relaÇÕes entre branqueamentode capitais, evasÃo fiscal e paraÍsos fiscais

7/29/2019 RELAES ENTRE BRANQUEAMENTODE CAPITAIS, EVASO FISCAL E PARASOS FISCAIS

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DOCUMENTO TEMTICOSOBRE AS RELAES ENTRE BRANQUEAMENTODE CAPITAIS, EVASO FISCAL E PARASOS FISCAIS

RUI TAVARES

DADOS RELATIVOSS PERDAS NAS RECEITAS FISCAIS

quinta-feira, 7 de maro de 2013


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A DIMENSO DO PROBLEMA NA UE

Perdem-se aproximadamente 850 mil milhes de euros por ano em evaso fiscal.

Perdem-se aproximadamente 150 mil milhes de euros por ano em planeamentofiscal agressivo.

Isto equivale a um montante total de 1 bilio de euros por ano.

Em 2011, o oramento total da UE foi de 140 mil milhes de euros. As Operaesde Refinanciamento de Longo Prazo (LTRO) do Banco Central Europeu,consideradas como sendo medidas extraordinrias, foram de 1 bilio de eurospara um perodo de trs anos.

O novo Quadro Financeiro Plurianual para o perodo 2014-2020, conformeacordado pelo Conselho Europeu, representa um total de quase 960 mil milhes deeuros (959,988 mil milhes de euros). Se dividirmos estes 960 mil milhes de eurospelos sete anos a que corresponde o perodo, deixa-nos com cerca de 137 milmilhes de euros por ano.

Este 137 mil milhes de euros representam cerca de 7,3 vezes menos do que odinheiro que se perde anualmente em receitas fiscais em toda a UE. A perdadessas receitas impede os governos de financiarem investimentos pblicos e desustentarem ou ampliarem o bem-estar social.

O dinheiro perdido anualmente 10 vezes superior ao montante total do Pacto deCrescimento negociado pelo presidente da Frana, Franois Hollande, querepresenta "apenas" 100 mil milhes de euros para toda a Unio Europeia (e queainda no est financiado).



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DADOS SOBRE PORTUGAL

A perda em receitas fiscais corresponde a 78,2% do dfice oramental de 2010, quefoi de 15,8 mil milhes de euros. Portanto, por outras palavras, cerca de 80% dodfice oramental equivale perda de receita em sonegao e evaso fiscal.

Se esse montante tivesse sido canalizado para os cofres do Estado, a necessidade deum resgate da troika teria sido muito menos urgente e as condies muito melhores.

O Governo de Portugal gastou cerca de 84 mil milhes de euros em 2009, e estima-seque nesse mesmo ano o valor total da economia paralela tenha sido de cerca de 40mil milhes de euros.

Em 2009, a economia paralela equivaleu a 23% do nosso PIB.

Em 2009, a perda de Portugal em receitas fiscais equivaleu a 15,5% do que o Governogastou.

O montante total das receitas fiscais perdidas para a economia paralela de 12,3 milmilhes de euros.

Como j aqui foi referido, as receitas perdidas so entretanto provavelmente maiores,tendo em conta que as fugas de capitais aumentaram devido ao impacto da crise. Maspor enquanto no est disponvel nenhuma anlise dos dados mais recentes paracomprovar tais pressupostos.

Porm, usando como bitola os desequilbrios do mecanismo TARGET2 do BancoCentral Europeu podemos pressupor que entre o resgate grego e o portugus (abril2010 - abril 2011) tenham sado do pas mais de 70 mil milhes de euros.



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Os TARGET2 passivos de Portugal foram de cerca de 78 mil milhes de euros em 2012, enquantoque antes da crise eram de quase zero. Os desequilbrios dos TARGET2 refletem os fluxos decapitais e, neste caso, os passivos de Portugal representam fugas de capital. A questo de comoisto se relaciona com a fraude ou a evaso fiscal ainda est por ser demonstrada.

[Research por Karl Whelan http://www.karlwhelan.com/Presentations/Whelan-BoE.pdf ]

http://www.karlwhelan.com/Presentations/Whelan-BoE.pdfhttp://www.karlwhelan.com/Presentations/Whelan-BoE.pdf


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SOBRE OS DADOS

Os dados apresentados nas trs tabelas foram tirados de um estudo disponvel nowebsite oficial da Comisso Europeia, na categoria taxation and customs union,coord. por Richard Murphy (s em EN, FR e DE). http://ec.europa.eu/taxation_customs/taxation/tax_fraud_evasion/index_en.htm

Vrias outras fontes foram utilizadas para a compilao destes dados:

Unio Europeia

Banco Mundial

Organizao Mundial da Sade

Heritage Foundation

As citaes completas encontram-se em Rui Tavares, Thematic Paper on MoneyLaundering and Tax Evasion, CRIM special committee, European Parliament, fevereiro de2013, disponvel em ingls e portugus em http://ruitavares.net/textos/crim.

Deve realar-se o fato de que todos os dados aqui mencionados so estimativasmacroeconmicas que no incluem os dados mais recentes que refletem o impactoda crise. Se assumirmos que a crise tornou as coisas piores, a fuga de capitaistendo aumentado, ento o total das receitas fiscais perdidas poder ser maiorainda.

http://ruitavares.net/textos/crimhttp://ruitavares.net/textos/crimhttp://ec.europa.eu/taxation_customs/taxation/tax_fraud_evasion/index_en.htmhttp://ec.europa.eu/taxation_customs/taxation/tax_fraud_evasion/index_en.htmhttp://ec.europa.eu/taxation_customs/taxation/tax_fraud_evasion/index_en.htmhttp://ec.europa.eu/taxation_customs/taxation/tax_fraud_evasion/index_en.htm


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#01OS BANCOS TM DE DIZER O QUE

ESTO A FAZER, E ONDE.

BANCOS DEVEM INFORMAR SOBRE ATIVIDADE DEFILIAIS EM PARASOS FISCAIS.



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Exigir transparncia total s instituies financeiras no fornecimento de todas as

informaes sobre as suas atividades junto de autoridades de superviso offshore. A

este respeito as instituies financeiras devem ser desencorajadas ou, se necessrio,

proibidas de operar em territrios que constem das listas negras elaboradas pela FATF,

pela OCDE ou pela iniciativa StAR do Banco Mundial. Os bancos europeus devemgarantir que todas as suas subsidirias globais estejam em conformidade com a

directiva da UE sobre o combate lavagem de dinheiro (diretiva AML).



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#02 PRECISO SABER QUEM TEM O QU.

SISTEMA INTEGRADO DE REGISTOS DEACIONISTAS DAS EMPRESAS EUROPEIAS.



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Estabelecer um sistema integrado de registos de acionistas legais envolvendo a Unio

Europeia e os seus Estados-Membros, que contar com todas as informaes

necessrias sobre os acionistas de empresas que operam dentro da UE. Este registo

pode ser complementado com um ndice de risco que levar em considerao alguns

dos aspetos mais suspeitos das operaes de uma empresa. As informaes sobre esteregisto devem estar disponveis para as autoridades que as peam e deve caber a todas

as empresas a prestao de informaes relativas aos seus beneficirios finais, no

momento em que lhes pedido ou num prazo de 48 horas.



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#03 PRECISO SABER QUEM LUCRA.

REGISTO ATUALIZVEL DE BENEFICIRIOS FINAISDOS ATIVOS EM BANCA.



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Criar ao nvel da UE um registo periodicamente atualizado de beneficirios finais. A

partilha desta informao deve ser coordenada sem obstculos por toda a UE para queos casos de dumping fiscal sejam evitados e as variaes na legislao nacional no

ofeream uma janela de oportunidade aos criminosos e a todos aqueles que fazem um

uso sofisticado, estruturado e sistemtico dos buracos na legislao de forma

claramente prejudicial, na inteno de abusar do sistema e no de conduzir operaes

comerciais ou financeiras normais. Informaes relativas aos beneficirios finais de

ativos na banca de investimentos ou tradicional devem ser disponibilizadas aos

departamentos de cobrana de impostos num registo oficial, mas cumprir em simultneo

com todos os princpios de governana justa em matria de transparncia e de

acessibilidade. A identidade dos proprietrios e controladores de uma pessoa jurdica,

organizao jurdica ou estrutura similar deve ser sempre fornecida aos registos oficiais

de forma a que essas entidades ou acordos possam deter peso legal.



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#04 PRECISO RESPONSABILIZAR QUEM

MANDA.

RESPONSABILIZAO LEGAL E CRIMINAL DEADMINISTRADORES POR AO E OMISSO EM

LAVAGEM DE DINHEIRO.



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Reforar os requisitos que recaem sobre as funes dos administradores. As

administraes devem ser responsabilizadas por no terem tomado as medidas

necessrias e adequadas para evitar a lavagem de dinheiro, incluindo no caso de

administradores testas-de-ferro. Informaes deste tipo devem, por questes de

transparncia e legitimidade democrtica, serem tornadas pblicas aos cidados,

jornalistas e ONGs, para alm de outros, de modo a que uma camada adicional de

escrutnio pblico possa ser aplicado s empresas. Alm disso, s pessoas singulares

devem ser autorizados a atuar como administradores. Pessoas colectivas no devem ser

autorizadas a desempenhar este papel.



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#05 PRECISO SABER PARA ONDE VAI O

DINHEIRO.

DILIGNCIA OBRIGATRIA DOS BANCOS NAIDENTIFICAO DE BENEFICIRIOS LTIMOS.



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Repensar e reforar as regras sobre a diligncia devida pelos registos empresariais e

instituies financeiras, sempre numa abordagem precisa baseada no risco, na tentativa

de verificar se todas as informaes referentes propriedade beneficiria so as

corretas e de no deixar margem para atividade fraudulenta ou corrupta.



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#06 PRECISO SABER DE ONDE VEM O

DINHEIRO.

ALERTA SISTEMTICO SOBRE TRANSAES DE"PESSOAS POLITICAMENTE EXPOSTAS".



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Introduzir os requisitos para uma diligncia devida reforada nos casos em que estejam

identificadas pessoas politicamente expostas, com a opo de anular ou limitar a

operao em questo.



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#07 PRECISO SEGUIR AS PISTAS.

CRIAR UMA UNIDADE EUROPEIA DEINVESTIGAO PARA A REA FINANCEIRA.



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Formao de uma Unidade Europeia de Investigao para a rea Financeira (UEIAF),

cujo papel ser o de monitorar, avaliar e analisar em toda a UE operaes e contratos

suspeitos. Esta entidade pode operar dentro do contexto do Mecanismo nico de

Superviso que em breve ser incorporado na gama de responsabilidades do Banco

Central Europeu. A UEIAF deve trocar informaes com todas as autoridades que lidam

com as questes relacionados com a lavagem de dinheiro e deve legitimamente

responder perante os cidados e seus representantes eleitos para garantir que as suas

operaes da UEIAF decorram em conformidade com todas as normas legais e polticas.


MEDIDAS PARA TER O NOSSO DINHEIRO DE


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7 MEDIDAS PARA TER O NOSSO DINHEIRO DEVOLTA E RECUPERAR O FUTURO00110111001000000100110101000101010001000100

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relaÇÕes entre branqueamentode capitais, evasÃo fiscal e paraÍsos fiscais

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