refino físico do petróleo

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA – EQ ELILTON ALMEIDA LIMA EQ10120 JONAS SILVA NETO EQ10118 SEMINÁRIO DE PROCESSOS QUÍMICOS INDÚSTRIAIS

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Page 1: Refino físico do Petróleo

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA

CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA – EQ

ELILTON ALMEIDA LIMA EQ10120

JONAS SILVA NETO EQ10118

SEMINÁRIO DE PROCESSOS QUÍMICOS INDÚSTRIAIS

São Luís – MA

2011

Page 2: Refino físico do Petróleo

ELILTON ALMEIDA LIMA EQ10120

JONAS SILVA NETO EQ10118

O REFINO FÍSICO DO PETRÓLEO

Trabalho apresentado a Universidade

Federal do Maranhão no seminário de

Processos Químicos Industriais, como

requisito obrigatório para aprovação na

disciplina.

Orientador: Prof. Henrique Cardias

São Luís – MA

2011

Page 3: Refino físico do Petróleo

“Agora vivemos o império do petróleo e do dinheiro, o resto é disfarce.”

(José Saramargo)

Page 4: Refino físico do Petróleo

RESUMO

Este trabalho foi desenvolvido a partir da realização de pesquisas sobre o Refino

Físico do Petróleo com ênfase no processo de Destilação com intuito de explicação de todas

as etapas, bem como a descrição e funcionamento dos aparelhos utilizados, operações

unitárias além da apresentação de novidades sobre o mercado maranhense de subprodutos de

petróleo, uso e preços.

Palavras-chave: Refino Físico. Petróleo. Destilação.

Page 5: Refino físico do Petróleo

ABSTRACT

This work was developed from research on the physical refining of oil with emphasis

on the process of distillation with the aim of explaining all the steps and the description and

operation of equipment used, unit operations beyond the presentation of news about

Maranhão market of petroleum byproducts, use and prices.

Keywords: Physical Refining. Oil. Distillation.

Page 6: Refino físico do Petróleo

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Subprodutos do Petróleo................................................................................... 27

Figura 02 – Diagrama de blocos da Destilação a 3 estágios............................................... 32

Figura 03 – Fluxograma da unidade de Destilação a 3 estágios......................................... 39

Figura 04 – Equipamentos usados na Destilação................................................................ 40

Figura 05 – Colunas de Destilação........................................................................................ 41

Figura 06 – Refervedor......................................................................................................... 41

Figura 07 – Tipos de Refervedor........................................................................................... 42

Figura 08 – Pratos ................................................................................................................ 43

Figura 09 – Borbulhadores................................................................................................... 44

Figura 10 – Funcionamento da torre de Destilação............................................................. 44

Figura 11 – Produção média de derivados de petróleo....................................................... 46

Figura 12 – Estimativa de variação dos preços dos derivados de petróleo no mercado

internacional........................................................................................................................ 46

Figura 13 - Estimativa de variação dos preços dos derivados de petróleo no mercado

nacional................................................................................................................................ 47

Figura 14 – Gráfico de Importação x Exportação................................................................. 48

Figura 15 – Derivados de Petróleo como fonte de energia.................................................. 48

Figura 16 – Produção da Refinaria em v%............................................................................ 50

Figura 17 – Cronograma da Refinaria Premium................................................................... 51

Page 7: Refino físico do Petróleo

SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO............................................................................................................. 17

2- A HISTÓRIA DO REFINO ........................................................................................ 18

3- PROPRIEDADES E APLICAÇÕES DOS PRODUTOS......................................... 20

3.1- PRODUTOS DA REFINAÇÃO ......................................................................... 23

4- DESCRIÇÃO DO PROCESSO................................................................................... 28

4.1- REFINAÇÃO......................................................................................................... 28

4.2- OPERAÇÕES UNITARIAS ............................................................................... 29

4.3- A DESTILAÇÃO................................................................................................... 30

A) Destilação Integral................................................................................................ 30

B) Destilação Diferencial.......................................................................................... 30

C) Destilação Fracionada......................................................................................... 31

4.3.1- Destilação Atmosférica e a vácuo....................................................................... 31

4.3.2-Pré-aquecimento e dessalinização....................................................................... 32

4.3.3- Destilação atmosférica......................................................................................... 33

4.3.4- Destilação a vácuo................................................................................................ 36

4.3.5- Tipos de unidade de Destilação........................................................................... 38

4.3.5.1- Unidades de um estágio................................................................................ 38

4.3.5.2- Torres de “pré-flash” e Destilação atmosférica......................................... 38

4.3.5.3-Destilação atmosférica e Destilação a vácuo............................................... 38

4.3.5.4- Unidades de três estágios............................................................................. 38

4.4- EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA DESTILAÇÃO................................... 40

4.4.1- Colunas de Destilação......................................................................................... 41

A) Retificadores (refervedores)................................................................................ 41

B) Condensador......................................................................................................... 43

C) Pratos (ou bandejas)............................................................................................. 43

D)Borbulhadores....................................................................................................... 44

4.4.2- Funcionamento da torre de Destilação............................................................... 44

5- SITUAÇÃO DO PROCESSO NO BRASIL................................................................ 45

5.1- MATERIA-PRIMA................................................................................................ 45

5.2- PRODUTO FINAL................................................................................................ 45

5.2.1- PREÇOS............................................................................................................... 46

5.2.2- Exportação e Importação.................................................................................... 47

Page 8: Refino físico do Petróleo

5.2.3- Consumo............................................................................................................... 48

5.3- Refinaria Premium no Maranhão......................................................................... 49

5.3.1-Porque construir uma nova refinaria no Brasil?................................................ 49

5.3.2- Motivos para implantação da refinaria no Maranhão...................................... 49

5.3.3- produção da Refinaria em v% ........................................................................... 50

5.3.4- Cronograma da Refinaria................................................................................... 51

6- CONCLUSÕES .............................................................................................................. 52

7- REFERÊNCIAS............................................................................................................. 53

LISTA DE TABELAS........................................................................................................ 55

Page 9: Refino físico do Petróleo

1 - INTRODUÇÃO:

Da historia até os produtos comercializáveis. O foco principal do trabalho está em

mostrar como se dá o processo de refino físico do petróleo, através de diagramas, fluxogramas

que descrevem as operações unitárias envolvidas. Ao longo deste perceber-se-á cada etapa

com clareza, observando-se as definições e propriedades das partes que compõem o processo.

É importante ressaltar que o refino físico é constituído de diversas operações

unitárias. Porém, a mais importante é a destilação que será descrita com maior apreço. É nela

que se separam alguns produtos do petróleo e outros componentes (misturas) que sofrerão

ainda, outros tipos de processamento. Será mostrado ao longo deste como funciona uma

refinaria. Sua estrutura, seus equipamentos, e suas unidades de operação. Também serão

abordadas as aplicações do que é produzido a partir do petróleo. Inclui-se junto a isso,

aspectos como: preço, produção mundial, produção no Brasil e o petróleo no cenário

maranhense.

Os produtos do petróleo contribuem na movimentação de mercado, por serem suma

importância no funcionamento de indústrias, no transporte, entre outros. Com a descoberta de

novas reservas a exploração e o beneficiamento do óleo cru só tem crescido. E tem aumentado

também o número de novas tecnologias envolvidas nesse processo, bem como a quantidade

de aplicações do que é produzido a partir do petróleo.

Page 10: Refino físico do Petróleo

2 - A HISTÓRIA DO REFINO

A princípio, a refinação do petróleo envolvia o simples fracionamento dos

constituintes presentes no óleo cru. Este é o mais simples, e foi um golpe de sorte o fato de o

primeiro óleo descoberto na Pensilvânia ser conveniente para essa operação. À medida que os

mercados foram sendo ampliados, exigindo-se produtos mais especializados, e que foram

sendo descobertos novos campos produtores com outras espécies de óleo, tornou-se

necessário e econômico utilizar reações químicas, a fim de alterar a estrutura molecular dos

compostos inicialmente presentes no petróleo mercados muito maiores e mais flexíveis.

A indústria de petróleo fornece as matérias-primas mais baratas para a fabricação de

muitas substâncias químicas comercializadas, do negro de fumo e da amônia, passando pelo

etanol e pelo glicol, até as borrachas sintéticas, as fibras sintéticas e os plásticos.

A indústria de petróleo - nos seus setores de projeto, de operação, de

desenvolvimento, de vendas e executivo - torno-se a maior empregadora de engenheiros

químicos. Este fato é especialmente relevante nos tempos recentes em virtude de as

destilações simples dos anos iniciais da indústria terem sido substituídas, em geral, por

procedimentos de refinação complicados, envolvendo numerosas operações físicas e

conversões químicas, ou processos, ou processos químicos unitários, muitas vezes de grande

complexidade e de grande porte. Todos os ramos desta indústria estão de tal forma inter-

relacionados e são tão técnicos que exigem o serviço de muitos engenheiros especializados.

Alem disto, a indústria do petróleo está ampliando suas necessidades, pois está atingindo

muitos outros setores químicos, fornecendo-lhe matérias-primas e usando novas substâncias.

Por isso, os engenheiros químicos na indústria de petróleo, para serem mais eficientes, no

trabalho de operação, ou de construção, ou de projeto, devem estar informados sobre os outros

setores.

História: Usando a energia do Sol em seu ciclo vital, há algumas centenas de milhões

de anos vegetais e animais cresceram, feneceram e em muitos casos foram progressivamente

cobertos pro sedimentos, preservando boa parte da energia química nas cadeias orgânicas de

suas estruturas. Desde então, esses materiais soterrados passaram por um longo processo de

transformação, sob elevadas pressões e temperaturas, convertendo-se finalmente em uma

mistura complexa de hidrocarbonetos, o petróleo ou o gás natural. Após laboriosa busca, esses

produtos são trazidos pelo homem à superfície para devolver a energia solar concentrada qu

preservaram por milênios e que constitui a base energética da sociedade moderna.

Page 11: Refino físico do Petróleo

Foi na segunda metade do século XIX, após o desenvolvimento das técnicas de

extração que ampliaram significativamente a produção de óleo e com iniciativas de pioneiros

como James Young na Escócia, Abraham Gesner no Canadá e Samuel Kier nos Estados

Unidos, entre outros, que a destilação de petróleo começou a ser desenvolvido, permitido

produzir substâncias diferenciadas e abrir novas possibilidades de utilização. Nas primeiras

refinarias o principal produto era o querosene, obtido por simples destilação atmosférica e

adotado para iluminação por produzir uma chama clara e queimar com menos fumaça. O

resíduo deste fracionamento rudimentar era um resíduo pesado utilizado basicamente como

lubrificante para o crescente parque de máquinas. Contudo, a partir de 1879 surgiu uma nova

tecnologia para iluminação, capaz de substituir com vantagens os lampiões: a lâmpada

elétrica. A nascente indústria do petróleo estaria fadada à estagnação não fosse o célere

desenvolvimento, nesse mesmo período, do motor de combustão interna, demandando

quantidades crescentes de combustíveis, que apenas as refinarias de petróleo poderiam suprir.

Em 1896 Henry Ford chegou a empregar álcool etílico em seus primeiros modelos, mas a

maior disponibilidade de derivados de petróleo foi decisiva. Rapidamente a gasolina ocupou o

lugar do querosene como o subproduto prioritário do petróleo, pautando a extraordinária

expansão da capacidade e complexidade das refinarias durante todo o século passado.

Page 12: Refino físico do Petróleo

3 - PROPRIEDADES E APLICAÇÕES DOS PRODUTOS:

O petróleo cru é constituído por centenas de diferentes substâncias químicas, do

metano ao asfalto. Embora a maioria dos constituintes seja hidrocarbonetos (83 a 87% em

carbono e 11 a 15% em hidrogênio), a analise elementar mostra a presença de pequenas

quantidades de nitrogênio (0 a 0,5%), de enxofre (0 a 6%) e de oxigênio (0 a 3,5%). É grande

o trabalho de pesquisa realizado por diversos grupos que cooperam com API para determinar

os constituintes reais do petróleo. Os resultados foram publicados na literatura e resumidos

excelentemente por Sweeney, Sachanen e Nelson.

Os hidrocarbonetos podem ser divididos em duas classes químicas, conforme a

descrição abaixo.

Compostos de cadeia aberta ou alifáticos, compreendendo:

Série de parafinas normais, CnH2n+2. Esta série de hidrocarbonetos compreende a

maior fração da maioria dos petróleos, frente a qualquer classe individual. Seus membros

importantes são: n-hexano e n-heptano. As parafinas normais predominam na maioria das

gasolinas automotivas.

Serie de compostos isoparafinas, CnH2n+2. Compostos com cadeia ramificada, que

são muito desejáveis e frequetemente produzidos pela reforma catalítica, pela alquilação e por

isomerização. Os membros da série que ocorrem naturalmente são os 2 e 3-metilpentanos,

2,3-dimetilpentano e 2-metilexano.

Série olefínica, CnH2n. Esta série ou está ausente do óleo cru ou existe em

quantidades muito pequenas. Os processos de craqueamento produzem grandes quantidades

de olefinas. As olefinas possuem propriedades antidetonantes melhores que as das parafinas

normais, mas têm propriedades inferiores às das parafinas muito ramificadas e às dos

aromáticos. A utilidade das olefinas nas misturas é um tanto reduzida em virtude da

reatividade química, pois polimerizam-se e/ou oxidam-se ao serem estocadas. As olefinas

constituem a classe mais importante dos derivado químicos do petróleo para a fabricação de

outros produtos, através de outros processamentos químicos ou conversões. Exemplos dos

membros iniciais puros são o eteno, o propeno e o buteno. Nas gasolinas craqueadas e nos

produtos residuais, são encontrados muitos membros superiores da série.

Compostos de cadeia fechada, compreendendo:

Série naftênica, CnH2n. Esta série, cuja fórmula empírica coincide com a das

olefinas, tem seus membros completamente saturados. Seus membros são o metil-

ciclopentano, cicloexano, dimetil-ciclopentano e metil-cicloexano. Estes naftenos

Page 13: Refino físico do Petróleo

predominam na maioria dos gasóleos e dos óleos lubrificantes de todos os tipos de petróleo.

Também estão presentes nos produtos residuais.

Série aromática ou benzênica, CnH2n-6. Estes compostos são obtidos no

processamento químico e, como as olefinas, têm boas qualidades antidetonantes. Os membros

da série são o benzeno, o tolueno, o etil-benzeno e os xilenos.

Os petróleos crus caracterizam-se pela variabilidade de composição e devem ser

caracterizados antes da refinação. No decorrer dos anos, tornou-se usual dividir os crus em

três “bases”:

1. Base parafínica. São os óleos constituídos por compostos de cadeia aberta e

que fornecem por destilação gasolina de baixa octanagem e óleos lubrificantes excelentes,

mas cerosos.

2. Base intermediaria. São os crus que contêm grandes quantidades de

compostos parafínicos e naftênicos e fornecem gasolinas de tipo médio e óleos lubrificantes.

Nestes óleos, encontram-se ceras e asfalto.

3. Base naftênica. Estes crus contêm elevada percentagem de compostos cíclicos

(naftênicos) e fornecem gasolina de octanagem relativamente elevada. As frações de óleo

lubrificante devem ser refinadas a solvente. O asfalto está presente.

Os produtos do petróleo foram há muito dividido em frações comerciáveis obtidas

pelo fracionamento nas operações de refinação. É uma divisão pelas faixas de ebulição. Na

verdade, a separação natural que ocorre quando o petróleo deixa os seus jazimentos

subterrâneos, em gás natural e óleo cru, está baseada no mesmo principio. As frações ou

cortes da refinaria podem ser classificadas, esquematicamente, da seguinte forma:

Gasolina natural (ou leve) e gás natural (GLP)

Destilados leves:

Gasolinas automotivas

Naftas

Combustível de jato

Querosene

Óleos combustíveis leves

Destilados médios

Óleos combustíveis pesados

Óleo diesel

Gasóleos

Destilados pesados

Page 14: Refino físico do Petróleo

Óleos minerais pesados (medicinais)

Óleos de flotação pesados

Ceras para (velas, impermeabilização, tratamento de papel e isolamento)

Óleos lubrificantes (faixa ampla)

Resíduos

Óleos lubrificantes

Óleos combustíveis

Petrolato

Óleo impermeabilizante

Asfaltos

Coque

O gás natural ocorre em acumulações subterrâneas, em reservatórios porosos, com

ou sem petróleo. O gás natural é composto principalmente de hidrocarbonetos da série

parafínica, do metano ao pentano, dióxido de carbono, nitrogênio e às vezes hélio; aparecem

pouco, quando aparecem, os hidrocarbonetos insaturados. Os produtos mais importantes

obtidos do gás natural são o combustível, gasolina natural. O GLP, o negro de fumo, o hélio,

o hidrogênio e derivados petroquímicos.

Líquidos do Gás Natural. A gasolina extraída do gás natural e diferenciada da

gasolina de destilação (destilada do petróleo cru) pelo qualitativo natural, ou leve. A

recuperação da gasolina natural do gás natural dá uma gasolina muito volátil, apropriada para

mistura nos combustíveis automotivos, especialmente para facilitar a partida me tempo frio.

Quando o óleo cru é forçado a sair por um poço em virtude da pressão do gás natural, alguns

dos seus componentes mais leves são vaporizados. Por isso, a composição e as características

da gasolina natural recuperada são determinadas pela composição do óleo.

Os dois processos mais importantes para que sejam conseguidas estas elevadas taxas

de recuperação são: (1) absorção refrigerada e (2) destilação a baixa temperatura. A maior

parte das usinas trabalha a -30 até -50ºF (-34 a -46ºC), o que implica em um sistema de

refrigeração a propano operando a uma pressão igual à atmosférica ou um pouco abaixo. É

essencial, no processo de absorção e no processo de destilação a baixa temperatura, que esta

refrigeração seja fornecida eficientemente às correntes de processo.

Gases de craqueamento ou de refinaria. O gás natural não tem hidrocarbonetos

insaturados e hidrogênio; estes compostos estão, porém, presentes nos gases de craqueamento

das refinarias. Em virtude das grandes quantidades de hidrocarbonetos insaturados, e,

portanto quimicamente reativos produzidos nos processos de craqueamento. Os

Page 15: Refino físico do Petróleo

hidrocarbonetos olefínicos destes gases craqueados são usados para a fabricação de gasolina

polimerizada ou alquilada, de anticongelantes, de derivados petroquímicos, de explosivos, de

solventes de artigos medicinais, de fumigantes, resinas, borrachas sintéticas e muitos outros

produtos. Quanto o teor de olefinas não é suficiente, elas são fabricadas pela desidrogenação

das parafinas.

Gases liquefeitos de petróleo (GLP). Os hidrocarbonetos leves, como o propano e o

butano, que são produzidos como subprodutos da gasolina natural, estão tendo agora ampla

utilização como gás de petróleo “engarrafado”, para uso doméstico e para aquecimento, e

como gás de cidade; também são usados como combustível, em casos especiais (tratores de

fazendas e outros, caminhões, ônibus). Uma quantidade crescente está sendo usada na

fabricação de produtos petroquímicos. Parte do gás é usada como fonte de energia para

transporte. O GLP é competitivo com muitos tipos de combustível em uso atualmente. O gás

engarrafado é usado em muitas áreas rurais – afastadas dos dutos distribuidores de gás – para

cozinha, iluminação, aquecimento de água e refrigeração.

3.1- PRODUTOS DA REFINAÇÃO

Precursores petroquímicos São substancias convertidas a partir do gás natural, do

gás de craqueamento, do GLP e de frações de cadeia fechada. Para distinguir e acentuar a

importância crescente do acetileno, das olefinas e dos aromáticos na obtenção dos

petroquímicos, estes compostos são designados como “precursores” dos intermediários que

levam aos produtos acabados e comercializados. Estes precursores ou são convertidos

quimicamente a partir dos materiais do petróleo natural bruto, ou são isolados de frações de

craqueamento. Os principais precursores são:

Acetileno Propeno Benzeno Xilenos

Eteno Buteno Tolueno Naftaleno

O acetileno é empregado com o oxigênio na obtenção de elevadas temperaturas de

solda e participa da fabricação de um numero sempre crescente de compostos industriais,

como o cloreto de vinila, a acrilonitrila, a polivinilpirrolidina, o tricloroetileno e o acido

acético.

O eteno é a substância química produzida em maior volume e pode ser obtido de

frações que variam do etano até gasóleo pesado, ou mesmo óleo cru, de acordo com as

circunstâncias econômicas. As condições para a sua produção estão mais ou menos entre as

que se associam usualmente com a refinação e as que se encontram, em geral, na produção

Page 16: Refino físico do Petróleo

química. O craqueamento do material diluído com um gás inerte (usualmente vapor de água)

em temperatura tão elevada quanto 925ºC, com um tempo de residência muito curto (de 30 a

100ms) dá um produto misturado, que deve ser separado nos seus constituintes úteis. Um

artigo mostra que o craqueamento severo da nafta, muito rápido, dá 1,2% de H2, 15,2% de

metano, 1,3 % de acetileno, 31,8% de eteno, 2,8% de etano, 1,2% de propadieno, 11,6% de

propeno, 0,3% de propano, 4,7% de butadieno, 2,2% de buteno e 27,7% de hidrocarbonetos

em C5 mais líquidos. Os gases são rapidamente arrefecidos, resfriados, desidratados e

fracionados, afim de que forneçam os componentes individuais de elevada pureza, alem de

materiais indesejáveis que são reciclados. A modificação de carga e das condições pode ser

usada para fabricar o propeno e o buteno, quando estes são os produtos primários desejados.

Este gás é suplementado por GLP, gasolina de destilação e etano reciclado.

O propeno tornou-se um precursor muito importante.

As fontes de petróleo e de carvão dos precursores aromáticos das substâncias

petroquímicas e produção a partir do petróleo estão aumentando rapidamente.

O tolueno há muito é feito de matérias-primas petrolíferas, existindo em quantidades

recuperáveis em certos tipos de óleo. Qualquer tolueno em excesso é desmetilizado a benzeno

ou usado para elevar o numero de octanas da gasolina.

O naftaleno com o benzeno foi feito pela desalquilação catalítica de uma corrente

pesada de reforma a 1.200ºF psi (649ºC), com um catalisador de Cr2O3 e Al2C3, durante um

tempo de exposição de 10s. O naftaleno é mais puro que o produto proveniente do alcatrão da

hulha.

Destilados leves Compreendem as naftas e óleos refinados, a gasolina de aviação, a

gasolina de automóveis, os solventes do petróleo e o querosene para jatos. A gasolina

encabeça a lista como o mais importante entre os produtos do petróleo. Com o advento dos

motores com alta taxa de compressão, tornou-se comum a tendência de o combustível detonar

violentamente (bater pino) (o que se deve segundo se pensa, à auto-ignição de parte da carga

comprimida na frente da chama). Algumas substâncias, como o chumbo de tetraetila (sigla

inglesa TEL), o chumbo tetrametila (TML) e a carbonila de ferro, tendem a impedir a

detonação. O número de octanas é igual à percentagem de isooctana (2,2,4-trimetil-pentano)

numa mistura com heptano normal, que, como amostra de combustível, tem as mesmas

características de detonação que a gasolinas em questão. A gasolina de aviação, com um

número de octana igual a 100 ou maior, é composta por um terço de derivados alquilados do

isobutano e de olefinas gasosas, misturado com gasolina catalicamente craqueada e destilados

apropriados do óleo cru, a que se adicionam diversos centímetros cúbicos de chumbo

Page 17: Refino físico do Petróleo

tetraetila pro galão, para reduzir-se a tendência à detonação. O teor de enxofre que pode estar

presente com segurança na gasolina é uma questão controvertida. Teores tão elevados quanto

0,2% não provocam corrosão importante; a quantidade de enxofre é usualmente limitada

pelos regulamentos estatais, 0,1%. O enxofre em percentagem baixa diminui acentuadamente

o efeito do chumbo tetraetila sobre o aumento do numero de octanas. A coloração da gasolina

pouco indica sobre a sua qualidade. Na gasolina com chumbo, é necessário acrescentar

corantes solúveis em óleo. Os corantes também mascaram a coloração da gasolina craqueada.

O termo nafta refere-se a qualquer produto leve tendo propriedades entra as da gasolina e as

do querosene. As naftas são usadas extensamente como solventes industriais de tintas, em

lavagem a seco, e como matéria-prima para o eteno. Nos aviões a jato, usa-se mais querosene

que toda a gasolina de aviação usada em outras aeronaves. O querosene também é usado

como combustível e como iluminante. Os óleos leves combustíveis são empregados em

fornalhas domésticas.

Aditivos dos produtos de petróleo As “diminutas” quantidades de produtos

aditivos são de grande valor na melhoria do desempenho dos produtos de petróleo em geral,

quando acrescentadas às gasolinas, aos destilados, aos óleos combustíveis, aos óleos

lubrificantes e aos fluidos de freio.

Os aditivos mais conhecidos são os compostos antidetonantes, o chumbo tetraetila e

o chumbo tetrametila (TEL E TML). Existe considerável pressão por parte dos ecologistas

para que se remova o chumbo da gasolina. A gasolina sem chumbo deve ter maior teor de

componentes de alta octanagem e exige maior reforma. Os aditivos organofosforados, como

os fosfoditioatos e o fosfato de tricresila, são modificadores de depósitos na câmara de

combustão e são aduzidos à maior parte das gasolinas extracomercializadas. Os antioxidantes

(derivados do fenol, como o 2,6-di-tert-builo-4-metilfenol) estabilizam as diolefinas da

gasolina e reduzem a formação de gomas. Os aditivos antiafogamento aumentam de volume

com o tempo frio e são, muitas vezes, agentes crioscópicos, como a álcool isopropílico. Entre

os inibidores de corrosão estão os sulfonatos de amônio. Nos óleos diesel, é necessária

frequetemente, a presença de aditivos para aumentar o número de octanas; usam-se nitratos

de alquila. Os aditivos dos óleos lubrificantes são dialquilditiofosfatos de zinco, obtidos pela

reação do pentassulfeto de fósforo com alcoóis e fenóis, seguidos pela neutralização pelo

óxido de zinco; inibem a corrosão e a oxidação e ajudam a formação de um verniz, ou

película, nos motores de combustão interna. A ação detergente e o retardamento da aderência

do anel de seguimento são estimulados por sulfonatos aromáticos de metais alcalino-terrosos,

fosfatos metálicos e outros. Também se usam amplamente abaixadores do ponto de fluidez e

Page 18: Refino físico do Petróleo

melhoradores da viscosidade. Também se devem mencionar os fluidos anticongelantes e os

descongelantes.

Destilados intermediários Incluem o gasóleo, o óleo de fornalha pesado

(doméstico) , o óleo de craqueamento, o óleo diesel combustível, o óleo de absorção e

destilados craqueados e reformados, para a obtenção de gasolina de qualidade adequada.

Muitas vezes, misturam-se os destilados com alcatrão pesado para reduzir-se a viscosidade do

alcatrão, de modo que este possa ser comercializado com óleo combustível. Algumas naftas

pesadas especiais são usadas para reduzir-se a viscosidade do asfalto, de modo que ele possa

ser facilmente ser aplicado como óleo para revestimento de estrada; o material é conhecido

como asfalto diluído. Antigamente, o gasóleo era pirolisado para enriquecer o gás artificial;

porém, a maior parte é usada como combustível ou craqueada em gasolina. O óleo

combustível é um tipo especial de gasóleo, que se tornou um material importante nos últimos

anos. A viscosidade apropriada do diesel combustível é essencial e deve estar entre limites

rígidos. Os destilados também podem ser usados como veículos para inseticidas.

Destilados pesados Fornecem os óleos lubrificantes (que também são provenientes

dos resíduos) os óleos pesados para diversos empregos e as parafinas. Os destilados pesados

são também hidrocraqueados a combustíveis mais leves e a gasolina. A Society of

Automotive Engineers (SAE) teve grande papel na classificação dos óleos mediante a

introdução de um sistema numérico baseado na viscosidade e na modificação da viscosidade

com a temperatura (índice de viscosidade). Os ensaios que envolvem a determinação do

ponto de fulgor, da viscosidade, do ponto de fluidez, da emulsionabilidade e da resistência à

formação de lamas são importantes para a determinação do emprego que deve ter o óleo. No

melhoramento dos lubrificantes, a extração por solvente e o tratamento químico são há muito

operações importantes. O desempenho da maior parte dos lubrificantes é melhorado pelo uso

de aditivos (0,001 até 25% ou mais), como antioxidantes, detergentes, agentes para pressão

muito alta, compostos antiespumantes, melhoradores do índice de viscosidade e agentes

antiarranhantes. A parafina refinada é amplamente usada na indústria, especialmente no

tratamento do papel. A refinação pode ser feita pela separação em diversas frações com

intervalo estreito de fusão, por transpiração e por cristalizações progressivas. A parafina

refinada é polida pro um tratamento a ácido (sulfúrico) e percolação através de um

adsorvente, por exemplo, de uma argila, como a attapulgita.

Os resíduos incluem o asfalto, o óleo combustível residual, o coque e o petrolato.

São co-produtos, ou resíduos, do processo normal de refinação. O coque de petróleo é usado

comercialmente para a fabricação de eletrodos, na fabricação do carbeto de cálcio, em tintas e

Page 19: Refino físico do Petróleo

na indústria de cerâmica. O asfalto, de grande importância, é usado como material de

pavimentação ou como material para telhados, em estruturas à prova de água. As propriedades

do asfalto podem ser marcadamente alteradas pelo aquecimento e alta temperatura e pela

oxidação provocada pela sopragem do ar. O material resultante, o asfalto oxidado, é mais

viscoso e menos resiliente que o asfalto ordinário e amplamente usado em telhados e como

massa ligante. O asfalto muito duro é um tanto usado como aglutinante de briquetes.

As graxas constituem um grande grupo de materiais diferentes, classificam-se em

três divisões:

1. Misturas de óleo mineral e de lubrificantes sólidos.

2. Misturas homogêneas de ceras, gorduras, óleos resinosos e piches.

3. Óleos minerais espessados a sabões.

Produtos petroquímicos São derivados dos produtos do petróleo e do gás natural,

em quantidades crescentes. São exemplos: o amoníaco, o negro de fumo, o butadieno e o

estireno, e mais diversos milhares de substâncias químicas, inorgânicas e orgânicas, de valor

crescente.

Figura 01- Subprodutos do Petróleo

Fonte: Desconhecido

4 - DESCRIÇAO DO PROCESSO:

4.1- REFINAÇÃO

Page 20: Refino físico do Petróleo

A característica geral da refinação do petróleo é um processamento

excepcionalmente econômico dos óleos crus até os produtos comercializáveis.

A refinação dos produtos do petróleo e dos produtos petroquímicos envolve dois

ramos principais, as modificações físicas, ou operações de separação, e as modificações

químicas, ou conversões.

A princípio, a refinação envolvia a separação por destilação, que, por seu turno,

compreende as operações unitárias de escoamento de fluidos, de transferência de calor e de

destilação. Na verdade, foi a necessidade de estudar estes aspectos do processamento do

petróleo que estimulou o desenvolvimento desta fase da engenharia química. Estas separações

puramente físicas foram desde muito cedo suplementadas pelas conversões químicas no refino

dos produtos do petróleo. O grande estímulo ao emprego das modificações químicas na

fabricação dos produtos petrolíferos veio do crescente consumo de gasolina, que superou a

oferta proveniente da destilação separativa. Esta situação, desenvolvendo-se depois de 1912,

tornou obrigatória a pirolisação dos produtos do petróleo, na qual, no processo conhecido

industrialmente como craqueamento, as moléculas longas são quebradas em moléculas mais

curtas, convenientes para a gasolina. Embora o craqueamento, térmico ou catalítico, ainda

seja a modificação mais importante usada na indústria do petróleo, outras conversões

químicas têm sido usadas em grande escala, para atender à demanda de melhor gasolina e de

álcool, de acetona e de diversas outras substâncias derivadas do petróleo. Entre elas podemos

citar a alquilação, a isomerização, a polimerização, a hidrogenação, a reforma catalítica e

desidrogenação.

Modificações de energia As variações de energia envolvidas na refinação do

petróleo são mecânicas e químicas. Algumas entre as conversões químicas são reações

exotérmicas, embora a maior parte seja endotérmica. Além do calor que deve ser fornecido

para o craqueamento, para a destilação e para outros processos, são necessárias grandes

quantidades de energia para o bombeamento, o transporte, a compressão dos gases e misteres

análogos.

4.2- OPERAÇÕES UNITÁRIAS

Em teoria, as operações unitárias da refinação do óleo parecem simples; na pratica,

são bastante complicadas. Uma refinaria consiste em uma ou mais unidades, unidade de

Page 21: Refino físico do Petróleo

destilação, que compreende: um forno, um calefator de óleo, uma torre de fracionamento,

retificadores a vapor, equipamento de troca térmica, resfriadores e condensadores; tambores

de acumulo na unidade; agitadores descontínuos ou unidade a tanque fechado de operação

continua, para tratar os produtos e remover compostos nocivos de enxofre e atribuir aos

produtos uma cor aceitável; filtros; tanques de homogeneização e mistura da carga; sistema de

dutos pra recepção do óleo cru; bombas para transferência dos óleos e para carga e embarque

dos produtos; tanques de estocagem do suprimento de óleo e dos produtos acabados; sistema

de recuperação de vapor e diversos auxiliares. Deve-se incluir também uma usina para

geração de vapor e, possivelmente, de luz e eletricidade. Na operação desta grande entidade,

os balanços de calor, de energia e de massa são da maior importância para manterem-se

rígidos controles de todas as etapas de processamento do óleo.

A separação do refino pode ser subdividida em operações usuais, da seguinte forma:

Escoamento de fluidos. Devem-se notar duas diferenças importantes entre o óleo e a

água: o óleo tem uma ampla variação da viscosidade com a temperatura e é muito sensível ao

calor

Transferência de calor. O equipamento deve ser limpo regularmente, para que se

mantenha a transferência de calor em níveis satisfatórios e para remover as incrustações que

muitas vezes reduzem bastante as taxas de transferência. Para diminuir a quantidade de água

de resfriamento, são essenciais torres de arrefecimento a circuito fechado e equipamento para

o tratamento da água.

Destilação. Esta se classifica entre as mais importantes das operações unitárias.

Nesta operação, a separação se baseia na volatilidade, e a corrente de processo pode ser

separada, mediante a destilação, num componente mais volátil, “mais leve”, e num outro

menos volátil, “mais pesado”, onde daremos espaço na seção 4.3.

A absorção é geralmente usada para separar os constituintes de elevado ponto de

ebulição de outros componentes de um sistema de vapores e gases. Usualmente, o meio de

absorção é um gasóleo especial. A absorção é amplamente usada na recuperação da gasolina

natural no gás de poço e nos vapores de tanques de estocagem. A absorção também leva à

obtenção de hidrocarbonetos leves de muitos processos de refinação (craqueamento catalítico,

hidrocraqueamento, coqueificação, etc.). O óleo solvente pode ser gasolina pesada,

querosenes ou até óleos mais pesados. Os produtos absorvidos são recuperados por

fracionamento ou por retificação a vapor de água.

Adsorção. É um processo usado quase que com o mesmo objetivo eu a absorção; nos

casos que mencionamos a gasolina natural pode ser separada do gás natural por adsorção em

Page 22: Refino físico do Petróleo

carvão. A adsorção também é usada para remover coloração indesejável de óleos

lubrificantes, usualmente mediante o emprego de argilas ativadas.

4.3 - A DESTILAÇÃO

O petróleo, para que tenha seu potencial energético efetivamente aproveitado, deve

ser desdobrado em cortes de faixas de ebulição características, denominados frações. Assim,

para que esse objetivo seja alcançado, o óleo bruto é submetido ao processo de destilação. A

destilação é um processo físico de separação, baseado na diferença de temperaturas de

ebulição entre compostos coexistentes numa mistura líquida. As temperaturas de ebulição de

hidrocarbonetos aumentam com o crescimento de suas massas molares. Desta forma,

variando-se as condições de aquecimento de um petróleo, é possível vaporizar os compostos

leves, intermediários e pesados, que, ao se condensarem, podem ser fracionados.

Paralelamente, ocorre a formação de um resíduo bastante pesado, constituído principalmente

de hidrocarbonetos de elevadas massas molares, que, às condições de temperatura e pressão

em que a destilação é realizada, não se vaporizam. Por ser a destilação um processo físico, as

propriedades físicas dos componentes de cada fração não são modificadas. Os principais tipos

de destilação são:

a) Destilação Integral

A mistura líquida é separada em dois produtos:

vapor e líquido. É também conhecida como destilação de equilíbrio, auto

vaporização ou “flash”. Uma parte do líquido é vaporizada sob condições tais que todo o

vapor produzido fica, durante a vaporização, em contato íntimo com o líquido residual.

b) Destilação Diferencial

Dá-se pelo aquecimento de um líquido até a formação da primeira bolha de vapor,

retirada do contato com o restante do líquido e condensada. O aquecimento continua, então,

retirando-se do restante do líquido e condensando o vapor. A destilação é interminente. O

destilador é carregado com uma mistura líquida cada vez mais rica em componentes pesados.

A temperatura do líquido no destilador sobe continuamente durante a destilação, pois o

líquido vai tornando-se mais pesado. O destilado (vapor condensado) é coletado em porções

separados chamadas de cortes. É, normalmente utilizada em laboratórios, para controle da

qualidade dos produtos de petróleo.

c) Destilação Fracionada

É a separação dos componentes por sucessivas vaporizações e condensações

proporcionando produtos com grau de pureza. A destilação fracionada é uma evolução da

Page 23: Refino físico do Petróleo

destilação integral ou por bateladas. O incremento da destilação fracionada é a utilização de

múltiplos estágios de condensação e vaporização simplificadamente, destilando integralmente

várias vezes para a obtenção de cortes intermediários. Na condensação, para tornar o processo

mais compacto (diminuir o número de permuta- dores de aquecimento) e melhorar o

fracionamento, incorporou-se à destilação de multiestágios, resultando em:

– uma temperatura final intermediária entre as temperaturas do vapor e do líquido,

graças à troca de calor entre eles;

– um vapor e um líquido de composições diferentes dos originais devido à

condensação preferencial do produto mais pesado presente no vapor e uma vaporização

preferencial do produto mais leve presente no líquido.

O vapor proveniente do estágio sai com temperatura menor do que o vapor original e

mais enriquecido em produto leve o líquido sai com temperatura maior e mais enriquecido de

produto pesado.

Na destilação fracionada, quanto maior o numero de estágios empregados, maior será

o grau de pureza dos produtos e, quanto mais condensado retorna, o produto melhor será o

grau de separação porque maior será o grau de enriquecimento do vapor no componente mais

volátil o retorno de condensado é chamado de refluxo.

4.3.1- Destilação atmosférica e a vácuo

Um outro fator importante no processo de destilação, além da temperatura de

aquecimento do óleo, é a pressão a que ele está sendo submetido. Sabe-se que a temperatura

de ebulição de um determinado líquido é função da pressão que sobre ele está exercendo o

ambiente. Quanto maior for a pressão exercida, maior será a temperatura de ebulição do

líquido. Logicamente, baixando-se a pressão, reduz-se também a temperatura de ebulição do

líquido em questão. A conjugação dos parâmetros temperatura e pressão permite que o

petróleo seja separado em suas diversas frações. De um modo geral, todas as unidades de

destilação de petróleo possuem os seguintes equipamentos: torres de fracionamento,

retificadores (“strippers”), fornos, permutadores de calor, tambores de acúmulo e refluxo,

bombas, tubulações e instrumentos de medição e controle.

O arranjo físico desses equipamentos e seus métodos de operação são diferentes de

refinaria para refinaria, entretanto os princípios básicos de operação são os mesmos. Uma

unidade de destilação pode ser dividida, para efeito de estudo, em três seções principais:

Page 24: Refino físico do Petróleo

Figura 02 – Esquema de destilação a 3 estágios

Fonte: Desconhecida

4.3.2 - Pré-aquecimento e dessalinização

O processo de destilação tem início com o bombeamento contínuo de petróleo frio

através de vários trocadores de calor, onde este é progressivamente aquecido, ao mesmo

tempo em que resfria os produtos acabados que deixam a unidade. O conjunto dos

permutadores de calor dessa seção é conhecido como bateria de pré-aquecimento. O sistema

de pré-aquecimento permite uma economia operacional bastante elevada, pois oferece a

vantagem de aquecer a carga com frações que se deseja resfriar, economizando, assim,

combustível necessário para o aquecimento total da carga, além de oferecer um menor

dimensionamento dos fornos. Antes do petróleo ser enviado à seção de fracionamento, deverá

passar pela dessalgadora (ou dessalinizadora), para a remoção de sais, água e partículas

sólidas suspensas. Esses contaminantes, quando não removidos do cru, causam sérios danos a

unidades de destilação, limitando o tempo de campanha, e provocando operação ineficiente da

unidade. Os principais problemas resultantes da presença desses contaminantes no petróleo

são:

– os sais de cloro (principalmente o MgCl2) geram HCl (ácido clorídrico), o que

pode causar corrosão acentuada nas torres de fracionamento e linhas (principalmente na

região de topo);

Page 25: Refino físico do Petróleo

– os sais e sólidos depositam-se em trocadores de calor e tubos de fornos, causando

entupimentos, baixa eficiência de troca térmica e “superaquecimentos localizados” em tubos

de fornos;

– sais e sedimentos atuam como catalisadores para a formação de coque no inte-rior

dos tubos de fornos e linhas de transferências, provocando também entupimentos e

diminuição da transferência de calor nos equipamentos.

O processo de dessalinização consiste basicamente na lavagem do petróleo da

seguinte maneira: o óleo cru pré-aquecido recebe água de processo para misturar com a água

residual, sais e sólidos presentes no cru. Uma válvula misturadora provoca o íntimo contato

entre a água injetada, os sais e sedimentos. A seguir, a mistura de petróleo, água e impurezas

penetram no vaso de dessalgação, passando através de um campo elétrico de alta voltagem,

mantido entre pares de eletrodos metálicos. As forças elétricas do campo provocam a

coalescência das gotículas de água, formando gotas maiores, que, por terem uma maior

densidade, caem através do cru para o fundo da dessalgadora, carregando dissolvidos os sais e

sedimentos. O petróleo dessalgado flui pelo topo do tambor e continua seu fluxo dentro da

unidade, enquanto que a salmoura (água, sais e sedimentos) é, contínua e automaticamente,

descartada do vaso de dessalgação.

É importante o controle do nível da interface petróleo/salmoura, porque, caso haja

arraste de água na corrente de petróleo, sua súbita vaporização, que ocorrerá nas torres,

poderá provocar variações de pressão, podendo danificar as bandejas de fracionamento.

O petróleo, após ser dessalinizado, passa numa segunda bateria de pré-aquecimento,

onde sua temperatura é elevada ao máximo valor possível conseguido por troca térmica com

as correntes quentes que deixam o processo. Quanto mais alta for a temperatura atingida no

pré-aquecimento, menor será a quantidade de combustível gasta nos fornos para o

aquecimento final do óleo.

4.3.3 - Destilação Atmosférica

O petróleo, após deixar o último trocador da bateria de pré-aquecimento, está ainda

com uma temperatura abaixo da requerida para que ocorra um fracionamento eficaz. Com a

finalidade de elevar-se mais a temperatura, possibilitando, desta forma, que as condições

ideais de fracionamento sejam atingidas, a carga é introduzida em fornos tubulares, onde

recebe energia térmica produzida pela queima de óleo e/ou gás combustível. Para que se

consiga vaporizar todos os produtos que serão retirados na torre de destilação atmosférica, a

carga deverá ser aquecida até o valor estipulado, porém não deve ser ultrapassada uma

temperatura limite, a partir da qual tem início a decomposição das frações pesadas presentes

Page 26: Refino físico do Petróleo

no óleo bruto. O craqueamento térmico é uma ocorrência altamente indesejável em unidades

de destilação, porque provoca a deposição de coque nos tubos dos fornos e nas regiões das

torres, causando diversos problemas operacionais. A máxima temperatura a que se pode

aquecer o petróleo, em que se inicia a decomposição térmica, corresponde 400ºC.

À saída dos fornos, com a temperatura próxima de 400ºF, boa parte do petróleo já se

encontra vaporizado, e, nessas condições, a carga é introduzida na torre. O ponto de entrada é

conhecido como zona de vaporização ou “zona de flash”, e é o local onde ocorre a separação

do petróleo em duas correntes: uma constituída de frações vaporizadas que sobem em direção

ao topo da torre, e outra, líquida, que desce em direção ao fundo. As torres possuem em seu

interior bandejas e/ou pratos e recheios, que permitem a separação do cru em cortes pelos seus

pontos de ebulição, porque, à medida que os pratos estão mais próximos ao topo, suas

temperaturas vão decrescendo. Assim, o vapor ascendente, ao entrar em contato com cada

bandeja, tem uma parte de seus componentes condensada. À medida que os vapores seguem

em direção ao topo, trocam calor e massa com o líquido existente em cada prato. Os

hidrocarbonetos cujos pontos de ebulição são maiores ou iguais à temperatura de uma

determinada bandeja, aí ficam retidos, enquanto a parte restante do vapor prossegue em

direção ao topo até encontrar outra bandeja, mais fria, onde o fenômeno repete-se. Como o

líquido existente em cada prato está em seu ponto de ebulição e existe sempre uma diferença

de temperatura entre dois pratos vizinhos, sua composição varia de prato a prato, o que torna

o líquido mais pesado à medida que se aproxima do fundo da torre, e o vapor mais leve à

medida que se aproxima do topo.

À proporção que as frações condensam-se, o nível em cada bandeja vai aumentando,

e o excesso é derramado ao prato inferior. Ao atingir este prato, que se encontra a uma

temperatura mais alta, as frações leves, pertencentes ao prato superior são revaporizadas. O

líquido que transborda prato a prato é conhecido como refluxo interno, sendo essencial a um

bom fracionamento.

Em determinados pontos da coluna, os produtos são retirados da torre, segundo as

temperaturas limites de destilação das frações desejadas.

Os componentes mais leves da carga, que não se condensaram em nenhum prato,

saem pelo topo, sendo condensados em trocadores de calor fora da torre. O líquido, depois de

resfriado, é recolhido em um tambor de acúmulo. Deste, uma parte retoma a torre como

refluxo de topo e a outra parte é enviada para armazenamento ou alimentação de outro

sistema. As finalidades principais do refluxo de topo são o controle da temperatura de saída

Page 27: Refino físico do Petróleo

de vapor da torre e a geração do refluxo interno, que, como já comentado, é fundamental a um

perfeito fracionamento.

Como complemento ao refluxo de topo, pode existir um refluxo de produto lateral

circulante. O refluxo circulante ou intermediário é uma corrente que deixa a torre como

líquido, é resfriada e devolvida à coluna alguns pratos acima da retirada. Sua função principal

é retirar calor da torre, gerando mais refluxo interno, porém esta corrente não interfere

diretamente no fracionamento, uma vez que o mesmo produto que é coletado num

determinado prato é devolvido inalterado em sua composição à coluna.

As frações intermediárias, que saem lateralmente na torre, possuem componentes

mais leves que são retidos no líquido, quando o vapor atravessa o prato de retirada. Esses

compostos baixam o ponto inicial de ebulição e o ponto de fulgor dos cortes, sendo necessária

a sua eliminação. Isto é feito em pequenas torres conhecidas como retificadoras laterais ou

“strippers”.

Nesses equipamentos, injeta-se vapor d’água, que baixa a pressão parcial dos

hidrocarbonetos. Embora a pressão total mantenha-se constante, o abaixamento da pressão

parcial dos hidrocarbonetos equivale a uma diminuição da pressão total, e, dessa maneira, sem

que haja variação na temperatura, as frações mais leves são vaporizadas e levadas juntamente

com o vapor d’água de volta à torre principal.

Na torre de destilação, usa-se o vapor d’água para retificar o produto de fundo,

recuperando frações arrastadas que pertencem à retirada imediatamente superior à “zona de

flash”. As correntes de vapor d’água que entram na coluna, saem pelo topo juntamente com os

hidrocarbonetos leves, sendo condensados ambos em conjunto.

Devido à diferença de densidade entre a água e os hidrocarbonetos líquidos

condensados, a primeira é facilmente eliminada no tambor de acúmulo do produto de topo.

Uma torre de destilação de petróleo que trabalhe em condições próximas da

atmosférica tem como produtos laterais o óleo diesel, o querosene, e a nafta pesada.

Pelo topo saem vapores de nafta leve e GLP, que são condensados fora da torre, para,

posteriormente, serem separados. O resíduo da destilação atmosférica que deixa o fundo da

coluna é conhecido como resíduo atmosférico (RAT). Dele ainda podem ser retiradas frações

importantes, através da destilação a vácuo.

Quando há a necessidade de se projetar unidades de grande capacidade de carga, ou

de se ampliar a carga de uma unidade de destilação já existente, utiliza-se uma torre de pré-

fracionamento (pré-flash).

Page 28: Refino físico do Petróleo

Essa torre retira do petróleo os cortes mais leves (GLP e nafta leve), permitindo,

desta forma, ampliar a carga total da unidade ou dimensionar os fornos e o sistema de

destilação atmosférica para um menor tamanho.

O petróleo pré-vaporizado que deixa a torre de pré-flash é encaminhado aos fornos e

daí à torre atmosférica, onde são retirados a nafta pesada, o querosene e o diesel, tendo como

produto de fundo o resíduo atmosférico.

4.3.4 - Destilação a Vácuo

O resíduo atmosférico, subproduto da destilação atmosférica do petróleo, é um corte

de alta massa molar e de baixo valor comercial. Sua única utilização prática é como óleo

combustível. Contudo, nele estão contidas frações de elevado potencial econômico, tais como

os gasóleos, que não podem ser separados por meio da destilação usual, pois, devido a suas

altas temperaturas ebulição à pressão atmosférica, é impossível vaporizá-los, em face do

limite de 400ºC, imposto pela decomposição térmica dos hidrocarbonetos pesados.

Sabemos que a temperatura de ebulição varia diretamente com a pressão. Logo, se

baixarmos a pressão, as temperaturas de ebulição das frações também cairão, ou seja, elas

serão vaporizadas a uma temperatura menor que a necessária à sua vaporização quando se

trabalha sob pressão atmosférica. Assim, trabalhando-se a pressões sub-atmosféricas, é

possível retirar-se do cru reduzido os gasóleos, por meio da destilação a vácuo.

A destilação a vácuo é empregada usualmente em dois casos: produção de óleos

lubrificantes ou produção de gasóleos para carga da unidade de craqueamento catalítico. O

primeiro caso será discutido quando forem estudados os processos de refino para obtenção de

lubrificantes e parafinas. Por ora, será dada uma ênfase maior ao segundo caso.

O resíduo atmosférico que deixa o fundo da torre principal é bombeado e enviado

aos fornos da seção de vácuo, para que sua temperatura seja aumentada. Da mesma forma que

na destilação atmosférica, a temperatura de saída dos fornos não deve ultrapassar a

temperatura inicial de craqueamento térmico. A decomposição dos hidrocarbonetos, além da

formação de depósitos de coque nas tubulações e na região abaixo da “zona de flash”,

provoca a geração de gases leves, fazendo com que a pressão aumente, devido à sobrecarga

no sistema de produção de vácuo.

A carga aquecida, após deixar os fornos, entra na “zona de flash” da torre de vácuo.

A pressão nessa região da torre é em torno de 100 mmHg (2 psi), o que provoca a vaporização

de boa parte da carga. É importante salientar que quanto mais baixas forem as pressões

atingidas, melhores serão as condições de fracionamento.

Page 29: Refino físico do Petróleo

As torres de vácuo possuem normalmente um grande diâmetro, pois o volume

ocupado por uma determinada quantidade de vapor bem maior em pressões reduzidas que em

pressões atmosféricas. Os hidrocarbonetos vaporizados na “zona de flash”, como na

destilação convencional, atravessam bandejas e/ou recheios de fracionamento e são coletados

em duas retiradas laterais: gasóleo leve (GOL) e gasóleo pesado (GOP).

O gasóleo leve é um produto ligeiramente mais pesado que o óleo diesel e pode, em

certas ocasiões, ser a ele misturado, desde que seu ponto final de ebulição não seja muito

elevado.

O gasóleo pesado é um produto bastante importante devido à sua utilização (em

conjunto com o gasóleo leve) como carga para unidades de craqueamento catalítico ou

pirólise. Não existe retirada de produto de topo, saindo somente vapor d’água,

hidrocarbonetos leves e uma pequena quantidade de ar. Esses gases são continuamente

succionados da torre pelo sistema de produção de vácuo.

O abaixamento de pressão é feito por intermédio de uma série de condensadores e

ejetores, que, por intermédio da condensação do vapor d’água e de algum hidrocarboneto,

produzem o vácuo. Após o último estágio de ejetores e condensadores, os gases

incondensáveis (ar e hidrocarbonetos leves) podem ser queimados em fornos ou em tocha

química.

Quando os cortes laterais são destinados ao craqueamento catalítico, deve-se

controlar, principalmente, o ponto final de ebulição, o resíduo de carbono e o teor de metais

do GOP. Isto é feito variando-se a vazão de retirada desse produto da torre. Entre a “zona de

flash” e a retirada de gasóleo pesado existe um conjunto de telas de aço superpostas,

conhecido como “Demister pad”. Esse equipamento tem por finalidade evitar o ar-raste pelo

vapor de partículas pesadas do produto de fundo, que iria contaminar os cortes laterais,

aumentando o resíduo de carbono e o teor de metais da carga para craqueamento.

O produto residual da destilação é conhecido como resíduo de vácuo. É constituído

de hidrocarbonetos de elevadíssimas massas molares, além de contar com uma razoável

concentração de impurezas. Conforme as suas especificações, pode ser vendido como óleo

combustível ou asfalto. Tal como na destilação atmosférica, também pode ser injetado vapor

d’água no fundo da torre, visando a retificar-se o resíduo de vácuo (pv), vaporizando as

frações mais leves arrastadas.

4.3.5- Tipos de unidade de destilação

Page 30: Refino físico do Petróleo

Conforme o número de estágios de destilação a que o petróleo é submetido, é

possível ter unidades de um, dois, ou três estágios.

4.3.5.1- Unidades de um estágio

Consistem em uma torre de destilação única, que trabalha a pressões próximas da

atmosférica.

A torre de destilação atmosférica produz destilados desde gases até óleo diesel, além

do produto residual (resíduo atmosférico), que é vendido como óleo combustível.

Normalmente, são encontradas quando a capacidade de refino é bastante pequena e não há

unidades adicionais de craqueamento. Unidades de dois estágios Podem ser de dois subtipos:

4.3.5.2- Torres de “pré-flash” e Destilação Atmosférica

As torres de “pré-flash” são utilizadas para retirar do petróleo as frações mais leves

(GLP e nafta leve), permitindo, desta forma, que o sistema de destilação atmosférica não seja

de grande porte.

O petróleo pré-vaporizado tem retirados, na destilação atmosférica, a nafta pesada, o

querosene e o óleo diesel, tendo como produto de fundo o resíduo atmosférico.

4.3.5.3- Destilação Atmosférica e Destilação a Vácuo

A torre de destilação atmosférica produz destilados desde gases até óleo diesel, e,

como produto de fundo, tem-se o resíduo atmosférico.

A torre de vácuo retira do resíduo atmosférico o gasóleo leve e o gasóleo pesado,

tendo como produto de fundo o resíduo de vácuo, vendido como óleo combustível ou asfalto,

conforme sua especificação.

4.3.5.4- Unidades de três estágios

Este tipo possui torre de “pré-flash”, torre de destilação atmosférica e torre de vácuo.

Além destas torres, é encontrada também nas unidades de destilação de petróleo, a

torre estabilizadora de nafta leve. Nesta torre, a carga (nafta leve não estabilizada) é separada

em duas correntes: GLP (mistura de C3 e C4) e nafta leve estabilizada. Este produto sai pelo

fundo da torre com sua Pressão de Vapor Reid (PVR) especificada, podendo ser adicionado

ao “pool” de gasolina da refinaria.

De modo a permitir que os gases de topo sejam liquefeitos após a condensação, a

estabilizadora opera a pressões elevadas (em torno de 10 kg/cm2). Este método é empregado

Page 31: Refino físico do Petróleo

quando se trabalha com hidrocarbonetos leves, de alta volatilidade, que devido à alta pressão

se liquefazem, sendo possível seu fracionamento. Quanto mais leves forem os

hidrocarbonetos a serem fracionados, maior deverá ser a pressão de trabalho da torre.

Pode-se também encontrar em unidades de destilação, uma torre de fracionamento de

nafta, cuja finalidade é produzir outra nafta mais leve para ser vendida como solvente ou

como carga para unidades petroquímicas.

Figura 03 - Fluxograma da Unidade de destilação a 3 estágios

Fonte: Desconhecida

4.4- EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA DESTILAÇÃO

Page 32: Refino físico do Petróleo

A Destilação utiliza Torre de Fracionamento, Retificadores (Strippers), Fornos,

Trocadores de Calor, Tambores de Acúmulo e Refluxo, Tubulações e Instrumentos de

Medição e Controle.

Figura 04 – Equipamentos utilizados na Destilação

Fonte: Desconhecida

4.4.1- COLUNAS DE DESTILAÇÃO OU DE RETFICAÇÃO

Page 33: Refino físico do Petróleo

As colunas de destilação são constituídas por quatro partes essenciais:

Figura 05 – Coluna de destilação

Fonte: Apostila: Operações unitárias - Petrobrás

A) Retificadores (Refervedores)

É, geralmente, encontrado na base da coluna de destilação, conforme pode ser

observado na figura a seguir:

Figura 06 - Refervedor

Fonte: Apostila: Operações unitárias - Petrobrás

Page 34: Refino físico do Petróleo

Sua finalidade é proceder o aquecimento da base e, em consequência, promover a

evaporação dos componentes mais voláteis. Podem ser construídos com dispositivos de

aquecimento com vapor d'água, por aquecimento com circulação de frações de óleos quentes

ou, até mesmo, através de resistências elétricas. Os vapores formados na base da coluna

circularão de forma ascendente. Parte destes serão condensados ao longo do percurso na torre,

retornando na forma líquida, permitindo, desta forma, um contato íntimo entre o vapor

ascendente e o líquido descendente ao longo da torre. Dependendo do tipo de interno da

coluna, o contato entre a fase líquida e vapor poderá atingir níveis que melhorarão as

condições da separação desejada.

Na coluna de destilação, os componentes mais pesados da mistura condensam e

retornam à base da coluna, de onde são retirados como líquido residual, W. Os componentes

mais leves atingem o topo da coluna e são retirados como produto destilado, D, após passarem

pelo condensador.

Os refervedores podem ser ainda tipo casco tubo, placas, tipo Kettle entre outros:

Figura 07 – Tipos de refervedores

Fonte: Desconhecida

B) Condensador

Page 35: Refino físico do Petróleo

Tem como finalidade proceder à condensação dos vapores leves que atingem o topo

da coluna. Após a condensação, tem-se o produto destilado desejado, D, com a composição

especificada.

C) Pratos ou bandejas

Colunas deste tipo adotam pratos ou bandejas superpostas e que variam em número e

detalhes conforme a mistura que se pretende destilar. Os pratos são constituídos por

borbulhadores, tubos de ascensão e de retorno, conforme apresentado na figura a seguir:

Figura 08 – Pratos

Fonte: Apostila: Operações unitárias - Petrobrás

Onde:

1 – Borbulhador

2 – Tubo de ascensão

3 – Tubo de retorno

V – Vapor

L – Líquido

D) Borbulhadores

Page 36: Refino físico do Petróleo

Os borbulhadores são dispositivos com formato cilíndrico, com aparência de um

copo dotado de ranhuras laterais até certa altura, conforme figura a seguir.

Figura 09 – borbulhadores

Fonte: Dessconhecida

4.4.2-Funcionamento da Torre de Destilação

Figura 10 – Funcioanamento da torre de destilação

Fonte: Apostila: Operações unitárias - Petrobrás

5 - SITUAÇÃO DO PROCESSO NO BRASIL:

Page 37: Refino físico do Petróleo

Por ser a unidade de refino mais importante em uma refinaria a Destilação ainda é

amplamente usada no mundo inteiro, inclusive no Brasil.

5.1 - MATÉRIA-PRIMA

A Petrobrás é a principal empresa exploradora e fornecedora de petróleo no Brasil

sendo 8º maior empresa do mundo e maior do Brasil.

A empresa tem reservas de 11,19 bilhões de barris de óleo e gás equivalente com 13174 mil poços Produtores, mais de 110 Plataformas de produção em operação e produção diária de 2 121 584 barris por dia de petróleo e LGN e 58,7 milhões m3 de gás natural (média de dezembro de 2010) nesse ritmo o Brasil teria Petróleo para quase 19 anos se o consumo não aumentasse e nenhum novo reservatório fosse encontrado.

O Petróleo brasileiro tem um alto teor de enxofre na maior parte de suas reservas, o que o torna um petróleo de baixa qualidade, mas com a descoberta do pré-sal, uma bacia gigante de petróleo com capacidade 15 bilhões de petróleo de alta qualidade, seus subprodutos consequentemente são melhorados e o valor também aumenta trazendo mais lucro para o Brasil.

Graças ao constante investimento na área Petrolífera e a descoberta de novos poços como o Pré-sal o Brasil é autossuficiente em Petróleo e até exporta para outros países.

5.2 - PRODUTO FINAL

A Petrobrás possui onze refinarias e uma fábrica de lubrificantes, assim localizados:

1.Refinaria Landulpho Alves (Rlam) - Mataripe, Bahia

2. Refinaria Presidente Bernardes (RPBC) - Cubatão, São Paulo

3. Refinaria Duque de Caxias (Reduc) - Campos Elíseos, Rio de Janeiro

4. Refinaria Gabriel Passos (Regap) - Betim, Minas Gerais

5. Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) - Canoas, Rio Grande do Sul

6. Refinaria de Paulínia (Replan) - Paulínia, São Paulo

7. Refinaria de Manaus (Reman) - Manaus, Amazonas

8. Refinaria de Capuava (Recap) - Mauá, São Paulo

9. Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) - Araucária, Paraná

10. Refinaria Henrique Lage (Revap) - São José dos Campos, São Paulo

11. Fábrica de Asfalto de Fortaleza (Asfor) - Fortaleza, Ceará

12. Lubrificantes e derivados de Petróleo do nordeste – (Lubnor) – Fortaleza, Ceará

Essas Refinarias são as responsáveis pela produção dos subprodutos do Petróleo no

Brasil, produzindo em média:

Page 38: Refino físico do Petróleo

Figura 11 – Produção média de derivados do petróleo

Fonte: Desconhecido

5.2.1 - Preços

Os preços dos derivados variam muito de acordo com a região, os gráficos a seguir

refletem o mercado internacional e nacional respectivamente e a diferença de preço entre eles

em 2007.

Figura 12 – Estimativa de variação de preços dos derivados no mercado internacional

Fonte: Desconhecida

Page 39: Refino físico do Petróleo

Figura 13 – Estimativa de variação de preços dos derivados no mercado nacional

Fonte: Desconhecida

5.2.2 - Exportação e Importação

A tabela a seguir relaciona as estimativas de produção, processamento, importação,

exportação líquida e carga em metros cúbicos por dia.

Tabela 01 – Tabela de estimativa de produção

Fonte: http://nossasaopaulo.provisorio.ws/portal/files/Oferta_Derivados_Petroleo

Page 40: Refino físico do Petróleo

O gráfico mostra a evolução da relação exportação x importação de 2000 a 2010.

Figura 14 – Gráfico Importação x Exportação

Fonte: Desconhecida

5.2.3 - CONSUMO

O Gráfico a seguir mostra o consumo dos derivados de petróleo como fonte de

energia em relação a outras fontes.

Figura 15 – Derivados de petróleo como fonte de energia

Fonte: MME/EPE, 2005

Page 41: Refino físico do Petróleo

5.3 - REFINARIA PREMIUM NO MARANHÃO

A Refinaria Premium ficará localizada no município de Bacabeira, no pico da obra

estima-se um contingente de cerca de 25 800 trabalhadores e o início de seu funcionamento

está previsto para o segundo semestre de 2013.

O efetivo estimado na fase de operação é de cerca de 1.500 empregados próprios e

de 1.300 contratados permanentes.

Foram implantados programas de treinamentos da Petrobrás no Maranhão que

capacitarão mão de obra para refinaria, como o Prominp, e alguns centros de treinamento da

iniciativa privada já começaram a oferecer cursos visando capacitação da mão de obra para

refinaria.

5.3.1 - Porque construir uma nova Refinaria no Brasil ?

Reduzir exportação de petróleo nacional

Exportar derivados de elevada qualidade e alta margem

Reduzir importação de produtos leves (diesel, GLP, Nafta petroquímica)

Reduzir custos logísticos na exportação de petróleo e na importação de

derivados

Aumento do PIB Brasileiro => Geração de Empregos, fomento à industria

metal-mecânica e a melhoria na infra-estrutura

Desenvolvimento Social => melhoria da renda, elevação da escolaridade e

saúde

5.3.2 - Motivos para implantação da Refinaria no Maranhão

Potencial logístico de acesso ao mercado de derivados (Brasil e

(exterior) – ferrovias, rodovias e instalações portuárias

Acesso à matéria-prima com infraestrutura portuária adequada para

recebimento de navios de petróleo

Boa oportunidade de adequação às questões ambientais e sociais

(Sustentabilidade)

Potencial de disponibilidade hídrica e de energia elétrica

Potencial de desenvolvimento e de crescimento Potencial de desenvolvimento e de

crescimento

Potencial de acesso marítimo, fluvial e terrestre na construção e

Page 42: Refino físico do Petróleo

montagem

Atratividade econômica

5.3.3 - Produção da Refinaria em V%

Figura 16 – Produção da refinaria em v%

Fonte: www.petrobrás.com.br

Tabela 02 – Capacidade e mercado da Refinaria Premium

Fonte: www.petrobrás.com.br

Page 43: Refino físico do Petróleo

5.3.4 - Cronograma da Refinaria

Figura 17 – Cronograma da Refinaria Premium

Fonte: www.petrobras.com.br

6 - CONCLUSÕES:

Page 44: Refino físico do Petróleo

A refinação do petróleo constitui uma importante indústria de processos físicos e

químicos atualmente. Isso devido à grande reserva mundial e às mais variadas aplicações dos

seus produtos. Apesar de não ser uma fonte de energia renovável, sua exploração mundial e

brasileira é expressiva; tal fato se confirma pela constante busca e descoberta de novas

reservas. Busca essa que chega a gerar conflitos entre nações ou territórios.

O refino físico do petróleo representa parte significativamente do processo como um

todo. Pois é nele que ocorrem as operações de separação, que vão fracionar o óleo cru nos

seus principais cortes. Por ser a parte física, é formado apenas de operações unitárias que não

envolvem transformações químicas. A destilação, encontrada em três variações, é essencial no

refino, pois pode ser considerada como a operação-chave do processo. Um conceito mais

superficial é que ela usa o princípio da diferença de ponto de ebulição dos compostos

(volatilidade) para separá-los. Através dela obtêm-se alguns produtos e misturas que ainda

serão sujeitadas a outros tipos de processamento, incluído químicos.

Os tipos de destilação utilizados hoje são: destilação pré-flash, destilação atmosférica

e destilação a vácuo. A primeira a ser feita é a pré-flash que separa as frações mais leves, no

caso o GLP e a nafta leve. Depois se realiza a destilação atmosférica que separa as outras

frações mais pesadas como o diesel leve e diesel pesado e o resíduo atmosférico. Por último é

feita a destilação a vácuo que separa o resíduo atmosférico (RAT) em gasóleo leve e gasóleo

pesado. Cada destilação usa um tipo de torre, que é composta de pratos ou bandejas. Uma

parte dos produtos é extraída no topo da torre, outra parte pelas saídas laterais contidas na

torre e o resíduo sai pelo fundo da torre.

Os preços dependem da produção, da cotação do dólar e outros fatores. É necessário

que o engenheiro químico esteja sempre atento à questão de custos para o controle da

produção. A produção mundial e brasileira de derivados petróleo hoje chega milhões de

barris por dia e aumentará com o crescimento do número de refinarias. No Maranhão já se

tem expectativas com a chegada da Refinaria Premium que gerará muitos empregos, além de

contribuir na produção brasileira ajudando o Brasil a se tornar auto-suficiente. Com isso será

possível acrescentar também nas exportações, inclusive pelo fato de São Luís possuir um

porto que facilita o escoamento do que for produzido.

O petróleo ainda é uma das fontes de energia mais importantes do mundo.

7 - REFERENCIAS

Page 45: Refino físico do Petróleo

Indústrias de Processos Químicos - R. NORRIS SHREVE , JOSEPH A. BRINK JR.

Apostila: “A Indústria do Petróleo” – prof. Arlindo Charbel

SZKLO, A. S. (2008). Fundamentos do Refino de Petróleo. Rio de Janeiro: Editora

Interciência, 2008.

Apostila: O Processamento Primário – prof. Gilvan Júnior

Apostila: O Refino do Petróleo – prof. Alexandre Leiras Gomes

Apostila: Operações Unitárias – Petrobrás

Apostila: Processos de Refino – Petrobrás

http://qgdopetroleo.blogspot.com/

http://pgpetroegas.com.br/wp/

http://labvirtual.eq.uhttp://      

Page 46: Refino físico do Petróleo

ANEXOS

Page 47: Refino físico do Petróleo

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 - Tabela de estimativa de produção..................................................................... 37

Tabela 02 – Capacidade e Mercado da Refinaria Premium.................................................. 40

.

.