reformador 01 janeiro_2006

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R$ 5,00 9 771413 174008 ISSN 1413 - 1749 FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA PAZ PAZ Construamos a Paz Construamos a Paz Promovendo o Bem! Promovendo o Bem! Ano 124 • Nº 2.122 • Janeiro 2006 D EUS , C RISTO E C ARIDADE

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R$ 5,00

9 7 7 1 4 1 3 1 7 4 0 0 8

ISSN 1413 - 1749

F E D E R A Ç Ã O E S P Í R I T A B R A S I L E I R A

PAZPAZConstruamos a PazConstruamos a PazPromovendo o Bem!Promovendo o Bem!

Ano 1 24 • N º 2 . 1 22 • J a n e i r o 2006D EUS , CR I S TO E CAR I D AD E

Page 2: Reformador 01 janeiro_2006

Reestruturamos o nosso periódico com um design mais

atraente, para que você possa identificar com facilidade os ar-

tigos através de novas cores e vinhetas; enriquecemos as pági-

nas com fotos, aumentando assim a interatividade com as ma-

térias. O nosso objetivo é o de proporcionar maior prazer à

sua leitura.

Caro Leitor,

Aos nossos prezados colaboradores solicitamos o obséquio

de enviarem suas matérias, de preferência, digitadas no pro-

grama Word e com no máximo 110 linhas, na fonte Times New

Roman, corpo 12, régua 15, justificado, para que estas sejam

devidamente ilustradas.

Contamos com o apoio de todos para que possamos con-

tinuar unidos, trabalhando em função da divulgação da nos-

sa Doutrina.

A Editoria

Page 3: Reformador 01 janeiro_2006

Fundada em 21 de janeiro de 1883

Fundador: Augusto Elias da Silva

Revista de Espiritismo CristãoAno 124 / Janeiro, 2006 / N o 2.122

ISSN 1413-1749Propriedade e orientação daFEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRADiretor: NESTOR JOÃO MASOTTI

Diretor-Substituto e Editor: ALTIVO FERREIRA

Redatores: AFFONSO BORGES GALLEGO SOARES, ANTONIO

CESAR PERRI DE CARVALHO, EVANDRO

NOLETO BEZERRA e LAURO DE OLIVEIRA SÃO THIAGO

Secretária: SÔNIA REGINA FERREIRA ZAGHETTO

Gerente: AMAURY ALVES DA SILVA

Gerente de Produção: GILBERTO ANDRADE

Equipe de Diagramação: SARAÍ AYRES TORRES, AGADYR

TORRES E CLAUDIO CARVALHO

Equipe de Revisão: MÔNICA DOS SANTOS E WAGNA

CARVALHO

REFORMADOR: Registro de publicação no 121.P.209/73 (DCDP do Departamento de Polí-cia Federal do Ministério da Justiça),CNPJ 33.644.857/0002-84 • I. E. 81.600.503

Direção e Redação:Av. L-2 Norte • Q. 603 • Conj. F (SGAN) 70830-030 • Brasília (DF)Tel.: (61) 3321-1767FAX: (61) 3322-0523

Departamento Editorial e Gráfico:Rua Souza Valente, 17 • 20941-040Rio de Janeiro (RJ) • BrasilTel.: (21) 2187-8282 • FAX: (21) 2187-8298E-mail: [email protected]

Home page: http://www.febnet.org.brE-mail: [email protected] e

[email protected]

Projeto gráfico da revista: JULIO MOREIRA

Capa: JULIO MOREIRA

Editorial

Construamos a Paz!

Presença de Chico Xavier

Apelo à união – Pedro da Rocha Costa

Entrevista: José Raimundo de Lima

O Trabalho Federativo leva a mudanças importantes

Esflorando o Evangelho

Cultiva a paz – Emmanuel

A FEB e o Esperanto

Canal de Televisão em Esperanto – Affonso Soares

Páginas da Revue Spirite

Belo exemplo da caridade evangélica – Allan Kardec

Uma rainha médium – Allan Kardec

Conselho Federativo Nacional

Realiza-se em Brasília a Reunião do CFN, de 2005

Seara Espírita

As parábolas do Mestre – Juvanir Borges de Souza

A pulga – Richard Simonetti

Coragem de ser feliz – Joanna de Ângelis

Criminalidade e delinqüência –

Marcelo Henrique Pereira

Deus e a Ciência Humana – Considerações –

Renato Costa

Assistência Espírita ao Preso no Estado do

Rio de Janeiro – Humberto Portugal Karl

Suicídio, nunca! – Francisco Rebouças

Museu Metropolitan de Nova York

V Congresso Nacional de Espiritismo em Portugal

Definição e trabalho em tempos difíceis –

Camilo

A grave questão do amor – Robinson Soares Pereira

Divaldo e Raul falam aos brasilienses

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SumárioExpediente

PARA O BRASILAssinatura anual RR$$ 3399,,0000Número avulso RR$$ 55,,0000

PARA O EXTERIORAssinatura anual UUSS$$ 3355,,0000

AAssssiinnaattuurraa ddee RReeffoorrmmaaddoorr:: Tel.: (21) 2187-8264 • 2187-8274

EE--mmaaiill:: [email protected]

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4 Reformador • Janei ro 2006 22

Editorial

constante contato com a violência e a agressividade, seja em caráter indivi-

dual ou através das notícias veiculadas por todos os meios de comunicação,

quase sempre apresentadas de forma alarmante, vem desgastando conside-

ravelmente o ser humano.

Nas situações em que essa violência gera um impacto pessoal e social maior, esse ser

humano se angustia e parte em busca da paz. Nesse momento constata que a paz por

todos nós buscada não se acha pronta: é necessário construí-la.Na conversação que mantinha com os discípulos pouco antes de iniciar o seu cal-

vário, Jesus observou: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como omundo a dá.”1 Realmente, a paz que o mundo nos dá é ainda marcada com a idéia daausência de guerra, de doença e de dor, e também com a imagem da inatividade,da preguiça, do comodismo.

A paz que Jesus nos deixa, todavia, caracteriza-se pela vivência das Leis Morais queEle nos ensinou e exemplificou, Leis essas que são incompatíveis com a inércia, com oegoísmo, com o orgulho e com os caprichos pessoais.

A pratica da Lei de Amor, que o Evangelho nos revela, implica uma ação permanentevoltada ao propósito de nos melhorar, não apenas no que diz respeito à conquista deconhecimentos que ainda não possuímos, mas, acima de tudo, à conquista de valoresmorais que nos permitam conviver em harmonia com a nossa própria consciência –onde está escrita a Lei de Deus, como esclarecem os Espíritos Superiores.2 Para con-quistar a paz que buscamos, não é, pois, suficiente deixar de fazer o mal; é necessáriofazer o bem no limite das nossas forças.

Sem dúvida, a paz que necessitamos e que buscamos se encontra dentro de nós, e a

desenvolveremos colocando em prática a máxima: “Fora da Caridade não há salva-

ção.” Mesmo que ao nosso redor ocorra a violência e a miséria, se estivermos sincera-

mente empenhados em trabalhar pelo nosso próprio aprimoramento, amando o

próximo e auxiliando-o nas suas carências, estaremos vivenciando, tanto quanto nos

seja possível, a Lei de Amor, estaremos em paz com Deus e, por conseqüência, em paz

conosco mesmos.

Jesus encerra a conversação com os discípulos, a que nos referimos, com a seguinte

observação: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis

aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.”3

Se quisermos realmente encontrar a verdadeira paz, aprendamos a construí-la em

nós mesmos, promovendo e fazendo o bem, tendo por diretriz a prática do Evangelho.

1João, 14:27.2Allan Kardec – O Livro dos Espíritos – Questão 621.3João, 16:33.

OConstruamos a Paz!

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odas os seres humanos que,em todos os tempos, têmhabitado este Planeta de

expiações e provas são aprendizes,em sua marcha evolutiva, em buscada perfeição e da felicidade.

Nos caminhos da vida cadaaprendiz se depara com as liçõesque lhe dizem respeito, com ostrabalhos que precisa executar,com as provas necessárias aoaprendizado e com as retificaçõesindispensáveis.

Nem sempre há o aproveita-mento visado nas provas e noscompromissos, que precisam serrepetidos em novas vivências e no-vas oportunidades.

O aprimoramento do Espíritoimortal demanda luta e esforçoconstantes. Assim tem sido em to-dos as épocas da história do ho-mem na Terra, na sua busca doprogresso nos conhecimentos enos sentimentos.

É interessante observar que,desde os tempos primitivos, a Hu-manidade sempre se constituiu deseres em diversas faixas evoluti-vas, com as raças, povos e nações

ocupando diferentes posições geo-gráficas no planeta.

No seio de uma raça, ou de umanacionalidade, as individualida-des se apresentam em diferentescondições de progresso.

Essas considerações se justifi-cam quando procuramos enten-der os ensinos do Cristo constan-tes dos Evangelhos.

Muitos estudiosos das religiõescristãs estranham ou não enten-dem, por que o Mestre não utili-zou sempre uma linguagem sim-ples, direta e facilmente inteligívela todos em suas lições e ensinos,recorrendo muitas vezes às pará-bolas, às pequenas narrativas e àscoisas do conhecimento comumdo povo.

Ao penetrarmos mais a fundonos ensinamentos do Divino Mes-tre, sejam eles verbais ou através deexemplificações, verificamos seremsempre sábios e sublimes em todasas suas expressões, inclusive quan-do prefere o silêncio, na célebre in-dagação feita por Pôncio Pilatossobre o que é a verdade.

Antes de tudo torna-se neces-

sário lembrar que o Mestre In-comparável deixou a grandeza na-tural de sua condição de EspíritoPuro para vir ao encontro dos ho-mens, em missão ímpar de solida-riedade e amor aos seus tuteladosda retaguarda.

Para isso humilhou-se, dimi-nuiu-se, a fim de assemelhar-seàqueles aos quais procurava ser-vir, espalhando a luz de uma Re-velação nova que marcaria umaNova Era para a Humanidade.

Nessa missão excepcional oMestre Divino inicia-se em am-biente humilde, para continuá-lajunto a Espíritos simples e amo-rosos em Nazareth, e depois emcontato com doutores, fariseus esaduceus palavrosos e orgulho-sos em Jerusalém, ricos e pobres,justos e injustos, velhos e jovens,mulheres e crianças, doentes esãos, vale dizer, toda a gama deuma população diversificada, re-presentativa da Humanidade nasdiferentes condições em que seapresenta.

Na fase final de sua missão esco-lhe doze discípulos para apoiar-lhe

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T

doMestreAs parábolas

JU VA N I R B O RG E S D E SO U Z A

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a obra grandiosa, formando o Co-légio Apostólico com o qual man-tém estreito relacionamento, mi-nistrando-lhe ensinamentos espe-ciais. Dentre os escolhidos, um setransviou, traindo-o tristemente.

Era diferente a forma utilizadapor Jesus quando se dirigia aosapóstolos e discípulos de boa von-tade ou ao povo em geral, aos fari-seus e contraditores.

Sua palavra, conforme a oca-sião e a oportunidade, era direta eclara, ou velada propositalmente.

Em quaisquer circunstâncias sa-bia que seus ensinos não se diri-giam somente aos que os ouviamdiretamente mas ficariam registra-dos, por alguns de seus discípulos,para serem retransmitidos aospovos no grande futuro, atravésdos Evangelhos, escritos muitosanos após sua presença entre oshomens.

Somente a sabedoria, a supe-rioridade do Mestre poderiamatender a condições tão diferentesna transmissão de sua Mensagemà Humanidade.

A utilização das parábolas –narrações alegóricas nas quais oconjunto dos elementos busca,por comparação, outras realidadesde ordem superior – demonstra asabedoria do Mestre ao valer-se dedeterminado método capaz de es-tender o ensino a diferentes apren-dizes, em circunstâncias variadasde tempo, de espaço, de entendi-mento e de idioma.

Jesus desempenhou sua gran-diosa missão junto aos homens noseio do povo hebreu, aquele povoque, desde suas origens na Me-sopotâmia, passando pela escravi-dão no Egito, fixou-se finalmentena Palestina.

Ao contrário de todos os povose civilizações antigas, que criarame cultivaram o politeísmo religio-so para satisfazer às aspirações ecrenças das multidões, os hebreussempre acreditaram na existênciado Deus Único.

Tudo indica que esse foi o prin-cipal motivo da presença do Cris-to no âmago do povo judaico,anunciada pelos profetas muitosséculos antes de sua vinda.

No templo de Jerusalém os dou-tores da Lei transmitiam às mul-tidões a idéia de que um Messiasesperado viria “no seu carro vitorio-so, para proclamar a todas as gen-tes a superioridade de Israel e ope-rar todos os milagres e prodígios”.

(A Caminho da Luz, pelo Espíri-to Emmanuel, 14. ed. FEB, p. 69.)

A vinda do Cristo em condi-ções simples e humildes, contra-riando totalmente a perspectivadaquele povo, foi a primeira causapara a não identificação e a recusado Missionário excepcional.

As outras causas prendem-se àspregações do Mestre, com muitasverdades e retificações que contra-riavam as crenças dos orgulhososjudeus, que não podiam admitir,no seu exclusivismo, que seu Deusfosse o mesmo Pai e Criador de to-dos os homens, de todas as raças ede todos os tempos.

Daquela geração do tempo deJesus somente uma pequena mi-noria aceitou seus ensinos. Agrande maioria recusou sua pala-vra, suas instruções, suas retifica-ções no entendimento da Lei.

O Judaísmo, exclusivista e or-gulhoso, continuou sua saga, semcompreender as pregações e asexemplificações do Mestre Divino.

Mas o Cristo, na sua grandeza eamor exemplificados, nem porisso comprometeu o posiciona-mento daquele povo rebelde e dacoletividade judaica, em suas op-ções, mesmo sabendo de sua vai-dade pretensiosa e impositiva.

Essa foi uma das razões pelasquais se utilizou das parábolaspara ministrar seus ensinos. Era abondade do Mestre entendendoo que se entranhara na crença dopovo, evitando impor-lhe umacompreensão que correspondia auma retificação de vários pontosde suas crenças.

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A palavra velada pelos símbolos,sujeita a interpretações, não com-prometia os que se mostravamavessos ao entendimento exato daLei, que preferiam continuar comsuas crenças tradicionais.

Mas os que estavam abertos ànova compreensão, como no casodos apóstolos e discípulos, que per-ceberam a superioridade de Jesuse de seus ensinos logo entende-ram os símbolos das narrativasalegóricas utilizadas pelo Mestre,que lhes acrescentava as explica-ções complementares, quando ne-cessárias.

Era a prática do ensino alegóri-co segundo o qual “muito será da-do ao que já tem e ao que poucotenha, mesmo esse pouco será ti-rado” (Lucas, 12:48), de tão difícilcompreensão pelos que se ape-gam ao pé da letra das Escrituras.

As imagens e alegorias, ontemquanto hoje, destinam-se a apre-sentar aos que se apegam ao ma-terialismo figuras emblemáticasdaquilo que é essencialmente es-piritual.

Os Evangelhos, ao lado de ensi-nos claros e diretos, contêm ou-tros, como as parábolas, que preci-sam ser entendidas em seu sentidoalegórico compreendendo a vidaque se desdobra tanto no terrenoda matéria quanto no do Espírito.

As crenças humanas nas perso-nalidades do diabo, do demônio ede satanás, e nas figuras do infernoeterno e do reino dos céus origina-ram-se de símbolos interpretadosde forma incorreta e infeliz pelasigrejas. Foram a materialização defiguras simbólicas como meio de

amedrontar, de infundir o terror àscriaturas inclinadas à prática domal e à desobediência de regrasinstituídas pelo poder religioso, du-rante séculos e milênios.

Essas crenças tiveram sua razãode ser em um mundo atrasado,para impedir a prática de muitosatos originados na consciência dehomens inclinados ao mal, atéque surgisse a perspectiva de umanova realidade que veio com oConsolador Prometido.

Agora, com a Nova Revela-ção, não mais se justificam aquelessímbolos, entendidos como reali-dades (satanás, céu, inferno) já queo homem tomou conhecimento deque, segundo a Lei Divina, res-ponde pelas conseqüências de seuspensamentos e ações, no bem e nomal, que se projetam no seu futu-ro, em vidas sucessivas, nas quaisresgata e retifica erros cometidos ecolhe os frutos do que semeou.

Como exemplo de ensino sim-bólico de que se utilizou Jesus, emdiversas ocasiões, vamos focali-zar a célebre parábola do semea-dor, tomando por base o texto doEvangelho de Mateus, cap. 13,vv. 1 a 23.

Narra o evangelista que Jesus,saindo de casa, foi sentar-se à bei-ra-mar, onde grande multidão sereuniu. Então o Mestre entrounuma barca, aí se sentou, ficandoa multidão na praia. E começou adizer muitas coisas por parábolas:

3. Eis que o semeador saiu a se-mear...

A figura do “semeador” repre-

senta o próprio Cristo, ministran-do seus ensinos à Humanidade,na forma simbólica do “semear”.Aquela mulditão, constituída porindivíduos das mais diferentescondições sociais – homens, mu-lheres, jovens, velhos, crianças, ri-cos e pobres – era a representaçãodos próprios habitantes da Terra,não somente naquele instante,mas também do passado e do fu-turo, visto que o semeador é tam-bém o Governador espiritual des-te orbe, como seria revelado coma vinda do Consolador.

4. Enquanto semeava, uma par-te das sementes caiu à margem docaminho, os pássaros do céu vie-ram e as comeram – 5. Uma outraparte caiu em terreno pedregoso,onde muito pouca terra havia; assementes germinaram prontamen-te, pois que a terra ali não tinhaprofundidade – 6. O Sol, nascendo,crestou-as; e como não tinham raí-zes, secaram. – 7. Uma outra caiuentre espinheiros que cresceram e aabafaram. – 8. Uma outra final-mente caiu em terra boa e assementes frutificaram, produzindoaqui cem, ali sessenta, acolá trinta.– 9. Quem tiver ouvidos de ouvir,ouça. – 10. Os discípulos, aproxi-mando-se, lhe perguntaram: Por-que lhes falas por parábolas? – 11.Respondeu Ele: É porque a vós vosé dado conhecer os mistérios do rei-no dos céus; mas a eles não.

A narrativa evangélica conti-nua, explicando Jesus aos após-tolos o sentido real de um ensi-namento complexo dirigido nãoa uma classe homogênea de apren-dizes atentos e capazes de en-

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tender as lições, mas a uma po-pulação planetária diversifica-da, incluídas nela as futurasgerações.

Hoje podemos compreenderque a sabedoria e a bondade doCristo, que acompanha a evolu-ção dos habitantes deste planeta,desde o princípio, não podia dei-xar de atender àqueles que já seachavam em condições de recebernovos ensinamentos.

Mas, de outro lado, o Mestrenão podia comprometer umagrande parcela da população queainda não havia adquirido as con-dições evolutivas necessárias paraa assimilação de verdades novas.

Os orgulhosos e pretensiosos deentão e do futuro, os que se con-tentavam com os conhecimentosque possuíam, os que não aspira-vam por melhores sentimentosem relação a seus semelhantes, osque se sentiam satisfeitos com ascrenças em suas divindades, on-tem como hoje necessitam deamadurecimento espiritual paraaceitar novas verdades que con-trariam o que está assente e está-vel em seus sentimentos.

Foi por falsas interpretações daMensagem deixada por Jesus, le-vando à confusão os interesses ma-teriais e imediatos com o que dizrespeito ao Espírito eterno, na vi-da material e na espiritual, que oCristianismo primitivo se trans-formou nas instituições humanasdenominadas igrejas cristãs.

E esse foi um dos motivos de-terminantes da vinda do outroConsolador prometido e enviadopelo Cristo, para relembrar seus

ensinos e trazer o conhecimentode coisas novas.

As referências da parábola àsdiversas parcelas das sementes se-meadas – as que caíram à margemdo caminho e os pássaros as co-meram; as que caíram em terrenopedregoso, onde pouca terra ha-via e o Sol as crestou; as que caí-ram entre espinheiros que as aba-faram; e, finalmente, as que caí-ram em terra boa e frutificaram,produzindo resultados diferentes,mas positivos – são símbolos dasdiversas condições em que se en-contram partes consideráveis daHumanidade.

O Cristo presta assistência a to-dos, através de revelações, ensina-mentos, esclarecimentos e enviode emissários.

Mas, como se pode observaratravés da História, o progresso dohomem, o aproveitamento espiri-tual dos habitantes deste planeta émuito lento e apenas uma menorparcela dessa massa humana apro-veita as oportunidades que a As-sistência Divina lhe proporciona.

A maioria, usando o livre-arbí-trio de que é dotado cada ser, per-siste no erro e nos descaminhos,desprezando ou não percebendoas oportunidades para o cresci-mento e a libertação das amarrasda ignorância.

Por isso a repetição das vidas naTerra, a bendita lei da reencarna-ção, é a grande solução para o pro-blema da rebeldia de uns e a difi-culdade de outros para o reencon-tro com o progresso e a evolução.

Na Terra, a realidade do Espí-rito e o entendimento do que é o

reino de Deus e sua justiça são dedifícil compreensão pela grandemaioria de seus habitantes, in-fluenciada permanentemente pe-las múltiplas formas do materia-lismo e pelas interpretações reli-giosas nem sempre correspon-dendo à verdade.

Os Evangelhos foram no passa-do e serão no futuro a base para oprogresso das almas, iluminandoos caminhos da evolução com sualuz imperecível.

Mas essa Mensagem do Cristoprecisa ser interpretada em seujusto sentido e não adaptada aosinteresses das igrejas, que se trans-viaram em muitos pontos, inclu-sive proscrevendo a doutrina dareencarnação, admitida pelo Cris-tianismo primitivo.

É de Emmanuel a observaçãode que a Igreja de Roma, “coope-rando com o Estado, faz sentir aforça de suas determinações arbi-trárias. Trezentos anos lutaram osmensageiros do Cristo, procuran-do ampará-la no caminho do amore da humildade, até que a deixa-ram enveredar pelas estradas dasombra (...)”. (A Caminho daLuz, 14. ed. FEB, p. 138.)

Como opor-se aos erros, à rebel-dia e aos desvios do espírito huma-no, que se organiza em instituiçõespoderosas para impor seus pontosde vista e seu entendimento sobreverdades já reveladas pelo Alto àHumanidade? A resposta encon-tramos no outro Consoladorenviado pelo Cristo no tempo opor-tuno, como socorro e apoio a todosos que já despertaram e procuramseguir o caminho certo.

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ntusiasmada com a revela-ção que lhe fora feita por ummédium, a senhora infor-

mou a Chico Xavier:– Recebi uma notícia maravi-

lhosa!– O que foi, minha irmã?– Minha identidade nos tem-

pos apostólicos!– Beleza!– Fui mártir. Estive no Circo

Romano. Morri devorada por umleão!

Ante a admiração do médium,perguntou:

– E você Chico, já sabe quem foi?– Ah! minha irmã, sei sim… – E daí? Estou curiosa…– Fui a pulga do leão.

O episódio, que nos fala da hu-mildade e do bom humor de Chi-co, remete-nos a uma curiosa ten-dência, relativa às famosas re-velações.

Geralmente o iluminado foi rei,rainha, estadista, cientista, artistafamoso…

Sempre alguém importante,que se destacou em determinadosetor de atividade.

Não se ouve falar de lixeiro,operário, camponês, homem dopovo…

Detalhe relevante, nesse assun-to, amigo leitor: considerando queos que se destacam na política, nas

artes, na religião, constituem mi-noria, certamente há algo de equi-vocado nessas revelações que pri-vilegiam todos os consulentes.

A experiência demonstra quesão produzidas por médiuns ouEspíritos espertos, interessadosem incensar a vaidade das pessoas,a fim de conquistar sua confiançae admiração.

Raros não sentem inflar o egoante a informação de que foramfiguras destacadas, em pretéritasexistências.

Daí sua disposição em oferecercréditos de cega confiabilidadeem favor desses “reveladores”.

Não é prudente, portanto, nemconveniente, estarmos devassan-do o passado à procura de títulose honrarias.

Destaque-se que a simples esti-ma por notícias dessa natureza éum atestado negativo.

Os Espíritos esclarecidos, querealmente ofereceram contribui-ções marcantes, aqueles que dei-xaram a Terra melhor do que aencontraram, não se interessampor glórias do passado.

Importa-lhes as realizações dopresente, dando o melhor de simesmos em favor do progresso ebem-estar da Humanidade.

Mesmo sem procurar por re-velações, podemos ter uma idéiado que fomos, analisando nossastendências, nossa maneira de ser.

Mas, é preciso cuidado para nãointerpretar de forma equivocadaos sinais.

Alguns exemplos:

• Gostar de roupas elegantes e caras.Suposição: Dama da realeza.Realidade: Costureira de mo-dista.

• Apreciar finas iguarias.Suposição: Rico e refinado gourmet.Realidade: Cozinheiro.

• Estimar a solidão.Suposição: Filósofo.Realidade: Solitário estágio no Umbral.

• Apreciar viagens.Suposição: Desbravador de terras novas.Realidade: Caixeiro-viajante.

• Amor à primeira vista.Suposição: Reencontro comalma gêmea.Realidade: Fantasia delirante.

Mais interessante deixar o ter-reno das suposições e encarar arealidade.

Se Chico se dizia a pulga doleão, é bem provável que tenha-mos sido um Dipylidium caninum,o verme da pulga.

9Janei ro 2006 • Reformador 77

ERI C H A R D SI M O N E T T I

A pulga

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ive-se, desde há algum tem-po, a grande transição porque vem passando o Plane-

ta e a sociedade que o habita.Repentinamente grandes mu-

danças operaram-se em torno dosvalores ético-morais, dos compor-tamentos sociais e dos relaciona-mentos humanos, de alguma for-ma gerando graves transtornos in-dividuais e coletivos, em face doagravamento da ansiedade e da cul-pa que se vêm instalando nos indi-víduos.

A liberação sexual, a igualdadedos direitos da mulher, leis maisjustas em torno dos direitos hu-manos, respeito à fauna e à flora,mais possibilidades de encontrar aprópria identidade passaram a serrealidades nas últimas décadas doséculo passado e no amanhecerdeste novo milênio.

Nada obstante, açodados pelaspaixões predominantes em a suanatureza animal, os indivíduostombaram em maior volume deagressividade e de despautério, vi-timados pela alucinação do prazer,em total desrespeito à constituiçãoorgânica e aos impositivos da evo-lução moral.

Regimes totalitários foram der-rubados e sofrem os últimos ester-tores agônicos, enquanto outros seergueram em algazarra de falso

triunfo, no mesmo momento emque a fome e as epidemias devo-ram milhões de vidas inermes,ensejando que o sofrimento estioleos corações.

Adaptações geológicas têm ocor-rido, produzindo terríveis cataclis-mos, enquanto o progressivo aque-cimento do Planeta e a poluiçãodesmedida do ar, das reservas deágua, ameaçam de extinção a di-versidade de expressões de vida,inclusive a humana...

Sucede que o veloz desenvolvi-mento científico e tecnológico nãotem sido acompanhado por igualcrescimento de natureza moral,atormentando aqueles mesmos queo promovem, e que, para enfren-tarem os volumosos desafios dis-so decorrentes, robotizam-se, per-dendo a identidade, fugindo parao desespero ou para a exorbitân-cia dos prazeres, como mecanis-mos de neutralização da consciên-cia ante os torpes acontecimentos.

Esses fenômenos, no entanto,fazem parte do processo da trans-formação que se opera na Terra, tra-balhando as condições definidorasdo futuro, quando a dor deixará deser o instrumento hábil para o des-pertamento das responsabilidadesmorais e sociais dos Espíritos, con-vidando-os às reflexões de amor ede auxílio mútuo entre todos.

Simultaneamente, os transtor-nos de conduta e as obsessõescampeiam em desvario, ceifandovidas, ou, pelo menos, desarmo-nizando mentes e sentimentos quesão alcançados sem o necessáriosuporte de forças para a superaçãoque se impõe.

Sem dúvida, são muitas as gló-rias do engenho do pensamentoatravés das conquistas logradas,alterando completamente a paisa-gem terrestre, ao tempo em que,também, são incontáveis os desas-sossegos que irrompem em todaparte, gerando sofrimento e pâni-co em progressão imprevisível.

...E o ser humano, que poderiaencontrar-se feliz ante as realiza-ções valiosas que lhe assinalamestes dias de deslumbramento dainteligência e de ambições emocio-nais, peregrina triste, quase sucum-bido ante o peso das inquietaçõesque o assolam.

A alegria vem-se transforman-do em algazarra e o sorriso em es-gar, quando não em máscara ela-borada para ocultar os inquie-tantes estados íntimos.

A coragem de lutar e de superaros impositivos decorrentes do des-preparo para enfrentar os malesque se tem causado diminui, narazão direta em que o consumode álcool, de drogas, as fugas espe-

Coragemde ser feliz

10 Reformador • Janei ro 2006 88

V

Page 11: Reformador 01 janeiro_2006

taculares de todo porte aumentamvertiginosamente, numa voragemassustadora.

É imprescindível, porém, deter--te na desorganizada correria parao nada, em reflexão a respeito dacoragem.

Coragem não é somente a in-tempestiva reação do desespero, quese anota como sendo de alto valorfísico ou moral, mas é a capacida-de de enfrentar situações calami-tosas e assustadoras, sem desânimo,apesar desse mesmo desespero.

A coragem física, nos padrõesconvencionais, resultado de ante-riores conflitos do lar, de medosocultos, de agressões sofridas nainfância, muitas vezes não passa dearrogância que intimida e recebeaplauso da insensatez.

A verdadeira coragem moraldeve predominar no comporta-mento, convidando ao equilíbrio eà alegria de viver.

O exibicionismo, que passa comovitória, e a prepotência, que ameaça,na maioria das vezes são necessi-dades de valorização do ego comenormes prejuízos para si mesmo.Enquanto que a coragem moral é odesafio para a consideração positivae a ação dignificadora dos aconteci-mentos em torno dos valores éticose espirituais que os caracterizam.

Dessa forma, é necessário quetenhas coragem de reconhecer osteus limites, deficiências e dificul-dades de maneira honorável. Nemuma postura extravagante de auto-comiseração, nem a audácia pre-sunçosa de que és irretocável.

A coragem vem sempre asso-ciada à humildade que faculta aperfeita identificação do indivíduocom os seus valores reais, em facedo autoconhecimento de que setornou possuidor.

Assim sendo, supera o medo davida, isto é, o receio dos conflitos,das necessárias provações que for-talecem o caráter e desenvolvemos sentimentos, aprimorando oEspírito, assim como o da morte,que se denominou como sendo aperda da identidade, a submissãoaos afetos, a dependência de ou-trem...

Quem aprendeu a ser livre nãose encarcera facilmente, tampou-co aprisiona outrem, estando emcondições de arrostar conseqüên-cias, sejam quais forem, pelas de-cisões tomadas em clima de tran-qüilidade.

Torna-se, portanto, urgente, nes-te momento de crises existenciais ede descalabros morais, que te im-ponhas uma cuidadosa auto-aná-lise a respeito do comportamentoque te permites, desenvolvendo acoragem de amar, de lutar porideais de engrandecimento pessoale social, encontrando alegria deviver e de desenvolver as aptidõesdivinas em ti adormecidas.

Obtempera com cuidado antesda tomada de decisões pela menti-ra e pelos encantos da fantasia,armazenando equilíbrio e deverem relação à vida.

O mundo não se encontra, po-rém, à matroca.

A grande transformação vem-seoperando conforme planos sábios.

Não invistas na estratégia do vi-

ver apenas por agora, porque con-tinuarás vivendo, queiras ou nãoo queiras, após cessado este mo-mento.

Reflexiona antes de agires, aten-dendo aos impositivos da evolução.

Estás na Terra para a realizaçãode tarefas próprias, que não po-des relegar a plano secundário ouignorá-las.

Desperta do letargo e age nobem, libertando-te da canga da fu-tilidade e da insensatez, agindocom prudência.

É tempo ainda de imprimiresrumo novo à existência.

Não passarás incólume pelatempestade, pois que não existemprivilégios.

Tem tento!

Iluminando-te interiormentecom a chama da fé, vencerás agrande noite.

Semeia hoje misericórdia e com-paixão, a fim de poderes colher nofuturo afeição e paz.

Se estás, porém, sob os camarte-los de algum drama existencial, orae age no bem, reservando ao futuroalegria e realização superior.

Só o amor, conforme o lecionouJesus, pode diluir os dramas exis-tenciais do momento, facultando--te esperança de felicidade.

(Página psicografada pelo médium Dival-

do P. Franco, na sessão mediúnica da noi-

te de 1o de novembro de 2004, no Centro

Espírita Caminho da Redenção, em Salva-

dor, Bahia.)

11Janei ro 2006 • Reformador 99

Pelo Espírito Joanna de Ângelis

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Jesus-Cristo Nosso Senhor seja louvado.

m nossa Doutrina Redentora, as campanhas deassistência são inegavelmente as mais variadas.

Temos as que favorecem os recém-nascidos, rele-gados ao desamparo, as da sopa dedicada aos famin-tos da jornada humana, as de socorro aos compa-nheiros obsidiados que reúnem os caracteres firmese os corações generosos a benefício dos alienadosmentais, as do cobertor para as noites enregelantesdo inverno, visando ao reconforto daqueles irmãossitiados na carência de recursos terrestres, as dos am-bulatórios que se abrem acolhedores em favor dosdoentes, dos feridos e dos angustiados de todas asprocedências, as do remédio gratuito e valioso, queobjetivam o alívio dos enfermos necessitados e te-mos ainda aquelas das conferências públicas que vei-culam o conhecimento doutrinário para a ignorân-cia das criaturas que tateiam ainda nas sombras dainteligência.

Dispomos dos mais diversos movimentos de cari-dade para os quais há sempre bolsas abertas e braçosamigos, trabalhando na redenção do próximo, prin-cipalmente na salvação do equilíbrio orgânico dosnossos companheiros de Humanidade.

Entretanto, seria de todo muito oportuna umacampanha mais vasta, da qual participem os nossossentimentos mais dignos, favorecendo-nos a uniãono campo do Espiritismo.

Não nos reportamos à união dos pontos de vista,porque a igualdade do pensamento é francamenteimpraticável.

Cada espírito observa o painel do mundo, confor-me a visão que já conseguiu descerrar no campo desi mesmo, e cada alma repara as manifestações daVida, segundo o degrau evolutivo em que se coloca.

Referimo-nos à união fraternal, através da tole-

rância construtiva e cristã, por intermédio da descul-pa automática a todas as pequeninas ofensas e atodas as insignificantes incompreensões do caminho,para que a bandeira renovadora de nossa fé não seperca na escura província do tempo perdido.

União, através da prece que auxilia em silêncio, dogesto que ajuda sem alarde, da atitude que amparasem ruído e da língua capaz de estender o amor deJesus no combate sistemático à maledicência, à calú-nia, à perturbação, à indisciplina e à desordem...

Ninguém imagina, nas leiras de serviço em que aconvicção espírita deve servir infatigavelmente,quanto nos dói o tempo desaproveitado, depois queo corpo de carne – a enxada sublime – nos escapa dasmãos espirituais.

Indiscutivelmente, é preciso haver perdido a opor-tunidade para que o valor dela se nos apresente talqual é, aos olhos da mente acordada nos compromis-sos que esposamos diante do Cristo.

Em verdade, não disponho de elementos intelec-tuais para a criação de muitas imagens, em torno datese que nos serve de assunto nesta visita rápida,contudo, reconhecemos-lhe a imensa importância.

Por isso mesmo, encerramos a nossa conversaçãodespretensiosa, rogando a Jesus nos desperte o en-tendimento para que a comunhão fraternal seja, defato, uma campanha que venha a merecer de todosnós, desencarnados e encarnados, no Espiritismocom Jesus, a fiel atenção que será justo consagrar--lhe, para que as nossas horas, no dia de hoje, nãoestejam amanhã vazias com os tristes selos da inuti-lidade que denominamos “remorso”e “arrependi-mento”.

Fonte: XAVIER, Francisco C. Vozes do Grande Além. 4. ed. Rio de

Janeiro: FEB, 1990, cap. 43, p. 179-181.

12 Reformador • Janei ro 2006 1100

E

Apelo à união

Pelo Espírito Pedro da Rocha Costa

Presença de Chico Xavier

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13Janei ro 2006 • Reformador 1111

Reformador: Há quanto tempovocê atua no Movimento Espí-rita?Raimundo: Iniciamos o contatocom o Espiritismo em feverei-ro de 1969, e nas atividades doMovimento Espírita já no anoseguinte começamos a ter parti-cipação em nível interestadualdo trabalho infanto-juvenil.

Reformador: E as suas ativida-des no trabalho de unificação?Raimundo: A partir de 1972passamos a freqüentar um cur-so de juventude e desde entãonos envolvemos com o traba-lho da Federação Espírita Pa-raibana. Constatamos a ausênciade trabalhadores envolvidos natarefa de unificação e como, decerta forma, temos facilidade decomunicação em trabalho de gru-po, aí nos agregamos.

Reformador: Nesse período de tem-po você notou alguma alteração nocenário do Movimento Espírita daParaíba?Raimundo: Notamos alteraçõesnão só no cenário do Movimento

Espírita da Paraíba, mas princi-palmente no do Nordeste. Senti-mos mudanças de paradigmas ede hábitos e, graças a Deus, sem-pre no sentido positivo.

Reformador: A Federação Espí-rita Paraibana está completando90 anos de existência. O que vocêteria a dizer sobre este marco?Raimundo: A Federação completa90 anos, no dia 17 de janeiro de2006, e para isso estamos fazendo

um trabalho para tentar res-gatar a memória do Espiritismona Paraíba. Estamos lançando olivro 90 Anos de Espiritismo comJesus, focalizando o que aconte-ceu a partir de 1916. Mas háalguns fatos interessantes ante-riores a esta data. Neste livro,naturalmente resgatamos mui-tos fatos históricos que nem tí-nhamos conhecimento. Chega-mos, por exemplo, a ter provasde que no ano de 1898 já ocor-riam reuniões espíritas na cida-de de Areia, terra natal de José ePedro Américo. Temos confir-mação que antes da fundaçãoda Federação, Solano Lucena já

fazia reunião espírita na cidade deBananeiras e depois, como Gover-nador, autorizou a impressão dojornal O Além nas Gráficas do Pa-lácio Redenção (sede do GovernoEstadual). Reformador publicouuma comunicação deste Espíritoem agosto de 1926. Outro fato in-teressante ocorreu com José Rodri-gues Ferreira, nascido nos EstadosUnidos, filho de diplomata brasi-leiro, engenheiro civil, e que veio aoNordeste trabalhar na implantação

O Trabalho Federativoleva a mudanças importantes

José Raimundo de Lima, Presidente da Federação Espírita Paraibana, destaca os 90 anosdesta Entidade Federativa. Comenta que o trabalho para qualificação do trabalhador e dodirigente espírita é imprescindível, a fim de vencermos os obstáculos para o desenvolvi-

mento da Casa e do Movimento Espírita

JO S É RA I M U N D O D E LI M AEntrevista

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14 Reformador • Janei ro 2006 1122

das redes ferroviárias, e terminousendo Presidente da Federação Es-pírita Paraibana (1924-1928). Este,ao desencarnar, pediu aos seus pa-rentes que incluíssem no seu tú-mulo a mesma inscrição colocadano túmulo de Kardec, em Paris.Registramos também a visita daCaravana da Fraternidade, e háretratos, inclusive, da presença detodo aquele pessoal; a visita dePietro Ubaldi e do ex-Presidente daFederação Espírita Portuguesa Isi-doro Duarte, à Paraíba, em 1952.

Reformador: Houve espíritas pa-raibanos que estiveram vinculados àFEB e ao Movimento Espírita brasi-leiro?Raimundo: Podemos citar doisimportantes líderes nascidos naParaíba: Leopoldo Cirne, que foiVice-Presidente da FEB na gestãode Bezerra de Menezes (1895--1900) e Presidente de 1900 a 1914,tendo construído a sede da AvenidaPassos no 30, e exercido a função deRedator-Secretário de Reformador,de 1905 a 1913. O outro foi ArthurLins de Vasconcellos, um dos gran-des divulgadores e incentivadoresdo Movimento Espírita em âmbitonacional, sendo signatário do PactoÁureo. Sempre contamos com bonstrabalhadores espíritas que estãoligados ao processo federativo.

Reformador: Quais são as princi-pais linhas de atuação da Federa-ção Espírita Paraibana?Raimundo: Estamos trabalhandona área federativa e quando assu-mimos a Federação, em 1985, con-távamos com 54 centros espíritas.

Hoje nós estamos com 116, e in-centivamos o trabalho de interio-rização do Movimento Espírita,de maneira que tivemos de alteraro rumo administrativo da Federa-ção, abrindo espaço para a reali-zação de reuniões do ConselhoFederativo Estadual no interior.Isto possibilitou o aumento de ca-sas espíritas, e também, um maiorentrosamento, um maior inter-câmbio entre a Federação e os cen-tros espíritas do interior e, ao mes-mo tempo, entre as várias coorde-nadorias regionais. De forma quehoje o Movimento Espírita parai-bano está bem integrado.

Outra atuação importante foi atransferência da antiga sede, quepermaneceu 40 anos no centro deJoão Pessoa, para a nova sede queatualmente dispõe de espaço físicode quase quatro mil metros qua-drados e de um dos maiores audi-tórios do Estado. Então, esses doismarcos nos parecem significativos.

Reformador: Desde a sua participa-ção inicial no Conselho FederativoNacional e a criação da ComissãoRegional Nordeste, você sente refle-xos destes órgãos sobre o MovimentoEspírita na Paraíba e no Nordeste?Raimundo: Quando iniciamosnossa participação em 1972, fun-cionavam os Conselhos Zonais.Os Estados participavam atravésdestas Reuniões Zonais, apresen-tando temas que eram estudadosdurante aproximadamente doisanos e meio, havendo a conclu-são final em Reunião do Conse-lho Federativo Nacional. Era mui-to pequeno o entrosamento exis-

tente entre os Estados. Não haviaum trabalho maior de intercâm-bio. E os eventos eram poucosem nível de Nordeste. Como aParaíba é um Estado dos maispobres e menores do Brasil, na-turalmente o processo era muitoautocrático e não havia maiorparticipação em relação ao inte-rior. A partir do trabalho dosConselhos Zonais, numa reuniãoocorrida em João Pessoa, em1980, concluiu-se pelo estudo di-recionado à orientação ao CentroEspírita. Entendemos que deve-ríamos partir para maior dina-mização do Movimento comparticipação entre os Estados eparticipação no trabalho de inte-riorização do Movimento Espí-rita paraibano. Desde a Comis-são Regional Nordeste, iniciadaem 1986, sentimos que houveum crescimento em qualidade eem quantidade de eventos noNordeste. Houve a implantaçãodo Estudo Sistematizado de Dou-trina Espírita, a participação notrabalho da infância e da juven-tude sempre com a coordenaçãoda FEB, e assim se criou a possi-bilidade de termos as ComissõesRegionais Nordeste com seis áreas.Embora ainda existam pouquís-simas resistências, o dirigente daatualidade está consciente de quedeve participar dos trabalhosfederativos. Então, a Comissão Re-gional Nordeste vem crescendomuito, convidando-nos a traba-lhar mais e nos organizar melhorpara atender a esse grande pro-cesso de crescimento do Espiri-tismo no Nordeste.

Entrevista

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15Janei ro 2006 • Reformador 1133

s dificuldades de entendi-mento interpessoal e a bus-ca desenfreada pelo “ter”

configuram os maiores problemasda modernidade. Havendo a pre-visão de regras legais para o bomconvívio social, todos os dias, pes-soas que não se adaptam aos mo-delos de conduta válidos acabamdelinqüindo, isto é, desrespeitan-do (através da ação pessoal ou co-letiva), as normas vigentes. O Di-reito funciona como o freio deharmonização ou adequação daspráticas humanas ao padrão so-cialmente eleito, calcado nas pe-nas, que são “castigos” de nature-za monetária (multas ou indeni-zações), ou de cerceamento da li-berdade de ir e vir (detenção oureclusão). Por mais desenvolvidaseja uma Sociedade, entretanto, ajustiça aplicável não é perfeita, ab-soluta, definitiva. Há entre a justi-ça humana e a divina um hiatoproporcional à distância entre o

nível evolutivo dos homens e aperfeição da Divindade.

A Constituição Brasileira (arti-go 5o, XXXV a XLI e XLV a LV)disciplina as regras gerais de apli-cação da justiça em nosso país:nenhum ato escapa à análise dojudiciário e as condutas humanassó podem ser consideradas crimi-nosas havendo lei anterior à práti-ca daquelas que assim as definam.Crime, portanto, é o ato delituo-so, fato individual que viola a lei,conduta humana que infringe a leipenal. Da lição dos estudiosos, te-mos os princípios básicos: o crimeé um fenômeno natural e social; aresponsabilidade penal cabe à so-ciedade; a pena é meio de defesada sociedade e visa recuperar oscriminosos recuperáveis e isolaros irrecuperáveis; o método de es-tudo do Direito Penal é o experi-mental; o criminoso é um indiví-duo anormal, e essa anormalida-de decorre de causa física ou mo-

ral; os criminosos são classifica-dos em ocasionais, habituais, na-tos, passionais e doentes mentais.

A pena é, assim, a retribuiçãojurídica para o restabelecimentoda ordem jurídica violada. Funda--se na culpa. Há, no Direito, a céle-bre distinção entre atos culposos edolosos, ou, entre culpa e dolo.Neste último, manifesta está a in-tenção na ação, e o agente efetiva-mente quis o resultado. No pri-meiro, ao contrário, o agente nãoqueria o resultado, mas, de certaforma, sua atitude – negligente,imprudente, ou imperita – con-duziu a ele.

Os bens jurídicos tutelados são,em ordem de importância: 1) vi-da; 2) integridade física; 3) liber-dade; 4) propriedade material. Deacordo com esta gradação, são es-tabelecidos os níveis de penalida-des. A apreciação jurisdicional en-quadra a ação criminosa, a inten-ção do agente, o resultado obtido

delinqüência

A

Análise do crime sob as óticas da Justiça Humana e da Justiça Divina

e

MA RC E LO HE N R I Q U E PE R E I R A

Criminalidade

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17Janei ro 2006 • Reformador 1155

crimes, pela maior ou menor in-fluenciação espiritual de um (oumais) ser(es) sobre outro(s). Emmuitos criminosos, numa análiseclínica e psicológica, tem-se per-cebido a existência do que a Me-dicina chama de “múltiplas perso-nalidades”, grupos de Espíritosque “apossam-se” do ser encarna-do, sugestionando-o e valendo-sedo necessário meio físico para aprática de atos (criminosos) noplano da matéria. Espiritualmen-te, podemos estar diante dos se-guintes desdobramentos: 1) vin-gança do(s) Espírito(s) desencar-nado(s) em relação ao encarna-do criminoso, influenciando-o naexecução de delitos; 2) vingançado(s) Espírito(s) desencarnado(s)em relação a um (ou mais) encar-nado(s), utilizando-se de outro

agente – o criminoso; 3) sintoniamental/vibratória/psicológica entreo(s) Espírito(s) desencarnado(s) eo(s) encarnado(s), que se compra-zem, ambos, na prática da delin-qüência. Fala-se, aqui, na formaçãode falanges espirituais, e a perma-nência – mesmo temporária – deum ou mais elementos desta, noplano da carne, pode ser um fatorprovidencial para o cometimentodos atos desejados por todos.*

Mas as sintonias também ocor-rem na senda do Bem. Apregoa-semuito, em nossos dias, a influên-cia do Espiritismo no progresso da

Humanidade. Em linhas gerais, afilosofia espírita contém – no nos-so entender – as bases e as explica-ções necessárias e verdadeiras dosfatos espirituais/humanos. Co-nhecer a Doutrina, com seusprincípios e teorias, é primordialpara a melhora individual e cole-tiva. Não devemos fechar os olhospara o crime, para a violência, pa-ra a iniqüidade, só porque nãoestá acontecendo conosco, naque-le momento... Se nos calamos an-te a injustiça, a intolerância, oegoísmo e a maledicência, quemsabe não será tarde, para nós, sair-mos do silêncio quando formos avítima. Talvez não possamos se-quer nos manifestar em vida, por-que até esta já pode ter sido ceifa-da pela criminalidade.

Pense nisso!

*“Influem os Espíritos em nossos pensa-mentos e em nossos atos? Muito mais doque imaginais. Influem a tal ponto, que,de ordinário, são eles que vos dirigem.”(Questão 459 de O Livro dos Espíritos.)

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ualquer espírita que nãotenha tido formação cientí-fica ficará, no mínimo, sur-

preso se, após ler, na Parte Pri-meira, capítulo I de O Livro dos Es-píritos, as questões 4 a 9, que tratamdas “Provas da Existência de Deus”,for informado de que a maior par-te da comunidade científica não sónão crê em Deus como sequer con-sidera a existência ou não de Deusuma questão a ser tratada.

Antes de esclarecermos o pontoacima destacado, convém definirbem dois termos com significadosdiferentes, mas que costumam,equivocadamente, ser tratadoscomo se sinônimos fossem, quaissejam ateísmo e agnosticismo.

O ateu nega a existência deDeus e a realidade espiritual. Aatitude de um ateu é, portanto,negativa em relação à do crente. Jáo agnóstico, este apenas afirmaque não é possível hoje compro-var quer a existência, quer a nãoexistência de Deus, sem, contudo,negar que, um dia, tal prova, afavor ou contra, possa ser encon-

trada. Desse modo, se, por um la-do, o ateu sempre abrirá polêmicacontra o crente, o agnóstico sim-plesmente fará saber ao crenteque o assunto Deus não é para elefoco de interesse nem tema válidode discussão.

Bem, o que têm as definiçõesacima a ver com nosso estudo?Muito simples: a filosofia predo-minante da ciência hoje em dia edesde o início do século XX é, commenores ou maiores variações, ochamado Positivismo Lógico, que,como iremos ver, tem uma postu-ra totalmente agnóstica.

O Positivismo Lógico foi umacorrente filosófica que surgiu naÁustria e na Alemanha na décadade 20 do século passado, voltada àanálise lógica do conhecimentocientífico. O Positivismo Lógiconegava qualquer sentido na filo-sofia tradicional e na metafísica,afirmando que muitos dos pro-blemas, então ditos filosóficos, ca-reciam até mesmo de sentido en-quanto problemas. Na década de30, os mais importantes represen-

tantes do Positivismo Lógico mi-graram para os Estados Unidos,onde influenciaram consideravel-mente a filosofia americana. Po-de-se dizer que, até a década de 50do século passado, o PositivismoLógico foi adotado praticamentecomo única abordagem à filosofiada Ciência pela comunidade in-ternacional. Daí o porquê de suainfluência ainda ser tão forte hojeem dia, apesar de propostas maisflexíveis terem ganhado força pos-teriormente, em decorrência daprópria ampliação do campo depesquisa das ciências em direçãoao macro e ao microcosmo.

De acordo com o PositivismoLógico, somente existem duasfontes de conhecimento: o racio-cínio lógico e a experiência em-pírica.

Diz o chamado Princípio daVerificabilidade que uma senten-ça faz sentido se e somente se elapuder ser provada como verda-deira ou falsa, pelo menos emprincípio, por meio de experiên-cia. Em outras palavras, uma sen-

18 Reformador • Janei ro 2006 1166

CONSIDERAÇÕES

Deus e aCiência Humana

RE NATO CO S TA

Q

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tença é significativa factualmentepara uma pessoa qualquer se esomente se ela souber como veri-ficar a proposição que tal sen-tença pretende expressar, isto é, sea pessoa souber quais observa-ções poderão ser feitas que a le-varão, sob certas condições de-finidas, a aceitar a proposiçãocomo verdadeira ou a rejeitá-lacomo falsa.

O sentido de uma sentença, por-tanto, está no conhecimento quetemos das condições em que adita sentença poderá ser provadacomo verdadeira ou falsa. Sen-tenças metafísicas são, por issomesmo, inválidas para o Positi-vista Lógico, pois, para ele, nãofazem sentido como sentenças. Omotivo para tal é evidente. Afinal,nenhum dos atributos normal-mente relacionados ao Divinopode fazer parte de uma sentençaválida para o Positivismo Lógico,posto que conceitos como infinita-mente justo, infinitamente bom,onipotente e onisciente formarãosempre proposições inverificáveis.

Indo ao cerne da questão, que éa própria idéia de Deus, vale lem-brar que, como já nos ensinava amais antiga tradição religiosa daHumanidade, a multimilenar reli-gião hindu, Brahma, o Absoluto,é incognoscível. Ora, sendo incog-noscível, toda afirmação que o te-nha como termo é inverificável.Como tal, Deus jamais será com-provado pela Ciência que hojeconhecemos. Mais que isso, talCiência sequer considerará a bus-ca da divindade entre as metas aque se irá dedicar.

Como dissemos, outras filo-sofias foram propostas para aCiência após o Positivismo Lógi-co, sem que nenhuma delas te-nha, entretanto, prescindido daverificabilidade. Ao contrário doque ocorria no século XIX, noentanto, a comunidade científicaatual sabe que a verdade que pro-cura provar é provisória e queserá, mais tarde, reformulada ounegada pelo próprio avanço daCiência, inexoravelmente.

Tal certeza reforça mais ainda apostura agnóstica da Ciência. Se,antes, afirmações sobre Deuseram descartadas como metafísi-cas, hoje, nem mesmo as teoriascomprovadas, por mais que tra-tem de conceitos finitos e cognos-cíveis, são vistas como definitivase imutáveis. Colocando de outromodo, a comunidade científicaem nossos dias sabe que não pro-cura a verdade absoluta. Assimsendo, uma vez que Deus é a Ver-dade Absoluta, não há como umdia ela o vir a encontrar.

A esse respeito, vale a penarecordarmos a questão 10 da Par-te Primeira, capítulo I, de O Livrodos Espíritos, que fala dos “Atri-butos da Divindade”.

10. Pode o homem compreen-der a natureza íntima de Deus?

Non; c’est un sens qui lui man-que, diz a segunda edição francesade 1860.

O que, em português moder-no, cremos ser bem traduzidocomo:

Não, falta-lhe entendimento pa-ra tal.

Esperamos ter deixado claro ao

leitor quanto ao porquê de ser ohomem atual incapaz de compro-var Deus através de sua Ciência.Esperemos, portanto, pacientes,que a Humanidade terrestre se al-ce a patamares mais altos de evo-lução. Crescendo a Humanidadeem entendimento, crescerá emalcance sua Ciência e nova e maisabrangente será a filosofia a ins-pirá-la. A esse respeito, convémdar atenção à questão seguinte deO Livro dos Espíritos e à sua sábiaresposta:

11. Será dado um dia ao ho-mem compreender o mistério daDivindade?

Quando não mais tiver o espíri-to obscurecido pela matéria. Quan-do, pela sua perfeição, se houveraproximado de Deus, ele o verá ecompreenderá.

Como vemos, não devemosesperar tal mudança para esteou para os séculos vindouros. ACiência, como podemos entenderem nosso estágio atual de desen-volvimento, não pode prescindirde uma filosofia semelhante àsque hoje adota. Não se trata deincapacidade intelectual. Por maisbrilhante que seja o aluno do CA,ninguém espera dele que pro-ponha uma revolucionária teoriaeconômica, invente um dispositi-vo eletrônico ou encontre a curade importante doença. Tudo temseu tempo na senda evolutiva. Ho-je, imersos na matéria e com nos-sos sentidos por ela obscurecidos,nossa percepção de Deus vempela meditação, pela intuição, pe-la comunhão com o que há demelhor em nós, com o mais ín-

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timo de nosso ser, em decorrênciada reforma íntima.

Não queremos concluir nossoestudo sem antes pedir ao leitor queatente para o fato de que estamosfalando exclusivamente da prova daexistência de Deus e não de provasoutras concernentes aos fenômenosde natureza espiritual. Estes, aocontrário de Deus, a Causa Primá-ria, fazem parte da criação, são cog-

noscíveis e verificáveis e, sendo as-sim, mais dia, menos dia, a Ciên-cia atual logrará comprová-los.

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20 Reformador • Janei ro 2006 1188

Page 21: Reformador 01 janeiro_2006

21Janei ro 2006 • Reformador 1199

Esf lorando o EvangelhoPelo Espírito Emmanuel

“E, se ali houver algum filho da paz, repousará sobre ele a

vossa paz; e, se não, ela voltará para vós.”

– JESUS. (LUCAS, 10:6.)

Cultiva a paz

m verdade, há muitos desesperados na vida humana. Mas quantos se ape-

gam, voluptuosamente, à própria desesperação? quantos revoltados fogem à

luz da paciência? quantos criminosos choram de dor por lhes ser impossível

a consumação de novos delitos? quantos tristes escapam, voluntariamente, às bên-

çãos da esperança?

Para que um homem seja filho da paz, é imprescindível trabalhe intensamente no

mundo íntimo, cessando as vozes da inadaptação à Vontade Divina e evitando as

manifestações de desarmonia, perante as leis eternas.

Todos rogam a paz no Planeta atormentado de horríveis discórdias, mas raros se

fazem dignos dela.

Exigem que a tranqüilidade resida no mesmo apartamento onde mora o ódio

gratuito aos vizinhos, reclamam que a esperança tome assento com a inconforma-

ção e rogam à fé lhes aprove a ociosidade, no campo da necessária preparação espi-

ritual.

Para esmagadora maioria dessas criaturas comodistas a paz legítima é realização

muito distante.

Em todos os setores da vida, a preparação e o mérito devem anteceder o benefício.

Ninguém atinge o bem-estar em Cristo, sem esforço no bem, sem disciplina eleva-

da de sentimentos, sem iluminação do raciocínio. Antes da sublime edificação, pode-

rão registrar os mais belos discursos, vislumbrar as mais altas perspectivas do plano

superior, conviver com os grandes apóstolos da Causa da Redenção, mas poderão

igualmente viver longe da harmonia interior, que constitui a fonte divina e inesgotá-

vel da verdadeira felicidade, porque se o homem ouve a lição da paz cristã, sem o pro-

pósito firme de se lhe afeiçoar, é da própria recomendação do Senhor que esse bem

celestial volte ao núcleo de origem, como intransferível conquista de cada um.

Fonte: XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de Luz. 1. ed. especial. Rio de Janeiro: FEB, 2005, cap. 65,

p. 145-146.

E

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Movimento Espírita do Es-tado do Rio de Janeiro jávem de longa data realizan-

do profícuo trabalho de evangeli-zação dos detentos do sistema pri-sional do Estado, com excelentesresultados na recuperação de pes-soas que descobriram na DoutrinaEspírita a saída de seus angustiososdramas.

Atualmente há cerca de umadezena de escolas espíritas nas di-versas organizações prisionais doEstado com muitos companheirosmatriculados. É um trabalho dededicação, pois exige boa vontadee renúncia.

Estamos fazendo um esforçode aproximação com o Movimen-to Espírita organizado. Não pode-ríamos esquecer da companheiraIdalinda de Aguiar Mattos, já devolta ao Plano Espiritual, que fezde sua vida um trabalho cons-tante nessa área. A Instituição Es-pírita Cooperadoras do BemAmélie Boudet, em Vila Isabel,no Rio de Janeiro, e outras vêm--se desincumbindo brilhantemen-te dessa tarefa.

Realizamos, em 2005, o III Se-

minário Estadual de AssistênciaEspírita ao Preso com o objetivo deconhecer os agentes dessa atividadeem nosso Estado, trocar experiên-cias e planejar ações integradas. Es-tiveram presentes autoridades go-vernamentais, da Justiça, da Uni-versidade, do Movimento Espíritae egressos, que enriqueceram asdiscussões com o seu saber e expe-riência. Esse tema foi levado à XVIIConfraternização Espírita do Esta-do do Rio de Janeiro, em dezem-bro, no Riocentro.

Estamos avaliando o Seminárioem seus desdobramentos e já vi-mos realizando treinamentos paraos voluntários interessados em ini-ciar o trabalho em um dos diversosgrupos, bem como auxiliando naobtenção dos vistos como agentereligioso.

A ressaltar que, devido à esca-lada da violência, os presídios es-tão cercados de medidas de se-gurança que dificultam o acessode voluntários. Com o apoio ins-titucional da Federativa Estadualprocuramos cooperar com essameritória atividade.

Foi fundada uma ONG, de

orientação espírita, com a finali-dade de assistir o egresso do sis-tema prisional, que sem qualquerajuda volta a delinqüir ou pro-cura o suicídio, direto ou indire-to. São altos os índices de rein-cidência. Nossos irmãos, pelosanos de afastamento, perdem ofio de sua história. A Instituiçãodo Homem Novo desenvolve pro-jetos socioeducativos voltadospara indivíduos em situação deextremo risco social, para inser-ção cidadã de egressos do sistemapenal.

ao PresoHU M B E RTO PO RT U G A L KA R L

Assistência Espírita

no Estado do Rio de Janeiro

Idalinda de Aguiar Mattos, a pioneirana evangelização dos detentos.

O

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nunca!ão é possível abranger, nes-te modesto artigo, ou atémesmo num simples capí-

tulo de um livro, o ato tão angus-tioso, grave, sombrio e infeliz que é o suicídio, o qual em muito tem elevado as estatísticas mun-diais dos fatores que redundamem morte.

Que poderá levar o homem acometer esse gesto de extremodesespero?

Eis a pergunta inquietante, quea mente humana formula em to-dos os continentes, diante da in-cidência de suicídios em milha-res e milhares de lares de todo oplaneta, quer sejam lares humil-des, quer nos de mediana condi-ção, ou naqueles onde a riquezaimpera.

Apontamos, em tese, algumasdas principais motivações, ao nos-so modesto modo de ver, que le-vam o indivíduo a pensar e até mes-mo cometer este desesperador ato,sabendo que outras inúmeras cau-sas podem ser aduzidas a estas queabaixo relacionamos.

1. Falta de fé;2. orgulho exacerbado;3. desespero e tédio;4. desequilíbrio nervoso;5. desânimo com moléstias con-

sideradas incuráveis;

6. sugestões de encarnados oudesencarnados.

A falta de fé é sem dúvida amaior responsável pela quase tota-lidade dos suicídios.

É justamente na fé que encon-tramos o alimento que nos fortale-ce a alma, revigorando-nos para osembates naturais da vida de qual-quer ser humano, com perspecti-vas otimistas de alcançar a vitóriaao final da luta.

É pela fé que nos propomos afazer a parte que nos cabe executare esperamos confiantes em Deus,nosso Pai, e em seus dignos emis-sários, a resolução da parte quenão depende de nossa vontade.

A fé é mãe generosa dos queconfiam, que trabalham convictosde que no momento certo a ajudado Alto lhes chegará; e aquele quea tem eleva seu pensamento numacalorosa prece, haurindo do flui-do cósmico universal as substân-cias balsâmicas, calmantes, har-moniosas... que nos ajudam a acla-rar o entendimento e fortalecer ocoração.

O Benfeitor Emmanuel nos es-clarece que “quando a dor nos en-tenebrece os horizontes da alma,subtraindo-nos a serenidade e a ale-gria, tudo parece escuridão envol-vente e derrota irremediável, indu-

zindo-nos ao desânimo e insu-flando-nos o desespero; todavia, seacendemos no coração leve flama daprece, fios imponderáveis de con-fiança ligam-nos o ser a Deus”.

O orgulho exacerbado não éoutra coisa senão a ausência dehumildade, pois o humilde não sefaz orgulhoso; ao contrário, humil-dade é o mais poderoso antídotopara o orgulho e o egoísmo. O or-gulho ferido tem sido causa de de-sastres e dores que castigam seusportadores por séculos a fio.

O desespero e o tédio que asso-lam grande parte das criaturas hu-manas as levam a se acharem semquaisquer perspectivas de melhorae, invadidas pelo desgosto que asespreita, encontram como soluçãopara seus problemas o fim da vidaque julgam acabar também com osproblemas que vivenciam. São inú-meras as mensagens deixadas pe-los desesperados suicidas, com re-ferência ao “desencanto com a vi-da”, sem que procurassem buscarajuda para o fortalecimento da es-perança em dias melhores.

O desequilíbrio nervoso, quepoderia ter sido combatido e atéevitado no seu início, se o indiví-duo tivesse procurado os adequa-

SSuuiiccííddiioo,

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NFR A N C I S C O RE B O U Ç A S

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dos recursos que a moderna Me-dicina é capaz de propiciar, muitoprovavelmente ter-se-ia restabele-cido o seu equilíbrio emocional,e não teria chegado às raias da lou-cura para tal cometimento.

Desânimo com moléstias consi-deradas incuráveis: As moléstiasincuráveis são também fatores degrande motivo de suicídios, poismuitos dos portadores dessas mo-léstias não vêem mais motivos pa-ra continuarem nas estatísticas dosvivos, não percebendo que a Deustudo é perfeitamente possível, e quemuitas das enfermidades que on-tem matavam sem apelação, hojesão perfeitamente controladas pelaMedicina moderna, e com o pen-samento desarmonizado, esperan-do apenas o dia da morte, têm navida um fardo altamente pesadode que desejam se ver livres o maisbreve possível, visualizando nosuicídio a única solução viável.

O desânimo é uma falta, escla-recem-nos os Espíritos Superiores,falta que é sem dúvida na maioriados casos o início de tudo; é eleinimigo perigoso, contra o qual de-veremos estar sempre alertas, vistoque é altamente contagioso, insta-lando-se quase que de maneiraimperceptível no ser, que passa derepente a não ter vontade para ascoisas mais normais do dia-a-dia,perdendo pouco a pouco o inte-resse pela vida e não acreditandosequer nos poderes do Pai Celes-tial.

A Doutrina Espírita nos esclare-ce que “fé inabalável só o é a quepode encarar frente a frente a ra-

zão, em todas as épocas da Huma-nidade”; pede a seus sinceros adep-tos para suportar e vencer, resistire transpor os mais sérios obstá-culos, até mesmos os relacionadoscom uma existência dolorosa, sobo aspecto moral ou físico, pois osférteis e aflitivos problemas denossa estada neste planeta em cadaencarnação não passam de um pis-car de olhos se comparados à eter-nidade que nos espera para gozar-mos da verdadeira felicidade quenão conquistaremos nesse nossoestado de Espíritos imperfeitos,mas, fadados ao progresso e à su-blimação; afirma-nos que quemtem fé não deserta da vida, pois sa-be que os recursos divinos, de so-corro à Humanidade, são inesgo-táveis. Não conseguiremos jamaisesvaziar os mananciais sublimes eincalculáveis da misericórdia deDeus!

Diante dos problemas causadospela moléstia considerada incurá-vel, procura o enfermo, algumasvezes, no suicídio, a solução do seuproblema; infeliz engano, pois aninguém é lícito conhecer até on-de chegam os recursos curadoresda Espiritualidade Superior, que éa representação da soberana bon-dade divina, caindo em desesperoainda maior, visto que além dadoença de que não se curará por sisó, ainda terá que dar conta doveículo físico que a misericórdiadivina lhe concedeu para seu cres-cimento como Espírito imortal acaminho da angelitude.

Quantas vezes amigos do MaisAlto intervêm, prodigiosamente,quando a Medicina, já desistiu por

ter chegado ao limite de sua capa-cidade de ação, não encontrandorecursos nos atuais conhecimentosdesenvolvidos pelas pesquisas cien-tíficas?

Sugestões de encarnados e de-sencarnados: Há outro tipo de sui-cídio, aquele que resulta da indu-ção, sutil ou ostensiva, de terceiros,encarnados ou desencarnados, es-pecial e mais numerosa dos desen-carnados, não sendo demais afir-mar, por efeito de observação, que aquase totalidade dos auto-extermí-nios foi estimulada por entidadesinfelizes, inimigas ferrenhas do pas-sado, que se ligando ao campomental de quantos idealizam, emmomento infeliz, o suicídio, inten-sificam-lhes, na hora adequada, asinistra idéia.

Grande número dos suicidas sedeixou envolver pelas sugestõesde pessoas desequilibradas dosdois planos da vida, e se já tinhammotivos pessoais para cometeresse ato lastimável, encontramnessas sugestões material farto epoderoso para seu cometimento.Pessoas há que não sabem sugerircoisas positivas, e só conversam so-bre assuntos negativos, desanima-dores, influenciando o fraco deespírito ao desespero e à desdita.

Precisamos entender que o serhumano tem na consciência ogrande e justo juiz de seus atos,pois é pela razão que deve embasarseus fundamentos materiais, mo-rais, religiosos, utilizando-se dessaeficaz ferramenta para consolidaruma fé raciocinada, que lhe indica-rá o melhor caminho a seguir, mes-

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mo diante de inúmeras sugestõesdos “entendidos” que não deixarãode dar sua opinião, ainda que semserem convidados a opinar.

Do outro lado da vida, o suicidaque teve a ilusão de ver seus pro-blemas resolvidos com a extinçãodo corpo físico, que acreditava vercessarem suas dores e problemas,depara-se com a inusitada situaçãode ver agravada sua desgraça, comos mesmos sofrimentos dos quaisse julgava livre, e mergulhado natortura.

A Doutrina Espírita nos apre-senta relatos de antigos suicidas. Eobras especializadas, de origemmediúnica, falam-nos de vales si-nistros, onde se congregam, em in-felizes e trevosas sociedades, os quesucumbiram no auto-extermínio.

Nessas regiões, indescritíveis nalinguagem humana, os quadrossão terríveis, de desespero, angús-tia, lamentação, solidão, trevas,pesadelos horrendos, com a sensa-ção, por parte do infeliz, de que seencontra “num deserto, onde osgritos e gemidos têm ressonânciasfúnebres”, o arrependimento doimpensado ato cometido lhe traz avisão constante das cenas do seusuicídio; recordação aflitiva dos fa-miliares do lar distante, dolorosa-mente perdidos na insânia de suaatitude, causando dores e lágrimasem todos.

Passa então a ter saudades davida; dos entes queridos; das coisasque possuía e que não soube valo-rizar, por lhe haver faltado umpouco mais de fé e confiança naajuda de Deus, que tem sempre nomomento adequado a solução para

enviar ao seu filho muito amadoque deveria acreditar que na horamais adequada o socorro chegaria.

Os mais variados efeitos psico-lógicos e as mais diversas repercus-sões morais tornam a presença dosuicida, no Mundo espiritual, umautêntico inferno, onde estagiaránão se pode precisar por quantotempo, pois tudo dependerá deuma série de fatores que não te-mos condições de enumerar, masque fazem parte da Lei de Amor eJustiça.

Sofrerá inevitavelmente os ata-ques de entidades cruéis, com acu-sações e blasfêmias, tornando-sevítima de sevícias e de sinistros ver-dugos que o perseguirão na longanoite dos que não tiveram cora-gem para enfrentar o fardo queDeus lhes confiou para seu pró-prio burilamento.

Se fosse possível aos nossos olhosuma breve e pálida visão das cenastorturantes com que se deparam ossuicidas, no mundo Espiritual, comabsoluta certeza afirmamos, que ohomem jamais admitiria a mortepor fuga de seus problemas na vida

de encarnado, e com isso diminui-riam quase que totalmente as esta-tísticas sobre esse tipo de morte.

O Espiritismo, chamando aatenção dos homens para a realida-de da vida do suicida após a mortedo corpo físico, apresentando atodos os testemunhos dos própriosEspíritos que cometeram esse atoinsano, ensina-nos que a vida éconcessão de Deus e só Ele podedar-lhe cabo no devido tempo.

Em O Livro dos Espíritos, ParteQuarta, capítulo I, “Das penas e go-zos terrestres”, encontramos nume-rosas perguntas formuladas peloCodificador e tão bem esclarecidaspelos Espíritos Superiores sobre osuicídio.

Convidamos o leitor a lê-las esobre elas meditar.

Que o bondoso Mestre de Na-zaré nos envolva em suas bênçãose que jamais busquemos no suicí-dio a solução para qualquer dosnossos problemas.

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or ocasião do 3o Encontrode Dirigentes e Trabalha-dores Espíritas dos Estados

Unidos, realizado em Nova York,nos dias 15 e 16 de outubro de 2005,promovido pelo Conselho Espíritados Estados Unidos com o apoio doConselho Espírita Internacional,alguns de seus participantes tiverama oportunidade de visitar históricaexposição na mesma cidade.

Jornal destaca Exposição

O tradicional The MetropolitanMuseum of Art exibe de setembro adezembro a exposição The PerfectMedium-Photography and the Oc-cult. A mostra teve como curadorPierre Apraxine, que foi alvo de des-tacada matéria em The New YorkTimes, do dia 4 de setembro de2005. O jornal nova-iorquino desta-ca que um curador muito sério viajaao outro lado e começa a matériacomentando que Pierre Apraxinefez pesquisas na American Societyfor Psychical Research – na mesmacidade – há 120 anos repositório doparanormal que entre seus fundado-res inclui o filósofo William James; enarra os esforços para reunir cole-ções históricas de fotos de fenôme-

nos paranormais. A reportagemsintetiza um histórico sobre as fotosexpostas, citando médiuns e pesqui-sadores do final do século XIX e iní-cio do século XX.

A Exposição

Em quatro salas do 2o andar doMetropolitan Museum, a exposiçãoapresentou 120 fotos originais ob-tidas desde o século XIX, com ilus-trações de fenômenos de efeitosfísicos, predominando casos dematerialização, e chegando atéfotos com o médium Ted Serious e

as efluviografias dos anos 70 doséculo XX. Aparecem personalida-des históricas como a Sra. AmélieBoudet com materialização par-cial de Kardec, em foto feita porÉdouard Isidore Buguet entre1873-1875, médiuns como Floren-ce Cook, Eusapia Palladino, e cien-tistas conhecidos como WilliamCrookes, Camille Flammarion, Ga-briel Delanne, Albert von SchrenckNotzing, Alexander Aksakoff.

Juntamente com as fotos e ál-buns originais, há painéis expli-cativos muito bem elaborados,onde as informações adotam ter-minologia como fluidos, fluidouniversal, passe, psicografia e es-crita direta.

O livro

Nos vários postos de venda dosprodutos e recordações do Metro-politan Museum, está disponibili-zada a portentosa obra The PerfectMedium-Photography and theOccult, de autoria de ClémentChéroux, Andréas Fischer, PierreApraxine, Denis Canguilhem eSophie Schmit, publicada pela YaleUniversity Press, com 287 páginasricamente ilustradas com fotos.

Museu Metropolitande Nova York

PExposição de fotos históricas sobre fenômenos mediúnicos

Um dos cartazes promocionaisda Exposição

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A FEB e o Esperanto

Canal deTelevisão em

EsperantoAF F O N S O SOA R E S

esde o dia 5 de novembro do ano passado,está em funcionamento o primeiro canal detelevisão a usar exclusivamente a Língua

Internacional Neutra – Internacia Televido (Tele-visão Internacional) –, e a que se pode assistir emtodo o mundo através da rede de computadores,acesso em http://internacia.tv/ .

Usando a tecnologia de rádio, televisão e Internet,a ITV apresenta programação variada com jorna-lismo, documentários, entrevistas, música, cinema,culturas exóticas e turismo, além de disponibilizarinformações, em mui-tas línguas, sobre opróprio canal e a res-peito do Esperanto.

A ITV nasce de umprojeto elaborado emdois anos e concretiza-do pela empresa bra-sileira CIDKON, quetambém administra oGxangalo.com, o maiorportal em esperantono mundo, com deze-nas de canais, acima de

100.000 visitantes por mês, mais de 2,5 milhões deleituras (pageviews) e que é atualizado diariamentecom noticiário mundial, artigos, vídeos, blogs, jogosde vídeo, fotoblogs e fóruns virtuais, tudo em espe-ranto.

E o principal responsável por tão arrojado em-preendimento é o empresário paulista Flávio Rebelo,diretor-geral da CIDKON e do mencionado portal,que vê em sua iniciativa como que uma revitalizaçãodo esperanto por lhe possibilitar mais rápida difusão,graças aos milhares de jovens usuários que apren-

dem o idioma direta-mente na rede mun-dial de computadores.

Abaixo estão algunsesclarecimentos sobrea ITV, colhidos noendereço acima citadohttp://internacia.tv/ :

As imagens e sonspassam do servidor aoscomputadores graças auma corrente de trans-missão que não é se-

D

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melhante a um download, pelo que o usuário nãopoderá salvar quaisquer imagens ou sons em seucomputador.

As configurações mínimas do computador parareceber a corrente de transmissão da ITV são:

• Windows (no mínimo 98), ou Linux (versões queaceitem WMV), ou Macintosh (de preferênciaOSX);

• possuir o Windows Media Player (no mínimo aversão 8);

• processador 1,2 Gz;• memória RAM de 128Mb;• conexão à rede 128 Kbps;• circuito de som de 16 baites;• circuito de vídeo de 24 baites.

Sem estas configurações, a possibilidade de assis-tir à ITV dependerá da qualidade da conexão à re-de, sendo mais provável que só se consiga ouvir ocanal ou ver os programas com longas pausas entreas imagens.

Mas essas dificuldades, que resultam de temporá-ria carência de investimentos, serão em breve supe-radas, com o lançamento de novas possibilidades detransmissão. Por essa razão os responsáveis pela ITVpermanecem em campanha para obter novos inves-timentos.

A presença da Língua Internacional Neutra narede mundial de computadores pode ser mensura-da pelo fato bastante significativo, entre muitosoutros, de que o resultado da consulta, pelo nomeesperanto, no site de busca Google, é da ordem de 66milhões de páginas de acesso.

Com efeito, o esperanto é uma língua viva, usadapor uma coletividade disseminada pelo mundo in-teiro, com uma cultura própria, impregnada dosideais que oferecem consistência ao espírito do idiomae se manifestam nas atividades do Movimento Espe-rantista sempre voltadas para a paz, a justiça, a frater-nidade nas relações entre os povos, sendo a Internetum campo por excelência para que essa coletividadeprove e afirme o seu legítimo caráter internacional.

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A Federação Espírita Portugue-sa, com apoio da União Espírita doAlgarve, promoveu, no período de29 a 31 de outubro de 2005, o VCongresso Nacional de Espiritis-mo, no Conservatório Regional doAlgarve, na cidade de Faro. Subor-dinadas ao tema central Divul-gação Espírita, Novas Tecnologia eInovação foram desenvolvidas vá-rias palestras e atividades culturais.

Na cerimônia de abertura, o Di-retor da FEB Antonio Cesar Perride Carvalho fez uma saudaçãocomo representante do Presidente

da FEB e Secretário-Geral do CEINestor João Masotti. Divaldo Pe-reira Franco proferiu as palestrasde abertura e de encerramento doevento. Ao todo, companheiros devárias regiões de Portugal proferi-ram 16 palestras, cujos resumosforam disponibilizados em umcaderno oferecido aos congressis-tas. Entre as atividades culturais,sempre de muito bom gosto, oGrupo de Teatro Hybris fez exce-lente apresentação sobre o tema“O Aborto”, com base no livro queestava sendo lançado Vidas em

Encruzilhada, de autoria do Presi-dente da FEP Arnaldo Carvalhaisda Silveira Costeira.

Durante o evento também fo-ram lançadas edições da FEP de OLivro dos Espíritos, O Livro dosMédiuns e O Evangelho segundo oEspiritismo, mediante cessão dedireitos da tradução adotada pelaFEB. Antes da palestra de encerra-mento, todos os expositores cons-tituíram uma mesa de conclusões,oportunidade em que responde-ram às perguntas formuladas pe-los participantes do Congresso.

Espiritismo em Portugal

Mesa de conclusões com osexpositores do Congresso

V Congresso Nacional de

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Situações difíceis domundo

impressão que se tem, nomomento presente do pla-neta, é a de que se escan-

carou a mitológica caixa de Pan-

dora, de cuja intimidade voejarame esparramaram por todos ossítios as mazelas e infelicidades,que tantos transtornos vêm tra-zendo à Humanidade.

Parece que, para onde quer queolhemos, as almas estão pasma-das, aterradas, diante de enigmasda existência, para os quais nãoconseguem achar respostas, pelomenos respostas amadurecidas,que nutram o discernimento ouque iluminem as reflexões. Ima-ginam, por isso, que não há maissoluções para os dramas queavançam sobre as massas tumul-tuadas.

Há indícios de que os indiví-duos reencarnados no mundo,mesmo atuando no âmbito dasvariadas crenças religiosas, mos-tram comportamentos díspares,relativamente às teorias de fé ouàs teologias que afirmam adotar,como se pudessem repartir a pes-soa em compartimentos: da vidaíntima, da vida social amplamen-

te considerada, ao invés de termosum indivíduo, de fato, ou seja, in-divisível, integral.

Disparatam-se as mentalidadesem nível sociopolítico, nas múlti-plas áreas do planeta, nos váriospovos e países, onde multidõespassivas, submetidas, amargandorevoltas internas, falam acerca darealidade em que se encontram.Comumente, estão onustas demaus presságios, de pesadelos emtorno do futuro, que se lhes apre-senta quase sempre sombrio, vio-lento e doloroso.

Descoroçoadas as pessoas assis-tem ao desfile da falácia brilhan-te e ao pisoteio da exploração per-niciosa, perpetrada por inteligên-cias tão hábeis quanto soezes que,por meio de sofismas de ordempolítica e de ocas filosofias que coi-sificam o ser humano, passando--lhe a impressão de que tudo estásendo feito em seu proveito e coma sua anuência... pelo povo, para opovo e com o povo. Essas inteli-gências calculistas e cínicas têmconseguido ludibriar uma quanti-dade imensa de criaturas incautasou despreparadas para o entendi-

Definição e trabalho

tempos difíceisem

A

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mento desses jogos perigosos dointelecto malconduzido.

Não nos cabe fraquejar

Para a visão do homem co-mum, o mundo está de mal apior; para grande parcela social,não há mais solução para os dra-mas que avassalam o espírito dasociedade. Alguns pensadorespreconizaram o fim da História, easseveraram outros que nadamais cabe à Ciência investigar.Tudo estaria esgotado, de acordocom as teses defendidas por essesindivíduos, e os tempos atuaisseriam os da grotesca morte detodas e quaisquer esperanças demelhoria do mundo.

Sem embargo, vive-se na Terraum tempo majestoso e instigante.Vive-se um tempo de graves e in-dispensáveis definições por partede cada um e das instituições quecomandam, instituições essas quenão existem sem os trabalhos dosindivíduos.

Todos estamos chamados aocrescimento, ao inadiável pro-gresso com todas as suas facetas,dando testemunho de coragem,de decisão, de honradez, de luci-dez e de fé, de modo a afirmar onível e a intensidade dos nossosvínculos com o Grande Gover-no planetário, representado peloExcelente Administrador, que éJesus Cristo.

Não nos cabe, por isso, na horaque passa, qualquer submissão aodesespero, ao desalento, ao desâ-nimo, o que nos faria chafurdarmais e mais nos pauis do fracasso.

Por outro lado, não nos devere-mos atrelar às excitações utópicasque não nos permitem desenvol-ver as reflexões sobre a extensãodo milênio começante, dando--nos conta de que tudo o que noseu período alcançaremos estádiretamente ligado à força devontade, à boa disposição de ser-vir e ao destemor que vivencie-mos no quotidiano. Tampoucodeveremos adotar impulsos mes-siânicos, salvadores, como se cou-besse somente aos espiritistas oárduo labor de renovar o mundo.

Fidelidade aos projetosdo Espírito de Verdade

Indubitavelmente, é a Doutri-na Espírita a excelente propostadas Esferas Superiores da Vidaque nos convoca à adoção de pas-sos firmes na esteira do bem, àação definidamente nobre e cons-ciente perante essa onda obscurae que demoradamente se abatesobre o mundo, representandoperigo desafiador para cada ove-lha do rebanho de Jesus, tantopara as que se mostram despertase coerentes quanto para as tresva-riadas, que se hão negado a seguiràs pastarias de bênçãos e às fontesde água pura das escolhas bem--aventuradas.

Conforme as falas da mitolo-gia helênica, o que restou na cai-xa de Pandora foi a esperança. Eé com essa esperança que a cadaum de nós cabe avançar, cami-nho afora, na busca de melhoratender os requisitos da nossaprópria evolução.

Todos os males que agora exor-bitam, que ora perturbam e infe-licitam, estão com seus dias con-tados uma vez que vanguardeirosvalorosos de Jesus já se achamrenascidos nos campos planetá-rios terrestres, alguns deles chega-dos à idade da razão, iniciandoseus movimentos íntimos e exter-nos de acercamento da SublimeMensagem dos Imortais.

Esses tempos atuais chamam--nos à fidelidade aos projetos doEspírito de Verdade, para que es-tejamos atentos a fim de que nãoabandonemos o trabalho genui-namente espiritista, passando aocupar valioso tempo com pala-vrórios e disputas, situações equestões que, declaradamente,nada tenham a ver com a nossaCausa, por não serem da alçadado Espiritismo.

O momento de agora é dedecisivo e feliz chamamento atodos os que se envolveram como Projeto do Consolador, nosdois campos da existência, hones-tamente interessados em apren-der, servir e amar, como foi ensi-nado pelo Cristo, pautando-senas vias do ingente trabalho derenovação própria e do seu en-torno, sob o clima da solidarie-dade e da tolerância, conforme aproposta do Codificador AllanKardec.

Mensagem psicografada pelo médium

Raul Teixeira, durante a reunião do CFN

da FEB, em 11/11/2005, em Brasília (DF).

Pelo Espírito Camilo

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m lance de caridade realizado pelo Sr. Ginet,cantoneiro de Saint-Julien-sous-Montmelas, écontado pelo Écho de Fourvière:

No dia 1o de janeiro, ao cair da noite, achava-seagachada na praça de Saint-Julien uma mendigaprofissional, coberta de chagas infectas, vestida develhos trapos cheios de bichos e, não obstante isso,todos a temiam; não respondia ao bem que lhe fa-ziam senão por socos e injúrias. Tomada de súbitoenfraquecimento, teria sucumbido na calçada, nãofosse a caridade do nosso cantoneiro que, dominan-do a repugnância, tomou-a nos braços e a levou pa-ra sua casa.

Esse pobre homem tem apenas um alojamentomuito apertado, para si, a mulher doente e três filhospequenos; não tem outro recurso senão o seu módicosalário. Pôs a velha mendiga sobre um pouco de palhadada pelo vizinho e dela cuida toda a noite, procuran-do aquecê-la.

Ao romper do sol, essa mulher, enfraquecendo-secada vez mais, lhe disse: “Tenho dinheiro comigo; euvo-lo dou pelos vossos cuidados.” E acrescentou estaspalavras: “o Sr. cura...” e expirou. Sem se preocuparcom o dinheiro, o cantoneiro correu para procurar ocura; mas era tarde demais. A seguir apressou-se a avi-sar os parentes, que moram numa paróquia vizinha eque estão em posição folgada. Estes chegam e a pri-meira palavra é esta: “Minha irmã tinha dinheiro con-sigo; onde está? E o cantoneiro responde: Ela mo dis-se, mas não me inquietei.” Procuram e encontram,com efeito, mais de 400 francos num de seus bolsos.

Acabando a sua obra, o caridoso operário, auxilia-do por uma vizinha, amortalha a pobre morta. Algu-mas pessoas eram de opinião que na noite seguinte elecolocasse o caixão num hangar vizinho, que estavafechado. “Não, disse ele; esta mulher não é um cão,mas uma cristã.” E a velou toda a noite em sua casa,com a candeia acesa.

Às pessoas que lhe exprimiam admiração e oaconselhavam a pedir uma recompensa, respondia:“Oh! não foi o interesse que me levou a agir. Que medêem o que quiserem, mas nada pedirei. Na posiçãoem que estou, posso encontrar-me no mesmo caso eseria muito feliz se tivessem piedade de mim.”

– Que relação tem esse fato com o Espiritismo?perguntaria um incrédulo. – É que a caridade evan-gélica, tal qual a recomendou o Cristo, sendo umalei do Espiritismo, todo ato realmente caridoso éum ato espírita, e a ação desse homem é a aplicaçãoda lei de caridade no que ela tem de mais puro emais sublime, porque ele fez o bem, não só sem es-perança de retribuição, sem pensar em seus encar-gos pessoais, mas quase com a certeza de ser pagocom ingratidão, contentando-se em dizer que, emsemelhante caso, quereria que tivessem feito o mes-mo por ele. – Este homem é espírita? – Ignoramo--lo, mas não é provável. Em todo o caso, se não o erapela letra, era-o pelo espírito. – Se não era espírita,então não foi o Espiritismo que o levou a esta ação?– Seguramente. – Então por que o Espiritismo quero mérito desta ação? – O Espiritismo não reivindicaem seu proveito a ação desse homem, mas se van-

U

Belo exemplo dacaridade

evangélica

Páginas da Revue Spirite

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gloria de professar os princípios que o levaram apraticá-la, sem jamais ter tido a pretensão de pos-suir o privilégio de inspirar bons sentimentos. Elehonra o bem em qualquer parte onde se encontre; equando seus próprios adversários o praticam, ele osoferece como exemplo aos seus adeptos.

É lamentável que os jornais sejam menos pressu-rosos em reproduzir as boas ações, em geral, do queos crimes e os escândalos. Se há um fato que teste-munha a perversidade humana, pode-se estar certode que será repetido linha por linha, como incenti-

vo à curiosidade dos leitores. O exemplo é contagio-so; por que não pôr antes sob os olhos das massas oexemplo do bem, em vez do do mal? Há nisso umagrande questão de moralidade pública, que tratare-mos mais tarde, com todos os desenvolvimentos quecomporta.

Fonte: Revue Spirite (Revista Espírita) – outubro de 1868,

p. 436-438, 1. ed. FEB.

33Janei ro 2006 • Reformador 3311

Uma rainha

ão teríamos tomado a iniciativa de publicar ofato seguinte; desde, porém, que foi reproduzi-do em diversos jornais, entre outros a Opinion

nationale e o Siècle, de 22 de fevereiro de 1864, con-forme o Bulletin diplomatique, não vemos motivo al-gum para nos abstermos.

“Uma carta procedente de pessoa bem informadarevela que, recentemente, num conselho privado,onde era examinada a questão dinamarquesa, a rai-nha (Vitória) declarou que nada faria sem consultaro príncipe Alberto. E, com efeito, depois de se ter re-colhido por algum tempo em seu gabinete, voltoudizendo que o príncipe se pronunciara contra aguerra. Esse fato, e outros semelhantes transpirarame deram origem à idéia de que seria oportuno esta-belecer uma regência.”

Tínhamos, pois, razão quando escrevemos que oEspiritismo tem adeptos até nos degraus dos tronos.

Poderíamos ter dito: até nos tronos. Vê-se, porém,que os próprios soberanos não escapam à qualifica-ção dada aos que acreditam nas comunicações dealém-túmulo. Os espíritas, que são tratados comoloucos, devem consolar-se por estarem em tão boacompanhia. Assim, o contágio é muito grande, poissobe tanto! Entre os príncipes estrangeiros sabemosde bom número que tem esta suposta fraqueza, poisalguns fazem parte da Sociedade Espírita de Paris.Como querem que a idéia não penetre a sociedadeinteira, quando parte de todos os níveis da escala?

Fonte: Revue Spirite (Revista Espírita) – março de 1864,

p. 118-119. Transcrição parcial. 2. ed. FEB.

médiumN

AL L A N KA R D E C

AL L A N KA R D E C

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34 Reformador • Janei ro 2006 3322

amor é o sentimento porexcelência, e os senti-mentos são os instintos

elevados à altura do progressofeito...1

O amor existe nas formas maisdiferenciadas, tais como: amor demãe, pai, filhos, irmãos, amigos,parentes, cônjuges etc.

Mas há que se desmistificar es-sa questão do amor, quando ele éa manifestação do sentimento en-tre duas pessoas de preferência –como diz Platão, discípulo de Só-crates – de sexos opostos. Poissendo de essência divina, não de-veria ser tão banalizada como temsido até os dias atuais. Diz-secom muita facilidade: Eu te amo!Quando em realidade se nutre,muitas vezes, apenas um senti-mento de simpatia, desejos sexuais,emanações de sensualidade e atémesmo uma forma mais simplesde amor que é o carinho ou aafeição.

Sexo sem sentimento é volúpia

da carne desprovido daquela es-sência divina que norteia o amor,aproximando a criatura do ani-mal irracional, que faz sexo paraatender ao seu instinto natural dereprodução.

Infelizmente, muitas uniões con-jugais já nasceram em erro, quan-do os casais não levaram em conta a Lei de Deus. Daí, dizer Je-sus: – “(...) no começo, não foiassim.”2

A lei de reencarnação, inexorá-vel em nossas vidas, amplia essavisão limitada do amor, provo-cando muitas vezes reencontrosque mostram a gravidade da tro-ca equivocada de sentimentos aolongo dos séculos. E que leva aoretorno mais tarde para os“acertos” do passado pela leide causa e efeito, na qual to-dos estão fatalmente inseri-dos.

Ainda é quase um ta-bu, até mesmo dentrodo Espiritismo, a abor-

ORO B I N S O N SOA R E S PE R E I R A

questãoA grave

do amor

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dagem de tais questões, já quemuitas dessas situações envolvemgrandes sofrimentos. O atavismodo pecado da traição, pelo adul-tério, é muito forte na consciên-cia das pessoas, desde temposimemoriais, aliado à hipocrisiade alguns pseudomoralistas que,sistematicamente, têm negligen-ciado o auxílio àqueles irmãos que

se encontram em dificuldadespara suportar, ao menos com umcerto equilíbrio, tamanha proble-mática existencial, que são os de-sejos sexuais e até mesmo o reen-contro com os “amores” do pas-sado. Muitos desses falsos mora-listas parecem os fariseus da pa-rábola da mulher adúltera.3

Esquecendo-se, também, daafirmativa do Espírito Emma-nuel4 (ler também nota da FEB aofinal do livro), que não há dor

pior do que a separação de Es-píritos que se amam de ver-

dade. Há que se respeitar aomenos tais situações, poisninguém pode medir ograu de comprometimentoou a dor daqueles que se

amaram muito no passado ehoje estão separados.Todo espírita sabe da sua res-

ponsabilidade com a vida atual ecom as pessoas que agora fazemparte da sua trajetória, mas daía julgar comportamentos e senti-mentos alheios vai uma distância

muito grande. Respeito para ador dos outros e caridade aci-

ma de tudo no trato com taisquestões, orientando e am-

parando quando solicita-do, sempre com uma

postura cristã.O que falta a mui-

tas pessoas, para

evitarem tais problemas futuros, émais responsabilidade no relacio-namento com outras pessoas. Nun-ca direcionar o sentimento de amora alguém, sem que esteja certo doseu sentimento, e que esse investi-mento não seja apenas momentâ-neo, para não incorrer no erro tãocomum na atualidade, principal-mente entre os jovens, do abusodecorrente da liberdade sexual.E com isso, vão se comprometen-do com várias pessoas para futurosresgates, por vezes penosos.

As conseqüências disso são umnúmero cada vez maior de uniõesinfelizes, fruto da irresponsabili-dade daqueles que se unem paraatender apenas aos “prazeres” doque aos “deveres” que deveriamligar uns aos outros ao longo daseras...

Em seminários, principalmen-te para jovens, diante da perguntaacerca do relacionamento sexual,nossa resposta, de sempre: “Sexocom amor e responsabilidade.” Fo-ra disso é só instinto, é retornar àcondição animal que já deixamospara trás em face da evolução detodos nós.

Referências Bibliográficas:1KARDEC. Allan. O Evangelho segundo o

Espiritismo. 111. ed. FEB, cap. XI, “A lei de

amor”, p. 186.

2Idem, ibidem, p. 329.

3Idem, ibidem, cap. X, item 12, p. 173.

4XAVIER, Francisco C. O Consolador, pelo

Espírito Emmanuel. 8. ed. FEB, Terceira

parte, cap. III, p. 185.

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Abertura e Expediente

Na manhã do dia 11, feita aprece de abertura, o Presidente daFEB e do CFN, Nestor João Masot-ti, saudou os presentes, referiu--se à importância dos assuntosem pauta e destacou uma vezmais a necessidade da união detodos na tarefa que visa a colocara Doutrina Espírita ao alcance e aserviço de toda a Humanidade.

No Expediente, foi aprovada

por unanimidade a Ata da Reu-nião de 2004, publicada na Edi-ção Especial de Reformador, demaio/2005.

Ordem do Dia

Destacamos, a seguir, as princi-pais matérias da Ordem do Dia. AAta com o registro completo dosassuntos tratados será publicadaem Edição Especial de Reforma-dor, num dos próximos meses.

Entidades Especializadasde Âmbito Nacional

Com base no “Relatório da Co-missão designada para estudar oprocesso de integração das Enti-dades Especializadas de ÂmbitoNacional no CFN”, fundamenta-da nas reuniões realizadas em 17de junho e 10 de novembro de2005, em Brasília, o CFN apro-vou: que as Entidades Especiali-zadas de Âmbito Nacional se reú-

a Reunião do CFN, A Reunião Ordinária de 2005, do Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira,

ocorreu em Brasília, no período de 11 a 13 de novembro, com o comparecimento das 27

Entidades Federativas, estando presentes, também, as Entidades Especializadas de Âmbito

Nacional – Associação Brasileira de Divulgadores do Espiritismo, Associação Brasileira dos

Magistrados Espíritas, Cruzada dos Militares Espíritas e Instituto de Cultura Espírita do Brasil.

Realiza-se em Brasília

de 2005

Abertura da Reunião do CFN: Saudação do Presidente Nestor João Masotti

Conselho Federativo Nacional

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nam, ordinariamente, uma vezpor ano, de preferência em diasque antecedem a Reunião do CFN,para tratar de assuntos de inte-resse do Movimento Espírita bra-sileiro que requisitem a atividadeconjunta dessas Entidades; quefiquem asseguradas autonomia, in-dependência e liberdade de ação,compreendendo que esse vínculode união ao trabalho conjuntotem por fundamento e objetivo,tão-somente, a solidariedade e afraternidade; que fiquem dispen-sadas de participar do CFN, massejam convidadas a estar presen-tes em reuniões, não mais comoEntidades a ele pertencentes, massim como Entidades de finalida-de específica, conscientes da impe-riosa necessidade da união opera-cional e fraternal dos espíritas pa-ra a difusão da Doutrina e combase no conhecimento de que sãoportadoras; propõem a criação emanutenção de uma Secretaria de

Apoio por parte da FEB, paraadministração desse trabalho con-junto.

Foi ainda aprovado que outrasEntidades Especializadas de Âm-bito Nacional sejam convida-das, oportunamente, a unir-se àsatuais nesse trabalho conjunto e,também, que o esquema de traba-lho ora aprovado seja colocadoem prática, em caráter experimen-tal, independentemente de alte-ração do Estatuto e do Regimentoda FEB, pelo prazo de cinco anos.

Sesquicentenário daDoutrina Espírita

O CFN debateu e aprovou pro-posta geral apresentada pela suaSecretaria Geral, para as comemo-rações do Sesquicentenário daDoutrina Espírita, considerandoque, no dia 18 de abril de 2007,comemoram-se 150 anos do lan-çamento de O Livro dos Espíritos.

Com esse objetivo, a FEB pro-moverá e coordenará a realizaçãodo 2o Congresso Espírita Bra-sileiro, em Brasília, no período de12 a 15 de abril de 2007. Comoações gerais, as Entidades Federa-tivas Estaduais se incumbirão dacoordenação das atividades nassuas áreas de abrangência e deacordo com as suas condições re-gionais. As Entidades Especializa-das de Âmbito Nacional promo-verão atividades de acordo comsuas características próprias. Oimportante será que a comemo-ração da efeméride se estenda atéas instituições espíritas, como uni-dades fundamentais do Movi-mento Espírita. Serão planejadasações para potencializar-se a di-fusão doutrinária e a edição deselo comemorativo.

Foi constituída Comissão doCFN para as definições estratégi-cas, com vistas às referidas come-morações, integrada pelos seguin-

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Aspecto do Plenário

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tes representantes: Região Norte –Jorge Alberto Elarrat do Canto eSandra Farias de Moraes; RegiãoNordeste – Creuza Santos Lage eSônia Maria Arruda Fonseca; Re-gião Centro – Maria Túlia Bertonie Saulo Gouveia Carvalho; RegiãoSul – Jason de Camargo e JoséAntonio Luiz Balieiro; EntidadesEspecializadas de Âmbito Nacio-nal – Gezsler Carlos West e JorgePedreira de Cerqueira; FEB –Altivo Ferreira e Antonio CesarPerri de Carvalho. Participa tam-bém da Comissão César de JesusMoutinho, representando a Fede-ração Espírita do Distrito Federal.

Atividade Federativa

Relato das Entidades que in-tegram o CFN

Todas as Entidades apresen-taram relatório escrito e algumastambém na forma de pôsteressobre suas atividades em 2005 eprincipais programações para2006; a maioria delas mencionou,no Plenário, as suas ações maissignificativas.

Comissões Regionais O Coordenador das Comis-

sões Regionais fez rápido comen-tário sobre os trabalhos desen-volvidos nas reuniões de 2005das Comissões Regionais do Nor-te, Nordeste, Centro e Sul. Desta-cou o crescimento das ações rea-lizadas pelas Federativas e lem-brou que a revista Reformadorregistrou as principais ocorrên-cias dessas reuniões nos meses dejunho a setembro de 2005.

Com base nas atas elaboradaspelos Secretários das ComissõesRegionais, foi apresentada umasíntese dos trabalhos da Reuniãode Dirigentes de cada Região.

Foram relatados os desempe-nhos de duas reuniões especiaisdessas Comissões, coordenadaspela Secretaria Geral do CFN. AComissão Regional Centro reu-niu-se em Brasília, no dia 3 desetembro, para tratar dos temas:Obtenção de Recursos para Susten-tação das Atividades Federativas;Proposta sobre Atuação da Ativida-de da Capacitação Administrativade Dirigentes de Centros Espíritas;e O Centro Espírita e o Terceiro Se-tor: Organizações Sociais, ONGs eOSCIPs. A Comissão RegionalNordeste reuniu-se em Recife, nosdias 24 e 25 de setembro, para arealização do Curso de Formaçãode Trabalhadores da Unificação.

Também foram expostas, porseus coordenadores, as ações pra-ticadas, em cada Região, pelasÁreas de Apoio Administrativo eJurídico à Casa Espírita; Assis-tência e Promoção Social Espí-rita; Comunicação Social Espí-rita; Infância e Juventude; EstudoSistematizado da Doutrina Espí-rita; Atividade Mediúnica; e Aten-dimento Espiritual na Casa Espí-rita.

Atividade Editorial

Difusão do LivroO Vice-Presidente Ilcio Bianchi,

que supervisiona as atividadeseditoriais da FEB, comentou osesforços para o aprimoramento

da qualidade do livro. Referiu-se àparticipação da FEB na XII BienalInternacional do Livro, no Rio deJaneiro, no período de 12 a 22 demaio, e aos preparativos para par-ticipação na Bienal Internacionaldo Livro, em São Paulo, no mês demarço de 2006.

Reformador O Editor de Reformador co-

mentou a linha editorial do perió-dico e se reportou ao projeto demodernização do mesmo a partirde janeiro de 2006. Enfatizou queeste órgão está a serviço do Movi-mento Espírita.

Movimento EspíritaInternacional

Como assessor da ComissãoExecutiva do Conselho EspíritaInternacional, Antonio Cesar Perride Carvalho fez apresentação so-bre as atividades patrocinadaspelo CEI, destacando-se em 2005:as Reuniões das Coordenadoriasda América do Sul, em La Paz, eda Europa, em Luxemburgo; Se-minários para Trabalhadores eDirigentes Espíritas, em Londres(abr./05), Nova York (out./05), Pa-ris (out./05) e Guayaquil, (Equa-dor/ago.-out./05); inauguração doMonumento a Allan Kardec, emLyon (18/4/05); 1o Encontro Es-pírita da Itália, em Lecco; promo-ção do Curso de Capacitação doTrabalhador Espírita, em Brasília(julho/05); lançamento de cincoobras de André Luiz, em idiomafrancês; início do lançamento dacoleção da Revista Espírita (pe-

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ríodo de Kardec) em espanhol;manutenção da edição de La Re-vue Spirite, em parceria com aUnião Espírita Francesa e Fran-cofônica; ampliação da ediçãodesta revista em idioma espa-nhol, expandindo sua distribui-ção para o Brasil.

Censo Espírita Brasileiro

O Secretário-Geral do CFN fez orelato da alteração do projeto de“Censo Espírita” para “Cadastrodas Instituições Espíritas do Brasil”,conforme proposta analisada du-rante as quatro Comissões Regio-nais do CFN. Informou sobre odesenvolvimento do Cadastro, dis-ponibilizado na página eletrônicada FEB, desde o mês de setembro,o qual se tem ampliado mensal-mente. Foi apresentado relatório,com dados por Estado, enfatizan-do-se que cabe às Federativas o tra-balho de divulgação junto às insti-tuições espíritas de seus Estadospara o preenchimento do Cadastroe também o acompanhamento dasua evolução.

Campanhas Família, Vidae Paz

No período da tarde do dia 12houve o relançamento das Cam-panhas Viver em Família, Em De-fesa da Vida e Construamos a PazPromovendo o Bem!, em aten-dimento à deliberação do CFNde 2004.

O Coordenador das Campa-nhas, Antonio Cesar Perri deCarvalho, agradeceu a colabo-

ração prestada pelas Federativas,por ocasião das consultas rea-lizadas durante as quatro Comis-sões Regionais do CFN, à Comis-são designada pelo Conselho Di-retor da FEB e ao grupo de apoiode colaboradores.

Na oportunidade, apresentou omaterial de apoio às três Cam-panhas: o livro recém-editado pelaFEB Família, Vida e Paz, que trazos subsídios necessários para aimplementação das três Campa-nhas, que contém: Histórico dasCampanhas, Objetivos das Cam-panhas, Fundamentação Doutri-nária das Campanhas, Temário eBibliografia das Campanhas e Su-gestões para o Desenvolvimentodas Campanhas; sete cartazes eopúsculos sobre as CampanhasViver em Família e Construamos aPaz Promovendo o Bem!, e sobreos cinco temas da Campanha EmDefesa da Vida. Os opúsculos reú-nem transcrições de textos de Re-formador e de obras editadas pelaFEB, a qual encaminhará pelocorreio a todas as instituições doPaís um conjunto de cartazes eopúsculos. Caberá às Federativas

o planejamento das Campanhasem seus Estados. Fez referênciaaos Suplementos Especiais sobreas Campanhas, publicados porReformador de julho, novembro ea publicar em dezembro de 2005e janeiro de 2006.

Assuntos Gerais

Assistência e Promoção SocialÀ vista de informações prestadas

por Clodoaldo Leite, a pedido doPresidente do CFN, sobre altera-ções na legislação de Assistência ePromoção Social, e das contribui-ções do Plenário, foi constituída aComissão para Assuntos de Assis-tência e Promoção Social, com afinalidade de analisar: estudos jurí-dicos relacionados com o tema;processo eletivo e levantamento dedificuldades das entidades junto aoConselho Nacional de AssistênciaSocial; diagnóstico da presençaespírita nos Conselhos e elabo-ração de material básico de orien-tação ao Movimento Espírita.

A referida Comissão é integra-da por: Clodoaldo Leite e Maríliade Castro (SP); José Raimundo de

Divaldo falando aos membros do CFN (ao lado Raul Teixeira)

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Lima (PB); Francisco Ferraz Batis-ta (PR); Hélio Ribeiro Loureiro(RJ); Myriam Nydes Monteiro daRocha (TO); Jorge Pedreira deCerqueira (RJ); Nazareno Feitosa(DF); Norberto Pásqua, RubensDusi e José Carlos da Silva Silveira(FEB).

Nota de Esclarecimento Com base em relato e proposta

apresentados pela Federação Espí-rita do Estado da Bahia, o CFNaprovou uma “Nota de Esclare-cimento” a propósito de algunspronunciamentos divulgados namídia falada e escrita, tendentes adeturpar a natureza da DoutrinaEspírita no tocante à utilização desacramentos e rituais. (Nota pu-blicada em Reformador de dezem-bro de 2005, p. 10.)

Esclarecimentos sobre Aborto O Presidente prestou esclareci-

mentos sobre as ações da FEB,com apoio da Associação Médi-co-Espírita e da Associação Brasi-leira dos Magistrados Espíritas,

divulgando os opúsculos A Vidacontra o Aborto e O Direito à Vidano Ordenamento Jurídico Brasilei-ro, publicados, respectivamente,pelas citadas Entidades Especia-lizadas. Estes textos foram entre-gues em audiências com minis-tros do Supremo Tribunal Federal(STF), Superior Tribunal de Jus-tiça (STJ), Procuradoria Geral daRepública, Presidente do Senadoe encaminhados a parlamentaresfederais e a cerca de 20 mil magis-trados do País. Em decorrên-cia desta ação, foi constituída aFrente Parlamentar Em Defesada Vida Contra o Aborto. (Refor-mador de julho de 2005 publi-cou Suplemento Especial sobre oAborto.)

Próxima ReuniãoSerá realizada nos dias 10, 11 e

12 de novembro de 2006.

Participação Especial

No período da Reunião doCFN, houve a presença e partici-

pação, em vários momentos, dosconfrades José Raul Teixeira eDivaldo Pereira Franco.

José Raul TeixeiraPsicografou mensagens dos

Espíritos Camilo, Joaquim Olym-pio de Paula e José Furtado Be-lém. Na noite de sexta-feira (dia11), proferiu palestra no auditó-rio do Colégio Militar de Brasí-lia.

Divaldo Pereira Franco Falou aos membros do CFN,

ao final dos trabalhos do dia 12,respondendo a perguntas quelhe fizeram. Na manhã do dia 13durante a prece de encerramentoda Reunião do CFN, recebeu porvia psicofônica a mensagem doDr. Bezerra de Menezes, inti-tulada “O Sal da Terra” (publica-da em Reformador de dezem-bro/2005, p. 8-9). Na tarde dedomingo (dia 13) proferiu pales-tra no Teatro Pedro Calmon, doQuartel General do Exército, emBrasília.

Apresentação do Coral da FEB no Colégio Militar de Brasília

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falam aos brasiliensesDivaldo e Raul

No alto: Palestra de Divaldo Pereira Franco e público no Auditório Pedro CalmonAbaixo: Palestra de Raul Teixeira no Colégio Militar de Brasília

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Espírito Santo: Capacitação de Dirigentes A Federação Espírita do Estado do Espírito Santo es-tendeu para todo o Estado o Curso de CapacitaçãoAdministrativa para Dirigentes de Casas Espíritas. Nomodelo aplicado, o curso é composto de 6 aulas pre-senciais, além do necessário estudo por 4 horas sema-nais para cada participante, e tem por objetivo pro-piciar o desenvolvimento de competências do Diri-gente de Casa Espírita para melhorar a qualidade doseu desempenho. Cerca de 90 Dirigentes estão en-volvidos nesse projeto.

Rio de Janeiro: Núcleos UniversitáriosA União das Sociedades Espíritas do Estado do Rio deJaneiro (USEERJ), através de sua Área de Relações Ex-ternas, está trabalhando com o NEU/RJ – Núcleos Es-píritas Universitários do Estado do Rio de Janeiro –,objetivando unificar este segmento, que estava forado Movimento Espírita federativo estadual. Os NEUsfuncionam em cerca de 15 grupos ligados a Univer-sidades públicas e privadas daquele Estado.

Colômbia: Congresso EspíritaRealiza-se em Neiva, Huila, no período de 12 a 15 deabril de 2006, o XI Congresso Espírita Colombiano,com o tema central: Atualidade da Doutrina Espíritano mundo contemporâneo. O evento é promovido pelaFederación Espírita del Surcolombiano, com o apoioda Confederación Espírita Colombiana. Informações:www.geocities.com./fedesur; e-mail: [email protected]

São Paulo: Encontro de lideranças espíritas Ocorreu na capital paulista, na FATEC (Avenida Tira-dentes, 615 – Bom Retiro – São Paulo), em fins de ou-tubro, o Encontro Espírita “Quem somos, para ondevamos?”, que reuniu cerca de 200 participantes dasInstituições: Aliança Espírita Evangélica, FederaçãoEspírita do Estado de São Paulo e União das So-ciedades Espíritas Regional São Paulo. O evento tevecomo objetivo trocar experiências e criar ações futu-

ras que possibilitem o fortalecimento do MovimentoEspírita.

Paraná: Eventos espíritas A Federação Espírita do Paraná, além de outras ativi-dades, realizou dois eventos nos meses de novembro edezembro de 2005:

l. Promovido pelo seu Centro de Estudos e Pesqui-sas Espíritas (CEPE), o treinamento intitulado O ensi-namento de Jesus e o trabalho espírita, nos dias 16 e 17de novembro, coordenado por Shou Wen Alegretti,Diretora do Departamento de Orientação ao ServiçoAssistencial Espírita da FEP;

2. O Seminário No rumo da sublime estrela, comRaul Teixeira, em 11 de dezembro, no Paraná Clube –Curitiba.

Paraguai: Reunião do CEIO Conselho Espírita Internacional realizará em As-sunção, no período de 21 a 23 de abril próximo, sua11a Reunião Ordinária. Na mesma época será pro-movida a Semana Espírita do Paraguai, com o temacentral Família, Vida e Paz. O tribuno espírita DivaldoPereira Franco participará dos dois eventos. Infor-mações com a Federação Espírita do Paraguai pelocorreio eletrônico [email protected]

Defesa da Vida O Centro de Defesa da Vida (CDV), entidade de pre-venção ao suicídio, está com duas novas linhas paraatender ao público. São elas – (11) 9979-2520 e (19)9720-1937. Muito em breve, a Instituição – que contacom a participação de muitos espíritas – também irápôr em funcionamento um outro número – (61)9938-2628, em Brasília.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de1 milhão de pessoas cometem suicídio a cada ano nomundo. Assim, desde que deu início à sua atividade,em 1978, o CDV tem ajudado a diminuir significati-vamente essa triste estatística, sobretudo na capitalpaulista e em Campinas (SP).

Seara Espírita

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