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Jornal mensal da Associação dos Magistrados Catarinenses - Ano II, nº11 - Março/2007 Redução da maioridade gera polêmica Redução da maioridade gera polêmica Redução da maioridade gera polêmica Redução da maioridade gera polêmica Redução da maioridade gera polêmica Supremo edita súmulas vinculantes Supremo edita súmulas vinculantes Supremo edita súmulas vinculantes Supremo edita súmulas vinculantes Supremo edita súmulas vinculantes Entrevista Entrevista Entrevista Entrevista Entrevista Dia da Mulher Dia da Mulher Dia da Mulher Dia da Mulher Dia da Mulher Esmesc Esmesc Esmesc Esmesc Esmesc Reforma política Reforma política Reforma política Reforma política Reforma política A morte do menino João Hélio Fernandes, de seis anos, ocorrida no dia 7 de fevereiro, no Rio de Ja- neiro, reacendeu as discussões sobre a redução da maioridade penal no Brasil. Em Santa Catarina, a maioria dos juízes se manifestou contra a redução da maioridade penal. Uma das principais indaga- ções levantadas pelos magistrados é: onde abrigar os adolescentes infratores? Os que são contrários à redução alegam que, se houver uma migração dos jovens para o sistema carcerário, haverá um colap- so ainda maior do que o já existente. Atualmente faltam cerca de 140 mil vagas no sistema penitenci- ário nacional, sendo este problema existente tam- bém nas instituições sócio-educativas. A discussão sobre uma possível alteração na Constituição Federal deve se prolongar. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado adiou a votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que reduz de 18 para 16 anos a maioridade penal no país, que deveria ter ocorrido no dia 28 de feve- reiro. Na ocasião, foi aprovada a criação de uma comis- são destinada a estudar uma solução abrangente para a questão da segurança pública. O grupo de trabalho terá prazo de 45 dias para apresentar o resultado dos estudos, que deve consolidar propos- tas que já tramitam no Senado relacionadas à área de segurança. Adolescentes que cometem crimes antes de completar 18 anos são julgados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, segundo qual, a privação de liberdade pode ser de no máximo três anos e expira quando completados 21 anos Criada oficialmente com a Reforma do Judiciário em 2004, regulada pela Lei 11.417/06 – sancionada em dezembro de 2006 pelo pre- sidente Lula e entrando em vigor a partir do dia 20 de março –, a súmula vinculan- te finalmente está prestes a sair do campo das discus- sões e entrar para o univer- so prático da Justiça brasi- leira. Oito enunciados já es- tão prontos, e são grandes as chances destes oito temas serem aprovados como sú- mulas pelo Supremo Tribu- nal Federal (STF) e passarem a reger milhares de proces- sos pelo país. Há quem aprove a medi- da, argumentando que o nú- mero de processos em anda- mento no Judiciário brasilei- ro pode ser reduzido em até 40%. Outros contestam, apontando poucos efeitos práticos pelo fato das súmu- las tratarem apenas de questões constitucionais, e criticando a falta de liberda- de imposta aos juízes de ins- tâncias inferiores. Um dos primeiros enunciados edita- dos apimentou a discussão, ao abordar tema controverso na sociedade: a progressão de regime para condenados por crimes hediondos. A morte do garoto João Hélio, no Rio de Janeiro, envolveu o Congres- so na questão e agora não há certeza de como o assunto vai acabar. Adriano Zanotto assume a Pro- curadoria-Geral do Estado com o objetivo de dar continuação aos tra- balhos feitos anteriormente e con- tribuir para o desenvolvimento do projeto de descentralização do go- verno estadual. Além disso, o ex- presidente da OAB/SC almeja ela- borar um planejamento estratégi- co, para os próximos quatro anos, que propicie um atendimento ade- quado da PGE aos cidadãos catari- nenses. Em um ano com diversas ativi- dades e eventos programados, a expectativa na Escola Superior da Magistratura de Santa Catarina (Esmesc) é pela chegada do Módu- lo III do curso de preparação à ma- gistratura. A Escola aguarda a so- lução de entraves tecno-burocráti- cos para instalar o novo módulo, que será o primeiro curso de resi- dência judicial do país. Expectati- va é instalá-lo ainda neste primei- ro semestre. Apesar de bastante divulgada, a reforma política ainda é um tema desconhecido por grande parte da população brasileira. Por essa razão, a AMB lançou, no fi- nal de fevereiro, a campanha "Re- forma Política: conhecendo você pode ser o juiz dessa questão". No lançamento oficial, em Brasília, foi apresentada a cartilha da campa- nha que irá abordar, de forma simples, os principais pontos da reforma. Oito enunciados já estão prontos e têm boas chances de passarem a reger milhares de processos no Brasil Págs. 6 e 7 Págs. 8 e 9 Pág. 4 Pág. 10 Pág. 11 Pág. 13 Foto: Junhiti Nagazawa/STF Foto: Fabrício Severino O Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, marca uma história de lutas por igualdade de direitos e tratamento a homens e mulheres. O preconceito e a legisla- ção neste sentido têm sido ampla- mente transformados nos últimos 60 anos graças a pioneiras como a de- sembargadora aposentada Thereza Tang, primeira magistrada do Bra- sil, que teve de enfrentar a desconfi- ança masculina em relação a sua capacidade profissional.

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Page 1: Redução da maioridade gera polêmica · Redução da maioridade gera polêmica Supremo edita súmulas vinculantes Entrevista Dia da Mulher Esmesc Reforma política A morte do menino

Jornal mensal da Associação dos Magistrados Catarinenses - Ano II, nº11 - Março/2007

Redução da maioridade gera polêmicaRedução da maioridade gera polêmicaRedução da maioridade gera polêmicaRedução da maioridade gera polêmicaRedução da maioridade gera polêmica

Supremo edita súmulas vinculantesSupremo edita súmulas vinculantesSupremo edita súmulas vinculantesSupremo edita súmulas vinculantesSupremo edita súmulas vinculantes

EntrevistaEntrevistaEntrevistaEntrevistaEntrevista Dia da MulherDia da MulherDia da MulherDia da MulherDia da Mulher EsmescEsmescEsmescEsmescEsmesc Reforma políticaReforma políticaReforma políticaReforma políticaReforma política

A morte do menino João Hélio Fernandes, de seisanos, ocorrida no dia 7 de fevereiro, no Rio de Ja-neiro, reacendeu as discussões sobre a redução damaioridade penal no Brasil. Em Santa Catarina, amaioria dos juízes se manifestou contra a reduçãoda maioridade penal. Uma das principais indaga-ções levantadas pelos magistrados é: onde abrigaros adolescentes infratores? Os que são contrários àredução alegam que, se houver uma migração dosjovens para o sistema carcerário, haverá um colap-so ainda maior do que o já existente. Atualmentefaltam cerca de 140 mil vagas no sistema penitenci-ário nacional, sendo este problema existente tam-bém nas instituições sócio-educativas.

A discussão sobre uma possível alteração naConstituição Federal deve se prolongar. A Comissãode Constituição e Justiça (CCJ) do Senado adiou avotação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC)que reduz de 18 para 16 anos a maioridade penalno país, que deveria ter ocorrido no dia 28 de feve-reiro.

Na ocasião, foi aprovada a criação de uma comis-são destinada a estudar uma solução abrangentepara a questão da segurança pública. O grupo detrabalho terá prazo de 45 dias para apresentar oresultado dos estudos, que deve consolidar propos-tas que já tramitam no Senado relacionadas à áreade segurança. Adolescentes que cometem crimes antes de completar 18 anos são julgados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente,

segundo qual, a privação de liberdade pode ser de no máximo três anos e expira quando completados 21 anos

Criada oficialmente com aReforma do Judiciário em2004, regulada pela Lei11.417/06 – sancionada emdezembro de 2006 pelo pre-sidente Lula e entrando emvigor a partir do dia 20 demarço –, a súmula vinculan-te finalmente está prestes asair do campo das discus-sões e entrar para o univer-so prático da Justiça brasi-leira. Oito enunciados já es-tão prontos, e são grandes aschances destes oito temas

serem aprovados como sú-mulas pelo Supremo Tribu-nal Federal (STF) e passarema reger milhares de proces-sos pelo país.

Há quem aprove a medi-da, argumentando que o nú-mero de processos em anda-mento no Judiciário brasilei-ro pode ser reduzido em até40%. Outros contestam,apontando poucos efeitospráticos pelo fato das súmu-las tratarem apenas dequestões constitucionais, e

criticando a falta de liberda-de imposta aos juízes de ins-tâncias inferiores. Um dosprimeiros enunciados edita-dos apimentou a discussão,ao abordar tema controversona sociedade: a progressão deregime para condenados porcrimes hediondos. A morte dogaroto João Hélio, no Rio deJaneiro, envolveu o Congres-so na questão e agora não hácerteza de como o assunto vaiacabar.

Adriano Zanotto assume a Pro-curadoria-Geral do Estado com oobjetivo de dar continuação aos tra-balhos feitos anteriormente e con-tribuir para o desenvolvimento doprojeto de descentralização do go-verno estadual. Além disso, o ex-presidente da OAB/SC almeja ela-borar um planejamento estratégi-co, para os próximos quatro anos,que propicie um atendimento ade-quado da PGE aos cidadãos catari-nenses.

Em um ano com diversas ativi-dades e eventos programados, aexpectativa na Escola Superior daMagistratura de Santa Catarina(Esmesc) é pela chegada do Módu-lo III do curso de preparação à ma-gistratura. A Escola aguarda a so-lução de entraves tecno-burocráti-cos para instalar o novo módulo,que será o primeiro curso de resi-dência judicial do país. Expectati-va é instalá-lo ainda neste primei-ro semestre.

Apesar de bastante divulgada,a reforma política ainda é umtema desconhecido por grandeparte da população brasileira. Poressa razão, a AMB lançou, no fi-nal de fevereiro, a campanha "Re-forma Política: conhecendo vocêpode ser o juiz dessa questão". Nolançamento oficial, em Brasília, foiapresentada a cartilha da campa-nha que irá abordar, de formasimples, os principais pontos dareforma.

Oito enunciados já estão prontos e têm boas chances depassarem a reger milhares de processos no Brasil

Págs. 6 e 7

Págs. 8 e 9

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O Dia Internacional da Mulher,comemorado em 8 de março, marcauma história de lutas por igualdadede direitos e tratamento a homens emulheres. O preconceito e a legisla-ção neste sentido têm sido ampla-mente transformados nos últimos 60anos graças a pioneiras como a de-sembargadora aposentada TherezaTang, primeira magistrada do Bra-sil, que teve de enfrentar a desconfi-ança masculina em relação a suacapacidade profissional.

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O JUDICIÁRIO Março de 2007Março de 2007Março de 2007Março de 2007Março de 200722222

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Jornal “O Judiciário”Publicação mensal da Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC)Ano II, nº 11 - Março/2007Tiragem: 3 mil exemplares/ Impressão: Gráfica Araucária

Jornalista responsável: Fabrício Severino/ SC01061-JPTextos: Fabrício Severino, Bruno Zamora, Luiza L. CarreirãoColaboração: assessorias de imprensa do TJ/SC, MP, JF, OAB/SC, STFe AMBProjeto gráfico e diagramação: Luiza Lehmkuhl CarreirãoCoordenação editorial: Carlos Alberto Silveira Lenzi

Diretoria Executiva:

Juiz José Agenor de Aragão/ PresidenteDes. Solon d’Eça Neves/ 1o Vice-PresidenteJuiz Paulo Marcos de Farias/ 2o Vice-PresidenteJuiz Luís Francisco Delpizzo Miranda/ Secretário-GeralJuiz Sérgio Luiz Junkes/ 1o SecretárioJuiz Marcelo Volpato de Souza/ 2o SecretárioJuiz Dinart Francisco Machado/ TesoureiroJuiz Laudenir Fernando Petroncini/ 1o Tesoureiro

Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC) - Rua dos Bambus, 116/ Itacorubi, Florianópolis/SC. CEP: 88034-570 - (48) 3231 3006 - Site: www.amc.org.br - Contato: [email protected]

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MemóriaMemóriaMemóriaMemóriaMemória

A súmula vinculante,concebida na Carta da Re-pública de 1988, foi regula-mentada pela Lei 11.417/06e entrará em vigor no próxi-mo dia 20 de março. Súmu-la é a síntese, o enunciado

de um entendimento jurispruden-cial obtido de reiteradas decisões,no mesmo sentido, de determina-da matéria jurídica. O artigo 2° dareferida lei de 19 de dezembro de2006, diz que o Supremo TribunalFederal (STF) poderá, de ofício oupor provocação, após reiteradasdecisões sobre matéria constituci-onal, editar súmula que, a partirde sua publicação na imprensa ofi-cial, terá efeito vinculante em rela-

ção aos demais órgãos do PoderJudiciário e à administração públi-ca direta ou indireta nas esferasfederal, estadual e municipal, po-dendo, inclusive, proceder a suarevisão ou cancelamento.

É do conhecimento, principal-mente, dos operadores do Direito,de que, com a outorga da denomi-nada “Constituição Cidadã” e a cri-ação de novos direitos, os fóruns etribunais de todo país foram inun-dados por demandas judiciais e,pelo inconformismo das decisões,recorre-se com intensidade cadavez maior, procrastinando os pro-cedimentos, tornando o Poder Ju-diciário lento e desacreditado.

As súmulas não vinculantes já

existem no Direito brasileiro e sãoemitidas pelos tribunais estaduais,federais e STJ. Servem de parâme-tros de julgamento e instrumenta-lizam decisões monocráticas de tri-bunais, antecipando tutelas.

Nas súmulas vinculantes a se-rem emitidas pelo STF, inicialmen-te, deverão constar matérias con-sideradas repetitivas em nível cons-titucional, sobre direito previden-ciário, fiscal e administrativo, en-volvendo demandas da União, es-tados e municípios. Para a aprova-ção das súmulas será necessária aconvalidação de pelo menos oitodos 11 ministros do STF.

No seio da magistratura e daadvocacia existem reações contra

a edição das súmulas vínculantesentendendo alguns que as decisõesdos juizes do primeiro e segundosgraus ficaram engessadas tirando-lhes a liberdade e a criatividade dejulgar.

Em caso de descumprimento dematéria sumulada, caberá reclama-ção ao Supremo contra o recalci-trante. Recentemente, foi igualmen-te aprovado outro mecanismo agi-lizador nos julgamentos do STF.Trata-se da “argüição de repercus-são geral”, a grande estratégia pro-cedimental de autoria do saudosoministro do STJ, Victor ManoelLeal, denominada “argüição de re-levância”, que abordaremos poste-riormente.

“Desembargador Lenzi, cumpri-mento-o mais uma vez pelo brilhantis-mo de sua coluna, sempre com infor-mações precisas e atraentes ao públi-co jurídico. Desejo, ainda, estender-lheminhas congratulações pela relevantemenção à merecida homenagem feitaao querido desembargador Nicanor,prematuramente desaparecido. A re-portagem expressou, com nitidez, asvárias manifestações de carinho queafloraram sob diversas formas, porocasião da primeira sessão de Tribu-nal Pleno ocorrida após o desenlacedo colega, e o mais importante: o textopublicado com tanta sensibilidade porVossa Excelência materializou-se tam-bém com uma bela homenagem, rati-ficando e conferindo maior belezaàquelas que a precederam.”* Desembargadora Salete SilvaSommariva

“Tenho interesse em receber ‘O Ju-diciário’ para acompanhar matérias so-bre o projeto Agente da Paz e outras deinteresse do cidadão.”* Alvaci R. P. Niehues, professora

“A morte do menino João Hélio, no Riode Janeiro, nos faz refletir: será que nãoestá na hora de revermos a situação dosnossos jovens? Até quando vamos con-tinuar com essa hipocrisia, de achar queos menores de 18 anos não podem pa-gar pelos seus crimes? Eles têm que serpunidos, sim. Não podemos tratar essesbandidos como coitadinhos. Eles não sãocoitadinhos. E essa história de dizer que“falta oportunidade aos jovens para teruma vida melhor” não cola, pois tem umaporção de adolescentes oriundos de fa-mílias que não enveredaram para o ca-minho do crime. Alguma coisa precisa serfeita e com urgência!”* Maiquel Garcia, auxiliaradministrativo

“Reduzir a maioridade penal não vairesolver o problema da criminalidadeem nosso país. O que o Brasil precisa,isso sim, é investir em educação. Te-mos que criar oportunidades para osnossos jovens, para que eles possamestudar, produzir, enfim, ocupar a ca-beça com coisas boas. A lógica é essa:quanto menos escolas, mais presídiose vice-versa. Países desenvolvidos in-vestem, no mínimo, 8% do PIB em edu-cação. E o Brasil? Bem, por aqui, nãochegamos a 2%...”* Cristina da Silva, contadora

"Parabéns pela matéria que fala so-bre a polêmica envolvendo a questãoda tarifa única da telefonia de SC. Con-tudo, gostaria de deixar uma sugestãoàs entidades de proteção ao consumi-dor: esclarecer melhor à população so-bre a questão da troca do plano de pul-so para minutos tão comentados pelasempresas de telefonia. Afinal, a quemeste novo serviço irá beneficiar?"* Eduardo Estefano Ignatowicz,universitário

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Os desembargadores (falecidos) Ary Pereira Oliveira, Belisário Ramos da Costa,Euclydes Cerqueira Cintra e Osmundo Wanderley da Nóbrega, em agosto de 1969,

participando da cerimônia de instalação da "Biblioteca Dr. Maurício D'Avila", então juiztitular da Comarca de Balneário Camboriú

“ Certos serviços públicos, como os de cerimonial, quanto menos apa-recerem, melhor. Não criarão problemas. A discrição e comando monitora-do é a melhor prática”

* Do professor Nelson Luiz Teixeira Nunes, chefe do cerimonial dos governos CelsoRamos,Ivo Silveira e Colombo Machado Salles

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O JUDICIÁRIOMarço de 2007Março de 2007Março de 2007Março de 2007Março de 200733333

OpiniãoOpiniãoOpiniãoOpiniãoOpinião

ário, dos quais destaco “Cotas paramulheres, negros e deficientes noJudiciário” e “Ainda a sugestão de co-tas para mulheres, negros e deficien-tes no Judiciário”.

De lá para cá, felizmente, algunsprogressos se verificaram, pela forçanatural do progresso, apenas no queconcerne às mulheres. Por exemplo,no último concurso para ingresso namagistratura mineira, dos 40 apro-vados, 17 são do sexo feminino. Por-tanto, 42,5% dos aprovados. Não con-segui saber se há, no número dessesaprovados, algum negro e algum de-ficiente. É mais provável que não.

Não se está dizendo que os exami-nadores tenham eliminado candida-tos negros e candidatos deficientes. Alisura dos examinadores está acimade qualquer suspeita. O problema é,verdadeiramente, social. Os diploma-dos em Direito de qualquer uma des-sas duas condições normalmente se-quer chegam a se inscrever nos con-cursos, por não se sentirem à altura.

Fala-se no mérito para ingresso namagistratura. Lembre o prezado lei-tor de juízes provenientes de famíliasdestacadas na magistratura... Nãoque tenham sido aprovados por cau-sa disso, mas simplesmente tiveramoportunidade de se instruir em exce-lentes escolas, isso sem contar a cons-tante influência benéfica da família.

Lembro ao leitor meu próprio casocomo filho de juiz, o que me possibili-tou um meio intelectual muito favo-rável enquanto meu pai viveu. Paramim foram 16 proveitosos anos deconvivência, apesar das excruciantesdificuldades financeiras que eu, mi-nha mãe e meus irmãos passamos a

viver posteriormente.As mulheres têm conseguido ven-

cer muitas barreiras, com esforço ededicação. Mas, sem desmerecerseus sacrifícios, não se pode negarque as que vencem as barreiras queo machismo lhes impõe tiveram ummeio favorável em toda a sua trajetó-ria ou, pelo menos, em algum mo-mento importante.

Quanto aos negros, as limitaçõessão muito maiores, pois, geralmen-te, não se lhes facultam momentosfavoráveis e, muito menos, um meiofavorável. Os impedimentos atrope-lam-nos desde o nascimento, comosinal do preconceito claro ou disfar-

çado que os segue.Qual a solução para transformar-

se a promessa constitucional deigualdade em realidade? Somente ascotas. E os deficientes? Independen-te da cor, são destinados a funçõessubalternas, mais como dádivas ca-ritativas do que como tratamentoigualitário devido a cidadãos do país.

Por essas e outras é que devemosrefletir sobre o que pretende ser a nos-sa atuação na sociedade: meros apli-cadores de leis ou agentes transfor-madores?

* Juiz Luiz Guilherme Marques, Juiz* Juiz Luiz Guilherme Marques, Juiz* Juiz Luiz Guilherme Marques, Juiz* Juiz Luiz Guilherme Marques, Juiz* Juiz Luiz Guilherme Marques, Juizde Fora/MGde Fora/MGde Fora/MGde Fora/MGde Fora/MG

Mulheres, negros e deficientes no JudiciárioMulheres, negros e deficientes no JudiciárioMulheres, negros e deficientes no JudiciárioMulheres, negros e deficientes no JudiciárioMulheres, negros e deficientes no Judiciário

Escrevi, há alguns meses, al-guns artigos sobre mulheres,negros e deficientes no Judici-

o papel serviram ao homem letrado,em tempos diferentes, para registrarsuas memórias. A carta de Pero Vazde Caminha, em 1500, comunicandoo descobrimento, marca a presença,pela primeira vez, do papel no Brasil.A fabricação do produto, entretanto,só aconteceu em novembro de 1809,no Rio de Janeiro. Em 1848 aparece,na Bahia, a primeira fábrica que uti-liza a fibra da bananeira como maté-ria prima do papel.

O uso do papel nos tempos atuaisé tão abundante que passa a repre-

sentar danos ao meio ambiente, faceà necessidade da destruição de árvo-res para sua fabricação; sabe-se quecada tonelada de papel implica na de-molição de quinze árvores, além dautilização de 100 mil litros de água.

A era do computador ainda nãodesestabilizou o reinado do papel,nem diminuiu seu consumo, mas, aorevés, aumentou, apesar da jovialida-de da máquina pensante que come-çou a ocupar espaço em nosso meiona década de noventa.

O sistema judicial inicia nova fase,com a substituição do papel pela pe-tição eletrônica, pela comunicação on-line e pela informatização do proces-

* Desembargador Antonio Pessoa* Desembargador Antonio Pessoa* Desembargador Antonio Pessoa* Desembargador Antonio Pessoa* Desembargador Antonio PessoaCardoso, TJ/BACardoso, TJ/BACardoso, TJ/BACardoso, TJ/BACardoso, TJ/BA

O papel e a lei 11.419O papel e a lei 11.419O papel e a lei 11.419O papel e a lei 11.419O papel e a lei 11.419so; contribui com o meio ambiente,retira o cordão, o carbono e os clipesdos cartórios; imprime celeridade eeficiência aos serviços.

O Projeto de Lei n. 5.282/01, deautoria da Associação dos Juizes Fe-derais, percorreu longo caminho atétornar-se a Lei 11.419, de 19 de de-zembro de 2006. Recebeu no Senadosugestões importantes, a exemplo doDiário da Justiça eletrônico ou da ci-tação e intimação encampada pelanorma. A Lei 9.800/99, que previa autilização de sistemas de transmis-são de dados para a prática de atosprocessuais, além de outras altera-ções ao CPC, deu início, ainda quetimidamente, à informatização do Ju-diciário.

A Lei 11.419/06, que entra em vi-gor em março, permite ao Judiciáriochegar ao século XXI com nova rou-pagem, ao conferir legalidade à Jus-tiça sem papel, substituindo os au-tos do processo, compostos por umacatedral de papel, pelos autos eletrô-nicos, formados por um kit de infor-mações arquivadas em CD, disco, etc.

A lei é um tanto evasiva quandonão impõe um sistema eletrônicoúnico em todo o território nacional epara todas as justiças - federal, esta-duais, trabalhista e militar. Deixa aopção para cada tribunal, possibili-tando desta forma eventual manuten-ção dos autos originais, art. 8º, ouincompatibilidades de sistemas. Asexperiências vitoriosas da Justiçasem papel, desenvolvidas em váriosestados, constituem alívio para osdescrentes da nova realidade. O es-paço já não pertence ao papel, por-que o computador chegou.

dida Provisória nº 130, que insti-tuiu o “Programa Pró-Emprego”,cujo objetivo é promover o incre-mento da geração de emprego e ren-da no território catarinense pormeio de tratamento tributário dife-renciado às empresas situadas noEstado, ou que nele venham a ins-talar-se.

Basicamente, o “Pró-Emprego”consiste na concessão, pela Secre-taria da Fazenda, de regimes espe-ciais para apuração e recolhimentodo ICMS das empresas interessa-das no programa.

De acordo com a MP 130/06, otratamento tributário diferenciadopoderá se dar com:

a) o diferimento para a etapa se-guinte de circulação à da entrada

no estabelecimento importador, doICMS devido por ocasião do desem-baraço aduaneiro, na importaçãorealizada por intermédio de portos,aeroportos ou pontos de fronteiraalfandegados situados em SC dasmercadorias de que trata o art. 8ºda MP;

b) o diferimento do ICMS relati-vo à saída das merca-dorias elencadas noart. 9º da MP, de es-tabelecimento locali-zado no Estado, parautilização em proces-so de industrializaçãoem território catarinense, por em-presas exportadoras. Prevê o mes-mo artigo, ainda, que o benefíciopoderá ser estendido ao ICMS in-cidente sobre a prestação de servi-ços de transporte de mercadorias,quando iniciado no Estado;

c) o diferimento do ICMS relati-vo aos materiais e bens adquiridosde estabelecimento localizado emSanta Catarina, para a construçãode empreendimento que se enqua-dre nas regras do programa;

d) o diferimento do ICMS para aetapa seguinte de circulação, rela-tiva às saídas internas de merca-

dorias destinadas acentros de distribui-ção que atendam osestados das regiõesSul e Sudeste (art. 12);

e) a redução doICMS incidente sobre

energia elétrica consumida, tratan-do-se de instalação, modernizaçãoou ampliação de terminal portuá-rio (art. 14);

f) o diferimento na aquisição debens e materiais destinados à inte-gração do ativo permanente, do

imposto, tratando-se de projetos deimplantação e expansão de empre-endimentos geradores de energiaelétrica e linhas de transmissão(art. 15).

Por fim, o enquadramento dasempresas no programa fica condi-cionado ao compromisso de contri-buição financeira para o FundoPró-Emprego, equivalente a 2,5%do valor mensal da exoneração tri-butária decorrente, durante a vi-gência do tratamento tributário di-ferenciado, sendo que a interrup-ção da contribuição financeira parao Fundo acarretará a suspensão dotratamento tributário diferenciado,podendo o mesmo ser restabeleci-do a partir do momento em quehouver a regularização da contri-buição.

No último dia 21 de novembro,o governador do Estado deSanta Catarina editou a Me-

* Marcos Spada Aliberti , advogado* Marcos Spada Aliberti , advogado* Marcos Spada Aliberti , advogado* Marcos Spada Aliberti , advogado* Marcos Spada Aliberti , advogado

Programa Pró-EmpregoPrograma Pró-EmpregoPrograma Pró-EmpregoPrograma Pró-EmpregoPrograma Pró-Emprego

O objetivo é promover O objetivo é promover O objetivo é promover O objetivo é promover O objetivo é promovera geração de empregoa geração de empregoa geração de empregoa geração de empregoa geração de empregoatravés de tratamentoatravés de tratamentoatravés de tratamentoatravés de tratamentoatravés de tratamentotributário diferenciadotributário diferenciadotributário diferenciadotributário diferenciadotributário diferenciado

“Qual a solução“Qual a solução“Qual a solução“Qual a solução“Qual a soluçãopara transformar-para transformar-para transformar-para transformar-para transformar-

se a promessase a promessase a promessase a promessase a promessaconstitucional deconstitucional deconstitucional deconstitucional deconstitucional de

igualdade emigualdade emigualdade emigualdade emigualdade emrealidade?realidade?realidade?realidade?realidade?

Somente as cotas”Somente as cotas”Somente as cotas”Somente as cotas”Somente as cotas”

A s placas de argila, os ossos,os metais, as pedras, as pe-les, o papiro, o pergaminho e

“O uso do papel“O uso do papel“O uso do papel“O uso do papel“O uso do papelnos tempos atuaisnos tempos atuaisnos tempos atuaisnos tempos atuaisnos tempos atuaisé tão abundanteé tão abundanteé tão abundanteé tão abundanteé tão abundante

que passa aque passa aque passa aque passa aque passa arepresentarrepresentarrepresentarrepresentarrepresentar

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O JudiciárioO JudiciárioO JudiciárioO JudiciárioO Judiciário - Quais são as suas prio- - Quais são as suas prio- - Quais são as suas prio- - Quais são as suas prio- - Quais são as suas prio-ridades à frente da Procuradoria-Ge-ridades à frente da Procuradoria-Ge-ridades à frente da Procuradoria-Ge-ridades à frente da Procuradoria-Ge-ridades à frente da Procuradoria-Ge-ral do Estado (PGE)?ral do Estado (PGE)?ral do Estado (PGE)?ral do Estado (PGE)?ral do Estado (PGE)?

Adriano Zanotto -Adriano Zanotto -Adriano Zanotto -Adriano Zanotto -Adriano Zanotto - Levar adiante o efi-ciente trabalho realizadopelos meus antecesso-res. Buscaremos dar agi-lidade a todos os proce-dimentos internos para,com isto, otimizarmos to-das as discussões quesão objeto de análise naPGE.

OJ –OJ –OJ –OJ –OJ – Essa é a sua primeira experiên- Essa é a sua primeira experiên- Essa é a sua primeira experiên- Essa é a sua primeira experiên- Essa é a sua primeira experiên-cia como chefe de um órgão público.cia como chefe de um órgão público.cia como chefe de um órgão público.cia como chefe de um órgão público.cia como chefe de um órgão público.Quais os principais desafios?Quais os principais desafios?Quais os principais desafios?Quais os principais desafios?Quais os principais desafios?

AZ -AZ -AZ -AZ -AZ - O principal desafio é fazer comque a PGE contribua com o aperfeiço-amento do processo de descentraliza-ção propagado pelo governador LuizHenrique da Silveira. A PGE já possuisuas regionais, que contribuem paraagilizar a defesa do Estado nos inte-resses dos cidadãos catarinenses.

OJ -OJ -OJ -OJ -OJ - Qual o principal problema enfren- Qual o principal problema enfren- Qual o principal problema enfren- Qual o principal problema enfren- Qual o principal problema enfren-tado hoje pela PGE?tado hoje pela PGE?tado hoje pela PGE?tado hoje pela PGE?tado hoje pela PGE?

AZ -AZ -AZ -AZ -AZ - Como em toda atividade ligada aoJudiciário, o principal problema residena estrutura que já não supre a neces-sidade das demandas nas quais o Es-tado é parte. A crise social que atra-vessamos tem gerado muitos conflitose, em grande parte, tenta-se respon-sabilizar o Estado. Por isto, com umplanejamento estratégico providencia-remos uma estrutura que possibilite àPGE cumprir integralmente suas fun-ções.

OJ –OJ –OJ –OJ –OJ – Como será a sua relação com o Como será a sua relação com o Como será a sua relação com o Como será a sua relação com o Como será a sua relação com oPoder Judiciário?Poder Judiciário?Poder Judiciário?Poder Judiciário?Poder Judiciário?

AZ -AZ -AZ -AZ -AZ - Em toda minha vida profissionalsempre pautei como meta o respeito

ao Poder responsável pela manuten-ção do regime democrático e do Es-tado de Direito. É no Judiciário que ocidadão alimenta a sua esperança derealizar a justiça, no seu sentido maisamplo. Quanto mais pobre a socie-dade, quanto mais carente, maioresos conflitos. A crença em um Judici-ário independente e estruturado é asegurança do equilíbrio social. Por-tanto, já iniciamos uma série de reu-niões com o presidente do Tribunalde Justiça, colocando a PGE à dis-posição do Poder, tanto para contri-buir nas defesas das ações que de-correm de atos do Judiciário e deseus servidores, como na contribui-ção para que possamos reduzir onúmero de processos que tramitamno Poder Judiciário. Eficientes e in-teressantes estudos já produzidosdão conta de que muitos casos deexecutivos fiscais, por exemplo, res-ponsáveis pelo excesso de proces-sos nos cartórios judiciais, custammais para o Estado do que o valor aser cobrado. Com base nestes estu-

dos, e com autorizaçãolegislativa, poderemosreduzir muito estes pro-cessos, além de outrasprovidências no mesmosentido.

OJ -OJ -OJ -OJ -OJ - Que tipo de colabo- Que tipo de colabo- Que tipo de colabo- Que tipo de colabo- Que tipo de colabo-ração pode existir entre a PGE, Judi-ração pode existir entre a PGE, Judi-ração pode existir entre a PGE, Judi-ração pode existir entre a PGE, Judi-ração pode existir entre a PGE, Judi-ciário, MP, TCE e OAB?ciário, MP, TCE e OAB?ciário, MP, TCE e OAB?ciário, MP, TCE e OAB?ciário, MP, TCE e OAB?

AZ -AZ -AZ -AZ -AZ - Com todas estas instituições aPGE estabelece relações importantes.Sem dúvida, quanto mais estreitas asrelações, toda a sociedade catarinen-se será beneficiada pelos resultadosque poderão advir da otimização dasações. A OAB, por exemplo, é uma im-portante parceira, que já é responsá-vel pela fiscalização do exercício pro-fissional de todos os integrantes dosquadros da Procuradoria e, de igualmonta, dos quadros da PGE - temosconselheiros da seccional e integran-tes de várias comissões. Juntas e componderações, todas podem contribuirpara o aperfeiçoamento da máquinaestatal, que visa a atender ao bem co-mum.

OJ -OJ -OJ -OJ -OJ - Quais são as principais deman- Quais são as principais deman- Quais são as principais deman- Quais são as principais deman- Quais são as principais deman-das judiciais contra o Estado?das judiciais contra o Estado?das judiciais contra o Estado?das judiciais contra o Estado?das judiciais contra o Estado?

AZ -AZ -AZ -AZ -AZ - Atualmente a principal demandacontra o Estado é a que diz respeito àobrigatoriedade de fornecimento demedicamentos ou realização de pro-cedimento de alta complexidade, mui-tas vezes não previstos nas resolu-ções do SUS. Só para se ter umaidéia, estas demandas consumiram doorçamento da saúde, no ano de 2006,um pouco mais de R$25 milhões, paraatender a pouco mais de 2,5 mil ca-

sos. Quase um quarto do orçamentoda Saúde. Ocorre que muitas destasações têm por objeto procedimento emedicações já previstas no SUS, oque, portanto, reduziria a um terço oscustos do Estado, pois o Município ea União dividiriam a conta. Neste pas-so, estamos preparando uma ação es-tratégica junto com o MP e o Judiciá-rio para verificar, antes de se conce-der liminares, se o medicamento ouprocedimento já não estão entre ospadronizados. E, para tanto, bastaconsultar a Secretaria da Saúde, queestá apta e preparada para dar o aten-dimento.

OJ -OJ -OJ -OJ -OJ - Como está sendo a cobrança da Como está sendo a cobrança da Como está sendo a cobrança da Como está sendo a cobrança da Como está sendo a cobrança dadívida ativa judicial do Estado?dívida ativa judicial do Estado?dívida ativa judicial do Estado?dívida ativa judicial do Estado?dívida ativa judicial do Estado?

AZ -AZ -AZ -AZ -AZ - Como disse anteriormente, dosquase dois milhões de processosque tramitam no Judiciário catari-nense, perto de metadesão executivos fiscais.Sejam estaduais ou mu-nicipais. Da mesma for-ma, por conta da Lei deResponsabilidade Fis-cal (LRF), foram propos-tas estas demandassem observar que a própria LRF pre-vê a possibilidade de cancelamentode débito fiscal cujo montante sejainferior ao custo da cobrança. APGE, juntamente com o Judiciário,MP e TCE está preparando procedi-mento que permita a racionalizaçãodestes processos e permita que osesforços sejam concentrados em dé-bitos plausíveis de cobrança. Tam-bém, juntamente com a Secretariada Fazenda, a PGE iniciará proce-dimento de Ação Cautelar Fiscal,que permite que após a tramitaçãodos procedimentos administrativos odevedor não tenha mais como qui-

tar seus débitos para com a Fazen-da. Com estes procedimentos, queterão reflexos nos Poderes, com osrepasses constitucionais, o Estadoterá mais recursos para atender àsdemandas da sociedade.

OJ –OJ –OJ –OJ –OJ – Santa Catarina é o único Estado Santa Catarina é o único Estado Santa Catarina é o único Estado Santa Catarina é o único Estado Santa Catarina é o único Estadoque não possui uma Defensoria Públi-que não possui uma Defensoria Públi-que não possui uma Defensoria Públi-que não possui uma Defensoria Públi-que não possui uma Defensoria Públi-ca. O senhor é a favor ou contra a cri-ca. O senhor é a favor ou contra a cri-ca. O senhor é a favor ou contra a cri-ca. O senhor é a favor ou contra a cri-ca. O senhor é a favor ou contra a cri-ação deste órgão aqui no Estado?ação deste órgão aqui no Estado?ação deste órgão aqui no Estado?ação deste órgão aqui no Estado?ação deste órgão aqui no Estado?

AZ -AZ -AZ -AZ -AZ - Eu, como ex-presidente da OAB/SC, vivenciei muito esta discussão.Não tenho receio em dizer que o siste-ma de Santa Catarina é o mais efici-ente para o cidadão, como o menosoneroso para o Estado, o que é bomtambém para o cidadão. Hoje, nós te-mos no Estado mais de quatro mil ad-vogados à disposição dos cidadãoscarentes para prestar assistência judi-ciária. A OAB/SC, em brilhante traba-lho realizado pela Comissão da Defen-soria Dativa realizou estudos que de-monstram que os serviços prestadospelos advogados, da forma corretacomo determina a Constituição Esta-dual, são eficientes e atendem ao co-mando constitucional que determina oacesso ao direito e à Justiça aos cida-dãos com menor poder aquisitivo. Re-centes matérias jornalísticas afirmamque, em estados onde existe o órgão,ele tem se mostrado insuficiente paraatender à demanda, o que leva à insa-tisfação do cidadão e à realização deconvênios para atender às demandas.Portanto, sou a favor do sistema quefunciona.

OJ –OJ –OJ –OJ –OJ – Como está a questão dos preca- Como está a questão dos preca- Como está a questão dos preca- Como está a questão dos preca- Como está a questão dos preca-tórios? Qual é o valor total deles etórios? Qual é o valor total deles etórios? Qual é o valor total deles etórios? Qual é o valor total deles etórios? Qual é o valor total deles ecomo está sendo feito o pagamento?como está sendo feito o pagamento?como está sendo feito o pagamento?como está sendo feito o pagamento?como está sendo feito o pagamento?

AZ -AZ -AZ -AZ -AZ - O total dos precatórios do Estadoé de cerca de R$250 milhões. Estamos

conversando com a Se-cretaria da Fazenda para,em conjunto com o PoderJudiciário e a OAB/SC,estabelecermos um cro-nograma de pagamen-tos.

OJ -OJ -OJ -OJ -OJ - Houve ou haverá alguma mudan- Houve ou haverá alguma mudan- Houve ou haverá alguma mudan- Houve ou haverá alguma mudan- Houve ou haverá alguma mudan-ça expressiva na PGE na sua gestão?ça expressiva na PGE na sua gestão?ça expressiva na PGE na sua gestão?ça expressiva na PGE na sua gestão?ça expressiva na PGE na sua gestão?

AZ -AZ -AZ -AZ -AZ - Não há necessidade de qualquermudança na PGE. Hoje, com a Lei Or-gânica da Procuradoria, a instituiçãoestá aparelhada de forma a poder aten-der as suas funções. O que procurare-mos desenvolver, com o corpo de pro-curadores, é um planejamento estra-tégico da instituição para os próximosquatro anos, para que ela possa funci-onar de forma adequada como o mai-or escritório de advocacia de nossoEstado, que atende ao principal clien-te: o cidadão catarinense.

Manter um relacionamento har-monioso e de respeito, que contri-bua para o fortalecimento do Po-der Judiciário e do Estado demo-crático de Direito. Essa é uma dasprincipais metas do advogado Adri-ano Zanotto, que em janeiro desteano assumiu a Procuradoria-Geraldo Estado (PGE). Ex-presidente daOrdem dos Advogados do Brasil(OAB) em Santa Catarina, Zanottotem também uma larga experiên-cia na área social. Foi em sua ges-tão, por exemplo, que se criou oprojeto “OAB Cidadã”, que existe hácinco anos e já atendeu milharesde famílias carentes em Santa Ca-tarina. Nesta entrevista, Zanottofala dos seus planos à frente daPGE, Defensoria Pública, entre ou-tros assuntos. Confira:

Os desafios do novo procurador-geral de SCOs desafios do novo procurador-geral de SCOs desafios do novo procurador-geral de SCOs desafios do novo procurador-geral de SCOs desafios do novo procurador-geral de SCAdriano Zanotto anuncia que irá desenvolver um planejamento estratégico para melhorar o atendimento da Procuradoria aos catarinensesAdriano Zanotto anuncia que irá desenvolver um planejamento estratégico para melhorar o atendimento da Procuradoria aos catarinensesAdriano Zanotto anuncia que irá desenvolver um planejamento estratégico para melhorar o atendimento da Procuradoria aos catarinensesAdriano Zanotto anuncia que irá desenvolver um planejamento estratégico para melhorar o atendimento da Procuradoria aos catarinensesAdriano Zanotto anuncia que irá desenvolver um planejamento estratégico para melhorar o atendimento da Procuradoria aos catarinenses

Na gestão de Zanotto, a OAB/SC criou oprojeto "OAB Cidadã"

"É no Judiciário que"É no Judiciário que"É no Judiciário que"É no Judiciário que"É no Judiciário queo cidadão alimenta ao cidadão alimenta ao cidadão alimenta ao cidadão alimenta ao cidadão alimenta a

sua esperança desua esperança desua esperança desua esperança desua esperança derealizar a justiça"realizar a justiça"realizar a justiça"realizar a justiça"realizar a justiça"

"Um Judiciário"Um Judiciário"Um Judiciário"Um Judiciário"Um Judiciárioindependente eindependente eindependente eindependente eindependente eestruturado é aestruturado é aestruturado é aestruturado é aestruturado é asegurança dosegurança dosegurança dosegurança dosegurança do

equilíbrio social"equilíbrio social"equilíbrio social"equilíbrio social"equilíbrio social"

Foto: divulgação P

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O JUDICIÁRIOMarço de 2007Março de 2007Março de 2007Março de 2007Março de 200755555

AdministrativasAdministrativasAdministrativasAdministrativasAdministrativas

Santa Catarina terá vinte e oito novos juízesSanta Catarina terá vinte e oito novos juízesSanta Catarina terá vinte e oito novos juízesSanta Catarina terá vinte e oito novos juízesSanta Catarina terá vinte e oito novos juízes

A Comissão Permanen-te de Concurso para In-gresso na Magistratura doTribunal de Justiça deSanta Catarina (TJ/SC)divulgou a relação dos can-didatos aprovados no exa-me oral, última etapa docertame, ocorrida nos dias23 e 24 de fevereiro.

A Comissão de Con-curso, presidida pelo 1°vice-presidente do TJ/SC,

desembargador EládioTorret Rocha, literalmen-te não economizou esfor-ços para entregar os re-sultados em tempo recor-de: a prova oral ocorreunos dias 23 e 24 de feve-reiro e os membros daComissão trabalharamaté às 22h do dia 24 paraque o resultado fosse en-tregue na segunda-feira,dia 26 de fevereiro.

Foram 28 os aprovados,na seguinte ordem de clas-sificação: Monani MeninePereira, Orlando ZanonJr., Fernando Rigoni, Ra-phael Borges, GustavoSchwingel, André Milani,Rafael Condé, JaniaraMaldaner, Tanit Daltoé,Anuska Felski da Silva,Lírio Hoffmann Jr., Ber-nardo Ern, Graziela Alchi-ni, Iolmar Baltazar, Muri-

lo Consalter, Welton Rube-nich, Alessandra Mene-ghetti, Luciana Santos daSilva, Daniela Dias, Lucia-na Gottardi, Surami Heer-dt, Liana Alves, Klauss deSouza, Ruy Falk, EmersonBertemes, Renato Mastela,Roque Lopedote e Fernan-do Garcia.

Segundo o cronogramainstituído, o concurso ago-ra aguarda homologação, o

que acontecerá na próximasessão do Tribunal Pleno,marcada para o dia 7 demarço. Em seguida, em ce-rimônia prevista para o dia16 de março, às 19h30, noauditório do Anexo do TJ,será realizada a posse dosnovos juízes-substitutos.Todos estarão, a partir de19 de março, automatica-mente matriculados naAcademia Judicial.

Novo desembargador toma posseNovo desembargador toma posseNovo desembargador toma posseNovo desembargador toma posseNovo desembargador toma posseO novo desembargador

do Tribunal de Justiça deSanta Catarina, Hilton Cu-nha Júnior, tomou posseno dia 22 de fevereiro, às19h, em cerimônia realiza-da no auditório do Tribu-nal Pleno. O magistrado foipromovido ao cargo de de-sembargador pelo critériode antigüidade na vagaaberta com o falecimentodo desembargador NicanorCalírio da Silveira, ocorri-do no dia 9 de janeiro últi-mo.

O presidente da Associ-ação dos Magistrados Ca-tarinenses (AMC), juiz JoséAgenor de Aragão, presti-giou a solenidade acompa-

nhado de alguns diretoresda AMC. “O colega HiltonCunha Júnior é merecedorde todos os nossos elogiose não temos dúvidas de queele será uma grande aqui-sição para o Tribunal deJustiça do nosso Estado”,destacou o presidente daAMC.

Natural da capital, com55 anos, o novo desembar-gador começou sua carrei-ra na magistratura catari-nense em 1981, atuandocomo juiz substituto inici-almente na comarca de SãoJosé do Cedro e, posterior-mente, em Joaçaba. Comojuiz de Direito judicou emTangará, Chapecó, Itaiópo-

lis e Tijucas. No TribunalRegional Eleitoral do Esta-do (TRE/SC), exerceu a fun-ção de juiz eleitoral desde1982. Em 2001, tornou-sejuiz substituto do órgão, eem 2003, juiz efetivo. Antesda posse, atuava como juiztitular da 4ª Vara Criminalda capital. No último dia 16,sexta-feira, magistrados dacomarca prestaram umahomenagem ao colega, ofe-recendo-lhe como presenteuma nova toga – veste talarque, de agora em diante,utilizará nas sessões de jul-gamento da 3ª Câmara deDireito Comercial do Tribu-nal de Justiça de Santa Ca-tarina.

Faleceu, no dia 25 de fe-vereiro, o desembargadorsubstituto Dionízio Jenczak.O corpo foi velado nas de-pendências da sala de ses-sões do Tribunal Pleno, e,posteriormente, sepultadono cemitério Passa Vinte, emPalhoça. Natural de DomFeliciano (RS), 63 anos, Di-onízio Jenczak começou suacarreira na magistraturacatarinense em 1979, nacomarca de Rio do Sul.

Como juiz de Direitoatuou nas comarcas de Im-

bituba, Santa Cecília, Cam-pos Novos, Balneário Cam-boriú, Palhoça e, por último,na capital. Tomou posse nodia 1º de agosto de 2002, du-rante a gestão do desembar-gador Antônio FernandoAmaral e Silva na Presidên-cia do TJ, como juiz substi-tuto de 2º grau, na vagaaberta com a promoção domagistrado José AntonioTorres Marques ao cargo dedesembargador. Era mem-bro da 3ª Câmara do DireitoCivil do TJ.

Magistrado Dionízio Jenczak faleceMagistrado Dionízio Jenczak faleceMagistrado Dionízio Jenczak faleceMagistrado Dionízio Jenczak faleceMagistrado Dionízio Jenczak falece

A última etapa do exame, prova oral, foi realizada no final de fevereiro. A posse dos novos magistrados será no dia 16 de março, no TJA última etapa do exame, prova oral, foi realizada no final de fevereiro. A posse dos novos magistrados será no dia 16 de março, no TJA última etapa do exame, prova oral, foi realizada no final de fevereiro. A posse dos novos magistrados será no dia 16 de março, no TJA última etapa do exame, prova oral, foi realizada no final de fevereiro. A posse dos novos magistrados será no dia 16 de março, no TJA última etapa do exame, prova oral, foi realizada no final de fevereiro. A posse dos novos magistrados será no dia 16 de março, no TJ

Acentos: quórum, fórum, câmpus, hábitatAcentos: quórum, fórum, câmpus, hábitatAcentos: quórum, fórum, câmpus, hábitatAcentos: quórum, fórum, câmpus, hábitatAcentos: quórum, fórum, câmpus, hábitat

* A matéria deixou de ser votada por falta de quórumquórumquórumquórumquórum.

* Havia esquecido os documentos no FórumFórumFórumFórumFórum, lembrou-se depois.

Reza a gramática que devem ser acentuadas todas aspalavras paroxítonas terminadas em I, IS, US, UM, UNS,como júri, lápis, bônus, álbum, álbuns. Daí o acento agudoem quórum e fórum, pois são palavras de origem latina queforam aportuguesadas. Antigamente elas eram escritas emlatim, o que exigia sua grafia em itálico ou sublinhada: quo-rum, forum.

Igualmente deve-se acentuar a palavra câmpuscâmpuscâmpuscâmpuscâmpus em por-tuguês, sendo idêntico o plural. Muitas editoras já adotamessa grafia, embora ela esteja dicionarizada apenas comolatim, cujo plural é campi. Neste caso deve-se usar o itálico:

* Dirigiu-se ao campuscampuscampuscampuscampus da UFSCar tão logochegou a São Carlos.

Mas, se preferir, escreva:

* Dirigiu-se ao câmpuscâmpuscâmpuscâmpuscâmpus da UFSCar tão logochegou a São Carlos.

Em suma, temos: câmpus/câmpuscâmpus/câmpuscâmpus/câmpuscâmpus/câmpuscâmpus/câmpus ou campus/campicampus/campicampus/campicampus/campicampus/campi.Outro caso é o do latim habitat. A exemplo de déficitdéficitdéficitdéficitdéficit e

superávitsuperávitsuperávitsuperávitsuperávit, termos latinos que vêm sendo acentuados grafi-camente para informação da pronúncia, hábitathábitathábitathábitathábitat também re-cebe acentuação, dispensando assim o itálico ou grifo perti-nente a palavras estrangeiras. Exemplo:

* Os wapixanas estão se defendendo da exploração eganância de pessoas e laboratórios sobre os conhecimentos e

recursos do hábitat hábitat hábitat hábitat hábitat indígena.

Maria Tereza de Queiroz Piacentini

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O juiz Jenczack era membro da3a Câmara de Direito Civil do TJ

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O JUDICIÁRIO Março de 2007Março de 2007Março de 2007Março de 2007Março de 200766666

EspecialEspecialEspecialEspecialEspecial

A morte do menino JoãoHélio Fernandes, de seisanos, ocorrida no dia 7 defevereiro, na zona Norte doRio de Janeiro, reacendeuas discussões sobre a redu-ção da maioridade penal noBrasil. A criança estava nacompanhia da mãe, RosaCristina Fernandes Vieites,e da irmã Aline, 14, quan-do o carro de-les foi paradopor um grupode assaltantesno Rio de Ja-neiro. Rosa e afilha consegui-ram sair, mas, quando amãe tentava retirar o meni-no do carro, os ladrões ar-rancaram com o veículo e acriança ficou pendurada dolado de fora, presa ao cintode segurança. João foi ar-rastado por mais de setequilômetros, durante 15 mi-

“O caso do menino Hélio nãopode servir de parâmetro paraque se mude toda a estruturapenal existente. Esseacontecimento deve serconsiderado como um fatoextraordinário. Acredito quereduzir a maioridade penalnão irá transformar a situaçãoda violência brasileira. O quedeve existir é uma maiorreflexão da sociedade sobreos reais motivos que causamesse tipo de crime”.

* Juiz Francisco José R. deOliveira Neto, Vara da Infânciae Juventude de Fpolis

nutos, por 14 ruas, e o car-ro acabou abandonado emuma rua da capital flumi-nense.

O assunto divide opini-ões em todos os segmentosda sociedade e de igual for-ma entre os magistrados.Numa consulta feita via e-mail com os juízes catari-nenses, verificou-se a exis-

tência de trêscorrentes comopiniões dis-tintas: 1 - con-tra a reduçãoda maioridadepenal para 16

anos; 2 – a favor da redu-ção para 16 anos; 3 - ma-nutenção em 18 anos, po-rém com aceitação de algu-mas mudanças pontuais noEstatuto da Criança e doAdolescente (ECA).

A maioria dos juízes ca-tarinenses se manifestou

contra a redução da maio-ridade penal. Uma das prin-cipais indagações levanta-das pelos magistrados é:onde abrigar os adolescen-tes infratores? Os que sãocontrários à redução ale-gam que, se houver umamigração dos jovens para osistema carcerário, haverá

um colapso ainda maior doque o já existente. Atual-mente faltam cerca de 140mil vagas no sistema peni-tenciário nacional, sendoeste problema existente nasinstituições sócio-educati-vas. E, pelos dados maisrecentes do Conselho Naci-onal dos Direitos da Crian-

ça e do Adolescente (Conan-da), havia 15.426 jovenscumprindo medida de inter-nação em agosto de 2006.

A Associação Brasileirade Magistrados e Promoto-res de Justiça da Infânciae Juventude (ABMP) já seposicionou sobre o assun-to. No dia 27 de fevereiro, aentidade divulgou nota deesclarecimento e solidarie-dade às vítimas da violên-cia, pela manutenção daidade penal aos 18 anos epela implementação deações preventivas contra aviolência, baseadas em po-líticas sociais eficazes eprogramas de atendimentosócio-educativo efetivos emtodos os municípios doBrasil. A nota pode ser lidana íntegra no site da Asso-ciação dos Magistrados Ca-tarinenses (AMC), no sitewww.amc.org.br.

OpiniãoOpiniãoOpiniãoOpiniãoOpinião“Sou totalmente favorável à redução da maioridade penal.Quem tem poderes para eleger presidente da República, devetambém ser responsável por todos os seus atos”.

* Juiz Ademir Wolff, Vara Criminal de Joaçaba

“Sou contra a redução damaioridade penal para 16anos, não porque oadolescente não saiba oque faz, mas porque não hálugar nos estabelecimentospenais. Nos casos maisgraves a internação poderiaser eficaz se o sistemaestivesse bem estruturado efuncionasse. Sou a favor daelevação do períodomáximo de internação detrês para cinco anos, desdeque, evidentemente, sejamdisponibilizadas vagas.

Sou também a favor damais ampla campanha doPoder Judiciário naimprensa (já que estaparece desconhecer ouevita de falar para encobriras mazelas do PoderExecutivo), com vistas àconscientização dapopulação de que o maiorproblema da ‘punição’ doadolescente está no sistemadeficiente de internação, desemi-liberdade, de liberdadeassistida e de prestação deserviços à comunidade,bem como na deficiênciaaguda da prevenção,instrumentos que poderiamser eficazes sefuncionassem bem. Dequebra já se poderia

“Manifesto-me inteiramente favorável à redução da idade penalpara 16 anos, com avaliação por equipe interdisciplinar paraaferimento de eventual ausência de compreensão do caráter ilícitoda ação na faixa entre os 16 e 18 anos. Os fundamentos culturais epsico-sociais que levaram ao estabelecimento da responsabilidadepenal a partir dos 18 anos de idade não mais subsistem nos diasatuais, ante a ampliação vertiginosa do acesso às informações eao amadurecimento. A questão do funcionamento ou não dosistema de reeducação ou ressocializador é outra.

À discussão da redução da idade penal me parece importar tãosomente a capacidade de discernimento entre o certo e o errado, obem e o mal. Dificílimo sustentar que uma pessoa com 16 anos deidade não tenha consciência plena de estar agindo de formaerrada, ilegal, quando o está. Não nos esqueçamos que em grandeparte dos atos infracionais violentos praticados por taisadolescentes, as vítimas são outros adolescentes, quando nãocrianças.”

* Juiz Ermínio Darold, Vara da Infância e Juventude deChapecó

“Sou contra a redução da maioridade penal e a favor de umdebate sério e desapaixonado sobre eventuais e pontuaisadequações ao Estatuto da Criança e Adolescente (ECA),incluindo na pauta a ausência de programas e políticas quedariam efetividade ao ECA”.

* Juiz Fernando de Castro Faria, Braço do Norte

“Sou favorável à manutençãoda maioridade penal aos 18anos. Acredito que o Estatutoda Criança e do Adolescente(ECA) não necessite demodificações radicais. Asregras que existem são boase não são elas que estãocausando os problemas hojeverificados. O que falta, naminha opinião, é umaaplicação mais efetiva dassuas disposições, além daadoção de políticas públicaseficazes para atendimento eassistência ao menor e a suafamília”.

* Juiz Leone Carlos MartinsJúnior, Vara Cível deJoaçaba

"Sou favorável à redução da maioridade penal desde que semodifique, também, a Lei de Execução Penal”

* Juiz Júlio César Knoll, Vara da Fazenda Pública de Tubarão

adicionar que também osistema penitenciário éabsolutamente falho, compresídios desumanamentesuperlotados, falta deestudos, trabalho e esportesnas penitenciárias, falta deseparação entre presosrealmente perigosos e osque não o são, violência,sujeira, trânsito livre dedrogas, poderio de certospresos, corrupção, etc.

Sugiro a preparação deestatísticas pelos juízes daInfância e Juventude, nosúltimos cinco, três ou doisanos, sobre medidas sócio-educativas aplicadas,cumprimento delas,impossibilidade decumprimento e motivos,problemas de fiscalização,vagas de internaçãoprovisória em CIP ou emestabelecimentoeducacional negadas,adolescentes que tiveraminternação provisória empresídios, desinternações eseus motivos, fugas,atendimento porprofissionais da área dapsicologia, instrução escolardos adolescentes, etc. Paranão ficar somente nasreclamações, sugiro que osjuízes sugiram soluções.”

* Juiz de Direito de 2º Grau Jaime Ramos

Maioria dos magistrados catarinenses é contraMaioria dos magistrados catarinenses é contraMaioria dos magistrados catarinenses é contraMaioria dos magistrados catarinenses é contraMaioria dos magistrados catarinenses é contraAssunto volta à tona depois que um menino de seis anos foi arrastado e morto no Rio de Janeiro. Assunto volta à tona depois que um menino de seis anos foi arrastado e morto no Rio de Janeiro. Assunto volta à tona depois que um menino de seis anos foi arrastado e morto no Rio de Janeiro. Assunto volta à tona depois que um menino de seis anos foi arrastado e morto no Rio de Janeiro. Assunto volta à tona depois que um menino de seis anos foi arrastado e morto no Rio de Janeiro. Um dUm dUm dUm dUm dos bandidos era menor de idade. Aos bandidos era menor de idade. Aos bandidos era menor de idade. Aos bandidos era menor de idade. Aos bandidos era menor de idade. A

A principal indagaçãoA principal indagaçãoA principal indagaçãoA principal indagaçãoA principal indagaçãoé: onde abrigar osé: onde abrigar osé: onde abrigar osé: onde abrigar osé: onde abrigar os

adolescentesadolescentesadolescentesadolescentesadolescentesinfratores?infratores?infratores?infratores?infratores?

No total, seis PEC’s tramitam na Comissão de Constituição e Justiçado Senado com propostas de redução da maioridade penal

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O JUDICIÁRIOMarço de 2007Março de 2007Março de 2007Março de 2007Março de 200777777

EspecialEspecialEspecialEspecialEspecial

O que diz o ECA?O que diz o ECA?O que diz o ECA?O que diz o ECA?O que diz o ECA?

- Os adolescentes que cometemcrimes antes de completar 18 anos sãojulgados pelo Estatuto da Criança e doAdolescente (ECA). O julgamento édiverso do processo penal e a conde-nação transcorre como uma medidasócio-educativa, onde o menor é repre-sentado por um advogado do Estado.

- Segundo o ECA, a privação de li-berdade pode ser de no máximo trêsanos e expira quando completados 21anos. Caso o crime seja cometido com18 anos completos, o adolescente res-ponde à Justiça comum em processobaseado no Código Penal.

A discussão sobre uma possívelalteração na Constituição Federaltomou conta do noticiário nacionale, ao que tudo indica, deve se pro-longar. A Comissão de Constitui-ção e Justiça (CCJ) do Senado ha-via marcado para o dia 28 de feve-reiro a votação da Proposta deEmenda Constitucional (PEC) quereduz de 18 para 16 anos a maiori-dade penal no país. Porém, os in-tegrantes da Comissão de Consti-tuição e Justiça decidiram adiar avotação.

Na ocasião, foi aprovada a cria-ção de uma comissão com seismembros, destinada a estudaruma solução abrangente para aquestão da segurança pública. Ogrupo de trabalho terá prazo de 45dias para apresentar o resultadodos estudos, que deve consolidarpropostas que já tramitam no Se-nado relacionadas à área de segu-rança.

O presidente Luiz Inácio Lula daSilva também fez um apelo para

que a base aliada discuta o assun-to com cautela. Lula é contra a re-dução da maioridade penal para16 anos, assim como a presidentedo Supremo Tribunal Federal

(STF), ministra Ellen Gracie.

RelatórioNo total, seis PECs tramitam na

CCJ com propostas de redução damaioridade penal. O senador De-móstenes Torres (PFL-G) foi desig-nado relator único das seis matéri-as. Em seu parecer, ele propõe a re-dução da idade penal no país para16 anos - mas estabelece o regimeprisional somente para jovens me-nores de 18 anos e maiores de 16que cometerem crimes hediondos.

"Proponho uma contemporiza-ção: só será punido com a prisão ojovem menor de 18 anos que come-ter crimes hediondos. Nos demaiscasos, o juiz não aplicará pena daprivação da liberdade e sim medi-das sócio-educativas. Isso pune osadolescentes que efetivamente co-meterem crimes graves", disse ementrevista para a imprensa.

Cláusula PétreaEntre os juristas, é quase con-

senso que a redução da maioridadepenal é inviável por meio de emen-da constitucional. Por se tratar decláusula pétrea da Constituição, areferida mudança só poderá ocor-rer em uma Assembléia Constitu-inte. Há quem discorde e diga quecabe ao Supremo Tribunal Federal(STF) rever a regra.

“Reduzir a idade penal não resolve. O problema do nosso país chama-seeducação. Como é que vamos exigir das crianças e adolescentes determinadocomportamento que eles nunca experimentaram? Ninguém sabe dar carinho senão recebeu carinho. E não interessa aos governantes dar educação porque,depois, quem votará neles?”

* Juíza Mônica Grisólia de Oliveira, Vara da Infância e Juventude de Lages

“A redução da maioridade penal seráuma declaração de que o Estado e asociedade se entregaram. Desistimosde educar e investir na recuperaçãodos jovens que, por algum motivo,procuraram o caminho da violência eda criminalidade. Já desistimos darecuperação dos adultos, pois nuncahouve investimento adequado nosistema penitenciário e agora iremosenviar os jovens para este sistemafalido. Estaremos desistindo dosjovens também.

Acredito em uma soluçãointermediária entre a redução ou não,para dar tratamento adequado aoscasos mais graves, em que os jovensestão envolvidos em crimesviolentos, o que tem sido cada vezmais comum.

Podemos aumentar o tempo deinternação nestes casos, no entanto,qualquer alteração deve serprecedida de um amplo debate, paraevitar legislações precipitadas, emque a única preocupação é dar umaresposta à opinião pública, que comrazão ficada comovida e revoltadacom esses crimes hediondos queestão acontecendo em nosso país.Deve-se aperfeiçoar também osistema na repressão dos adultosque utilizam estes jovens como mãode obra barata e farta para acriminalidade, principalmente para otráfico de drogas.”

* Juiz Marcelo Carlin, Vara daInfância e Juventude de CamposNovos

“Sou contra a redução da maioridadepenal. Sou favorável, contudo, a umaumento do prazo de internação paracinco anos ou mesmo oito anos emcaso de crimes graves praticados poradolescentes com mais de 16 anos,pois realmente fere o bom senso e édifícil explicar à sociedade que umjovem com 17 anos possa praticar osmais bárbaros atos infracionais e terque ser liberado, compulsoriamente, nomáximo em três anos.

No mais, penso que nosso discursodeve ser no sentido da efetivaaplicação de políticas públicas na áreada infância e juventude, incluindo apadronização (através da supervisãodos estados ou da União) e a obrigaçãode todos os municípios manterprogramas de liberdade assistida eprestação de serviços à comunidade.

Quanto ao exame para aferir acapacidade do jovem entre 16 e 18anos de entender a ilicitude de seusatos, sou particularmente contra, poisalém da relatividade de tais exames, naprática haverá falta de estrutura e osfeitos serão procrastinados. Vai seralegação genérica da "Defesa", comobrigatoriedade de realização. Alémdisso, a fixação de 18 anos como idadepara compreender o caráter ilícito dosfatos se coaduna com critériospsicológicos aceitos pela maioria. Antesde tal idade, a pessoa está emformação e em desenvolvimento, edeve ser tratada, pois, como tal.”

* Juiz Rafael Brüning, Vara daInfância e Juventude de Ibirama

"Sou contra. O problema é bem maiscomplexo do que reduzir a idade doadolescente para fins de aplicação dapena. Por exemplo: sob a ótica doDireito Penal, se o adolescentecometeu um crime cuja pena é de doisanos, ele receberá os benefícios daLei Penal para fins de saber se iráresponder em liberdade ou não.Sob a ótica do Estatuto da Criança edo Adolescente (ECA), o adolescentepoderá ficar ‘internado’ por até trêsanos, com avaliações semestrais,podendo ficar até os 21 anos de idade.A avaliação semestral é feita porequipe de profissionais que indicamao juiz sobre a possibilidade deprogressão de medida. No Estatutonão há tantos "benefícios" como há noDireito Penal. Quando se avalia oadolescente e seus atos para aaplicação da medida, o juiz o faz combase em todo um contexto e muitasvezes a pena aplicada é bastantesevera, havendo algumas situaçõesem que, se tal ‘crime’ fosse cometidopelo adulto, a pena seria maisbenéfica.

Penso, ainda, que não há como sefazer uma avaliação científica dosistema implantado pelo Estatutosimplesmente porque ele não écorretamente aplicado ecompreendido pela sociedade. Porexemplo: em Balneário Camboriú, nãohá local para internação ou mesmosemi-internação do adolescente. AVara da Infância possui,aproximadamente, 45 mandados debusca e apreensão expedidos e nãocumpridos. Se forem cumpridos, emque local o Estado colocará essesjovens?

Chegamos ao cúmulo de ‘negociar’vagas de internação, liberando os‘melhores’ e prendendo os maispericulosos. Não podemos, por forçada lei, deixar o adolescente preso pormais de cinco dias na delegacia depolícia enquanto aguarda-se vaga emum centro educacional. Penso quepossa haver medidas mais duras, sim,para situações necessárias, mas asimples transferência de sistema nãoresolve, quanto mais para outrosistema também falido.”

* Juíza Sônia Maria Mazzetto Moroso, Vara da Infância e Juventude deBalneário Camboriú

Foto: divulgação S

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a diminuição da maioridade penal para 16 anosa diminuição da maioridade penal para 16 anosa diminuição da maioridade penal para 16 anosa diminuição da maioridade penal para 16 anosa diminuição da maioridade penal para 16 anos

Ministra Ellen Gracie, presidente do STF,é contra a redução

Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal formou um grupo para discutir o assunto e apresentar uma proposta em 45 diasComissão de Constituição e Justiça do Senado Federal formou um grupo para discutir o assunto e apresentar uma proposta em 45 diasComissão de Constituição e Justiça do Senado Federal formou um grupo para discutir o assunto e apresentar uma proposta em 45 diasComissão de Constituição e Justiça do Senado Federal formou um grupo para discutir o assunto e apresentar uma proposta em 45 diasComissão de Constituição e Justiça do Senado Federal formou um grupo para discutir o assunto e apresentar uma proposta em 45 dias

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O JUDICIÁRIO Março de 2007Março de 2007Março de 2007Março de 2007Março de 200788888

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A novela está perto do fim.Os oito primeiros enunciadosda súmula vinculante já fo-ram redigidos pelo SupremoTribunal Federal (STF) e en-trarão em vigor até abril.Aprovado pela EmendaConstitucional nº45, de 2004– na chamada “reforma ju-diciária” –, o novo instrumen-to vai fazer um caso já inter-pretado, julgado e aprovadocomo súmula por instânciasuperior basear todos os ou-tros casos semelhantes, nãopermitindo julgamentos dife-rentes para casos iguais.Entre as súmulas editadasencontram-se temas polêmi-cos, como aprogressão deregime paracondenadospor crimes he-diondos, acompetênciaexclusiva daUnião para regular as loteri-as e bingos e a restrição deapenas a Justiça do Traba-lho julgar ações por danosmorais e patrimoniais emacidentes de trabalho.

A súmula sobre a progres-são de regime surge em ummomento em que a discus-são sobre o assunto está emebulição. Na prática, caso asúmula seja aprovada, oscondenados por esse tipo decrime terão seus pedidos deprogressão analisados em to-dos os tribunais de primeirae segunda instância. Até ago-ra os juízes têm um poder de

manobra nesta questão, mascom a validação da súmulapelo Supremo a análise seráobrigatória. Apesar do enun-ciado já estar redigido pelaComissão de Jurisprudênciado STF, seus efeitos práticosnão serão os mesmos dosimaginados inicialmente. Amorte do garoto João Hélioem um brutal assassinato noRio de Janeiro chocou o paíse fez o Congresso Nacional al-terar o dispositivo legal quetrata da progressão de regi-me.

A Corte considerou in-constitucional, em fevereirode 2006, o §1º do segundo

artigo da Lei8.072/90 – alei dos crimeshediondos. Od ispos i t i voproibia a pro-gressão de re-gime. Com a

aprovação da súmula, o pa-rágrafo da lei não poderámais ser evocado em deci-sões. Entretanto, com a re-percussão pelo país do as-sassinato do menino JoãoHélio, um pacote de medidasanti-violência está sendo vo-tado pelo Congresso e neleestá inclusa a majoração dotempo mínimo de reclusãopara a progressão. Comonão é mais possível acabarcom a possibilidade da pro-gressão em crimes hedion-dos, a alternativa dos parla-mentares foi aumentar otempo de cumprimento da

pena de 1/6 para 2/5 paraque o condenado possa pe-dir a análise da questão aojuiz.

A competência exclusivada União para legislar sobrebingos e loterias, se não é umtema com um alto volume deprocessos e recursos como aprogressão de regime, é tãopolêmico quanto. A idéia éimpedir que casos como asceleumas criadas entre 2003

e 2004 por governadorescheguem à Corte Suprema esejam definidos nas instân-cias iniciais. O governador deSanta Catarina, Luiz Henri-que da Silveira, queria libe-rar os bingos no Estado. Jáo paranaense Roberto Re-quião mandou fechar atra-vés de decreto todos os bin-gos do Paraná.

Sobre os acidentes de

trabalho, no dia 3 de marçode 2005 o Supremo decidiuque a competência para ojulgamento de ação de in-denização por danos moraise materiais decorrentes deacidente de trabalho é daJustiça Comum, e não daJustiça do Trabalho. Os mi-nistros César Peluso e Cel-so de Mello lideraram o po-sicionamento do STF nessesentido. "Quando acontece

um acidente de trabalho,pode haver uma ação porconta do acidente e umaação de indenização pordano moral decorrente des-se acidente. Não convémque duas Justiças julguemprocessos originados de umúnico fato", explicou Pelu-so à época.

A decisão suscitou polê-mica e o STF reviu a decisão.O artigo 114, inciso 6º daConstituição Federal, na re-dação conferida pela Emen-da Constitucional nº 45, dizque "compete à Justiça doTrabalho processar e julgaras ações de indenização pordano moral oupatrimonial,decorrentes darelação de tra-balho”. Quan-do, e se, a sú-mula for apro-vada, ficarádecidido que apenas a Jus-tiça do Trabalho vai julgar oscasos envolvendo acidentesem relações empregatícias,seguindo determinação daEmenda Constitucional. A JTtem a maior taxa de recorri-bilidade do Judiciário brasi-leiro, com um índice de 74%- a Justiça Federal tem índi-ce de 47% e a Justiça Esta-

dual de 9%.

ConseqüênciasA lógica é simples: com a

súmula vinculante, proces-sos que já tenham passadopelo crivo do STF e sido apro-vados em súmula vão ser re-solvidos já nas instânciasinferiores. Com os casos sen-do resolvidos rapidamente,diminui o tempo de duraçãode um processo – o que é bompara as partes envolvidas, es-pecialmente – e os recursosnão chegam até o Supremo,reduzindo em várias instân-cias o número de processosrepresados – o que é vanta-gem para todos, pois resultaem um Judiciário mais ágil.

Ao impedir a chegada detemas recorrentes até a últi-ma instância como se fosseminéditos, a súmula vinculan-te pode no futuro reduzir ematé 40% o número de proces-sos em andamento no país.Segundo os “Indicadores Es-tatísticos do Poder Judiciá-rio”, elaborado pelo ConselhoNacional de Justiça (CNJ), há57 milhões de processos nosjuizados e tribunais brasilei-ros. O número representauma média de um processoem tramitação para cada trêshabitantes do país. Com asúmula, estima-se que otempo médio de duração deum processo caia de dozepara seis anos.

Apesar da propalada ce-leridade e agilidade que vaitrazer ao Judiciário, há tam-bém críticas à súmula feitaspor instituições como a As-sociação dos MagistradosBrasileiros (AMB) e a Ordemdos Advogados do Brasil(OAB). Argumenta-se que apreponderância das decisões

do Supremo,com todo oentendimentoacerca de umassunto vindoúnica e exclu-sivamente daCorte, vai en-

gessar a Justiça. As decisõespontuais da primeira e se-gunda instâncias, considera-das como renovadoras e oxi-genadoras da ordem social ejurídica, deixariam de exis-tir. "Os assuntos estarão pre-viamente decididos com baseapenas na interpretação dos11 ministros [do STF]. Isso,na minha opinião, pode não

Súmula vinculante tem os oito primeiros enuncSúmula vinculante tem os oito primeiros enuncSúmula vinculante tem os oito primeiros enuncSúmula vinculante tem os oito primeiros enuncSúmula vinculante tem os oito primeiros enuncEntre os enunciados já editados, o que causa maior polêmica é o que trata da progressão de regime para condenados por crimes hediondosEntre os enunciados já editados, o que causa maior polêmica é o que trata da progressão de regime para condenados por crimes hediondosEntre os enunciados já editados, o que causa maior polêmica é o que trata da progressão de regime para condenados por crimes hediondosEntre os enunciados já editados, o que causa maior polêmica é o que trata da progressão de regime para condenados por crimes hediondosEntre os enunciados já editados, o que causa maior polêmica é o que trata da progressão de regime para condenados por crimes hediondos

Morte de garoto noMorte de garoto noMorte de garoto noMorte de garoto noMorte de garoto noRio faz CongressoRio faz CongressoRio faz CongressoRio faz CongressoRio faz Congresso

alterar regras para aalterar regras para aalterar regras para aalterar regras para aalterar regras para aprogressão de regimeprogressão de regimeprogressão de regimeprogressão de regimeprogressão de regime

Para otimistas,Para otimistas,Para otimistas,Para otimistas,Para otimistas,súmula pode reduzirsúmula pode reduzirsúmula pode reduzirsúmula pode reduzirsúmula pode reduzir

em até 40% o númeroem até 40% o númeroem até 40% o númeroem até 40% o númeroem até 40% o númerode processos emde processos emde processos emde processos emde processos em

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Presidente da AMB, Rodrigo Collaço, conversa com o presidente doSupremo na época da Reforma do Judiciário, Nelson Jobim

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O JUDICIÁRIOMarço de 2007Março de 2007Março de 2007Março de 2007Março de 200799999

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refletir a realidade do país", argumen-tou o presidente da AMB, Rodrigo Co-llaço.

Entre a magistratura há a preo-cupação com a podagem da liberda-de de interpretação do juiz. Casos es-pecíficos e com características pecu-liares teriam de ser enquadrados den-tro da súmula. A liberdade de julga-mento do juiz seria atacada e o cida-dão perderia a garantia de ver refor-mada uma decisão não favorável.Para o presidente da Comissão de Ju-risprudência do STF, ministro MarcoAurélio, quando "houver, por parte domagistrado, a percep-ção de alguma peculi-aridade no caso con-creto", há a hipótesedos tribunais não apli-carem a súmula vincu-lante.

Processo para entrar em vigorA iniciativa de criar a súmula vin-

culante é antiga. Desde 1963 trami-ta no Congresso um projeto de ado-ção do dispositivo. Durante quasemeio século, as discussões poucoavançaram. Advogados e governos fo-ram contra a implantação da súmu-la. Somente em 2004 o instrumentofoi legalizado, com a criação da Emen-da Constitucional nº45 (EC-45), achamada “reforma do Judiciário”.

A EC-45 fez o artigo 2º da Consti-tuição Federal passar a vigorar acres-cida do artigo 103-A: “O SupremoTribunal Federal poderá, de ofício oupor provocação, mediante decisão dedois terços dos seus membros, apósreiteradas decisões sobre a matériaconstitucional, aprovar súmula que,a partir de sua publicação na impren-sa oficial, terá efeito vinculante em re-lação aos demais órgãos do PoderJudiciário e à administração pública

direta e indireta, nas esferas federal,estadual e municipal, bem como pro-ceder à sua revisão ou cancelamen-to, na forma estabelecida em lei”.

Para regulamentar a súmula, foiinstituída a Lei 11.417/06. Esta leifoi sancionada pelo presidente Lulaem dezembro do ano passado, e atu-almente cumpre o período de quaren-tena de 90 dias para a entrada emvigor. A data para o início da validadeda lei, e, consequentemente, da sú-mula, é 20 de março.

Há ainda um longo processo in-terno no STF para a entrada em vi-

gor das súmulas. Pri-meiro, elas precisamser editadas pela Co-missão de Jurispru-dência do Supremo,como foi o caso dos oitodispositivos já citados.Em seguida, há a aná-

lise do presidente da Comissão, atu-almente o ministro Marco Aurélio. Opasso seguinte é a apreciação da pre-sidente do Tribunal, ministra EllenGracie, e depois o procurador-geralda República, Antônio Fernando deSouza, será ouvido e dará o seu pa-recer. Aí sim a súmula está prontapara ir a julgamento no plenário doSupremo, precisando ser aprovadapor oito dos 11 ministros.

Súmulas do TJ no EstadoEm Santa Catarina há 19 súmu-

las não-vinculantes. A vinculação,que vai ocorrer com as decisões doSTF, não existe no Estado. As súmu-las do Supremo obrigam as instânci-as inferiores a decidirem conforme otexto do dispositivo. As súmulas doTribunal de Justiça (TJ/SC) orientamas decisões das instâncias inferiores.Tecnicamente, ocorre uma uniformi-zação de jurisprudência.

A primeira súmula do TJ foi pu-blicada em 22 de novembro de 1978.A norma dispõe sobre a alienaçãofiduciária em garantia e diz que, se“vendida a coisa garantida fiducia-riamente, há saldo devedor, pode ocredor, por ele, executar o avalistado título emitido em garantia do pa-gamento da quantia mutuada”. A se-gunda súmula, de 1980, tratou detema presente nas ruas das gran-des cidades ao responsabilizar civil-mente o dono de um automóvel en-volvido em acidente mesmo que atransferência do veículo ainda nãotenha ocorrido.

Em 2006 foram editadas duasnormas e, em 2007, um dispositivode uniformização foi redigido atéagora. A súmula 19, de nove de ja-neiro deste ano, determinou que emserviços prestados por concessioná-rias a competência para julgamen-tos é da Vara Cível da comarca. Nahistória do TJ, duas súmulas foram

ciados prontos e deve entrar em vigor até abrilciados prontos e deve entrar em vigor até abrilciados prontos e deve entrar em vigor até abrilciados prontos e deve entrar em vigor até abrilciados prontos e deve entrar em vigor até abril

Prevista no artigo 103-A, acrescenta-do pela Emenda nº45 (Reforma do Judi-ciário), a súmula foi regulamentada pelaLei 11.417/06. Os processos que vãogerar a edição de súmulas vinculantesserão aqueles nos quais a aplicação denorma constitucional ocorra com grave in-segurança jurídica e relevante multiplica-ção de processos sobre a mesma ques-tão. "O verbete vinculante está previstopara aquelas situações em que ainda hajacontrovérsia quanto à interpretação deuma norma legal", explicou o presidenteda Comissão de Jurisprudência do STF,ministro Marco Aurélio, na época em quea comissão divulgou os oito primeirosenunciados, no início de fevereiro.

O objetivo da súmula vinculante é evi-tar que o STF receba recursos sobrematérias que já foram apreciadas. Por-

tanto, as súmulas deverão ser utilizadas,em regra, por juízes, tribunais inferiores esuperiores e órgãos da administração, enão pelo próprio STF. O Supremo seráresponsável pela edição, revisão e can-celamento dos verbetes, bem como pelagarantia de sua aplicabilidade.

A Corte, ao longo de sua existência,já editou diversas súmulas. Entretanto,sem possuir o "efeito vinculante". Paraque esse efeito seja atribuído, os minis-tros terão que aprovar novamente o ver-bete e, ainda, ouvir a opinião do procura-dor-geral da República, conforme a nor-ma regulamentadora.

A Lei 11.417/06 prevê a responsabi-lização civil, administrativa e até mesmopenal dos órgãos da administação públi-ca que não observarem o comando dasúmula vinculante. Entretanto, não dispõe

sobre qualquer sanção aplicável aosmembros do Judiciário, garantido assim"a liberdade do magistrado de apreciaros elementos para definir se a conclu-são do processo deve ser harmônica ounão com o verbete", disse o ministroMarco Aurélio. Ele ressaltou que "já ha-vendo definição do direito pelo Supre-mo, não se deve dar uma esperança vãao cidadão".

Para quando não houver a aplica-ção da súmula vinculante e o cidadãointeressado se sentir prejudicado, há apossibilidade de se recorrer ao STF,ajuizando Reclamação (RCL), pelaqual a Corte analisará se a decisão ju-dicial ou do ato administrativo contra-riou enunciado de súmula vinculante,negou-lhe vigência ou foi aplicado in-devidamente.

O que é a súmula?O que é a súmula?O que é a súmula?O que é a súmula?O que é a súmula? *Com informaçõe do site www.stf.gov.br

revogadas: a nº 4, de 1980, e a nº 10,de 1989 (para listar todas as súmulas,acesse www.tj.sc.gov.br/institucional/sumulas.htm).

dos. Desde 1963 há projetos no Congresso para implantar a súmula, mas agora falta passagem pelos órgãos do STF para a entrada em vigordos. Desde 1963 há projetos no Congresso para implantar a súmula, mas agora falta passagem pelos órgãos do STF para a entrada em vigordos. Desde 1963 há projetos no Congresso para implantar a súmula, mas agora falta passagem pelos órgãos do STF para a entrada em vigordos. Desde 1963 há projetos no Congresso para implantar a súmula, mas agora falta passagem pelos órgãos do STF para a entrada em vigordos. Desde 1963 há projetos no Congresso para implantar a súmula, mas agora falta passagem pelos órgãos do STF para a entrada em vigor

Em Santa Catarina háEm Santa Catarina háEm Santa Catarina háEm Santa Catarina háEm Santa Catarina há19 súmulas não-19 súmulas não-19 súmulas não-19 súmulas não-19 súmulas não-

vinculantes. A primeiravinculantes. A primeiravinculantes. A primeiravinculantes. A primeiravinculantes. A primeirafoi publicada em 1978foi publicada em 1978foi publicada em 1978foi publicada em 1978foi publicada em 1978

Com as súmulas, plenário do STF vai determinar o julgamento de milhões de casos pelopaís. Será preciso 8 dos 11 votos para aprovar uma súmula

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O JUDICIÁRIO Março de 2007Março de 2007Março de 2007Março de 2007Março de 20071010101010

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Em São Luiz Gonzaga, nointerior do Rio Grande doSul, um julgamento atraía aatenção de toda a cidade.Tratava-se de um caso envol-vendo a tentativa de assas-sinato de um homem adúl-tero. O maior motivo para oburburinho formado em tor-no do evento, entretanto, nãotinha ligação direta com ocrime, mas com o advogadode defesa. Corrigindo: a ad-vogada.

Antes do início dos traba-lhos, por volta das 13h, a ad-vogada foi a uma bibliotecabuscar um livro e lá encon-trou um legítimo representan-te da cultura gaúcha, todopilchado, que se dirigiu a elaperguntando:“Você tambémveio ver a mu-lher advogada?Eu não acredi-to que vá darboa coisa...”

Passadosmais de 50 anos, a desembar-gadora aposentada TherezaGrisólia Tang – hoje com 85de idade - sorri ao lembrar dasituação vivida no início desua carreira. Lembra, no en-tanto, que foi árdua sua tra-jetória como primeira magis-trada do país, e primeira de-sembargadora de Santa Ca-tarina. Em 1954, quando –após concurso - esteve no Tri-bunal de Justiça de Santa Ca-tarina (TJ/SC) para assumiro cargo de juíza substituta da12ª circunscrição judiciária,com sede em Criciúma, jápôde sentir o quanto teria quetrabalhar para provar a com-petência dasmulheres paraatuar na magis-tratura. “O pre-sidente do TJme disse: ‘A se-nhora tomouposse como juí-za; a senhora é o teste. Va-mos ver se corresponde.’ Maseu sabia que conseguiria, poisera muito estudiosa e tinhaum marido que me apoiava”,relembra.

Luta por direitosA história da desembar-

gadora Thereza Tang ilustradificuldades enfrentadas pormilhões de mulheres em todoo mundo que, não conforma-das apenas com os papéisque lhes eram reservados

pela sociedade da primeirametade do século XX, entra-ram no mercado de trabalhoem busca de sonhos, inde-pendência e liberdade. Essaspioneiras deram início àstransformações sociais quegarantem, hoje, direitosiguais a homens e mulheres,embora ainda existam dife-renciações em diversas situ-ações mundo afora.

A luta – antiga - por igual-dade de direitos e tratamentoteve (e tem) seus mártires, eum dos casos mais marcan-tes desse processo foi motivopara a oficialização do Dia In-ternacional da Mulher comoo conhecemos hoje. Em 8 demarço de 1857, cerca de 129

cos tu re i r a smorreram car-bonizadas emuma fábrica detecidos de NovaYork, nos Esta-dos Unidos, aoserem tranca-

das dentro do edifício apósprotestos por diminuição dacarga horária (de 14h para10h diárias) e por direito a li-cença-maternidade. Hoje,esse dia é marcado pela co-memoração das vitórias femi-ninas nos campos social, eco-nômico, político, entre outros.

A mulher hojeA atuação da mulher na

magistratura, assim como emtodo o mercado de trabalho,é hoje muito mais dissemina-da do que antigamente, em-bora algumas áreas aindasejam predominantementeocupadas por homens. É da

opinião de al-guns que o tra-balho das mu-lheres é marca-do por caracte-rísticas diferen-tes das dos ho-mens, como vi-

são global do processo, sen-sibilidade no trato com pes-soas, atenção aos detalhes eperfeccionismo. O desembar-gador catarinense Volnei IvoCarlin, autor do livro “A facefeminina do Direito e da Jus-tiça”, analisa a forma das ma-gistradas trabalharem: “Asensibilidade e a intuição,atributos salientes nas juízas,fazem imperar os melhoresargumentos sociais, sopesan-do os valores humanísticos ea solidariedade.” E comple-

menta: “A juíza é mais per-meável ao contexto social,sendo influenciada pela pra-xis de sua organização”.

Na obra, o magistrado dis-corre sobre os direitos femi-ninos, observando que a mai-or parte da legislação brasi-leira é de gênero neutro, masque este fato - por si só - nãoproduz na sociedade efeitosde igualdade e justiça social.“Quando se fala de gênero nãose faz referência somente aodiscurso da diferença de se-xos, mas também da atribui-ção de papéis, que se refletena estrutura das instituições,nas práticas cotidianas, nosrituais e em tudo que consti-tui as relações sociais”, ava-lia. Outro ponto que o desem-bargador Carlin destaca dizrespeito a algumas diferenci-ações entre homens e mulhe-res promovidas pela Consti-tuição: “O próprio texto cons-titucional promove discrimi-

nações a favor das mulheres,por exemplo, quando estabe-lece prazo mais curto para aaposentadoria ou quando in-centiva a mulher ao trabalho,exceções concebidas por ra-zões biológicas e sociais.”

O autor acredita que ascaracterísticas femininas sãoutilizadas pelos homens,muitas vezes, com o intuitode fragilizar a posição dasmulheres. “Há o efeito práti-co produzido quando se cha-ma uma senho-ra de menina.Apesar de aidéia quererconfigurar cer-tamente sua ju-ventude, tam-bém é certo que nossa men-talidade a associará às cono-tações negativas como irres-ponsabilidade, imaturidade ede menor importância”, refle-te o magistrado.

Esta observação remete a

uma situação vivida recente-mente pela ministra EllenGracie Northfleet, em umavisita que fez ao Senado an-tes de sua posse como presi-dente do Supremo TribunalFederal. O senador Welling-ton Salgado, ao manifestarsuas impressões a respeito damagistrada, fundamentou:“Ouvi falar muito de sua com-petência, de seu conhecimen-to jurídico e de sua intelectu-alidade, mas meu voto levaainda em conta a beleza e ocharme”. Na mesma ocasião,o senador Mozarildo Caval-canti ressaltou: “Como gine-cologista, aprendi a lidar deperto com as mulheres, a en-tender muito profundamen-te a sensibilidade feminina.”Na opinião do desembargadorVolnei Carlin, as manifesta-ções dos senadores foram in-convenientes. “Com os adje-tivos postos, houve diminui-ção da sua condição profissi-onal. Se fosse um homem, porcerto, diriam apenas que pos-sui qualidades excepcionais”,protesta o magistrado.

Preconceitos e eventuaiscasos de diferenciação à par-

te, o fato é quenão se concebemais, na cultu-ra de boa partedo mundo,uma sociedadesem a presença

ativa das mulheres na políti-ca, na economia, nas acade-mias e em quaisquer outrasáreas e espaços. A mentali-dade de homens e mulheresjá não é mais aquela que res-tringia as atividades femini-nas aos cuidados com a casa,a família e a educação. O de-sembargador Carlin apontaque ainda existem problemasfemininos que requerem res-posta, mas confia nas mu-danças em curso: “Não vai de-morar muito para que a mu-lher juíza obtenha a plenitu-de político–administrativa desua função, nem que seja emum outro modelo. Isto paraos machistas deverá doer atéos ossos.” A desembargadoraaposentada Thereza Tang,por sua vez, sugere que astransformações se dão prin-cipalmente de dentro parafora: “Eu acredito que não fo-ram as coisas que mudaramcom o tempo, mas as mulhe-res que mudaram seu posici-onamento frente aos fatos”.

Conheça mais da história daConheça mais da história daConheça mais da história daConheça mais da história daConheça mais da história daprimeira magistrada do Brasil:primeira magistrada do Brasil:primeira magistrada do Brasil:primeira magistrada do Brasil:primeira magistrada do Brasil:

Thereza Grisólia Tang nas-ceu em 10 de fevereiro de 1922em São Luiz Gonzaga, no RioGrande do Sul. Trabalhou comoadvogada e tornou-se a primei-ra magistrada brasileira ao to-mar posse como juíza pretora nacomarca de Lagoa Vermelha,em 1951.

Prestou concurso para amagistratura catarinense, e em1954 foi nomeada juíza substi-tuta da 12ª circunscrição judici-ária, com sede em Criciúma.Trabalhou em Araranguá, Crici-úma, Turvo, Timbó, Palhoça,São José, Laguna, Joaçaba ena capital.

Foi promovida a desembar-gadora em 1975 e, em 1985,elegeu-se corregedora-geral deJustiça. Em 1987 assumiu aVice-Presidência do TJ e, em1989, tornou-se presidente doTJ/SC. Antes disso, exerceuparalelamente as funções deCorregedora-Geral da JustiçaEleitoral, vice-presidente e pre-sidente do TRE/SC. Aposentou-se por idade limite aos 70 anos,em 1992.

Em 1993, foi representantedo Instituto dos Magistrados doBrasil em Santa Catarina e pre-sidente do Centro de EstudosJurídicos do TJ/SC.

Hoje, a desembargadoraaposentada Thereza GrisóliaTang vive em Florianópolis.

Dia Internacional da Mulher celebra conquistasDia Internacional da Mulher celebra conquistasDia Internacional da Mulher celebra conquistasDia Internacional da Mulher celebra conquistasDia Internacional da Mulher celebra conquistasA data foi marcada para lembrar as injustiças e as lutas que fizeram parte do processo de conquista de direitos para as mulheresA data foi marcada para lembrar as injustiças e as lutas que fizeram parte do processo de conquista de direitos para as mulheresA data foi marcada para lembrar as injustiças e as lutas que fizeram parte do processo de conquista de direitos para as mulheresA data foi marcada para lembrar as injustiças e as lutas que fizeram parte do processo de conquista de direitos para as mulheresA data foi marcada para lembrar as injustiças e as lutas que fizeram parte do processo de conquista de direitos para as mulheres

A então juíza Thereza Grisólia Tang, primeira mulher magistrada dopaís, na década de 50, no Tribunal de Justiça de SC

A desembargadoraA desembargadoraA desembargadoraA desembargadoraA desembargadoraThereza Tang foi aThereza Tang foi aThereza Tang foi aThereza Tang foi aThereza Tang foi aprimeira magistradaprimeira magistradaprimeira magistradaprimeira magistradaprimeira magistradabrasileira, em 1951brasileira, em 1951brasileira, em 1951brasileira, em 1951brasileira, em 1951

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Foto: acervo pessoal

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O JUDICIÁRIOMarço de 2007Março de 2007Março de 2007Março de 2007Março de 20071111111111

EnsinoEnsinoEnsinoEnsinoEnsino

A Escola Superior da Magistra-tura do Estado de Santa Catarina(Esmesc) tem um calendário reple-to de atividades e novidades em2007, com a inédita instalação doMódulo III do Curso de Preparaçãopara o Concurso da Magistratura,ciclos de palestras e debates e os játradicionais cursospreparatórios da ins-tituição. O ano efeti-vo da Escola iniciou-se no dia 2 de feve-reiro, com a revisãointensiva para o con-curso, prosseguindo com o iníciodas aulas do segundo semestre domódulo I no dia 27 do mesmo mês.Agora, a expectativa é pela forma-tura das turmas anteriores em mar-ço, os ciclos e a chegada do móduloIII – que será o primeiro curso deresidência jurídica do país.

A criação do novo módulo é agrande novidade da Escola paraeste ano. Anteriormente, apenas osdois primeiros níveis eram ofereci-dos. Na primeira fase do curso, oconteúdo é exclusivamente teórico.Na segunda, eminentemente práti-co. Já o terceiro mó-dulo será um cursolato sensu com resi-dência judicial. Osalunos irão ficar1.800 horas/aulatrabalhando nos fó-runs junto a um juiz orientador de-vidamente cadastrado. Este siste-ma de ensino é inédito no Brasil,sendo implantado pioneiramenteem Santa Catarina. “Já temos ou-tros estados copiando o modelo, enós queremos que eles adotem omodelo mesmo”, informa o diretor

de ensino da Esmesc, juiz Paulo Ri-cardo Bruschi. “Queremos prepa-rar o candidato não só para passarno concurso, mas para sair quali-ficado a trabalhar como juiz”, com-pleta.

A previsão é de que o Módulo IIIseja instalado ainda no primeiro se-

mestre deste ano. AEsmesc aguarda ape-nas o acerto de umconvênio com o Tribu-nal de Justiça (TJ). Oacordo é necessáriopara fazer um cadas-

tro e regularizar as atividades dosjuízes orientadores. “Estamos à es-pera da formalização do convênio,mas é altamente provável a insta-lação do Módulo III neste semes-tre”, comenta o juiz Bruschi. O re-quisito para ingressar no curso é aconclusão dos módulos anterioresou ensino equivalente no antigo sis-tema da Escola.

A criação do terceiro estágio foimotivada pela Emenda Constituci-onal nº45, que passou a exigir doscandidatos aos concursos para juiztrês anos de prática jurídica ou de

freqüência a escolasda magistratura. Como terceiro módulo, oaluno que sair da gra-duação e passar pelocurso pode ir diretopara o concurso.

Quanto aos outros módulos daEscola: no Módulo I, além do reiní-cio da turma do ano passado, há oinício de turmas matutinas e no-turnas neste primeiro semestre. Jáas aulas do módulo II estão pro-gramadas para agosto. Além disto,a Esmesc vai oferecer cursos de re-

visão para qualquer concurso queenvolva a atividade judicial, comoos concursos para cartórios e no-tários. “O direcionamento [da Es-mesc] é para que a Escola não setorne uma repetição da graduação.O nosso principal objetivo é o aper-feiçoamento, e não a repetição”,explica o juiz Bruschi.

Ciclos de Palestras e DebatesDestaques do último ano, os ci-

clos de palestras e debates vão mo-vimentar a Esmesc em 2007. Even-tos sobre a Lei Maria da Penha, anova Lei Antidrogas e o Código deProcesso Civil lotaram auditóriosno ano passado. Para este ano, emparceria com universidades e enti-dades como a Academia Judicial doPoder Judiciário de Santa Catari-na, a Escola programou uma sériede eventos.

Os Núcleos de Estudos Avança-dos, sob a coordenação da Direto-ria Cultural, destacam-se como unsdos principais promotores de ativi-dades em 2007. Já para março, nodia 15 (às 19h), está marcada umaconferência com o professor PauloBonavides, sobre governança e le-gitimidade. Organizado em parce-ria com a Universidade do Sul deSanta Catarina (Unisul) e com oCentro de Estudos Jurídicos do TJ(Cejur), o evento será dirigido aosmagistrados catarinenses, alunosda Esmesc e alunos e professoresda Unisul. O auditório do Pleno doTJ foi o local escolhido para a con-ferência.

Encontros temáticos de cada umdos Núcleos de Estudos da Escolatambém já estão agendados. No to-tal, estão previstas oito audiênci-as, cada uma em uma cidade dife-rente do Estado. O périplo começano dia 30 de março, em Chapecó,com o Núcleo da Infância e Juven-

Esmesc está à espera de curso inédito no paísEsmesc está à espera de curso inédito no paísEsmesc está à espera de curso inédito no paísEsmesc está à espera de curso inédito no paísEsmesc está à espera de curso inédito no país

tude. Em abril é a vez do DireitoEmpresarial ser debatido em Join-ville, no dia 27 (veja a programa-ção completa no box).

Os encontros servem para deba-ter o tema específico de cada nú-cleo e para orientar as atividadesna área específica abordada. Entreos objetivos destacam-se a buscapela integração dos magistradosenvolvidos com cada um dos temase o estímulo à produção científicados magistrados catarinenses. Cri-ados no início de 2006 sob a dire-ção do juiz Edison Zimmer, os nú-cleo são compostos pelos magistra-dos catarinenses interessados emdeterminada área, chamados demembros natos, e pelos demaisoperadores de Direito ou ramosafins, os membros convidados.

Cursos específicos estão sendopreparados para terem início ain-da em março, mas ainda não háconfirmação. A expectativa é de quesurja um curso de sentença e deportuguês jurídico, matéria cadavez mais importante e mais cobra-da em concursos.

Escola terá um ano cheio de eventos, mas a grande atração é a instalação do Módulo IIIEscola terá um ano cheio de eventos, mas a grande atração é a instalação do Módulo IIIEscola terá um ano cheio de eventos, mas a grande atração é a instalação do Módulo IIIEscola terá um ano cheio de eventos, mas a grande atração é a instalação do Módulo IIIEscola terá um ano cheio de eventos, mas a grande atração é a instalação do Módulo III::::: um curso de residência judicial pioneiro no Brasil um curso de residência judicial pioneiro no Brasil um curso de residência judicial pioneiro no Brasil um curso de residência judicial pioneiro no Brasil um curso de residência judicial pioneiro no Brasil

Emenda ConstitucionalEmenda ConstitucionalEmenda ConstitucionalEmenda ConstitucionalEmenda Constitucionalnº45, a chamadanº45, a chamadanº45, a chamadanº45, a chamadanº45, a chamada

“reforma do Judiciário”,“reforma do Judiciário”,“reforma do Judiciário”,“reforma do Judiciário”,“reforma do Judiciário”,motivou a criação domotivou a criação domotivou a criação domotivou a criação domotivou a criação do

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Módulos I e II já eram oferecidos aos alunos da Escola, que já neste ano vão passar acontar com um terceiro estágio do curso de preparação

Diretor Bruschi diz que Escola buscaaperfeiçoar em vez de repetir a graduação

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O JUDICIÁRIO Março de 2007Março de 2007Março de 2007Março de 2007Março de 20071212121212

AssociativismoAssociativismoAssociativismoAssociativismoAssociativismo

Diretoria da AMC faz primeira reunião de 2007Diretoria da AMC faz primeira reunião de 2007Diretoria da AMC faz primeira reunião de 2007Diretoria da AMC faz primeira reunião de 2007Diretoria da AMC faz primeira reunião de 2007

A diretoria colegiada daAssociação dos MagistradosCatarinenses (AMC) estevereunida, no dia 24 de feve-reiro, na sede administrati-va da entidade, com expres-sivo quórum. Fizeram-se pre-sentes os magistrados JoséAgenor de Aragão (presiden-te); Paulo Marcos de Farias(2° vice-presidente); RudsonMarcos (1° secretário); PauloRoberto Tzelikis (sede balne-ária); Augusto César AlletAguiar (Depar-tamento de Es-portes); Ezequi-el Rodrigo Gar-cia (coordena-dor de Futeboldo Departa-mento de Es-portes); Leandro Passig Men-des (Departamento de Valo-rização Profissional e Defesado Magistrado); Marcelo Car-lin (Departamento de Proje-tos Especiais); Eduardo Mat-tos Gallo Júnior (Departa-mento de Mútua e Convêni-os); Laudenir Francisco Pe-troncini (1° tesoureiro); Sil-vio José Franco (Comissão p/Assuntos Constitucionais,Legislativos e Institucionais);

Paulo Ricardo Bruschi (dire-tor pedagógico da Esmesc);Carlos Alberto Silveira Lenzi(Departamento de Comuni-cação Social); Rafael Sandi(Comissão p/ AssuntosConstitucionais, Legislativose Institucionais); MarceloPons Meirelles (assessor daPresidência); Sônia MariaMazzetto Moroso (Departa-mento da Família, Infância eJuventude).

Ao abrir a reunião, o pre-sidente JoséAgenor Aragãoregistrou a de-dicação e o em-penho dos cole-gas Paulo Ro-berto Tzelikis eLaudenir Fran-

cisco Petroncini pelos rele-vantes serviços prestados,sendo que o primeiro coman-dou a sede balneária duran-te a temporada de verão, e osegundo prestou indispensá-vel colaboração no que se re-fere à discussão de assuntosde interesse da magistratu-ra junto ao Tribunal de Jus-tiça de Santa Catarina (TJ/SC).

Na ocasião também foi

apreciado pedido da 7ª Co-ordenadoria, com sede emSão Miguel do Oeste, no sen-tido de modificações dos cri-térios de merecimento namovimentação da carreira. Apretensão, que busca a ado-ção de critério “qualitativo”,e não apenas “quantitativo”,será enviada à ComissãoTemporária para Discussãoe Regulamentação do Proce-dimento de Aferição do Me-recimento, formada no anopassado pelo TJ/SC, paracuidar do tema, e que conta

com os desembargadores:Eládio Torret Rocha, Francis-co José Rodrigues de Olivei-ra Filho, Antônio Fernandodo Amaral e Silva, NewtonTrisotto e Volnei Ivo Carlin.

Também foi aprovado ocalendário de eventos de2007. Destaque especial foidado ao Congresso Estadu-al de Magistrados, que esteano será realizado no HotelRecanto das Águas, na cida-de de Balneário Camboriú,nos dias 26, 27 e 28 de ou-tubro. As Coordenadorias

Regionais receberão, posteri-ormente, expediente paraque indiquem temas e pales-trantes que gostariam de verno evento. Neste mês, diver-sos eventos já estão progra-mados, entre eles, palestracom o renomado professorPaulo Bonavides, no dia 15de março, no auditório doPleno do TJ/SC; Dia da Mu-lher, no dia 24 de março, nasede balneária da AMC; e a IEtapa de Tênis da AMC, de23 a 25 de março, na cidadede Tubarão. Finalizando omês, haverá lançamento doprojeto Agente da Paz e Se-minário Infância, na cidadede Chapecó, nos dias 29 e 30de março. Tendo em vista talevento, a reunião da direto-ria colegiada foi descentrali-zada, e ocorrerá no dia 30 demarço, na cidade oestina. Porfim, deliberou-se acerca daparticipação dos magistradosno campeonato sul brasilei-ro de Futebol, no período de20 a 22 de abril, em PortoAlegre, bem como no torneiosul brasileiro de Tênis, a serrealizado de 13 a 15 de abril,nas cidades gaúchas de Ben-to Gonçalves ou Porto Alegre.

A aprovação do calendário de eventos deste ano e o Congresso Estadual de Magistrados foram alguns dos principais assuntos do encontroA aprovação do calendário de eventos deste ano e o Congresso Estadual de Magistrados foram alguns dos principais assuntos do encontroA aprovação do calendário de eventos deste ano e o Congresso Estadual de Magistrados foram alguns dos principais assuntos do encontroA aprovação do calendário de eventos deste ano e o Congresso Estadual de Magistrados foram alguns dos principais assuntos do encontroA aprovação do calendário de eventos deste ano e o Congresso Estadual de Magistrados foram alguns dos principais assuntos do encontro

Próxima reunião da diretoria colegiada será em Chapecó, junto aolançamento do projeto Agente da Paz e Seminário da Infância

Palestra com PauloPalestra com PauloPalestra com PauloPalestra com PauloPalestra com PauloBonavides é umaBonavides é umaBonavides é umaBonavides é umaBonavides é uma

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Núcleo de Estudos debate Infância e Juventude em ChapecóNúcleo de Estudos debate Infância e Juventude em ChapecóNúcleo de Estudos debate Infância e Juventude em ChapecóNúcleo de Estudos debate Infância e Juventude em ChapecóNúcleo de Estudos debate Infância e Juventude em ChapecóO Núcleo de Estudos

Avançados (NEA) da Esco-la Superior da Magistratu-ra de Santa Catarina (Es-mesc) e o projeto “Agente daPaz” vão ter o seu ponto departida neste ano em Cha-pecó, entre os dias 29 e 30deste mês. O Núcleo deEstudos Avançados da In-fância e Juventude vai sero primeiro dos oito existen-tes a se reunir neste ano,com uma série de eventose discussões sobre o temaprogramados para o dia 30.Já a versão 2007 do bem-sucedido “Agente da paz”será lançada um dia antes.As atividades vão ocorrerna Faculdade Exponencial(FIE).

Cada um dos núcleosvai promover ao menos umencontro durante o ano emuniversidades pelo Estado.“A idéia é discutir o Direitode cada área nas universi-dades, entre os acadêmicosque serão os futuros ope-radores [do Direito], nassuas cidades e com a pre-

sença dos magistrados daregião e do Estado”, expli-ca o juiz Edison Zimmer,coordenador geral dos nú-cleos de estudo.

O encontro da Infânciae Juventude será voltadopara os integrantes do res-pectivo NEA, magistrados,servidores e acadêmicos daárea. “O evento vai buscaro aperfeiçoamento de ma-

gistrados e servidores e aintegração com acadêmicosda área”, comenta o juizMarcelo Carlin, coordena-dor do Núcleo de Direito daInfância e Juventude.

As atividades programa-das para Chapecó são re-sultado de uma parceriaentre o NEA da Infância eJuventude da Esmesc/AMC, o Centro de EstudosJurídicos e a Academia

Judicial do Tribunal deJustiça (TJ) e a FIE. A aber-tura do encontro está mar-cada para as 14h do dia 30.Em seguida, está progra-mada (a confirmar) a exibi-ção do vídeodocumentário“O que o destino me man-dar”, da jornalista ÂngelaBastos, será exibido. A pro-dução mostra como é a vidade meninos e meninas quevivem em abrigos do Esta-do.

Após a exibição do vídeo,o juiz da Infância da capi-tal, Francisco de OliveiraNeto, vai ministrar umapalestra sobre a área, se-guida de debates sobre oassunto tratado. Após umintervalo, a programaçãovolta às 19h com palestrado desembargador Amarale Silva sobre a discussão daredução da maioridade pe-nal. Outra palestra, aindanão confirmada, deverá fe-char o cronograma de ati-vidades. Há a possibilida-de do psiquiatra FranciscoBaptista Neto, autor do li-

vro “Somos todos crimino-sos e desonestos?”, encer-rar o encontro.

O projeto “Agente daPaz” será lançado no dia29, no auditório do HotelLang de Chapecó, às 19h.A solenidade vai ser aber-ta com a apresentação deuma palestra sobre o tema“drogadização”. Em segui-da será apresentada umavídeo-reportagem sobre a

trágica situação vivida pormilhares de crianças e jo-vens no Brasil e sobre oprojeto em si – com dura-ção de 18 minutos –, com-plementado com o videocli-pe do “Agente da Paz” (du-ração de 3 minutos). Parafinalizar, a coordenadorado projeto, juíza Sônia Mo-roso, vai falar sobre as pro-postas e novidades do“Agente da Paz” em 2007.

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Jornalista Ângela Bastos produziu o documentário “O que o destinome mandar”, que serviu de base para a campanha da AMB

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O JUDICIÁRIOMarço de 2007Março de 2007Março de 2007Março de 2007Março de 20071313131313

AssociativismoAssociativismoAssociativismoAssociativismoAssociativismo

O Supremo Tribunal Federal(STF) concedeu, no dia 28 de fe-vereiro, liminar equiparando oteto salarial dos magistrados fe-derais e estaduais. A Ação Diretade Inconstitucionalidade (Adin3854) foi ajuizada pela Associaçãodos Magistrados Brasileiros (AMB)e questionava o artigo 1º, daEmenda Constitucional (EC) 41/2003, o artigo 2º, daResolução nº 13, e oparágrafo único, doartigo 1º, da Resolu-ção nº 14, ambas asresoluções editadaspelo Conselho Naci-onal de Justiça(CNJ) em 21 de março de 2006.

Dos 11 ministros do STF, ape-nas o ministro Joaquim Barbosavotou pelo indeferimento da limi-nar. O presidente da Associaçãodos Magistrados Catarinenses(AMC), juiz José Agenor de Ara-gão, acompanhou de perto todaa movimentação em Brasília,

onde integrou a comitiva lidera-da pela AMB, contra o subteto damagistratura estadual.

Com a Adin protocolada no dia7 de fevereiro, a entidade tinhapor objetivo resolver uma discri-minação provocada pela decisãodo CNJ. A ação foi distribuídapara o ministro Cezar Peluso. Naestrutura do Poder Judiciário no

Brasil, o STF ocupaa posição mais eleva-da na hierarquia.Logo abaixo vêm oSuperior Tribunal deJustiça (STJ) e o Tri-bunal Superior doTrabalho (TST).

Abaixo desses tribunais, em ummesmo patamar, estão os tribu-nais regionais do trabalho (TRT);os tribunais regionais federais(TRF) e os tribunais de justiça dosestados (TJE).

Embora constitucionalmenteesses três tribunais estejam nomesmo grau de hierarquia da es-

trutura do Judiciário brasileiro,e por isso os desembargadores fe-derais do trabalho e dos estadostenham a mesma remuneraçãomáxima, a decisão do CNJ per-mite que os juízes dos tribunaisregionais federais e dos tribunais

regionais do trabalho recebamverbas legalmente admitidas (agratificação por exercício de pre-sidência de tribunal, por exem-plo) até o teto de R$24.500. Jáaos desembargadores estaduaisvedou-se a possibilidade de rece-bimento de verbas constitucio-nalmente autorizadas (como estamesma gratificação pelo exercíciode presidência de tribunal) aci-ma do teto de R$22.111,25.

A discriminação faz com queum presidente de TRF ou TRT,com a gratificação pelo exercíciodessa presidência, receba atéR$24.500, enquanto seu equiva-lente no Estado – o desembarga-dor estadual – exerce a presidên-cia do tribunal sem a possibili-dade de perceber qualquer grati-ficação por isso. Além de violarcláusulas pétreas concernentes àestrutura do Judiciário, a dife-rença ofende os princípios cons-titucionais da isonomia e da pro-porcionalidade.

AMC participa de movimento contra o subtetoAMC participa de movimento contra o subtetoAMC participa de movimento contra o subtetoAMC participa de movimento contra o subtetoAMC participa de movimento contra o subteto

AMB lança campanha sobre a reforma políticaAMB lança campanha sobre a reforma políticaAMB lança campanha sobre a reforma políticaAMB lança campanha sobre a reforma políticaAMB lança campanha sobre a reforma políticaO Núcleo de Estudos da Infância

e Juventude da Escola Superior daMagistratura do Estado de SantaCatarina (Esmesc) informa que serárealizado, de 19 a 21 de abril, em PortoAlegre (RS), o Seminário Regional daAssociação Brasileira de Magistradose Promotores de Justiça da Infânciae da Juventude – ABMP – Sul. Ma-gistrados catarinenses interessadosem participar do evento – cujo temaserá “Dinâmicas familiares e suas im-plicações na situação da infância ejuventude: convivência, subsistênciae saúde” - devem entrar em contatocom a assessoria de eventos da AMC,pelo telefone (48) 3231-3011, ou peloe-mail andrea@ amc.org.br, para queseja providenciado eventual pacotecom transporte e hospedagem.

Mais informações no site(www.seminarioregionalabmp.com.br).

SeminárioSeminárioSeminárioSeminárioSeminário

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abrício Severino

Para o presidente da associação catarinense, "o subteto coloca a magistratura estadual em um patamar inferior à magistratura federal"Para o presidente da associação catarinense, "o subteto coloca a magistratura estadual em um patamar inferior à magistratura federal"Para o presidente da associação catarinense, "o subteto coloca a magistratura estadual em um patamar inferior à magistratura federal"Para o presidente da associação catarinense, "o subteto coloca a magistratura estadual em um patamar inferior à magistratura federal"Para o presidente da associação catarinense, "o subteto coloca a magistratura estadual em um patamar inferior à magistratura federal"

Contra a distinção salarial, juiz JoséAgenor de Aragão manifesta apoio à AMB

A discriminação violaA discriminação violaA discriminação violaA discriminação violaA discriminação violacláusulas pétreascláusulas pétreascláusulas pétreascláusulas pétreascláusulas pétreasconcernentes àconcernentes àconcernentes àconcernentes àconcernentes à

estrutura do Judiciárioestrutura do Judiciárioestrutura do Judiciárioestrutura do Judiciárioestrutura do Judiciário

A Associação dos Magistrados Bra-sileiros (AMB) lançou, no dia 28 defevereiro, em Brasília (DF), a campa-nha “Reforma Política: conhecendo,você pode ser o juiz dessa questão”.O evento contou com a presença decerca de 230 pessoas, entre jornalis-tas e autoridades dos poderes Exe-cutivo, Legislativo e Judiciário.

A cerimônia teve início com aapresentação do vídeo “Reforma po-lítica: você sabe o que é?”, que com-provou o desconhecimento da gran-de maioria da população brasileirasobre o tema. O presidente da AMB,Rodrigo Collaço, apresentou entãooficialmente a campanha, destacan-

do que a ação pretende mobilizartoda a sociedade. “Com a campa-nha Operação Eleições Limpas, lan-çada em 2006, a AMB percorreu oBrasil inteiro e constatou que qua-se todos os juízes e cidadãos eramfavoráveis a uma reforma política,mas não sabiam o que é essa refor-ma”, afirmou. A cartilha, que des-taca os principais pontos da refor-ma em linguagem fácil e acessível,foi apresentada.

Na ocasião, foi assinado um ter-mo de cooperação técnica entre aAMB e a Secretaria de Relações Ins-titucionais da Presidência da Repú-blica, que irá distribuir a cartilha

produzida em escolas e entidadesde classe de todo o país. A jornalis-ta e cientista política Lucia Hippoli-to proferiu palestra sobre a impor-tância da reforma política e desta-cou a nova campanha da entidade.“Esta cartilha tem dois méritos: édidática e explica claramente asvantagens e desvantagens de algunspontos da proposta e escapa da ar-madilha de tentar propor uma re-forma política, ofício que é dos polí-ticos”, avalia.

Um dos pontos altos da noite foia homenagem prestada pela Asso-ciação dos Magistrados Brasileirosaos ex-integrantes da magistraturae atuais deputados federais Régis deOliveira (PSC-SP) - desembargadoraposentado e ex-presidente da AMB- e Flávio Dino (PCdoB-MA) - juizfederal licenciado.

Dia especial para as mulheresDia especial para as mulheresDia especial para as mulheresDia especial para as mulheresDia especial para as mulheresA Associação dos Magistrados

Catarinenses (AMC), através de seuDepartamento Social, oferece às as-sociadas uma programação especi-al em comemoração ao Dia Inter-nacional da Mulher, 8 de março. Asatividades serão realizadas no dia24 de março, sábado, na Sede Bal-neária da AMC, em Florianópolis.

As interessadas em participar do“Dia AMC da Mulher” devem con-firmar presença até 15 de março, pe-los telefones (48) 3231 3011 ou (48)3231 3023, ou pelo e-mail

Confira a programação:

9h30 – Recepção;10h – Alongamento;10h30 – Hidroginástica;12h – Brunch;13h30 – Exposição sobre os produtosExtratos da Terra e distribuição debrindes; Hidratação de pés e mãos;16h30 – Café da tarde.

[email protected]. O convite é ex-tensivo às dependentes de associa-dos (uma vaga por associado).

Foto: E

ugênio Novaes

A jornalista e cientista política Lucia Hippolito participou da cerimônia de lançamento doprojeto, quando falou sobre a importância da reforma política e destacou a iniciativa da AMB

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O JUDICIÁRIO Março de 2007Março de 2007Março de 2007Março de 2007Março de 20071414141414

Decisões JudiciaisDecisões JudiciaisDecisões JudiciaisDecisões JudiciaisDecisões Judiciais

Ex-deputado João Rosa sofre nova condenaçãoEx-deputado João Rosa sofre nova condenaçãoEx-deputado João Rosa sofre nova condenaçãoEx-deputado João Rosa sofre nova condenaçãoEx-deputado João Rosa sofre nova condenaçãoO ex-deputado estadu-

al, ex-vereador e delegadode Polícia aposentado Joãode Oliveira Rosa foi conde-nado, no início de feverei-ro, à pena de três anos equatro meses de reclusãoa serem cumpridos, inici-almente, em regime semi-aberto. Na mesma senten-ça, o juiz João MarcosBuch, da 2ª Vara Criminalde Joinville, condenoutambém o ex-assessor dodeputado, Roberval Cabralda Maia, à pena de doisanos de reclusão.

Os dois são acusadosde montar um esquemapara captação de recursospúblicos e posterior apro-veitamento em benefíciopróprio. João Rosa, juntocom Roberval, teria empre-

gado "laranjas" para aconstituição da "Associa-ção Viva o Boa Vista", emJoinville, em 25 de janeirode 2001. Pretendendo apa-rentar a existência da en-tidade, os dois arregimen-taram "sócios-fundadores"fictícios, figu-rando, paratanto, entãoassessores epessoas próxi-mas a ambos:Gelson JoséVieira (entãoassessor de João Rosa);Dorival Farias (contador);Grasiela Fabrícia Sabino; opróprio Roberval Cabral daMaia (então assessor deJoão Rosa); Maria Idair Vi-eira (mulher do então as-sessor Gelson José Vieira),

Raquel Reinert da Maia(mulher de Roberval); RosaReinert Sabino (cunhadade Roberval) e JoaquimCabral da Maia Neto (filhode Roberval).

Como deputado estadu-al, João Rosa conseguiu

articular naA s s e m b l é i aLegislativa deSanta Catari-na e favorecera entidade defachada queajudou a insti-

tuir. Deste modo, houveatendimento a pedido ofi-cializado por Roberval, emnome da associação, al-cançando-se a captação,em 17 de maio de 2001, deR$125 mil. Quando os re-cursos aportaram na con-

ta-corrente da associ-ação, Roberval, avisa-do pelo então deputa-do, já como pretenso pre-sidente da entidade, fez-seacompanhar de GelsonJosé Vieira e, a mando deJoão Rosa, efetuou retira-das através de chequesavulsos até esvaziar a re-ferida conta-corrente.

Após cada retirada osvalores foram levados, emespécie, por Roberval paraJoão Rosa na própria resi-dência deste. Embora te-nha recebido recursos pú-blicos, a entidade nuncachegou a desenvolver efe-tivamente qualquer ativi-dade social. “O dinheirosacado e mais tarde inte-gralmente apossado peloacusado João Rosa foi des-

viado em seu proveito par-ticular, tendo sido aplica-do ao seu bel-prazer”, ano-tou o magistrado em suasentença.

O ex-deputado JoãoRosa continua preso emcaráter preventivo. Ele foiinternado no hospital daUnimed de Joinville paraexames cardíacos. Estafoi a segunda condenaçãosofrida por Rosa. A pri-meira está em grau de re-curso, tendo o réu sidocondenado na oportuni-dade a dez anos de reclu-são, também por pecula-to. Em todas as acusa-ções há envolvimento deONGs, três no total.

Editora é condenada por propagandaEditora é condenada por propagandaEditora é condenada por propagandaEditora é condenada por propagandaEditora é condenada por propagandaA Editora Abril foi con-

denada a pagar R$50 milpor veiculação de propa-ganda abusiva por ter vei-culado o anúncio de circu-lação nacional intitulado“filhota”. A propaganda foiconsiderada abusiva paratoda a sociedade, indistin-tamente. A decisão decor-re de decisão judicial emação civil pública movidapelo Ministério Público deSanta Catarina, em 2005.

No ano em questão, aEditora Abril divulgou umanúncio no qual uma me-nina obtém autorização dopai para fazer "sexo selva-gem" e acordar "a vizinhan-ça toda". Em seguida, o paidiz: "ufa, achei que ela ia me

pedir o carro emprestado".Já na época o anúncio foiretirado do ar a pedido depromotores de Justiça devárias cidades do país.

A condenação indeniza-tória foi proferida pelo juiz

Domingos Paludo. O ma-gistrado fundamentou suadecisão em norma estabe-lecida pelo próprio meioeditorial e publicitário. Oart. 34 do Código Brasilei-ro de Auto-Regulamenta-ção Publicitária condena "a

publicidade que revele des-respeito à dignidade dapessoa humana e à insti-tuição da família".

Na opinião do juiz Palu-do, "a propaganda é eviden-temente ofensiva à institui-ção familiar, revelandouma subversão de valoresde corar, como ainda omais completo descaso dopai quanto ao comporta-mento da filha", e por fimseu alvo é puramente co-mercial, com o fito de "cri-ar necessidades irreais,para ofertar depois, comoforma de consolação, o pro-duto que deseja vender".

O valor da indenizaçãoserá destinado ao Fundo deBens Lesados do Estado.

Obras são suspensasObras são suspensasObras são suspensasObras são suspensasObras são suspensasA empresa Prever Servi-

ços Póstumos está proibidade continuar as obras de umcomplexo funerário em Jo-inville abrangendo um cemi-tério vertical e um cremató-rio. Segundo o MinistérioPúblico (MP), a empresa es-taria desmatando a vegeta-ção de uma área residencialdo município.

A Fundação do Meio Am-biente (Fatma) havia autori-zado as obras. Entretanto,as normas de direito ambi-ental e a legislação federalestavam sendo violadas, se-gundo o MP. O juiz CarlosAdilson Silva concedeu limi-

nar à ação civil pública pro-posta pelo Ministério Públi-co Estadual. A ação foi mo-vida contra a empresa Pre-ver e a Fatma. A multa diá-ria em caso de descumpri-mento foi fixada em R$5 mil.

Para o magistrado, “nãoresta outra alternativa senãoimpedir a continuidade dasatividades já iniciadas pelaempresa ré até que promo-va a sua adequação aos di-tames legais pertinentes àpreservação ambiental e ob-tenha a concessão/permis-são para o exercício dos ser-viços públicos que pretendeexecutar ”.

Revista em banco não gera indenizaçãoRevista em banco não gera indenizaçãoRevista em banco não gera indenizaçãoRevista em banco não gera indenizaçãoRevista em banco não gera indenizaçãoO TJ/SC negou indeniza-

ção a um homem revistadodentro de uma agência doBesc em Canoinhas. AndréLuiz Kasmierski alegou terrecebido tratamento injustopor policiais militares dentrodo banco. O pe-dido de indeniza-ção por danosmorais foi consi-derado improce-dente pela 3º Câ-mara de DireitoCivil, que reformou sentençainicial da comarca de Canoi-nhas em favor de Kasmierski.

O rapaz aguardava no se-tor de auto-atendimento aabertura do banco, para fa-zer um pagamento. Foi en-

tão abordado por policiais,que passaram a revistá-losem se justificarem. O geren-te havia chamado a políciapor considerar a atitude sus-peita. Segundo André, a si-tuação lhe causou constran-

gimento.No julgamen-

to em 1º grau, oBesc foi conde-nado ao paga-mento de R$7mil. A instituição

reverteu o quadro no TJ. OBanco ressaltou que a abor-dagem foi feita no saguão daagência, onde não havia maisninguém – os demais clien-tes não acompanharam a re-vista, pois aguardavam em

outra fila. Justificou tambémque André estava há mais de30 minutos no local, comuma revista sobre o rosto euma mochila nas mãos.

“Não é desarrazoadosustentar que, com o ban-co fechado, uma pessoaadentre na parte reservadaao auto-atendimento por-tando uma mochila e alipermaneça por aproxima-damente 30 minutos, nãolevante qualquer espécie desuspeita (...), notadamenteao gerente, costumeiramen-te o escolhido pelos deli-qüentes nos assaltos a ban-co”, anotou a desembarga-dora Salete Sommariva, re-latora da matéria.

Ex-aluna é indenizadaEx-aluna é indenizadaEx-aluna é indenizadaEx-aluna é indenizadaEx-aluna é indenizadaA ex-aluna do Centro

Educacional Lavoisier Lean-dra Machado Walter vai re-ceber R$5 mil de indeniza-ção do colégio por uso inde-vido de imagem. Fotos dajovem foram expostas emfolders e outdoors espalha-dos pelas cidades de Floria-nópolis e São José, e veicu-ladas em rede de televisãopor assinatura, jornais degrande circulação da regiãoe nos ônibus que transitampelas cidades. Leandra ten-tou majorar o valor da inde-nização no Tribunal de Jus-tiça, mas a 3º Câmara deDireito do TJ negou parcial-mente o recurso.

A então aluna do colégioLavoisier realizou um en-saio fotográfico no final de2002. Sua imagem foi exi-

bida nos meios de comuni-cação e em troca ficou acer-tado o pagamento de umcachê de R$100. Um con-trato foi assinado pela mãeda garota autorizando-a aparticipar da campanhapublicitária. Entretanto, aquantia não foi paga.

A decisão da Câmaramodificou a sentença no sen-tido de arbitrar os danosmateriais em R$100, corres-pondentes à quantia contra-tada e não efetuada pelo co-légio. "Não se preocupou odemandado em comprovar aquitação do contrato, se li-mitando a informar que amãe da autora não compa-receu à secretaria da escolapara assinar o recibo de pa-gamento", justificou a sen-tença. A decisão foi unânime.

O ex-parlamentar éO ex-parlamentar éO ex-parlamentar éO ex-parlamentar éO ex-parlamentar éacusado de usaracusado de usaracusado de usaracusado de usaracusado de usar

recursos públicos emrecursos públicos emrecursos públicos emrecursos públicos emrecursos públicos embenefício própriobenefício própriobenefício própriobenefício própriobenefício próprio

A campanhaA campanhaA campanhaA campanhaA campanhapublicitária foipublicitária foipublicitária foipublicitária foipublicitária foi

considerada ofensivaconsiderada ofensivaconsiderada ofensivaconsiderada ofensivaconsiderada ofensivaà instituição familiarà instituição familiarà instituição familiarà instituição familiarà instituição familiar

ComportamentoComportamentoComportamentoComportamentoComportamentosuspeito motivoususpeito motivoususpeito motivoususpeito motivoususpeito motivou

atitudeatitudeatitudeatitudeatitudedos policiaisdos policiaisdos policiaisdos policiaisdos policiais

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O JUDICIÁRIOMarço de 2007Março de 2007Março de 2007Março de 2007Março de 20071515151515

R. URTIGÃOR. URTIGÃOR. URTIGÃOR. URTIGÃOR. URTIGÃO

IguaisEm sessão do dia 28 de feverei-

ro, o Supremo Tribunal Federal(STF), pelos votos dos dez (10) mi-nistros – somente votou contrárioo ministro Joaquim Barbosa -, aco-lheu a liminar em Ação Direta deInconstitucionalidade promovidapela Associação dos MagistradosBrasileiros (AMB) contra a decisãodo Conselho Nacional da Magistra-tura, que “desigualizou” os subsí-dios dos desembargadores estadu-ais e federais. A previsão da limi-nar deverá ser confirmada no mé-rito, mantendo a tradicional, legí-tima e legal igualdade, que estáconsolidada pelo princípio consti-tucional da isonomia.

DesajustouA “Toga” de fevereiro último “de-

sajustou”. Omitiu, involuntaria-mente, o nome do desembargadorSouza Varella, que será eleito nopróximo dia 7 de março corregedore vice-presidente do Tribunal Regi-onal Eleitoral (TRE). O presidente,desembargador Trindade dos San-tos, ainda bem, não foi “demitido”,e o desembargador Cláudio Dutraserá o 1º suplente.

AplausosAplausos gerais da cidadania

catarinense pela decisão da 1ª Câ-mara de Direito Público do Tribu-nal de Justiça de Santa Catarina(TJ/SC), que manteve a liminar li-beratória dos contribuintes adqui-rentes de veículos através de con-tratos de alienação fiduciária, quenão necessitarão mais registrar ospactos nos cartórios competentes.Agora, somente no Detran. Menos– e desnecessários - custos

OuvidorO desembargador Volnei Carlin

é o novo ouvidor geral do Tribunalde Justiça de Santa Catarina (TJ/SC). Foi eleito, por unanimidade,na última sessão do Pleno, parasuceder no posto, o seu grandeamigo e colega, o falecido desem-bargador Nicanor Calírio da Silvei-ra.

DetonandoO grupo educacional paranaen-

se Bom Jesus aportou em SantaCatarina, detonando costumes etradições. Aqui na capital “implo-diu” o nome do tradicional e cente-nário Colégio Coração de Jesus,transformando-o neste nome emais Bom Jesus, combinando ouniforme pink e branco. Em La-ges, jogou no rio Caveiras a tam-bém tradição e “centenaridade” doColégio Diocesano.

Os professores mais antigos eexperientes foram demitidos e con-tratados novos, descomunicados.Segundo algumas carolas da Igre-ja, o bom Jesus não está nem umpouco satisfeito!!

MudançaO juiz Hélio do Vale Pereira, co-

ordenador dos magistrados do Tri-bunal de Justiça de Santa Catari-na (TJ/SC), está deixando a fun-ção para retornar à judicatura nacapital. Responderá pelo cargo ochefe de gabinete da presidência doTJ o juiz Paulo Henrique Moritz M.da Silva.

PrecatóriosApresentada no Congresso Na-

cional, com grande apoio, emendaconstitucional que altera os crité-rio de pagamento dos precatóriosda União, Estados e Municípios,acabando com a ordem cronológi-ca, imposta no art. 100 da Consti-tuição.

Nos TCsA sanha fiscalizadora do Conse-

lho Nacional de Justiça está volta-da agora, também, contra os Tri-bunais de Contas (27 estaduais eseis municipais), que segundo apresidente, muitos deles, os con-selheiros estão percebendo acimado teto (R$22,1 mil), incorporandoabonos e vantagens, decorrentes deleis estaduais e atos administrati-vos, superando, alguns os subsídi-os da magistratura estadual. Poroutro lado, o CNJ, desde a sua cri-ação em 2005, já acumula 1.517reclamações contra juízes e servi-dores do Judiciário nacional, nãotendo até hoje concluído nenhumprocesso...

DisputaSeis candidatos disputam as

preferências dos integrantes doMinistério Público estadual para ocargo de Procurador Geral de Jus-tiça, cuja eleição dar-se-á no pró-ximo dia 16 do corrente. Os trêsmais votados comporão a lista queserá remetida ao governador LHSpara nomeação. Segundo “experts”do MP, a lista seria composta pelosprocuradores José Galvani Alber-ton, Odil José da Costa e NarcísioGeraldino Rodrigues.

HaitiA decoração carnavalesca das

ruas centrais e Beira-Mar da capi-tal catarinense, não foi paupérri-ma... foi haitiana, tirante ainda omau gosto explícito.

Casa infelizO sorteio denominado “Casa

Feliz” já está sofrendo de paralisa-ção desde fevereiro último. As rela-ções entre os dois proprietários dapromoção “carnetiana” extremece-ram, em razão de disputas inter-nas. Talvez até nem volte mais...

SaindoO jornalista Miltinho Cunha está

deixando a coluna diária que man-tinha no jornal “O Estado” destacapital.

LimitaçãoO desembargador Pedro Mano-

el Abreu, presidente do Tribunal deJustiça de Santa Catarina (TJ/SC),expediu ato administrativo limitan-do a verba para uso de telefonescelulares, na instituição, até R$ 250mensais. Quem extrapolar paga dopróprio bolso.

JobimCom o título “Sempre”, o jorna-

lista Janio de Freitas publicou oseguinte suelto na sua coluna naFolha de SP, p. A5, de 27 de feve-reiro último: “A figura de um ex-presidente do Supremo TribunalFederal fazendo propaganda de cer-veja, com uma camiseta de inscri-ções fartamente promocionais, nãopoderia ter seguimento mais coe-rente do que um périplo seu paraangariar apoio, nos quintais pee-medebistas fluminenses e outros,à pretensão de presidir o partido.Da presidência do Supremo Tribu-nal Federal para a presidência doPMDB. Só mesmo Nelson Jobim.”

ConciliaçãoO desembargador Marco Aurélio

Gastaldi Buzzi, do Tribunal de Jus-tiça de Santa Catarina (TJ/SC), co-ordenador nacional do movimentopela conciliação instituído pelo CNJ,esteve em São Paulo com os integran-tes do Setor de Apoio à Conciliaçãodo 2º grau, onde, em conjunto, de-senvolveram entendimentos com di-retores e advogados da FederaçãoBrasileira de Bancos (Febraban). Fi-cou acertado que a entidade gestio-nará junto à rede bancária nacionalpara que sejam sensíveis aos muti-rões de conciliação do 1º grau e aosórgãos de conciliação do 2º grau,como os que existem em São Paulo eSanta Catarina.

Como afirma o desembargadorBuzzi, “o juiz não pode e não deveresolver a lide somente com a sen-tença... Deve provocar e tentar a pa-cificação do conflito pela concilia-ção”.

Véus medievaisFeliz expressão da jornalista ita-

liana Oriana Fallaci, sobre a im-posição obrigatória às mulheresmulçulmanas de usar aquele véu(ou lenço) na cabeça, denominan-do-o de “estúpido trapo medieval.Ele é o símbolo onipresente das li-mitações a que as mulheres sãosubmetidas no islamismo”.

Pior ainda é aquela “burca” ou“xador”, túnica que cobre todo ocorpo, e no rosto aquela “penei-ra” de tecido, dificultando a visão.No Irã, às mulheres é vedada apretensão ou aspiração de seremmagistradas... bota medievalismonisso!!

NéscioAcho-me um verdadeiro néscio.

Não entendo como os presidiários,do recôndito de suas celas ou páti-os, estabeleceram uma rede de te-lefonia celular para praticar amea-ças de seqüestros e mortes.

Segundo me informou um téc-nico, existem sistemas específicosque vedam a emissão e recepção detelefonia celular em áreas delimi-tadas. Por que não proceder assimnas áreas das penitenciárias? Osdiretores e funcionários que falemdos telefones convencionais!

Gravura de Camille Corot (1796/1875), publicação da Editora Noa Noa de Santa Catarina

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O JUDICIÁRIO Março de 2007Março de 2007Março de 2007Março de 2007Março de 20071616161616

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Noticiou “O Ju-diciário”, em suaedição nº 10, defevereiro de 2007,na página 5: “A leique obriga a auto-ridade policial avi-sar a DefensoriaPública até 24 ho-ras depois de uma

prisão já mostra seus efei-tos em Santa Catarina.Duas pessoas autuadaspor tráfico tiveram suasprisões relaxadas devido aodescumprimento da nor-ma. A dificuldade da auto-ridade competente foi nãoter conseguido contato coma OAB, responsável pelaDefensoria Dativa do Esta-do”. Realmente, o artigo306 do Código de ProcessoPenal, com a redação quelhe deu a Lei nº 11.449, de16 de janeiro de 2007, de-termina: “Aprisão dequalquer pes-soa e o localonde se en-contra serãocomunicadosimediatamen-te ao juiz competente e à fa-mília do preso ou à pessoapor ele indicada”. Esta pro-vidência já constava daConstituição Federal, arti-go 5º, inciso LXII. A novi-dade encontra-se no §1ºque restou inserido, o qual,após repetição de parte do

contido na redação antiga,enfatizou: “Dentro de 24h(vinte e quatro horas) de-pois da prisão deve ser en-caminhado ao juiz compe-tente o auto de prisão emflagrante acompanhado detodas as oitivas colhidas e,caso o autuado não infor-me o nome de seu advoga-do, cópia integral para aDefensoria Pública”. Assim,a prisão em flagrante im-põe, num primeiro momen-to, comunicação ao juizcompetente, à família doflagrado ou pessoa por eleindicada.

Lavrado o flagrante, de-verão ser remetidos os au-tos ao juiz competente e có-pia ao defensor, se existen-te, ou à Defensoria Pública.Não existindo no Estado deSanta Catarina DefensoriaPública, não há como cum-

prir o disposi-tivo em ques-tão por totalimpossibili-dade materi-al. Para quenão se aleguecerceamento

do direito à amplitude dedefesa, indispensável, quemedidas sejam tomadas apartir do objetivo preconiza-do na Lei nº 11.449/07, queé dar maior amplitude à fis-calização da legalidade daprisão em flagrante, apesardas determinações até en-

tão existentes (ConstituiçãoFederal, artigo 5º, incisosLXII e LXV). Inexistindo De-fensoria Pública, o assuntodeverá ser solucionado pormeio da Defesa Dativa, re-gulada por lei estadual eque tem o mesmo objetivodaquela, cabendo a nome-ação de defensor ao juiz. Emdecorrência, quando o juizreceber a comunicação daprisão de alguém deverá, deimediato, nomear defensordativo para fim de, posteri-ormente, este receber cópiado auto de prisão em fla-grante, com comunicação àautoridade policial. Consti-tuindo defensor, ou já exis-tente, aquela nomeação res-tará prejudicada.

É bom que se diga, a re-messa de cópia não impõe

a obrigatoriedade da toma-da de qualquer medida,salvo se ocorrente qualquerilegalidade, no entender dodefensor. Porém, o des-cumprimento da remessade cópia do flagrante à De-fensoria Pública, aqui aodefensor dati-vo, por si só,não induz emnulidade doauto de pri-são em fla-grante por setratar de me-dida que lhe é posterior,sem qualquer vinculação àlavratura daquela peça. Ali-ás, mudança expressamen-te prevista no Código deProcesso Penal, artigo 564,inciso IV, de seguinte teor:“A nulidade ocorrerá nos

seguintes casos: por omis-são de formalidade queconstitua elemento essen-cial do ato.” (grifamos)

Além disso, apenaspara argumentar, se nuli-dade existisse o reconhe-cimento estaria jungido àexistência de prejuízo. Ora,se na lavratura do flagran-te não há defesa, por setratar de ato iminentemen-te inquisitorial, cabendo oexame de sua legalidade aojuiz por expressa determi-nação constitucional, semqualquer interferência ouopinião de defensor, im-possível vislumbrar naomissão da remessa decópia dos autos qualquerprejuízo no que diz respei-to à lisura daquela peçaprocessual. Em decorrên-cia, a inexistência de pre-juízo impede o reconheci-mento da nulidade - se

existisse, repi-ta-se. Conso-ante preconi-zado no artigo563 do Códigode ProcessoPenal, dizendorespeito às

nulidades relativas, “ne-nhum ato será declaradonulo, se da nulidade nãoresultar prejuízo para aacusação ou defesa”.

* Desembargador Maurílio* Desembargador Maurílio* Desembargador Maurílio* Desembargador Maurílio* Desembargador MaurílioMoreira LeiteMoreira LeiteMoreira LeiteMoreira LeiteMoreira Leite

Flagrante e Defensoria PúblicaFlagrante e Defensoria PúblicaFlagrante e Defensoria PúblicaFlagrante e Defensoria PúblicaFlagrante e Defensoria Pública

A prisão em flagranteA prisão em flagranteA prisão em flagranteA prisão em flagranteA prisão em flagranteimpõe a comunicaçãoimpõe a comunicaçãoimpõe a comunicaçãoimpõe a comunicaçãoimpõe a comunicaçãoao juiz e à família doao juiz e à família doao juiz e à família doao juiz e à família doao juiz e à família doflagrado ou a pessoaflagrado ou a pessoaflagrado ou a pessoaflagrado ou a pessoaflagrado ou a pessoa

por ele indicadapor ele indicadapor ele indicadapor ele indicadapor ele indicada

O descumprimento daO descumprimento daO descumprimento daO descumprimento daO descumprimento daremessa de cópia àremessa de cópia àremessa de cópia àremessa de cópia àremessa de cópia à

Defensoria, por si só,Defensoria, por si só,Defensoria, por si só,Defensoria, por si só,Defensoria, por si só,não induz em nulidadenão induz em nulidadenão induz em nulidadenão induz em nulidadenão induz em nulidade

do auto de prisãodo auto de prisãodo auto de prisãodo auto de prisãodo auto de prisão

Foto: Juan W

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“Lavrado o flagrante, deverão ser remetidos os autos ao juizcompetente e cópia ao defensor, se existente, ou à Defensoria Pública”