registro do bloqueio da circulaçao atmosferica meridiana na geometria...

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, I' y' ANAIS DO XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, RIO DE JANEIRO, 1984 -- REGISTRO DO BLOQUEIO DA CIRCULAÇÃ~ ATMOSFERICA MERIDIANA NA GEOMETRIA DOS CORDdES LITORÄNEOS DA COSTA BRASILEIRA Louis Maein, ÕRSTOM/CNPq, Observatório Nacional L. Departamento de Geof ísica Jean-Marie Flexor CNPqlObservatÓrio Nacional Departamento de Geoflsica Abflio C.S.P. Bittencourt Programa de Pesquisa e Pb-Graduçb CT Geofísica e Instituto de Geociências UFBa Jose M. 1. Dominguez Programa de Pesquisa e P6s-GraduaçZo em Geofísica e Instituto de Geociências UFBa ABSTRACT I ' ,- d- . . + - - Regressive beach-ridges records the direction of coastal trans port and thus indirectly the quadrant in which the sea waves has reacri ed the coast. The Rio Paraiba do Sul coastal plain beach-ridges shows that during the last 5000 years the coastal transport ocurred permanent ly from south to north, indicating the dominancy of a S S-E sea swell: Similarly, the Rio São Francisco coastal plain beach-ridges shows that during the same period the coastal transport ocurred from mrth.to south, indicating the predoninance of a NE sea swell. However, i n t h e Rio Do ce coastal plain, the beach rid$% shows t h a t between 5100 and 3900years B.P., the coastal transport ocurred from north to south and after 3600 years B.P., from south to north, indicating the dominancy of S S-E sea swell. This inversilm in the direction of the coastal transport seems to be related to an ?poch in which the meridian atmospheric circulation was blocked, causing a predominance of NE sea swell. I. INTRODUÇÃO 0 ano de 1983 foi marcado pela existência de um intenzo fenÔme no "El Niño" que acarretou perturbações profundas da circulaçao atmosfs rica na América do Sul. no outono e no inverno são caracterizados pela passagem de uma sucessao de ondas meridianas na mRdia e alta troposfera e dos sistemas frontais cor respondentes na superfície. Nos oceanos estes Últimos condicionam um regime de ondas na direção S-SE. Ao longo da costa brasileira, alguns destes sistemas frontais alcançam loos de latitude e constituem um mec5 nismo importante na produção de precipitações na maior parte do Nordes te (KOUSKY, 1979; VIRJI e t KOUSKY, 1 9 8 3 ) . Em período de forte ativida de do fenõmeno "El Nifio", a passagem das ondas meridianas na média e az- ta troposfera B bloqueada pela persistência de um intenso e permanente jato subtropical. Pacífico até o sul do Brasil passando pelo norte do Chile e da Argentina. Em pe ríodo de bloqueio, as zonas frontais permanecem estacionárias durantë longos períodos no sul e sudeste. Esta região fica então sujeita a pre cipitações excessivas enquanto que a região norte-nordeste permanece SE ca. Por outro lado, o regime de ondas S-SE gerado pela passagem das frentes frias não alcança a região norte. Na parte central do litoral brasileiro coexistem dois regimes de ondas. O primeiro, de direção S-SE está relacionado com a penetra ção das massas polares no continente sul americano, ocorrendo com maior frequência no outono e nc inverno, o seu efeito fazendo sentir-se at5 cerca de looS. O segundo, de direção N-E, está relacionado com os ven Padrões normais da circulação atmosférica- Este se estende a partir da costa leste do 133 ORSTOM Fonds Rocumentaire

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I '

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ANAIS DO XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, RIO DE JANEIRO, 1984

--

REGISTRO DO BLOQUEIO DA C I R C U L A Ç Ã ~ ATMOSFERICA MERIDIANA NA GEOMETRIA DOS CORDdES LITORÄNEOS D A COSTA BRASILEIRA

Louis Maein, ÕRSTOM/CNPq, Observatório Nacional L.

Departamento de Geof ísica Jean-Marie Flexor CNPqlObservatÓrio Nacional Departamento de Geoflsica Abflio C.S.P. Bittencourt Programa de Pesquisa e Pb-Graduçb CT Geofísica e Instituto de Geociências UFBa Jose M. 1. Dominguez Programa de Pesquisa e P6s-GraduaçZo em Geofísica e Instituto de Geociências UFBa

ABSTRACT I '

,-

d- ..+--

Regressive beach-ridges records t h e d i r e c t i o n of c o a s t a l t r a n s p o r t and thus i n d i r e c t l y t h e quadrant i n which t h e sea waves has reacri ed t h e coast . The Rio Paraiba do Sul c o a s t a l p l a i n beach-ridges shows t h a t during the l a s t 5000 years the c o a s t a l t r a n s p o r t ocurred permanent l y from south t o no r th , i nd ica t ing t h e dominancy of a S S-E sea s w e l l : S imi l a r ly , t h e Rio São Francisco c o a s t a l p l a i n beach-ridges shows that during t h e same per iod t h e c o a s t a l t r a n s p o r t ocurred from mrth.to south, i n d i c a t i n g t h e predoninance of a NE sea s w e l l . However, i n t h e Rio D o c e c o a s t a l p l a i n , t h e beach rid$% shows t h a t between 5100 and 3900years B .P . , t h e c o a s t a l t r a n s p o r t ocurred from nor th t o south and a f t e r 3600 years B.P . , from south t o no r th , i n d i c a t i n g t h e dominancy of S S-E sea s w e l l . This invers i lm i n t h e d i r e c t i o n of t h e c o a s t a l t r a n s p o r t seems t o be r e l a t e d t o an ?poch i n which t h e meridian atmospheric c i r c u l a t i o n was blocked, causing a predominance of NE sea s w e l l .

I. INTRODUÇÃO

0 ano de 1983 f o i marcado p e l a e x i s t ê n c i a de um in tenzo fenÔme no " E l Niño" que acar re tou perturbações profundas da c i r cu laçao a tmosfs r ica na América do Sul. no outono e no inverno são carac te r izados p e l a passagem de uma sucessao de ondas meridianas na mRdia e a l t a t r o p o s f e r a e dos sistemas f r o n t a i s c o r respondentes na s u p e r f í c i e . Nos oceanos estes Últimos condicionam um regime de ondas na d i reção S-SE. Ao longo da c o s t a b r a s i l e i r a , alguns d e s t e s s i s temas f r o n t a i s alcançam loos de l a t i t u d e e constituem um mec5 nismo importante na produção de p rec ip i t ações na maior p a r t e do Nordes t e (KOUSKY, 1 9 7 9 ; V I R J I e t KOUSKY, 1983) . Em período de f o r t e a t i v i d a de do fenõmeno " E l Nifio", a passagem das ondas meridianas na média e a z - t a t ropos fe ra B bloqueada pe la p e r s i s t ê n c i a de um in t enso e permanente j a t o s u b t r o p i c a l . Pac í f i co a t é o s u l do B r a s i l passando pelo n o r t e do Chile e da Argentina. Em pe r íodo de bloqueio, as zonas f r o n t a i s permanecem e s t a c i o n á r i a s du ran të longos períodos no s u l e sudes te . E s t a r eg ião f ica então s u j e i t a a pre c ip i t ações excess ivas enquanto que a reg ião norte-nordeste permanece SE ca. Por ou t ro lado , o regime de ondas S-SE gerado pe la passagem das f r e n t e s f r i a s não alcança a reg ião no r t e .

N a p a r t e c e n t r a l do l i t o r a l b r a s i l e i r o coexistem do i s regimes de ondas. O primeiro, de d i reção S-SE e s t á relacionado com a p e n e t r a ção das massas po la re s no cont inente s u l americano, ocorrendo com maior frequência no outono e nc inverno, o seu e f e i t o fazendo s e n t i r - s e a t 5 cerca de l o o S . O segundo, de d i r eção N-E, está relacionado com os ven

Padrões normais da c i r cu lação atmosférica-

E s t e se estende a p a r t i r da cos t a leste do

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t o s a l i s e o s e seu e f e i t o 5 air:da percebido na região s u l . Entre tan t o nas regiões onde esces do i s t i p o s de regimes äe ondas coexistem impor t an te notar que o de direçã0 5-SE predomina sobre o de d i reção N-E.

O t ranspor te das a re iaã sobre uma p ra i a é essencialmente devido ao regime de ondas e o sen t ido do t ranspor te é função da ä i r eçä0 segun do a qual e s t e a t inge a cos t a . Em periodo äe bloqueio da c i rcu lação a; mosférica meridiana, o regime de ondas de direçã0 S-SE não alcança a r e gião nor te o que permite ao de direção N-E descer bas tan te para o sul; provocanco uma inversão do sen t ido de t r anspor t e l i t o r â n e o (MARTIN e t a l , 1 9 8 3 ) . Se o bloqueio t i v e r ocor r id 7 durante um periodo longo, e s t a inversão do sen t ido do t r anspor t t l i to rhneo poderá ter s ido r eg i s t r ada na geometria dos numerosos cordoe.: l i t o rdneos ex i s t en te s nas p l an ic i e s qua ternär ias do l i t o r a l b r a s i l e i r o .

II. DINhMICA DO TRANSPORTE DE SEDIMENTOS GROSSEIROS DO LONGO DAS P a 1 - AS ARENOSAS.

Nas vizinhanças da l i nha de cos t a , a arrebentação das ondas é a companhada de uma f o r t e l i b e r t a ç ã o de energ ia que se t raduz pe la s areias e m suspensão e pe la formação de uma c o r r m t e pa ra l e l a d p r a i a ("Lon2 shore cu r ren t " , f i g . 1 A ) que apaiece qucndo as ondas incidem obliqua mente. Esta cor ren te f l ú i d a , de baixa velocidade, l imitada à zona d ë arrebentação , desempenha um papel importante no t r anspor t e das a r e i a s em suspensão (KOMAR, 1576). Acrescenta-se a i s t o o f a t o äe que proje_

O t ranspor te pulsado de a r e i a s e m "dente de s e r r a " ("swash transporY,€iig . LB) , que cons t i t ue um dos f a t o r e s p r inc ipa i s da der iva l i t o r â n e a ao lon go da l i nha äe cos ta . Por ou t ro lado , o sent ido des t a de r iva sendo fuñ ção da direção segundo a qual as f i e n t e s de onda atingem a c o s t a , par: ce s e r evidente que o conhecimento da d i reçã0 äo t r anspor t e pa ra l e lo a p r a i a numa época dada, deveria impl-car nc conhecimento do quadrante SE gundo o qual as ondas at ingiram o l L t o r a l nes ta mesma época.

Na s i tuação de um desequ i l í i x io e n t r e aportes e r e t i r a d a s de a r e i a , ocor rerä , conforme CI caso, um recuo ou um avanço da l i n h a de cog t a . Em c e r t a s c i r cuns t ânc ia s , este avan2c produzir-se-á a t r avés do em_ pilhamento de s é r i e s importantes äe cordoes l i t o râneos que, sob certas condições, poderão r e g i s t r a r na sua geometria, o sen t ido da de r iva .

A s var iações äo n ive l médio r e l a t i J o do mar constituem uma caz s a importante de r e t i r a ä a s ou apor tes de a r e i a numa p ra i a . Uma e leva ção do n ive l r e l a t i v o do mar traduz-se por uma erosão äa a l t a p r a i a que

seguida de uma acumulação na ante-praia (p r inc íp io de B R U " , 1562). Reciprocamente, uma diminuiçäa do n ive l r e l a t i v o do mar provoca uma e r g são na ante-praia seguida de uma acuniulação de a r e i a na a l t a p r a i a . A s s i m e m periodo de abaixamento do n íve l r e l a t i v o do mar, ocor rerã um a por te importante de a r e i a na d i reção da a l t a p r a i a se a äec l iv idade da ante-praia f o r suave e s e e s t a , naturalmente, f o r arenosa. A a r e i a t ransportada na direção da a l t a p r a i a s e r á a r r a s t ada pe l a der iva l i t o r ? nea e e m c e r t a s condições i r á con t r ibu i r pars a construção de cor6Ses cos t e i ros .

Na pa r t e c e n t r a l do l i t o r a l b r a s i l e i r o , as var iações do n ive l r e l a t i v o do mar são bem conhecidas: após t e r alcançado um n i v e l s i tuado a cerca de 4 a 5 m acima do n í v e l a t u a l por v o l t a dos 5100 anos B . P . , retornou ao n ive l presente durante t r ê s periodos de abaixamento (5100- 3900 anos B.P.; 3600-2900 anos E .P . e 2500-0 B . P . ) , que foram ent recor tados por dois períodos de elevaç& (3800-3600 anos B . p . e 2700-2500 nos B . P . ) . No campo, é poss íve l d i f e renc ia r t e r r aços arenosos cober tos por cordões l i t o râneos que e s t ão correlacionados com e s t e s três perio_ dos de abaixamento do n ive l médio r e l a t i v o do mar.

çÕes de äqua das ondas produzidas durante a arrebentação provocam

III. INDICADORES GEOMORFICOS DO SENTIDO PREFERENCIAL DO T-SITO LITORf; - NEO DE SEDIMEETOS kFtENOSOS .

- Esporões ("Hooked s p i t s " - AGI,15:2). As f lechas arenosas as sociadas a äesemDocaduras de canais de maré apresentam ao longo de seus corpos fe ições geomdrficas do t i p o esporão, sugerindo que sua o r l gem s e deve a um processo de acréscimo l a t e r a l de sucessivos esporoes acompanhado pela migração no mesmo sent ido äa entrada do canal de maré

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associado. T a l acréscimo 6 alimentado pe la de r iva l i t o r â n e a de sedimen t o s confome a Fig. IC. - Pontais arenosos ( "Sp i t s " - A G I , 1 9 7 2 ) . Trata-se de l í nguas de a r e i a que se desenvolvem a p a r t i r de um enraizamento num ponto de a marração s i tuado na l i n h a de c o s t a . D e forma d i f e r e n t e das f l echas ar- nosas acima mencionadas, esses pon ta i s não apresentam fe i ções do t i p o esporão e m seu corpo nem tampouco são associados a en t radas de cana i s de maré. Em funçao do ponto de amarração, foram i d e n t i f i c a d o s d o i s ti - pos de ponta is : a) pon ta i s arenosos que crescem enraizados e m uma ou ambas a s margens da desembocadura f l u v i a l (F ig . 1 D ) , b) pon ta i s areno SOS que crescem enraizados e m s a l i ê n c i a s da l i n h a de c o s t a ( "Sa l i enz t r a p s " - DAVZES, 1 9 7 2 ) (Fig. 1 E ) . O desenvolvimento desses do i s t i p o s de ponta is arenosos G alimentado pe la s de r iva l i t o r â n e a de sedimentos e seu sen t ido de crescimento c o n s t i t u i po r t an to um bom indicador do s e n t i do da de r iva CKOMAR, 1 9 7 6 ) . - I l h a s lunadas arenosas CI'Lunate Sandkeys" - A G I , 1 9 7 2 ) . E s t a s i lhas , e m forma de c re scen te , parecem e s t a r re lac ionadas com o r e t r a b a lhamento pe la s ondas da b a r r a de desembocadura (F ig . 1 F ) . A refraçãÕ das ondas ao redor do obs táculo , representado por essas b a r r a s , f a z com que as m e s m a s adquiram extremidades recurvadas. E s t a s extremidades por aç= da de r iva l i t o r â n e a , tendem a aumentar e m comprimento ao mesmo tem PO e m que apontam no sen t ido p r e f e r e n c i a l d e s t a der iva . - Configuração de l i n h a de cos t a . TANNER (1958) in t roduz iu o conceito de p r a i a e m e q u i l i b r i o segundo o qua l a s configuraçÕes e m p l a p tas e em p e r f i l de uma p r a i a e s t ã o de t a l maneira a jus tados ao regime de ondas que predomina e m uma determinada r eg ião , que a s m e s m a s , ao al- cançarem a l i n h a de c o s t a , fornecem a ene rg ia precisamente requer ida pa ra t r a n s p o r t a r a carga de sedimentos de que d svpr ida a p r a i a . Resul tä d a i que a configuração da l i n h a de c o s t a B cont ro lada principalmente pe l a curvatura e o r i en tação das c r i s t a s de ondas r e f r a t a d a s . E s t e f a t ö t e m s i d o bem demonstrado principalmente pe los t r aba lhos de XOMAR (1976) que u t i l i z o u simulação por computador para prever a configuração da li nha de c o s t a em va r i adas s i t uações de ene rg ia e clireção de aproximação das ondas. E s t e fenômeno 0 bem i l u s t r a d o para t r echos c o s t e i r o s c o n t i dos e n t r e do i s promontdrios (Fìg. lG), quando a i i n h a de cos t a se o r i e Ï j t a de t a l maneira que o s e t o r s i t uado a sotamar ("downdrift") prograda m a i s rapidamente, 3s expensas dos sedimentos carregados de barlamar ("q d r i f t " ) p e l a de r iva l i t o r â n e a . - Acumulação c o s t e i r a a s s imé t r i ca d um c u t r o t i p o de ind icador do sen t ido p r e f e r e n c i a l do t r a n s p o r t e de sedimentos. (Fig. U) (ZENKOVICH, 19671.

D e s t e modo, e m cos t a s expostas 5. açã0 da l e r iva l i t o r â n e a , a ob servaçã0 da configuração da l i n h a de c o s t a , b e m como da o r i en tação dos f e i x e s de cordões l i t o r â n e o s que constituem ant igos testemunhos dessas l i nhas , pode p o s s i b i l i t a r o estabelecimento do s e n t i d o p r e f e r e n c i a l do t r â n s i t o l i t o r â n e o de sedimentos. E s t a a n á l i s e pode ser, e n t r e t a n t o ,

k d i f i c u l t a d a p e l a presença de um curso f l u v i a l que pode induz i r uma con f iguração e m cúspide pa ra a l i nha de cos t a , fazendo com que a l a r g u r a da p l a n i c i e c o s t e i r a aumente em di reçã0 5. desembocadura f l u v i a l s e m que

l i t o r â n e a . En t r e t an to , i s t o sd poderá oco r re r no caso e m que as f r en tes de ondas alcançam paralelamente a cos t a . Com e f e i t o , se as f r e n t e s de onda atingem a p r a i a obliquamente, o fluxo do curso f l u v i a l (quando suficientemente in t enso ) bloqueia o t r a n s p o r t e l i t o r â n e o . A p l a n i c i e c o s t e i r a apresenta en tão uma as s ime t r i a c a r a c t e r í s t i c a , com a p a r t e que esta a barlamar m a i s desenvolvida do-que a que estâ e m sotamar. D e f a t o , em periodo de f o r t e vazão do curso f l u v i a l , o seu f luxo c o n s t i t u i r - se-ã num obstáculo que tenderá a bloquear o t r a n s p o r t e das a r e i a s do mo do como costuma ocor re r no caso de um esporão a r t i f i c i a l numa p r a i a a r e nosa. produzir-se-á uma acumulação de areia do laco da desembocadura onde se v e r i f i c a o bloqueio acompanhada de uma poss ive l e rosão do ou t ro lado: e n t r e t a n t o , na maior ia dos casos, esta s e r 6 compensada por apog tes de sedimentos g rosse i ros ca r r e i ados pe lo própr io curso f l u v i a l ( F i g . 2 B ) . Em periodo de vazão f r a c a , o obstdculo formado pe lo f luxo do cuy so de dgua i r á praticamente desaparecer e a de r iva l i t o r â n e a provocara a construção de uma l ingua de a r e i a que o b s t r u i r á a desembocadura(Fig. 2 C l . Ocorrerá igualmente uma erosão p a r c i a l do depósito que se formou no periodo precedente e que apresentava uma s a l i ê n c i a com r e s p e i t o 5. 1&

4 este f a t o ind ique necessariamente um sen t ido p r e f e r e n c i a l para de r iva

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nha de p r a i a (F..g. 2 C ) . Se o período de f r a c a energ ia do curso f l u v i a l äu ra r bas tan te temp>, a l íngua de areia poderá a t i n g i r uma l a rgu ra Suf i c i en te que permi t i r - lhe-á resist ir parcialmente ao período seguin te d e a l t a energia . Em ctfrtos casos , somente a extremidade da l íngua arenosa 5erá des t ru ida e o bloqueio provocado pe lo f luxo do curso f l u v i a l ter- se-ã deslocado no sen t ido da der iva l i t o r â n e a (Fig. 2 D ) . Como consequdn c i a , a p a r t e da p l a n í c i e s i tuada a barlamar s e r á formada por uma s u c e s são de cordões l i t o r â n e o s , enquanto que a p a r t e a sotamar deverá ser formada de uma a l t e rnânc ia de cordões arenosos e zonas baixas a r g i l o - arenosas. AlSm d i ; to , os deslocamentos a que a desembocadura t e r ã s ido s u j e i t a se rão marcidos pe l a presença de uma sucessão de degraus s u b l i

nalmente, as c a r a c t e r i s t i c a s morfoscdpicas (grau de arredondamento) d o s grãos de areia deverao ser d i f e ren te s de um lado e de ou t ro da p l a n i c i e c o s t e i r a (SUGUIO e t a l , 1984) .

I V . SENTIDO DO TRENSITO L I T O S N E O REGISTRADO NOS CORDdES DAS PLANICIES COSTEIRAS DOS R I O S PARAIBA DO SUL, DOCE E SÃ0 FRANCISCO DURAKTE OS ULTIMOS 5000 ANOS.

nhados por d iscordâ ic i \ i s nos alinhamentos dos cordões l i t o râneos . FT

A a n á l i s e detalhada dos indicadores do sen t ido da der iva l i t o r a ' nea na p l a n í c i e c o s t e i r i do Rio Paraíba do Sul mostra que no decor re r dos Últimos 5 0 0 0 anos o t r anspor t e efetuou-se do s u l para o no r t e (F ig . 3 ) . Efetivamente, todos os indicadores geom6rficos, ponta i s arenosos, configuração da l i nha de c o s t a , i l h a s lunadas, l inguas arenosas , assL metr ia da p l a n í c i e com r e s p e i t o Z desembocadura, deslocamento da foz e m degraus na d i r eçã0 riorte, discordância nos alinhamentos dos cordões a r e nosos, c a r a c t e r i s t i c a s morfosc6picas dos grãos de areia - mostram um t r â n s i t o l i t o r â n e o d i scll para nor te e consequentemente um regime de on das dominante de S S--E. Ao con t r á r io , na p l a n í c i e c o s t e i r a do Rio SáÖ Francisco, os indicac:.ore- - ass imet r ia da p l a n í c i e com respe i to 2 desem bocadura, pon ta i s a r m o s o s , l ínguas arenosas (Fig. 4 ) - mostram a e x i s t dnc ia de um t r â n s i t c 1it.orbneo de n o r t e para s u l . Consequentemente pg de se deduzir que o regin.e de ondas dominante sempre proveio de nordes t e . A Fig. 5 que representa as desembocaduras dos 'Rios Paraiba do Sur e São Francisco ind ica c?.aramente a e x i s t ê n c i a da inversão do sen t ido de t r â n s i t o l i t o r â n e o . € o r outro lado , se no decorrer dos Últimos 5000 anos as d i reções de t r anspor t e permaneceram constantes nas desembocadu ras dos Rios Paraíba do Sul e São Francisco, o mesmo não aconteceu p a r ã a p l a n i c i e c o s t e i r a do Rio Doce (F ig . 6). Efetivamente, para a primei r a geração de cordões l i t o râneos cons t ru idos e n t r e 5100 e 3900 anos B, P . , -os indicadores do t r â n s i t o l i t o r â n e o (pon ta i s arenosos e a configu raçao das an t igas l i nhas ?e cos ta ) mostram que o t ranspor te efetuou-se durante este período de no r t e para s u l e que por tan to o regime dominan t e das f r e n t e s de onda chegava de N-E. Por ou t ro lado, para a segunda geração dos cordões construidos após os 3600 anos B.P.; os indicadores äo t r anspor t e l i t o râneo (ponta is arenosos e confiquraçao das an t igas 12 nhas de p ra i a ) mostram que o t r ã n s i t o efetuou-se de s u l para nor te e q;e por tan to o regime d2 ondas dominante provinha de S S-E. U m a i n v e r sao suplementar parece t e r .>corrido m a i s recentemente, porém a mesma não parece es ta r bem def in ida .

v. CONCLUSGES . No decor re r dos Últimos 5 0 0 0 anos, o t r anspor t e l i t o râneo e f e t u

ou-se de maneira permanente de s u l para no r t e na p l an íc i e c o s t e i r a dÖ Rio Paraiba do Sul o que ind ica a predominância de um regime de ondas S S-E. Analogamente, na p l a c i c i e c o s t e i r a do Rio São Francisco, o t r â E s i t o l i t o râneo ocorreu, durante o mesmo periodo, de nor te para s u l o que mostra a predominância de um regime de ondas proveniente de N-E. En - t r e t a n t o na p l a n í c i e do Rio Doce, o t r anspor t e l i t o râneo efetuou-se en t r e 5 1 0 0 e 3900 anos B.P . äe nor te para s u l , o que ind ica a predominZiE

t r â n s i t o l i t o r â n e o efetuou-se de s u l para n o r t e o que mostra a predomi riância de f r e n t e s de onda chegando de S S-E. parece então que du ran të o pr imeiro per íodo, o caminhamento das f r e n t e s de onda de regime S S-E f icou bloqueado na a l t u r a do no r t e do Estado do Rio de Jane i ro . Por ou t r o lado, durante o ano de 1 9 8 3 , e m periodo de bloqueio da c i r c u l a ç ã 5

- c i a de um regime de ondas proveniente de N-E; após 3 6 0 0 anos E . P . , O

a

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atmosférica meridiana causada pe lo fenômeno "El Niño" , as massas pol: res não conseguiram u l t r a p a s s a r o no r t e do Estado do Rio de Janeiro o m e s m o acontecendo para a s f r e n t e s de onda de regime de d i r eçã0 S S-E. Pode-se indagar en tão se um mecanismo d e s t e t i p o tendo, e n t r e t a n t o , a tuado numa e s c a l a de tempo muito m a i s importante, não poderia expl ica? a s inversões do t r d n s i t o l i t o r â n e o de te tadas na p l a n i c i e do Rio Doce. Com e f e i t o , pode-se supor que o fenômeno " E l Niño", atualmente c f c l i c o , possa, além de um c e r t o l i m i a r de in t ens idade , ter-se tornado permane: t e . Nestas condições, o fenômeno de bloqueio te r ia s i d o acompanhado de um aumento s u b s t a n c i a l de pluviosidade na metade s u l do B r a s i l e de SE ca na metade norte. O desaparecimento p a r c i a l da f l o r e s t a amazõnica na mesma época (SOUBIES, 1980) parece r e f o r ç a r esta h ipó te se . Finalmente, se t a i s va r i ações existiram efetivamente, a sedimentação l a c u s t r e deve te r s ido modificada profundamente e testemunhos co le tados e m sedimentos de lagos que permaneceram em dgua no decor re r des t e s Ú l t i m o s 3000 anos deveriam p e r m i t i r v e r i f i c a r a adequação dos fundamentos d e s t a h ipó te se .

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h

rl

CORRENTE e-- \ DE ONDAS

e-

+---

I

G

H

FIG. I - AGENTES RESPONSÁVEIS PELA DERIVA LlTORaNEA DE SEDIMENTOS ARENOSOS AO LONGO DA COSTA: A) CORRENTE DE ONDAS , B)"SWASH TRANSPORT': INDICADORES GEOMÓRFICOS DO SENTIDO PREFERENCIAL DO TRANSITO LlTORaNEO DE SEDIMENTOS ARENOSOS: C) ESPORÄO , D) e E ) PONTAIS ARENOSOS F) ILHA LUNADA ARENOSA , G) CONFIGURAÇÄO DA LINHA DE COSTA H) ACUMULAÇÄO COSTEI R 4 ASSIMÉTRICA.

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21°40' 21°35'

,+=

- SENTIDO DO TRANSPORTE DE SEDIMENTOS

PARE E R o D l m \ ~ ~ ~ ~ ~ ~ r -4 ARENOSO

-VAZÄO FRACA

AREIA DO RIO BLOQUEIO DO TRANS- PORTE DE SEDIMENTOS

PARTE , ERODIDA

DI SCORDÂN c IA

- VAZÄO IMPORTANTE

FIG. 2 BLOQUEIO DO TRANSPORTE LITORÂNEO POR UM RIO. EXEMPLO DA FOZ DO RIO PARAIBA DO SUL.lNDlCADORES DA DIREÇ~O DO TRANSPORTE ASSIMETRIA DA PLANíCIE COSTEIRA ; DESLOCAMEN- TO DA FOZ EM DEGRAUS; DISCORD~NCIA NO ALINHAMENTO DOS CORDÖES LITORSNEOS

41O05'

41°00

140

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I IO 2O(Km

I TERRAGO MARINHO HOLOCÊNICO

4 - TERRA$:O MARINHO PLEISTOCÊNICO

7 , ALINHAMENTOS DE CORDÖES HOLO&-

2- SEDIMENTOS LAGUNARES 3, SEDIMENTOS FLUVIAIS

5 - FORMAÇÃO BARREIRAS 6 - PRECAMBRIAN0

NICOS.

CZNICOS 8 - ALINHAMENTOS DE CORDõES PLEISTO-

9 - PALEOCANAIS '

:$. . ::: .. d..

t%. ...

\ LAGOAS:

I - SALGADAS 2- OSTRAS 3- FLECHAS 4- MOLOTO

\ \

FIG. 3 MAPA GEOLÓGICO DA PLANíCIE COSTEIRA ASSOCIADA À DESEMBOCADURA DO RIO PARAíBA DO SUL. INDICADORES GEOMdRFICOS DO SENTIDO PREFERENCIAL DA DERIVA LITOR~NEA DE SEDIMENTOS ARENOSOS

141

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I, TERRAÇO MARINHO HOLOCEINICO 2, SEDIMENTOS LAGUNARES 3, SEDIMENTOS FLUVIAIS 4, TERRAÇO MARINHO PLEISTOCÊNICO 5 - LEQUES ALUVIAIS PLEISTOCÊNICOS

7, CRETÁCIO 8, ALINHAMENTOS DE CORDÖES I /

6 - FORMAÇÄO BARREIRAS

/ /

I I I

I / /

\ PLEISTOC~NICOS

\ I \ I

FIG. 4, MAPA GEOL~GICO DA PLANI'CIE COSTEIRA ASSOCIADA A DESEMBOCADURA DO RIO SÄ0 FRANCISCO. INDICADORES GEOMÓRFICOS DO SENTIDO PREFERENCIAL DA DERIVA LITOR6NEA DE SEDIMENTOS ARENOSOS.

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I :

t

FIG. 5 - COMPARAÇÄO DA REGIAO DA FOZ DO RIO PARAíBA DO SUL MOSTRANDO UM TRANSPORTE LlTORaNEO DO SUL PARA O NORTE COM A DO RIO SÄ0 FRANCISC0,QUE INDICA UM TRANSPORTE DO NORTE PARA O S U L

. . .... 143

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I - TERRAÇO MARINHO HOLOCÊNICO

4 - TERRAÇO MARINHO PLEISTOCEINICO

7 - ALINHAMENTOS DE CORDÖES PLEISTOCÊNICOS

2 - SEDIMENTOS LAGUNARES 3 - SEDIMENTOS FLUVIAIS

5 - FORMAÇÄO BARREIRAS 6 - PRECAMBRIAN0

8 - ALINHAMENTOS 9 - PALEOCANAIS

DE CORDÖES HOLOCÊNICOS

0 0

0 0

8'40'

8 O 5 0 '

9000'

9010'

19'20'

19O30'

19O40'

19050'

\ \

\ \ \

SENTIDO DA DERIVA INDICADO POR:

\ # ESPORÄO \ \ @ CONFIGURAÇÄO DA LINHA DE COSTA

ACUMULAÇÄO COSTEIRA DISSIMÉTRICA

FIG. 6, MAPA GEOLdGlCO DA PLANI'CIE COSTEIRA ASSOCIADA À DESEMBOCADURA DO RIO DOCE. INDICADORES GEOMÓRFICOS DO SENTIDO PREFERENCIAL DA DE- RIVA LlTORaNEA DE SEDIMENTOS ARENOSOS

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