regular direito ambiental annelise steigleder aula1!08!07-09 parte1 finalizado ead

Upload: capatch

Post on 10-Oct-2015

40 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 1

    CURSO REGULAR 2009/1 A Dra. Annelise Monteiro Steigleder _________________________________________________

    DIREITO AMBIENTAL

    LICENCIAMENTO E EIA/RIMA

    Jurisprudncia sobre Licenciamento e EIA/RIMA Licenciamento e Licitao REEXAME NECESSRIO. LICITAO E CONTRATO ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANA COM PEDIDO DE LIMINAR. LICITAO PROMOVIDA PELO MUNICPIO PARA CONTRATAO DE EMPRESAS PARA O FORNECIMENTO DE P DE BRITA, AREIA E BRITA PARA PAVIMENTAO. IMPUGNAO DO EDITAL POR NO EXIGIR A APRESENTAO DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL. CABIMENTO. O Licenciamento Ambiental exigncia que se impunha e se impe quer do licitante, se ele extrair o produto mineral, quer de quem lhe vai fornecer. Se assim , pelo impacto que a extrao mineral causa ao meio ambiente e pelo que sua proteo, obrigatria como visto, importa em custos extraordinrios que se adicionam ao preo final do produto, que do edital deve constar a obrigatoriedade, como forma de estabelecer o equilbrio entre os concorrentes. Sentena confirmada em reexame necessrio. (Reexame Necessrio N 70008107518, Vigsima Primeira Cmara Cvel, Tribunal de Justia do RS, Relator: Genaro Jos Baroni Borges, Julgado em 09/06/2004) Licenciamento e interdio da atividade Agravo de Instrumento. Ao civil pblica. Pretenso que no objetiva o fechamento definitivo da empresa poluidora e sim a obteno do licenciamento ambiental para que prossiga em suas atividades. Liminar que preserva a possibilidade de graves leses sade sem prejudicar a agravada que cumprindo a formalidade legal voltar a operar regularmente (AI 599350089, 4 CC, Rel. Des. Joo Carlos Branco Cardoso, j. em 20.10.99) Competncia para o Licenciamento Agravo de Instrumento. Estudo de Impacto Ambiental. Unidade de uso sustentvel. IBAMA. O art. 5, II, da Res. 237 do CONAMA deve ser analisado conjuntamente com o art. 4, I, do mesmo ato administrativo. Esta regra estabelece a competncia do IBAMA para expedio de licena quando o impacto ambiental abranger unidade de conservao de

  • 2

    domnio da Unio. Nos termos do art. 7 da Lei 9985/2000, as unidades de uso sustentvel so de conservao do Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza (SNUC). E, segundo o art. 14 da aludida lei, as florestas nacionais integram o grudo de unidades de conservao de uso sustentvel, administradas, portando, pela Unio, logo unidade de conservao de domnio da Unio. Sendo assim, a competncia para expedio da licena do IBAMA. Agravo provido (TRF 4 R, AI n 2003.04.01.013124-4/RS, Rel. Des. Maria de Ftima Freitas Labarrre, j. em 17.06.2003) Administrativo. MS. Autuao por desmatamento. Competncia do IBAMA. Art. 23, VI, CF/88. Lei 6938/81. Res. CONAMA 237/97. Inconstitucionalidade. 1. Competncia do IBAMA em se tratando de licenciamento ambiental. 2. A Res. 237/97, que introduziu a municipalizao do procedimento de licenciamento, eivada de inconstitucionalidade, posto que exclui a competncia da Unio nessa espcie de procedimento. 3. A Lei 6938/81, adequada com a nossa carta constitucional, rege a competncia do IBAMA (TRF 4 R., MAS 68246, Rel. Juza Luza Dias Cassales, j. 09.10.2001. DJU 14.11.2001, p. 902). EIA/RIMA Exigibilidade Ao Civil Pblica. Enduro,. Atividade potencialmente lesiva ao meio ambiente. EIA. Art. 225, 1, IC, CF. Resoluo 237/97 do CONAMA. Improcedncia do pedido. Apelao provida. A atividade de enduro de motocicletas em reas de preservao permanente, por ser potencialmente lesiva ao meio ambiente, deve ser precedida de EIA, nos termos do disposto no art. 225, 1, inc. IV, da CF e da Res. 237/97, do CONAMA. (TJMG, Apelao Cvel n 000291.065-1/00, j. em 26.05.2003.) Deciso agravada que revogou liminar em ao popular paralisando obras de construo de lagoa de captao de guas fluviais meio ambiente estudo de impacto ambiental e relatrio de impacto ambiental inexistncia obra potencialmente causadora de degradao ambiental no afastada pelo recorrido art. 225, 1, inc. IV, CF. Princpio da precauo e preveno. Conhecimento e provimento do recurso de agravo para cassar a liminar agravada"(TJRN, AI n 01002563-4, Rel. Des. Cristvam Praxedes, j. em 5.09.2002). Ao civil pblica. Aplicao de herbicida em via pblica para a chamada capina qumica. indispensvel a realizao do EIA, com elaborao do RIMA. Inexistentes EIA/RIMA, e sendo utilizado produto com toxidade proibido para aplicao em vias urbanas por portaria do Ministrio da Sade, procede ao civil pblica aforada a objetivar a suspenso do procedimento supostamente nocivo. Sentena confirmada em reexame necessrio (TJRS, REN n 597056969, 2 CC, Resl. Des. Juracy Vilela de Souza, j. em 20.08.97) Administrativo. Implantao de pista de eventos ou Sambdromo no Parque Marinha do Brasil. Necessidade de autorizao legislativa e de estudos aprofundados sobre a localizao do empreendimento e a preservao do meio ambiente. de se manter a liminar de sustao de licitao das obras de implantao da pista de eventos quando no se fazem presentes, de forma clara, indiscutvel, a plausibilidade do direito invocado e o dano

  • 3

    irreparvel, pois o objeto da ao civil pblica contra o Municpio empreendedor versa exatamente acerca da viabilidade do empreendimento projetado, o que demanda, alm do EIA/RIMA licitado e do parecer de rgo municipal interessado, percias e outros estudos bem mais consistentes e aprofundados, alm da autorizao do legislador. A falta de evidncia de tais requisitos afasta de todo a pretenso recursal. Agravo desprovido (TJRS, AI n 598016210, 1 CC, Rel. Des. Celeste Vicente Rovani, j. em 24.06.98). Constitucional. Ao Direta. Liminar. Obra ou atividade potencialmente lesiva ao meio ambiente. Estudo Prvio de Impacto Ambiental. Diante dos amplos termos do inc. IV do 1 do art. 225 da Carta Federal, revela-se juridicamente relevante a tese de inconstitucionalidade da norma estadual que dispensa o Estudo prvio de impacto ambiental no caso de reas de florestamento ou reflorestamento para fins empresariais. Mesmo que se admitisse a possibilidade de tal restrio, a lei que poderia viabiliz-la estaria inserida na competncia do legislador federal, j que a este cabe disciplinar, atravs de normas gerais, a conservao da natureza e a proteo do meio ambiente (art. 24, inc. VI, da CF), no sendo possvel, ademais, cogitar-se da competncia legislativa a que se refere o 3 do art. 24 da Carta Federal, j que esta busca suprir lacunas normativas para atender a peculiaridades locais, ausentes na espcie. Medida liminar deferida (STF, Tribunal Pleno, ADIN Medica Cautelar 1086/SC, Rel. Min. Ilmar Galvo, j. em 16.09.94. 1. EXERCCIOS: Trata-se de Inqurito Civil instaurado h cerca de seis meses, a partir de um abaixo-assinado contendo cerca de 50 assinaturas, contra a empresa X em virtude de poluio ambiental ocasionada pela emisso atmosfrica de particulados slidos consistentes em areia fenlica, substncia capaz de gerar srias doenas respiratrias, sobretudo em crianas. No mbito das investigaes, apurou-se que: a) a empresa j est instalada no local desde o ano de 1978, sendo que, poca de sua instalao, a rea era praticamente desabitada e destinada s atividades industriais; b) atualmente, a zona onde se situa a empresa do tipo mista, havendo todo tipo de atividade ali instalada, inclusive, residncias; c) a empresa possui uma LO concedida pela FEPAM, onde consta a proibio de emisso de particulados para fora dos limites do estabelecimento; b) o Municpio, amparado em sua legislao que probe a poluio atmosfrica, lavrou dois autos de infrao contra a empresa, notificando-a a instalar mecanismos eficazes de controle da emisso atmosfrica, aptos a evitar qualquer gerao de poluio ambiental, mas no adotou qualquer outra providncia no sentido de interditar a empresa ou no sentido de cobrar as multas administrativas previstas na legislao municipal. A empresa argumentou em sua defesa que est enfrentando srias dificuldades financeiras, com o que no tem condies de adquirir os equipamentos necessrios imediatamente, asseverando que opera desde 1978, poca em que os limites de emisso de poluentes no eram to rigorosos como na atualidade. Tambm sustentou que os principais reclamantes so ocupantes novos do bairro, e que j tinham conhecimento de que a rea saturada.

  • 4

    Pergunta-se: 2. Quais os princpios do Direito Ambiental que voc utilizaria para fundamentar o dever

    de a empresa X adequar-se legislao ambiental e por que? 3. Quem tem competncia para promover a responsabilizao administrativa da empresa?

    A FEPAM ou o Municpio lesado? 4. Na hiptese de ser cabvel a incidncia de multa administrativa, quem teria competncia

    para recolh-la? 5. Quem deveria ser acionado em uma ao civil pblica? 6. Caso voc queira propor um TAC empresa, quais seriam as principais obrigaes? QUESTES OBJETIVAS: 1. (TRF 4 - 2005) Dada as assertivas abaixo, assinale a alternativa correta. I Sob pena de incorrer em inconstitucionalidade, vedado ao Poder Legislativo Estadual propor e aprovar lei que condicione a concesso de licena ambiental prvia autorizao legislativa estadual. II A tributao ambiental representa uma das mais modernas tcnicas de proteo do meio ambiente, estando embasada, precipuamente, nos princpios da precauo e da supremacia do interesse pblico sobre o privado. III A revogao de licena ambiental regularmente concedida somente gera direito indenizao ao empreendedor quando o ato revocatrio tem por base riscos ao meio ambiente decorrentes da prpria atividade licenciada. IV A competncia para o licenciamento ambiental do IBAMA de carter supletivo, competindo a esta entidade federal licenciar apenas as atividades e obras de que decorra significativo impacto ambiental, de mbito nacional ou regional. a) est correta apenas a assertiva I b) esto corretas apenas as assertivas I e IV c) est incorreta apenas a assertiva III. d) Esto incorretas apenas as assertivas I, III e IV. 2. (TRF 1 - 10 concurso) O meio ambiente, ecologicamente equilibrado, : a) um bem de uso especial; b) um bem de domnio til. c) Um bem de uso comum do povo; d) Um bem dominical. 3. Assinale a assertiva incorreta.

  • 5

    (a) O princpio do poluidor-pagador um princpio de responsabilizao e objetiva exclusivamente impor ao poluidor a reparao de danos ambientais. (b) O princpio da precauo constitui o fundamento para a exigncia do Estudo de Impacto Ambiental. (c) O princpio do desenvolvimento sustentvel resulta de uma compatibilizao entre o direito ao desenvolvimento econmico e a defesa do meio ambiente. (d) O princpio da defesa do meio ambiente como direito fundamental enseja a supremacia do interesse pblico na conservao ambiental sobre os interesses privados. (e) Todas as assertivas so incorretas. 4. Assinale a assertiva correta: (a) O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado no um direito fundamental da pessoa humana, pois encontra-se fora das previses do art. 5 da CF/88. (b) A competncia da Unio, Estados e Municpios para fiscalizar as aes que atentam contra o meio ambiente comum. No entanto, havendo atuao da Unio para defesa de seus interesses, fica vedada a atuao conjunta dos Estados ou dos Municpios. (c) A Lei 6938/81 acolheu o princpio da subsidiariedade, segundo o qual o IBAMA atua supletivamente, quando h atuao dos Estados ou dos Municpios para a defesa do meio ambiente. (d) A expresso patrimnio nacional, constante do art. 225, 4, da CF/88, significa que a Amaznia, o Pantanal e a Zona Costeira so bens de domnio da Unio. (e) O Municpio somente poder legislar sobre assuntos de interesse local se j houver uma lei federal ou estadual de carter geral. 5. Assinale a assertiva verdadeira: (a) O IBAMA no tem competncia para licenciar atividades de impacto regional se os Estados tiverem condies tcnicas para fazer esse licenciamento. (b) possvel o licenciamento conjunto entre dois ou mais Municpios, tendo em vista sua condio de afetados pelo impacto ambiental do empreendimento. (c) Os Municpios no tem competncia para licenciamento ambiental. (d) O licenciamento ambiental efetuado em um nico nvel de competncia. e) Todas as assertivas so verdadeiras 6. Assinale a assertiva correta: (a) A Licena Prvia gera expectativas de direitos ao seu titular, de modo que poder ser revogada sem direito indenizao. (b) A Licena de Operao possui a natureza de licena administrativa, de modo que sua revogao sempre acarretar ao titular da licena direito indenizao. (c) Se o EIA/RIMA for favorvel ao empreendimento, o rgo ambiental obrigado a conceder a Licena Prvia. (d) Descabe o ajuizamento de ao popular para anular o licenciamento ambiental, na hiptese de ter sido dispensado o EIA/RIMA. (e) O Ministrio Pblico deve ser ouvido antes da concesso da Licena Prvia.

  • 6

    7 Assinale a assertiva correta: (a) Havendo lei federal de carter geral disciplinando a produo, comercializao e

    utilizao de agrotxicos, vedado aos Estados editar leis proibindo totalmente a utilizao de determinado agrotxico em seu territrio.

    (b) Os Municpios no podem, em nenhuma hiptese, legislar sobre qualquer dos assuntos previstos no art. 24 da Constituio Federal.

    (c) Os Estados podem legislar concorrentemente sobre guas. (d) A competncia da Unio em matria de proteo ambiental suplementar e pressupe a

    omisso do ente estadual. (e) Nenhuma das assertivas est correta. 8. Assinale a assertiva correta: (a) O licenciamento ambiental poder ser dispensado a critrio da autoridade ambiental, j

    que se trata de procedimento discricionrio. (b) O licenciamento ambiental somente poder ser exigido para obras ou atividades

    utilizadoras de recursos naturais. (c) A Licena de Instalao autoriza o incio da atividade do empreendedor, possuindo

    carter definitivo. (d) O Estudo de Impacto Ambiental obrigatrio para obras ou atividades de significativa

    degradao ambiental. (e) Nenhuma assertiva est correta.

    DANO AMBIENTAL: Preveno e Reparao Jurisprudncia

    Preveno do Dano DIREITO AMBIENTAL. PRESERVAO AO MEIO AMBIENTAL. LIMINAR. I A deciso vergastada fez-se ao plio dos pressupostos ensejadores da liminar, eis que caracterizado o grave risco ao meio ambiente, consubstanciado na deteriorao definitiva das guas do lenol termal. de ser mantida a liminar uma vez atendidos seus pressupostos legais. II Questes relativas a interesse econmico cedem passo quando colidem com deteriorao do meio ambiente, se irreversvel. II Agravo Regimental desprovido. (STJ Agravo Regimental na Petio n. 924-GO, Rel. Min. Antnio de Pdua Ribeiro, DJ de 29.05.2000) AGRAVO DE INSTRUMENTO. AO CIVIL PBLICA. LIMINAR PARA CESSAO DE ATIVIDADE NOCIVA AO MEIO AMBIENTE.

  • 7

    Liminar impondo prazo empresa frigorfica para cessao de atividade poluente, sob pena de multa diria, arrimada em veementes elementos de convico coletados em inqurito civil pblico. Deciso que se justifica cabalmente, tanto pelos fatos nela considerados, quanto pelo direito aplicvel (art. 12 da Lei 7347/85). Prevalncia do princpio da precauo, dada a freqente irreparabilidade do dano ambiental. Agravo desprovido. (TJRS AI 70004725651, 1 CC, Rel. Des. Eduardo Uhlein, j. em 21.11.2002). AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO AMBIENTAL. PRINCPIO DA PREVENO. No plano do direito ambiental vige o princpio da preveno, que deve atuar como balizador de qualquer poltica moderna do ambiente. As medidas que evitam o nascimento de atentados ao meio ambiente devem ser priorizadas. Na atual conjuntura jurdica o princpio do interesse e bens coletivos predominam sobre o interesse particular ou privado. O argumento de que a concesso de medida liminar pode dar ensejo falncia no serve como substrato continuidade de atos lesivos ao meio ambiente. (TJRS, 2 CC, AI n. 597204262, Rel. Des. Arno Werlang, j. em 05.08.98). Reparao e compensao do Dano ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL. AO CIVIL PBLICA. MEIO AMBIENTE. MARINA. DESFAZIMENTO. ADOO DE MEDIDAS. Embora seja prioritria a reparao especfica do dano ambiental, a teor do art. 4, VI, da Lei 6938/81, no parece razovel desfazer uma marina, que se harmoniza com a vocao nutica do Guaba, a despeito de empreendida sem licena prvia do rgo ambiental e dos danos provocados ao meio ambiente. O retorno a um hipottico estado anterior provocaria danos maiores e somente atenderia ao interesse de transformar a marina privada em marina pblica. Todavia, subsiste o dever de o empreendedor adotar as medidas ambientais compensatrias, e, para tanto, impe-se realizar prova tcnica, com o fito de estabelecer as devidas medidas compensatrias. 2. Apelao provida em parte. (TJRS, Ap. Cvel. 70007757461, 4 Cmara Cvel, Rel. Des. Araken de Assis, j. em 25.02.2004). APELAO CVEL. REEXAME NECESSRIO. AO CIVIL PBLICA. DANO AMBIENTAL. STIO ARQUEOLGICO. RETIRADA DE AREIA. Demonstrados nos autos os danos causados em decorrncia do proceder da demandada e da falta de fiscalizao do Municpio, impunha-se a procedncia da ao. Percia atesta danos irreversveis, de modo que cabvel a restaurao do que for possvel mais a indenizao dos danos. Apelao improvida. Sentena confirmada em reexame (TJRS, Apelao e Reexame Necessrio n. 70000687921, 1 Cmara Especial Cvel, Rel. Des. Ado Srgio do Nascimento Cassiano, j. em 20.06.2001) Dano Moral Coletivo Poluio ambiental. Ao civil pblica formulada pelo Municpio do Rio de Janeiro. Poluio consistente em supresso da vegetao do imvel sem a devida autorizao municipal. Corres de rvores e incio de construo no licenciada, ensejando multas e interdio do local. Dano coletividade com a destruio do ecossistema, trazendo conseqncias nocivas ao meio ambiente, com infringncia s leis ambientais (...)

  • 8

    Condenao a reparao de danos materiais consistentes no plantio de 2800 rvores e ao desfazimento das obras. Reforma da sentena para incluso do dano moral perpetrado coletividade. Quantificao do dano moral razovel e proporcional ao prejuzo coletivo. A impossibilidade de reposio do ambiente ao estado anterior justificam a condenao em dano moral pela degradao ambiental prejudicial coletividade. Provimento do recurso. (TJRJ, Apelao Cvel n. 14586/2001, 2 Cmara Cvel, Rel. Des. Maria Raimunda de Azevedo) AO CIVIL PBLICA. POLUIO SONORA. OBRIGAO DE FAZER. PERDA DE OBJETO. DANOS MORAIS. OCORRNCIA. Trata-se de ao civil pblica aforada pelo Ministrio Pblico objetivando que a r se abstenha de utilizar o jingle de anncio de seu produto, o qual seria gerador de poluio sonora no meio ambiente, o que ensejaria danos morais difusos coletividade. Com relao obrigao de fazer, a ao perdeu seu objeto por fato superveniente, decorrente de criao de lei nova regulando a questo. No entanto, em relao aos danos morais, prospera a pretenso do Ministrio Pblico, pois restou amplamente comprovado que, durante o perodo em que a legislao anterior estava em vigor, a requerida a descumprira, causando poluio sonora e, por conseguinte, danos morais difusos coletividade (TJRS, Ap. Cvel 70005093406, 10 CC, Rel. Des. Luiz Ary Vessini de Lima, j. em 19.02.2004). PROCESSUAL CIVIL. AO CIVIL PBLICA. DANO AMBIENTAL. DANO MORAL COLETIVO. NECESSRIA VINCULAO DO DANO MORAL NOO DE DOR, DE SOFRIMENTO PSQUICO, DE CARTER INDIVIDUAL. INCOMPATIBILIDADE COM A NOO DE TRANSINDIVIDUALIDADE (INDETERMINABILIDADE DO SUJEITO PASSIVO E INDIVISIBILIDADE DA OFENSA E DA REPARAO). RECURSO ESPECIAL IMPROVIDO. (STJ, 1a Turma, Recurso Especial n. 598.281 - MG (2003/0178629-9), Relator Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 02/05/2006). Prescrio em matria ambiental APELAO CVEL. DIREITO PBLICO NO ESPECIFICADO. AO CIVIL PBLICA. REPARAO DE DANOS AO MEIO AMBIENTE. PRESCRIO. 1. Imprescritibilidade do dever de indenizar danos ambientais decorrentes de atividades poluidoras, diante do carter pblico indisponvel do direito ao meio ambiente equilibrado e saudvel. 2. Comprovado o dano ambiental decorrente da conduta do ora apelante, no h que se falar em afastamento do dever de indenizar. APELAO DESPROVIDA. (TJRS, Terceira Cmara Cvel, apelao cvel n. 70013741947, Relator Desembargador Rogrio Gesta Leal, Julgado em 09/02/2006). Responsabilidade pela situao do bem ambiental. Obrigao propter rem.

  • 9

    ADMINISTRATIVO. RESERVA FLORESTAL. NOVO PROPRIETRIO. LEGITIMIDADE PASSIVA. 1. O novo adquirente do imvel parte legtima passiva para responder por ao de dano

    ambiental, pois assume a propriedade do bem rural com a imposio das limitaes ditadas pela Lei Federal.

    2. Cabe analisar, no curso da lide, os limites de sua responsabilidade. 3. Recurso provido. (STJ, Resp. n. 222349/PR, Rel. Min. Jos Delgado, 1 Turma, j. em 23.03.2000. Pressupostos da responsabilidade. Dano e Nexo causal. ADMINISTRATIVO. INFRAO AMBIENTAL. AUSNCIA DE LICENCIAMENTO. MULTA IMPOSTA. DANO QUE SE PRESUME. 1. O agravo de instrumento, quando desprovido de efeito suspensivo, no impede a

    prolao de sentena de mrito. 2. A poluio causada pelo lixo, sobretudo o industrial, alm de ameaar o bem estar da

    comunidade, tambm expe a risco a sade humana. Da a necessidade do prvio licenciamento, onde, atravs de critrios tcnicos e cientficos, ir ser apurado se o local escolhido o adequado para aquele tipo de rejeito slido, levando em considerao inmeros aspectos da engenharia sanitria e ambiental. Enquanto isto no ocorrer, a atividade clandestina, presumindo-se o dano causado sade e ao bem estar da comunidade daquele Municpio, sendo cabvel a aplicao de multa em face da infrao administrativa havida. (TRF 4 R., AC 224706 (19980401023274-9), 3 Turma, Rel. Juiz Paulo Afonso Brum Vaz, j. em 25.05.2000)

    AMBIENTAL. AO CIVIL PBLICA. VAZAMENTO DE LEO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. INDENIZAO DEVIDA. APLICABILIDADE DE TRABALHO ELABORADO PELA CETESB PARA APURAO DO QUANTUM DEBEATUR FALTA DE MELHOR CRITRIO PARA FIXAO DO VALOR DEVIDO. PRINCPIO DA RAZOABILIDADE QUE DEVE, EM QUALQUER CASO, SER OBSERVADO. I - A indenizao decorrente de dano devida independentemente da existncia de culpa (art. 14, 1, Lei 6938/81) II O laudo pericial categrico ao atestar a lesividade do evento ocorrido. Ademais, milta em favor da tese da ocorrncia de dano uma presuno hominis, porquanto parea mais razovel face s mximas de experincia acreditar-se que um vazamento de meia centena de litros de leo provoque algum tipo de leso ao ecossistema atingido do que se imaginar que tamanha quantidade de substncia nociva seja despercebidamente assimilada pela fauna e flora local. III A prvia degradao do local atingido no afasta a responsabilidade, sob pena de se subtrair por completo a eficcia da norma constitucional de tutela do meio ambiente. Tampouco a pequena proporo da leso tem esse condo, j que a nica diferena relevante que h entre as grandes e pequenas agresses ao meio ambiente est na quantificao da punio a ser imposta ao causador. IV A indenizao a ser arbitrada deve obedecer ao princpio da razoabilidade, sempre com vistas a desestimular a transgresso das normas ambientais.

  • 10

    V mngua de melhor critrio, nada impede que o juiz adote critrios estabelecidos em trabalho realizado pela CETESB relativo a derramamento de petrleo e derivadso, desde que atentando para o princpio da razoabilidade. A fixao de indenizaes desmesuradas ao pretexto de defesa do meio ambiente configura intolervel deturpao da mens legis, no podendo no caso em tela o Estado valer-se do silncio da lei para espoliar o poluidor a ponto de tornar invivel o seu empreendimento. VI Apelao parcialmente provida. (TRF 3 R. AC 432487 (98030675460), 3 Turma, Rel. Juza Ceclia Marcondes, j. em 29.01.2003). Responsabilidade civil. Dano ambiental. Princpio da concausa. O ponto nodal reside em se detectar qual foi a causa determinante para o alegado desaparecimento do pescado e de mariscos na regio da Baa de Sepetiba. do conhecimento pblico o problema da poluio da Baa de Sepetiba, que vem de longa data, devido ao vazamento de esgotos e de dejetos industriais de diversas empresas. O problema no decorre de um fato simples, isolado, ao contrrio, origina-se de uma sucesso de situaes que concorrem para aquele fim, no podendo a r responder pelos prejuzos se foi apenas o agente da ltima condio e se esta no contribuiu eficientemente para o dano ambiental. Desprovimento do recurso. (TJRJ, Apelao Cvel n. 6392/2002, 2 CC, Rel. Des. Gustavo Adolpho Kuhl Leite, j. em 21.10.2002) Solidariedade dos Poluidores. PROCESSO CIVIL. AO CIVIL PBLICA. LEGITIMIDADE PASSIVA. SOLIDARIEDADE. 1. A solidariedade entre empresas que se situam em rea poluda, na ao que visa

    preservar o meio ambiente, deriva da prpria natureza da ao. 2. Para correo do meio ambiente, as empresas so responsveis solidrias e, no plano

    interno, entre si, responsabiliza-se cada qual pela participao na conduta danosa. 3. Recurso especial no conhecido. (STJ, 2a Turma, RESP n. 18567-SP, Rel. Min. Eliana Calmon, j. em 16.06.2000) AO CIVIL PBLICA. RESPONSVEL DIRETO E INDIRETO PELO DANO AMBIENTAL. SOLIDARIEDADE. HIPTESE EM QUE SE CONFIGURA LITISCONSRCIO FACULTATIVO E NO LITISCONSRCIO NECESSRIO. 1. A ao civil pblica pode ser proposta contra o responsvel direto, contra o responsvel

    indireto ou contra ambos, pelos danos causados ao meio ambiente. Trata-se de responsabilidade solidria, ensejadora do litisconsricio facultativo (CPC, art. 46, I) e no do litisconsrcio necessrio (CPC, art. 47).

    2. Lei 6938/81, arts, 3, IV, 14, 1, e 18, nico. Cdigo Civil, arts. 896, 904 e 1518. Aplicao.

    3. Recurso especial no conhecido. (STJ, RESP. 37354/SP, 2 Turma, Rel. Min. Antnio de Pdua Ribeiro, j. em 18.09.95).

  • 11

    Responsabilidade do Estado por danos ambientais ADMINISTRATIVO. AO CIVIL PBLICA. DANO AMBIENTAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO PODER PBLICO. PROCEDNCIA DA AO. SENTENA CONFIRMADA. IMPROVIMENTO DOS RECURSOS. 1. Demonstrada a negligncia do Poder Pblico Municipal, caracterizadora da falta do servio, o dano ao meio ambiente e o nexo de causalidade, encontram-se presentes todos os pressupostos para que seja o municpio responsabilizado solidariamente pela reparao do dano ambiental causado. 2. Improvimento da apelao e da remessa oficial. (TRF 4 R., 3 Turma, AC 2004.04.01.019438-6, Rel. Des. Federal Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, j. 2m 28.06.2005) ADMINISTRATIVO E PROCESSO CIVIL. AO CIVIL PBLICA. OBRAS DE RECUPERAO EM PROL DO MEIO AMBIENTE. ATO ADMINISTRATIVO DISCRICIONRIO. 1. Na atualidade, a Administrao pblica est submetida ao imprio da lei, inclusive

    quanto convenincia e oportunidade do ato administrativo. 2. Comprovado tecnicamente ser imprescindvel, para o meio ambiente, a realizao de

    obras de recuperao do solo, tem o Ministrio Pblico legitimidade para exigi-la. 3. O Poder Judicirio no mais se limita a examinar os aspectos extrnsecos da

    administrao, pois pode analisar, ainda, as razes de convenincia e oportunidade, uma vez que essas razes devem observar critrios de moralidade e razoabilidade.

    4. Outorga de tutela especfica para que a Administrao destine do oramento verba prpria para cumpri-la.

    5. Recurso especial provido. (STJ, Resp. 429.570-GO, Rel. Min. Eliana Calmon, 2 T., j. em 11.11.2003). DIREITO ADMINISTRATIVO E AMBIENTAL. Arts. 23, inc. VI e 225, ambos da CF/88. Concesso de servio pblico. Responsabilidade objetiva do Municpio. Solidariedade do Poder Concedente. Dano decorrente da execuo do objeto do contrato de concesso firmado entre a recorrente e a Companhia de Saneamento Bsico do Estado de So Paulo SABESP. Ao Civil Pblica. Dano ambiental. Impossibilidade de excluso de responsabilidade do Municpio por ato de concessionrio, do qual fiador da regularidade do servio concedido. Omisso no dever de fiscalizao da boa execuo do contrato perante o povo. Recurso especial provido para reconhecer a legitimidade passiva do Municpio. 1. O Municpio de Itapetininga responsvel, solidariamente, com o concessionrio de

    servio pblico municipal, com quem firmou convnio para realizao do servio de coleta de esgoto urbano, pela poluio causada no Ribeiro Carrito.

    2. Nas aes coletivas de proteo a direitos metaindividuais, como o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, a responsabilidade do poder concedente no subsisdiria, na forma da novel lei das concesses (Lei 8987/95), mas objetiva e,

  • 12

    portanto, solidria com o concessionrio de servio pblico, contra quem possui direito de regresso, com espeque no art. 14, 1, da Lei 6938/81. No se discute, portanto, a liceidade das atividades exercidas pelo concessionrio, ou a legalidade do contrato administrativo que concedeu a explorao de servio pblico; o que importa a potencialidade do dano ambiental e sua pronta reparao.

    (STJ, Resp. 28.222-SP, 2 Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, j. em 15.02.2000). AO CIVIL PBLICA. DANO CAUSADO AO MEIO AMBIENTE. LEGITIMIDADE PASSIVA DO ENTE ESTATAL. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. RESPONSVEL DIRETO E INDIRETO. SOLIDARIEDADE. LITISCONSRCIO FACULTATIVO. ART. 267, IV, DO CPC. PREQUESTIONAMENTO. AUSNCIA. SMULAS 282 E 365 DO STF. (...) 3. O art. 23, inc. VI, da Constituio da Repblica fixa a competncia comum para a

    Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios no que se refere proteo do meio ambiente e combate poluio em qualquer de suas formas. No mesmo texto, o art. 225, caput, prev o direito de todos a um meio ambiente ecologicamente equilibrado e impe ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes.

    4. O Estado recorrente tem o dever de preservar e fiscalizar a preservao do meio ambiente. Na hiptese, o Estado, no seu dever de fiscalizao, deveria ter requerido o Estudo de Impacto Ambiental e seu respectivo relatrio, bem como a realizao de audincias pblicas acerca do tema, ou at mesmo a paralisao da obra que causou o dano ambiental.

    5. O repasse das verbas pelo Estado do Paran ao Municpio de Foz de Iguau (ao), a ausncia das cautelas fiscalizatrias no que se refere s licenas concedidas e as que deveriam ter sido confeccionadas pelo ente estatal (omisso), concorreram para a produo do dano ambiental. Tais circunstncias, pois, so aptas a caracterizar o nexo de causalidade do evento, e assim, legitimar a responsabilizao objetiva do recorrente.

    6. Assim, independentemente da existncia de culpa, o poluidor, ainda que indireto (Estado-recorrente) (art. 3 da Lei 6938/81), obrigado a indenizar e reparar o dano causado ao meio ambiente (responsabilidade objetiva).

    7. Fixada a legitimidade passiva do ente recorrente, eis que preenchidos os requisitos para a configurao da responsabilidade civil (ao ou omisso, nexo de causalidade e dano), ressalta-se, tambm que tal responsabilidade (objetiva) solidria, o que legitima a incluso das trs esferas de poder no plo passivo na demanda, conforme realizado pelo Ministrio Pblico (litisconsrcio facultativo).

    8. Recurso especial conhecido em parte e improvido (RESP 604.725-PR, 2 Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJ 22.08.2005.)

    Questes sobre responsabilidade civil ambiental

  • 13

    Questes concurso XII Juiz Federal TRF4 96. Dadas as assertivas abaixo, assinalar a alternativa correta. I. Consoante entendimento majoritrio na doutrina e na jurisprudncia, a responsabilidade civil por dano ambiental objetiva e fundada na teoria do risco (integral ou criado). Algumas conseqncias desta modalidade de responsabilidade so: a irrelevncia da inteno danosa e da licitude da conduta, e a inverso do nus da prova quanto ao nexo causal, em razo da presuno de causalidade. II. O princpio do poluidor-pagador, amplamente reconhecido no direito ambiental, est, nica e exclusivamente, direcionado para a reparao do dano ambiental. III. Embora reconhecida pela doutrina e pela jurisprudncia, no h na lei infraconstitucional previso expressa para reparao do dano extrapatrimonial ambiental. IV. A desconsiderao da personalidade jurdica (disregard of legal entity) em matria ambiental, consoante prev o art. 4 da Lei n 9.605/98 (Lei dos Crimes Ambientais), pressupe o abuso do poder e a confuso patrimonial. a) Est correta apenas a assertiva I. b) Esto corretas apenas as assertivas II e IV. c) Esto incorretas apenas as assertivas II e III. d) Todas as assertivas esto incorretas. 98. Dadas as assertivas abaixo, assinalar a alternativa correta. I. Consoante entendimento jurisprudencial e doutrinrio dominantes, a responsabilidade civil do Poder Pblico, quando omisso em seu dever de coibir ameaas e danos ao meio ambiente, por seus rgos e entidades adrede criados (faute du service), subjetiva. II. Aos municpios defeso, sendo da Unio a competncia para o registro de determinado produto txico, que possa se revelar nocivo ao meio ambiente, criar, a latere do registro federal, sistema de registro que reduza ou limite as exigncias deste, no mbito de seu territrio. III. Na forma da legislao ambiental, o pagamento de multa estadual substitui a multa federal quando aquele que comete infrao administrativa ambiental venha a ser autuado e multado pelo mesmo fato pelos rgos ou entidades de defesa do meio ambiente estadual e federal. IV. No regime jurdico das reas de Proteo Ambiental (APAs), consoante a Lei n 9.985/2000 (que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza SNUC), as propriedades particulares permanecem na posse e domnio dos proprietrios, os quais devero adequar suas atividades s funes socioambientais da APA. a) Est correta apenas a assertiva I. b) Est incorreta apenas a assertiva III. c) Esto corretas apenas as assertivas II e IV. d) Todas as assertivas esto corretas. 99. Dadas as assertivas abaixo, assinalar a alternativa correta. I. No mbito da tutela reparatria do meio ambiente, vedado ao juiz, se o devedor no tiver capacidade tcnica para a prestao necessria ao ressarcimento na forma especfica, aplicar multa para obrig-lo a custear a reparao a ser realizada por terceiro.

  • 14

    II. Distingue-se a tutela jurisdicional inibitria da tutela de remoo do ilcito porque a primeira pressupe a iminncia da prtica do ilcito, enquanto a segunda exige a ocorrncia do ilcito, embora tambm pressuponha no ter ainda ocorrido o dano no meio ambiente. III. No mbito da tutela jurisdicional inibitria, pode o juiz compelir o Poder Pblico, diante da atividade de risco, a cumprir seu dever constitucional de preveno do dano ambiental, porm no o pode compelir aplicao de multa administrativa. IV. O Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (art. 13 da Lei n 7.347/85) , precipuamente, um repositrio de condenaes judiciais em dinheiro vinculadas a direitos e interesses difusos, destinando-se tambm indenizao das vtimas particulares. a) Est correta apenas a assertiva III. b) Est incorreta apenas a assertiva IV. c) Esto corretas apenas as assertivas I e IV. d) Esto corretas apenas as assertivas II e III. Questes concurso XI Juiz Federal TRF4 97. Assinalar a alternativa correta. Em termos de responsabilidade civil, o causador de um dano ambiental, que alm de atingir a coletividade, vem a causar prejuzo a uma pessoa individualmente, responde: a) de forma objetiva, cabendo vtima demonstrar apenas o nexo causal entre o fato e o dano, bem como o seu montante. b) de forma objetiva pelo dano causado, desde que haja sentena julgando procedente a ao civil pblica, com trnsito em julgado. c) de forma subjetiva, cabendo vtima demonstrar a culpa do causador do dano. d) de forma subjetiva, cabendo vtima apenas demonstrar o nexo causal entre o fato e o dano, bem como o seu montante. 99. Assinalar a alternativa correta. A Constituio Federal assegura a proteo do meio ambiente cultural, abrangendo a expresso: a) o conjunto de bens imveis existentes no pas cuja conservao seja de interesse pblico por sua vinculao a fatos memorveis da histria do Brasil ou por sua importncia arquitetnica. b) os bens de natureza material ou imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referncia identidade, ao ou memria dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, excludos stios de valor paisagstico, arqueolgico ou paleontolgico. c) os bens de natureza material ou imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referncia identidade da sociedade brasileira, includos os conjuntos urbanos e stios de valor histrico, paisagstico, artstico, arqueolgico, paleontolgico, ecolgico e cientfico. d) conjunto de bens mveis e imveis existentes no pas cuja conservao seja de interesse pblico por sua vinculao a fatos memorveis da histria do Brasil ou por sua importncia arquitetnica e que tenham sido tombados por ato do Poder Pblico.

  • 15

    21 Concurso Procurador da Repblica 53. Quanto responsabilidade por dano causado ao meio ambiente: (a) fundada no risco, sendo pacfico o entendimento de que deve ser adotada a teoria do

    risco integral (b) o sistema de proteo jurdica possui como eixo central o binmio

    preveno/restaurao (c) no se admite a responsabilizao cumulativa por danos materiais e morais, porque o

    meio ambiente pertence coletividade (d) quando for possvel a adoo de medidas de restaurao natural, exclui-se a reparao

    pecuniria. Concurso Ministrio Pblico Estadual 1998 Um grupo de moradores, portando abaixo-assinado subscrito por mais de 150 pessoas, dirige-se Promotoria de Justia de Porto Alegre, queixando-se de problemas de sade provavelmente decorrentes do consumo de gua retirada de poos artesianos de suas residncias. Instaurado o inqurito civil e procedida a anlise da gua dos referidos poos, constatou-se a presena de metais pesados. Os reclamantes foram submetidos a exames mdicos, restando comprovado que a contaminao se iniciara h, pelo menos, 10 anos. Na seqncia da investigao, o Ministrio Pblico verificou que 3 indstrias operavam na regio h 15 anos lanando no rio e crregos do local efluentes que continham os elementos qumicos compatveis com a contaminao apresentada pela gua dos poos artesianos. Oficiado ao rgo ambiental, restou apurado que a indstria A detinha licena de operao em vigncia e cumpria os padres ambientais estabelecidos. Quanto indstria B, embora licenciada, relatou o rgo ambiental ter constatado, em recente vistoria, vazamento em duto de sua estao de tratamento. Quanto indstria C, o Promotor de Justia constatou, no procedimento administrativo do rgo ambiental, que havia reiteradas reclamaes da comunidade, respondidas pelo Poder Pblico atravs de notificaes e advertncias indstria. Verificou, tambm, que embora lanado auto de infrao e imposta multa administrativa, esta jamais foi executada. Notificadas as empresas, ainda em sede de inqurito civil, apresentaram as seguintes alegaes: 1. A, B e C alegaram que o rio e crregos j estavam poludos, inclusive por dejetos

    domsticos; 2. A alegou a licitude de sua atividade e a observncia dos padres de emisso. 3. B alegou que o vazamento ocorreu em virtude da sabotagem de um funcionrio

    descontente. 4. C alegou que jamais obrou com inteno de prejudicar as famlias reclamantes.

    Porm, a aquisio dos equipamentos necessrios obedincia aos padres de emisso inviabilizariam economicamente a empresa.

  • 16

    Diante dessas circunstncias: A enfrente cada um dos argumentos apresentados pelas trs indstrias, abordando as teorias incidentes sobre a responsabilidade pelo dano ambiental e suas repercusses no nexo de causalidade. B Quem dever figurar no plo passivo da ao e sob que regime de responsabilidade? C preciso, na petio inicial, demonstrar a quota de responsabilidade de cada um dos rus para a contaminao da gua? D Considerando a preexistncia de aes indenizatrias propostas pelas vtimas da contaminao, vivel o ajuizamento de ao civil pblica pelo Ministrio Pblico, visando recuperao da rea degradada? Em caso positivo, quais os regimes de responsabilidade e prazos prescricionais incidentes nas aes?

    CRIMES AMBIENTAIS Jurisprudncia Responsabilidade penal do dirigente da Pessoa Jurdica. Crime comissivo por omisso EMENTA: Habeas Corpus. 2. Responsabilidade penal objetiva. 3. Crime ambiental previsto no art. 2 da Lei n 9.605/98. 4. Evento danoso: vazamento em um oleoduto da Petrobrs 5. Ausncia de nexo causal. 6. Responsabilidade pelo dano ao meio ambiente no-atribuvel diretamente ao dirigente da Petrobrs. 7. Existncia de instncias gerenciais e de operao para fiscalizar o estado de conservao dos 14 mil quilmetros de oleodutos. 8. No-configurao de relao de causalidade entre o fato imputado e o suposto agente criminoso. 8. Diferenas entre conduta dos dirigentes da empresa e atividades da prpria empresa. 9. Problema da assinalagmaticidade em uma sociedade de risco. 10. Impossibilidade de se atribuir ao indivduo e pessoa jurdica os mesmos riscos. 11. Habeas Corpus concedido (HC 83554 / PR PARAN, Relator(a): Min. GILMAR MENDES. Julgamento: 16/08/2005 rgo Julgador: Segunda Turma) Responsabilidade Penal da Pessoa Jurdica Acrdos favorveis responsabilizao da pessoa jurdica TRF 4. Regio Penal. Crime contra o meio ambiente. Extrao de produto mineral sem autorizao. Degradao da flora nativa. Arts. 48 e 55 da Lei 9.605/98. Condutas tpicas. Responsabilidade penal da pessoa jurdica. Cabimento. Nulidades. Inocorrncia. Prova. Materialidade e Autoria. Sentena mantida.

  • 17

    (Apelao Criminal n. 2001.72.04.002225-0-SC, Rel. Des. Fed. lcio Pinheiro de Castro, j. em 06 de agosto de 2003). Supremo Tribunal Federal EMENTA: HABEAS CORPUS. PEDIDO DE TRANCAMENTO DA AO PENAL. ALEGAO DE INPCIA DA DENNCIA. DIREITO CRIMINAL AMBIENTAL. RESPONSABILIDADE DE DIRIGENTES DE PESSOA JURDICA. ART. 2 DA LEI 9.605/1998. Rejeitado pedido de trancamento de ao penal, dada a expressa previso legal, nos termos da legislao ambiental, da responsabilizao penal de dirigentes de pessoa jurdica e a verificao de que consta da denncia a descrio, embora sucinta, da conduta de cada um dos denunciados. Habeas corpus indeferido. (HC 85190-SC, Min. Joaquim Barbosa, 2. Turma, j. em 08.11.2005). Superior Tribunal de Justia Recurso ordinrio em mandado de segurana; Direito processual penal. Crime ambiental. Responsabilizao da pessoa jurdica. Possibilidade. Trancamento da ao penal. Inpcia da denncia. Ocorrncia.

    1. Admitida a responsabilizao penal da pessoa jurdica, por fora de sua previso constitucional, requisita a actio poenalis, para a sua possibilidade, a imputao simultnea da pessoa moral e da pessoa fsica que, mediata ou imediatamente, no exerccio de sua qualidade ou atribuio conferida pelo estatuto social, pratique o fato-crime, atendendo-se, assim, ao princpio do nullum crimen sine actio humana.

    2. Excluda a imputao aos dirigentes responsveis pelas condutas incriminadas, o trancamento da ao penal, relativamente pessoa jurdica, de rigor.

    3. Recurso provido. Ordem de hbeas corpus concedida de ofcio. (RMS 16.696-PR, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, 09.02.2006).

    CRIMINAL. RESP. CRIME AMBIENTAL PRATICADO POR PESSOA JURDICA. RESPONSABILIZAO PENAL DO ENTE COLETIVO. POSSIBILIDADE. PREVISO CONSTITUCIONAL REGULAMENTADA POR LEI FEDERAL. OPO POLTICA DO LEGISLADOR. FORMA DE PREVENO DE DANOS AO MEIO-AMBIENTE. CAPACIDADE DE AO. EXISTNCIA JURDICA. ATUAO DOS ADMINISTRADORES EM NOME E PROVEITO DA PESSOA JURDICA. CULPABILIDADE COMO RESPONSABILIDADE SOCIAL. CO-RESPONSABILIDADE. PENAS ADAPTADAS NATUREZA JURDICA DO ENTE COLETIVO. ACUSAO ISOLADA DO ENTE COLETIVO. IMPOSSIBILIDADE. ATUAO DOS ADMINISTRADORES EM NOME E PROVEITO DA PESSOA JURDICA. DEMONSTRAO NECESSRIA. DENNCIA INEPTA. RECURSO DESPROVIDO.

  • 18

    I. A Lei ambiental, regulamentando preceito constitucional, passou a prever, de forma inequvoca, a possibilidade de penalizao criminal das pessoas jurdicas por danos ao meio-ambiente. III. A responsabilizao penal da pessoa jurdica pela prtica de delitos ambientais advm de uma escolha poltica, como forma no apenas de punio das condutas lesivas ao meio-ambiente, mas como forma mesmo de preveno geral e especial. IV. A imputao penal s pessoas jurdicas encontra barreiras na suposta incapacidade de praticarem uma ao de relevncia penal, de serem culpveis e de sofrerem penalidades. V. Se a pessoa jurdica tem existncia prpria no ordenamento jurdico e pratica atos no meio social atravs da atuao de seus administradores, poder vir a praticar condutas tpicas e, portanto, ser passvel de responsabilizao penal. VI. A culpabilidade, no conceito moderno, a responsabilidade social, e a culpabilidade da pessoa jurdica, neste contexto, limita-se vontade do seu administrador ao agir em seu nome e proveito. VII. A pessoa jurdica s pode ser responsabilizada quando houver interveno de uma pessoa fsica, que atua em nome e em benefcio do ente moral. VIII. "De qualquer modo, a pessoa jurdica deve ser beneficiria direta ou indiretamente pela conduta praticada por deciso do seu representante legal ou contratual ou de seu rgo colegiado.". IX. A Lei Ambiental previu para as pessoas jurdicas penas autnomas de multas, de prestao de servios comunidade, restritivas de direitos, liquidao forada e desconsiderao da pessoa jurdica, todas adaptadas sua natureza jurdica. X. No h ofensa ao princpio constitucional de que "nenhuma pena passar da pessoa do condenado...", pois incontroversa a existncia de duas pessoas distintas: uma fsica - que de qualquer forma contribui para a prtica do delito - e uma jurdica, cada qual recebendo a punio de forma individualizada, decorrente de sua atividade lesiva. XI. H legitimidade da pessoa jurdica para figurar no plo passivo da relao processual-penal. XII. Hiptese em que pessoa jurdica de direito privado foi denunciada isoladamente por crime ambiental porque, em decorrncia de lanamento de elementos residuais nos mananciais dos Rios do Carmo e Mossor, foram constatadas, em extenso aproximada de 5 quilmetros, a salinizao de suas guas, bem como a degradao das respectivas faunas e floras aquticas e silvestres. XIII. A pessoa jurdica s pode ser responsabilizada quando houver interveno de uma pessoa fsica, que atua em nome e em benefcio do ente moral. XIV. A atuao do colegiado em nome e proveito da pessoa jurdica a prpria vontade da empresa.

  • 19

    XV. A ausncia de identificao das pessoa fsicas que, atuando em nome e proveito da pessoa jurdica, participaram do evento delituoso, inviabiliza o recebimento da exordial acusatria. XVI. Recurso desprovido. (REsp. n. 610.114/RN, Rel. Min. Gilson Dipp, in DJ 19.12.2005) HABEAS CORPUS. CRIMES AMBIENTAIS. INPCIA DA DENNCIA: INOCORRNCIA. EXISTNCIA DE INDCIOS DE AUTORIA E MATERIALIDADE. EXAME DE PROVAS. AUSNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. RESPONSABILIZAO PENAL DA PESSOA JURDICA. CABIMENTO. MITIGAO DO PRINCPIO DO SOCIETAS DELINQUERE NON POTEST. RESPONSABILIDADE SOCIAL. VIOLAO DO ART. 225, 3, DA CF/88 E DO ART. 3 DA LEI 9.608/98. POSSIBILIDADE DO AJUSTAMENTO DAS SANES PENAIS A SEREM APLICADAS PESSOA JURDICA. NECESSIDADE DE MAIOR PROTEO AO MEIO AMBIENTE. Descabe acoimar de inepta denncia que enseja a adequao tpica, descrevendo suficientemente os fatos com todos os elementos indispensveis, em consonncia com os requisitos do art. 41 do Cdigo de Processo Penal, de modo a permitir o pleno exerccio do contraditrio e da ampla defesa. A alegao de negativa de autoria do delito em questo no pode ser apreciada e decidida na via do habeas corpus, por demandar exame aprofundado de provas, providncia incompatvel com a via eleita. Ordem denegada. (HC 43751 / ES, Rel. Min. Jos Arnaldo da Fonseca, 5a Turma, j. em 15.09.2005. CRIMINAL. CRIME AMBIENTAL PRATICADO POR PESSOA JURDICA. RESPONSABILIZAO PENAL DO ENTE COLETIVO. POSSIBILIDADE. PREVISO CONSTITUCIONAL REGULAMENTADA POR LEI FEDERAL. OPO POLTICA DO LEGISLADOR. FORMA DE PREVENO DE DANOS AO MEIO-AMBIENTE. CAPACIDADE DE AO. EXISTNCIA JURDICA. ATUAO DOS ADMINISTRADORES EM NOME E PROVEITO DA PESSOA JURDICA. CULPABILIDADE COMO RESPONSABILIDADE SOCIAL. CO-RESPONSABILIDADE. PENAS ADAPTADAS NATUREZA JURDICA DO ENTE COLETIVO. RECURSO PROVIDO. I. Hiptese em que pessoa jurdica de direito privado, juntamente

  • 20

    com dois administradores, foi denunciada por crime ambiental, consubstanciado em causar poluio em leito de um rio, atravs de lanamento de resduos, tais como, graxas, leo, lodo, areia e produtos qumicos, resultantes da atividade do estabelecimento comercial. II. A Lei ambiental, regulamentando preceito constitucional, passou a prever, de forma inequvoca, a possibilidade de penalizao criminal das pessoas jurdicas por danos ao meio-ambiente. III. A responsabilizao penal da pessoa jurdica pela prtica de delitos ambientais advm de uma escolha poltica, como forma no apenas de punio das condutas lesivas ao meio-ambiente, mas como forma mesmo de preveno geral e especial. IV. A imputao penal s pessoas jurdicas encontra barreiras na suposta incapacidade de praticarem uma ao de relevncia penal, de serem culpveis e de sofrerem penalidades. V. Se a pessoa jurdica tem existncia prpria no ordenamento jurdico e pratica atos no meio social atravs da atuao de seus administradores, poder vir a praticar condutas tpicas e, portanto, ser passvel de responsabilizao penal. VI. A culpabilidade, no conceito moderno, a responsabilidade social, e a culpabilidade da pessoa jurdica, neste contexto, limita-se vontade do seu administrador ao agir em seu nome e proveito. VII. A pessoa jurdica s pode ser responsabilizada quando houver interveno de uma pessoa fsica, que atua em nome e em benefcio do ente moral. VIII. "De qualquer modo, a pessoa jurdica deve ser beneficiria direta ou indiretamente pela conduta praticada por deciso do seu representante legal ou contratual ou de seu rgo colegiado." IX. A atuao do colegiado em nome e proveito da pessoa jurdica a prpria vontade da empresa. A co-participao prev que todos os envolvidos no evento delituoso sero responsabilizados na medida se sua culpabilidade. X. A Lei Ambiental previu para as pessoas jurdicas penas autnomas de multas, de prestao de servios comunidade, restritivas de direitos, liquidao forada e desconsiderao da pessoa jurdica, todas adaptadas sua natureza jurdica. XI. No h ofensa ao princpio constitucional de que "nenhuma pena passar da pessoa do condenado...", pois incontroversa a existncia de duas pessoas distintas: uma fsica - que de qualquer forma contribui para a prtica do delito - e uma jurdica, cada qual recebendo a punio de forma individualizada, decorrente de sua atividade lesiva. XII. A denncia oferecida contra a pessoa jurdica de direito privado deve ser acolhida, diante de sua legitimidade para figurar no plo passivo da relao processual-penal. XIII. Recurso provido, nos termos do voto do Relator.

  • 21

    (REsp 564960 / SC ; Rel. Min. Gilson Dipp, 5 Turma, j. em 02.06.2005). Acrdos contrrios responsabilizao da pessoa jurdica PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO ESPECIAL. CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE. DENNCIA. INPCIA. RESPONSABILIDADE PENAL DA PESSOA JURDICA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. Na dogmtica penal a responsabilidade se fundamenta em aes atribudas s pessoas fsicas. Dessarte a prtica de uma infrao penal pressupe necessariamente uma conduta humana. Logo, a imputao penal pessoas jurdicas, frise-se carecedoras de capacidade de ao, bem como de culpabilidade, invivel em razo da impossibilidade de praticarem um injusto penal. (Precedentes do Pretrio Excelso e desta Corte). Recurso desprovido. (REsp 622724 / SC , 5 Turma, Rel. Min. Flix Fischer, j. em 18.11.2004) Competncia para crimes ambientais Superior Tribunal de Justia CRIMINAL. RESP. COMPETNCIA. INTIMAO DO DENUNCIADO. DESNECESSIDADE. RELAO JURDICA NO CONSOLIDADA. CRIME AMBIENTAL. TRANSPORTE DE MADEIRA SEM AUTORIZAO. COMPETNCIA CONCORRENTE PARA LEGISLAR E FISCALIZAR O CUMPRIMENTO DE NORMAS AMBIENTAIS PELA UNIO, ESTADOS E MUNICPIOS. LESO A BENS, SERVIOS OU INTERESSES DA UNIO NO-DEMONSTRADA. COMPETNCIA DA JUSTIA ESTADUAL. RECURSO DESPROVIDO. I. No tendo sido recebida a denncia, desnecessria a intimao do acusado para se manifestar sobre recurso interposto com vistas fixao da competncia. II. Tendo em vista que a competncia para legislar acerca de matria ambiental bem como de exercer o poder de polcia com o fim de assegurar do cumprimento das normas concorrente, sendo repartida entre a Unio, os Estados e os Municpios, somente a leso especfica aos interesses da Unio capaz de atrair a competncia da Justia Federal, para o julgamento de eventuais crimes ambientais. III. Existncia de eventual leso a bens, servios ou interesses da

  • 22

    Unio, a ensejar a competncia da Justia Federal no-demonstrada. IV. Cancelamento da Smula n. 91 por esta Corte. V. Recurso desprovido. (REsp 697585 / TO, 5 Turma, Rel. Min. Gilson Dipp, j. em 22.03.2005). Supremo Tribunal Federal - Recurso extraordinrio. Crime previsto no artigo 38 da Lei 9.605/98. Competncia da Justia estadual comum. - Esta Primeira Turma, em 20.11.2001, ao julgar o RE 300.244, em caso semelhante ao presente, decidiu que, no havendo em causa bem da Unio (a hiptese ento em julgamento dizia respeito a desmatamento e depsito de madeira proveniente da Mata Atlntica que se entendeu no ser bem da Unio), nem interesse direto e especfico da Unio (o interesse desta na proteo do meio ambiente s genrico), nem decorrer a competncia da Justia Federal da circunstncia de caber ao IBAMA, que rgo federal, a fiscalizao da preservao do meio ambiente, a competncia para julgar o crime que estava em causa (artigo 46, Pargrafo nico, da Lei 9.605/98, na modalidade de manter em depsito produtos de origem vegetal integrantes da flora nativa, sem licena para armazenamento) era da Justia estadual comum. - Nesse mesmo sentido, posteriormente, em 18.12 .2001, voltou a manifestar-se, no RE 299.856, esta Primeira Turma, no que foi seguida, no RE 335.929, por deciso do eminente Ministro Carlos Velloso da 2 Turma, e no HC 81.916, 2 Turma . - A mesma orientao de ser seguida no caso presente. Recurso extraordinrio no conhecido. (RE 349184 / TO, 1a Turma, Rel. Min. Moreira Alves, j. em 03.12.2002) EMENTA: Competncia. Crime previsto no artigo 46, pargrafo nico, da Lei n 9.605/98. Depsito de madeira nativa proveniente da Mata Atlntica. Artigo 225, 4, da Constituio Federal. - No a Mata Atlntica, que integra o patrimnio nacional a que alude o artigo 225, 4, da Constituio Federal, bem da Unio. - Por outro lado, o interesse da Unio para que ocorra a competncia da Justia Federal prevista no artigo 109, IV, da Carta Magna tem de ser direto e especfico, e no, como ocorre no caso, interesse genrico da coletividade, embora a tambm includo genericamente o interesse da Unio. - Conseqentemente, a competncia, no caso, da Justia Comum estadual. Recurso extraordinrio no conhecido. (RE 300244 / SC , 1 Turma, Rel. Min. Moreira Alves, j. em 20.11.2001) Tribunal Regional Federal da 4. Regio PROCESSO PENAL. CRIME AMBIENTAL. ART. 50 DA LEI 9.605/98. INEXISTNCIA DE INTERESSE DIRETO E ESPECFICO DA UNIO.

  • 23

    COMPETNCIA. JUSTIA ESTADUAL. PRESCRIO. 1. A competncia da Justia Federal, expressa no art. 109, IV, da Constituio, est adstrita aos casos em que os delitos contra o meio ambiente so praticados em detrimento de bens, servios ou interesses da Unio, ou de suas autarquias ou empresas pblicas. 2. A circunstncia de incumbir ao IBAMA a fiscalizao do meio ambiente no atrai, por si s, a competncia da Justia Federal. 3. Se a pena concretamente aplicada igual ou superior a 1 (um: ano e no excede a 2 (dois) anos, configura-se a prescrio retroativa, porque transcorreram mais de 04 (quatro) anos desde a data do fato (art. 109, V, c/c o art. 110, 1, ambos do CP), o que autoriza a declarao da extino da punibilidade (art. 107, IV, do CP). (Apelao Criminal 2004.04.01.012578-9 /SC, 8 Turma, j. em 25.08.2004, Rel. Des. Paulo Afonso Brum Vaz.) Tribunal de Justia do Rio Grande do Sul Termo circunstanciado. Extrao de cascalho. Competncia da justia federal. De acordo com o art. 20, inciso IX, da CF, cascalho considerado recurso mineral de propriedade da Unio. Assim, a competncia para processo e julgamento de eventual crime ambiental, envolvendo a extrao de cascalho, da Justia Federal. Competncia declinada. (TJRS, 4a Cmara Criminal, Termo Circunstanciado n. 70014263586, Relator desembargador Gaspar Marques Batista, julgado em 27/04/2006). Crimes em espcie 1. Produtos perigosos Crime ambiental. art. 56 da lei 9.605/98. Armazenamento de combustvel em local inadequado, sem observncia das normais legais 1. Os acusados mantinham em depsito 1970 litros de gasolina e 1200 litros de querosene, substncias txicas, nocivas sade humana e ao meio ambiente, acondicionadas em bombonas de plstico e em tonis de metal. O depsito no obedeceu s exigncias legais e estava localizado em zona residencial. Tutela-se o meio ambiente , de forma preventiva, bem jurdico supra-individual, universal, independentemente da ocorrncia de efetivo dano ao sistema vital. 2. A primariedade, os bons antecedentes, a insero comunitria e social no elidem a responsabilidade criminal. A prtica de esportes Nuticos, o treinamento competio de jet ski no afastam a observncias de normas tcnicas, destinadas preservao do meio ambiente. No clube de regatas havia tanques especiais para armazenamento de combustveis. Condenao mantida. APELO DEFENSIVO DESPROVIDO. (TJRS, 7a Cmara Criminal, apelao crime n. 70014506810, Relator Desembargador Nereu Jos Giacomolli, julgado em 18/05/2006). Jurisprudncia na ntegra Crime ambiental depsito resduos de servio de sade - Art. 56, Lei de Crimes Ambientais Ausncia de dolo

  • 24

    Apelao-crime. art. 56 da lei n 9.605/98. Delito de transporte, armazenamento e depsito de produtos perigosos e nocivos sade humana e ao meio ambiente. Resduos spticos em desacordo com as exigncias legais, regulamentos e licenas operacionais. Ausncia de dolo. Sentena absolutria mantida. Apelo improvido. Unnime. (TJRS, 4a Cmara Criminal, Apelao Criminal n. 70015041650, Relator Desembargador Aristides Pedroso de Alburquerque Neto, julgado em 01/06/2006) Crime ambiental - depsito resduos de servio de sade - Art. 56, Lei de Crimes Ambientais - Responsabilidade penal da pessoa jurdica Possibilidade Apelao. Crime contra o meio ambiente. Responsabilidade penal da pessoa jurdica determinada pela Constituio Federal de 1988, em seu art. 225, 3. Preliminar de ilegitimidade passiva afastada. LIXO HOSPITALAR. Armazenamento de substncias txicas, perigosas e nocivas sade humana e ao meio ambiente, em desacordo com as exigncias legais. Delito previsto no art. 56, caput, da Lei n 9.605/98 configurado. Resduos de servios de sade deixados em contato com o solo, queimando em local freqentado por pessoas e animais, em desacordo com a legislao, gerando gases poluentes. Incidncia do art. 54, 2, inciso V do mesmo diploma legal. Condenao mantida. Apelo improvido. Unnime. (TJRS, 4a Cmara Criminal, Apelao Criminal n. 70015164676, Relator Desembargador Aristides Pedroso de Alburquerque Neto, julgado em 08/06/2006) 2. Flora Unidades de Conservao Crime ambiental. REA DE PROTEO AMBIENTAL. PARQUE ESTADUAL DELTA DO JACU. Comete o delito previsto no art. 40, 1, da Lei 9.605/98 o agente que causa dano direto ou indireto s Unidades de Conservao definidas em lei. Autoria e materialidade evidenciadas. Condenao mantida, nesse particular. UTILIZAO DE MOTOSSERRA. PRINCPIO DA SUBSUNO. O uso de motosserra, sem licena ou registro da autoridade competente, com a finalidade de cortar rvores de mata nativa no punvel, visto tratar-se de crime-meio para a consecuo do crime-fim. Decretada, ex officio, a absolvio do ru quanto imputao do art. 51, da Lei n 9.605/98, com fundamento no art. 386, inciso III, do Cdigo de Processo Penal. APELO PARCIALMENTE PROVIDO. (TJRS, 4a Cmara Criminal, apelao crime n. 70012678702, Relator Desembargador Marco Antnio Barbosa Leal, julgado em 26/01/2006). 3. Pesca predatria Crime ambiental pesca - art. 34, Lei de Crimes Ambientais Inaplicabilidade do princpio da insignificncia PENAL. CRIME AMBIENTAL CONTRA A FAUNA MARINHA. PESCA EM LOCAL PROIBIDO. BAA DO NORTE. ESTADO DE SANTA CATARINA. PORTARIA 051/83

  • 25

    E ART. 34 DA LEI N 9.605/98. AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADOS. ERRO DE PROIBIO E PRINCPIO DA INSIGNIFICNCIA.INAPLICABILIDADE. 1. Quem pesca em perodo no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados pelo rgo competente comete o delito previsto no art. 34 da Lei n 9.605/98. Hiptese em que o agente, contrariando as disposies contidas na Portaria n 051/83, do Estado de Santa Catarina, efetuou pesca de arrasto em local proibido (Baa do Norte). 2. No possvel acolher tese de erro de proibio em favor de quem, a despeito de possuir baixa instruo, detinha, pelo fato de exercer a profisso de pescador h mais de trinta anos, plenas condies de se inteirar a respeito da regra proibitiva. 3. Ainda que pequena a quantidade obtida com a pesca proibida (100 gramas de camaro), no se pode, em tema de delito ambiental, aplicar o princpio da insignificncia. O bem jurdico tutelado, na hiptese, a higidez do meio ambiente, insuscetvel, ao menos diretamente, de avaliao econmica. (TRF 4A REGIO, APELAO CRIMINAL N 2003.72.00.0061550/SC, Relator Desembargador Federal Paulo Afonso Brum Vaz, julgado em 01/12/2004) 4. Construo em rea no edificvel RECURSO CRIMINAL EM SENTIDO ESTRITO. CRIMES AMBIENTAIS. ARTIGOS 48, 50 E 64 DA LEI N 9.605/98. CONCURSO MATERIAL VERSUS PRINCPIO DA CONSUNO. - Ao contrrio do concurso material, onde as condutas so consideradas de forma individuada, constituem crimes autnomos e as respectivas penas so aplicadas cumulativamente, na consuno elas so apreciadas em conjunto, luz do nexo de dependncia entre si, mesmo sendo possvel, do ponto-de-vista fsico, distinguir cada uma delas. - Antes de edificar, o interessado busca proceder ao corte de eventual vegetao que esteja ocupando o espao da futura construo. - A conduta que, em tese, seria enquadrvel no art. 50 da Lei n 9.605/98, constituiu mero procedimento com vistas edificao, ficando absorvida pelo crime do art. 64 do mesmo diploma legal. E, mantida a edificao naquele local, impedida est a vegetao nativa de se recuperar, de modo que tal fato, mesmo se amoldando descrio do art. 48, no pode ser punido por si s, eis que se trata de conseqncia natural e necessria do ato de construir. - Recurso a que se nega provimento. (TRF 4. Regio, Recurso em sentido estrito 2005.72.01.000844-9/ SC, 7 Turma, Rel. Des. Fed. Maria de Ftima Freitas Labarrre, DJU 22.03.2006, p. 881). 5. Minerao e usurpao de bem da Unio APELAO CRIMINAL. EXTRAO DE RECURSOS MINERAIS SEM A DEVIDA AUTORIZAO. AREIA. BEM DA UNIO. AUTORIA E MATERIALIDADE

  • 26

    COMPROVADAS. CONCURSO FORMAL. ARTIGO 2 DA LEI N 8.176/91 E ARTIGO 55 DA LEI N 9.605/98. No tendo sido apresentada qualquer documentao indicando licena para a atividade de minerao no local e no perodo mencionados na exordial, foroso reconhecer a incidncia dos tipos penais albergados nos artigos 2 da Lei n 8.176/91 e 55 da Lei n 9.605/98. Autoria e materialidade comprovadas. Consolidado o concurso formal, na modalidade "imprprio", uma vez que, com uma nica ao, os rus usurparam o patrimnio da Unio, atingindo a ordem econmica, e impingiram dano ao meio ambiente. Apelao parcialmente provida. (Tribunal Regional Federal da 4. Regio. ACR 2004.04.01.044271-0/ PR, j. 22/11/2005, 7 Turma, Rel. Maria de Ftima Freitas Labarrre).

    Questes sobre Responsabilidade penal e administrativa por ilcitos ambientais

    1. Assinale a assertiva falsa: A O principal argumento contrrio responsabilizao penal das pessoas jurdicas a violao do princpio da culpabilidade, entendendo-se que a empresa uma fico jurdica que no tem vontade prpria e autnoma em relao vontade de seus scios. B - A pessoa jurdica somente poder ser responsabilizada diante da prova de que o crime foi praticado por deciso de seu representante legal no seu interesse ou benefcio. C A pena de multa aplicada de acordo com os critrios do Cdigo Penal e, se revelar-se ineficaz, poder ser aumentada em at trs vezes tendo em vista a situao econmica do acusado. D A composio civil do dano uma condio de procedibilidade para a transao penal. E A suspenso condicional do processo pode ser aplicada s pessoas jurdicas, responsveis por crimes ambientais. 2 Assinale a assertiva falsa. A - Na forma da Lei 9.605/98, a suspenso condicional da pena pode ser aplicada tambm s pessoas jurdicas. B Em se tratando de crimes ambientais, o arrependimento do infrator, manifestado pela espontnea reparao do dano, ou limitao significativa da degradao ambiental, uma atenuante. C De acordo com o art. 15 da Lei 9.605/98, circunstncia agravante a reincidncia nos crimes de natureza ambiental. D - As penas restritivas de direitos da Lei 9.605/98 tero a mesma durao da pena privativa de liberdade substituda. E Todas as assertivas so falsas. 3- Em se tratando de responsabilidade penal da pessoa jurdica, incorreto afirmar que: A As pessoas jurdicas no tm direito transao penal;

  • 27

    B H co-autoria necessria entre a pessoa jurdica e o seu dirigente, que delibera pela prtica do crime. C As pessoas jurdicas podem praticar crimes dolosos, culposos e com dolo eventual. D A culpabilidade da pessoa jurdica implica em juzo de reprovao social diante da exigncia de conduta adequada. E Todas as assertivas esto corretas. 4. Assinale a assertiva verdadeira: A A culpabilidade da pessoa jurdica, nos crimes ambientais, implica um juzo de reprovao social, dispensando-se o requisito da potencial conscincia da ilicitude. B A pessoa jurdica somente poder ser denunciada pela prtica de crime doloso. C A composio civil do dano ambiental causa de extino da punibilidade para os crimes ambientais de menor potencial ofensivo. D Conforme o art. 28 da Lei 9.605/98, durante o prazo de prorrogao da suspenso condicional do processo, so aplicveis as condies dos incisos II, III e IV do 1 do art. 89 da Lei 9.099/95. 5. Assinale a alternativa correta: A Na Lei 9.605/98, a suspenso condicional da pena pode ser aplicada nos casos de condenao a pena privativa de liberdade no superior a 2 anos; B Em razo da aplicao subsidiria do Cdigo Penal Lei 9.605/98 e falta de dispositivos especficos para a pena de multa, esta ser aplicada de acordo com os critrios do Cdigo Penal. C Em razo dos princpios do contraditrio e da ampla defesa, as provas obtidas no inqurito civil e na ao civil pblica no podem ser aproveitadas na instruo criminal. D A composio civil do dano ambiental condio de procedibilidade para a transao penal. E O art. 4 da Lei 9.605/98 possibilita a desconsiderao da personalidade jurdica para o fim de propiciar a condenao dos dirigentes da empresa por gesto fraudulenta. Tribunal Regional Federal da 4 Regio 2005 100. Dadas as assertivas abaixo, assinalar a alternativa correta. I. A sentena penal condenatria por crime ambiental, sempre que possvel, fixar o valor mnimo para reparao dos danos causados pela infrao, considerando os prejuzos sofridos pelo ofendido ou pelo meio ambiente. II. A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infrao ambiental obrigada a promover a sua apurao imediata, mediante processo administrativo prprio, sob pena de co-responsabilidade civil, administrativa e penal.

  • 28

    III. O fim especial de obteno de vantagem pecuniria, nos delitos ambientais, constitui causa de aumento de pena. IV. A pena de multa por crime ambiental ser calculada com base nos critrios do Cdigo Penal, exceto se, ainda que aplicada em valor mximo, revelar-se ineficaz, caso em que poder ser aumentada, levando-se em conta a extenso do dano ambiental. a) Esto corretas apenas as assertivas I e II. b) Esto corretas apenas as assertivas I e III. c) Esto corretas apenas as assertivas III e IV. d) Esto corretas apenas as assertivas II, III e IV. Juiz Federal - TRF 1 Regio 9 concurso 93. No crime contra a fauna silvestre, praticado em terra pertencente Unio, a competncia ser regida pelo seguinte enunciado: a) tanto por ser a fauna silvestre do domnio da Unio, quanto por ter sido o crime praticado em terra do domnio da Unio, a competncia ser da Justia Federal. b) seguindo a regra constitucional de competncia legislativa concorrente entre os trs entes da Federao para questes ambientais, tambm no plano jurisdicional a competncia poder ser da justia estadual ou da federal, segundo as regras da preveno. c) nas comarcas que no sejam sede de vara federal, o processo tramitar perante o juzo de Direito, com recurso para o Tribunal Regional Federal. d) havendo concurso com crime contra a flora, haver separao do processo, sendo o crime contra a fauna julgado pela Justia Federal e o contra a flora pela Justia Estadual. Juiz Federal - Tribunal Regional Federal 5 Regio 2005 Julgue os itens subseqentes, relativos aos princpios regedores da proteo jurdica do

    meio ambiente.

    33. A legislao brasileira adota, como regra geral, a prescindibilidade do elemento da culpabilidade para a caracterizao da infrao administrativa ambiental, dispensando a apurao da vontade do infrator. Para a configurao da infrao administrativa ambiental, basta portanto, o comportamento tpico do administrado, com a violao da normas de proteo ao meio ambiente. 34. Em caso de infrao administrativa ambiental, a depender da gravidade do fato e dos antecedentes do infrator, a administrao poder impor a sano de suspenso de obra lesiva ao meio ambiente, mas no poder determinar sua demolio, a qual depender de ordem judicial, a ser solicitada pelo rgo ambiental competente, aps o

  • 29

    encerramento do processo administrativo em que fique constatado a ofensa s normas protetivas do meio ambiente. 35. A legislao prev a apreenso dos produtos e subprodutos da fauna e flora, em caso de constatao de infrao, por iniciativa da prpria administrao. A lei no admite, contudo, a apreenso, pela administrao, dos equipamentos ou veculos utilizados na infrao administrativa ambiental, salvo se consistirem em objetos cujo fabrico, alienao, uso, porte ou deteno constituem fato ilcito.

    Juiz Federal TRF 5 Regio - 2004 44 Em matria de responsabilidade penal da pessoa jurdica, a doutrina nacional acorde em reconhecer que sua adoo no sistema jurdico brasileiro guarda compatibilidade com os princpios da pessoalidade da pena e da culpabilidade. 45 O tipo penal consistente em caar espcime da fauna silvestre sem a devida permisso, licena ou autorizao da autoridade competente somente se aplica a animais exticos. 46 A Lei de Crimes Ambientais (Lei n. 9.605/1998), ao definir pesca, para efeitos de sua aplicao, restringiu o conceito anteriormente vigente, passando a utiliz-lo somente para os seguintes grupos de animais aquticos: peixes, crustceos e moluscos. Logo, caso uma baleia ou um golfinho sejam apanhados sem autorizao da autoridade competente, o crime configurado ser o referente caa e no pesca. 47 Todas as contravenes penais contra a fauna previstas no Cdigo Florestal esto implicitamente revogadas, pois, com o advento da Lei de Crimes Ambientais, aquelas condutas foram, de certa forma, contempladas como crimes. 48 A poluio eletromagntica e a poluio trmica podem ser consideradas crime, porquanto a conduta penal referente a poluio e descrita na Lei de Crimes Ambientais fala em causar poluio de qualquer natureza, no especificando a forma. 49 Considere a seguinte situao hipottica. Uma empresa brasileira de exportao e importao exportava para o exterior, sem a autorizao ambiental competente, peles e couros de anfbios processadas e industrializadas. Nessa situao, por incidir em crime ambiental, a empresa poder ser sancionada no mbito penal com a decretao de sua liquidao forada, sendo seu patrimnio considerado como instrumento do crime e por isso perdido em favor do Fundo Penitencirio Nacional. 50 Tanto as pessoas fsicas quanto as jurdicas podem ser, em tese, apenadas prestao pecuniria, consistente no pagamento em dinheiro vtima ou entidade pblica ou privada, desde que seja de cunho ambiental ou cultural. Juiz Federal - Tribunal Regional Federal da 4 Regio - 2004

  • 30

    98. Assinalar a alternativa correta. A legislao do Brasil, em matria de sano penal por leso ao meio ambiente: a) exclui a responsabilidade penal por consider-la inadequada a tal tipo de infrao, mantendo apenas a responsabilidade administrativa e civil. b) admite a existncia de responsabilidade administrativa, civil e penal, ficando esta (penal) condicionada a hipteses graves, apenadas com recluso. c) admite a existncia de responsabilidade administrativa, civil e penal, abrangendo pessoas fsicas e jurdicas. d) admite a existncia de responsabilidade administrativa, civil e penal, ficando esta (penal) restrita a pessoas fsicas. Procuradoria da Repblica - 21 Concurso 102. Em crimes ambientais: (a) havendo a responsabilizao penal pessoal do representante legal da pessoa jurdica

    obrigatria a responsabilizao da pessoa jurdica; (b) o art. 6 da Lei 9.605/98 afasta a aplicao dos arts. 59 e 60 do Cdigo Penal; (c) limitao de fim de semana sinnimo de recolhimento domiciliar; (d) a percia produzida no inqurito civil poder servir para o clculo da fiana e da multa. Procuradoria da Repblica 20 Concurso 93. Em tema de penas restritivas de direito luz da Lei ambiental (Lei 9.605/98) (a) as penas dessa natureza, previstas no Cdigo Penal, tambm podem ser fixadas pelo

    magistrado; (b) o limite mximo incidncia dessas penas est em quatro anos; (c) a substituio da pena privativa de liberdade pode ser feita por duas penas restritivas em

    aplicao subsidiria do Cdigo Penal; (d) a pena de perda de bens e valores no pode ser aplicada nas infraes definidas na Lei

    9.605/98.