regimento tce sp

Upload: ana-paula-marques-ferraz

Post on 15-Jul-2015

220 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SO PAULO

LEI ORGNICALEI COMPLEMENTAR No 709, de 14 de janeiro de 1993

REGIMENTO INTERNO

LEI COMPLEMENTAR No 979, de 8 de dezembro de 2005 LEI COMPLEMENTAR No 1110, de 14 de maio de 2010

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SO PAULO

LEI ORGNICALEI COMPLEMENTAR No 709, de 14 de janeiro de 1993

REGIMENTO INTERNO

LEI COMPLEMENTAR No 979, de 8 de dezembro de 2005 LEI COMPLEMENTAR No 1110, de 14 de maio de 2010

CONSELHEIROSFULVIO JULIO BIAZZI PRESIDENTE

CLUDIO FERRAZ DE ALVARENGA VICE-PRESIDENTE

RENATO MARTINS COSTA CORREGEDOR

ANTONIO ROQUE CITADINI EDUARDO BITTENCOURT CARVALHO EDGARD CAMARGO RODRIGUES ROBSON MARINHO

2010

Apresentao

O Regimento Interno do Tribunal de Contas do Estado de So Paulo, ao lado da sua Lei Orgnica (Lei Complementar n 709//93), so os instrumentos que xam a organizao do Tribunal e regem, processualmente, as atividades da Corte de Contas, no julgamento dos processos que lhe so afeitos, determinando procedimentos de votao, eleio dos dirigentes de Casa, traa determinaes do funcionamento do rgo, visando cumprir a funo pblica e institucional para o qual foi criado. Por isso tudo, precisa ser atual e contemporneo. Em razo da dinmica dos trabalhos que so afetos a este Tribunal, sofreu uma reviso em 11 de dezembro de 1996 e uma atualizao em setembro de 2005. Agora, com o advento da Lei Complementar n 979/05 que dispe sobre a criao de cargos de Auditor do Tribunal de Contas e a Lei n 1.110/10 que criou o Ministrio Pblico no mbito desta Casa, nova reviso se fez necessria. Diante dessas leis que deniram as funes dos Auditores e, ainda, as atribuies do Ministrio Pblico de Contas nos processos da Corte, foram convocados, de forma a mais democrtica possvel, os meus Pares e as foras vivas da Instituio para promover reviso regimental apta a disciplinar as atividades dos integrantes das carreiras que passaram a compor a estrutura do Tribunal. As novas disposies regimentais regularo as funes advindas com a legislao superveniente e, por certo, em muito havero de colaborar com as elevadas funes cometidas a esta Corte, por fora da Constituio e das leis que a regem. So Paulo, novembro de 2010.FULVIO JULIO BIAZZI Presidente

ndice Geral

Lei Complementar n 709, de 14/01/1993 ............................................ 11 Resoluo n 04/2010, de 24/11/2010 ...................................................49 Regimento Interno ................................................................................ 51 Lei Complementar n 979, de 08/12/05 .............................................. 187 Lei Complementar n 1110, de 14/05/10 ............................................. 191

LEI ORGNICATribunal de Contas do Estado de So Paulo

LEI COMPLEMENTAR N 709,de 14 de janeiro de 1993

Dispe sobre a Lei Orgnica do Tribunal de Contas do Estado O GOVERNADOR DO ESTADO DE SO PAULO: Fao saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei complementar: TTULO I Disposies Preliminares CAPTULO I Da Competncia e das Atribuies SEO I Da Competncia Artigo 1 - O Tribunal de Contas do Estado de So Paulo, rgo destinado scalizao contbil, nanceira, oramentria, operacional e patrimonial do Estado e de seus Municpios, auxiliar do Poder Legislativo no controle externo, tem sua sede na cidade de So Paulo e jurisdio em todo o territrio estadual. Artigo 2 - Ao Tribunal de Contas do Estado de So Paulo, nos termos da Constituio Estadual e na forma estabelecida nesta lei, compete: I apreciar e emitir parecer sobre as contas prestadas anualmente pelo Governador do Estado;

Lei Complementar n 709

11

II

apreciar e emitir parecer sobre a prestao anual de contas da administrao nanceira dos Municpios, excetuada a do Municpio de So Paulo; julgar, no mbito do Estado e dos Municpios, as contas dos gestores e demais responsveis por bens e valores pblicos da administrao direta e autarquias, empresas pblicas e sociedades de economia mista, inclusive fundaes institudas ou mantidas pelo Poder Pblico, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte dano ao errio; acompanhar a arrecadao da receita dos Poderes Pblicos sobre os quais tenha jurisdio; apreciar, no mbito do Estado e dos Municpios, para ns de registro, a legalidade dos atos de admisso de pessoal, a qualquer ttulo, na administrao direta e autarquias, empresas pblicas, sociedades de economia mista e fundaes institudas ou mantidas pelo Poder Pblico, excetuadas as nomeaes para cargo de provimento em comisso; apreciar, para ns de registro, a legalidade dos atos concessrios de aposentadoria, reforma ou penso, ressalvada melhoria posterior que no altere o fundamento legal da concesso; avaliar a execuo das metas previstas no plano plurianual, nas diretrizes oramentrias e no oramento anual; realizar, por iniciativa prpria, da Assembleia Legislativa, de comisso tcnica ou de inqurito, inspees e auditoria de natureza contbil, nanceira, oramentria, operacional e patrimonial, nos rgos dos Poderes Legislativo, Executivo e Judicirio, do Ministrio Pblico e demais entidades referidas no inciso III deste artigo; scalizar as aplicaes em empresas de cujo capital social o Poder Pblico estadual ou municipal participe; scalizar a aplicao de quaisquer recursos repassados pelo Estado, mediante convnio, acordo, ajuste ou instrumento congnere;

III

IV V

VI

VII VIII

IX X

12

Tribunal de Contas do Estado de So Paulo

XI

prestar as informaes solicitadas pela Assembleia Legislativa ou por comisso tcnica sobre a scalizao contbil, nanceira, oramentria, operacional e patrimonial, bem como sobre resultados de auditorias e inspees realizadas; aplicar aos responsveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanes previstas em lei; assinar prazo para que o rgo ou entidade adote as providncias necessrias ao exato cumprimento da lei, se vericada a ilegalidade; sustar, se no atendido nos termos do inciso anterior, a execuo do ato impugnado, comunicando a deciso Assembleia Legislativa ou Cmara Municipal competente; comunicar Assembleia Legislativa ou Cmara Municipal competente qualquer irregularidade vericada nas contas ou na gesto pblicas, enviando-lhe cpia dos respectivos documentos; encaminhar Assembleia Legislativa ou Cmara Municipal, conforme o caso, para sustao, os contratos em que se tenha vericado ilegalidade; julgar convnios, aplicao de auxlios, subvenes ou contribuies concedidos pelo Estado e pelos Municpios a entidades particulares de carter assistencial ou que exeram atividades de relevante interesse pblico; julgar renncia de receitas, contratos, ajustes, acordos e atos jurdicos congneres; julgar as contas, relativas aplicao pelos municpios, dos recursos recebidos do Estado ou por seu intermdio, independentemente da competncia estabelecida no inciso II deste artigo; autorizar a liberao de ana ou cauo, ou dos bens dados em garantia, do responsvel por bens e valores pblicos; vericar o ato que libere, restitua ou substitua cauo ou ana dada em garantia da execuo de contrato ou ato jurdico congnere;

XII

XIII

XIV

XV

XVI

XVII

XVIII XIX

XX

XXI

Lei Complementar n 709

13

XXII XXIII

decidir os recursos interpostos contra as suas decises e os pedidos de reviso e resciso; expedir atos e instrues normativas, sobre matria de suas atribuies e sobre a organizao de processos que lhe devam ser submetidos, obrigando o seu cumprimento, sob pena de responsabilidade; decidir sobre denncia que lhe seja encaminhada por qualquer cidado, partido poltico, associao ou sindicato; decidir sobre consulta que lhe seja formulada acerca de dvida suscitada na aplicao de dispositivos legais e regulamentares concernentes matria de sua competncia, na forma estabelecida no Regimento Interno; expedir instrues gerais ou especiais, relativas scalizao contbil, nanceira, oramentria, operacional e patrimonial, exercida atravs do controle externo; representar ao Poder competente do Estado ou de Municpio sobre irregularidade ou abuso vericado em atividade contbil, nanceira, oramentria, operacional e patrimonial e nos processos de tomada de contas; emitir parecer conclusivo, no prazo de 30 (trinta) dias, por solicitao de comisso tcnica ou de inqurito da Assembleia Legislativa, em obedincia ao disposto do artigo 34, 1 da Constituio do Estado; e aplicar aos ordenadores de despesa, aos gestores e aos responsveis por bens e valores pblicos as multas e demais sanes previstas nesta lei. SEO II Das Atribuies

XXIV XXV

XXVI

XXVII

XXVIII

XXIX

Artigo 3 - So atribuies do Tribunal de Contas: I II III eleger o Presidente, o Vice-Presidente e o Corregedor; elaborar seu Regimento Interno e organizar os servios auxiliares, provendo-lhes os cargos na forma estabelecida em lei; propor Assembleia Legislativa a criao ou a extino de cargos de seus servios auxiliares e a xao dos respectivos vencimentos;

14

Tribunal de Contas do Estado de So Paulo

IV V VI VII VIII IX

conceder os direitos previstos pela Constituio e pela lei, aos seus membros e ao pessoal de sua Secretaria; decidir sobre a exonerao e a demisso do pessoal de sua Secretaria; aprovar sua proposta oramentria, bem como as referentes a crditos adicionais; elaborar a programao nanceira de suas dotaes oramentrias para incluso na programao geral da despesa; enviar Assembleia Legislativa relatrio circunstanciado da apreciao que fez de suas prprias contas; e encaminhar Assembleia Legislativa, trimestral e anualmente, relatrio de suas atividades. CAPTULO II Da Composio e da Organizao SEO I Da Composio

Artigo 4 - O Tribunal de Contas do Estado de So Paulo, compe-se de 7 (sete) Conselheiros, nomeados de conformidade com a Constituio do Estado. SEO II Da Organizao Artigo 5 - Junto ao Tribunal de Contas, funcionaro a Procuradoria da Fazenda do Estado e o Ministrio Pblico, nos moldes estabelecidos em lei e segundo as regras do Regimento Interno. Artigo 6 - O Tribunal de Contas poder funcionar desconcentradamente, por unidades regionais, consoante disposto no Regimento Interno. Artigo 7 - O Tribunal de Contas dispor, na forma do Regimento Interno, de servios de natureza tcnica e administrativa.

Lei Complementar n 709

15

SUBSEO I Do Plenrio e das Cmaras Artigo 8 - O Plenrio do Tribunal de Contas, dirigido por seu Presidente, ter a competncia e o funcionamento regulados pelo Regimento Interno. Pargrafo nico - As sesses do Tribunal de Contas sero sempre pblicas, salvo aquelas destinadas a tratar de assuntos de natureza administrativa interna ou quando a preservao de direitos individuais e o interesse pblico o exigirem. Artigo 9 - O Tribunal de Contas poder dividir-se em Cmaras, mediante deliberao da maioria de seus Conselheiros titulares. SUBSEO II Da Presidncia, da Vice-Presidncia e da Corregedoria Artigo 10 - Os Conselheiros elegero, entre os seus pares, o Presidente, o Vice-Presidente e o Corregedor do Tribunal de Contas, para o mandato de 1 (um) ano, permitida a reeleio. Pargrafo nico - A eleio ser realizada em sesso plenria, especialmente convocada na forma do Regimento Interno. Artigo 11 - O Vice-Presidente auxiliar o Presidente no exerccio de suas funes, substitu-lo- nas faltas e impedimentos e o suceder em caso de vacncia at o nal do mandato. Artigo 12 - As atribuies do Presidente, do Vice- Presidente e do Corregedor sero estabelecidas no Regimento Interno. SUBSEO III Da Secretaria-Diretoria Geral Artigo 13 - A Secretaria-Diretoria Geral, cuja organizao, atribuies e normas de funcionamento so as estabelecidas no Regimento Interno, incumbe a prestao de apoio tcnico e a execuo dos servios administrativos do Tribunal de Contas. Pargrafo nico - A Secretaria dispor de Quadro prprio de pessoal, com a estrutura orgnica xada por lei.

16

Tribunal de Contas do Estado de So Paulo

CAPTULO III Da Jurisdio Artigo 14 - O Tribunal de Contas tem jurisdio prpria e privativa sobre as pessoas e matrias sujeitas sua competncia, a qual abrange todos os responsveis, bem como seus adores, herdeiros e sucessores, e qualquer pessoa fsica ou jurdica, de direito pblico ou de direito privado, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre bens e valores pblicos ou pelos quais o Poder Pblico responda, ou que, em nome deste assuma obrigaes de qualquer natureza. Pargrafo nico - Os sucessores dos gestores ou responsveis a que se refere este artigo respondero somente at o limite do valor do patrimnio transferido. Artigo 15 - Esto sujeitos jurisdio do Tribunal de Contas e s por deciso deste podem liberar-se de sua responsabilidade: I II os ordenadores de despesa, administradores, gestores e demais responsveis por bens e valores pblicos; qualquer pessoa fsica ou jurdica de direito pblico ou de direito privado que houver arrecadado ou recebido depsito, auxlio, subveno, e contribuio do Estado ou Municpio, ou tenha sob sua guarda e dministrao bens ou valores pblicos; o servidor pblico civil ou militar que der causa a perda, extravio ou dano de bens e valores pblicos, ou pelos quais este responda; qualquer pessoa ou entidade mantida, ainda que parcialmente, pelos cofres pblicos; os responsveis por entidades jurdicas de direito privado que recebam contribuies parascais e prestem servio de interesse pblico ou social; quem receber benefcio dos Poderes Pblicos por antecipao ou adiantamento; e todos quantos, por disposio legal, lhe devam prestar contas, includos os diretores de empresas, sociedades de economia mista ou fundaes institudas ou mantidas pelo Poder Pblico e responsveis por fundos especiais de despesa.

III

IV V

VI VII

Lei Complementar n 709

17

Pargrafo nico - O Tribunal de Contas, em suas decises, levar em conta a responsabilidade solidria ou individual dos ordenadores ou gestores de despesa e dos que as efetuarem em desacordo com a ordenao ou com as normas legais ou regulamentares, bem como os que tiverem sob sua guarda bens ou valores pblicos, ou forem responsveis pelo controle interno. CAPTULO IV Dos Conselheiros SEO I Das Prerrogativas e das Vedaes Artigo 16 - O Conselheiro ter as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens do Desembargador do Tribunal de Justia do Estado e somente poder se aposentar com as vantagens do cargo quando o tiver exercido efetivamente por mais de 5 (cinco) anos. Artigo 17 - No poder exercer, concomitantemente, o cargo de Conselheiro, substituto de Conselheiro ou integrar a lista de substitutos de Conselheiro, parente consanguneo ou am, na linha ascendente ou descendente e na linha colateral, at o segundo grau.1 Artigo 18 - A incompatibilidade resolve-se: I II antes da posse, contra o ltimo nomeado, ou o de menos idade, se nomeado na mesma data; depois da posse, contra o causador da incompatibilidade, ou, se a ambos imputvel, contra o que tiver menor tempo de exerccio no cargo.

Pargrafo nico - Vericada a incompatibilidade, ser declarada sem efeito a nomeao. Artigo 19 - O Conselheiro far declarao pblica de bens, no ato da posse e no trmino do exerccio do cargo.

1

Vide LC n 979, de 08/12/2005.

18

Tribunal de Contas do Estado de So Paulo

SEO II Da Substituio de Conselheiro Artigo 20 - O Conselheiro, em suas ausncias, impedimentos, frias ou outros afastamentos legais, ser substitudo, mediante convocao do Presidente, pelos integrantes da lista de Substitutos de Conselheiro de que trata o artigo 22 desta lei.2 Pargrafo nico - Em caso de vacncia de cargo de Conselheiro, o Presidente convocar Substituto de Conselheiro para exercer as funes do cargo at novo provimento.2 Artigo 21 - Os Substitutos de Conselheiro, quando no exerccio da substituio, tero as mesmas garantias, direitos e impedimentos do titular.2 Artigo 22 - O Tribunal de Contas, de 2 (dois) em 2 (dois) anos, enviar Assembleia Legislativa, no decorrer da segunda quinzena de maro, lista de Substitutos de Conselheiro que conter 14 (catorze) nomes, acompanhada dos Respectivos curriculum vitae, que atendam aos requisitos exigidos no 1 do artigo 31 da Constituio do Estado.2 1 Dos nomes que integraro a lista a que se refere este artigo, sero indicados 7 (sete) pela Assembleia Legislativa, e os outros 7 (sete), pelo Tribunal de Contas.2

2 Rejeitados, total ou parcialmente, os nomes da lista, o Tribunal de Contas e a Assembleia Legislativa, dentro de 15 (quinze) dias, renov-la-o na primeira hiptese, e procedero, na segunda, indicao de outros tantos quantos sejam necessrios para complet-la, observada a regra do pargrafo anterior.2 3 Prevalecer a lista anterior, enquanto no aprovada a de que cuida este artigo.2

2

Revogado pela LC n 979, de 08/12/2005.

Lei Complementar n 709

19

TTULO II Do Julgamento e da Fiscalizao CAPTULO I Das Contas do Governador do Estado e das Contas da Administrao Financeira dos Municpios Artigo 23 - O Tribunal de Contas emitir parecer prvio, no prazo xado pela Constituio, sobre as contas que o Governador do Estado apresentar, anualmente, Assembleia Legislativa. 1 As contas abrangero a totalidade do exerccio nanceiro, compreendendo as atividades do Executivo, do Legislativo, do Judicirio, do Ministrio Pblico e do prprio Tribunal de Contas.

2 O Governador remeter o balano das contas, peas acessrias e relatrio circunstanciado do Secretrio da Fazenda Assembleia Legislativa e, concomitantemente, cpia ao Tribunal de Contas. 3 O prazo a que se refere este artigo ser contado da data do recebimento da cpia das contas pelo Tribunal de Contas. 4 O parecer de que trata este artigo consistir em uma apreciao geral e fundamentada sobre o exerccio nanceiro e a execuo do oramento, indicando, se for o caso, as irregularidades, as parcelas impugnadas, as ressalvas e as recomendaes. Artigo 24 - O Tribunal de Contas emitir parecer, at o ltimo dia do ano seguinte ao do seu recebimento, sobre a prestao anual de contas da administrao nanceira dos Municpios. 1 O balano das contas ser remetido ao Tribunal de Contas at 31 de maro de cada ano, juntamente com as peas acessrias e relatrio circunstanciado do Executivo e Legislativo Municipal.

2 Se as contas no forem enviadas na forma e prazo indicados no pargrafo anterior, o Tribunal de Contas comunicar o fato ao Legislativo Municipal, para os ns de direito. 3 O parecer de que trata este artigo atender ao disposto no 4 do artigo anterior.

20

Tribunal de Contas do Estado de So Paulo

4 O parecer prvio emitido pelo Tribunal de Contas s deixar de prevalecer por deciso de 2/3 (dois teros) dos membros da Cmara Municipal. CAPTULO II Das Funes da Auditoria Artigo 25 - No exerccio das funes de auditoria contbil, nanceira, oramentria, operacional e patrimonial dos Poderes Pblicos estaduais e municipais, o Tribunal de Contas, atravs de inspees e vericaes, acompanhar a execuo oramentria e patrimonial dos rgos da administrao direta e autarquias, empresas pblicas, sociedades de economia mista e fundaes institudas ou mantidas direta ou indiretamente pelos Poderes supracitados, inclusive a aplicao de subvenes e renncia de receitas quanto legalidade, legitimidade e economicidade, devendo: I II examinar a escriturao contbil e a documentao a ela correspondente; acompanhar as fases da despesa, inclusive vericando a regularidade do empenho, licitao e contrato quando necessrio; acompanhar a arrecadao da receita, bem como as operaes de crdito, a emisso de ttulos, alm de vericar os depsitos em cauo, ana, ou dos bens dados em garantia; vericar a regularidade da execuo da programao nanceira; examinar os crditos adicionais, as despesas de exerccios encerrados e os Restos a Pagar. Nenhum processo, documento ou informao poder ser subtrado das inspees do Tribunal de Contas, a qualquer pretexto, sob pena de responsabilidade. Vetado.

III

IV V 1

2

Artigo 26 - Para cumprimento de suas funes, o Tribunal de Contas poder utilizar-se dos elementos apurados pelas unidades internas de controle da administrao direta e autarquias, empresas pblicas, sociedades de economia mista e fundaes institudas ou mantidas pelo Poder Pblico estadual ou municipal.

Lei Complementar n 709

21

CAPTULO III Tomada de Contas SEO I Disposies Gerais Artigo 27 - O processo de tomada de contas abrange os ordenadores de despesa, gestores e demais responsveis por bens e valores pblicos da administrao direta e autarquias, empresas pblicas, sociedades de economia mista e fundaes institudas ou mantidas pelo Poder Pblico estadual ou municipal, sendo instrudo no setor competente daqueles rgos, que o encaminhar ao Tribunal de Contas para julgamento. Pargrafo nico - O Tribunal de Contas acompanhar, mediante auditoria, inspees e exames, a realizao das despesas a que se refere o processo de tomada de contas de que cuida o caput deste artigo. Artigo 28 - A deciso em processo de tomada ou prestao de contas pode ser preliminar, nal ou terminativa. 1 Preliminar a deciso pela qual o Relator ou o Tribunal de Contas, antes de se pronunciar quanto ao mrito das contas, resolve sobrestar o julgamento, ordenar a noticao ou a audincia dos responsveis ou, ainda, determinar outras diligncias necessrias instruo do processo.

2 Final a deciso pela qual o Tribunal de Contas julga regulares, regulares com ressalvas ou irregulares as contas. 3 Terminativa a deciso pela qual o Tribunal de Contas ordena o trancamento das contas que forem consideradas iliquidveis, nos termos desta lei. Artigo 29 - O Relator presidir a instruo do processo, determinando, de ofcio ou por solicitao do rgo de instruo, o sobrestamento ou julgamento, a noticao, a audincia dos responsveis, ou providncia considerada necessria ao saneamento dos autos, xando prazo para o atendimento das diligncias. Pargrafo nico - A noticao a que se refere este artigo poder ser dispensada, se dos autos constar que o responsvel j se pronunciou sobre o assunto ou dele tem conhecimento.

22

Tribunal de Contas do Estado de So Paulo

Artigo 30 - Vericada irregularidade nas contas, o Relator ou o Tribunal de Contas adotar as medidas cabveis,especialmente: I II denindo a responsabilidade individual ou solidria pelo ato de gesto impugnado; se houver dbito, ordenando a noticao do responsvel para, no prazo estabelecido no Regimento Interno,apresentar defesa ou recolher a importncia devida; e se no houver dbito, determinando a noticao do responsvel para, no prazo estabelecido no Regimento Interno, apresentar razes ou justicativas.

III

1 O responsvel, cuja defesa for rejeitada pelo Tribunal de Contas, ser noticado para, em novo e improrrogvel prazo estabelecido de conformidade com o Regimento Interno, recolher a importncia devida, sem prejuzo das demais aplicveis. 2 O recolhimento de importncia impugnada, em qualquer fase processual, dever estar atualizado monetariamente. Artigo 31 - Os juros de mora a que forem condenados os responsveis, bem como a atualizao monetria, contar-se-o sempre da data da mora ou omisso. Pargrafo nico - Quando representados por importncia mnima em relao ao valor das contas, os juros de mora ou as diferenas de conta podero ser desprezados, a juzo de Conselheiro Julgador Singular, das Cmaras ou do Tribunal Pleno. SEO II Do Julgamento das Contas Artigo 32 - Ao julgar as contas, o Tribunal de Contas decidir se so regulares, regulares com ressalva ou irregulares, denindo, conforme o caso, a responsabilidade patrimonial dos gestores, ordenadores de despesa e demais responsveis por bens e valores pblicos. Pargrafo nico - Diante de indcios de ilcito penal, o Tribunal de Contas determinar a remessa de peas ao Ministrio Pblico, para adoo das providncias cabveis. Artigo 33 - As contas sero julgadas:

Lei Complementar n 709

23

I

regulares, quando expressarem, de forma clara e objetiva, a exatido dos demonstrativos contbeis, a legalidade, a legitimidade e a economicidade dos atos de gesto do responsvel; regulares com ressalva, quando evidenciarem impropriedade ou qualquer outra falta de natureza formal, de que no resulte dano ao errio; e irregulares, quando comprovada qualquer das seguintes ocorrncias: a) omisso no dever de prestar contas; b) infrao norma legal ou regulamentar; c) dano ao errio, decorrente de ato de gesto ilegtimo ou antieconmico; d) desfalque, desvio de bens ou valores pblicos. O Tribunal de Contas poder julgar irregulares as contas, no caso de reincidncia no descumprimento de determinao de que o responsvel tenha tido cincia, feitas em processo de tomada ou prestao de contas.

II

III

1

2 Nas hipteses das alneas c e d do inciso III deste artigo, o Tribunal de Contas poder xar responsabilidade solidria. Artigo 34 - Quando julgar as contas regulares, o Tribunal de Contas dar quitao plena ao responsvel. Artigo 35 - Quando julgar as contas regulares com ressalva, o Tribunal de Contas dar quitao ao responsvel e lhe determinar, ou a quem lhe haja sucedido, a adoo de medidas necessrias correo das impropriedades ou faltas identicadas, de modo a prevenir a ocorrncia de outras semelhantes. Artigo 36 - Quando julgar as contas irregulares, havendo dbito, o Tribunal de Contas condenar o responsvel ao recolhimento da dvida atualizada monetariamente, acrescida dos juros de mora devidos, podendo, ainda, aplicar-lhe multa. Pargrafo nico - No havendo dbito, mas comprovada qualquer das ocorrncias previstas no artigo 33, inciso III e alneas, o Tribunal de Contas aplicar ao responsvel a multa prevista no artigo 104 desta lei.

24

Tribunal de Contas do Estado de So Paulo

Artigo 37 - Quando se vericar que determinada conta no foi prestada, que ocorreu desfalque, desvio de bens ou valores pblicos ou outra irregularidade de que resulte dano ao errio, as autoridades administrativas, sob pena de responsabilidade e sem prejuzo dos procedimentos disciplinares, devero tomar imediatas providncias para assegurar o respectivo ressarcimento e instaurar, desde logo, a tomada de contas, comunicando o fato ao Tribunal de Contas, no prazo de 3 (trs) dias. Artigo 38 - A tomada de contas ser objeto de pronunciamento expresso dos responsveis pelos rgos da administrao direta e autarquias, empresas pblicas, sociedades de economia mista e fundaes, institudas ou mantidas pelo Poder Pblico estadual ou municipal, antes de seu encaminhamento ao Tribunal de Contas, para os ns constitucionais e legais. Pargrafo nico - Antes do pronunciamento dos responsveis de que trata este artigo, a tomada de contas dos ordenadores de despesa, recebedores, tesoureiros, pagadores ou assemelhados dever ter sua regularidade certicada pelo controle interno do rgo ou unidade a que estiver vinculado. Artigo 39 - Responder pelos prejuzos que causar ao errio o ordenador de despesa, o responsvel pela guarda de bens e valores pblicos ou aquele que autorizar ou der causa direta ao gasto irregular. SEO III Das Contas Iliquidveis Artigo 40 - As contas sero consideradas iliquidveis quando caso fortuito ou de fora maior, comprovadamente alheio vontade do responsvel, tornar materialmente impossvel o julgamento de mrito. Artigo 41 - O Tribunal de Contas ordenar o trancamento das contas que forem consideradas iliquidveis e consequente arquivamento do processo. 1 Dentro do prazo de 5 (cinco) anos, contados da publicao da deciso terminativa no Dirio Ocial, o Tribunal de Contas poder, vista de novos elementos que considere sucientes, autorizar a reabertura tomada ou prestao de contas que tenham sido consideradas iliquidveis.

Lei Complementar n 709

25

2

Transcorrido o prazo referido no pargrafo anterior sem que tenha havido nova deciso, o responsvel ter suas contas consideradas encerradas, com baixa na responsabilidade. SEO IV Dos Adiantamentos

Artigo 42 - Os responsveis pelas unidades de despesa devero, mensalmente, comunicar ao Tribunal de Contas as entregas de numerrio levantado sob o regime de adiantamento, relacionando o servidor que o recebeu e a quantia recebida. Artigo 43 - O processo de prestao de contas relativas a adiantamento feito a servidor pblico da administrao direta e autarquias, empresas pblicas, sociedades de economia mista e fundaes institudas ou mantidas pelo Poder Pblico estadual ou municipal, dever ser constitudo de comprovantes originais de despesa, cuja autorizao, por quem de direito, dever constar expressamente dos autos. 1 Em caso excepcional, poder admitir-se por outra forma a comprovao ou justicao da despesa a que se refere este artigo. 2 No processo de prestao de contas, o comprovante de despesa realizada ser admitido quando dentro do prazo de aplicao para o qual foi concedido o adiantamento. 3 Aceitar-se-, em caso excepcional, devidamente justicado, comprovante que se rera a outro perodo. Artigo 44 - A prestao de contas de adiantamento, relativa a operaes policiais de carter reservado far-se- semestralmente, em um s processo, dentro de 60 (sessenta) dias contados do recebimento do ltimo adiantamento do semestre, atravs de balancete assinado pelo responsvel, conferido pela autoridade superior, se for o caso, e aprovado pelo Secretrio de Estado da Segurana Pblica. Artigo 45 - No exame dos processo referidos no artigo anterior, poder o Tribunal de Contas solicitar ao servidor ou a seu superior, informaes complementares, de maneira a vericar se o emprego das importncias obedeceu classicao a que se subordinam e despenderam-se, efetivamente, em operaes policiais de carter reservado, sem prejuzo de vericao in loco dos documentos comprobatrios, na forma a ser estabelecida no Regimento Interno.

26

Tribunal de Contas do Estado de So Paulo

Artigo 46 - As despesas processadas no regime de adiantamento, para atender gastos com representao de gabinete e operaes policiais de carter reservado, constituiro processo autnomo, de prestao de contas, independente da tomada de contas do ordenador de despesa, em cujo processo sero includas as demais despesas processadas neste regime. 1 As despesas feitas por adiantamento, desde que no impugnadas pelo ordenador, sero escrituradas e includas por ele na sua tomada de contas. 2 Quando impugnadas, dever o ordenador determinar imediatas providncias para a apurao da responsabilidade e adoo das providncias cabveis, sem prejuzo do julgamento do Tribunal de Contas. Artigo 47 - O Tribunal de Contas poder, nos casos previstos no caput do artigo anterior, por meio de instrues: I dispensar o encaminhamento dos documentos originais de determinadas despesas, sendo que, em se tratando de gastos com representao, somente se disserem respeito aos Chefes dos Poderes Legislativo, Executivo e Judicirio; estabelecer a vericao in loco dos documentos comprobatrios; e regular a forma e o prazo de encerramento de processos de tomada de contas.

II

III

Artigo 48 - O ordenador de despesa no responsvel por prejuzos causados ao errio, decorrentes de atos praticados por subordinado que exorbitar das ordens recebidas. Pargrafo nico - O processo resultante de despesas feitas em regime de adiantamento para atender aos gastos referidos no caput do artigo 46 desta lei ser julgado pelo Tribunal de Contas, independentemente do processo de tomada de contas do ordenador de despesa. Artigo 49 - O Secretrio de Estado que autorizar gastos por meio de verba de representao, ou todos aqueles que se utilizarem de numerrio a esse ttulo equiparam-se, para ns de responsabilizao, ao ordenador de despesa.

Lei Complementar n 709

27

Artigo 50 - O ordenador de despesa ser quitado e o responsvel liberado do adiantamento, quando da apreciao do respectivo processo de tomada de contas da Unidade de Despesa, salvo nos casos a que se refere o caput do artigo 46 desta lei. TTULO III Dos Recursos CAPTULO I Disposies Gerais Artigo 51 - Em todos os processos submetidos ao Tribunal de Contas ser assegurada ampla defesa ao responsvel ou interessado. Artigo 52 - So admissveis os seguintes recursos: I II III IV V recurso ordinrio; pedido de reconsiderao; agravo; embargos de declarao; e pedido de reexame.

Artigo 53 - Podero interpor recurso o interessado no processo, a Procuradoria da Fazenda do Estado, o Ministrio Pblico e o terceiro prejudicado. Artigo 54 - Salvo hiptese de m f, o interessado no ser prejudicado pela interposio de um recurso por outro, desde que respeite o prazo do recurso cabvel. Pargrafo nico - O recorrente poder, a qualquer tempo, e sem a anuncia dos demais interessados, desistir do recurso. Artigo 55 - Nos recursos que envolvam despesas, patrimnio ou interesse direto do Estado, a Procuradoria da Fazenda do Estado e o Ministrio Pblico tero, para suas manifestaes, o prazo de 10 (dez) dias.

28

Tribunal de Contas do Estado de So Paulo

CAPTULO II Do Recurso Ordinrio Artigo 56 - Admitir-se- recurso ordinrio, que ter efeito suspensivo, das decises finais do Conselheiro Julgador Singular e das Cmaras. Artigo 57 - O recurso ordinrio ser interposto no prazo de 15 (quinze) dias, contados da publicao no Dirio Ocial, da deciso objeto do recurso. 1 O recurso ordinrio ser formulado em petio em que constem os fundamentos de fato e de direito e o pedido de nova deciso ser dirigido ao Presidente do Tribunal que designar o Relator. 2 O recurso ordinrio, aps devidamente instrudo, ser julgado: 1 - pelas Cmaras, se interposto contra deciso ou despacho terminativo do feito do Conselheiro Julgador Singular; 2 - pelo Tribunal Pleno, se interposto contra deciso das Cmaras. 3 Se o recurso ordinrio for interposto pela Procuradoria da Fazenda do Estado ou pelo Ministrio Pblico, os demais interessados sero noticados para, querendo, impugn-lo no prazo de 15 (quinze) dias. CAPTULO III Do Pedido de Reconsiderao Artigo 58 - Da deciso de competncia originria do Tribunal Pleno, caber pedido de reconsiderao, com efeito suspensivo. Artigo 59 - O pedido de reconsiderao, que poder ser formulado uma nica vez, ser interposto no prazo de 15 (quinze) dias, contado da publicao da deciso no Dirio Ocial. Artigo 60 - O pedido de reconsiderao ser apresentado ao Conselheiro Relator do feito e, aps devidamente instrudo, ser apreciado pelo Plenrio. Artigo 61 - Aplicam-se ao pedido de reconsiderao as normas previstas para o recurso ordinrio, no que couber.

Lei Complementar n 709

29

CAPTULO IV Do Agravo Artigo 62 - Admitir-se- agravo, sem efeito suspensivo, em processo de natureza jurisdicional, de deciso preliminar ou despacho do Presidente ou do Conselheiro Relator. Artigo 63 - O agravo ser interposto dentro de 5 (cinco) dias, contados da publicao no Dirio Ocial ou cincia da parte da deciso ou por despacho objeto do recurso. Artigo 64 - O agravo ter por fundamento: I II III IV ilegalidade ou imperfeita aplicao da lei; errnea ou imperfeita apreciao da prova dos autos; contradio com a jurisprudncia do Tribunal de Contas; ou inoportunidade de providncia determinada pela deciso preliminar ou despacho, quando a questo principal requerer por sua natureza, soluo diversa.

Artigo 65 - Interposto agravo, em petio fundamentada, poder o Presidente ou Conselheiro, dentro de 5 (cinco) dias, reformar a deciso ou despacho; no o fazendo, ser o recurso submetido a julgamento da respectiva Cmara ou do Tribunal Pleno. CAPTULO V Dos Embargos de Declarao Artigo 66 - Nos julgamentos de competncia de Conselheiro Julgador Singular, das Cmaras e do Tribunal Pleno, cabem embargos de declarao quando a deciso: I II contiver obscuridade, dvida ou contradio; ou omitir ponto sobre o qual deveria pronunciar-se.

Artigo 67 - Os embargos de declarao sero opostos dentro de 5 (cinco) dias, contados da publicao da deciso, no Dirio Ocial, em petio dirigida ao Conselheiro Julgador Singular ou Relator, na qual ser indicado o ponto obscuro, duvidoso, contraditrio ou omisso.

30

Tribunal de Contas do Estado de So Paulo

Artigo 68 - O Conselheiro Julgador Singular decidir dos embargos dentro de 15 (quinze) dias. Pargrafo nico - No caso de deciso colegiada, o Relator encaminhar os embargos para julgamento, at a segunda sesso seguinte a sua apresentao, proferindo o voto. Artigo 69 - Os embargos de declarao suspendem o prazo para a interposio de outros recursos. CAPTULO VI Do Pedido de Reexame Artigo 70 - Do parecer prvio, emitido sobre as contas do Governador ou sobre a prestao anual de contas da administrao nanceira dos Municpios, somente caber pedido de reexame, que ter efeito suspensivo. Pargrafo nico - O pedido a que se refere este artigo ser apresentado ao Conselheiro Relator do feito e, aps instrudo na forma do Regimento Interno, ser apreciado pelo Tribunal Pleno. Artigo 71 - O pedido de reexame poder ser formulado somente uma vez, pelo responsvel ou interessado, ou pelo Ministrio Pblico, dentro do prazo de 30 (trinta) dias, contados da publicao do Parecer no Dirio Ocial. TTULO IV Das Aes de Reviso e de Resciso de Julgado CAPTULO I Da Reviso Artigo 72 - Das decises passadas em julgado em processo de tomada de contas caber pedido de reviso. Pargrafo nico - No ser admissvel a reiterao do pedido, salvo se fundada em novas provas, obedecidos o prazo e condies xados nos artigos subsequentes. Artigo 73 - A reviso somente ter por fundamento:

Lei Complementar n 709

31

I II III IV

erro de clculo nas contas; omisso ou erro de classicao de qualquer verba; falsidade de documentos em que se tenha fundado a deciso; supervenincia de documentos novos, com eccia sobre a prova produzida.

Pargrafo nico - A falsidade de documento demonstrar-se- por meio de deciso denitiva proferida em Juzo Cvel ou Criminal, conforme o caso, ou ser deduzida e provada no processo de reviso, garantido pleno direito de defesa. Artigo 74 - O pedido de reviso ser apresentado ao Presidente do Tribunal de Contas, em petio fundamentada e documentada pelo dirigente, ordenador ou responsvel, ou por seus herdeiros, sucessores ou adores, pela Procuradoria da Fazenda do Estado ou pelo Ministrio Pblico. 1 O pedido ser indeferido pelo Presidente, quando no atender as prescries desta lei. 2 Deferido, ser o pedido processado, facultando-se a produo de novas provas. 3 Ao nal, o pedido ser julgado pelo Tribunal Pleno, que manter a deciso anterior ou, reformando-a no todo ou em parte, determinar as providncias cabveis. Artigo 75 - O prazo para o pedido de reviso de 5 (cinco) anos, contados do trnsito em julgado da deciso. CAPTULO II Da Resciso de Julgado Artigo 76 - O Governador do Estado, o Presidente da Assembleia Legislativa, os Presidentes dos Tribunais, gestores ou dirigentes de rgos da administrao direta e autarquias, empresas pblicas, sociedades de economia mista e fundaes institudas ou mantidas pelo Poder Pblico estadual ou municipal, a Procuradoria da Fazenda do Estado e o Ministrio Pblico podero requerer ao Tribunal de Contas resciso de julgado, excludos os casos em que seja cabvel a reviso, quando: I II tiver sido proferido contra literal disposio de lei; se houver fundado em falsidade no alegada na poca do julgamento;

32

Tribunal de Contas do Estado de So Paulo

III

ocorrer supervenincia de documentos novos, com eccia sobre a prova produzida ou a deciso exarada.

Pargrafo nico - A falsidade de documento ser articulada e provada nos termos do pargrafo nico, do artigo 73 desta lei. Artigo 77 - A resciso ser julgada pelo Tribunal Pleno, podendo ser requerida uma s vez, at 5 (cinco) anos depois da publicao do julgado rescindendo. 1 O pedido de resciso de julgado ser considerado pedido autnomo e no suspender a execuo do julgado rescindendo. S diante de julgamento favorvel do Tribunal poder ser revisto, administrativamente, o ato que deu causa ao pedido de resciso.

2

TTULO V Da Uniformizao de Jurisprudncia, dos Incidentes de Inconstitucionalidade, dos Prejulgados e das Smulas de Jurisprudncia CAPTULO I Da Uniformizao de Jurisprudncia Artigo 78 - Qualquer Conselheiro, antes de proferir seu voto na Cmara, poder solicitar o pronunciamento prvio do Tribunal de Contas acerca de interpretao de direito, quando, no julgamento recorrido, a interpretao for diversa da que lhe haja dado outra Cmara. Pargrafo nico - A parte poder, igualmente, em petio apartada, oferecida no prazo de recurso, requerer que o julgamento se faa com observncia do disposto neste artigo,juntando desde logo, certido do acrdo divergente ou indicando o repertrio ocial de jurisprudncia do Tribunal de Contas onde se encontre publicado. Artigo 79 - O Regimento Interno estabelecer as normas procedimentais concernentes uniformizao da jurisprudncia de que cuida este Captulo. Artigo 80 - Da deciso plenria sobre a divergncia caber apenas o recurso de embargo de declarao.

Lei Complementar n 709

33

CAPTULO II Dos Incidentes de Inconstitucionalidade Artigo 81 - Se por ocasio do julgamento de qualquer feito pela Cmara, esta vericar a inconstitucionalidade de alguma lei ou ato do Poder Pblico, os autos sero remetidos discusso em Sesso do Tribunal Pleno para pronunciamento preliminar sobre a matria. 1 Na primeira Sesso Plenria o relator do feito expor o caso, procedendo-se em seguida a deliberao sobre a matria. 2 Proferido o julgamento pelo Tribunal Pleno e publicada a respectiva deliberao, sero os autos devolvidos Cmara, para apreciar o caso de acordo com a deciso prejudicial. CAPTULO III Dos Prejulgados Artigo 82 - Por iniciativa do Presidente do Tribunal de Contas ou de suas Cmaras ou, ainda, a requerimento de qualquer Conselheiro, poder o Tribunal Pleno pronunciar-se sobre a interpretao de qualquer norma jurdica ou procedimento da administrao, se reconhecer que sobre estes ocorre divergncia de interpretao de Cmaras e Julgadores Singulares. Pargrafo nico - Sendo a medida de iniciativa do Presidente do Tribunal, ser ele o relator da matria. Artigo 83 - O Regimento Interno dispor sobre procedimento da matria. CAPTULO IV Das Smulas Artigo 84 - Ser inscrita na Smula a jurisprudncia que o Tribunal tenha por predominante e rme, embora com voto vencido. 1 A inscrio de enunciado na Smula ser decidida pelo Plenrio, por proposta de qualquer Conselheiro. 2 O processamento da inscrio ser denido no Regimento Interno.

34

Tribunal de Contas do Estado de So Paulo

TTULO VI Da Execuo das Decises CAPTULO I Disposies Gerais Artigo 85 - As decises do Tribunal de Contas de que resulte imputao de dbito ou multa tero eccia de ttulo executivo. Artigo 86 - Por deciso passada em julgado, o responsvel condenado em alcance, sujeito restituio ou ao recolhimento de multa, ser noticado a pagar dentro de 30 (trinta) dias. Artigo 87 - No coberto o alcance nem restituda a quantia ou recolhida a multa, expedir-se- ordem ao rgo competente para que, dentro de 30 (trinta) dias, providencie o recolhimento ao errio da totalidade da cauo, ana ou de quanto baste para a soluo do dbito. Pargrafo nico - Recolhida a importncia, ser desde logo apresentado ao Tribunal de Contas o respectivo comprovante para expedio da proviso de quitao, a qual declarar o modo e motivo do pagamento. Artigo 88 - Quando a cauo ou ana for insuciente para cobrir o montante do alcance, restituio ou pagamento, ou quando no a tiver prestado o responsvel, extrair-se- cpia da deciso e das peas do processo julgadas necessrias, as quais sero remetidas dentro de 15 (quinze) dias, por intermdio da Procuradoria da Fazenda do Estado, ao Procurador Geral do Estado, para cobrana judicial da dvida. Artigo 89 - Na hiptese de o responsvel julgado em alcance no estar aanado, no possuir bens sobre os quais possa recair a execuo ou quando for de interesse devidamente justicado da Fazenda Pblica, poder o Tribunal de Contas, a requerimento deste ou da Procuradoria da Fazenda do Estado, autorizar o desconto do dbito em parcelas que no excedam a 50% (cinquenta por cento) dos seus vencimentos. CAPTULO II Da Comunicao dos Atos Artigo 90 - A intimao dos atos e decises do Tribunal de Contas presume-se perfeita com a publicao no Dirio Ocial, salvo as excees previstas em lei.

Lei Complementar n 709

35

Artigo 91 - A noticao, em processo de tomada de contas, convidando o responsvel, sob as penas da lei, a prestar informaes, a exibir documentos novos ou a defender-se, bem como a intimao de que foi condenado em alcance ou multa sero feitas: I II III IV pessoalmente; com hora certa; por via postal ou telegrca; por edital.

Artigo 92 - A intimao e a noticao pessoal consistiro na entrega de carta ao responsvel, pelo Ocial de Comunicaes ou servidor designado, o qual, depois de declarar do que se trata e de convidar o interessado a lanar, querendo, o seu ciente na cpia que lhe ser exibida, lavrar certido circunstanciada do ato, com a indicao do dia, local e hora. Artigo 93 - Quando, por trs vezes, o Ocial de Comunicaes houver procurado o responsvel em sua repartio, entidade ou rgo, sem o encontrar, dever, se suspeitar que se oculta ou no quer recebe-lo, cienticar outro servidor da mesma dependncia, preferentemente de categoria superior a do responsvel, de que, no dia imediato, em hora que designar, voltar para efetuar a intimao ou noticao, cando esse servidor, sob pena de responsabilidade, obrigado a dar conhecimento do ocorrido ao responsvel. Pargrafo nico - Se no dia e hora designados o responsvel no estiver presente ou se recusar a receber o Ocial de Comunicaes, a intimao ou noticao sero tidas por feitas mediante a entrega ao servidor referido neste artigo, ou, se no for encontrado, a qualquer outro da mesma dependncia, da carta de ofcio com a declarao do que se trata e a recomendao expressa de, sob pena de responsabilidade, entregla desde logo e de mo prpria ao destinatrio, do que lavrar o Ocial circunstanciada certido. Artigo 94 - O responsvel, afastado em decorrncia de impedimento legal, deixar o endereo em que poder ser encontrado, ou indicar procurador bastante no territrio do Estado, para o efeito de eventual intimao ou noticao. Artigo 95 - A intimao e a noticao por via postal ou telegrca sero feitas por carta de ofcio, contendo a exposio clara do fato e,

36

Tribunal de Contas do Estado de So Paulo

quando for o caso, a indicao do prazo em que devem ser obedecidas, expedindo-se a carta como correspondncia expressa, registrada ou telegrca com recibo de volta, cuja data ser tida como sendo a do ato. Artigo 96 - Ter-se- como feita pessoalmente ao responsvel a intimao, ou a noticao: I quando conrmada por recibo de volta, postal ou telegrco, assinado pelo responsvel ou pelo servidor habitual ou legalmente encarregado de receber a correspondncia, ou, conforme o caso, por pessoa da famlia ou por servial do responsvel; quando, por no querer ou no poder o responsvel admitir a presena do Ocial de Comunicaes, lhe for transmitida por intermdio de seu auxiliar imediato, que tenha por funo receber e introduzir interessados.

II

Artigo 97 - Far-se- a intimao ou noticao por edital: I II quando o responsvel encontrar-se em lugar incerto ou inacessvel; a juzo do Presidente, do Conselheiro Relator ou Conselheiro Julgador Singular, quando feita de outra forma e no obedecida, o Tribunal de Contas achar conveniente insistir no pronunciamento do responsvel.

Artigo 98 - Constituem requisitos da intimao, ou da noticao por edital: I a certido do Ocial de Comunicaes, ou a nota da repartio postal-telegrca conrmando que o responsvel se acha em lugar incerto ou inacessvel; conforme o caso, a declarao da repartio, entidade ou rgo, de que o responsvel dela se afastou sem deixar endereo ou procurador bastante no territrio do Estado;

II

III o prazo dentro do qual o responsvel dever atender a determinao, contado da ltima publicao; IV a publicao no Dirio Ocial, no prazo mximo de 15 (quinze) dias, por 3 (trs) vezes pelo menos. Pargrafo nico - Transcorrido o prazo do edital, contado da ltima publicao, considerar-se- perfeita a intimao ou noticao.

Lei Complementar n 709

37

Artigo 99 - Nas hipteses de intimao ou noticao por edital, ser dada cincia do fato ao Secretrio de Estado, ou dirigente de entidade, ou rgo a que o responsvel estiver subordinado, ou perante o qual responda. Artigo 100 - O Tribunal de Contas poder ordenar, sempre que conveniente, que outras decises sejam levadas ao conhecimento dos interessados, mediante intimao ou noticao na forma deste Captulo. CAPTULO III Das Multas e Sanes Artigo 101 - O Tribunal de Contas poder aplicar aos ordenadores, aos gestores e aos demais responsveis por bens e valores pblicos, as multas e sanes previstas neste Captulo. Artigo 102 - Quando o ordenador, gestor ou o responsvel for julgado em dbito, poder ainda o Tribunal de Contas aplicar-lhe multa de at 100% (cem por cento) do valor atualizado do dano causado ao errio. Artigo 103 - As entidades referidas no inciso XVII do artigo 2 desta lei, que no comprovarem, perante o Tribunal de Contas, a aplicao dos auxlios, subvenes ou contribuies recebidas do Estado ou dos Municpios cam sujeitas s penas de devoluo da importncia objeto da glosa e suspenso de novos recebimentos, sem prejuzo das sanes legais cabveis. Artigo 104 - O Tribunal de Contas poder aplicar multa de at 2.000 (duas mil) vezes o valor da Unidade Fiscal do Estado de So Paulo (UFESP) ou outro valor unitrio que venha a substitu-la, aos responsveis por: I contas julgadas irregulares de que no resulte dbito; II ato praticado com infrao norma legal ou regulamentar;

III no atendimento, no prazo xado, sem causa justicada, de diligncia do Conselheiro Relator ou do Conselheiro Julgador Singular, ou de deciso do Tribunal de Contas; IV obstruo ao livre exerccio das inspees e auditorias determinada; V sonegao de processo, documento ou informao, em inspees ou auditorias realizadas pelo Tribunal de Contas; e

38

Tribunal de Contas do Estado de So Paulo

VI reincidncia no descumprimento de determinao ou instrues do Tribunal de Contas. 1 - Ficar sujeito multa prevista neste artigo aquele que deixar de dar cumprimento deciso do Tribunal de Contas, salvo motivo justicado. 2 - No caso de extino da UFESP, enquanto no for xado por lei outro valor unitrio para substitu-lo, o Tribunal de Contas estabelecer parmetro a ser utilizado para o clculo da multa prevista neste artigo. Artigo 105 - O dbito decorrente de multa aplicada pelo Tribunal de Contas, quando pago aps o vencimento, ser atualizado monetariamente na data do efetivo pagamento. Artigo 106 - Sem prejuzo das sanes previstas neste Captulo e das penalidades administrativas, aplicveis pelas autoridades competentes, por irregularidades vericadas pelo Tribunal de Contas, sempre que este, por maioria absoluta de seus membros, considerar grave a infrao cometida, o responsvel car inabilitado, por um perodo que variar de 5 (cinco) a 8 (oito) anos, para o exerccio de cargo em comisso ou funo de conana no mbito da Administrao Pblica. Artigo 107 - O Tribunal de Contas poder solicitar aos dirigentes das entidades que lhe sejam jurisdicionadas as medidas necessrias ao arresto de bens dos responsveis julgados em dbito, devendo ser ouvido quanto liberao dos bens arrestados e a sua restituio. Artigo 108 - O Tribunal Pleno poder declarar, por maioria absoluta de seus membros, inidneo para contratar com a Administrao Pblica, pelo prazo de at 5 (cinco) anos, o licitante que, atravs de meios ardilosos e com o intuito de alcanar vantagem ilcita para si ou para outrem, fraudar licitao ou contratao administrativa. Artigo 109 - No incio ou no curso de qualquer apurao, o Tribunal de Contas, de ofcio, determinar, cautelarmente, o afastamento temporrio do responsvel se existirem indcios sucientes de que, prosseguindo no exerccio de suas funes, possa retardar ou dicultar a realizao de auditoria ou inspeo, causar novos danos ao errio ou inviabilizar o seu ressarcimento. 1 Estar solidariamente responsvel a autoridade competente que, no prazo determinado pelo Tribunal de Contas, deixar de atender determinao prevista no caput deste artigo.

Lei Complementar n 709

39

2 Nas mesmas circunstncias do caput deste artigo e do pargrafo anterior, poder o Tribunal de Contas, sem prejuzo da medida prevista no artigo 106 desta lei decretar, por prazo no superior a 1 (um) ano, a indisponibilidade de bens do responsvel, tantos quantos considerados bastantes para garantir o ressarcimento dos danos em apurao. TTULO VII Do Direito de Denncia Artigo 110 - Qualquer cidado, partido poltico, associao ou sindicato parte legtima para denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas. Artigo 111 - A denncia, sobre matria de competncia do Tribunal de Contas, dever referir-se a administrador ou responsvel sujeito a sua jurisdio, conter o nome legvel, a qualicao e o endereo do denunciante e estar acompanhado de prova ou indcio concernente ao fato denunciado ou existncia de ilegalidade ou irregularidade. Pargrafo nico - O Regimento Interno dispor sobre a tramitao do processo de denncia. Artigo 112 - A denncia ser apurada em carter sigiloso, at que se comprove a sua procedncia, e somente poder ser arquivada aps efetuadas as diligncias pertinentes, mediante despacho fundamentado do Conselheiro designado. Pargrafo nico - Reconhecida a existncia de dolo ou m-f do denunciante, o processo ser remetido ao Ministrio Pblico para as medidas legais cabveis. TTULO VIII Das Disposies Finais Artigo 113 - A ttulo de racionalizao administrativa e economia processual, e a m de evitar que o custo de cobrana devidamente atualizada seja manifestamente superior ao valor do ressarcimento, o Tribunal de Contas poder determinar, desde logo, o arquivamento do processo, sem cancelamento do dbito, a cujo pagamento continuar obrigado o devedor.

40

Tribunal de Contas do Estado de So Paulo

Artigo 114 - O Tribunal de Contas do Estado adaptar o seu Regimento Interno, de forma a assegurar Assembleia Legislativa, sempre que possvel, condies de aplicabilidadedo artigo 33, 1, da Constituio do Estado. Artigo 115 - A Revista do Tribunal de Contas do Estado de So Paulo considerada publicao ocial do Tribunal. Artigo 116 - Na falta de lei ou regulamento estadual, aplicar-se-, supletivamente, s matrias disciplinadas por esta lei, a legislao federal pertinente. Artigo 117 - O Regimento Interno do Tribunal de Contas somente poder ser aprovado e alterado pela maioria absoluta de seus Conselheiros. Artigo 118 - Vetado. Artigo 119 - Esta lei entrar em vigor na data de sua publicao, revogadas as disposies em contrrio em especial a Lei n 10319, de 16 de dezembro de 1968. Palcio dos Bandeirantes, 14 de janeiro de 1993. LUIZ ANTONIO FLEURY FILHO

Lei Complementar n 709

41

Manuel Alceu Affonso Ferreira Secretrio da Justia e da Defesa da Cidadania Eduardo Maia de Castro Ferraz Secretrio da Fazenda Joo Bignardi Netto Respondendo pelo expediente da Secretaria de Agricultura e Abastecimento Jos Fernando da Costa Boucinhas Secretrio de Energia e Saneamento Wagner Gonalves Rossi Secretrio da Infra-Estrutura Viria Fernando Gomes de Morais Secretrio da Educao Vicente Amato Neto Secretrio da Sade Michel Miguel Elias Temer Lulia Secretrio da Segurana Pblica Milton Antonio Casquel Monti Secretrio de Relaes do Trabalho Rosmary Correa Secretria da Promoo Social Adilson Monteiro Alves Secretrio da Cultura Luiz Carlos Delben Leite Secretrio da Cincia, Tecnologia e Desenvolvimento Econmico Valdemar Corauci Sobrinho Secretrio de Esportes e Turismo Miguel Tebar Barrionuevo Secretrio da Administrao e Modernizao do Servio Pblico

42

Tribunal de Contas do Estado de So Paulo

Ernesto Lozardo Secretrio de Planejamento e Gesto Cludio Ferraz de Alvarenga Secretrio do Governo Edis Milar Secretrio do Meio Ambiente Arnaldo Calil Pereira Jardim Secretrio da Habitao Rosmary Correa Respondendo pelo expediente da Secretaria do Menor Fernando Augusto Cunha Secretrio dos Transportes Metropolitanos Jos de Mello Junqueira Secretrio da Administrao Penitenciria

Publicada na Assessoria Tcnico-Legislativa, aos 14 de janeiro de 1993. Publicada no DOE de 15/01/93, com reticaes no DOE de 21/01/93 e 22/01/93

Lei Complementar n 709

43

VETO PARCIAL AO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR N 11/90 So Paulo, 14 de janeiro de 1993.

A-n 3/93 Senhor Presidente Tenho a honra de levar ao conhecimento de Vossa Excelncia, para os ns de direito, que, com fundamento no 1 do artigo 28 e no inciso IV do artigo 47, ambos da Constituio Estadual, resolvo vetar, parcialmente,o Projeto de Lei Complementar n 11, de 1990, aprovado por essa nobre Assembleia, conforme Autgrafo n 21.881, pelas razes que, a seguir, so enunciadas. De iniciativa do egrgio Tribunal de Contas do Estado, a propositura dispe sobre a Lei Orgnica daquela alta Corte. Incide o veto sobre o 2 do artigo 25 e sobre o artigo118 da propositura, introduzidos por meio de emendas legislativas no texto original. A primeira dessas disposies o 2 aposto ao artigo 25 determina que o resultado e as concluses das auditorias realizadas pelo Tribunal sero encaminhados, imediatamente, Assembleia Legislativa. A segunda, consubstanciada no artigo 118, tambm impugnado, visa assegurar aos Deputados livre e imediato acesso a todos os dados, informaes, estudos e documentos processados junto ao Tribunal de Contas. Ambas as disposies interferem indevidamente no funcionamento daquela alta Corte, congurando ingerncia na vida interna da Instituio, no exerccio das funes que lhe so conferidas pelo artigo 96 da Constituio Federal. Efetivamente, a Constituio do Estado, nas Sees VI e VII, Captulo II, do Ttulo II j estabelece as normas pertinentes ao relacionamento da Assembleia Legislativa com o Tribunal de Contas, no podendo a legislao complementar e ordinria prever outras modalidades de con-

44

Tribunal de Contas do Estado de So Paulo

trole que no as constantes da Carta estadual, que tm esteio na prpria Constituio da Repblica. Assim, os novos mandamentos e exigncias em que se erigem as disposies impugnadas, refugindo ao modelo constitucional, alm de trazerem inconvenientes para o normal funcionamento da instituio, no que tange organizao dos servios que lhe so prprios, vm ferir a autonomia do egrgio Tribunal de Contas do Estado, que deve ser plenamente assegurada. Expostos os motivos que me levam a opor veto parcial propositura, e fazendo-os publicar no Dirio Ocial do Estado, nos termos do 3 do artigo 28 da Constituio do Estado, devolvo a matria ao reexame dessa egrgia Assembleia. Reitero a Vossa Excelncia os protestos e elevada estima e considerao. LUIZ ANTONIO FLEURY FILHO, Governador do Estado A Sua Excelncia o Senhor Deputado Carlos Alberto Eugnio Apolinrio, Presidente da Assembleia Legislativa do Estado.

Este texto foi revisado conforme Acordo Ortogrco da Lngua Portuguesa.

Lei Complementar n 709

45

RESOLUO N 04/2010TC-A-020613/026/10

Lei Complementar n 709

47

Resoluo

RESOLUO N 04/2010 TC-A-020613/026/10 O TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SO PAULO, no uso de suas atribuies legais e com fundamento no inciso II do art. 3 da Lei Complementar n 709, de 14 de janeiro de 1993, combinado com o inciso III do art. 234 e art. 237 do Regimento Interno, RESOLVE: Art. 1 Fica aprovada a reviso do Regimento Interno do Tribunal de Contas do Estado. Art. 2 As disposies resultantes da reviso aplicar-se-o aos feitos pendentes de julgamento. Art. 3 Esta Resoluo entrar em vigncia a partir de 1 de janeiro de 2011. So Paulo, 24 de novembro de 2010. FULVIO JULIO BIAZZI PRESIDENTE ANTONIO ROQUE CITADINI EDUARDO BITTENCOURT CARVALHO EDGARD CAMARGO RODRIGUES CLUDIO FERRAZ DE ALVARENGA RENATO MARTINS COSTA ROBSON MARINHO

Resoluo n 04/2010

49

REGIMENTO INTERNO

Lei Complementar n 709

51

Sumrio Regimento Interno

ARTIGOS TTULO I - Da Organizao do Tribunal ...................................................................1 TTULO II - Das Disposies Relativas ao Tribunal CAPTULO I - Dos Conselheiros SEO I - Das Disposies Gerais ...................................................................... 2 a 4 SEO II - Do Compromisso, da Posse e do Exerccio .................................... 5 a 8 SEO III - Das Substituies ............................................................................. 9 a 14 SEO IV - Da Eleio do Presidente, do Vice-Presidente e do Corregedor 15 e 16 SEO V - Das Frias e Licenas ....................................................................... 17 a 21 CAPTULO II - Das Cmaras ............................................................................... 22 a 25 CAPTULO III - Da Competncia do Presidente, do Vice-Presidente, do Corregedor e dos Presidentes das Cmaras SEO I - Do Presidente ......................................................................................26 a 30 SEO II - Do Vice-Presidente .................................................................................... 31 SEO III - Do Corregedor .......................................................................................... 32 SEO IV - Dos Presidentes das Cmaras ................................................................ 33 CAPTULO IV - Da Competncia do Tribunal Pleno, das Cmaras e dos Julgadores Singulares SEO I - Das Disposies Gerais .....................................................................34 a 48 SEO lI - Do Relator e do Julgador Singular ................................................... 49 a 52 SEO III - Do Tribunal Pleno ............................................................................53 e 54 SEO IV - Das Cmaras.....................................................................................55 e 56 CAPTULO V Do Auditor do Tribunal de Contas .......................................... 57 e 58

Sumrio - Regimento Interno

53

CAPTULO VI - Da Procuradoria da Fazenda do Estado.................................59 a 64 CAPTULO VII - Do Ministrio Pblico junto ao Tribunal ...............................65 a 72 TTULO III - Do Funcionamento do Tribunal Pleno e das Cmaras CAPTULO I - Das Disposies Gerais SEO I - Das Modalidades das Sesses ......................................................... 73 a 77 SEO II - Do Quorum ........................................................................................78 a 80 SEO III - Da Ordem do Dia.............................................................................. 81 e 82 CAPTULO II - Da Ordem dos Trabalhos em Sesso SEO I - Disposies Gerais ........................................................................... 83 a 103 SEO II - Das Disposies Especiais ............................................................104 a 113 CAPTULO III - Das Decises ........................................................................... 114 a 119 TTULO IV - Da Uniformizao de Jurisprudncia, dos Processos Incidentes, dos Prejulgados e das Smulas CAPTULO I - Da Uniformizao de Jurisprudncia.................................... 120 a 124 CAPTULO II - Dos incidentes de Inconstitucionalidade ............................ 125 e 126 CAPTULO III - Dos Prejulgados ..................................................................... 127 a 129 CAPTULO IV - Das Smulas ........................................................................... 130 a 136 TTULO V - Dos recursos CAPTULO I - Das Disposies Comuns........................................................ 137 a 142 CAPTULO II - Recurso Ordinrio ................................................................... l43 a 146 CAPTULO III - Do Pedido de Reconsiderao .............................................147 a 151 CAPTULO IV - Do Agravo......................................................................................... 152 CAPTULO V - Dos Embargos de Declarao .............................................. 153 a 158 CAPTULO VI - Do Pedido de Reexame ........................................................ 159 a 164 TTULO VI - Das Aes de Reviso e de Resciso de Julgado CAPTULO I - Da Reviso ................................................................................ 165 a 172 CAPTULO lI - Da Resciso de Julgado ..........................................................173 a 177 TTULO VII - Das Disposies Especiais CAPTULO I - Das Contas do Governador do Estado .................................. 178 a 192

54

Tribunal de Contas do Estado de So Paulo

CAPTULO II - Das Contas da Administrao Financeira dos Municpios ...193 a 196 CAPTULO lII - Do Processamento dos Contratos e Atos Jurdicos Anlogos 197 a 206 CAPTULO IV - Da Contagens dos Prazos .....................................................207 e 208 CAPTULO V - Do Relatrio Anual ...........................................................................209 CAPTULO VI - Da Defesa dos Direitos dos Interessados ..................................... 210 CAPTULO VII - Da Secretaria-Diretoria Geral ..............................................211 a 213 CAPTULO VIlI - Da Representao, Da Denncia e Do Exame Prvio de Edital SEO I - Da Representao .................................................................................... 214 SEO II - Da Denncia ...................................................................................215 a 219 SEO III - Do Exame Prvio de Edital .........................................................220 a 225 CAPTULO IX - Das Consultas SEO I - Competncia ...................................................................................226 a 229 SEO II - Procedimento ................................................................................230 a 233 TTULO VIII - CAPTULO NICO - Da Reforma do Regimento Interno .. 234 a 243 TTULO IX - Das Disposies Finais Transitrias ....................................... 244 a 257 RESOLUO 1/97.............................................................................................. pg. 115 NDICE ALFABTICO-REMISSIVO............................................................... pg. 119

Sumrio - Regimento Interno

55

Regimento Interno

TTULO I Da Organizao do Tribunal Art. 1 O Tribunal de Contas do Estado de So Paulo, com jurisdio, competncia, atribuies e composio conferidas pela Constituio e pela Lei, compreende: I rgos deliberativos: a) Tribunal Pleno; b) Primeira Cmara e Segunda Cmara; c) Julgador Singular. II rgos de administrao superior: a) Presidncia; b) Vice-Presidncia; c) Corregedoria. III rgo especial: a) corpo de Auditores do Tribunal de Contas. IV rgos de direo, superviso e controle: a) Secretaria-Diretoria Geral; b) Departamento Geral de Administrao; c) Departamento de Tecnologia da Informao. V rgo auxiliar: a) Gabinete Tcnico da Presidncia. Pargrafo nico. Funcionam junto ao Tribunal o Ministrio Pblico e a Procuradoria da Fazenda do Estado, na forma estabelecida neste Regimento Interno.

Regimento Interno

57

TTULO II Das Disposies Relativas ao Tribunal CAPTULO I Dos Conselheiros SEO I Das Disposies Gerais Art. 2 Ao Tribunal Pleno compete o tratamento de Egrgio Tribunal, s Cmaras, o de Egrgia Cmara, aos Conselheiros, aos membros do Ministrio Pblico junto ao Tribunal e aos Auditores do Tribunal de Contas o de Excelncia. 1 O Conselheiro que deixar ou tiver deixado o exerccio do cargo conservar o ttulo e as honras a ele inerentes. 2 Os Conselheiros, os membros do Ministrio Pblico junto ao Tribunal, da Procuradoria da Fazenda Estadual e o Secretrio-Diretor Geral usaro, como traje ocial, beca e capa, e os seus Substitutos, beca, segundo modelo aprovado pelo Tribunal. Art. 3 O Presidente ter lugar primaz na direo dos trabalhos, tendo direita o representante do Ministrio Pblico. O Conselheiro mais antigo ocupar, na bancada sua direita, a primeira cadeira e o seu imediato, a primeira da bancada sua esquerda, e assim sucessivamente, na ordem de antiguidade. Pargrafo nico. Nas Cmaras, observar-se- a mesma ordem de colocao. Art. 4 Regular-se- a antiguidade dos Conselheiros: I - pela data do exerccio; II - pela data da nomeao, se a do exerccio for a mesma; III - pelo tempo de servio pblico, se coincidirem as datas indicadas nos incisos anteriores; IV - pela idade, se no sucientes os critrios anteriores. Pargrafo nico. As questes relativas antiguidade dos Conselheiros sero resolvidas pelo Tribunal Pleno, consignando-se em ata a deliberao. SEO II Do Compromisso, da Posse e do Exerccio Art. 5 O Conselheiro tomar posse em Sesso Especial do Tribunal Pleno, prestando compromisso de desempenhar com retido os deveres do cargo, considerando-se, desde esse momento, no exerccio de suas funes.

58

Tribunal de Contas do Estado de So Paulo

1 Da posse e do compromisso lavrar-se- termo em livro especial, assinado pelo Presidente e pelo empossado. 2 Os Conselheiros e os membros do Ministrio Pblico devero encaminhar ao Presidente os dados e documentos necessrios formao do seu pronturio e apresentar, no ato da posse e no trmino do exerccio do cargo, declarao pblica de bens. Art. 6 O prazo para a posse do Conselheiro ser de 30 (trinta) dias consecutivos, contados da publicao do ato de nomeao, prorrogvel, por igual perodo, mediante solicitao escrita do interessado e deferimento do Presidente. Pargrafo nico. No se vericando a posse no prazo legal, o Presidente comunicar o fato ao Governador do Estado, para os ns de direito. Art. 7 O Conselheiro nomeado integrar a Cmara em que houver ocorrido a vaga. Art. 8 Aplicam-se ao Procurador-Geral do Ministrio Pblico junto ao Tribunal e ao Auditor do Tribunal de Contas as disposies dos arts. 5 e 6 deste Regimento Interno e ao membro do Ministrio Pblico, o disposto no 2 do art. 5. SEO III Das Substituies Art. 9 O Presidente ser substitudo nas frias, licenas, afastamentos legais, bem como nas faltas e impedimentos, pelo Vice-Presidente, que exerce tambm as funes de Presidente de uma das Cmaras, e, na ausncia deste, pelo Presidente da outra Cmara, ou, ocorrendo ainda a mesma circunstncia, pelo Conselheiro mais antigo em exerccio. Art. 10. Os Conselheiros, nas suas ausncias e impedimentos por motivo de licena, frias ou outro afastamento legal, sero substitudos, mediante sua indicao e por convocao do Presidente, pelos Auditores do Tribunal de Contas, na conformidade dos arts. 4 e 5 da Lei Complementar n 979, de 8 de dezembro de 2005, observado o critrio de rodzio, quando a substituio exceder a 30 (trinta) dias ininterruptos. Pargrafo nico. Na vacncia do cargo de Conselheiro, o Presidente convocar, dos Auditores do Tribunal de Contas, em exerccio, aquele que for indicado pela maioria dos Conselheiros, para responder pelas atribuies do cargo at seu futuro provimento, observado o critrio de rodzio quando a vacncia exceder a 90 (noventa) dias. Art. 11. O Auditor do Tribunal de Contas, quando convocado para substituir Conselheiro ou exercer as respectivas funes no caso de va-

Regimento Interno

59

cncia, servir sob o compromisso do seu cargo, lavrando-se o termo em livro especial, que ser assinado pelo Presidente e pelo convocado. 1 As incompatibilidades previstas no art. 17 da Lei Complementar n 709, de 14 de janeiro de 1993, aplicam-se aos Auditores do Tribunal de Contas, entre si, bem como entre estes e os Conselheiros. 2 Vericada a incompatibilidade, o Presidente proceder a nova convocao. Art. 12. As competncias deferidas ao Auditor, quando convocado para substituir Conselheiro, sero exercidas sem prejuzo daquelas que lhe so originariamente outorgadas por este Regimento Interno. Art. 13. O Auditor, quando no exerccio de substituio de Conselheiro, participar das decises de matrias de natureza funcional e administrativa internas. Art. 14. Os Presidentes das Cmaras sero automaticamente substitudos nas frias, licenas e afastamentos legais, pelo Conselheiro efetivo mais antigo do Tribunal, em exerccio na Cmara. SEO IV Da Eleio do Presidente, do Vice-Presidente e do Corregedor Art. 15. O Presidente, o Vice-Presidente e o Corregedor sero eleitos por seus pares, para mandato de 1 (um) ano, contado da data da posse, permitida a reeleio, observadas as seguintes normas: I - nessa eleio tero direito a voto somente os Conselheiros efetivos, procedendo-se, para esse m, convocao dos que estiverem em gozo de frias ou de licena ou afastados legalmente, mediante publicao no Dirio Ocial, com antecedncia mnima de 10 (dez) dias; II - far-se- a eleio, por escrutnio secreto, at 30 (trinta) dias antes do trmino do mandato do Presidente; III - ser eleito e proclamado em primeiro lugar o Presidente e, logo aps, o Vice-Presidente e o Corregedor; IV - considerar-se- eleito o Conselheiro que alcanar o mnimo de 4 (quatro) votos; V - se nenhum Conselheiro alcanar o nmero mnimo de votos, proceder-se- a segundo escrutnio; VI - se, ainda assim, no se atingir o quorum, proceder-se- a novo escrutnio, dando-se por eleito o que tiver obtido maioria relativa e, se houver empate, o Conselheiro mais antigo no cargo ou o mais idoso se tiverem a mesma antiguidade. Pargrafo nico. No se interrompero as licenas ou frias dos Conselheiros convocados para votar nas eleies de que trata este artigo.

60

Tribunal de Contas do Estado de So Paulo

Art. 16. Ocorrer a vacncia da Presidncia, da Vice-Presidncia ou da Corregedoria: I - pela renncia; II - pela aposentadoria; III - pela perda do cargo de Conselheiro; IV - pelo falecimento. Pargrafo nico. Ocorrida a vacncia, no caso do Presidente, o Vice-Presidente o suceder, at o nal do mandato. Nos demais casos, ser promovida nova eleio para a complementao do mandato. SEO V Das Frias e Licenas Art. 17. Em cada ano civil, os Conselheiros tero direito a 60 (sessenta) dias consecutivos de frias individuais, concedidas pelo Presidente, ad referendum do Tribunal Pleno, sem prejuzo de vencimentos e de quaisquer vantagens inerentes ao exerccio do cargo. 1 As frias podero ser gozadas parceladamente. 2 No podero estar em frias ao mesmo tempo: 1 - o Presidente e o Vice-Presidente; 2 - mais de quatro Conselheiros, sendo no mximo 2 (dois) de cada Cmara, a no ser em casos excepcionais, devidamente apreciados pelo Tribunal Pleno. 3 As frias do Conselheiro que estiver no exerccio da Presidncia sero concedidas pelo Vice-Presidente, ad referendum do Tribunal Pleno. Art. 18. A licena para tratamento de sade dos Conselheiros ser concedida, at 90 (noventa) dias, mediante exame pela Assessoria de Sade e Assistncia Social, podendo esta solicitar exames especializados quando for necessrio, e, por tempo maior, mediante inspeo por junta mdica nomeada pelo Presidente. Art. 19. O Conselheiro gozar as frias ou licenas onde lhe convier, comunicando, porm, o seu endereo ao Presidente. Art. 20. Para os ns de direito, ser comunicada por escrito ao Presidente e por este ao Tribunal Pleno, qualquer interrupo de exerccio. Art. 21. O Auditor do Tribunal de Contas gozar suas frias de acordo com as disposies do Estatuto dos Funcionrios Pblicos Civis do Estado (Lei n 10.261, de 28 de outubro de 1968). Pargrafo nico. Excetuados os casos excepcionais apreciados pelo Tribunal Pleno, no haver simultaneidade de frias de mais de 2 (dois) Auditores do Tribunal de Contas.

Regimento Interno

61

CAPTULO II Das Cmaras Art. 22. Cada Cmara compor-se- de 3 (trs) membros, inclusive o seu Presidente. Art. 23. O Vice-Presidente exercer a Presidncia da Cmara qual pertencer, sendo Presidente da outra Cmara o Conselheiro mais antigo que a integrar. Art. 24. O Tribunal Pleno poder autorizar a permuta de julgadores, de uma para outra Cmara, bem como a transferncia, em caso de vacncia. Pargrafo nico. Na hiptese de ocorrer o impedimento temporrio de todos os integrantes de uma mesma Cmara, o Tribunal Pleno, por proposta do Presidente, poder proceder alterao de sua composio, mediante transferncia provisria de Conselheiro efetivo de outra Cmara, a ser efetivada por permuta e destinada a manter na respectiva Cmara, pelo menos, um Conselheiro efetivo e que ser o seu Presidente. Art. 25. O Tribunal poder fazer cessar a sua diviso e funcionamento em Cmaras e alterar a competncia das existentes, obedecidas as normas xadas no Ttulo VIII deste Regimento Interno. CAPTULO III Da Competncia do Presidente, do Vice-Presidente, do Corregedor e dos Presidentes das Cmaras SEO I Do Presidente Art. 26. O Presidente exerce a direo e poder de polcia do Tribunal e de seus servios. Art. 27. Ao Presidente compete: I - representar o Tribunal em suas relaes externas; II - dar posse e exerccio a Conselheiro, ao Procurador-Geral do Ministrio Pblico e a Auditor do Tribunal de Contas; III - cumprir as deliberaes do Tribunal Pleno; IV - comunicar, desde logo, ao Tribunal Pleno os ofcios expedidos de informao de interesse geral, que receber de quaisquer rgos ou autoridades; V - submeter deciso do Tribunal Pleno, por si ou por meio de Relator, qualquer questo de natureza administrativa, que, a seu juzo, entenda de interesse do Tribunal;

62

Tribunal de Contas do Estado de So Paulo

VI - propor, na forma da lei e deste Regimento Interno, a diviso do Tribunal em Cmaras, bem como a cessao dessa diviso; VII - prestar informaes que lhe forem pedidas pelos Poderes Pblicos, pelos Conselheiros ou pelo Procurador-Geral do Ministrio Pblico; VIII - submeter a exame e deliberao do Tribunal Pleno os atos que praticar e que deste dependam, de conformidade com a lei e com este Regimento Interno; IX - distribuir os processos entre os Conselheiros ou avocar, em casos expressos, as funes de Relator ou Julgador Singular; X - resolver, na distribuio e encaminhamento dos feitos, quaisquer dvidas sobre a competncia das Cmaras, sem prejuzo de deliberao denitiva do Tribunal Pleno, se couber; XI - suspender o expediente do Tribunal, quando for o caso; XII - propor o reexame ex ofcio de prejulgado do Tribunal Pleno, rmado em parecer sobre consulta da Administrao; XIII - apresentar na Sesso de transmisso da Presidncia, relatrio referente sua gesto, a ser apreciado pelo Tribunal Pleno at 31 (trinta e um) de maro, que ser juntado ao processo de contas anuais do Tribunal; XIV - submeter aprovao do Tribunal Pleno as matrias de natureza administrativa da competncia deste; XV - conceder e xar graticao a funcionrios ou servidores do Quadro da Secretaria do Tribunal, ou ainda, pro labore, institudo pela Lei n 10.168, de 10 de julho de 1968; XVI - designar e colocar servidores disposio do seu gabinete, dos gabinetes dos Conselheiros, do Ministrio Pblico, da Procuradoria da Fazenda do Estado e do Corpo de Auditores; XVII - expedir os atos referentes s relaes jurdico-funcionais dos Conselheiros, do Procurador-Geral do Ministrio Pblico, dos Auditores e dos Diretores dos rgos diretamente subordinados Presidncia, sem prejuzo da competncia previstas em lei e neste Regimento Interno; XVIII - decidir, na forma da Constituio e da lei, as questes relativas ao direito ou vantagens aplicveis aos servidores da Secretaria do Tribunal; XIX - atestar o exerccio e a frequncia dos Conselheiros, do Procurador-Geral do Ministrio Pblico, dos Auditores e dos Diretores dos rgos diretamente subordinados Presidncia; XX - autorizar as despesas do Tribunal, sendo-lhe facultada a delegao de poderes ao Diretor Geral da Administrao; XXI - designar Conselheiro, Auditor ou servidor, a m de, isoladamente ou em comisso, procederem a auditorias extraordinrias e a estudos e trabalhos de interesse geral;

Regimento Interno

63

XXII - impor penas disciplinares na forma da lei; XXIII - convocar as Sesses do Tribunal Pleno e a elas presidir, orientando os trabalhos e mantendo a ordem; XXIV - convocar, por necessidade dos servios, Sesso Extraordinria das Cmaras; XXV - resolver, a seu prudente arbtrio, as questes de ordem; XXVI - decidir sobre os requerimentos feitos em Sesso; XXVII - despachar peties de simples juntada, bem como as de desistncia ou de retirada de pedido, e as de recurso, quando no sejam da competncia do Relator ou Julgador Singular; XXVIII - receber e despachar, na forma da lei e deste Regimento Interno, peties de recurso ordinrio, de agravo, quando for o caso, de ao de reviso de processo de tomada de contas e de ao de resciso de julgado; XXIX - votar em casos expressos e nos de empate, sendo que, nos feitos em que for Relator, tambm votar como tal, na forma da lei e deste Regimento Interno; XXX - convocar, a seu critrio, Conselheiros para completar quorum de Cmara diversa da que pertencer, para determinada Sesso ou julgamento e, em casos especiais, aps pedido justicado que lhe for formulado pelo Presidente da Cmara interessada; XXXI - comunicar ao Poder competente deciso denitiva do Tribunal referente ilegalidade de despesa, inclusive a sustao desta, se for o caso, nos termos dos incisos XIV, XV e XVI do art. 2 da Lei Complementar n 709, de 14 de janeiro de 1993; XXXII - ordenar, na forma da lei e deste Regimento Interno, que se faa intimao ou noticao por edital, ressalvada a competncia do Conselheiro Relator ou Julgador Singular; XXXIII - resolver sobre as omisses que se vericarem neste Regimento Interno, submetendo o assunto, se for o caso, deciso do Tribunal Pleno; XXXIV - enviar Assembleia Legislativa relatrio circunstanciado da apreciao feita das contas do Tribunal; XXXV - encaminhar Assembleia Legislativa, trimestral e anualmente, relatrio das atividades do Tribunal; XXXVI - estabelecer normas de distribuio de servios entre os membros do Corpo de Auditores; XXXVII - solicitar o afastamento de servidores para prestar servios junto ao Tribunal. Pargrafo nico. O Presidente votar obrigatoriamente em matria de natureza administrativa, mesmo que no seja o Relator do feito, cabendo-lhe, ainda, o voto de desempate.

64

Tribunal de Contas do Estado de So Paulo

Art. 28. Caber recurso para o Tribunal Pleno de atos do Presidente: I - que atentarem contra expressa disposio de lei, regulamento ou deste Regimento Interno; II - que, em caso de omisso, implicarem protelar o cumprimento de ato a que esteja obrigado. Pargrafo nico. O recurso no ter lugar: 1 - se a deciso j tiver sido proferida nesse grau, por atribuio legal ou regimental deferida competncia do Presidente; 2 - se decorrer de disposio que livremente o autorize. Art. 29. Recebida a petio de recurso, fundamentada e documentada, o Presidente despacha-la-, dentro de 5 (cinco) dias teis: I - indeferindo-a in limine, nos casos do pargrafo nico e incisos do artigo anterior; II - deferindo-a para, desde logo, reformar o seu ato ou deciso ou praticar o ato a que estiver obrigado; III - submetendo-a ao Tribunal Pleno, em sua primeira Sesso, caso em que cumprir, a seguir, o que for deliberado. Art. 30. Excetuam-se das regras dos arts. 28 e 29 deste Regimento Interno os atos do Presidente relativos aos direitos aplicveis aos servidores da Secretaria do Tribunal, que se regero pelas normas do Estatuto dos Funcionrios Pblicos Civis do Estado de So Paulo (Lei n 10.261, de 28 de outubro de 1968) e legislao complementar. SEO II Do Vice-Presidente Art. 31. Ao Vice-Presidente compete: I - suceder o Presidente em caso de vacncia, at o nal do mandato; II - presidir a Cmara a que pertencer; III - substituir o Presidente nas faltas, impedimentos, frias, licena e afastamentos legais; IV - presidir as comisses de concurso destinado ao provimento de cargos do Quadro da Secretaria do Tribunal; V - auxiliar o Presidente no exerccio de suas funes, quando assim o exigir a necessidade dos servios e for por aquele solicitado; VI - coordenar os trabalhos de edio da Revista do Tribunal de Contas do Estado de So Paulo.

Regimento Interno

65

SEO III Do Corregedor Art. 32. Ao Corregedor compete presidir as Comisses de Sindicncias e Processos Administrativos instaurados para apurao de desvios funcionais de Conselheiro, do Procurador-Geral e membro do Ministrio Pblico e de Auditor. 1 O exerccio das funes de Corregedor no desvincula o Conselheiro das atribuies inerentes ao seu cargo. 2 Nas faltas e impedimentos, o Corregedor ser substitudo pelo Vice-Presidente. 3 O Corregedor ser assistido por um Assessor TcnicoProcurador, com auxlio de um servidor que exercer as funes de secretrio, ambos com prejuzo das atribuies normais de seus cargos, podendo outros servidores ser colocados disposio do Corregedor pelo Presidente, se necessrio. SEO IV Dos Presidentes das Cmaras Art. 33. Aos Presidentes das Cmaras, alm de relatar os feitos que lhes forem distribudos e vot-los, compete: I - convocar as Sesses da respectiva Cmara e presidi-las, orientando os trabalhos e mantendo a ordem; II - resolver, a seu prudente arbtrio, as questes de ordem; III - decidir os requerimentos feitos em Sesso; IV - encaminhar ao Presidente as matrias cuja deciso a este ou ao Tribunal Pleno competir; V - convidar o Presidente para proferir voto de desempate, nos termos da lei, o que atribuir a este a condio de julgador certo. Pargrafo nico. O Presidente da Cmara ser designado Relator ou Julgador Singular, em igualdade de condies com os outros Conselheiros. CAPTULO IV Da Competncia do Tribunal Pleno, das Cmaras e dos Julgadores Singulares SEO I Das Disposies Gerais Art. 34. Cada feito no Tribunal ser distribudo, conforme a hiptese:

66

Tribunal de Contas do Estado de So Paulo

I - a um Relator; II - a um Relator e a um Revisor; III - a um Julgador Singular. Pargrafo nico. A distribuio do feito a um Revisor ser disciplinada por ato da Presidncia. Art. 35. O Presidente distribuir entre os Conselheiros, de forma equitativa, os feitos de competncia do Tribunal. Art. 36. A distribuio ser feita no prprio processo ou expediente, mediante lista, sempre por sorteio, observadas as normas desta Seo. 1 Se dois ou mais feitos estiverem intimamente relacionados entre si, sero distribudos, de preferncia, a um s Relator ou Julgador Singular, sendo que, na primeira hiptese, sero julgados, sempre que possvel, na mesma Sesso. 2 Ocorrendo o mesmo incidente processual em feitos j distribudos, proceder-se- da mesma forma na redistribuio deles, desde que, formulada a proposta por Conselheiro, ocorra expressa anuncia daquele que deixa e daquele que assume as funes de Relator ou Julgador Singular. 3 Observando a ocorrncia nos feitos, cuja instruo esteja a seu encargo, caber ao Auditor dar cincia ao Relator para sua avaliao e encaminhamento nos termos do 2, se for o caso. Art. 37. A forma de distribuio e o critrio de agrupamento dos processos sero estabelecidos por ato do Presidente. Art. 38. Os processos referentes s contas do Governador do Estado obedecero, na distribuio, ao sistema de rodzio, a comear dos Conselheiros mais antigos. Pargrafo nico. A designao do Relator far-se- no ms de janeiro de cada ano. Art. 39. O Presidente poder avocar as funes de Relator, com voto, nos casos dos incisos II, III, IV, VI e VII do art. 3 da Lei Complementar n 709, de 14 de janeiro de 1993, bem como nos demais casos expressos em lei e neste Regimento Interno. Pargrafo nico. O Presidente Relator nato nos casos de admisso, nomeao, exonerao, dispensa, disponibilidade, aposentadorias e afastamento de pessoal da Secretaria do Tribunal. Art. 40. julgador certo: I - o Presidente que adiar o julgamento para proferir voto de desempate, embora termine o mandato; II - o Presidente quando convidado para proferir voto de desempate, em deciso da Cmara, ainda que ocorra a hiptese do inciso anterior;

Regimento Interno

67

III - o Conselheiro que apreciar dvidas ou irregularidades relativas a contas municipais; IV - o Relator ou Julgador Singular que presidir a instruo e julgamento do pedido principal, para apreciar e decidir, observada a alada, os respectivos atos aditivos, modicativos ou complementares, bem como todo e qualquer ato ou termo posterior, ou determinar diligncias nos processos ou expedientes submetidos sua deciso, mesmo quando ocorrer designao de Relator diverso daquele que prolatou a deciso recorrida, na hiptese de interposio de recurso ordinrio. Pargrafo nico. O Tribunal Pleno poder estabelecer outras hipteses de julgador certo, de acordo com as normas processuais e a convenincia do servio. Art. 41. Os feitos distribudos ao Conselheiro que assumir a Presidncia passaro, automaticamente, ao Conselheiro que houver deixado aquela funo. Art. 42. Se o Conselheiro a quem for distribudo um processo ou o Auditor ao qual couber conduzir sua instruo, se julgar suspeito ou impedido, ser feita nova distribuio e/ou designao. 1 A alegao de suspeio ou impedimento feita aps a prtica de atos a que se refere o inciso IV do art. 40 deste Regimento Interno, em razo de fato superveniente, dever ser devidamente justicada pelo Relator ou Julgador Singular. 2 O disposto neste artigo aplica-se ao Auditor responsvel pela instruo do feito que dever alegar a condio ao Relator. Art. 43. Aplicam-se redistribuio dos feitos as regras relativas distribuio, no que couber. Art. 44. Vencido o Relator, no todo ou em parte, ser designado um dos julgadores da corrente vencedora para redigir o acrdo, parecer ou deliberao, cando preventa, da por diante, a sua competncia como Relator. Pargrafo nico. Se a deciso independer da redao de acrdo, parecer ou deliberao e for necessria a designao de outro Relator, esta recair em julgador que haja proferido voto vencedor, observado o disposto na parte nal deste artigo. Art. 45. A competncia do Relator ad hoc, a que se refere o 1 do art. 86 deste Regimento Interno, continua preventa at o julgamento nal, no se exaurindo com a presena do Relator originrio. Art. 46. O Conselheiro a quem for distribudo um processo dar a conhecimento o relatrio dos feitos de sua competncia do Tribunal Pleno e das Cmaras, contendo resumo da matria a ser apreciada ou proferir sentena naqueles que forem de competncia do Julgador Singular.

68

Tribunal de Contas do Estado de So Paulo

1 O relatrio a que se refere este artigo poder ser substitudo por breve c