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O Consolador e a RegeneraçãoPense, não aborte!Clonagem

Veja nesta Edição:

Atentar contra a Vida – que emana de Deus –,em qualquer circunstância, é transgredir Sua lei

Bem inestimável!VIDA

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Fundada em 21 de janeiro de 1883

Fundador: Augusto Elias da Silva

Revista de Espiritismo CristãoAno 125 / Março, 2007 / N o 2.136

ISSN 1413-1749Propriedade e orientação daFEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRADiretor: NESTOR JOÃO MASOTTI

Diretor-substituto e Editor: ALTIVO FERREIRA

Redatores: AFFONSO BORGES GALLEGO SOARES, ANTONIO

CESAR PERRI DE CARVALHO, EVANDRO

NOLETO BEZERRA E LAURO DE OLIVEIRA SÃO THIAGO

Secretária: SÔNIA REGINA FERREIRA ZAGHETTO

Gerente: AMAURY ALVES DA SILVA

Gerente de Produção: GILBERTO ANDRADE

Equipe de Diagramação: SARAÍ AYRES TORRES, AGADYR

TORRES E CLAUDIO CARVALHO

Equipe de Revisão: MÔNICA DOS SANTOS E WAGNA

CARVALHO

REFORMADOR: Registro de publicação no 121.P.209/73 (DCDP do Departamento de Polí-cia Federal do Ministério da Justiça),CNPJ 33.644.857/0002-84 • I. E. 81.600.503

Direção e Redação:Av. L-2 Norte • Q. 603 • Conj. F (SGAN) 70830-030 • Brasília (DF)Tel.: (61) 2101-6150FAX: (61) 3322-0523

Departamento Editorial e Gráfico:Rua Souza Valente, 17 • 20941-040Rio de Janeiro (RJ) • BrasilTel.: (21) 2187-8282 • FAX: (21) 2187-8298E-mail: [email protected]

Home page: http://www.febnet.org.brE-mail: [email protected] e

[email protected]

Projeto gráfico da revista: JULIO MOREIRA

Capa: AGADYR TORRES E CLAUDIO CARVALHO

Editorial

Vida, bem inestimável!

Entrevista: Maria Túlia Bertoni

A Família Espírita será formada pela união

Presença de Chico Xavier

Seara de ódio – Irmão X

Esflorando o Evangelho

Orientação – Emmanuel

A FEB e o Esperanto

Encontro nacional de esperantistas-espíritas –

Affonso Soares

Trovas / Troboj – Marcelo Gama

Seara Espírita

O Consolador e a Regeneração – Juvanir Borges de Souza

A grande transição – Joanna de Ângelis

O bem e o mal – Inaldo Lacerda Lima

Jesus, Kardec e nós – Emmanuel

A desencarnação de Kardec – Muller

Efeitos – Richard Simonetti

Pense, não aborte! – A. Merci Spada Borges

Cristianismo primitivo e Doutrina Espírita –

Severino Celestino da Silva

Em dia com o Espiritismo – Clonagem –

Marta Antunes Moura

Seminário inaugural na FEB – Rio

Longo reinado – Adolpho Marreiro Júnior

Presença Espírita – Albino Teixeira

Inspiração e mediunidade – Orson Peter Carrara

Médiuns inspirados – Allan Kardec

Campanha – Família, Vida e Paz

Deus e a Criação – Ricardo Di Bernardi

Deus – Antero de Quental

Determinismo e livre-arbítrio – F. Altamir da Cunha

Obsessão e assistência espiritual – Umberto Ferreira

A FEB na 20a Feira do Livro de Guadalajara

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SumárioExpediente

PARA O BRASILAssinatura anual RR$$ 3399,,0000Número avulso RR$$ 55,,0000

PARA O EXTERIORAssinatura anual UUSS$$ 3355,,0000

AAssssiinnaattuurraa ddee RReeffoorrmmaaddoorr:: Tel.: (21) 2187-8264 • 2187-8274

EE--mmaaiill:: [email protected]

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Editorial

4 Reformador • Março 2007 8822

tentativa de eliminar a vida, seja a própria ou a do seu semelhante, será

sempre uma manifestação de insensatez do homem. Deus, que tudo

criou e que preserva a Criação, não deixaria sua obra à mercê da irres-

ponsabilidade humana. O homem consegue atingir o corpo físico, extinguindo-lhe

a existência, e arca com as conseqüências desse gesto. Jamais conseguirá atingir o ser

espiritual, que é imortal.

A vida humana, assim como toda e qualquer manifestação de vida, está subme-

tida às leis de Deus, que a criou e mantém, como mantém tudo o que há no univer-

so, físico ou espiritual.

O quinto mandamento da Lei de Deus recebida por Moisés determina: “Não

matarás”.

No Sermão do Monte, Jesus observa (Mateus, 5:21-22): “Ouvistes que foi dito aos

antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo

que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão será réu de juízo [...]”.

Os Espíritos Superiores, responsáveis pelos ensinos contidos na Codificação

Espírita, consultados sobre qual o primeiro de todos os direitos naturais do

homem, esclarecem: “O de viver. Por isso ninguém tem o direito de atentar contra a

vida de seu semelhante, nem de fazer o que quer que possa comprometer a sua existên-

cia corporal”. (O Livro dos Espíritos, q. 880.)

Consultados, ainda, sobre se o homem tem o direito de dispor de sua própria

vida, enfatizam: “Não; somente Deus tem esse direito. O suicídio voluntário é uma

transgressão dessa lei”. (O Livro dos Espíritos, q. 944.)

Atentar contra a Vida – que emana de Deus – em qualquer circunstância, seja por

assassinato, suicídio, aborto, eutanásia ou pena de morte, voluntária ou involunta-

riamente, individual ou coletivamente, será sempre uma transgressão à Sua Lei,

reclamando reparação sempre dolorosa.

Será sempre, também, uma insensatez, já que o ser humano, na sua essência, é

um Espírito imortal, que continuará existindo, com ou sem corpo físico, com suas

virtudes e seus defeitos, vivendo as experiências de que necessita para o seu progres-

so intelectual, moral e espiritual.

AVida, bem inestimável!

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5Março 2007 • Reformador 8833

Doutrina Espírita, como oConsolador prometido eenviado pelo Cristo, tem

múltiplas missões neste mundoatribulado por inúmeros proble-mas gerados pelo atraso moral damaior parcela da Humanidade.

Chegamos ao princípio do sé-culo XXI da Era Cristã, alimenta-dos pela esperança de nos depa-rarmos com um mundo melhor,mas, na realidade, continuamosem outro século em que predomi-nam os conhecidos declives daHistória: guerras, violências, mi-séria, incompreensões e choquesentre religiões, ambições geradaspelo egoísmo, enfim, os mesmosatrasos característicos de épocasanteriores.

O progresso das ciências e daTecnologia, dando ensejo a melho-res condições na vida individual ecoletiva, nos usos e costumes, nãocorrespondeu às aspirações de ummundo melhor, no sentido demais entendimento e compreen-são entre os homens e na práticado amor, da justiça e da caridade,no seio da população mundial.

A realidade é que, na civilizaçãoocidental, dominada há séculos pe-las religiões cristãs, o predomínio é

apenas da denominação cristã, jáque as instituições religiosas e seusseguidores não absorveram e nãopraticam os ensinos e os exemplosdeixados pelo Cristo, substituindo--os por conceitos e práticas exterio-res que se distanciam das fontesoriginais e exemplos deixados peloMestre Incomparável.

Já as religiões e filosofias pre-dominantes na parte oriental doPlaneta, fundadas há milênios porenviados do Cristo, apresentamtambém desvios das fontes origi-nais, por influências diversas, en-tre as quais o apego às tradições eas interpretações infelizes, no de-correr dos séculos.

Como conseqüências dos errose descaminhos aceitos e pratica-dos, o orgulho, o egoísmo e a ig-norância continuam presentespor toda parte, influenciando asorganizações sociais das nações,dividindo as populações em clas-ses, com a imposição de privilé-gios e superioridades injustas deumas sobre as outras e com o ma-terialismo multifário influindopoderosamente no pensamentode milhões de criaturas.

Assim é que, em nome do Cris-to e de seu Evangelho, ou com fun-

damentação nos livros sagradosdas diversas religiões, as práticasreligiosas no mundo não corres-pondem, senão em parte, aos ensi-nos deixados como orientaçõespara o aperfeiçoamento moral daspopulações que se sucedem.

Diante desse quadro que repre-senta a humanidade terrestre, quenão está excluída da lei divina doprogresso, pode-se melhor com-preender a alta significação e agrande importância do Consola-dor no mundo, enviado pelo Cristo.

É através dele, definido noEvangelho de João, capítulo XIV,números 15 a 17 e 26, que pode-mos entender ter chegado o tem-po dos reajustamentos dos valoresintelecto-morais humanos, comas retificações dos transvios, in-clusive através de expiações cole-tivas, quando necessárias, para obem de toda a Humanidade, en-carnada e desencarnada.

Felizes serão os que compreen-derem essa necessidade e se pro-puserem às retificações por esfor-ço próprio, aderindo espontanea-mente às diretrizes superiores.

Para os rebeldes, as leis divinastêm suas disposições, seus méto-dos variados, que não excluem os

O Consolador ea Regeneração

AJU VA N I R B O RG E S D E SO U Z A

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6 Reformador • Março 2007 8844

sofrimentos e, por fim, a remoçãopara outros mundos condizentescom suas condições evolutivas.

A influência do Cristo, designa-do por Deus para ser o Governa-dor espiritual deste Planeta, acom-panha sua evolução através dosmilênios, a partir de sua esculturageológica, em tempos imemoriais.

Jesus tem sido o diretor supre-mo, “uno com o Pai”, no que serefere às realidades e às verdadeseternas neste mundo que é aindade “expiações e provas”, mas quechegará à condição de “mundo re-generado”, de acordo com as pre-visões superiores.

Apesar das condições angustio-sas resultantes do atraso e da re-beldia de considerável massa deseus habitantes, encarnados e de-sencarnados, gerando maldades eincompreensões que impressio-nam por sua persistência atravésdos milênios, há espaços, nos doisplanos deste orbe, nos quais sãocultivadas a paz e a verdade.

Esses redutos crescem sempre,aumenta progressivamente o nú-mero dos aderentes ao bem, comoconseqüência da lei divina da evo-lução, tornando possível a previsãode uma nova era, na qual o mal, aignorância, o egoísmo e o orgulho,gerados pelas mentes rebeldes, nãomais tenham a influência exercidano passado e no presente, decli-nando continuamente.

Todos os que estão ligados a es-te orbe são chamados pelo Cristo àredenção, embora muitos não te-nham ainda condições de ouvir eatender aos apelos do grande Guia.

Lembremos que a misericórdia

do Pai é infinita, assim como a doCristo de Deus, infundindo-nos acerteza de que, por mais que de-more a noite da rebeldia, surgirá afutura alvorada com suas clarida-des de compreensão, de paz e defraternidade.

Como a evolução é lei divinaaplicável a todos, os que recusamos sentimentos sintetizados noamor, na justiça e na caridade se-rão submetidos à dor e ao sofri-mento, quando necessários, em su-cessivas reencarnações.

As realizações do homem só secaracterizam como progresso ver-dadeiro quando acompanhadas daevolução dos valores ético-morais.

Por isso é ilusório, por incom-pleto, o progresso científico e tec-nológico aplicado aos transpor-tes, à comunicação, à medicina e atodas as atividades humanas daatualidade, se nelas a preocupaçãoé com o poder, com o domínio,com o extermínio pela força, co-mo se observa em diversos gover-nantes de países ditos civilizados.

O progresso na vida materialsem os reajustamentos dos valoresmorais não são suficientes para ca-racterizar a verdadeira evolução.

As atividades exteriores preci-sam estar acompanhadas dos valo-res interiores, autênticos, para ca-racterizar o verdadeiro progresso.

O homem, na Terra, tem-sepreocupado especialmente comas atividades exteriores, apli-cando sua inteligência, seu po-tencial de trabalho e de esforçona busca de melhores condi-ções de vida, o que tem conse-guido.

A vinda do Cristo ao plano físi-co do planeta visou especialmentecomplementar, com os valores es-pirituais e morais de seu Evangelho,o sentido mais importante da vida.

Como o sentido verdadeiro desuas lições não foi bem compreen-dido, desvirtuadas no tempo pe-los interesses que sempre predo-minaram, o Consolador prometi-do vem reiterar os ensinos do Mes-tre, acrescendo novos conhecimen-tos sobre a Verdade e a Vida.

Se as escolas filosóficas e as reli-giões não atenderam ao que pro-pôs o Evangelho do Cristo, para asolução das grandes questões deordem moral da Humanidade, apresença do Consolador é a indi-cação do caminho correto a serseguido.

É ele a repetição das lições ensi-nadas por Jesus, com as amplia-ções que a inteligência dos ho-mens pode agora com-preender.

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7Março 2007 • Reformador 8855

Oferece ele a explicação do des-dobramento da Vida nos planosespirituais, sem os apelos para asfantasias da imaginação de umcéu de delícias, de um inferno desofrimentos eternos com diabos,demônios e outros seres dedica-dos eternamente ao mal.

É, ainda, o reconhecimento dajustiça perfeita do Criador, a qualse desdobra pelas vidas sucessivasdo Espírito imortal, referendandoa antiga doutrina da reencarna-ção, sem as fantasias acrescenta-das pela ignorância humana.

É, pois, o outro Consolador, arecordar os exemplos e ensinos doMestre, conjugados a novos co-nhecimentos sobre a vida eterna,dispensando, com suas claridades,as lucubrações e fantasias da ima-ginação sobre o futuro que aguar-da a todas as almas reencarnadasna Terra.

Trazendo idéias novas,ainda não perce-

bidas pela maior parcela da Hu-manidade, encontrará o Consola-dor, nos homens do futuro, aque-les Espíritos que estão à procurada Verdade.

Não será a Doutrina Consola-dora que fará diretamente a trans-formação do mundo atual. Serãoos homens, Espíritos ávidos pornovos e verdadeiros ideais que, en-contrando nela as respostas con-vincentes para o que procuram,farão dela a diretriz correta para arenovação social de um mundoregenerado.

Essa Doutrina, pela amplitudede suas perspectivas, baseada nosensinos do Cristo e nos novos co-nhecimentos e revelações trazidospelos Espíritos a serviço do Mes-tre Incomparável, pelo seu podermoralizador e pela extensão dasquestões de que se ocupa, é a orien-tadora natural para a transforma-ção deste mundo, como prevê aEspiritualidade Superior.

A era da renovação social e a doaparecimento do Espiritismo nomundo não são mera coincidência.

O Governo Espiritual desteorbe sabe perfeitamente das suasnecessidades e das soluções paraos seus problemas; do que com-pete aos seus habitantes e do queeles podem esperar da bondade,da sabedoria e da misericórdiadivinas.

Por isso as transformaçõesnecessárias obedecem à vonta-de superior do Criador, repre-sentada pelo Cristo de Deus,atendem às leis divinas, entre asquais a do progresso, e não con-

trariam o livre-arbítrio dos ho-

mens, que nem sempre optampelo lado certo das soluções.

A Revelação Espírita, surgindonos meados do século XIX, estávinculada à necessidade de umatransformação deste mundo atra-sado, que vem evoluindo lenta-mente há muitos milênios.

Mas agora, chegou a hora apra-zada para a sua regeneração, numatransformação moral que incidirásobre a vida futura de bilhões decriaturas sem noção de conheci-mentos essenciais que só o Espiri-tismo lhes pode proporcionar.

A transformação não se fará porcataclismos gigantescos destinadosa aniquilar toda a população.

As gerações atuais serão subs-tituídas gradativamente, como jávem acontecendo, com a diferen-ça de que os Espíritos rebeldes einclinados ao mal deixarão dereencarnar na Terra e serão enca-minhados a outros mundos, en-quanto as novas crianças renas-cidas serão Espíritos propensosao bem.

A época atual é de transição ede confusão, já que aqui revivemEspíritos inclinados às duas ten-dências.

Gradativamente, com o afasta-mento contínuo dos que não seadaptam à era do progresso inte-lecto-moral, o mundo regeneradoirá surgindo, habitado não por Es-píritos Superiores, mas por aque-les que se predispõem a um futuromelhor, que eles mesmos construi-rão aqui, com esforço e perseve-rança, cultivando o amor a Deus eaos seus semelhantes e vivenciandoa fraternidade e a compreensão.

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8 Reformador • Março 2007 8866

pera-se na Terra, neste lar-go período, a grande tran-sição anunciada pelas Es-

crituras e confirmada pelo Espiri-tismo.

O planeta sofrido experimentaconvulsões especiais, tanto na suaestrutura física e atmosférica, ajus-tando as suas diversas camadas tec-tônicas, quanto na sua constitui-ção moral.

Isto porque os Espíritos que ahabitam, ainda estagiando em fai-xas de inferioridade, estão sendosubstituídos por outros mais ele-vados que a impulsionarão pelastrilhas do progresso moral, dandolugar a uma era nova de paz e defelicidade.

Os Espíritos renitentes na per-versidade, nos desmandos, na sen-sualidade e vileza, estão sendo re-cambiados lentamente para mun-dos inferiores onde enfrentarão asconseqüências dos seus atos ignó-beis, assim renovando-se e predis-pondo-se ao retorno planetário,quando recuperados e decididosao cumprimento das leis de amor.

Por outro lado, aqueles que per-maneceram nas regiões inferioresestão sendo trazidos à reencarna-ção, de modo a desfrutarem daoportunidade de trabalho e deaprendizado, modificando os há-bitos infelizes a que se têm sub-metido, podendo avançar sob agovernança de Deus.

Caso se oponham às exigências

da evolução, também sofrerão umtipo de expurgo temporário pararegiões primárias entre raças atra-sadas, tendo o ensejo de ser úteis ede sofrer os efeitos danosos da suarebeldia.

Concomitantemente, Espíritosnobres, que conseguiram superaros impedimentos que os retinhamna retaguarda, estarão chegando, afim de promoverem o bem e alar-garem os horizontes da felicidadehumana, trabalhando infatigavel-mente na reconstrução da socieda-de então fiel aos desígnios divinos.

Da mesma forma, missionáriosdo amor e da caridade, proceden-tes de outras Esferas, estarão reves-tindo-se da indumentária carnal,para tornar essa fase de luta ilumi-nativa mais amena, proporcionan-do condições dignificantes que es-timulem ao avanço e à felicidade.

Não serão apenas os cataclis-mos físicos que sacudirão o pla-neta, como resultado da lei de des-truição, geradora desses fenôme-nos, como ocorre com o outonoque derruba a folhagem das árvo-res, a fim de que possam enfrentara invernia rigorosa, renascendoexuberantes com a chegada da pri-mavera, mas também os de natu-reza moral, social e humana queassinalarão os dias tormentososque já se vivem.

Os combates apresentam-se in-dividuais e coletivos ameaçando dedestruição a vida com hecatombes

inimagináveis, como se a vidapudesse ser aniquilada...

A loucura, decorrente do mate-rialismo dos indivíduos, atira-osnos abismos da violência e da in-sensatez, ampliando o campo dodesespero que se alarga em todasas direções.

Esfacelam-se os lares, desor-ganizam-se os relacionamentosafetivos, desestruturam-se as ins-tituições, as oficinas de trabalhoconvertem-se em áreas de com-petição desleal, as ruas do mun-do transformam-se em campos delutas perversas, levando de rol-dão os sentimentos de solidarie-dade e de respeito, de amor e decaridade...

A turbulência vence a paz, oconflito domina o amor, a luta de-sigual substitui a fraternidade.

...Mas essas ocorrências sãoapenas o começo da grande tran-sição.

A fatalidade da existência hu-mana é a conquista do amor queproporciona plenitude.

Há, em toda parte, uma destina-ção inevitável, que expressa a or-dem universal e a presença de umaConsciência Cósmica atuante.

A rebeldia, que predomina nocomportamento humano, elegeu aviolência como instrumento paraconseguir o prazer que lhe não che-ga de maneira espontânea, gerando

A grande transiçãoO

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lamentáveis conseqüências, que seavolumam em desaires contínuos.

É inevitável a colheita da se-menteira por aquele que a fez, tor-nando-se rico de grãos abençoa-dos ou de espículos venenosos.

Como as leis da Vida não podemser derrogadas, toda objeção que selhes faz converte-se em aflição, im-pedindo a conquista do bem-estar.

Da mesma forma, como o pro-gresso é inevitável, o que não sejaconquistado através do dever, sê--lo-á pelos impositivos estruturaisde que o mesmo se constitui.

A melhor maneira, portanto,de compartilhar conscientementeda grande transição é através daconsciência de responsabilidadepessoal, realizando as mudançasíntimas que se tornem própriaspara a harmonia do conjunto.

Nenhuma conquista exterior se-rá lograda se não proceder das pai-sagens íntimas, nas quais estão ins-talados os hábitos. Esses, de nature-za perniciosa, devem ser substituí-dos por aqueles que são saudáveis,portanto, propiciatórios de bem--estar e de harmonia emocional.

Na mente está a chave para queseja operada a grande mudança.Quando se tem domínio sobre ela,os pensamentos podem ser cana-lizados em sentido edificante, dan-do lugar a palavras corretas e a atosdignos.

O indivíduo que se renovamoralmente contribui de formasegura para as alterações que sevêm operando no planeta.

Não é necessário que o tur-

bilhão dos sofrimentos gerais osensibilize, a fim de que possa con-tribuir eficazmente com os Espíri-tos que operam em favor da gran-de transição.

Dispondo das ferramentas mo-rais do enobrecimento, torna-secooperador eficiente, em razão detrabalhar junto ao seu próximopela mudança de convicção emtorno dos objetivos existenciais,ao tempo em que se transformanum exemplo de alegria e de feli-cidade para todos.

O bem fascina todos aqueles queo observam e atrai todos quantosse encontram distantes da suaação, o mesmo ocorrendo com aalegria e a saúde.

São eles que proporcionam omaior contágio de que se tem notí-cia e não as manifestações aberran-tes e afligentes que parecem arras-tar as multidões. Como escasseiamos exemplos de júbilo, multiplicam--se os de desespero, logo ultrapas-sados pelos programas de sensibili-zação emocional para a plenitude.

A grande transição prossegue, eporque se faz necessária, a únicaalternativa é examinar-lhe a ma-

neira como se apresenta e coope-rar para que as sombras que seadensam no mundo sejam dimi-nuídas pelo sol da imortalidade.

Nenhum receio deve ser culti-vado, porque, mesmo que ocorraa morte, esse fenômeno natural éveículo da vida que se manifestaráem outra dimensão.

A vida sempre responde con-forme as indagações morais quelhe são dirigidas.

As aguardadas mudanças que sevêm operando trazem uma aindanão valorizada contribuição, que éa erradicação do sofrimento daspaisagens espirituais da Terra.

Enquanto viceje o mal no mun-do, o ser humano torna-se-lhe avítima preferida, em face do egoís-mo em que estorcega, apenas poreleição especial.

A dor momentânea que o fereconvida-o, por outro lado, à ob-servância das necessidades impe-riosas de seguir a correnteza doamor no rumo do oceano da paz.

Logo passado o período de afli-ção, chegará o da harmonia.

Até lá, que todos os investimen-tos sejam de bondade e de ternu-ra, de abnegação e de irrestritaconfiança em Deus.

Joanna de Ângelis

(Página psicografada pelo mé-

dium Divaldo Pereira Franco, no

dia 30 de julho de 2006, no Rio

de Janeiro (RJ).)

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10 Reformador • Março 2007 8888

nforma-nos O Livro dos Espí-ritos, em sua questão 629, que“a moral é a regra de bem

proceder, ou seja, de distinguir obem do mal”. E alerta-nos que“funda-se na observância da leide Deus”.

Ora, inspira-nos o sentimentoevangélico, através da razão, quenão nos deve animar nenhum ou-tro propósito que não a prática dobem, uma vez que a ele nos senti-

mos impulsionados sempre quetemos a mente em sintonia com aEspiritualidade Superior.

Efetivamente, percebemos queneste propósito não basta apenas acompreensão de que somos filhosde Deus, mas sim que devemosaprender tudo o que nos faciliteuma precisa distinção entre açõesque conduzam ao bem ou ao mal,em face da nossa condição de seresespirituais desejosos de viver emrelação com a harmonia universal.

A gloriosa Doutrina que espo-samos nos ensina que o bem é tudoo que esteja em concordância coma lei de Deus, nosso Pai, e que o malé tudo o que lhe seja contrário.Ocorre, porém, que na maioria dasvezes só nos damos conta do maldepois que, infelizmente, o pratica-mos, o que nos faz sofrer bastante.

Isso nos adverte sobre a neces-sidade de estarmos sempre pre-venidos contra o mal, através darazão. E assim meditando, che-gamos à conclusão de que, nessescasos, tal prática é sempre conse-qüência de maus hábitos adqui-ridos no passado.

Então, cumpre-nos, hoje, como conhecimento do Evangelho

à luz do Espiritismo, o deverde estar sempre vigilantesem relação a velhos proce-dimentos contrários ao bem

que ainda nos possam sur-preender. Logo, para deles

nos desvencilharmos, é necessá-ria a formação de novos hábi-tos, de cunho superior: o hábitoda vigilância, com o qual estabele-çamos atitudes de prevenção con-tra todo e qualquer tipo de açãomá, associado ao hábito da ora-ção, como Jesus recomendou. Evale aqui recordar que Jesus, em-bora Espírito perfeito, quandonos deu a graça de sua presençana Terra sempre era encontradoem ligação com Deus através daoração.

Isso virá, naturalmente, em so-corro de todo aquele que estejaatento em nada pensar, dizer oufazer em desacordo com a sabe-doria do Evangelho. E aprenda-mos, outrossim, nessa abençoadaluta pela distinção entre o bem eo mal, a desenvolver a mais amplacapacidade volitiva. É que nãobasta sentir a necessidade de so-mente praticar o bem, mas for-mar uma série de atitudes cal-cadas na vontade de nos manter-mos prevenidos contra qualqueração ou juízo que não seja reflexodo bem. Assim, estaremos aospoucos vigilantes sob a ação mo-ral da consciência.

Tudo isso, em suma, nos con-duzirá a um novo, sublime e ven-turoso hábito: o de nunca estar-mos indiferentes ao Bem, qual-quer que ele seja e onde quer queestejamos.

O bem e o malI

INA L D O LAC E R DA LI M A

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A Família Espírita seráformada pela união

Maria Túlia Bertoni, presidente da Federação Espírita de Mato Grosso do Sul, comenta

sobre as origens e o desenvolvimento do Movimento Espírita naquele Estado, destaca a

união dos espíritas e as comemorações do Sesquicentenário da Doutrina Espírita

MA R I A TÚ L I A BE RTO N IEntrevista

Reformador: Como você se envol-veu com o trabalho de Unificação?Túlia: Quando o Estado de MatoGrosso foi dividido e o Estado deMato Grosso do Sul foi criado, em1979, a Federação Espírita de MatoGrosso do Sul (FEMS) também foifundada. Na ocasião, eu já faziaparte do Departamento de Divul-gação Doutrinária do Centro Es-

pírita Discípulos de Jesus, primei-ro Centro fundado na cidade deCampo Grande, por ConstantinoLopes Rodrigues. Em março de1984 – a convite de Maria EdwigesBorges, presidente da recém-criadaFederação –, comecei a trabalharna implantação do ESDE, visitan-do as casas espíritas da capital e dointerior do Estado. Desde 1992,

quando o ESDE passou a fazerparte das reuniões das Co-

missões Regionais comoárea específica, conti-

nuei nessa coorde-nação até 1997quando, a convitede Cecília Rocha,

passei a assessorá--la nessa tarefa poroito anos junto àsFederativas, em to-

das as Regionais.Em 2001, assumi aprimeira vice-presi-

dência e, posterior-mente, em 2003,

a presidência da FEMS, ampliando,com o auxílio de companheirosdedicados, as ações de propagaçãodo Espiritismo em Mato Grosso doSul.

Reformador: Qual foi a origem doMovimento Espírita em Mato Gros-so do Sul?Túlia: Foi em Campo Grande quesurgiu a iniciativa de fundação daFederação Espírita do então Esta-do de Mato Grosso. Mais de cin-qüenta anos de história registramos primeiros passos que, trilha-dos pelo Movimento Espírita emterras mato-grossenses, marca-ram as primeiras manifestaçõespara reunir os espíritas à luz dorecém-firmado “Pacto Áureo”(1949).Em 15 de dezembro de 1956, du-rante a realização da PrimeiraConvenção Espírita no Estado,referendou-se a criação da Fede-ração Espírita do Estado de MatoGrosso, com sede na capital, Cuia-bá, sob a presidência de Aristo-telino Alves Praieiro. Campo Gran-de passaria, a partir de então, a se-

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diar a representação desta Fede-rativa junto às cidades do sul doEstado. Em 1968, por decorrênciadessa representação, foi criada aUnião Municipal Espírita Campo--grandense (UMEC), responsávelpor liderar o Movimento Espíritaantes da divisão do Estado, ocor-rida em 1977. Somente vinte eum anos após o plantio das se-mentes por aqueles primeirostrabalhadores da Unificação, coma divisão do Estado de MatoGrosso e a conseqüente criaçãodo Estado de Mato Grosso do Sul,teve início o processo de criaçãoda Federação Espírita de MatoGrosso do Sul (FEMS). Em 31 demarço de 1979, realizou-se a Con-venção Espírita de Mato Grossodo Sul e, em 22 de abril, por indi-cação de Francisco Thiesen, entãopresidente da Federação EspíritaBrasileira, Maria Edwiges Borges– presidente do Centro EspíritaDiscípulos de Jesus –, foi convi-dada a assumir a presidência danascente Federação e a organizaro Movimento Espírita FederativoUnificado do novo Estado, per-manecendo por 18 anos na presi-dência da Federação, que tevemais dois presidentes: JerônymoGonçalves da Fonseca (1997--2000) e Cecília Pereira Ribeiro(2000-2003).

Reformador: Quantos centros e en-tidades assistenciais existem no Es-tado de Mato Grosso do Sul? Túlia: Temos realizado, constan-temente, levantamento do núme-ro de casas espíritas existentes noEstado para atualização do nossocadastro. Observamos, a partir dapesquisa, o surgimento de váriasinstituições. Atualmente, há 23 en-tidades assistenciais e 185 casasespíritas no Estado, sendo que 93são unidas à FEMS.

Reformador: Como funciona o tra-balho de Unificação em Mato Gros-so do Sul?Túlia: Apesar da sua extensão ter-ritorial, Mato Grosso do Sul é umEstado com apenas 78 municípios.Sua população no último Censo(2000) é de aproximadamente doismilhões e cem mil habitantes, dosquais, cerca de 85% vivem nas ci-dades. No entanto, apenas duascidades têm mais de 100.000 habi-tantes. Somente 55 cidades pos-suem casas espíritas. Considerandoesta realidade, para melhor aten-der ao Movimento Espírita, divi-diu-se o Estado em 11 UniõesRegionais Espíritas (UREs), agru-pando-as em quatro regionais:norte, sul, leste e oeste. EstasUniões Regionais são órgãos ope-racionais subordinados à Diretoria

Executiva da FEMS, competindo--lhes cumprir o seu planejamento,dinamizar as ações, proporcionar ointercâmbio e a aproximação dascasas espíritas, preservando a uni-dade e a coerência dos princípiosdoutrinários na prática espírita.

Reformador: O que considera im-portante para a Unificação?Túlia: Todos bem sabemos, pelaexcelência da mensagem que aDoutrina Espírita nos oferece,que nós, os espíritas, temos umagrande responsabilidade na cons-trução de um mundo melhor. Nes-tes tempos difíceis em que vive-mos consideramos, pelo menos,dois pontos muito importantespara que trabalhemos incansavel-mente a Unificação: a união dosespíritas, que formará a GrandeFamília como preconiza Kardec,fortalecendo, dessa forma, o Mo-vimento Espírita, e o esclareci-mento sobre o verdadeiro papelda Federação no trabalho de orien-tação, formação e qualificaçãodos trabalhadores, dinamizandoas ações em conformidade com asdiretrizes emanadas do ConselhoFederativo Nacional da FEB.

Reformador: Qual sua expectativasobre os desdobramentos das come-morações do Sesquicentenário?

12 Reformador • Março 2007 9900

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Túlia: Em conjunto com os co-ordenadores das Uniões Regionaise presidentes das casas espíritas,elaboramos um cronograma deações que serão desenvolvidas nodecorrer do ano, no Estado. Acre-ditamos que essas comemoraçõesterão desdobramentos positivosnão só no mundo espírita, como nasociedade de um modo geral, oque já testemunhamos com as co-memorações do Bicentenário deNascimento de Kardec, cujas re-percussões fizeram com que a te-mática espírita venha sendo abor-dada em filmes, novelas, livros e re-portagens produzidos por profis-sionais não-espíritas e, com isso,atingindo o maior número de pes-soas, além das fronteiras religiosas.

Reformador: Que mensagem pas-sa para os espíritas brasileiros?Túlia: Penso que a mensagem “Uni-ficação” do nosso querido Bezerrade Menezes, psicografada por Chi-co Xavier em 1963, é muito atualpara todos nós que trabalhamosna divulgação da Doutrina Espí-rita. Sempre encontro nela idéiasvaliosas para a fundamentação dastarefas diante do Movimento Espí-rita. Há um trecho que, para fina-lizar, coloco para reflexão nessemomento: “É indispensável man-ter o Espiritismo, qual foi entreguepelos Mensageiros Divinos a AllanKardec, sem compromissos políti-cos, sem profissionalismo religio-so, sem personalismos deprimen-tes, sem pruridos de conquistaa poderes terrestres transitórios”.(Bezerra de Menezes: ontem e hoje,p. 83-86, FEB.)

13Março 2007 • Reformador 9911

e Jesus considerasse a si mesmo puro demais, a ponto denão tolerar o contato das fraquezas humanas; se acreditas-

se que tudo deve correr por conta de Deus; se nos admitisse irre-mediavelmente perdidos na rebeldia e na delinqüência; se con-dicionasse o desempenho do seu apostolado ao apoio doshomens mais cultos; se aguardasse encosto dinheiroso e vali-mento político a fim de realizar a sua obra ou se recuasse, dian-te do sacrifício, decerto não conheceríamos a luz do Evangelho,que nos descerra o caminho à emancipação espiritual.

Se Allan Kardec superestimasse a elevada posição que lhe eradevida na aristocracia da inteligência, colocando honras e títu-los merecidos acima das próprias convicções; se permanecessena expectativa da adesão de personalidades ilustres à mensa-gem de que se fazia portador; se esperasse cobertura financeirapara atirar-se à tarefa; se avaliasse as suas dificuldades de edu-cador, com escasso tempo para esposar compromissos diferen-tes do magistério ou se retrocedesse, perante as calúnias e injú-rias que lhe inçaram a estrada, não teríamos a codificação daDoutrina Espírita, que complementa o Evangelho, integrando--nos na responsabilidade de viver.

Refletindo em Jesus e Kardec, ficamos sem compreender anossa inconseqüência, quando nos declaramos demasiadamen-te virtuosos, ocupados, instruídos, tímidos, incapazes ou desi-ludidos para atender às obrigações que nos cabem na DoutrinaEspírita. Isso porque se eles – o Mestre e o Apóstolo da renova-ção humana – passaram entre os homens, sofrendo dilacera-ções e exemplificando o bem, por amor à verdade, quando nós– consciências endividadas, fugimos de aprender e servir, emproveito próprio, indiscutivelmente, estaremos sem perceber,sob a hipnose da obsessão oculta, carregando equilíbrio porfora e loucura por dentro.

Fonte: XAVIER, Francisco C.; VIEIRA Waldo. Opinião espírita. Pelos Espíritos

Emmanuel e André Luiz. 5. ed. Uberaba (MG): CEC, 1982. Cap. 4, p. 29-30.

Emmanuel

Jesus, Kardec e nósS

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ão! não te quero em meus braços! –dizia a jovem mãe, a quem a Lei doSenhor conferira a doce missão da

maternidade, para o filho que lhe desabrochava doseio – não me furtarás a beleza! Significas trabalho,renunciação, sofrimento...

– Mãe, deixa-me viver!... – suplicava-lhe a crianci-nha no santuário da consciência – estamos juntos!Dá-me a bênção do corpo! Devo lutar e regenerar-me.Sorverei contigo a taça de suor e lágrimas, procuran-do redimir-me... Completar-nos-emos. Dá-me arri-mo, dar-te-ei alegria. Serei o rebento de teu amor, tan-to quanto serás para mim a árvore de luz, em cujos ra-mos tecerei o meu ninho de paz e de esperança...

– Não, não...– Não me abandones!– Expulsar-te-ei.– Piedade, mãe! Não vês que procedemos de lon-

ge, alma com alma, coração a coração?– Que importa o passado? Vejo em ti tão-somente

o intruso, cuja presença não pedi.– Esqueces-te, mãe, de que Deus nos reúne? Não

me cerres a porta!...– Sou mulher e sou livre. Sufocar-te-ei antes do

berço...– Compadece-te de mim!...– Não posso. Sou mocidade e prazer, és pertur-

bação e obstáculo.– Ajuda-me!– Auxiliar-te seria cortar em minha própria carne.

Disputo a minha felicidade e a minha leveza femi-nil...

– Mãe, ampara-me! Procuro o serviço de minharestauração...

Dia a dia, renovava-se o diálogo sem palavras, atéque, quando a criança tentava vir à luz, disse-lhe amãezinha cega e infortunada, constrangendo-a a be-ber o fel da frustração:

– Torna à sombra de onde vens! Morre! Morre!

– Mãe, mãe! Não me mates! Protege-me! Deixa--me viver...

– Nunca!– Socorre-me! – Não posso.Duramente repelido, caiu o pobre filho nas trevas

da revolta e, no anseio desesperado de preservar ocorpo tenro, agarrou-se ao coração dela, que destram-belhou, à maneira de um relógio desconsertado...

Ambos, então, ao invés de continuarem na graçada vida, precipitaram-se no despenhadeiro da morte.

Desprovidos do invólucro carnal, projetaram-seno Espaço, gritando acusações recíprocas.

Achavam-se, porém, imanados um ao outro, pelascadeias magnéticas de pesados compromissos, arras-tando-se por muito tempo, detestando-se e recrimi-nando-se mutuamente...

A sementeira de crueldade atraíra a seara de ódio.E a seara de ódio lhes impunha nefasto desequilíbrio.

Anos e anos desdobraram-se, sombrios e inquie-tantes, para os dois, até que, um dia, caridoso Es-pírito de mulher recordou-se deles em preces de ca-rinho e piedade, como a ofertar-lhes o próprio seio.Ambos responderam, famintos de consolo e reno-vação, aceitando o generoso abrigo...

Envolvidos pela carícia maternal, repousaramenfim.

Brando sono pacificou-lhes a mente dolorida.Todavia, quando despertaram de novo na Terra,

traziam o estigma do clamoroso débito em que sehaviam reunido, reaparecendo, entre os homens,como duas almas apaixonadas pela carne, disputan-do o mesmo vaso físico, no triste fenômeno de umcorpo único, sustentando duas cabeças.

Fonte: XAVIER, Francisco C. Contos e apólogos. 11. ed. Rio de

Janeiro: FEB, 2006. Cap. 11, p. 51-53.

14 Reformador • Março 2007 9922

–N

Presença de Chico Xavier

Pelo Espírito Irmão X

Seara de ódio

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o dia em que Allan Kardecdesencarnava, constituin-do este fato dolorosa sur-

presa para todos os seus amigos epara os espíritas em geral, nessemesmo dia o Sr. E. Muller, grandeamigo do Codificador e de suadigna esposa, assim se expressavapor carta ao Sr. Finet:

“Paris, 31 de Março de 1869.

“Amigo:“Agora, que já estou um pouco

mais calmo, eu vos escrevo. En-viando-vos meu aviso, como o fiz,talvez tenha agido um tanto bru-talmente, mas me parecia que de-víeis receber a comunicação ime-diata desse falecimento.

“Eis alguns pormenores:“Ele morreu esta manhã, entre

onze e doze horas, subitamente,ao entregar um número da Revuea um caixeiro de livraria que aca-bava de comprá-lo; ele se curvousobre si mesmo, sem proferir umaúnica palavra: estava morto.

“Sozinho em sua casa (rua deSant’Ana), Kardec punha em or-dem seus livros e papéis para amudança que se vinha processan-do e que deveria terminar ama-nhã. Seu empregado, aos gritos dacriada e do caixeiro, acorreu aolocal, ergueu-o... nada, nada mais.

Delanne acudiu com toda a pres-teza, friccionou-o, magnetizou-o,mas em vão. Tudo estava acabado.

“Venho de vê-lo. Penetrando acasa, com móveis e utensílios di-versos atravancando a entrada,pude ver, pela porta aberta dagrande sala de sessões, a desordemque acompanha os preparativospara uma mudança de domicílio;introduzido numa pequena salade visitas, que conheceis bem, comseu tapete encarnado e seus mó-veis antigos, encontrei a Sra. Kar-dec assentada no canapé, de facepara a lareira; ao seu lado, o Sr.Delanne; diante deles, sobre doiscolchões colocados no chão, juntoà porta da pequena sala de jantar,jazia o corpo, restos inanimadosdaquele que todos amamos. Suacabeça, envolta em parte por umlenço branco atado sob o queixo,deixava ver toda a face, que pare-cia repousar docemente e experi-mentar a suave e serena satisfaçãodo dever cumprido.

“Nada de tétrico marcara a pas-sagem de sua morte; se não fosse aparada da respiração, dir-se-iaque ele estava dormindo.

“Cobria-lhe o corpo uma co-berta de lã branca, que, junto aosombros dele, deixava perceber agola do robe de chambre, a roupaque ele vestia quando fora fulmi-

nado; a seus pés, como que aban-donadas, suas chinelas e meias pa-reciam possuir ainda o calor docorpo dele.

“Tudo isto era triste, e, entre-tanto, um sentimento de docequietude penetrava-nos a alma;tudo na casa era desordem, caos,morte, mas tudo aí parecia calmo,risonho e doce, e, diante daquelesrestos, forçosamente meditamosno futuro.

“Eu vos disse que na sexta-feiraé que o enterraríamos, mas aindanão sabemos a que horas; estanoite seu corpo está sendo veladopor Desliens e Tailleur; amanhã oserá por Delanne e Morin.

“Procuram-se, entre os seuspapéis, suas últimas vontades, se éque ele as escreveu; de qualquerforma, o enterro será puramentecivil.

“Escrever-vos-ei, dando-vos ospormenores da cerimônia.

“Amanhã, creio eu, cuidaremosem nomear uma comissão de es-píritas mais ligados à Causa,aqueles que melhor conhecem asnecessidades dela, a fim de aguar-dar e de saber o que se irá fazer.

“De todo o coração, vosso amigo,

(a) Muller.”Fonte: Reformador, março de 1969. Centená-

rio da desencarnação de Kardec. p. 8(52).

15Março 2007 • Reformador 9933

N

A desencarnação de Kardec“Continuai a derramar sobre os vossos discípulos o vosso concurso benigno e poderoso; a obra

se cumprirá!... e vosso nome, gravado no panteão da História, entre aqueles dos benfeitores da Humanidade, se transmitirá de idade em idade como os dos

profetas antigos.” – Levent, 1870

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16 Reformador • Março 2007 9944

ssa a resposta de Caim a Jeo-vá, que o questionou sobreseu irmão Abel (Gênesis, 4:9).

Disfarçava a própria culpa,porquanto o havia assassinado,cometendo o primeiro fratricídioda História.

Imagino que, diariamente, oDeus Pai, de infinito amor e mise-ricórdia revelado por Jesus, nos faza mesma pergunta, na intimidadeda consciência, a respeito de todosaqueles que cruzam nosso cami-nho, em casa, na rua, no serviço, nacidade em que residimos, todosirmãos nossos em Humanidade.

Certamente, não teremos, comoCaim, cometido um fratricídio,mas dificilmente alguém deixará deser enquadrado num fraternicídio.É o assassinato da fraternidade,quando, ante as carências de nossosirmãos em Humanidade, nossaindiferença reproduz o questiona-mento negativo de Caim.

– Acaso sou responsável por meuirmão?

Ocorre, amigo leitor, que so-mos, sim, responsáveis por nossosirmãos, considerando a lei de so-lidariedade que rege a vida uni-versal, e será inteligente de nossaparte assumir nossos compromis-sos perante o próximo, conside-rando alguns efeitos.

�Efeito borboleta.Trata-se de uma teoria desen-

volvida por Eduard Norton Lo-renz, cientista americano, nosanos setenta, século passado, paraexplicar a dificuldade de umaprevisão meteorológica a longoprazo, em face da insuficiênciados meios de observação, paradetectar fenômenos isolados quepodem produzir grandes efeitosatmosféricos.

Como exemplo ele apresentoua idéia simbólica de que o bater deasas de uma borboleta no Brasilpoderia produzir um furacão nosEstados Unidos.

Aplicando o efeito borboleta àvida social, consideremos a crian-ça que nasce em miserável favela,pai desconhecido, mãe alcoólatra.

Cresce sem orientação moral,sem estudo, sem assistência espi-ritual.

Aos sete anos é um menino derua, pedindo esmola.

Aos dez torna-se um laranja,termo usado pelos traficantes pa-ra crianças que usam para a entre-ga de drogas.

Aos doze aprende a usar armasde fogo.

Aos quinze já matou várias pes-soas, em assaltos.

Aos dezoito mata um chefe detraficantes e assume seu lugar. Eli-mina concorrentes, amplia a área

de atuação, torna-se notório eperigoso inimigo do público, pro-duzindo devastação no meio social.

É a culminância de cruel efeitoborboleta que começou no vagidodesalentado de uma criança negli-genciada.

Ah! Se esse pequeno houvesserecebido amparo, orientação, en-caminhamento!

Ah! Se a sociedade houvesse semobilizado para atender aquela fa-vela, urbanizando-a, substituindocasebres por casas decentes, dandoescola e ajuda aos pequenos!

Ah! Se aquele homem soubesseque o menino mirradinho que ba-teu à porta, pedindo comida, era aborboleta que poderia gerar o fu-racão criminoso a levar sua tran-qüilidade, sua segurança, seus bens,e, talvez, sua vida ou a de um fa-miliar, certamente não se omitiriae faria todo o possível para se mo-vimentar e mobilizar a sociedadeem favor das crianças carentes desua cidade!

Há o outro lado.Se fosse concedida àquela crian-

ça a oportunidade de uma vidadecente, digna, com encaminha-mento adequado aos recursos co-munitários, em favor de seu cres-cimento moral e espiritual, seriabem diferente.

Poderia converter-se em alguém

EfeitosRI C H A R D SI M O N E T T I

– Acaso sou responsável por meu irmão?

E

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de proeminência social, no camporeligioso, profissional ou político, acontribuir em favor do progresso edo bem-estar da sociedade.

Dependendo de como é trata-do, o efeito borboleta pode pro-duzir terra arrasada ou camposverdejantes.

Um exemplo interessante dizrespeito ao garoto que quase mor-reu afogado na piscina de sua ricaresidência. Foi salvo pelo filho dojardineiro.

O dono da casa quis recompen-sá-lo. O serviçal respondeu quenão se preocupasse, pois o filhoapenas cumprira seu dever.

Todavia, ante a insistência dopatrão, informou que o sonho do menino, desde criança, era ser médico.

Imediatamente foram tomadasas devidas providências, oferecen-do-lhe condições para se formarem Medicina.

O garoto chamava-se Alexan-dre Fleming, o descobridor da pe-nicilina.

O agitar abençoado das asas dagratidão favoreceu a bênção dosantibióticos, que tem salvado mi-lhões de vidas.

A história não termina aí.Um desdobramento do efeito

borboleta ocorreu com o própriomenino salvo, que seria nada maisnada menos que Winston Chur-chill, o grande baluarte da liber-dade, na luta contra Hitler.

A Inglaterra tremeu quandoChurchill ficou gravemente en-fermo, acometido de uma pneu-monia.

Quem o atendeu foi o próprio

Fleming, que o curou com a apli-cação de penicilina.

Após a recuperação, o chance-ler inglês comentou bem-humo-rado:

– Não é sempre que alguémtem a oportunidade de agradecerao mesmo homem por haver lhesalvado a vida duas vezes.

O efeito borboleta tem essa ca-racterística, expandindo-se sem-pre, tanto para o bem quanto parao mal, dependendo de como seoriginou.

Lembra a parábola de Jesus(Mateus, 13:31-32):

O Reino dos céus é semelhante aogrão de mostarda que um homemtomou e semeou no seu campo.

Embora seja a menor de todas assementes, quando cresce é maior doque as hortaliças e se transformaem árvore, de sorte que vêm as avesdo céu e se aninham em seus ramos.

Pequenas sementes de boa von-tade, no empenho de servir, produ-zem benefícios para muita gente.

Sementes de maldade, de male-dicência, de desonestidade, de ví-cio, resultam em transtornos paraa vida social.

�Efeito bumerangue.Os nossos estados de ânimo são

sempre decorrentes da naturezade nossas ações.

Se más, resultam em mal-estar.Se boas, resultam em bem-estar.Assim, nossa infelicidade será

sempre o reflexo da infelicidadealheia, tanto quanto a felicidade éo fruto abençoado do esforço por

minorar o sofrimento de nossosirmãos.

Na matemática da felicidade,quanto mais multiplicarmos boasações, mais felizes seremos.

Não é por mera coincidênciaque as pessoas mais felizes sãoaquelas que elegem o esforço dobem por objetivo da vida, comoestá na questão 860, de O Livrodos Espíritos.

É fácil entender por que: o amoré a lei maior de Deus. Quando for-mos capazes de amar em pleni-tude, exercitando o amor univer-sal, o amor por todos os filhos deDeus, estaremos plenamente inte-grados na obra da criação.

A prática do bem é o amor emação, a exprimir-se no exercícioda bondade.

Rousseau (1712-1778) tinha in-teressante observação a respeito:

Sejamos bons primeiro, depoisseremos felizes.

Não pretendamos o salário antesdo trabalho, nem o prêmio antes davitória.

17Março 2007 • Reformador 9955

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No serviço de atendimentofraterno, no Centro Espírita, o en-trevistador conversava com atri-bulada senhora, que se dizia infe-liz e humilhada a reclamar que aspessoas, principalmente da famí-lia, não lhe davam a devida aten-ção e a espezinhavam.

O entrevistador perguntou-lhe:– Que seqüência você daria,

quanto à importância, para você,o próximo e Deus?

A consulente respondeu, semhesitar:

– Em primeiro lugar, Deus; emsegundo, eu; por último, o próxi-mo.

– Está aí a origem de seus pro-blemas. Na dinâmica da existên-cia, você está invertendo duasprioridades, o que a leva a negli-genciar a primeira.

– Não estou entendendo.– Jesus recomendou que ame-

mos a Deus acima de todas as coi-sas e ao próximo como a nós mes-mos, o que significa que essasduas manifestações amorosas sópodem ser exercitadas em con-sonância. Quando você coloca oamor a si mesmo entre esses doisamores, quebra-se a magia, per-de-se a capacidade de amar a

Deus e ao próximo, colhendo, co-mo conseqüência, a infelicidade.

– Então...– Se quer ajustar-se aos padrões

do Evangelho, para viver feliz, in-verta a segunda e a terceira posi-ção, formando a seqüência ideal:Deus, o próximo, e, se sobrar es-paço, pense em você mesma.

Em linhas gerais o que o aten-dente passa para a consulente é anecessidade de mudarmos de pes-soa na conjugação do verbo denossas ações: da primeira do sin-gular, eu, para a terceira do plural,eles, a fim de que alcancemos acomunhão com Deus e nos reali-zemos como seus filhos.

Velho ditado que exprime bemessa idéia:

Procurei minha alma e não apude encontrar.

Procurei Deus e o Senhor seafastou de mim.

Procurei o próximo e encontreios três.

�Efeito lastro.Nos balões de ar quente tradi-

cionais o lastro é o conjunto desacos de areia que lhes dão esta-bilidade e que devem ser alijados

quando se pre-tenda reduzir opeso para quesubam.

Na jornadahumana há las-tros que, emprincípio, nosgarantem rela-tivo equilíbrio– a família, os

bens materiais, a profissão, o la-zer…

Mas é fundamental que não oscoloquemos em demasia no balãoda vida, se desejamos transcendero imediatismo terrestre, cultivan-do os valores espirituais, o co-nhecimento superior, as virtudescristãs, o empenho de servir… Seo lastro for excessivo estaremoschumbados na insatisfação e naintranqüilidade.

Esse efeito estende-se à vida es-piritual, após a morte.

Se ao longo da existência acu-mulamos lastros de imediatismo eapego aos bens transitórios, sere-mos prisioneiros de regiões um-bralinas que circundam a Terra,sem leveza espiritual para nos ele-varmos às moradas celestes. Nasreuniões mediúnicas, espanta-nosa quantidade de Espíritos ator-mentados e desajustados, viven-ciando essa situação.

�Efeito Evangelho.Esse é o mais importante, gera-

do a partir de nosso empenho porestudar as lições de Jesus, à luz daDoutrina Espírita, buscando, comtodo empenho de nossa alma, co-locá-las em prática.

Somente assim produziremosbons efeitos borboleta, bumeran-gue e lastro, reconhecendo quenosso empenho maior deve ser aedificação do Reino de Deus emnós, superando as inquietaçõeshumanas.

Diz Jesus, em O Sermão daMontanha (Mateus, 6:33), que seo fizermos, tudo o mais nos serádado por acréscimo.

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vida é patrimônio inalie-nável que ninguém tem odireito de limitar ou des-

truir, sob pena de assumir gravescompromissos com as Leis Divi-nas. O Espírito André Luiz eluci-da:

“[...] Arrancar uma criança aomaterno seio é infanticídio con-fesso. A mulher que o promoveou que venha a coonestar se-melhante delito é constran-gida, por leis irrevogáveis,a sofrer alterações depri-mentes no centro genésicode sua alma, predispondo--se geralmente a dolorosasenfermidades, quais sejam ametrite, o vaginismo, a me-tralgia, o enfarte uterino, a tu-moração cancerosa, flagelos essescom os quais, muita vez, desencar-na demandando o Além pararesponder, perante a Justiça Di-vina, pelo crime praticado. [...]”2

Em outra de suas obras, o cita-do autor espiritual complementa:

“No homem, o resultado dessas

ações aparece, quase sempre, emexistência imediata àquela na qualse envolveu com compromissosdesse jaez, na forma de moléstiastesticulares, disendocrinias diver-sas, distúrbios mentais, com evi-

dente obsessão por parte de forçasinvisíveis emanadas de entidadesretardatárias que ainda encontramdificuldade para exculpar-lhes adeserção”.3

A Constituição atual preserva avida em plenitude. Mas, até quan-do? A Carta Magna brasileira nãopode ser maculada por simplescapricho daqueles que não valori-zam as leis da Natureza e nemmesmo a própria vida. Enquantoo ser humano situar os interessesmateriais acima dos valores do

Espírito a vida humana estaráem perigo. Pode-se alterar as

leis humanas de acordo comos interesses em jogo, mas asLeis Divinas são imutáveis ejustas. Jamais será burlada.É o momento de se posicio-nar em defesa da vida a fim

de banir o aborto do vocabu-lário humano.Não existe dúvida de que a

vida se inicia no momento daconcepção. A própria Biologiaconfirma que o ser humano apre-senta, desde o momento da con-cepção, todas as característicasque prevalecerão até a morte docorpo. Os Espíritos do Senhor,em sintonia com a Ciência, res-

Pense,não aborte!

A

“A ninguém é concedida a faculdade de interromper o fenômeno da vida semassumir penoso compromisso de que não se libertará sem pesado ônus.”1

A. ME RC I SPA DA B O RG E S

19Março 2007 • Reformador 9977

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pondem ao questionamento deAllan Kardec:

“Em que momento a alma seune ao corpo?

A união começa na concepção,mas só é completa por ocasião donascimento. Desde o instante daconcepção, o Espírito designadopara habitar certo corpo a este seliga por um laço fluídico, que ca-da vez mais se vai apertando atéao instante em que a criança vê aluz. [...]”4

Em uma outra questão5 os Es-píritos da Codificação situam oaborto no mesmo patamar dohomicídio:

“Constitui crime a provocaçãodo aborto, em qualquer períododa gestação?

Há crime sempre que transgre-dis a lei de Deus. Uma mãe, ouquem quer que seja, cometerá cri-me sempre que tirar a vida a umacriança antes do seu nascimento,por isso que impede uma alma depassar pelas provas a que serviriade instrumento o corpo que se es-tava formando”.

Antes de qualquer atitude pre-cipitada, é preciso raciocinar. Avida do embrião só a Deus per-tence. Onde estaria a gestante sesua mãe tivesse abortado durantea sua gestação? A vida não é umbrinquedo de que se desfaz a bel--prazer. O aborto delituoso é con-denado pela Doutrina Espírita,mesmo quando legalmente apro-vado pelas leis humanas, uma vezque transgride as Leis Divinas.

A vida é uma arte divina e comotal deve ser respeitada e preservadaa qualquer custo. O artista se con-

sagra a partir do momento da cria-ção, todavia, a obra de arte se valo-riza após o período árduo da gesta-ção que culmina na obra acabada.Nenhuma obra humana se iguala àescultura do ser. Fantástica, perfei-ta em linhas e detalhes, harmonio-sa na forma e nas funções. Escultu-ra Divina, nenhuma outra a ela seaproxima. Modelo imitado, jamaisigualado. Emana das entranhas osopro criador. É vida! Co-criadoreshumanos crêem-se com direitosplenos de vida e morte sobre aobra inacabada e arquitetam des-truí-la ainda em gestação. Motivosfúteis, infantis, torpes... Nada jus-tifica... Empecilhos existem, é na-tural, mas nada que não se resol-va com vontade e amor. É vida,foco de luz; tesouro a ser lapida-do. Obra divina confiada ao colomaternal.

Mãe! o Pai depositou em suasmãos o seu tesouro. Não o des-trua, não aborte a maior, a maisperfeita de todas as artes: a vida deseu filho! Compete a você pros-seguir na tarefa bendita demodelar o fruto sublime daCriação. Mãe, não destruao seu direito intransferívelde colaborar com as obrasdo Criador. E amanhãterá a certeza de havercontribuído com a pró-pria felicidade.

Referências:1FRANCO, Divaldo P.

Após a tempestade. Pelo

Espírito Joanna de Ân-

gelis. Ed. Alvorada.

2XAVIER, Francisco C. Ação e reação. Pelo

Espírito André Luiz. 27. ed. Rio de Janei-

ro: FEB, 2006. Cap. 15, p. 268.3______. Evolução em dois mundos. Pelo

Espírito André Luiz. 24. ed. Rio de

Janeiro: FEB, 2006. Cap. 14, p. 247.4KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Ed.

Especial. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Ques-

tão 344.5Idem, ibidem. Questão 358.

20 Reformador • Março 2007 9988

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21Março 2007 • Reformador 9999

Esf lorando o EvangelhoPelo Espírito Emmanuel

“E procureis viver quietos e tratar dos vossos próprios negócios e

trabalhar com vossas próprias mãos, como já vo-lo temos mandado.”

(I TESSALONICENSES, 4:11.)

Orientação

cada passo, encontramos irmãos ansiosos por orientação nova, nos círculos

de aprendizado evangélico.

Valiosos serviços, programas excelentes de espiritualidade superior

experimentam grave dilação esperando terminem as súplicas inoportunas e reitera-

das daqueles que se descuidam dos compromissos assumidos. Assim nos pronun-

ciamos, diante de quantos se propõem servir a Jesus sinceramente, porque, indiscuti-

velmente, as diretrizes cristãs permanecem traçadas, de há muito, esperando mãos

operosas que as concretizem com firmeza.

Procure cada discípulo manter o quinhão de paz relativa que o Mestre lhe con-

feriu, cuide cada qual dos negócios que lhe dizem respeito e trabalhe com as mãos

com que nasceu, na conquista de expressões superiores da vida, e construirá eleva-

da residência espiritual para si mesmo.

Aquele que conserva a harmonia, ao preço do bem infatigável, atende aos desíg-

nios do Senhor no círculo dos compromissos individuais e da família humana; o

que cuida dos próprios negócios desincumbe-se retamente das obrigações sociais,

sem ser pesado aos interesses alheios, e o que trabalha com as próprias mãos encon-

tra o luminoso caminho da eternidade gloriosa.

Antes de buscares, pois, qualquer orientação, junto de amigos encarnados ou

desencarnados, não te esqueças de verificar se já atendeste a isto.

A

Fonte: XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de luz. Ed. Especial. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap. 37, p. 87-88.

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22 Reformador • Março 2007 110000

odas as correntes religiosascristãs se qualificam comoseguidoras dos princípios

morais e dos ensinamentos im-plantados por Jesus. No entanto, amaioria de seus adeptos não se dáao trabalho de conhecer os outrosprincípios religiosos que buscamJesus. Assim, recebem as informa-ções incompletas, preconceituosase destorcidas, ensinadas pelos di-versos dirigentes e responsáveis porsuas religiões. No que concerne aoEspiritismo, boa parte dos seusadeptos, embora aceitando osprincípios da Doutrina e acom-panhando a sua literatura, princi-palmente a de origem mediúnica,não se dedica ao estudo sistemáti-co das obras básicas da Codifica-ção e as que lhe são complemen-tares e subsidiárias. O preconceitoé a ausência de conceito, por issoo Mestre nos orienta, em João,8:32, que busquemos a verdade,pois só assim nos libertaremos.

Ao refletirmos sobre o conteú-do do capítulo 8, versículo 20 do

evangelho de Mateus, citado aci-ma, encontramos motivos paraum balanço reflexivo ao longo dahistória. Este balanço passa pelaavaliação do que Jesus realmentepregou e do que se tem praticado,em seu nome, ao longo dessesdois mil anos.

Jesus demonstra neste versículocomo deveriam ser os seus segui-dores: tomar como ensino funda-mental que o reino dele não é destemundo e ter, antes de tudo, des-prendimento e desinteresse totalpor tudo o que é efêmero, princi-palmente os bens materiais.

Jesus não fundou igrejas ounenhum outro tipo de edificaçãocom finalidade de prática religio-sa. A sua religião foi o amor carac-terizado na simplicidade dos pro-fundos ensinamentos, no atendi-mento e assistência ao necessitadoem qualquer lugar.

Segundo Mateus, “Jesus per-corria toda a Galiléia, ensinandoem suas sinagogas, pregando oEvangelho do Reino e curando to-

da e qualquer doença ou enfermi-dade do povo.

A sua fama espalhou-se portoda a Síria, de modo que lhe tra-ziam todos os que eram acometi-dos por doenças diversas e ator-mentados por enfermidades, bemcomo endemoninhados, lunáticose paralíticos. E Ele os curava”.(Mt., 4:23 e 24.)

Observemos a sua maneira deassistir e ajudar os sofredores ecomparemos com o que praticamhoje, aqueles que se intitulam seusseguidores. Será que estão seguin-do e praticando realmente asobras de Jesus? Podemos desco-brir, sem muita dificuldade, oquanto se encontram distantes doensino do Mestre. O que chamamde religião é algo destoado ao lon-go da história pela imposição dedogmas e conceitos que não sin-tonizam com a mensagem doEvangelho do Mestre.

Muitas correntes religiosas cos-tumam afirmar que a DoutrinaEspírita não é uma religião. Sa-

TSEV E R I N O CE L E S T I N O DA SI LVA

Cristianismo primitivoe Doutrina Espírita

“As raposas têm tocas e as aves dos céus, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.” (Mt., 8:20.)

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bemos que no aspecto caracte-rístico constitucional, a Doutri-na Espírita possui tríplice aspec-to: filosófico, científico e religio-so. Por isso, o Espiritismo não éuma religião constituída nos mol-des da maioria das religiões dog-máticas e ritualistas tradicionais.O seu aspecto religioso não pos-sui hierarquia nem dogmas. Nãopossui rituais nem sacerdotes, nempastores, nem dízimos, nem sa-crifícios de animais, nem despa-chos, nem andores, nem cromote-rapia, nem amuletos, nem quei-ma de incensos, nem velas ouqualquer outro tipo de simpatiaou ritual.

O Espiritismo adota em sua to-talidade os ensinamentos de Jesusbuscando-os em sua essência eunindo-os ao “Fora da caridadenão há salvação”, preconizado porAllan Kardec.

Quando analisamos as reco-mendações de Jesus, o Cristo, noevangelho de Mateus, capítulo 25versículos 34 a 36, sobre o “JuízoFinal”, verificamos o quanto estesensinamentos são compatíveis coma Doutrina Espírita. “Vinde, ben-ditos de meu Pai, recebei por he-rança o Reino preparado para vósdesde a fundação do mundo.

Pois tive fome e me destes de

comer. Tive sede e me destes debeber. Era forasteiro e me reco-lhestes.

Estive nu e me vestistes, doente eme visitastes, preso e viestes me ver.”

Esta é a grande receita de Jesuspara os que querem segui-lo pra-ticando os seus ensinamentos. ADoutrina Espírita está perfeita-mente sintonizada com estes con-ceitos e orientações de Jesus nasua conduta de assistência aos ne-cessitados do caminho. Através desuas creches, hospitais, sanatórios,asilos, abrigos, distribuição de en-xovais e gêneros alimentícios, bus-ca o Espiritismo a execução des-tas recomendações de Jesus.

As orientações feitas por Elequando da escolha dos seus discí-pulos traz o verdadeiro roteiro aser seguido: “Curai os doentes,purificai os leprosos, ressuscitai osmortos, expulsai os demônios. Degraça recebestes, de graça dai.

Não leveis ouro, nem prata,nem cobre nos vossos cintos, nemalforjes para o caminho, nem duastúnicas, nem sandálias, nem caja-do, pois o operário é digno do seusalário”. (Mt., 10:8-10.)

Estes versículos representam abase do Cristianismo nascente. Aessência prática e o entendimentodestes princípios parecem esque-

cidos nas estradas do tempo. ADoutrina Espírita chega ao séculoXIX com o objetivo de ressuscitarestes conceitos de Jesus e lembraro que Ele deixou como roteiro pa-ra a prática do seu Evangelho. Estáo Espiritismo lado a lado comestes ensinamentos e solicita doscristãos, de todas as correntes reli-giosas, que se voltem para o resga-te da mensagem original de Jesus.

A receita é pura, simples, crista-lina e autêntica. Sem véus nemsubterfúgios. Pois que Jesus deu omaior exemplo nascendo em umamanjedoura e tendo como leitode morte uma cruz, além de nãoter, durante sua passagem entrenós, onde reclinar a cabeça.

Tudo que praticou foi de formasingela, simples e amorosa. Cho-rou sobre Jerusalém por não po-der juntar os seus filhos e deixoupara nós a responsabilidade de nosunirmos e praticar os seus precei-tos em essência e espiritualidade.

A Doutrina Espírita chega e nostraz de volta a condição para res-suscitarmos a mensagem de Jesus.Trabalhemos, pois, com ela e bus-quemos o resgate e a conquista doretorno à cristalinidade da mensa-gem vivida por todos os que prati-cavam o Cristianismo Primitivo.

Sê conosco Jesus!

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lonagem é o procedimentotécnico de produção de cé-lulas ou indivíduos geneti-

camente idênticos. A clonagempode ser natural (in vivo) ou arti-ficial (in vitro). O produto da clo-nagem é chamado clone.

A clonagem natural, ou parte-nogênese, é de ocorrência na na-tureza, a artificial é produzida porintervenção humana. São exem-

plos de clonagem natural: a repli-cação de micróbios; a renovaçãocelular usual dos tecidos vegetais,animais e humanos; a reproduçãode certos insetos, como os afídeos(pulgões); a produção de gêmeosunivitelinos (da mesma placenta).A clonagem artificial adquiriu pu-blicidade a partir de 1997 quandoum grupo de pesquisadores esco-ceses, do Rosling Institut, declarouque conseguiu clonar uma ovelha

a partir de uma célula mamá-ria adulta, utilizando téc-

nicas de engenhariagenética. O clone

produzido foic h a m a d o“Dolly”.

A repro-dução asse-xual é a for-ma empre-gada na clo-nagem arti-ficial, proce-

dimento quecontraria, em

princípio, o pro-cesso evolutivo de

reprodução nos ani-mais superiores, inclusi-

ve no homem. Nestes a

reprodução natural é de naturezasexual, isto é, as células germinaisou gametas (espermatozóides eóvulos) se unem e formam o ovoou zigoto cujo desenvolvimentoproduzirá o embrião e o feto, res-pectivamente. A reprodução sexualé uma conquista biológica evolu-tiva que garante, em cada geraçãode uma espécie, seja possível ma-nifestar novas combinações gêni-cas aos descendentes. As célulasnão germinais, as somáticas, nãopossuem capacidade de gerar no-vos indivíduos. Trata-se de umacompetência biológica exclusivados gametas.

A clonagem artificial humana éclassificada em duas modalidades:reprodutiva e terapêutica. A “[...]primeira faz cópia de gente e aoutra produz embriões com afinalidade de retirar deles as célu-las-tronco que serão empregadasna cura de doenças”,1 afirma Mar-lene Nobre. Na clonagem repro-dutiva um óvulo sem núcleo éunido ao núcleo de uma célulasomática de um doador. Importaconsiderar que o núcleo de qual-quer célula possui o material ge-nético ou DNA (deoxyribonucleicacid) que, por sua vez, contém to-

CMA RTA AN T U N E S MO U R A

Clonagem

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Em dia com o Espiritismo

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dos os genes que caracterizam oindivíduo. A fusão do óvulo anu-cleado com o núcleo de uma célu-la somática origina o blastocisto, es-trutura biológica que ao ser ino-culado no útero pode gerar umclone. No segundo tipo (clonagemterapêutica) o blastocisto formadoé inoculado em meios de culturaapropriados para produzir célulasque se diferenciarão em tecidos hu-manos (ósseo, muscular, digestivo,etc.). Veja a ilustração abaixo.

Os comitês científicos interna-cionais têm enfatizado pesquisascientíficas referentes à clonagemterapêutica, sob a alegação de quea produção de tecidos beneficiariaa regeneração de órgãos lesados. Aquestão da clonagem, mesmo emse tratando da terapêutica, mereceser conduzida com mais pondera-ção e seriedade. Deve passar pelocrivo de análises mais apuradasem que se considerem as implica-

ções éticas, sobretudo porque háinteresses financeiros envolvidosque representam uma forma decontrole econômico. Deve-se con-siderar, também, que a clonagemainda é uma técnica “[...] inefi-ciente, com índice altíssimo deinsucesso”.1 Os clones produzidosapresentam aberrações e defeitos,verdadeiros atentados à vida, aoscostumes e à moralidade.

Os legítimos avanços tecnológi-cos e científicos não devem igno-rar os valores definidos pela bioé-tica e pela moral. Nesse sentido,Emmanuel lembra que: “Em todohomem repousa a partícula da di-vindade do Criador, com a qualpode a criatura terrestre participardos poderes sagrados da Criação.

O Espírito encarnado aindanão ponderou devidamente o con-junto de possibilidades divinasguardadas em suas mãos, donssagrados tantas vezes convertidos

em elementos de ruína e destrui-ção”.2 Analisando essa problemá-tica de perto, consideramos opor-tuníssima esta orientação do Es-pírito Vianna de Carvalho:

“É indispensável, portanto, queseja levantada uma ética para agenética, uma bioética, para esta-belecer limites e cercear a oportu-nidade de desenvolverem-se so-nhos macabros, tornando o ser hu-mano cobaia para experimentosdantescos, a pretexto de se cons-truírem seres superiores genetica-mente organizados, adiando sinedie o momento da morte real e in-terferindo-se na estrutura dos ge-nes e cromossomos, diante de fetosque apresentam anomalias detec-táveis, como se as mesmas proce-dessem do corpo e não do Espíri-to. [...] Quando a Ciência, atravésdos seus nobres investigadores,assenhorear-se da realidade do Es-pírito, compreenderá a necessi-dade de ser estabelecido um códi-go de preservação da vida, dessemodo, uma bioética fundamenta-da no respeito e na dignidade dacriatura humana”.3

Referências:1NOBRE, Marlene. A alma da matéria. São

Paulo: FÉ. p. 110.2XAVIER, Francisco Cândido. O consola-

dor. Pelo Espírito Emmanuel. 25. ed. Rio

de Janeiro: FEB, 2004. Questão 302,

p. 177.3FRANCO, Divaldo Pereira. Atualidade do

pensamento espírita. Pelo Espírito Vianna

de Carvalho. Salvador: LEAL, 1999. Cap. 2,

questão 39, p.53-54.

25Março 2007 • Reformador 110033

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Iniciando um ciclode atividades a esten-der-se na Sede Sec-cional (Av. Passos, 30)por todo o correnteano, o presidente daFEB, Nestor João Ma-sotti proferiu, no dia27 deste mês, subs-tanciosa palestra so-bre o Movimento Es-pírita brasileiro, de suaorigem até hoje, estan-do presentes centenas de partici-pantes, incluindo-se expressivonúmero de representantes doMovimento no Rio de Janeiro.

O evento, realizado em fraternaparceria com o Conselho Espíritado Estado do Rio de Janeiro(CEERJ), representado na opor-tunidade pelo Sr. Aloísio Ghiggino,teve o caráter de seminário e divi-diu-se em duas seções: a fala dopresidente Masotti, das 9h às10h30, e a participação direta doauditório, por meio de perguntasa ele dirigidas, das 11h às 16h,com intervalo para refeição.

Questões de diversa natureza,sempre ligadas ao tema central –“Influência do Espiritismo no

Progresso” – foram abordadas deforma segura e objetiva, em todasse revelando, de modo explícitoou implícito, o comum interessetanto pela união dos adeptos soba inspiração do Evangelho deJesus, como pela melhor forma dese atingir a união na prática e nadifusão da Doutrina Espírita.Foram também focalizados diver-sos assuntos, de cuja segura abor-dagem e tratamento, à luz dasorientações fundamentais, depen-de o bom êxito das atividades per-tinentes às casas espíritas.

Excelentes frutos, tanto ime-diatos como de médio e longo al-cance, certamente surgirão noseio do Movimento como feliz re-sultado dos encontros mensais de2007 na Sede Histórica da FEB.

inaugural na FEB – RioSeminário

Aspecto geral do público na Sede Seccional da FEB no Rio de Janeiro

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27Março 2007 • Reformador 110055

entre os fatores que maiscontribuíram para que aHumanidade galgasse o ele-

vado patamar do desenvolvimentointelectual, científico e tecnológicodestaca-se um que se transformouno supremo ídolo do ser humano.

Ressalvando-se as exceções, to-dos o amam, desejam e disputampor meios honestos ou crimino-sos.

Esse ídolo não é outro senão o“Rei Dinheiro”, cujos súditos con-tam-se por bilhões dispersos peloscinco continentes.

Quanto à sua origem, vejamoso que nos informa o escritor e an-tropólogo norte-americano JackWeatherd em seu livro intituladoA História do Dinheiro: “[...] o di-nheiro nasceu há aproximada-mente 3.000 anos, na Lídia (Ásia

Menor), e, em sua longa trajetó-ria, das conchas passou pelo sal,moeda e papel, antes de chegar aocartão ou à senha”. Conviveu como nascimento, ascensão e derroca-da de impérios e reinados, revo-luções e guerras, catástrofes e epi-demias, períodos de farturas e demisérias, sobrevivendo a todas àstransformações pelas quais tempassado a Humanidade até os diasatuais.

O seu fascínio induz bilhões depessoas, diariamente, em todo omundo, a pensarem muito maisnele do que no Deus de suas reli-giões. Conseqüentemente, o man-damento maior que todos, com ex-ceções, repetimos, cumprem pra-zerosamente é este: “Amarás o Se-nhor Dinheiro acima de todas ascoisas, de todo o teu coração, de

toda a tua alma, de todo o teu en-tendimento e aos lucros como a timesmo”.

Pela ambição do que podem ad-quirir com ele, não raro, corrom-pem-se políticos e religiosos, cien-tistas e militares, juízes e advogados,empresários, desportistas, artistas eserviçais.

Torna-se cada vez mais raroencontrar segmentos das ativida-des humanas imunes às tentaçõesdo dinheiro.

O homem esquecido de suaorigem divina deixou-se contami-nar pelo vírus do espírito de lucrose vantagens em tudo o que faz,indiferente às necessidades míni-mas de seus semelhantes. Poucolhe importa se a sua fortuna foi oué construída sobre o comércio dealimentos, remédios, vestuários ou

Longo reinado

DAD O L P H O MA R R E I RO JÚ N I O R

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educação, a qual deveria ser gra-tuita e garantida pelos governos.

Dir-se-ia que o capitalismo,embora sobrevivendo um poucomais do que o comunismo, cami-nha também para inevitável der-rocada, porque foi arquitetadosobre uma filosofia de vida enga-nosa e perversa, que só beneficiapequena parcela da Humanidade.Nesse sistema nada se vende semque o comprador pague o dobrodo valor dos produtos necessáriosou supérfluos, enriquecendo os“geniais” artistas publicitários, exí-mios na arte de seduzir os consu-midores.

A voracidade pelo dinheiro émilenar. Tanto é, que o consagradoApóstolo Paulo nos deixou em suaPrimeira Epístola a Timóteo, capí-tulo 6, versículo 10, esta sábia ad-vertência: “Porque o amor do di-nheiro é a raiz de toda espécie demales; e nessa cobiça alguns se des-viaram da fé e se transpassaram asi mesmos com muitas dores”.

Neste momento, se movimen-tam pelo planeta milhões de pes-soas ansiosas, trocando dinheiropor fazendas, gado, residências,barcos, pacotes turísticos, obrasde arte, vantagens políticas, dro-gas, armas, etc.

O dinheiro, em si, não é culpa-do de coisa alguma. Por conta desua neutralidade, presta-se indife-rentemente aos bons ou maus em-preendimentos. Se ele tem sido acausa de grandes tragédias, isso sedeve unicamente ao atraso moralda Humanidade, sendo essa a maisgritante característica de um mun-de expiação.

Todavia, não podemos esque-cer que o dinheiro tem sido o ins-trumento bendito que permitiu àHumanidade edificar suas civili-zações com tudo de bom e de be-lo que elas possuíram para felici-dade dos povos.

O cobiçado símbolo de trocasestratificou-se na consciência dasmassas. Trocá-lo por algum novosistema mais adequado aos com-portamentos evangélicos da novaHumanidade, ansiosamente espe-rada, é logo rejeitado como utopia.É como se o dinheiro fosse insubs-tituível.

Nestes tempos de mudançasrápidas o dinheiro foi elevado aum requinte jamais imaginado emséculos anteriores: ele hoje é ele-trônico, virtual e sem naturezacorpórea. Corre o mundo com avelocidade da luz, passa de mãoem mão e não pára em lugar al-gum. Ele transformou o mundoem gigantesca arena onde a luta éde vida e morte e de todos contratodos. Aqueles que num momentosão parceiros “amáveis”, no mo-mento seguinte podem ser inimi-gos ferozes, pois o alvo é sempre omesmo: chegar primeiro e fecharos negócios mais rentáveis. Nem sesabe o número de pessoas que pas-sam a vida ganhando dinheiro comdinheiro, sem aplicá-lo em provei-to da coletividade.

Entretanto, segundo supomos,o dinheiro foi inspiração divina aohomem primitivo, que precisavaexercitar o hábito do trabalho. Asentença divina “comerás o pãocom o suor de teu rosto” (Gênesis,3:19) induziu-o, de forma penosae compulsória, a libertar-se de suanatural indolência, cuja vida, se re-sumia em comer, beber, procriar,dormir e passear pelas florestas.

Nos albores de sua evolução oincipiente sistema comercial, ba-seado na troca de alimentos e ob-jetos necessários à sobrevivência,satisfazia às pequenas comunida-des. Todavia, com o adensamentopopulacional, tornou-se impossí-vel cobrir suas necessidades. Presu-me-se, então, que as Hostes Divinassocorreram as criaturas, inspiran-do-lhes um outro sistema baseadoem escala de valores que, abran-

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Nestes tempos demudançasrápidas o

dinheiro foielevado

a umrequintejamais

imaginadoem séculosanteriores

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gendo do mínimo ao máximo, so-lucionou o complexo problema,permitindo ao homem adquirir tu-do o que quisesse, bastando-lheconquistar, com seu trabalho, ossímbolos de trocas. Estava, a partirdaí, inventado o dinheiro que, pou-co a pouco, foi passando de servo asenhor dos humanos.

O homem bem cedo percebeuque todos os bens e prazeres daefêmera vida material, incluindopoder e notoriedade, estariam emsuas mãos, dependendo da quanti-dade de dinheiro que possuísse.Para tanto passou a trabalhar ho-ras excessivas e, não raro, escravi-zando seus semelhantes.

Conseqüentemente, o dinheirofoi se transformando no maioragente exacerbador do feroz egoís-mo humano, sendo que, ainda ho-je, a Humanidade se divide em tra-balho-egoísmo e trabalho-altruís-mo que ainda congrega a minoria.Outrossim, impulsionado pela leidivina do progresso, o trabalho--altruísmo irá se sobrepondo atéalcançar o grau da sublimação,transformando o homem no anjoco-criador, assemelhando-se a Je-sus que afirmou: “Eu vim para ser-vir e não para ser servido”. (Ma-teus, 20:28.)

No momento, temos a impres-são de que caminhamos para umcaos: o homem, inventando a lo-comotiva do progresso, imprimiu--lhe velocidade semelhante à dotrem-bala, e, agora, assustado, nãosabe como frear a máquina nem atéonde haverá trilhos para pros-seguir a louca corrida. Mas, Deusnos inspirará a solução.

Estejamos certos de que somentepela sublimação do nosso trabalho,como instrumento do amor, for-jaremos a única e verdadeira Alian-ça Espiritual, símbolo sagrado donosso definitivo casamento com oCordeiro de Deus, desfrutando dasbem-aventuranças prometidas. Eiso nosso alvo supremo vislumbra-do pelas nossas intuições.

E agora, imaginando que o “ReiDinheiro” pudesse nos falar, comofazem os animais nas fábulas, pro-vavelmente nos diria: “Meus que-ridos súditos! Meu reino não éeterno, porém, enquanto o vossoprogresso moral não se nivelar aointelectual, e até suplantá-lo, con-tinuarei reinando, absoluto, emvossas almas!”.

29Março 2007 • Reformador 110077

Presença EspíritaO espírita que entende a doutrina que aceitaErgue-se de manhã quando o dia flameja,Ora e agradece a Deus o privilégio santoDe poder trabalhar no corpo a que se acolhe.Se ouve o mal, fala o bem. Ajusta-se ao dever,Cumprindo a obrigação que a vida lhe assinala.Na rua, estende as mãos em amparo fraterno;Em casa, forma a paz que auxilia e constrói.Prejudicado, esquece. Ofendido, perdoa.Não discute, realiza. E nem pergunta, serve.Não censura, abençoa; nem condena, restaura.Desce para ajudar, sem tisnar-se na sombra.Alteia-se na luz, mas apaga-se, humilde,Por saber-se instrumento a serviço do Pai.Reparte do que tem, sem reclamar louvores,Corrige levantando e educa amando sempre.Tolera sem revolta as provações que o ferem,Transformando em bondade o fel das próprias dores.O espírita onde está faz com que tudo brilhe,Aperfeiçoa, melhora, engrandece e progride;De alma no entendimento harmônico e profundo,Faz-se fonte de amor para os males da vida,Faz-se raio de sol para as trevas do mundo.

(Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião pública do

Lar Espírita de Lázaro na noite de 30/10/1966, em Uberaba, Minas.)

Albino Teixeira

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ossos co-idealistas, adeptos da Língua Inter-nacional Neutra, estiveram reunidos em ou-tubro passado, na cidade de Ribeirão Preto

(SP), para o 1o Encontro Brasileiro de Esperantistas--Espíritas, com o objetivo primordial de sempre me-lhor balizar as atividades nesse importante campo doprograma de divulgação do Espiritismo.

Tendo sido gentilmente convidado pelos organi-zadores para alguma abordagem em torno do vastotemário, enviamos, para leitura em plenário, umtexto com ligeiras considerações a respeito detraduções, conteúdo de programa esperantis-ta nos centros espíritas e a adoção do espe-ranto para as relações internacionais da fa-mília espírita mundial.

Na primeira seção, enfatizamos anecessidade imperiosa desempre amparar-nos naleitura conscienciosa dosbons autores, espíritas enão-espíritas, da literatu-ra do esperanto, tendoZamenhof como autorida-de maior.

Alguns criteriosos conse-lhos de outro grande estilista, oprofessor Gaston Waringhien, forampor nós evocados como base segura paraquem se dedica à arte da tradução:

� Antes de traduzir qualquer texto, tenha emmãos uma sua edição confiável, se possível com

notas ou comentários, bem como as indispen-sáveis ferramentas de trabalho (gramática, di-cionário filológico), que lhe darão a possibili-dade de encontrar o sentido correto das expres-sões difíceis.

� Nunca publique uma tradução, mesmo de dezlinhas, sem antes submetê-la ao exame deum esperantista que fale outra língua nacional.

� Traduza o sentido, e não as palavras.� Para experimentar suas forças, traduza peças já

vertidas por esperantis-tas famosos e, em segui-da, compare-as minucio-samente com o seu traba-lho: só pela imitação sechega à perfeição.

Os esperantistas no Brasil go-zam do privilégio de, para essefim, ter à disposição um verda-deiro tesouro que são as obrasdoutrinárias traduzidas por L. C.

Porto Carreiro Neto.O segundo tema diz respeito à quali-

dade das atividades esperantistas nas ins-tituições espíritas.

O caráter especial de uma agremiaçãoespírita não pode permitir, sem risco para

seus programas e atividades eminentementeespirituais, a inclusão de quaisquer conteúdos, con-siderando-se a necessidade de que o ambiente ali rei-nante sempre deve estar em harmonia com a eleva-

Encontro nacional deesperantistas-espíritas

NAF F O N S O SOA R E S

A FEB e o Esperanto

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ção e seriedade da Doutrina Espírita, com a delicade-za dos trabalhos ali desenvolvidos pelos adeptos soba condução dos guias espirituais.

Nesse sentido, apresentamos aos participantes doEncontro um programa para estudo das obras deAllan Kardec, em esperanto, com o qual se pode ofe-recer aos que concluem os cursos de aperfeiçoamen-to da língua uma oportunidade de praticar o idiomapor meio de um material perfeitamente compatívelcom a natureza especial de uma Casa Espírita.

Sobre esse programa daremos notícia mais deta-lhada em próximo número de Reformador.

O último bloco de nosso texto abordou o temaque consideramos como o coroamento de todo otrabalho em torno do esperanto que tem sido reali-zado no Brasil desde 1909. Referimo-nos à adoçãoda Língua Internacional Neutra, pela família espíritamundial, como instrumento para suas comunica-ções em nível internacional.

Nesse sentido, dirigimo-nos ao próprio presi-dente da Associação Universal de Esperanto, Prof.Dr. Renato Corsetti, pedindo-lhe que nos transmi-tisse um pouco de sua vastíssima experiência nessecampo. A resposta não se fez esperar e dela já de-

mos notícia em Reformador do mês passado. Emsíntese, seria uma espécie de campanha, com umtítulo sugestivo, como por exemplo – Para a boa co-municação nos círculos espíritas; envio de materialsobre o esperanto, em língua nacional, aos círculosespíritas de outras terras, acompanhado de umacarta dos espíritas brasileiros; e a indicação, tantodas organizações esperantistas nacionais, como daspossibilidades de contactá-las pela rede mundial decomputadores.

Afirmou o Dr. Corsetti, com a prudência e a humil-dade que o caracterizam, que após alguns anos deinformação nesse sentido algo aconteceria, como, porexemplo, a inclusão do esperanto entre as línguas ofi-ciais dos congressos mundiais de Espiritismo. RenatoCorsetti também assegurou-nos a possibilidade de aAssociação Universal de Esperanto ajudar, solicitandoa colaboração das associações nacionais de esperanto.

A seara, como vemos, é vasta, e o sucesso do tra-balho muito dependerá da conscientização dos espí-ritas sobre o efetivo valor do esperanto em seus ser-viços, o que lhes está facilitado pelos incentivos quelhes vêm de grandes Espíritos como Emmanuel eBezerra de Menezes.

Kameno – bildo de amo,Komfort’ ne arda, plen1ua.Pasio – senbrida flamo,Brulego domodetrua.

Amor recorda a lareira –Conforto que não abrasa.Paixão é igual à fogueira –Incêndio queimando a casa.

Jena sur /i-monda vojoLa 7ar1’ de koro amanta:Elver7i larmon de 1ojo,Stati en gajo larmanta.

Quem ama carrega em si,Todo dia, toda hora,Uma lágrima que ri,Uma alegria que chora.

Fonte: XAVIER, Francisco C. Trovas do outro mundo. Por Diversos Espíritos. 4. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Estrofes reti-radas do cap. 33, “Temário de amor”.

Marcelo Gama (Espírito)Trad.: Affonso Soares

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Trovas Troboj

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ois princípios básicos doEspiritismo inspiraram otítulo da coletânea de arti-

gos do escritor Hermínio C. Mi-randa, publicados em Reformadordurante mais de dois decênios –conforme a apresentação do livro,feita por Francisco Thiesen (àépoca presidente da FederaçãoEspírita Brasileira), datada em 31de março de 1977 –, da qual ex-traímos para comentário um deseus dezoito capítulos. A obra éSobrevivência e Comunicabilidadedos Espíritos e foi lançada poucos

meses após a publicação de Reen-carnação e Imortalidade, igual-mente com outros trabalhos pu-blicados na citada e conhecidarevista da FEB. O autor é sobeja-mente conhecido, pela qualidadede seus escritos, sempre embasa-dos na pesquisa e aprofundamen-to dos estudos espíritas, com suacostumeira lucidez doutrinária.

O capítulo 11, com o mesmotítulo que utilizamos na presenteabordagem, está nas páginas 189a 197 da 1a edição (outubro de1977). Referido capítulo, comosugere o próprio título, descrevediversos casos e exemplos de

fatos mediúnicos ouanímicos em conheci-das personalidades dahistória humana, entreartistas, cientistas, pen-sadores, escritores e ou-tros. Citando livros e au-tores, Hermínio leva oleitor a refletir sobre asinfluências psíquicas emvultos que trouxeram ex-pressiva contribuição aoprogresso da Humanidade.

Aliás, o artigo inicia-se com refe-rência ao trabalho de Sylvio Bri-to Soares, também editado pelaFEB, o livro Grandes Vultos daHumanidade e o Espiritismo, on-de “[...] em tantos desses vultos,como o demonstrou o confradeBrito Soares, a mediunidade éóbvia e inequívoca”, conformedeclara o próprio autor Hermí-nio.

E, nesta ordem de pensamen-tos, traz para deleite do leitor umasíntese biográfica do professorGeorge Washington Carver, que,segundo Hermínio, “também po-deria figurar com honra no livrode Brito Soares”. Permito-metranscrições parciais do capítulo:

“Mr. Carver foi, sem dúvida,um dos mais nobres e profundosEspíritos que já desceram à Terra.Sua história magnífica é uma le-genda de grandeza, traçada, estra-nhamente, no plano da mais purahumildade e iluminada pela tran-qüila genialidade. Estratificadoem inúmeras e proveitosas encar-nações, desceu para desempenharmissão difícil e cheia de tropeços.

Inspiração emediunidade

DOR S O N PE T E R CA R R A R A

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Venceu todos os obstáculos e seubelíssimo Espírito deve hoje pai-rar em alturas inconcebíveis a po-bres principiantes como eu.

Sua vida foi dramática.Há um século, em janeiro de

1860, nasceu negro e filho de es-cravos, nos Estados Unidos. Criou--se órfão, sem chegar a conheceros pais. Pobre, doentio e sofredor,caminhou pelas estradas da misé-ria e do trabalho mais humilde.Aos 83 anos de idade física, seupoderoso Espírito regressou à ele-vada mansão donde tinha vindo.Havia conquistado, entre os ho-mens da sua época e da sua pátria,uma posição de inigualável desta-que, com a qual jamais um negroteria sonhado. Atravessara barrei-ras maciças de preconceitos de core condição social.[...]”

A breve transcrição da intro-dução biográfica é necessária pa-ra salientar ainda mais a existên-cia fértil de um Espírito lutadorque renasceu em condições demuitas limitações, inclusive coma condição da orfandade e emluta contra os preconceitos maisarraigados de sua época. Prossi-gamos, porém, com a descriçãode Hermínio:

“[...] Seu poder criador nãoconhecia limites, a não ser a von-tade de Deus. Somente no amen-doim descobriu mais de 300 sub-produtos, hoje largamente indus-trializados. Jamais se preocupouem registrar patentes de suas in-venções e descobertas. [...] Acha-va preferível que suas fórmulaspermanecessem como coisa co-mum, sem dono, para que qual-

quer pessoa pudesse utilizar-se de-las. [...]”

A seqüência do texto empolga,pela riqueza de informações queHermínio colocou no capítulo.Carver enfrentou preconceitos deinício, alcançou reconhecimentopúblico pela qualidade de suasdescobertas, proferiu palestras aprodutores de amendoim e che-gou a ser contemplado com o tí-tulo de Doutor em Ciência, ho-noris causa, mas nunca se preo-cupou com dinheiro. Sua vida dedificuldades, todavia, foi assinala-da por uma potente fé em Deus einquebrantável determinação, ten-do vivido interessantes experiên-cias de revelações através dos so-nhos, mas que deixamos de trans-crever para não mais alongar apresente abordagem. Sugerimosaos leitores consultarem o capítu-lo na íntegra, na já citada obra.

Todavia, é imprescindível citarque em trecho de uma carta, ondeCarver descreve sua concepção deprece, ele declara sua absoluta con-fiança no Criador, a quem buscavadiariamente, e várias vezes ao dia.

O assunto remete-nos a O Livrodos Médiuns.* Os itens 182 e 183da citada obra são valiosos ins-trumentos didáticos no estudodo tema inspiração e mediunidade:

33Março 2007 • Reformador 111111

George W. Carver foi um dos maisnobres e profundos Espíritos

que já desceram à Terra

*Tradução de Guillon Ribeiro, 77. ed. FEB.

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item 182 – “[...] A inspiração nosvem dos Espíritos que nosinfluenciam para o bem, ou parao mal, porém, procede, principal-mente, dos que querem o nossobem e cujos conselhos muitoamiúde cometemos o erro de nãoseguir. Ela se aplica, em todas ascircunstâncias da vida, às resolu-ções que devamos tomar. Sob esseaspecto, pode dizer-se que todossão médiuns, porquanto não háquem não tenha seus Espíritosprotetores e familiares, a se esfor-çarem por sugerir aos protegidossalutares idéias. Se todos estivessembem compenetrados desta verdade,ninguém deixaria de recorrer comfreqüência à inspiração do seu anjode guarda, nos momentos em quese não sabe o que dizer, ou fazer.[...]” e no item 183 – “Os homensde gênio, de todas as espécies, artis-tas, sábios, literatos, são sem dúvi-da Espíritos adiantados, capazes decompreender por si mesmos e deconceber grandes coisas. Ora, pre-cisamente porque os julgam capa-zes, é que os Espíritos, quando que-rem executar certos trabalhos, lhessugerem as idéias necessárias e as-sim é que eles, as mais das vezes,são médiuns sem o saberem.[...]”.

O exemplo de vida do profes-sor Carver e a fonte inesgotável deestudos, oferecida pela DoutrinaEspírita, permitem-nos enxergarainda mais a grandeza da vida hu-mana ao lado da bondade do Cria-dor. Estamos todos num grandeprocesso evolutivo, em que oaprendizado constante é a senha,mas igualmente amparados peloPoder Criador que nos doou a vi-

da e imensa gama de oportunida-des, onde o esforço próprio e adedicação ao bem abrem os ca-nais da boa inspiração e do ampa-ro que nunca falta...

O que ocorre, realmente, é queo bem nunca se perde. Ainda quenão vejamos na existência físicaos resultados de nossos esforços,eles sempre virão em benefícioda coletividade e mesmo de seusautores, ainda que seus esforçosnão busquem reconhecimento esim sejam resultantes de valoresmorais do Espírito, que já com-preendeu que é preciso fazer obem em qualquer circunstância.É que vivemos todos num pro-cesso de solidariedade mútua.Todo bem que se espalha, resultade uma iniciativa pessoal ou co-

letiva, e reverterá sempre embenefício de todos, inclusive dosque o praticam. O mal que se es-palha, da mesma forma, prejudi-ca terceiros e os próprios agentesdo ato insano.

É de nosso próprio interesseevolutivo que busquemos o bem.Buscando o bem, como o fizeraminúmeros missionários que visi-taram o Planeta em diferentes épo-cas, sintonizamos com os poderessuperiores do bem eterno, abrin-do os canais da mediunidade –faculdade huamana natural – queauxiliam o progresso.

O processo, na verdade, é sim-ples. O bem produz o bem e semultiplica, como nos ensina oEvangelho. Basta prestar atenção.Como o fez Carver.

34 Reformador • Março 2007 111122

odo aquele que, tanto no estado normal, como no de êxta-se, recebe, pelo pensamento, comunicações estranhas às suas

idéias preconcebidas, pode ser incluído na categoria dos médiunsinspirados. Estes, como se vê, formam uma variedade da mediu-nidade intuitiva, com a diferença de que a intervenção de umaforça oculta é aí muito menos sensível, por isso que, ao inspira-do, ainda é mais difícil distinguir o pensamento próprio do quelhe é sugerido. A espontaneidade é o que, sobretudo, caracterizao pensamento deste último gênero. A inspiração nos vem dosEspíritos que nos influenciam para o bem, ou para o mal, porém,procede, principalmente, dos que querem o nosso bem e cujosconselhos muito amiúde cometemos o erro de não seguir. Ela seaplica, em todas as circunstâncias da vida, às resoluções quedevamos tomar. [...]

Fonte: O livro dos médiuns. 79. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Parte Segunda,

cap. XV, item 182, p. 232.

Allan Kardec

TMédiuns inspirados

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A Federação Espírita Brasileiradistribuiu, aproximadamente, ummilhão de materiais das Campa-nhas (folhetos, cartazes, folders,opúsculos).

O livro Família, Vida e Paz foioferecido às federativas a título desubsídio para a implantação edesenvolvimento das Campanhas“Viver em Família”, “Em Defesa

da Vida” e “Construamos a PazPromovendo o Bem!”, além deencaminhar a todos os centros es-píritas do País, que estiveram in-cluídos no seu cadastro geral, umkit com 7 cartazes e 7 opúsculosque continham mensagens sobrecada um dos temas: suicídio, abor-to, violência, eutanásia, drogas, vi-ver em família e paz.

Estimulou-se o intercâm-bio entre as Federativas e As-sociações Especializadas.

Decidiu-se que essas três

Campanhas “compõem o grupo decampanhas que sintetizam a pres-tação de serviço social à comuni-dade, que cabe ao Movimento Es-pírita realizar, e devem ser traba-lhadas integradamente”.

Durante a Bienal do Livro deSão Paulo e a de Petrópolis (Rio deJaneiro) a FEB distribuiu tambémaos visitantes material referente àCampanha Família, Vida e Paz.

As Campanhas foram divulga-das em âmbito nacional e no Ex-terior.

CampanhaFamília, Vida e Paz

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Aprovada pelo CFN na Reunião Ordinária de 2004 e que reúne as Campanhas

“Viver em Família”, “Em Defesa da Vida” e “Construamos a Paz Promovendo o Bem!”

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uando temas relevantesdo ponto de vista filosófi-co são abordados, é co-

mum ouvirmos dizer que assun-tos de fé e lógica não se misturam.

Outras vezes, ainda, surgem in-sinuações de que a religião, ou acrença em Deus, caracterizampobreza intelectual e que só opensamento científico tem vali-dade na época atual.

Há um abismo que atualmen-te está separando a Ciência daReligião. Abismo construído nosséculos anteriores, quando o do-mínio das civilizações se fez pelopoder temporal aliado à religiãoinstitucionalizada.

Já em meados do século XIX,o sábio francês Hippolyte LéonDenizard Rivail enfatizava que afé verdadeira só é aquela capaz

de conviver com a razão e a inte-ligência em qualquer época daHumanidade – assertiva com aqual concordamos plenamente.

Aspectos da cultura contem-porânea apontam para a possibi-lidade de encararmos fé e razãocomo atributos compatíveis entresi. Vejamos o seguinte raciocínio:os conhecimentos atuais em As-tronomia parecem reforçar a tesedo astrônomo J. H. Lambert que,já em 1761, aceitava a idéia deuma ordem cósmica no Universo.Segundo a Física, entropia seriao estado de desordem ou desor-ganização de um sistema. Assim,a entropia crescente levaria à de-sorganização crescente. Conformenos diz o Segundo Princípio daTermodinâmica, em Física, a en-tropia do Universo tende a cres-

cer. Em termos práticos, tudo quese constrói tende a se destruir, a sedesfazer. Apesar de ser uma lei fí-sica, pesquisas recentes no cam-po da Biologia apontam no sen-tido de uma ordem organizadorada vida, de uma força maior edesconhecida pela Ciência.

Contrariando a tendência na-tural da entropia, que seria a dadesordem ou desorganização na-tural e crescente dos sistemas, te-ríamos de considerar a força orga-nizadora da ordem cósmica comodeterminante na origem da vida.

O surgimento da vida organi-zada no Universo representouuma corrente oposta à entropianatural dos sistemas. Se o univer-so tendeu a uma desorganizaçãoprogressiva ou entropia crescente,o aparecimento da vida foi umprocesso oposto à entropia, crian-do a ordem. Foi um processo ne-guentrópico (que nega a entro-pia). Inferimos daí que uma leimaior atuou no processo. Umalei central ou um princípio único.

Reforçando a tese de uma in-terferência neguentrópica, cita-ríamos o professor Ilya Prigogine,que considera duvidosa a com-patibilidade da Biologia com osprincípios da Termodinâmica.Outro especialista, o professorLudwig Von Bertalauthy, não ad-

Deus e a CriaçãoQ

RI C A R D O DI BE R NA R D I

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mite o surgimento da vida poruma evolução espontânea da Na-tureza. Ao considerar os concei-tos da entropia, diz: “A produçãode condições locais só é fisica-mente possível ao entrarem emcena forças organizadoras de al-guma espécie”.

Em artigo publicado pelo Ins-tituto de Cultura Espírita de Flo-rianópolis, o engenheiro CorintoCastanho, abordando a questãoneguentrópica da origem da vida,fez analogia da impossibilidadede diversos materiais de constru-ção misturarem-se ao acaso, re-sultando na construção de umprédio acabado e estético, sem amenor participação de engenhei-ros, mestre de obras e operários.Lembra o articulista que um servivo forma um sistema organiza-cional mais complexo que qual-quer prédio, não podendo o bomsenso admitir a administração doacaso ao invés de uma força oulei maior atuante.

Se a fé cega não é mais desteséculo, o cientificismo dogmáti-co também não o será no próxi-mo século.

Religiões que preconizam a fécega, automaticamente se confes-sam impotentes para demonstrarque estão com a razão. Movimen-tos científicos que não admitemexaminar determinadas possibi-lidades, por puro preconceito,também cristalizam e se com-portam como religiosos radicais.Numa primeira instância, todos osfenômenos da Natureza podemser explicados pelas leis naturais.As leis físicas, químicas e bioló-

gicas nos dão o mecanismo da vi-da, nos respondem sobre minú-cias do microcosmo celular ou so-bre a magnitude do macrocosmo.

No entanto, estas mesmas leis,que são automáticas, deverão serregidas por uma lei universalcoordenadora e onipresente nomacro e no microcosmo. Esta Leionipresente, nós a chamamos deDeus. Sendo perfeita, há de serimutável, pois só o imperfeitosofre mudanças visando ao apri-moramento progressivo. Consi-derando a imutabilidade da LeiUniversal, concebemos sua açãoconstante e uniforme, inexistin-

do momentos diversos de outroscomo um gráfico irregular a assi-nalar uma emocionalidade an-tropomórfica.

Pela regularidade e constânciada Lei Universal, concluímos quenão houve um momento da cria-ção. Trata-se de um processoeterno. Deus irradia constante-mente e projetam-se, de sua es-sência perfeita, centelhas divinasou princípios espirituais, queprovindo de um ser perfeito sópoderão ter um destino: a evolu-ção infinita rumo à perfeição.“Nenhuma das ovelhas se perde-rá” – disse Jesus.

37Março 2007 • Reformador 111155

DeusQuem, senão Deus, criou obra tamanha,O espaço e o tempo, as amplidões e as eras,Onde se agitam turbilhões de esferas,Que a luz, a excelsa luz, aquece e banha?

Quem, senão ELE fez a esfinge estranha No segredo invioláve1 das moneras,No coração dos homens e das feras,No coração do mar e da montanha?!

Deus!... somente o Eterno, o Impenetrável,Poderia criar o imensurávelE o Universo infinito criaria!...

Suprema paz, intérmina piedade,E que habita na eterna claridade Das torrentes da Luz e da Harmonia!

Fonte: XAVIER, Francisco C. Parnaso de além-túmulo. 18. ed. Rio de Janeiro: FEB,

2006. p. 90. Edição Comemorativa – 70 anos.

Antero de Quental

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eterminismo e livre-arbí-trio formam uma duplainseparável na longa estra-

da da evolução do Espírito.Nos primeiros estágios da vida,

quando ainda não se encontrammanifestos os valores da educaçãoe da experiência em forma de in-teligência, predomina o determi-nismo: já que o Espírito por serainda ignorante não temconsciência das suas ações.

Posteriormente, ama-durecido pelas provas dasvárias reencarnações,ampliam-se valores emforma de inteligência econsciência das açõespraticadas, fazendo que,como conseqüência dalei de causa e efeito, se res-ponsabilize pelos seus atos,organizando o seu determi-nismo, que pode ser agravado ouatenuado, até atingir os patamaressuperiores da sua evolução.

Estagiando, já como Espíritoeducado e consciente, ele se en-contra munido de senso crítico,capacitado a compreender quan-do lhe fala a vontade de Deus, im-pulsionando-o no caminho daevolução, ou a sua vaidade e egoís-mo, chumbando-o aos ciclos das

reencarnações dolorosas; pois es-tará sempre com ele o mérito daescolha.

Vale salientar, que em todas ascircunstâncias, se encontra ativa alei universal do bem e da felicida-de para todas as criaturas.

As situações que se apresen-tam como agravamento do de-terminismo na vida, não devemser interpretadas como castigo,mas sim como manifestação dalei de causa e efeito, convidandoa profundas reflexões, que apon-tarão as falhas e a necessidade de

reparação, harmonizando-o comas leis divinas.

Diz Emmanuel: “O determinis-mo divino se constitui de uma sólei, que é a do amor para a comu-nidade universal. [...]” (O Conso-lador, Segunda Parte, “Experiên-cia”, questão 135.)

Porém, quando o Espírito domi-nado pelo orgulho se acha auto-

-suficiente, transforma-se eminstrumento de ações perni-

ciosas, comprometendo--se com as leis divinas,necessitando de repara-ção apropriada. Issovem a confirmar as in-finitas misericórdia ejustiça do Pai, abrindo

as portas das oportunida-des reparadoras através da

reencarnação, a fim de queo Espírito siga seu caminho na

conquista da plenitude espiritual.Concluindo, poderemos afir-

mar que o determinismo absolu-to só existe nos animais e nos ho-mens selvagens. E quanto àquelesque já despertaram para horizon-tes mais amplos, pela inteligênciae noções de amor, predominam olivre-arbítrio e o compromisso deproteger os que se encontram naretaguarda da evolução.

DF. ALTA M I R DA CU N H A

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Determinismoe livre-arbítrio

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e acordo com o Espiritis-mo, obsessão é a ação per-sistente que um Espírito

exerce sobre uma pessoa com oobjetivo de causar-lhe sofrimento.

Na Bíblia, particularmente noNovo Testamento, há o relato devários casos de obsessão – referi-dos como atormentados, ende-moninhados, lunáticos, possessos– curados por Jesus e pelos discí-pulos.

Pela sua importância, o assun-to é muito bem estudado peloEspiritismo. Vários recursos sãoempregados na assistência espi-ritual, ou, como preferem alguns,no tratamento espiritual dos por-tadores desse transtorno.

São eles: estudo e prática doEvangelho, oração, passe e águafluidificada, desobessão.

O estudo e prática dos ensina-mentos evangélicos, feitos comdesejo sincero de se melhorar,provocam profundas mudançasno ser humano, enobrecendo osseus sentimentos, pensamentos eações.

A ação dos Espíritos obsesso-

res é facilitada pelas nossas im-perfeições morais. Quanto maio-res estas, mais vulneráveis nos tor-namos ao assédio dos Espíritosimperfeitos. A esse respeito escre-veu Allan Kardec: “[...] Para pre-servá-lo das enfermidades, forti-fica-se o corpo; para isentá-lo daobsessão, é preciso fortificar a

alma, pelo que necessário setorna que o obsidiado trabalhepela sua própria melhoria, o queas mais das vezes, basta para olivrar do obsessor, sem recorrer aterceiros. [...]” (O Evangelho se-gundo o Espiritismo, cap. XXVIII,item 81.)

Pensamento positivo, bomânimo e otimismo são de impor-tância muito grande.

Jesus – o maior de todos osmédicos e psicólogos –, no mo-mento em que dirigia aos discí-pulos palavras de despedida, en-corajou-os: “[...] no mundo pas-sais por aflições; mas tende bomânimo; eu venci o mundo”. (João,16:33.)

Talvez o Mestre tivesse por ob-jetivo evitar que os discípulos fi-cassem tristes, ou mesmo depri-midos.

O nosso estado mental torna-seentão desfavorável às influênciasdos Espíritos obsessores e favorá-vel à ajuda dos bons Espíritos.

A prática do bem, como mani-festação do amor, aumenta os nos-sos méritos e atrai o auxílio dos

Obsessão e assistência espiritual

DUM B E RTO FE R R E I R A

Água fluidificada: um dos importantes recursos usado

na assistência espiritual

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Espíritos elevados. Além disso, fa-vorece a intervenção divina no sen-tido de abreviar a nossa expiação.

O apóstolo Pedro demonstrouter entendido bem a misericór-dia divina. Na primeira carta aoscristãos, escreveu: “Acima de tu-do, porém, tende amor intensouns para com os outros, porqueo amor cobrirá a multidão de pe-cados [...]”. (1 Pedro, 4:8.)

A oração, além de nos pro-porcionar sensação de paz, força,

coragem e aumento da resistên-cia, atrai a assistência dos bonsEspíritos.

Allan Kardec enfatiza a im-portância da oração: “Em todosos casos de obsessão, a prece é omais poderoso auxiliar de quemhaja de atuar sobre o Espíritoobsessor”. (Op. cit., cap. XXVIII,item 81.)

O passe e a água fluidificadasão recursos importantes para li-vrar o obsidiado dos fluidos ne-

gativos do obsessor e envolvê-locom energias salutares.

Esclarece Allan Kardec: “Noscasos de obsessão grave, o obsi-diado se acha como que envolvi-do e impregnado de um fluidopernicioso, que neutraliza a açãodos fluidos salutares e os repele”.(Op. cit., cap. XXVIII, item 81.)É importante que o obsidiadodeseje a própria cura, que cola-bore com a força da sua vontade.

Sobre isso, ensina Kardec: “Atarefa se apresenta mais fácilquando o obsidiado, compreen-dendo a sua situação, presta oconcurso da sua vontade e da suaprece [...]”. (Idem, ibidem.)

Quando o obsidiado não se-gue essas orientações, os resulta-dos da assistência espiritual fi-cam aquém do esperado. Ele cor-re o risco de permanecer longotempo tomando passe, melhoran-do e tendo recaída. Por outro la-do, quando se esforça para segui--las, os resultados são altamentepositivos.

Não se pode esquecer do traba-lho incansável e imperceptível aosolhos humanos, desenvolvido pe-los Espíritos Superiores, em todasas regiões do planeta, com a fina-lidade de aliviar os portadores detranstornos obsessivos.

Bibliografia:KARDEC, Allan. O evangelho segundo o

espiritismo. 121. ed. Rio de Janeiro: FEB,

2003.

Bíblia Sagrada. Traduzida por João Fer-

reira de Almeida. Revista e Atualizada

no Brasil. 2. ed. Barueri (SP): Sociedade

Bíblica do Brasil, 2000.

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Confiança em Deus e renovaçãoíntima são de extrema importânciapara a recuperação do obsidiado

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A Federação Espírita Brasileiraparticipou, pela primeira vez, da20a Feira Internacional do Livro deGuadalajara (FIL). O evento ocor-reu na cidade mexicana de Guada-lajara, no período de 25 de novem-bro a 3 de dezembro de 2006.

As maiores editoras de línguahispânica estiveram presentes noevento, um dos mais importantesdo mercado editorial mundial. AFEB expôs seus livros no estandeorganizado pela Câmara Brasileirado Livro (CBL) e contou com umaequipe de quatro pessoas, que seencarregou de entrar em contatocom todas as editoras interessadasem publicar livros espíritas.

Depois de participar com gran-de êxito da Feira do Livro deFrankfurt, na Alemanha, a Federa-ção Espírita Brasileira chegou aGuadalajara com o objetivo decontinuar divulgando o livro espí-rita nos países de fala hispânica einglesa. Na FIL foi apresentado o livro Nosso Lar, traduzido para oidioma inglês e editado pelo Con-selho Espírita Internacional.

Durante os nove dias do even-to, 525 mil pessoas visitaram es-tandes de mais de 1,6 mil editorasde 39 países. Com uma extensaprogramação cultural, o públicopôde participar de cerca de 700horas de atividades e de 24 fóruns

literários. Entre as personalidadesque estiveram presentes, destaca-ram-se os Prêmios Nobel de Lite-ratura José Saramago, GabrielGarcía Márquez e Nadine Gordi-mer.

Uma grande quantidade dematerial de divulgação espíritafoi entregue ao público. A equipeda FEB também esclareceu dúvi-das e respondeu a perguntas dopúblico presente, que manifes-tou muito interesse em conhecermais sobre a Doutrina Espírita.No final da Feira de Guadalaja-ra, centenas de obras espíritas fo-ram doadas a grupos espíritas doMéxico.

A FEB na 20a Feira d0Livro de Guadalajara

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Seara Espírita

Guarapari (ES): Semana EspíritaNo período de 21 a 27 de janeiro, ocorreu a 12a Se-mana Espírita de Guarapari. O local foi o SESC Gua-rapari (ES) e o evento teve como tema central “O Li-vro dos Espíritos – Em Defesa da Vida”. CarlosAugusto Abranches, José Ricardo do Canto Lírio,Eliomar Borgo, José Roberto Pereira dos Santos eSuely Caldas Schubert foram os palestrantes, queabordaram temas como “O Livro dos Espíritos – 150anos difundindo os valores da vida”, “Suicídio”,“Drogas”, “Violência” e “Eutanásia”. No sábado, dia27, Suely Caldas Schubert coordenou o seminário“Novos paradigmas decorrentes da certeza da reen-carnação: científicos, filosóficos e religiosos”.

FEB/CEERJ (RJ): Seminário sobre capacitação administrativa

A Federação Espírita Brasileira promove em sua sedehistórica, Av. Passos, 30, em conjunto com o Conse-lho Espírita de Unificação do Estado do Rio deJaneiro (CEERJ), no dia 10 deste mês, das 9h às 16h,o seminário “A capacitação administrativa do CentroEspírita”, coordenado pelo diretor Antonio CesarPerri de Carvalho.

Este evento integra as atividades de 2007 da SedeSeccional da FEB.

Internet: Estudo de A Caminho da LuzO Instituto de Intercâmbio do Pensamento Espíritade Pernambuco (IPEPE), que tem como propostainterligar o pensamento espírita às diversas áreas doconhecimento humano, iniciou um estudo do livroA Caminho da Luz, de autoria do Espírito Emma-nuel, psicografado pelo médium Francisco Cândi-do Xavier e editado pela FEB. O estudo é realizadoem lista de discussão pela Internet. Os interessa-dos em participar do grupo devem enviar e-mailpara [email protected]

Argentina: Rádio Espírita em Bueno AiresSemanalmente, vai ao ar na Argentina o programa

de rádio espírita O porquê da vida. Transmitido pelaemissora FM Faro 97,7, da cidade de Mar Del Plata,o programa de rádio é uma produção da FederaciónEspírita Del Sud de la Província de Buenos Aires(Fesba). A apresentação fica a cargo de Hilda RaquelCrouzat, em parceria com Jorge Moltó, presidente daFesba. A transmissão acontece às quintas-feiras, das21h às 22h. Outras informações diretamente com aFesba: Chacabuco 5078 (7600) Mar Del Plata –Argentina.

Mato Grosso: Comemorações do Sesquicen-tenário

As comemorações do Sesquicentenário de O Livrodos Espíritos já tiveram início na Federação Espíritado Estado do Mato Grosso (FEEMT). Nos dias 26, 27e 28 de janeiro, a Federativa promoveu o EncontroEstadual de Trabalhadores da Área da Mediunidade.A diretora da FEB Marta Antunes de Oliveira Mouracolaborou com a iniciativa, que contou com pales-tras e apresentação de materiais comemorativos,como camisetas e banners.

Pernambuco: IV Encontro de Mocidades Espíritas

O IV Encontro de Mocidades Espíritas de Pernam-buco ocorreu de 17 a 21 de fevereiro em Jaboatão dosGuararapes (PE). O evento, que constou de oficinasde arte e estudo, integração e apresentação de arteespírita, além de palestras, ocorreu no 14o Batalhãode Infantaria Motorizado.

Revista Espírita em russoA primeira edição da Revista Espírita, de AllanKardec, já está disponível em russo. A iniciativa foi doConselho Espírita Internacional (CEI), que disponi-bilizou a edição na Internet. O exemplar no 1 daRevista Espírita pode ser lido na página www.spiri-tist.org Os interessados podem solicitá-lo pelo cor-reio eletrônico [email protected] A revista estádisponível, também, em esperanto, inglês e espanhol.

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Pará: EIMEP reúne jovensDurante o feriado do carnaval, centenas de jovensde diversos municípios paraenses participaram doXXII Encontro Intensivo de Mocidades Espíritas doPará (EIMEP). Este ano, o EIMEP teve como tema“Valorizando a Vida”. A página eletrônica da UniãoEspírita Paraense é www.paraespirita.com.br

Documentação e Pesquisa do EspiritismoO Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa doEspiritismo Eduardo Carvalho Monteiro (CCDPE--ECM), com sede na Alameda dos Guaiases, 16 –Planalto Paulista – São Paulo (SP), é uma associa-ção civil, científica, cultural, beneficente e sem finslucrativos, que tem a finalidade de reunir num sóespaço intensas atividades culturais e de preserva-ção da memória do Espiritismo. Informações peloe-mail: [email protected]

Rússia: Contato EspíritaCristiani Haferkamp, espírita residente em SãoPetersburgo, deseja manter contato com pessoasque residam naquela cidade ou imediações, parajuntos darem continuidade aos estudos espíritas dasobras kardequianas e complementares. Brasileirosou outros que estiverem interessados podem conta-tá-la pelo e-mail: [email protected]; telefonepara chamada internacional: 007-812-312-1694.

Livros em Braille na InternetCom o objetivo de facilitar o acesso do deficientevisual à leitura, a Sociedade Pró-Livro Espírita emBraille (Spleb) criou uma página na Internet. A ini-ciativa possibilita aos usuários o acesso às obras dis-ponibilizadas pelo próprio site, bem como ao Catá-logo Nacional de Publicações para Cegos. Além detextos em Braille, há, também, estudos que podemser acompanhados de forma on-line. A página daSpleb é www.spleb.org A sede fica na Rua TomásCoelho, 51, Tijuca, CEP 20540-110 – Rio de Janeiro(RJ). Tel.: (21) 2288-9844.

1 bilhão de mensagens espíritas Para os interessados em receber mensagens extraí-das das obras de Allan Kardec e do médium ChicoXavier, eis uma informação valiosa: O GrupoEspírita Os Mensageiros distribui o material gra-tuitamente para todo o Brasil, América Latina eEuropa. Desde sua fundação, em 1953, o grupo jádistribuiu mais de 1 bilhão de impressos. O trabal-ho teve continuidade e fortalecimento com o sitewww.mensageiros.org.br. Nele constam mensagensem texto sendo possível ouvir, na própria voz deChico Xavier, algumas das páginas por elepsicografadas. Para receber mensagens pelosCorreios basta fazer o pedido pela Caixa Postal 522– CEP 01059-970 São Paulo, SP.

Sobra da Seara

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