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Refinaria de Matosinhos Data Book de Segurança, Saúde e Ambiente 2013

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Page 1: Refinaria de Matosinhos - Galp · das emissões de compostos de enxofre e de partículas, além de nos posicionar entre as empresas europeias de referência no que toca às emissões

Galp Energia, SGPS, S.A.Sociedade AbertaDireção de Estratégia Corporativa e Relações com Investidores

Rua Tomás da Fonseca, Torre C1600 – 209 LisboaTel.: +351 217 240 866Fax: +351 217 242 965e-mail: [email protected]

Refinaria de MatosinhosData Book de Segurança, Saúde e Ambiente 2013

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www.galpenergia.com

Refinaria de Matosinhos Data Book de Segurança, Saúde e Ambiente 2013

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Data Book de Segurança, Saúde e Ambiente 2013

A refinaria de Matosinhos num flash Mensagem da direção da refinaria Apresentação

EnquadramentoPolítica de Segurança, Saúde e Ambiente

Apresentação da refinaria

Descrição da atividade

Atividades, ações e projetosCentral de cogeração

Custos e investimentos

Formação em SSA

Em foco – desempenho energético da refinaria de Matosinhos 2013-2015

Em detalhe – o papel do técnico de Segurança no trabalho na refinaria de Matosinhos Em destaque – certificação integrada Ambiente, Qualidade, Segurança e Energia Indicadores de atividadeNível de atividade

Produção

Parque da Boa Nova

Desempenho em AmbienteConsumo de recursos

Emissões atmosféricas

Efluentes líquidos

Resíduos

Desempenho em Segurança e SaúdeSinistralidade

Medicina do trabalho

Sistema de Gestão de Segurança da Prevenção de Acidentes Industriais Graves (SGSPAIG)Verificação anual do SGSPAIG

Exercícios de simulação e exercícios de treino

OPAS

Glossário Declaração de conformidade

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11.2

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6 REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

5.5 mtCrude/ano

1969 Ano de início de laboração

470 trabalhadores

290 haÁrea

A refinaria de Matosinhos

num flash

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7REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

01

Mensagem da direção da refinaria

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01 MEnSAGEM DA DIREção DA REfInARIA

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REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

Esta é a sétima edição do data book de Segurança, Saúde e Ambiente da refinaria da Matosinhos. Fazemos questão de vir anualmente junto dos nossos leitores fazer um balanço da nossa atividade, com enfoque nos aspetos de Segurança, Saúde e Ambiente, algo que, mais do que uma prioridade, faz parte dos nossos valores.

Os valores dos indivíduos e das organizações estão acima das contingências. É o que nos faz tomar as decisões corretas quando somos confrontados com prioridades incompatíveis. A Galp Energia, grupo a que esta refinaria se orgulha de pertencer, numa reflexão recente sobre quais os valores que devem nortear a nossa atuação no mercado, elegeu um conjunto de 16 pilares entre os quais estão necessariamente a Segurança, o Ambiente e a Sustentabilidade que nos permitimos citar:

• Participar ativamente na melhoria dos níveis de Segurança.

• Minimizar o impacte das nossas operações no meio ambiente.

• Desenvolver sentido de responsabilidade e preocupação para com a comunidade.

É com estes valores que norteamos não só as nossas decisões sempre que somos chamados a decidir sobre opções de investimento, sobre estratégias operacionais, ou sobre critérios de manutenção mas também, e não menos importante, como conduzimos as nossas viaturas, como utilizamos os equipamentos de proteção individual, como separamos o lixo ou ainda como evitamos gastos desnecessários de energia.

O ano de 2013 foi caraterizado por uma envolvente macro- -económica difícil, que condicionou o nível de funcionamento do aparelho produtivo a níveis inferiores à sua capacidade nominal. Apesar disso, com 4,58 milhões de toneladas de carga tratada, dos quais 4,14 milhões correspondentes a petróleo bruto, processámos mais carga do que nos anos anteriores. Por esse facto, muitos dos indicadores que são indexados à carga tratada vêm impactados dessa realidade.

Apesar da conjuntura adversa, a refinaria de Matosinhos atingiu, em 2013, níveis de desempenho de segurança e de ambiente verdadeiramente notáveis. Se tivéssemos que resumir os resultados de 2013 em três frases, seriam:

• O primeiro ano na história da refinaria sem acidentes com baixa.

• A entrada em exploração normal da central de Cogeração a gás natural com a redução das emissões para a atmosfera.

• A certificação integrada da refinaria em Ambiente, Qualidade, Segurança e Energia.

Em 2013 foram trabalhadas 2.440.500 horas. No mês de maio decorreu a paragem setorial da fábrica de óleos base com 350.000 horas trabalhadas. Tratou-se de uma intervenção complexa, que foi levada a cabo de uma forma exemplar em custos, em prazos e sobretudo sem acidentes. Em dezembro perfizemos 3.676.444 horas sem acidentes com baixa, desde o último registo em agosto de 2012.

A central de Cogeração, há muito esperada, além de ter melhorado enormemente a eficiência energética do complexo, trouxe benefícios ambientais tremendos a nível da redução das emissões de compostos de enxofre e de partículas, além de nos posicionar entre as empresas europeias de referência no que toca às emissões de dióxido de carbono.

Por último e não menos importante, a atribuição da certificação ao sistema de gestão integrado de Ambiente, Qualidade, Segurança e Energia enche-nos de orgulho, sabendo que estamos entre as primeiras empresas portuguesas a certificar um sistema com esta complexidade e abrangência.

temos que reconhecer e aqui deixar pública uma menção de apreço a todos os colaboradores da refinaria e a todos os prestadores de serviços que nos apoiaram e continuam a apoiar na nossa atividade, pelo excelente contributo. Sem eles os marcos alcançados não teriam sido possíveis.

Pese embora os resultados anteriores, a nossa preocupação com a comunidade envolvente não pode ser descurada pelo que a monitorização da qualidade do ar ambiente na periferia da refinaria é contínua. Os resultados das campanhas realizadas são enviados regularmente, como protocolado, à Comissão de Coordenação de Desenvolvimento da Região Norte, à Câmara Municipal de Matosinhos e à unidade de Saúde Pública de Matosinhos. De salientar, relativamente ao resultado das campanhas de 2013, o valor alcançado para o parâmetro concentração de benzeno na atmosfera, o mais relevante em estudo, foi de 2,1 µg/m3, menos de metade do limite legalmente estabelecido.

José Fonseca Fernandes, Diretor da refinaria de Matosinhos

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01MEnSAGEM DA DIREção DA REfInARIA

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REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

também no que concerne à prevenção de acidentes industriais graves, porque a sua ocorrência é felizmente muito rara, não faz sentido falar de taxas anuais de acidentes. Importa no entanto referir que, em 2013, a refinaria foi de novo e como é hábito, auditada por um verificador acreditado pela Agência Portuguesa do Ambiente, que mais uma vez atestou a conformidade do nosso sistema de prevenção de acidentes graves com os requisitos normativos e legais. A refinaria contou ainda em julho com uma visita inspetiva do IGAMAOt (Inspeção Geral do Ambiente, Mar, Agricultura e Ordenamento do Território) não tendo sido identificadas quaisquer inconformidades.

Avaliar o desempenho passado é importante, não garante todavia bom desempenho futuro. É necessária grande humildade para assumirmos quando são cometidos erros mas é com eles que aprendemos e o essencial é que não se repitam no futuro. Assumimos as nossas especiais responsabilidades por operar um complexo industrial inserido numa malha urbana. Por isso, os nossos objetivos só podem traduzir-se em zero acidentes pessoais, materiais e ambientais. Por vezes não os alcançamos mas não é por isso que baixamos o nível de exigência. Os nossos acionistas, os nossos colaboradores, os nossos fornecedores, os nossos clientes, a comunidade em geral, além de o merecer, exige-o.

Vamos assim continuar a trabalhar em 2014, para que nos possamos situar entre os melhores da Europa em termos de eficiência energética e emissões, sem acidentes industriais que perturbem as nossas operações e o meio ambiente, assegurando que todos os que cada dia fazem desta instalação o seu local de trabalho regressem sempre a casa sem acidentes que causem sofrimento aos próprios e às suas famílias.

Queremos ser uma equipa que faz e continua a fazer parte de uma região que trabalha e que contribui para o desenvolvimento sustentável do tecido económico do Norte do País. A direção da refinaria de Matosinhos

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10 REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

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Apresentação

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02APRESEntAção

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REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

Caro Leitor,

Esta é a sétima edição do data book de Segurança, Saúde e Ambiente da refinaria de Matosinhos.

Com uma regularidade que temos vindo a respeitar desde 2007, chega agora a vez de apresentar o desempenho da refinaria de Matosinhos relativo a 2013, nos seus indicadores de Segurança, Saúde e Ambiente mais relevantes. Surgem num formato que privilegia a facilidade de consulta dando ênfase à apresentação gráfica dos principais indicadores estatísticos.

Os resultados da nossa atividade interna, que colocamos neste data book duma forma rigorosa, aberta e transparente, no fundo medem a dedicação e a paixão que todos os trabalhadores deste complexo industrial colocam ao serviço da Segurança e do Ambiente.

Pretendemos que o data book seja um instrumento prático e de consulta rápida. Para isso damos preferência à apresentação dos dados sob a forma gráfica que é aquela que melhor permite ler, num relance, a evolução dos indicadores ao longo dos anos.

A seleção dos indicadores, de entre as centenas de variáveis que monitorizamos ao longo do ano, foi feita atendendo principalmente à sua relevância para a comunidade diversificada de leitores. A entrada ou saída de indicadores, dada a importância do enquadramento histórico, é feita com alguma parcimónia. Contudo, nesta edição, optámos por iniciar uma nova série temporal, de um indicador que começámos a monitorizar em 2013. Trata-se do indicador CO

2/CWt que

indexa a intensidade de emissões de dióxido de carbono (CO2)

ao nosso nível ponderado de atividade, duma forma comparável com a de outras refinarias. Por sua vez o indicador de emissões de CO

2 indexado à carga processada deixa de ser seguido.

Como já tem sido a prática nas duas últimas edições, os principais indicadores de desempenho referem-se aos últimos 5 anos de atividade ou seja, neste caso, ao período entre 2009 e 2013. Cremos que assim encontramos a relação ideal entre a profundidade histórica das séries temporais e a legibilidade dos gráficos, sob cuja forma apresentamos a maior parte dos dados.

Neste data book permitimo-nos dirigir a sua curiosidade para os temas em desenvolvimento. Procuramos, nesses apontamentos, aprofundar um pouco algumas das iniciativas que contribuíram, em 2013, para uma refinaria mais segura e mais sustentável no futuro. Nomeadamente:

No Capítulo “Atividades, Ações e Projetos”, como não podia deixar de ser no ano em que a Central de Cogeração a gás natural entrou em regime de pleno funcionamento, damos nota dos benefícios ambientais que foi possível alcançar com este importante ativo, especialmente no que se refere às emissões de dióxido de enxofre, óxidos de azoto e partículas.

O assunto “Em Foco” traz-nos, desta vez, um desenvolvimento sobre o desempenho energético da refinaria, quais os principais contributos para a sua forte melhoria em 2013 e ainda um levantar do pano sobre o que se perspetiva para o futuro.

O Capítulo “Em Detalhe” é um tributo aos técnicos de Segurança no trabalho enquanto agentes determinantes na melhoria das condições de segurança e saúde em todas as atividades que são desenvolvidas na refinaria e, em particular, das ligadas à manutenção de equipamentos e instalações, quando sabemos que uma fração substancial dos acidentes decorrem durante a realização de trabalhos de manutenção.

Por último, no Capítulo “Em Destaque”, fazemos uma incursão naquela que é uma das realizações com mais impacte no futuro do desempenho de ambiente, qualidade, segurança e energia. Referimo-nos, obviamente à obtenção da certificação integrada da refinaria de Matosinhos nestas quatro vertentes.

Não queremos terminar sem reforçar que colocámos todo rigor e profissionalismo na produção da informação que disponibilizamos no data book. Os dados são fiáveis, fidedignos e rigorosos. São merecedores de toda a confiança que é atestada por um auditor externo e independente. Esta é a garantia que damos a todos, sejam eles nossos colaboradores, nossos acionistas, analistas e investidores em geral, entidades públicas, meio académico, comunicação social, clientes e fornecedores ou leitor anónimo.

Estamos conscientes de que este data book só faz sentido se ele for do seu agrado e der respostas às suas necessidades. Ficamos-lhe imensamente gratos se nos fizer chegar as suas críticas, os seus comentários e sugestões para que, em próximas edições, possamos ir ao encontro de necessidades ou interesses específicos dos nossos leitores. Para tal, junto a cada exemplar encontra-se um inquérito no qual pode expressar a sua reação à leitura do data book. tem ainda à sua disposição o endereço [email protected]. Aguardamos por si.

Agradecemos-lhe a sua atenção e desejamos-lhe uma agradável leitura.

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EnquadramentoPolítica de Segurança, Saúde e Ambiente

Apresentação da refinaria

Descrição da atividade

3.1

3.2

3.2

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3.1 Política de Segurança, Saúde e Ambiente A Galp Energia entende que a proteção do Ambiente, a Segurança e a Saúde dos seus colaboradores, clientes e comunidade em geral, são valores essenciais para a sustentabilidade da Empresa e, nessa medida, está consciente da sua responsabilidade na gestão do impacte das suas atividades, produtos e serviços na sociedade em que se insere.

Estabelece-se, assim, um compromisso de integrar a Segurança, Saúde e Ambiente (SSA) na estratégia e atividades da Empresa, bem como na melhoria contínua no seu desempenho, fazendo destes pilares da Gestão e contribuindo, dessa forma, para alcançar o desenvolvimento sustentável e a excelência empresarial.

A Galp Energia compromete-se a:

• Consagrar a Segurança, Saúde e Proteção do Ambiente como valores fundamentais da Empresa;

• Assumir que a gestão da Segurança, Saúde e Ambiente é uma responsabilidade direta dos líderes e a prevenção de riscos uma responsabilidade de todos na Organização;

• Promover a formação de todos os colaboradores nesta matéria, envolvendo parceiros e demais partes interessadas, comprometendo-os com as questões de Segurança, Saúde e Ambiente para que atuem proativamente dentro e fora do ambiente de trabalho;

• Aplicar as melhores práticas de gestão e soluções técnicas disponíveis, para além do cumprimento da legislação, nas estratégias de prevenção contínua mediante a identificação, controlo e monitorização de riscos para garantir a Segurança, Saúde e proteção do Ambiente;

• Criar condições para que a Organização, como um todo, se mantenha permanentemente preparada para responder a emergências;

• Assegurar a sustentabilidade de projetos, empreendimentos e produtos ao longo do seu ciclo de vida, mediante a utilização de tecnologias, instalações, recursos e práticas que previnem ou minimizam consequências adversas;

• Estabelecer metas e objetivos desafiadores, medindo e avaliando os resultados obtidos e tomando as ações necessárias à sua prossecução;

• Assegurar a utilização eficiente da energia e recursos e a incorporação de tecnologias seguras e inovadoras na gestão das suas atividades, minimizando o impacte, de forma a garantir a sustentabilidade da Empresa e a proteção do Ambiente;

• Informar e divulgar a presente Política, de forma responsável e transparente, às partes interessadas, comunicando o desempenho da Empresa a nível de Segurança, Saúde e Ambiente.

A Galp Energia assume-se, portanto, como uma Empresa social e ambientalmente responsável, constituída por uma equipa motivada, competente e inovadora, empenhada em proteger o Ambiente, a Segurança e a Saúde dos seus colaboradores, clientes, parceiros e da comunidade, contribuindo ativamente para o bem estar da Sociedade.

3.2 Apresentação da refinariaDados do operador A refinaria de Matosinhos é um ativo da Petrogal, SA, empresa do grupo Galp Energia. O quadro seguinte apresenta os elementos relevantes:

Leça da Palmeira, Apartado 3015 Matosinhos4451-852 Leça da Palmeira telefone: 229 982 106Fax: 229 982 196

CAE: 19201 – Fabricação de Produtos Petrolíferos RefinadosData de Constituição: 26 de Março de 1976Sede social: Rua tomás da Fonseca, torre C

1600-209 Lisboatelefone: 217 242 500fax: 217 240 573Capital social: 516,750,000 Eurosnúmero de Contribuinte: 500 697 370número de matrícula na CRC de Lisboa: 523

REfInARIA DE MAtoSInhoS

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Como anteriormente referido, trabalham na refinaria de Matosinhos 470 colaboradores, distribuídos por diferentes áreas, quer sejam processuais, quer de serviços técnicos

Importa também apresentar a estrutura da Organização Integrada de Segurança, Saúde e Ambiente (SSA) da refinaria.

Através da Organização Integrada de SSA a refinaria de Matosinhos reitera o seu compromisso na procura da excelência no desempenho em SSA, assente no princípio fundamental da responsabilização da linha. A gestão de SSA

AQS

Ambiente

Qualidade

Segurança

Fábrica deCombustíveis

Fábrica de Óleos Base

Fábrica deAromáticos

Fábrica deUtilidades

Movimentação de Produtos

Controlo processual

Tecnologia

Laboratório

Inspeção

Programação

Análise deperformance

Processamento de dados

Controlo de gestão

Movimento comercial

Serviços gerais

Paragens eempreitadas

Conservação de ativos

Fiabilidade

Gestão de projetos e engenharia

OperaçõesIntegridade

e Conservação de Ativos

Performance e Planeamento

de Produção

Planeamento de Controlo e

Serviços de GestãoTécnica

Refinaria de Matosinhos

Acompanhamento

de Construção e Comissioning

Projetos

Transversais

Estrutura organizacional

Estrutura da organização de SSA

de apoio, quer de gestão. O esquema seguinte evidencia a estrutura organizacional da refinaria:

SubCSSAFab. Óleos

SubCSSAFab. Utilidades

SubCSSAMovim. Produtos

SubCSSA Fab. Aromáticos

SubCSSAFab. Combustíveis

GE

Invest. Incid.

GE

Normas e Proc. Grupos

de Trabalho

CSSA

é participativa, com o envolvimento de todos níveis hierárquicos e a responsabilidade hierárquica em SSA é definida e aplicada em todos os níveis e funções, assumindo os profissionais de SSA funções de assessoria técnica da organização.

No esquema seguinte encontra-se representada a estrutura da organização integrada de SSA.

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REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

A Comissão de SSA (CSSA) da refinaria de Matosinhos é constituída pelos membros da Direção, responsáveis das Áreas de AQS e pelo Médico do Trabalho. Têm ainda assento na CSSA os responsáveis pela Fábrica de Lubrificantes e pelo Parque da Boa Nova de forma a garantir a adequada coordenação de ações e troca de informação com estas unidades.

Dependendo diretamente da CSSA da refinaria funcionam as Subcomissões de SSA (SubCSSA) de cada uma das Fábricas e da Movimentação de Produtos, que asseguram a divulgação e alinhamento com a CSSA. As Subcomissões são normalmente constituídas pelo responsável da área, o Adjunto, um Chefe de turno, dois Operadores (pelo menos 1 de exterior), o representante de Manutenção da zona, o representante da Inspeção da zona, o elemento SSA de apoio à zona, podendo participar outros elementos temporários ou permanentes.

Os Grupos de Excelência são equipas constituídas com objetivos SSA específicos. Em 2013 foi constituído um Grupo de Excelência para implementação da norma NPI RM090.00 relativa à Gestão de Modificações.

Além da estrutura acima representada, a refinaria de Matosinhos participa ainda em GE corporativos, nomeadamente no GE Segurança de Processo, o qual lidera, e no GE Prestadores de Serviço. No âmbito do GE de Segurança de Processo foi elaborada uma nova norma corporativa relativa à Revisão de Pré-Arranque um dos elementos estruturantes do Sistema de Gestão de Segurança Saúde e Ambiente da Galp Energia, o Sistema G+.

Localização e envolvente A refinaria de Matosinhos localiza-se no Douro Litoral, entre a Boa-Nova e o Cabo do Mundo, nas freguesias de Leça da Palmeira e de Perafita, no concelho de Matosinhos. Ocupa uma área de aproximadamente 290 ha, a Noroeste da cidade do Porto e a cerca de 2 km do terminal de Leixões.

A refinaria conta com uma boa rede de acessos rodoviários e com uma ligação ao terminal Petrolífero de Leixões e uma monobóia ao largo, através dos quais se processa a receção de matérias-primas e a expedição de produtos acabados.

Na envolvente da refinaria merecem destaque as seguintes ocupações:

• Parque de Gás de Perafita, com armazenagem de GPL (Gás de Petróleo Liquefeito) e enchimento de veículos cisterna e garrafas, situado a Nordeste da refinaria;

• Hospital Privado de Boa Nova;

• Fábricas de conservas, oficinas de reparação de veículos e garagens, a cerca de 150 m da vedação da refinaria;

• Espaços urbanos com núcleos populacionais, nomeadamente Leça da Palmeira e Matosinhos a sul, Aldeia Nova, Poupas e telheira a norte e Almeiriga, Amorosa, Gonçalves e Avessada a este;

• Espaços florestais e agrícolas e matos;

• Espaços dunares, com vegetação típica.

Na envolvente à refinaria não existem áreas protegidas de conservação da Natureza.

Enumeram-se de seguida os instrumentos de ordenamento de território em vigor na região que circunscreve a refinaria:

• Plano de Bacia Hidrográfica do Rio Leça;

• Plano de Ordenamento da Orla Costeira Caminha-Espinho;

• Plano Regional de Ordenamento Florestal da área metropolitana do Porto e entre Douro e Vouga;

• Plano Regional de Ordenamento do território para a Região Norte;

• Plano Diretor Municipal de Matosinhos;

• Plano de Urbanização entre a Rua de Belchior Robles e a Avenida dos Combatentes da Grande Guerra em Leça da Palmeira.

Ainda que concorram diversos operadores para a qualidade do ar e dos recursos hídricos na região sob influência da refinaria de Matosinhos, e atendendo a que a refinaria realiza monitorização das emissões líquidas e gasosas de forma a controlar o impacte da sua atividade, é relevante apresentar informação acerca da qualidade destes descritores na envolvente.

O concelho de Matosinhos integra a rede de monitorização da qualidade do ar da Região Norte, e está incluído na aglomeração do Porto Litoral. Das 15 estações que compõem a aglomeração do Porto Litoral e que estão dispersas por Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Valongo e Vila do Conde, 5 encontram-se localizadas em Matosinhos.

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Conforme é visível no gráfico abaixo o índice da qualidade do ar apresentou em 2013 uma evolução muito favorável, com 296 dias com a classificação bom ou muito bom, e zero com classificação de mau. Os dados referentes a 2013 ainda são provisórios na medida em que ainda não se encontram validados no site fonte da informação.

Fonte: Link no sítio da Agência Portuguesa do Ambiente:

http://www.qualar.org/INDEX.PHP?page=1.

Nota: No índice apresentado anteriormente são considerados os seguintes

poluentes: Dióxido de Azoto (NO2), o Dióxido de Enxofre (SO

2), o Monóxido

de Carbono (CO) e as partículas finas (PM10 – diâmetro inferior a 10 µm).

A informação apresentada é a disponível estatisticamente.

A nível de águas superficiais, a região é de transição entre as bacias hidrográficas do Rio Leça e do Rio Onda. Os cursos de água são temporários, com escoamento natural apenas na sequência de pluviosidade significativa.

Os recursos hídricos subterrâneos apresentam baixa vulnerabilidade à poluição.

As praias que acompanham a refinaria de Matosinhos, e que constituem uma grande parte da sua envolvente, com uma exceção, foram todas galardoadas em 2013 com a Bandeira Azul.

Fonte: Link no sítio da Associação Bandeira Azul da Europa:

http://www.abae.pt/BandeiraAzul/index.php?p=awarded&s=list&u=1&n=4

A Bandeira azul simboliza qualidade ambiental e consequentemente respeito pelos critérios de informação e educação ambiental, pela qualidade da água, pela gestão ambiental bem como pela segurança e serviços apresentados.

A atribuição da Bandeira Azul é pois um indicador de qualidade Ambiental para o qual o excelente desempenho da refinaria tem contribuído fortemente, não apenas no domínio da Água mas também na vertente da Qualidade do Ar.

É neste contexto que a refinaria de Matosinhos se integra e comprova que o seu “compromisso com o Ambiente está para além das questões legais, procurando sempre uma integração sustentada na envolvente”.

Índice de qualidade do ar – Porto litoral (n.º dias)

46

25

51

75

56 240 48 21

202 56 33

92 135 71 16

113 165 57 6

208 75 36

Muito bom FracoMédioBom Mau

2013

2012

2011

2010

2009

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REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

Resenha histórica

Ano Evento

1966 Início do projeto de construção da refinaria do Porto, com uma capacidade de processamento de 2Mt/ano de petróleo bruto.

1967 Início dos trabalhos de construção em setembro de 1967.

1969 Arranque progressivo das unidades processuais em setembro.

1970 Inauguração oficial da refinaria do Porto, a 5 de junho.

1973 Entre Setembro e Dezembro – 1.º Revamping para 4,5 Mt/ano, que consistiu na transformação da unidade de viscorredução e craqueamento térmico numa nova unidade de viscorredução, tendo o equipamento entretanto disponível sido aproveitado para implantação de uma nova destilação atmosférica.

1975 Segundo Revamping através da construção de uma nova linha de tratamento de petróleo bruto.

1978 a 1981

Paragem de várias unidades de uma das linhas na sequência do choque petrolífero de 1973/74 e posterior arranque da refinaria de Sines, com diminuição drástica do tratamento de petróleo bruto na refinaria do Porto.Início da laboração na Fábrica de Aromáticos, com capacidade de 350 mil t/ano de Benzeno, Tolueno, Paraxileno, Ortoxileno e Solventes Aromáticos e Alifáticos.

1982 A capacidade de processamento de petróleo bruto na refinaria passou a ser a de 4,5 Mt/ano.

1983 transformação de um Platforming semi-regenerativo num CCR – Continuous Catalyst Regeneration, de forma a manter as unidades de reformação catalítica com produção adequada em qualidade e quantidade.

1984 Alterações na Fábrica de Óleos Base, no sentido de aumentar a sua capacidade de produção de 100 mil para 150 mil t/ano de óleos base. A produção de parafinas e betumes passou de 5 mil e 30 mil para 10 mil e 130 mil t/ano, respetivamente.

1988 Reativação das unidades de Unifining e Platforming, devido à contratação de terceiros para tratamento de petróleo bruto. Revamping da EtAR, em que a capacidade de tratamento aumentou de 150 para 450 m3/h.

1989 Alterações para permitir a alimentação da unidade de Destilação de Vácuo com Resíduo Atmosférico proveniente do exterior.

1991 Modificação das unidades de Unifining e Platforming, no sentido de aumento da sua capacidade e redução dos consumos energéticos. Paragem do Unifining da linha 3000.

1992 Modificações à Parex, devido às exigências do mercado internacional relativamente à pureza e crescimento do consumo, que levaram a um aumento da produção global da Fábrica de Aromáticos para 440 mil t/ano.

1994 Modernização da unidade de destilação de Vácuo da Fábrica de Óleos de Base.

1996/7 Construção de Estação de Enchimento de Carros tanque por Baixo com unidade de Recuperação de Vapores (VRu), de uma nova unidade de Dessulfuração de Gasóleo e ainda das instalações associadas: unidade de produção de enxofre, Stripper de águas ácidas e Revamping de unidade de aminas.

1997/8 Instalação de monobóia ao largo do Porto de Leixões, no sentido de aumentar a operacionalidade da refinaria e a sua rentabilização.

2000 Construção da unidade de hidrogenação de parafinas e ceras de petróleo.

2001 Entrada em laboração de uma nova unidade de Purificação de Hidrogénio.

2004 Modernização do Parque de Resíduos.

2005 Emissão do título de emissão de Gases com Efeito de Estufa n.º197.02.

2006 Entrada em funcionamento dos novos pipelines de interligação da refinaria ao Terminal Petroleiro de Leixões. Entrada em funcionamento da monobóia.

2007 Emissão da Licença Ambiental da refinaria do Porto. Entrada em funcionamento das novas bacias de tempestade da ETAR. Paragem geral.

2008 Início das obras de reconfiguração da refinaria do Porto.Beneficiação das antigas bacias de tempestade.Conclusão da Inspeção e Reabilitação de toda a extensão da rede de dreno oleoso.

2009 Entrada em funcionamento do Precipitador Eletrostático, nas caldeiras G e H, para redução das partículas emitidas na Fabrica de utilidades.Entrada em funcionamento do sistema de remoção de cloretos nas correntes de LPG dos dois reformings u1300 e u3300.Entrada em funcionamento do sistema de remoção de cloretos nas correntes ricas em hidrogénio dos dois reformings u1300 e u3300.Instalação de queimadores de baixo NO

x na caldeira H.

Instalação de uma nova unidade de produção de azoto na FOB.Substituição dos analisadores de fumos nas fontes fixas de emissão.

2010 Aumento de capacidade de destilação da refinaria para 5.5 Mton/ano adaptada ao tratamento de crudes ácidos e pesados na unidade de topping.Remodelação do trem de permuta e da fornalha H-3001 do topping (U-3000).Instalação da nova unidade de produção de azoto, na Fábrica de Aromáticos.Revamping da unidade de Dessulfuração de Gasóleo HDS II (aumento da capacidade da unidade).Novos tanques de armazenagem de gasóleo, TK-6117 A e TK-6117 B.Aumento da capacidade de recuperação de água tratada da EtAR.Aumento da capacidade de Recuperação de Água.Novo filtro U-1500.

2011 Início de operação da nova unidade de destilação de vácuo com uma capacidade de tratamento de 6.000 ton/dia de resíduo atmosférico.Início de operação da nova unidade visbreaker com uma capacidade de 2.400 ton/dia de tratamento de resíduo de vácuo.Substituição dos reatores da unidade de reformação catalítica de regeneração contínua.Remodelação da unidade HDS I de dessulfuração de gasóleo e petróleo para permitir uma remoção mais profunda de enxofre dessas correntes.Instalação da conduta de gás natural de alta pressão para alimentação da refinaria e da nova central de cogeração.Atribuição da nova Licença Ambiental N.º 190/0.2/2011.

2012 testes de performance da Cogeração.Instalação de uma rede de monitorização da qualidade do ar constituída por 3 estações de medição na periferia da refinaria.Arranque da nova unidade de recuperação de enxofre, uN 10800, com uma capacidade de tratamento diária de 50,8 ton de gás ácido e de recuperação de enxofre tratado de 27 ton, com uma eficiência total de 99.5%.

2013 Comissionamento e operação em contínuo da central de Cogeração.Obtenção da certificação do sistema integrado de gestão em Ambiente, Qualidade, Segurança e Energia.

Resenha histórica

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18

03 EnQuADRAMEnto

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13

REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

3.3 Descrição da atividadeCapacidade A refinaria de Matosinhos tem uma capacidade instalada de refinação de 5,5 milhões de toneladas de petróleo bruto por ano, produzindo uma gama diversificada de produtos comerciais refinados, nomeadamente:

A capacidade de armazenagem da refinaria é de 567.086 m3 de petróleo Bruto, perfazendo-se um total de 1.803.978 m3 de capacidade de armazenagem.

A gestão e os planos de produção da refinaria, com impacte ao nível da gestão da armazenagem, consideram a necessidade de garantir a segurança do abastecimento do mercado de produtos petrolíferos.

Descrição das principais matérias-primas A refinaria de Matosinhos processa dois tipos de crude: SoUR e SWEEt, que se distinguem pelo seu teor de enxofre. O crude provém maioritariamente do Brasil, Angola, Arábia Saudita, Argélia, Camarões e Guiné equatorial. O quadro seguinte apresenta as proporções de utilização de cada rama, bem como as principais caraterísticas a estas associadas:

• Gás de petróleo liquefeito• Gasolinas• Nafta• Jet/petróleo• Gasóleos• Fuéis• Óleos-base• Óleos lubrificantes• Parafinas• Solventes alifáticos e aromáticos, benzeno, tolueno

e xilenos• Betumes

PRoDução

O aprovisionamento dos crudes é subordinado a requisitos e fatores comerciais, técnicos e ambientais, como sejam: qualidade, disponibilidade no mercado, cotação internacional, planos de produção da refinaria e capacidade de armazenagem.

Descrição dos processos A refinaria de Matosinhos desenvolve as seguintes atividades ao abrigo do diploma de Prevenção e Controlo Integrado de Poluição (PCIP):

Rubrica PCIP Descrição

1.1Instalações de combustão com potência calorífica de combustão superior a 50 MW.

1.2 Refinarias de petróleo e fábricas de gás.

4.1. a) Instalações químicas destinadas à produção de produtos químicos orgânicos de base.

tipo de rama – SOUR

2013

2012

2011

2010

2009

Proporção de utilização (%)

Enxofre (%m/m)

Densidade da carga (º API)

62,00

0,1240,69

56,61

0,1340,35

65,38

0,3233,90

71,7

0,3730,91

79,0

0,3830,7

tipo de rama – SWEET

2013

2012

2011

2010

2009

Proporção de utilização (%)

Enxofre (%m/m)

Densidade da carga (º API)

38,00

1,7032,20

43,40

1,5835.50

34,60

1,9032,80

28,30

1,8433,00

21,00

1,8932,80

Page 17: Refinaria de Matosinhos - Galp · das emissões de compostos de enxofre e de partículas, além de nos posicionar entre as empresas europeias de referência no que toca às emissões

19

03EnQuADRAMEnto

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13

REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

A figura seguinte ilustra a configuração da refinaria e as diversas atividades subjacentes à operação.

Gasóleos e Jet

Fábrica deÓleos base

Fábrica deLubrificantes

Movimentaçãode Produtos

Expedições

Fábrica deAromáticos

Flare daFábrica deAromáticos Central

Termoelétrica

Novas unidadesVácuo/Visbreaker Fábrica de

Combustíveis

Cogeração

Betumes

Parafinas

Óleos base

GPL

Gasolinas

Aromáticos

Fuéis

FAR

ArabianLight

SB, EA, CPC,Forties, ...

GPL

Nafta

Gasóleo

Fuel

Destilaçãoatmosférica

de crude

Destilaçãode vácuo do resíduo

atmosférico

FOBd.a.

Tratamentos

Tratamentos

Configuração da refinaria Matosinhos

Esquema simplificado do processo produtivo

Gasóleos e Jet

Fábrica deÓleos base

Fábrica deLubrificantes

Movimentaçãode Produtos

Expedições

Fábrica deAromáticos

Flare daFábrica deAromáticos Central

Termoelétrica

Novas unidadesVácuo/Visbreaker Fábrica de

Combustíveis

Cogeração

Betumes

Parafinas

Óleos base

GPL

Gasolinas

Aromáticos

Fuéis

FAR

ArabianLight

SB, EA, CPC,Forties, ...

GPL

Nafta

Gasóleo

Fuel

Destilaçãoatmosférica

de crude

Destilaçãode vácuo do resíduo

atmosférico

FOBd.a.

Tratamentos

Tratamentos

O esquema seguinte, por sua vez, ilustra simplificadamente o processo:

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20 REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

04

Atividades, ações e projetos

Central de cogeração

Custos e investimentos

Formação em SSA

4.1

4.2

4.3

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21

04AtIvIDADES, AçõES E PRojEtoS

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13

REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

• Otimização do espaço: Devido a dificuldades no transporte de vapor, por inerentes perdas térmicas nas tubagens, o calor residual só pode ser eficientemente utilizado se estiver perto da câmara de combustão que o produz, assim as instalações de cogeração estão limitadas a unidades de dimensões mais reduzidas quando comparadas com as centrais térmicas convencionais;

• Facilidade de manutenção: A queima de gás natural é mais limpa que a de fuelóleo e consequentemente a manutenção dos equipamentos é mais simples, menos onerosa e mais espaçada no tempo;

• Maior aproveitamento energético global: Ao permitir a produção simultânea de energia térmica e elétrica, a cogeração representa um significativo aumento da eficiência energética, uma vez que utiliza menor quantidade de combustível para produzir a mesma quantidade de energia. Com efeito, a central de cogeração tem um forte impacto no desempenho energético da refinaria de Matosinhos, estimando-se uma redução do índice de intensidade energética de cerca de 5 pontos (cada ponto corresponde a uma poupança de cerca de 1M€ por ano) o que contribui fortemente para o objetivo de em 2015 posicionar a instalação no início do 1.º quartil do ranking de eficiência energética, juntamente com as melhores refinarias da Europa Ocidental;

• Redução das emissões poluentes: As vantagens ambientais de uma maior eficiência energética na produção combinada de eletricidade e vapor, através da queima de gás natural, foram já percetíveis durante o primeiro ano de operação da central de cogeração. No global da instalação, verificou-se uma redução de 75% no consumo de fuelóleo, em relação a 2012. Tal facto refletiu-se diretamente em matéria de emissões poluentes de SO

2, NO

x e Partículas, e as taxas

de redução de emissões atmosféricas poluentes são inegáveis: 60%, 32% e 25% de redução comparativamente a 2012, respetivamente. No capítulo específico das emissões poluentes provenientes da produção de energia, ou seja, comparando a situação anterior da central termoelétrica com a situação atual após upgrade com tecnologia de cogeração (situação 2012 vs situação 2013), a tabela seguinte mostra a evolução do indicador de quantidade de poluentes emitidos por tonelada de vapor produzido, e são notórias as melhorias alcançadas:

Em conclusão, os dados acima demonstram inquestionavelmente que a central de cogeração possibilitou a entrada numa nova realidade para a refinaria de Matosinhos, dotando a instalação de uma maior flexibilidade para o cumprimento dos mais rigorosos requisitos legais em matéria de desempenho ambiental e para a continuação do compromisso de uma sustentável integração com a envolvente. Ao permitir uma clara redução de emissões associadas à utilização de combustíveis e uma promoção da eficiência energética, a central de

Quantidade de emissões poluentes

Ano Central g So2/t g nox/t g Part./t

2012 termoelétrica 825 380 29

2013 Cogeração 34 121 0,002

4.1 Central de cogeraçãoO ano de 2013 ficou marcado na refinaria de Matosinhos por mais uma milestone na evolução histórica e tecnológica da instalação. Com construção iniciada em 2009 e depois de em 2012 se terem efetuado com sucesso os test-run e o comissionamento da central de cogeração, no decorrer de 2013 já foi possível concluir acerca das suas vantagens e de como estas atestam a modernização da refinaria de Matosinhos no que concerne o seu desempenho operacional, a sua eficiência energética e as melhorias do sempre presente desempenho ambiental, pilar fulcral na política interna da instalação e da Galp Energia.

A central de cogeração é parte integrante do complexo petroquímico industrial da refinaria de Matosinhos, sendo esta última o seu único cliente no fornecimento de energia térmica sob a forma de vapor e aquela que mais beneficia do acréscimo de fiabilidade no fornecimento de energia elétrica às suas unidades. Constituída por dois grupos geradores, com duas turbinas a gás natural e respetivos alternadores, e por duas caldeiras de recuperação dos gases de exaustão, a central de cogeração tem capacidade de produzir 260 ton/h de vapor e cerca de 82 MW de produção útil de eletricidade, operando em regime contínuo 24 horas por dia, 7 dias por semana.

Ao contrário da central termoelétrica convencional, onde o calor residual gerado no processo de aquecimento das caldeiras acaba por ser desperdiçado, na central de cogeração os gases quentes provenientes da queima do gás natural, além de efetivarem a rotação das turbinas e consequente produção de energia elétrica a partir do gerador, são ainda aproveitados pelas caldeiras de recuperação de calor para a produção de vapor. Este upgrade da central termoelétrica para a tecnologia de cogeração, em conformidade com as melhores práticas do setor, veio permitir uma forte aposta na queima de gás natural, substituindo na totalidade o regime de queima mista que vigorava anteriormente e que ainda utilizava a queima de fuelóleo para a produção de vapor nas caldeiras da central termoelétrica.

Esta mudança de paradigma na produção de energia para a refinaria de Matosinhos, traz diversas vantagens não só para a instalação mas também para a sua envolvente:

Central de cogeração

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04 AtIvIDADES, AçõES E PRojEtoS

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13

REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

4.2 Custos e investimentosNo gráfico seguinte apresentam-se os principais custos e investimentos em Ambiente. De referir que o indicador proteção e gestão do ambiente engloba os custos

e investimentos realizados em medidas de proteção contra ruído e vibrações, de proteção da biodiversidade e paisagem e de eficiência energética.

Os montantes reportados anualmente como investimentos de Ambiente refletem o ciclo dos projetos. A sua evolução, por conseguinte, deve ser vista de modo integrado, constituindo etapas sucessivas para a consolidação de planos de investimentos. Desde 2009 até 2013 a refinaria de Matosinhos já suportou mais de 85 milhões de euros, em custos e investimentos em ambiente.

Os investimentos no capítulo de Segurança, no ano de 2013, perfizeram um total de aproximadamente 1,2 milhões de Euros.

Dos montantes apresentados anteriormente, o gráfico seguinte distingue custos de investimentos, evidenciando-se a preocupação da refinaria na renovação e na prevenção da poluição.

Examinando o cariz dos investimentos em matéria de proteção e gestão ambiental, conclui-se que há um esforço substancial da refinaria na aposta em medidas que visam a redução dos impactes ambientais da atividade. Realça-se que a adoção de tecnologias de fim de linha deve-se maioritariamente à existência de limitações técnicas e estruturais que inviabilizam a implementação de tecnologias integradas, minimizadoras e preventivas da poluição.

Custos e investimentos em Ambiente (M€)

1,47

1,80

2,19

1,59

0,591,91 0,94 1,88 1,28

0,84 3,61 5,01 2,67

0,87 5,58 14,08 0,54

0,73 5,35 0,3718,63

1,19 6,08 2,11 3,90

Proteção do recurso água Proteção da qualidade do ar e climaProteção do solo e águas subterrâneasGestão de resíduos

Gestão e proteção do ambiente (biodiversidade, eficiência energética, ruído e paisagem)

2013

2012

2011

2010

2009

2,752009

2010

2011

2012

2013

Relação entre despesas operacionais e investimentos em Ambiente (M€)

12,00

24,70

18,55 4,75

2,18

10,77

3,33

2,94

3,26

Investimentos Custos

Cariz dos investimentos de 2013 em Ambiente

61%39%

Equipamentos em fim de linha

tecnologias integradas

cogeração da refinaria de Matosinhos alinha-se com a estratégia corporativa da Galp Energia, no âmbito

da estratégia de combate às alterações climáticas, tema que assume particular relevância para todo o grupo empresarial.

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04AtIvIDADES, AçõES E PRojEtoS

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13

REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

4.3 formação em SSA

Consciente dos ganhos e da importância da formação continuada, a refinaria de Matosinhos leva a cabo, todos os anos, um plano de formação interno, realizado à medida das necessidades da atividade e dos acontecimentos verificados.

A política de formação da Galp Energia visa assegurar o desenvolvimento pessoal e profissional dos colaboradores, com o objetivo de contribuir para a consolidação da cultura do Grupo, promover o desenvolvimento de competências estratégicas na ótica da criação de valor, sustentando os planos de desenvolvimento individual.

Os temas de Segurança, Saúde e Ambiente para a atividade de refinação são absolutamente estratégicos. Ao longo dos últimos anos, o desenvolvimento cultural da organização tem tornado claro o imperativo da aposta na formação e na qualificação como ferramentas fundamentais na garantia da sustentabilidade da atividade nos seus diversos vetores. A formação desempenha portanto um papel chave e é assumida com enorme seriedade na refinaria e entre os colaboradores e prestadores de serviços.

Os números do plano de formação nas vertentes de Ambiente e Segurança para os colaboradores da refinaria de Matosinhos no ano de 2013, expressos nos gráficos seguintes, demonstram aquele reconhecimento:

A realização desta iniciativa, assente nos princípios da formação on job, realizada pelos próprios colaboradores, a todos os destinatários, impõe uma constante e permanente análise de todos os eventos verificados dentro da instalação.

Dentro da abrangência desta formação encontram-se as seguintes categorias:

• Ações de Acolhimento: Ações destinadas a todos os colaboradores que pretendem aceder às instalações pela primeira vez, ou estiveram por um período superior a ano sem acesso à mesma, frequentam estas sessões onde, entre outros, são abordados todos os cuidados a ter durante a permanência no complexo industrial.

• Ações de Sensibilização: A constante análise de indicadores, quer relacionados com a atividade, quer relativos à medição do desempenho dos vários sistemas de gestão existentes na refinaria, impõe, sempre que se detetem desvios face às metas definidas, que se realizem ações de sensibilização de forma a reforçar a importância para o correto alinhamento com todas as práticas e procedimentos criados.

• Ações de Formação: O conceito de melhoria contínua associado aos sistemas de gestão e a ampla legislação na vertente da Segurança, Higiene e Saúde no trabalho, impõem a realização constante de ações de formação, quer por um lado para comunicar as melhorias que são introduzidas nas normas e nos procedimentos, quer, por outro lado, para responder às novas exigências legais nos vários domínicos da legislação em matéria de SHSt.

• Ações de Advertência: Estas ações são realizadas sempre que se detetam incumprimentos aos procedimentos, a adoção de práticas incorretas ou a adoção de comportamentos inseguros na refinaria. São discutidos os assuntos com os intervenientes e apresentadas as medidas disciplinares resultantes do ato de indisciplina praticado, sendo o seu principal objetivo assegurar a não recorrência dessas atitudes em comportamentos futuros.

Adicionalmente, realiza-se a formação da Brigada de Emergência, programada, com o objetivo de treinar equipas para eventuais cenários de emergência típicos, previstos em refinarias.

Esta formação, obrigatória, prepara os colaboradores para respostas céleres e eficazes e fornece conceitos teóricos importantes para a compreensão dos fenómenos do fogo e as propriedades dos produtos manipulados na instalação, permitindo deste modo compreender e melhorar a forma de debelar eficazmente eventuais acidentes.

Nesta formação também participam, em algumas sessões, corporações de bombeiros e sapadores criando-se nestas alturas elos de relacionamento muito importantes entre os participantes. Estes favorecem a respostas à emergência, uma vez que as entidades externas da área envolvente, em contexto real, ficam a conhecer quais os meios de mitigação e extinção existentes na instalação e como se encontram organizadas as equipas que atuam quando surgem situações de emergência.

2012

2013

2011

2010

2009

5.202

8.416

6.356

4.254

4.123

número de horas em ações de formação em Segurança, Saúde e Ambiente

2012

2013

2011

2010

2009

1.160

312

467

648

869

número de formandos em ações de formação em Segurança, Saúde e Ambiente

2012

2013

2011

2010

2009

271

140

68

97

número de ações de formação em Segurança, Saúde e Ambiente

313

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04 AtIvIDADES, AçõES E PRojEtoS

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13

REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

Por outro lado, o carater prático, e a riqueza de conhecimento destas formações cativam os profissionais exteriores, que por diversas vezes solicitam à refinaria a sua participação nas mesmas.

A expressão numérica, em termos de número de participantes, ações e respetiva duração, das diversas ações de formação referidas anteriormente, está expressa nos gráficos seguintes:

Não é simples efetuar uma análise da tendência dos números apresentados aos diversos níveis, uma vez que as formações são fortemente influenciadas pelo contexto de produção marcada para a cada ano civil, existência de paragens setoriais, realização de investimentos, entre outros aspetos.

2012

2013

2011

2010

2009

número de ações ministradas em Segurança, Saúde e Ambiente

594

72

66

66

36

15

15

281

178

187

221

56 13 17 229 205

51 5 29 188 187

SensibilizaçãoFormação Brigada de emergênciaAcolhimentoAdvertência

2012

2013

2011

2010

2009

número de horas de formação ministradas em Segurança, Saúde e Ambiente

762

69

70

52

46

8

9

442

215

265

343

57 13 12 269 277

50 5 19 205 274

total

2012

2013

2011

2010

2009

número de formandos nas ações ministradas em Segurança, Saúde e Ambiente

4.305

306

244

500

245

66

77

5.683

1.889

849

990

123 103 128 2.952 867

146 41 146 1.343 1.070

SensibilizaçãoFormação Brigada de emergênciaAcolhimentoAdvertênciatotal

SensibilizaçãoFormação Brigada de emergênciaAcolhimentoAdvertênciatotal

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25REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

05

Em foco – desempenho energético da refinaria de Matosinhos 2013-2015

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0501 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13

REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

EM foCo – DESEMPEnho EnERGétICo DA REfInARIA DE MAtoSInhoS 2013-2015

Em épocas de margens de refinação bastante deprimidas, e atendendo ao mercado extremamente competitivo em que a refinação opera, a capacidade de antecipar a mudança, é fundamental para a sobrevivência das refinarias, sendo para tal necessário o controlo apertado dos custos, e o investimento em soluções inovadoras.

tendo em atenção a importância dos consumos energéticos nos custos operacionais de uma refinaria, o desenvolvimento de um plano de racionalização energética assume cada vez mais, um papel determinante e crucial, no desempenho da refinação.

Após alteração de práticas e procedimentos, bem como a implementação de diferentes projetos de investimento, a refinaria de Matosinhos (RM), mudou definitivamente de paradigma, atingindo patamares de eficiência energética cada vez mais elevados.

O ano de 2013 na RM, em termos de projetos de otimização energética, pode ser resumido pelo arranque da unidade de Cogeração, que veio de uma forma significativa otimizar a produção de vapor e energia elétrica; e pela substituição do permutador carga/efluente da unidade de Reforming II (u3300), por um permutador com um arranjo helicoidal das suas chicanas, tecnologia recente que trouxe ganhos energéticos consideráveis.

A unidade de cogeração, com uma capacidade instalada de 82 MW, encontra-se inserida no complexo industrial da refinaria de Matosinhos, que é o seu principal cliente para fornecimento de energia térmica sob a forma de vapor e que beneficia do acréscimo de fiabilidade no fornecimento de energia elétrica às unidades industriais.

O desenvolvimento deste projeto representa uma melhoria no desempenho operacional da refinaria e uma significativa redução dos custos de funcionamento, assim como a redução das emissões de SO

2 e NO

x.

Esta unidade de cogeração em conjunto com a unidade da refinaria de Sines são as maiores do país, o que coloca a Galp Energia no primeiro lugar da utilização de tecnologia de cogeração em Portugal.

A substituição do permutador, em fim de vida útil, surgiu como uma oportunidade de instalação de um equipamento mais eficiente que possibilitasse a melhoria da integração energética entre a corrente efluente e a carga duma unidade de produção de reformado (componente de gasolinas e matéria prima para a fábrica de aromáticos).

A tecnologia implementada, Helixchanger, foi eleita por ser numa solução inovadora que permite obter uma eficiência energética semelhante a outra tecnologia concorrente, mas com custos inferiores e complexidade de manutenção mais reduzida.

Numa perspetiva futura, além da manutenção de uma cultura exigente, na persecução de um bom desempenho energético, aliada a pequenas modificações com pequenos ganhos energéticos associados, torna-se de especial relevo o projeto de mudanças estruturais na unidade ISOMAR da Fábrica de Aromáticos, o qual permitirá a mudança de mecanismo catalítico, com poupanças energéticas no consumo das unidades PAREX e ISOMAR bastante significativos.

O fim de vida do catalisador da unidade Isomar e a necessidade da sua substituição, possibilita a oportunidade de alteração da tecnologia catalítica, que acarreta inúmeras vantagens. A substituição para um catalisador de dealquilação permite um aumento da produção de benzeno, o que está alinhado com as necessidades do mercado nacional, deficitário neste produto, e possibilita uma redução dos consumos energéticos.

A racionalização dos consumos energéticos constitui uma preocupação para a Fábrica de Aromáticos, cujo desempenho energético se tem revelado em benchmarking, inferior às suas concorrentes de igual capacidade, essencialmente por desatualização da tecnologia Parex/Isomar.

Projeção de poupanças

Projeto Poupanças Previstas (Gcal/ano)

2013Cogeração 147.849

Permutador carga/efluente 27.500

2014/15 ISOMAR 152.825

Este ano foi também caraterizado pela certificação integrada da refinaria em Ambiente, Qualidade, Segurança e Energia, tendo sido atribuído a certificação energética a 29 de Agosto de 2013, segundo a ISO 50001:2011.

A consolidação dos atuais projetos e a concretização dos últimos investimentos do Plano de Racionalização Energética, apoiados na recente certificação energética segundo a norma ISO 50001:2011, são pilares fundamentais para a concretização da visão estabelecida para a refinaria de Matosinhos:

“Liderança em Custos na Europa Ocidental, 1.º Quartil em 2015”

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06

Em detalhe – o papel do técnico de segurança no trabalho na refinaria de Matosinhos

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06 EM DEtALhE – o PAPEL Do téCnICo DE SEGuRAnçA no tRAbALho nA REfInARIA DE MAtoSInhoS

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REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

A manutenção de Equipamentos e Instalações é uma componente determinante na garantia da operacionalidade destes e consequente sucesso das organizações. Esta temática assume papel determinante na prevenção de riscos profissionais e segurança das instalações, devendo ser objeto de uma abordagem sistémica de avaliação, controlo e gestão do risco, que deverá iniciar-se desde a fase de projeto das Instalações, envolvendo todos os agentes do mundo do trabalho.

O papel do técnico de Segurança no trabalho (tSt) das empresas prestadoras de serviços revela-se particularmente crítico como interface privilegiado, entre estes (entidade executante) e o Operador das Instalações (dono de obra). Compete ao tSt tomar conhecimento in loco, de todos os aspetos, caraterísticas específicas e contextos diversos em que serão realizadas as atividades da sua Empresa, de forma a garantir o controlo dos riscos e a implementação das medidas de prevenção.

A Agência Europeia para a segurança e saúde, elegeu como tema para a Campanha Locais de trabalho Seguros e Saudáveis para o biénio 2010/2011 o tema dos trabalhos de reparação e manutenção seguros – Manutenção Segura na Prática (Safe Maintenance in Practice), reconhecendo que são as atividades que decorrem dos trabalhos de manutenção, quase sempre recorrendo à prestação de serviços, as responsáveis por cerca de 10% a 15% dos acidentes mortais e cerca de 15% a 20% de acidentes totais. Neste contexto, são evidentes as razões pelas quais a refinaria de Matosinhos colocou um enfoque particular no papel que cabe ao tSt das empresas Prestadoras de Serviços.

A vertente da manutenção na Indústria Petroquímica A indústria petroquímica, dada a severidade dos processos a que recorre, os equipamentos que envolve e a exigência de garantia de continuidade de operação é, tipicamente, uma atividade em que o recurso a prestação serviços de manutenção das suas instalações e equipamentos que a constituem, assume-se como fator preponderante na gestão de ativos e planeamento de produção.

Os serviços de manutenção compõem-se de dois vetores, em que um deles está essencialmente vocacionado para a manutenção preditiva e pequenas intervenções de reparação e outro mais focado na reconstrução ou reabilitação de equipamentos ou infraestruturas.

A exemplo de outros ramos da atividade, a Indústria Petroquímica recorre a empresas especializadas na prestação de serviços de manutenção, envolvendo diversas especialidades, desde metalomecânica, eletricidade e instrumentação, limpezas industriais, tratamento de superfícies e pintura, automação e controlo distribuído entre outras. Este tipo de prestação de serviços enquadra-se no 1.º vetor já referido, sendo garantido através de Contratos Plurianuais, enquanto o 2.º vetor recorre a concursos pontuais onde é selecionado um concorrente para realização de uma obra, de acordo com um Caderno de Encargos.

Para além dos dois vetores descritos, verifica-se um outro contexto em que a intervenção de Prestadores de Serviços

de Manutenção assume particular importância, normalmente designado por Paragem técnica. Este tipo de intervenção destina-se a preparar as instalações para mais um ciclo produtivo, realizando-se ações de inspeção reparação e ensaios apenas possíveis de realizar quando a instalação está fora de serviço. Por este motivo, esta intervenção é planeada para períodos curtos, de modo a minimizar a perda de produção, podendo envolver alguns milhares de trabalhadores e largas dezenas de Empresas contratadas e subcontratadas.

Daqui resulta de imediato a exigência de uma política consubstanciada num programa centrado na Gestão do Fator de Risco Humano, inerente à contratação de terceiros, garantido que a introdução de terceiros na instalação, no contexto de trabalhos de manutenção, não constitui um risco para a instalação e, do mesmo modo, a instalação não representa um risco para os trabalhadores das empresas prestadoras de serviços.

Requisitos Legais e Standards da Atividade Petroquímica todos os contextos deverão observar e garantir, no mínimo, o cumprimento das prescrições legais nesta matéria, nomeadamente a Lei 102/2009, de 10 de Setembro, (com alterações sucessivas), que define o regime jurídico da promoção da Segurança e Saúde no Trabalho, o Decreto-Lei 273/2003, de 29 de Outubro, que estabelece as regras gerais de planeamento, organização e coordenação para promover a Segurança, Higiene e Saúde no trabalho em estaleiros da construção.

Os princípios gerais da prevenção da Segurança e Saúde no trabalho são desenvolvidos através de legislação complementar, sendo um destes casos o Decreto-Lei 236/2003, de 30 de Setembro, que estabelece as regras de proteção dos trabalhadores contra os riscos de exposição a atmosferas explosivas e que resulta da transposição da Diretiva n.º1999/92/CE.

Adicionalmente, tratando-se de uma atividade abrangida pela diretiva designada por SEVESO, deverão ser, ainda, observados os requisitos impostos pela Diretiva n.º 2003/105/CE, transposta para o regime jurídico português através do Decreto-Lei 254/2007, de 12 de Julho e que estabelece o regime de prevenção de acidentes graves que envolvam substâncias perigosas e a limitação das suas consequências para o homem e o ambiente.

A articulação e integração dos requisitos resultantes dos regimes jurídicos devem estar claramente evidenciados nos diversos instrumentos desenvolvidos para assegurar a prevenção de acidentes de trabalho, doenças profissionais e prevenção de acidentes graves, desde a fase de planeamento /projeto até à fase de realização das atividades de manutenção, envolvendo e comprometendo todos os intervenientes.

A Americam Petroleum Institute (API), disponibiliza um amplo e diverso conjunto de standards que reúnem todo o conhecimento adquirido e as melhores práticas disponíveis para a atividade Petroquímica, dos quais, alguns específicos para as atividades de construção/manutenção e gestão do desempenho de segurança dos prestadores de serviços.

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06EM DEtALhE – o PAPEL Do téCnICo DE SEGuRAnçA no tRAbALho nA REfInARIA DE MAtoSInhoS

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REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

Compromisso e promoção de uma cultura de Segurança O compromisso da gestão de topo na promoção de uma cultura de segurança é determinante, não só na definição da política, estrutura e mobilização de recursos mas, essencialmente na visibilidade e através das ações em que esta se envolve.

A intervenção das primeiras linhas da estrutura das organizações não se conclui num conjunto de boas intenções, subscritas num documento, onde expressa a sua política. Este é apenas o primeiro passo no sentido de mobilizar todos os agentes e induzir uma dinâmica de comportamento responsável, na promoção e sucesso do Sistema de Gestão de Segurança.

Cabe assim à Gestão de topo evidenciar o seu compromisso na implementação de uma cultura de segurança, assumindo esta um protagonismo vital na cadeia de produção de valor.

Este compromisso, embora impulsionado pela Gestão da instalação, deve alargar-se aos gestores das empresas, envolvendo e comprometendo-os na implementação do programa de segurança definido para os Prestadores de Serviços de Manutenção. Este programa deve conter um plano de reuniões periódicas, dedicadas à temática da gestão do desempenho em segurança, identificando desvios e oportunidades de melhoria e reuniões pontuais e dirigidas especificamente a campanhas pontuais, com o objetivo de imprimir uma dinâmica permanente no sistema.

Qualificação dos tSt A gestão dos riscos relacionados com as atividades de manutenção revela-se como um fator crítico de sucesso, não só no desempenho do Sistema de Gestão de Segurança mas, também, no sucesso das organizações. São diversos os casos de estudo que revelam o papel determinante, na ocorrência de acidentes, resultante das falhas e omissões na gestão desta vertente.

Se o recurso a terceiros, para prestação de serviços de manutenção, é uma inevitabilidade, não pode constituir uma forma de transpor para estes, responsabilidades que não lhes competem e para as quais não estão habilitados, podendo constituir um risco agravado, não só para as empresas que prestam os serviços, mas também para quem a elas recorre.

O recurso a tSt experientes no exercício da sua atividade, em contexto de indústrias de processo, revela-se como determinante, para assegurar a integração da informação e conhecimento produzido em diversos momentos da preparação e execução das atividades. Referimo-nos concretamente ao HAZID – Hazard Identification – de projeto e de execução, onde são abordados com detalhe, todos os aspetos e impactos identificados e analisados por um conjunto de especialistas, em diversas matérias com relevância para a prestação de serviço em questão.

É através da perícia no tratamento desta informação, que o TST poderá revelar-se como o elemento crítico no processo de gestão do risco, pois a qualidade dos documentos de suporte é fundamental, não só para formalizar a autorização de execução das atividades mas, essencialmente para

assegurar que todos os intervenientes estão habilitados a realizá-las, conscientes das responsabilidades que lhes cabem na implementação das medidas de prevenção adequadas, para a prevenção de acidentes.

Cabe, também, ao tSt um papel insubstituível, na análise e diagnóstico do perfil de todos os agentes em obra, no sentido de avaliar a forma como foram assimilados os conceitos e como estão a ser implementados na prática, isto é, qual a perceção do risco.

A perceção do risco resulta de uma estimativa pessoal que varia em cada indivíduo, de acordo com as experiências que acumulou nos diversos contextos da sua atividade profissional. Alinhar o conceito de risco e a perceção do mesmo é o primeiro desafio que se coloca, particularmente para os executantes que realizam, pela primeira vez, atividades numa envolvente com o potencial de risco inerente à atividade petroquímica. A ação de acolhimento e indução de requisitos de segurança é apenas a primeira de inúmeras intervenções, a realizar junto dos executantes, chefes de equipa, encarregados e diretor de obra, no sentido de sintonizar e alinhar todos os intervenientes com os standards e requisitos gerais ou específicos, a observar em cada fase das atividades de manutenção, assumindo, mais uma vez, um papel determinante o tSt.

A prestação de serviços, por terceiros, na Indústria Petroquímica representa para cima de 60% do total de mão-de-obra, ultrapassando largamente este valor em períodos de paragens para manutenção. Este facto associado ao dado estatístico, que identifica a atividade humana como fator de risco preponderante, como precursor de acidentes de trabalho e industriais graves, merece o desenvolvimento de um conjunto de instrumentos de controlo e gestão do risco para as atividades de manutenção.

O recurso a empresas especializadas na Prestação de Serviços de Manutenção deverá constituir uma mais-valia para a atividade Industrial, desde que a aposta esteja centrada na exigência, no rigor, na qualificação e especialização das empresas e respetivos trabalhadores, integrados num programa específico que procure dar resposta continua e dinâmica às questões, na vertente da Segurança e Saúde no trabalho e prevenção de acidentes industriais graves.

A qualificação, autonomia e exigência no desempenho dos TST, são fatores incontornáveis e inegociáveis, pois revelam-se como pilares fundamentais no sucesso da atividade das Empresas Prestadoras de Serviços e concomitantemente, do sucesso da refinaria de Matosinhos.

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Em destaque – certificação integrada Ambiente, Qualidade, Segurança e Energia

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07EM DEStAQuE – CERtIfICAção IntEGRADA AMbIEntE, QuALIDADE, SEGuRAnçA E EnERGIA

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REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

A refinaria de Matosinhos obteve, no mês agosto de 2013, pela empresa certificadora SGS ICS, a certificação integrada em Ambiente, Qualidade, Segurança e Energia (AQSE), segundo os referenciais, respetivamente, ISO 9001:2008, ISO 14001:2012, OHSAS 18001:2007 e ISO 50001:2012. Foi com grande satisfação que registámos o alcancar deste difícil objetivo de desenhar, implementar e certificar um sistema de gestão que integrou quatro vertentes nucleares para a sustentabilidade da refinaria, especialmente porque vem atestar a conformidade dos procedimentos, das práticas e, acima de tudo, dos resultados da refinaria, seja em termos de desempenho ambiental e de segurança, seja na garantia da qualidade dos nossos produtos, seja pela forma eficiente de utilização da energia que usamos na sua produção. O caráter distintivo desta certificação carateriza-se ainda pelo facto de nos situarmos entre as primeiras empresas a certificar um modelo integrado de gestão simultâneo a quatro referenciais e que inclui a recentemente publicada norma ISO 50001.

Vemos a certificação do nosso sistema de gestão integrado, não apenas como um instrumento de melhoria contínua que naturalmente o é, mas também, como um reconhecimento pelas nossas práticas, ao longo dos anos demonstradas nos indicadores que apresentamos neste data book. De facto, a refinaria de Matosinhos há muitos anos que reconheceu os benefícios da gestão da Qualidade. No ano de 1990, do século passado, foi pioneira na acreditação do seu Laboratório dos Aromáticos. Ainda na década de 90 a Qualidade teve um importante impulso decorrente dos contratos de fornecimento de óleos lubrificantes para a Renault Portuguesa. E assim foram surgindo os diversos sistemas de gestão da Qualidade: dos Lubrificantes, dos Produtos Químicos, dos Combustíveis de Aviação, dos Óleos Base, dos Betumes.

Pelas razões históricas acima referida, passados estes anos todos ficámos confrontados com a necessidade de gerir todos estes sistemas, alguma forma desligados entre si, cada um com o seu processo de auditorias, de revisão pela gestão, com os seus plano de melhoria, o que acarretou uma sobrecarga burocrática que, à luz dos próprios conceitos da Qualidade, era desnecessária. Surge então, em 2008, a iniciativa estratégica de aglutinar todos os sistemas de gestão da qualidade num corpo comum tendo ainda em conta a sua integração com os sistemas de gestão de Segurança, de Ambiente e mais tarde, em 2011, da Energia. Em suma, pretendia-se constituir um sistema de gestão único de Ambiente, de Qualidade, de Segurança e de Energia que tirasse partido da máxima integração dos processos destes subsistemas. Assim, todos os processos de gestão, processos operacionais e processos de suporte seriam um todo integrado que daria resposta aos requisitos normativos pelos quais se veio a concretizar a certificação, nomeadamente as normas ISO 9001, ISO 14001, OHSAS 18001 e ISO 50001.

As normas de referência citadas foram construídas por forma a compatibilizar entre elas, na medida do possível, os vários requisitos. No desenvolvimento do nosso sistema de gestão integrado tivemos essa caraterística em conta. Assim, sem procurar ser exaustivos, temos:

• Conjunto de requisitos comuns às quatro normas: Politica; Requisitos Legais e Outros; Objetivos e Programas;

Recursos e Responsabilidades; Competências; Comunicação e Consulta; Controlo dos Documentos e Registos; Controlo de EMM; Medição e Monitorização (Cliente, Processo, Produto); Avaliação da conformidade; Não-conformidades; Ações Corretivas; Ações Preventivas; Auditoria Interna; Revisão pela Gestão.

• Conjunto de requisitos específicos da norma ISO 9001 Focalização no Cliente; Infraestrutura; Ambiente de Trabalho; Planeamento e Realização do Produto; Processos relacionados com o Cliente; Conceção e Desenvolvimento; Produção e Fornecimento do Serviço; Produto não conforme; Análise dos Dados; Compras.

• Conjunto de requisitos específicos da norma ISO 14001 Aspetos Ambientais; Controlo Operacional; Preparação e Resposta a Emergências.

• Conjunto de requisitos específicos da norma OHSAS 18001 Identificação de Perigos, Avaliação e Controlo de Riscos; Controlo Operacional; Preparação e Resposta a Emergências; Investigação de incidentes.

• Conjunto de requisitos específicos da norma ISO 50001 Consumo energético de referência; Indicadores de desempenho energético.

O processo de certificação da refinaria de Matosinhos consistiu na conceção, criação e implementação de procedimentos e processos que caraterizam a nossa atividade com o intuito de demonstrar a conformidade com os referenciais. Definiram-se para isso parâmetros quantificáveis que são monitorizados e verificados e controlados periodicamente. Definiram-se também responsabilidades para os processos e para os grupos de processos para garantir um bom funcionamento do sistema.

Com base em três políticas (Política de Segurança, Saúde e Ambiente, Política da Qualidade e Política da Energia) fez-se uma abordagem por processos para a implementação do Sistema de Gestão Integrado AQSE. Nesse âmbito foram desenhados 14 grupos de processos que se dividem pelas vertentes de Gestão, Operacionais e de Suporte. Houve a preocupação de desenhar um sistema que não contivesse processos e atividades redundantes efetuando, logo na fase de desenho, um exercício de otimização de recursos. Contemplam toda a cadeia de processos que fazem funcionar a refinaria, desde o planeamento estratégico, num extremo, até à avaliação da satisfação do cliente, no outro extremo, passando necessariamente pelos processos de produção.

Os processos de Gestão são 12 e dividem-se em:• Planeamento Estratégico e Controlo de Gestão• Energia• Melhoria e Mudança• Emergências• Performance e Controlo

Os processos Operacionais são 14 e dividem-se pelos seguintes grupos:• Armazenagem, Loteamento e Expedição• Receção• Produção• Programação e Controlo Operacional

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07 EM DEStAQuE – CERtIfICAção IntEGRADA AMbIEntE, QuALIDADE, SEGuRAnçA E EnERGIA

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REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

Foram desenhados 15 processos de Suporte que se dividem pelos seguintes grupos:• Património• Ambiente, Qualidade e Segurança• Gestão técnica• Integração e Conservação de Ativos• Gestão de utilidades

Como ferramenta de suporte à implementação dos processos foi utilizada a plataforma informática “intelligent Business Process Management System”, ou iBPMS, onde estão mapeadas todos os processos e suas interligações, para uma abordagem dinâmica e actual. No iBPMS temos ainda a documentação de apoio aos processos nomeadamente Normas Internas de apoio à Certificação, Listagens de Legislação, Manuais de Operações das unidades Industriais, e as constatações resultantes do dia-a-dia da gestão do sistema. Este sistema tem ainda sido utilizado como um centralizador de documentação incluindo registo de auditorias e tratamento das respetivas constatações, reclamações e derrogações de produtos.

Para a monitorização do Sistema de Gestão Integrado e promoção da melhoria contínua, foram também definidos um vasto leque de indicadores de processo com acompanhamentos mensais e trimestrais e com metas anuais perfeitamente definidas.

Para a implementação deste projeto foi necessário, sensibilizar, formar e envolver todos os colaboradores da refinaria, desde os quadros de topo até aos operadores e prestadores de serviços. O envolvimento de todo este universo foi importantíssimo e revelou-se como um fator de motivação na empresa. O empenho dos colaboradores neste sistema é notável e tem vindo a refletir-se nos excelentes resultados das auditorias ao sistema.

Em todo este processo que nos levou à certificação obtiveram-se importantes vantagens competitivas de que são exemplo a redução de custos através da eliminação do desperdício e da redução de reclamações, e a melhoria da imagem e da confiança dos nossos clientes. A diminuição de consumos, de tratamento de efluentes e resíduos e a diminuição de riscos de emissões, derrames e acidentes também se revela com uma vantagem no caso da proteção ambiental e de prevenção da poluição. A certificação da Energia veio garantir um melhor uso dos equipamentos consumidores de energia existentes, para além de avaliar e priorizar a implementação de novas tecnologias de utilização eficiente de energia e a promoção da eficiência energéticas incluindo a aquisição de matéria-prima e equipamentos, com envolvimento dos nossos fornecedores. Das vantagens e melhorias a nível de segurança destaca-se a redução do risco de acidentes e doenças profissionais. A coroar este trajeto, como noticiado noutras peças deste data book, a refinaria teve em 2013, pela primeira vez na sua história, uma ano sem quaisquer acidentes com baixa.

É também importante destacar que ser certificado não é uma obrigação legal da organização, mas antes uma opção da refinaria para se reajustar aos mercados e estar melhor preparada a mudanças para crescer quer a nível local quer no plano internacional.

Em resumo, a certificação da refinaria promoveu a simplificação de processos e a otimização de recursos ambientais, humanos e financeiros. Vincula a refinaria com o compromisso com a melhoria contínua contribuindo para o desenvolvimento das condições socioeconómicas da região onde se insere. Os quatro pilares certificados – Ambiente, Qualidade, Segurança e Energia asseguram que a empresa tem como prioridade a criação de valor e a preservação do meio ambiente e/ou respetiva minimização dos impactes resultantes da sua atividade, a qualidade dos seus produtos, a segurança dos seus colaboradores e comunidade envolvente e a minimização dos consumos energéticos.

Com a certificação integrada, a refinaria de Matosinhos alavanca a performance em sustentabilidade do grupo Galp Energia, identificando e controlando as temáticas mais relevantes das operações, inovando e redesenhando o modelo de negócios deste site. A empresa foi recentemente distinguida pela canadiana Corporate knights como uma das empresas mais sustentáveis e faz parte do restrito número das que acedem ao dow Jones Sustainability Index, sendo que estas distinções são cruciais para elevarmos as nossas vantagens competitivas. Relembra-se que este é um setor industrial de elevadas preocupações ambientais e de segurança, mas é também um sector essencial para o desenvolvimento económico do país. O compromisso da gestão da refinaria de Matosinhos na manutenção da certificação agora obtida traz ainda requisitos adicionais para as operações industriais, que se preocupam em melhorar continuamente o seu desempenho e garantir a eficácia do sistema. A empresa coloca-se assim na vanguarda no que respeita à responsabilidade ambiental e social apostando no respeito e envolvimento com a comunidade.

Por último, a certificação é um motivo de orgulho interno e consolidação do prestígio das refinaria de Matosinhos no seio da Galp Energia, e ainda uma confirmação de que o processo transformacional de melhoria das condições de segurança, e de proteção do ambiente, com o contributo de uma elevada eficiência energética que tem vindo a ser implementada, provou estar correta. Sendo esta uma refinaria de cidade, a comunidade circundante está no centro das preocupações da empresa pelo que, o respeito pelo meio ambiente e respetiva minimização de impactes, a qualidade dos produtos, a segurança dos colaboradores e vizinhos e a maximização da eficiência energética são cruciais para a sustentabilidade do negócio. Intencionalmente não requeremos a certificação formal numa altura anterior. Optámos por consolidar o nosso sistema de Gestão e deixar os factos falarem por si. A certificação é assim o atestado, por uma entidade independente, do rigor que colocamos na operação segura da nossa instalação e dos resultados já alcançados.

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Indicadores de atividadeNível de atividade

Produção

Parque da Boa Nova

8.1

8.2

8.3

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InDICADoRES DE AtIvIDADE

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13

34

08

REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

8.1 nível de atividadeO gráfico seguinte apresenta a carga tratada e o crude tratado na refinaria. A carga tratada inclui, não só o crude, mas também as matérias-primas e componentes tratados, ponderados por um fator de conversão em petróleo bruto que atende ao nível de processamento da referida carga.

Durante o ano de 2013 verifica-se um aumento do nível de atividade, tendo sido inclusivamente o ano em que mais carga foi processada na refinaria de Matosinhos, desde 2009. Para este aumento contribuiu a integração com a refinarias de Sines e a concertação de planos de produção.

8.2 ProduçãoNo gráfico seguinte apresenta-se a produção da refinaria de Matosinhos ao longo dos últimos anos, à exceção do enxofre e parafinas, pelo facto de estes serem produzidos em quantidades substancialmente inferiores aos restantes produtos.

nível de atividade (106 t)

Carga tratada Crude tratado

2009

2010

2013

2012

2011

4,08

3,80

3,84

3,923,62

4,58

3,30

3,03

3,52

4,14

Óleos Base

2012

2013

2011

2010

2009

Produção (103 t de produtos)

1.504 869 577 325 183 137 133 105

1.182

6631.278

276638 615

1.077

164 99164 126

158 76

114 165 8195

137159360

1.261 299 1.134 352 54161139149

1.523 317 1.599 473

GasolinasGasóleos BetumesAromáticosFuéis Jet/Pet Gases

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InDICADoRES DE AtIvIDADE

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35

08

REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

8.3 Parque da boa nova Numa área de 14 hectares, anexa ao complexo da refinaria de Matosinhos, o Parque da Boa Nova armazena e distribui por via rodoviária para o mercado nacional e internacional 36 produtos diferentes que vão desde combustíveis a produtos químicos, parafinas e betumes. Possui 51 tanques de armazenagem de várias dimensões e 24 ilhas de carregamento de cisternas, utilizando um elevado grau de automatização associado a um elevado nível de segurança.

Apresenta-se em seguida o conjunto de produtos expedidos pelo PBN, agrupados por famílias:

• Aromáticos e solventes, destinados às indústrias químicas e petroquímicas nacionais e internacionais;

De seguida, apresenta-se o número de ordens de carregamento por veículo-cisterna, para cada tipo de produto:

2012

2013

2011

2010

2009

Quantidades de produtos expedidos por veículo-cisterna (103 t)

1.303 375 90 169

1.274

1.100 280

334

83

121

162

162

15

962 14190 91 146

1.134 106112 119 10

PretosBrancos ParafinasBetumesQuímicos

• Gasolinas e Gasóleos, com vários níveis de aditivação de performance para abastecimento de combustível rodoviário e marítimo para toda a zona norte do País;

• Fuéis, para o fornecimento energético de parte da indústria portuguesa;

• Parafinas, usadas na indústria de velas, cosmética, de moldes, alimentação, etc.;

• Betumes de vários grades, como componente para a indústria de colas, ligantes e telas de isolamento mas essencialmente para pavimentação de estradas;

• JEt A1 (para abastecimento por via rodoviário para aeroportos e aeródromos nacionais).

O gráfico seguinte apresenta as quantidades de produtos expedidos por veículo-cisterna:

2012

2013

2011

2010

2009

número de ordens de carregamento por veículo-cisterna

55.417 18.807 4.124 7.027

53.173

46.497 12.689

17.794

3.744

5.138

6.928

6.997

726

40.272 6778.780 3.895 6.227

45.621 4.6965.323 5.160 533

PretosBrancos ParafinasBetumesQuímicos

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36 REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

09

Desempenho em ambiente

Consumo de recursos

Emissões atmosféricas

Efluentes líquidos

Resíduos

9.1

9.2

9.3

9.4

Page 35: Refinaria de Matosinhos - Galp · das emissões de compostos de enxofre e de partículas, além de nos posicionar entre as empresas europeias de referência no que toca às emissões

37

09DESEMPEnho EM AMbIEntE

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13

REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

No âmbito do Decreto-Lei n.º 194/2000 – Prevenção e Controlo Integrado da Poluição (PCIP), a refinaria de Matosinhos é detentora de uma Licença Ambiental, LA n.º 190/0.2/2011, onde se sistematiza e reúne todos os requisitos legais em matéria de ambiente a que está obrigada. Acresce a esta licença o título de Emissão de Gases de Efeito Estufa da refinaria de Matosinhos, TEGEE n.º 197.05.II. No âmbito desse título, as emissões da refinaria são objeto de uma verificação independente, realizada por auditores acreditados pela Agência Portuguesa do Ambiente.

Neste capítulo apresentam-se informações e indicadores relativos ao desempenho ambiental da refinaria de Matosinhos, que demonstram o cumprimento da Licença Ambiental acima referida e das boas práticas preconizadas.

Esses indicadores são apresentados de um modo absoluto, mas também normalizados, ou seja, em função do nível de intensidade da atividade, permitindo a análise evolutiva do desempenho em função da atividade e, por outro lado, a comparação com os pares europeus de referência no setor.

Em 2013, não obstante a refinaria ter operado ao nível de atividade mais elevado dos últimos 5 anos, registou-se uma diminuição do consumo de água fresca, facto que reflete uma melhor eficiência na gestão deste precioso recurso.

Consumo de energia Como indicadores de consumo de energia consideram-se os consumos associados aos combustíveis e o consumo de eletricidade.

Os combustíveis mais consumidos na refinaria são o Gás (sendo este último uma mistura de Fuel Gás produzido na refinaria enriquecido com Gás Natural), o Gás Natural e em menor escala o Resíduo Processual Combustível (RPC) que tem sido progressivamente substituído. A mistura de fuel gás com gás natural, permite um aumento da quantidade disponível de gás para consumo interno, fazendo com que seja possível a redução do consumo de combustível menos limpo, como o RPC. Deste modo, a refinaria de Matosinhos tem progressivamente privilegiado o consumo de combustíveis limpos.

9.1 Consumo de recursos Em virtude da significância da sua utilização e da sua relevância ambiental, apresentam-se neste capítulo informações e indicadores relativos ao consumo de água e energia.

Consumo de água A água que a refinaria de Matosinhos consome para fins industriais é proveniente das Águas do Noroeste e da INDAQUA (utilizada para consumo humano e excecionalmente em atividades industriais), podendo ainda provir da captação de água superficial do Rio Ave (ETA de Vilarinho), utilizada na atividade industrial, nomeadamente em processos de arrefecimento e de geração de vapor. Quer a água fornecida pela Águas do Noroeste quer pela INDAQUA, têm caraterísticas de água potável.

O gráfico seguinte apresenta o consumo total de água, bem como a quantidade de água tratada da nossa Estação de tratamento de Águas Residuais Industriais (EtARI) e posteriormente reutilizada.

O consumo de água em 2013 esteve em linha com os consumos de 2011 e 2012, observando-se um ligeiro aumento justificada pelo aumento do nível de atividade da instalação. A quantidade de água recuperada segue a tendência de aumento gradual, posteriormente a 2009, ano em que foi feito o investimento de construção de um novo tanque de água para abastecer a rede de água de incêndio – TK4504, permitindo

Consumo de água e água reutilizada (103 m3)

Consumo de água Água reutilizada

2009

2010

2013

2012

2011

2.689

2.508

2.447

2.2381.081

2.380

478

896

891

1.087

2012

2013

2011

2010

2009

0,57

0,52

0,66

0,66

0,64

Consumo de água por nível de atividade (m3/t de carga tratada)

armazenar maior quantidade de água recuperada da ETAR. A reutilização de água tratada na ETAR permite diminuir marcadamente o recurso a água fresca de make-up e reduzir o volume de água tratada enviada para o meio hídrico recetor, o mar.

No gráfico abaixo apresentado pode observar-se a evolução do consumo de água por nível de atividade:

Os gráficos seguintes apresentam o consumo destes combustíveis na refinaria:

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38

09 DESEMPEnho EM AMbIEntE

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REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

Como é observável nos gráficos, a entrada do Gás Natural na pool de combustíveis da refinaria verificada no final de 2008, tem contribuído significativamente para a diminuição do consumo de RPC. Em 2013, o consumo de RPC diminuiu cerca de 75% comparativamente ao consumo registado durante o ano de 2012. Esta diminuição deve-se, em parte, ao consumo de Gás Natural que tem vindo a aumentar

9.2 Emissões atmosféricasNeste capítulo apresentam-se as emissões atmosféricas dos poluentes com relevância em termos de qualidade do ar ambiente.

Óxidos de Enxofre O gráfico seguinte apresenta as emissões absolutas de óxidos de enxofre, representadas com base no equivalente em dióxido de enxofre, SO

2.

O gráfico seguinte normaliza as emissões absolutas com base no nível de atividade:

O enxofre é um componente natural do crude. Durante o processo de refinação é possível isolar a maior parte deste elemento, mas uma parte residual fica retida nos produtos refinados. Quando estes são usados como combustíveis o enxofre é libertado para a atmosfera.

De forma a reduzir as emissões de SO2, a refinaria tem

desenvolvido esforços cujo impacte é notório mediante a observação dos dois gráficos anteriores. Por um lado, o aumento do consumo de Gás, através da introdução de Gás Natural no portfólio de combustíveis usados, e a consequente redução do consumo de RPC (combustível contendo enxofre), contribuem incontestavelmente para a redução das emissões. Neste particular, a central de cogeração que representa o upgrade à central termoelétrica, contribuiu significativamente para a redução da emissão global de SO

2.

Por outro lado, é também visível a diminuta utilização de um RPC com um teor de enxofre inferior ao limite estipulado na nossa licença (3%), facto que compagina favoravelmente nas emissões de SO

2:

Energia elétrica consumida e produzida (103 tep)

Consumo de energia elétrica Produção de energia elétrica

2009

2010

2013

2012

2011

59,1

54,1

64,9

49,225,0

49,5

46,2

42,5

41,2

24,7

2012

2013

2011

2010

2009

2,7

1,1

4,1

3,5

3,4

Decréscimo de 60% nas emissões totais de SO

2

Emissões de So2 (103 t)

2012

2013

2011

2010

2009

682

231

994

924

883

Emissões de So2 por nível de atividade

(g/t de carga tratada)

2012

2013

2011

2010

2009

1,65

2,47

1,29

1,48

1,53

teor de enxofre no RPC (%)

3

Limite da licença

progressivamente. Em 2013 registou-se novo aumento no consumo de gás, e para isso contribuiu a central de cogeração.

Relativamente à eletricidade, a refinaria adquire eletricidade da rede em função dos regimes de carência. O gráfico seguinte exclui a produção elétrica da cogeração (uma vez que esta é vendida diretamente à rede) e mostra o consumo eléctrico da instalação:

Consumo de gás (103/t) vs Consumo de RPC (103 t)

Fuelgás RPC

2009

2010

2013

2012

2011

134

143

188

18388

179

158

115

102

22

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REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

Óxidos de Azoto O gráfico seguinte apresenta as emissões absolutas de óxidos de azoto (NO

x):

No gráfico seguinte apresentam-se as emissões de NOx por

nível de atividade:

também relativamente às emissões de NOx se verifica

o sucesso obtido pela refinaria de Matosinhos no sentido da melhoria contínua do seu desempenho ambiental, facto determinado pelo superior consumo de Gás face ao RPC e pela instalação de queimadores de baixo NO

X nas principais

instalações de queima. De realçar que este desempenho foi obtido em 2013, ano onde mais carga se processou na refinaria de Matosinhos, nos últimos 5 anos.

O gráfico seguinte permite avaliar a emissão específica de partículas na refinaria de Matosinhos:

Verifica-se em 2013 uma redução de 25% nas emissões mássicas de partículas, face ao ano precedente. Como se pode observar, a qualidade dos combustíveis queimados, como o gás, e a instalação de um precipitador electroestático foram determinantes para a redução das emissões nos últimos anos.

Dióxido de Carbono Com o objetivo de se conseguir comparar as emissões de CO

2

entre refinarias com diferentes configurações e especificidades, o parâmetro de referência relativo aos produtos do setor das refinarias baseia-se na abordagem “quantidade de CO2 emitido por tonelada ponderada de produto (Complexity Weighted tonne – CWT)” ou seja, o único produto da refinaria corresponde à CWt. A sua produção é calculada com base em unidades de processamento genéricas definidas, cada uma das quais ponderada com um fator de emissão relativo à destilação do petróleo bruto, denotado como fator CWt e representativo da intensidade de emissões de CO

2 a um nível médio

de eficiência energética, para o mesmo tipo de combustível normal utilizado para combustão em cada unidade de processamento e para as emissões de processo médias dessa unidade. O gráfico seguinte apresenta as emissões de CO2, decorrentes da atividade da refinaria de Matosinhos, por CWT e a comparação com o valor atingido pelas 10% melhores refinarias a nível europeu, no benchmarking efetuado em 2008. Em termos médios do setor, o indicador é de 37 kg CO

2/CWt.

2012

2013

2011

2010

2009

1.239

846

1.823

1.365

1.377

Decréscimo de 32% nas emissões totais de NOx

Emissões de nox (t)

2012

2013

2011

2010

2009

316

185

447

359

359

Emissões de nox por nível de atividade (g/t de carga tratada)

2012

2013

2011

2010

2009

122

91

215

76

102

Emissões de partículas (t)

2012

2013

2011

2010

2009

20

53

20

26

31

Emissões de partículas por nível de atividade (g/t de carga tratada)

2012

2013

2011

2010

2009

433

97

650

610

519

bolha de So2 (mg/nm3)

1.700

Limite da licença

Por fim, apresenta-se o gráfico que ilustra a evolução da “Bolha” de SO

2. Este indicador representa a concentração do óxido

de enxofre numa chaminé virtual, ponderando os caudais de fumos e concentrações do poluente nas diversas fontes. Observa-se pelo gráfico que a refinaria de Matosinhos tem efetuado um esforço significativo na melhoria contínua do seu desempenho nesta matéria. também através deste indicador é visível o resultado da utilização de combustíveis mais limpos, nomeadamente no privilégio dado ao consumo de Gás e de RPC com baixo teor de enxofre.

Partículas totais O gráfico seguinte apresenta os valores da emissão de partículas totais no período em estudo:

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09 DESEMPEnho EM AMbIEntE

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REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

a traduzir, com maior representatividade, a ordem de grandeza dos valores existentes na envolvente da instalação. O gráfico anterior mostra a evolução mensal da concentração de benzeno na refinaria de Matosinhos e a média anual obtida em 2013, constatando-se o cumprimento do valor limite legal:

Monitorização em contínuo A refinaria de Matosinhos realiza monitorização em contínuo de SO2, NOx e Partículas em algumas fontes fixas. Não obstante, ao abrigo da Licença Ambiental, a monitorização em contínuo é obrigatória somente nas fornalhas de processo alimentadas a RPC e Gás – fontes mistas.

Os gráficos seguintes apresentam, para os poluentes SO2,

NOx e Partículas, os resultados, no período em análise,

do autocontrolo para as três fontes fixas referidas.

Em termos de valor absoluto, a emissão mássica de CO

2 foi

de 1.008.617 toneladas, em 2013.

benzeno A integração sustentada na envolvente é um compromisso inquestionável nos valores da refinaria de Matosinhos. Com efeito, estando esta rodeada de áreas sensíveis como as praias de Leça da Palmeira (oeste), os núcleos urbanos de Aldeia Nova, Almeiriga, Padrão, telheira e Amorosa (norte/nordeste /este) e a zona urbana norte de Leça da Palmeira (sul), é necessário um controlo rigoroso do impacte da instalação na qualidade do ar envolvente. No sentido de dar cumprimento aos exigentes limites legais no que concerne aos níveis de benzeno no ar, a refinaria investiu na aquisição de três estações de monitorização (EMQAR) que medem as concentrações na atmosfera de benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos.

As EMQAR constituem ferramentas essenciais de controlo, na medida em que constituem uma rede de monitorização interna que permite o acompanhamento em tempo real das concentrações de benzeno no ar, a identificação de eventuais concentrações elevadas daqueles poluentes e, consequentemente, possibilitar a rápida intervenção para eliminar as causas. As três EMQAR estão localizadas próximo do perímetro industrial em locais estratégicos, de modo

Kg Co2/CWt – Refinaria de Matosinhos

41,6

29,4

38,5

26,9 27,329,329,9 32,1 29,1

27,4

30,133,5

29,5

benchmark top EuKg CO2/CWt RM (mensal)

Monitorização em contínuo – partículas (mg/nm3 @ 8% o2)

jan. mar.fev. abr. mai. jun. jul. ago. set. out. nov. dez.

95

St2001 St3001 VLE

0

10

50

40

30

20

60

100

90

80

70

StO601

Monitorização em contínuo – nox (mg/nm3 @ 8% o2)

390

St2001 St3001 VLE

0

50

250

200

150

100

300

450

400

350

StO601

jan. mar.fev. abr. mai. jun. jul. ago. sep. out. nov. dez.

Concentração média de benzeno (ug/m3)

Concentração média mensal de benzeno na refinaria de Matosinhos (ug/m3)

2,62,7

2,0

1,6

3,23,5

2,8

1,7 1,8

2,6

3,43,3

2,6

5

Média anual VLE (ug/m3)

jan. mar.fev. abr. mai. jun. jul. ago. set. out. nov. dez.

jan. mar.fev. abr. mai. jun. jul. ago. set. out. nov. dez.

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09DESEMPEnho EM AMbIEntE

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REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

Da análise dos gráficos acima é visível o compromisso da refinaria na redução do impacte da sua atividade e no desenvolvimento incessante de esforços no sentido da integração sustentada com a envolvente, operando os seus ativos em patamares confortavelmente abaixo dos Valores Limite de Emissão (VLE) estipulados. Os valores de Outubro, especialmente para a fonte ST2001, devem-se à paragem técnica da Fábrica de Óleos Base.

Desde 2008, as Grandes Instalações de Combustão (GIC’s) estão sujeitas a um plafond mássico, definido pelo Plano Nacional de Redução de Emissão (PNRE). No gráfico seguinte é possível visualizar a evolução das emissões mássicas nos últimos anos, sendo que o ano de 2013 marca o primeiro ano de operação da central de cogeração e a alteração de regime

9.3 Efluentes líquidosProdução de efluentes líquidos A produção de efluentes é inerente à atividade, mas é fortemente influenciada pelas condições que se fazem sentir, sendo os efluentes pluviais das zonas processuais e da armazenagem, recolhidos e encaminhados para

2012

2013

2011

2010

2009

1.454

147

2.139

1.836

1.894

Emissões de So2 GIC’s (t)

3.385

Plafond SO2 (2012)

2012

2013

2011

2010

2009

52

15

84

31

43

Emissões de particulas GIC’s (t)

100

Plafond partículas

2012

2013

2011

2010

2009

669

125

880

748

837

Emissões de noX GIC’s (t)

896

Plafond Nox

Monitorização em contínuo – So2 (mg/nm3 @ 8% o2)

1.700

St2001 St3001 VLE

0

200

1000

800

600

400

1200

1800

1600

1400

StO601

jan. mar.fev. abr. mai. jun. jul. ago. set. out. nov. dez.

Relação entre os efluentes produzidos e precipitação média na região da refinaria

157.786

122.146

186.178

131.140103.639

48.36159.968

30.32421.688

224.148

108.822109.803

Pluviosidade média (mm)Efluentes líquidos produzidos (m3)

300.000 350

300

250

200

150

100

50

-50

0

250.000

200.000

150.000

100.000

50.000

0

tratamento na ETAR da refinaria. Apresenta-se no gráfico seguinte a relação entre a produção de efluentes e a pluviosidade média ocorrida na região da refinaria de Matosinhos (dados de 2013 do Instituto de Meteorologia).

da central termoelétrica e respetivas chaminés, facto visível pela redução das emissões poluentes:

jan. mar.fev. abr. mai. jun. jul. ago. set. out. nov. dez.

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REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

Monitorização da qualidade dos efluentes líquidos A Licença Ambiental da refinaria de Matosinhos define também os valores limite de descarga das águas residuais tratadas na Estação de tratamento de Águas Residuais (EtAR) existente nas instalações. Os gráficos seguintes apresentam a concentração dos poluentes descarregados no meio hídrico, demonstrando o cumprimento dos requisitos patentes na referida LA. Começa por se apresentar o gráfico relativo ao pH do efluente descarregado:

O gráfico seguinte ilustra o desempenho da refinaria em relação aos hidrocarbonetos rejeitados.

No gráfico abaixo apresenta-se a concentração do efluente descarregado em termos de Óleos e Gorduras (O&G), Sólidos Suspensos totais (SSt) e Carência Bioquímica de Oxigénio a 5 dias (CBO

5), indicadores associados à presença de matéria

orgânica no efluente.

Também no que respeita aos fenóis e cianetos a refinaria tem cumprido o limite definido pela licença:

O gráfico seguinte, por sua vez, normaliza a produção de efluentes com base no nível de atividade:

A evolução ao longo dos últimos anos na produção de efluentes líquidos está patente no gráfico seguinte:

ph do efluente

2009 2012 2013

7,30 7,50 7,40 7,45 7,37

9

6

Intervalo permitido pela licençapH

2010 2011

2012

2013

2011

2010

2009

2,40

2,13

2,10

2,43

2,27

hidrocarbonetos rejeitados no efluente (mg/l)

10

Concentração limite definida na licença

Limite da licença

Concentração do efluente em fenóis e cianetos (mg/l)

Fenóis Cianetos

2009

2010

2013

2012

2011

0,051

0,048

0,039

0,0430,01

0,032

0,01

0,01

0,01

0,01

0,50

Concentração do efluente em sólidos suspensos totais, carência bioquímica de oxigénio e óleos e gorduras (mg/l)

vLE Cb05

=25mg/l

vLE o&G

=15mg/l

vLE SSt

=50mg/l

Óleos e gorduras SSt CBO5

2013

2012

2011

2010

2009

9,53,9

6,4

3,0

11,1

4,114,8

12,8

12,03,8

10,5

14,3

10,9

3,5

10,6

2012

2013

2011

2010

2009

0,70

1,30

1,73

1,42

1,16

Efluentes líquidos produzidos (106 m3)

2012

2013

2011

2010

2009

0,18

0,28

0,42

0,37

0,30

Efluentes líquidos produzidos por nível de atividade (m3/t de carga tratada)

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REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

9.4 ResíduosA refinaria de Matosinhos, consciente da sua responsabilidade em matéria de gestão do impacte das suas atividades sobre o ambiente, tendo em vista a aplicação da política dos 3 R’s – Redução, Reutilização e Reciclagem – procura minimizar a produção de resíduos principalmente a partir da adequada segregação de resíduos e materiais. Apresenta-se neste capítulo a evolução da produção de resíduos com respeito à sua tipologia.

O gráfico seguinte evidencia a evolução da produção de resíduos industriais:

Aferindo a produção de resíduos com base no nível de atividade, apresenta-se o gráfico abaixo:

Ao nível dos resíduos equiparados a urbanos, expõe-se o seguinte gráfico:

O gráfico seguinte ilustra ainda a evolução da recuperação de materiais na refinaria. Este indicador deve ser entendido na sua relação com a quantidade de resíduos produzidos.

Por fim, relativamente à concentração do efluente em ferro total, apresenta-se o gráfico seguinte:

Estes indicadores de desempenho da EtAR denotam uma melhoria consolidada, que decorre da adoção de medidas de atuação ao nível operacional para minimizar o impacte de alguns poluentes nos processos de tratamento da EtAR.

2012

2013

2011

2010

2009

0,70

0,48

0,31

0,45

0,63

Concentração do efluente em ferro total (mg/l)

2,00

Limite da licença

Resíduos industriais produzidos (103 t)

Resíduos industriais perigosos Resíduos industriais não perigosos

2009

2010

2013

2012

2011

7,40

6,70

4,40

4,500,24

4,37

0,19

0,15

0,17

0,17

Resíduos industriais produzidos por nível de atividade (kg/t de carga tratada)

Resíduos industriais perigosos por nível de atividade

Resíduos industriais não perigosos por nível de atividade

2009

2010

2013

2012

2011

1,81

1,78

1,15

1,150,06

0,96

0,05

0,04

0,04

0,04

2012

2013

2011

2010

2009

150

165

173

171

165

Produção de resíduos sólidos equiparados a urbanos (t)

Materiais recuperados (t)

2013

2012

2011

2010

1.019

2.159

1.682

2.867

2009

Quantidade de materiais recuperados

Materiais recuperados por quantidade de resíduos industriais produzidos

0,1

0,3

0,2

0,40,4

381

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44 REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

Desempenho em Segurança e Saúde

Sinistralidade

Medicina do trabalho

10.1

10.2

10

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45

10DESEMPEnho EM SEGuRAnçA E SAúDE

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13

REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

10.1 SinistralidadeOs objetivos das Políticas de Segurança, Saúde e Ambiente (SSA) e Prevenção de Acidentes Graves (PAG), nos domínios da Segurança, Saúde e Higiene no trabalho (SSHt) levados a cabo, ao longo dos anos, pela direção da refinaria de Matosinhos, têm permitido ao longo dos tempos uma diminuição significativa na sinistralidade e doenças profissionais.

Pela primeira vez na história da refinaria, foi alcançado um ano em que não se registaram acidentes com baixa na instalação, quer no domínio das empresas prestadoras de serviço quer no domínio dos colaboradores próprios.

A consagração deste feito, há muito defendido como objetivo pela instalação, foi fruto de um trabalho iniciado há alguns anos que finalmente revelou a força e a mérito das práticas, procedimentos e disciplina defendidos pela organização. Este será certamente um marco assinalável na vida desta instalação.

Por detrás desta consagração está uma cultura assente na disciplina e rigor na aplicação de procedimentos e práticas defendidos pela empresa, com base nas referencias produzidas para o setor, que tem sido defendido ao logo dos tempos como caminho no alcance dos grandes objetivos que a organização se propõe alcançar. Importa destacar que a refinaria põe em prática continuamente, um conjunto de iniciativas que justificam este fim, entre elas:

• todas as empresas concorrentes à prestação de serviços têm de dotar os seus trabalhadores com uma formação básica em segurança, que os habilite a desenvolver as suas atividades num contexto de elevados padrões de exigência. A RM entende que a formação básica em segurança, é um requisito prévio obrigatório a todos os prestadores de serviços, a ser observado aquando do processo de elaboração do processo individual, sem o qual não será emitido o cartão de acesso às instalações. A formação básica de segurança é sujeita a um regime de reconhecimento das entidades formadoras, no sentido de garantir a qualidade e adaptabilidade dos conteúdos pedagógicos às caraterísticas e necessidades dos diversos contextos de trabalho, na refinaria de Matosinhos.

• Para todos os trabalhadores é constituído um processo individual, onde constam as habilitações e competências mínimas exigíveis, de acordo com requisitos legais e o standard da RM, sendo este dossier constituído, entre outros documentos, pela declaração de competências que a entidade empregadora valida e onde declara que foram fornecidas as informações e a formação necessária ao desenvolvimento da atividade, na refinaria de Matosinhos, em condições de segurança e de saúde.

• Após constituído e validado o processo individual, os trabalhadores frequentam uma ação de acolhimento /indução desenvolvida pela RM, onde são transmitidas, de forma simples, clara e objetiva as regras da RM com especial enfoque nas práticas de segurança e o controlo de trabalhos em Atmosferas Explosivas, nomeadamente o processo de Autorização de Trabalho (AT).

• A refinaria de Matosinhos desenvolve logo numa fase preliminar, a identificação de perigos (HAZard IDentification – HAZID), na fase de projeto, envolvendo todas as competências da organização, formalizando num documento estruturado, quais os condicionalismos impostos pela instalação, a observar durante a execução de atividades. Posteriormente, e já com o prestador de serviço, repete o mesmo exercício, HAZID, no sentido de identificar quais os impactos que as atividades provocam na instalação e quais as medidas de controlo a implementar, sendo esta informação vertida para o Plano de Segurança e Saúde (PSS).

• Todos os trabalhos realizados na RM são condicionados à emissão e consignação, pelas Áreas Operacionais, de um documento designado por Autorização de Trabalho (AT) que deve estar na posse da Entidade Executante. todas At’s são acompanhadas de uma Ficha de Avaliação e Controlo do Risco (FACR) onde previamente foram identificadas as medidas preventivas a implementar e as ações a desencadear em caso de desvio ou de emergência, estando prevista a instalação de meios de reforço da proteção das instalações. A FACR é, por sua vez, um documento que resulta da aplicação do Plano de Segurança e Saúde (PSS) elaborado e aprovado para as atividades a realizar e que, previamente foram sujeitas a identificação de perigos. Garante-se, através deste processo a integração das medidas de prevenção e mitigação em todos os trabalhos a realizar, não só no âmbito da prevenção de acidentes de trabalho, mas também, na prevenção de acidentes graves.

• Antes do início das atividades, em cada dia de trabalho, o chefe da equipa de trabalho desenvolve a prática dos “5 minutos de ouro”, junto de todos os elementos da equipa, com o objetivo de colocar a enfase nas medidas de controlo do risco, mitigação e resposta à emergência, permitindo que os executantes tenham ativos, na memória, os procedimentos a adotar em cada contexto de trabalho.

• Todas as semanas são realizadas reuniões com os técnicos de segurança das empresas presentes na RM com o objetivo de debater todos os aspetos relacionados com a prevenção de acidentes de trabalho e acidentes graves, com um carácter mais específico. Pretende-se, também, promover o alinhamento com as políticas SSA definidas pela RM, envolvendo e comprometendo estes técnicos. Com os mesmos objetivos, mas com um carácter mais genérico, realiza-se mensalmente uma reunião que, para além dos técnicos de segurança estão presentes os Diretores de Obra e encarregados das empresas presentes na RM. O alinhamento e compromisso da linha hierárquica, com a política SSA são assumidos como aspeto decisivo na eficácia das prescrições para a prevenção de acidentes.

• Todas as semanas a refinaria seleciona um tema de destaque que apresenta aos técnicos de segurança das empresas com trabalhos na refinaria, exigindo que o mesmo seja explorado dentro da organização, nomeadamente ao nível de todos os trabalhadores envolvidos em trabalhos no complexo.

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46

10 DESEMPEnho EM SEGuRAnçA E SAúDE

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13

REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

A análise estatística da sinistralidade realizada pela refinaria, é efetuada segundo os referências da CONCAWE, onde são apresentados vários indicadores de desempenho que permitem comparar as organizações do setor face à sua performance.

Dentro desses indicadores encontra-se o Índice de Frequência (IF) de acidente com baixa (número de acidentes com baixa /milhão de horas trabalhadas) e a taxa de Gravidade (tG), (número dias totais perdidos/número de acidentes com baixa), indicadores que se apresentam graficamente em seguida.

• Os trabalhos em curso no complexo são diariamente auditados, segundo uma listagem pré-definida, designada de Cartão de Segurança, que reúne uma série de pontos de observação selecionados pela refinaria como chaves para o sucesso do trabalho, sendo o resultado dessa verificação classificado com um pontuação que varia de 0 a 4 valores. Os desvios encontrados são sempre alvo de ações corretivas que variam conforme a gravidade da situação encontrada.

Os números da sinistralidade laboral da refinaria exibem-se em seguida. A começar apresenta-se o número de acidentes de trabalho, que os trabalhadores da refinaria de Matosinhos sofreram ao longo do período compreendido entre os anos de 2009 a 2013.

Como se pode verificar graficamente, em 2013 face aos anos anteriores, foram registados mais acidentes de trabalho, no entanto, convém salientar que só em 2013 se encontram reunidos os princípios de relação estatística entre os tipos de acidentes, defendida por H.W.Heinrich, que defendia que para uma lesão incapacitante, teria que haver 29 lesões menores, e 300 acidentes sem lesão, conforme demostrado na figura 1.

Este dado corrobora todo o trabalho realizado na prevenção dos acidentes e já detalhado anteriormente, e reflete o grau de aperfeiçoamento e amadurecimento da instalação nesta temática.

Estão reunidos, nos 31 acidentes de trabalho, 26 primeiros socorros, 5 casos de tratamento médico e zero acidente com baixa, como se ilustra no gráfico seguinte.

Os valores apresentados no ano de 2013, para ambos os indicadores, são o reflexo da ausência de acidentes com baixa e consequentemente foram nulos.

A qualidade destes resultados coloca a refinaria, num patamar privilegiadamente de excelência face ao desempenho alcançado nos últimos anos em termos de sinistralidade laboral.

2012

2013

2011

2010

2009

22

31

14

20

27

número de acidentes de trabalho totais colaboradores refinaria Matosinhos

Pirâmide de heinrich (1931)

Acidentes sem lesão

Lesões não incapacitantes

Lesão incapacitante

300

291

Acidentes de trabalho (colaboradores próprios)

1.os socorros Casos com tratamento médico

Acidentes com baixa

10

5

2

1 1

5

20

25

15

3 1

2013

2012

2011

2010

2009

26

número de acidentes com baixa e índice de frequência (colaboradores próprios)

2013

2012

2011

2010

1

2009 1

Acidentes com baixa Índice de frequência de acidentes com baixa

1,35

1,290,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

número de acidentes com baixa e taxa de gravidade (colaboradores próprios)

2013

2012

2011

2010

1

2009 1

Acidentes com baixa taxa de gravidade

63

55

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47

10DESEMPEnho EM SEGuRAnçA E SAúDE

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13

REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

A relação comparação dos valores apresentados pela refinaria, para os seus colaboradores, com os valores publicados pela Concawe, 1,4 e 32,3, respetivamente para o Índice de Frequência de Acidentes com Baixa (designado na tabela anterior por LWI frequency) e a taxa de Gravidade (designado na tabela anterior por LWI severity), não deixam margem para dúvida relativamente ao sucesso do trabalho realizado pela refinaria com vista a assegurar o bem estar dos trabalhadores.

Consubstanciada numa cultura de integrada de prevenção de acidentes a refinaria, paralelamente à investigação dos incidentes com os seus colaboradores, realiza também investigação de todos os incidentes que se verificam com colaboradores das entidades prestadoras de serviço, desde o ano de 2008.

No ano de 2013 foram investigados 10 acidentes de trabalho envolvendo colaboradores das entidades prestadoras de serviço dos quais 9 foram primeiros socorros e 1 caso de tratamento médico.

O somatório da sinistralidade ocorrida com os colaboradores da refinaria e prestadores de serviço está representado no gráfico seguinte.

Como se verifica no gráfico anterior, o somatório das ocorrências em termos de acidentes de trabalho para o universo da refinaria de Matosinhos (colaboradores internos e prestadores de serviço) foi de 41 acidentes de trabalho, no ano de 2013, valor muito semelhante aos obtidos nos dois anos anteriores

A empresa encara esta iniciativa de reporte e analise conjunta de todos os incidentes verificados na RM como uma ferramenta de aprendizagem e de envolvimento na resolução dos problemas que se materializam em acidentes. Em parte esta união representa também uma condição do êxito já alcançado nesta matéria, dado que impõe uma ligação de interdependência entre as partes para os resultados pretendidos.

Atendendo ao referido anteriormente, apresenta-se em seguida os indicadores IFacb e tG avaliados conjuntamente, considerando a sinistralidade das empresas prestadoras de serviço no cálculo.

Mais uma vez, como se corrobora nos gráficos apresentados em seguida, os valores obtidos são marcadamente positivos uma vez que não existiram acidentes com baixa e consequentemente dias perdidos de trabalho, implicando que o cálculo dos indicadores seja zero.

2012

2013

2011

2010

2009

43

41

30

60

40

número de acidentes de trabalho totais (colaboradores próprios e prestadores de serviço)

1 LWIS is calculated for those LWI where lost days are reported2 RaR is calculated for those Ra where distance is reported

oS – own staff ; Ct – Contractors ; aW – all workers

Resultado do tratamento dos dados de reporte das Indústrias que fazem parte do estudo da Concawe

Sector Manufactering Marketing Both sectors

Work Force OS CT AW OS CT AW OS CT AW

Hours worked Mh 111 134 245 169 120 289 280 254 534

Fatalities 0 4 4 2 4 6 2 8 10

Fatal accident rate F/100Mh 0.0 3.0 1.6 1.2 3.3 2.1 0.7 3.1 1.9

Lost work incidents LWI 157 187 344 236 114 350 393 301 694

Lost time through LWI days 4,528 4,282 8,810 5,772 2,279 8,051 10,300 6,561 16,861

LWI frequency LWI/Mh 1.4 1.4 1.4 1.4 0.9 1.2 1.4 1.2 1.3

LWI severity 1 lost days 32.3 27.8 30.0 28.2 29.2 28.4 29.9 28.3 29.2

all recordable incidents al 510 589 1,099 334 148 482 844 737 1,581

all incidents frequency al/Mh 4.6 4.4 4.5 2.0 1.2 1.7 3.0 2.9 3.0

distance travelled million km 388 773 1161

Road accidents Ra 234 224 458

Road accident rate 2 Ra/million 0.6 0.3 0.4

Fonte: Concawe Report no. 5/13 – European downstream oil industry safety

performance Statistical summary of reported incidents/2012

número de baixas e índice de frequência (prestadores de serviço + colaboradores próprios)

2013

2012

2011

2010

1

2009 3

3

1

Acidentes com baixa Índice de frequência de acidentes com baixa

1,3

0,2

0,9

0,4

0,0

Veja-se na última publicação do relatório da Concawe de 2012, de onde são extraídos os valores que a refinaria toma como referência para nivelar o seu desempenho, a tabela onde foram compilados os resultados das empresas europeias que entraram

para o estudo e onde se posiciona os valores médios por onde as indústrias que pretendem ter bons níveis de desempeno se devem nivelar.

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10 DESEMPEnho EM SEGuRAnçA E SAúDE

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13

REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

À medida que o IFACB tende para zero, torna-se relevante analisar outro tipo de indicadores, que permitam obter informação para os atos de gestão.

Outro dos indicadores de desempenho de segurança de referência ao nível das empresas do setor e considerado igualmente no reporte da Concawe é o AIF (all Injury Frequency) que à semelhança dos restantes indicadores já abordados anteriormente também utiliza para o cálculo o número de horas trabalhadas, sendo que neste caso o número de eventos considerados são os que implicam a perda do trabalhador, a baixa ou recurso a assistência médica, excluindo apenas os casos de prestação de primeiros socorros para o cálculo.

Para produzir o cálculo do AIF, a refinaria utilizou todos os incidentes caraterizáveis como acidentes com baixa e casos de tratamento médico, que ocorreram com colaboradores próprios e prestadores de serviço dividindo-os por milhão de horas trabalhadas de ambos os grupos de colaboradores.

O efeito da baixa sinistralidade verificada no ano de 2013 traduz-se obviamente em índices bastante satisfatórios. Em 2013 o valor de 2.5, face ao valor de 4.5, apresentado no relatório de benchmarking da Concawe de 2012, só vêm mais uma vez demostrar que o caminho até agora percorrido pela refinaria, caraterizado por uma forte convicção na defesa

e conservação da integridade de todos os trabalhadores devem ser continuado de forma a mantermos idênticos níveis de desempenho no futuro e consequentemente podermos estar ao mesmo nível do melhor que existe em termos europeus.

A evolução deste indicador será alvo de seguimento ao longo das próximas edições deste documento, carecendo de construir um histórico para podermos apresentar o seu comportamento graficamente.

Contudo, e uma vez que há sempre os dois lado da moeda, a redução do número de acidentes tem o seu lado menos positivo pela redução do número de oportunidade de retirar ensinamentos do que correu mal. Assim, para alimentar este processo de aprendizagem com os erros, é necessário investigar não só os acidentes mas também outros incidentes que poderiam igualmente ter resultado em acidentes, não fossem pequenas circunstâncias favoráveis que tal evitaram, os quase-acidentes.

Foi iniciada em 2013 uma campanha de reporte de quase-acidentes, uma vez que a refinaria acredita na riqueza e oportunidade que se obtém pela investigação dos quase- -acidentes. O princípio assenta em considerar que ao apurar as causas dos quase-acidentes estamos também a reduzir as causas dos acidentes.

Process Safety Indicators Acompanhando a tendência do setor motivada pelos acontecimentos recentes, a Galp Energia em geral e a refinaria de Matosinhos em particular, adotaram, à semelhança das restantes congéneres representadas na CONCAWE, a metodologia definida na API 754 – Process Safety Performance Indicators for the Refining and Petrochemical Industries – para apuramento destes indicadores. Dado tratar-se de indicadores para os quais ainda não há termos de comparação sólidos, os mesmos não são apresentados nesta edição.

Os serviços de Medicina do Trabalho da refinaria de Matosinhos desenvolvem a sua atividade tendo em vista a promoção da saúde dos trabalhadores e a prevenção de doenças profissionais. Nesse âmbito elabora um plano de exames periódicos que realiza ao longo do ano, dando ainda resposta à realização de exames de admissão e exames ocasionais seja por iniciativa do médico do trabalho seja por iniciativa do trabalhador.

O gráfico seguinte ilustra o número de exames médicos realizados na refinaria de Matosinhos durante o período compreendido entre o ano de 2009 a 2013.

10.2 Medicina do trabalhonúmero de exames médicos realizados

Exames ocasionais Exames periódicos

Exames de admissão

696

323 19

327 14

640 32

570 36

390

575

525

255 21

2013

2012

2011

2010

2009

412

número de baixas e taxa de gravidade (prestadores de serviço + colaboradores próprios)

2013

2012

2011

2010

1

2009 3

1

3

54

1815

0

55

Acidentes com baixa taxa de gravidade

Também com o objetivo de identificar situações que ponham em risco a saúde dos colaboradores, os serviços da Medicina do Trabalho realizam com frequência visitas aos postos de trabalho, procurando implementar medidas que minimizem os riscos a que estão sujeitos os trabalhadores. No ano de 2013 foram realizadas 6 visitas da medicina do trabalho às instalações.

Na sequência de todos os esforços desenvolvidos, não se registou, no período em análise, qualquer caso de doença profissional nos trabalhadores da refinaria de Matosinhos.

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49REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

Sistema de Gestão de Segurança da Prevenção de Acidentes Industriais Graves (SGSPAIG)

Verificação anual do SGSPAIG

Exercícios de simulação e exercícios de treino

OPAS

11.1

11.2

11.3

11

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50

11 SIStEMA DE GEStão DE SEGuRAnçA DA PREvEnção DE ACIDEntES InDuStRIAIS GRAvES (SGSPAIG)

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13

REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

Todos os anos a refinaria de Matosinhos, pelo facto de ser abrangida pela Diretiva Seveso, transposta para o direito português pela publicação do Decreto-lei n.º 254 de 2007, é alvo de uma auditoria obrigatoriamente realizada por verificadores qualificados pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), nos termos e condições estabelecidos na Portaria n.º 966/2007, de 22 de Agosto.

O objetivo destas auditorias é assegurar que os operadores possuem as medidas necessárias para evitar acidentes graves envolvendo substâncias perigosas e para limitar as suas consequências para o homem e o ambiente, evidenciando o nível de segurança do estabelecimento e a sua capacidade de resposta face a um eventual acidente.

Este exercício de verificação tem demostrado às autoridades competentes que a refinaria reúne os requisitos de segurança estabelecidos para o Sistema de Gestão de Segurança para a Prevenção de Acidentes Graves (SGSPAIG) e que opera sustentada nos princípios de valorização do homem, ambiente e da segurança das instalações, tendo sido sempre emitida, desde 2008, a declaração de conformidade que testemunha a aptidão da instalação face ao referencial normativo e suas imposições.

11.2 Exercícios de simulação e exercícios de treinoNo contexto da prevenção de acidentes graves envolvendo substâncias perigosas estão também os exercícios de simulação e treino que todos os anos são planeados e colocados em prática pelos elementos que constituem a equipa da Brigada de Emergência.

A Brigada de Emergência representa a equipa constituída pelos operadores das diversas áreas de operações da instalação, com formação específica em intervenção em emergências e que integram as equipas de intervenção quando acionado o Plano de Emergência Interno (PEI).

A Brigada Emergência, no decorrer dos exercícios treina frequentemente técnicas e testa meios de combate e de extinção, presentes na instalação, reduzindo deste modo a probabilidade de falha dos meios instalados e permite tornar as respostas em situações de contexto real de emergência mais eficazes e mais céleres.

No ano de 2013, foram realizados 10 exercícios, dos quais 9 foram de treino e 1 de simulação.

Este último exercício de simulação, realizado em conjunto com o Parque de Perafita, pretendeu testar o “efeito de grupo dominó“ e teve a participação das corporações de bombeiros voluntários de Matosinhos, Leça e de São Mamede Infesta, tendo estado na qualidade de observadores a Proteção civil, Inspeção-Geral Ambiente Mar e ordenamento do Território (IGAMAOt), Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) e Proteção Civil Municipal.

O objetivo deste exercício foi avaliar o grau de intercâmbio e de comunicação entre operadores do mesmo grupo de efeito dominó (em que a probabilidade e a possibilidade ou as consequências de um acidente grave envolvendo substâncias perigosas são maiores devido à localização e à proximidade dos estabelecimentos), tendo sido concluído com garantia do cumprimento do fim a que se destinou.

Em seguida, apresenta-se a evolução do número de exercícios realizados ao longo dos anos.

Em seguida apresenta-se o número de constatações que têm sido identificadas, no período compreendido entre 2009 a 2013. As constatações são entendidas como oportunidades e melhoria contínua do sistema pelo que, para cada uma, é definido um plano de ação com medidas tendentes à eliminação das causas que lhe estão na origem.

11.1 verificação anual do SGSPAIG

Constatações

Não-conformidades Oportunidades de melhoria

2009

2010

2013

2012

2011

0

3

2

27

7

10

3

2

6

2012

2013

2011

2010

2009

14

10

10

9

10

número de exercícios de simulação e treino

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51

11SIStEMA DE GEStão DE SEGuRAnçA DA PREvEnção DE ACIDEntES InDuStRIAIS GRAvES (SGSPAIG)

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13

REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

11.3 oPAS A implementação de um Sistema de Gestão de Segurança, Saúde e Ambiente implica, para além de outras linhas orientadoras, a existência de meios de aferir os seus resultados. A realização de Observações Preventivas de Ambiente e Segurança (OPAS), entendidas como o ato de observar e dialogar, como forma de corrigir ações ou condições perigosas no domínio do Ambiente e da Segurança, é um dos indicadores usados para avaliar a eficácia e determinar as linhas de orientação do sistema.

A refinaria de Matosinhos tem como objetivo a realização de 840h de OPAS por ano, no entanto, como pode ser avaliado na evolução gráfica apresentada em seguida verifica-se que ao longo dos anos esse objetivo foi sempre ultrapassado, tendo-se em 2013 efetuado um total de 1012 horas de OPAS.

2012

2013

2011

2010

2009

1.017

1.012

1.143

1.017

992

número de horas oPAS realizadas

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Glossário

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12GLoSSÁRIo

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REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

termo Definição unidades

Acidentes Ambientais Contabiliza o número total de acidentes que causem prejuízos na envolvente da refinaria incluindo o ar, a água, o solo, os recursos naturais, a flora, a fauna, os seres humanos e suas inter-relações.

Número de acidentes

Acidentes com 1.os Socorros Contabiliza o número total de acidentes de trabalho (excluindo acidentes in itinere), que requeiram que o trabalhador seja assistido, mas não por um médico.

Número de acidentes

Acidentes com baixa Contabiliza o número total de acidentes de trabalho (não inclui acidentes in itinere), em que houve dias ou turnos em que o trabalhador não desempenhou as suas funções, devido a uma qualquer incapacidade de realizar o seu trabalho.

Número de acidentes

Acidentes com tratamento médico

Contabiliza o número total de acidentes de trabalho (excluindo acidentes in itinere), que requeiram que o trabalhador seja assistido por um médico.

Número de acidentes

Acidentes trabalho Contabiliza o número total de acidentes sofrido pelo colaborador excluindo os in itinere. Estão incluídos os acidentes envolvendo 1.os socorros, casos de tratamento médico e acidentes com baixa.

Número de acidentes

Acidentes in itinere Representam os acidentes que ocorrem no trajeto normalmente utilizado pelo trabalhador, qualquer que seja a direção na qual se desloca, entre o seu local de trabalho ou de formação ligado à sua atividade profissional e a sua residência principal ou secundária, o local onde toma normalmente as suas refeições ou o local onde recebe normalmente o seu salário, do qual resulta a morte ou lesões corporais. Considera-se apenas pessoal próprio.

Número de acidentes

Acidentes Materiais Contabiliza o número total de acidentes que causem prejuízos em bens materiais nomeadamente, património, equipamento, produto, produtividade, paralisação da produção, coimas por não cumprimento da legislação ou despesas de outra natureza, relacionadas com o acidente ou com o acidentado.

Número de acidentes

Água consumida por nível de atividade

Este indicador é dado pelo quociente entre a água consumida (Ver “consumo de água”) e a carga tratada na refinaria. Representa o consumo específico de água.

Múltiplo de m3/t

Água reutilizada Representa a quantidade de água tratada na ETAR da refinaria que é reaproveitada na rede de água de incêndio e na rede de água de serviço.

Múltiplo de m3

Bolha de SO2

Representa a concentração de óxidos de enxofre, na forma de dióxido de enxofre, numa chaminé virtual, ponderando os diversos caudais e concentrações das diversas fontes, bem como os seus teores de enxofre. A fórmula de cálculo foi aprovada pela Agência Portuguesa do Ambiente, e exclui as emissões resultantes da unidade Claus e das Flares.

Miligrama por Normal m3 (mg/Nm3)

Carência Bioquímica de Oxigénio 5

Corresponde ao oxigénio consumido na degradação da matéria orgânica a uma temperatura média de 20ºC durante 5 dias, nos efluentes rejeitados, de acordo com análises laboratoriais realizadas no Laboratório da refinaria.

mg/l

Carga tratada(Nível de atividade)

A carga tratada é uma medida da intensidade produtiva e do nível de atividade da refinaria e é obtida a partir da quantidade, em massa, das matérias-primas e componentes processados, ponderada1 por um fator de conversão em petróleo bruto equivalente. O fator de conversão depende do nível de tratamento a que as matérias-primas e os componentes são sujeitos. 1Esta ponderação foi introduzida em 2008 por se entender representar melhor a carga tratada.

Múltiplo t

Cianetos Corresponde à concentração de Cianetos, dos efluentes rejeitados, de acordo com análises laboratoriais realizadas no Laboratório da refinaria.

mg/l

Concentração de hidrocarbonetos rejeitados

Corresponde à concentração em hidrocarbonetos, dos efluentes rejeitados, de acordo com análises laboratoriais realizadas no Laboratório da refinaria.

mg/l

Consumo de água Representa o consumo de água de processo das fábricas (captada no Rio Ave, esporadicamente no Rio Cávado), bem como a água para consumo humano, proveniente dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento, SMAS, de Matosinhos.

Múltiplo de m3

Consumo de Fuel Gás Consumo de Fuel Gás, para queima em GIC’s e fornalhas processuais. O consumo das Flares (somente o relativo aos pilotos, excluindo-se as quebras) é também incluído.

Múltiplo de t

Consumo de Gás Natural Consumo de Gás-Natural, para queima em GIC’s e fornalhas processuais. Múltiplo de t

Consumo de RPC Consumo de Resíduo Processual Combustível (Fuel-óleo de consumo interno), para queima em GIC’s e fornalhas processuais.

Múltiplo de t

Consumo de Gás Consumo de mistura de Fuel Gás enriquecida com Gás Natural, para queima em GIC’s e fornalhas processuais. Múltiplo de t

Crude tratado Representa a quantidade de petróleo bruto que é processado na refinaria, alimentando as unidades. Múltiplo de t

Custos Totalizam as despesas operacionais relativas às operações relacionadas com cada uma das categorias ambientais (proteção do recurso água; gestão de resíduos; proteção de solos e águas subterrâneas; proteção do ar e clima) e de Segurança, Saúde e Higiene no Trabalho. A categorização é feita de acordo com o definido pelo Instituto Nacional de Estatística.

Múltiplo de €

Densidade API unidade de densidade de acordo com o indicador do American Institute of Petroleum (°API = (141,5/peso específico a 60° F) - 131,5).

º API

Doenças profissionais Contabiliza as doenças causadas pela atividade exercida pelo trabalhador ou constantes da lista das doenças profissionais (Dec-Reg 12/80 e Decreto-Lei n.º 248/99).

Número de casos

Efluentes líquidos por nível de atividade

Corresponde ao quociente entre os efluentes líquidos produzidos, contabilizados de acordo com o exposto em “Efluentes Líquidos produzidos” e a carga tratada.

m3/t

Efluentes líquidos produzidos Comporta o volume de águas residuais produzidas. Múltiplo de m3

Emissões de CO2 das instalações no âmbito do PNALE

Representa o total de emissões de Dióxido de Carbono contabilizadas de acordo com o disposto no Título de Emissão de Gases com Efeito de Estufa.

Múltiplo de t

Emissões de NOx

Representa as emissões de óxidos de azoto (óxido de azoto e dióxido de azoto), decorrentes da combustão de RPC, Fuel Gás e Gás Natural, nas GIC’s e em fornalhas do processo.

Nox = No

x RPC + No

x FG + No

x GN

Nox RPC

(t) = ConsumoRPC

(t) x Femissão RPC

x PCIRPC

(tJ/t) x 10-3

Nox FG

(t) = ConsumoFG

(t) x Femissão FG

x PCIFG

(tJ/t) x 10-3

Múltiplo de t

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REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

termo Definição unidades

Emissões de NOx

(Cont.)Nox GN

de acordo com “Air Pollutant Emission estimation methods for EPER and PRTR reporting by refineries, Concawe, report número 3/07R:

Nox GN

= Nox térmico

+ Nox combustível

Nox térmico

(kg) = 10-3 x ConsumoGN

(t) x 1,11 x PCI (MJ/t) x Fbase

x FH2

x FControl

x FPre heat

x FH2o

x FLoad

x Fburn

Nox combustível

= 0 porque a percentagem de azoto combustível do Gás Natural é zero.

Aplicam-se as fórmulas do RPC e do FG às emissões da combustão, atendendo aos fatores de emissão consoante os equipamentos de combustão tenham potência térmica superior ou inferior a 50 MWt:

unidades de combustão tipo de Combustível fator de emissão (g/Gj)

Com potência térmica < 50 MWtRPC 180

Fuel-gás 140

Com potência térmica > 50 MWtRPC 190

Fuel-gás 140

A partir de 1 de abril para as fontes fixas com monitorização em contínuo, o cálculo das emissões passou a ser efetuado pelo Sistema Informação Ambiental Centralizada (SIAC).

Múltiplo de t

Emissões de NOx por nível

de atividadeCorresponde ao quociente entre as emissões de NO

x, contabilizadas de acordo com o exposto

em “Emissões de NOx” e a carga tratada.kg/t

Emissões de partículas Representa as emissões de partículas totais (combustível não queimado, fuligem e incondensáveis em suspensão em correntes gasosas), decorrentes da combustão de RPC, Gás Natural e de Fuel Gás, nas GIC’s, em fornalhas do Processo e da FAR.

As Emissões são determinadas de acordo com as fórmulas do Manual da EPA:

Emissões partículas = EmissõesRPC

+ EmissõesFG

+ EmissõesGN

EmissõesRPC

=

((9,19 x %SRPC

+ 3,22)+1,5) x 0,1195 x ConsumoRPC

(t)

ρRPC

(g/cm3)

EmissõesFG

=

ConsumoFG

x 7,6 x 16

ρFG

(g/cm3) x 106

So2 = So

2RPC (t) = Consumo

RPC (t) x % S

RPC x 0,02

EmissõesGN

=

ConsumoGN

x 7,6 x 16

ρGN

(g/cm3) x 106

A partir de 1 de abril para as fontes fixas com monitorização em contínuo, o cálculo das emissões passou a ser efetuado pelo Sistema Informação Ambiental Centralizada (SIAC).

Múltiplo de t

Emissões de partículas por carga tratada

Corresponde ao quociente entre as emissões de partículas, contabilizadas de acordo com o exposto em “Emissões de partículas” e a carga tratada.

kg/t

Energia elétrica produzida Representa a produção de energia elétrica, medida nos contadores das caldeiras. Múltiplo de tonelada equivalente de petróleo (tep)

Enxofre recuperado Representa em termos mássicos o enxofre recuperado na unidade de recuperação de Enxofre. Este valor é determinado com base nos balanços de massa da refinaria, de acordo com a carga de H

2S na unidade

e a eficiência de recuperação da mesma.

t

Enxofre recuperado por carga tratada

É dado pelo quociente entre o enxofre recuperado, contabilizado de acordo com o exposto em “Enxofre Recuperado”, e a carga tratada.

kg/t

Equipamentos de fim de linha Instalações, equipamentos ou partes identificáveis de maquinaria, assim como construções, que funcionam no término do processo de produção, destinadas a tratar, prevenir ou medir a poluição.

Exames médicos Contabiliza: o número de exames de admissão (exames médicos obrigatórios por ocasião da admissão de um trabalhador, com a finalidade constatar a capacidade física e psicológica do empregado para o exercício da função para que é contratado); o número de exames periódicos (realizados com a periodicidade prevista legalmente, consoante a faixa etária do trabalhador); o número de exames ocasionais (realizados por motivos específicos, ou imposição/iniciativa médica, ou pedido do trabalhador). São considerados apenas trabalhadores próprios.

Número de exames

FAR Representa a Fábrica de Aromáticos, uma unidade da refinaria do Matosinhos destinada à produção de solventes e compostos aromáticos (tolueno, xileno e benzeno).

Fenóis Corresponde à concentração de Fenóis, dos efluentes rejeitados, de acordo com análises laboratoriais realizadas no Laboratório da refinaria.

mg/l

Ferro total Corresponde à concentração total de Ferro, dos efluentes rejeitados, de acordo com análises laboratoriais realizadas no Laboratório da refinaria.

mg/l

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termo Definição unidades

Quase-acidentes Contabiliza o número de Incidente que poderiam ter resultado em Acidente. Número de acidentes

GIC’s Grandes Instalações de Combustão destinadas à produção de eletricidade e vapor, com potência térmica superior a 50 MWt.

Hidrocarbonetos rejeitados por nível de atividade

Corresponde ao quociente entre a massa total de hidrocarbonetos rejeitados (determinada a partir das concentrações e volume de efluente produzido) e a carga tratada.

g/t

Índice de frequência de acidentes total (AIF)

Corresponde ao quociente entre o número de acidentes (mortais, acidentes com baixa e caso de tratamento médico (excluem-se acidentes do tipo primeiro socorro), respetivamente) e os milhões de horas trabalhadas. As horas trabalhadas correspondem ao somatório das horas anuais trabalhadas por cada colaborador.

N.º de acidentes por milhão de horas trabalhadas

Índice de frequência de acidentes (totais e com baixa)

Corresponde ao quociente entre o número de acidentes (morte, acidentes com baixa e casos de tratamento médico,) e os milhões de horas trabalhadas. As horas trabalhadas correspondem ao somatório das horas anuais trabalhadas por cada colaborador.

Número de acidentes totais por milhão de horas trabalhadas

Investimentos Totalizam os montantes de investimento nas diversas categorias ambientais (proteção do recurso água; gestão de resíduos; proteção de solos e águas subterrâneas; proteção do ar e clima) e de Segurança, Saúde e Higiene no Trabalho. A categorização é feita de acordo com o definido pelo Instituto Nacional de Estatística.

Múltiplo de €

Número de ações de formação em Ambiente e Segurança

Representa o número total de diferentes formações externas em Ambiente e/ou Segurança frequentadas pelos colaboradores, tais como cursos, seminários e outras ações.

Número de ações

Número de ações de formação ministradas em Segurança

Representa o número total de sessões de formação em Segurança ministradas pelo departamento de Segurança a colaboradores e prestadores de serviço.

Número de ações

Número de formandos em ações de formação ministradas pelo departamento de Segurança

Representa o número total de formandos (colaboradores próprios e prestadores de serviço), que frequentou as ações de formação em Ambiente e Segurança ministradas pelo departamento de Segurança.

Número de formandos

Número de formandos em ações de formação em Ambiente e Segurança

Representa o nnúmero total de formandos (colaboradores próprios) que frequentou as ações de formação externa em Ambiente e Segurança.

Número de formandos

Óleos e Gorduras Corresponde à concentração em Óleos e Gorduras, dos efluentes rejeitados, de acordo com análises laboratoriais realizadas no Laboratório da refinaria.

mg/L

pH do efluente Refere-se ao potencial hidrogeniónico dos efluentes descarregados na ETAR na refinaria, através de análises laboratoriais realizadas na mesma.

Escala de Sorensen

Processo Em Processo incluem-se as atividades fabris que envolvem consumos de combustível. Inclui-se sob esta designação as Flares e a unidade Claus.

Produção Representa a quantidade de cada tipo de produto que é produzido na refinaria. Múltiplo de t/produto

Quantidade de materiais recuperados

Corresponde à quantidade de materiais enviados para valorização, como sucatas, embalagens, papel, plástico e óleos usados. Não inclui a Fábrica de Lubrificantes.

t

Resíduos industriais não perigosos produzidos

Representa a quantidade de resíduos industriais que não apresentam caraterísticas de perigosidade para a saúde e Ambiente, de acordo com a legislação aplicável e a Lista Europeia de Resíduos. Não se incluem materiais recuperados. Não inclui a Fábrica de Lubrificantes.

Múltiplo de t

Resíduos industriais perigosos produzidos

Representa a quantidade de resíduos industriais que apresentam caraterísticas de perigosidade para a saúde e Ambiente, de acordo com a legislação aplicável e a Lista Europeia de Resíduos. Não inclui a Fábrica de Lubrificantes.

Resíduos industriais (perigosos ou não perigosos) produzidos por nível de atividade

Corresponde ao quociente entre a quantidade de resíduos industriais (perigosos ou não perigosos) e a carga tratada.

kg/t

Resíduos sólidos equiparados a urbanos

Corresponde à quantidade produzida de resíduos domésticos ou semelhantes, em razão da sua natureza ou composição.

t

unidade Claus É a unidade associada à recuperação de Enxofre.

Sólidos Suspensos totais Corresponde à concentração de Sólidos Suspensos, dos efluentes rejeitados, de acordo com análises laboratoriais realizadas no Laboratório da refinaria.

mg/l

taxa de Gravidade Expressa a gravidade dos acidentes com baixa na medida dos dias totais perdidos em função do número de acidentes com baixa.

Número de dias totais perdidos/número de acidentes com baixa

tecnologias integradas Equipamentos e/ou instalações ou partes de equipamentos e/ou instalações, tendo sofrido modificações no sentido da diminuição da poluição, integrados no processo de produção. Inclui-se estudos de análise integrada de soluções com vista à melhoria do desempenho ambiental.

teor de Enxofre no RPC Corresponde ao valor percentual do teor de Enxofre no RPC. Este valor é determinado laboratorialmente, através de análises semanais a amostras compostas, constituindo o valor anual uma média dos valores médios mensais.

%

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Declaração de conformidade

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13DECLARAção DE ConfoRMIDADE

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REfInARIA DE MAtoSInhoS data book DE SEGuRANçA, SAúDE E AMBIENtE 2013

Introdução

Fomos solicitados pela Galp Energia, SGPS, S.A. (Galp Energia), para procedermos

à verificação independente do “data book de Segurança, Saúde e Ambiente 2013”

da Refinaria de Matosinhos (Relatório). A verificação foi efetuada de acordo

com as instruções e critérios definidos pela Galp Energia, referidos e divulgados

no capítulo “Glossário” do Relatório, e com os princípios e a abrangência

descritos no Âmbito.

Responsabilidades

O Conselho de Administração da Galp Energia é responsável pela preparação

do Relatório e divulgação da informação de desempenho apresentada e seus

critérios de avaliação bem como pelos sistemas de controlo interno, processos

de recolha, agregação, validação e relato da mesma. A nossa responsabilidade

consiste na elaboração de um relatório contendo o nosso parecer sobre

a adequação daquela informação baseada nos procedimentos de verificação

independente que efetuámos e por referência aos termos acordados.

Não assumimos qualquer responsabilidade perante qualquer outro propósito,

pessoas ou organizações.

Âmbito

Os nossos procedimentos de revisão foram planeados e executados de acordo

com o International Standard on assurance Engagements 3000 (ISAE 3000),

de forma a obter um grau moderado de segurança sobre a adequação

da informação constante do Relatório bem como dos sistemas e processos

que lhe servem de suporte. A extensão dos nossos procedimentos é menor

que a de uma auditoria e, por consequência, o nível de fiabilidade é mais baixo,

consistindo em indagações e testes analíticos e algum trabalho substantivo.

Nesta verificação independente, os nossos procedimentos consistiram em:

(i) Indagações à gestão e principais responsáveis das áreas em análise para

compreender o modo como está estruturado o sistema de informação

e a sensibilidade dos intervenientes às matérias incluídas no relato;

(ii) Verificar numa base de amostra a eficácia dos sistemas e processos

de recolha, agregação, validação e relato que suportam a informação

de desempenho supracitada, através de cálculos e validação de dados

reportados;

(iii) Confirmar a observância de determinadas unidades operacionais

às instruções de recolha, agregação, validação e relato de informação

de desempenho;

(iv) Executar, numa base de amostra, alguns procedimentos de consubstanciação

da informação, através de obtenção de evidência sobre informação

reportada;

Independência

Desenvolvemos o nosso trabalho em alinhamento com os requisitos

de independência da norma ISAE 3000, incluindo o cumprimento das

políticas de independência da PwC e do código de ética do International

Ethics Standards board of accountants (IESBA).

Conclusões

Com base no trabalho efetuado de acordo com os termos de referência

e com o Âmbito, nada chegou ao nosso conhecimento que nos leve a concluir

que os sistemas e processos de recolha, agregação, validação e relato da

informação constante do Relatório não estão a funcionar de forma apropriada

eque a informação divulgada, não esteja isenta de distorções materialmente

relevantes.

Lisboa, 26 de Maio de 2014

PricewaterhouseCoopers & Associados SROC, Lda.

Representada por:

António Joaquim Brochado Correia, ROC

Ao Conselho de Administração daGalp Energia, SGPS, S.A.

verificação independente do “Data Book de Segurança, Saúde e Ambiente 2013” da Refinaria de Matosinhos

PricewaterhouseCoopers & Associados - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, Lda.Sede: Palácio Sottomayor, Rua Sousa Martins, 1 - 3º, 1069-316 Lisboa, Portugaltel +351 213 599 000, Fax +351 213 599 999, www.pwc.com/pt

Matriculada na Conservatória do Registo Comercial sob o NuPC 506 628 752, Capital Social Euros 314.000

PricewaterhouseCoopers & Associados - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, Lda. pertence à rede de entidades que são membros da PricewaterhouseCoopers International Limited, cada uma das quais é uma entidade legal autónoma e independente. Inscrita na lista das Sociedades de Revisores Oficiais de Contas sob o nº 183 e na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários sob o nº 9077

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Edição

fotografias não crEditadas ao longo do rElatório

Manuel Aguiar

Design E concEção

Plot Content Agency

dEPósito lEgal

377741/14

EstE rElatório foi Escrito atEndEndo às novas rEgras ortográficas.

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Galp Energia, SGPS, S.A.Sociedade AbertaDireção de Estratégia Corporativa e Relações com Investidores

Rua Tomás da Fonseca, Torre C1600 – 209 LisboaTel.: +351 217 240 866Fax: +351 217 242 965e-mail: [email protected]

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