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Reforma do Código de Processo Penal – PLS 156/2009
Propostas da Associação dos Magistrados Brasileiros
É com honra e alegria que a Associação dos Magistrados
Brasileiros apresenta aos nobres senadores, as reflexões e propostas da
Magistratura Nacional para o Projeto do Novo Código de Processo Penal – PLS
156/2009.
Logo que convocada a contribuir, a AMB constituiu Comissão para
sistematizar o pensamento dos associados acerca do ordenamento processual penal
a ser renovado.
Este trabalho é fruto de sugestões dos magistrados associados à
AMB, ao longo dos últimos meses, e, sistematizado por Comissão composta pelos
seguintes magistrados: Luiz Gustavo Grandinetti Castanho de Carvalho, juiz de
direito do Estado do Rio de Janeiro; Nereu José Giacomolli, desembargador do
Estado do Rio Grande do Sul; Daniel Ribeiro Surdi de Avelar, juiz de direito do
Estado do Paraná; e Paulo Augusto Oliveira Irion, juiz de direito do Estado do Rio
Grande do Sul.
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SUGESTÕES AO PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 156/2009.
EMENDA ADITIVA:
Acrescenta o direito de audiência ao réu preso.
Art. 3º Todo processo penal realizar-se-á sob o contraditório e a ampla defesa,
garantida a efetiva manifestação do defensor técnico e o direito de audiência do
preso, em todas as suas fases procedimentais.
Justificativa: segundo a Convenção Americana de Direitos do Homem, ratificada
pelo Brasil, toda pessoa detida será imediatamente conduzida perante um juiz. O
objetivo é ser ouvida por um magistrado. Na sistemática procedimental proposta,
o réu, mesmo preso, somente será ouvido pelo juiz no final do processo. Por isso,
se faz necessário garantir seu direito de audiência, de ser ouvido sempre que assim
se manifestar.
Art. 7º A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, ressalvada a validade dos
atos realizados sob a vigência da lei anterior.
§ 1º As disposições de leis e de regras de organização judiciária que inovarem
sobre procedimentos e ritos, bem como as que importarem modificação de
competência, não se aplicam aos processos cuja instrução tenha sido iniciada.
EMENDA MODIFICATIVA E ADITIVA:
§ 1º As disposições de leis e de regras de organização judiciária que inovarem
sobre procedimentos e ritos, não se aplicam aos processos cuja instrução tenha
sido iniciada.
Justificativa: em razão do princípio do juiz natural, a lei que fixa a competência é
a existente no momento da prática da infração criminal, sendo irrelevantes as
modificações posteriores.
§ 2º Aos recursos aplicar-se-ão as normas processuais vigentes na data da decisão
impugnada.
PROPOSTA ADITIVA:
§ 2º Aos recursos aplicar-se-ão as normas processuais vigentes na data da
publicação da decisão impugnada.
Justificativa: a decisão existe para o mundo jurídico quando for publicada, isto é,
quando as partes e demais interessados puderem ter ciência da sua existência e do
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seu teor. A decisão é prolatada, publicada e publicizada formalmente (intimação
do acusado e partes). Ela se torna pública no momento em que é entregue em
cartório, na secretaria, ao escrivão, passando a receber incidência da lei
(contagem de prazo para recurso, formas de cientificação das partes, por
exemplo). O magistrado poderá proferir uma decisão em determinada data e
entregá-la, posteriormente, na secretaria. Estabelecendo-se a aplicação da lei do
momento da publicação da sentença, evitar-se-ão discussões acerca de qual lei
incidirá: a vigente na data da prolação da decisão ou na data da sua publicação.
PROPOSTA ADITIVA:
Acrescentar o § 3º ao art. 7º.
§ 3º as leis mistas, que contiverem disposições penais e processuais penais não
retroagirão, salvo quando benéficas ao acusado.
Justificativa: em razão das constantes alterações na legislação brasileira, bem
como das divergências doutrinárias e jurisprudenciais, justifica-se uma disposição
de direito intertemporal acerca da aplicação das normas mistas, de conteúdo de
direito material e instrumental. Tais normas possuem também conteúdo de direito
material, e este, nos termos do artigo 5º, XL, da CF, há de preponderar, em
benefício do imputado. Com isso se evita a criação de uma terceira regra para o
caso.
PROPOSTA ADITIVA:
Art. 11 É garantido ao investigado e ao seu defensor acesso a todo material já
produzido na investigação criminal, salvo no que concerne, estritamente, às
diligências em andamento.
Art. 11 É garantido ao investigado e ao seu defensor acesso a todo material já
produzido na investigação criminal, salvo no concernente às medidas cautelares
em andamento.
Justificativa: a proposta retira a expressão “diligências em andamento”, por não
ter consistência técnica e a substitui por “medidas cautelares em andamento”.
Nestas, sim, com a ciência do investigado ou de seu defensor poderá frustrar a sua
realização.
Art. 14. O juiz de garantias é responsável pelo controle da legalidade da
investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia
tenha sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário, competindo-lhe,
especialmente:
....
IV – ser informado sobre a abertura de qualquer inquérito policial;
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PROPOSTA ADITIVA:
Art. 14.
IV – ser informado sobre a abertura de qualquer investigação criminal;
Justificativa: a investigação criminal pela sistemática existente não se restringe à
investigação policial. As autoridades administrativas, as CPIs e o próprio
Ministério Público investigam fatos criminais, justificando-se o acréscimo da
expressão “investigação criminal à expressão restritiva “inquérito policial”.
Ademais, há necessidade de harmonização técnica com a previsão do caput do art.
14.
EMENTA SUPRESSIVA: suprimir o inciso XIV do CPP, pois o arquivamento
do inquérito policial, pelas propostas, é feito diretamente pelo Ministério Público.
PROPOSTA MODIFICATIVA:
Art. 14.
Parágrafo único. Estando o investigado preso, o juiz das garantias poderá,
mediante representação do delegado de polícia e ouvido o Ministério Público,
prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até 10 (dez) dias, após o que,
se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será revogada
automaticamente.
Parágrafo único. Estando o investigado preso, o juiz das garantias poderá,
mediante representação do delegado de polícia e ouvido o Ministério Público,
prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até 10 (dez) dias, após o que,
se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente
relaxada.
Justificativa: a prisão processual poderá ser revogada ou relaxada. São situações
distintas. A revogação ocorre quando não mais subsistem os requisitos e
pressupostos da prisão preventiva e o relaxamento se dá quando a prisão é ilegal.
Embora o efeito das duas situações seja idêntico, ou seja, a soltura do detido, a
doutrina e a Constituição Federal estabelecem diferenças, podendo haver
coerência com a linguagem constitucional que refere que a “prisão ilegal será
imediatamente relaxada” (art. 5º, LXV, CF). Quando houver excesso de prazo a
prisão se torna ilegal e será relaxada e não revogada.
EMENDA MODIFICATIVA: Alteração do artigo 15 parágrafo 3º, mudança de “juntados” para “apensados”.
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Justificativa: Trata-se de correção técnica.
PROPOSTA ADITIVA:
Excepcionar situações peculiares.
§1º Nos casos das polícias civis dos Estados e do Distrito Federal, o delegado de
polícia poderá, no curso da investigação, ordenar a realização de diligências em
outra circunscrição policial, independentemente de requisição ou precatória,
comunicando-as previamente à autoridade local, podendo proceder a referida
comunicação, posteriormente, de forma fundamentada, em situações excepcionais.
Justificativa: há situações diferenciadas, em várias partes do território nacional, as
quais dificultam a comunicação imediata e prévia, o que poderá inviabilizar a
investigação. Por exemplo, nas hipóteses em que há envolvimento de policiais e
de outros servidores públicos na prática de delitos, essa prévia comunicação
poderá levar ao fracasso das investigações. Também, há casos em que a diligência
é imediata e não poderá aguardar a comunicação prévia. Por isso, há casos em que
a comunicação posterior se justifica.
Art. 22. O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação,
não poderá sem ela ser iniciado, sem prejuízo da possibilidade de prisão em
flagrante delito.
PROPOSTA ADITIVA:
Parágrafo único. Nos casos de prisão em flagrante delito, não havendo
representação no prazo de cinco dias, o flagrado será imediatamente solto e o
inquérito arquivado.
Justificativa: acréscimo de um parágrafo ao artigo 22, na medida em que poderá
ser lavrado o auto de prisão em flagrante de um crime processável por ação penal
pública condicionada, sem que a vítima ou outros legitimados estejam presentes
para efetuar a representação. A redação do parecer da Comissão Temporária do
Senado Federal permite que o auto de prisão em flagrante seja homologado e o
flagrado continue preso enquanto se desenvolvem as investigações (o caput diz
que não pode iniciar a investigação sem representação), sem que tenha sido
efetivada a representação, motivo por que se faz mister estabelecer um prazo para
que ocorra a representação. Um prazo razoável é de cinco dias.
Art. 25. Incumbirá ao delegado de polícia:
V. cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias.
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PROPOSTA ADITIVA:
V. cumprir os mandados de prisão e os de busca e apreensão expedidos pelas
autoridades judiciárias.
Justificativa: não há qualquer referência ao cumprimento de mandados de busca e
apreensão pela autoridade policial, podendo integrar o inciso V, sem nenhum
problema. Trata-se de atividade típica e importante da atividade policial. Sua não
inclusão poderia gerar discussão acerca de ser competente ou não para cumprir os
esses mandados. O cidadão deve saber previamente quem o CPP autoriza que
ingresse em sua residência em cumprimento a mandados de busca e apreensão.
Art. 25.
PROPOSTA DE EMENDA ADITIVA: Acrescentar um inciso.
X - Obter dados cadastrais sobre o investigado, constantes em bancos de dados
públicos ou privados, quando necessários à investigação.
Justificativa: é de ser permitido à autoridade policial à obtenção de informações e
dados cadastrais em bancos de dados públicos e privados, sem necessidade de
autorização judicial.
Art. 26. A vítima, ou seu representante legal, e o investigado poderão requerer ao
delegado de polícia a realização de qualquer diligência, que será efetuada, quando
reconhecida a sua necessidade.
§1º Se indeferido o requerimento de que trata o caput deste artigo, o interessado
poderá representar à autoridade policial superior ou ao Ministério Público.
§2º O delegado de polícia comunicará a vítima dos atos relativos à prisão, soltura
do investigado e conclusão do inquérito.
EMENDAS ADITIVAS:
§ 2º O delegado de polícia comunicará a vítima dos atos relativos à prisão, soltura
do investigado e conclusão do inquérito, quando esta tenha, previamente,
manifestado este interesse.
Justificativa: a cientificação da vítima não pode ser ato obrigatório, pois nem
sempre esta possui interesse em ser intimada do que irá acontecer com o
investigado e com o próprio inquérito policial. Em alguns delitos isso se
justificaria, como ocorre na violência doméstica e na violência sexual, mas não em
todas as espécies de infrações criminais. A precária estrutura das delegacias de
polícia, inclusive com carência de material humano, dificultaria a comunicação
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das vítimas, mormente em circunscrições que abarcam parcela importante do
território e nas grandes circunscrições policiais.
Art. 30. Reunidos elementos suficientes que apontem para a autoria da infração
penal, o delegado de polícia cientificará o investigado, atribuindo-lhe,
fundamentadamente, a condição jurídica de “indiciado”, respeitadas todas as
garantias constitucionais e legais.
§2º O delegado de polícia deverá colher informações sobre os antecedentes, a
conduta social e a condição econômica do indiciado, assim como acerca das
consequências do crime.
PROPOSTA ADITIVA:
§2º O delegado de polícia deverá colher informações sobre os antecedentes, a
conduta social e a condição econômica do indiciado, assim como acerca das
circunstâncias e consequências do crime.
Justificativa: a apuração de todas as circunstâncias da infração penal permitirá a
objetivação e otimização da delimitação da denúncia, evitando a tramitação de
processo por um delito mais gravoso e, ao final, sua desclassificação para um
menos grave, com necessidade de ser proposta a suspensão condicional do
processo, o que poderia ser feito já no início do processamento, evitando-se
inúmeras decisões judiciais, a prática de atos judiciais pelas serventias e a
realização de audiência.
EMENDA MODIFICATIVA E SUPRESSIVA:
Art. 31. O inquérito policial deve ser concluído no prazo de um ano, prorrogável
por mais um ano, estando o investigado solto.
PARÁGRAFO ÚNICO. Exaurido o prazo de prorrogação deverá ser oferecida a
denúncia ou arquivado o procedimento, salvo se a investigação depender de
investigação internacional.
SUPRIMIR O § 2º.
Justificativa: é necessário dar eficácia à razoabilidade da duração do
procedimento, com o estabelecimento de limites temporais à investigação,
evitando-se a pendência de inquéritos não concluídos nas delegacias de polícia,
atravancando a investigação de outras infrações criminais e burocratizando o labor
policial.
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EMENDA ADITIVA:
§3º Se o investigado estiver preso, o inquérito policial deve ser concluído no prazo
de 15 (quinze) dias, prorrogáveis por igual período, aplicando-se, o disposto no
caput, uma vez solto o investigado.
Justificativa: também há necessidade de ser estabelecido um limite para conclusão
de inquérito de réu preso, bem como de sua prisão, conforme previsão no § 4º
deste artigo. A inclusão da prorrogação por igual período, no § 3º, limita também
a prorrogação da prisão pelo juiz de garantias, por 15 dias, pois este está
autorizado a prorrogar a prisão do investigado. Com isso, a prisão do investigado,
sem a conclusão das investigações perduraria por 40 dias, no máximo (15 + 15 +
art. 14, único - 10).
Art. 34 Ao receber os autos do inquérito, o Ministério Público poderá:
IV – requerer o arquivamento da investigação.
EMENDA ADITIVA:
IV - promover o arquivamento da investigação
Justificativa: considerando que uma das propostas da AMB é manter o
arquivamento do inquérito policial no âmbito do Ministério Público, este não
requer o arquivamento, mas o promove.
Art. 37. O órgão do Ministério Público poderá requerer o arquivamento do
inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, seja por insuficiência de
elementos de convicção ou por outras razões de direito, seja, ainda, com
fundamento na provável superveniência de prescrição que torne inviável a
aplicação da lei penal no caso concreto, tendo em vista as circunstâncias objetivas
e subjetivas que orientarão a fixação da pena
Parágrafo único. O juiz das garantias, no caso de considerar improcedentes as
razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao
procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério
Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então
estará o juiz obrigado a atender.
EMENDA MODIFICATIVA:
Art. 37. O órgão do Ministério Público poderá requerer o arquivamento do
inquérito policial o de quaisquer peças de informação, seja por insuficiência de
elementos de convicção, por ausência de justa causa e das demais condições da
ação ou por outras razões de direito, seja, ainda, com fundamento na provável
superveniência de prescrição que torne inviável a aplicação da lei penal no caso
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concreto, tendo em vista as circunstâncias objetivas e subjetivas que orientarão a
fixação da pena.
Justificativa: Harmonizar o tratamento da justa causa, uma vez que só há menção
dela, no substitutivo, quando se trata da extinção do processo sem resolução do
mérito.
Art. 38. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos
informativos da mesma natureza, o Ministério Público comunicará a vítima, o
investigado, a autoridade policial e a instância de revisão do próprio órgão
ministerial, na forma da lei.
§ 1º Se a vítima, o seu representante legal, não concordarem com o arquivamento
do inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da
comunicação, submeter a matéria à revisão da instância pelo Conselho Superior
do Ministério Público, conforme dispuser a respectiva lei orgânica.
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União,
Estados, Distrito Federal e Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito
policial poderá ser provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua
representação judicial.
Justificativa: a proposta original foi modificada em razão da EMENDA 1 do
Senador Demóstenes Torres, a qual retirou do Ministério Público a função de
arquivar o inquérito policial, possibilitando o seu controle pelo juiz de direito
quem, não concordando com o pedido de arquivamento, encaminharia o
expediente ao Procurador-Geral. Ao aproximar o processo penal do modelo
acusatório, o oferecimento de denúncia ou seu arquivamento são funções do
Ministério Público. A nova redação dada pela Comissão Temporária do Senado
Federal outorga poderes recursais ao juiz de direito que não concordar com o
pedido de arquivamento, distanciando-se do modelo acusatório. Ademais, a
modificação operada retira o controle colegiado do arquivamento do inquérito
policial e o destina unicamente ao Procurador-Geral. Por isso, a redação original
se aproxima do modelo acusatório e mantém a maior transparência dos
arquivamentos, com o princípio da colegialidade.
OBS: uma vez acolhida, também modifica a redação do inciso IV do art. 34,
devendo constar: O Ministério Público, ao receber os autos do inquérito policial,
poderá: ....IV – determinar o arquivamento. (e não requerer o arquivamento).
EMENDA SUBSTITUTIVA:
Artigo 51- Substituir a redação do artigo para: Art. 51. Ao juiz incumbirá zelar
pela legalidade do processo e manter a ordem no curso dos respectivos atos.
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Justificativa: em um processo penal acusatório a incumbência precípua do Juiz é
zelar pela legalidade do processo, pois cumpre a ele examinar e admitir as provas
somente quando elas forem obtidas por meios lícitos, devendo não admitir àquelas
obtidas por meios ilícitos. Destarte, considera-se que sua incumbência transpõe o
de zelar pela regularidade do processo, mas sim deve ser o guardião da legalidade
do processo.
EMENDA SUBSTITUTIVA:
Artigo 52 - Substituir a redação do artigo para: “Art. 52. O juiz não poderá exercer
jurisdição no processo em que”:
Justificativa: entende-se necessária a retirada da expressão “não poderá”, com a
colocação “estará impedido. Considera-se, aqui, que em matéria de hipóteses que
afetam a imparcialidade do Juiz e, de conseguinte, o afastam do processo, temos a
incompatibilidade, a suspeição e o impedimento. No caso em exame, todas estas
hipóteses, segundo a doutrina abalizada, tratam-se de hipóteses de impedimento
do Juiz, razão da expressa utilização do termo impedido.
EMENDA SUBSTITUTIVA:
Artigo 53 - Substituir a redação do artigo para: “Art. 53. Nos juízos colegiados,
estarão impedidos de atuar no mesmo processo os juízes que forem entre si
cônjuges, companheiros ou parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou
colateral até o terceiro grau, inclusive.
Justificativa: considera-se necessária a retirada da expressão “não poderão servir”,
com a colocação “estarão impedidos de atuar”. Entende-se que em matéria de
hipóteses que afetam a imparcialidade do Juiz e, de conseguinte, o afastam do
processo, temos a incompatibilidade, a suspeição e o impedimento. No caso em
exame, todas estas hipóteses, segundo a doutrina abalizada, tratam-se de hipóteses
de impedimento do Juiz, razão da expressa utilização do termo impedido.
EMENDA SUBSTITUTIVA:
Artigo 54, inciso II - Substituir a redação do artigo 54, inciso II, para: “– se ele,
seu cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou irmão, estiver respondendo
a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;
Justificativa: inclusão do irmão no rol dos parentes. A inclusão do irmão no rol
dos parentes é impositiva, uma vez que se deve equipará-lo aos demais parentes
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arrolados (cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente) para efeitos de
tornar o juiz suspeito para atuar na causa, já que afetada também a imparcialidade.
EMENDA SUBSTITUTIVA:
Artigo 54, § único - Substituir a redação do artigo 54, § único, para: “ Parágrafo
único. O juiz, a qualquer tempo, poderá afirmar a sua suspeição por quaisquer
razões de foro íntimo.”
Justificativa: o assunto já se encontrava superado pela súmula n. do STF que
decidiu que o Juiz que se declara suspeito, por razão de foro íntimo, não mais
precisava justificar tal fato aos órgão correcionais da Magistratura. Em verdade,
não há razões de cunho processual para a justificação, uma vez que o Juiz, após
declarar-se suspeito, não tem mais como voltar a atuar no processo, pois segundo
seu entendimento está despido da imparcialidade, condição inafastável para atual
em um processo penal acusatório.
EMENDA SUBSTITUTIVA E SUPRESSIVA:
Artigo 63, § 1º e supressão do § 3º deste mesmo artigo - Substituir a redação do
artigo 63, § 1º, para: “§1º No caso de flagrante delito, se, por qualquer motivo, não
se puder contar com a assistência de advogado ou defensor público no local, o
auto de prisão em flagrante será lavrado e encaminhado ao juiz das garantias sem
o interrogatório do conduzido, aguardando o delegado de polícia o momento mais
adequado para realizá-lo”.
Justificativa: é imperiosa a retirada da ressalva final que possibilita a realização do
interrogatório do flagrado quando ele, sem ter defensor, manifestar livremente sua
vontade de ser ouvido. Ocorre que a todos os presos, entre os quais o preso em
flagrante, é assegurado constitucionalmente a assistência de advogado (art. 5º,
inciso LXIII), independente de sua condição econômica e de ter ou não advogado
constituído, sendo que também é assegurado constitucionalmente a assistência
jurídica integral aos necessitados (art. 5º, inc LXXIV, da CF), não se podendo
compactuar com o asseguramento da assistência de advogado, quando das
declarações prestadas pelo preso em flagrante, somente àqueles que possuem
condições financeiras de ter um advogado constituído. Com isto, impõe-se a
supressão do § 3º deste mesmo artigo, pois o mesmo referia-se exclusivamente a
ressalva que se opina seja suprimida.
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EMENDA MODIFICATIVA:
Artigo 66, §§ 2º e 3º - §2º “na segunda parte será perguntado sobre o(s) fato(s) que
lhe é(são) imputado(s), possibilitando-lhe que, caso não exerça o direito ao
silêncio, faça sua autodefesa, narrando sua versão”.
Justificativa: necessária severa modificação para consagrar que o ato de
interrogatório é mecanismo de defesa. É cediço que o ato de interrogatório, no
sistema processual acusatório, é mecanismo de defesa, e não meio de prova. Não
sendo meio de prova, ao invés de ser dirigidas perguntas ao réu, o ideal é
franquear-lhe a palavra para que efetue sua defesa, caso não opte por exercer o
direito constitucional de permanecer em silêncio. Destarte, entende-se que neste
momento processual seja possibilitado ao acusado trazer sua versão sobre o fato
que lhe é imputado, realizando, assim, sua autodefesa, narrando e detalhando tudo
o que considere relevante à sua defesa.
§3º Ao final, a autoridade poderá formular perguntas.
Justificativa: ficará a critério da autoridade, após o réu efetuar a sua autodefesa,
formular perguntas para esclarecimentos sobre o fato, lembrando que será
facultado ao investigado respondê-las, já que tem o direito de permanecer em
silêncio.
EMENDA SUBSTITUTIVA:
Artigo 67, § único - Substituir a redação do artigo 67, § único, para: “Se o
interrogatório tiver sido gravado ou filmado, na forma do §1º do art. 29, o
interrogando ou seu defensor poderão obter cópia do material produzido”.
Justificativa: com a cópia do material produzido eletronicamente, que estará
devidamente armazenado, torna-se absolutamente desnecessária a transcrição do
áudio, o que acarretaria demanda de pessoal e tempo por parte das Delegacias de
Polícia, sem qualquer utilidade, já que tanto o interrogando como seu defensor
terão o conteúdo do interrogatório na cópia fornecida.
EMENDA SUBSTITUTIVA:
Artigo 71 - Substituir a redação do artigo 71: “Primeiramente será oportunizado
ao réu externar sua versão sobre os fatos, efetivando, desta forma, sua autodefesa,
Após, será concedida a palavra primeiro ao Ministério Público, depois a defesa”.
Justificativa: propõe-se a possibilidade de o réu narrar sua versão, fazendo sua
defesa pessoal, antes de ser perguntado pelas partes e pelo Juiz sobre pontos não
esclarecidos. É cediço que o ato de interrogatório, no sistema processual
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acusatório, é mecanismo de defesa, e não meio de prova. Não sendo meio de
prova, ao invés de ser dirigidas perguntas ao réu, o ideal é franquear-lhe a palavra
para que ele efetue sua defesa, caso não opte por exercer o direito constitucional
de permanecer em silêncio. Destarte, entende-se que neste momento processual
seja possibilitado ao acusado trazer sua versão sobre o fato que lhe é imputado,
realizando, assim, sua autodefesa, narrando e detalhando tudo o que considere
relevante à sua defesa. Propõe-se a possibilidade de o réu narrar sua versão,
fazendo sua defesa pessoal, antes de ser perguntado pelas partes e pelo Juiz sobre
pontos não esclarecidos.
EMENDA SUPRESSIVA:
Exclusões dos artigos 78 a 81, que tratam da parte Civil, e a renumeração dos
artigos.
Justificativa: no âmbito do processo penal, há sujeitos processuais com interesses
específicos: o Ministério Público pretendendo a condenação do acusado e a defesa
a preservação de seu estado de inocência. Toda a situação processual, que é
dinâmica, inclusive com a produção de prova, se estabelece com essas
perspectivas. Está em jogo o direito de liberdade. Nada impede que a vítima se
habilite como assistente de acusação, nos termos dos arts. 74 a 77 do projeto. Já é
uma carga a mais no pólo acusador.
O projeto, além disso, nos arts. 78 a 81 vai além e trasborda dos objetivos e das
finalidades do processo penal, mesclando interesses de natureza criminal com
indenizatória, sem que o arbitramento do dano moral evite a ação cível. Estaremos
criando um monstro de duas cabeças, um processo com possibilidade de produção
de provas com duas finalidades. Isso contribuirá com a demora dos processos,
inclusive com o aumento dos recursos e dos incidentes.
A perspectiva probatória, desde a propositura dos meios de prova, até sua
avaliação, é diferenciada quando se tem por mira o processo penal ou a
indenização. No processo penal, o interesse da acusação é punir o acusado,
condená-lo a uma sanção criminal e o da defesa é a manutenção do status
libertatis, o retorno a este (casos de prisão cautelar) ou diminuir a potencialidade
do ius puniendi. Cabe à acusação quebrar o estado de inocência e demonstrar o
afastamento do mínimo censurável. O objetivo da prova e a carga desta, na esfera
da indenização, o que pretenderá a parte civil, tem outra dimensão e, uma vez
admitida no processo penal, desvirtuará as regras probatórias criminais, diante dos
danos do ofendido.
A admissibilidade da parte civil incrementara o pólo acusador, em detrimento do
pólo defensivo, desequilibrando o processo penal. É mais um entrave à resposta
jurisdicional num prazo razoável.
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EMENDA SUBSTITUTIVA:
Artigo 88, incisos VII e XII - Substituir a redação do artigo 88, inciso VII, para:
VII – ser orientada quanto ao exercício oportuno do direito de representação, de
ação penal subsidiária da pública, de ação civil por danos materiais e morais e da
composição dos danos civis para efeito de extinção da punibilidade, nos casos
previstos em lei;
Substituir a redação do artigo 88, inciso XII, para: XII – intervir no processo penal
como assistente do Ministério Público.
Justificativa: retira-se destes dois incisos, dentre o rol dos direitos das vítimas, as
referência atinentes a parte civil na ação penal, já que a comissão opina pela
exclusão do capítulo da parte civil.
EMENDA MODIFICATIVA:
Artigo 106, § 2º
Justificativa: Há erro de remissão ao art. 378, quando deveria ser ao 377.
EMENDA MODIFICATIVA:
Artigo 110, III: modificar a redação para “...no concurso entre a justiça comum e a
eleitoral prevalecerá a desta”
Justificativa: pacificar a divergência jurisprudencial sobre o tema, indicando a
prevalência da justiça especial.
EMENDA ADITIVA:
Artigo 110: acrescentar o inciso IV: “no concurso entre a justiça estadual e federal
haverá separação dos processos”.
Justificativa: a separação se mostra a única solução possível para o concurso das
jurisdições estadual e federal porque um Código de Processo, por ser lei
infraconstitucional, não poderia dilargar a competência estabelecida pelo artigo
109 da Constituição, bem como não poderia suprimir a competência da justiça
federal definida pelo mesmo dispositivo constitucional.
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EMENDA MODIFICATIVA:
Modificar o final do art. 119 para: “...e as razões nas quais se demonstre o risco
concreto do não cumprimento das obrigações que o País assumiu com a
comunidade internacional”.
Justificativa: adequar os requisitos da inicial do incidente de deslocamento de
competência à jurisprudência do STJ, que exige a especificação do risco concreto
de descumprimento das obrigações internacionais do País.
EMENDA ADITIVA:
Quanto aos conflitos de competência repetitivos, devem-se inserir dois parágrafos
no artigo 125:
“Quando houver multiplicidade de conflitos com fundamento em questão de
direito referente à competência em razão da natureza da infração, o relator deverá
remeter os autos ao Presidente do Órgão Especial ou Tribunal Pleno, que
determinará a suspensão de todos os incidentes idênticos”.
“Processando o conflito no Órgão Especial ou Tribunal Pleno, com designação de
relator e vista ao Ministério Público, será designado dia para julgamento, e a
decisão será estendida a todos os incidentes em que se discuta a mesma questão,
no âmbito do mesmo Tribunal”.
Justificativa: Dar tratamento mais célere e uniforme aos conflitos de competência
referentes às questões de direito idênticas.
EMENDA ADITIVA:
Art. 176. As perguntas serão formuladas, primeiramente, pelas partes diretamente
à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não
tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida.
§1º Após, sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a
inquirição.
§2º Se das respostas dadas ao juiz resultarem novos fatos ou circunstâncias, às
partes será facultado fazer reperguntas, limitadas àquelas matérias.
Justificativa: a nova redação evita as divergências doutrinárias e jurisprudenciais
que se instalaram no que tange ao atual artigo 212 do CPP. A 5ª Turma do STJ
passou a anular os processos quando o juiz pergunta antes das partes, situação
diferente da 6ª Turma, que entende pela nulidade relativa e ora pela ausência de
nulidade. Entre os magistrados, também, impera controvérsia: uns entendendo que
podem perguntar antes das partes e outros não. Por isso, a inclusão da expressão
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“primeiramente”, no caput do artigo 176 e „Após”, no início do parágrafo
primeiro, elimina a discussão e evita decisões em sentidos opostos.
Art. 190. O depoimento será gravado em meio eletrônico ou magnético, cuja
transcrição e mídia passarão a fazer parte integrante do processo.
EMENDA ADITIVA:
Será acrescido ao art. 181 o seguinte parágrafo único:
Parágrafo único. A desistência ou substituição da testemunha competirá
exclusivamente à parte que a arrolou.
Justificativa: A inclusão do parágrafo único acaba com o dilema quanto às
testemunhas serem das partes ou do processo. O entendimento de que as
testemunhas arroladas são das partes e não do processo guarda maior sintonia com
o sistema acusatório e respectivos ônus probatórios.
EMENDA ADITIVA:
Precatória, artigo 185, deve-se inserir complemento ao § 1º:
“..., mas o prazo das alegações finais não será aberto sem o devido cumprimento”.
Justificativa: É incompatível com o princípio da ampla defesa que não se aguarde
o retorno de precatória para colheita de prova em outro juízo. Ou a prova é
desnecessária e deve ser indeferida, ou é necessária e o processo não pode ser
julgado sem ela.
EMENDA SUPRESSIVA: Suprimir a expressão “transcrição”, pois as propostas anteriores foram no sentido
de que não há necessidade de transcrição dos depoimentos.
Justificativa: vid. propostas de modificação e artigos 29, 67 e 179, § 1º do projeto.
Art. 192. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de pessoa,
proceder-se-á da seguinte forma:
I – a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a
pessoa que deva ser reconhecida;
II – a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada ao lado de outras
que com ela tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem tiver de fazer o
reconhecimento a apontá-la;
III – a autoridade providenciará para que a pessoa a ser reconhecida não veja
aquela chamada para fazer o reconhecimento;
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IV – do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito pelo
delegado de polícia, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e por
2 (duas) testemunhas presenciais;
V – no reconhecimento do acusado será observado o disposto no §4º do art. 271.
Parágrafo único. O disposto no inciso III deste artigo não terá aplicação na fase da
instrução criminal ou em plenário de julgamento.
EMENDA ADITIVA:
Art. 192.
I quem for realizar o reconhecimento será convidado a descrever a pessoa que
deva ser reconhecida, com indicação de todos os pormenores de que se recorda,
sendo-lhe perguntado se já a tinha visto antes e em que condições;
II. o ato será realizado com a participação de, no mínimo, 3 (três) pessoas além
daquela que se pretender o reconhecimento, que apresentem as maiores
semelhanças possíveis, inclusive de vestuário;
III. a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada ao lado de outras
que com ela tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem tiver de fazer o
reconhecimento a apontá-la, providenciando que seja feito o reconhecimento
seqüencial, sendo o suspeito e demais pessoas apresentadas separadamente, uma
de cada vez;
IV. a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será perguntada, em cada
apresentação, se reconhece ou não o presente, cuidando a autoridade para que não
haja indução ou qualquer circunstância que possa influir na credibilidade da
identificação;
V. a autoridade providenciará para que a pessoa a ser reconhecida não veja aquela
chamada para fazer o reconhecimento;
VI. sempre que possível o ato de reconhecimento será integralmente gravado em
meio eletrônico ou magnético e, em qualquer caso, lavrar-se-á auto
pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao
reconhecimento e por 2 (duas) testemunhas presenciais.
PARÁGRAFO ÚNICO: o reconhecimento acústico, táctil e por imagem
obedecerá o disposto nos incisos I e IV.
Justificativa: o reconhecimento de pessoas tem se convertido em um meio
probatório fundamental na maioria dos processos criminais (delitos contra o
patrimônio, contra a vida, contra a dignidade sexual), praticamente definindo o
destino do processo, influenciando na produção e valoração das demais provas. É
prática constante e rotineira na investigação criminal e também durante o
processamento. Por isso, o reconhecimento deve cercar-se de todas as garantias
possíveis.
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EMENDA ADITIVA:
A respeito da busca e apreensão domiciliar e abuso nas diligências deverá inserir,
no artigo 229: “..., que deverá ser cumprido, exclusivamente, pela Polícia
Judiciária ou pelo Oficial de Justiça, vedado, expressamente, que o ato seja
dirigido ou conduzido pelo Ministério Público, bem como seja acompanhado por
pessoas estranhas à causa ou à investigação, especialmente os órgãos de
comunicação social, sob pena de responsabilidade administrativa dos agentes e
funcionários públicos envolvidos”.
Justificativa: A quebra de uma garantia constitucional, como a inviolabilidade do
domicílio, para fins probatórios, não despe, seu titular, de fruir a garantia para
todos os demais efeitos, especialmente o da privacidade. Não é isso que o que se
tem visto ultimamente, com ingresso no domicílio objeto da medida de pessoas
absolutamente estranhas à diligência. Ademais, o ato de busca e apreensão tem
natureza judicial e a atividade jurisdicional é indelegável, somente podendo ser
executada por funcionários que atuam como longa manus do Juiz: a autoridade
policial judiciária e o oficial de justiça.
EMENDA MODIFICATIVA:
Art. 231: Substituir a redação do artigo para “As buscas domiciliares serão
executadas durante o dia, salvo se o morador consentir que se realizem em horário
diverso, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o
mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a
porta.”
Justificativa: A alteração impõe-se para que se observe o disposto na Constituição
Federal, no artigo 5º, inciso XI, que ao tratar do tema estabelece que as buscas
domiciliares, nestas condições, devam ser cumpridas durante o dia, não
estabelecendo o horário para que sejam cumpridas.
EMENDA MODIFICATIVA:
Art. 236. Substituir a redação do artigo para “Art. 236. O acesso a informações
sigilosas, para utilização como prova no processo penal, dependerá de ordem
judicial, devendo haver representação do delegado de polícia, ouvido, neste caso,
o Ministério Público ou de requerimento desta instituição, na fase de investigação,
ou requerimento de qualquer das partes, no curso do processo judicial, indicando”.
Justificativa: A alteração impõe-se para adequação terminológica, eis que em
outros pontos do projeto do Código de Processo Penal, com acerto, há a distinção
no sentido de que o requerimento deva ser formulado pelo Ministério Público, por
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este ser parte, enquanto a autoridade policial deve representar e não requerer, já
que não se trata de parte.
EMENDA MODIFICATIVA:
Art. 258. Substituir a redação do artigo para: “As informações obtidas por meio da
interceptação de comunicações telefônicas realizada sem a observância dos
procedimentos definidos no presente Capítulo não poderão, por serem
consideradas como obtidas de forma ilícita, ser utilizadas em nenhuma
investigação, processo ou procedimento, seja qual for sua natureza”.
Justificativa: sugere-se a inclusão, no texto legal, com o desiderato de enfatizar
que a causa da proibição da utilização das intervenções telefônicas realizadas sem
a observância dos procedimentos legais é de que elas foram obtidas de forma
ilícita.
EMENDA MODIFICATIVA:
Art. 260...
I...
II...
II...quando ausentes, em exame liminar, a justa causa, bem como quaisquer das
demais condições da ação ou de pressupostos processuais.
Justificativa: Harmonizar o tratamento da justa causa, uma vez que só há menção
dela, no substitutivo, quando se trata da extinção do processo sem resolução do
mérito.
Art. 261 – Substituir “1 (um) ano” por dois anos e “ 4 (quatro) anos” para 6 (seis)
anos.
IV – Substituir “mensalmente” para periodicamente.
§ 3º - Substituir “será” por poderá.
Justificativa: Adequar o patamar da suspensão condicional do processo ao
aumento do patamar das infrações de menor potencial ofensivo, de um para dois
anos, feita pela Lei nº 10.259/2001, que instituiu os juizados criminais federais.
Racionalizar o controle do cumprimento da suspensão, permitindo que a
periodicidade seja fixada no caso concreto. Retirar a imperatividade da revogação
da suspensão quando o réu vier a ser processado no curso do prazo.
EMENDA ADITIVA:
Uniformização de procedimentos. Nova redação do parágrafo 2º do artigo 264:
“aplica-se a todos os processos do procedimento comum, salvo o das
competências das justiças especiais e da competência originária dos tribunais”.
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Justificativa: A multiplicidade de ritos processuais é causa de nulidades, não se
justificando a inflação hoje existentes. Os procedimentos adotados no substitutivo
atendem a todas as necessidades específicas, devendo ser estendido a todas as leis
extravagantes.
EMENDA SUPRESSIVA:
Suprimir os §§ 2º e 3º, transformando o § 1º em único.
Justificativa: os parágrafos segundo e terceiro contemplam regras de
admissibilidade da prova ilícita derivada, com origem nas decisões da Suprema
Corte Norte americana, a qual contempla outras exceções. Tais regras, embora
tenham sido incorporadas em alguns países europeus, vêm, paulatinamente sendo
abandonadas, inclusive no âmbito da Suprema Corte, por serem meios de burlar a
inadmissibilidade da prova ilícita. No § 2º, há uma impropriedade porque quando
não há nexo causal, não há que se falar em derivação. Também, o parágrafo
segundo confunde fonte independente (independente source) com descoberta
inevitável (inevitable Discovery ou hipothetical independent source rule).
Ademais, a regra constitucional proclama a inadmissibilidade da prova ilícita,
independentemente de ser direta ou indireta.
EMENDA SUPRESSIVA:
Art. 264...
§ 3º - suprimir referência ao artigo 268.
Incluir § 4º - as partes poderão arrolar até 8 testemunhas, exceto no procedimento
sumaríssimo em que o número máximo é 3 e na primeira fase do procedimento
dos crimes dolosos contra a vida, cujo número máximo é de 5 testemunhas.
Justificativa: Tratar do número de testemunhas na parte geral dos procedimentos.
EMENDA ADITIVA:
Quanto ao artigo 265 deve-se acrescentar ao parágrafo 2º cuja redação seria: “cuja
desistência independerá da anuência da parte contrária a desistência da oitiva”.
Justificativa: No modelo acusatório, a prova é da parte que a indicou, cabendo a
ela, unicamente, sopesar sobre eventual não produção da prova requerida.
EMENDA SUPRESSIVA:
Art. 266 – excluir a expressão adesão civil.
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Justificativa: Adequar à proposta de excluir o instituto da adesão civil.
EMENDA MODIFICATIVA:
Art. 269 – substituir 60 dias por 120 dias.
Transformar o Par único em § 1º.
Incluir o § 2º - Não cumprido o prazo referido no caput, o juiz deve instaurar
incidente de aceleração processual, podendo determinar a prática de atos
processuais em domingos, feriados, férias e recessos forenses, inclusive fora dos
horários de expediente forense, bem como nomear servidores ad hoc para a prática
de atos específicos de comunicação processual e de expediente em geral.
Incluir o § 3º - A instauração do incidente será comunicada à Presidência do
Tribunal e à Chefia do Ministério Público para as medidas administrativas
cabíveis no âmbito de suas atribuições, inclusive a designação de magistrados e
promotores em auxílio.
Incluir § 4º - As medidas previstas no parágrafo anterior serão comunicadas
também ao juízo deprecado e respectiva Presidência quando for o caso.
Justificativa: O prazo de 60 dias para a realização da audiência é muito curto. O
prazo proposto é mais realista. Em compensação, propõe-se um instituto novo
para dar efetividade a referido prazo, inspirado no direito português, mas com
mais eficácia no âmbito do processo em que se verificou a extrapolação do prazo.
EMENDA MODIFICATIVA:
Art. 294 – Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério
Público, ou havendo promoção ministerial nos autos, bem como o autor do fato e
a vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados de seus advogados, o
juiz ou o conciliador sob sua responsabilidade, esclarecerá sobre a possibilidade
da composição dos danos e da aceitação da proposta de aplicação imediata de
obrigação alternativa à pena privativa de liberdade, que será cumprida sob
fiscalização do próprio juizado.
Justificativa: As audiências de conciliação dos juizados das grandes cidades
costumam ocorrer simultaneamente, em salas distintas, devido ao grande número
de processos que são distribuídos mensalmente. Não há necessidade de o Juiz e o
Promotor estarem presentes fisicamente em todas elas, desde que o Promotor
tenha oficiado nos autos e, ainda, considerando que o conciliador atua sob
responsabilidade do Juiz.
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EMENDA MODIFICATIVA:
Art. 298 – Substituir “pena restritiva de direitos ou multas” por obrigação
alternativa à pena privativa de liberdade.
Modificar a redação do § 1º - O juiz poderá reduzir a proposta de obrigação
alternativa ou modificar sua qualidade, justificadamente.
§ 4º - substituir “pena restritiva de direitos ou multas” por obrigação alternativa à
pena privativa de liberdade.
§ 5º - substituir “sanção” por obrigação.
§ 6º - substituir “pena” por obrigação.
§ 7º - substituir “pena” por obrigação.
§ 8º - substituir “pena restritiva de direitos” por obrigação alternativa à pena
privativa de liberdade.
Justificativa: Reconduzir a transação penal ao disposto no artigo 98, I, da
Constituição, que não a previu como sanção penal. A natureza de pena não se
compatibiliza com os princípios dos juizados criminais, centrados na pacificação e
em evitar-se a pena criminal.
EMENDA SUPRESSIVA:
Art. 300...
§ 1º - suprimir “no máximo de 5 (cinco)”.
Justificativa: O número de testemunhas já foi tratado em proposta anterior.
Art. 307 – suprimir “nem em crimes praticados com violência doméstica e
familiar contra a mulher, segundo dispõe a lei”.
EMENDA MODIFICATIVA E ADITIVA:
O procedimento do júri seguirá as regras atinentes ao procedimento ordinário,
garantindo-se o contraditório prévio ao recebimento da denúncia.
Art. 316. A primeira fase do procedimento dos crimes dolosos contra a vida,
regular-se-á pelo procedimento ordinário com as modificações previstas nas
disposições seguintes.
§2º. A acusação poderá arrolar testemunhas, até o máximo de 5 (cinco), para cada
fato, na denúncia ou na queixa.
Será acrescido ao art. 181 o seguinte parágrafo único:
Parágrafo único. A desistência ou substituição da testemunha competirá
exclusivamente à parte que a arrolou.
Justificativa: A criação de um contraditório prévio ao recebimento da denúncia ou
queixa é necessário diante da sua ausência na fase de inquérito e previsão nos
23
outros procedimentos especificados pelo código de processo penal e em leis
esparsas.
O número de oito testemunhas é elevado, especialmente quando nova instrução
poderá ser realizada na fase de plenário. O número de cinco testemunhas para
cada fato e para cada réu mostra-se mais razoável e suficiente diante do sistema
bifásico do júri.
A inclusão do parágrafo quinto acaba com o dilema quanto às testemunhas serem
das partes ou do processo. O entendimento de que as testemunhas arroladas são
das partes e não do processo guarda maior sintonia com o sistema acusatório e
respectivos ônus probatórios.
O acréscimo do parágrafo quinto foi recambiado como parágrafo único ao artigo.
181 do CPP.
EMENDA MODIFICATIVA:
Art. 319. O juiz designará data para a audiência de instrução e julgamento e
realização das diligências requeridas pelas partes no prazo máximo de 10 (dez)
dias.
Justificativa: A reação atual do Art. 319 pode sugerir que a AIJ será realizada no
prazo de dez dias, o que é humanamente impossível, mesmo nas comarcas de
entrância inicial e de pouco movimento. A redação sugerida deixa claro que o
magistrado terá o prazo de dez dias para decidir os incidentes levantados na
resposta e até mesmo absolver sumariamente o réu. A fixação do prazo de dez dias
para a suposta realização da AIJ ainda se mostra desnecessário face a previsão do
Art. 321 do Anteprojeto o qual fixa o prazo de 90 dias para o término do
procedimento e controla o que seria a duração razoável do processo.
Modifique-se o nome da Seção II do Capítulo VI do Título II do Livro II, de “Da
pronúncia, da Impronúncia e da Absolvição Sumária” para “Da pronúncia, da
Absolvição Sumária e da Desclassificação”.
Adota-se parcialmente a proposta do IBDP para incluir a temática da
desclassificação na Seção II, porém, excluir a impronúncia, conforme veremos
abaixo.
Exclusão do art. 323 e seu parágrafo único e renumeração dos demais.
Justificativa: a impronúncia é inconstitucional por ferir o postulado da presunção
de inocência e o fundamental princípio da igualdade. Ademais, são quase
inexistentes os casos onde são oferecidas novas denúncias e mesmo o surgimento
de novas provas. Na realidade, o réu impronunciado acaba por esperar no limbo o
trânsito em julgado da pretensão punitiva, sem que nada possa fazer. Mesmo que
apareça nova prova em benefício da Defesa, o réu permanecerá inerte, eis que o
24
Código deixou de fazer previsão de uma ferramenta necessária à reabertura do
processo em seu benefício.
EMENDA MODIFICATIVA:
Art. 319. O juiz designará data para a audiência de instrução e julgamento e
realização das diligências requeridas pelas partes no prazo máximo de 10 (dez)
dias.
Justificativa: a redação atual do Art. 319 pode sugerir que a AIJ será realizada no
prazo de dez dias, o que é humanamente impossível, mesmo nas comarcas de
entrância inicial e de pouco movimento. A redação sugerida deixa claro que o
magistrado terá o prazo de dez dias para decidir os incidentes levantados na
resposta e até mesmo absolver sumariamente o réu. A fixação do prazo de dez dias
para a suposta realização da AIJ ainda se mostra desnecessário face a previsão do
Art. 321 do Anteprojeto o qual fixa o prazo de 90 dias para o término do
procedimento e controla o que seria a duração razoável do processo.
EMENDA MODIFICATIVA:
Modifique-se o nome da Seção II do Capítulo VI do Título II do Livro II, de “Da
pronúncia, da Impronúncia e da Absolvição Sumária” para “Da pronúncia, da
Absolvição Sumária e da Desclassificação”.
Justificativa: Adota-se parcialmente a proposta do IBDP para incluir a temática da
desclassificação na Seção II, porém, excluir a impronúncia, conforme veremos
abaixo.
EMENDA SUPRESSIVA:
Exclusão do art. 323 e seu parágrafo único e renumeração dos demais.
Justificativa: A impronúncia é inconstitucional por ferir o postulado da presunção
de inocência e o fundamental princípio da igualdade. Ademais, são quase
inexistentes os casos onde são oferecidas novas denúncias e mesmo o surgimento
de novas provas. Na realidade, o réu impronunciado acaba por esperar no limbo o
trânsito em julgado da pretensão punitiva, sem que nada possa fazer. Mesmo que
apareça nova prova em benefício da Defesa, o réu permanecerá inerte, eis que o
Código deixou de fazer previsão de uma ferramenta necessária à reabertura do
processo em seu benefício.
25
EMENDA ADITIVA:
Art. 324, inciso V - Não restar demonstrada a materialidade do fato ou a
existência de indícios suficientes de autoria ou de participação do acusado no fato
a ele imputado.
Justificativa: Expurga-se o chamado in dubio pro societate e restaura-se o primado
da presunção de inocência.
EMENDA SUPRESSIVA:
Art. 325. Contra a decisão de absolvição sumária caberá apelação.
Justificativa: Exclui-se a impronúncia conforme fundamentação supra.
EMENDA MODIFICATIVA:
Art. 326. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia, poderá
atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de
aplicar pena mais grave, observado o disposto nos parágrafos do art. 413.
Justificativa: Adota-se a proposta do IBDP.
EMENDA ADITIVA:
Art. 327. Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da
existência de crime diverso dos referidos no art. 98 e não for competente para o
julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja, sem prejuízo do disposto no art.
111, observando-se, em qualquer caso, o previsto no art. 100, §3º desse Código.
Justificativa: Adota-se a proposta do IBDP, garantindo-se a possibilidade de oitiva
de novas testemunhas no novo juízo.
EMENDA MODIFICATIVA:
Art. 327, parágrafo único. Remetidos os autos do processo a outro juiz, à
disposição deste ficará o acusado.
Justificativa: Propõe-se a correção no parágrafo único do artigo em questão,
evitando (possível e errônea interpretação) que o juiz mantenha o réu preso
quando desnecessário ou decrete sua prisão quando solto.
EMENDA ADITIVA:
Art. 329. Preclusa a decisão de pronúncia ou interposto recurso sem efeito
suspensivo, os autos serão encaminhados ao juiz presidente do Tribunal do Júri.
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Justificativa: A presente disposição visa deixar claro que a interposição de recurso
especial e extraordinário não impedirá a realização do júri.
EMENDA MODIFICATIVA:
Art. 334, §3º: Os nomes, endereços, profissões e escolaridade dos alistados, em
cartões iguais, após serem verificados na presença do Ministério Público, de
advogado indicado pela Seção local da Ordem dos Advogados do Brasil e de
defensor indicado pelas Defensorias Públicas competentes, permanecerão
guardados em urna fechada a chave, sob a responsabilidade do juiz presidente, a
quem caberá, com exclusividade, o conhecimento acerca do endereço dos jurados.
Justificativa: Os advogados e o Ministério Público devem possuir maiores
informações a respeito dos jurados sorteados para que possam exercer com um
mínimo critério de objetividade o direito às recusas imotivadas.
EMENDA MODIFICATIVA:
Art. 334, §4º. O jurado que tiver integrado o Conselho de Sentença nos 12 (doze)
meses que antecedem à publicação da lista geral ficara dela excluído no ano
subseqüente.
Justificativa: Pretende-se com o parágrafo quarto deixar claro que o jurado
excluído, não o é excluído definitivamente, e que poderá retornar à lista geral após
um período de 12 meses.
EMENDA MODIFICATIVA:
Art. 335, § 3º. A parte contrária será intimada a se manifestar sobre o pedido de
desaforamento, no prazo de 5 dias. Depois, em igual prazo, será ouvido o juiz
presidente, quando a medida não tiver sido por ele solicitada. No caso de
representação do juiz, as partes serão ouvidas, primeiro a acusação, e depois a
defesa, no prazo de 5 dias.
Justificativa: Adota-se a proposta do IBDP quanto ao parágrafo terceiro.
EMENDA MODIFICATIVA:
Art. 336. O desaforamento também poderá ser determinado, em razão do
comprovado excesso de serviço, ouvidos o juiz presidente e a parte contrária, se o
julgamento não puder ser realizado no prazo de 6 (seis) meses, contado da
preclusão da decisão de pronúncia.
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Justificativa: Adota-se a proposta do IBDP, mais técnica, vez que não se fala em
trânsito em julgado da decisão de pronúncia.
EMENDA ADITIVA:
Art. 341. O sorteio, presidido pelo juiz, far-se-á a portas abertas, cabendo-lhe
retirar as cédulas até completar o número de 25 (vinte e cinco) jurados, para a
reunião periódica ou extraordinária, bem como, número suficiente de suplentes de
acordo com a complexidade e o número de sessões a serem realizadas.
Justificativa: É comum o elevado de número de pedidos de dispensa por parte dos
jurados, em especial, quando da primeira de sessão de julgamento. Tal
circunstância pode acarretar o chamado estouro de urna, especialmente quando no
primeiro julgamento existam mais de dois acusados a serem julgados na primeira
sessão.
EMENDA MODIFICATIVA:
Art. 342. Os jurados sorteados serão convocados por meio hábil de comunicação,
com comprovação de seu recebimento, para comparecer no dia e hora designados
para a reunião, sob as penas da lei.
Justificativa: Adota-se a proposta do IBDP.
EMENDA ADITIVA:
Art. 344, §2o A recusa injustificada ao serviço do júri acarretará multa no valor de
1 (um) a 10 (dez) salários mínimos, a critério do juiz, de acordo com a condição
econômica do jurado, a qual será executada pelo Ministério Público e destinada a
programa de proteção de testemunhas.
Justificativa: Pretende-se deixar claro quem executará a multa fixada e determinar
o seu destinatário.
EMENDA MODIFICATIVA:
Art. 349. Nenhum desconto será feito nos vencimentos ou salário do jurado
sorteado que comparecer à sessão do júri, sendo-lhe ainda facultado, quando
necessário, o livre acesso ao transporte público municipal a fim de garantir a sua
participação nas sessões a que for convocado.
Justificativa:Tal regra visa possibilitar que o jurado carente possa participar dos
julgamentos sem ser penalizado economicamente com o seu deslocamento.
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EMENDA MODIFICATIVA:
Art. 350. Ao jurado que, sem causa legítima, deixar de comparecer no dia
marcado para a sessão ou retirar-se antes de ser dispensado pelo presidente será
aplicada multa de 1 (um) a 10 (dez) salários mínimos, a critério do juiz, de acordo
com a sua condição econômica, a qual será executada pelo Ministério Público e
destinada a programa de proteção de testemunhas.
Justificativa: Pretende-se deixar claro quem executará a multa fixada e determinar
o seu destinatário.
EMENDA MODIFICATIVA:
Art. 369. O julgamento não será adiado se a testemunha, informante ou vítima
deixar de comparecer, desde que procurada no endereço indicada pela parte que a
arrolou.
§1o Se, intimada, a testemunha não comparecer, o juiz presidente suspenderá os
trabalhos e mandará conduzi-la ou adiará o julgamento para o primeiro dia
desimpedido, ordenando a sua condução.
Justificativa: É ônus das partes indicar o local onde a testemunha, informante ou
vítima possa ser localizada. A presente redação visa deixar claro que o júri não
será adiado caso a testemunha não seja efetivamente localizada, fato comum para
a postergação das sessões de julgamento.
EMENDA SUPRESSIVA:
Revogar o parágrafo segundo do art. 371.
Justificativa: O parágrafo segundo do art. 371 parece repetir o disposto no art. 359
do CPP.
EMENDA MODIFICATIVA:
Art. 380, §2º. O juiz concederá tempo suficiente para que os jurados possam
realizar a leitura das peças referidas no parágrafo anterior.
Justificativa:
Os jurados, por serem leigos, pouco saberão a respeito da necessidade de leitura
das peças fornecidas. Parece ilógico entregar aos jurados peças do processo e
perguntá-los a respeito da necessidade de sua leitura.
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EMENDA MODIFICATIVA:
Art. 381 §3º. Os jurados poderão formular perguntas à vítima e às testemunhas ao
final e por intermédio do juiz presidente.
§ 5º O Ministério Público terá assento em posição de igualdade e eqüidistância
com o defensor, em relação ao juiz presidente e o acusado terá assento ao lado de
seu defensor.
Justificativa: Adota-se a proposição do IBDP.
EMENDA MODIFICATIVA: Art. 383. O registro dos depoimentos e do interrogatório será feito pelos meios ou
recursos de gravação magnética, eletrônica, estenotipia ou técnica similar,
destinada a obter maior fidelidade e celeridade na colheita da prova, sem a
necessidade de sua degravação.
Justificativa: Sugere-se a revogação do parágrafo único. A degravação
representaria um retrocesso e retardaria o bom andamento do feito, em especial,
pela complexidade dos depoimentos colhidos na sessão de julgamento pelo
Tribunal do Júri.
EMENDA MODIFICATIVA:
Art. 384. Encerrada a instrução, será concedida a palavra ao Ministério Público,
que fará a acusação com base na denúncia, observados os limites da pronúncia ou
das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação, sustentando ao
magistrado, se for o caso, a existência de circunstância agravante.
Justificativa: As agravantes são critérios de fixação de pena e devem ser dirigidas
ao magistrado, caso previstas na denúncia1. A modificação visa deixar claro que
os jurados não são competentes para conhecer de agravantes e atenuantes.
EMENDA SUPRESSIVA:
Revoga-se o parágrafo quarto do art. 384.
Justificativa: A revogação da réplica e da tréplica visa igualar o procedimento do
júri aos demais procedimentos e evitar que o MP controle a possibilidade da
Defesa fazer uso novamente da palavra. A extinção da réplica e da tréplica
possibilitará um debate mais limpo e garantirá ao jurados um conhecimento mais
uniforme dos fatos. Outrossim, visará acabar com a discussão a respeito da
possibilidade ou não da inovação na tréplica.
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EMENDA MODIFICATIVA:
Art. 385. O tempo destinado à acusação e à defesa será de duas horas para cada
uma das partes.
(...)
§2º. Havendo concurso de agentes, garantir-se-á, independentemente do disposto
no parágrafo primeiro, prazo mínimo e individual de 45 (quarenta e cinco)
minutos para a acusação e defesa de cada acusado.
Justificativa: Com a revogação da réplica e de tréplica o prazo máximo de duas
horas e meio fica resguardado.
O parágrafo segundo visa expurgar lacuna do Código de Processo no caso de
concurso de agentes, especialmente quando vários são os acusados. A garantia de
prazo mínimo individual é essencial à ampla defesa do réu e da sociedade.
EMENDA MODIFICATIVA E ADITIVA:
Art. 386. ...
I – aos fundamentos da decisão de pronúncia ou das decisões posteriores que
julgaram admissível a acusação, aos fundamentos do acórdão que der provimento
à apelação por ser a decisão manifestamente contrária á prova dos autos, ou aos
motivos determinantes do uso de algemas, como argumento de autoridade que
beneficiem ou prejudiquem o acusado;
IV – As decisões referentes aos crimes conexos, nos termos do art. 105, §2º do
CPP.
Justificativa: Adota-se a proposta do IBDP. A inclusão do inciso IV visa evitar
que a decisão do juiz sumariamente possa influenciar o conselho de sentença caso
referida como ato de autoridade.
EMENDA MODIFICATIVA:
Art. 387. Durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a
exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência
mínima de 10 (dez) dias.
Justificativa: Verifica-se na prática a grande dificuldade de se intimar a parte
contrária com prazo exíguo de três dias para a juntada de documentos. Muitas
vezes os advogados frustram a intimação saindo de seus escritórios e não existe
tempo hábil para a intimação por diário da justiça. Com a modificação, caberá às
partes procurar ter ciência dos documentos juntados no prazo identificado.
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EMENDA MODIFICATIVA:
§ 2º Respondido positivamente o primeiro quesito por 4 (quatro) jurados, o juiz
presidente encerrará a votação, proferindo sentença absolutória. Caso tenha sido
alegada em plenário a inimputabilidade prevista no caput do art. 26 do Decreto-
Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, alternativamente com
outra tese absolutória, sendo respondido positivamente o primeiro quesito, em
seguida será formulado quesito específico sobre a imposição de medida de
segurança.
Justificativa: Adota-se a proposição do IBDP.
EMENDA MODIFICATIVA:
Art. 392. (...) Parágrafo único. Ainda em plenário, o juiz presidente explicará aos
jurados o significado de cada quesito e, ao final, explanará que eles são livres para
julgar de acordo com a prova dos autos, suas consciências e os ditames da justiça,
mas que em caso de dúvida, devem julgar pela absolvição do(s) acusado(s).
Justificativa: A presente exortação servirá para pautar a forma de decisão dos
jurados na sala de votação (que agora podem discutir o caso por até uma hora) e
evitar que um jurado mal intencionado possa desmesuradamente influenciar no
convencimento dos outros.
EMENDA SUPRESSIVA:
Revoga-se o inciso V.
Justificativa: Em decorrência da adoção do sistema acusatório, o juiz não deve ter
qualquer tipo de atuação de ofício em benefício de qualquer das partes.
413. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia, poderá
atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de
aplicar pena mais grave, ouvida previamente a defesa, em 48 horas.
Justificativa: há necessidade de manter o contraditório, inclusive na alteração da
imputação jurídica, para que a defesa não seja surpreendida com uma condenação
por uma tipicidade inesperada.
Art. 415. O juiz poderá proferir sentença condenatória e aplicará as penas, nos
estritos limites da imputação.
Justificativa: o projeto admite que o magistrado, mesmo diante do pedido de
absolvição do Estado-Acusador, possa emitir um juízo de condenação. Tal
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previsão afronta o processo penal de partes e o princípio acusatório, norte das
reformas. A sentença condenatória é congruente com a imputação feita pela
acusação. Quando esta pede a absolvição, não mais subsiste o interesse da
acusação na condenação. Há um reconhecimento de que não se justifica a
condenação do réu. No mesmo sentido, as circunstâncias da aplicação da pena
deverão obedecer à imputação do Estado-Acusação. Tal modificação encontra
respaldo no artigo 418 do projeto, quando afirma, em seu inciso I, acerca da
necessidade de alegação das agravantes.
EMENDA SUPRESSIVA DO INCISO IV:
As propostas da AMB são no sentido da supressão dos artigos 78 a 81, com a
retirada da previsão da parte civil do projeto. Portanto, não se justifica a previsão
de arbitramento de dano moral na sentença penal condenatória.
EMENDA ADITIVA
Acrescenta um inciso ao artigo 418, para que seja extraído o PEC (processo de
execução provisória), possibilitando ao juízo da execução criminal examinar a
situação penal do réu enquanto tramitar o seu recurso. Há situações em que o
recorrente durante a tramitação do recurso já cumpriu tempo suficiente da pena
para obter benefícios da execução penal. Tal medida está conforme ao disposto no
artigo 486 do projeto, o qual determina ao juízo da execução da pena o exame da
situação do apelante.
V – Determinará a extração e encaminhamento do processo de execução
provisório.
EMENDA MODIFICATIVA:
Art. 468. Das decisões do relator de órgão colegiados, caberá agravo, no prazo de
10 (dez) dias, devendo as partes ser intimadas para a sessão de julgamento,
admitida a sustentação oral de suas razões. Não havendo retratação, o processo
será apresentado em mesa.
Justificativa: o projeto somente prevê o agravo das decisões do relator relativas ao
provimento ou não de recursos, mas há também as hipóteses das decisões em
remédios impugnativos, tais como revisão criminal, habeas corpus, mandado de
segurança e correição parcial. A retirada do reducionismo do provimento ou não
do recurso permite uma abrangência dos demais casos.
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EMENDA MODIFICATIVA:
Art. 489. Do acórdão condenatório não unânime, desfavorável ao réu, cabem
embargos infringentes, no prazo de 10 (dez) dias, limitados à matéria objeto da
divergência no tribunal.
Justificativa: o projeto limita o cabimento dos embargos infringentes ao recurso de
apelação e ao acórdão que reforma a decisão de mérito. Assim, pelo projeto, não
caberiam embargos de divergência quando o réu for condenado e dois
desembargadores confirmam a condenação e um deles absolve ou melhora a
situação do recorrente. Também não caberiam nas hipóteses do agravo e dos
remédios impugnativos. A demora da prestação jurisdicional não está no
cabimento de embargos de divergência.
EMENDA MODIFICATIVA:
Do § 2º do art. 508:
Alteração da expressão “transitando em julgado a decisão condenatória” por
“pendente de julgamento o agravo”.
Justificativa: não há como cogitar de trânsito em julgado da sentença
condenatória, uma vez que pendente o agravo contra a decisão que inadmitiu o
recurso especial ou extraordinário.
EMENDA ADITIVA:
Quanto à ausência de previsão dos incidentes de declaração de
inconstitucionalidade e de uniformização de jurisprudência, sugere-se a criação de
um parágrafo único no artigo 514: “os incidentes de declaração de
inconstitucionalidade de uniformização de jurisprudência seriam processados e
julgados de acordo com a legislação processual civil”.
Justificativa: suprir lacuna do projeto original e do substitutivo acerca destes dois
incidentes importantíssimos tanto para a celeridade como para a uniformidade das
decisões judiciais.
Art. 164. São inadmissíveis as provas obtidas, direta ou indiretamente, por meios
ilícitos.
§1º A prova declarada inadmissível será desentranhada dos autos e arquivada
sigilosamente em cartório.
§2º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas
puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras.
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§3º Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites
típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de
conduzir ao fato objeto da prova.
EMENDA MODIFICATIVA E SUPRESSIVA:
Propõe-se a supressão da possibilidade de o Juiz, mesmo na fase da ação penal,
decretar medidas cautelares de ofício, sendo que tanto durante a fase da
investigação como na fase da ação penal, por observância do sistema acusatório, o
juiz somente poderá deferir tais medidas quando provocado. Diante disto, não
mais havendo diferenciação, no tocante ao tema, da fase de investigação e da fase
da ação penal, propõe-se a supressão do parágrafo único, já que a hipótese nele
contemplada ficará contida na redação do próprio artigo, nos seguintes termos:
Art. 523. No curso do processo penal, as medidas cautelares serão decretadas pelo
juiz, mediante requerimento das partes ou representação do delegado de polícia,
observados os princípios do Código e as disposições deste Livro.
EMENDA MODIFICATIVA Da redação do artigo 529.
Propõe-se a inclusão de prazo para que a parte contrária possa se manifestar sobre
o pedido cautelar, porquanto de nada adianta somente intimar a parte do pedido
cautelar sem propiciar a ela a possibilidade da manifestação em observância ao
princípio constitucional do contraditório, com o que se propõe a seguinte redação:
Art. 529. Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida,
o juiz concederá a parte contrária um prazo de cinco (05) dias para se manifestar
acerca do pedido, permanecendo os autos em juízo.
EMENDA MODIFICATIVA:
Do inciso V do artigo 544.
Propõe-se a inclusão da hipótese de o preso ser assistido também por defensor
dativo, já que é cediço a carência, em alguns estados da federação, da atuação da
defensoria pública pelo reduzido ou até mesmo inexistência de defensores
públicos. Assim, o inciso IV do referido artigo ficará com a seguinte redação:
V – ser assistido por um advogado de sua livre escolha, defensor público ou
defensor dativo.
EMENDA MODIFICATIVA:
Do inciso III do artigo 548.
Propõe-se a alteração do texto para retirar a expressão “em situação que faça
presumir ser o autor da infração”, vez que não se pode conceber a prisão ser
efetivada tendo por base uma presunção, substituindo a redação para que a prisão
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em flagrante seja efetiva quando exista indícios de que o flagrado seja o autor da
infração penal. Sugere-se, pois, a seguinte redação:
III – é perseguido ou encontrado, logo após, pela autoridade, pela vítima ou por
qualquer pessoa, em situação que o indicie como autor da infração;
EMENDA MODIFICATIVA:
Propõe-se a alteração da expressão flagrante preparado pela expressão flagrante
provocado, para manter uma coerência com a redação final do aludido dispositivo
que menciona, ao final, o termo provocação. Outrossim, tal correção adequa-se a
posição doutrinária majoritária que entende ser nulo o flagrante provocado.
Assim, propõe-se a seguinte redação:
Art. 549. É nulo o flagrante provocado, com ou sem a colaboração de terceiros,
quando seja razoável supor que a ação, impossível de ser consumada, só ocorreu
em virtude daquela provocação.
EMENDA SUPRESSIVA:
Supressão do inciso IV do artigo 554.
Justificativa: A extrema gravidade do crime não pode ser fundamento isolado para
a decretação da prisão preventiva. Num sistema presidido pela presunção de
inocência, ainda que o crime seja grave, não se pode presumir que o acusado seja
o seu autor e que, diante da só gravidade do crime, deva ser preso
preventivamente. Ademais, se as circunstâncias do crime forem efetivamente
muito graves, é de supor que a ordem pública possa estar ameaçada e, aí, cabe a
preventiva com fundamento no inciso I, do artigo 554.
Modificação da redação do inciso II do artigo 555:
II – nos crimes dolosos cujo limite máximo da pena privativa de liberdade
cominada seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, exceto se cometidos mediante
violência ou grave ameaça à pessoa;
Justificativa:O objetivo é harmonizar o cabimento da prisão preventiva ao artigo
525, ao regime de cumprimento da pena, bem como com as penas restritivas de
direito. Uma pena de 4 anos permite a substituição da prisão por penas restritivas
de direito, bem como com o regime aberto. Não tem sentido determinar a
preventiva se, ao final, o cumprimento da pena não imporá restrição à liberdade
ambulatorial.
EMENDA SUPRESSIVA:
Exclusão do inciso III do artigo 558:
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Justificativa: A nova decretação da preventiva não pode ter como fundamento uma
regra aberta e vaga como a prevista no inciso III: comportamento censurável.
Ademais, tal fundamento não se adequa à natureza jurídica cautelar da prisão
preventiva.
4. Exclusão do § 2º do artigo 583 e renumeração do § anterior:
Justificativa: No caso de absolvição, a fiança deve ser integralmente devolvida.
Não há fundamento legal para a retenção de metade de seu valor, ainda que tenha
ocorrido o quebramento dela no curso do processo.
EMENDA SUPRESSIVA:
Quanto à prisão do juiz do cível – artigo 568, III, deve-se suprimir a referência à
prisão do juiz cível.
Justificativa: Não existe mais a prisão civil, exceto o caso de devedor de alimentos
(Pacto de São José da costa Rica; STF Informativo 531).
Item 8: Agravo MP, artigo 474, deve-se inserir o parágrafo único:
“Quando o agravado for o Ministério Público, o agravante deverá juntar aos autos,
na primeira instância, cópia do agravo e dos documentos, bem como o
comprovante da distribuição, para permitir que o Ministério Público remeta suas
contra-razões ao tribunal”.
Justificativa: A formação do instrumento do agravo sempre foi, no juízo cível,
causa de morosidade e de impedimento ao acesso recursal. Do mesmo modo, a
intimação da parte contrária. O substitutivo não esclarece como será feita a
intimação do MP quando for agravado. A sugestão busca suprir tal lacuna.
EMENDA ADITIVA:
Quanto aos provedores de internet e aos crimes cometidos por meio da Internet,
devem-se inserir 3 parágrafos ao artigo 603:
“Os provedores de serviços de dados deverão disponibilizar, no próprio sítio, local
próprio para postagem das decisões judiciais a que se refere o caput, com expressa
menção do nome e endereço funcional do funcionário encarregado das recepções
das referidas decisões, emitindo-se comprovante do dia e horário da postagem”.
“O descumprimento da decisão judicial importará multa diária a ser fixada pelo
Juiz e cobrada por penhora on line, além das providências cabíveis pelo crime de
desobediência”.
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“O produto da multa será depositado em conta judicial e, caso proposta ação cível
contra o provedor, será transferido ao juízo cível competente para suportar
eventual reparação cível. Não tendo sido proposta ação cível até o prazo
prescricional, ou julgado improcedente o pedido, será revertido ao fundo especial
do tribunal ou será destinado ao aparelhamento dos serviços judiciários”.
Justificativa: É notória a dificuldade de os provedores cumprirem decisões
judiciais por absoluta falta de um canal de comunicação. Os provedores, embora
atinjam todo o território nacional, tem uma única sede no Brasil, geralmente em
SP ou Porto Alegre. Os ofícios não são respondidos e as precatórias raramente
atingem a sua finalidade.
EMENDA MODIFICATIVA:
Artigo 614 – Suprimir a palavra todos.
Justificativa: apenas termo utilizado.
EMENDA MODIFICATIVA:
Artigo 627. Para dar nova redação nos seguintes termos: “A hipoteca legal sobre
os imóveis do réu poderá ser requerida desde que haja certeza da infração e
indícios suficientes de autoria e de que o requerido tenta alienar seus bens e de
outra forma cair em insolvência com fins de frustrar o pagamento da indenização”.
Justificativa: A alienação de bens não é a única forma de frustrar o pagamento da
indenização.
EMENDA MODIFICATIVA:
Artigo 629 – Para dar nova redação ao parágrafo único, nos seguintes termos: “O
arresto de bem imóvel será revogado se no prazo de 15 dias a contar da intimação
da decisão não for promovido o processo de inscrição da hipoteca legal como
previsto na seção anterior”.
Justificativa: Apenas acrescenta o termo inicial do prazo.
EMENDA MODIFICATIVA:
Artigo 633, para modificar nos seguintes termos: “...quem embaraçar
injustificadamente...”.
Justificativa: O rol indicado no artigo não é exaustivo, outras pessoas ou agentes
podem embaraçar a ordem judicial.
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EMENDA MODIFICATIVA:
Artigos 651, caput e parágrafo único, 652, § 2° e artigo 653, § 2° e 3°, para incluir
a expressão “ ou o relator após a palavra juiz”.
Justificativa: Inclusão da expressão relator.
EMENDA MODIFICATIVA:
Artigo 659, para modificar nos seguintes termos: “... será enviada por meio
eletrônico ou por outro meio célere e idôneo de que dispuser...”.
Justificativa: Adequar aos avanços tecnológicos.
EMENDA ADITIVA:
Artigo 670, para incluir a palavra “juiz” antes da palavra relator.
Justificativa: o Mandado de Segurança também pode ser impetrado em 1° grau.
EMENDA MODIFICATIVA:
Art. 686 ...
Art. 129 (do Código Penal):
Pena – detenção de 6 meses a 3 anos.
§ 1º- ...
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
Justificativa: O crime de lesão corporal atinge a dignidade humana, mais que a
integridade física, e sua pena atual é inferior aos crimes patrimoniais. O aumento
da pena vai, por outro lado, afastar a objeção de inconstitucionalidade de alguns
dispositivos da Lei nº 11.340/2006, porque a lesão corporal, independentemente
do gênero da vítima, não será mais objeto do procedimento sumaríssimo, nem dos
institutos despenalizadores dos juizados criminais.
Brasília, novembro de 2010.