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REFLEXÕES SOBRE A UNIVERSIDADE PÚBLICA BRASILEIRA ESCOLA UNESP DE LIDERANÇA E GESTÃO Armando Zeferino Milioni 1º de Outubro de 2013 1

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REFLEXÕES SOBRE A

UNIVERSIDADE PÚBLICA BRASILEIRA

ESCOLA UNESP

DE LIDERANÇA E GESTÃO

Armando Zeferino Milioni

1º de Outubro de 2013 1

I - Do Ensino Superior Público e Privado no Brasil e no Mundo

Dados, Comparações, Reflexões

II - Duas histórias recentes

A Criação da UFABC

A Criação e a Expansão do Campus da Unifesp em SJC

III - Provocações (temas para discussão)

Do Modelo Pedagógico das Universidades Brasileiras

Das Ações Afirmativas

Do Ensino Noturno 2

Roteiro

(I)

DO ENSINO

SUPERIOR PÚBLICO E PRIVADO

NO BRASIL E NO MUNDO

3

4

ENSINO SUPERIOR 2005

Federal %? Estadual %? Municipal %?

2002 1.773.087 _ 124.196 _ 132.270 _ 38.888 _ 1.477.733 _

2003 2.002.733 13,0 121.455 -2,2 111.863-15,4 47.895 23,2 1.721.520 16,5

2004 2.320.421 15,9 123.959 2,1 131.675 17,7 52.858 10,4 2.011.929 16,9

2005 2.435.987 5,0 127.334 2,7 128.948 -2,1 57.086 8,0 2.122.619 5,5

2006 2.629.598 7,9 144.445 13,4 125.871 -2,4 60.789 6,5 2.298.493 8,3

2007 2.823.942 7,4 155.040 7,3 113.731 -9,6 60.489 -0,5 2.494.682 8,5

Fonte: MEC/INEP/DEED

Tabela 7. Evolução do Número de Vagas, segundo a Categoria Administrativa - Brasil - 2002 a 2007

Privada %?Ano Total %?Pública

VAGAS OFERECIDAS E CAPACIDADE INSTALADA

6

POSSíVEIS RAZÕES DA OCIOSIDADE

FATO

• Mais de 85% das vagas eram (são) da rede Privada

CONJECTURAS (que, é claro, não explicam tudo)

• Escolas privadas são pagas, uma dificuldade para muitos

• Talvez nem sempre ofereçam o que é desejado

Números Eloquentes I – Em 2011:

865 mil pessoas concluíram um Curso Presencial de Ed.Superior

533 mil (62%) em Educação, C. Sociais, Administração e Direito

Fonte: Censo da Educação Superior de 2011 – Fonte: MEC/INEP 7

CONSEQUÊNCIAS DA CONCENTRAÇÃO

Números Eloquentes I – Em 2011:

865 mil pessoas concluíram um Curso Presencial de Ed.Superior

533 mil (62%) em Educação, C. Sociais, Administração e Direito

Números Eloquentes II – Em 2011:

Rede Pública: Para cada Eng. Mecânico, 5 Bach. Administração

Rede Privada: Para cada Eng. Mecânico, 65 Bach. Administração

8

CONSEQUÊNCIAS DA CONCENTRAÇÃO

Números Eloquentes I – Em 2011:

865 mil pessoas concluíram um Curso Presencial de Ed.Superior

533 mil (62%) em Educação, C. Sociais, Administração e Direito

Números Eloquentes II – Em 2011:

Rede Pública: Para cada Eng. Mecânico, 5 Bach. Administração

Rede Privada: Para cada Eng. Mecânico, 65 Bach. Administração

Rede Pública: Para cada Bach. Física, 19 Bach. Direito

Rede Privada: Para cada Bach. Física, 3010 Bach. Direito 9

CONSEQUÊNCIAS DA CONCENTRAÇÃO

SJC, dentre os 5,5 mil municípios brasileiros:

2º em Exportações (Fonte: 2006 / 7 / 8, MDIC/Secex – em 2012 é o 5º)

22º em PIB (Fonte: 2010, IBGE)

30º em População (Fonte: 2010, IBGE)

Mas, até 2008 (Fonte: Censo da Educação Superior, MEC/INEP)

122º em vagas Federais de ES

213º em vagas Estaduais de ES

Observação: Mais nada a menos de 80 Km 10

Um “Zoom” EM S.J.C.

EDUCAÇÃO SUPERIOR NO BRASIL E NO MUNDO

ALGUMAS COMPARAÇÕES

Com 630 mil hab., SJC é a 30ª maior cidade do

Brasil em população (190 milhões hab.)

Investiguemos o que há na 30ª maior cidade de

5 países Europeus e

2 Norte Americanos 11

Alemanha (85 mi hab) 30a é KIEL (238 mil)

Christian-Albrechts-Universität (www.uni-kiel.de)

Universidade Pública e Gratuita 24 mil alunos

12

Espanha (45 mi hab) 30a é ALBACETE (153 mil)

Universidad de Castilla-La Mancha (www.uclm.es)

Universidade Pública e Gratuita 31 mil alunos

Campus de Albacete: 9 mil alunos

13

França (62 mi hab) 30a é BESANÇON (118 mil)

Université de Franché-Comté (www.univ-fcomte.fr)

Universidade Pública e Gratuita 20 mil alunos

14

Itália (60 mi hab) 30a é FERRARA (135 mil)

Università degli Studi de Ferrara (www.unife.it)

Universidade Pública e Gratuita 18 mil alunos

15

Reino Unido (61 mi hab) 30a é PRESTON (184 mil)

University of Central Lancashire (www.uclan.ac.uk)

Universidade Pública 32 mil alunos

16

Canadá (34 mi hab) 30a é BRANTFORD (124 mil)

Nipissing University (www.nipissingu.ca)

Universidade Pública 5 mil alunos

17

EUA (310 mi hab) 30a é LAS VEGAS (583 mil)

University of Nevada, Las Vegas (www.unlv.edu)

Universidade Pública 28 mil alunos

18

19

DA EDUCAÇÃO SUPERIOR NOS EUA

20

E COMO É NO BRASIL?

EDUCAÇÃO SUPERIOR EUA Dados da Califórnia

Fonte: http://www.campusoutreach.ucsb.edu/ap/ca_highered.html

EDUCAÇÃO SUPERIOR EUA Dados da Califórnia

Fonte: http://www.campusoutreach.ucsb.edu/ap/ca_highered.html

109 unidades

23 unidades

10 unidades

23

EDUCAÇÃO SUPERIOR EUA Dados da Califórnia

24

EDUCAÇÃO SUPERIOR EUA Dados da Califórnia

Notas:

• As estimativas acima:

– São médias para 2011-2012, os valores variam por instituição

– Incluem apenas as despesas institucionais (sem moradia, livros)

– São apenas para moradores da Califórnia (outros pagam bem mais)

• Até 1985 os Community Colleges eram gratuitos para moradores do estado

25

EDUCAÇÃO SUPERIOR EUA Dados da Califórnia

Fonte: http://www.ebudget.ca.gov/

26

EDUCAÇÃO SUPERIOR EUA Dados da Califórnia

PAUSA PARA REFLEXÕES

E, então:

Da UFABC

27

28

UFABC – Dia Zero – Novembro 2005

29

UFABC – Maquete – Fevereiro 2006

30

UFABC – Santo André – Março 2011

31

32

UFABC – São Bernardo

Dezembro de 2009

Janeiro de 2013

33

UFABC – GRADUAÇÃO (ENADE 2011)

34

SOBRE O IGC 2011

SP: 6 MG: 4 RS: 4 RJ: 3 SC: 2 BSB: 1

35

SOBRE O IGC 2011

SP: 6 MG: 4 RS: 4 RJ: 3 SC: 2 BSB: 1

36

UFABC – PÓS-GRADUAÇÃO

Programas Aprovados pela CAPES (Stricto Sensu) – 1ºs em 2007

Mestrados Acadêmicos 17

Mestrados Profissionais 02

Doutorado 09

Alunos > 1.000

Teses Defendidas

Mestrado > 400

Doutorado 28

Fonte: dados colhidos em www.ufabc.edu.br, acesso em 23 de agosto de 2013

37

UFABC – PESQUISA (SIR 2013)

Da Criação e Expansão do

Campus da Unifesp em SJC

38

39

ICT UNIFESP SJC – 2007 e 2008

2007: 10 Professores Temporários (Substitutos)

50 vagas anuais em Ciências da Computação

40

ICT UNIFESP SJC – JULHO DE 2010

2011: 300 vagas anuais no BI em Ciência e Tecnologia

300 Vagas Anuais (200 integral e 100 noturno)

Ofertas de Cursos de Formação Específica (pós BI):

Bacharelados: (1) Ciências da Computação, (2) Matemática Computacional e (3) Biotecnologia

Engenharias: (4) Biomédica, (5) Materiais e (6) Computação

Novas opções pós BI (aprovadas, aguardando vagas):

Engenharia de Controle e Automação

Engenharia de Energia

ICT UNIFESP SJC A PARTIR DE 2013

PROGRAMAS Stricto Sensu APROVADOS PELA CAPES

PPG em Ciências da Computação, Mestrado, 08/2011

PPG em Engenharia e Ciência dos Materiais, Mestrado e

Doutorado, 12/2011

PPG em Biotecnologia, Mestrado e Doutorado, 05/2013

ICT UNIFESP SJC – PÓS-GRADUAÇÃO

43

UNIFESP NO PqTEC de SJC

Parque Tecnológico de

São José dos Campos

Maquete do 1º Prédio do

ICT no PqTec: 07/2011

Início das Obras: 05/2012

Selecionar 50 servidores docentes por ano

Selecionar 30 servidores não docentes por ano

Aumentar 100 vagas no vestibular por ano

Metas para 2020:

• 500 servidores docentes

• 300 servidores Tas

• 1.000 vagas no vestibular

• 5.000 alunos de graduação

• 1.500 alunos de pós-graduação

ICT UNIFESP SJC PLANO DECENAL 2011-2020

45

UNIFESP NO PqTEC de SJC

Data da foto: 09/05/2012 – 1º mês de obra

46

UNIFESP NO PqTEC de SJC

Data da foto: 04/12/2012 – 08 meses de obra

47

UNIFESP NO PqTEC de SJC

Data da foto: 19/09/2013 – 14 meses de obra

48

III - TEMAS PARA DISCUSSÕES

III.1) DO MODELO PEDAGÓGICO DAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS

Dos Bacharelados Interdisciplinares

III.2) AÇÕES AFIRMATIVAS

Podem melhorar o ensino superior?

50% é muito?

III.3) ENSINO SUPERIOR NOTURNO

É uma oportunidade real?

Deve ser incentivado?

Grato pela atenção!

Armando Z. Milioni

Instituto Tecnológico de Aeronáutica - ITA

Divisão de Engenharia Mecânica - IEM

Departamento de Gestão e Apoio à Decisão - IEMB

[email protected] 49

DO ENSINO

SUPERIOR PÚBLICO E PRIVADO

NO BRASIL E NO MUNDO

Do Modelo Pedagógico

50

UMA VERDADE INCONVENIENTE?

Fonte: Edson de Oliveira Nunes, Observatório Universitário, www.observatoriouniversitario.org.br, 05/02/2011

Fonte: Apresentação feita pelo Prof. Naomar de Almeida Filho, disponível em: www.ufabc.edu.br/images/stories/pdfs/Eventos/Encontro_BIs_2012/apresentacao-pressupostos-dos-bacharelados-interdisciplinares-ufabc-2012.pdf

Iniciativa em andamento (em diferentes estágios) em:

• 14 Universidades Federais:

• UFABC e UNIFESP

• Diversas Estaduais:

• UNICAMP – ProFIS (2011)

53

Dos Bacharelados Interdisciplinares

BACHARELADO EM C&T

( 3 ANOS)

GRADUAÇÃO POS

GRADUAÇÃO

MERCADO DE

TRABALHO

OUTRA

UNIVERSIDADE

Engenharia

Ciências da Natureza

Matemática

Computação

MERCADO DE

TRABALHO

Bacharelados Interdisciplinares (BI)

55

UMA VERDADE INCONVENIENTE?

Fonte: Edson de Oliveira Nunes, Observatório Universitário, www.observatoriouniversitario.org.br, 05/02/2011

Propósitos do sistema de Ciclos:

•Evita a precocidade de escolha

•Permite mudanças de percurso

•Propõe-se a reduzir evasão

•Formação interdisciplinar (com menos tempo em sala de aula)

•Flexibiliza estruturas curriculares (o alunos escolhe 50% das discipl.)

•Propõe-se a estimular a mobilidade

•Integra graduação e pós-graduação

•Compatibilidade internacional

57

Dos Bacharelados Interdisciplinares

AÇÕES AFIRMATIVAS

COTAS

REFLEXÕES

58

AS COTAS NA SOCIEDADE Exemplo: O Shopping Center

59

Estacionamento de um Shopping Center que pratica sua “Autonomia Comercial”

60

A intervenção

61

DAS COTAS E DAS SUAS PROPORÇÕES:

QUANDO 10% = 0

62

Quando 10% = 0

• Seja um curso com 100 vagas, 10 das quais reservadas a cotistas.

• Se, dentre os primeiros 100 classificados no vestibular houver 10 ou mais cotistas, então, a reserva de vagas não terá sido necessária.

• O efeito prático, portanto, é nulo!

63

Quando 10% = 0

• Será essa uma possibilidade puramente teórica?

• Não!

• Isso foi exatamente o observado em todos os cursos do ICT da Unifesp em SJC em 2012!

64

Quando 10% = 0

Uma perigosa entrevista hipotética:

A Unifesp de SJC pratica ações afirmativas?

• Sim. Reservamos 10% das vagas de cada curso a egressos do ensino público auto declarados de origens étnicas específicas.

E qual o efeito prático disso?

• Nenhum.

65

Quando 10% = 0

Como assim, nenhum?

• É que os aprovados com e sem a prática das cotas são exatamente os mesmos, pois a quantidade de vagas reservada é inferior ao número de cotistas que ingressa naturalmente em todos os nossos cursos.

Com ou sem cotas são os mesmos aprovados?

• Sim.

66

Quando 10% = 0

Então, apesar de todo o debate ideológico, na prática o efeito é nenhum?

• Exatamente.

Nenhum mesmo?

• Isso.

Mas isso parece absurdo...

• ...

67

Quando 10% = 0

• Bom, talvez 10% seja muito pouco.

• Mas 50% é certamente muito.

• Será?

68

DAS COTAS E DE SUAS PROPORÇÕES:

QUANDO 50% = 5%

69

Quando 50% = 5%

• Na UFABC, em 2007, as vagas foram sendo preenchidas pelos elementos das duas listas ordenadas (750 vagas para cada tipo de candidato).

• Quando o 750º candidato não cotista surgiu e preencheu a sua vaga, 592 cotistas já haviam ingressado, i.e., já estavam no sistema.

70

Quando 50% = 5%

• Vamos compreender então:

• Com ou sem cotas, as primeiras 1342 (750+592) vagas foram exatamente as mesmas.

• Ou seja: 90% da lista era a mesma!

71

Quando 50% = 5%

• Mas, então, 158 vagas, ou 10% do total, foram preenchidas por cotistas que passaram à frente de candidatos não cotistas?

72

Quando 50% = 5%

• Mas, então, 158 vagas, ou 10% do total, foram preenchidas por cotistas que passaram à frente de candidatos não cotistas?

• Não necessariamente!

73

Quando 50% = 5%

• Unindo as duas listas (populações), verificamos que entre as posições 1352 e 1500 (158 nomes) havia 85 cotistas.

• Cada um destes 85 cotistas seria aprovado naturalmente, sem qualquer benefício, i.e., sem necessidade de uso de cotas.

74

Quando 50% = 5%

• Assim, apenas 73 cotistas (158-85) ingressaram na UFABC como consequência da reserva de 50% das vagas.

• Ou seja, a alteração na lista de 1500 aprovados limitou-se a 73 nomes.

• Ou: 5% do total!

75

DAS COTAS:

DA MERITOCRACIA

76

Justiça – Michael Sandel Harvard University

LECTURES AVAILABLE ON YOUTUBE

www.youtube.com/watch?v=kBdfcR-8hEY

77

Do livro de Michael Sandel

Evolução histórica do conceito de justiça

Séculos

• O utilitarismo (J.Bentham e J.Mill) XVIII - XIX

• A ideologia libertária (M.Friedman) XX

• O que importa é o motivo (I.Kant) XVIII

• A questão da equidade (J.Rawls) XX - XXI

• Quem merece o quê? (Aristóteles) IV a.C.

• Diversas discussões, em particular:

• As ações afirmativas (cotas)

78

A distribuição do Talento

79

A distribuição do Talento

80

Suponha agora que a

curva original, para toda a

população, é dividida em

duas, segundo algum

critério

A divisão do Talento: Exemplo 1

81

Mulheres Homens

(Vermelho) (Verde)

Suponha agora que a

curva original, para toda a

população, é dividida em

duas, segundo algum

critério

A divisão do Talento: Exemplo 1

82

Mulheres Homens

(Vermelho) (Verde)

A hipótese é a de que a distribuição permanece a mesma.

Agora, as áreas sob as curvas vermelha e verde somam 100%.

Suponha agora que a

curva original, para toda a

população, é dividida em

duas, segundo algum

critério

83

A divisão do Talento: Exemplo 2

Consoante Vogal

(Vermelho) (Verde)

Consoante = 1ª letra do

nome é Consoante

Vogal = 1ª letra do nome

é Vogal

Hipótese: 2 para 1

Suponha agora que a

curva original, para toda a

população, é dividida em

duas, segundo algum

critério

84

A divisão do Talento: Exemplo 2

A hipótese, novamente, é a de que a distribuição permanece a mesma.

Mais uma vez, as áreas sob as curvas vermelha e verde somam 100%.

Suponha agora que a

curva original, para toda a

população, é dividida em

duas, segundo algum

critério

Consoante Vogal

(Vermelho) (Verde)

Consoante = 1ª letra do

nome é Consoante

Vogal = 1ª letra do nome

é Vogal

Hipótese: 2 para 1

85

86

Suponha agora que a

curva original, para toda a

população, é dividida em

duas, segundo algum

critério

Publ Priv

(Vermelho) (Verde)

Publ = Cursaram o ensino

médio na Escola Pública

Priv = Escola Privada

Dados: 7 para 1

A divisão do Talento: Exemplo 3

87

A divisão do Talento: Exemplo 3

Suponha agora que a

curva original, para toda a

população, é dividida em

duas, segundo algum

critério

- Todos compunham a mesma população (talento), mas a formação os diferencia.

Publ Priv

(Vermelho) (Verde)

Publ = Cursaram o ensino

médio na Escola Pública

Priv = Escola Privada

Dados: 7 para 1

88

Suponha agora que a

curva original, para toda a

população, é dividida em

duas, segundo algum

critério

- Todos compunham a mesma população (talento), mas a formação os diferencia.

- Agora, o topo 1% da curva vermelha não chega a topo 5% da curva azul.

- Em contrapartida, o topo 5% da curva verde atinge o topo 1% da curva azul.

Publ Priv

(Vermelho) (Verde)

Publ = Cursaram o ensino

médio na Escola Pública

Priv = Escola Privada

Dados: 7 para 1

A Consequência...

89

A Consequência...

Suponha agora que a

curva original, para toda a

população, é dividida em

duas, segundo algum

critério

- Cursos mais competitivos tendem a recrutar só na curva verde

- É como se o Brasil tivesse 1/8 de sua população (< que o Peru)

Publ Priv

(Vermelho) (Verde)

Publ = Cursaram o ensino

médio na Escola Pública

Priv = Escola Privada

Dados: 7 para 1

A Analogia do Atleta

• Há que se escolher um atleta para compor uma equipe de

atletismo (100 m rasos)

• Busca converge para dois candidatos: A e B

• É feito um teste final que A e B completam com índices rigorosamente idênticos (digamos, 10,50 segundos)

• Quem escolher, e por quê?

90

A Analogia do Atleta

• Informações Adicionais: A se preparou para o teste em pistas profissionais, com o apoio de técnicos especializados e utilizando material apropriado.

B não contou com nada disso.

É agora? Quem escolher, e por quê?

91

A Analogia do Atleta

• Informações Adicionais: A se preparou para o teste em pistas profissionais, com o apoio de técnicos especializados e utilizando material apropriado.

B não contou com nada disso.

É agora? Quem escolher, e por quê?

• PRINCÍPIO: “Resultados Semelhantes obtidos a partir de

condições distintas de preparação constituem evidência de que há mais talento potencial em quem se preparou em piores condições”

92

A Analogia do Atleta

• Informações Adicionais: A se preparou para o teste em pistas profissionais, com o apoio de técnicos especializados e utilizando material apropriado.

B não contou com nada disso.

É agora? Quem escolher, e por quê?

• PRINCÍPIO: “Resultados Semelhantes obtidos a partir de

condições distintas de preparação constituem evidência de que há mais talento potencial em quem se preparou em piores condições”

• PORTANTO: O escolhido deve ser B

93

A Analogia do Atleta

• Informações Adicionais: A se preparou para o teste em pistas profissionais, com o apoio de técnicos especializados e utilizando material apropriado.

B não contou com nada disso.

É agora? Quem escolher, e por quê?

• PRINCÍPIO: “Resultados Semelhantes obtidos a partir de

condições distintas de preparação constituem evidência de que há mais talento potencial em quem se preparou em piores condições”

• PORTANTO: O escolhido deve ser B

94

Mas, e se B perdesse com tempo = 10,51 segundos?

EXPLICANDO MELHOR (1/3)

95

EXPLICANDO MELHOR (2/3)

96

EXPLICANDO MELHOR (3/3)

97

Perguntas Interessantes

Se há evidência estatística significativa de que grupos distintos que ingressam na UNICAMP com notas idênticas têm, na Universidade (em condições idênticas) desempenhos distintos, então:

1 ) Será que o Vestibular cumpria a finalidade de selecionar os melhores talentos – ou, em outras palavras, cumpria a meritocracia?

2 ) Ou será que o desempenho médio de todos os alunos seria aumentado com o acréscimo da aprovação de egressos do Grupo que se preparou em piores condições?

3) Se assim for, como isso deveria ser feito? 98

• Ensino superior x Ensino básico

• Cotas não podem ser para sempre

• A discussão conceitual é complexa; a operacional, muito mais

• A questão étnica

99

REFLEXÕES FINAIS

ESTUDO NOTURNO E A

TRIPLA JORNADA DE TRABALHO:

REFLEXÕES

100

1 2 3

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

4,0%

1,5%

0,2%

19,7%

9,6%

3,5%

10,8%

5,1%

1,7%

Evolução do % de alunos noturnos no Ensino Fundamental

1a a 4a Séries

5a a 80 Séries

TOTAL

Ano (1 = 2000, 2 = 2005, 3 = 2010)

Pe

rce

ntu

al d

e a

lun

os

no

turn

os

1 2 3

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%53,4%

44,1%

35,4%

Evolução do % de alunos noturnos no Ensino Médio

TOTAL

Ano: 1 = 2000 2 = 2005 3 = 2010

Pe

rce

ntu

al d

e a

lun

os

no

turn

os

1 2 3

59,5%

60,0%

60,5%

61,0%

61,5%

62,0%

62,5%

63,0%

63,5%

64,0%

60,9%

62,6%

63,5%

Evolução do % de alunos noturnos no Ensino Superior

TOTAL

Ano: 1 = 2006 2 = 2008 3 = 2010

Pe

rce

ntu

al d

e a

lun

os

no

turn

os