reflexão
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O início do Ano Lectivo, levou-me a uma reflexão sobre o que vi, ouvi, li, vejo, oiço e leio. Reflexão do Presidente da FERLAP sobre a Escola, hoje, 09/10/2013TRANSCRIPT
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Reflexão
A escola hoje
O Sr. Ministro diz que a o ano lectivo começou normalmente.
Eu, olho para a escola e vejo: turmas sem professores, escolas sem assistentes operacionais,
secretarias a funcionar uma hora por dia, Manuais a aumentar de preço, Manuais que
aparentemente são iguais, mas afinal não são, Alunos perdidos na escola, Alunos a ser
colocados no percurso alternativo sem conhecimento e sem consentimento dos Pais, turmas
de 20 alunos constituídas quase exclusivamente por marginais, roubos e furtos, Professores
assustados, Professores, Directores e Pessoal não Docente sem saber o que fazer para resolver
os problemas que lhes surgem diariamente, salas de aulas com 40 alunos, droga a ser passada
e consumida na escola, alunos indisciplinados com 18 anos a continuar na escola, alunos a
agredir (agredir não é apenas bater), colegas, Auxiliares e Professores, a impunidade com que
aqueles praticam os seus actos, professores a ser ameaçados, o medo dos professores em
denunciar as situações, seja, por medo dos alunos ou por medo da “mobilidade”, as escolas a
esconder estas situações, Pais a fechar as Escolas porque querem melhor para os seus Filhos, a
falta de educação, a falta de respeito, a falta de dignidade, a falta de orgulho, o desinteresse, o
desistir, Escolas em que as bocas-de-incêndio não funcionam, Escolas sem material, ginásios,
bibliotecas e bares que não funcionam, Escolas a cair, Escolas reconstruídas com defeitos
enormes e que não são corrigidos.
Vejo os responsáveis a fugir às responsabilidades, vejo falta de respostas, vejo falta de diálogo,
vejo hipocrisia, vejo a resignação, vejo os responsáveis dizer o que fica bem dizer, o
politicamente correcto, vejo, como me disse uma professora, “brincar às escolinhas”, vejo os
cortes cegos na educação…. Enfim, vejo a destruição da Escola Pública….
O que eu gostaria de ver: a preocupação e o desejo de resolver, a punição dos responsáveis e
uma Política de Educação para o FUTURO.
Enfim, vivemos num País de faz de conta, em que brincamos à democraciazinha, em que
vivemos de aparências, em que o que interessa é o presente e os benefícios que podemos tirar
dele.
A continuar assim, viajamos no sentido completamente contrário ao sonho que nasceu com o
25 de Abril de 1974, a DEMOCRACIA e a ESCOLA DE QUALIDADE UNIVERSAL E GRATUITA.
A Escola Pública, é a única possibilidade de a nossa sociedade recuperar os valores que se
estão a perder a uma velocidade tal, que caminhamos rapidamente para um vazio de valores,
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PPeessssooaa CCoolleeccttiivvaa ddee UUttiilliiddaaddee PPuubblliiccaa DD..RR..,, 22ªª SSéérriiee,, nnºº 113333,, ddee 99 ddee JJuunnhhoo ddee 11999922
se entendermos por valores, sem qualquer tipo de ordem, a honra, a solidariedade, a justiça, a
dignidade, o respeito e a educação, entre muitos outros que faziam parte da nossa vida
enquanto pessoas.
Antes de 74, era importante um povo sem instrução e submisso, o hoje parece que se quer da
mesma forma um povo sem instrução, só que, o submisso está a passar a “sem valores” e isso
será o fim da sociedade como a conhecemos. Ou arrepiamos caminho, ou o futuro será muito
diferente daquele que pretendemos e, infelizmente, não será melhor.
Há que repensar o que pretendemos da EDUCAÇÃO em PORTUGAL. Há que definir uma
Politica de Educação para o FUTURO que, não pode estar dependente dos mandatos dos
ministros ou, mesmo, dos secretários de estado.
HÁ QUE PENSAR O FUTURO.
Isidoro Roque
Presidente