reinterpretando os ciclos de aprendizagem

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Reinterpretando os ciclos de aprendizagem Jefferson Mainardes

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Page 1: Reinterpretando os ciclos de aprendizagem

Reinterpretando os ciclos de aprendizagem

Jefferson Mainardes

Page 2: Reinterpretando os ciclos de aprendizagem

O desenvolvimento do discurso da política de ciclos

Década de 30 – o termo “ciclo” é usado para designar agrupamento dos anos de estudo.

1984 – com a implantação do Ciclo de Básico de Alfabetização (CBA), o termo “ciclo” passa a designar políticas de não retenção.

Os debates sobre políticas de não reprovação teve início no final da década de 10.

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Antecedentes da emergência da organização da escola em ciclos

Até 1890, a maioria das escolas era não seriada. Elas tinham uma única classe, composta por alunos de diferentes idades. Portanto os professores ensinavam alunos de diferentes níveis dentro de uma mesma classe.

O sistema seriado foi adotado depois da Proclamação da República. Esse modelo de educação estava sendo disseminado pelo mundo pelos países mais avançados.

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Por causa dos elevados índices de reprovação e falta de vagas nas escolas, as autoridades educacionais propuseram a “promoção em massa.”

Na década de 50 e início da de 1960, a promoção automática foi bastante debatida.

Anísio Teixeira defendia a promoção automática. Ele acreditava que assim reduziria as taxas de reprovação e evasão e garantiria mais vagas para as novas gerações.

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O então presidente da república Jucelino Kubitschek, também, defendia a aprovação automática. Pra ele esse sistema reduziria a seletividade da escola e o desperdício de recursos financeiros.

Muitos professores e o público em geral consideram que as políticas de “promoção automática” contribuem para a queda da qualidade de ensino porque os alunos podem ser promovidos sem o domínio de conteúdos básicos.

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A emergência da escola em ciclos nos anos de 1980

1984 – implantação do Ciclo Básico de Alfabetização na rede estadual paulista.

O Ciclo Básico de Alfabetização reunia os dois primeiros anos de ensino fundamental, eliminando a reprovação na passagem do 1º para o 2º ano, com o objetivo de proporcionar aos alunos mais tempo para a aprendizagem e ainda reduzir as taxas de reprovação e evasão.

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O Ciclo Básico emergiu como uma política inovadora no contexto da redemocratização do país no final do regime militar.

As justificativas para a adoção da política de ciclos deixaram de lado as razões econômicas e passaram a considerar outros motivos, como a redução da reprovação e da evasão, a melhoria da qualidade do ensino e ainda a democratização da escola.

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A recontextualização do discurso nos anos 1990

O discurso da política foi recontextualizada no campo oficial de diferentes formas. De um lado os Ciclos de Aprendizagem ou Ciclos de Formação e do outro o Regime de Progressão Continuada.

No decorrer do tempo a organização da escolaridade em ciclos tornou-se uma espécie de “marca registrada” do PT, entendida como uma medida essencial para superar o fracasso escolar e uma oportunidade de construir um projeto alternativo de educação.

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CICLOS DE APRENDIZAGEM – a formação dos grupos e a promoção dos alunos baseiam-se na idade dos alunos. Ao final dos ciclos de dois ou três anos de duração, os alunos que não atingiram os objetivos do ciclo podem ser reprovados.

CICLOS DE FORMAÇÃO – baseiam-se nos ciclos de desenvolvimento humano ( infância, puberdade, adolescência ) e propõe mudanças mais radicais no sistema de ensino e de organização escolar. Geralmente, não há reprovação de alunos ao longo do Ensino Fundamental.

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PROGRESSÃO CONTINUADA – tem por objetivo diminuir a reprovação e a evasão e acelerar a passagem dos alunos no Ensino Fundamental.

A escola ciclada elimina ou diminui significativamente a reprovação, proporcionando aos alunos um maior tempo para a aprendizagem e permite aos profissionais da educação avançarem nas suas concepções e práticas.