I

(Actos legislativos)

REGULAMENTOS

REGULAMENTO (UE) N. o 1077/2011 DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

de 25 de Outubro de 2011

que cria uma Agncia europeia para a gesto operacional de sistemas informticos de grande escala no espao de liberdade, segurana e justia

O PARLAMENTO EUROPEU E O CONSELHO DA UNIO EUROPEIA,

Tendo em conta o Tratado sobre o Funcionamento da Unio Europeia, nomeadamente o artigo 74. o , o artigo 77. o , n. o 2, alneas a) e b), o artigo 78. o , n. o 2, alnea e), o artigo 79. o , n. o 2, alnea c), o artigo 82. o , n. o 1, alnea d), o artigo 85. o , n. o 1, o artigo 87. o , n. o 2, alnea a) e o artigo 88. o , n. o 2,

Tendo em conta a proposta da Comisso Europeia,

Aps transmisso do projecto de acto legislativo aos parlamentos nacionais,

Deliberando de acordo com o processo legislativo ordinrio ( 1 ),

Considerando o seguinte:

(1) A segunda gerao do Sistema de Informao Schengen (SIS II) foi estabelecida pelo Regulamento (CE) n. o 1987/2006 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de Dezembro de 2006, relativo ao estabelecimento, funcionamento e utilizao do Sistema de Informao Schengen de segunda gerao (SIS II) ( 2 ) e pela Deciso 2007/533/JAI do Conselho, de 12 de Junho de 2007, relativa ao estabelecimento, funcionamento e utilizao do Sistema de Informao Schengen de segunda gerao (SIS II) ( 3 ). O Regulamento (CE) n. o 1987/2006 e a Deciso 2007/533/JAI estabelecem que a Comisso responsvel, durante um perodo transitrio, pela gesto operacional do SIS II Central. No termo desse perodo

transitrio, uma autoridade de gesto deve ser encarregada da gesto operacional do SIS II Central e de determinados aspectos da infra-estrutura de comunicao.

(2) O Sistema de Informao sobre Vistos (VIS) foi estabelecido pela Deciso 2004/512/CE do Conselho, de 8 de Junho de 2004, que estabelece o Sistema de Informao sobre Vistos (VIS) ( 4 ). O Regulamento (CE) n. o 767/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 9 de Julho de 2008, relativo ao Sistema de Informao sobre Vistos (VIS) e ao intercmbio de dados entre os Estados-Membros sobre os vistos de curta durao (Regulamento VIS) ( 5 ) estabelece que a Comisso responsvel, durante um perodo transitrio, pela gesto operacional do VIS. No termo desse perodo transitrio, uma autoridade de gesto deve ser encarregada da gesto operacional do VIS Central e das interfaces nacionais e de determinados aspectos da infra-estrutura de comunicao.

(3) O Eurodac foi estabelecido pelo Regulamento (CE) n. o 2725/2000 do Conselho, de 11 de Dezembro de 2000, relativo criao do sistema Eurodac de comparao de impresses digitais para efeitos da aplicao efectiva da Conveno de Dublin ( 6 ). O Regulamento (CE) n. o 407/2002 do Conselho ( 7 ) prev as necessrias regras de execuo.

(4) necessrio criar uma autoridade de gesto a fim de assegurar a gesto operacional do SIS II, do VIS e do Eurodac e de determinados aspectos da infra-estrutura de comunicao aps o perodo transitrio e, eventualmente, de outros sistemas informticos de grande escala no espao de liberdade, segurana e justia, sem prejuzo da adopo de actos normativos distintos.

PT 1.11.2011 Jornal Oficial da Unio Europeia L 286/1

( 1 ) Posio do Parlamento Europeu de 5 de Julho 2011 (ainda no publicada no Jornal Oficial) e deciso do Conselho de 12 de Setembro de 2011.

( 2 ) JO L 381 de 28.12.2006, p. 4. ( 3 ) JO L 205 de 7.8.2007, p. 63.

( 4 ) JO L 213 de 15.6.2004, p. 5. ( 5 ) JO L 218 de 13.8.2008, p. 60. ( 6 ) JO L 316 de 15.12.2000, p. 1. ( 7 ) Regulamento (CE) n. o 407/2002 do Conselho, de 28 de Fevereiro de

2002, que fixa determinadas regras de execuo do Regulamento (CE) n. o 2725/2000 relativo criao do Sistema Eurodac de comparao de impresses digitais para efeitos da aplicao efectiva da Conveno de Dublin (JO L 62 de 5.3.2002, p. 1).

(5) Tendo em vista criar sinergias, necessrio confiar a gesto operacional destes sistemas informticos de grande escala a uma entidade nica, de modo a beneficiar de economias de escala, criar massa crtica e assegurar uma taxa de utilizao dos recursos financeiros e humanos o mais elevada possvel.

(6) Nas declaraes comuns que acompanham os actos normativos que regem o SIS II e o VIS, o Parlamento Europeu e o Conselho convidaram a Comisso a apresentar, na sequncia de uma avaliao de impacto, as propostas legislativas necessrias para confiar a uma agncia a gesto operacional a longo prazo do SIS II Central e de determinados aspectos da infra-estrutura de comunicao e do VIS.

(7) Tendo em conta que dever ter autonomia jurdica, administrativa e financeira, a autoridade de gesto dever ser criada sob a forma de uma agncia de regulao (Agncia) com personalidade jurdica. Tal como acordado, a sede da Agncia dever ser em Tallin (Estnia). No entanto, como as funes relacionadas com o desenvolvimento tcnico e a preparao da gesto operacional do SIS II e do VIS so executadas em Estrasburgo (Frana), e como as instalaes de salvaguarda destes sistemas informticos esto situadas em Sankt Johann im Pongau (ustria), assim dever continuar a ser. Estas duas instalaes devero tambm ser os locais, respectivamente, onde as funes relacionadas com o desenvolvimento tcnico e a gesto operacional do Eurodac devero ser executadas e onde as instalaes de salvaguarda do Eurodac devero ficar situadas. Estas duas instalaes devero tambm ser os locais, respectivamente, do desenvolvimento tcnico e da gesto operacional de outros sistemas informticos de grande escala no espao de liberdade, segurana e justia e das instalaes de salvaguarda capazes de assegurar o funcionamento de um sistema informtico de grande escala no caso de este falhar, se tal estiver previsto no acto normativo aplicvel.

(8) Por conseguinte, as funes da autoridade de gesto previstas nos Regulamentos (CE) n. o 1987/2006 e (CE) n. o 767/2008 devero ser asseguradas pela Agncia. Essas funes incluem novos desenvolvimentos tcnicos.

(9) Nos termos dos Regulamentos (CE) n. o 2725/2000 e (CE) n. o 407/2002, foi criada, no mbito da Comisso, uma Unidade Central responsvel pelo funcionamento da base de dados central do Eurodac e de outras funes com ele relacionadas. A fim de explorar sinergias, a Agncia dever, a partir da data em que assume as suas funes, substituir a Comisso nas funes que esta desempenha relativamente gesto operacional do Eurodac, inclusive no que respeita a certas funes relacionadas com a infra- -estrutura de comunicao.

(10) A atribuio principal da Agncia dever ser o desempenho das funes de gesto operacional do SIS II, do VIS e do Eurodac e, caso venha a ser decidido, de outros sistemas informticos de grande escala no espao de

liberdade, segurana e justia. A Agncia dever tambm ser responsvel pelas medidas tcnicas decorrentes das funes que lhe foram atribudas, que no sejam de natureza normativa. Tais responsabilidades no devero afectar as funes normativas atribudas Comisso em exclusivo ou Comisso assistida por um Comit pelos respectivos actos normativos que regulam os sistemas geridos operacionalmente pela Agncia.

(11) Alm disso, a Agncia dever executar funes relacionadas com a formao sobre a utilizao tcnica do SIS II, do VIS e do Eurodac e de outros sistemas informticos de grande escala que possam vir a ser-lhe confiados.

(12) Acresce que poder igualmente ser atribuda Agncia a responsabilidade pela preparao, pelo desenvolvimento e pela gesto operacional de outros sistemas informticos de grande escala, em aplicao dos artigos 67. o a 89. o do Tratado sobre o Funcionamento da Unio Europeia (TFUE). Tais funes s devero ser confiadas Agncia atravs de actos normativos subsequentes e distintos, precedidos de uma avaliao do impacto.

(13) A Agncia dever ser responsvel pelo acompanhamento das actividades de investigao e pela realizao de projectos-piloto no domnio dos sistemas informticos de grande escala em aplicao dos artigos 67. o a 89. o do TFUE, de acordo com o artigo 49. o , n. o 6, alnea a), do Regulamento (CE, Euratom) n. o 1605/2002 do Conselho, de 25 de Junho de 2002, que institui o Regulamento Financeiro aplicvel ao oramento geral das Comunidades ( 1 ), a pedido especfico e preciso da Comisso. Quando estiver encarregada da realizao de um projecto-piloto, a Agncia dever prestar especial ateno Estratgia de Gesto de Informao da Unio Europeia.

(14) O facto de confiar Agncia a gesto operacional de sistemas informticos de grande escala no espao de liberdade, segurana e justia no dever afectar as regras especficas aplicveis a esses sistemas. Em especial, so plenamente aplicveis as regras especficas que regulam a finalidade, os direitos de acesso, as medidas de segurana e outros requisitos de proteco dos dados para cada um dos sistemas informticos de grande escala cuja gesto operacional confiada Agncia.

(15) A fim de controlar eficazmente o funcionamento da Agncia, os Estados-Membros e a Comisso devero estar representados no Conselho de Administrao. Devero ser atribudas ao Conselho de Administrao as competncias necessrias, nomeadamente, para adoptar o programa de trabalho anual, desempenhar as suas funes no que se refere ao oramento da Agncia, adoptar as regras financeiras aplicveis Agncia, nomear um Director Executivo e estabelecer procedimentos de tomada de deciso pelo Director Executivo relacionados com as funes operacionais da Agncia.

PT L 286/2 Jornal Oficial da Unio Europeia 1.11.2011

( 1 ) JO L 248 de 16.9.2002, p. 1.

(16) No que respeita ao SIS II, o Servio Europeu de Polcia (Europol) e a Unidade Europeia de Cooperao Judiciria (Eurojust), ambos com direito de acesso e de consulta directa dos dados inseridos no SIS II em aplicao da Deciso 2007/533/JAI, devero ter o estatuto de observador nas reunies do Conselho de Administrao quando figure na ordem de trabalhos qualquer questo relacionada com a aplica