relação professor-aluno no processo ensino-aprendizagem

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  • 7/24/2019 Relao Professor-Aluno No Processo Ensino-Aprendizagem

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    Qual a importncia da relao

    professor-alunono processo ensino-

    aprendizagem?Cul es la importancia de la relacin profesor-alumnoen el proceso de enseanza-aprendizaje?

    *IESSA**PUCPR(Brasil)

    Fayson Rodrigo MeregeBarbosa*

    [email protected] Paola Canalli**

    [email protected]

    ResumoConsiderando a importncia da relao professor-aluno no processo ensino-aprendizagem e as

    necessidades de construir uma prtica educativa que possibilite a reflexo, a crtica e a construo doconhecimento pautando-se nos problemas que ocorrem diariamente em sala de aula e no decorrer do

    processo ensino-aprendizagem, o presente artigo tem por finalidade apresentar sugestes eargumentos sobre o papel da escola como organizao reflexiva considerando o ensinar e o aprender,

    qual o papel do professor e de sua relao com o aluno e a necessidade de construir o conhecimentocrtico, reflexivo e compartilhando respaldando-se por embasamentos tericos como os de PauloFreire. No processo de construo do conhecimento, o valor pedaggico da interao humana

    evidente, pois por meio dela que o conhecimento vai se construindo e a relao educador-educandono se torna unilateral, pois necessita que a mesma proporcione a construo coletiva do

    conhecimento na qual esteja baseada no dilogo.Unitermos: Educao. Relao professor-aluno. Processo ensino-aprendizagem.

    Conhecimento crtico-reflexivo.

    EFDeportes.com , Revista Digital. Buenos Aires, Ao 16, N 160, Septiembre de2011.http://www.efdeportes.com/

    1 / 1

    Introduo

    Muitos so os questionamentos e discusses a respeito do papel da escola na educao,

    porm, preciso v-la alm de somente transmitir conhecimentos aos alunos. Sendo a escola

    conhecida como instituio do saber, a mesma exerce uma enorme importncia por toda a

    sociedade. Por tamanha importncia que a mesma se faz jus, necessita-se olhar alm do que os

    olhos podem ver e ensinar os alunos a pensarem sobre o mundo, a sociedade na qual esto

    inseridos e o mundo das diferenas/descriminaes para dar subsdios aos alunos ao enfrentem

    essas adversidades da vida.

    A escola necessita ser pensada como preparao para a vida, na funo de preparar

    cidados do mundo. De acordo com Prez Gmez (2000), a escola um ambiente de

    aprendizagem, onde h grande pluralidade cultural, mas que direciona a construo de

    significados compartilhados entre o aluno e o professor. A construo desses significados

    compartilhados enfatiza uma necessidade de mudana na escola, por meio da reflexo. A

    mesma necessita da individualidade e da coletividade ao mesmo tempo, a qual envolve diversos

    aspectos da escola, ou seja: as relaes entre o ensinar e aprender com diversas trocas de

    informaes, a interao de indivduos que participam da cultura escolar, alm dos processos

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]://www.efdeportes.com/http://www.efdeportes.com/http://www.efdeportes.com/http://www.efdeportes.com/mailto:[email protected]:[email protected]
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    curriculares, pedaggicos e administrativos haver o compartilhamento de informaes e

    interao da cultura escolar.

    Deve-se pensar a escola como um ambiente atrativo para professores, alunos e os

    profissionais nela atuantes, para que estes possam se sentir convidados a participar destaatmosfera de conhecimento que dia aps dia construda por professores e alunos,

    aproveitando o conhecimento prvio que trazido por todos. preciso que os docentes

    reinventem e reencantem a educao, tendo como foco uma viso educacional, usufruindo do

    conhecimento j construdo e produzindo novas experincias no processo de ensino-

    aprendizagem dos educandos (ASSMANN, 2007).

    As relaes entre professor/aluno/contedo no so estticas, mas dinmicas, pois se trata

    da atividade de ensino como um processo coordenado de aes docentes. Freire (1987) em seu

    livro Pedagogia do Oprimido deixa-nos entender que a relao professor (opressor) e aluno

    (oprimido) ou vice-versa tm a finalidade de que a relao professor-aluno nesse processo de

    ensino-aprendizagem gira em torno da concepo da educao, tendo uma perspectiva de que

    quando todos se unirem na essncia da educao como prtica de liberdade, ambos abriro

    novos horizontes culturais de acordo com a realidade e imaginao de todos os indivduos,

    seguido das diferentes culturas de cada um.

    Porm um dos maiores problemas relacionados ao fracasso escolar pode estar ligado ao

    preconceito. Com certa freqncia os professores procuram explicar a razo do no aprenderdo aluno s deficincias orgnicas, psicolgicas, culturais em detrimento de um estudo e

    diagnostico que pudessem esclarecer a situao. Em outras palavras j fazem de antemo o

    diagnostico e rotulam esse aluno. Acredita-se que a mescla de teorias que se complementem

    teria um carter mais proveitoso para professores e alunos do que a tendncia de seguir um

    mtodo. Nada substitui o fator humano, a afetividade, a interao e o olhar atento s

    diferenas reaes.

    Escola: Organizao reflexiva ou reprodutores de conhecimento?

    O processo ensino-aprendizagem compreende aes conjuntas do professor e do aluno,

    onde estaro estimulados a assimilar, consciente e ativamente os contedos/mtodos e aplic-

    los de forma independente e criativa nas vrias situaes escolares e na vida prtica. O ato de

    ensinar e aprender no se pauta em somente o professor passar a matria e o aluno

    automaticamente reproduzir mecanicamente o que absorveu.

    nessa perspectiva que a compreenso sobre o conhecimento escolar pode ser analisada

    sob a tica de no mnimo quatro vises: como produto acabado e formal (viso tradicional);como produto acabado e formal de carter tcnico (viso tecnolgica); como produto aberto,

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    gerado em um processo espontneo (viso espontanesta e ativista) e; como um produto

    aberto, gerado por um processo construtivo e orientado (viso investigativa) (BOLZAN, 2002,

    p18).

    Em um contexto onde h o estmulo s atividades diversificadas, curiosidade, a iniciativa eo desenvolvimento de capacidades, resultaro em um ambiente onde, tanto professor como

    seus alunos, ambos estaro cientes de suas responsabilidades. Desse modo, a escola deve

    conceber-se como um local, um tempo e um contexto, visando formao que vai alm da

    representao fsica, e tornando-se uma concepo de formao com relacionamento

    interpessoal. A escola pela qual se busca lutar hoje se deve ter como pressuposto principal o

    desenvolvimento cultural e cientfico do cidado, preparando as crianas, adolescentes e jovens

    para a vida, para o trabalho e para a cidadania, atravs de uma educao geral, intelectual e

    profissional.

    Para Lima (2006) compreender a escola como organizao educativa exige a considerao

    da sua historicidade enquanto unidade social artificialmente construda, das suas

    especificidades, bem como do seu processo de institucionalizao ao longo do tempo. Seguindo

    essa linha de pensamento, Alarco (2001) aponta uma mudana paradigmtica, uma viso e

    pensamento diferente da escola, saindo de uma concepo tradicional para uma concepo

    reflexiva, onde ser capaz de gerar conhecimento sobre si prprio, fazendo significado a sua

    prpria existncia.

    O ambiente escolar, assim, pode contribuir para suscitar o amor pela escola, o amor e a

    dedicao aos estudos, com reflexos sensveis no aproveitamento escolar dos alunos. Para

    Durkheim (1978, p.49) A escola no pode ser propriedade de um partido; e o mestre faltar

    em seus deveres quando empregue a autoridade de que dispe para atrair seus alunos rotina

    de seus preconceitos pessoais, por mais justificados que lhes paream.

    Se a aprendizagem em sala de aula for uma experincia de sucesso, o aluno constri uma

    representao de si mesmo como algum capaz. Do contrrio, se for uma experincia defracasso, o ato de aprender tender a se transformar em uma ameaa. O aluno ao se

    considerar fracassado, buscar os culpados pelo seu conceito negativo e culpar o professor

    pela sua metodologia de ensino, e pelos conhecimentos transmitidos, os quais iro julg-los

    como sendo desnecessrios e sem validade para sua vida estudantil como pessoal.

    Freire (1980, p.119) aponta de forma ampla o que se espera da escola:

    Somente uma outra maneira de agir e de pensar pode levar-nos a viver uma outra educao

    que no seja mais o monoplio da instituio escolar e de seus professores, mas sim uma

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    atividade permanente, assumida por todos os membros de cada comunidade e associada de

    todas as dimenses da vida cotidiana de seus membros.

    Portanto, o processo educativo tem que ocorrer como um fenmeno social e cultural, onde a

    reflexo sobre o saber e suas relaes continuamente redimensionada em uma negociao

    e recriao dos significados. Tendo o dilogo entre professor e aluno como elemento

    norteador para a construo do conhecimento em uma dimenso reflexiva.

    Em vista disso, a escola como contexto de construo e apropriao de conhecimentos deve

    compreender que, professor e aluno, participam desse processo essencialmente pela interao

    e a mediao entre si. Contudo, a escola reflexiva vai alm, no momento em que v a escola

    como uma organizao que continuadamente pensa em si prpria, na sua misso social e na

    sua organizao, e se confronta com o desenrolar da sua atividade em um processo heurstico

    simultaneamente avaliativo e formativo, pois s a escola que se interroga sobre si prpria se

    transformar em uma instituio autnoma e responsvel, autonomizante e educadora

    (ALARCO, 2001, p.25).

    A escola no cumprindo seu papel como organizao reflexiva cair no fracasso escolar. Para

    tanto entre as diversas razes possveis, podemos citar: dificuldades de aprendizagem; causas

    orgnicas; problemas emocionais; teoria da carncia cultural e distncia cultural entre a escola

    pblica e a populao que ela atende; formao dos professores; a ineficcia dos mtodos;

    preconceito e segregao (COLLARES, 1996; POLITY, 2002).

    Aprender e ensinar reflexivamente

    O ensino um meio fundamental do progresso intelectual dos alunos e uma combinao

    adequada entre a conduo do processo de ensino pelo professor e a assimilao ativa, como

    atividade autnoma e independente, por meio do aluno. Pode-se sintetizar-se dizendo que a

    relao entre ensino e a aprendizagem no automtica, no pode ser vista como uma simples

    transmisso do professor que ensina para um aluno que aprende. Tendo como base os

    conceitos de Jean Piaget a respeito da aprendizagem, os processos mentais que antecedem o

    to esperado resultado da mesma, revelam a dificuldade existente nos educandos de obterem e

    aprenderem novos conceitos e contedos.

    O processo da aprendizagem tem incio atravs das abstraes empricas feitas pelo aluno e

    pela reflexo a respeito desta abstrao. Depois de assimilar um novo conceito que lhe

    apresentado, o aluno depara-se com o novo, na tentativa de no entrar em conflito dentro de si

    mesmo, procurando acomodar as informaes a ele transmitidas, fazendo a modificao mental

    entre os conhecimentos prvios e os adquiridos. Entende-se que a aprendizagem ento, a

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    assimilao ativa do conhecimento e de operaes mentais, para compreend-los e aplic-los

    de forma consciente e autnoma.

    Segundo Chalita (2001, p.12) A educao no pode ser vista como um depsito de

    informaes. H muitas maneiras de transmitir o conhecimento, mas o ato de educar s podeser feito com afeto, esta ao s pode se concretiza com amor. Percebe-se que h uma grande

    diferena entre transmitir o conhecimento e educar. A diferena de educar seres humanos que

    se encontram nas primeiras etapas da vida uma tarefa para os docentes que se preocupam

    na formao global do educando e no apenas na formao parcial, obtida em sala de aula. As

    demonstraes de carinho, bem como a afetividade nas palavras ditas pelo professor,

    resultaro no auxlio e conforto para o aluno, quando este necessitar acomodar as informaes

    recebidas, sem que haja repulso ou averso ao contedo apresentado, ou at mesmo ao

    prprio ato de aprender algo novo.

    O processo de construo do conhecimento, que considere tanto as experincias dos alunos

    como as dos professores inseridos, se faz necessria uma abordagem dos contedos, e para

    Anastasiou (2003) isso se d atravs de um mtodo dialtico, a partir da reflexo e discusso

    conjunta, uma nova concepo ou forma de ao. Situaes como processos de ensino que

    constituem mais um desafio para uma ao docente inovadora e comprometida, precisam

    buscar uma prtica social complexa, que seja efetivada entre os sujeitos, professores e alunos,

    buscando o engloba mento tanto da ao de ensinar como de aprender.

    Rodrigues (1997, p.64) afirma:

    Assim, a escola tem por funo preparar e elevar o indivduo ao domnio de instrumentos

    culturais, intelectuais, profissionais e polticos. Isso torna sua responsabilidade pesada e

    importante. Assim dimensionada a tarefa da escola, evidencia-se a expectativa que sobre ela

    recai no contexto da sociedade.

    A esse respeito Werneck (1996, p.61) elucida que:

    Educar difcil, trabalhoso, exige dedicao, sobretudo aos que mais necessitam. Transferir

    problemas fugir da verdadeira educao, uma espcie de mdico que transfere o doente de

    hospital, lava as suas mos e no se sente comprometido com o caso quando da morte do

    paciente, porque aconteceu em outro hospital e em outras mos.

    Educar proporcionar ao aluno conhecer a si prprio, leva-lo conscincia de poder ser

    mais, reconhecendo que chamado a encontrar-se no mundo com o outro e no mais solitrio

    em seu mundo. Portanto, o professor como mediador para ensinar o aluno a ser reflexivo

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    precisa estar atento a todos os elementos necessrios para que o aluno aprenda e se

    desenvolva integralmente.

    A sala de aula um espao de luta extremamente importante, desde que se compreenda e

    acolha o educando, independente do quo diferente ele seja. A educao situa-se comopossibilidade de ser um instrumento de mudana social e de transformao da realidade.

    Educar possibilitar a conscientizao e humanizao, mediatizando aos alunos as condies

    para que se desenvolvam em todas as suas potencialidades. Assim o educando aparece como

    primeiro agente do processo educativo, em cooperao com os demais, sendo ativo,

    participante, reflexivo e crtico.

    Portanto Zabala (1998, p. 34) aponta que:

    O fato de que no exista uma nica corrente psicolgica, nem consenso entre as diversas

    correntes existentes, no pode nos fazer perder de vista que h uma srie de princpios nos

    quais as diferentes correntes esto de acordo: as aprendizagens dependem das caractersticas

    singulares de cada um dos aprendizes, correspondem, em grande parte, s experincias que

    cada um viveu desde o nascimento; a forma como se aprende e o ritmo da aprendizagem

    variam segundo as capacidades, motivaes e interesses de cada um dos meninos e meninas,

    enfim, a maneira e a forma como se produzem as aprendizagens so o resultados de processos

    que sempre so singulares e pessoais.

    Relao Professor-Aluno no processo ensino-aprendizagem

    importante considerar a relao entre professor/aluno junto ao clima estabelecido pelo

    professor, da relao emptica com seus alunos, de sua capacidade de ouvir, refletir, discutir o

    nvel de compreenso dos mesmos e da criao das pontes entre o seu conhecimento e o

    deles. Sendo assim, a participao dos alunos nas aulas de suma importncia, pois estar

    expressando seus conhecimentos, preocupaes, interesses, desejos e vivncias de movimento

    podendo assim, participar de forma ativa e crtica na construo e reconstruo de sua cultura

    de movimento e do grupo em que vive. (GMEZ, 2000).

    Abreu & Masseto (1990, p.115), afirmam que:

    o modo de agir do professor em sala de aula, mais do que suas caractersticas de

    personalidade que colabora para uma adequada aprendizagem dos alunos; fundamenta-se

    numa determinada concepo do papel do professor, que por sua vez reflete valores e padres

    da sociedade.

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    Nesse contexto, entende-se que a qualidade de atuao da escola no pode exclusivamente

    depender somente da vontade de um ou outro professor. necessria a participao efetiva e

    conjunta da escola, junto da famlia, do aluno e profissionais ligados educao, de forma que

    o professor tambm entenda que o aluno no um sujeito somente receptor dos

    conhecimentos depositados.

    De acordo com Prez Gomes (2000) a funo do professor ser o facilitador, buscando a

    compreenso comum no processo de construo do conhecimento compartilhado, que se d

    somente pela interao. A aula deve se transformar e provocar a reflexo sobre as prprias

    aes, suas conseqncias para o conhecimento e para a ao educativa. Nesse mesmo

    raciocnio que Rey (1995) defende a idia de que a relao professor-aluno afetada pelas

    idias que um tem do outro e at mesmo as representaes mtuas entre os mesmos. A

    interao professor-aluno no pode ser reduzida ao processo cognitivo de construo deconhecimento, pois se envolve tambm nas dimenses afetivas e motivacionais.

    Freire (1996, p. 96) aponta que:

    O bom professor o que consegue, enquanto fala trazer o aluno at a intimidade do

    movimento do seu pensamento. Sua aula assim um desafio e no uma cantiga de ninar. Seus

    alunos cansam, no dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu

    pensamento, surpreendem suas pausas, suas dvidas, suas incertezas.

    Logo, o professor deixar de ser o dono do saber e passar a ser um orientador, algum

    que acompanha e participa do processo de construo e das novas aprendizagens do aluno em

    seu processo de formao. Sendo assim, pode-se dizer que os mtodos de ensino so as aes

    do professor pelas quais se organizam atividades de ensino e dos alunos para atingir objetivos

    do trabalho docente em relao a um contedo especifico. Eles regulam as formas de interao

    entre ensino e aprendizagem, ente o professor e os alunos, cujo resultado a assimilao

    consciente dos conhecimentos e o desenvolvimento das capacidades cognoscitivas e operativas

    dos alunos.

    Pode-se dizer ento, que os mtodos de ensino so as aes do professor pelas quais se

    organizam atividades de ensino e dos alunos para atingir objetivos do trabalho docente em

    relao a um contedo especifico. Esses mtodos fazem mediao nas formas de interao

    entre ensino e aprendizagem, entre o professor e os alunos, tendo como resultado a

    assimilao consciente dos conhecimentos e o desenvolvimento das capacidades cognitivas e

    operacionais dos alunos.

    Ressaltando Freire (1980, p.23), o dilogo um encontro no qual a reflexo e a ao,

    inseparveis daqueles que dialogam, orienta-se para o mundo que preciso transformar e

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    humanizar. A ao pedaggica do professor em sala de aula imprescindvel, desde que o

    mesmo assuma seu papel como mediador e no como condutor. Grossi (1994, p.02) entende

    que a relao professor-aluno deve pautar-se como uma busca do aqui e agora e que ns no

    precisamos nos comparar com outras geraes, mas, sobretudo temos que ser fiis aos nossos

    sonhos.

    Loyola (2004) refere-se ao professor autoritrio, o qual no deve impor o respeito, mas

    conquistar de seus alunos. O professor autoritrio busca com suas atitudes fazer com que os

    alunos venham se calar, reprimindo suas expresses e at mesmo sentir medo. Assim, essa

    relao professor-aluno no tem uma ao dialgica de construo e reconstruo de idias.

    Seguindo essa linha de pensamento, Freire (1996, p. 73) refere-se ao professor autoritrio

    como:

    "O professor autoritrio, o professor licencioso, o professor competente, srio, o professor

    incompetente, irresponsvel, o professor amoroso da vida e das gentes, o professor mal-

    amado, sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio, burocrtico, racionalista, nenhum

    deles passa pelos alunos sem deixar sua marca." (FREIRE, 1996, p.73)

    A relao estabelecida entre professores e alunos constitui o pice do processo pedaggico.

    No h como segregar a realidade escolar da realidade de mundo vivenciada pelos discentes, e

    sendo essa relao uma via de mo dupla, tanto professor como aluno pode ensinar e

    aprender atravs de suas experincias. Para tanto, Gadotti (1999, p.2) refere-se a essa relaocomo:

    "Para por em prtica o dilogo, o educador no pode colocar-se na posio ingnua de quem

    se pretende detentor de todo o saber; deve, antes, colocar-se na posio humilde de quem

    sabe que no sabe tudo, reconhecendo que o analfabeto no um homem "perdido", fora da

    realidade, mas algum que tem toda a experincia de vida e por isso tambm portador de um

    saber".

    Cabe ao professor aprender que para exercer sua real funo necessita-se combinar

    autoridade, respeito e afetividade; isto , ainda que o docente necessite atender um aluno em

    particular, a ao estar direcionada para a atividade de todos os alunos em torno dos mesmos

    objetivos e do contedo da aula. Ressalta-se a atuao de alguns professores no como modelo

    inquestionvel de docncia, mas como fonte de inspirao para buscar um novo e melhor

    caminho para alcanar os alunos. Para isso faz-se necessrio o dilogo, conforme Libneo

    (1994, p.250) diz:

    O professor no apenas transmite uma informao ou faz perguntas, mas tambm ouve os

    alunos. Deve dar-lhes ateno e cuidar para que aprendam a expressar-se, a expor opinies e

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    dar respostas. O trabalho docente nunca unidirecional. As respostas e as opinies dos alunos

    mostram como eles esto reagindo atuao do professor (...).

    Consideraes finais

    Se o interesse dos profissionais da educao for de fato com o foco nas reais necessidades,

    como expectativas da educao na formao de indivduos crticos-reflexivos, so necessrias

    haver mudanas no apenas nas palavras, mas nas atitudes. preciso estar comprometido com

    o aluno, a escola, a sociedade e professores com uma educao de qualidade, vendo o aluno

    como indivduo ativo do processo ensino-aprendizagem. S assim os docentes estaro

    cumprindo o papel de orientador realizando mais que o simples papis de ensinar.

    Faz-se necessrio ao longo da trajetria formativa, seja ela recm-formada ou com anos de

    formao, refletir sobre o quanto os professores so capazes de reconstruir os prprios

    caminhos. Isso lhes dar experincias enquanto alunos que foram, e eternamente sero, e

    quanto a professores atuantes no espao escolar hoje e amanh.

    O professor em muitos casos visto como fora estimuladora para despertar nos alunos uma

    disposio motivadora para determinado assunto. Essa relao de dolo do aluno para com o

    professor estimula sentimentos, instiga a curiosidade, relata de forma sugestiva um

    acontecimento, faz uma leitura expressiva de um texto, e assim sucessivamente, ocorre o

    crescimento desta cumplicidade entre professores e alunos.

    Os docentes devem levar em considerao, enquanto profissionais da educao ou

    acadmicos que almejam iniciar a carreira docente, que no so melhores que ningum, mas

    que devem sempre aprender seja com outros professores ou at mesmo com os alunos, pois

    at o mais analfabeto pode ensinar de uma maneira diferente: com o exemplo da prpria vida.

    E nesse sentido que a produo conjunta do conhecimento uma forma de interao ativa

    entre o professor e os alunos, pois abre horizontes para novos conhecimentos, habilidades,

    atitudes e convices, bem como a fixao e consolidao de conhecimentos e convices

    adquiridas anteriormente.

    Assim sendo, entende-se que a proposta de ensino de qualidade, que se volta para a

    formao cultural e cientfica do aluno que o possibilite em sua ampliao da participao

    efetiva nas vrias instncias de deciso da sociedade, defronta-se com problemas de fora e

    dentro da escola. Sendo a escola pblica gratuita, com direito essencial para se constiturem

    como indivduo-cidado, faz-se necessrio pensar sobre umanova didtica voltada para os

    interesses populares de transformao da sociedade.

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    Faz-se cada vez mais evidente pensarmos sobre as necessidades de se construir uma prtica

    educativa inovadora, pautada na construo e reflexo do conhecimento compartilhado, que

    possibilite agir, transformar e refletir na prtica educativa dos docentes. preciso pouco a

    pouco atravs dos desafios do contexto em que se vive olhar e perceber os obstculos como

    possibilidades de construo do novo.

    Para que essas mudanas aconteam e escola consiga exercer seu papel, necessrio que

    todos caminhem juntos, tendo a perspectiva praticada nas escolas de nossa sociedade,

    educando para um mundo mais igual e cumprindo assim o seu papel mais importante na

    educao: formar seres que possam pensar a respeito de tudo o que fazem.

    Referncias bibliogrficas

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