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REUNIÃO PLENÁRIA DE 18 DE JULHO Presidente: Exmo. Sr. José Miguel Jardim de Olival Mendonça Secretários: Exmos. Srs. Rui Miguel Moura Coelho Ana Mafalda Figueira da Costa Sumário O Sr. Presidente declarou aberta a Sessão às 9 horas e 20 minutos. PERÍODO DE ANTES DA ORDEM DO DIA:- Em declaração política semanal, usou da palavra o Sr. Deputado Rui Almeida (PAN). - Deu-se seguimento aos pedidos de esclarecimento à intervenção proferida, na Sessão Plenária n.º 53, pelo Sr. Deputado Savino Correia (PSD), tendo, para o efeito, usado da palavra os Srs. Deputados Maria João Monte (PSD), Pedro Coelho (PSD), Maximiano Martins (PS),Teófilo Cunha (CDS/PP), Nivalda Gonçalves (PSD) e Agostinho Gouveia (PSD). - Ainda neste período foi rejeitado, com os votos contra do PSD e os votos a favor do PS, do PTP, do PCP, do PND, do PAN e do MPT e a abstenção do CDS/PP, um Voto de Louvor, da autoria do Partido da Nova Democracia, intitulado “Ao Regimento de guarnição n.º 3 do Exército Português”, depois de terem intervindo os Srs. Deputados Hélder Spínola (PND) e José Manuel Coelho (PTP). Em declaração de voto usaram da palavra os Srs. Deputados Edgar Silva (PCP), Carlos Pereira (PS), Lopes da Fonseca (CDS/PP), Medeiros Gaspar (PSD) e Roberto Vieira (MPT). PERÍODO DA ORDEM DO DIA:- Iniciou-se este período com a continuação da apreciação, na generalidade, do projeto de Decreto Legislativo Regional, do Partido Comunista Português, intitulado “Banco de Terras Programa de Apoio à Produção Agrícola”, tendo usado da palavra para intervir os Srs. Deputados Roberto Rodrigues (CDS/PP), Rui Almeida (PAN) e Vicente Pestana (PSD). Submetido à votação, na generalidade, o projeto foi rejeitado. - Foi depois apreciada a proposta de Decreto Legislativo Regional que “ Aprova o Regime da Utilização, Gestão e Exploração dos Bens de Domínio Público Regional Aeroportuário e Procede à Revisão do Contrato de Concessão com a ANAM, S.A.”, apresentada com processo de urgência (aprovado). Na discussão, na generalidade, usaram da palavra, além da Sra. Secretária Regional do Turismo e Transportes (Conceição Estudante), os Srs. Deputados Isabel Torres (CDS/PP), Carlos Pereira (PS), Hélder Spínola (PND), Edgar Silva (PCP), Lino Abreu (CDS/PP), Roberto Silva (PSD), José Manuel Coelho (PTP), Roberto Vieira (MPT) e Nivalda Gonçalves (PSD). Submetida à votação na generalidade, a proposta foi aprovada. …/… X Legislatura Número: 56 II Sessão Legislativa (2012/2013) Quinta-feira, 18 de julho de 2013 Região Autónoma da Madeira Diário Assembleia Legislativa

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REUNIÃO PLENÁRIA DE 18 DE JULHO

Presidente: Exmo. Sr. José Miguel Jardim de Olival Mendonça

Secretários: Exmos. Srs. Rui Miguel Moura Coelho

Ana Mafalda Figueira da Costa

Sumário

O Sr. Presidente declarou aberta a Sessão às 9 horas e 20 minutos. PERÍODO DE ANTES DA ORDEM DO DIA:- Em declaração política semanal, usou da palavra o Sr. Deputado Rui

Almeida (PAN). - Deu-se seguimento aos pedidos de esclarecimento à intervenção proferida, na Sessão Plenária n.º 53, pelo Sr.

Deputado Savino Correia (PSD), tendo, para o efeito, usado da palavra os Srs. Deputados Maria João Monte (PSD), Pedro Coelho (PSD), Maximiano Martins (PS),Teófilo Cunha (CDS/PP), Nivalda Gonçalves (PSD) e Agostinho Gouveia (PSD).

- Ainda neste período foi rejeitado, com os votos contra do PSD e os votos a favor do PS, do PTP, do PCP, do PND, do PAN e do MPT e a abstenção do CDS/PP, um Voto de Louvor, da autoria do Partido da Nova Democracia, intitulado “Ao Regimento de guarnição n.º 3 do Exército Português”, depois de terem intervindo os Srs. Deputados Hélder Spínola (PND) e José Manuel Coelho (PTP). Em declaração de voto usaram da palavra os Srs. Deputados Edgar Silva (PCP), Carlos Pereira (PS), Lopes da Fonseca (CDS/PP), Medeiros Gaspar (PSD) e Roberto Vieira (MPT).

PERÍODO DA ORDEM DO DIA:- Iniciou-se este período com a continuação da apreciação, na generalidade, do

projeto de Decreto Legislativo Regional, do Partido Comunista Português, intitulado “Banco de Terras – Programa de Apoio à Produção Agrícola”, tendo usado da palavra para intervir os Srs. Deputados Roberto Rodrigues (CDS/PP), Rui Almeida (PAN) e Vicente Pestana (PSD). Submetido à votação, na generalidade, o projeto foi rejeitado.

- Foi depois apreciada a proposta de Decreto Legislativo Regional que “Aprova o Regime da Utilização, Gestão e Exploração dos Bens de Domínio Público Regional Aeroportuário e Procede à Revisão do Contrato de Concessão com a ANAM, S.A.”, apresentada com processo de urgência (aprovado).

Na discussão, na generalidade, usaram da palavra, além da Sra. Secretária Regional do Turismo e Transportes (Conceição Estudante), os Srs. Deputados Isabel Torres (CDS/PP), Carlos Pereira (PS), Hélder Spínola (PND), Edgar Silva (PCP), Lino Abreu (CDS/PP), Roberto Silva (PSD), José Manuel Coelho (PTP), Roberto Vieira (MPT) e Nivalda Gonçalves (PSD).

Submetida à votação na generalidade, a proposta foi aprovada.

…/…

X Legislatura Número: 56

II Sessão Legislativa (2012/2013) Quinta-feira, 18 de julho de 2013

Região Autónoma da Madeira

Diário Assembleia Legislativa

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Diário da Assembleia Legislativa Sessão nº 56 X Legislatura, II Sessão Legislativa (2012/2013) Quinta-feira, 18 de julho de 2013

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O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito bom dia, Sras. e Srs. Deputados.

Estavam presentes os seguintes Srs. Deputados: PARTIDO SOCIAL-DEMOCRATA (PSD) Agostinho Ramos de Gouveia Ana Mafalda Figueira da Costa Ana Maria de Gouveia Serralha Edgar Alexandre Garrido Gouveia Emanuel Sabino Vieira Gomes Jaime Ernesto Nunes Vieira Ramos Jaime Filipe Gil Ramos José António Coito Pita José Gualberto Mendonça Fernandes José Jardim Mendonça Prada José Lino Tranquada Gomes José Luís Medeiros Gaspar José Miguel Jardim Olival Mendonça José Paulo Baptista Fontes José Pedro Correia Pereira José Savino dos Santos Correia Maria João França Monte Maria Rafaela Rodrigues Fernandes Miguel José Luís de Sousa Nivalda Nunes Silva Gonçalves Pedro Emanuel Abreu Coelho Roberto Paulo Cardoso da Silva Rui Miguel Moura Coelho Vânia Andrea de Castro Jesus Vicente Estevão Pestana

CENTRO DEMOCRÁTICO SOCIAL/PP (CDS/PP) António Manuel Lopes da Fonseca José Manuel de Sousa Rodrigues José Roberto Ribeiro Rodrigues Lino Ricardo Silva de Abreu Luísa Isabel Henriques Gouveia Maria Isabel Vieira Carvalho de Melo Torres Martinho Gouveia da Câmara Teófilo Alírio Reis Cunha

PARTIDO SOCIALISTA (PS) Ana Carina Santos Ferro Fernandes Avelino Perestrelo da Conceição Carlos João Pereira Maria Luísa de Sousa Menezes Gonçalves Mendonça Maximiano Alberto Rodrigues Martins Vítor Sérgio Spínola de Freitas

PARTIDO TRABALHISTA PORTUGUÊS (PTP) José Manuel da Mata Vieira Coelho José Luís Gonçalves Rocha Raquel da Conceição Vieira Coelho

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS (PCP) Edgar Freitas Gomes Silva

…/… Em sede de apreciação na especialidade, foram presentes à Mesa diversas propostas de alteração, da autoria

dos Grupos Parlamentares do CDS/PP e do PS, as quais, após as intervenções dos Srs. Deputados Hélder Spínola (PND), Isabel Torres (CDS/PP), Carlos Pereira (PS), José Manuel Coelho (PTP) e Rui Almeida (PAN), foram rejeitadas.

Submetido à votação na especialidade, bem como à votação final global, o diploma foi aprovado por maioria. O Sr. Presidente declarou encerrada a Sessão às 12 horas e 50 minutos.

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PARTIDO DA NOVA DEMOCRACIA (PND) Hélder Spínola de Freitas

PARTIDO PELOS ANIMAIS E PELA NATUREZA (PAN) Rui Manuel dos Santos Almeida

MOVIMENTO PARTIDO DA TERRA (MPT) Roberto Paulo Ferreira Vieira

Srs. Deputados, dispomos de quórum, declaro aberta a Sessão. Eram 09 horas e 20 minutos. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- E dou a palavra ao Sr. Deputado Rui Almeida, para a declaração política

semanal. O SR. RUI ALMEIDA (PAN):- Obrigado, Sr. Presidente.

Nesta altura, em que o País vive uma grande indefinição relativamente ao futuro político próximo, o PAN está, obviamente, muito preocupado com a situação e o rumo que o País pode levar. As mudanças estruturais que são necessárias e profundas da política que foi seguida ao longo das últimas décadas estão, nesta conjuntura e muito provavelmente vamos ter uma continuação, não há grande perspetiva da política nacional vir alterar naquilo que são aquelas questões que o PAN considera importantes. O PAN considera que a política está muito refém dos grandes interesses económicos e financeiros nacionais e internacionais e está muito subjugada a valores competitivos de exploração de pessoas, animais e da natureza. E uma das coisas que mais escassa na política, é o cultivo de valores, estes valores que se possam transmitir numa forma fraterna entre todos: animais, pessoas e a natureza. E, a meu ver, o facto de não serem cultivados estes valores, não serem restritos círculos de comunidades, não ser praticado de uma forma abrangente por todos os políticos, contribuem para que também, aqui, neste hemisfério, não haja aquela confiança, não exista aquele ambiente de trabalho que seria exigível e necessário e que todas as pessoas esperam, para que se possa, num entendimento mais amistoso entre todos, conseguir aquelas decisões que são importantes para todos.

O PAN defende que a nossa lei eleitoral deve ser reformada, deve-se reduzir o número de deputados, deve haver uma transição…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Esgotou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- Termino já, Sr. Presidente.

…da economia de mercado para uma economia de recursos e do bem comum e consagrando os direitos dos animais à preservação da biodiversidade e dos ecossistemas. E também estamos abertos a outras questões, e acho que deve ser lançada, inclusivamente, a discussão da permanência no euro e a nossa aproximação a outros países com preocupações éticas.

Obrigado. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Encontram-se pedidos de esclarecimento, pendentes, à intervenção do Sr. Deputado Savino Correia. E o primeiro pedido de esclarecimento é da Sra. Deputada Maria João Monte. Faz favor, tem a palavra. A SRA. MARIA JOÃO MONTE (PSD):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sr. Deputado Savino Correia,

embora já passados alguns dias sobre a sua intervenção, a mesma mantém-se presente. E eu não posso deixar de reforçar algumas notas que, direta ou indiretamente, retirei da sua intervenção. Ética, responsabilidade, sentido do dever, espírito de missão, coerência na condução da coisa pública, são princípios, são valores que deveriam estar em permanência nos detentores de cargos públicos, nos detentores de cargos políticos, em particular ao mais alto nível, especialmente na situação adversa em que o País se encontra.

É assim de todo inadmissível, incompreensível, irresponsável, diria até absurda, a demissão, de carácter irrevogável, mas não tanto, como depois se viu…

O SR. AGOSTINHO GOUVEIA (PSD):- Muito bem!

A ORADORA:- …do líder do CDS/PP, que, embora integrando a coligação que governa o País, o lançou, com a sua

atitude, para um estado de “encerrado para balanço”. O SR. JOSÉ MANUEL RODRIGUES (CDS/PP):- Talvez mais!

Burburinho. A ORADORA:- E como se já não nos bastasse a crise financeira, a crise económica, a crise social – Obrigada

CDS/PP! –, temos agora, também, uma crise política!

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Apartes inaudíveis. E o que é que resulta daí, para já? Para além de um País descredibilizado, para além de um povo desnorteado,

temos, em termos de mercados financeiros globais, um País lançado para um nível de grau de risco extra: passamos a ter um País a pagar os mais altos juros desde outubro de 2012 para colocar a dívida a 12 meses em mercado primário; passamos a ter um País penalizado em termos de taxas de juro, no médio e no longo prazo, pelo facto dos investidores temerem um segundo resgate;…

Burburinho. …e, por tudo isso (não duvidem), passaremos a ter as empresas e as famílias a pagarem os juros mais caros do

mercado, num futuro muito, muito próximo! O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sra. Deputada.

A ORADORA:- Já faço a pergunta, Sr. Presidente.

Neste cenário, como vê o Sr. Deputado, existem negociações em curso, entre o PSD, CDS e o PS, para um “compromisso de salvação nacional”. E, em havendo acordo, quais os riscos de incumprimento? É que já vimos que o CDS/PP é hábil em roer a corda!

Obrigada. Burburinho. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito brigado, Sra. Deputada.

Sr. Deputado Savino para responder, tem a palavra. Apartes inaudíveis. O SR. LINO ABREU (CDS/PP):- Qual foi a pergunta?! Não tem pergunta!

O SR. SAVINO CORREIA (PSD):- Sra. Deputada Maria João Monte, eu não percebi uma pergunta, percebi até duas

perguntas. Já viu? E você não percebeu nenhuma! É fantástico! Uma voz:- Então, responda lá!

Burburinho na bancada do CDS/PP. O ORADOR:- E vou responder. Se estiver com atenção, eu responderei!

Burburinho. Sr. Presidente, Srs. Deputados, relativamente à questão que a Sra. Deputada Maria João Monte colocou, a primeira

foi de natureza, digamos assim, axiológica, princípios, valores, ética, republicana, se quiser, da condução da coisa pública.

Burburinho. Bom! E sobre isso, eu já me pronunciei, quando fiz aqui o discurso há dias. Relativamente à questão de mais política, tem a ver com o seguinte: a política, e os homens com alguma maturidade

e experiência da política, devem perceber que nunca podem dizer que “a minha posição é irrevogável!”. E eu pergunto: uma pessoa…

Aparte inaudível do Sr. Edgar Silva (PCP).

…que diz que a sua posição é irrevogável, não pode, mais tarde, revogá-la, sob pena de se desconsiderar. Uma voz:- Não deve!

Apartes inaudíveis. O ORADOR:- Repare! Uma declaração irrevogável e com a determinação – a questão está aqui –, com a

determinação que foi feita, aconselha-se, nestas matérias, mais sensatez, prudência e mais alguma experiência, de forma a que as pessoas, os políticos e a política em geral, e a Nação Portuguesa, possam olhar para as pessoas que têm esta declaração com outra responsabilidade, e perceber que há ali algum sentido de Estado e alguma experiência. Não ficou bem, não ficou bem, porque hoje pergunta-se: então, o homem que diz que é irrevogável, foi revogado? Não faz sentido! E agora, há a crise financeira que se gerou!

A Sra. Deputada aludiu às questões da vida concreta do Estado, da vida concreta das empresas, da vida concreta das famílias. E é um facto que, numa situação de menor confiança, numa situação de menor instabilidade, numa

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situação de relativa desorientação política e económica do País, de uma situação em que o Governo está parado para pensar, refletir e acordar, é evidente que isto tem consequências financeiras e, à crise política, junta-se uma crise financeira e económica. E isto é grave, porque, quem tem dívidas…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …tem que pagar mais caro, e o preço do dinheiro que nos emprestam, quer às empresas, às famílias

e ao Estado, torna-se muito mais caro. E isso era evitável, é desejável, e é isso que ainda está por avaliar, as consequências que, no meu entender, ainda estão por avaliar e que poderão ser até relativamente imprevisíveis!

Muito obrigado. Burburinho.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Pedro Coelho para um pedido de esclarecimento, tem a palavra. O SR. PEDRO COELHO (PSD):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sr. Deputado Savino Correia, como sabe,

o Sr. Deputado falou da irresponsabilidade de Paulo Portas, e eu lembrei-me logo de que, pela voz do líder do CDS/PP, na Madeira, disse, disse que a atitude de Paulo Portas era uma atitude de coragem e um exemplo de dignidade. E disse mais! Disse que o partido não podia aceitar a nomeação de Maria de Lurdes Albuquerque. E disse mais! Disse que defendia a saída do Governo, disse que defendia a saída da coligação!

Burburinho na bancada do CDS/PP. A verdade, Sr. Deputado, é que Paulo Portas trocou a sua palavra por um tacho de vice-primeiro-ministro. E nos dias

que se seguiram a essa pseudodemissão, ouviu-se, da bancada do CDS aqui presente, dizer que não tinha nada a ver com esse governo. Mas a verdade, Sr. Deputado, é que esta irresponsabilidade, estes jogos políticos, os portugueses não entendem. E os portugueses não entendem, porque durante muito tempo, muitas empresas, a economia portuguesa perdeu milhares de milhões de euros na bolsa, durante algum tempo os juros da dívida pública subiram, o que significa que o preço do dinheiro está mais caro.

Apartes inaudíveis. Mas, Sr. Deputado, a questão que lhe coloco é, se acha correto que os partidos políticos, com essas estratégias,

que não se percebe bem, ponham o interesse pessoal, ponham o interesse partidário acima do interesse nacional, acima do interesse regional?

Muito obrigado. Burburinho. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Savino para responder, tem a palavra. O SR. SAVINO CORREIA (PSD):- Sr. Presidente, Srs. Deputados, é evidente que a história não se repete. E,

incontornavelmente, os acontecimentos que se tratam, ou se travam, no passado, têm reflexo no presente, mas, uma vez que aconteceu no passado, já são irremediavelmente alterados. E o que está feito no passado, marca, marca, de forma indelével, o presente!

Apartes inaudíveis.

E quando apelo ao sentido de responsabilidade, não estou a remeter só, neste caso, ao Sr. Ministro de Estado,

Paulo Portas, eu acho que a questão da responsabilidade, da responsabilidade, se quiser republicana, e da responsabilidade de Estado, deve estar sobretudo presente na vida de qualquer político, seja ele Paulo Portas, ou qualquer outro, porque ainda hoje o ex-ministro ou ex-presidente da república, dizia o seguinte: “Sei que o meu partido assinar o acordo, irá haver uma cisão dentro do meu partido!”. Disse o Dr. Mário Soares, disse o senhor, acho que é o Dr. Manuel Alegre.

Ora, esses senhores, pela idade que têm, deviam ter mais sensatez, porque estão a pôr em causa… Aparte inaudível do Sr. Victor Freitas (PS). …um País, estão a pôr em causa a segurança de um País, estão a pôr em causa o futuro do País. E o que se pede

às pessoas, sejam elas chamadas de Paulo Portas, sejam eles chamados de Mário Soares, o que se procura, neste momento, é um sentido de responsabilidade. Temos que olhar para o futuro, e sobretudo essas pessoas, todas essas pessoas têm que olhar para o futuro com uma visão de confiança e de otimismo, porque a confiança e o otimismo, já se percebeu a importância que têm nos mercados, mas é sem dúvida um crédito económico para motivar todos os seus agentes de um Estado, de uma Nação, para o salto que têm que dar em temos de resolução dos problemas concretos do Estado e do povo.

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E, por conseguinte, o que se espera destas pessoas é sentido de responsabilidade, é sentido, sobretudo, de animarem a Nação…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …e não é situações divisionistas.

Portanto, aquilo que neste momento é fundamental e que a população portuguesa, os portugueses estão à espera, que vão censurar e estão atentos, é saber o comportamento de cada um para a defesa das causas do País, para a estabilidade e para a boa governação!

O SR. JOSÉ PRADA (PSD):- Sim, senhor!

Burburinho. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Srs. Deputados, antes de darmos continuação aos pedidos de esclarecimento, foi presente na Mesa um requerimento da autoria do PSD.

Consta do seguinte: Requerimento

Nos termos Regimentais o Grupo Parlamentar do PSD requer que o ponto 6 da ordem de trabalhos da Sessão 56.ª, seja discutido como 2.º ponto e o 2.º ponto passe para 6.º ponto do agendamento.

Funchal, 18 de julho de 2013. Ass.: Jaime Ramos.- Vou colocar à votação o requerimento. Submetido à votação, foi aprovado com 35 votos a favor, sendo 23 do PSD, 7 do CDS/PP e 5 do PS, 5 votos contra,

sendo 3 do PTP, 1 do PCP e 1 do PND e 2 abstenções, sendo 1 do PAN e 1 do MPT.

Vamos então continuar, e dou a palavra ao Sr. Deputado Maximiano Martins, para formular um pedido de

esclarecimento ao Sr. Deputado Savino Correia. O SR. MAXIMIANO MARTINS (PS):- Sr. Presidente, Sr. Deputado Savino Correia, eu ouvi-o com atenção, e anotei

algumas passagens da sua intervenção, porque há coisas que eu partilho e há coisas que critico. O que é natural, de resto!

Partilho as preocupações com a instabilidade política, uma instabilidade política lançada pelo Governo da República e que pode levar Portugal a um segundo resgate, que é uma situação de extrema gravidade. Qualquer que seja o formato que tenha esse resgate, é uma situação que coloca o País em muito sérias dificuldades.

Ora, nessas responsabilidades, penso que o País todo tem uma posição muito crítica relativamente à posição do Ministro Paulo Portas. A posição do Ministro Paulo Portas é indefensável, incompreensível, e parece resultar de uma abordagem tipo “trica pessoal”, ou de um estado de alma, que não se compadece com quem está em posições de Estado.

E crítico também a posição da Direção do CDS-Madeira. A Direção do CDS-Madeira teve uma posição errática em toda esta situação, e pareceu sempre alinhar pelo lado pior causador da instabilidade.

Mas esperaria do Sr. Deputado Savino Correia, uma autocrítica, a capacidade de autocrítica. E é isso que lhe questiono, porque é que não coloca também o dedo à forma como o seu partido, porque muitas vezes, a posição do PSD, sistematicamente o PSD-Madeira coloca-se distante do PSD nacional, quando é o mesmo partido, e ajudaram a colocar, em Lisboa, esta governação, tiveram um papel ativo para que esta governação fosse eleita, o Presidente do vosso partido, do PSD-Madeira, foi mandatário…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …do então candidato Passos Coelho, portanto, a questão é: porque é que não coloca, também, numa

balança equilibrada, as responsabilidades de Passos Coelho na forma como conduziu todo este processo? Burburinho. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Savino para responder, tem a palavra. O SR. SAVINO CORREIA (PSD):- Sr. Presidente, Srs. Deputados, eu acho que neste momento, porque já falei duas

vezes, a terceira vez tenho que aqui colocar uma questão que acho que é relevante e que é a posição do Sr. Presidente da República, que por acaso hoje se encontra nas Selvagens. E acho que a posição do Sr. Presidente da República foi, conceptualmente, sensata e patriótica, e apela àquilo que de mais genuíno se pode esperar das pessoas, dos partidos, que é o consenso, com vista a definir as questões fundamentais, entre as quais uma que é fundamental, que é a estabilidade, além do acordo e do programa, com vista à boa gestão.

E isto é um apelo que eu acho que não pode ser deixado de ser aqui mencionado!

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No que tem a ver com as questões que o Sr. Deputado Maximiano Martins colocou, eu tenho a dizer que compreendo perfeitamente as preocupações, hoje, do País, com essa possibilidade – espero que não – de voltarmos novamente a ter que pedir dinheiro para sobreviver, isto é, a questão dum segundo resgate, mas aquilo que eu também reconheço, e concordo consigo, é que, quando se gerou esta crise política, a posição da direção regional do CDS/PP, eu julgo que foi precipitada, ao pedir eleições, quando se pediria também, aí, alguma sensatez, alguma prudência, e não uma reação quente, que, no meu entender, já disse isto também aqui na minha intervenção, as eleições ontem, hoje, ou num futuro próximo, não serão solução para absolutamente nada, porque as pessoas que estão nos partidos são as mesmas, os partidos são os mesmos, as alternâncias não se vislumbram que sejam significativamente diferentes, nem as políticas sejam significativamente diferentes.

Portanto, as eleições é o pior que pode acontecer ao País… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …e espero que o horizonte de eleições não seja 2014, mas seja, sim, o ano de 2015. Penso que a

estabilidade é fundamental e a gestão pública não pode estar assim, de ano para ano, mas ter um horizonte temporal, pelo menos que corresponda ao fim da legislatura.

Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sra. Deputada Isabel Torres para um pedido de esclarecimento, tem a palavra. A SRA. ISABEL TORRES (CDS/PP):- Prescindo.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Prescinde.

O Sr. Deputado Mário Pereira não está. Sr. Deputado Alírio Teófilo Cunha para um pedido de esclarecimento, tem a palavra. O SR. TEÓFILO CUNHA (CDS/PP):- Bom dia, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, o PSD esqueceu-se que existe uma semana de 7 dias, Sr. Deputado Savino Correia. E, na semana de 7 dias, houve uma segunda-feira, e V. Exa. esqueceu-se da segunda-feira, onde se demitiu o Sr. Ministro das Finanças, quando admitiu que errou nas políticas que preconizava para o País. V. Exa. esqueceu-se desse dia! E foi a partir daí que a crise política se instalou em Portugal!

Protestos na bancada social-democrata. Ah! V. Exas. esquecem-se disso!? Protestos na bancada social-democrata. O Gaspar não foi responsável por nada disto! Oh! Sr. Deputado Savino Correia, mas quem é que já exigiu a demissão do Primeiro-Ministro há mais de 6 meses?

O Presidente do Governo Regional! V. Exa. esqueceu-se disso! Ele já exigiu a demissão do Primeiro-Ministro há mais de 6 meses. Isso é responsabilidade, Sr. Deputado Savino Correia? Isso chama-se, irresponsabilidade!

Burburinho.

Quanto ao PS, o PS é um caso também caricato, neste caso. Hoje de manhã irá aprovar, já disse que aprovaria,

uma moção de censura para derrubar o Governo, quer crise política, mas de tarde reúne-se com os elementos do PSD e do CDS para ver se resolve o problema da crise política. Então em que ponto é que ficamos?

O SR. JOSÉ MANUEL COELHO (PTP):- É para meter juízo no PSD!

O ORADOR:- De manhã estão na moção de censura para derrubar o PSD e o CDS, e à tarde estão reunidos com o

CDS e com o PSD! Burburinho. Sr. Deputado Savino Correia, a pergunta que lhe faço, é a seguinte: acha, ou não, que um exímio líder, como é o

líder de V. Exa. aqui na Madeira, o Dr. Alberto João Jardim, uma pessoa que governou a Região nos últimos tempos de forma credível e que não fez despesa, não foi despesista, daria, ou não, um bom Primeiro-Ministro, ou um bom Ministro das Finanças?

O SR. MARTINHO CÂMARA (CDS/PP):- Quem?! Quem é esse?

Risos. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Savino para responder, tem a palavra.

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O SR. SAVINO CORREIA (PSD):- Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Deputado, eu gostaria de aproveitar este

momento, não para ser mais um momento em que eu esteja aqui a falar do passado, de episódios, de factos, de folhetins,…

Burburinho nas bancadas da oposição. …porque, repare!, o País está mergulhado nesta telenovela, e estarem os comentadores a se comentar uns aos

outros, as televisões em cima das pessoas que se vão reunir de manhã e à tarde, neste tipo de episódios, meus amigos, temos que ter serenidade, alguma calma, e perceber que esse tipo de episódios e folhetins políticos não interessa para mim, absolutamente nada!

O SR. VICTOR FREITAS (PS):- Ah! Não?!

O ORADOR:- Aquilo que eu quero, de facto, é saber se o meu País vai ter, nos próximos tempos, o acordo! Se esse

acordo vai ser duradouro!? Se vai ser um acordo de pormenor ou de substância!? Quais são as matérias que irão ser fixadas nesse acordo? Se esse acordo será para um ano, ou para 12 anos?

O SR. VICTOR FREITAS (PS):- 12!? O ORADOR:- Sim, como disse ontem o Sarsfield Cabral, que defendia o acordo de médio e longo prazo. E tem que

ser assim! Porque se não houver acordo, é grave. E se não houver acordo, aquilo que eu espero de cada um de vós, é que ajudem as pessoas que estão lá fora a perceber porque é que o País não tem acordo, porque hoje a opinião pública está atenta, está informada, e deve, e deve, e deve censurar aqueles que não se portarem bem, não procurarem deixar de lado as vaidades, os caprichos e os interesses pessoais, para colocar acima o interesse da Pátria, o interesse do País e a boa gestão pública. Isto é fundamental!

Daí que, eu gostaria de aproveitar este meu tempo exatamente para apelar e dizer que a questão que aqui, para mim, é mais importante, é esta: é a consensualização, é o acordo, que eu espero bem que seja feito, espero bem, sobretudo, que seja um acordo de substância, espero que seja um acordo que ultrapasse os 3, 4 ou 5 anos, de média duração, e que aí se definam de facto as questões que são fundamentais para o País. Tudo o resto, comentários, folhetins, fotografias,…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …vaidades, câmaras de televisão, bons carros, de topo de gama, a chegar às reuniões, não me

interessa absolutamente nada, a menos que tenha a ver com a despesa pública! Por outro lado, devo dizer uma coisa: relativamente ao Dr. Alberto João Jardim, não o quero ver em Primeiro-

Ministro, nem em Ministro da Economia, quero vê-lo em Presidente do Governo Regional da Madeira. Burburinho. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sra. Deputada Nivalda Gonçalves para um pedido de esclarecimento, tem a palavra. A SRA. NIVALDA GONÇALVES (PSD):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sr. Deputado Savino Coreia, já

muito lhe foi perguntado, aqui, nesta Casa, hoje, sobre esta crise política vivida no País, com a birra do Dr. Paulo Portas. E eu gostaria de registar que o CDS local também está incomodado com esta questão, a mais não fosse que até dispensaram de lhe fazer as questões que estavam previamente inscritas sobre esta temática, mesmo já hoje aqui, tendo sido focados nesta matéria.

Aparte inaudível do Sr. Lino Abreu (CDS/PP). E por isso, demonstra bem o incómodo do CDS-Madeira nesta matéria, que de facto tem tido custos para o País,

económicos e financeiros, muito elevados. E as empresas e as cotações na bolsa assim o demonstram! Mas eu gostaria de lhe perguntar também sobre uma novidade que hoje conhecemos, que tem a ver com um

dossier importante, e que a estabilidade política do País também muito tem a ver com esta questão, que é a Lei de Finanças das Regiões Autónomas, e se de facto, com a saída do Victor Gaspar e de Morais Sarmento, parece que as coisas vão ser aceites, e serão feitas as alterações que em pelo menos nas receitas do jogo que são devidas à Região Autónoma da Madeira!?

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sra. Deputada.

Sr. Deputado Savino Correia para responder, tem a palavra. O SR. SAVINO CORREIA (PSD):- Sr. Presidente, Srs. Deputados, eu, quando há dias falei, no âmbito do meu

discurso, referi que a Madeira e a República têm um conjunto de questões que estão contratualizadas. E nós, o que esperamos, é que haja, de facto, o tal Governo, a tal estabilidade, o tal acordo, e que haja muito pragmatismo nestas questões, e que as questões relativas à Madeira sejam salvaguardas. Ainda ontem, aqui, no debate do Orçamento Retificativo, o Deputado Jaime Filipe falava das questões relativas ao Fundo de Coesão, ao novo Quadro Comunitário que nós temos que negociar e aí defender, até 2020, os nossos interesses, temos que, de facto, tratar da questão do

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BEI relativamente à Lei de Meios, temos que estar em sintonia para, sobretudo, rever, como hoje dizia o Dr. Guilherme Silva de manhã, na possibilidade de cerca de 30 milhões, a Lei de Finanças Regionais, portanto, a mais, o que são questões que são fundamentais, e, por outro lado, também, no que tem a ver com todas as questões que envolvem uma região, envolvendo também o projeto de revisão constitucional.

Portanto, nós temos aqui um conjunto de matérias que estão definidas, que estão contratualizadas, que estão assentes, e são essas questões que devem ser o núcleo fundamental das nossas preocupações. A minha preocupação, aqui, já não é o Dr. Gaspar, já não é o episódio do Dr. Paulo Portas, se bem que a história não deve esquecer esses episódios, esses comportamentos, mas é sobretudo pensar o presente, e sobretudo pensar com vista ao futuro próximo. E no futuro próximo, no que tem a ver connosco, madeirenses, que aqui vivemos, todos os dias, e com a nossa Região, com estes 250 mil madeirenses que aqui vivem, o que nós temos que defender, são as questões relativas às questões da relação, por um lado, com a República, e as questões internas da governação regional, quer na administração direta, quer da relação da administração direta com a administração indireta da Região. Tudo isto é fundamental se gotejar, se harmonizar, por forma a nós termos aqui um quadro de trabalho…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …e de progresso e um caminho seguro e definido. A pior coisa que pode acontecer a cada um de

nós, é não termos horizonte, não termos estratégia, é não termos um caminho. E isso, pelo menos, acho que era um ponto que todos nós devíamos colaborar uns com os outros, para definir o nosso caminho, com vista, também, a vivermos melhor. É isso o fundamental da política!

Obrigado. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Agostinho Gouveia para um pedido de esclarecimento, tem a palavra. O SR. AGOSTINHO GOUVEIA (PSD):- Obrigado, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, Sr. Deputado Savino Correia, quanto à sua intervenção, eu não diria que aquilo a que assistimos a nível nacional foi uma novela, aquilo foi uma peça de teatro do piorio que existe e que já assistimos…

Uma voz:- É verdade!

Burburinho. O ORADOR:- …à irresponsabilidade dum senhor que não tem credibilidade para o cargo que ocupa! Porque uma

pessoa que se intitula Ministro de Estado devia, no mínimo, ter responsabilidade para com o cargo que ocupa. E eu sinto-me à vontade, porque nesta Casa, acerca de um ano, levantei esta questão, afirmando que este senhor não tem dignidade para o cargo que ocupa, porque já deu mostras da sua irresponsabilidade. E este País assiste a estas situações, a estas peças de teatro, sem se manifestar. Senão vejamos: há um senhor de uma câmara que resolveu engolir um papelinho. Vai preso e cai o Carmo e a Trindade! Mas, ao mesmo tempo, há um dossier que desaparece, que tinha em causa a compra de submarinos, mas ninguém é preso neste País, não lhe acontece nada, e a comunicação social quase que nem toca neste assunto!

Vozes do PSD:- Muito bem!

Burburinho.

O ORADOR:- Este senhor não tem credibilidade para o cargo que ocupa! Um senhor que se manifesta, dizendo que

não concorda com a política que se está a exercer, mas no momento em que o Primeiro-Ministro lhe passa a responsabilidade para a mão, e diz: “Então, diga-nos onde é que vai cortar os 4 mil milhões?”, este senhor diz: “Vou sair do Governo!”. Porque está quente, a batata está quente, solta-se! Mas dois dias depois, regressa novamente, como se nada se tivesse passado. E o que é que aconteceu? Não trouxe a solução para os 4,7 mil milhões que eram necessários cortar…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …acresceu uma despesa à economia nacional de 4,2 mil milhões, ou seja, aquilo que conseguimos

poupar nos últimos quase 2 anos, este senhor, num fim-de-semana, deu cabo! Portanto, quando se pedia que apresentasse uma solução, este senhor apresenta uma despesa de valor contrário, a

encomia portuguesa andou para trás, ao contrário do que era necessário! Por isso, este senhor, e eu volto a repetir nesta Casa, não tem credibilidade para o cargo que ocupa e esperemos

que o Sr. Presidente da República, influenciado talvez pelas cagarras, consiga pôr mão neste Governo, e de uma vez por todas faça um Governo de salvação nacional, mas sobre outra responsabilidade, e que consiga pôr este senhor fora deste Governo, porque ele não tem capacidade para exercer o cargo que ocupa!

Apartes inaudíveis. Burburinho.

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O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Savino para responder, tem a palavra. O SR. SAVINO CORREIA (PSD):- Sr. Presidente, Srs. Deputados, eu, há dias, ouvi o Sr. Ministro Paulo Portas a

falar do pensamento de Sá Carneiro. E isso fez-me pensar, porque, se o pensamento de Sá Carneiro, como figura incontornável da história política portuguesa, é de facto uma matriz do pensamento contemporâneo da política portuguesa, e não só, eu penso que ele devia agir em conformidade. Sá Carneiro disse que: “Primeiro Portugal, depois o partido, depois as circunstâncias de cada um, de cada um de nós!”.

Ora, isto é uma questão de natureza axiológica, reflete um pensamento de Estado, e isto não deve ser mera retórica. A retórica, ou o discurso, tem que ter uma equivalência com a dimensão prática. E o Sr. Deputado Agostinho enfatizou, aqui, mais uma vez, a questão do comportamento dos políticos, e neste caso de um político em concreto, que tem a ver muitas vezes (as pessoas não percebem isso), mas cada um de nós tem a sua personalidade e cada um de nós tem os seus comportamentos, as suas atitudes. Aquilo que se pede a cada um de nós é, quando assume determinados cargos que, pela sua natureza, põem em causa o bem-estar de Portugal, do País, possam de facto ter um comportamento equivalente ao pensamento de Francisco Sá Carneiro. E o que se verificou é que isso não aconteceu.

Portanto, estamos perante uma pessoa… uma coisa é o discurso, um discurso político, talvez para regimentar eleitorado, outra coisa é a dimensão prática efetiva do sacrifício da persistência do trabalho governamental, mesmo quando temos dossiers que são complexos e que têm influências no PIB, vão ter influência na defesa pública, e vão, sobretudo, mexer nos interesses instalados. Refiro-me concretamente à questão do corte de 4,7 mil milhões de euros. Porque penso mesmo, que foi exatamente essa questão, que foi chamar à responsabilidade o Ministro de Estado, e dizer: “Meu amigo, andamos aqui há décadas a falar da reforma do Estado,…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …vamos fazer a reforma do Estado!”. E quando se pede esta reforma, estrutural, para o presente e

para o futuro, para a mudança e reforma que o País necessita, não se pode esperar que um Ministro de Estado abandone o próprio Estado!

Burburinho.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Terminamos assim a primeira parte do período de antes da ordem do dia, vamos entrar na segunda parte, com a discussão de um voto de louvor, da autoria do Sr. Deputado único do PND, Hélder Spínola.

Consta do seguinte:

Voto de Louvor

Ao Regimento de Guarnição n.º 3 do Exército Português Os picos do Funchal são cones vulcânicos de imenso valor patrimonial que definem a matriz paisagística da cidade

do Funchal e o seu tão admirável encaixe em forma de anfiteatro, oferecendo ao longo de séculos à capital madeirense um potencial turístico que tem resultado em mais-valias económicas que alimentam a sociedade madeirense.

Acontece que, nas últimas décadas, por incapacidade e desinteresse do executivo da Câmara Municipal do Funchal em respeitar o Plano Diretor Municipal e reger-se por uma política de adequado ordenamento do território, a maioria destes cones vulcânicos, nomeadamente o Pico das Romeiras, o Pico dos Barcelos e o Pico das Arrudas-São Martinho, foram abafados pelo avanço da construção e de atividades incompatíveis com a proteção dos valores que encerram.

Os únicos picos que têm sido poupados à invasão da construção desordenada e ao desrespeito pelo Plano Diretor Municipal do Funchal são os que estão sob proteção direta do Regimento de Guarnição n.º 3 e sujeitos a servidão militar, o Pico da Cruz e o Pico do Buxo, este último alvo de uma intervenção continuada de reflorestação e proteção do coberto vegetal por parte do exército, trabalho cujos resultados hoje são visíveis pelo verde que empresta à paisagem do Funchal.

Assim, a Assembleia legislativa da Região Autónoma da Madeira aprova um voto de louvor ao Regimento de Guarnição n.º

3 do Exército Português pela sua firmeza e dedicação na defesa do Pico da Cruz e do Pico do Buxo, no

Funchal, contra a invasão do desordenamento do território que graça na cidade do Funchal. Funchal, 13 de setembro de 2012. O Deputado da Nova Democracia, Ass.: Hélder Spínola.- Está à discussão. E para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Hélder Spínola. O SR. HÉLDER SPÍNOLA (PND):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, nós, aqui no Funchal, temos um conjunto de situações gravíssimas em matéria de ordenamento do território. Mas se existem alguns bons exemplos, eles estão relacionados com os picos: o Pico da Cruz e o Pico do Buxo, que estão à guarda dos militares, e que estão sob servidão militar, e que, portanto, a Câmara não teve possibilidade de construir sobre eles.

No entanto, o mesmo já não se passa em relação ao Pico dos Barcelos (agora, também, com uma contribuição de uma obra encalhada do Governo Regional) e com o Pico das Romeiras. Aliás, nós temos um legado de Miguel Albuquerque, nesta área do ordenamento de território, que ninguém deveria querer herdá-lo, porque eu tive o cuidado de fazer um levantamento ao Plano Diretor Municipal do Funchal e ver todas as zonas verdes urbanas de proteção, que

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são zonas onde não se pode construir, e encontrei inúmeros exemplos onde essas zonas verdes estão efetivamente construídas. Este é o legado do Dr. Miguel Albuquerque e dos seus antecessores. E contabilizando todas estas zonas construídas em zona verde, nós temos uma percentagem de 14% de toda a zona verde urbana de proteção do Plano Diretor Municipal.

Ora, com este legado de Miguel Albuquerque, ainda surgem alguns partidos e algumas candidaturas à Câmara do Funchal, como é o caso do José Manuel Rodrigues, do CDS, a se afirmar herdeiros desse legado. E é preciso não esquecer que temos um exemplo, que toda a gente conhece, que é o exemplo do Macário Correia, no Algarve, que perdeu o mandato por ter violado o Plano Diretor Municipal de Tavira em 2006, mas aqui, no Funchal, apesar do Dr. Miguel Albuquerque violar o Plano Diretor Municipal há muito tempo, não perde mandato. Porquê? Porque o Ministério Público aqui na Madeira obviamente passa a mão pelo pelo de algumas pessoas!

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- Termino já, Sr. Presidente.

E para quem quer herdar o legado de Miguel Albuquerque, e que, já sabemos, terá na sua lista um dos vereadores de Miguel Albuquerque, o Henrique Costa Neves, é preciso que se saiba…

Apartes inaudíveis. …é preciso que se saiba, além disso, se José Manuel Rodrigues também quer herdar este legado de

desordenamento do território na Câmara do Funchal!? Burburinho. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado José Manuel Coelho para uma intervenção, tem a palavra. O SR. JOSÉ MANUEL COELHO (PTP):- Obrigado, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados. Muito bom dia para todos V. Exas. O nosso partido vai votar favoravelmente este voto de louvor aqui do PND. Realmente, tem sido o exército que, em certos hiatos da vida política madeirense do regime jardinista, tem posto um

travão à degradação da paisagem e do habitat natural da nossa zona marítima exclusiva. Eu recordo, e isto vem a propósito da intervenção da guarnição militar de proteger aqueles picos em São Martinho, ao contrário da Câmara Municipal, que tem delapidado aquilo tudo com construção desenfreada para servir os interesses dos “patos bravos”…

O Sr. Vicente Pestana (PSD) abana a cabeça.

Está ali o senhor engenheiro a abanar a cabeça, mas ele sabe bem o que é que eu digo, sabe que é verdade! Se

não fosse a crise económica, os “patos bravos” tinham destruído tudo o que resta da paisagem madeirense, o betão e o alcatrão já tinham chegado ao Pico Ruivo!

Apartes inaudíveis. Mas eu aqui recordo, a propósito da visita do Professor Cavaco Silva às ilhas Selvagens, recordamos que o último

Presidente da República a ir às Selvagens foi o Dr. Sampaio, em 2003. O caminho natural teria sido o Comandante pedir a sua demissão. “Na altura o poder civil e militar vergou-se a Cardoso Jardim, numa política de cedência à chantagem que tem estado presente nas últimas décadas. Então o soba madeirense Cardoso Jardim exigiu que o comandante da Zona Marítima não embarcasse no navio de guerra que transportaria a comitiva às selvagens. Eles (o tal poder civil e militar) que arranjassem os argumentos que quisessem. E de facto arranjaram: o navio esgotara a lotação… Cardoso Jardim, insaciável, queria mais – levou o próprio filho! O caminho natural teria sido o Comandante pedir a sua demissão…”. Isto são palavras do comandante Figueiredo Robles, que foi comandante da Zona Marítima Exclusiva da Madeira na última década de 90.

Aparte inaudível do Sr. Medeiros Gaspar (PSD). O que é certo, é que verificámos que na altura o ditador Jardim arranjou maneira de, na visita às Selvagens, não ir o

Sr. Comandante, porque o Sr. Comandante impedia o assalto à orla marítima, defendia a Zona Marítima Exclusiva. Burburinho. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- O Sr. Comandante até fala, que se ele estivesse, atualmente, neste posto da defesa do Porto do

Funchal, da orla marítima, o empreendimento ali na Quinta do Lorde não teria sido feito! Naturalmente que estas pessoas que se têm levantado e se manifestado na defesa da orla marítima, na defesa do

ambiente…

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O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado, agradeço que conclua.

O ORADOR:- …têm sido perseguidas por este regime jardinista!

Muito obrigado. Burburinho. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado.

Srs. Deputados, vou colocar à votação o texto do Voto de Louvor, da autoria do PND. Submetido à votação, foi rejeitado com 22 votos contra do PSD, 7 abstenções do CDS/PP e 12 votos a favor, sendo

5 do PS, 3 do PTP, 1 do PCP, 1do PND, 1 do PAN e 1 do MPT. Para uma declaração de voto, tem a palavra o Sr. Deputado Edgar Silva. O SR. EDGAR SILVA (PCP):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nós votamos favoravelmente este voto, porque, na verdade, tem sido a instituição militar quem tem conseguido travar processos expansionistas do betão, na ocupação do que resta dos picos do Funchal.

O Plano Diretor do Funchal foi alterado através do Plano do Amparo. E o Plano do Amparo fez algo que é, na verdade, vergonhoso por parte da Câmara: fez com que as zonas de servidão militar, não tendo poderes para uma apropriação, para entregar aquilo às mãos dos construtores, o que é que fez? Definiu a zona de servidão militar como zona de construção de baixa densidade, desde que os militares o permitam, e tenta remeter o odioso para a instituição militar.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, oxalá, e por isso o nosso voto favorável, oxalá a instituição militar consiga manter a integridade que até hoje tem mantido nesta matéria, e consiga impedir aquilo que Miguel Albuquerque e os seus sequazes têm tentado procurar fazer em todo o concelho do Funchal. E só não entraram naqueles picos por serem zona de servidão militar mas, não satisfeitos, criaram um mecanismo de exceção, através do Plano de Pormenor do Amparo, para, através dos seus meandros, a partir dos seus mecanismos de pressão, mesmo na zona de servidão militar, mesmo nas zonas de possibilidade de fogo, poder construir e fazer negociatas à custa do interesse público.

Apartes inaudíveis. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, oxalá, embora este voto não tenha sido aprovado,… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …oxalá a instituição militar possa ser um garante da defesa do interesse público contra os glutões do

regime, que não param, porque são insaciáveis! O SR. VICTOR FREITAS (PS):- Muito bem!

Burburinho. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Carlos Pereira para uma declaração de voto, tem a palavra. O SR. CARLOS PEREIRA (PS):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, se há uma matéria que une todo o PSD,

quer seja autárquico, quer seja no quadro de atuação do Governo Regional, é, efetivamente, a questão do ordenamento ou, se preferirem, do desordenamento territorial. Todo o conjunto de planos que são fundamentais para que uma região tenha uma estratégia de ordenamento de território, é feito por obrigação, sem conteúdo estratégico, e sem um debate sério e profundo na Região e nas autarquias sobre aquilo que se pretende da Madeira nesse ponto de vista. Foi assim em quase todas as autarquias da Madeira, foi assim na Região Autónoma da Madeira. E reparem, por exemplo, o POTRAM, que não houve nenhuma alteração desde a sua criação, reparem nos POOC que nunca foram concretizados, e reparem, no caso do Funchal, o PDM, que foi feita a versão de 1998, e em 2005 o Sr. Presidente da Câmara já dizia que aquilo tinha que ser tudo alterado, porque, obviamente, já tinha sido completamente violado.

E, portanto, isto significa, de facto, que era fundamental e é fundamental que existam, de alguma forma, boias de salvação a esta matéria, que existam tampões a este desvario do PSD nesta questão.

E o Dr. Miguel Albuquerque… é preciso que nos lembremos de uma coisa… Uma voz do PSD:- O que é?!

Burburinho. O ORADOR:- …no ano de 2005, houve um processo, conhecido como o processo das negociatas na Câmara

Municipal do Funchal, que indicava (e é bom que também se lembrem que essa indicação foi feita arbitrariamente, porque decorreu de uma auditoria), indicava mais de 100 ilegalidades, sendo que a maior parte dessas ilegalidades tinha a ver com o desordenamento territorial, com a violação do PDM, com a violação dos planos que tinham sido

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instituídos. Isto aconteceu em 2005, e nessa altura… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o seu tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- Eu termino já.

…o Dr. Albuquerque já dizia que “É preciso rever o plano urgentemente”. Reparem que passaram, de 2005 a 2013, 8 anos e o plano ainda não foi revisto,…

Risos do Sr. Victor Freitas (PS). …ainda não há revisão do plano! Este é o sentido de ordenamento que o PSD tem. E é curioso… O SR. VICTOR FREITAS (PS):- Não prestam para nada!

O ORADOR:- …volto a dizer, e sublinho aquilo que já foi dito, é curioso que haja partidos, nomeadamente o CDS,

que queiram herdar esse sentido de ordenamento, e para não dizer mesmo de desordenamento, do território do Funchal. E Deus nos livre que a Câmara do Funchal caia nas mãos de gente desta natureza!

Muito obrigado. Apartes inaudíveis.

Burburinho. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Lopes da Fonseca para uma declaração de voto, tem a palavra. O SR. LOPES DA FONSECA (CDS/PP):- Obrigado, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, ainda bem que o Sr. Deputado Carlos Pereira se referiu à questão do ordenamento, porque eu gostaria de perguntar ao Sr. Deputado Carlos Pereira, como partido que lidera a tal coligação, em relação ao ordenamento, se vai aceitar a proposta de um dos partidos da coligação, do MPT, que queria devolver à Região e, obviamente, ao PSD, que governa a Região, o Regimento de Guarnição n.º 3 do exército. Era bom que esclarecesse isto à população do Funchal! É que o Sr. Deputado aqui tem um discurso, votaram de uma forma este voto, e agora eu gostaria de saber qual é a posição do MPT dentro da coligação em relação a esta matéria! Porque queriam devolver à Região o Regimento de Guarnição e agora o Sr. Deputado vem aqui sacudir a água do capote como se nada fosse! Era bom que dissesse aos funchalenses se concorda, Sr. Deputado, se concorda ou não, Sr. Deputado,…

Burburinho. …com a posição do MPT em devolver o Regimento de Guarnição à Região? Isso significa que contradizem aquilo

que vocês defendem. A SRA. ISABEL TORRES (CDS/PP):- Muito bem!

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Medeiros Gaspar. O SR. MEDEIROS GASPAR (PSD):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, como pudemos perceber, esta

iniciativa da Nova Democracia… Aparte inaudível do Sr. José Manuel Coelho (PTP). Oh! Sr. Deputado, eu lamento que o senhor não conseguisse dizer em que década é que o senhor que acabou de

citar, era comandante da zona militar, mas há de lá chegar! Agora, é surpreendente como é que há tantos partidos a poderem votar a favor uma iniciativa destas que é, no

mínimo, um gozo com a instituição militar e, obviamente, um aproveitamento político, porque ele está a ser discutido agora, para que os partidos possam dirimir na oposição, entre si, a questão da luta pela Câmara Municipal do Funchal.

O SR. VICTOR FREITAS (PS):- Ah! O ORADOR:- Foi pensada há tanto tempo, há tanto tempo…oh! Sr. Deputado, o Sr. Deputado…

Aparte inaudível do Sr. Victor Freitas (PS). …que vive tão preocupado com esta questão dos picos, só consegue ver 2 ou 3 picos no Funchal, está a ver?!

Porque se o Sr. Deputado tivesse pensado no Pico do Funcho, no Pico do Cardo, no Pico do Prado, no Cabeço dos Loiros, no Cabeço da Fonte da Telha…

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Aparte inaudível de um Sr. Deputado. Ah! No Cabeço do Curral, no Pico do Infante, no Pico do Alpires, no Cabeço da Madeira e no Pico Escalvado, não

tinha ido para o Pico dos Porcos escrever um voto destes, que é ridículo! Risos na bancada social-democrata. Sabe porquê? Porque todos estes picos são picos do Funchal, todos estes picos estão exatamente protegidos pelo

Parque Ecológico… O SR. HÉLDER SPÍNOLA (PND):- Isso é mentira!

O ORADOR:- Oh! …pelo Parque Ecológico do Funchal, que é uma iniciativa promovida e patrocinada pela Câmara

Municipal do Funchal e, portanto, como é óbvio, como o senhor não tem mais nada para dizer senão fazer esta figurinha ridícula que pôs o PP e o…

Aparte inaudível de um Sr. Deputado. Oh! Sr. Deputado, o Sr. Deputado devia fazer uma conferência de imprensa para ou expulsar o MPT… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …da coligação ou explicar o que é que vai fazer na mesma coligação com os militares. Agora, propor

isto?! Isto é ridículo para a instituição parlamentar, isto é ridículo como proposta política para se votar aqui e, portanto, para a próxima pense no que é que quer fazer em vez de vir fazer uma figurinha que não faz sentido.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Roberto Vieira. O SR. ROBERTO VIEIRA (MPT):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, segundo o CDS, nós pedíamos a

devolução onde está a GAG 2 à Região e bem, porque nós estávamos pensando não devolver à Região para construir de forma desenfreada, mas para criar um lar para idosos, onde havia 750 idosos…

Aparte inaudível de um Sr. Deputado. …à espera, em lista de espera, para ocupar um lugar destes. Era para adaptar as instalações que lá existem num lar. Aparte inaudível do Sr. Medeiros Gaspar (PSD). O CDS nesta matéria não tem moral nenhuma para abrir a boca, pois o dinheiro dos dois submarinos que Paulo

Portas comprou, o dinheiro, os 4 mil milhões que Paulo Portas deitou ao mar com a saída e com a entrada, com a demissão irrevogável que fez 4 mil milhões, dava para construir um lar, um lar de terceira idade em cada distrito.

Aparte inaudível do Sr. Roberto Rodrigues (CDS/PP).

O CDS é o partido da mentira, o partido da sede de poder. Este CDS devia de ter vergonha,… Aparte inaudível do Sr. Roberto Rodrigues (CDS/PP).

…o CDS que é contra a construção dum lar de idosos na Madeira, a adaptação de umas instalações que estão

feitas e que, de forma mais barata, podia acolher idosos. Hoje, o CDS tem votos enganando os idosos, os votos do CDS é enganando os idosos, mentindo aos idosos, cortando a reforma dos idosos, cortando a reforma, cortando o apoio nos medicamentos. E é este CDS bonzinho, o CDS santinho que agora vem dizer que é mau entregar instalações para fazer um lar.

Paulo Portas gastou em 2 dias 4 mil milhões de euros! Paulo Portas, enquanto Ministro dos Negócios Estrangeiros, já deu 10 voltas ao mundo, em hotéis de 5 estrelas, isto é escandaloso! O CDS devia de ter vergonha de abrir a boca.

Burburinho. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Srs. Deputados, passamos à nossa ordem de trabalhos.

ORDEM DO DIA E vamos entrar no ponto 1, que é a continuação da apreciação na generalidade do Projeto de Decreto Legislativo

Regional, do Partido Comunista Português, intitulado “Banco de Terras – Programa de Apoio à Produção Agrícola”.

Sr. Deputado Roberto Rodrigues está inscrito para uma intervenção.

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O SR. ROBERTO RODRIGUES (CDS/PP):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o PCP apresenta a esta Casa

um projeto de decreto legislativo regional que visa criar na Região um banco de terras que tem algumas semelhanças e princípios comuns a um outro do CDS, denominado “Bolsa de Terras para Aproveitamento Agrícola e Silvícola”.

Para o CDS é importante a criação de uma Bolsa de Terras e é com base neste conceito e princípios a este diploma subjacentes que tenciono abordar este assunto para se compreender o porquê de, no entender do CDS, dever ser esse diploma o caminho a seguir e não este do PCP.

A criação de um Banco de Terras, tendo em conta a proposta em apreço, é manifestamente pobre se comparada com a proposta do CDS, deixando, como é previsto, o artigo 9.º para ser regulamentado em outro momento e por outros autores, uma proposta que, no nosso entender, já devia aqui, neste contexto da Assembleia Legislativa da Madeira, ser mais completa, quando na nossa proposta está já definido tudo o que é necessário para que esta bolsa possa funcionar nos moldes exatos que deve ser.

Portanto, somos claros no que pretendemos e como o queremos, e não deixamos para os outros o que podemos e devemos propor e fazer.

Uma bolsa de terras como aquela que o CDS propõe permitirá a disponibilização de terras a terceiros que não sejam utilizadas, podendo os proprietários proceder à sua rentabilização pela via da disponibilização na referida bolsa obedecendo aos seguintes objetivos:

1.º, permitir a utilização pelos agentes económicos dos sectores agrícolas, florestal e silvo pastoril dos prédios rústicos e da componente rústica dos prédios mistos pertencentes ao Estado ou às autarquias locais, e ainda dos baldios nos termos da Lei dos Baldios;

2.º, facilitar o encontro entre a oferta e a procura de terras para fins de exploração agrícola, florestal e silvo pastoril, nomeadamente quanto às que são propriedade privada;

3.º, afetar à produção agrícola, florestal ou silvo pastoril as terras com aptidão para esses fins e que não estejam, em cada momento, afetas a tais produções, combatendo a sua não utilização;

4.º, criar melhores condições para o início de atividade de novos agricultores, nomeadamente dos mais jovens, promovendo o rejuvenescimento do tecido produtivo agro-florestal;

5.º, contribuir para o aumento da dimensão das explorações agrícolas, florestais e silvo pastoris, conferindo-lhes escalas de produção mais consentâneas com as reduções nos custos de produção, e para o aumento do seu grau de competitividade;

6.º, aumentar o volume e o valor da produção agroalimentar, florestal e silvo pastoril contribuindo assim para a sustentabilidade daqueles sectores;

E por fim, 7.º, contribuir para a identificação de terras abandonadas e para a recolha de informação relevante para a elaboração do cadastro.

Tudo isto para nós se deve fazer sempre de forma absolutamente voluntária, independentemente de quem seja o seu proprietário. Contudo, o modo de disponibilização dessas terras aos agricultores varia consoante a natureza privada ou pública da respetiva propriedade, princípio este que o diploma do PCP não prevê.

No caso de se tratar e terras de natureza privada, a bolsa de terras tem um papel essencialmente agregador da oferta, promovendo o conhecimento das terras disponíveis e facilitando o contacto entre os interessados, que celebram os contratos diretamente entre si.

No caso de se tratar de terras de natureza pública, a entidade gestora da bolsa de terras promove um processo transparente e objetivo de atribuição das terras de forma a garantir, dentro dos critérios definidos por lei, uma total igualdade de oportunidades.

Nós, CDS, queremos ir mais longe que o PCP pretendendo também a disponibilização de baldios na bolsa de terras, sendo que a sua cedência tem lugar nos termos previstos da Lei dos Baldios, permitindo assim a posse e gestão das correspondentes comunidades locais. Nestes casos, a disponibilização na bolsa de terras e a cedência a terceiros reger-se-ia pelas regras aplicáveis à disponibilização na bolsa de terras e a cedência das terras privadas, com as necessárias adaptações e sempre com os limites previstos na Lei dos Baldios.

Assim sendo e tendo em conta as claras e profundas diferenças na visão e forma como se deve implementar estas políticas de acesso à terra com fins agrícolas e silvícolas, importante, como é percetível, para gerarem emprego, combatendo o flagelo que tem dificultado e muito a vida das famílias nesta Região e que poderá também criar riqueza e que, inclusive, ajudará a equilibrar a balança comercial, reduzindo a importação dos produtos agrícolas.

Uma voz:- Muito bem!

O ORADOR:- Por todas estas razões o CDS continuará a bater-se pela sua proposta que, não temos dúvidas, vai de

uma forma mais completa e clara ao encontro do que deve ser feito nesta matéria, como instrumento político, e que, como agora se percebeu é sem dúvida, bem melhor do que aquela que o PCP apresenta.

Tenho dito. Obrigado. Aplausos do CDS/PP. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Rui Almeida tem a palavra. O SR. RUI ALMEIDA (PAN):- Obrigado, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, este projeto “Banco de terras” é um sinal dos tempos, mas isto é para quem a quiser ler. Já foi aprovada uma proposta de banco de terras pelo PSD e CDS na Assembleia da República, em dezembro de 2012, que não teve o apoio doutros partidos, nomeadamente por questões ligadas aos terrenos baldios. O sinal dos tempos

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que convinha perceber é que a governação de décadas conduziu a um desenvolvimento que negligenciou a ligação à terra, que desvalorizou a agricultura, que conduziu à estigmatização da própria atividade agrícola como matéria política e socialmente retrógrada. É, e foi um erro, esta política seguida.

E o PAN gostava que este projeto fosse aprovado e de preferência não como uma medida avulsa, mas fizesse parte dum desígnio regional, enquadrado numa compreensão da importância de reformar as mentalidades e a política também de apoio ao desenvolvimento do nosso sector primário e por esta via reformar este sector importante da nossa economia. Isto para que deixe de ser visto também como sendo de importância secundária.

E nós podemos inclusivamente ir mais além do que aqui que se propõe e concretizar a ideia da renaturalização das cidades, com os seus terrenos abandonados de que também já é sinal o facto de nós termos no Funchal hortas urbanas, isto permitiria também a reaproximação dos citadinos, das pessoas da cidade, da terra.

O PAN considera muito louvável esta iniciativa e vai votar a favor. Obrigado. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Vicente Pestana tem a palavra. O SR. VICENTE PESTANA (PSD):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, este diploma não é mais do que mais uma farsa do Partido Comunista. Como é sabido, já está legislado a nível nacional, e cujo parecer também foi aprovado aqui por esta Região por

unanimidade, esta questão da bolsa de terras. E, portanto, este diploma não é mais do que um oportunismo político por parte do PCP e também por parte do CDS, de uma ideia nacional em que o Governo e o Bloco de Esquerda apresentaram a iniciativa.

Portanto, e acho piada que o CDS venha agora acusar o PC de ir atrás de uma ideia do CDS, quando o CDS também apresenta aqui uma ideia que já existe a nível nacional, que já está aprovada, já existe a legislação sobre isso. E vem aqui falar do seu diploma e eu pergunto: se quando discutirmos o diploma do CDS, o PC também vai falar sobre o seu e o CDS o que é que vai dizer?

Ou seja, este diploma não tem qualquer validade, não tem qualquer utilidade, até porque, esta questão já está legislada e, como se não bastasse, este diploma não traz nada de novo.

Toda a oposição falou, falou, falou, não disse nada sobre o diploma e por uma razão muito simples: é que o diploma é zero! Não tem nada! Cria apenas um intermediário entre os arrendatários e mais nada.

Portanto, os Srs. Deputados não falaram sobre o diploma porque não havia nada a falar sobre ele, porque ele não tem nada de útil para a Região, nem acrescenta nada àquilo que já está legislado.

Portanto, neste aspeto não há muito para dizer, o PSD também não tem muito para dizer, porque o diploma não tem nada, apenas cria um intermediário, apoia os agricultores, nada, não existe nada no diploma, no seu articulado, nem sequer a referência a apoios aos agricultores e, portanto não há que perder tempo com este diploma.

Trata-se mais de um número do PC para a estatística e, portanto, não nos resta outra opção que não votar contra este diploma, que não passa de mais uma farsa por parte do Partido Comunista Português.

Burburinho. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Srs. Deputados, vou colocar à votação na generalidade o diploma que tem estado em debate. Submetido à votação, foi rejeitado com 24 votos contra do PSD e 12 votos a favor, sendo 5 do PS, 3 do PTP, 1 do

PCP, 1 do PND, 1 do PAN e 1 do MPT e 5 abstenções do CDS/PP.

Srs. Deputados, passamos ao ponto 2 da nossa ordem de trabalhos, com a apreciação da proposta de decreto

legislativo regional que “Aprova o regime da utilização, gestão e exploração dos bens de domínio público regional aeroportuário e procede à revisão do contrato de concessão com a ANAM, SA”, apresentada com

processo de urgência. Consta do seguinte: Sua Excelência O Senhor Presidente Da Assembleia Legislativa da Madeira Excelência O Governo Regional da Madeira vem requerer nos termos do artigo 233.º, 234.º n.º 1 e 235.º alíneas a), b) e d), do

Regimento da Assembleia legislativa da madeira, a apreciação, com Processo de Urgência, da proposta de Decreto Legislativo Regional, que “Aprova o regime da utilização, gestão e exploração dos bens de domínio público regional aeroportuário e procede à revisão do contrato de concessão com a ANAM, SA”, aprovado em Conselho de Governo de 27 de junho de 2013, com os seguintes requisitos:

a) Dispensa do prazo previsto no artigo 145.º; b) Dispensa de exame em comissão; c) Dispensa do envio à comissão para a redação final. Apresento a Vossa Excelência os meus cumprimentos, com toda a consideração O Presidente do Governo Regional da Madeira, Ass.: Alberto João Cardoso Gonçalves Jardim.- Vamos deliberar a urgência.

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E dou a palavra ao Sr. Deputado Roberto Vieira. O SR. ROBERTO VIEIRA (MPT):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, uma vez mais a Sra. Secretária está

ausente. Está ausente quando se vai falar de algo que é no fundo uma situação que é muito importante para a Região. E falo da questão da privatização da ANAM, privatização, essa, que sou completamente contra, pois a ANAM nas mãos dos privados, todos nós sabemos que a ANAM nas mãos dos privados será um desastre quer para os madeirenses, quer para a Madeira.

Essa privatização como referi nunca deveria acontecer, a Sra. Secretária ausente e vou disponibilizar alguns segundos para os Srs. Deputados meditarem em relação aos jardins da Sá Carneiro. Aos jardins abandonados da Sá Carneiro, cartão-de-visita postal a todos os milhares e milhares de turistas que nos visitam.

Burburinho.

Fala-se na ANAM, mas este tempo serve para denunciar esta situação pois a Sra. Secretária e o Governo Regional

fazem orelhas moucas a tudo aquilo que é apresentado e isto é apresentado em defesa do turismo, em defesa daqueles que nos visitam, em defesa da Madeira e dos madeirenses.

O Partido da Terra vai apresentar um voto de protesto e como todos sabem será discutido daqui a um ano em relação a esses jardins, irá pedir uma audição parlamentar ao Sr. Presidente da Sociedade de Desenvolvimento que levará um chumbo do PSD e apresentará um projeto de resolução que todos nós sabemos será chumbado nas comissões.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- Todos nós sabemos e aí o facto da Sra. Secretária ausente, os Srs. Deputados do PSD podem levar

esta preocupação, pois essa é a imagem negativa e de vergonha que a Madeira apresenta aos milhares e milhares de turistas que entram no porto do Funchal.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

O PAN deseja intervir? O SR. RUI ALMEIDA (PAN):- Sim, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Faz favor, Sr. Deputado.

O SR. RUI ALMEIDA (PAN):- Obrigado, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, só para referir a importância que esta matéria tem. Lamentar o facto da Sra. Secretária Regional Conceição Estudante não estar presente para discutir com os partidos da oposição esta matéria.

O SR. EDGAR SILVA (PCP):- Vocês iam construir um heliporto ali!

O ORADOR:- Obviamente que o facto de as alegações que aqui são feitas para transferir a gestão da ANAM para a

ANA,… Burburinho. …supostamente para reduzir as taxas no nosso aeroporto. É uma matéria de interesse para discussão e saber

exatamente porquê, e se a própria gestão pública não poderia fazer melhor na gestão do aeroporto. Vamos agora entregar aos privados, eu gostava de saber se realmente há garantias que nós vamos ter taxas competitivas para a Região?

Obrigado. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Hélder Spínola deseja intervir? O SR. HÉLDER SPÍNOLA (PND):- Sim, Sr. Presidente.

O SR. PRESDENTE (Miguel Mendonça):- Faz favor, Sr. Deputado, tem a palavra.

O SR. HÉLDER SPÍNOLA (PND):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, é caso para dizer ao ponto a que chegamos! Porque recordam-se com certeza que há algumas décadas que houve algumas pessoas nesta Região que até bombas puseram por aí para conquistar ao Estado um conjunto de poderes para a Região. Diziam eles que era por isso!

Ainda há pouco tempo também todos se recordam de ouvir o Sr. Presidente do Governo Regional a dizer ao povo: “Não vendam nada, não vendam nada, eles querem é que vendam!“. E ora, vem agora o Sr. Presidente do Governo Regional vender aquilo que a Madeira tem, nem é aquilo que ele tem, é aquilo que a Madeira tem, e chegam ao ponto de serem capazes de vender a própria mãe, caso o Governo Regional do PSD tivesse uma mãe.

Nós estamos na prática perante…

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O SR. ROBERTO VIEIRA (MPT):- É verdade!

O ORADOR:- …uma síndrome do padre Bonifácio “façam o que eu digo, mas não façam o que faço”.

Aparte inaudível do Sr. Roberto Vieira (MPT). E nós estamos perante também todo um desfecho que releva o quanto foi uma revolução de porcos que nós tivemos

aqui na Madeira, em que primeiro batem no peito a querer defender os madeirenses e a Madeira e agora simplesmente só se preocupam em safar os seus interesses.

Entretanto, entrou no Hemiciclo a Sra. Secretária Regional da Cultura, Turismo e Transportes (Conceição

Estudante).

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

PCP deseja intervir? O SR. EDGAR SILVA (PCP):- Sim, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Tem a palavra, Sr. Deputado.

O SR. EDGAR SILVA (PCP):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sra. Secretária, em primeiro lugar só uma nota relativamente ao “Banco de terras” anteriormente discutido, o PCP já não tinha tempo, uma vez que a sua intervenção e a discussão se tinha iniciado na Sessão anterior interrompida por decisão do PSD, que abandonou a Sala.

Mas em relação a esta questão do Banco do Terras, as declarações feitas pelo Sr. Deputado Vicente Pestana terão oportunidade depois de resposta aquando da discussão do projeto apresentado pelo CDS muito posteriormente apresentado e muito depois de aprovado o documento a nível nacional. Mas falaremos mais tarde sobre essa questão.

Em relação ao processo de urgência, duas questões em concreto, em primeiro lugar o processo de urgência: o processo de urgência em nosso entender merecerá o voto contra porque ao contrário do que sempre disse o Governo Regional que sectores estratégicos, infraestruturas, equipamentos estratégicos para a Região nunca seriam privatizados. O Presidente do Governo Regional, o Governo Regional do ponto de vista programático assumiu sempre perante a Madeira e os madeirenses que empresas e sectores estratégicos em condição alguma passariam para a mão de privados.

Eis! Que o Governo Regional ainda agora com processo de urgência vem dar o dito por não dito, vem o Governo Regional negar todo um património de compromisso com as populações, todo um património de compromisso estratégico, vitais, assumidos perante a Região.

E Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nós não estamos propriamente a tratar da alienação de um qualquer património, nós não estamos propriamente a falar da privatização de uma qualquer chafarica pública! Nós estamos a falar dum sector que sendo estratégico para um País, para uma qualquer região, mais estratégico e nós dizemos não apenas estratégico como vital e crucial para a sobrevivência para o desenvolvimento económico de uma região insular se trata quando se fala de aeroportos…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …nas ilhas, quando se tratam de aeroportos em regiões insulares distantes.

Ora, passar para a mão de privados os aeroportos das ilhas significa não só negar tudo quanto o Governo assumiu perante o povo e perante a Região, como significa alienar…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado. O ORADOR:- …fatores vitais para o futuro do desenvolvimento regional.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

PTP deseja intervir? A SRA. RAQUEL COELHO (PTP):- Sim, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Faz favor, Sra. Deputada.

A SRA. RAQUEL COELHO (PTP):- Obrigada, Sr. Presidente, Sra. Secretária, Sras. e Srs. Deputados, numa região

insular como a Madeira é essencial que o Governo tenha uma voz ativa na gestão dos aeroportos. Mas a Sra. Secretária Conceição Estudante só cá aparece para defender matérias deste género sob ameaça do PSD ficar a debater estas questões sozinhos no Plenário.

Infelizmente o Governo Regional tem seguido os passos do Governo na República em tudo aquilo que dá dinheiro vende, mesmo que isso não assegure os interesses estratégicos da Região e a ANAM foi um desses exemplos.

O processo de privatizações da ANAM deixou muito a desejar, foi negociado como se de um negócio privado se tratasse com o maior dos secretíssimos. E infelizmente foi necessário privatizar a ANAM para se baixar as taxas aeroportuárias. A gestão do aeroporto da Região Autónoma e as taxas cobradas, acordadas entre o Estado e o Banco

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Central Europeu, levaram que o nosso aeroporto fosse um dos mais caros da Europa. Uma vergonha para uma Região que vive do turismo e que tem à sua volta uma serie de aeroportos bem mais atrativos.

O Governo Regional novamente negociou muito mal com o Banco Central Europeu, mas a Europa também teve a sua quota-parte, exigiu taxas altíssimas colocando em situação de desigualdade a Região Autónoma da Madeira, relativamente, por exemplo, às Ilhas Canárias, deixando a Região numa situação pouco competitiva, aliás, não é á toa que nós estamos na falência total.

Muito obrigada. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sra. Deputada Raquel.

PS deseja intervir? O SR. CARLOS PEREIRA (PS):- Sim, Sr. Deputado.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Faz favor, Sr. Deputado Carlos Pereira.

O SR. CARLOS PEREIRA (PS):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, tem sido habitual neste parlamento, e nos

últimos tempos, uma crítica legítima ao líder do CDS-Madeira de ser uma espécie de flik flak, gira, ó flé, gira, ó flá, diz uma coisa hoje, outra coisa amanhã. Mas diga-se em abono da verdade que sendo essa crítica legítima o efeito e as consequências da atitude do Sr. Deputado José Manuel Rodrigues não são tão graves como as do Sr. Presidente do Governo. Isso quer dizer que a crítica que se faz ao Sr. Deputado José Manuel Rodrigues, presidente do CDS-Madeira, pode muito bem ser dirigida ao Sr. Presidente do Governo, mas como os efeitos e consequências muito mais graves para a Região Autónoma da Madeira porque está sentado na cadeira do poder e porque tem capacidades de liderança na Madeira tendo consequências diretas na vida do povo da Madeira.

Ora, eu falo sobre esta matéria porque é bom lembrar que há 4 anos a esta parte, o Governo da República por sinal, um Governo do Partido Socialista, manifestou total abertura para integrar a rede de aeroportos regionais na rede de aeroportos nacionais. Mostrou total abertura e a principal consequência dessa abertura era a redução das taxas aeroportuárias uma exigência há muito solicitada pelos empresários e pelos agentes na Região Autónoma da Madeira, lembro-me bem as palavras do Sr. Presidente e lembro-me bem as palavras da Sra. Secretária, lembro-me até da indiferença por uma matéria desta natureza, que nem teve nem debate nem sequer seguimento por parte do Governo Regional.

Ora, trazer hoje aqui um mau negócio para a Madeira, que falaremos dentro de pouco tempo, um mau negócio para a Madeira com um processo de urgência pondo em causa ainda por cima, uma matéria tão relevante como o aeroporto da Região Autónoma da Madeira e do Porto Santo, é de facto uma insensatez e, sobretudo, é pedir à Assembleia um voto de confiança, um assinar em branco de uma matéria de que os senhores do PSD, a Sra. Secretária Regional e o Sr. Presidente do Governo Regional já demonstraram há muito tempo que não têm nem credibilidade nem têm tido a competência necessária…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …para defender os interesses do turismo da Madeira. Veja só o que aconteceu com o contrato da

liberalização dos transportes aéreos! Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

CDS? O SR. LINO ABREU (CDS/PP):- Sim, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado Lino Abreu, faz favor, tem a palavra.

O SR. LINO ABREU (CDS/PP):- Sr. Presidente, Sra. Secretária Regional, Srs. Deputados, nós achamos que este

processo é urgente, mas falta aqui uma peça fundamental anexada a este projeto. Não é aceitável que a Sra. Secretária ponha aqui um projeto em votação sem ter em anexo o Acordo Quadro que

faz parte deste contrato! Não é aceitável, não conhecermos o acordo entre o Governo da República e a Região Autónoma da Madeira, porque estamos a discutir e vamos discutir o quê, Sra. Secretária?! Vamos discutir apenas meia dúzia de artigos que propõe para nós analisarmos e votarmos, sem conhecer o projeto em si, sem conhecer o contrato em si, onde tem todas as regras, onde tem tudo lá explanado, aquilo que irá acontecer nos próximos 50 anos?

Sra. Secretária, não é aceitável, e propomos 10 minutos de intervalo de modo a que seja capaz de trazer a esta Assembleia o contrato acertado e acordado entre o Governo da República e a Região Autónoma da Madeira.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- PSD deseja intervir? A SRA. NIVALDA GONÇALVES (PSD):- Sim, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Faz favor, Sra. Deputada Nivalda.

A SRA. NIVALDA GONÇALVES (PSD):- Sr. Presidente, …

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Apartes inaudíveis na bancada do CDS/PP. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sra. Secretária Regional do Turismo e Transportes em relação à urgência

deste diploma, este diploma que vem a esta Casa, permite concluir uma série de resoluções do Conselho de Ministros e do Governo Regional que permite a aprovação do regime de gestão e exploração do domínio público bem como à revisão do contrato de concessão.

E o que já foi aqui afirmado é falso, porque se não leram o diploma podem ler que o domínio público mantém-se na Região Autónoma da Madeira conforme o artigo 2.º.

Em relação à convergência tarifária também consta no diploma, e por isso Srs. Deputados este processo é urgente, porque permite concluir todo o processo que está em cima da mesa, e pelo menos tenham o cuidado de ler o diploma antes de fazerem afirmações nesta Casa.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sra. Deputada.

Sr. Deputado, para uma interpelação? Faz favor, tem a palavra. O SR. LINO ABREU (CDS/PP):- Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sra. Secretária, eu insisto em perguntar à Sra.

Secretária se tem consigo o contrato, o acordo quadro entre o Governo da República e a Região Autónoma da Madeira de forma a poder chegar aqui a todos os deputados, para termos de base esse acordo, pois sem esse acordo é impossível votar este projeto.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado não é interpelação à Mesa. Isso é uma questão, uma

questão colocada à Sra. Secretária que deve ser colocada no decorrer do debate, não é uma interpelação à Mesa, não se integra no artigo 88.º do Regimento. Peço desculpa mas não tem direito.

Srs. Deputados, vou colocar à votação a deliberação da urgência. Submetida à votação, foi aprovada com 29 votos a favor, sendo 24 do PSD e 5 do CDS/PP, 11 votos contra sendo,

6 do PS, 2 do PTP, 1 do PCP; 1 do PND e 1 do MPT e a abstenção do PAN. Está em discussão na generalidade. Sra. Secretária Regional tem a palavra, para uma intervenção. A SRA. SECRETÁRIA REGIONAL DA CULTURA, TURISMO E TRANSPORTES (Conceição Estudante):- Sr.

Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, A aprovação do Decreto Legislativo Regional que hoje se submete a esta Assembleia, integra um processo

complexo em que o Governo Regional se empenhou e no qual se reconhecem vantagens e benefícios para o futuro da Região.

Os compromissos que a Região assumiu ao assinar o Programa de Ajustamento Económico e Financeiro têm sido e, têm de ser necessariamente cumpridos, para que se alcancem as metas e os objetivos que nele se plasmaram.

No Programa de Ajustamento Economico e Financeiro, tal como é do vosso conhecimento, estabeleceu-se um plano de ação para a reestruturação do sector público empresarial da Região, processo que, aliás, se encontra em consonância com o programa de privatizações que o Estado Português tem vindo a desenvolver, a nível nacional, respondendo e cumprindo, dessa forma, às exigências decorrentes do Programa de Assistência Financeira acordado com a União Europeia, com o Fundo Monetário Internacional e com o Banco Central Europeu.

Assim, e no que à Região e ao sector aeroportuário concerne, ficou estabelecida a alienação do capital social detido pelo Governo Regional na ANAM.

No âmbito da privatização da ANA, os dois governos acordaram em integrar esta venda das ações, no contexto mais vasto, da revisão da concessão, da cessão da posição de concedente da Região ao Estado e da harmonização do atual contrato de concessão da ANAM, ao contrato de concessão da ANA.

Neste sentido, foi celebrado com o Estado um Acordo Quadro, do qual constam os princípios acima referidos - aprovado pela Resolução do Conselho do Governo Regional n.º 539, de 13 de junho de 2013 e pelo Estado Português, através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 38, de 6 de junho - e que servirá de suporte ao Contrato Administrativo que passará a orientar e regular as relações entre a Região e o Estado, nesta matéria.

A Resolução n.º 53/2013, de 31 de janeiro, que, nos termos do Decreto Legislativo regional n.º 37/2012/M, de 12 de dezembro, aprovou o Programa de Privatizações e Reestruturações do Sector Empresarial da Região Autónoma da Madeira, previra já a intenção de promover a alienação do capital social detido pela Região na ANAM, no total de 20%, o que foi entretanto autorizado pela Resolução do Conselho do Governo Regional n.º 540, de 13 de junho de 2013 e pela Resolução do Conselho de Ministros referida anteriormente.

O processo de alienação das ações detidas na ANAM ficou estabelecido na Resolução n.º 540/2013, de 13 de junho, a qual se consubstanciou na publicação, depois de aprovado do Decreto Regulamentar Regional n.º 11/2013, de 15 de julho.

Oportunamente, o Conselho do Governo Regional aprovará outra Resolução, que definirá o adquirente e o valor das 2.700.000 de ações detidas pela Região, assim como aprovará a minuta do contrato de compra e venda de ações, já aceite pela adquirente.

Fica assim apenas por regular a cessão ao Estado da utilização, gestão e exploração do domínio aeroportuário regional, da titularidade da RAM e a cessão ao Estado, da posição contratual da RAM no contrato de concessão celebrado com a ANAM, que se encontram plasmadas no Decreto Legislativo Regional ora sujeito a esta Assembleia.

Sr. Presidente, Senhoras e Senhores Deputados,

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Com a aprovação desta proposta de Decreto Legislativo Regional, o Governo Regional fica autorizado a assinar um Contrato Administrativo com o Estado para ceder a sua posição de concedente, mediante as seguintes garantias:

- A manutenção da titularidade dos bens de domínio público aeroportuário, que retoma, na totalidade, no final dos 50 anos da nova concessão. - A alteração do Contrato de Concessão da ANAM, compatibilizando-o com o novo Contrato de Concessão da ANA datado de dezembro/2012, garantindo-se o respeito pelas especificidades regionais e, durante a concessão, a sua audição no âmbito dos seus poderes. Como contrapartidas da posição de concedente, relevam-se as seguintes vantagens: - A obrigatoriedade de se verificar, no prazo máximo de 10 anos, uma convergência tarifária entre os aeroportos da Região e o aeroporto de Lisboa. - A obrigatoriedade da Região, no âmbito da concessão, ser sempre consultada no que respeita a matérias essenciais e do seu interesse específico. - A obrigatoriedade de qualquer alteração ao contrato de concessão entre o Estado e a ANAM ser precedida de parecer prévio vinculativo da Região, desde que incida sobre matérias do interesse específico regional, respeitantes, nomeadamente: - À suspensão ou encerramento das atividades em qualquer um dos aeroportos da Região. - À definição de critérios de fixação de tarifas para os aeroportos da Região. - À fixação de obrigações relativas ao desenvolvimento, manutenção, segurança e ambiente dos aeroportos da Região. - A arrecadação de uma receita líquida no montante total de € 80.000.000,00 (oitenta milhões de euros), valor ao qual não serão deduzidos os montantes referentes a financiamentos atuais contraídos pela ANAM. Este valor deverá ser pago no prazo de 30 dias após a data de assinatura do Contrato Administrativo. - A assunção, pelo novo concessionário, dos investimentos a desenvolver nas infraestruturas aeroportuárias da Madeira e do Porto Santo, sendo que os mais urgentes, as pistas do Funchal, do aeroporto da Madeira e do aeroporto do Porto Santo já se encontram aprovados em sede de Assembleia Geral da ANAM. - A partilha de receitas da concessão dos Aeroportos da Região, nos termos e condições previstas no Contrato de Concessão da ANA. Sr. Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, O Governo Regional negociou e garantiu as evidentes vantagens que enunciei que resultam deste acordo entre a

Região e o Estado Português. O valor acordado, a convergência das tarifas, a partilha de receitas futuras, a libertação das obrigações de

cumprimento decorrentes da dívida que a Região teria de assumir e os futuros investimentos que vierem a ser assumidos pelo novo concessionário, são mais-valias resultantes desta negociação.

Por outro lado, a integração dos Aeroportos da Madeira na rede nacional e o seu funcionamento integrado, permite a consequente convergência tarifária irá, certamente, traduzir uma maior competitividade da Região, conseguindo-se uma redução de taxas que dificilmente seria possível de concretizar com uma exploração isolada dos aeroportos da Madeira.

A aprovação deste Decreto Legislativo Regional permite-nos seguir em frente na concretização de um processo que é estratégico e estruturante para o desenvolvimento futuro e para a maior competitividade da Madeira.

O futuro da Região está também em causa nesta vossa apreciação, que se espera favorável. Muito obrigada. Transcrito do original.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado Sra. Secretária.

Sra. Deputada Isabel Torres tem a palavra. A SRA. ISABEL TORRES (CDS/PP):- Sr. Presidente, Sra. Secretária, o CDS entende que esta matéria é

demasiadamente importante para que possamos em consciência votar um diploma desta natureza sem ter acesso a mais documentação.

E, por isso, queríamos solicitar uma vez mais à Sra. Secretária, que nos facilitasse o Acordo Quadro que foi celebrado entre o Governo da República e o Governo da Região onde se encontram detalhadas as formas e aquilo que foi acordado, para que possamos ter mais elementos para avaliar e decidir em consciência uma matéria de tão grande importância para a Região.

Muito obrigada. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sra. Deputada.

Estão inscritos vários Srs. Deputados para pedidos de esclarecimento, e pergunto à Sra. Secretária se deseja responder em bloco ou deputado a deputado?

A SRA. SECRETÁRIA REGIONAL DA CULTURA, TURISMO E TRANSPORTES (Conceição Estudante):- Em

bloco. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Deseja responder em bloco.

Sr. Deputado Carlos Pereira tem a palavra, faz favor. O SR. CARLOS PEREIRA (PS):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sra. Secretária Regional, eu por acaso até

vou facilitar a vida ao Governo Regional. Eu acho que o Grupo Parlamentar do Partido Socialista já tem informação suficiente sobre esta matéria para dizer

que o que está aqui em cima da mesa é um mau negócio para a Região Autónoma da Madeira, aliás, um péssimo

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negócio para a Região Autónoma da Madeira. E temos informação suficiente designadamente com a leitura da resolução do Conselho de Ministros 38/2013, é muito clara. E é muito clara e tem que ser especificada neste Parlamento e clarificada neste Parlamento.

O Governo Regional vendeu a ANAM por 1 euro, por 1 euro, a empresa vale 1 euro, foi esse o valor que vendeu à ANAM. Mas o Governo Regional cedeu a soberania dos aeroportos da Madeira e esta é que é a questão, cedeu a soberania dos aeroportos da Madeira ao Governo da República, esse Governo que permanentemente o Sr. Presidente do Governo Regional hostiliza e que coloca a Madeira numa situação difícil e periclitante, cedeu por 80 milhões de euros e por 50 longos anos. Este é o negócio!

Mas há mais, aquilo que é a grande vantagem deste negócio que tem sido explorado a torto e a direito pela Sra. Secretária Regional e que tem sido de forma cínica informado os senhores empresários que a coisa está resolvida, é uma convergência tarifária Srs. Deputados, que dura 10 anos, 10 anos, Sra. Secretária.

Ora, nós há 4 anos atrás apresentamos um decreto legislativo regional nesta Assembleia com o acordo do Governo da República de que a integração da rede de aeroportos regionais sem perda de soberania nos aeroportos nacionais, levaria à redução das taxas aeroportuárias imediata. A Sra. Secretária não quis saber deste assunto! O Sr. Presidente do Governo insultou o Governo da República! E agora vem com o argumento do Plano de Ajustamento Económico e Financeiro que por acaso, Sra. Secretária, nós também não concordamos, que por acaso Sra. Secretária, nós também não assinámos, que por acaso Sra. Secretária foi os senhores do Governo Regional e a Sra. Secretária incluída, que pediram esse Plano de Ajustamento Económico e Financeiro. Esse argumento pode colocar aos Srs. Deputados do PSD, …

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …não cola aos Deputados do PS.

E, portanto, Sra. Secretária há muita coisa para explicar neste processo e convenhamos não precisamos de mais dados. Os dados que estão em cima da mesa são suficientes para dizer este decreto é uma fraude aos madeirenses, e isto a ser assim, terá naturalmente o voto contra, e de forma decisiva do PS.

Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Faz favor, Sr. Deputado Lopes da Fonseca. O SR. LOPES DA FONSECA (CDS/PP):- Sr. Presidente.

A bancada do CDS/PP através de um requerimento oral gostaria de ter o Acordo Quadro, solicitar à Sra. Secretária que nos possa distribuir em anexo tal como estava previsto, o Acordo Quadro, sem estes elementos o CDS não tem condições de poder discutir este diploma.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado, pode ajudar a Mesa a integrar, porque também é um

regimentalista ilustre, a integrar a sua intervenção num normativo regimental? Dizer qual é a norma regimental que, de facto, acolhe esta sua intervenção?

O SR. LOPES DA FONSECA (CDS/PP):- Um requerimento à Mesa.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Não tem bem a forma de um requerimento, mas vou pôr à votação,

como se fosse um requerimento. Submetido à votação, foi rejeitado com 23 votos contra do PSD e 18 votos a favor, sendo 6 do CDS/PP, 6 do PS, 2

do PTP, 1 do PCP; 1 do PND, 1 do PAN e 1 do MPT. Sr. Deputado Hélder Spínola. O SR. HÉLDER SPÍNOLA (PND):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, Sra. Secretária, antes de mais gostaria de lhe dar as boas vindas e sublinhar a importância de estar cá, mas dizer que não basta estar cá é preciso trazer os elementos necessários à discussão deste diploma.

Todos nós nos lembramos aqui a alguns meses que as negociações da venda do domínio aeroportuário e da parte do Governo Regional ou da Região na ANAM estavam nestes termos: falava-se de uma venda por 60 milhões de euros mais 5 anos até obtermos taxas aeroportuárias iguais às que são praticadas em Lisboa. Ou seja, vendíamos por 60 milhões de euros e tínhamos até daqui a 5 anos, até 2017 ou deixávamos de ter em 2017 o aeroporto mais caro da mais caro da Europa.

Ora, agora recentemente a história mudou, em vez dos 60 milhões de euros passamos a vender por 80 milhões de euros, mas em contra partida parece que o Governo Regional cedeu na questão do período de convergência, porque agora já se fala em 10 longos anos. Ou seja, o Governo Regional vendeu por 20 milhões de euros 5 anos em que vamos ter que viver com o aeroporto mais caro da Europa!

O Governo Regional pesou o custo que estes 5 anos de extensão para obtermos essas convergências tarifárias no aeroporto, o custo que este período tem para a competitividade do turismo…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …aqui na Região? E do custo que tem para os madeirenses?

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Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Obrigado, Srs. Deputados vamos fazer o intervalo.

Eram 11 horas.

INTERVALO O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Srs. Deputados, já dispomos de quórum, vamos reiniciar os nossos

trabalhos. Eram 11 horas e 35 minutos. E dou a palavra ao Sr. Deputado Edgar Silva para um pedido de esclarecimento, faz favor. O SR. EDGAR SILVA (PCP):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sra. Secretária, o Governo Regional em matéria de questões estratégicas fortes e aeroportos não acerta uma, não dá uma para a caixa!

Foi o que aconteceu em relação à reestruturação, à prometida reestruturação portuária nos anos 80, é o que se sabe! Foi a ampliação do aeroporto em 2000 com todos os milagres, operações milagrosas que daí iam resultar para o turismo e para a competitividade da Região, é o que temos visto!

É tudo quanto V. Exa. prometeu, o Governo prometeu relativamente à liberalização das ligações aéreas, é o que se conhece, é o que se sabe!

E agora vem o Governo prometer que à conta da privatização dos aeroportos, da entrega a privados por 50 anos, a contar de 14 de dezembro de 2012, este diploma até terá efeito retroativo, 50 anos a contar a partir de dezembro de 2012, mas vem prometer a competitividade. Qual é o grande rebuçado? É que vamos ter maior competitividade do turismo, o doce que é oferecido para enganar os parolos, é de que vamos ter à boleia de tudo isto, uma convergência tarifária a concretizar no prazo de 10 anos dos aeroportos da Região com o aeroporto de Lisboa.

Ora, Sra. Secretária, como é que essa competitividade vai ser garantida quando à conta apenas desta possibilidade ao longo de 10 anos haver convergência tarifária, quando a competitividade dos aeroportos nacionais, face a Espanha é de um desequilíbrio confrangedor, qualquer, a generalidade dos aeroportos em Espanha e daqueles que competem diretamente connosco, do ponto de vista turístico, têm uma capacidade competitiva, quer pelo tipo de capacidade operacional, pelo tipo de taxas que apresentam, têm uma capacidade que, do ponto de vista competitivo, é completamente desequilibrada relativamente à nossa. E quando em turismo…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado. O ORADOR:- …em Espanha o IVA é substancialmente mais baixo, quando há vários destinos turísticos que têm

como política isenção completa de taxas, isso aconteceu em alguns aeroportos de Canárias, na Grécia e em tantos outros lugares. Nós o que pretendemos não é garantir uma competitividade tal que nos permitia ir muito mais além do que Lisboa.

O patamar da competitividade, o patamar mais alto é uma equiparação àquela que é a taxa à convergência tarifária praticada no aeroporto de Lisboa.

Sra. Secretária, de que modo fundamenta o Governo e que estudos tem para demonstrar que apesar de todos estes fatores desvantajosos, isto vai garantir maior capacidade competitiva ao destino turístico Madeira por esta via?

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado.

Sr. Deputado Lino Abreu. O SR. LINO ABREU (CDS/PP):- Sr. Presidente, Sra. Secretária, Srs. Deputados, já percebemos que a Sra.

Secretária recusa-se determinantemente trazer a este parlamento o Acordo Quadro que está por base este projeto que, pões aqui em cima da mesa de todos nós, para obrigar-nos a aprovar.

Sra. Secretária está a ocultar dados que são importantes em qualquer análise de um projeto destes. Estamos a falar de um projeto, não estamos a falar de um projeto qualquer, estamos a falar de um projeto importantíssimo que põe em causa os transportes aéreos daqui a 50 anos.

Gostávamos de saber todos os critérios, todas as razões que levam o Governo Regional a aprovar este acordo. Por isso mesmo, tenho aqui 3 ou 4 questões que gostaria de saber, não sei se está nesse tal acordo que recusa-se a entregar aqui neste Parlamento e que uma delas é o seguinte: houve alguma preocupação entre o Governo da República, a ANA, a ANAM e o Governo Regional com os atuais 307 funcionários que a ANAM tem neste momento? Está nesse acordo, nesse quadro de acordo esta preocupação? Vão se manter os mesmos direitos? Vão se manter as mesmas regalias? Vão se manter os mesmos contratos? Essa é a primeira dúvida.

Também a segunda dúvida, Sra. Secretária: é se a ANA vai se comprometer a manter a promoção e o sistema de incentivos que era levado a cabo pela ANAM até este momento, a Sra. Secretária sabe e muito bem, num valor de 1,3 mil milhões de euros por ano, que eram os incentivos que a companhia, que a ANAM dava às diversas companhias pela promoção turística que muito ajudava e que muito comparticipava na divulgação, de modo a aumentar o tráfego de passageiros na Região Autónoma da Madeira. A minha pergunta é a seguinte: vai se manter esta promoção? Há um valor estipulado para estas promoções?

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O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- Terceira pergunta, Sra. Secretária: Qual foi o método de avaliação destes 80 milhões de euros? Qual

foi o método que teve por base esta avaliação dos 80 milhões? A não ser que haja nesse tal acordo e que também nós somos obrigados a não conhecer.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Peço que conclua, Sr. Deputado.

O ORADOR:- Já termino, Sr. Presidente.

Porque bem me recordo, há pouco mais de 1 mês, a Sra. Secretária dizia publicamente no jornal de Negócios, que a sua previsão seria os 100 milhões, agora vejo…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):-

Muito obrigado, Sr. Deputado, já excedeu muito o seu tempo. O ORADOR:- …que os 80 milhões são o suficiente!

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Roberto Silva. O SR. ROBERTO SILVA (PSD):- Sr. Presidente, Sra. Secretária, Srs. Deputados, a Sra. Secretária fez aqui

referência a algumas vantagens que este acordo terá para a Região, referiu concretamente a questão da convergência tarifária, acima de tudo referiu também que a Região será sempre consultada em matérias relevantes, referiu também o parecer prévio que será vinculativo.

Em relação ao aeroporto do Porto Santo, ainda esta semana, e durante o fim-de-semana, já foram levantadas algumas questões por parte dos partidos da oposição, e concretamente o Partido Socialista, que diz que não conhece o acordo, mas que já sabe que vai haver despedimentos, que já sabe que o aeroporto do Porto Santo, o horário de funcionamento será reduzido e outras coisas mais. A pergunta que eu faço Sra. Secretária é e tendo em conta que há este parecer prévio que é vinculativo que vai ser sempre ouvida nesta questões, eu gostaria de deixar aqui a minha preocupação e acima de tudo dizer que em relação ao Porto Santo, a situação do Aeroporto tem que ser vista dentro de uma estratégia fundamental para o desenvolvimento da Ilha, não esquecer a questão também das evacuações e a questão que eu pergunto é a seguinte: se neste momento já há alguma situação concreta em relação a estes casos que eu referi?

Deixar também aqui, o reconhecimento por parte do Partido Social-democrata em relação à resolução do problema da repavimentação da pista de Porto Santo. Os partidos da oposição levantaram durante muitos anos esta questão, tivemos um Partido Socialista na República que nunca se preocupou com o aeroporto do Porto Santo, hoje felizmente essa situação está resolvida. E, quando essa situação esta resolvida, o que é que os partidos da oposição dizem: viram a sua estratégia para outras questões que tem a ver com a quantidade do alcatrão ou quem vai fornecer esse mesmo alcatrão!

Portanto, era importante deixar aqui esta nota, e acima de tudo os porto-santenses terem consciência que estes partidos da oposição, a única preocupação que têm é “levantam a lebre”, mas para resolver os problemas, a preocupação é mínima, preferem sim, intoxicar a opinião pública, com outras questões que não tem nada a ver com os interesses do Porto Santo.

Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado José Manuel Coelho. O SR. JOSÉ MANUEL COELHO (PTP):- Obrigado, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Exma. Sra. Secretária,

eu queria perguntar a V. Exa. acerca dos taxistas aqui da nossa Região Autónoma: quando é que V. Exa. vai intervir para combater a concorrência desleal que grassa naquele sector, que são as carrinhas AV a fazerem serviço de táxi?

Eu gostava que V. Exa. esclarecesse também a concorrência desleal que é aqueles triciclos que agora vão circular no Funchal, que vêm roubar mais serviço aos nossos taxistas.

E também gostava que V. Exa. esclarecesse qual o motivo que os taxistas da Madeira e Porto Santo têm que levar os táxis duas vezes a exame? Quando o carro já tem mais de 7 anos, tem que levar anualmente duas vezes os carros a exame para engordar os bolsos do Sr. António Henriques nas inspeções daqui da Madeira, porque na realidade os taxistas são vítimas das políticas criadas por V. Exa. Gostava que esclarece estes assuntos.

Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sra. Secretária, dispõe de 14 minutos para responder, aos pedidos de esclarecimento formulados pelos Srs. Deputados.

A SRA. SECRETÁRIA REGIONAL DA CULTURA, TURISMO E TRANSPORTES (Conceição Estudante):- Muito

obrigada, Sr. Presidente. Sras. e Srs. Deputados, eu vou começar a responder às questões que me foram colocadas, penso até pela ordem

de… dando alguma prioridade.

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E começaria pela questão do Acordo Quadro, que foi colocada em primeiro lugar pela Sra. Deputada Isabel Torres. O Acordo Quadro não é um documento secreto, nem é um documento mistério.

Aparte inaudível de um Sr. Deputado.

O documento Quadro foi aprovado praticamente em simultâneo, não exatamente no mesmo dia, mas foi aprovado

pelo Governo da República e pelo Governo Regional, é um documento que regula apenas ao nível dos princípios, as intenções das duas entidades e que terá que ser plasmado sucessivamente em documentos com valor legal.

O Acordo em si é apenas um acordo de parceiros. O Acordo de parceiros, chamo a atenção, porque no que diz respeito ao Governo Regional a sua publicação não foi feita, mas pode ser sempre consultada e não tenho problema nenhum em facultar o Acordo Quadro. Mas chamo a atenção para o seguinte: o que estamos hoje aqui a aprovar não é o Acordo Quadro, é já um diploma que decorre e que plasma parte ou a grande maioria dos aspetos considerados no Acordo Quadro.

E para exemplificar e para de alguma forma desmistificar o mistério que se tem colocado nesta Casa à volta do Acordo Quadro, permitir-me-ia referir-me à resolução do Conselho de Ministros que é a contrapartida nacional da nossa resolução e que refere exatamente quais são…

Aparte inaudível do Sr. Lino Abreu (CDS/PP). Oh! Sr. Deputado, ainda bem que tem aí! O SR. LINO ABREU (CDS/PP):- Uma lei, uma lei…!

A ORADORA:- Eu não vou lê-lo! Eu vou dizer que esta resolução transmite e se os Srs. Deputados se se derem ao

trabalho… O SR. LINO ABREU (CDS/PP):- O Acordo está aqui!

A ORADORA:- Sr. Deputado posso falar? Eu não o interrompi, agradecia a mesma cortesia.

Eu refiro e estou-me a dirigir concretamente à questão colocada, que efetivamente parte do que aqui está já consta naturalmente deste diploma. Há matérias que já estão consignadas nas resoluções do Governo que dizem respeito à venda das ações da ANAM. Há dois processos, e eu gostaria de deixar isto aqui de alguma forma esclarecido, este é um processo complexo e que tem duas, digamos assim, dois vetores, um diz respeito à privatização das ações e só disso se trata, não se trata da privatização dos aeroportos da Região. Nós estamos a falar da venda de 20%, que é o total das ações possuídas pelo Governo Regional na empresa ANAM. Esta empresa já hoje é detida pela ANA a 80%, uma vez que o Estado já vendeu os seus 10%. 80% da ANAM neste momento ainda empresa pública são da ANA, os 20% da Região são do Governo Regional.

Há um processo que faz parte do acordo e que não consta deste diploma que diz respeito à competência específica do Governo Regional e não da Assembleia, e que vai permitir que o Governo e essas resoluções e o decreto legislativo regional que eu citei na minha intervenção vão permitir a venda das ações, os 20% da Região à ANA. Desta maneira a ANA passa a ser a detentora de todo o capital social da empresa. Esta operação na nossa perspetiva traz várias vantagens se enquadrada no processo mais abrangente da cessão da posição de concedente do Governo Regional no que processo de integração do aeroporto e que são dois processos paralelos. O Governo para poder assinar o contrato administrativo com o Estado, que viabiliza a cedência da sua posição, a cessão da sua posição de concedente carece da aprovação desta Assembleia. Não o pode fazer por resolução, por isso é que elaborou este decreto legislativo regional, mas que tem em paralelo toda uma outra série de intervenções que eu procurei elencar de uma forma relativamente clara, e admito que seja complexa.

O Acordo Quadro trata das duas matérias, trata da venda das ações e do seu processo e não carece de estar plasmado neste diploma. E trata da regulação da passagem para o Estado da posição de concedente agindo em nome e pela Região, agora para o futuro durante 50 anos, de maneira que possa harmonizar por um lado o contrato de concessão que neste momento existe um contrato de concessão para a ANA, um contrato de concessão para a ANAM, num quadro regulatório completamente distinto que também será necessário harmonizar e daí que o Estado também esteja neste momento a alterar o diploma que estabelece o regime regulatório dos aeroportos do País, de maneira que os aeroportos da Região sejam pelos mesmos abrangidos.

Aliás, a Assembleia pronunciar-se-á sobre esse diploma brevemente, da mesma forma que o Governo já o fez. E portanto, o que está aqui para ser aprovado é um decreto legislativo regional que permita ao Governo ceder a sua

posição de concedente num contrato de concessão com a ANA, da ANAM que eventualmente será da ANA. E permitir que além dessa cessão da posição que seja autorizado o Governo a conceder ao Estado a prerrogativa do domínio do exercício da gestão do domínio público, que continua e eu sublinho, continua a ser domínio público regional. Nós não estamos a entregar os aeroportos da Região a nenhuma entidade privada, nem sequer estamos a entrega-los ao Estado, estamos a autorizar que o Estado dentro de determinadas condições e salvaguardadas as nossas especificidades e salvaguardadas aquelas que são as exigências que já constam deste diploma possa exercer em nome da Região a posição de concedente perante um único concessionário que haverá e que será a ANA.

Portanto, penso que é este aspeto que importava esclarecer porque se estava aqui a elaborar ou a tentar dizer que se estava a privatizar os aeroportos. Não estamos a privatizar os aeroportos, estamos a vender ações que não constam sequer deste diploma, porque isso é um processo da competência do Governo Regional. Estamos aqui a autorizar, a pedir autorização do Governo para ceder a sua posição de concedente e ao mesmo tempo autorizar a renovação do contrato de concessão da ANAM.

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Como os Srs. Deputados terão lembrados, o contrato de concessão da ANAM vigoraria até 2033, desta forma são acrescidos cerca de mais 31 anos e é uma nova concessão na nossa perspetiva, até porque o quadro regulador se altera substancialmente. E é em função dessa duração e aproveito para responder a uma questão que me foi colocada posteriormente, é em função da duração desta nova concessão que se acrescenta valor que permite atribuir a quantia de 80 milhões à Região, contando a perspetiva e os estudos que estão feitos de viabilidade e de estudos económicos do negócio destes aeroportos ao longo do novo prazo de concessão, porque os aeroportos da Madeira todos nós penso que não ignoramos que os aeroportos da Madeira neste momento ou a ANAM enquanto gestora dos aeroportos da Madeira não tem um valor positivo. A avaliação que foi feita e que foi refeita o ano passado não dá um valor positivo, dada o peso da dívida que está comprometida, que aliás, dívida essa que veio onerar a dívida da Região, no que diz respeito às contas públicas. Temos várias vantagens que eu procurei elencar, uma das quais também passa por essa dívida sair da dívida regional.

Relativamente, ainda a outras questões, eu gostava de referir que, o Sr. Deputado Carlos Pereira, mencionou aqui uma proposta do Governo Socialista para a integração dos aeroportos na rede nacional. Sr. Deputado, essa proposta era apenas uma frase, uma intenção, porque o sistema e a regulação e todo o processo que era necessário existir nunca foi elaborado, nunca foi considerado, nem nunca foi presente ao Governo Regional!

Estamos neste momento perante um processo, que para chegar a bom termo, veja os passos que tiveram que ser dados até agora, e aqueles que ainda terão que ser, quer no que diz respeito ao processo regulatório, quer no que diz respeito à questão da gestão dos aeroportos em rede! E o Governo Socialista de uma forma simplista dizia, vamos integrar os aeroportos, e depois logo se vê! Com que regime? Com que natureza de empresa? Nada disso foi clarificado e nada disso podia ser entendido como uma proposta séria, uma proposta para ser levada em frente. Não podia ser Sr. Deputado, e não foi! Não foi, porque não se desse atenção, se calhar foi porque se deu, demasiada atenção e se viram de facto que as condições que era necessário reunir nunca foram reunidas, além disso o Governo Socialista mudava de ideias relativamente ao modelo da concessão, ao prazo da concessão e ao modelo relatório, eu não diria todos os dias, mas quase todos os meses!

Relativamente, aos funcionários que é uma questão que deste a primeira hora, o Governo Regional deu a maior atenção, eu devo dizer que a relação laboral que existe neste momento é naturalmente entre a empresa que é a ANAM e os seus funcionários. Não é entre o Governo Regional e os funcionários da ANAM.

No entanto, há uma preocupação do Governo que, aliás, encontra eco no próprio texto do contrato de concessão da ANA, de que os direitos dos trabalhadores serão salvaguardados, e eventualmente, poderá até haver benefícios na medida em que, ao passar a ser o contrato da ANA adaptado à Região há eventualmente algumas vantagens porque os contratos serão compatibilizados, e no caso atual há situações que são mais favoráveis no contrato da ANA relativamente ao da ANAM.

E em qualquer circunstância todas essas questões mais técnicas e de detalhe serão tratadas naturalmente ao nível da revisão do contrato de concessão da ANAM, que terá que ter em conta, e terá certamente, as especificidades regionais, aliás, como se diz neste diploma que aqui hoje é presente.

Outra questão que foi levantada, é o sistema de incentivos, eu devo dizer que o sistema de incentivos à promoção turística da ANAM, é transplantado, digamos assim, é idêntico quele que já vigora hoje na ANA.

E, portanto, não é um sistema específico, distinto do da ANA e haverá certamente por parte de uma empresa, que é uma empresa comercial, e que nem é uma empresa pública, uma tónica muito mais intensa e mais vocacionada para os aspetos comerciais e para a criação de maior riqueza e maior competitividade do aeroporto.

E tenho a certeza que isso irá acontecer, e mais, estará assegurada a contabilização destes objetivos, com os objetivos da estratégia regional em matéria de promoção.

A avaliação, eu já me referi brevemente à questão dos 80 milhões e vou retomar essa questão, ela tem a ver com os planos de negócios…

Aparte inaudível do Sr. Edgar Silva (PCP). …elaborados pela ANA relativamente ao aeroporto da Madeira e não se deverá esquecer que aos 80 milhões que

serão pagos ao Governo Regional após a assinatura do contrato administrativo, não devemos esquecer que existe a não exigência dos 30 milhões correspondentes à dívida da Região por conta dos 20% da ANAM, que corresponde à dívida da ANAM neste momento perante os compromissos com os seus credores.

E, portanto, estamos a falar não apenas de 80 milhões, mas de 110 milhões, são 80 mais 30 que não serão exigidos ao Governo.

Finalmente, a questão do aeroporto do Porto Santo, o aeroporto do Porto Santo, a questão, eu penso que é uma questão intocável, a das evacuações, será sempre e necessariamente assegurada seja qual for a modalidade, seja qual for o sistema de funcionamento, as possibilidades de alteração do funcionamento do aeroporto terão que passar aquelas que não tiverem no contrato de concessão, e essas mesmo neste momento serão apreciadas e o contrato só será assinado depois das especificidades serem tidas todas em linha de conta, quaisquer alterações terão necessariamente e obrigatoriamente objeto de consulta do Governo Regional na altura, em que o concessionário…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sra. Secretária.

A ORADORA:- …esteja presente.

E terminei também a minha intervenção. Sr. Presidente, muito obrigada. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sra. Secretária.

Um requerimento da autoria do Grupo Parlamentar do CDS/PP.

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Consta do seguinte: Requerimento

Ao abrigo das disposições regimentais, o Grupo Parlamentar do CDS/PP requer a baixa à comissão competente da proposta de decreto legislativo regional que “Aprova o regime da utilização, gestão e exploração dos bens de domínio público regional aeroportuário e procede à revisão do contrato de concessão com a ANAM, SA”, por um período de 5 dias, para apreciação e votação da especialidade.

Funchal, 16 de julho de 2013 O Grupo Parlamentar do CDS/PP Ass.: Lopes da Fonseca.- Submetido à votação, foi rejeitado com 24 votos contra do PSD e 18 votos a favor, sendo 6 do CDS/PP, 5 do PS, 3

do PTP, 1 do PCP, 1 do PND, 1 do PAN e 1 do MPT. Para uma intervenção tem a palavra, o Sr. Deputado Roberto Vieira. O SR. ROBERTO VIEIRA (MPT):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, antes de iniciar a intervenção fazer um

convite à Sra. Secretária para visitar a Avenida Sá Carneiro, nomeadamente entre a rotunda de Sá Carneiro e a rotunda do porto do Funchal para se indagar da vergonha que é apresentada diariamente aos nossos turistas, falo nos jardins que ali estão e que ali existem ao abandono.

Em relação a esta proposta é uma proposta como já foi dito nesta Casa, não deveria ser discutida porque o acordo não está na mão da oposição, os deputados da oposição não têm matéria para poder discutir um acordo. E se há falta de acordo é que há falta ou poderá haver falta de lealdade por parte do Governo em relação ao mesmo! Têm medo que a gente consiga ver coisas menos boas neste acordo.

A verdade é que sem elementos não podemos discutir, há uma ocultação de dados, uma ocultação pode ser perigoso, quer para a Madeira, quer para os madeirenses.

Aparte inaudível de um Sr. Deputado. A verdade, não, mas é verdade, há aqui uma ocultação, há um medo, um medo atroz da gente saber qual é a

marosca que existe neste acordo. Ou este Governo tem como objetivo privatizar e privatizar, privatizar porquê? Hoje o PSD sente que a maioria já era, o tapete começa a sair debaixo dos pés e possivelmente o Governo também não se sabe se já era! E então aqui o Governo tenta segurar, vendendo a pataco e a papo-seco aquilo que é património dos madeirenses, entregando a privados aquilo que é dos madeirenses, e isso é injusto, e é uma fraude eleitoral perante aqueles que votaram no PSD.

Nós não compreendemos, não aceitamos, não aceitamos e agora o PSD apresenta-se com esta benesse, com esta entrega da ANAM, e depois vem dizer é para pagar a saúde dos madeirenses, esse dinheiro será canalizado para os madeirenses para a saúde, brincar com a saúde. Muito bem, ainda bem que vai diretamente para a saúde porque se passar nas mãos de alguns senhores do PSD, o dinheirinho já era!

Esse dinheirinho já era, nem para a saúde ia! Ainda bem que vai para a saúde, mas não usem a saúde para fazer esta aldrabice aos madeirenses. Esta é uma

aldrabice feita na cara dos madeirenses, é uma traição àqueles que votaram em V. Exa.. O SR. VICTOR FREITAS (PS):- Muito bem!

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado José Manuel Coelho. Sr. Deputado dispõe de 1 minuto. O SR. JOSÉ MANUEL COELHO (PTP):- Obrigado, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, enquanto a Marilyn Monroe madeirense está aqui a discutir nesta Casa, a delapidação do património da Região da ANAM, eu queria trazer aqui à tribuna de honra, um assunto importantíssimo, que é dar voz aos trabalhadores da rede de padarias “Bom Pão”, trabalhadores esses que têm 7 meses de ordenados em atraso, férias do ano passado de 2012 por tirar, folgas já trabalhadas sem receber, e ameaças de encerramento dos postos de trabalho.

O nosso partido que é um partido solidário, um partido dos trabalhadores usa estes escassos minutos que nós temos direito no uso da palavra para a defesa dos seus interesses, para apresentação da sua luta e dos seus anseios, que o nosso partido é um partido de causas é a voz daqueles que não têm voz.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sra. Deputada Isabel Torres. A SRA. ISABEL TORRES (CDS/PP):- Muito obrigada, Sr. Presidente.

Sra. Secretária, Srs. Deputados, eu vi que a Sra. Secretária teve a preocupação de nos explicar que afinal aquele Acordo Quadro não seria tão importante quanto a importância que nós estaríamos a dar.

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Contudo, e apesar das suas explicações, nós continuamos a entender que seria muito benéfico se nós tivéssemos acesso a esse documento, e que pudéssemos fazer uma análise mais detalhada e mais consciente sobre esta matéria, que é de grande interesse para a Região.

Sra. Secretária deixe-me perguntar, se a Sra. Secretária se revê no artigo 4.º no ponto n.º 2 do artigo 4.º que diz “O contrato de concessão ANAM, a ser alterado pelo Estado, deve incluir cláusulas com o objetivo de acautelar, pelo menos, os seguintes interesses específicos da RAM:

A obrigatoriedade de se verificar, no prazo máximo de 10 anos, uma convergência tarifária entre os aeroportos da RAM e o aeroporto de Lisboa…”, Sra. Secretária quem nos garante que esta convergência tarifária se fará, por exemplo, ao 9.º ano? Ou 10,º ano? Ou 8.º ano? Ou seja, não está aqui salvaguardado uma vez que o horizonte temporal é de 10 anos, não está aqui nada salvaguardado, que essa redução e essa convergência tarifária, se faça num espaço de tempo mais curto, que seria muito mais benéfico.

E portanto, digamos, um pressuposto lato com o horizonte temporal de 10 anos e nós ficamos sem saber quando é que é efetivamente um dos principais benefícios deste procedimento que é termos taxas mais favoráveis, quando é que esse benefício vai ser auferido por todos nós, e por quem nos visita? Este é um aspeto muito importante Sra. Secretária, o limite de 10 anos pode ser ao 10.º ano.

Eu gostaria que a Sra. Secretária se pronunciasse sobre isto, para saber se revê sobre este ponto que aqui está do artigo 4.º do ponto n.º 2?

Muito obrigada. Vozes do CDS/PP:- Muito bem!

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sra. Deputada.

Sr. Deputado Lino Abreu. O SR. LINO ABREU (CDS/PP):- Sr. Presidente, Sra. Secretária Regional, continuo sem saber se existe ou não, ou

se existiu, ou não, a preocupação dos 307 trabalhadores? Se vai continuar a existir a promoção que a ANAM tinha sobre as companhias aéreas? Continuo sem saber!

E, Sra. Secretária, a mim preocupa-me é a forma como chegou a estes 80 milhões de euros. Não sei qual foi o cálculo destes 80 milhões de euros. Por que não 100 milhões? Por que não 120 milhões? Nós não sabemos quais foram os critérios de avaliação.

E, Sra. Secretária, faço-lhe uma pergunta: o acordo que teve por base esta negociação tem dois momentos, um que é a alienação dos 20% da participação imediata da ANAM e o outro, Sra. Secretária, que nada tem a ver e quanto a nós até podia ficar mais para a frente no fim da concessão, que é o contrato da concessão, porque não negociar apenas os 20%? Porque não negociar apenas e tão-só a participação dos 20% e deixar a negociação para 2033? Porque não negociar a concessão quando a Madeira tiver outra capacidade de negociação? Hoje a Madeira não tem qualquer capacidade de negociação!

Por isso mesmo é que aceita a qualquer preço a negociação proposta pelo Governo da República dos 80 milhões! Quando a Sra. Secretária há pouco mais de um mês pretendia 100 milhões de euros e achava que ainda era pouco! Agora, um mês depois a ANAM está em saldo! Aceita 80 milhões, aceita no mesmo contrato, no mesmo dia, sem sabermos quais são os critérios, sem saber quais são os pressupostos a concessão por mais 50 anos! Quando eu pergunto, porque não negociar apenas a participação dos 20% e não deixar a concessão quando a Região tiver outra pujança, quando a Região tiver outra capacidade negocial, quando a Região tiver outra posição para poder negociar?

O SR. VICTOR FREITAS (PS):- Muito bem!

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Carlos Pereira, faz favor, tem a palavra. O SR. CARLOS PEREIRA (PS):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sra. Secretária Regional, há duas

questões que são muito importantes serem esclarecidas aqui, a primeira é as contradições deste processo, quer seja do Governo Regional, quer seja da Sra. Secretária. Eu quero perguntar muito claramente à Sra. Secretária, o que é que aconteceu nos últimos 2 anos para uma mudança tão radical de opinião do seu Governo e da própria Sra. Secretária Regional?

Vou ler as respostas da Sra. Secretária dadas a uma entrevista a um diário local sobre esta matéria da integração, o título, aliás, é sugestivo, “o governo não aceita integração na rede dos aeroportos nacionais”, mais decisivo do que isto era impossível! Mas, mais, a Sra. Secretária explica porque que não aceita independentemente de haver papel ou não haver papel, como a Sra. Secretária explicou, porque que não aceita? Eu devo dizer que estou de acordo. Não aceita pelas seguintes razões, diz assim: “A Região Autónoma da Madeira perde definitivamente o seu papel regulador e poder regulador económico concretamente da definição das taxas aeroportuárias e outros, fica ainda como único responsável pelos investimentos da manutenção e criação de infraestruturas de acesso aos aeroportos da Região, assim como pelos investimentos em matéria de sustentabilidade ambiental, a ANAM perderia ainda as suas competências ao nível da promoção e dos incentivos de rotas específicas de interesse para o turismo regional, responsabilidade que passaria para o Estado e a ANA, e não para aqueles que o Governo Regional considerasse como fundamentais no âmbito da sua aposta na diversificação da economia e do mercado.

O Governo Regional não abdica dos seus direitos de concessionária e decisor de questões estruturantes e estratégicas como esta.” Ponto final, Sra. Secretária. Ou seja, a Sra. Secretária hoje diz exatamente ao contrário do que disse há 2 anos atrás! Mas fez mais, a Sra. Secretária disse mais, a uma pergunta sobre se o Governo Regional pretende reforçar a sua posição, a Sra. Secretária diz exatamente isto diz: “interessa-nos reforçar a posição enquanto

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concedente e num futuro contrato temos que salvaguardar a capacidade de interventiva do Governo Regional”, o que a Sra. Secretária disse hoje é ao contrário do que diz aqui, mas ainda disse mais, disse que sobre as taxas aeroportuárias que são a questão fundamental que a Sra. Secretária apresentou como determinante para isto, diz assim: as taxas aeroportuárias nem sequer são o grande problema do desenvolvimento do turismo, nem foram relevantes no crescimento do turismo entre 2007 e 2008”.

Ora, Sra. Secretária Regional, isto é o chorrilho de contradições, isto é memória política que todos nós temos que ter. É preciso que haja aqui argumentos sólidos, suficientes e consistentes para explicar o que é que se passou de 2011 para 2013, para a mudança ser completamente total e da noite para o dia! Não entendemos! Isto são as suas palavras, não são as nossas!

Mas mais, esta proposta de decreto legislativo regional tem muitas fragilidades, a primeira delas e de alguma forma foi aqui referida tem a ver com a convergência tarifária em 10 anos. Independentemente de ser 10 anos ou ser 15, nem sei porque é que é 10, podia ser 5, 4, aqui, não se percebe muito bem isto, a questão de fundo e que me preocupa seriamente é que isto está num decreto legislativo regional, nem sequer está no Decreto-lei! Há uma proposta de Decreto-lei que vem à comissão para dar parecer e que ainda não vou dada, que pura e simplesmente não há nenhuma referência, Sra. Secretária, nenhuma referência à convergência tarifária!

A questão que se coloca é: ela é apenas uma ideia da cabeça da Sra. Secretária e do Governo Regional ou isso está estabelecido com o Governo Regional? E a questão é: porquê 10 anos? Esta convergência tarifária tem que ser feita imediatamente. Porquê 10 anos? Isto não tem nenhum sentido! O que é que demos em troca? O que é que recebemos em troca para uma convergência tarifária desta dimensão? Que do nosso ponto de vista é de facto absolutamente inadmissível.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sra. Deputada Nivalda Gonçalves, faz favor, tem a palavra. A SRA. NIVALDA GONÇALVES (PSD):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, sobre este debate aqui, eu

gostaria de lembrar que nem uma palavra se ouviu aquando da aplicação dos 80 milhões de euros no pagamento ao SESARAM?!

Burburinho geral. Protestos na bancada da oposição. Ou estou enganada, ou isso já não é importante para o CDS?! Parece que passaram imenso tempo a falar no

SESARAM nesta Casa, mas quando efetivamente se negoceiam verbas para entrar no orçamento do SESARAM, uma área sensível, e que todos aqui gostam de apregoar, neste debate, já não é importante.

E mais, muitos falaram na altura da inclusão da dívida da ANAM na dívida da Região, mas hoje não falam que essa dívida será retirada com esta operação, Srs. Deputados.

E por isso aqueles que quiseram incluir a totalidade da dívida da ANAM mesmo sabendo que a Região só tinha 20% de participação social nessa empresa, hoje também estão calados, e os Srs. Deputados, sabem bem que fizeram disso, um choradinho nesta Casa.

Em relação aos documentos que foram aqui apresentados, eu gostaria de lembrar que estamos a aprovar um diploma que vai permitir ao Governo Regional e ao Governo da República assinar o contrato administrativo e esse sim, tem a validade e será publicado e terá a validade, porque é um contrato e por isso este diploma, permite a celebração desse contrato com o Estado.

Em relação à concessão, eu gostaria só de relembrar, já foi dito aqui pela Sra. Secretária, que a concessão já estava dada a ANAM até 2033, por isso nós estamos aqui a dar novamente mais 50 anos, já era um processo que decorria!

E em relação à propriedade é claro no diploma que mantemos o domínio público aeroportuário da RAM, e não estamos a vender o aeroporto como aqui tentamos passar essa mensagem.

Em relação às matérias essenciais também estão plasmadas que irá haver consulta ao Governo Regional, inclusive, por parecer vinculativo, que muitas vezes os pareceres não são vinculativos, e este está plasmado neste diploma.

E por isso, acrescentar também que conseguimos aqui uma partilha de receitas futuras entre a Região e o Estado que não estava sequer prevista e por isso, haverá também aqui um potencial de crescimento de partilha de receitas, daquilo que são os movimentos nos aeroportos da Madeira e do Porto Santo.

Em relação às dúvidas que o Sr. Deputado Lino Abreu colocou à Sra. Secretária, Sr. Deputado tenho a lamentar porque a Sra. Secretária estava a lhe responder e o Sr. Deputado Lino Abreu estava ao telefone,…

Aparte inaudível do Sr. Lino Abreu (CDS/PP). …a Sra. Secretária disse que em relação ao sistema de incentivos e se quiser eu posso repetir irá se aplicar o

sistema de incentivos que já é igual ao da ANA. Em relação aos trabalhadores está plasmado no contrato de concessão da ANA e também será celebrado os mesmos direitos…

Aparte inaudível do Sr. Lino Abreu (CDS/PP). …porque está no quadro, e por isso o Sr. Deputado quando fizer uma pergunta no mínimo tenha respeito por

aqueles que lhes respondem, e em relação aos valores inclusive, Sr. Deputado, também a Sra. Secretária respondeu-

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lhe que além dos 80 milhões é assumido 30 milhões do valor da dívida e por isso dá 110 milhões, não faça essa confusão propositada porque sabe que isso não corresponde à verdade.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Srs. Deputada.

A Sra. Secretária deseja intervir, faz favor, tem a palavra. A SRA. SECRETÁRIA REGIONAL da CULTURA, TURISMO E TRANSPORTES (Conceição Estudante):- Muito

obrigada, Sr. Presidente. Eu gostaria só de concluir esta minha intervenção hoje aqui na Assembleia, para dizer que, reforçar a ideia de que

não há qualquer, não haveria sequer qualquer necessidade nem há qualquer intenção de ocultar o acordo, simplesmente ele não foi anexo a este decreto legislativo, porque não fazia sentido, ele está anexo a uma resolução do Governo e não faz sentido, porque a validade de tudo o que estiver no acordo passa por estar plasmado no decreto legislativo ou passa por estar plasmado em decreto regulamentar das resoluções do Governo.

Portanto, o acordo não é lei, o acordo vinculará senão a Região e a República relativamente aos atos que tem que praticar durante este processo.

Relativamente à questão da convergência tarifária, eu queria apenas referir aqui um aspeto, nós estamos a falar dum aspeto que vai ser naturalmente analisado numa perspetiva comercial de quem vem gerir o aeroporto, estamos a falar de uma empresa privada cujo objetivo será necessariamente criar as melhores condições de competitividade e de negócio para aquilo que está a fazer.

O prazo que aqui está considerado é um prazo máximo, nada impede que ao nível da futura concessionária dos aeroportos da Madeira, essa decisão não seja tomada no prazo que pode até ser de 1 ano. Portanto, está apenas aqui considerado o prazo máximo e não o prazo mínimo e deixamos isso à consideração de uma empresa que certamente terá todo o interesse em criar as melhores condições, quer no que diz respeito à sua presença no mercado enquanto empresa exploradora do aeroporto, quer no que diz respeito a outro aspeto que já foi aqui referenciado e que tem a ver com a sua própria promoção como entidade comercial.

A questão que o Sr. …já não sei bem qual foi o Sr. Deputado que colocou, de negociar a concessão no fim do atual prazo, penso que foi o Sr. Deputado Lino Abreu, esta questão criaria durante os próximos anos e até ao ano 2033, uma situação impossível, porque o regime regulatório, que permite, e isto de alguma forma tem a ver com aquilo que eu já disse ao Sr. Deputado Carlos Pereira, nós não podemos ter dois regimes regulatórios e ter uma integração em rede.

A regulação nos aeroportos nacionais para que eles funcionem em rede tem que ter apenas uma, não podem ter um regime regulatório na Madeira e um regime regulatório nos outros aeroportos que são concessionados com a mesma empresa, mas que tem um funcionamento com regras completamente distintas, isso é uma impossibilidade prática, Sr. Deputado.

Portanto, não fazia qualquer sentido estar à espera durante mais 20 anos para fazer uma coisa que se pode fazer imediatamente e com inegáveis vantagens, porque é precisamente o funcionamento em rede que nós podemos tirar benéficos, porque o funcionamento em rede permite derramar os lucros dos aeroportos mais rentáveis por aqueles que não são.

E nós temos uma situação aqui, que é uma situação muito concreta do aeroporto do Porto Santo que será sempre uma situação a ter em conta quando se trata de análise de resultados.

Relativamente à minha entrevista, Sr. Deputado Carlos Pereira, eu devo dizer que aquilo que disse e aquilo que garanti neste acordo que foi feito, e destes diplomas e no contrato de concessão, Sr. Deputado. O que não havia na altura era qualquer garantia do Governo de então, para que esses aspetos fossem todos salvaguardados, porque a proposta que contivesse todas aquelas questões que eu levantei: de garantir a soberania da Região, de permitir a intervenção da Região em qualquer momento em que as circunstâncias fossem alteradas, não foram nunca garantidos pelo Governo que então fez a sua proposta e nós mantemos exatamente a mesma posição e foi isso que levou os 6 meses da negociação até agora e que neste momento se garante através de todos os documentos que irão ser elaborados.

E Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu concluiria aqui, dizendo que espero a aprovação do diploma, porque ele, de facto, traduz-se numa melhoria efetiva e em muitos benefícios e vantagens para a Região.

Muito obrigada. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Srs. Deputados não havendo mais inscrições, vou colocar à votação na

generalidade o diploma, que tem estado em debate. Submetido à votação, foi aprovado com 24 votos a favor do PSD e 11 votos contra, sendo 5 do PS, 3 do PTP, 1 do

PND, 1 do PAN e 1 do MPT e 8 abstenções do CDS/PP. Srs. Deputados, vamos entrar agora na discussão na especialidade. Duas propostas que incidem sobre o mesmo artigo e sobre a mesma alínea, o mesmo número, uma do CDS/PP e

outra do PS, reportam-se à alínea a) do n.º 2 do artigo 4.º. Vamos discuti-las em conjunto, pois reportam-se ao mesmo artigo e à mesma alínea e vamos votá-las em separado.

Constam do seguinte: Proposta de substituição

Artigo 4.º, ponto 2.º alínea a) a) A obrigatoriedade de se verificar, no prazo máximo de 10 anos, uma convergência tarifária entre os aeroportos da

RAM e o aeroporto de Lisboa, sendo que 50 por cento dessa convergência é efetuada nos primeiros 3 anos, tendo presente a receita regulada média máxima aplicável a este último, nos termos previstos na concessão ANA;

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O Grupo Parlamentar do CDS/PP. Ass.: Isabel Torres, Lino Abreu, Teófilo Cunha, Luísa Henriques Gouveia, Martinho Câmara.- Proposta de alteração

Artigo 4.º, ponto 2.º alínea a) (…), no prazo máximo de 2 anos, na convergência tarifária (…) O Grupo Parlamentar do PS-M Ass.: Carlos Pereira.- Está em discussão. Sr. Deputado Hélder Spínola. O Sr. HÉLDER SPÍNOLA (PND):- Muito obrigado, Sr. Presidente.

Nós acabamos de discutir e votar uma proposta sem os elementos necessários para que os madeirenses soubessem efetivamente o que é que está a ser aqui discutido ou o que é que foi aqui aprovado.

Nós efetivamente, e eu questionei a Sra. Secretária, sobre a questão da convergência tarifária que é um aspeto fundamental e a Sra. Secretária não conseguiu responder a essa pergunta.

Quando nós aceitamos esperar 10 anos para que a Madeira passe a não ser ou a não ter o aeroporto mais caro da Europa, nós estamos decididamente a abrir mão de um instrumento de competitividade que é fundamental para o turismo.

Aparte inaudível do Sr. Edgar Silva (PCP). Quando nós há pouco tempo falávamos não de 10 anos para essa convergência, mas apenas de 5, estamos

portanto,… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o seu tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …aqui a ver claramente que o Governo Regional vendeu, …

Aparte inaudível do Sr. Edgar Silva (PCP). … a convergência tarifária para ter dinheiro fresco, agora, para poder usar. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sra. Deputada Isabel Torres. A SRA. ISABEL TORRES (CDS/PP):- Muito obrigada, Sr. Presidente.

Sra. Secretária, Sras. e Srs. Deputados, apesar da explicação da Sra. Secretária quanto à questão que eu coloquei sobre o horizonte temporal de 10 anos para a convergência das taxas, o CDS, entende que a posição estaria melhor salvaguardada se constasse a seguinte proposta, que é a proposta do CDS e que essa obrigatoriedade se deveria verificar no prazo máximo de 10 anos uma convergência tarifária, sendo que 50% dessa convergência é efetuada nos primeiros 3 anos, tendo presente a receita regulada média máxima aplicável a este último, nos termos previstos na concessão da ANA.

Acontece que a Sra. Secretária disse que isso seria depois do interesse de quem viesse a explorar, portanto, e que seria a parte comercial a determinar os preços mais competitivos. É um facto que isso poderá acontecer Sra. Secretária, mas também compete-nos salvaguardar para que isso seja assegurado, ainda que o futuro concessionário possa até decidir antecipar este prazo, mas pelo menos nós ficávamos com a garantia que no prazo de 3 anos as taxas eram reduzidas 50%, Sra. Secretária.

Creio que aqui os nossos interesses e aquele objetivo primeiro, que era tornar o aeroporto mais competitivo, de acordo com o que consta até no preâmbulo do diploma que estamos aqui, agora, e que acabamos de votar, poria essa condição mais realizável e com maiores garantias que fosse concretizada num prazo o mais breve possível que todos nós ansiamos.

E creio que esta nossa proposta vai precisamente nesse sentido. Muito obrigada. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sra. Deputada.

Sr. Deputado Carlos Pereira. O SR. CARLOS PEREIRA (PS):- Sr. Presidente, Sra. Secretária, eu gostaria de dizer o seguinte: o objetivo principal

apresentado pelo Sra. Secretária e pelo Governo Regional para este negócio, não foi cumprido. Quando se diz que a convergência tarifária será feita em 10 anos, isso significa o falhanço da negociação. E o que

nós propomos tendo em conta que isto não está totalmente clarificado é que isso seja completamente alterado a bem dos madeirenses.

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Repare, Sra. Secretária, disse há bocadinho e volto a repetir, o Decreto-lei 254/2012 de 28 de novembro que vai ser alterado para integrar a rede regional não tem nenhuma referência à convergência tarifária, não tem nenhuma referência, essa referência está no decreto legislativo regional, o que nos deixa ainda mais desconfortáveis.

Portanto, a questão de fundo é esta: está tido em aberto para alterar essa negociação, a não ser que a Sra. Secretária e o Sr. Governo Regional tivessem negociado nas costas dos madeirenses como sempre fazem. E se foi assim, e se vieram cá apenas para que nós possamos passar um cheque em branco para as asneiras que têm cometido ao longo dos anos sobre questões estratégicas da Madeira, nós não fazemos.

E, portanto, a proposta que fazemos é imediatamente uma revisão desse negócio, dessa abordagem e dessa alínea que fez no eventual contrato sem autorização do povo da Madeira para uma convergência de 2 anos que me parece absolutamente normal, isso sim, e não 10 anos que é obviamente uma eternidade e que põe em causa o turismo da Madeira.

Vozes do PS:- Muito bem! Muito bem!

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado José Manuel Coelho. O SR. JOSÉ MANUEL COELHO (PTP):- Obrigado, Sr. Presidente.

Sras. e Srs. Deputados, ainda há pouco o Sr. Deputado Hélder Spínola referiu na sua intervenção acerca da venda da convergência tarifária. A Sra. Deputada, Vice-presidente daqui desta Casa, Dra. Isabel Torres, a tal Sra. Dra. dos dois ordenados, falou no aeroporto mais competitivo.

Eu já agora aproveitaria que o aeroporto mais competitivo da Madeira é o do Porto Santo, que é onde o Sr. Jaime Ramos e filhote vão vender alcatrão para alcatroar a pista.

O SR. JAIME FILIPE RAMOS (PSD):- Então era isso!

O ORADOR:- Porque o que interessa a estes amigos, a estes senhores é o lucro imediato, é meter alcatrão na pista

e meter milhões ao bolso. E depois nas horas vagas o Sr. Jaime Ramos vem insultar os seus pares, chamar palavrões, dizer os piores impropérios.

Ainda há pouco eu passei junto ao Sr. chefe do Grupo Parlamentar do PSD, ele disse mais uma carga de palavrões, mas não me consegue ofender, porque eu estou imune a tudo o que sai daquela boca indigna para fora. Mas quando houver o dia do juízo que está muito breve, Cristo vai agarrar no Jaime Ramos e no filho e vai lançar nas labaredas eternas, onde vão ser consumidos pelo fogo eterno, onde haverá pranto e ranger de dentes,…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Está completamente fora da discussão, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …que esses senhores são ímpios, homens ímpios, só querem o seu dinheiro e o seu lucro, encher a

barriga à custa da miséria… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Acabou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …e da pobreza dos madeirenses, meus amigos.

Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado Jaime Ramos.

O SR. JAIME RAMOS (PSD):- Nos termos regimentais, para usar a defesa da honra.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Faz favor.

O SR. JAIME RAMOS (PSD):- E lamento que a Mesa autorizasse que o Sr. Deputado usasse esta intervenção para

atacar deputados e não se falar unicamente naquilo que estava definido. De qualquer das formas o Grupo Parlamentar do Partido Social-Democrata já está habituado a este tipo de

linguagem da oposição… Aparte inaudível de um Sr. Deputado. Risos.

…em particular por um senhor que é um funcionário da extrema direita, foi funcionário do Partido Comunista, vive à

custa do partido da extrema direita e viveu à custa do Partido Comunista. O Sr. Deputado está imune, está! Está imune, senão estava preso! O Sr. Deputado já foi condenado tantas vezes

por aldrabices, por injúrias, por acusações falsas, e fá-lo permanentemente e com a conivência do Diário de Notícias e com o jornalista que aqui está hoje do Diário de Notícias, que convosco tem conivência devido à sua ligação ao Bloco de Esquerda.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, está feito, e digo que o Sr. Deputado não tem qualquer tipo de personalidade e de qualidade para estar nesta Casa, mas está devido ao apoio que teve do Partido Comunista e da extrema-direita nesta Casa.

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O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Faz favor, Sr. Deputado. O SR. JOSÉ MANUEL COELHO (PTP):- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, perante estas declarações do Sr.

Jaime Ramos, elas valem o que valem. O Sr. Jaime Ramos insulta todos os deputados desta Casa da oposição e com isso ainda ganha prestígio lá fora, porque as pessoas a ouvirem através da comunicação social os insultos que ele dirige aos seus pares, dizem: Ah! Aquilo é tudo uma Casa de loucos, aquilo é tudo a mesma coisa, aquilo são todos iguais, aquilo é tudo farinha do mesmo saco! Mas na realidade nós não somos farinha do mesmo saco.

Os madeirenses têm que deixar de votar no PSD, para que não tenham um deputado tão mal criado como temos nesta Casa. Um deputado que até intimida o Sr. Presidente da Assembleia! O Sr. Presidente tem medo dele!

Eu, ainda me lembro aqui a uns meses atrás, que eu chamei fascista a V. Exa. lembra-se? O Sr. Deputado disse: Ponham na rua, ponham o Sr. Deputado na rua! Ele que chama palavrões aqui dos mais iníquos, dos mais…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Foi uma má ideia. Foi uma má ideia!

O ORADOR:- V. Exa. não chama a polícia para pô-lo na rua! Devia de ter essa coragem, chamar a polícia e pôr o

Sr. Deputado Jaime Ramos na rua. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Sr. Deputado acabou o tempo, acabou o tempo.

O ORADOR:- Ele tem que limpar a língua! Tem que ser um homem digno, não usar palavrões indignos de serem

usados nesta Casa! … Aparte inaudível de um Sr. Deputado. Porque, como o Sr. Presidente chamou a polícia, chamou portanto, os seguranças para me porem na rua… O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- São águas passadas! São águas passadas!

O ORADOR:- …também devia pô-lo na rua! Ele só diz palavrões!

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- São águas passadas, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …não é usar dois pesos e duas medidas!

A SRA. RAQUEL COELHO (PTP):- Não interessa!

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Já ultrapassou muito…

O ORADOR:- …porque o Sr. Presidente é…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- São águas passadas!

O ORADOR:- …forte com os fracos e fraco e com os fortes…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Pronto!

O ORADOR:- … e isso é muito mau para a imagem de V. Exa!

Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- É a sua opinião, e eu respeito a sua opinião!

Srs. Deputados, vamos votar as propostas. E votamos em primeiro lugar a proposta de alteração da autoria do CDS, foi a primeira que entrou, proposta de alteração à alínea a) n.º 2 do artigo 4.º.

Submetida à votação, foi rejeitada com 25 votos contra do PSD e 13 votos a favor sendo, 8 do CDS/PP, 3 do PTP, 1

do PND e 1 do PAN e 6 abstenções, sendo 5 do PS e 1 do MTP. Srs. Deputados, vamos votar a segunda proposta de alteração à alínea a) n.º 2 do artigo 4.º, da autoria do partido

Socialista. Submetida à votação, foi rejeitada com 25 votos contra do PSD e 11 votos a favor sendo, 5 do PS, 3 do PTP, 1 do

PND, 1 do PAN e 1 do MPT e 8 abstenções do CDS/PP.

Srs. Deputados, passamos às propostas de alteração ao artigo 4.º n.º 2 da autoria do CDS/PP, e à proposta de

alteração do n.º4 do artigo 4.º do PS. Vamos discuti-las em conjunto e votar em separado. Constam do seguinte:

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Proposta de substituição Artigo 4.º n.º 2 alínea c) c) (i) À suspensão ou encerramento das atividades em que qualquer um dos aeroportos da RAM, designadamente os

que respeitam aos aturais horários de operacionalidade; Ass.: Isabel Torres, Lino Abreu, Teófilo Cunha, Luísa Henriques Gouveia, Martinho Câmara.- Proposta de adenda de um ponto 4 ao artigo 4.º Cabe à RAM a decisão relativa a matérias do interesse específico da Região, em particular: (i) a suspensão ou encerramento das atividades em qualquer um dos aeroportos da RAM; (ii) a definição de critérios de fixação de tarifas para os aeroportos da RAM materiamente diversos dos definidos na

concessão ANA e acordados nos termos de política de convergência tarifária; (iii) a fixação de obrigações relativas ao desenvolvimento, manutenção, segurança e ambiente dos aeroportos da

RAM substancialmente diversos dos definidos na concessão ANA para os restantes aeroportos públicos nacionais. O Grupo Parlamentar do PS-M Ass.: Carlos Pereira. Estão em discussão. Sr. Deputado Lino Abreu, faz favor tem a palavra. O SR. LINO ABREU (CDS/PP):- Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sra. Secretária, como nós não conhecemos o

Acordo Quadro e temos algumas dúvidas, propusemos a esta Assembleia esta proposta que fixa as obrigações relativas ao desenvolvimento, manutenção, segurança e ambiente dos aeroportos da Região, substancialmente diversas nas definidas da concessão da ANA para os restantes aeroportos públicos nacionais, sendo que as obras de repavimentação das pistas e aerogares são sempre e deveriam ser sempre da responsabilidade da concessionária.

É isso que nós pretendemos, que não é bem claro neste projeto. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado.

Sr. Deputado Carlos Pereira, faz favor, tem a palavra. O SR. CARLOS PEREIRA (PS):- Sr. Presidente, o Partido Socialista considera que é uma tristeza o que se está a

passar na Madeira a ver a entrega a torto e a direito daquilo que são bens públicos dos contribuintes da Madeira. É muito triste assistir a isto e este ponto 4.º é mais um dado que demonstra isso mesmo e nós consideramos é que a

decisão de determinadas matérias estruturantes para a Madeira deve caber à Região Autónoma da Madeira, deve caber ao Governo Regional que na altura estiver a presidir os destinos da Madeira na defesa do interesse da Madeira, e não esperar um parecer para esta questão, até porque esta matéria está legislada num decreto legislativo regional e não num Decreto-lei, o que também nos deixa muito fragilizados relativamente a esta matéria.

E, portanto, tem que se alterar isto, tem que se alterar completamente, anular a alínea c) do n.º 2 do artigo 4.º, porque isso é os tais pareceres e introduzir uma alínea que, e concede novamente à Região a capacidade de poder ter na mão esse poder que é absolutamente essencial para uma Região como a Madeira.

Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Rui Almeida. O SR. RUI ALMEIDA (PAN):- Obrigado, Sr. Presidente.

Qual é a lógica dos operadores privados? É fazerem a gestão para terem um maior lucro possível. Eu não creio que se deva passar logo à partida um atestado de incompetência na gestão pública, mas já que isto vai

passar aqui por este hemiciclo com os votos a favor da bancada do PSD, gostava realmente que ficasse explícito, não se vá fazer novamente contratos em que vá ser o Estado a pagar parte das obrigações como acontece nestes contratos que foram feitos nas parcerias público ou privadas, que fique claro que realmente é o concessionário ou a concessionária da responsabilidade dela fazer a repavimentação, portanto, não me choca que isto fique bem explícito no contrato.

O PAN vai votar a favor. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Sr. Deputado José Manuel Coelho. O SR. JOSÉ MANUEL COELHO (PTP):- Obrigado, Sr. Presidente…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Não tem tempo, não tem tempo.

O ORADOR:- Diga.

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O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Não tem tempo.

O ORADOR:- Nem sequer 15 segundos?!

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Diz-me aqui o Sr. Secretário da Mesa que já esgotou o seu tempo.

Esgotou, esgotou o seu tempo. Srs. Deputados, temos mais duas propostas, uma da autoria do Partido Socialista e outra da autoria do CDS/PP. Constam do seguinte: Artigo 4.º n.º 2 alínea c) É eliminada a atual alínea c) do n.º 2 do artigo 4.º O Grupo Parlamentar do PS-M Ass.: Carlos Pereira.- Proposta de substituição Artigo 4.º n.º 2 (iii) À fixação de obrigações relativas ao desenvolvimento, manutenção, segurança e ambiente dos aeroportos da

RAM substancialmente diversas nas definições na concessão ANA para os restantes aeroportos públicos nacionais, sendo que as obras de repavimentação de pistas e aerogares são sempre da responsabilidade da concessionária;

Ass.: Isabel Torres, Lino Abreu, Teófilo Cunha, Luísa Henriques Gouveia, Martinho Câmara.- Estão em discussão as duas em conjunto e depois vamos votar as 4 separadamente. Algum dos Srs. Deputados quer intervir? Faz favor de se inscreverem. Sr. Deputado Lino Abreu. O SR. LINO ABREU (CDS/PP):- Sr. Presidente, não queremos qualquer alteração no que toca ao encerramento de

qualquer atividade em qualquer dos aeroportos da Região, designadamente no que respeita aos atuais horários de operacionalidade.

Não queremos qualquer intervenção da ANA no que toca a possibilidade de haver alteração sem consentimento da Região Autónoma da Madeira, especialmente o aeroporto do Porto Santo, que como todos nós sabemos já houve intenção de alterar os atuais horários, pondo em causa o desenvolvimento e de todas as pessoas que lá vivem.

É esta garantia que gostaríamos que se mantivesse neste acordo, acordo esse que pode lá estar esta cláusula e esta necessidade, mas o que é facto é que nós não conhecemos o Acordo Quadro que pretendíamos conhecer e por isso mesmo levantamos estas questões e o nosso sentido de voto só é abstenção, porque nós não conhecemos o atual Acordo Quadro que devia estar aqui neste projeto, apresentado pelo Governo.

Aparte inaudível de um Sr. Deputado.

Hoje todos nós, isso é a vossa bancada que vai dar um cheque em branco, vão ser tratados como pessoas que não

são capazes de ler o Quadro acordado, o Quadro de apoio acordado, e por sua vez negociado com o Governo Regional e o Governo da República…

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- …por essa razão vamos votar no sentido de abstenção.

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Muito obrigado, Sr. Deputado.

Temos 4 propostas de alteração ao artigo 4.º que serão votadas da seguinte maneira: Primeiro, a votação do artigo 4.º n.º 2, alínea c), uma proposta de eliminação tem prioridade sobre as outras

propostas, é da autoria do PS. Submetida à votação, foi rejeitada com 24 votos contra do PSD e11 votos a favor, sendo 5 do PS, 3 do PTP, 1 do

PND,1 do PAN e 1 do MPT e 6 abstenções do CDS/PP.

Segunda proposta de alteração ao artigo 4.º n.º 2 alínea iii) da autoria do CDS/PP. Submetida à votação, foi rejeitado com 24 votos contra do PSD e 9 votos a favor, sendo 8 do CDS/PP e 1 do PAN, e

10 abstenções, sendo 5 do PS, 3 do PTP, 1 do PND e 1 do MPT.

Terceira proposta de alteração ao artigo 4.º n.º 2 alínea c) da autoria do CDS/PP. Consta do seguinte:

Artigo 4.º n.º.2 alínea c) c)

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i) À suspensão ou encerramento das atividades em que qualquer um dos aeroportos da RAM, designadamente os que respeitam aos atuais horários de operacionalidade;

O Grupo Parlamentar do CDS-PP Ass.: Isabel Torres, Lino Abreu, Teófilo Cunha, Luísa Henriques Gouveia, Martinho Câmara.- Submetida à votação, foi rejeitada com 24 votos contra do PSD, e 9 votos a favor, sendo 7 do CDS/PP, 1 do PND e1

do PAN e 8 abstenções, sendo 5 do PS, 3 do PTP e 1 MPT.

Quarta proposta de aditamento de um ponto 4 ao artigo 4.º da autoria do PS. Consta do seguinte: Proposta de adenda de um ponto 4 ao artigo 4.º da autoria do PS. Cabe à RAM a decisão relativa a matérias do interesse específico da Região, em particular: (i) a suspensão ou encerramento das atividades em qualquer um dos aeroportos da RAM; (ii) a definição de critérios de fixação de tarifas para os aeroportos da RAM materialmente diversos dos definidos na

concessão ANA e acordados nos termos da política de convergência tarifária; (iii) a fixação de obrigações relativas ao desenvolvimento, manutenção, segurança e ambiente dos aeroportos da

RAM substancialmente diversos dos definidos na concessão ANA para os restantes aeroportos públicos nacionais. O Grupo Parlamentar do PS-M Ass.: Carlos Pereira.- Submetida à votação, foi rejeitada com 24 votos contra do PSD, 11 votos a favor sendo, 5 do PS, 3 do PTP, 1 do

PND, 1 do PAN e 1 do MPT e 8 abstenções do CDS/PP. Finalmente, temos as alterações ao artigo 9.º, são ambas da autoria do PS. Uma das alterações propõe um novo artigo 9.º. Consta do seguinte: Novo artigo 9.º “Pelo presente diploma procede-se à devolução proporcional dos descontos realizados pelos trabalhadores da

ANAM para um fundo social criado em 1993, respeitando integralmente o que foi estabelecido no DLR 22/2012/M” O Grupo Parlamentar do PS-M Ass.: Carlos Pereira.- O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Srs. Deputados, ainda temos uma proposta de alteração que ainda não

foi votada. Pode ser discutida conjuntamente com esta. Faz favor, Sr. Deputado. O SR. CARLOS PEREIRA (PS):- Sr. Presidente, este artigo 9.º, que o Partido Socialista sugere é um esforço, mais

um do Partido Socialista, no sentido de reforçar a necessidade do cumprimento do decreto legislativo regional 22/2012/M, aprovado aqui na Assembleia para o pagamento e a devolução dos descontos realizados pelos trabalhadores da ANAM para um fundo que acabou por ser extinto.

E portanto quero lembrar a esta Assembleia que este assunto ainda está por resolver apesar da aprovação pela Assembleia, quero lembrar que a Secretaria Regional do Turismo não tem tido o papel ativo que nós achamos que devia de ter nesta matéria.

E quero lembrar que a administração da ANAM, tem-se comportado de forma absolutamente inadmissível naquilo que é um direito dos trabalhadores e uma decisão desta Assembleia. Essa administração da ANAM tem pura e simplesmente criado obstáculos atrás de obstáculos absolutamente desnecessários …

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Terminou o tempo, Sr. Deputado.

O ORADOR:- Eu termino já.

…e nós temos visto, observado com particular preocupação, o silêncio e a completa inatividade da Secretaria do Turismo, que ainda tutela a ANAM, nesta matéria.

Muito obrigado. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Srs. Deputados, quero dar conta da votação da proposta de alteração

ao artigo 9.º, anterior. Submetido à votação, foi rejeitado com 24 votos contra do PSD e 11 votos a favor, sendo 5 do PS, 3 do PTP, 1 do

PND, 1 do PAN e 1 do MPT e 6 abstenções do CDS/PP. Temos outra proposta de alteração ao artigo 9.º.

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Consta do seguinte: Retificação/Renumeração de artigo Artigo 9.º passa a artigo 10.º; Artigo 10.º passa a artigo 11.º. O Grupo Parlamentar do PS-M Ass.: Carlos Pereira.- Está em discussão. Srs. Deputados, vou colocar à votação esta última proposta do PS reportada ao artigo 9.º para o artigo 10.º e do

artigo 10.º para o artigo 11.º, pois já não dispõem de tempo para intervir. Submetida à votação foi rejeitada com 24 votos contra do PSD e 17 votos a favor, sendo 6 do CDS/PP, 5 do PS, 3

do PTP, 1 do PND, 1 do PAN e 1 do MPT. Srs. Deputados, vou colocar em votação na especialidade o diploma. Submetido à votação, foi aprovado com 24 votos a favor do PSD e 11 votos contra, sendo 5 do PS, 3 do PTP, 1 do

PND, 1 do PAN, 1 do MPT e 8 abstenções do CDS/PP. Srs. Deputados, vou colocar o diploma em votação final global. Submetido à votação, foi aprovado com 24 votos a favor do PSD e 11 votos contra sendo, 5 do PS, 3 do PTP, 1 do

PND, 1 do PAN e 1 do MPT e 8 abstenções do CDS/PP. Faz favor, Sr. Deputado. O SR. LINO ABREU (CDS/PP):- Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sra. Secretária há aqui uma dúvida sobre o artigo

9.º, sobre a nossa votação. Qual foi o sentido que o Sr. Presidente anunciou sobre a nossa votação? O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Há 2 artigos 9.º.

O SR. LINO ABREU (CDS/PP):- Onde fala sobre o “fundo social dos trabalhadores da ANAM…”

O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- Votaram a favor.

Sr. Deputado quer interpelar a Mesa, faz favor. O SR. JOSÉ MANUEL COELHO (PTP):- Obrigado, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu queria apresentar um

requerimento oral aqui à Mesa, para ser votado pela Assembleia que é o seguinte: atendendo a grande agenda de assuntos que nós temos aqui a tratar, eu propunha, o meu grupo parlamentar propõe, que na parte da tarde continuassem os trabalhos aqui na Assembleia Regional, para apreciar os inúmeros assuntos que estão agendados para discussão.

Muito obrigado. Srs. Deputados, vou colocar à votação o requerimento oral do Sr. Deputado José Manuel Coelho. Submetido à votação, foi rejeitado com 24 votos contra do PSD e 20 votos a favor, sendo 8 do CDS/PP, 5 do PS, 3

do PTP, 1 do PCP, 1 do PND, 1 do PAN e 1 do MPT. Sr. Deputado Jaime Ramos, faz favor. O SR. JAIME RAMOS (PSD):- Sr. Presidente, o Grupo Parlamentar do Partido Social-democrata solicita 10 minutos

de intervalo, faz favor. O SR. PRESIDENTE (Miguel Mendonça):- A votação anterior foi rejeitada com os votos contra do PSD, e os votos

a favor do CDS/PP, PS, PTP, PCP, PND, PAN e MPT. Boa tarde, Srs. Deputados, estão concluídos os nossos trabalhos. Eram 12 horas e 50 minutos.

Faltou à Sessão o seguinte Sr. Deputado: CENTRO DEMOCRÁTICO SOCIAL/PP (CDS/PP) Mário Jorge de Sousa Pereira

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