reduzir É omitir, educar É agir! · 2015-08-24 · contra a redução da maioridade penal...
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REDUZIR É OMITIR, EDUCAR É AGIR!
Contra a Redução da Maioridade Penal
MANIFESTO DE DEFESA
A ORGANIZAÇÃO Aldeias Infantis SOS Brasil, presente em 12 estados brasileiros e Distrito Federal, integrante da SOS Kinderdorf International, presente em 134 países, atende diretamente crianças, adolescentes e jovens que perderam ou estão em risco de perder o cuidado parental, com ações de fortalecimento de vínculos familiares e comunitários e de defesa de direitos. Vimos, por meio deste manifesto, defender nossa posição contrária à redução da maioridade penal:
DEFENDEMOS a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Convenção dos Direitos da Criança da ONU, a Constituição Brasileira, o Estatuto da Criança e do Adolescente e as Políticas Públicas previstas no SINASE (Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo) como instrumentos necessários para a efetivação dos direitos e deveres dos meninos e meninas que infringiram a lei;
DEFENDEMOS o respeito aos tratados internacionais e nacionais de direitos humanos acima de qualquer manobra política e financeira que interfira no interesse superior de crianças e adolescentes;
DEFENDEMOS que o melhor ambiente para o desenvolvimento de crianças e adolescentes é aquele que propicia cuidado de qualidade, baseado no carinho, afeto e atenção;
DEFENDEMOS metodologias educativas a partir do princípio do processo de respeito pela singularidade e potencialidade de cada pessoa na perspectiva de sua autonomia;
DEFENDEMOS a força transformadora dos educadores como agentes que promovem uma educação libertária para seus educandos;
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DEFENDEMOS ações que priorizem o fortalecimento das redes familiares e comunitárias e que respondam ao interesse superior de cada criança e adolescente;
DEFENDEMOS o direito de ser escutado e de receber suporte de defesa para todos aqueles que são convocados a responder diante da justiça;
DEFENDEMOS a ampla divulgação de dados e informações sobre crianças e adolescentes para toda a população, que muitas vezes desconhece as leis, políticas e investimentos existentes e necessários neste campo;
DEFENDEMOS a utilização das mídias privadas e públicas como meios para o desenvolvimento educativo, informativo e cultural da população, e não para apelos de violência, de sensacionalismo e de consumismo;
DEFENDEMOS que o problema social da violência não se resume à falta de políticas e orçamentos públicos e sim à inoperância da implementação de todos os marcos e estratégias políticas e legais já existentes em âmbito nacional;
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DEFENDEMOS a intersetorialidade das políticas públicas para crianças e adolescentes com base no Plano Decenal;
DEFENDEMOS a ampliação de serviços e ações de educação, cultura e formação para produções laborais;
DEFENDEMOS o combate ao preconceito com crianças, adolescentes e suas famílias (negras, pobres e de periferias urbanas e rurais), que são as principais vítimas da violação de direitos.
DEFENDEMOS a implantação do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos como estratégia para a construção de um novo paradigma social baseado prioritariamente no direito à vida;
DEFENDEMOS o fortalecimento das Organizações, Movimentos, Projetos Sociais e Coletivos, que são o contraponto de respostas não institucionalizadas e judicialescas frente à vida de crianças e adolescentes, e que nestes últimos anos são criminalizados e enfraquecidos politica e financeiramente;
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DEFENDEMOS a implementação efetiva do SINASE (Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo), que nestes últimos anos não tem sido prioridade de planejamento e muito menos execução nos Estados;
DEFENDEMOS a punição severa dos gestores públicos que não garantem a implementação das políticas voltadas aos direitos humanos de crianças e adolescentes;
DEFENDEMOS a construção de uma nova política de segurança pública, que tenha como foco a prevenção e a utilização de ações inteligentes, humanizadoras e amigáveis com a população;
DEFENDEMOS a efetivação de políticas públicas de enfrentamento ao tráfico de drogas em todos os seus âmbitos;
DEFENDEMOS as campanhas de desarmamento que possibilitam um paradigma baseado na não-violência;
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DEFENDEMOS a desmilitarização das estruturas e ações policiais;
DEFENDEMOS a implementação de outras modalidades presentes no Estatuto da Criança e do Adolescente que possam oferecer medidas socioeducativas para adolescentes;
DEFENDEMOS a abertura de CPIs para o acompanhamento e investigação das unidades de atendimento socioeducativas em todo o país;
DEFENDEMOS a carta magna, que preconiza em seu art. 227 que “é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.
DEFENDEMOS a publicação de pesquisas permanentes sobre a situação de torturas e mortes de adolescentes em unidades de atendimento socioeducativas;
Por estes e outros motivos não apoiamos qualquer tipo de proposta que interfira nos marcos constitucionais presentes em nosso país, com relação aos Direitos de Crianças e Adolescentes. Somos Contra a Redução da Maioridade Penal! REDUZIR É OMITIR, EDUCAR É AGIR!
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