redes sociasis e suceso escolar (afirse2015)

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  • 7/25/2019 Redes Sociasis e Suceso Escolar (AFIRSE2015)

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    Diversidade e Complexidade da Avaliao em Educao e Formao.

    Contributos da Investigao

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    REDES SOCIAIS E SUCESSO ESCOLAR:UMA APLICAO DAS TCNICAS DAANLISE ESTRUTURAL DE REDES

    RESEAUX SOCIAUX ET SUCCES SCOLAIRE :UNE APPLICATION DES TECHNIQUESDANALYSE DE STRUCTURE DES RESEAUX

    Joo SousaESE_IPB

    [ID 261]

    RESUMO

    :

    O objectivo deste trabalho investigar as dinmicas de trabalho emergentes dentro de um grupo

    de alunos bem como a forma dos fluxos de informao resultantes, utilizando tcnicas e

    ferramentas decorrentes da teoria da anlise de redes. Investigaram-se trs dimenses distintas

    embora complementares - a tessitura social do grupo, a estrutura dos distintos grupos de trabalho

    observados e a direo e intensidade dos fluxos de informao tcnica pedida e recebida.

    Recorreu-se a software especfico para trabalhar os dados obtidos s e descrevem-se as

    estruturas resultantes com especial ateno para alguns descritores como: coeso do grupo;

    distncias reais, mdias e mximas; distribuio de grau e ndices de centralidade. Analisam-se

    as interaces entre as diferentes dimenses e tenta aferir-se a sua influncia recproca

    procurando simultaneamente determinar a existncia de disfunes (isolados,

    estrangulamentos, etc. ) e apontar formas de as colmatar de forma a tomar o grupo global mais

    produtivo

    PALAVRAS CHAVE

    :

    Colaborao, redes, pequenos grupos, fluxos de informao.

    INTRODUO

    Assumindo como um dado adquirido a convenincia do trabalho colaborativo em contexto

    educativo (Pires, 2001; Morais, Neves, & Pires, 2004), e sendo dado que o desenvolvimento da

    cooperao no algo naturalmente espontneo (Axelrod, 1984) estando dependente de

    mltiplos obstculos (Kollock, 1998) que se podem apresentar ao desenvolvimento de estruturas

    estveis de trabalho cooperativo considera-se importante analisar e desenvolver estratgias que

    permitam tornar essa colaborao mais provvel.

    Uma dessas estratgias poder passar pela anlise das estruturas grupais subjacentes, a

    partir das quais se poder, ou no, desenvolver uma plataforma colaborativa. Este conhecimento

    poder ser determinante para a conduo da prtica valiativa.

    O objectivo desta anlise investigar as dinmicas de trabalho emergentes dentro de um

    grupo restrito de alunos (Friedkin & Johnsen, 2011) bem como a forma dos fluxos de informao

    resultantes, utilizando tcnicas e ferramentas decorrentes da teoria da anlise de redes

    (Wasserman & Faust, 1994; Knoke & Yang, 2008).

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    Comea-se por caracterizar o grupo de anlise utilizado e referem-se brevemente as tcnicas

    de recolha de informao aplicadas.

    Na recolha de dados foram utilizados questionrios completados por observao para aferir

    as interaes. Na anlise dos dados recorreu-se a software especfico: Gephi (Bastian &Heymann, 2009); NodeXL (Smith, 2009); SocNetV (Kalamaras, 2012), delineando as estruturas

    resultantes com especial ateno para alguns descritores como: coeficiente de agregao;

    distncias reais, mdias e mximas; distribuio de grau e ndices de centralidade. (Easley &

    Kleinberg, 2010)

    Partindo da anlise dos dados foram investigadas trs dimenses distintas embora

    complementares tessitura social do grupo; estrutura dos distintos grupos de trabalho

    observados; e direo e intensidade dos fluxos de informao tcnica pedida e recebida cujasinteraes se analisam e cuja importncia recproca se tenta aferir.

    Procurou-se complementarmente determinar a existncia de disfunes (isolados,

    estrangulamentos, etc.) e apontar formas de as colmatar de forma a tomar o grupo global mais

    produtivo.

    METODOLOGIA

    Utilizou-se uma metodologia que pode ser descrita como naturalista e comparativa (Runkel &

    McGrath, 1972). Comeou-se por determinar os limites do grupo em anlise 11 alunos

    constituindo a totalidade de uma turma com que o investigador trabalhou durante um ano lectivo,

    caracterizando posteriormente os seus elementos (sexo, idade, etc.,). Elaborou-se um

    questionrio que foi aplicado e respondido por todos os intervenientes, tomando em ateno as

    precaues convencionadas na literatura mais frequentemente referida (Hill & Hill, 2012; Bell,

    2005; (Quivy & van Campenhoudt, 2005) com particular ateno para a manuteno do

    anonimato dos participantes.

    E

    NQUADRAMENTO

    Este trabalho situa-se no cruzamento de trs reas distintas mas concorrentes do

    conhecimento que se descrevem mais detalhadamente a seguir: a anlise de pequenos grupos;

    a moderna teoria das redesnomeadamente na vertente da anlise estrutural das redes sociais

    e nos estudos sobre cooperao.

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    EQUENOS GRUPOS

    A investigao sobre pequenos grupos, englobadana designao mais genrica da dinmica

    de grupos (Forsyth, 2009) tem sofrido nas ltimas dcadas uma sucesso de fortunas e reveses.

    Tendo alcanado um estatuto preponderante nos anos 60 conhece um certo retrocesso a partir

    dos anos 70 - muito graas a um esvaziamento advindo da popularidade dos estudos

    organizacionais para voltar a conhecer um ressurgimento acadmico a partir dos anos 90.

    (Arrow, McGrath, & Berdahl, 2000).

    B

    T

    EORIA DAS

    R

    EDES

    Pode definir-se uma rede, conceito que tem vindo a ganhar crescente relevncia muito graas

    ao trabalho do socilogo catalo Manuel Castells (2002 [1996], 2006 [2004]) como um conjuntode pontos unidos entre si por um ou mais tipos determinados de ligaes (respetivamente

    designados por vrtices, agentes, etc. e arestas, elos, etc, conforme o ramo cientfico

    considerado) Inicialmente conceptualizado por Leonard. Euler teve a sua primeira formalizao

    moderna com os trabalhos de Paul Erds e Alfred Rnyi, produzindo um largo corpus de

    teoremas permitindo descrever probabilisticamente redes aleatrias. Sendo que a aleatoriedade

    estrutural inerente a esta formulao levantava graves problemas sua aplicao no campo das

    cincias humanas e sociais s a partir da segunda metade do sc. XX se comearam a aplicar

    estes modelos ao estudo das relaes humanas quer no que respeita estrutura das ligaes

    (Travers & Milgram, 1969) quer no atinente importncia da forma das ligaes aos diversos

    contactos (de Sola Pool & Kochen, 1978/79) sobressaindo aqui a importncia da formalizao

    matemtica de Frank Harary (Cartwright & Harary, 1956) e Anatol Rapoport (Rapoport, 1957)

    permitindo trazer para a descrio das estruturas sociais e do seu funcionamento uma preciso

    anteriormente desconhecida. Estes desenvolvimentos conduzem na ltima dcada do sculo

    passado aos primeiros algoritmos funcionais para descrio de grupos sociais e seu

    funcionamento, sobretudo graas ao desenvolvimento do Conceito dos pequenos mundosdesenvolvido por Duncan Watts (Watts & Strogatz, 1998; Watts D. J., 2003) e formalizao do

    mecanismo das ligaes preferenciais por A-L. Barabsi (Barabsi A. L., 2002) (Dorogotsev,

    Mendes, & Samukkin, 2000)c) A Problemtica da cooperao

    A questo da cooperao - nomeadamente a de saber porqu e em que condies os

    indivduos cooperam - tem sido aquela, talvez por ser a de mais difcil formalizao, que menos

    ateno tem despertado na literatura cientfica atual. Aps o estudo pioneiro de Mancur Olson

    na dcada de 60 (Olson, 2002 [1965]) - e exceptuando as contribuies de Robert Axelrod ePeter Kollock ou mais recentemente de Martin Nowak e do seu grupo de trabalho - raras tm

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    sido as propostas de constituio de uma teoria coerente e englobante da cooperao. Dado o

    atual interesse e profuso de investigaes sobretrabalho colaborativo, sobretudo no domnio

    educativo, de lamentar a falta de uma teoria estruturante.

    Correndo o risco de sobre simplificar pode dizer-se que as posies se articulam em torno deposies mais "pessimistas" (Axelrod, 1984) que consideram que a cooperao algo de

    fundamentalmente oposto aos interesses egostas do indivduo e portanto difcil de implementar

    e mais "optimistas" (Nowak, 2013) que consideram que podendo embora a cooperao parecer

    lesiva dos interesse egostas individuais benfica espcie e est portanto geneticamente

    programada nos indivduos, passando pelas mais moderadas (Kollock, 1996).

    Seja qual for a posio adoptada parece ser do maior interesse investigar se dentro de um

    grupo existem estruturas de conexes que podem potenciar ou prejudicar o trabalhocolaborativo, quais elas so em caso afirmativo, c como se podem facilitar caso no estejam

    presentes.

    D

    ESENVOLVIMENTO

    Definido o grupo de anlise uma turma de 11 alunos com idades compreendidas entre os

    20 e os 32 anos com 3 elementos do sexo masculino e 8 do sexo feminino frequentando o

    primeiro ano dum curso superior foi aplicado um questionrio tentando determinar: (a) uma

    tessitura genrica do grupo enquanto entidade social; (al) quem conhece quem - sabe quem a

    partir do nome; (a2) quem mantm relaes sociais com quem fora do contexto escolar

    combina encontrar-se com para actividades no acadmicas; (b) a estrutura real e idealizada

    dos grupos de trabalho; (bl) quem j tinha constitudo grupos de trabalho com quem; (b2) quem

    gostaria de trabalhar com quem e; (c) a forma dos fluxos de informao ocorrentes entre os

    distintos elementos, mais especificamente (cl) quem pede conselhos de carcter tcnico a quem

    e (c2) quem reconhece ter dado conselhos tcnicos a quem.

    O questionrio foi aplicado no decurso do segundo semestre letivo para assegurar uma certa

    estabilizao das ligaes estabelecidas.

    RECOLHA E ANLISE DOS DADOS

    A informao recolhida atravs do inqurito e complementado por observao direta

    (sobretudo no respeitante ao item (bl) foi codificada e analisada recorrendo a trs programas

    distintos livremente disponveis: SocNetV (Kalamaras, 2012), Gephi (Bastian & Heymann, 2009);

    e NodeXL (Smith, 2009). O primeiro foi utilizado para gerar as redes analisadas pela sua

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    facilidade de definir ambientes visuais, o segundo para analisar as tabelas de adjacncia

    produzidas e calcular a maioria dos resultados e o ltimo para anlise s sub-redes individuais.

    Os nomes dos participantes foram randomizados utilizando software especfico para

    assegurar a anonimidade e codificados como se explicita a seguir: Masculinos 4.FM, 7.RA,10.RM; Femininos IAS, 2.CF, 3.DC, 5.FC, 6.FS, 8.JR, 9.MG, 11.SP.

    Este trabalho debruar-se- mais detalhadamente sobre os resultados obtidos no ponto (c)

    sendo os restantes ponto utilizados sobretudo a nvel de comparao.

    RESULTADOS

    A anlise dos resultados obtidos foi dividida em trs seces. Na primeiraanlise da rede

    social introduzem-se e qualificam-se os conceitos fundamentais utilizados. Na segunda

    anlise da rede de colaborao caracteriza-se brevemente a estrutura de trabalho colaborativo

    emergente. Finalmente na terceiraa anlise dosfluxos de informao tenta determinar-se

    at que ponto a estrutura de troca de informao (pedida e fornecida) consentnea com a

    encontrada para os grupos de trabalho.

    A

    R

    EDE

    S

    OCIAL

    Em relao a (al) obteve-se uma rede perfeitamente trivial mas que til introduzir a nvel dc

    comparao e explicitao dos conceitos utilizados. Como seria expectvel num grupo desta

    dimenso todos os elementos afirmaram conhecer pelo nome todos os outros o que produziu

    uma rede com as seguintes caractersticas:

    (a) Densidaderelao entre o nmero de ligaes presentes e ligaes possveis - igual

    a 1;

    (b)

    Grau de entrada nmero de ligaes aferentes de cada n - igual a 10, o mximo

    possvel;

    (c)

    Grau de sada nmero de ligaes eferentes de cada n igual a 10, o mximo

    possvel;

    (d)

    Distribuio de grau ordenao dos ns segundo o seu nmero de ligaes, que

    podem ser distinguidas entre aferentes e eferentes se necessrio;

    (e) Distncia considera-se a distncia real entre dois ns o menor nmero de arestas

    que necessrio percorrer para alcanar um deles a partir do outro. A maior distncia

    possvel entre dois quaisquer ns designa-se por dimetro da rede e considera-se a

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    distncia mdia como a mdia das distncias. Mais uma vez para a rede definida segundo

    esta dimenso todos estes valores so iguais entre si e a 1;

    (f) Direccionalidade da rede - como se depreende da conjugao de (b) e (c) todas as

    ligaes desta rede so bidireccionais o que permitiria analisar a rede como nodireccional. S no caso da direco da ligao ser importante (existe uma ligao do n

    x para o n y mas no existe a ligao complementar dej a x) se considera a rede

    direccionada. O facto de se considerar uma rede direccionada ou no tem influncia sobre

    as mtricas que se lhe podem aplicar;

    (g)

    Intermediao - medida que permite calcular qual a importncia de determinado n como

    mediador de informao entre dois outros igual para todos os ns. Em termos mais

    estritos dever-sc-ia distinguir o conceito de centralidade (medido em relao rede) doconceito de intermediao (medido em relao a diferentes pares de ns) mas neste

    trabalho apenas ser tratado este ltimo;

    (h) Fluxos de informao - determinao da direco e carga informativa que poderia

    transitar sobre cada ligao, o que pode ser determinado atravs de algoritmos

    especficos (Ahuja, Magnanti, & Orlin, 1993; McCamant & Ernst, 2008) - igual para todas

    as arestas [estritamente falando o que se de termina a quantidade mxima de

    informao que pode transitar ao longo de cada aresta - a carga informacional a que cada

    n estaria ento sujeito seria o somatrio das cargas de todas as arestas a ele aferentes.

    Este valor s pode ser calculado para redesdireccionadas]. A quantificaodos fluxos de

    informao para este grupo no objecto deste trabalho.

    Note-se desde j que as redes extremamente igualitrias e densas deste tipo (extremamente

    raras na maioria dos contextos reais) sendo embora muito favorveis rpida disseminao de

    informao entre os seus membros so bastante imprprias criao de conhecimento novo por

    serem extremamente resistentes (alm de estarem pouco expostas) penetrao de informao

    externa (Granovetter, 1973). Obviamente, s com informao interna no se pode gerar

    conhecimento novo.

    Procedendo agora a uma breve comparao com a rede obtida por anlise da dimenso (a2)

    sobressaem desde logo:

    a) a densidade da rede diminui de 1 para 0,945;

    b)

    a dimetro aumentou de 1 para 2 e a distncia mdia ligeiramente para 1,05;

    c) a distribuio de grau observada a seguinte: 7 ns apresentam grau 10 (mximo), 3

    grau 9 e um grau 7, com um valor mdio de 7,455.

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    Exceto quando explicitamente referido todas as anlises numricas foram levadas a cabo

    com o software Gephi (Bastian & Heymann, 2009) e as representaes grficas utilizando o

    SocNetV (Kalamaras, 2012).

    4.3 Ilustrao 1 - Rede Social - Conhecimento (esquerda) e Relaes (direita)

    De notar que esta segunda rede, apesar de demonstrar um dos aspetos previstos pela teoria

    que contrariamente ao que se poderia esperar no caso de ligaes relativamente aleatrias,

    a distribuio de grau no segue uma curva normal em que esperaramos um nmero de ns

    com grau mximo e mnimo aproximadamente igual, mas se aproxima de uma estrutura

    independente de escala (Barabsi & Albert, 1999; Barabsi & Bonabeau, 2003) - deixa

    curiosamente verificar que ao contrrio do previsvel o nmero de ns com grau superior mdia

    maior que o de ns com grau inferior. Uma possvel razo para este desfasamento poder

    residir na pequena dimenso da rede estudada.

    A disparidade entre alguns resultados obtidos, nomeadamente no respeitante distribuio

    de grau, pode explicar-se pela prpria formulao da pergunta que estabelecia limites muito latos

    definio de interaes sociais (apenas se inquiria quem combina encontrar-se com quem fora

    da instituio e contexto escolares). H fortes razes para considerar que aplicando maiores

    restries a esta condio a distribuio fosse semelhante teoricamente prevista.

    AREDE COLABORATIVA.

    Tendo a rede social sido definida com restries mnimas no particularmente notvel que

    a rede de trabalho colaborativo coincida em larga escala com a estrutura social observada. No

    entanto as observaes acima relativas ao tipo de questo proposta e ao tamanho da rede no

    permitem, para j, qualquer generalizao em relao a essa coincidncia. perfeitamente

    possvel que considerando um efeito de escala o desvio fosse superior.

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    Como seria de esperar a rede rarefaz-se a densidade cai a 0,491 o que indica que esto

    presentes menos de metade das ligaes possveis e o dimetro sobe a 3 com uma distncia

    mdia entre ns de 1,527.

    Embora no esteja cabalmente demonstrado por estudos empricos existe um certo consensona literatura que a informao localizada a um grau trs ou superior se torna de difcil localizao

    por pesquisa direta (Watts, Dodds, & Newman, 2002; Borgatti & Cross, 2003).

    Analisando a distribuio de grau obtm-se agora um resultado muito mais interessante e

    condicente com a teoria: para um grau mdio de 4,909 2 ns apresentam grau 8, 1 grau 6, 3 grau

    5, 2 grau 4 e 3 grau 3 o que significa que 3 se encontram acima da mdia e 5 abaixo, o que numa

    rede composta por 11 indivduos bastante representativo (cerca de 27,3%).

    Explicitando os dados de outro modo poderemos produzir a seguinte afirmao: no que

    respeita a trabalho colaborativo dois elementos interagiram com a maioria dos outros (8 em 10

    possveis), um com um nmero ligeiramente superior mdia (6 em 10) trs com um valor

    exatamente mdio (5 em 5), dois com um valor ligeiramente inferior mdia (4 em 5) e trs com

    um valor nitidamente inferior mdia (3 em 5).

    4.3 Ilustrao 2 - Rede Colaborativa - Idealizada (esquerda), Real (direita)

    Tambm interessante, embora ultrapasse o escopo deste trabalho, seria comparar a estrutura

    real observada dos grupos de trabalhos com a estrutura ideal tal como vista pelos diferentes

    elementos. Verifica-se facilmente que a estrutura idealizada possui uma grande quantidade de

    ns no atualizados. Chama-se em particular a ateno para os ns 10.RM e 2.CF que surgem

    como aqueles em que mais notria a distino entre o estatuto de parceiro desejado e de

    parceiro real.

    FLUXO DE INFORMAO

    Analisando finalmente os fluxos de informao pedida (cl) e (c2) recebida algumas

    observaes se impem de imediato: os valores de coeso de grupo decaem drasticamente

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    a densidade desce respectivamente para 0,209 e 0,164 (o que significa que esto presentes

    menos de 1/5 das ligaes possveis), as distncias mdias entre elementos sobem pra 1,844 e

    1,98 respectivamente e os dimetros para 5 e 4. Se, como foi visto acima, j por vezes difcil

    encontrar informao a uma distncia 3 na rede para distncias da ordem dos 5 praticamente

    impossvel. A concluso que se impe que, apesar de se tratar de um grupo de reduzidas

    dimenses, existem aqui srias barreiras transmisso de informao.

    A anlise dos graus de entrada e sada de ambas as redes tambm permite algumas

    concluses interessantes.

    No primeiro caso (cl) verifica-se que em relao ao grau de entrada (recipientes de pedidos

    de informao) um elemento apresenta grau 4, 2 grau 3, 6 grau 2, 1 grau l e i grau 0 - dito de

    outra forma existe um elemento a que ningum pede opinio, 1 a que apenas um outro elementopede opinio, 6 so sondados por dois elementos, 2 por trs e, finalmente 1 solicitado por

    quatro. Em relao ao grau de sada o panorama semelhante, com um resultado

    verdadeiramente notvel: 1 elemento apresenta grau 10 (muito pouco provvel ou frequente), 1

    grau 4, 1 grau 3, 2 grau 2, 2 grau 1 e 4 grau 0mais uma vez, significa isto que enquanto quatro

    elementos no pedem conselho e ningum um elemento pede-o a todos os outros - e trata-se

    curiosamente do mesmo elemento a quem ningum pede conselho 8.JR.

    No segundo caso (c2) constata-se que no que diz respeito ao grau de entrada (recipientes de

    opinio) 1 apresenta grau 4, 1 grau 3, 4 grau 2 3 grau 1 e 2 grau 0 uma pessoa recebe

    conselhos de quatro outros, uma de trs, quatro de dois, trs apenas de um e duas no recebem

    qualquer tipo de concelho - enquanto que, relativamente ao grau de sada se encontram 2 ns

    com grau 4, 1 com grau 3, 3 com grau dois, 1 com grau 1 e 4 com grau 0 -explicitando como

    anteriormente dois elementos admitem cada dar conselhos a quatro outros, um a trs, trs a

    dois, um apenas a um e quatro elementos admitem no fornecer informao a ningum.

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    I

    LUSTRAO

    3

    -

    Fluxo de Informao- Pedida (esquerda) Fornecida (Direita) - a vermelho as relaes reciprocadas

    Alguns elementos merecem aqui uma referncia especial e em primeiro lugar, por parecer a

    mais crtica, a posio de 8.JR que se assume claramente como elemento isolado/atpico

    pede informao a todos mas ningum se lhe dirige para obter informao e apesar de pedir

    informao a todos nenhum dos outros elementos admite fornecer-lhe informao.

    Em segundo lugar a reciprocidade dos pedidos: de facto, apesar de se poderem encontrar 23

    ligaes distintas de solicitao informativa apenas 2 so recprocas os pares 6.FS/4.FM e

    3.DC/6.FS com o elemento 6.FS a surgir aqui numa posio privilegiada

    F

    IGURA

    4

    Fluxos de Informao partilhda

    Finalmente merece refernciao papel do elemento 3.DC que aparece destacado pela sua

    posio de intermedirio no trnsito de informao, e isto em ambas as dimenses (cl) e (c2)

    apresentado coeficientes de intermediao respectivamente de 10 e 18,5. Recorde-se que este

    valor mede o desempenho de cada n como elemento obrigatrio de passagem (considerando

    caminhos mais curtos) no trajecto entre dois outros no directamente ligados (Newman, 2010).

    Outra informao que poder ser obtida atravs do cruzamento destes dados refere-se

    reciprocidade na transmisso da informao. Se for analisado quais as ligaes que esto

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    presentes em ambas as dimenses verificar-se- que apenas 6 (que se traduzem em trs

    ligaes bidireccionais) cumprem a condio e apenas as trs dades 6.FS/3./DC, 5.FC/3.DC e

    2.CF/5.FC se encontram unidas. Chame-se a ateno para os ns 3.DC e 5.FC os nicos

    pertencentes simultaneamente a dois pares, o que refora o papel de central de 3.DC acima

    referido.

    Cite-se a terminar, a ttulo de curiosidade, que embora as ligaes 6.FS/5.FC e 2.CF/3.DC

    previstas pelo princpio do fechamento tridico no se encontrem nesta dimenso podem ser

    encontradas nas dimenses referentes ao trabalho colaborativo.

    C

    ONCLUSES

    O estudo apresentado apresenta diversas limitaes das quais convm destacar. (1) os

    resultados apoiam-se numa "radiografia" efectuada num momento temporal preciso. Sendo os

    grupos e redes fenmenos essencialmente dinmicos seria conveniente para uma melhor

    compreenso do universo em estudo analis-lo em outros momentos da sua vida; (2) a definio

    de estrutura social, deliberadamente genrica, impediu a definio de uma rede mais

    particularizada.

    Os resultados numricos obtidos confirmam regra geral com a excepo apontada da

    dimenso (a2) pelas razes aduzidas as previses da teoria. Note-se sobretudo que a

    relevncia numrica das ligaes de cada n aumenta claramente na proporo inversa do

    nmero de ns que apresenta essa caracterstica.

    Os resultados permitem ainda verificar que se trata de uma rede bastantes disfuncional,

    sobretudo no que concerne aos fluxos de informao entre os seus elementos. Atente -se antes

    de mais disposio exposta pela figura 4 para verificar que os fluxos de informao

    reciprocados so demasiadamente raros para permitir uma heterogeneidade e massa crticas

    mnimas necessrias criao de conhecimento novo (Oliver, Marwell, & Teixeira, 1985).

    Outra configurao que aponta para a referida disfuncionalidade consiste na inexistncia de

    ciclos (considera-se um ciclo numa rede orientada uma sequncia fechada de ns unidos por

    ligaes com a mesma direco). No havendo circulao da informao a sua penetrao e

    disseminao , no nunimo, problemtica.

    Finalmente, podemos verificar nesta rede a existncia de verdadeiros "buracos negros" de

    informao. Verificando a estrutura das ligaes dos elementos 7.RA e 11.SP no que diz respeito

    ao fornecimento de informao de salientar que embora para cada um deles convirjam duas

    ligaes nenhum deles apresenta qualquer ligao eferente o que obviamente implica que toda

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    a informao que atinge tais ns l fica retida. Conjugando com a situao de 8.JR enquanto

    isolado mais se consolida o estatuto de disfuncionalidade "transmissiva" da rede.

    Uma hiptese remediativa que se aponta tentativamente a terminar seria a de intervir sobre a

    estrutura descoberta relativamente dimenso "fluxo de informao" criando novas ligaes ouredireccionando outras existentes (Watts & Strogatz, 1998, p. 441) de forma a reduzir o dimetro

    da rede para um valor de 3 (actualmente de 4 para (cl) e 5 para (c2)) que, recorde-se, foi acima

    considerado como aquele a partir do qual a circulao til de informao se torna de difcil

    utilizao. Tal procedimento, simples em teoria de realizar, exigiria para ser provado um trabalho

    de campo muito mais extenso e que, para j, est fora dos propsitos deste artigo.

    O

    BRAS

    C

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