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TECNOLOGIAS E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: PROVOCAÇÕES Rejany dos S. Dominick 1 RESUMO: O texto apresenta algumas descobertas realizadas pelo projeto de pesquisa As artes de fazer a educação em ciclos e as tecnologias, que acontecem por meio de metodologia interativa entre Universidade e Escola Básica. O mundo contemporâneo e as tecnologias são abordados a partir de uma concepção crítica, conceituando-se tecnologiaa partir de Castells, Lévy, Dominick e Souza, Sennet, Barbieri e Fischer. Buscamos desconstruir a imagem memória de que tecnologias são apenas aquelas ligadas à era digital, trabalhando os conceitos de “Tecnologia educacional”, Tecnologia digital”, “Tecnologia Assistiva” e “Tecnologia Social”. Essenciais ao trabalho docente, as concepções dominantes de tecnologia voltam-se muito mais para o mercado do que para a formação humana. No projeto buscamos a estruturação de um espaço-tempo de formação do professor dos ciclos iniciais do Ensino Fundamental que valorize as artes de fazer docentes, os conhecimentos científico-tecnológicos, político participativos e interativos. Palavras-chave: tecnologias, formação docente, INTRODUÇÃO Segundo Castells (1999a), a partir das décadas de 1960 e 70 surgiu “um novo mundo”, no qual sociedade, economia e cultura se interligaram por meio dos avanços das tecnologias da informação e da comunicação, fazendo surgir uma sociedade em rede, uma sociedade informacional. Esse novo mundo é caracterizado por uma economia interdependente. As tecnologias da comunicação e da informação têm um importante papel para o surgimento do que o autor denomina de capitalismo informacional ou capitalismo cognitivo que se efetiva nos anos de 1980. Todo processo de mudança tem em si o novo e o velho e com as tecnologias informacionais não têm sido diferente. No mundo do século XXI elas assumem tanto o papel de reprodução da sociedade de classes como um papel de mobilização social daqueles e daquelas que não hegemonizam os processos econômicos e culturais no planeta. É também Castell (1999b) quem afirma que as novas tecnologias, seus usos e desenvolvimentos são hoje muito rápidos, levando a uma difusão amplificada, quase 1 Doutora em História, Filosofia e Educação (UNICAMP). Professora da FEUFF e do Mestrado Profissional em Diversidade e Inclusão (Instituto de Biologia) UFF. Agradeço às Agências que financiaram o projeto entre os anos de 2011-13: FAPERJ, CNPq (PIBIC e PIBInova), UFF (PIBIC, Extensão, Licenciatura). As seguintes acadêmicas participaram mais ativamente na coleta de dados, discussões e produções textuais, instigando a busca por conhecimentos: Carolina G. Martinez; Cinthia de F. Silva; Daise dos S. Pereira; Daniele de O. Gonçalves; Iolanda da C. da Silva; Isabele Cristina F. Ramos; Josiane A. da Costa; Nathalia A. Botelho; Neiva V. de Souza; Pâmela de A. Lima; Pâmela V. Silva; Paola de A. Lima; Priscila M. de Oliveira; Ramaiana L. do Prado. Didática e Prática de Ensino na relação com a Escola EdUECE- Livro 1 04505

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TECNOLOGIAS E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: PROVOCAÇÕES

Rejany dos S. Dominick1

RESUMO:

O texto apresenta algumas descobertas realizadas pelo projeto de pesquisa As artes de

fazer a educação em ciclos e as tecnologias, que acontecem por meio de metodologia

interativa entre Universidade e Escola Básica. O mundo contemporâneo e as tecnologias

são abordados a partir de uma concepção crítica, conceituando-se “tecnologia” a partir

de Castells, Lévy, Dominick e Souza, Sennet, Barbieri e Fischer. Buscamos

desconstruir a imagem memória de que tecnologias são apenas aquelas ligadas à era

digital, trabalhando os conceitos de “Tecnologia educacional”, “Tecnologia digital”,

“Tecnologia Assistiva” e “Tecnologia Social”. Essenciais ao trabalho docente, as

concepções dominantes de tecnologia voltam-se muito mais para o mercado do que para

a formação humana. No projeto buscamos a estruturação de um espaço-tempo de

formação do professor dos ciclos iniciais do Ensino Fundamental que valorize as artes

de fazer docentes, os conhecimentos científico-tecnológicos, político participativos e

interativos.

Palavras-chave: tecnologias, formação docente,

INTRODUÇÃO

Segundo Castells (1999a), a partir das décadas de 1960 e 70 surgiu “um novo

mundo”, no qual sociedade, economia e cultura se interligaram por meio dos avanços

das tecnologias da informação e da comunicação, fazendo surgir uma sociedade em

rede, uma sociedade informacional. Esse novo mundo é caracterizado por uma

economia interdependente. As tecnologias da comunicação e da informação têm um

importante papel para o surgimento do que o autor denomina de capitalismo

informacional ou capitalismo cognitivo que se efetiva nos anos de 1980. Todo processo

de mudança tem em si o novo e o velho e com as tecnologias informacionais não têm

sido diferente. No mundo do século XXI elas assumem tanto o papel de reprodução da

sociedade de classes como um papel de mobilização social daqueles e daquelas que não

hegemonizam os processos econômicos e culturais no planeta.

É também Castell (1999b) quem afirma que as novas tecnologias, seus usos e

desenvolvimentos são hoje muito rápidos, levando a uma difusão amplificada, quase

1 Doutora em História, Filosofia e Educação (UNICAMP). Professora da FEUFF e do Mestrado

Profissional em Diversidade e Inclusão (Instituto de Biologia) UFF. Agradeço às Agências que

financiaram o projeto entre os anos de 2011-13: FAPERJ, CNPq (PIBIC e PIBInova), UFF (PIBIC,

Extensão, Licenciatura). As seguintes acadêmicas participaram mais ativamente na coleta de dados,

discussões e produções textuais, instigando a busca por conhecimentos: Carolina G. Martinez; Cinthia de

F. Silva; Daise dos S. Pereira; Daniele de O. Gonçalves; Iolanda da C. da Silva; Isabele Cristina F.

Ramos; Josiane A. da Costa; Nathalia A. Botelho; Neiva V. de Souza; Pâmela de A. Lima; Pâmela V.

Silva; Paola de A. Lima; Priscila M. de Oliveira; Ramaiana L. do Prado.

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que de forma infinita, à medida que os usuários delas se apropriam e as redefinem.

Hoje, todos sabemos que as novas tecnologias da informação não são simplesmente

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ferramentas para serem usadas pelos docentes. O autor afirma que “usuários e criadores

podem tornar-se a mesma coisa. Dessa forma, os usuários e criadores podem assumir o

controle da tecnologia como no caso da Internet...” (p.69)

Seguindo o caminho contrário dos “quebra-máquinas” dos primórdios do

capitalismo, vários movimentos instituintes têm acontecido tanto no sentido de ampliar

e democratizar o acesso às tecnologias da informação e da comunicação, como a rede de

computadores tem potencializado o diálogo entre sujeitos políticos de diferentes matizes

que buscam por direitos e promessas não concretizados. É preciso pensar

complexamente para entender que as tecnologias não estão separadas da nossa

existência e com elas interagem as macro e micro políticas, os projetos sociais, os

interesses econômicos e de poder.

Não podemos nos esquecer de que as denominadas TICs (tecnologias da

informação e da comunicação), tecnologias informacionais, novas tecnologias e outras

tantas denominações pelas quais estão sendo definidos alguns artefatos culturais

contemporâneos, tem história e é gerado pelo trabalho de muitos. Podemos nas escolas

nos conectar a um pensar mítico ou a um pensar crítico sobre elas. Minha opção está no

campo crítico dialógico e busco em meu trabalho docente articular as tecnologias a uma

apropriação humanizada e humanizadora. Conecto-me aos homens e mulheres que

identificam o atual estado de desenvolvimento tecnológico, nas diferentes áreas do

conhecimento, como uma produção humana que deve ser compartilhada por todos.

Assim, nos projetos de pesquisa que venho coordenando, desde 2011,

buscamos produzir, construir, divulgar e aprofundar conhecimentos, com os professores

em formação inicial e continuada, sobre as novas e velhas tecnologias presentes no

cotidiano dos anos iniciais das escolas organizadas pedagogicamente em ciclos2, no

município de Niterói. As bolsistas de pesquisa, licenciatura e extensão estruturam

“projetos nas escolas”, que nascem a partir do diálogo com proposta desta docente, com

os temas de suas monografias e com as demandas dos docentes das escolas.

O tema vem sendo estudado por diversos pesquisadores e, dialogando com

Lévy (1999), tenho explicitado em minhas produções que as tecnologias são produzidas

pelo homem desde que um pedaço de pau foi usado para caçar ou defender um

território. A escola, como parte da sociedade, também conta com a presença de novas e

2 “O termo “ciclos” vem sendo utilizado (...)para designar uma forma de organização da escolaridade que

pretende superar o modelo da escola graduada, organizada em séries anuais e que classifica os estudantes

durante todo processo de escolarização. (Mainardes, 2010, pág.: 49). A Portaria 878/09 de Niterói está

disponível em: http://www.educacaoniteroi.com.br/category/menu-principal/legislacao/.

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EdUECE- Livro 104507

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velhas tecnologias. Há muito tempo usamos tecnologias tais como o lápis, os cadernos,

mimeógrafo e os cartazes. Houve tempo em que se falava em tecnologias da educação e

nos ensinavam a elaborar flanelógrafos, quadro de pregas e outros artefatos.

MAS, AFINAL, O QUE É TECNOLOGIA?

Estudos recentes apontam que o domínio do fogo pelos homens foi uma

tecnologia essencial para o desenvolvimento do nosso cérebro, pois o organismo passou

a aproveitar melhor a proteína dos alimentos. Assim, pensar as tecnologias como algo

distinto dos humanos, afirmam Dominick e Souza (2011), “cria resistências às

interações com os novos artefatos que são produzidos” (p. 50), pois as tecnologias

formam uma rede de conhecimentos produzidos pelos homens, não se

tratando apenas da construção e do uso de artefatos ou equipamentos. No

processo tecnológico, revela-se o saber fazer e o saber usar o

conhecimento e os equipamentos nas diversas situações cotidianas.

Podemos afirmar que se trata de procedimento ou conjunto de

procedimentos que têm como objetivo obter um determinado resultado e

que inclui sempre elementos de criatividade dos indivíduos ou dos

grupos que os geram ou usam. (p. 53)

São, portanto, meios criados pelo homem para que o homem potencialize ou

amplifique suas capacidades, podendo servir para a dominação ou para a emancipação.

Richard Sennet (2009), focando-se mais nas máquinas, discute a presença das

tecnologias no trabalho e na vida humana a partir do enfoque de duas imagens presentes

nos filmes de ficção científica: os robôs e os replicantes. As ferramentas-espelhos,

afirma o autor, são aquelas que “nos convidam a pensar sobre nós mesmos” e nos

instigam. Ele afirma:

Existe uma zona de ambiguidade entre o replicante e o robô, entre a

imitação e a ampliação. No filme Blade Runner, as cópias replicantes de

seres humanos ampliam os aspectos particularmente brutais e odiosos da

vida quotidiana. Em sentido inverso, o Frankenstein de Mary Shelley

conta a história de um gigante feito pelo homem que quer ser um

replicante, tratado como um simples humano. De uma maneira geral o

replicante nos mostra como somos, e o robô, como poderíamos ser. (p.

101)

Podemos deduzir que os robôs são aqueles artefatos que ampliam a capacidade

humana para a execução de uma tarefa. Por exemplo, os computadores são robôs e

armazenam inúmeras vezes mais dados do que a mente de um homem; um guindaste

pode ser um outro exemplo, pois é um braço mecânico que pega um peso que homem

algum é capaz de pegar. Os replicantes são artefatos que substituem uma habilidade

humana que o próprio homem não pode mais realizar: marca-passo cardíaco, aparelho

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auditivo, máquina de hemodiálise ou perna mecânica. Robôs e replicantes são

tecnologias e, hoje convivendo com a tecnologia digital (nova tecnologia) essas

máquinas ganham lugar significativo entre nós, embora as tecnologias anteriores (velhas

tecnologias) ainda estejam presentes, e adentram o espaço escolar interferindo nas artes

de fazer dos docentes.

Barbieri (1990) também nos apoia na construção do conceito de tecnologia,

pois para ele esta pode ser entendida de diversas maneiras e se furta a definições

precisas. Suas raízes etimológicas apontam para o significado de tratado ou discurso

(Iogya) das artes (thecné). “... em sentido mais geral significam todo conjunto de regras

capazes de dirigir uma atividade humana qualquer” (p. 10). Essa imagem genérica pode

incluir as muitas atividades orientadas que envolvem também o uso de métodos.

Uma outra abordagem é apresentada por Fischer (2007; p. 292). A autora

expressa que tecnologia esteve presente nas diversas produções de objetos audiovisuais

de qualquer tipo, pois tal produção “exige instrumentos específicos, regras de criação,

objetivos definidos e um tipo determinado de saber”. A autora nos lembra que, com os

gregos clássicos, aprendemos que saber-fazer é algo que tem relação com a techné, seja

produzindo objetos “belos” ou aqueles que são utilitários. A palavra techné nos

remete ao gesto humano de criar ferramentas e instrumentos aos quais

recorremos para lutar contra algo que nos é superior, para dominar uma

força – a natureza, as limitações de nosso corpo –, para ultrapassar

limites (de tempo, espaço); talvez, no limite, se trate do desejo de

enfrentar a grande força contra a qual desde sempre lutamos: a morte, a

finitude humana (idem, ibdem).

As tecnologias estão presentes nos diversos campos do conhecimento. Nas

artes, na saúde, na engenharia e também na educação. Para compreender a gama de

artefatos e métodos criamos categorias para explicar, analisar e entender a sua presença

na vida. Encontramos: tecnologia educacional, tecnologia assistiva, TEI – Tecnologia

Educacional Informatizada, TIC – Tecnologia da Informação e da Comunicação,

tecnologia digital, tecnologia social, tecnologia de alimentos... Em nosso trabalho de

pesquisa temos dado especial enfoque a três delas: Tecnologia Educacional

Informatizada; Tecnologia Assistiva; e Tecnologia Social.

TECNOLOGIA EDUCACIONAL E TECNOLOGIA EDUCACIONAL

INFORMATIZADA

As tecnologias educacionais não podem ser compreendidas apenas como o uso

de computador na sala de aula ou a EAD (Educação à distância). Na educação vão

muito além disso, tanto no tempo quanto nos artefatos culturais. Nilda Alves (2003)

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apresenta algumas imagens que nos fazem refletir sobre o tempo em que não existiam

cadernos, mas já havia artefatos culturais para a educação.

A presença das tecnologias da educação no Brasil não é assunto novo, pois o

livro didático é também uma tecnologia educacional. O uso de artefatos de comunicação

de massa nos processos educativos não é recente, visto que a Associação Brasileira de

Tecnologia Educacional data de 14 de julho de 1971. O foco na época era a teleducação

e dominava uma perspectiva tecnicista nas formulações e esta memória, muitas vezes, é

usada como um argumento contrário ao uso das tecnologias informatizadas na

educação, sem que se observe que há uma grande diferença entre o que era proposto

naquela época e as elaborações críticas e dialógicas contemporâneas.

É de novo Castells (1999b) quem nos ajuda a refletir sobre a perspectiva da

interatividade dos meios de comunicação e a perceber que durante muitos anos, além

das relações de comunicação direta entre os homens, somente o telefone permitia uma

relação dialógica. Tanto o rádio quanto a televisão são mídias difusoras, enquanto na

comunicação direta entre homens, pelo telefone ou por meio digital há sempre uma

possibilidade de resposta, de diálogo, de trocar com o outro. Assim, as Tecnologias

Educacionais Informatizadas tanto podem criar link de comunicação por meio da EAD,

como podem ser um artefato presente na sala de aula que irá potencializar as mediações

entre estudante-professor-conhecimento.

As tecnologias só ganham sentido pedagógico quando o docente e o discente se

apropriam delas como mediadores dos processos de conhecimento e não como

ferramentas difusoras. Não basta ter equipamentos. Dominick e outros (2012)

identificam que as tecnologias informatizadas tem sido apropriadas pelos docentes de

maneiras diferenciadas. Há docentes que demandam um computador na sala de aula,

conectado à internet e há, ainda, os que identificam que os investimentos públicos, em

certos equipamentos, não correspondem às necessidades reais das escolas.

Percebemos que em todas as escolas visitadas havia artefatos informacionais

digitais e não digitais: computadores, televisão, vídeos, dvd player, rádio, cd player e

data show, contudo em locais separados da sala de aula. Havia salas de informática na

maioria das escolas ou estas estavam sendo construídas. Os computadores para uso de

professores e estudantes ficavam neste espaço e os demais equipamentos nas secretarias

das escolas e sob controle administrativo.

Identificamos que os gastos com as novas tecnologias não alterou a cultura que

restringe o acesso dos estudantes e dos professores às tecnologias educacionais.

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Explico: assim como há alguns anos as salas de aula das escolas públicas não

dispunham de mapas, globos, esqueletos, livros paradidáticos ou de literatura, um

dicionário ou outro material semelhante que possibilitasse ao professor e aos estudantes

pesquisar ou recorrer ao material concreto para um exemplo ou ilustração, hoje também

os novos artefatos estão nas escolas em locais que demandam deslocamento do grupo

ou transporte do equipamento. O professor precisa ter um planejamento bem

sistemático, ficando muito dificultada a artesania durante uma aula que demande o uso

de equipamento como um computador, um jogo ou uma TV com dvd-player. As salas

de aula continuam sendo, majoritariamente um espaço com cadeiras, carteiras, quadro

para anotações e armário do professor.

Contudo, e apesar da oferta de cursos de formação continuada para os

professores sobre o uso da informática na educação, observamos que o uso dos

equipamentos pelas crianças e jovens não era regular devido a diferentes questões, tais

como: equipamentos defeituosos; falta de tomada para ligar o equipamento à energia

elétrica, obras de reforma da escola; falta de conhecimento diversificado do professor de

referência para uso dos programas ou das ferramentas de determinados programas, falta

de conexão com a internet.

A sala de informática é um lugar trancado na maioria das escolas e os

estudantes a frequentavam somente com o acompanhamento do professor de referência.

Não houve possibilidade deste buscar informação ou produzir material para suas

atividades escolares sem que o docente estivesse presente, pois não havia um

profissional responsável pelo espaço. Em algumas escolas, apesar no número de

computadores presentes, em geral 12, nem todos estavam funcionando. A manutenção

existe, mas uma professora informou que os computadores são usados nos três turnos,

por mais de 250 alunos toda semana. Seria preciso uma manutenção mais intensiva do

que a disponível, mesmo as turmas dos anos iniciais indo ao espaço uma ou, no

máximo, duas vezes por semana.

Apesar dos artefatos mais modernos estarem cada vez mais presentes no

cotidiano escolar, ainda há docentes que não dominam aspectos básicos dos usos.

Quando perguntamos aos professores os motivos, alguns alegaram falta de tempo para

sentar e aprender, devido à jornada de trabalho. Questionados sobre os cursos de

formação continuada da rede, ouvimos que o horário de formação continuada não era

identificado como hora de trabalho pela rede. Uma profissional afirmou: “Em toda

empresa, a formação para lidar com os sistemas que se alteram, está dentro do horário

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de trabalho do profissional, na educação a gente tem de participar de treinamento ou de

formação continuada fora do horário e sem receber por essas horas de trabalho!”

Os docentes que participaram da pesquisa eram de gerações diferentes, alguns

tiveram formação inicial no ensino médio e pararam de estudar, outros tinham cursado o

ensino superior. A origem social dos docentes também era variada e esse aspecto é

relevante, pois é bem recente o acesso das camadas populares à tecnologia digital. Os

mais jovens estavam mais familiarizados com computadores, telefones celulares e

smartphones.

É válido salientar que as tecnologias educacionais tradicionais ainda são

utilizadas pelos professores. Entre elas: murais afixados nas paredes, em armários,

pendurados em barbantes. Vimos murais elaborados com recortes de jornais, com

material produzido pelos alunos à mão ou por meio de cópia xerográfica. Dobraduras e

origamis estavam presentes em vários espaços de uma escola, explicitando um trabalho

com o conteúdo de matemática. Artefatos feitos com bolas de gás, potes plásticos,

jornais e guache, representando partes e sistemas do corpo humano, estavam sendo

usados por uma docente durante a aula com estudantes surdos. Conversando e

vivenciando os espaços ficou claro que os professores que trabalham com estudantes

com necessidades educacionais especiais (NEEs) dominam tecnologias diferentes e

dialogam, sobretudo, com as artes.

O uso das tecnologias educacionais informatizadas e digitais na educação é um

desafio, mas também é um caminho que potencializa uma construção menos centrada

no saber do livro didático e/ou do professor. Aparecem outros caminhos e vozes no

processo de ensino e de aprendizado.

TECNOLOGIA ASSISTIVA NA EDUCAÇÃO

Após as nossas descobertas em 2011 e 12, algumas bolsistas desejaram

aprofundar conhecimento sobre as tecnologias assistivas e as salas de recurso, visto que

a rede de Niterói tem um número significativo de estudantes especiais. Descobrimos

em Varela e Oliver (2013, p. 1) que o termo Tecnologia Assistiva (TA) está presente

“tanto no meio acadêmico como nas organizações de pessoas com deficiência e no

mercado de produtos”. Na escola, seu objetivo é proporcionar à pessoa com deficiência:

maior independência para o aprendizado; melhor qualidade de vida e inclusão social por

meio da ampliação de sua comunicação e de sua mobilidade; maior controle do

ambiente; e desenvolvimento de trabalho integrado com a família, colegas e

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profissionais da educação. O diálogo com os profissionais de diferentes áreas do

conhecimento é necessário, mesmo sendo uma tecnologia assistiva na educação. Alguns

estão denominando-as como tecnologias educacionais assistivas, quando esta é voltada

para mediar aprendizagens.

Contudo, o termo nasceu, nos EUA, como Assistive Technology e foi traduzido

no Brasil como Tecnologia Assistiva. Foi criado como importante elemento jurídico

dentro da legislação norte-americana conhecida como Public Law 100-407. No Brasil,

o Comitê de Ajudas Técnicas (CAT) definiu3 a tecnologia assistiva:

uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba

produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam

promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas

com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia,

independência, qualidade de vida e inclusão social. (BRASIL, 2009, p. 13)

Destaca-se a importância do CAT no que se refere ao fato de que o material

usado pelas pessoas especiais era compreendido apenas como equipamentos da área

médica/hospitalar. Hoje sabemos que eles contribuem para a inclusão social das pessoas

especiais, inclusive na escola. As tecnologias assistivas, algumas vezes, aparecem no

espaço escolar em formato de material didático adaptado, como metodologias de ensino

especial ou na forma de uma estratégia de acessibilidade aos conhecimentos. Estão

presentes prioritariamente nas Salas de Recurso (SR) que, segundo o MEC4, surgem

com o intuito de consolidar um sistema educacional inclusivo e de qualidade,

oferecendo atendimento educacional especializado e promovendo, assim, condições de

acesso, participação e aprendizagem para alunos que necessitam de educação especial.

Em levantamento realizado no sítio da FME5 identificamos que havia um total

de 75 (setenta e cinco) unidades escolares municipais, em 2013. Segundo o MEC6, até

2011, eram 64 escolas com SR para atender 1.181 alunos matriculados com deficiência,

altas habilidades e super dotação no município.

O estudante com NEE é aquele que tem um laudo médico. Somente os alunos

com o citado laudo estariam autorizados a frequentar a SR, mas o bom senso dos

3 Disponível on-line: http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/publicacoes/livro-

tecnologia-assistiva.pdf .

4 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=17430&Itemid=817 Acesso

em 22/12/2012.

5 http://www.educacaoniteroi.com.br/category/menu-principal/dados-estatisticos-da-rede-escolar-

municipal/escolas-por-modalidades/ Consulta em 03/02/2014.

6 http://painel.mec.gov.br/painel/detalhamentoIndicador/detalhes/municipio/muncod/3303302 Consulta

em 03/02/2014.

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gestores de algumas unidades escolares tem conduzido a formação de reagrupamentos

nas salas de recursos, visando ampliar as possibilidades de inclusão e aprendizado dos

estudantes com diferentes demandas. Percebemos que, algumas vezes, o estudante que

não está “formatado” à cultura escolar dominante é enviado à tal espaço para que ele

não atrapalhe o encaminhamento da aula. Identificamos que, em geral, esses alunos

respondem bem às atividade com material didático assistivo nas SR, o seu

comportamento e nível de atenção são diferentes daquele expresso no ambiente de sala

de aula regular e aprendem. Duas perguntas ficaram para os próximos passos da

pesquisa: quais tecnologias educacionais assistivas deveriam estar dentro de todas as

salas de aula para potencializar um melhor aprendizado de todos? O que precisa saber

um professor para possibilitar um trabalho que enlace e dignifique os processos de

ensino e de aprendizado?

Por fim, chegamos a um conceito que nos tem acompanhado e com o qual

precisamos ampliar diariamente os nossos laços: tecnologia social.

O QUE É TECNOLOGIA SOCIAL?

O conceito vem sendo trabalhado pelo Instituto de Tecnologia Social (ITS).

Definiram-no como um “conjunto de técnicas, metodologias transformadoras,

desenvolvidas e/ou aplicadas na interação com a população e apropriadas por ela, que

representam soluções para inclusão social e melhoria das condições de vida” (ITS,

2004, 130). Os autores identificam esta como uma definição bastante ampla, ainda que

confira um caráter às técnicas e metodologias (que devem ser transformadoras e

participativas) e também um objetivo (inclusão social e melhoria das condições de

vida). Buscando uma descrição mais precisa, e dando ênfase na repetição de trechos

que ressaltam seu caráter participativo, apresentam três elementos que enfatizam a

construção conjunta de Tecnologias Sociais, visto que estas devem ser “desenvolvidas

na interação”, “aplicadas na interação” e “apropriadas pela população”.

As tecnologias sociais estão embasadas nos seguintes princípios:

“aprendizagem e participação são processos que caminham juntos”; “a transformação

social implica compreender a realidade de maneira sistêmica”; “a transformação social

ocorre na medida em que há respeito às identidades locais e que qualquer indivíduo é

capaz de gerar conhecimento e aprender”. (p. 131)

A definição aponta alguns elementos fundamentais para a caracterização dessa

concepção de tecnologia, visto que há uma multiplicidade de elaborações que nem

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sempre estão comprometidas com os movimentos instituintes. Rodrigues e Barbieri

(2008) afirmam que um dos conceitos de tecnologia social atualmente em voga é o que

compreende produtos, técnicas ou metodologias replicáveis, desenvolvidas na interação

com a comunidade e que representem efetivas soluções de transformação social.

Discutem e fazem a distinção entre o movimento da tecnologia apropriada e o da social

num mundo globalizado.

Buscando explicitar a origem e alguns caminhos percorridos pelo movimento

da tecnologia apropriada (TA), nas décadas de 1960-70, afirmou que a palavra

apropriada trouxe em si uma referência de que a tecnologia deveria se ajustar ou se

adaptar a algum propósito ou uso específico. Mas, questionam: apropriada a quê?

Analisando a apropriabilidade da tecnologia para cada situação específica indicam, a

partir dos estudos de Willoughby (1990)7, que a falta de critérios específicos gerou um

uso da expressão no contexto da acumulação capitalista. Os autores criticam a

concepção, pois objetivos políticos e sociais tais como a “geração de emprego e renda,

combate à pobreza, valorização das práticas comunitárias, autonomia e emancipação

dos produtores locais ficaram praticamente abandonados nos ambientes acadêmico,

empresarial e governamental, salvo raras exceções” (Rodrigues e Barbieri, 2008, p.

1072).

Hoje, quando pensamos na formação de professores para o trabalho com as

diferentes tecnologias não podemos abrir mão desta visão de tecnologia, pois a chegada

das tecnologias informacionais nas escolas deve estimular a autônomia em seu uso e a

geração de novas metodologias.

CONCLUINDO

Buscou-se articular alguns aspectos importantes que precisam ser levados em

conta nos cursos de formação inicial e continuada de professores focando as interações

entre tecnologias, o fazer pedagógico e a participação dos diferentes sujeitos e seus

saberes. A vivência em processos educacionais reais e o trabalho com as novas

tecnologias ou com tecnologias educacionais tradicionais como mediadoras dos

processos de construção do conhecimento na escola é um desafio para todos nós que

estamos buscando a construção de uma escola para a diversidade e includente. Os

conceitos aqui trabalhados não foram um a priori. Surgiram das demandas reais do

7 WILLOUGHBY, Kelvin W. Technology choice: a critique of appropriate technology movement.

London: Intermediate Technology Publications, 1990.

Didática e Prática de Ensino na relação com a Escola

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Page 12: Rejany dos S. Dominick1 RESUMO · TECNOLOGIAS E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: PROVOCAÇÕES Rejany dos S. Dominick1 RESUMO: O texto apresenta algumas descobertas realizadas pelo projeto

trabalho de estudantes do curso de Pedagogia com a realidade das escolas dos ciclos

iniciais. Assumimos uma perspectiva crítico dialógica diante das políticas públicas e

das inovações que chegam à escola, visto que estas não devem se impor como novas

verdades que desqualificam os saberes locais e reforçam o empobrecimento das relações

pedagógicas na sala de aula.

A assunção de postura crítico dialógica possibilita o trânsito pelos

espaços e tempos escolares de forma que sejam apropriadas e criadas

tecnologias com marcas históricas daquela cultura e daqueles sujeitos. As

tecnologias ganham marcas e contornos do grupo, deixando de ser

exógenas, elas se corporificam como saberes próprios, saberes

divergentes que se articulam ao desejo de deslocar os poderes instituídos

e possibilitam a geração de políticas de conhecimento instituintes. É

indispensável, para os docentes comprometidos com as mudanças

sociais, conhecer as tecnologias do controle e da dominação para com

elas lidarem com astúcias e bordearem o estabelecido produzindo artes

de fazer. (Dominick e Souza, 2011, p. 53-4)

No projeto buscamos a estruturação de um espaço-tempo de formação que

valorize as artes de fazer docentes, os conhecimentos científico-tecnológicos, político

participativos e interativos.

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