos  no  coletivo.  Todos  discutem.  Não  é  preciso  pensar  da  mesma  forma,  a  intenção  é  de  que  os  participantes  comecem  a  refletir  mais  sobre  a  vida  e  as  relações  humanas.        3  REFORCE  O  BEM  EM  TODOS      Crie   um   hábito   de   valorização   humana   reforçando   a   consciência   das   riquezas   humanas  entre  todos.  Veja  uma  lista  de  riquezas  humanas  (anexo).  Os  companheiros  mais  inseguros,  quietos,  indiferentes  ou  agressivos  precisam  de  mais  reforço;  os  melhores  precisam  menos.        Dialogo  de  reforço  –  valorização  humana  e  coletiva    O  objetivo  é  reforçar  a  consciência  das  riquezas  humanas  em  cada  um  e  no  coletivo:  

1.   Observe   o   seu   próprio   estado   emocional.   Se   você   está   frustrado   ou   irritado,  perceba   isso.   Pare   e   reflita   conscientemente   o   seu   modo   de   sentir.   Seu   sentir   é   da   sua  liberdade.    Reflita  talvez  sobre  o  que  seu  sentir  revela  sobre  você.  

2.  Reconheça  o  sentir  ou  outros  sintomas  no  outro/coletivo.  Ouça-­‐o  ativamente,  faça  perguntas   para   entender  melhor   como   ele   se   sente.   Evite   perguntar   por   quê.   Se   ele   está  ansioso,  frustrado,  irritado,  cansado  ou  ferido,  ilumine  isso  perguntando  e  falando  sobre  isso  com  aceitação  e  respeito.  Todo  ser  humano  quer  ser  visto  e  respeitado  justamente  em  seu  sentimento.  Todas  as  emoções,  medo,   raiva,  entre  outros,  ainda  são,  no   fundo,  provas  do  amor.  

3.  Reforce  a  consciência  das  riquezas  humanas  nele/coletivo,  dizendo,  por  exemplo:  "Eu   vejo   alegria,   concentração   e   criatividade   em   você/vocês."   Repita   isso   de   maneiras  diferentes  várias  vezes.  Normalmente,  você  não  precisa  ir  para  a  próxima  etapa.    

4.  Se  considerar  necessário,  explique  como  ele/coletivo  se  opõe  às  próprias  riquezas,  lembrando  o  princípio:  o  que  você  faz  para  os  outros,  você  faz  a  si  mesmo  no  seu   interior  (hábito   de   alimentar   sentimentos   de   inferioridade,   preocupação,   medo,   raiva,   culpa   ou  vitima,  ou  ter  exigências  rígidas  sobre  si  e  sobre  os  outros,  ou  alimentar  inveja).      

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 4  ORGANIZE  RESPONSABILIDADE  COLETIVA  –  COOPERAÇÃO    Crie   no   grupo   um   espírito   de   igualdade   e   responsabilidade   coletiva,   aumentando  continuamente   a   participação   de   todos   no   processo   de   tomada   de   decisões,   objetivando  desenvolver  práticas  de  auto-­‐gestão.  Discuta  combinações/regras  sobre  cooperação  e  bem  estar.      Desenvolva   idéias   sobre  conseqüências  para  eventuais   violações.  As   conseqüências  devem  fortalecer  o  aspecto  humano,  as  riquezas  humanas  do  infrator.  Alguns  exemplos:  

O  infrator  tem  direito  ao  diálogo  de  reforço.  

Ele  trabalha  como  “instrutor”  para  ensinar  alguém  sobre  um  trabalho  que  ele  mesmo  tem  mais  experiência.  

Ele   prepara   e   introduz   algum   tema   interessante   para   discussão   na   próxima  reunião/assembléia.  

Ele  faz  o  ambiente  de  trabalho  ficar  mais  bonito.  

Ele  organiza  algum  evento  cultural,  esportivo...  

O  coletivo  aplica  motivação  positiva  (ver  abaixo)  para  desenvolver  a  cooperação.      Como  me  trato,  trato  os  outros    Para   prevenir   condutas   de   desvalorização   e   agressão,   desenvolva   uma  percepção   com  o  coletivo  com  base  na  idéia:  o  jeito  como  a  pessoa  age  e  lida  com  as  situações  é  expressão  de  seus  sentimentos,  sua  maneira  de  sentir.  Uma  ação  boa/má  surge  de  uma  ação  emocional  boa/má.  Isso  significa  que  o  que  eu  faço  contra  os  outros,  faço  comigo  mesmo  para  mim,  em  meu  interior.    A   consciência,   de   que   o   agressor   é   a   primeira   vitima   de   si   mesmo,   e   o   espírito   de  responsabilidade   coletiva   resultam   em   que   a   própria   turma   reage   quando   alguém   age   de  uma   maneira   destrutiva.   Por   ex.   se   alguém   perturba   a   concentração,   o   coletivo   reage  pedindo  paz  de  trabalho,  sem  precisar  da  repreensão  do  coordenador.    Se   Carlos   debocha   de   Pedro,   a   pessoa   mais   próxima   que   está   ouvindo   isto   pode   dizer:  "Carlos,  você  desvaloriza  seus  conhecimentos."  Se  Carlos  ataca  Pedro  fisicamente,  o  coletivo  reage   imediatamente   para   deter   a   agressão.   Em   outras   palavras,   todos   em   conjunto   se  ajudam  para  impedir  a  agressão  ao  invés  de  passivamente  esperar  por  alguma  intervenção  externa  da  situação.      Responsabilidade  coletiva  leva  à  solidariedade    Em  vez  de  competir  uns  com  os  outros,  todos  ajudam  quem  tem  dificuldade  de  aprender  e  trabalhar.   Reforço   é   dado   por   companheiros   mais   próximos.   Isto   melhora   a   vontade   de  aprendizagem  e  o  crescimento  humano  de  modo  essencial      

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Motivação  positiva    Se  há  problemas   sérios  de   cooperação  pode   se  aplicar  a  motivação   positiva.  O  objetivo  é  transferir   a   atenção   sobre   os   indivíduos   “problemáticos”     para   os   hábitos   de   ação   do  coletivo,  tirar  o  foco  do/s  individuo/s  para  o  comportamento  do  coletivo.  

1   Escolha   um   problema/tema   que   será   transformado   em   desafio/visão/estado  desejado.    

2  Reflita  sobre  os  pensamentos  básicos,  as  riquezas  humanas  e  empecilhos.  Isto  se  usa  como  pano  de  fundo  em  todo  processo.  

3   Conscientize-­‐se   sobre   os   sentimentos   em   relação   ao   problema/desafio.   O  sentimento   (alegria,   amor,   angústia,   medo,   tristeza,   raiva...)   é   a   base   do  comportamento.   Para   poder   lidar   com  o   desafio   é   necessário   respeitar   as   emoções,  mesmo  que    elas  sejam  irracionais,  e  não  causados  pela    situação.    

4  Descreva  o  problema  transformando-­‐o  em  uma  lista  de  hábitos  de  ação  das  pessoas  envolvidas.  O  objetivo  é  transferir  o  foco  das  pessoas  “problemáticas”  para  os  hábitos  de  ação  da  turma.    

5  Descreva   a   visão/estado   desejado   transformando-­‐a   em  hábitos   ideais   de   ação   das  pessoas  envolvidas.  A  visão  é  agora  descrita  pelos  hábitos  de  ações.  

6  Descreva  e  compare  os  benefícios  dos  hábitos  de  ação  do  estado  atual  e  do  estado  desejado.  O  ser  humano  busca  sempre  o  bem.  Mas  às  vezes  o  bem  se  transforma  em  mal   por   causa   dos   empecilhos.   Para   motivar   a   mudança   de   hábitos   de   ação   são  comparados   os   benefícios   do   estado   atual   e   o   do   estado   desejado   (da   visão).   Se  escolher  a  mudança,  continua  o  processo  a  etapa  7,  senão  pare  aqui.  

7  Prepare  junto  com  os  envolvidos  um  plano  prático  para  treinarem  os  hábitos  ideais  de  ação.  

 Motivação  positiva  é  um  método  para  fortalecer  a  democracia  e  senso  de  responsabilidade  coletiva,  gerando  uma  valorização  social.      5  TRATE  O  SEU  PRÓPRIO  STRESS    

Vivemos  em  uma  sociedade  que  gera  muito  stress  em  todos  nós  

A  sociedade  de  competição,  o  capitalismo,  aumenta  sempre  as  exigências  levando-­‐nos  à  insegurança,  ganância,  inveja,  agressão  e  egoísmo.  

O   conflito  estrutural   entre  empregadores  e  empregados  promove  em  nós  alienação,  submissão,  insegurança,  descontentamento  e  revolta.  

Dinheiro   é   a  meta   de   tudo,   resultando  na  maximização   impiedosa   de   especulação   e  exploração,   causando   grandes   injustiças   econômicas   e   sociais.   Isto   promove  sentimentos  de  injustiça,  raiva,  impotência  e  extremismo.  

A   crença   na   necessidade   de   crescimento   infinito   de   produção   e   consumo   leva   à  destruição  da  natureza  e  promove  alienação,  indiferença  e  arrogância.  

 Exigir  é  reprimir  –  ao  contrário  de  respeitar  é  incentivar    

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 O   sistema   conduz   a   todos  nós  para   cumprir  mais   e  mais   exigências,   sempre   aumentando.  Reflita  sobre  como  você  reage  às  exigências:  

Você  sente  exigências  como  uma  oportunidade  ou  uma  obrigação?  

Se  a  exigência  é  rígida,  você  reage  seguramente  com  oposição.  Se  tens  muitas  tarefas  simultâneas,  você  se  opõe  a  si  mesmo.  

Temos  a  tendência  de  transformar  expectativas  e  desejos  em  exigências.  

Quando   você   está   trabalhando   com   o   foco   nos   resultados,   como   elogios,   prova,  aposentadoria,   prêmio,   lucro   entre   outros,   você  não   está   no   ato   em   si,   isto   reduz   o  sentimento  de  amor  e  alegria.  

Se  você  tem  um  pai  (mãe)  autoritário,  você  se  torna  como  ele  (ela)?    Um  professor  de  educação  especial  diz  de  forma  espontânea:  "A  exigência  provoca  medo  e  raiva;   precisa   ser   capaz   de   tudo,   não   pode   errar,   isto   causa   sentimento   de   solidão   e  egocentrismo.   A   exigência   se   sente   como   algo   acusador,   punição,   maldade,   bloqueador."  Realmente,  exigências  levam  a  reprimir  a  consciência  da  realidade,  justo  a  consciência  que  é  o  aspecto  mais  importante  da  nossa  existência.    No  capitalismo  a  repressão  funciona  “bem”  para  beneficio  de  poucos.  No  socialismo,  como  entendemos,  a  repressão  é  o  câncer  que  o  capitalismo  implantou  no  nosso  modo  de  sentir,  impedindo  até  hoje  a  nossa  libertação.    Há   tanto  o   stress   são  quanto  o  doentio.  Cada  situação  pode  ser   lidada  com  o  stress   ideal  (são).   O   stress   doentio   surge   quando   se   quer   mais   do   que   é   possível,   estimando  necessidades  e   recursos  de  uma   forma  desequilibrada.  Causamos  o   stress  doentio   com  os  nossos    empecilhos.  Querer  é  se  estressar.  A  vontade  é  acelerador  do  stress.      Como  lidar  com  o  stress?  

Os   sintomas   do   stress   são   alarmes   úteis,   benéficos.   É   importante   que   o   sistema   de  alarme  funcione.  Procure  lidar  com  as  causas  em  vez  de  eliminar  sintomas.  

Pare   e   reserve   tempo.   Sinta   em   seu   corpo   os   possíveis   sintomas   (tensão,   dor,  doença...)   .   E   sente   seus   sentimentos   (angustia,   irritação,   culpa,   raiva...)   de   forma  consciente.  

Descanse,  cuide  de  seu  corpo,  respeite-­‐o.  

A   exigência   para   resolver   rapidamente   problemas   complexos,   os   torna   crônicos.  Desenvolva  uma  atitude  mais  humilde.  

Reflita   sobre   seus   estressores   internos,   empecilhos:   hábitos   emocionais   negativos,  rigidez,  censura,  perfeccionismo,  mania  de  grandeza,  inveja,  egoísmo...  

Tenha  tolerância  com  seus  empecilhos,  não  tente  mudá-­‐los,  mas  treine  novos  hábitos  de  agir.  

Crie   uma   visão   sobre   o   ideal   (utopia)   para   ter   uma   direção   clara   e,   assim,   não   agir  como  um  "bombeiro".  

Planeje  as  medidas  práticas.  Aceite  e  se  adapte  ao  que  você  não  pode  mudar.  Informe  o  seu  coordenador  formalmente  sobre  a  sua  situação.  

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 Resumo    Uma  maneira  de  prevenir  o  stress  é  introduzir  gradativamente  no  coletivo  uma  abordagem  que  coloca  o  foco  na  valorização  humana  e  no  fortalecimento  do  bem  em  todos  os  membros  do  coletivo:  

Desaprenda   gradativamente   as   rotinas   repressoras   de   formação   e   motivação   (veja   a  lista  na  introdução).  

Conscientize-­‐se   sobre   a   total   liberdade   para   sentir   e   a   liberdade   limitada   para   agir,   a  liberdade  é  sinônimo  para  responsabilidade.  Desenvolva  aceitação  e  respeito  pelo  modo  de  sentir  dos  outros  e  o  seu.  

Desenvolva   o   hábito   de   reforçar   a   consciência   das   riquezas   humanas.   Desenvolva   a  compreensão  sobre  os  nossos  empecilhos  internos.  

Introduza  a  percepção  de  que  somos  todos  espelhos  internos  uns  dos  outros.  

Conscientize-­‐se   de   que   tudo   o   que   eu   faço   ao   outro,   eu   faço   dentro   de  mim,   a  mim  mesmo.  

Conscientize-­‐se  de  que  injustiça  e  maldade  são  curados  apenas  com  justiça  e  amor.  

Desenvolva  uma  estrutura  social  em  que  todos  participam  mais  e  mais  na  discussão  e  tomada   de   decisões   sobre   assuntos   importantes   para   promover   a   responsabilidade  coletiva  e  a  solidariedade.  Assim  as  ações  destrutivas  são  prevenidas  e   impedidas  pela  responsabilidade  coletiva.    

 A  cooperação  e  motivação  é  baseada  na  alegria,  no  amor,  na  curiosidade  e  solidariedade.      Esta   abordagem,  método   conscientia,     é   desenvolvida   há   mais   de   20   anos   de   trabalho  coletivo  com  trabalhadores,  educadores  e  coordenadores  dos  coletivos  dos  assentamentos  da  Reforma  Agrária   do  Brasil   -­‐  MST,   e   dos   educadores  da   Suécia   e   Finlândia.  O  método  é  descrito  com  vários  textos  e  apostilas  disponíveis  em  site  www.conscientia.se.  Foi  publicado  um  livro  em  finlandês  e  sueco,  a  versão  brasileira  será  publicada  em  futuro  próximo.    MST/Grupo   de   Estudo   de   Relações   Humanas   e   Cooperação   GRHC   e   Instituto   Conscientia  oferece   formação   e   acompanhamento   sobre   o   tema   relações   humanas   e   cooperação   –  valorização  humana  e  social.    Paulo  Freire:  Oprimido  se  torna  opressor.  Oprimindo  o  outro  o  ser  humano  está  oprimindo  a  si  mesmo.    Albert  Einstein:  Não  basta  ensinar  ao  homem  uma  especialidade,  porque  se  tornará,    assim,  uma  máquina  utilizável,  não  um  ser  humano.  É  necessário  que  adquira  um  sentimento,  um  senso  prático  daquilo  que  é  belo,  do  que  é  eticamente  correto.      Che  Guevara:  Vamos  ser  realistas  e  tentar  o  impossível.          27.08.2015,  www.mst.org.br,  www.conscientia.se,  [email protected]  

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RELAÇÕES  HUMANAS  E  COOPERAÇÃO  -­‐  MÉTODO  CONSCIENTIA                          ANEXO    

Pensamentos  básicos  sobre  o  ser  humano   Metáfora   Símbolo  Temos  liberdade  de  sentir  e  pensar,  e  liberdade  limitada  de  agir.  Liberdade  implica  em  responsabilidade  e  responsabilidade  requer  liberdade.  Liberdade  e  responsabilidade  são  sinônimos.  Somos  responsáveis  pelo  nosso  modo  de  sentir,  sendo  assim  devemos  respeitar  o  modo  de  sentir  de  cada  um.  O  modo  de  sentir  (alegria,  amor,  medo,  raiva...)  influencia  nossas  atividades    fisiológicas.    

Eu  sou  capitão  de  meu  próprio  barco.  

 

 

Tudo  que  vejo  no  outro,  existe  também  em  mim  de  alguma  maneira.  Todo  ser  humano  tem  todos  os  aspectos  humanos.  Sua  alegria  desperta  a  consciência  da  alegria  em  mim.  Ou  também,  ao  contrário,  sua  alegria  desperta  a  consciência  da  minha  tristeza.  

Nós  somos  espelhos  internos  entre  nós.    

Aquilo  que  faço  para  o  outro,  faço  dentro  de  mim,  comigo  mesmo.  O  meu  modo  de  agir  revela  o  meu  modo  de  sentir.  Quando  faço  bem/mal  para  o  outro,  estou  fazendo  bem/mal  para  mim  mesmo.  

Como  me  trato,  trato  os  outros.    

Sou  consciente,  então  existo.  A  consciência  é  o  fator  mais  essencial  da  existência.  O  ser  humano  é  a  sua  consciência.  Sentir  é  uma  parte  essencial  de  conscientização.  Reprimir  consciência  implica  em  reprimir  o  próprio  ser.    

A  consciência  é  a  nossa  bussola.  

   

O  mal  pode  ser  curado  somente  com  o  bem.  O  mal  não  pode  ser  curado  por  outro  mal.  O  amor  é  o  sentimento  básico  da  vida.    

O  mal  pode  ser  curado  somente  pelo  bem.  

 Igualdade  implica  na  responsabilidade  coletiva.  O  que    requer  democracia  direta.  Democracia  participativa  na  economia  e  na  política  significa  o  poder  do  povo.    

Igualdade  é  

poder  do  povo.  

   

RIQUEZAS  HUMANAS;  todo  ser  humano  tem  todas  as  riquezas  humanas  .    

  EMPECILHOS;  causados  principalmente  pela  repressão  da  sociedade  (sistemas  de  poder)  

1  Capacidade  de  percepção  (ver,  escutar,  sentir,  cheirar,  saborear)  interesse  para  conhecer,  saber...  2  Capacidade  de  lembrar-­‐se,  captar  o  passado  3  Intuição,  “o  sexto”  sentido  4  Amor,  responsabilidade,  humildade,  felicidade,  gratidão,    entusiasmo...  5  Sentido  metafísico,    espiritualidade    6  Coragem,  iniciativa,  persistência...  7  Criatividade,  capacidade  de  visualizar  8  Bom  senso,  capacidade  de  avaliação    9  Honestidade,  senso  ético,  senso  de  justiça...  10  Senso  estético  para  contemplar  a  beleza  11  Autodisciplina  para  controlar  seus  impulsos    12  Aptidões  especiais,  musica,  matemática...  13  Capacidade  de  aprender,  acumular  informações    14  Capacidades  físicas,  beleza,  forca...  

  1  Hábitos  negativos  emocionais:  alimentar    cronicamente  angústia,  tristeza,  medo,  raiva,  descontentamento,  culpa,  vergonha...  2  Atitude  de  censura  (rejeição  da  consciência):  ficar  com  medo,  irritação  ou  raiva  quando  percebe  suas  falhas,  defender-­‐se,  culpar-­‐se,  moralizar,  condenar...  3  Idealização  (perfeccionismo,  narcisismo,  mania  de  grandeza):  exigir  de  si  próprio  e    de  outros  de  modo  exagerado  e  rígido,  achar-­‐se  no  centro  do  poder  e  das  atenções  4  Inveja,  maldade:  in-­‐ver  =  não  querer  ver  o  bem,  concentrar-­‐se  no  negativo,  sentir,  pensar  e  agir  de  modo  destrutivo,  agressivo  5  Todos  estes  empecilhos  são  sintomas  de  egocentrismo.  

 mst.org.br,  conscientia.se,  [email protected]         27.08.2015