referente ao projeto atualização do mapa de Áreas...

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Referente ao projeto "Atualização do Mapa de Áreas Prioritárias para a Conservação, Uso Sustentável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade Brasileira – Bioma Amazônia" (Termo de Referência nº 2015.1202.00092-3)

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Referente ao projeto "Atualização do Mapa de Áreas Prioritárias para a Conservação, Uso Sustentável e Repartição dos Benefícios da

Biodiversidade Brasileira – Bioma Amazônia" (Termo de Referência nº 2015.1202.00092-3)

2

Ana Luisa Mangabeira Albernaz – Museu Paraense Emílio Goeldi

Karen Oliveira – The Nature Conservancy

Edenise Garcia – The Nature Conservancy

Paula Hanna Valdujo – WWF-Brasil

Raphael Vale – The Nature Conservancy

Mariana da Silva Soares – WWF-Brasil

Alessandra Gomes Batista Manzur – WWF-Brasil

Zig Koch / Arquivo WWF-Brasil

3

ANEXOS ......................................................................................................................................... 4

LISTA DE FIGURAS.......................................................................................................................... 5

LISTA DE TABELAS .......................................................................................................................... 8

LISTA DE SIGLAS ............................................................................................................................. 9

1 – Apresentação......................................................................................................................... 12

2 – Metodologia .......................................................................................................................... 12

3 – Avaliação dos Resultados do Processo de Consulta .............................................................. 15

4 – Diagnóstico ambiental das áreas prioritárias ........................................................................ 43

5 - Investimentos diretos ou indiretos nas áreas prioritárias do bioma Amazônia ................... 62

6 – Priorização de Áreas no Bioma Amazônia ............................................................................. 67

7 – Considerações finais sobre a ferramenta, sua construção e uso, e o processo de avaliação76

4

Anexo A – Formulário de avaliação

Anexo B – Lista das instituições que receberam o formulário de avaliação

Anexo C – Formulários respondidos recebidos

5

Figura 1: Perfil das instituições que responderam ao questionário de avaliação.

Figura 2: Esfera de atuação das instituições que responderam ao questionário de avaliação.

Figura 3: % dos participantes que estiveram presentes no processo de avaliação anterior.

Figura 4: Classificação/tipo de participação no processo de avaliação anterior.

Figura 5: Identificação das etapas de participação no processo anterior.

Figura 6: Forma de participação no processo anterior.

Figura 7: Percepção de uso do Mapa de Áreas Prioritárias da Amazônia na implementação de

políticas ambientais.

Figura 8: Avaliação da implementação das recomendações e informações disponíveis das áreas

prioritárias da Amazônia (UC, Mosaico, TI e quilombos) – Criação de UC federal - proteção

integral.

Figura 9: Avaliação da implementação das recomendações e informações disponíveis das áreas

prioritárias da Amazônia (UC, Mosaico, TI e quilombos) – Criação de UC estadual - proteção

integral.

Figura 10: Avaliação da implementação das recomendações e informações disponíveis das

áreas prioritárias da Amazônia (UC, Mosaico, TI e quilombos) – Criação de UC federal – uso

sustentável.

Figura 11: Avaliação da implementação das recomendações e informações disponíveis das

áreas prioritárias da Amazônia (UC, Mosaico, TI e quilombos) – Criação de UC estadual – uso

sustentável.

Figura 12: Avaliação da implementação das recomendações e informações disponíveis das

áreas prioritárias da Amazônia (UC, Mosaico, TI e quilombos) – Criação de mosaico.

Figura 13: Avaliação da implementação das recomendações e informações disponíveis das

áreas prioritárias da Amazônia (UC, Mosaico, TI e quilombos) – Reconhecimento e proteção de

áreas indígenas e quilombos.

Figura 14: Avaliação do uso da ferramenta para a tomada de decisão – Criação de UC federal.

Figura 15: Avaliação do uso da ferramenta para a tomada de decisão – Criação de UC estadual.

Figura 16: Avaliação do uso da ferramenta para a tomada de decisão – Criação de mosaico.

6

Figura 17: Avaliação do uso da ferramenta como referência em estudos do meio físico.

Figura 18: Avaliação do uso da ferramenta como referência na elaboração de inventário

biológico.

Figura 19: Avaliação do uso da ferramenta como referência para ordenamento pesqueiro.

Figura 20: Avaliação do uso da ferramenta como referência na elaboração de manejo de

outros recursos biológicos.

Figura 21: Avaliação do uso da ferramenta como referência para educação ambiental.

Figura 22: Avaliação do uso da ferramenta como referência para fiscalização.

Figura 23: Avaliação do uso da ferramenta como referência para o fomento ao uso sustentável.

Figura 24: Avaliação do uso da ferramenta como referência para recuperação de área

degradada.

Figura 25: Avaliação do uso da ferramenta como referência para ordenamento territorial.

Figura 26: Áreas prioritárias como ferramenta na elaboração de projetos – Conservação da

Biodiversidade.

Figura 27: Áreas prioritárias como ferramenta na elaboração de projetos – Uso Sustentável.

Figura 28: Áreas prioritárias como ferramenta na elaboração de projetos – Restauração e

recuperação da biodiversidade.

Figura 29: Áreas prioritárias como ferramenta na elaboração de projetos – Restauração e

recuperação de áreas degradadas.

Figura 30: Áreas prioritárias como ferramenta na elaboração de projetos – Atividade de

pesquisa.

Figura 31: Áreas prioritárias como ferramenta de apoio no licenciamento ambiental.

Figura 32: Áreas prioritárias como ferramenta de apoio às discussões com os setores

econômicos visando reduzir significativo impacto ambiental de obras de infraestrutura sobre a

biodiversidade.

Figura 33: Áreas prioritárias como ferramenta de apoio à destinação de recursos.

Figura 34: Mapa de distribuição das áreas prioritárias da Amazônia segundo: a) importância

biológica e b) grau de prioridade.

Figura 35: Área ocupada pelas áreas prioritárias da Amazônia por estado e segundo:

7

a) importância biológica e b) grau de prioridade.

Figura 36: Distribuição das áreas prioritárias segundo: a) importância biológica e b) grau de

prioridade.

Figura 37: Comparação da distribuição de tamanho dos polígonos individuais segundo:

a) importância biológica e b) grau de prioridade.

Figura 38: Sobreposição entre áreas prioritárias, segundo importância biológica, e áreas

protegidas criadas ou homologadas a) antes de 2007 e b) após 2007.

Figura 39: Sobreposição entre áreas prioritárias, segundo prioridade de ação, e áreas

protegidas criadas ou homologadas a) antes de 2007 e b) após 2007.

Figura 40: Desmatamento acumulado até 2006 e entre 2007 e 2016 nas áreas prioritárias

apresentadas segundo: a) importância biológica e b) grau de prioridade.

Figura 41: Tendência de desmatamento anual, entre 2007 e 2016, nas áreas prioritárias

comparada às tendências observadas em UC, TI e áreas não protegidas localizadas fora de

áreas prioritárias.

Figura 42: Tendência de desmatamento relativo anual, entre 2007 e 2016, nas áreas

prioritárias comparada às tendências observadas em UC, TI e áreas não protegidas localizadas

fora de áreas prioritárias.

Figura 43: Tendência anual de incidência de focos de calor, entre 2007 e 2016, nas áreas

prioritárias segundo: a) importância biológica e b) grau de prioridade.

Figura 44: Comparação da incidência de focos de calor/hectare, de 2007 a 2016, nas áreas

prioritárias, segundo a importância biológica.

Figura 45: Ocorrência de: a) pasto, b) agricultura anual, c) mosaico de ocupação e d) urbana,

entre 2008 e 2014, em áreas prioritárias, segundo o grau de prioridade. Os percentuais acima

das barras indicam a variação da área ocupada em 2014 relativamente a 2008.

Figura 46: Mapa de uso da terra nas áreas prioritárias em a) 2008 e b) 2014.

Figura 47: Área prioritária pleiteada por empreendimentos minerários, segundo grau de

prioridade e importância biológica. Fonte: DNPM.

Figura 48: Mapa de distribuição de empreendimentos minerários pleiteados em áreas

prioritárias, considerando: a) importância biológica e b) grau de prioridade.

8

Tabela 1: Lista de informações disponibilizadas pelos participantes para o processo de

atualização das áreas prioritárias.

Tabela 2: Sobreposição entre áreas prioritárias definidas pela Portaria MMA nº09 de 2007 e TI

e UC de proteção integral ou uso sustentável, segundo o grau de prioridade e o ano de

homologação ou criação.

Tabela 3: Sobreposição entre áreas prioritárias definidas pela Portaria MMA nº09 de 2007 e TI

e UC de proteção integral ou uso sustentável, segundo a importância biológica e o ano de

homologação ou criação.

Tabela 4: Sobreposição entre quilombos e áreas prioritárias por importância biológica ou grau

de prioridade.

Tabela 5: Sobreposição entre áreas prioritárias e projetos de assentamento (PA) ou áreas com

CAR localizadas fora de assentamentos, por importância biológica.

Tabela 6: Sobreposição entre áreas prioritárias e projetos de assentamento (PA) ou áreas com

CAR localizadas fora de assentamentos por grau de prioridade de ação.

Tabela 7: Desmatamento acumulado total e máximo, entre 2007 e 2017, nas áreas prioritárias,

por importância biológica e grau de prioridade.

Tabela 8: Valores destinados de compensação ambiental pelos Estados da Amazônia até 2015.

Tabela 9: Lista de documentos relacionados à priorização de áreas na Amazônia.

9

AAI – Avaliação Ambiental Integrada

ACT – Acordo de Cooperação Técnica

ARPA – Programa Áreas Protegidas da Amazônia

CAR – Cadastro Ambiental Rural

CBC – Centro Nacional de Avaliação da Biodiversidade e de Pesquisa e Conservação do Cerrado

CCZEE - Comissão Coordenadora do Zoneamento Ecológico-Econômico do Território Nacional

CECAV – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas

CENAP – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros

CEPTA – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais

CI – Conservação Internacional - Brasil

CNPQ – Conselho Nacional de Pesquisa

CNUC – Cadastro Nacional de Unidades de Conservação

CPB – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação dos Primatas Brasileiros

CPRM – Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais

CONABIO – Comissão Nacional da Biodiversidade

DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral

EIA – Estudo de Impacto Ambiental

EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

EPE – Empresa de Pesquisa Energética

FUNAI – Fundação Nacional do Índio

FVA – Fundação Vitória Amazônica

IBA – Important Bird Area

IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

10

IBRAM – Instituto Brasileiro de Mineração

ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

ICV - Instituto Centro de Vida

IDEFLOR-Bio – Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará

IDSM – Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá

INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

INPA – Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas

INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

IUCN – International Union for Conservation of Nature

LBA – Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera

LD – Linha de Dutos (oleodutos, gasodutos, outros)

LT – Linha de Transmissão

MAM – Mosaico da Amazônia Meridional

MMA – Ministério do Meio Ambiente

MCTI – Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações

MPEG – Museu Paraense Emilio Goeldi

OTCA – Organização do Tratado de Cooperação Amazônica

PAN – Plano de Ação Nacional

PCH – Pequena Central Hidrelétrica

PDBFF – Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais

PDRIS – Projeto de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável do Tocantins

PGAI – Projeto de Gestão Ambiental Integrada

PI – Proteção Integral

PPBio - Programa de Pesquisa em Biodiversidade

PPCDAM – Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal

PROBio – Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira

PROVárzea – Projeto Manejo dos Recursos Naturais da Várzea

11

PRODES – Projeto de Estimativa do Desmatamento da Amazônia

PSC – Planejamento Sistemático da Conservação

RAISG – Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada

RAN – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios

SIPAM – Sistema de Proteção da Amazônia

SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação

SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente

TI – Terra Indígena

TNC – The Nature Conservancy

UC – Unidade de Conservação

UHE – Usina Hidrelétrica

UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte

UNIFESSPA – Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará

UNIR – Fundação Universidade Federal de Rondônia

UNITINS – Universidade Estadual do Tocantins

US – Uso Sustentável

WCS Brasil – Wildlife Conservation Society

ZEE – Zoneamento Econômico-Ecológico

12

De acordo com a Portaria MMA nº 09 de 2007, 80% do bioma Amazônico estão entre as áreas

prioritárias para conservação, uso sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade. A

consolidação dessas áreas implica na necessidade de uma base de informações, consistente e

atualizada, onde investimentos e esforços de diferentes atores, públicos e privados, se somam,

contribuindo para o alcance de uma estratégia espacial de planejamento, onde se espera que

as ações de conservação e uso sustentável da biodiversidade possam se integrar ao processo

de desenvolvimento do território.

Neste sentido, no âmbito do Programa ARPA, o Ministério do Meio Ambiente (MMA)

contratou serviços de consultoria para realizar o processo de avaliação do Mapa de Áreas

Prioritárias para a Conservação, Uso Sustentável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade

Brasileira – Bioma Amazônia, que está sendo realizado pela WWF-Brasil, em parceria com o

Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e a The Nature Conservancy - TNC.

Este relatório apresenta a primeira parte deste processo, e tem por objetivo realizar uma

análise dos resultados gerados e impactos alcançados com o último trabalho de atualização

das áreas prioritárias do bioma Amazônia, consolidado na portaria ministerial citada acima. Os

procedimentos adotados consistem na consulta sobre as iniciativas desenvolvidas por órgãos

de governo, federais e estaduais, instituições de pesquisa e sociedade civil; sistematização dos

resultados da consulta e análise e comparação de documentos relacionados à priorização de

áreas no bioma, mostrando sua implementação em termos de área e de recursos financeiros

investidos. É apresentado também um diagnóstico das novas áreas prioritárias identificadas na

Portaria nº09 de 2007, incluindo a sobreposição das mesmas com UC, TI e quilombos, bem

como com projetos de assentamento e áreas com CAR, e a condição ambiental atual das áreas

prioritárias, considerando as principais pressões antrópicas a que estão submetidas.

A consulta aos órgãos de governo, federais e estaduais, instituições de pesquisa e sociedade

civil foi realizada inicialmente via eletrônica, em formulário desenvolvido por meio do

aplicativo Google Form (Anexo A). Consultas telefônicas complementares também foram

realizadas.

13

A lista com as instituições participantes e o representante para o qual o formulário foi enviado

pode ser encontrada no Anexo B. Destaca-se que, no caso específico do MMA, o formulário de

consulta foi distribuído pela própria Secretaria de Biodiversidade. Não houve restrição para

que o formulário fosse respondido apenas pelo representante que o recebeu ou que mais de

uma pessoa da instituição respondesse, dadas as diferentes especialidades que uma única

instituição pode apresentar. No total, 104 instituições foram convidadas a participar do

processo. As respostas recebidas foram sistematizadas gerando figuras e tabelas que serão

apresentados na sequência. O Anexo C contém os formulários respondidos pelos participantes.

As questões apresentadas no formulário utilizado nas consultas de avaliação coletaram

informações sobre o perfil da instituição, os impactos gerados pela definição das áreas

prioritárias e sugestões para este processo de atualização. Para cada questionamento, foram

apresentadas as seguintes opções de respostas: “Insatisfatório”; “Pouco adequado”;

“Adequado, mas com necessidade de melhoras”; “Satisfatório”; e “Participante sem

informações suficientes para avaliação”. Adicionalmente, os participantes tinham a

possibilidade de acrescentar comentários, os quais foram analisados em conjunto com as

respostas fechadas.

Para as análises, as respostas no item ”Insatisfatório” foram consideradas como “grau muito

baixo de implementação”; no item “Pouco adequado”, como “grau baixo de implementação”;

no item “Adequado, mas com necessidade de melhorias”, como “grau médio de

implementação”; e no item “Satisfatório”, como “alto grau de implementação”.

Foi realizado também um levantamento de documentos relacionados à priorização de áreas na

Amazônia, por meio da literatura disponível, consultas online, indicação de respondentes e de

outros.

O diagnóstico ambiental levou em conta a categoria (prioridade de ação ou importância

biológica) e grau de prioridade ou importância das áreas prioritárias da Amazônia, e englobou

os seguintes aspectos:

a. quantidade, tamanho e distribuição espacial de polígonos nos estados;

b. sobreposição com quilombos e com UC e TI, levando em conta a data de criação das

mesmas (pré ou pós-2007) e o tipo de UC (proteção integral ou uso sustentável);

c. sobreposição com projetos de assentamento e imóveis rurais com CAR;

d. tendência de desmatamento anual entre 2007 e 2016 e comparação com

desmatamento em áreas protegidas ou não localizadas fora das áreas prioritárias;

e. tendência de ocorrência de focos de calor entre 2007 e 2016;

14

f. uso da terra em 2008 e 2014;

g. áreas pleiteadas por empreendimentos minerários.

O uso do solo foi identificado por meio de TerraClass 2008 e 2014

(http://www.inpe.br/cra/projetos_pesquisas/dados_terraclass.php). Dados do PRODES/INPE

(http://www.obt.inpe.br/prodes/index.php) foram usados nas análises de desmatamento e

dados do Programa Queimadas/INPE (https://queimadas.dgi.inpe.br), nas de focos de calor.

Informação referente a áreas pleiteadas por empreendimentos minerários teve como fonte a

base do DNPM e as informações sobre o CAR procederam da base do SICAR

(http://www.car.gov.br), tendo sido geoprocessadas previamente para a eliminação de

artefatos e de sobreposições associadas a deslocamentos. O geoprocessamento de dados foi

realizado com o uso de ArcGIS 10.3. O software JMP 13.0.0 de SAS Institute Inc. foi usado na

análise de dados e elaboração de blox-plot, e Excel 2016 foi usado na elaboração dos demais

gráficos.

Todas as análises ambientais mencionadas acima foram feitas com base nos limites de novas

áreas propostas para a Amazônia, definidas pela Portaria MMA nº 09 de 2007, que não inclui

as áreas já protegidas. Embora as áreas protegidas também tenham sido consideradas

prioritárias pela Portaria supracitada, o interesse aqui era dar um foco especial para as áreas

para as quais novas ações estavam sendo propostas.

15

3.1 - Perfil de participação

No total, 44 representantes das 104 instituições consultadas responderam ao questionário,

sendo que 02 representantes retornaram optando por não responder (representado pela sigla

NR). Deste total, participantes do governo federal representaram a maior parcela no “perfil

das instituições” (Figura 1), o que acabou, também, sendo refletido na “esfera de atuação”,

sendo a nacional a de maior percentual de participação, alcançando 51% (Figura 2).

Figura 1: Perfil das instituições que responderam ao questionário de avaliação.

Figura 2: Esfera de atuação das instituições que responderam ao questionário de avaliação.

39%

9% 27%

20%

5%

Governo Federal

Governo Estadual

Instituição de Pesquisa

ONG

Outro

51%

16%

28%

5%

Nacional

Estadual

Regional (bioma)

Outro

16

Quanto à “área de atuação”, foi possível agrupar as instituições nas seguintes áreas de

concentração:

Criação e gestão de UC;

Espeleologia;

Gestão ambiental e territorial;

Pesquisa e conservação da biodiversidade e espécies ameaçadas (áreas de

conhecimento citadas pelos participantes: aves, mamíferos, primatas, peixes, répteis,

anfíbios, florestas);

Sociobiodiversidade e Povos Indígenas;

Geoprocessamento e geotecnologias.

Observa-se, também, que a maior parte dos participantes que responderam ao questionário

apresentavam conhecimento do processo de avaliação das áreas prioritárias, visto que 70%

participaram dos trabalhos anteriores (Figura 3), principalmente de forma institucional (Figura

4)1.

Figura 3: Distribuição dos respondentes em relação à participação no processo de avaliação anterior.

1 Destaca-se que a sigla NR presente em todas as figuras significa “Não Responderam”, conforme

descrito no item I.

70%

25%

5%

Sim

Não

NR

17

Figura 4: Classificação/tipo de participação no processo de avaliação anterior.

A maior concentração de participantes do atual processo no anterior ocorreu na oficina

técnica/seminário regional (Figura 5).

Figura 5: Identificação de participação dos respondentes atuais nas etapas do processo

anterior.

Vale destacar, ainda, que a participação se deu de forma distribuída nas diferentes demandas

durante o processo de construção, tendo um pouco mais de destaque o apoio técnico para

definição dos polígonos prioritários, seguido da disponibilização de informações, banco de

dados ou bases, como apresentado na Figura 6.

57%

14%

29% Institucional

Pessoa Física

NR

0 5 10 15 20 25

Oficina técnica/Seminário regional

Oficina técnica/Seminário regional/Divulgação dosresultados

Oficina técnica/Seminário regional/Outra

Oficina técnica/Seminário regional/Divulgação dosresultados/Outra

Divulgaçao dos resultados

Outra

NR

18

Figura 6: Forma de participação no processo anterior.

3.2 – Impactos Gerados com a Definição das Áreas Prioritárias

Nesta seção do processo de avaliação, os participantes responderam a questões onde foi

possível ter um melhor entendimento de como o Mapa de Áreas Prioritárias da Amazônia, com

suas informações, vem sendo utilizado pelos diferentes atores na implementação de diversas

ações relacionadas a conservação, uso sustentável e repartição de benefícios, bem como

criação de áreas protegidas.

3.2.1 – Uso como referência na implementação de políticas ambientais

Os participantes consideraram que o Mapa e as informações nele disponíveis serviram como

referência para a implementação de políticas ambientais, mas haveria necessidade de

melhoras (41%), como ilustrado na Figura 7.

0 5 10 15 20 25

Informação, banco de dados ou bases

Sistematização, adequação das informações

Apoio técnico para definição de alvos emetas

Apoio técnico para definição das ameaças

Apoio técnico para definição dos polígonosprioritários

Outra

19

Figura 7: Percepção de uso do Mapa de Áreas Prioritárias da Amazônia na implementação de políticas ambientais.

Entre essas necessidades de melhoras, houve um certo consenso nos comentários

encaminhados de que as áreas prioritárias foram uma ferramenta útil no indicativo para a

criação de UC, tanto as estaduais, quanto as federais, porém muitas vezes os critérios a serem

adotados não eram claros, precisando melhor definição. Neste mesmo sentido, houve vários

comentários relacionados ao baixo dinamismo do instrumento frente às demandas territoriais

às quais o território amazônico é submetido, sendo considerado necessário um intervalo de

tempo menor para a atualização das áreas prioritárias.

A lacuna de dados no conhecimento da biodiversidade amazônica, na sua ocorrência e

distribuição, da mesma forma, foi apontada como um dificultador do processo. Foi sugerido

avaliar a possibilidade de mapas complementares temáticos, em escalas com maior

detalhamento e clareza nas recomendações, como ferramenta auxiliar para o processo de

tomada de decisão.

Similarmente, nas justificativas pela necessidade de melhoras, foi apontado que as áreas

prioritárias ocupam grandes extensões, o que poderia reduzir a importância da área de maior

prioridade propriamente dita (devido à falsa impressão de que tudo é prioritário). Houve

situações de recomendações sobrepostas, concorrentes entre si, que dificultam o processo de

internalização da área prioritária dentro dos planos e programas de desenvolvimento local.

Enquanto instrumento de planejamento territorial, a relação entre as áreas prioritárias e as

bacias hidrográficas, enquanto unidades básicas de planejamento, foi considerada inexistente.

Ainda no alcance do impacto sobre políticas ambientais, alguns comentários indicaram a

necessidade de haver uma “obrigatoriedade” de consulta, como critério para os

18%

9%

4%

41%

23%

5%

Satisfatório

Pouco adequado

Insatisfatório

Adequado + melhoras

Participante sem informaçãosuficiente para avaliação

NR

20

procedimentos de licenciamento de grandes empreendimentos e nas ações de proteção e

fiscalização.

Para além da criação de unidades de conservação, os governos estaduais citaram a utilização

do Mapa de Áreas Prioritárias na implementação de políticas ambientais como subsídio ao

zoneamento ecológico econômico (ZEE), como ferramenta relevante para trabalhos de

sociobiodiversidade com povos indígenas e comunidades tradicionais, para a reintrodução de

espécies ameaçadas de extinção em UC e para a recuperação de áreas alteradas.

Quanto à disseminação dos resultados, os participantes apontaram um baixo alcance junto aos

diferentes atores, públicos e privados, e inclusive dentro do próprio governo federal, entre os

vários ministérios. Foi sugerido um incentivo ao uso de meios eletrônicos, e até mesmo de

salas telepresenciais, apoiadas por outras iniciativas, para o processo de discussão, ampliando

assim as possibilidades de participação e influência nas políticas públicas.

3.2.2 – Uso como referência na criação de unidades de conservação, proteção

e reconhecimento de áreas indígenas e quilombos

3.2.2.1 – Quanto à implementação das recomendações e informações disponíveis

As respostas obtidas com o processo de consulta, destacam situações distintas:

(i) o percentual de participantes que declararam não ter informação quanto à criação

de UC de proteção integral (PI) ou uso sustentável (US), estadual ou federal, varia de

20% a 35%, sendo que para o caso de áreas indígenas e quilombos este percentual

chega a 46% (Figura 13). Considerando que o percentual dos que declaram que as

recomendações tiveram um impacto positivo é semelhante, aparentemente, a

disseminação da informação se dá de forma suficiente;

(ii) por outro lado, há também um percentual significativo dos que consideram que as

recomendações vêm sendo implementadas e as informações disponíveis utilizadas de

forma positiva, sendo que, somados os percentuais de “adequado, com necessidades

de melhoras” e “satisfatório”, chega-se a percentuais entre 40% a 50%. Esses

resultados estão representados nas Figuras 8 a 13.

Nos comentários sobre as respostas enviadas, os participantes destacaram a falta de

consolidação das áreas protegidas criadas, as inúmeras dificuldades na proteção, fiscalização e

gestão, o que acaba resultando no aumento do desmatamento, justo nas áreas prioritárias de

conservação, além de um distanciamento entre as ameaças reais e a priorização de áreas. A

21

extensão das áreas e as necessidades para a sua proteção são apontadas como um desafio

crescente. Também é citada a dificuldade na implementação de mosaicos, dada a falta de

interrelação entre diferentes órgãos e esferas de governo.

Em relação a territórios indígenas e quilombos, sugere-se uma maior representatividade de

instituições e representantes desses grupos para o item relacionado a reconhecimento e

proteção de suas áreas, sendo necessário divulgar o Mapa de Áreas Prioritárias para estes

grupos não apenas na fase de elaboração e atualização, mas mesmo posteriormente como

ferramenta de apoio técnico.

Figura 8: Avaliação da implementação das

recomendações e informações disponíveis

das áreas prioritárias da Amazônia (UC,

Mosaico, TI e quilombos) – Criação UC federal

- proteção integral2.

Figura 9: Avaliação da implementação das

recomendações e informações disponíveis das

áreas prioritárias da Amazônia (UC, Mosaico,

TI e quilombos) – Criação UC estadual -

proteção integral.

2 NR = não responderam, nas figuras de 08 a 13.

5%

18%

27% 23%

20%

7%

Insatisfatório

Poucoadequado

Adequado +melhoras

Satisfatório

Sem Informação

NR

14%

9%

25%

18%

30%

4%

Insatisfatório

Poucoadequado

Adequado +melhoras

Satisfatório

SemInformação

NR

22

Figura 10: Avaliação da implementação das

recomendações e informações disponíveis das

áreas prioritárias da Amazônia (UC, Mosaico,

TI e quilombos) – Criação UC federal – uso

sustentável.

Figura 11: Avaliação da implementação das

recomendações e informações disponíveis das

áreas prioritárias da Amazônia (UC, Mosaico,

TI e quilombos) – Criação UC estadual – uso

sustentável.

Figura 12: Avaliação da implementação das

recomendações e informações disponíveis das

áreas prioritárias da Amazônia (UC, Mosaico,

TI e quilombos) – Criação de Mosaico.

5% 14%

25%

25%

26%

5%

Insatisfatório

Poucoadequado

Adequado +melhoras

Satisfatório

Sem Informação

NR

14%

9%

27%

11%

34%

5%

Insatisfatório

Poucoadequado

Adequado +melhorias

Satisfatório

Sem Informação

NR

11%

14%

20%

16%

34%

5%

Insatisfatório

Poucoadequado

Adequado +melhoras

Satisfatório

SemInformação

NR

23

Figura 13: Avaliação da implementação das

recomendações e informações disponíveis das

áreas prioritárias da Amazônia (UC, Mosaico,

TI e quilombos) – Reconhecimento e proteção

de áreas indígenas e quilombos.

3.2.2.2 – Quanto ao uso como ferramenta para tomada de decisão

De acordo com os participantes, o Mapa de Áreas Prioritárias se mostrou como uma

ferramenta adequada, no que se refere à tomada de decisão na criação de UC e mosaico, na

esfera federal e estadual, considerando unidades de proteção integral e uso sustentável, com

resultados em torno dos 50% quando somados “satisfatório” e “adequado, com necessidades

de melhoras”, como mostrado nas Figuras 14, 15 e 16.

Mais uma vez o item “sem informação” se destacou com valores acima dos 25%, parecendo

ser mais uma questão de insuficiente disseminação do componente de informação do que

uma baixa implementação da ferramenta, dados os percentuais alcançados nos demais itens.

Os comentários encaminhados pelos participantes destacaram a necessidade de melhorar a

definição das áreas prioritárias, detalhar as estratégias para uso do Mapa, detalhar seus

objetivos, e detalhar, ou propor, mecanismos vinculantes entre ações de planejamento e as

áreas prioritárias.

É destacado que as UC são criadas, mas que sua consolidação é muito lenta. No que se refere

aos mosaicos, a iniciativa é considerada tímida frente ao potencial existente no bioma.

Também neste item, mais uma vez, foi destacada a necessidade de um menor intervalo de

tempo entre as atualizações, principalmente se um dos objetivos é subsidiar a tomada de

decisão.

4% 11%

23%

9%

48%

5%

Insatisfatório

Poucoadequado

Adequado +melhoras

Satisfatório

SemInformação

NR

24

Figura 14: Avaliação do uso da ferramenta

para a tomada de decisão – Criação UC

federal.

Figura 15: Avaliação do uso da ferramenta

para a tomada de decisão – Criação UC

estadual.

Figura 16: Avaliação do uso da ferramenta

para a tomada de decisão – Criação de

Mosaico.

3.2.3 – Uso como referência na pesquisa, gestão e fomento

3.2.3.1 – Quanto à implementação das recomendações e informações disponíveis

Para as recomendações referentes a estudos do meio físico, inventário biológico,

ordenamento pesqueiro, manejo de outros recursos biológicos, educação ambiental,

12%

35%

23%

25%

5%

Poucoadequado

Adequado +melhoras

Satisfatório

Sem Informação

NR

7%

11%

21%

28%

28%

5%

Insatisfatório

Poucoadequado

Adequado +melhoras

Satisfatório

SemInformação

NR

11%

14%

20%

16%

34%

5%

Insatisfatório

Poucoadequado

Adequado +melhoras

Satisfatório

SemInformação

NR

25

fiscalização, fomento ao uso sustentável, recuperação de áreas degradadas e ordenamento

territorial, observa-se que há um percentual significativo de participantes que declararam não

ter informação para opinar sobre a questão, chegando a 48% no item ordenamento pesqueiro

e 41% no item manejo de outros recursos biológicos. Este resultado pode ser reflexo da baixa

aplicação das áreas prioritárias, mas pode, também, indicar a necessidade de fortalecimento

do componente de disseminação da informação. Esses resultados podem ser observados nas

Figuras 17 a 25, como descrito a seguir.

Estudos do meio físico: o percentual somando “satisfatório” (9%) com “adequado, com

necessidade de melhoras” (30%) chega a 39%, mas não foi observado citação a programas

de pesquisa ou estudos específicos que tenham utilizado as áreas prioritárias como base,

reforçando a dificuldade de associar as áreas prioritárias a esses resultados

Figura 17: Avaliação do uso da ferramenta como referência em estudos do meio físico

Inventário biológico: o percentual somando “satisfatório” (11%) com “adequado, com

necessidade de melhorias” (34%) chega a 45%. Foram mencionados vários projetos de

pesquisa impulsionados pelas áreas prioritárias, coleções, banco de dados e modelos de

distribuição de espécies, indicando potencial relação de causa e efeito.

11%

9%

30%

9%

36%

5% Insatisfatório

Pouco adequado

Adequado + melhoras

Satisfatório

Sem Informação

NR

26

Figura 18: Avaliação do uso da ferramenta como referência na elaboração de inventário

biológico.

Ordenamento pesqueiro: considerando que somados os itens “sem informação” com

“insatisfatório” e “pouco adequado” chega-se a mais de 60%, observa-se que o Mapa de

Áreas Prioritárias é muito pouco utilizado para esta finalidade, necessitando uma atenção

especial. O percentual de 22% alcançando entre o somatório de “satisfatório” (4%) e

“adequado com necessidade de melhoras” (18%) refere-se a comentários de participantes

do estado do Amazonas, onde é feito referência ao uso da ferramenta para subsidiar

discussões e pareceres sobre a atividade

Figura 19: Avaliação do uso da ferramenta como referência para ordenamento pesqueiro.

Manejo de outros recursos biológicos: esta recomendação apresenta uma implementação

muito baixa, uma vez que 41% declararam não ter informação e somados “insatisfatório”,

11%

14%

34%

11%

25%

5%

Insatisfatório

Pouco adequado

Adequado +melhoras

Satisfatório

Sem Informação

NR

14%

11%

18%

4%

48%

5% Insatisfatório

Pouco adequado

Adequado + melhoras

Satisfatório

Sem Informação

NR

27

“pouco adequado” e “adequado, com necessidade de melhorias” chega-se a 49%,

totalizando 90%. Este resultado pode ser reflexo da baixa aplicação, mas, também, como

sinalizado nos itens anteriores, desconhecimento de resultados que estejam sendo

alcançados a partir das áreas prioritárias

Figura 20: Avaliação do uso da ferramenta como referência na elaboração de manejo de

outros recursos biológicos.

Educação ambiental: destaca-se a baixa implementação desta recomendação, uma vez que

36% declararam não ter informação e somados “insatisfatório”, “pouco adequado” e

“adequado, com necessidade de melhoras” chega-se a 51%

Figura 21: Avaliação do uso da ferramenta como referência para educação ambiental.

11%

18%

20% 5%

41%

5%

Insatisfatório

Pouco adequado

Adequado +melhoras

Satisfatório

Sem Informação

NR

23%

14%

14% 9%

36%

4%

Insatisfatório

Pouco adequado

Adequado +melhoras

Satisfatório

Sem Informação

NR

28

Fiscalização: observa-se certo equilíbrio entre três blocos: “sem informação”, 30%;

“insatisfatório” + “pouco adequado”, 32%; e “satisfatório” + “adequado, com necessidades

de melhoras”, 34%. Esse resultado sinaliza que as recomendações propostas pela

ferramenta não são implementadas de forma homogênea no bioma. É necessário avaliar se

se trata apenas de uma questão de disseminação da informação, ou também de outros

fatores associados, como investimentos, pessoal, capacitação, entre outros.

Figura 22: Avaliação do uso da ferramenta como referência para fiscalização.

Fomento ao uso sustentável: ocorreram várias iniciativas para o fomento ao uso

sustentável no bioma amazônico, ainda assim esta recomendação necessita atenção visto

que “adequado, com necessidade de melhoras”, pouco adequado e insatisfatório somam

64% das respostas recebidas

Figura 23: Avaliação do uso da ferramenta como referência para o fomento ao uso sustentável.

18%

14%

18% 16%

30%

4%

Insatisfatório

Pouco adequado

Adequado +melhoras

Satisfatório

Sem Informação

NR

16%

16%

32%

7%

25%

4% Insatisfatório

Pouco adequado

Adequado + melhoras

Satisfatório

Sem Informação

NR

29

Recuperação de área degradada: Considerando que somando os resultados chega-se a 88%

das respostas com algum indicativo de baixa implementação da recomendação, não parece

haver uma possível relação de causa e efeito entre ações de restauração e esta

recomendação, sendo necessário avaliar como a ferramenta pode ser melhor utilizada para

este fim.

Figura 24: Avaliação do uso da ferramenta como referência para recuperação de área

degradada.

Ordenamento territorial: há um forte indicativo de necessidade de melhoras nesta

recomendação. Entretanto, foi citado seu uso como instrumental para a elaboração do ZEE

nos estados e avaliações ambientais integradas na fase de inventário hidrelétrico.

Figura 25: Avaliação do uso da ferramenta como referência para ordenamento territorial.

3.2.3.2 – Quanto ao uso como ferramenta para tomada de decisão

20%

27%

14%

7%

27%

5% Insatisfatório

Pouco adequado

Adequado + melhoras

Satisfatório

Sem Informação

NR

16%

11%

23% 18%

27%

5% Insatisfatório

Pouco adequado

Adequado + melhoras

Satisfatório

Sem Informação

NR

30

Elaboração de projetos: nas Figuras 26 a 29, é possível observar que o mapa de áreas

prioritárias contribuiu positivamente como ferramenta na elaboração de projetos relacionados

a: (i) conservação e uso sustentável da biodiversidade, (ii) restauração e uso da biodiversidade,

(iii) restauração e recuperação de áreas degradadas, sendo que em projetos de conservação da

biodiversidade (Figura 26) seu aproveitamento chega a 64% quando somados os itens

“satisfatório” (23%) e “adequado, com necessidade de melhoras” (41%).

Entretanto, em projetos de restauração e recuperação, tanto da biodiversidade (Figura 28),

como de áreas degradadas (Figura 29), ao somar o item “pouco adequado” (20%) ao item

“insatisfatório” (7%), chega-se a mais de 25% da amostra com um baixo grau de

implementação, o que pode ser indicador de dificuldades no seu uso. Ao cruzar esta

informação com o Figura 24, que trata da implementação das recomendações das áreas

prioritárias sobre recuperação de áreas degradadas, que também apresenta baixa

implementação (88% em seu somatório), destaca-se a necessidade de uma avaliação mais

específica de como está se dando o uso deste componente.

Adicionalmente, com exceção de projetos sobre conservação da biodiversidade, o item “sem

informação” está entre 20 e 30% nos demais componentes, de modo que, mesmo a

elaboração de projeto tendo apresentado um desempenho positivo, observa-se a necessidade

de fortalecer o componente de disseminação da informação.

Figura 26: Áreas prioritárias

como ferramenta na elaboração

de projetos – Conservação da

Biodiversidade.

7%

14%

41%

23%

11% 4%

Insatisfatório

Pouco adequado

Adequado +melhoras

Suficiente

Sem informação

NR

31

Figura 27: Áreas prioritárias

como ferramenta na elaboração

de projetos – Uso sustentável.

Figura 28: Áreas prioritárias

como ferramenta na elaboração

de projetos – Restauração e

recuperação da biodiversidade.

Figura 29: Áreas prioritárias como

ferramenta na elaboração de

projetos – Restauração e

recuperação de áreas degradadas.

4%

18%

39%

11%

23%

5%

Insatisfatório

Pouco adequado

Adequado +melhoras

Suficiente

Sem informação

NR

7%

20%

20% 18%

30%

5%

Insatisfatório

Pouco adequado

Adequado +melhoras

Suficiente

Sem informação

NR

7%

20%

25% 18%

25%

5%

Insatisfatório

Pouco adequado

Adequado +melhoras

Suficiente

Sem informação

NR

32

Atividade de pesquisa: o resultado demonstra relativa intensificação na atividade de

pesquisa, 50% ao somar os itens “satisfatório” (18%) e “adequado com necessidade de

melhoras” (32%). Nos comentários enviados pelos participantes é citado seu uso no âmbito

acadêmico, assim como linhas de financiamento para a pesquisa consideram, entre seus

critérios, projetos direcionados a essas áreas prioritárias.

Figura 30: Áreas prioritárias como ferramenta na elaboração de projetos – Atividade de

pesquisa.

Licenciamento: as Figuras 31 e 32 demonstram o potencial que o Mapa de Áreas Prioritárias

apresenta como ferramenta para a tomada de decisão em processos de licenciamento

ambiental. Quando somados, os itens “satisfatório” e “adequado, com necessidade de

mudanças”, chega a 39% como ferramenta para subsidiar tecnicamente a emissão de licenças

e, a 50% no processo de discussões, como audiências públicas e reuniões preparatórias com

empreendedores e outros atores. Os comentários destacam a necessidade de um intervalo

menor entre as atualizações, uma escala de abrangência que permita uma atuação mais

localizada e, principalmente para este caso, alguma formalização que torne a consulta às áreas

prioritárias uma obrigatoriedade.

7%

18%

34%

18%

18%

5%

Insatisfatório

Pouco adequado

Adequado + melhoras

Suficiente

Sem informação

NR

33

Figura 31: Áreas prioritárias como ferramenta de apoio no licenciamento ambiental.

Figura 32: Áreas prioritárias como ferramenta de apoio nas discussões com os setores

econômicos visando reduzir significativo impacto ambiental de obras de infraestrutura sobre a

biodiversidade.

Destinação de recursos: os resultados demonstram um incremento na destinação de

recursos, mas com necessidade de melhoras (43%). Há uma crítica de que muito do recurso

investido está centralizado na criação de UC e pesquisa, não contribuindo de forma mais

efetiva para o ordenamento territorial, ou mesmo para a consolidação das áreas prioritárias

em ações de proteção.

11%

11%

25%

14%

34%

5%

Insatisfatório

Pouco adequado

Adequado + melhoras

Suficiente

Sem informação

NR

4%

14%

30%

20%

27%

5%

Insatisfatório

Pouco adequado

Adequado + melhoras

Suficiente

Sem informação

NR

34

Sugere-se também um maior uso como critério em chamadas para editais públicos.

Figura 33: Áreas prioritárias como ferramenta de apoio à destinação de recursos

3.3 - Sugestões para o processo de atualização das áreas prioritárias da

Amazônia

Nesta seção os participantes encaminharam sugestões para o processo de atualização das

áreas prioritárias da Amazônia. Essas sugestões foram agrupadas nos componentes técnico-

científico, representatividade dos diferentes atores e participação efetiva no processo,

conforme abaixo.

Sugestões quanto aos aspectos técnico-científicos:

Inserção do patrimônio espeleológico como alvo.

Consulta às instituições de pesquisa e pesquisadores que estão trabalhando em áreas

circunvizinhas às UC. Inclusive, mapeio, por meio dessas informações, de novas

possibilidades de áreas prioritárias que anteriormente não foram contempladas. A

região norte e nordeste do país possui muitas regiões fora de UC sendo estudadas por

pesquisadores e os resultados demonstram que há grande biodiversidade nessas

localidades.

Incorporação de mais variáveis nas análises.

4%

14%

43%

11%

23%

5%

Insatisfatório

Pouco adequado

Adequado + melhoras

Suficiente

Sem informação

NR

35

Inclusão de fatores importantes como os novos "drivers" de pressão, tais como tráfico

de drogas nas regiões de fronteiras, expansão urbana, entre outros.

Compilação e atualização das informações de distribuição geográfica de todos os

táxons de vertebrados (aquáticos e terrestres) com algum status de conservação, tanto

em nível nacional (Portaria MMA 2014) como a última lista da IUCN, assim como

levantamento das espécies novas descritas de todas as classes de vertebrados (e se

possível invertebrados), mapeamento das mesmas e das espécies endêmicas.

Revisão da questão da importância "insuficientemente conhecida"; detalhamento de

áreas com importância "extremamente alta"; incorporação de áreas que representem

bacias hidrográficas; uso de dados de distribuição de espécies; uso de microbacias

como unidades de planejamento; mais foco/peso em espécies, ecossistemas e fluxos

hídricos.

Inclusão da biodiversidade dentro das análises, principalmente na forma de mapas de

distribuição atualizados, e não baseados na IUCN.

Criação de documento norteador para o processo de uso dos mapas em escala local e

indicação de seus diferentes objetivos.

Inclusão de riscos de perda de biodiversidade mais elaborados que o uso do

desmatamento utilizado no mapa anterior. Considerar as distintas regiões

biogeográficas da Amazônia na definição de insubstituibilidade, complementaridade e

risco.

Inclusão do impacto da infraestrutura e aptidão agrícola dentro das análises de risco à

perda de biodiversidade.

Ampliação dos inventários da biodiversidade na Amazônia e disponibilização das

informações sobre a riqueza e níveis de ameaças dos diversos táxons; fomento às

atividades de inventários da fauna e flora e inclusão de amostras nos acervos

científicos (museus zoológicos e herbários); promoção da informatização e

disponibilização dos dados desses acervos como subsídios à definição de áreas

prioritárias

Criação de novos mosaicos - região médio Juruá e médio Purus.

Inclusão de áreas alagadas para criação de UC e manejo.

36

Refinamento da delimitação das áreas considerando informações concretas que

justifiquem sua definição como prioritárias, inclusive registrando as informações que

levaram a sua delimitação (metadados). Tais metadados forneceriam ao usuário

informações cruciais para definir os limites de uso de tais informações; padronização

da escala de definição dos polígonos sobre o mapa; maior detalhamento e quantidade

de metadados, propiciando uma melhor defesa de tais áreas frente aos outros setores.

Geração de um banco de dados aberto com distintos níveis de acesso, mas onde o

usuário possa entender o que representa cada área; disponibilização de produtos

separados para facilitar a consulta por parte dos usuários; construção der um canal de

comunicação efetivo, o que é um dos maiores problemas de todos os exercícios de

priorização.

Cruzamento das informações de instalação de empreendimentos com as áreas alvo

para conservação.

Consideração dos ambientes aquáticos e das áreas de ocorrência das espécies

aquáticas ameaçadas de extinção e endemismo.

Aumento da resolução espacial

Sugestões quanto à representatividade dos diferentes atores

UC menores e próximas dos centros urbanos, facilitando acesso, educação e turismo.

Gestão ambiental compartilhada no gerenciamento das ações propostas.

Articulação nas três esferas de governo, com a sociedade civil organizada e também

setor privado, principalmente grandes empreendimentos, pecuária e grãos.

Ampliação e facilitação da participação de indígenas, quilombos, tradicionais,

conselheiros das UC e moradores locais.

Garantia à participação da FUNAI e do INCRA.

Inclusão de representantes de setores produtivos, em especial agricultura, pecuária e

grandes empreendimentos (viários, elétricos, entre outros).

Participação dos governos locais.

Consideração dos planos setoriais nas análises de custo.

Incentivo à participação de representantes do CONABio.

37

Fortalecimento da divulgação dos resultados para alcançar outros setores do governo

além da área de meio ambiente.

Utilização de meios eletrônicos para ampliar a consulta e participação e para dar mais

transparência ao processo; uso de portal eletrônico para ampliar o acesso a consultas

à base de dados.

Visitas de campo para identificação de potencialidades e validação.

Criação de grupos de trabalhos estratégicos que envolvam também os representantes

das comunidades tradicionais que vivam nas áreas prioritárias da Amazônia.

Condução do processo de forma descentralizada, considerando, especificamente, a

área ambiental; garantia da ampla participação dos órgãos do SISNAMA e de

instituições e atores afetos à temática ambiental.

Ampliação da divulgação, principalmente no meio acadêmico e institucional.

Condução regionalizada do processo.

Sugestões para a participação no processo

Realização de oficinas locais para facilitar maior acesso de diferentes atores.

Formação de grupos temáticos gerando mapas que reflitam dados e interesses dos

diferentes atores sociais.

Criação de um site interativo que serviria como um fórum para revisão e discussão dos

resultados das oficinas, o que facilitaria a comunicação (ou consulta) pública das áreas

selecionadas, mas especialmente a participação dos atores que não possam estar

presentes nas oficinas.

Uso da abordagem adotada no ProVárzea, com a realização, após as definições de

áreas do ponto de vista biológico, de seminários regionais com a participação das

prefeituras e suas respectivas secretarias, órgãos estaduais, representações de classe,

sociedade civil organizada, sindicatos, associações, facilitando em muito a aplicação de

critérios e definição do tipo de área protegida a ser criada nas áreas biologicamente

prioritárias identificadas.

Disseminação da informação para conselhos municipais de meio ambiente, secretarias

municipais ou outros órgãos de classe representativos da comunidade local,

38

procurando explicar os impactos, os resultados encontrados e estreitando parcerias

com os atores locais.

Uso de meios eletrônicos como plataformas virtuais para consultas ampliadas.

3.4 – Contribuições para o processo de atualização das áreas prioritárias

da Amazônia

Nesta seção os participantes indicaram informações disponíveis em suas instituições que

podem contribuir para o processo de atualização das áreas prioritárias, conforme apresentado

na Tabela 1.

Tabela 1: Lista de informações disponibilizadas pelos participantes para o processo de

atualização das áreas prioritárias

CECAV/ICMBio - Centro

Nacional de Pesquisa e

Conservação de Cavernas/

Instituto Chico Mendes

Conservação da Biodiversidade

Informações espeleológicas do bioma.

INPA – Instituto Nacional de

Pesquisas Amazônicas

Informações relevantes sobre diversidade biológica, outros

serviços ambientais e análises.

IBAMA – Unidade do Oiapoque

- Unidade Técnica II

Dados sobre: Resex Marinha no Extremo Norte do Amapá,

área de entorno às 10.000 milhas pertinentes ao Parque

Nacional do Cabo Orange, Município de Oiapoque. Reserva

do Cerrado na faixa central do Estado do Amapá - Município

de Calçoene.

Museu de Zoologia da

Universidade de São Paulo

Distribuição e status das espécies de aves.

39

IDEFLOR-Bio - Instituto de

Desenvolvimento Florestal e da

Biodiversidade

Dados sobre as áreas selecionadas para criação de UC

estaduais e municipais no Pará. Sociobiodiversidade com

povos indígenas e comunidades tradicionais. Reintrodução

de espécies ameaçadas de extinção em UC. Recuperação de

áreas alteradas e trabalho para atualização da Lista de

Espécies Ameaçadas de Extinção do Estado do Pará.

UNIFESSPA – Universidade

Federal do Sul e Sudeste do

Pará

Inventários locais.

CENAP/ ICMBio – Centro

Nacional de Pesquisa e

Conservação de Mamíferos

Carnívoros/ Instituto Chico

Mendes Conservação da

Biodiversidade

Dados atualizados de distribuição e status de espécies

ameaçadas, em especial os compilados em planos de ação

nacional e no processo de avaliação do estado de

conservação de espécies.

FVA - Fundação Vitória

Amazônica

Base de dados, estudos, shapefiles, dados de monitoramento

diversos da FVA.

UNIR - Fundação Universidade

Federal de Rondônia

Revisão bibliográfica refinada sobre biodiversidade com

cruzamento dos empreendimentos de médio e grande porte

em desenvolvimento ou planejados para o bioma (lineares:

rodovidas, LTs e LDs: PCHs, UHEs, polos industriais, portos,

etc.).

EPE - Empresa de Pesquisa

Energética

Diagnósticos, EIAs, estudos de PSC e AAIs.

WWF-Brasil Estudo de áreas prioritárias no Xingu; estudo de áreas

prioritárias no Tapajós; levantamentos e estudos no estado

do Acre; mapeamento de mineração no Amapá; estudo

populacional de espécies de botos amazônicos.

40

ICV - Instituto Centro de Vida Dados sobre remanescentes, recursos hídricos, fauna, flora.

CPB/ICMBio - Centro Nacional

de Pesquisa e Conservação dos

Primatas Brasileiros/Instituto

Chico Mendes de Conservação

da Biodiversidade

Atualização da distribuição dos táxons de primatas

amazônicos; estado de conservação dos primatas

amazônicos atualizado pela portaria MMA 444/2014;

elaboração do Plano de Ação Nacional para a Conservação

dos Primatas Amazônicos. Como sugestão para o processo:

atualizar as informações sobre o impacto dos

empreendimentos previstos e implantados para a região;

atualizar os shapes das unidades de conservação,

identificando as lacunas.

IDSM - Instituto de

Desenvolvimento Sustentável

Mamirauá

O Instituto Mamirauá tem atuação junto a um grande

número de áreas de conservação, algumas delas inseridas

em áreas prioritárias (ou que poderiam estar inseridas nelas).

São geradas continuamente informações relevantes sobre o

estado de conservação de grupos taxonômicos e o estado do

seu uso pelas populações locais.

TNC – The Nature Conservancy Modelos de distribuição de nicho ecológico para 475

espécies arbóreas endêmicas da Amazônia.

UNITINS – Universidade

Estadual do Tocantins

Banco de dados do Herbário HUTO da Universidade Estadual

do Tocantins (UNITINS); Coleção zoológica do Museu de José

Hidasi - UNITINS; Banco de dados arqueológicos da Núcleo

Tocantinense e Arqueologia (NUTA) - UNITINS.

IBRAM – Instituto Brasileiro de

Mineração

Levantamento dos projetos de investimentos e pesquisa

mineral na área.

MPEG - Museu Paraense Emilio

Goeldi

Dados de biodiversidade e modelos de distribuição de

espécies. Os dados são das coleções científicas e de coletas

de dados em campo, de vários pesquisadores.

SIPAM - Sistema de Proteção da Imagens de Radar.

41

Amazônia

OPAN - Operação Amazônia

Nativa

Temos informações do manejo pesqueiro de pirarucu e de

óleos das terras indígenas de nossa atuação.

ICMBio - Instituto Chico

Mendes de Conservação da

Biodiversidade

Planos de Ação Nacionais, Listas de Espécies Ameaçadas,

Programa Nacional de Monitoramento da Biodiversidade;

dados dos monitoramentos realizados em UC.

Instituto de pesquisas Jardim

Botânico do Rio de Janeiro

Base de dados sobre a diversidade de plantas da região

amazônica.

Universidade do Estado do

Mato Grosso

Dados de levantamentos biológicos disponíveis em banco de

dados online ou ainda não disponibilizados publicamente.

WCS Brasil - Wildlife

Conservation Society

Projeto Águas Amazônicas (www.aguasamazonicas.org).

Dados sobre quelônios, peixe, pesca e caça, monitoramento

e manejo.

UFRN Universidade Federal do

Rio Grande do Norte

Parceria com a WCS na geração de dados sobre as áreas

alagadas da Amazônia considerando a hidrografia e a pesca.

MMA - Ministério do Meio

Ambiente

Dados de desmatamento e municípios prioritários para o

combate ao desmatamento.

RAN/ICMBio - Centro Nacional

de Pesquisa e Conservação de

Répteis e Anfíbios/ Instituto

Chico Mendes de Conservação

da Biodiversidade

Informações sobre répteis e anfíbios com ocorrência na

Amazônia (registros de ocorrência, dados populacionais,

mapeamento de sítios de desova, ações de conservação em

andamento, fichas com informações do estado de

conservação das espécies, dados de monitoramento de

quelônios amazônicos).

CEPTA/ICMBio - Centro

Nacional de Pesquisa e

Conservação de Peixes

Continentais/ Instituto Chico

Mendes de Conservação da

Locais de ocorrência de espécies da ictiofauna ameaçada de

extinção.

42

Biodiversidade

Secretaria de Estado de Meio

Ambiente do Amazonas

ZEE estadual

Secretaria de Estado de Meio

Ambiente do Acre

ZEE estadual

43

Este diagnóstico apresenta como foco os 334 novos polígonos de áreas prioritárias do bioma

Amazônia (Figura 34) definidos de acordo com a Portaria MMA no nº09 de 2007, não

abrangendo 490 outros polígonos já localizados em áreas protegidas.

Figura 34: Mapa de distribuição das áreas prioritárias da Amazônia segundo: a) importância

biológica e b) grau de prioridade.

44

4.1 – Distribuição espacial e por categoria e tamanho de polígono

Os 334 novos polígonos somaram uma área de mais de 150,5 milhões de hectares e foram

classificados por importância biológica e prioridade de ação. Tanto em quantidade quanto em

área, a maioria dos polígonos ficou concentrada nos estados do Amazonas, Pará e Mato

Grosso (Figura 35). O Amazonas foi o primeiro em termos de área total ocupada pelos

polígonos e área de polígonos com grau extremamente alto de importância (Figura 35a). Já o

Pará foi o estado com o maior número de polígonos em geral e com a maior área de polígonos

de extremamente alta prioridade (Figura 35b). Já o Os seis polígonos com importância

insuficientemente conhecida ocorreram no Amazonas.

Figura 35: Área ocupada pelas áreas prioritárias da Amazônia por estado e segundo:

a) importância biológica e b) grau de prioridade. Números acima das barras

indicam a quantidade de polígonos por estado.

45

A maioria dos polígonos (43%) foi classificada com grau de importância biológica

extremamente alto (Figura 36a), mas a área ocupada por essa categoria foi muito próxima

daquela dos polígonos de muito alta importância, apesar destes últimos, em número, estarem

presentes em menor proporção. Com relação à prioridade de ação, mais da metade dos

polígonos se enquadraram na classe “extremamente alta” (Figura 36b), e a área ocupada por

eles correspondeu a 49% da área total.

Figura 36: Distribuição das áreas prioritárias segundo: a) importância biológica e b) grau de

prioridade.

Em geral, a área individual dos polígonos foi inferior a 500 mil hectares, exceto no pequeno

grupo com importância insuficientemente conhecida (Figura 37a e 37b). Entretanto, alguns

outliers podem ser percebidos, tanto por categoria de prioridade quanto de importância,

incluindo dois polígonos com área superior a três milhões de hectares. No extremo inferior,

encontra-se um polígono de alta importância e extremamente alta prioridade ocupando uma

área de apenas 1.925 hectares.

Figura 37: Comparação da distribuição de tamanho dos polígonos individuais segundo:

a) importância biológica e b) grau de prioridade. Linhas horizontais no interior dos box plots

indicam a mediana e pontos representam outliers.

46

4.2 – Sobreposição das áreas prioritárias com UC, TI e quilombos

4.2.1 – Sobreposição com UC e TI

As Tabelas 2 e 3 apresentam a sobreposição entre áreas prioritárias definidas em 2007,

divididas por importância biológica e prioridade de ação, e por TI e UC de proteção integral ou

de uso sustentável, segundo a homologação ou criação das mesmas antes ou após 2007. Em

geral, os novos polígonos apresentaram uma pequena sobreposição com TI e UC de proteção

integral já existentes (aproximadamente 22 mil e 40 mil hectares, respectivamente). Por outro

lado, a sobreposição com unidades de conservação de uso sustentável criadas em período

anterior a 2007 foi acentuada, alcançando mais de 9,3 milhões de hectares, já que a

orientação do MMA foi priorizar todas as áreas já protegidas. A sobreposição com TI e UC de

proteção integral e de uso sustentável homologadas ou criadas após 2007 com as áreas

prioritárias novas foi, respectivamente, de 3,1, 4,9 e 6,2 milhões de hectares. Essa

sobreposição com novas TI, UC de proteção integral e UC de uso sustentável representou,

respectivamente, 2,1%, 3,3%, 4,2% da área ocupada pelos novos polígonos (total de 9,3%). .

Essas sobreposições estão ilustradas nos mapas da Figura 38 (a e b) e da Figura 39 (a e b), que

indicam também a importância biológica e o grau de prioridade das áreas sobrepostas.

Tabela 2: Sobreposição entre áreas prioritárias definidas pela Portaria MMA nº09 de 2007 e TI

e UC de proteção integral ou uso sustentável, segundo a importância biológica e homologação

ou criação anterior ou posterior a 2007.

Tabela 3: Sobreposição entre áreas prioritárias definidas pela Portaria MMA nº09 de 2007 e TI

e UC de proteção integral ou uso sustentável, segundo o grau de prioridade e homologação ou

criação anterior ou posterior a 2007.

Importância biológica

Sobreposição com TI

pré-2007 (ha)

Sobreposição com TI

pós-2007 (ha)

Sobreposição com UC

de Proteção Integral

pré-2007 (ha)

Sobreposição com UC

de Proteção Integral

pós-2007 (ha)

Sobreposição UC de

Uso Sustentável pré-

2007 (ha)

Sobreposição com UC

de Uso Sustentável

pós-2007 (ha)

Alta 1.391 598.933 875 12.884 2.973.997 426.475

Muito alta 14.745 1.573.539 9.895 2.355.301 129.787 2.437.864

Extremamente alta 23.508 958.166 11.983 2.582.459 6.245.302 3.391.902

Insuficientemente conhecida 644 1.399 96 629 30 132

Total40.289 3.132.037 22.849 4.951.273 9.349.117 6.256.372

Prioridade de Ação

Sobreposição com TI

pré-2007 (ha)

Sobreposição com TI

pós-2007 (ha)

Sobreposição com UC

de Proteção Integral

pré-2007 (ha)

Sobreposição com UC

de Proteção Integral

pós-2007 (ha)

Sobreposição UC de

Uso Sustentável pré-

2007 (ha)

Sobreposição com UC

de Uso Sustentável

pós-2007 (ha)

Alta 10.861 1.392.897 2.873 1.977.259 3.821.668 3.699.652

Muito alta 10.885 691.969 4.456 2.599.434 707.686 2.475.985

Extremamente alta 18.543 1.047.171 15.521 374.580 4.819.763 80.735

Total 40.289 3.132.037 22.849 4.951.273 9.349.117 6.256.372

47

Olhando por outro ângulo, de 44 unidades de conservação criadas após 2007, com uma área

total de 13 milhões de hectares, 34 apresentaram sobreposição, pelo menos parcial com áreas

prioritárias definidas em 2007; essa sobreposição (de 10,8 milhões de hectares) correspondeu

a 85% da área das novas UCs. Onze das novas UCs criadas eram de proteção integral, das quais

8 tinham alguma sobreposição com os polígonos propostos em 2006. Das 33 novas áreas de

uso sustentável, 26 tinham alguma sobreposição com os polígonos. O grau de sobreposição

por UC variou de 41% a 100%, com uma média de 92%.

48

Figura 38: Sobreposição entre áreas prioritárias, segundo importância biológica, e áreas

protegidas criadas ou homologadas a) antes de 2007 e b) após 2007.

49

Figura 39: Sobreposição entre áreas prioritárias, segundo prioridade de ação, e áreas

protegidas criadas ou homologadas a) antes de 2007 e b) após 2007.

50

4.2.2 – Sobreposição com quilombos

Trinta e cinco quilombos apresentaram sobreposição com áreas prioritárias (Tabela 4),

perfazendo um total de 535 mil hectares. Cerca de 48% estavam localizados em áreas de alta

prioridade, 20% em área de muito alta e 32% em área de extremamente alta prioridade. Em

termos de distribuição em função da importância biológica, 31%, 63% e 6% estavam

localizados em áreas de extremamente alta, muito alta ou alta importância, respectivamente.

Tabela 4: Sobreposição entre quilombos e áreas prioritárias por importância biológica ou grau

de prioridade.

4.3 – Sobreposição das áreas prioritárias com projetos de assentamento e imóveis

rurais com CAR

Quase 20 milhões de hectares de áreas prioritárias estão localizados em projetos de

assentamento, dois quais 36% em áreas de importância biológica extremamente alta e 20%

em área com prioridade de ação extremamente alta (Tabelas 5 e 6). Adicionalmente, 46,5

milhões de hectares de áreas prioritárias se sobrepõem a imóveis com CAR localizados fora de

assentamentos. Dessa área, quase a metade encontra-se em áreas de importância biológica

extremamente alta. Juntos, projetos de assentamento e imóveis rurais com CAR ocupam mais

de 66 milhões de hectares, ou seja, 44% das áreas prioritárias definidas em 2007 estão

potencialmente sob pressão humana direta. Isso sem contar as áreas ocupadas que ainda não

têm o CAR.

Tabela 5: Sobreposição entre áreas prioritárias e projetos de assentamento (PA) ou áreas com

CAR localizadas fora de assentamentos, segundo a importância biológica.

Área de sobreposição

(ha)

No. de polígonos Área de sobreposição

(ha)

No. de polígonos

Extremamente alta 165.489 16 173.105 18

Muito alta 336.774 10 105.736 8

Alta 32.047 8 256.144 9

Insuficientemente

conhecida675 1 _ _

Importância biológica Prioridade de ação

51

Tabela 6: Sobreposição entre áreas prioritárias e projetos de assentamento (PA) ou áreas com

CAR localizadas fora de assentamentos, segundo o grau de prioridade de ação.

Fonte: SICAR.

4.4 – Desmatamento

Entre 2007 e 2016, cerca de 3,2 milhões de hectares de áreas prioritárias foram desmatados,

correspondendo a 2% da área total (Tabela 7). Em situações mais extremas, 42% da área de

alguns polígonos foram desmatados somente no período citado. Dessa forma, se considerado

o desmatamento anterior a 2007, em muitos casos fica perceptível a perda quase total de

cobertura florestal em algumas áreas, como é ilustrado no mapa da Figura 39, ao longo dos

limites entre o Pará e o Maranhão, por exemplo.

O desmatamento em áreas de extremamente alta e muito alta importância biológica, em

termos de área absoluta, foi similar e mais que o dobro daquele observado em áreas de alta

importância. Por outro lado, as áreas com grau de prioridade extremamente alto

apresentaram uma conversão florestal 3,3 e 7,7 vezes maior que aquela observada em áreas

de muito alta e alta prioridade, respectivamente. Esse resultado reforça a alta pressão a que

estavam submetidas as áreas de extremamente alta prioridade por ocasião da definição das

áreas prioritárias.

Importância biológicaSobreposição entre áreas

prioritárias e PA (ha)

Sobreposição entre áreas

prioritárias e áreas com CAR (ha)

Alta 2.211.056 5.919.122

Muito alta 9.421.350 18.425.425

Extremamente alta 7.110.081 22.128.416

Insuficientemente conhecida 946.781 42.072

Total 19.689.269 46.515.036

Prioridade de Ação

Sobreposição entre áreas

prioritárias e PA (ha)

Sobreposição entre áreas

prioritárias e áreas com CAR (ha)

Alta 3.008.713 6.831.630

Muito alta 12.439.724 27.876.766

Extremamente alta 4.240.832 11.806.640

Total 19.689.269 46.515.036

52

Tabela 7: Desmatamento acumulado total, máximo e relativo, entre 2007 e 2017, nas áreas

prioritárias, por importância biológica e grau de prioridade. Fonte: PRODES/INPE.

Desmatamento

acumulado total

2007-2016 (ha)

% da área total

desmatada entre

2007 e 2016

Desmatamento

acumulado máximo

2007-2016 (%)

Importância biológica

Extremamente alta 1.260.039 1,9 22

Muito alta 1.266.885 2,1 36

Alta 533.502 2,4 42

Insuficientemente

conhecida121.562 3,3 14

Grau de prioridade

Extremamente alta 2.219.850 3,0 36

Muito alta 675.316 2,0 42

Alta 286.823 0,7 14

53

Figura 40: Desmatamento acumulado até 2006 e entre 2007 e 2016 nas áreas prioritárias

apresentadas segundo: a) importância biológica e b) prioridade de ação. Fonte: PRODES/INPE.

A comparação da tendência de desmatamento observada entre 2007 e 2016 em áreas

prioritárias e áreas protegidas ou não protegidas localizadas fora de áreas prioritárias indicou

que, em área absoluta, as áreas prioritárias apresentaram um desmatamento anual similar ao

54

das áreas não protegidas, ao passo que a perda de cobertura vegetal em UC, e particularmente

em TI, ficou em níveis em torno de uma ordem de magnitude menor (Figura 40). Foi observado

ainda que, após um período de relativa estabilização do desmatamento anual, entre 2009 e

2014, a área desmatada voltou a crescer em 2015 e 2016, e a um nível maior nas áreas

prioritárias que nas áreas não protegidas.

Figura 41: Tendência de desmatamento anual, entre 2007 e 2016, nas áreas prioritárias

comparada às tendências observadas em UC, TI e áreas não protegidas localizadas fora de

áreas prioritárias. Fonte: PRODES/INPE.

Todavia, em termos relativos, isto é, quando se considerou a proporção da área total

desmatada (Figura 41), o desmatamento em áreas prioritárias passou a ser sistematicamente

menor que em áreas não protegidas, mas continuou a apresentar taxas bem maiores que as

observadas em UC e TI.

55

Figura 42: Tendência de desmatamento relativo anual, entre 2007 e 2016, nas áreas

prioritárias comparada às tendências observadas em UC, TI e áreas não protegidas localizadas

fora de áreas prioritárias. Fonte: PRODES/INPE.

4.5 – Focos de calor

Assim como observado em relação ao desmatamento, a pressão por queimadas – em

quantidade total de focos de calor e na média de focos/hectare – também foi mais forte em

áreas de prioridade extremamente alta no período de 2007 a 2016 (Figura 42a). Essa

constatação evidencia não apenas uma correlação em geral observada entre esses dois tipos

de pressão antrópica, como também reforça o elevado grau de risco que levou essas áreas ao

topo da lista de prioridade de ação.

56

Figura 43: Tendência anual de incidência de focos de calor, entre 2007 e 2016, nas áreas

prioritárias segundo: a) importância biológica e b) grau de prioridade. Fonte: INPE.

Entre as categorias de importância biológica, as mais afetadas por focos de calor, em

quantidade total de focos, foram também as de maior importância (Figura 42b). No entanto,

quando a área ocupada por cada categoria de importância biológica foi tomada em conta, não

foi observada diferença significativa no número de focos de calor por hectare nas diferentes

categorias de importância biológica (Figura 43).

57

Figura 44: Comparação da incidência de focos de calor/hectare nas áreas prioritárias, de 2007

a 2016, segundo a importância biológica. Linhas horizontais no interior dos box plots indicam a

média, e os X, a mediana Fonte: INPE.

4.6 – Uso da terra em 2008 e 2014

Uma comparação do uso da terra entre 2008 e 2014 nas áreas prioritárias, levando em conta o

grau de prioridade, indicou uma tendência de aumento das áreas ocupadas por pasto e

agricultura anual, bem como crescimento da área urbana (Figura 44).

58

Figura 45: Ocorrência de: a) pasto, b) agricultura anual, c) mosaico de ocupação e d) urbana

em áreas prioritárias, entre 2008 e 2014, segundo o grau de prioridade. Os percentuais acima

das barras indicam a variação da área ocupada em 2014 relativamente a 2008. Fonte: TerraClass

2008 e 2014/INPE-Embrapa.

59

Figura 46: Mapa de uso da terra nas áreas prioritárias, segundo prioridade de ação, em: a)

2008 e b) 2014. Fonte: TerraClass 2008 e 2014/INPE-Embrapa.

60

A área ocupada pela categoria ‘mosaico de ocupações, que basicamente reflete atividades

diversas relacionadas à agricultura familiar, foi a única entre as analisadas que mostrou um

declínio.

Em termos de atividade exercida nas áreas prioritárias, a pecuária foi de longe a

predominante, ocupando quase 12% da área prioritária total em 2014. Agricultura anual e

agricultura familiar ocuparam menos de 1% das áreas prioritárias. A maior concentração de

áreas antropizadas foi observada nas porções situadas ao longo da linha de fronteira agrícola

comumente conhecida como arco do desmatamento e ao longo dos principais eixos

rodoviários e fluviais da região (Figura 45).

4.7 – Mineração

Embora a mineração ainda ocupe uma porção relativamente pequena das áreas prioritárias

(25,4 mil hectares ou menos de 0,02%, Figura 46), uma expansão importante dessa atividade

em 2014 relativamente a 2008 foi observada em áreas de alta e principalmente extremamente

alta prioridade, 92% e 114%, respectivamente (Figura 46). Além disso, mais de 14 milhões de

hectares de áreas prioritárias (9,5% da área total) são pleiteados para o desenvolvimento de

empreendimentos minerários, considerando somente as fases de autorização de pesquisa,

lava garimpeira, licenciamento e registro de extração (Figuras 46 e 47).

Figura 47: Área prioritária pleiteada por empreendimentos minerários, por importância

biológica e grau de prioridade. Fonte: DNPM.

61

Figura 48: Mapa de distribuição de empreendimentos minerários pleiteados em áreas

prioritárias, considerando: a) importância biológica e b) grau de prioridade.

62

No bioma Amazônia há um conjunto de programas, planos e fundos governamentais que

juntos vêm contribuindo, direta ou indiretamente, para o alcance das recomendações

estabelecidas pelas áreas prioritárias. Vários deles adotam a definição dos polígonos, alvos e

metas como critério de seleção de seus projetos.

Na maioria, já apresentam várias etapas concluídas, mas seguem captando novos recursos,

abrindo novas frentes de trabalho e dando continuidade aos investimentos em áreas que

necessitam de consolidação.

Programas e Planos

- O Programa Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA) é uma iniciativa de longo prazo do

governo brasileiro (2003 – 2039), sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente, para a

conservação de pelo menos 60 milhões de áreas prioritárias para a biodiversidade no bioma

Amazônia por meio da criação, consolidação e sustentabilidade financeira permanente de UC.

Os investimentos estão divididos em três fases: (i) a fase I, já concluída, de 2003 a 2010,

apoiou 46 UC, contribuindo para a proteção de 24 milhões de hectares e investimentos de R$

276 milhões de reais; (ii) a fase II, com investimentos de R$ 255 milhões de hectares, está

apoiando 95 UC, devendo chegar a mais de 52 milhões de hectares protegidos, e (iii) a fase III,

de 2014 a 2039, que deverá estabelecer um fundo de transição como mecanismo de

financiamento para assegurar a sustentabilidade das unidades, com previsão de investimentos

na ordem de R$ 477 milhões de reais, chegando a 105 UC beneficiadas e 60 milhões de

hectares protegidos, como área mínima. Os recursos para esta finalidade fazem parte de uma

mescla de doações internacionais e contrapartidas nacionais.

- Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal

(PPCDAM), composto por três eixos temáticos: (i) ordenamento fundiário e territorial, que

inclui o ZEE, a criação e consolidação de UC e o reconhecimento e homologação de TI; (ii)

monitoramento e controle ambiental, e (iii) fomento a atividades produtivas sustentáveis.

63

No período de 2004 a 2015, o PPCDAM executou cerca de R$ 1,2 bilhão de real, sendo deste

montante mais de R$ 430 milhões destinados ao ordenamento fundiário e territorial3. A quarta

fase do PPCDAM está prevista para durar até 2020. O acesso a estes recursos se dá por

intermédio do Fundo Amazônia. Na sua maioria são recursos internacionais de doação

atrelados a metas de redução do desmatamento.

- Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio), vinculado à Secretaria de Políticas e

Programas de Pesquisa e Desenvolvimento, do Ministério de Ciência e Tecnologia e Inovação

(MCTI). Tem por objetivo desenvolver uma estratégia de investimento em ciência, tecnologia e

inovação que integra e dissemina informações sobre a biodiversidade que são utilizadas para

diferentes finalidades.

O PPBio é de abrangência nacional e iniciou sua implementação nas regiões da Amazônia e do

Semiárido. Está integrado aos programas LBA e PDBFF. Por meio de suas diferentes linhas de

pesquisa, no período de 2009 a 2011, foi beneficiado pelo edital MCT/CNPQ 60/2009, no valor

de R$ 9.545.937,00, voltado para o fomento a redes de pesquisa que contribuam para a

identificação, caracterização, valorização e o uso sustentável da biodiversidade.

Já em 2012, por meio da Chamada Pública MCT/CNPq nº 35/2012 -PPBio/Geoma, que reuniu

ações de pesquisa referentes a dois programas relacionados com a conservação da

biodiversidade - PPBio e Geoma -, o programa foi ampliado com a aprovação das redes PPBio

em cinco regiões fitogeográficas na Amazônia Ocidental, além de um projeto da Rede Geoma.

Este edital investiu cerca de R$ 11.480.000,00 de reais, em três anos de execução.

- O Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera (LBA) é uma iniciativa de cooperação

nacional e internacional, gerenciada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e

coordenada pelo INPA. Mantém núcleos em Manaus (AM), Belém (PA), Santarém (PA), Rio

Branco (AC), Ji-Paraná (RO), Cuiabá (MT), Palmas (TO) e Brasília (DF). Em 2015, foram

mobilizados pelo programa cerca de R$72,6 milhões de reais4.

3 Fonte: Ministério do Meio Ambiente (MMA). Planos de ação para a prevenção e controle do desmatamento.

Disponível em: http://www.mma.gov.br/images/arquivo/80120/PPCDAm%20e%20PPCerrado%20-%20Encarte%20Principal%20-%20GPTI%20_%20p%20site.pdf. Acesso em: 31/07/2017

4 Fonte: Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA). LBA em números. Disponível em:

http://lba2.inpa.gov.br/index.php/o-lba-em-numeros.html. Acesso em: 31/07/2017.

64

- O Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF) é um projeto de cooperação

bilateral entre o INPA e o Smithsonian Institution dos Estados Unidos. Está baseado na teoria

da biogeografia de ilhas para o planejamento de unidades de conservação, onde se discute a

importância da manutenção de uma reserva florestal grande ou de várias pequenas de igual

tamanho para a manutenção de seus serviços ambientais (SLOSS). Não foi possível identificar o

conjunto de investimentos realizados.

- O Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira

(PROBioII) está incentivando projetos de uso sustentável no bioma. Para o período de 2015 a

2018 há investimentos previstos na ordem de R$17,6 milhões de reais5. Estes recursos são

geridos pelo FUNBio.

Fundos governamentais

- O Fundo Amazônia visa reduzir as emissões de gases do efeito estufa resultantes do

desmatamento e da degradação de florestas. Assim sendo, para além do componente do

ordenamento fundiário e territorial do PPCDAM, o Fundo também disponibiliza outras linhas

de financiamento em sua carteira que indiretamente contribuem para a implementação das

áreas prioritárias, devendo ser seu alcance monitorado. Deste grupo podem-se destacar: (i) em

2013, 18 projetos aprovados na "Chamada Pública de Projetos Produtivos Sustentáveis",

totalizando investimentos na ordem de R$ 86,6 milhões de reais; (ii) em 2015, 40 terras

indígenas beneficiadas no âmbito da “Chamada Pública para Apoio à Elaboração e

Implementação de Planos de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA)”, com aporte de R$ 78

milhões, e (iii) apoio ao cadastro ambiental rural (CAR), principalmente por meio do

fortalecimento institucional local, com investimentos de R$ 330 milhões, até 20166.

Até junho de 2016, a aplicação dos recursos do Fundo Amazônia se distribuiu entre os Estados

(42%), principalmente Amazonas, Acre e Pará com três projetos cada um, seguido pelo

Terceiro Setor (32%), e União (21%)7.

5 Fonte: FUNBio. Disponível em: http://www.funbio.org.br/wp-content/uploads/2017/05/Funbio-Relat%C3%B3rio-Anual-

2016.pdf. Acesso em: 31/07/2017.

6 Fonte: Fonte: Ministério do Meio Ambiente (MMA). Planos de ação para a prevenção e controle do desmatamento.

Disponível em: http://www.mma.gov.br/images/arquivo/80120/PPCDAm%20e%20PPCerrado%20-%20Encarte%20Principal%20-%20GPTI%20_%20p%20site.pdf. Acesso em: 31/07/2017.

7 Fonte: Fundo Amazônia. Disponível em:

http://www.fundoamazonia.gov.br/FundoAmazonia/fam/site_pt/Esquerdo/Projetos_Apoiados/Projetos_Estados. Acesso em: 31/07/2017.

65

Outros

- Compensação ambiental: As aplicações dos recursos da compensação ambiental estão

definidas no Decreto n0 4.340/2002, devendo ser direcionadas a Unidades de Conservação de

proteção integral ou de uso sustentável8, sendo possível inclusive desenvolver os estudos

necessários a criação de novas unidades e o desenvolvimento de pesquisas necessárias para o

manejo da UC e de sua área de amortecimento.

As áreas prioritárias, ainda, não são um critério na destinação desses recursos, entretanto,

esta é uma importante fonte de financiamento que deve ser considerada, pelos órgãos

ambientais, no planejamento da implementação das áreas prioritárias, tanto na criação de UC

como na sua consolidação.

Levantamento realizado, em 2015, mostra que 32% dos recursos da compensação ambiental

federal foram destinados a UC do bioma amazônico, alcançando mais de R$ 347 milhões de

reais9.

Já na esfera estadual, considerando os 09 estados amazônicos, foram identificadas destinações

no valor total de R$ 182.587.943,34, como demonstrado na Tabela 8.

Tabela 8: Valores destinados de compensação ambiental pelos Estados da Amazônia até 2015.

Estado Valor destinado até 2015 (R$)

Acre 395.745,36

Amapá 3.740.953,00

Amazonas 21.603.364,10

8 A lei 9.985/2000 estabelece a prioridade de aplicação dos recursos da Compensação Ambiental para as Unidades de

Conservação de Proteção Integral. De acordo com o Decreto 4340/02, Unidades de Conservação de Uso Sustentável, quando diretamente afetada pelo empreendimento, poderão receber recurso de compensação ambiental federal a serem aplicados nas seguintes finalidades: (i) elaboração do Plano de Manejo ou nas atividades de proteção da unidade; (ii) realização das pesquisas necessárias para o manejo da unidade, sendo vedada a aquisição de bens e equipamentos permanentes; (iii) implantação de programas de educação ambiental; e (iv) financiamento de estudos de viabilidade econômica para uso sustentável dos recursos naturais da unidade afetada.

9 Fonte: Compensação Ambiental. Um Retrato sobre o Cenário Brasileiro. TNC. Disponível em:

https://www.nature.org/media/brasil/compensacao-ambiental-retrato-cenario-brasileiro.pdf. Acesso em: 31/07/2017.

66

Maranhão 57.936.028,00

Mato Grosso 0,00

Pará 79.488.227,50

Rondônia 15.773.853,34

Roraima 0,00

Tocantins 3.649.772,04

Total 182.587.943,34

67

A Tabela 9 apresenta uma lista de documentos relacionados à priorização de áreas para a

conservação no bioma.

Tabela 9: Lista e descrição geral de documentos relacionados à priorização de áreas na Amazônia.

Referência Informações

Plano de Ação Nacional para

Conservação da Onça Pintada

Ano:2010

Ocorrência: Biomas Amazônia, Cerrado, Caatinga,

Mata Atlântica e Pantanal.

Responsável: CENAP

Táxon: Mamíferos

Objetivo: reduzir a vulnerabilidade da onça-pintada,

aumentando o conhecimento aplicado à sua

conservação, promovendo a proteção de seus

habitats e diminuindo a remoção de indivíduos na

natureza em cinco anos.

Plano de Ação Nacional para

Conservação dos Sirênios

Ano: 2010

Ocorrência: Biomas Amazônia e Marinho

Responsável: CMA

Táxon: Mamíferos

Objetivo: aumentar o conhecimento do status de

conservação do peixe-boi-amazônico (Trichechus

inunguis) e combater a retirada de espécimes da

natureza, e melhorar o status de conservação do

peixe-boi-marinho (Trichechus manatus), em um

prazo de cinco anos (2010- 2015). O PAN é composto

de seis metas e 33 ações para a espécie Trichechus

68

inunguis e seis metas e 93 ações para a espécie

Trichechus manatus.

Plano de Ação Nacional para

Conservação dos Lepidópteros

Ano: 2010

Ocorrência: Biomas Amazônia, Caatinga, Cerrado,

Mata Atlântica, Pampa e Pantanal.

Responsável: CBC

Táxon: Invertebrados terrestres

Objetivo: ampliar os mecanismos de conservação com

ênfase nas espécies ameaçadas.

Plano de Ação Nacional para

Conservação das Cactáceas

Ano: 2011

Ocorrência: Biomas Amazônia, Caatinga, Cerrado

Mata Atlântica, Pampa e Pantanal.

Responsável: CECAT

Táxon: Flora e cactáceas

Objetivo: promover a conservação efetiva e a redução

de risco de extinção de espécies de cactáceas no

Brasil. O Plano abrange 28 espécies ameaçadas de

extinção, bem como estabelece estratégias para

proteção de outras consideradas em risco. O Plano é

composto por três metas, com as suas respectivas

ações, cuja previsão de implementação está

estabelecida em um prazo de cinco anos, com

validade até dezembro de 2015.

Plano de Ação Nacional para

Conservação da Ariranha

Ano: 2010

Ocorrência: Biomas Amazônia, Caatinga, Cerrado

Mata Atlântica, Pampa e Pantanal

Responsável: CENAP

Táxon: Mamíferos

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Objetivo: identificar e conservar as populações

remanescentes de ariranha (Pteronura brasiliensis) e

lontra (Lontra longicaudis) em sua área de distribuição

atual e iniciar a recuperação da ariranha (P.

brasiliensis) em áreas estratégicas da sua distribuição

original. É composto por quatro objetivos específicos

e 33 ações cuja previsão de implementação tem

validade até 2020.

Plano de Ação Nacional para

Conservação do Sauim de Coleira

Ano: 2011

Ocorrência: Bioma Amazônia

Responsável: CPB

Táxon: Mamíferos

Objetivo: garantir pelo menos oito populações viáveis

de Saguinus bicolor, reduzindo sua taxa de declínio

populacional e assegurando áreas protegidas para a

espécies, em 5 anos. O PAN é composto por um

objetivo geral, com 7 (sete) metas.

Plano de Ação Nacional para

Conservação da Fauna do Xingu

Ano: 2011

Ocorrência: Bioma Amazônia

Responsável: CEPAM

Táxon: Aves, mamíferos, invertebrados aquáticos,

eixes.

Objetivo: assegurar a viabilidade populacional de

espécies ameaçadas e endêmicas da fauna da área de

abrangência do PAN no Baixo e Médio Xingu,

conservando habitats e promovendo o

desenvolvimento socioambiental.

Ele é composto por dez objetivos específicos, com

suas respectivas ações, cuja implementação está

prevista em um prazo de cinco anos.

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Plano de Ação Nacional para

Conservação do Cachorro Vinagre

Ano: 2012

Ocorrência: Biomas Amazônia, Cerrado, Mata

Atlântica, Pantanal

Responsável:

Táxon: Mamíferos

Objetivo: reduzir a vulnerabilidade das espécies

ampliando o conhecimento aplicado a sua

conservação e a proteção de habitats adequados,

diminuindo a remoção de indivíduos e melhorando o

estado sanitário das populações. O PAN é composto

por quatro objetivos específicos e 23 ações, cuja

previsão de implementação está estabelecida em um

prazo de cinco anos, com validade até junho de 2018.

Plano de Ação Nacional para

Conservação das Aves da Amazônia

Ano: 2012

Ocorrência: Bioma Amazônia

Responsável: CEMAVE

Táxon: Aves

Objetivo: reduzir a perda e degradação de hábitat e o

declínio populacional das aves alvo do plano até 2018.

Para tanto, é composto por três objetivos específicos

e 39 ações. Para efetivar essas ações, o plano sugere o

envolvimento de vários setores da sociedade, desde

as instituições do governo federal até as organizações

não governamentais (ONGs), passando pelos governos

estaduais e municipais e a iniciativa privada.

Plano de Ação Nacional para

Conservação de Pequenos Felinos

Ano: 2013

Ocorrência: Biomas Amazônia, Caatinga, Cerrado,

Mata Atlântica, Pampa, Pantanal

Responsável: CENAP

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Táxon: Mamíferos

Objetivo: reduzir a vulnerabilidade de pequenos

felinos nos diferentes biomas por meio da ampliação

do conhecimento aplicado à conservação, da proteção

de habitats, da minimização de conflitos com

atividades antrópicas e de ações políticas efetivas, em

cinco anos. É composto por sete objetivos específicos

e 43 ações, cuja previsão de implementação está

estabelecida em um prazo de cinco anos.

Plano de Ação Nacional para

Conservação dos Manguezais

Ano: 2015

Ocorrência: Biomas Amazônia, Mata Atlântica

Responsável: CNPT

Táxon: Aves, mamíferos, peixes e invertebrados

Objetivo: conservar os manguezais brasileiros,

reduzindo a degradação e protegendo as espécies

focais do PAN, mantendo suas áreas e usos

tradicionais, a partir da integração entre as diferentes

instâncias do poder público e da sociedade,

incorporando os saberes acadêmicos e tradicionais.

Ele é composto por onze (11) objetivos específicos,

com as suas respectivas ações.

Plano de Ação Nacional para

Conservação dos Quelônios

Ano: 2015

Ocorrência: Bioma Amazônia

Responsável: IBAMA

Táxon: Répteis

Objetivo: aperfeiçoar as estratégias de conservação

dos quelônios amazônicos, especialmente as espécies

alvo do PAN, e promover sua recuperação e uso

sustentável até 2020. As espécies alvo não estão na

lista nacional de espécies ameaçadas e têm grande

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parte das suas ações voltada para o seu uso

sustentável, mesmo que fora de unidades de

conservação. O PAN tem 9 objetivos específicos e 33

ações.

Plano de Ação para a Prevenção e

Controle do Desmatamento na

Amazônia Legal (PPCDAM),

Ano: 2004

Ocorrência: Amazônia

Objetivo: desenvolvimento de uma estratégia de

combate ao desmatamento na Amazônia. Está está

estruturado em três eixos temáticos que direcionam a

ação governamental: 1. Ordenamento Fundiário e

Territorial; 2. Monitoramento e Controle Ambiental; e

3. Fomento às Atividades Produtivas Sustentáveis

Áreas Prioritárias para Conservação

de Pithecídeos

Ano: 2010

Ocorrência: Amazônia e outros biomas

Objetivo: o planejamento de áreas para a conservação

depende fundamentalmente do mapeamento da

distribuição de espécie. O estudo traz a indicação de

novas áreas a serem protegidas visando à

representação adequada da espécie no Brasil.

Elaborado por: L. K. M. ALBERNAZ; L. M. VEIGA; J.S. E

SILVA-JR & L. R. F. COSTA. Projeto Geoma.

Zoneamento Econômico Ecológico

da Área Sul do Estado do Amapá –

Projeto de Gestão Ambiental

Integrada – PGAI - Atlas

Ano: 2007

Ocorrência: Estado do Amapá

Objetivo: Ordenamento territorial.

Zoneamento Econômico Ecológico

da Zona Oeste do Estado do Pará

Ano: 2009

Ocorrência: Estado do Pará

Objetivo: Ordenamento territorial

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Zoneamento Econômico Ecológico

da Zona Leste e da Calha Norte do

Estado do Pará

Ano: 2010

Ocorrência: Estado do Pará

Objetivo: Ordenamento territorial

Zoneamento Econômico Ecológico

do Estado do Acre – Fase II

Ano: 2008

Ocorrência: Estado do Acre

Objetivo: Ordenamento territorial. Está em fase de

revisão e atualização para incorporação de novos

dados. Também será utilizado na criação de uma nova

UC, Floresta Estadual do Afluente.

Zoneamento Econômico Ecológico

do Estado de Roraima

Ano: em elaboração

Ocorrência: Estado de Roraima

Objetivo: Ordenamento territorial. O primeiro ZEE

data de 2002 e foi reprovado pela CCZEE, por não

atender às exigências técnicas e legais.

Em 2015 a 2016 foi estabelecida cooperação técnica

entre o MMA, o Estado, a CPRM, a EMBRAPA e o

Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), para

garantir qualidade e transparência ao processo de

revisão. As atividades em andamento referem-se ao

diagnóstico do meio físico-biótico e socioeconômico.

Zoneamento Socioeconômico-

Ecológico do Estado de Rondônia -

ZEERO

Ano: em elaboração

Ocorrência: Estado de Rondônia

Objetivo: Ordenamento territorial. Busca promover

um balanço entre as potencialidades e limitações

ecológicas, econômicas e sociais pelo controle das

atividades antrópicas, atuais e futuras, por meio da

sugestão de medidas preventivas e corretivas que

possam ser implementadas e que assegurem a

qualidade ambiental.

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Zoneamento Econômico Ecológico

do Estado do Amazonas

Ano: em elaboração

Ocorrência: Estado do Amazonas

Objetivo: Ordenamento territorial. Detalhamento

para 62 municípios dividido em 9 subregiões.

Zoneamento Econômico Ecológico

do Estado do Tocantins

Ano: em elaboração

Ocorrência: Estado do Tocantins.

Objetivo: Ordenamento territorial. Iniciado em 2015 o

processo de elaboração do ZEE de todo por

intermédio do Projeto de Desenvolvimento Regional

Integrado e Sustentável do Tocantins (PDRIS),

financiado pelo Banco Mundial, cujo propósito é

apoiar um largo espectro de iniciativas estruturantes

para o Estado.

Zoneamento Econômico Ecológico

do Estado do Mato Grosso

Ano: em revisão

Ocorrência: Estado do Mato Grosso

Objetivo. Ordenamento territorial. Em revisão, para se

adequar aos critérios nacionais.

Zoneamento Econômico Ecológico

do Estado do Maranhão para o

Bioma Amazônia

Ano: em elaboração

Ocorrência: Estado do Maranhão

Objetivo. Ordenamento territorial. Desenvolvido em

parceria com a EMBRAPA.

Área prioritária para Sítio Ramsar

Ano: 2017

Ocorrência: Bioma Amazônia, estados de Amazonas,

Roraima e Rondônia.

Objetivo: Novos sítios Ramsar criados - Parque

Nacional do Viruá (Roraima), Parque Nacional de

Anavilhanas (Amazonas), Reserva Biológica Federal do

Guaporé (Rondônia)

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Áreas críticas para novas ações de

conservação no Tapajós

Ano: 2016

Ocorrência: Bacia do Tapajós – Bioma Amazônia

Objetivo: uma visão de conservação para a bacia do

Tapajós. Elaborado pela WWF-Brasil, analisa cenários

e indicadores de conservação com base em

informações hidrológicas, biológicas e de uso do solo,

utilizando parâmetros dos meios aquático e terrestre.

Áreas críticas para a manutenção

dos processos ecológicos no

Mosaico da Amazônia Meridional

Ano: 2014

Ocorrência: MAM – Bioma Amazônia

Objetivo: documento de planejamento do MAM

(Mosaico da Amazônia Meridional: vencendo limites

geográficos. WWF. 2014)

Espécies Ameaçadas de Extinção e

Áreas Críticas para a

Biodiversidade no Pará

Ano: 2009

Ocorrência: Estado do Pará

Objetivo: livro publicado pelo MPEG com base em

projeto desenvolvido por uma parceria entre MPEG,

CI e SEMA-Pará. Indicou as áreas prioritárias para

conservação tendo como alvos as espécies da lista de

ameaçadas de extinção no estado do Pará e do mapa

de vegetação..

Programa Áreas Importantes para

a Conservação das Aves - IBA

Ano: contínuo

Ocorrência: Acre e Amazonas

Objetivo: A maior IBA do mundo é Tabocais e está

localizada entre os estados do Acre e Amazonas. Tem

7,3 milhões de hectares e abriga uma espécie

ameaçada de extinção, a maracanã-de-cabeça-azul

(Primolius couloni).

76

A definição de áreas prioritárias no bioma Amazônia contribuiu para a criação de UC, o

fomento à pesquisa em conservação da biodiversidade e o incentivo ao ordenamento

territorial nos Estados da região.

Áreas prioritárias devem ser usadas como importante subsídio técnico no licenciamento

ambiental, no ordenamento territorial e na fiscalização.

É necessário o estabelecimento de um sistema de gestão ambiental compartilhada para a

implementação e acompanhamento das ações propostas.

A disseminação da informação resultante do processo precisa ser fortalecida. Muitas

ações que são realizadas não são associadas a resultados de recomendações das áreas

prioritárias.

Após a publicação dos resultados, são necessários estudos mais locais visando seu

refinamento. Entre as melhorias propostas para os estudos locais destacam-se: a)

aumento da resolução espacial, permitindo o uso dos resultados pelos diferentes atores,

quer seja na esfera federal, estadual ou municipal; b) refinamento da delimitação das

áreas,

Devem ser registradas e disseminadas as informações que levaram à delimitação das

áreas, bem como seus metadados; Destacam-se as seguintes melhorias propostas: a)

geração de um banco de dados aberto com distintos níveis de acesso, mas onde o usuário

possa entender o que representa cada área; b) disponibilização de produtos separados

por tema para facilitar o uso por parte dos usuários; c) construção de um canal de

comunicação efetivo entre gerentes e utilizadores da base de dados; d) criação de

documento norteador para o processo de uso dos mapas em escala local e indicação de

seus diferentes objetivos e recomendações apresentadas.

É fundamental que haja uma atualização mais frequente do mapa e base de dados

associada, dada a dinâmica de ocupação do solo, o grande número de projetos de

infraestrutura propostos para a região e o aumento da pressão demográfica associada a

77

esses projetos, bem como os intensos processos sociais e a evolução continuada do

conhecimento existente no território.

Representantes de setores produtivos, em especial agricultura, pecuária e grandes

empreendimentos (viários, elétricos, entre outros), assim como representantes locais,

devem ser incluídos no processo de divulgação dos resultados.

A divulgação dos resultados deve ser fortalecida a fim de que outros setores do governo

além da área de meio ambiente utilizem a ferramenta.

Para uma melhor avaliação dos reais impactos dos resultados é necessário que o processo

de monitoramento e avaliação aconteça regularmente, possibilitando uma associação

entre causa e efeito de resultados alcançados.

A participação de diferentes atores no processo de atualização das áreas prioritárias deve

ser estimulada utilizando-se de formatos que permitam ampliar o número de

participantes, tais como consultas online, teleconferências, entre outros.

Considerando a necessidade de se alcançar um maior número de representações na

Amazônia para o processo de avaliação, deve-se evitar o período de julho, que coincide

com o verão amazônico e período de férias, o que dificulta o acesso a possíveis

participantes no processo.

Para ampliar a participação de representações indígenas e tradicionais na etapa de

avaliação há a necessidade de adaptar o processo de consulta. Nas futuras revisões, uma

oficina inicial específica com as representações sobre o processo de avaliação, anterior à

integração dessas representações à discussão da avaliação conjunta com os demais

setores, pode ser mais efetiva.