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Autor: Martin Luís Berno NRE: Toledo Escola: Colégio Estadual Domingos Francisco Zardo Disciplina: ( ) Ensino Fundamental ( x ) Ensino Médio Disciplina da relação interdisciplinar 1: Geografia Disciplina da relação interdisciplinar 2: Biologia Conteúdo estruturante: Relações Culturais Conteúdo específico: Migrações e Modernização da Agricultura RELAÇÕES CULTURAIS DENTRO DO CONTEXTO DA MODERNIZAÇÃO DO
MUNICÍPIO DE PALOTINA
Fonte: Jornal Pioneiro n° 2, de 04/09/1974, p 5. Fonte: Palotina em Destaque, p 08. O texto retirado do jornal Pioneiro, de Palotina, no início da década de 1970,
destaca em sua manchete o título de Palotina como uma Nova Canaã. No mapa ao lado,
localizamos a cidade de Palotina na região Oeste do Paraná.
Qual é o significado histórico e religioso da palavra Canaã? Por que você acha
que esta expressão foi utilizada, e de que forma isso influenciou na vinda de pessoas
para o município?
A ocupação do território A partir da ocupação do município de Palotina, no Paraná, na década de 1950, tem
início um processo de desenvolvimento econômico e social próprio, mas de forma alguma
desvinculado das características predominantes da economia nacional do período.
Os primeiros migrantes que convergem para a região, vindos principalmente dos
estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, reproduzem na região seus modelos
produtivos, com lavouras de subsistência, criação de gado leiteiro com produção para o
consumo familiar e a fabricação de queijos, criação de suínos e uso intensivo da mão-de-
obra familiar. Com o tempo, muitos passam a ampliar suas plantações de milho e investem
na criação de suínos para a comercialização, mas dentro do modelo de pequena propriedade
e estrutura familiar.
Nas décadas de 1960 e1970, com o desmatamento acelerado, temos a instalação no município do cultivo de hortelã, que aproveita as terras propícias, ricas em matéria orgânica, para se tornar um dos principais produtos do município. Isso também foi importante na atração de migrantes de outras regiões, que eram necessários como mão-de-obra nestas atividades.
Fonte: Jornal Pioneiro n° 5, de 26/09/1974, p 9.
As imagens anteriores mostram duas fontes de riqueza do município de Palotina nos anos 70. Que tipo de mão de obra e de equipamentos eram utilizados para a extração da
madeira e para a produção de hortelã? Por que esse ciclo econômico entrou em
decadência?
Porém, esse ciclo se encera nos primeiros anos da década de 1970, deixando lugar
para uma nova atividade econômica: o cultivo da soja. Essa nova planta não será como as
demais culturas. Seu cultivo será mais elaborado, trazendo consigo novos conhecimentos,
novos procedimentos, como a mecanização da terra e a modernização das práticas de
cultivo.
Logo as terras serão destocadas, abrindo espaço para os tratores e seus implementos,
para as colheitadeiras e outros maquinários. O trabalho humano será substituído pelas
máquinas e pelos defensivos, e a paisagem rural se transformará. Matas serão derrubadas e
a soja se transformará no “ouro verde” que trará progresso e riqueza. Aqueles que não se
“adaptam” à nova realidade são forçados a deixar a região, vendem ou perdem suas terras e
o binômio soja-trigo se consolida.
Para garantir o sucesso dessa nova empreitada entram em cena organismos de
assessoria técnica, como a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (EMBRAPA) e
a ACARPA – Associação de Crédito e Assistência Rural do Paraná, ou organismos de
crédito rural, como o BRDE – Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul, além
dos poderes públicos nas esferas Federal, Estadual e Municipal. Também são criadas
associações de produtores e órgãos de cooperação mútua, como as cooperativas.
Com essas condições apresentadas, gradativamente o município de Palotina passa a
sofrer transformações no seu cotidiano, tanto no aspecto econômico quanto no aspecto
social. Segundo Reginato, (1979, p. 178), até os anos de 1968 e 1969, embora cerca de 70%
das terras do município já fossem ocupadas por lavouras ou pastagens, quase todas eram
terras não mecanizadas, onde o trabalho ainda era braçal ou com tração animal.
Mas isso vai mudar a partir de 1970, com a intensificação das destocas e da
aquisição de máquinas agrícolas. Vamos conhecer com mais detalhes esse processo, e a
maneira como ele será relatado e justificado pelos seus principais agentes ao longo do
tempo.
Colonização
Palotina, no Paraná, surge a partir dos anos de 1950, dentro do processo de
migração de populações excedentes do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, que buscam
novas terras para sua sobrevivência, uma vez que seus Estados de origem já não
comportavam mais o crescimento demográfico de sua população, levando ao esgotamento
de terras que pudessem permitir a manutenção da pequena propriedade de subsistência,
baseada na produção agrícola de alimentos e na pecuária de leite para o consumo, além da
criação de suínos. Segundo Gregory, (2002, p. 59), “isso significa dizer que há um
contingente populacional disponível para a migração. Dentro desse contexto, os
mecanismos das companhias colonizadoras foram eficientes para direcionar o fluxo
migratório na direção de suas novas fronteiras agrícolas”.
Contribui também para esse processo a política de nacionalização das regiões de
fronteira, desencadeada por Getúlio Vargas na década de 30, sob o nome de “Marcha para o
Oeste”, que levou à aquisição de grandes áreas de terra da região por parte de companhias
colonizadoras, muitas delas com capital gaúcho ou catarinense, ou ainda formadas por
pessoas originárias desses dois Estados.
No caso específico de Palotina, a atuação mais intensa é a da Companhia
Colonizadora Pinho e Terras Ltda., que foi fundada em 1946, com sede no município de
Céu Azul – PR, com o objetivo principal de compra e venda de terras, extração, exportação
e beneficiamento de madeiras (FREITAG, 2001, p. 93).
Esta Companhia adquiriu as terras que hoje compõe o município de Palotina da
antiga Companhia Brasileira de Viação e Comércio (BRAVIACO), no ano de 1953. Sua
denominação original era “gleba Piquiri”, e já a partir desse ano começaram a vir para a
região os primeiros funcionários da mesma, para a abertura de picadas e demarcação das
terras, para que os primeiros compradores pudessem vir com segurança até o local.
Ao mesmo tempo, a Colonizadora buscou uma parceria junto aos Padres Palotinos,
que a partir do Rio Grande do Sul (Vale Vêneto e Santa Maria) tinham interesse em
expandir sua atividade missionária para outros territórios. Além disso, passaram a contar
com o auxílio de corretores de confiança, que faziam a divulgação de suas terras e
organizavam expedições de colonos interessados em comprá-las.
Fonte: Sua Pesquisa.com, acessado em 17/02/2008. Observe o mapa do Brasil.
Localize os Estados de onde veio a maior parte dos primeiros habitantes de
Palotina.
Será que todos vieram desses Estados? Seus familiares vieram de onde?
Localize os outros Estados que também contribuíram com habitantes para a formação
da população de Palotina.
Procure investigar o que estava acontecendo nesses Estados para que tantas
pessoas estivessem buscando outras terras para viver:
Modernização
Do início da colonização, na década de 50, até o final da década de 60, o que
predominou na economia palotinense foi a produção agrícola de subsistência,
principalmente com o cultivo do milho, do feijão e da mandioca, utilizados principalmente
para a alimentação e a criação de porcos. Também ocorreu entre a segunda metade da
década de 60 e a primeira metade da década de 70 um período de produção de hortelã, o
que possibilitou um rápido crescimento demográfico do município, visto ser uma cultura
que exige maior quantidade de mão-de-obra, além de acelerar o desmatamento, já que sua
produção adequa-se muito bem em solos ricos em matérias orgânicas. Porém, esse ciclo foi
de curta duração, logo deixando espaço para outras culturas, e refletindo-se claramente no
decréscimo populacional do município.
É também na década de 60 que Palotina torna-se município, conseguindo sua
emancipação política no dia 25 de julho de 1960.
Mas é a partir da década de 70 é que começa de fato o processo de mudança da
economia e da produção em Palotina, com o início dos programas de modernização e de
mecanização de sua agricultura.
Para entendermos melhor essas transformações, recorremos a Argemiro Brum, que
na sua obra “Modernização da Agricultura – Soja e Trigo", procura explicitar o que foram
esses dois processos, inseridos numa amplitude maior, que é a chamada “Revolução
Verde”, programa desenvolvido a partir dos Estados Unidos, e que deu seus primeiros
passos por volta de 1943, e tinha como um dos seu objetivos:
(...) contribuir para o aumento da produção e da produtividade agrícola no mundo, através do desenvolvimento de experiências no campo da genética vegetal para a criação e multiplicação de sementes adequadas às condições dos diferentes solos e climas e resistentes às doenças e pragas, bem como da descoberta e aplicação de técnicas agrícolas ou tratos culturais mais modernos e eficientes (BRUM,1988, p.44).
Apesar de seu discurso humanitário, o que estava por trás da Revolução Verde era o
interesse econômico e político das grandes corporações e a transnacionalização das
mesmas, acompanhando o papel de liderança mundial que os EUA passariam a
desempenhar após o término da Segunda Guerra Mundial.
A introdução de novos processos na produção agrícola significava a abertura de
novos canais de investimentos de capitais e possibilidades de lucros, com o fornecimento
de máquinas e insumos modernos, além de dinamizarem o comércio internacional destes
gêneros e possibilitarem a expansão e a instalação de indústrias de transformação dos
produtos originários da agricultura.
Esse fenômeno de modernização da agricultura pode ser definido como sendo o
processo através do qual ocorrem modificações na base técnica de produção. Assim:
Agricultura moderna (ou modernizada) é a fase agrícola que se caracteriza pelo uso intensivo, a nível das unidades produtoras, de máquinas e insumos modernos, bem como por uma maior racionalização do empreendimento e pela incorporação de inovações técnicas, quer dizer, a utilização de métodos e técnicas de preparo e cultivo do solo, de tratos culturais e de processos de colheita mais sofisticados (BRUM,1988, p. 60).
Dessa forma, a agricultura torna-se mecanizada, técnica, e o produtor passa a se
integrar ao mercado, com sua produção voltada ao excedente e ao lucro. Não mais
produzindo para a sua subsistência e sim se especializando em determinado produto, o que
em parte inviabiliza a pequena propriedade e estimula a concentração de terras e a
aquisição de maquinário agrícola.
Fonte: Martin L. Berno
O trator foi um dos grandes personagens do processo de modernização da
agricultura em Palotina.
O que foi a Revolução Verde em Palotina? Que mudanças ela provocou? Que
insumos passaram a ser utilizados a partir dela? Onde esses insumos são produzidos?
Como chegam até nosso município? Onde são consumidos os produtos produzidos em
Palotina?
Ao mesmo tempo, esse movimento de racionalização da produção também contou
com políticas de incentivo por parte do governo, que possibilitou créditos, adotou políticas
de preços mínimos, além de incentivos fiscais e subsídios, conforme podemos observar a
partir do documento elaborado pelo IPARDES sobre a concessão de créditos.
O grande aumento no crédito rural institucional a taxas de concessão conjugadas com outras políticas de preço, participou claramente na criação de condições para o aumento da capacidade produtiva, assim como da produção. Os investimentos nas propriedades foram estimulados, quantidades adicionais de capital de trabalho foram providas e o uso de modernas tecnologias foi encorajado. Apesar disso são poucos os novos mutuários, especialmente entre pequenos e médios agricultores, que puderam participar no aumento dos recursos do crédito rural (IPARDES, 1978, p. 14).
Como podemos perceber no documento anterior, nem sempre, porém, essa política
era para todos, o que levou a uma desigualdade cada vez maior no campo, relegando os
pequenos proprietários a uma situação marginal, já que muitos, sem poder contrair
financiamentos e adquirir máquinas e implementos, ou mesmo mecanizar suas lavouras,
ficavam na dependência do aluguel de equipamentos dos vizinhos ou desfaziam-se de suas
propriedades e migravam para outras regiões de fronteira agrícola ou para os centros
urbanos.
A partir dessas noções preliminares, passaremos a analisar especificamente os
discursos presentes no cotidiano palotinense para justificar as transformações ocorridas no
município no período compreendido entre os anos de 1970 e 1983, procurando entender
especificamente os fatores que possibilitaram as profundas mudanças ocorridas na
produção e também na economia do município.
Para início de análise, vamos observar a população do município e sua distribuição
entre a zona rural e a zona urbana, no período compreendido entre os anos de 1960 e 2000:
Tabela 1 – POPULAÇÃO DE PALOTINA População Urbana População Rural População Total
ANOS N° de Habitantes % N° de Habitantes % N° de Habitantes 1960 951 27,41 2.518 72,59 3.469 1970 5.252 12,21 37.753 87,79 43.005 1980 12.843 45,46 15.405 54,54 28.248 1991 19.700 64,16 11.005 35,84 30.705 2000 22.681 83,13 4.602 16,87 27.283
Fonte: IBGE - Censos Demográficos
Podemos perceber que até o início da década de 1970, a população urbana é bem
menor que a população rural, o que indica uma predominância da fixação do homem no
campo, talvez ainda ligado ao trabalho baseado na pequena propriedade e na agricultura
tradicional, de subsistência e com pequena produção excedente. Podemos perceber também
que o período de maior crescimento demográfico aconteceu nesta mesma década, quando
ainda predomina em algumas regiões do município a cultura da hortelã. Com o decréscimo
da produção da mesma, muitos agricultores deixaram não apenas a zona rural, mas também
o município.
A cultura da menta acelerou o desbravamento da mata. Firmas compradoras instalaram postos de compra entre nós, e em muitos casos mantinham a produção sob contrato de financiamento monetário e de produtos fitossanitários com os agricultores(...) Mas colocava o agricultor numa dependência total do comprador (...) O óleo da menta provou o seu auge no início dos anos 70. Mas logo decresceu, para desaparecer em cinco anos. Este ciclo acompanhou a suinocultura e foi paralelo à corrida da mecanização agrícola, para logo extinguir-se (REGINATO, 1979, p. 176,177).
Como podemos observar, nem toda a produção do município era voltada para a
subsistência. Havia a ocorrência de uma produção voltada para o mercado, tanto
representada pela suinocultura quanto pela cultura da hortelã. Mas essa produção tinha
pouco valor de mercado, principalmente devido à oscilação dos preços da carne suína, o
que “... fez com que a suinocultura passasse a um plano secundário” (REGINATO, 1979, p.
184). O mesmo ocorreu com a hortelã, que dependia de um mercado muito restrito e de um
solo rico em matéria orgânica, o que foi diminuindo no solo local com o uso constante, a
cada safra.
Um outro fator que vai contribuir para o processo de mudanças está ligado
diretamente ao trabalho das pessoas envolvidas com a produção agrícola local. Espelhemo-
nos no processo de produção da ração para a alimentação dos suínos para termos uma idéia
do esforço e da desvalorização do trabalho humano nesta época, e perceberemos com maior
nitidez o deslumbramento que muitos passarão a viver perante a idéia de mecanização e
substituição da mão-de-obra humana pelas máquinas.
(...) Quer dizer que se dava aos porcos um produto que havia passado sete vezes pelas mãos do dono: o milho tinha sido quebrado a mão e amontoado, ajuntado em carroça e levado para casa, lá era descarregado e levado em balaios até o galpão. Mais tarde viria a debulha, para o que, a espiga seria manuseada novamente, e o grão metido num caixão. Depois viria a desintegração nos tufões e feita a ração a ser distribuída aos animais. Na época não se levava em conta o custo da mão de obra caseira (REGINATO, 1979, p.173).
Assim, a cultura da soja, essencialmente capitalista e altamente mecanizada começa
a se tornar atraente, com a promessa de que o trabalho manual não será mais tão necessário,
já que os tratores preparariam as terras, devidamente destocadas, é claro, fariam a aplicação
dos fertilizantes e também dos defensivos, que em grande parte substituiriam a necessidade
de capina. Finalmente, a colheita também não seria mais manual, e sim realizada por
colheitadeiras.
Essa apropriação da intensa mecanização se dá a partir de vários fatores, que não se
limitam à facilitação do trabalho, mas que comportam uma série de incentivos, pois há uma
imensa gama de interesses econômicos por trás desse processo modernizante, seja do
Estado, seja das empresas capitalistas.
De acordo com Fleischfresser, (1988, p. 31), a mecanização será fator dominante
tanto nas alterações dos sistemas de produção quanto na dinâmica de uso da mão-de-obra,
além de contar com grandes incentivos de crédito para sua adoção.
Destaca-se a mecanização por ser uma das tecnologias que mais concorre para alterar a base técnica da produção e as relações de produção no setor agropecuário. Seu uso incide diretamente sobre o volume da força de trabalho ocupada, na medida em que, por exemplo, um trator ou colheitadeira dispensa o trabalho de vários homens e permite maior controle das tarefas. Desse modo, viabiliza a manutenção ou aumento da área trabalhada sem aumentar os custos variáveis com mão-de-obra, porque, apesar dessas máquinas terem preços elevados, foram artificialmente barateadas devido à reduzida taxa de juros e pagamento a longuíssimo prazo do crédito para investimentos, especialmente no início da década (FLEISCHFRESSER, 1988, p. 31).
Essa constatação nos ajuda a compreender a tabela abaixo, em que vemos o
crescimento acentuado do número de tratores e colhedeiras no município de Palotina, num
espaço de apenas seis anos.
Tabela 2 – MÁQUINAS AGRÍCOLAS
QUANTIDADE DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS EM PALOTINA - 1971 - 1977 TRATORES COLHEDEIRAS
ANO AGRÍCOLAS AUTOMOTRIZES 1971 175 43 1972 314 157 1973 685 321 1974 938 518 1975 1.263 749 1976 1.613 814 1977 1.906 905
FONTE: REGINATO, 1979, p. 181.
Ao mesmo tempo, a substituição da mão-de-obra humana pelas máquinas justifica
também a alteração no quadro populacional, já que entre 1970 e 1980 a população de
Palotina diminui em cerca de 15.000 habitantes (ver Tabela 1).
Que mudanças ocorrem no cotidiano das pessoas com a substituição do
trabalho manual pelas máquinas?
Com a migração de grande parte da população do campo para a cidade, que
tipo de necessidades surgem?
Atualmente, sua cidade sofre ainda alguma conseqüência do processo de
mecanização e de êxodo rural? Qual?
Podemos perceber que uma mesma sociedade pode ser vista das mais variadas
formas, construindo sua história tanto no aspecto macro quanto micro, tanto através de seus
grupos dominantes quanto por seus grupos dominados.
Os alunos da escola pública do Paraná são majoritariamente pessoas oriundas da
classe trabalhadora, muitas vezes expropriada de seu próprio sentimento de classe,
convencida a reproduzir valores culturais que não são seus, como forma de buscar
afirmação na sociedade, observamos aí uma oportunidade de trabalhar o processo de
identificação do sujeito com sua própria cultura, propiciando elementos de debate e
questionamento, mas também elementos que valorizem sua realidade, seu modo de ser e de
viver.
O processo de modernização acelerado do mundo atual, principalmente nas últimas
décadas, fez com que ocorressem alterações profundas no lazer, na educação, nas formas de
produção, no modo de viver.
Nosso objetivo foi mostrar algumas dessas transformações a partir da análise das
transformações ocorridas em Palotina.
Para concluirmos nosso estudo, vamos observar as imagens a seguir, e o retrato
que elas proporcionam de diferentes momentos da história de Palotina.
Procure relacioná-las entre si, na tentativa de compreender o processo de
mudanças pelas quais passou seu município ao longo do tempo, até chegar ao estágio
atual.
Para auxiliá-lo nesse processo, lembre-se que as duas primeiras imagens se
referem aos anos 50 e 60 e as demais à atualidade:
Fonte: Palotina em Destaque, p 67. Fonte: Biblioteca Pública Municipal de Palotina
Fonte: Palotina em Destaque, p 25. Fonte: Asses. de Imprensa da Prefeitura de Palotina
Referências / Fontes
BARROS, Darci Alda. Palotina em Destaque. Palotina: Gráfica Imprevale, 2007.
BRUM, Argemiro Jacob. Modernização da Agricultura: trigo e soja. Ijuí: FIDENE,
1987.
FLEISCHFRESSER, Vanessa. Modernização Tecnológica da Agricultura: contrastes
regionais e diferenciação social no Paraná da década de 70. Curitiba: Livraria do Chain:
CONCITEC: IPARDES, 1988.
FREITAG, Liliane da Costa, Fronteiras Perigosas: migração e brasilidade no extremo-
oeste paranaense (1937 – 1954). Cascavel: EDUNIOESTE, 2001.
GREGORY, Valdir. Os Eurobrasileiros e o Espaço Colonial: migrações no oeste do
Paraná (1940 – 70). Cascavel: EDUNIOESTE, 2002.
JORNAL PIONEIRO, n° 1, 2, 3, 4, 5, 7, 9, 15, 18, Palotina, 1974.
_________________, n° 148, Palotina, 1977.
_________________, n° 328, Palotina, 1981.
REGINATO, Pe. Pedro. História de Palotina 1954 – 1979. Santa Maria: Pallotti, 1979.
TEXTOS CONSULTADOS VIA INTERNET NO SITE DO IPARDES (Instituto
Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social), entre os dias 12 de julho de 2007 e
20 de agosto de 2007.
(http://www.ipardes.gov.br/publicacoes/publicacoes_estudos.php)
O Paraná Reinventado: Política e Governo – Curitiba, 1987.
Subdivisão, Posse e Uso da Terra no Paraná – Codesul, 1976.
Caderno Estatístico Município de Palotina – Curitiba, 2007.
Regionalização Agrícola do Estado do Paraná – Curitiba, 1975.
Formação de Capital na Agricultura Paranaense – Curitiba, 1979.
Contribuição ao Estudo do Crédito Rural no Paraná – Curitiba, 1978.
As Migrações e a Transformação da Estrutura Produtiva e Fundiária no Paraná –
Curitiba, 1983.
A Expansão da Soja e as Transformações nas Relações de Trabalho na Região
Centro-Oeste Paranaense – Curitiba, 1977.
Renda Interna do Paraná por Microrregiões Homogêneas e Municípios Selecionados – 1970 -80 – Curitiba, 1982.