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01 REGISTRO DE VIAGEM E AÇÕES DO PROJETO ALDEIAS VIGILANTES EXECUÇÃO: APOIO: PARCERIAS: OFICINA DE EMPODERAMENTO PROJETO ALDEIAS VIGILANES 27 DE SETEMBRO DE 2005. TERRA INDÍGENA MAMODATE POVO MANCHINERI MINSTERIO DO MEIO AMBIENTE

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REGISTRO DE VIAGEM E AÇÕES DO PROJETO ALDEIAS VIGILANTES

EXECUÇÃO: APOIO:

PARCERIAS:

OFICINA DE EMPODERAMENTO PROJETO ALDEIAS VIGILANES

27 DE SETEMBRO DE 2005.

TERRA INDÍGENA MAMODATE

POVO MANCHINERI

MINSTERIO DO MEIO AMBIENTE

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REALIÇÃO

Amazonlink.org

APOIO

Governo Federal Ministério do Meio Ambiente – MMA Departamento de Patrimônio Genético – DPG PARCERIAS

MMA – Ministério do Meio Ambiente /DPG – Departamento de Patrimônio Genético

IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis

FUNAI – Fundação Nacional do Índio

MPE – Ministério Público Estadual

MPF – Ministério Público Federal

IMAC/SEMA – Instituto de Meio-Ambiente do Estado do Acre/ Secretaria de

Meio-Ambiente e Recursos Naturais

SEPI – Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas

ISA – Instituto Sócio-ambiental

MAPKAHA Organização dos Povos Manchineri do Rio Iaco.

PF - Policia Federal

PGE – Procuradoria Geral do Estado

OPIN – Organização dos Povos Indígenas do Acre,

Sul do Amazonas e Noroeste de Rondônia

PGAI – Projeto de Gestão Ambiental Integrado

OFICINA DE EMPODERAMENTO PROJETO ALDEIAS VIGILANES

27 DE SETEMBRO DE 2005

TERRA INDÍGENA MAMODATE

POVO MANCHINERI

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[ EQUIPE DE CAMPO ]

AMAZONLINK.ORG

Eugênio de Sousa Pantoja Coordenador do Projeto Aldeias Vigilantes Michael Franz Schimdlehner Presidente da Amazonlink.org Marta Nogueira do Nascimento Técnica da Amazonlink.org MAPKAHA

Élcio Severino da Silva Manchineri Coordenador Geral da Mapkaha Maria das Graças da Silva Assessora Técnica da Mapkaha

MMA/DPG

Alessandro Garcia Gomes Técnico do Departamento de Patrimônio Genético Carla Michely Yamaguti Lemos Técnica do Departamento de Patrimônio Genético

OFICINA DE EMPODERAMENTO PROJETO ALDEIAS VIGILANES

27 DE SETEMBRO DE 2005

TERRA INDÍGENA MAMODATE

POVO MANCHINERI

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[ SUMÁRIO ]

1. INTRODUÇÃO 05

2. PLANEJAMENTO DA OFICINA

2 .1. Referência 2.2. Equipe 2.3.Local 2.4. Metodologia 2.5. Programação

05

3. VIAGEM 10

4. OFICINA 13

5. AVALIÇÃO

5.1. Avaliação da Comunidade 5.2. Avaliação da Equipe 5.2.1. Pontos Negativos 5.2.2. Pontos Positivos

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6. ANEXOS I – Lista de Presença

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OFICINA DE EMPODERAMENTO PROJETO ALDEIAS VIGILANES

27 DE SETEMBRO DE 2005

TERRA INDÍGENA MAMODATE

POVO MANCHINERI

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[ 1. INTRODUÇÃO ]

A Segunda atividade do Projeto Aldeias Vigilantes: uma nova abordagem na Proteção dos Conhecimentos Tradicionais e no Combate a Biopirataria na Amazônia, executada junto ao Povo Indígena Manchineri refere-se a uma oficina de capacitação e envolvimento da comunidade Manchineri no combate a biopirataria, na qual foram trabalhados de forma simples e didáticas os principais conceitos, legislação e procedimentos acerca do acesso a recursos genéticos e aos conhecimentos tradicionais associados.

[2.PLANEJAMENTODA OFICINA] 2.1. Referência

A oficina do Projeto Aldeias Vigilantes aconteceu

na Aldeia Jatobá com Povo Indígena Manchineri, na Terra Indígena do Mamoadate, durante os dias 27, 28, 29 e 30 de outubro de 2005.

2.2. Equipe

Na realização da oficina, estiveram envolvidas 02

(dois) representantes da organização Manchinei MAPKAHA, 02 (dois) técnicos do Departamento de Patrimônio Genético e 03 (três) técnicos da Amazonlink. Compuseram a delegação 02 (dois) motoristas e 03 (três) lideranças Manchineri, da Aldeia Maria Monteza da Terra Indígena Cabeceira do Rio Acre.

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2.3. Local

Inicialmente a oficina estava planejada, por

indicativo da própria comunidade, para ser realizada na Aldeia Extrema (Ultima Aldeia da Terra Indígena Mamoadate), por conta dos impactos causados pela intensa estiagem na região, por entendimento e solicitação da comunidade a oficina foi transferida para a aldeia Jatobá (Segunda Aldeia da Terra Indígena Mamoadate). 2.4. Metodologia

A metodologia foi um grande desafio. Após a

elaboração da proposta inicial com a colaboração da MAPKAHA, demos prosseguimentos a articulações com parceiros para colaborações e sugestões metodológicas. No primeiro momento foram feitos contatos por e-mail com outras instituições estaduais que desenvolvem suas atividades em questões indígenas. Em Rio Branco foram realizadas conversas com a CPI/AC, onde resultaram algumas sugestões gerais sobre aplicação de metáforas e sugestões de avaliação. No segundo momento de preparação da metodologia foi realizada uma reunião de trabalho na Amazonlink com as colaboradoras Ramene e Silvana Rossi; consultoras com muita experiência em construção de metodologias para comunidades locais e indígenas, sendo estas inclusive as consultoras responsáveis pela elaboração da metodologia de difusão do etnozoneamento do estado do Acre. Concluídas as discussões, a metodologia estabelecida seria uma continuação da oficina anterior, baseada em problematizações, reflexões e exemplificações com elementos da própria comunidade.

Assim as apresentações ficaram divididas em 05 linhas temáticas:

• Memória – apresentação da comunidade e síntese do entendimento da oficina anterior;

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• Construção dos mapas dos mundos -

Localização geograficamente da comunidade dentro do

Estado Acre, DF, Brasil outros países, síntese da divisão política do planeta e em

particular do Brasil e Acre;

• Nivelamentos de conceitos – Definição de conceitos como:

comunidades tradicionais, conhecimentos tradicionais, conhecimento tradicional

associado, biodiversidade, biopirataria e reflexão;

• Leis de proteção dos conhecimentos tradicionais – apresentação da

CDB, Constituição Federal e Medida Provisória;

• Procedimentos de acesso aos recursos genéticos, conhecimentos

tradicionais associados e repartição de benefícios – Passo a Passo para o Acesso;

Anuência Prévia e Pontos principais de um Contrato de Repartição de Benefícios.

Com esta definição sobre os temas a serem apresentadas na oficina, as seguintes

programações foi elaborada:

2.4. Programação

DIA 27/09/2005 Tarde

1. Apresentação da Equipe e dos Participantes (por comunidade) e qual a expectativa da Oficina. – (TODOS) 2. Apresentação da Programação da Oficina e Resgate Memória da 1ª Oficina. 3. Construir o Mapa dos Mundos. (Localizar geograficamente a comunidade em relação ao Acre, DF, Brasil outros países) - (Maria das Graças) 4. Biodiversidade – Descrição Geral – Valorização da Biodiversidade. (Michael Schimdlehner)

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DIA 28/09/2005 Manhã

Memória do dia anterior; Problematização 1. Temas: 1.1 Conhecimento Tradicional (Associado) – Relação dos saberes com a

Biodiversidade. (Equipe do CGEN e Eugênio Pantoja ) 1.2 Diferença entre Conhecimento Tradicional e Conhecimento Tradicional Associado

(Equipe do CGEN e Eugênio Pantoja ) 1.3. Comunidades Tradicionais – Que definição podemos dar à nossa Comunidade? (Equipe do CGEN e Eugênio Pantoja) Tarde

Dinâmica 1.4. Conceito de Biopirataria – Reflexões. Quando os brancos vêm nas Aldeias com quem eles falam? Por quê? Pajés, Caciques, os mais idosos. Esses Conhecimentos têm alguma importância (valor)? (Eugênio Pantoja) Dinâmica 1.5 Existem Leis que protegem meus conhecimentos e a biodiversidade da Biopirataria? 1.6. O que é a CDB (Michael Schimdlehner) 1.7 Constituição Federal (Eugênio Pantoja). 1.8 A MP. 2.186/2001 (Equipe do CGEN). REFLEXÃO SOBRE A EXPOSIÇÃO DIA 29/09/2005 Manhã

1. Exposição CGEN (Equipe CGEN);

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2. Quem quiser acessar meus conhecimentos e as riquezas da biodiversidade na nossa aldeia precisa fazer o quê? Anuência Prévia – Resoluções 05,06 e 09 do CGEN, – As diferentes formas de anuência. 2.1. O Que é Termo de Anuência Prévia (Deixar ou não

deixa entrar); (Eugênio Pantoja e Equipe do CGEN) 2.2. Quem dá o termo de Anuência? (Equipe CGEN) 2.3. Como se dá à discussão sobre a anuência? (Eugênio e Equipe do CGEN) Tarde

1. Repartição de Benefícios; 1.1. O que é Repartição de Benefícios (Eugênio Pantoja) 1.2. Quais os tipos (modalidades) de repartição de benefícios; ((Eugênio Pantoja) 1.2.1. Pesquisa Científica; 1.2.2. Bioprospecção; 1.3. Pra quem vão os benefícios; (Equipe do CGEN) DIA 30/09/2005 Manhã

1. Como se assegura a repartição de Benefícios e as demais obrigações: Contrato Acesso. 1.1. O que é Contrato de acesso? Forma de expressão do contrato? Oral e escrito? Como funciona? Como registrar o contrato? (Eugênio Pantoja) 1.2. Pontos (cláusulas) principais. (Equipe do CGEN) 1.3. Quem assina o contrato ou firma o compromisso? Comunidade Instituição que acessa. (Eugênio Pantoja) 1.4. Onde denunciar quem não cumpre o contrato – Ponto de Apoio Aldeias Vigilantes. (Eugênio Pantoja) 2. Como nosso Povo pode participar das discussões sobre Biopirataria? 2.1. Como devemos fazer? ( Eugênio Pantoja)

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2.2. Quem pode nos ajudar? Instituições Indígenas (Coica, Coiab, CPI, Mapkaha, Qual o papel das Instituições? (FUNAI, IBAMA, MPF, POLÌCIA FEDERAL, IMAC, CGEN outros) (Eugênio Pantoja ) 3. Avaliação (TODOS) 4. Encerramento (TODOS)

[ 3. VIAGEM ]

A equipe saiu de Rio Branco dia 24/09, às 7:45h, dividida em dois veículos. Um

dos quais foi gentilmente cedido pela FUNASA. A chegada em Assis Brasil se deu por volta das 12: 20h. Onde ocorreu uma parada

para o almoço e encontro com as três lideranças da Aldeia Maria Montesa que estavam aguardando a equipe.

Assis Brasil estava coberta de fumaça em função de queimadas. No entorno da

cidade haviam vários focos de queimada. Segundo informações de populares, as margens do ramal Icuriã, ramal por onde passaria a equipe em direção à margem do rio Iaco, estava totalmente atingida pelo fogo.

Na cidade de Assis Brasil uma frente de combate ao fogo havia sido articulada

pelo corpo de bombeiro, Exercito, IBAMA e Prefeitura local.

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Prosseguindo a viagem, dentro da Reserva Chico

Mendes, “Comunidade São Pedro” a 12 km de Assis Brasil, uma árvore de Aguana (Mogno), havia caído sobre ramal Icuriã, impossibilitando a passagem de qualquer veículo. A equipe foi obrigada a retornar a Assis Brasil em busca de ajuda.

Sem a remoção da árvore não era possível passar pelo ramal e chegar até às margens do Rio Icuriã onde pegaríamos os barcos para transporte da equipe até a aldeia onde seria realizada a oficina. A equipe então, foi obrigada a pernoitar na cidade de Assis Brasil.

Já no dia seguinte (25/09), por problemas

mecânicos o carro da Funasa que compunha a equipe teve de retornar à Rio Branco, assim como a técnica da Amazonlink Líbia Almeida que também foi impossibilitada de prosseguir viagem por problemas de saúde.

Alugado um outro veículo Toyota, para

substituir o danificado, por volta das 9:00h a equipe prosseguiu viagem em direção ao Icuriã. O ramal estava em ótimas condições de tráfego, no local da queda da Aguana (Mogno), havia um desvio alternativo para passagens de veículos.

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Às 14:00h a equipe chegou na localidade do Icuriã, onde as canoas estariam a

espera para levar a equipe até a aldeia Jatobá. Mais uma dificuldade encontrada: os barcos ainda não estavam no local preestabelecido. Após contato via rádio amador com Toya Manchineri presidente da MAPKAHA, que estava na aldeia Peri, a equipe foi informada que os barcos não haviam saído da aldeia por precaução das lideranças, pois como não tínhamos chegado no Icuriã no dia programado (dia 24), a comunidade preferiu aguardar contato para saber das possíveis mudanças na programação da viagem. Esclarecido o imprevisto a equipe foi informada também de outra decisão da comunidade: a realização da oficina seria transferida para a Aldeias Jatobá, em virtude da baixa água do rio Iaco. Dentro do planejamento, a oficina seria realizada na Aldeia Extrema, última aldeia da Terra Indígena Manchineri, mas segundo a previsão da comunidade, com as poucas águas a equipe levaria aproximadamente dois dias para chegar a Aldeia Extrema.

A saída do rio Icuriã foi por volta das 14:00h. do dia 26. A Equipe foi dividida em

quatro pequenos barcos com motor de popa. A equipe prosseguiu a viagem. O primeiro barco com Maria das Graças da MAPKAHA e duas lideranças da Aldeia Maria Montesa, chegou a Aldeia Peri1, por volta das 17:00 hs. O segundo com Michael Schimdlehner e as bagagens chegou também a Aldeia Peri aproximadamente as 18:00 hs. Já os outros barcos chegaram a Peri, por volta das 22:00 hs. Além do baixo volume d’água no rio o atraso foi provocado, pela chuva e por um pequeno incidente, o barco com os técnicos do MMA que afundou sem nada de grave ocorrido. O incidente aconteceu na margem do rio. Retirada à água do barco e reposta as bagagens, continuamos a viagem. Já entardecendo a noite passou a ser outro inconveniente perigoso. Somente os barcos com os técnicos do MMA e um técnico da Amazonlink, prosseguiram viagem até a Aldeia Jatobá depois de ter chegado a Aldeia Peri. Chegando na Aldeia Jatobá por volta das 23:00hs. O restante da equipe passou a noite na Aldeia Peri, chegando á Játobá pela manhã do dia seguinte (27/09).

Encontramos na Aldeia Peri a equipe da SEATER, que estava a

três dias realizando uma capacitação para os agentes agroflorestais

1 Primeira Aldeia Manchineri ao longo do curso do rio Iaco, dentro da T.I Mamoadate.

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indígenas. A pedido de Toya Manchineri, os agentes que participavam da capacitação, foram liberados para participar da abertura da oficina do projeto Aldeia Vigilantes na Aldeia Jatobá.

[ 4. OFI CINA ]

Ainda pela parte da manhã (dia 27/10), por volta das 11:30h a equipe do projeto Aldeia Vigilantes realizou uma reunião com lideranças da comunidade: Sr° Jaime professor da aldeia Jatobá, Luca professor da aldeia Extrema e Toya presidente da MAPKAHA, tendo como pauta a entrega do relatório da 1ª oficina do projeto realizada na comunidade e apresentação da programação da 2ª oficina para discussão e sugestões da comunidade. Foi sugerida a demonstração de uma atividade da comunidade utilizando plantas medicinais, como exemplo para as apresentações que trabalhariam os conceitos previstos na programação, como conhecimento tradicional associado por exemplo.

Assim, a programação seguiu o roteiro e a metodologia planejada, utilizando os

exemplos e outras sugestões dadas pela comunidade, mas ainda resguardada de flexibilidade de acordo com as dinâmicas apresentadas e outros fatores ou novas sugestões.

Pela tarde, às 14:00h teve inicio a oficina. As palestras para empoderamento da

comunidade foram realizadas na Casa de Banquete da aldeia, contando com a participação de todas as aldeias convidadas, com exceção da Aldeia Novo Milênio, formando um público participante de aproximadamente 30 pessoas durante os três dias de trabalho.

Novamente, creditamos a participação, pontualidade

e colaboração dos participantes. Dando ênfase a colaboração de Sr° Jaime Sebastião que em todas as etapas da oficina traduzia e explicava cada assunto em língua Manchineri, e

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também traduzia as discussões dos participantes para o português. Os intervalos formam enriquecidos com a participação de Lucas Manchineri e

outros representantes que proporcionaram à todos, belíssimos momentos culturais, cantando canções tradicional do povo Manchineri em sua língua original.

Seguindo a programação, a oficina teve inicio com apresentação dos participantes

da comunidade e da equipe do projeto Aldeias Vigilantes. Neste momento foram entregues aos participantes uma pasta com material didático: papel, caneta, lápis, borracha e folder informativo do projeto e outros.

As palestras foram moderadas em

parte por Eugênio Pantoja da Amazonlink, Michael Schimdlehner da Amazonlik, Carla Michely do CGEN, Alessandro Gomes do CGEN e Maria das Graças da MAPKAHA.

Eugênio Pantoja moderou as

apresentações da comunidade e a expôs a memória da oficina anterior. Neste momento foram utilizados recurso de painel fotográfico e a dinâmica de discussão com os participantes para complemento da memória. É importante ressaltar também a participação do Sr° Luis Brasil que foi um dos principais colaboradores neste momento, contando novamente o “Caso da Menina Moça” utilizado como exemplo nos trabalhos da oficina anterior – Metáfora utilizada para fazer referência a o que é ser vigilante.

No segundo momento, Maria das Graças modera o tema da Construção do Mapa

dos Mundos. Utilizando recursos didáticos (um globo e vários mapas), explica os diferentes mundos, formação geopolítica dos mundos, a localização de instituições do poder político e econômico no planeta, e em particular no Brasil. Apresentou a localização geográfica da T.I Mamoadate mostrando a diversidade biológica da Terra Indígena, buscando também trabalhar a diversidade cultural e de interesses existente no mundo.

As exposições que trataram da construção e

nivelamento de conceitos foram revezadas entre Carla Michely e Michael Schimdlenher.

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Após a explicação da formação da palavra biodiversidade (Bio = Vida /

Diverdidade = variedade), solicitamos a Sr. Sebastião Jaime que fizesse a tradução das discussões e construísse a palavra na língua Manchineri, pois sabíamos que no vocabulário Manchineri, não existe a palavra. Segue então a tradução:

Bio = Vida / Diverdidade = variedade .

Pnu pejnu / hixa hiwekletatshri

Biodiversidade = Pnu pejnu hixa hiwekletatshri

Vidas / diferentes

Para a construção do sentido da palavra traduzida pelo Sr. Jaime, novamente foi

utilizada a dinâmica da discussão em grupo. Neste momento o grupo foi dividido em duplas. Segue a definição dada pela comunidade, para o que seriam estas vidas diferentes:

• - “São os mucuim, carrapatos e todos os bichos. O homem sobrevive com os

animais e os animais com as frutas”; • - “São muitas coisas que encontramos no caminho, garapé para os animais

beber água, veada...”; • - “Anta, cobra, sapo, macaxeira, mamão...”; • - “Cachorro, onça, tucandeira, jabuti e muitas plantas da mata que da fruta

para os animais e os peixes comem”; • -“São muitos tipos de animais, vários tipos de gente. O que eu acho eu acho

estranho é que uns moram “atrepados” e outros no chão”; • - “Tucano, arara, patoá que a arara come e a gente come a arara”; • - “Tudo que tem vida. Tudo que tem vida, até nosso solo tem vida, se nós

matar o solo não nasce mais plantas”; • - “Tudo que tem vida ao nosso redor...”.

Resumidamente Biodiversidade para os participantes:

= Vários tipos de plantas

= Vários animais e insetos = Tudo que tem vida ao nosso redor e as vidas dependem

umas da outras.

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Os conceitos de Comunidade Tradicional, Conhecimento Tradicional e Conhecimento Tradicional Associados foram por eles assim definidos:

Comunidade Tradicional = Povo Manchineri

Conhecimento Tradicional = Saber Manchineri Conhecimento Tradicional Associado = Saber Manchineri sobre uma planta e sobre os

bichos.

O conceito de Biopirataria foi trabalhado através de uma dramatização, encenada pela equipe do projeto.

O pequeno teatro contou à história de um grande laboratório farmacêutico internacional que em busca da elaboração de um produto capaz de superar em vendas as dificuldades financeiras da empresa, procura informações genéticas para seu produto dentro das comunidades indígenas. Assim, envia uma de suas pesquisadoras para a Comunidade Indígena Manchineri no Estado do Acre, onde segundo informação já obtida existiria uma poderosa planta utilizada para curar feridas. O trabalho desta pesquisadora seria coletar informações com as pessoas mais idosas e o pajé, em troca de algumas peças de roupa. Um casal da comunidade se deixa influenciar pelas promessas da pesquisadora e fornece a ela amostras de plantas e informações sobre sua utilização.

Personagens: Eugênio - Presidente do Laboratório

Carla - Pesquisadora D. Soklo - Senhora da comunidade

Sr. Hintalicio – Liderança da comunidade

Em um segundo momento, tivemos uma versão da dramatização feita pelos próprios índios participantes da oficina.

A partir de estão notamos que na representação dos participantes e em especial nas duas dramatizações realizadas, aparece à figura do marreteiro (comprador de gado). Entendemos que este comprador personifica para a comunidade a “pessoa que tira proveito da ingenuidade do povo Manchineri”. Pois segundo comentários, estes vêm lesando a comunidade nas negociações de compra de gado e outras.

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As apresentações dos temas referentes às leis e convenções sobre proteção de conhecimentos tradicionais, também foram revezadas pela equipe.

Os principais assuntos dentro deste bloco de apresentações foram trabalhados a

partir do esquema de Passo a Passo estruturado pela equipe para Anuência Previa.

Passo a Passo para Anuência Previa

A participação da comunidade durante as apresentações sobre Medida Provisória

e Anuência Prévia com perguntas e relatos de casos ocorridos nas aldeias, foi fundamental para bom andamento das atividades.

A partir deste momento, a comunidade passa a identificar-se com os temas,

citando exemplos de pesquisadores e outros que haviam passado pelas aldeias recentemente. Entre estes, o exemplo mais comentado é o caso de uma pesquisadora Finlandesa, que segundo a comunidade, teria permissão para realizar uma pesquisa com jovens indígenas Manchineri e durante sua estadia na aldeia acabou pesquisando assuntos não autorizados, inclusive levando amostras de insetos (arranhas e tucandeiras - formigas) plantas, tirando fotografias e fazendo filmagens.

Tivemos então uma segunda parte da dramatização realizada anteriormente.

Neste momento os personagens, já com informações acerca de procedimentos preventivos legais de controle e acesso aos recursos genéticos e conhecimentos tradicionais, demonstram uma mudança positiva nas discussões sobre entrada de pessoas que entram na comunidade e uma nova postura diante destes visitantes.

Consentimento Prévio

Negociação da Repartição de benéficos

Contrato de Acesso

A comunidade é amparada por lei a retira-se deste ciclo de negociações a parte do momento em que estas fugirem aos seus interesses.

A comunidade é amparada por lei a retira-se deste ciclo de negociações a parte do momento em que estas fugirem aos seus interesses.

A comunidade é amparada por lei a retira-se deste ciclo de negociações a parte do momento em que estas fugirem aos seus interesses.

Termo de Anuência

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Partindo da dramatização Eugênio moderar a discussão

sobre repartição de benefícios. Explicando a importância ou valor

que estes conhecimentos tradicionais associados podem ter para

as pesquisas:

• Ambiental – quando associado à preservação da biodiversidade; • Culturais – quando associado à identidade cultural; • Sociais – quando associado ao modo de vida. • Comercial – quando pode gerar produtos para o mercado.

A partir da importância dada a uma pesquisa, a comunidade pode negociar sua

participação na pesquisa ou nos benefícios que esta possa proporcionar. A comunidade tem plena liberdade para decidir o tipo de benefício que lhe convenha. Assim o moderador explica para a comunidade que os benéficos podem ser: em treinamentos, em ferramentas para melhorar o artesanato, em cursos, em elaboração de projetos, em construções, em material didático e etc, não necessariamente só em recursos financeiros. O importante é que sejam sempre elementos de interesse da comunidade.

A apresentação sobre os tipos de

pesquisas é moderada por Carla: • Pesquisa cientifica; • Bioprospecção;

Tipos de pesquisadores:

• Acadêmicos; • Pesquisadores Amadores (da própria comunidade); • Cientistas.

Utilizando a metodologia dos desenhos sondamos o entendimento da comunidade sobre os temas apresentados. Foi solicitado aos participantes a elaboração de desenhos que representassem tentativas de acesso por pesquisadores a comunidade.

Lucas inicia apresentação dos desenhos elaborados no final do dia anterior. Lucas: - “vou explicar como proteger a biodiversidade para não virar biopirataria”;

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O segundo desenho é apresentado pelo grupo da aldeia

Lago Novo que faz sua apresenta na língua Manchineri. O terceiro grupo mostra um desenho de um pesquisador

que chega a aldeia com intenção de pesquisar uma planta, mas para isso, solicita permissão para apenas uma pessoa da comunidade e lhe faz uma proposta, sendo que esta não a aceita e pede ao pesquisador que var embora da comunidade.

Quarto grupo: - “muitas vezes os moradores chegam nossa aldeia e quer saber da nossa

planta, fotografar, grava, agora que nos ta estudando nos tem que perguntar, fala direito e mandar em mora como o Manuel falou”.

O grupo do Senegal fala sobre o caso de uma pesquisa sobre um “afrodisiaco

Manchineri”, onde no primeiro momento este pesquisador realiza uma reunião com a comunidade, que segundo o grupo, seria a reunião para tratar do termo de anuência prévia. Explicam os elementos do desenho, ressalta a importância do curso e a capacitação que o projeto levou a comunidade, pois somente assim, a comunidade terá

capacidade de discutir seus projetos e elaborá-los para não depender somente do governo. Joana da aldeia Alvores Rodrigues fala de uma mulher, que possivelmente seria uma pesquisadora, em busca de informações da comunidade, sempre com os membros mais velhos. As informações foram negadas e esta teve que ir embora. Água Preta: o desenho mostra a chegada do marreteiro na comunidade. – “não vou mais receber o marreteiro no porto, ele vai ter que subir para conversa na casa de reunião”. Aldeia Santa Cruz: mostra no desenho a

maneira como os compradores de gado chegam nas aldeias, reduzindo o real peço do gado e aumentando o preço dos produtos utilizados para a troca. E finaliza: - “Os engenheiros brancos pensam que índio é besta, tem que ser enganado, agora com essa oficina, nós temos que nos valorizar por nos mesmo”. Aldeia Jatobá: nos desenhos mostram o tratamento que será dado aos pesquisadores depois desta oficina. – “O pesquisador chega procura o cacique, o cacique já sabe e procura a comunidade, fala que não é

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assim, que ele deve voltar para empresa. Então ele volta para fazer negocio com a comunidade, ele faz termo de anuência, a comunidade fala que quer um posto de saúde e uma escola com placar solar e um recurso semestral na conta para melhorar a qualidade de vida da comunidade”. Aldeia Maria Montesa: - “não tem muito pesquisador, tem muito madeireiro e pescador”.

Após apresentação dos desenhos é retorna a apresentação sobre o passo a passo do Termo de anuência. Com ênfase na diferenciação dos tipos de acesso que ocorrem nas comunidades em particular no caso dos marreteiros. O Trabalho foi concluído com apresentação do sistema de informações do projeto “Aldeias Vigilantes”, e seus pontos de apoio às comunidades para futuras denúncias. Para a comunidade Manchineri foi apresentado como ponto de apoio o núcleo da FUNAI, em Assis Brasil.

[ 5. AVALIAÇÃO ] 5.1. Avaliação da Comunidade

Para a avaliação da oficina utilizamos a metodologia da divisão em grupos. Os

participantes se dividiam por aldeia, para avaliar a oficina e em seguida um representante, escolhido pelo grupo, vai a frente apresenta a avaliação de seu grupo.

1° Aldeia Extrema – São Paulo: -“gravaremos bem na cabeça o que vimos no teatro, pois foi o que aconteceu, mas ainda falta alguma coisa para repassa pra comunidade, mais a oficina fez entender um pouco sobre a biopirataria sobre as leis, sobre como receber as pessoas”.

2° Aldeia Lago Novo – Sr. Francisco: parabeniza a equipe. –“Achei boa essa reunião

peguei muita informação com vocês. Como São Paulo falou achei bom esse exemplo do teatro”.

3° Aldeia Cumarú – Jão Manchineri: -“nossa T. Manchineri, sempre ta ocorrendo de gente ta visitando, a oficina foi muito boa, desenho, agente viu através do desenho e também do teatro não só teoria mais também a prática, a gente tá querendo mais oficinas, mais trabalhos mais esclarecimento”.

Paulo: - “não deu pra copiar tudo, cheguei depois, pois tava doente, ainda falta muito pra repassa pra os parentes manchineri. Acho que os agente de saúde e agroflorestal deveria participar mais, pois são autoridades. A gente nunca tem essa informação é como a gente ver a caça e não ter arma para caçar é importante esse curso junto com o pessoal do meio ambiente, amazonlink”.

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Aldeia Alvores Rodrigues – Juana: - “foi muito importante, foi coisa que a gente nunca tinha ouvido, não deu pra apreender muito, mas da próxima fez que vocês vier agente vai apreender mais”.

Aldeia Senegal – Toya Manchineri: -“agradeço as lideranças das aldeias, a presença do CGEN, do Michael e Eugênio com a ajuda sobre as leis. O povo Manchineri é um povo muito rico, e não deve viver mendigando, assim o povo ganha independência. Não faço uma avaliação mais agradeço, acho que 90% do projeto ta sendo atingido não digo 100%, pois é muito difício. Uma recomendação é que o material pra próxima oficina seja antecipado para nós”.

Aldeia Água Preta: - “uma

dificuldade é que, não compreendo bem o português, muitas vezes não faço as perguntas, pois acho que vai muda o assunto, mais também gosto muito de ouvir o que falam, como o Eugênio falou que não é culpa nossa que o branco vem aqui. O teatro foi bom. Acho muito importante essa oficina”.

Aldeia Jatobá – Sr. Jaime: - “agradeço a presença de todos. Ele eles tem dificuldades de entender o português, mas nas traduções deu para entender um pouco, por que vocês falavam palavras técnicas, eles acham que com mais oficinas vão entender mais um pouco, para receber as pessoas estranhas que vem na aldeia, gostaria muito que vocês vão trazer mais uma cartilha”.

Aldeia Maria Montesa: - “agradeço a presença de todos, aprende mais para repassar para a comunidade, que você não esqueça de faze essas oficinas para a gente falar da viagem”.

Aldeia Santa Rosa – Raimundo: - “sou do Santa Rosa que ainda ta em briga de demarcação, cheguei no final do trabalho, mais acho que isso é muito importante esse conhecimento que vai servir até para os nossos filhos”.

5.2. Avaliação Da Equipe

5.2.1. Pontos Positivos

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• Linguagem – a utilização de uma linguagem simples pelos moderadores foi

fundamental. Apesar das palavras mais técnicas como biodiversidade e outras próprias dos temas tratados, o entendimento da comunidade foi muito positivo graças às traduções.

• Participação – Apesar da mudança na programação a oficina conseguiu

envolver tanto as pessoas mais velhas, quanto as mais novas.

• Colaboração - As lideranças colaboraram principalmente na definição da metodologia e construção das problematizações;

• Auto Estima – O entusiasmo do grupo pela descoberta de novos direitos, era

algo visível durante as plenárias. Foi uma revitalização na auto-estima da comunidade.

• Interação da Equipe – A equipe conseguiu um nível de interação muito

positivo entre si durante as apresentações e também com a comunidade.

• Metodologia – O teatro foi fundamental para o entendimento do grupo, sobre a biopirataria.

• Planejamento logístico – A aquisição dos produtos para alimentação, dentro

da própria comunidade foi um ponto importante para valorização da comunidade.

• Aproveitamento - segundo avaliação da equipes, inclusive representantes da

MAPKAHA, outro ponto positivo foi o grau de consciência e valorização que a comunidade adquiriu sobre o projeto.

5.2.2. Pontos Negativos

• Material Didático – falta de textos e informações antecipadas sobre os temas, para o acompanhamento dos participantes.

• Recursos Didáticos – foram utilizados muitos

recursos didáticos, mas pouco explorados.

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• Programação – O objetivo do tema “construção dos mapas dos mundos”, não ficou claro. A metodologia utilizada não ficou clara para a compreensão dos participantes.

• Planejamento logístico – a escolha do mês de agosto não foi adequada, pois

este é o período de maior seca do rio Iaco e também o período em que a comunidade está preparando seus roçados;

• Planejamento: a) Coincidência de agenda com programação da SEATER –

curso para os agentes agroflorestais indígenas, prejudicou a participação de mais membros da comunidade; b) mudança do local da oficina dificultou a mobilização dos representantes das Aldeias.

[ 6. ANEXOS ] I – Lista de Presença