reeditar os cadernos tecnicos de riais fotograficos e, · lim pr i a fonte de disseminavao de or h...

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local uma bandeja com determinada solu9ao salina saturada), em pouco tempo as fotos estarao outra vez lisas e planas. Por conterem uma camada de protefna - uma, gelatina; a outra, albumina - que, num ambiente seco, se contrai numa propor9ao que nao ea mesma da base de papel, ambas as fotos se enrolam. Numa situa9ao de alta UR as duas camadas absorvem a umidade da atmosfera, o que as descontrai e desenrola. Basta um rapido olhar pelo microsc6pio no corte transversal de uma foto para distinguir nitidamente a estrutura multilaminar caracterfstica das fotografias. Ha algumas exce90es no que toea a inconfundfvel estrutura multilaminar das fotografias. A Tabela 1 mostra os principais tipos de negativos, isto e, os registros originais de camara que representam fielmente a inten9ao do fot6grafo, ao contra rio dos positivos, que podem ser real9ados ou alterados. (Nos negativos, tanto a geometria da cena original quanta os tons estao invertidos. Por exemplo, um negativo do microfilme da pagina de um livro impressa mostra letras brancas sobre fundo preto.) A pr6pria fotografia mencionada em primeiro lugar na Tabela 1, 0 daguerre6tipo, feita por um dos mais antigos processos fotograticos, nao tem uma estrutura multilaminar identificavel. Tambem as mais antigas c6pias fotograticas em papel, chamadas c6pias em papel salgado, nao possuem elemento aglutinante definido. As partfculas de prata, que formam a imagem, permanecem em parte na superflcie do papel e sao em parte incorporadas as fibras de papel. Os papeis salgados constituem uma c1asse importante dos positivos fotograticos inclufdos no grupo dos papeis por revela9ao direta citados na Tabela 2. Os negativos relacionados na Tabela 1 obedecem a uma ordem cronol6gica aproximada. Seguramente, Tradu<;:ao de Rennee E. Levie Klaus B. Hendriks Doutor em Quimica pela University of Alberta em Edmonton, Alberta, Canada. Trabalhou para 0 National Archives of Canada por 18 anos antes de ingressar no Canadian Conservation Institute em 1993. Seus interesses incluiram 0 gerenciamento de servi<;:os tecnicos para arquivos e bibliotecas, assim como a preserva<;:ao de materiais. tanto em suporte de papel como em outros. Desenvolveu tecnicas especializadas em duplica<;:ao de negativos e reprodu<;:ao de fotografias, estudos sobre 0 mecanismo de deteriora<;:ao de imagem de prata e de metodos para restaura<;:ao de fotografias esmaecidas ou descoloridas. Participou do American National Standards Institute em subcomites relacionados a testes e guarda dos registros fotograticos contemporaneos. Proferiu conferencias sobre preserva<;:ao e restaura<;:ao de materiais de arquivos, sendo tambem consultor da UNESCO e de varias bibliotecas e arquivos em muitos paises. E autor do capitulo intitulado "The stability and preservation of recorded images" do Imaging Processes and Materials. Neblette, 8.' edic;:ao (1989), e autor titular do livro-texto Fundamentals of photograph conservation: a study guide (com B. Thurgood. J. Iraci, B. Lesser e G. Hill), publicado em 1992. z nagem e manuseio de riais fotograficos 1 r Os materiais fotograticos processados - na forma de negativos e positivos hist6ricos em preto e b,anco ou em cores, ou na forma de microfilmes ou pelfculas cinematograticas - destacam-se de todos os documentos em papel existentes em bibliotecas e arquivos por terem em sua estrutura duas camadas distintas: uma, de suporte; e outra, portadora de imagem. 0 suporte pode ser de papel, vidro ou filme plastico, no qual assenta a segunda camada. Esta e uma camada adesiva transparente (0 ligante) que contem em suspensao no seu interior a substancia formadora da imagem, substancia que em todos os registros fotograticos em preto e branco examinados nesta publica9ao consiste em minusculas partfculas de prata metalica. Nas fotografias do seculo XIX, esta segunda camada, cuja espessura e da ordem de grandeza de um centesimo de milfmetro (1/1 OOmm), era em grande parte composta de col6dio - nos negativos de vidro feitos pelo processo de col6dio umido -e de albumen (clara de ovo) - nos positivos em papel -, constituindo as resultantes c6pias em papel albuminado 0 mais importante material fotogratico do seculo passado. Nos ultimos cem anos foi a gelatina que passou a ser utilizada quase com exclusividade na composi9ao da camada portadora de imagem. A presen9a de duas camadas distintas caracteriza os materiais fotograticos e em larga medida determina suas propriedades. Isto pode ser demonstrado numa experiencia modelar. Se pusermos duas fotos, uma em papel de gelatina e prata, e outra em papel albuminado, num local de baixa umidade relativa (UR), veremos que ambas sofrerao um enrolamento mais ou menos compacto. Se elevarmos a UR (introduzindo no I t loga\;ao na fonte 11 0 de Documenta\;ao e Informa\;ao I IlleD de conserval;:ao fotogrMica, 4/ ) do C ntro de Conserval;:ao e IV (l lour' fica da Funarte]. 3. ed. rev. - Rio 111 IIll IIIl rt ,2004. 10 P lllllOlldo: Armazenagem e manuseio de materiais fOloqr fll.o / Klaus B. Hendriks ISBN 85 7507·056·8 1. FOlografia. 2. Conserval;:ao de fotografias. 3. Preservacao de fotografias. I. Funarte. Centro de Conservacao e Preservacao FotogrMica COO 771.46 Antonio Grassi Reeditar os Cadernos Tecnicos de Conserva98o Fotografica e, para a atual stao da Funarte, uma forma de dar pro eguimento a um projeto que se rn trou, desde a sua criavao, como lim pr i a fonte de disseminavao de or h ir 1 nto nesta area. Cadernos Tecnicos do CCPF Revisao de textos Ana Skinner Tereza Cardoso Edi<;:ao Eridan Leao Sandra Baruki Funarte Centro de Conserva\;ao e Fotogratica Rua Monte Alegre 255 Santa Teresa 22240-190 Rio de Janeiro RJ Brasil Tel. (021) 2507.7436/2279.8452 email: [email protected] Armazenagem e manusaio d m t r,," fotograficos Texto apresentado no VI Congr de Arquivologia, realizado no RIO cll J In Ir em 1986, sob 0 titulo de SIor89 nel " ndllll I of photographic materials. Agrd II' Sra. Genevieve Samson·Hendfik a autoriza<;ao para traduzir e publlcar artigo. Revisao tecnica Sandra Baruki Clara Mosciaro Jose Laurenio de M 10 Sergio Burgi Colabora<;:ao Elizabeth Carvalho Mac do Alexandra Z. Borge Coordenadora do C nlro <If Conservac;ao Pr IV If () Fotogrcifica Sandra Baruki Diretora do Centro d Prot r IIIl I Integrado /Edic;oc Miriam Brum Diretor do Centro da Art VI 1I I Francisco Chav Presidente da Funarte Antonio Grassi Ministro da Cultura Gilberto Gil Presidente da Republica Luiz Imlcio Lula da Silva

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local uma bandeja com determinada solu9ao salinasaturada), em pouco tempo as fotos estarao outra

vez lisas e planas. Por conterem uma camada deprotefna - uma, gelatina; a outra, albumina - que,num ambiente seco, se contrai numa propor9ao

que nao e a mesma da base de papel, ambas asfotos se enrolam. Numa situa9ao de alta UR asduas camadas absorvem a umidade da atmosfera,

o que as descontrai e desenrola. Basta um rapidoolhar pelo microsc6pio no corte transversal de

uma foto para distinguir nitidamente a estruturamultilaminar caracterfstica das fotografias.

Ha algumas exce90es no que toea ainconfundfvel estrutura multilaminar das fotografias.A Tabela 1 mostra os principais tipos de negativos,isto e, os registros originais de camara querepresentam fielmente a inten9ao do fot6grafo, ao

contrario dos positivos, que podem ser real9adosou alterados. (Nos negativos, tanto a geometria dacena original quanta os tons estao invertidos. Porexemplo, um negativo do microfilme da pagina de

um livro impressa mostra letras brancas sobrefundo preto.) A pr6pria fotografia mencionada emprimeiro lugar na Tabela 1, 0 daguerre6tipo, feitapor um dos mais antigos processos fotograticos,

nao tem uma estrutura multilaminar identificavel.Tambem as mais antigas c6pias fotograticas em

papel, chamadas c6pias em papel salgado, nao

possuem elemento aglutinante definido. Aspartfculas de prata, que formam a imagem,permanecem em parte na superflcie do papel e saoem parte incorporadas as fibras de papel. Os papeissalgados constituem uma c1asse importante dos

positivos fotograticos inclufdos no grupo dospapeis por revela9ao direta citados na Tabela 2.

Os negativos relacionados na Tabela 1 obedecema uma ordem cronol6gica aproximada. Seguramente,

Tradu<;:ao de Rennee E. Levie

Klaus B. HendriksDoutor em Quimica pela University of Alberta em Edmonton, Alberta, Canada. Trabalhou para 0 NationalArchives of Canada por 18 anos antes de ingressar no Canadian Conservation Institute em 1993. Seusinteresses incluiram 0 gerenciamento de servi<;:os tecnicos para arquivos e bibliotecas, assim como apreserva<;:ao de materiais. tanto em suporte de papel como em outros. Desenvolveu tecnicasespecializadas em duplica<;:ao de negativos e reprodu<;:ao de fotografias, estudos sobre 0 mecanismo dedeteriora<;:ao de imagem de prata e de metodos para restaura<;:ao de fotografias esmaecidas oudescoloridas. Participou do American National Standards Institute em subcomites relacionados a testes eguarda dos registros fotograticos contemporaneos. Proferiu conferencias sobre preserva<;:ao e restaura<;:aode materiais de arquivos, sendo tambem consultor da UNESCO e de varias bibliotecas e arquivos emmuitos paises. Eautor do capitulo intitulado "The stability and preservation of recorded images" doImaging Processes and Materials. Neblette, 8.' edic;:ao (1989), e autor titular do livro-texto Fundamentalsof photograph conservation: a study guide (com B. Thurgood. J. Iraci, B. Lesser e G. Hill), publicado em1992.

z nagem e manuseio de

riais fotograficos1

r

Os materiais fotograticos processados - na

forma de negativos e positivos hist6ricos em pretoe b,anco ou em cores, ou na forma de microfilmesou pelfculas cinematograticas - destacam-se de

todos os documentos em papel existentes embibliotecas e arquivos por terem em sua estruturaduas camadas distintas: uma, de suporte; e outra,portadora de imagem. 0 suporte pode ser de

papel, vidro ou filme plastico, no qual assenta asegunda camada. Esta e uma camada adesivatransparente (0 ligante) que contem em suspensaono seu interior a substancia formadora da imagem,

substancia que em todos os registros fotograticosem preto e branco examinados nesta publica9aoconsiste em minusculas partfculas de pratametalica.

Nas fotografias do seculo XIX, esta segunda

camada, cuja espessura e da ordem de grandezade um centesimo de milfmetro (1/1 OOmm), era emgrande parte composta de col6dio - nos negativosde vidro feitos pelo processo de col6dio umido - e

de albumen (clara de ovo) - nos positivos empapel -, constituindo as resultantes c6pias empapel albuminado 0 mais importante material

fotogratico do seculo passado. Nos ultimos cemanos foi a gelatina que passou a ser utilizadaquase com exclusividade na composi9ao dacamada portadora de imagem.

A presen9a de duas camadas distintascaracteriza os materiais fotograticos e em largamedida determina suas propriedades. Isto podeser demonstrado numa experiencia modelar. Sepusermos duas fotos, uma em papel de gelatina e

prata, e outra em papel albuminado, num local debaixa umidade relativa (UR), veremos que ambas

sofrerao um enrolamento mais ou menoscompacto. Se elevarmos a UR (introduzindo no

I

t loga\;ao na fonte11 ~ 0 de Documenta\;ao e Informa\;ao

I IlleD de conserval;:ao fotogrMica, 4/) do C ntro de Conserval;:ao e

IV (l lour' fica da Funarte]. 3. ed. rev. - Rio111 IIll IIIl rt ,2004.

10 P

lllllOlldo: Armazenagem e manuseio de materiaisfOloqr fll.o / Klaus B. Hendriks

ISBN 85 7507·056·8

1. FOlografia. 2. Conserval;:ao de fotografias. 3.Preservacao de fotografias. I. Funarte. Centro deConservacao e Preservacao FotogrMica

COO 771.46

Antonio Grassi

Reeditar os Cadernos Tecnicos deConserva98o Fotografica e, para a atual

stao da Funarte, uma forma de darpro eguimento a um projeto que sern trou, desde a sua criavao, comolim pr i a fonte de disseminavao deor h ir 1 nto nesta area.

Cadernos Tecnicos do CCPF

Revisao de textosAna SkinnerTereza Cardoso

Edi<;:aoEridan LeaoSandra Baruki

FunarteCentro de Conserva\;ao e Preserva~ao

Fotogratica

Rua Monte Alegre 255 Santa Teresa22240-190 Rio de Janeiro RJ BrasilTel. (021) 2507.7436/2279.8452email: [email protected]

Armazenagem e manusaio d m t r,,"fotograficos

Texto apresentado no VI Congrde Arquivologia, realizado no RIO cll J In Irem 1986, sob 0 titulo de SIor89 nel " ndllll Iof photographic materials. Agrd II'Sra. Genevieve Samson·Hendfik aautoriza<;ao para traduzir e publlcarartigo.

Revisao tecnicaSandra BarukiClara MosciaroJose Laurenio de M 10Sergio Burgi

Colabora<;:aoElizabeth Carvalho Mac doAlexandra Z. Borge

Coordenadora do C nlro <IfConservac;ao Pr IV If ()

FotogrcificaSandra Baruki

Diretora do Centro d Prot r IIIl I

Integrado /Edic;ocMiriam Brum

Diretor do Centro da Art VI 1I I

Francisco Chav

Presidente da FunarteAntonio Grassi

Ministro da CulturaGilberto Gil

Presidente da RepublicaLuiz Imlcio Lula da Silva

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Cadernos tecnicos de conserva<;:ao fotografica I led mos tecnicos de conserva<;:ao fotograrica

3

fungicidas ou a intercala9ao de papel tratadocom fungicida quando se poe mais de umnegative num unico inv6lucro.

As observa90es precedentes se restringem amateriais fotogratitos processados em branco epreto. As atuais fo~grafias em cores, a maioriaproduzidas pelo chamado processamentocromogenico - isto e, os corantes nelas presentessao sintetizados na fotografia durante 0

processamento -, sao os primeiros agentes de corconhecidos a esmaecer gradativamente no escuro.As expressoes esmaecimento no escuro eestabilidade de armazenagem no escuro tem origemna industria de material fotogratico e indicam que atemperatura de armazenagem determina a taxa deesmaecimento na ausencia de luz.

o fenomeno do esmaecimento no escuro dasfotografias coloridas precipitou 0 conceito dearmazenagem a baixa temperatura, originalmenteproposto para fotografias em cores ha cerca de vinteanos. A armazenagem a baixa temperatura, que e 0

oposto do envelhecimento acelerado, mostrou-secapaz de aumentar a estabilidade dos corantes nasfotografias processadas em cores em varias ordensde magnitude, sendo 0 exato grau adicional delongevidade determinado pelo nivel da temperatura.a

Nessas condi90es a umidade relativa deve serrigorosamente controlada. Atualmente muitasbibliotecas e arquivos possuem instala90es paraarmazenagem a baixa temperatura, e astemperaturas de armazenagem inferiores a DoC,ponto de congelamento da agua, sao parte dascondi90es recomendadas para a guarda a tongaprazo de registros fotograticos em cores.

A Tabela 3 resume os principais grupos defotografias em cores. Com exce9ao das fotografiasfeitas por processos de impressao por pigmenta9ao,todas contem corantes organicos cuja permanenciaaumenta muito quando mantidos no escuro a baixastemperaturas.

Nos ultimos dois anos publicaram-se doisimportantes relat6rios que reunem os dadosdisponfveis acerca dos diversos fatores que podemafetar a permanencia de documentos bibliograticos eacervos fotograticos. No primeiro, W. R. Wilson e C.J. Wessel descrevem de forma concisa 0 efeito dosfatores ambientais sobre a longevidade dosmateriais de arquivos e bibliotecas - registros empapel inclusive. 9

A Tabela 4 mostra, de maneira geral, os efeitos datemperatura, da umidade relativa, dos poluentesgasosos e da luz sobre a permanencia dedocumentos de arquivo.

A Tabela 5 faz recomenda90es especificas quantaa esses fatores.

o segundo estudo, publicado pelo National Bureau

ufmicos com temperatura ou com umidader lativa elevadas que apresenta a condi9ao maisnociva.

Evidencia empfrica desses fatores encontra-se nomaterial impressa ao lange da hist6ria da fotografia.Em 1892, J. S. Gladstone denunciou 0 que chamoude fugacidade das c6pias em brometo de potassio,feitas em papel comum de amplia9ao fotogratica. 3 0desaparecimento das imagens nas c6pias embrometo, observado pelo autor na India, foi atribuidoa "instiga9ao, pela umidade, de uma a9ao qufmicano material do papel, que converte a prata numcomposto que se difunde e desaparece no suporte".

Outro fot6grafo, N. C. Deck, abordou 0 efeito dosclimas tropicais, i.e., umidade relativapersistentemente alta, sobre a permanencia dasc6pias fotograticas. 4 Tendo como ponto dereferencia as IIhas Salomao, i.e., "um c1ima com 0calor e a umidade das ilhas do Pacifico Sui", ele veesses ambientes umidos como 6timo teste deavalia9ao da permanencia de c6pias fotograticas. 0"esmaecimento num amarelo doentio em apenas umano" das c6pias em brometo foi atribuido "ao enxofreou aos compostos de enxofre retidos na c6pia, quena presen9a de calor umido reagem sobre a imagemde prata".

Essas observa<;;oes empiricas feitas na atmosferaumida de Londres ou de alguma parte da India, oumesmo nas ilhas dos Mares do Sui, tambem podemser compiladas em laborat6rio, 0 que as torna entaomais precisas e objetivas. Submeter materiaisfotograticos em condi90es controladas de laborat6rioa temperaturas elevadas e alta umidade relativa e 0

que se chama de acelera9ao do envelhecimento.Durante muitas decadas a industria de material

fotogratico utilizou essas condi90es para avaliar aresistencia de seus produtos a ambientesdesfavoraveis. As primeiras publica90es a esserespeito ja tem cerca de sessenta anos. 5 Hoje,muitos detalhes das condi90es dos testes sao partedas especifica90es normais publicadas, permitindoassim que os usuarios fa9am suas pr6priasexperiencias. Sao exemplos disso variasrecomenda90es divulgadas pelo American NationalStandards Institute (ANSI).6 Pelo menos uma grandeindustria de material fotogratico manteve umaesta9ao de pesquisa num pais tropical para estudaro efeito de um ambiente de alta umidade relativasobre a durabilidade dos materiais fotograticos.

R. W. Henn e I. A. Olivares, da Eastman KodakCompany, identificaram a ocorrencia de crescimentode fungos em negativos fotograticos armazenadosem condi96es quentes e umidas (acima de 65%)como um dos perigos predominantes. 7 Elesrecomendaram 0 usa de inv61ucros especificos paraarquivamento, e 0 tratamento desses inv61ucros com

obr papel

Tabela 2

'" ,," '''''' <.Ido gallco; papeis por revela<;:ao direta,I I'" '''' "III r lll"ln, como. por exemplo. fotografias de

1111 11'1 1 m pletn hrnnco e outras.

1'1 III •• 1I111 III fl, IHll 1.I1,lfll,ldo tiossulfato deol!IO) , lid II "fl I (llli frlliel d hldrogenio

,1I1111!O .Il HllloI" (lHl]( lIlf to de hidrogenio)1'1ll!t"I11 I'll lV(l1 dl d('~ olora9ao e esmaecimentodl I Ilpld', I III pll 10 • branco sobre papel. Emtlllll "'l.lI, " I Ollli -0 constata que "ha tra90s111'1' I" (I I., ulfeto de hidrogenio) presentes 0It IllpO lodo n 1 tmosfera" e lamenta que "asI Ito JI III I n-o permane9am inalteradas sob a01 d) .ontinua da umidade e da atmosfera de

I until

Par utro lado, os membros da comissaoob rv ram e registraram que as fotos podem ficar'xp tas por algum tempo ao sulfeto de hidrogenio

0, sem sofrerem maiores altera90es. Assim,rn nos de vinte anos depois da inven9ao dafotografia, os dois principais agentes responsaveispela deteriora9ao das fotografias tinham sidecorretamente identificados: os reagentes quimicoscapazes de atuar em conjunto com as particulasnegras de prata elementar de uma fotografia paraformar imagens amareladas ou desbotadas, e aumidade na forma de umidade relativa, que catalisatais reac;;oes. Os negativos contemporaneos degelatina e prata bem processados e os positivossobre suporte de fibra sao essencialmente estaveisao calor e a luz. Ea combinac;;ao de reagentes

Nota: Nao estao incluidos os POSltlVO

Papeis por revela<;ao quimic

Principais grupos de positivo

Papeis por revela<;ao direta (P.O.P )

Tabela 1

Papeis preparados com metai----~=~

Papeis resinados (R.C.)

Materiais de gelatina e prata( i ) Chapas secas (sobre vidro)

( ii ) Filmes (sobre suportes pi ti

Negativos contendo corantes cromoq .flll 0 (1Ilold Xl'l ( A<Jfa Gevaert Vario-XL)--------------

Albumina-sobre-vidroChapas de vidro em col6dio umldo (lIlLllIlIHlo IIllllrollpos e ferr6tipos)

-_---.:...-------------

Negativos em papel

Negativos em papel encerado

Daguerre6tipos

Papeis preparados com pigm nt

Principais grupos de negativos fotognHicos em preto e branco

estabiliza<;:ao. fotografias por proces 0 rtf III II ,

os que contem gelatina e prata so r Il" I III 111111plastico sao os mais numeroso I blblioll.l.oI'arquivos. Depois deles e prov v I qlll 0 IH 10I1IVIl,em col6dio umido sobre vidro (pia <Is "lI 1111 101 ,)

de gelatina e prata sobre vidro (pl,J ilS l-iIH.oIS) ,( Idlll

os mais comuns.Quando se tenta determinar c

de armazenagem de matenal fotol I hcoprocessados e util examinar os f Ito do ltV! I Ilfatores ambientais sabre a perm n nel" d I

fotografias. Ha pouco descrevemos luna I pI III IH.ldque mostra como a UR age sabre algullhlpropriedades fisicas das c6pias fotogr fil cIS, 11.1

a9ao nao escapou as primeiras observ 0 I .itol

por fot6grafos e coleeionadores acerc daresistencia das fotografias as varias condl 0 S

ambientais. Em 1855 uma comissao nom ada pelaRoyal Photographic Society (RPS) de LondrInglaterra, com a finalidade de estudar a quest-o doesmaecimento das imagens fotograticas positlvassobre 0 papel, publicou suas conclusoes ap6sinvestigar os efeitos de certos agentes quimicos efatores ambientais sobre a estabilidade das c6piasfotograticas em papel. 2 Essa comissao apresentouprovas de que certas substancias quimicasagressivas, em especial "a presen9a de hipossulfitode s6dio" (produto quimico residual de

2

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5

Tabela 9

< 75tJg/m3

'NBSIR 83-2795

< 75tJg/m3

<40%

20- 50%

Umidade relativa

Utilize sua melhor tecnologia de controle

Utilize sua melhor tecnologia de controle

< 75tJg/m3

2 3

< 1tJg/m3 < 1tJg/m3 < 1tJg/m3

< 5tJg/m3 < 5tJg/m3 < 1tJg/m3

< 25tJ9/m3 < 25tJg/m3 < 25tJg/m3

< 4,5tJg/m3 < 4,5tJg/m3 < 4,5tJg/m3

1 2 3

sim nao nao

curta/longa curta/longa longa

18-24°C 10-13°C -29°C(65-75°F) (50°-55°F) (-20°F)

± 1"C ± 0,5"C ± 1"C

(± 2°A (± 1"A (± 2"A

4045% 35% 2%

"NBSIR 83-2795

Tabela 8

< 20° C (68° F)

15-25°C (59-77° F)

Temperatura de armazenagem recomendada

Total de partlculas suspensas

Vapores metalicos

De preferencia

TabeJa 6

Dura<;:ao de armazenagem

Partlculas finas

Controle de temperatura

HCIAcido acetico

HCHO

Tabela 7

NBSIR 83 2795

Criterios de qualidade do ar recomendados para a armazenagem permanente* (3)

Acesso publico

Categoria de condic;:ao de armazenagem

Umidade relativa

Pratica relativa a armazenagem de chapas fotograticas processadas*

NO x

Faixa de temperatura

Contaminantes gasosos:

Existem tres categorias de armazenagem:

Criterios de qualidade do ar recomendados para a armazenagem permanente * (1)

Temperatura e umidade relativa:

Criterios de qualidade do ar recomendados para a armazenagem permanente * (2)

Categorias das condic;:oes de armazenagem

Categoria 1: areas de armazenagem a que 0 publico tem acesso irrestrito.

Categoria 2: areas de armazenagem a que s6 pessoal autorizado tem acess~as onde sao frequentes a

retirada e reposi<;:ao de documentos.

Categoria 3: areas de armazenagem de acesso rigorosamente restrito e onde e pouco frequente aretirada e reposi<;:ao de documentos.

ICadernos tecnicos de conservat;:ao fotogratica

Tabela 4

son, Goma Bicromatada

posslvel porque:

d grada<;:ao do papel;

m cores

p. 10, pOIUllllte tmosfericos. A a<;:ao do di6xido, mas seus efeitos nao estao tao bem

Tabela 3

Cadernos tecnicos de conservat;:ao fotogratica I

arquivo com rela<;:ao a temperaturas e UR para as

tres categorias de armazenamento.

Finalmente a Tabela 8 contem recomenda<;:6es

sobre as condi<;:6es de armazenagem com rela<;:ao a

poluentes gasosos e partfculas s61idas em

u pensao.

mbora essas recomenda<;:6es sirvam para todos

t1pOS de acervos de bibliotecas e arquivos, 0 nfvel

1111111 II III 1 III I 1111 III tI)

A estabilidade dos materia is e afetada dv r .11111 lilt

de enxofre esta bem documentada. Outro polu III

documentados.

Deve-se manter a temperatura e a umidad rt I"IIV" 1,10 1011',1111111 " CI\ldlll( i ) a varia<;:ao de temperatura e a umldmJ rlldllvd 1111111 III 1111 I t IX I d

( ii ) uma mudan<;:a de temperatura alt ra 1'll11bl III II \1111111,1(11 IPI"IIVH.

A estabilidade de todos os materiais wn 11111 qlllllHlo I Illp. I 11111 I c11111111l11

Indicac;:ao acerca das condic;:oes ambi nt.,i I III Irqlllv

Processos de impressao por pigm

Processos de difusao e transferenci ell (,01 1111

a) Polacolor; Polacolor 2 - Polaroid SX 10

b) Kodak PR-1Oc) Fuji Instant Color Film

Processo de rebaixamento de cor

Processos de transferencia de coranl ''1

a) filme para cinema Technicolorb) processo de transferencia de COr,lI11 IS Kotl Ikc) processo de corantes Fuji

OW. K. Wilson e C. J. Wessel (1984)

Mantenha a temperatura no mais baixo nlvel pr tlcav I e a mais constante posslvel.

Mantenha a umidade relativa no mais baixo nfvel praticavel, e a mais constante posslvel. Exceto para a

armazenagem de pergaminhos.

A estabilidade de todos os materiais um Ill" qlllllHlo .1 IlIllld,lCh II 1"IIVd dlll1lnui.----------

A estabilidade dos materiais e afetada adv r illlll.Il' ' pOI.1 IlJI. 0 dana e uma fun<;:ao inversa do

comprimento da onda da luz.

Mantenha a umidade relativa abaixo de 70%, evitando assim 0 crescimento de fungos e microorganismos

Tabela 5

Indicac;:oes acerca das condic;:oes ambientais em arquivos e bibliotecas*

Evite luz cujo comprimento de onda seja inferior a 460nm.

Mantenha a polui<;:ao do ar no mais baixo nivel praticavel.

Processo cromogenicoa) princfpio Kodachrome (1935): pro urf.orl'i (It (0111111 (XI rn sb) princfpio Agfacolor (1936): precur r ,(II «()t 1111'1 " IIH,orpor-ldos e nao-difusores

c) princfpio Ektachrome (1940): pr ur Ott', til (Of IIllt' IIH orp r dos e protegidos-------------

Materiais contemporaneos:

of Standards (NBS) dos Estados Unidos, em

novembro de 1983,10 introduz 0 conceito das

diferentes categorias de armazenagem,

apresentadas na Tabela 6, que se caracterizam por

determinados criterios.

A Tabela 7 apresenta as recomenda<;:6es felt

pelos autores do estudo do NBS quanto as

condi<;:6es de armazenagem dos materials d

4

OW. K. Wilson e C. J. Wessel (1984) "ANSI PH 1.45-1981

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Tabela 10

7

suscetfveis de estrago pela agua. Uma vez quetenham side imersos em agua, nao devem ser nemcongelados nem secos ap6s 0 congelamento porsublima<;:ao. Outra exce<;:ao as recomenda<;:oesdadas acima sao os daguerre6tipos e osdiapositivos em cores pCtfft-1'}roje<;:ao, feitos pelosprocessos aditivos de cor em usa antes de 1935(como Lumiere Autochrome Transparency Plates,Agfacolor Plates etc.). Amostras dessasfotografias nao foram incluidas nas experiencias.

Pelo que foi dito ate aqui torna-se claro que asfotografias sao objetos delicados que necessitamde aten<;:ao e cuidado se pretendemos guarda-Iaspor lange tempo. a manuseio correto de materiaisfotograticos processados e, na maioria das vezes,uma questao de bom senso. Ja que negativos epositivos correm 0 risco de serem fisicamentedanificados por impressoes digitais ou arranhoes,os negativos sem protetores s6 devem sermanuseados com luvas de nylon ou de algodaosem fibras. Esta e a priltica geral nas grandescole<;:oes de fotografias. Para se alcan<;:ar 6timonivel de prote<;:ao e necessario que negativos epositivos sejam colocados primeiro em protetoresde poliester sem revestimento ou de triacetato decelulose (encontrados no comercio) e depois emenvelopes de papel, nos quais se anotam todos osdados necessarios. Podem ser vistos sem que sejaprecise retira-Ios do inv61ucro transparente.

a ideal e que as fotografias sejam manuseadasem ambiente limpo e livre de poeira. Bebida ecomida nao devem ser toleradas nas proximidades.As fotos nao devem ser largadas em qualquer lugare deixadas sem prote<;:ao. Negativos ou positivos degrande formate nao devem ser enrolados nemdobrados. Eprecise tomar cuidado para naodanificar os cantos e as margens de uma c6piafotogratica enquanto e examinada. Para evitar queisso aconte<;:a montam-se as c6pias antes de seremmanuseadas. 16 C6pias em papel nao devem sergrampeadas nem presas com c1ipes a outrosdocumentos. Anota<;:oes a tinta tendem a esmaecerquando as fotografias sao expostas einvariavelmente se borram ou se tornam ilegiveisquando acidentalmente se molham. Se fornecessario escrever alguma coisa no verso defotografias para identifica-Ias, use-se de preferenciaum lapis macio.

A estabilidade dos registros fotograticos edeterminada por tres fatores principais:

1. Propriedades intrinsecas do material do negativoou positive embutidas no produto pelo fabricante.Alguns materiais sao intrinsecamente mais estaveisdo que outros. as exemplos compreendem 0 atualfilme de seguran<;:a de triacetato de celulose ou depoliester, que contrasta com a base do filme de

papelao contendo lignina exalam per6xidos,compostos gasosos que podem ser consideradoscomo formas reativas de oxigenio e capazes deagredir quimicamente as particulas de pratapresentes no microfilme processado. As manchasde oxirredu<;:ao resultantes - pontosmicroscopicamente pequenos e circulares, de corvermelho-Iaranja - deram margem a estudosintensivos sobre a suscetibilidade da imagem emprata dos registros fotograticos aos agentes. 14 Emconsequencia desses estudos passou-se arecomendar que os rolos de microfilme processadosejam guardados em estojos de metal ou em caixasde polipropileno rigido (semelhantes as caixas emque se compra 0 material virgem nao-processado)fornecidas pelos fabricantes de material fotogratico.

Intimamente ligados ao problema das condi<;:oesideais de armazenagem de fotografias estao osprocedimentos recomendados no tratamento delasap6s uma inunda<;:ao ou um incendio seguido dosesfor<;:os feitos para apagar 0 fogo. Pianos decontingencia para lidar com desastres naturais saofrequentemente elaborados nos arquivos e nasbibliotecas mais importantes em beneflcio dos seusrespectivos acervos. Eles devem preyer tambemmedidas de prote<;:ao para as cole<;:oes defotografias.

Recentemente, Hendrix e Lesser publicaram osresultados de um ample estudo sobre a recupera<;:aode registros fotograticos encharcados de agua. 15 asautores descobriram que a solu<;:ao ideal notratamento de fotografias encharcadas de agua eseca-Ias ao ar livre sem congelamento previo.Entretanto, como a secagem ao ar livre de grandesquantidades de fotografias encharcadas nem sempree possivel, a maioria dos materiais fotograticos ­compreendendo todas as fotografiascontemporaneas de gelatina e prata e de gelatina ecorante - pode ser congelada depois de encharcada.a congelamento retarda consideravelmente qualquerdegrada<;:ao posterior e da tempo de prepara<;:ao dopr6ximo passe na opera<;:ao de salvamento. Se asitua<;:ao permite, as fotografias congeladas devemser descongeladas e secas ao ar livre. Uma terceiraop<;:ao e a secagem das fotografias ap6songelamento por sublima<;:ao numa camara de

v,kuo, 0 que as deixa praticamente inc6lumes. Nontanto, 0 congelamento seguido de

ct scongelamento e secagem a vacuo a 4°C, como eIt Ito com os livros, nao e recomendado em virtudeell derencia ou do bloqueamento das camadas deII I. tina.

Vale ressaltar a observa<;:ao de que os negativosIlf vldro feitos pelo processo de col6dio umido-1111 III ive os positivos em col6dio, conhecidos comoHI1hr6lipos e ferr6tipos - sao os materiais mais

ICadernos tecnicos de conservac;:ao fotogrMica

• ANSI PH 1.48-1982

30-50%Nunca> 60%

Umidade relativa

cor nt sobre base de poliester, ou de imagensformadas sem 0 concurso de prata, corante ou

9 I tina sobre qualquer dos suportesm n ion dos. as algarismos da Tabela 11t mb m confirmam nossa sugestao anterior no

n ido de que a UR de 30% (± 5%) constitui 0

nfv I m I benefico para todos os materiais.

a m t riais fotograticos, enquantorm n do ,estao em contato estreito com 0

inv61u r ou nvelope em que estao guardados.Um v l qu xperiencia mostrou que certos

ompon nt de envelopes - como 0 adesivompr 9 d n s juntas, ou a ma qualidade de

al un p p i podem provocar 0

im nto de negativos ou positivos, os

inv61u ro d arquivamento devem ser

colhido com cuidado.b 0 tftulo Requirements for photographic filing

n I ur for storing processed photographic films.lat nd rS,13 0 American National Standards

Institut publicou um guia uti! para a escolha demat ri I dequado. De acordo com esse documento,os m t riais utilizados na fabrica<;:ao de inv61ucrospar arquivamento devem estar isentos de acido eper6xidos e ser quimicamente estaveis; os adesivosusados nas juntas devem estar livres de enxofre,ferro e cobre; e as tintas de impressao nao devemmigrar, espalhar-se ou transferir-se. as envelopes depapel, em especial, precisam ter alto teor de alfa­celulose (minimo de 87%); estar isentos de fibrasmuito lignificadas (pasta mecanica); ter reservaalcalina de 2%; conter um minima de substanciasquimicas de encolagem; e estar isentos de ceras eplastificantes que possam transferir-se para 0

registro fotogratico durante a armazenagem. Essas

recomenda<;:oes sao acompanhadas deprocedimentos especfficos de testes que podem serusados para avaliar 0 material do envelope emfun<;:ao das especifica<;:oes. Tudo isso faz desse

trabalho um documento utiI.Um exemplo marcante dos efeitos prejudiciais d

certos recipientes empregados em armazenagemsobre os registros fotograticos foi descoberto hflcerca de vinte anos e largamente discutido naliteratura tecnica. Trata-se de um tipo especial ddeteriora<;:ao da imagem em prata que foi observ rill

em microfilmes processados. Velhas caixas d

Varia~6es diarias superiores a 4°C (7'Fl devem ser evitadas

Aceitavel: 15-25° C (59-77° F)Nunca > 30° C (86° F)

Temperatura de armazenagem

Cadernos tecnicos de conservac;:ao fotogrMica I

Pratica relativa it armazenagem de fotografias em preto e branco sobre papel*

regularmente baixo de UR, 30 a 35%, e digno denota. Ha apenas alguns anos uma UR de cerca de55% era um valor aceito. Nao resta mais, portanto,a menor duvida quanto a importancia preponderante

da influencia da UR sobre a durabilidade dos

documentos de arquivo.Ha tambem quatro recomenda<;:oes redigidas

especificamente com vistas ao armazenamento deacervos fotograticos. Foram publicadas peloAmerican National Standards Institute (ANSI).

A Tabela 9 resume as especifica<;:oes paraarmazenagem de chapas fotograticas em vidro, aopasse que a Tabela 10 mostra as recomenda<;:oes dANSI para a armazenagem de c6pias fotograticas

em papel."A temperatura de armazenagem para ambos os

tipos pode variar de 15°C a 25°C, mas jamais deve

ultrapassar 30°C. Todavia, e preferivel umatemperatura abaixo de 20°C. Flutua<;:oes diarias demais de 4°C devem ser evitadas. A umidade relativaaceitavel fica entre 20% e 50%, mas de preferenciaabaixo de 40%. A teoria atual - em consonanciacom as recomenda<;:oes publicadas no estudo do

NBS - indica que uma UR de 30% a 35% e acondi<;:ao mais favoravel, nao devendo nuncaexceder 60%. Deve-se evitar tambem uma UR

flutuante.Existem recomenda<;:oes detalhadas (resumidas na

Tabela 11) para filmes fotograticos de seguran<;:aprocessados, que incluem microfilmes, filmes de

cinema, chapas de filmes de raio X, filmes deaerofotogrametria, bem como negativos fotograticos

hist6ricos. 12 Esta norma em particular, ANSI PH1.43-1983, diferenda pela primeira vez aarmazenagem de curto prazo - ate dez anos - e a

armazenagem permanente em arquivo.Com rela<;:ao a este ultimo objetivo, a baixa

temperatura e defendida com certa timidez, uma vezque esta hoje bem demonstrado que as condi<;:oes

de armazenagem a baixa temperaturaindiscutivelmente fornecem prote<;:ao adicional. Asrecomenda<;:oes quanto a niveis de UR sao bemdetalhadas, de acordo com 0 tipo de produto. Umexame rigoroso revela que 0 nivel de UR variaconforme se trate de sistemas de imagens degelatina e prata ou corante sobre base de esterde celulose, de imagens de gelatina e prata ou

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Page 5: Reeditar os Cadernos Tecnicos de riais fotograficos e, · lim pr i a fonte de disseminavao de or h ir 1 nto nesta area. Cadernos Tecnicos do CCPF Revisao detextos ... Sra. Genevieve

10 Matheey, Roll II (, , I II JI

Samuel. Air Quality C"t 'II I IIlI I

Arc.hival Records N 1118 1'1'

Bureau of Standard ,1 Ii i

11 American National I lIul 1101 III III II

Storage of Processed Photo II ,plill I I I

1980, Nova York; Idem, P, I til IIlI l!(I[JICii[jg

Wb.i~O.QLaPhic Paper I'IIl1tNova York.

12 American National Standard 111 ,111111 "I

QLPrQcesseiLEbo!o.graphlC Film AN 11'111York.

13 A .mencan National Standard III Iillil 1ft t'"' III lit I

fuQ1Qgraphic Filing EnclQsure for Stolllll 1'111 I

El1Q1QgraPllic-Films Plates and Papr ,AN',II" I I I

Nova York.

14 Henn, R. W. e Wiest, D. G. "Micro Lllflll III II "'

processed microfilm: their nature and PII'VII1III1I1",

f'botQ9raQb.ic.Science and Engineerin 9 (1 b'l), flP " , 11Mc Campy, C. S. Inspec1ioll-Qf Processed f I1UIl»1 I I

Record Filmsf~ishes. Nation I 1111 111111

Standards Handbook 96 Washington 196 A M (. " 't,« IIIIPV I

Wiley, J. R. e Speckman, J. "A survey of bl 1Il1',lu 1111

processed microfilm". JQurnal of Research of 111 N 111011 .,

Bureau Qf Standards 73A, n.° 1 (1969), pp. 79

15 Hendriks, Klaus B. e Lesser, Brian. "DlsaslfH

preparedness and recovery: photographic mat ""I ", I h

American Archivist 46, n.O 1 (1983), pp. 52-68.

16 Smith, M. A.Maniog~rks of Art 111'''11 I,Washington, D. C., Library of Congress, 1981 .

17 Adelstein, P. Z. e Rhoads, J. B. "Archival and

permanent". JQurnal Qf MicfQQrnQ/Jics 9, n.o 4 (1976), p. 1 4.

papel ou pergaminho de usa corrente, ou em examepara usa em bibliotecas e arquivos.

ICadernos tecnicos de conserva<;:ao fotogratica

Notas

1 0 presente texto foi apresentado no VI Congresso

Brasileiro de Arquivologia, realizado no Rio de Janeiro em

1986, sob 0 titulo de "Storage and Handling of

Photographic Materials". Agradecemos a Sra. Genevieve

Samson-Hendriks a autorizac;:ao para traduzir e publicareste artigo.

2 Delamotte, Philip H. et al. "First report of the Committee

appointed to take into consideration the question of the fading

of positive photographic pictures upon paper". The Journal of

the Photographic Society n." 36 (21 nov. 1955), pp. 251-252.

3 Gladstone, J. S. "Fugacity of bromide prints". TneJkitishJournal of Photograph", (29 jul. 1892), p. 484.

4 Deck, N. C. "The permanence of photographic prints astested by tropical climates". The BritishJoumaLQiP~LXX, n.o 3.284 (1923), pp. 222-223.

5 Kieser, K. "Warmetest lichtempfindlicher Materialien [The

heat test on light - sensitive materials]". Die PhQtQgraP.his.che

Industrie (1926), pp. 303-304; Emmerman, C. "Die

BrutschrankprOfung lichtempfindlicher Materialien [The

incubator test on light - sensitive materialsl".Dle

Eboto.graphischeJruiustrie (1926), pp. 384-386.

6 American National Standard Institute. SQe.cificatiQns for

Safety PhQtQgrap/)icfilm, ANSI PH1.25-1983, Nova York;

Idem, SpecificatiQns for Ph010graphic Filfl'li.QrBr..c1llilal

RecQrds Silver:.G.e1a1in Type, on CellulQse Ester Base, ANSIPH 1.28-1 984, Nova York; Idem, SpecificatiQn for Ebo!o.gra.Qbic

Film fQr Archival Records, Silver-Gelatin Type. Qn PQliester

Base, PH 1.:1-1984, Nova York; Idem, MethQd for Evaluating

the Processln9-O-i81ack-and-white PhQtQgraphic Papers with

Respect to the Stability of !.he. Resultant Image. ANSI PH 1.32­1980, Nova York.

7 Hern, R. W. e Olivares, I. A. "Tropical storage of

processed negatives". PhQtographic Science and Engineering4, n.o 4 (1960), pp. 229-233.

8 Tuite, R. J. "Image stability in color photography". Jo.urnaloLApphed PhQtQgraDhic£ngineering 5, n. 1I 4 (1979), pp. 200­

207; Bard, Charleton C. et al. "Predicting long-term dark

storage dye stability characteristics of color photographic

products from short-term tests". JQurnal Qf Applied

PhQtQgraphic Engineering 6, n.° 2 (1980), pp. 42-45.

9 Wilson, William K. e Wessel, Carl J. "Guidelines for

environmental conditions in archives and libraries". Technical

Report, Review Qf Existing Literature, with Draft Standard from

National Archives of Records Service to the National Institute

for Conservation (1.° fev. 1984). Os apendices 3, 4,5 e 6 sao

os seguintes documentos: 3) Wessel, Carl J. "Environmental

factors affecting the permanence of library materials", Ib.eLibrary Quarterly 40, n.o 1 (1970), pp. 39-84; 4) Wessel, Carl

J "Deterioration of library materials", EncyclQPedia Qf Library

clence 7, pp. 69-120, Nova York, Marcel Dekker, 1972; 5)

Wilson, William K. e Parker E. J. "An analysis of the aging of

p"per: pOSSible reations and their effects on mesurable

ploperties", Restaurator 3 (1979), pp. 37-61; 6) Feller, Robert

I "Con~r6Ie des effets deteriorants de la lumiere sur les objets

01 ITlusee (Control of the deteriorating effects of light uponIIHI'.PlIm objects)", Museum.XVIl (1964), pp. 57-98.

Faixa recomendada

de umidade relativa

<00010

Umidade relativa

Umidade relativa

Para filmes com suporte

em poliester: nao < 30%

Tipo de suporte

armazenagem

condl90es, isto e, assegurar que 0

processamento dos materiais fotograticos e sua

armazenagem cumpram as especifica90esestipuladas.

A proposito da fabrica9aO de filmes e papeisfotograticos contemporaneos, verifica-se que os

materiais em cores sao intrinsecamente menosestaveis do que os registros em preto e branco. De

certo modo, isso pode ser contrabalan9adoreduzindo-se ao mfnimo a exposi9aO dessesmateriais a luz e armazenando-os em baixa

temperatura. Por outro lado, os modernos suportes

de filmes em preto e branco usados na fabrica9aO dmicrofilme, filme de cinema, filme deaerofotogrametria e negativos fotograticos saoproduzidos conforme especifica90es tao rfgidas e

tem sido testados de maneira tao minuciosa quealcan9aram merecidamente 0 reconhecimento ofi 1.11

como materiais de registro permanente. 17 Alemdisso, continuam a ser os unicos documentos n-J()

fixados em papel a ter esse status em bibliotecll I

arquivos. Sao legfveis pelos seres humanos, e It!

permanencia num dado conjunto de condi90ebem demonstrada.

Tal permanencia e nitidamente superiorqualquer outro material de registro nao con

> 21 11 C (700 F) 6tima - varia de acordo

com 0 tipo de produto

Micr film

gelatin prtlt tria tato de celulose 15-40%

gelatina prHla poli ster 30-40%

Em er

gelatin pr t trl C tato de celulose 15-50%

gelatina prata p II t r 30-50%

Cor trl c tato de celulose 15-30%

Cor poli ster 25-30%

Diazo trlacetato de celulose

poll ster 15-30%

Vesicular poliester 15-30%

• ANSI PH 1.43-1 983

De pref r

Emuls 0

Se posslvel, nao > 240 C (75 0 C)

Temperatura de armazenagem

Temperatur m xima

nao sup rlor 32' C (900 F)

Armazenagem permanente

Para filmes em cores:

de preferencia 2l1C (35I1F)

Armazenagem de curto prazo

Armazenagem a baixa temperatura

pode fornecer protec;:ao adicional

De preferencia < 21 0 C (700 F)------------------

Tabela 11

Prfltica relativa a armazenagem de filmes fotograticos de seguranc;:a processados*

Cadernos tecnicos de conserva<;:ao fotogratica I

nitrato de celulose existente no passado; e ospositivos em preto e branco e base de fibra, que sao

mais estaveis quando em exposi9aO do que ospositivos em cores.

2.0 processamento de materiais fotograticos.(Ja fizemos breve alusao ao efeito nocivo de

certos produtos qufmicos residuais doprocessamento. Os detalhes ultrapassam oslimites desta publica9aO). Isso impoe ao usuario

uma nova responsabilidade, que e propria dosregistros fotograticos e inexiste em rela9aO a

qualquer outro material presente nas bibliotecas.Quer 0 processamento do filme ou da copia sejafeito na institui9aO, quer seja contratado comuma firma de fora, e necessario estabelecer

controles regulares para garantir que 0

processamento atenda a padroes bemespecificados (ver nota 6).

3. As subsequentes condi90es de armazenagem emanuseio dos materiais fotograticos, tema desta

publica9aO. Elas tambem sao de responsabilidadedo possuidor.

Os tres fatores tem peso igual, e portanto

merecem igual considera9aO e aten9aO. Cabe aoscuradores e usuarios das cole90es fotograticas debibliotecas e arquivos prestar aten9aO a duas destas

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