rede são paulo de - acervo digital: home primeira fase da expansão marítima portuguesa, na metade...

16
Rede São Paulo de Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da SEESP Ensino Fundamental II e Ensino Médio São Paulo 2011

Upload: doanhanh

Post on 11-Nov-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • Rede So Paulo de

    Cursos de Especializao para o quadro do Magistrio da SEESP

    Ensino Fundamental II e Ensino Mdio

    So Paulo

    2011

  • UNESP Universidade Estadual PaulistaPr-Reitoria de Ps-GraduaoRua Quirino de Andrade, 215CEP 01049-010 So Paulo SPTel.: (11) 5627-0561www.unesp.br

    Governo do Estado de So Paulo Secretaria de Estado da EducaoCoordenadoria de Estudos e Normas PedaggicasGabinete da CoordenadoraPraa da Repblica, 53CEP 01045-903 Centro So Paulo SP

  • ficha sumrio tema

    Autora: Regina Celia Correa de Araujo

    Ementa:A funo da Geografia enquanto cincia a de contribuir na compreenso do mundo con-

    temporneo, por meio de uma viso que parte do espao geogrfico. Nessa disciplina, o cursista ser desafiado a aplicar o corpo de conceitos da geografia na anlise do processo de formao territorial do Brasil, bem como a identificar as repercusses desse processo nas dinmicas so-ciais e nos padres espaciais do Brasil contemporneo.

    Ficha da Disciplina:

    Geografia do Brasil: formao territorial e padres espaciais

    http://lattes.cnpq.br/5039818757376272http://lattes.cnpq.br/5039818757376272

  • ficha sumrio tema

    Palavras chaves: Amrica Portuguesa, fundos territoriais, identidade nacional, regio, regionalizao, dom-

    nios morfoclimticos.

    Estrutura da Disciplina

    Geografia do Brasil: formao

    territorial e padres espaciais

    Tema 1 A Amrica Portu-guesa e o Brasil

    1.1. Portugal e os fundos territoriais1.2. A expanso martima1.3. Organizao poltica e administra-tiva das terras do outro lado

    Tema 2 O Imprio e a Cons-truo da Unidade

    2.1. A Ideologia do Brasil-Colnia

    2.2. O territrio no Imprio Luso--Americano2.3. O Imprio Brasileiro: escravismo e fundos territoriais

    Tema 3 A Repblica Fede-rativa do Brasil: fronteiras e limites

    3.1. A gnese das fronteiras brasileiras

    3.2. A faixa de fronteira: isolamento ou integrao?3.3. Poder central e autonomia estadual

    Tema 4 Regio e Regiona-lizao

    4.1. As regies do IBGE4.2. Os Complexos Regionais4.3. A difuso do meio tcnico cientfi-co e regionalizao

    Tema 5 A Natureza na for-mao territorial do Brasil

    5.1. Os Domnios Morfoclimticos

    5.2. Os domnios florestados5.3. Os domnios das formaes herb-ceas e arbustivas

  • ficha sumrio tema

    Sumrio1. A Amrica Portuguesa e o Brasil ...............................................4

    1. Um incio de conversa .............................................................................4

    1.1 Portugal e os fundos territoriais ..........................................................4

    1.2. A expanso martima ...........................................................................5

    1.3 Organizao poltica e administrativa das terras do outro lado ...........8

    Bibliografia ............................................................................ 11

  • 4

    Unesp/R

    edefor Mdulo III D

    isciplina 05 Tema 1

    ficha sumrio tema

    1. A Amrica Portuguesa e o Brasil1. Um incio de conversa

    De acordo com o gegrafo Antnio Carlos Robert Moraes, a formao territorial da Am-rica Portuguesa marcada pela ideia de conquista e apropriao de imensos fundos territo-riais, tal como j havia ocorrido na histria de Portugal (MORAES, 2000). A unificao pre-coce do Estado portugus, assim como, mais tarde, a unidade poltica dos territrios coloniais portugueses, foi consolidada no processo de apropriao e valorizao desses fundos. A anlise dessas razes da formao territorial da Amrica Portuguesa permitir o aprofundamento dos estudos do territrio nacional.

    1.1 Portugal e os fundos territoriais

    No sculo VIII, o conjunto da pennsula Ibrica foi dominado pelos muulmanos. A Guer-ra da Reconquista, termo que recobre cinco sculos de combates at a retomada de toda a pennsula e a definitiva expulso dos rabes, teve incio com o reino cristo das Astrias, no sculo XI. Ao longo dos sculos XI e XII, as vitrias crists originaram os reinos de Leo, Castela, Navarra e Arago. Portucale, originalmente um condado de Leo, proclamou a sua in-dependncia em 1128. Em 1147 as foras portuguesas reconquistavam Lisboa, transformando a cidade em capital do reino.

    No sculo seguinte retomada de Lisboa, os portugueses continuaram avanando para o sul do Rio Tejo, at a extremidade meridional da pennsula. Em 1249 caa o ltimo bastio dos mouros no Algarve. Portugal se tornou o primeiro Estado europeu a delimitar suas fron-teiras atuais.

    A guerra foi um elemento permanente da constituio de Portugal. As lutas contra Leo e Castela, no incio, e as lutas da Reconquista em seguida conferiram monarquia portuguesa uma centralizao de poder desconhecida na Europa Medieval, em grande parte fundada na expanso dos fundos territoriais. A projeo para o sul, em terras retomadas dos mouros, pro-piciava uma ampliao constante dos domnios reais; os novos domnios incorporados eram colonizados atravs de um vasto esquema de doaes de terras da Coroa para a nobreza, que se

  • 5

    Unesp/R

    edefor Mdulo III D

    isciplina 05 Tema 1

    ficha sumrio tema

    tornava cada vez mais dependente do poder central. Os camponeses pagavam os tributos aos proprietrios em dinheiro, constituindo uma economia monetria pioneira.

    A partir do sculo XIV as cidades costeiras, principalmente Lisboa e Porto, passaram a funcionar como pontos de ligao das rotas comerciais italianas do Mediterrneo com as rotas holandesas do Mar do Norte. A posio geogrfica de Portugal o transformava na ponte entre a Europa do sul e a Europa do norte. No sculo XV Lisboa atingia os 40.000 habitantes e se firmava como um centro destacado do comrcio internacional.

    O desenvolvimento comercial, a vida urbana e a economia monetria esto na origem de uma burguesia martima e mercantil, que seria capaz de chegar ao poder ainda no sculo XIV, com a Revoluo de Avis (1383). A Revoluo, que levou ao trono D. Joo I, o Mestre de Avis, representou uma vitria da burguesia lisboeta, dos negcios comerciais e da navegao ocenica.

    1.2. A expanso martima

    A primeira fase da expanso martima portuguesa, na metade inicial do sculo XV, se esten-de da tomada de Ceuta at o incio da colonizao das ilhas atlnticas, em 1460. Essa fase da expanso combina os interesses cruzadistas da nobreza, voltada para a guerra contra os infiis e saudosa da Reconquista, com os interesses comerciais da burguesia, vida pelo ouro e pelas riquezas da frica.

    A tomada de Ceuta o marco oficial do incio da aventura martima. Depois de Ceuta vieram as ilhas da Madeira e os Aores: arquiplagos descobertos (ou, mais precisamente, re-descobertos) por embarcaes portuguesas a servio de D. Henrique, o Navegador. Em 1434, Gil Eanes ultrapassava o Bojador e abria o caminho do Senegal e da Gmbia, fontes de ouro e escravos. Cabo Verde, arquiplago que viria a ter uma funo estratgica no caminho do Atlntico Sul, seria ocupado pouco depois da metade do sculo XV.

    Instalado no Algarve, o Infante D. Henrique, filho do rei D. Joo, estimulou o desenvolvi-mento nutico e funcionou como embaixador da burguesia martima junto Coroa. Na ponta de Sagres, reuniu navegadores, astrnomos, gegrafos, matemticos e cartgrafos de vrios pontos da Europa, ajudando a criar as condies para as fases seguintes da expanso martima

  • 6

    Unesp/R

    edefor Mdulo III D

    isciplina 05 Tema 1

    ficha sumrio tema

    lusitana. O prtico da Escola de Sagres, fundada em 1417, trazia como inscrio o verso de Virglio: Navegar preciso, viver no preciso. Desde o Infante, a navegao portuguesa incorporava novos conhecimentos cientficos, que a colocavam num patamar muito superior aos concorrentes europeus.

    O incio do reinado de D. Joo II, em 1481, assinala um novo impulso para as navegaes portuguesas. As duas dcadas anteriores tinham sido consumidas na explorao do ouro do litoral da Guin (a famosa Costa da Mina) e em dispersivos e dispendiosos ataques contra redutos muulmanos na frica do Norte.

    D. Joo II refreou o esprito cruzadista da nobreza e colocou as novas riquezas africanas a servio do grande objetivo representado pela descoberta do caminho ocenico para as n-dias. O projeto do priplo africano tinha como objetivo deslocar o comrcio das especiarias do Mediterrneo (rota dominada pelas caravanas rabes e pelos mercadores italianos) para o Atlntico, onde deveria se estabelecer o monoplio lusitano.

    Diogo Co e Bartolomeu Dias foram os grandes navegadores dessa fase. O primeiro atin-giu a foz do Rio Congo e, pouco depois, explorou o litoral do que hoje Angola. O segundo, numa viagem memorvel, refez o percurso de Diogo Co e seguiu em frente. Possivelmente enfrentou tempestades e perdeu de vista a costa africana. Ento, infletiu para oriente e tomou rumo norte. Quando avistou novamente a costa, tinha cruzado o Cabo das Tormentas (que ganharia o nome de Cabo da Boa Esperana). Nesse ponto, sua tripulao o fez voltar. Estava aberta a porta das ndias e das especiarias. Veja o mapa do priplo africano.

    Imagem: Mapa do priplo africanohttp://www4.fct.unesp.br/raul/nead/

  • 7

    Unesp/R

    edefor Mdulo III D

    isciplina 05 Tema 1

    ficha sumrio tema

    Como sabemos, foi Cristovo Colombo, um genovs a servio dos reis catlicos, que pri-meiro aportou na Amrica, no mesmo ano em que finalmente os mouros foram derrotados em Granada e expulsos totalmente da pennsula. Colombo, porm, no sabia o que tinha desco-berto ao aportar nas Bahamas. Ele pensava que as ilhas onde estivera fossem parte das ndias.

    Portugal, ao contrrio, separava nitidamente a explorao do ocidente da descoberta do Ca-minho das ndias, sua meta principal. Entre os navegadores lusos, estava claro que o caminho mais curto para as ndias ambicionadas passava pelo Cabo das Tormentas. Foram os portugue-ses que concluram que existiam terras a ocidente e que essas terras nada tinham a ver com as ndias. Desde ento, a Coroa portuguesa usaria de toda a sua sagacidade para controlar a rota para as ndias e as terras a serem descobertas no lado ocidental do Atlntico.

    O Tratado de Tordesilhas precedido pelo Tratado de Toledo e pela Bula Inter Coetera prova que Portugal sabia perfeitamente o que queria.

    O Tratado de Toledo, firmado muito antes da expedio de Colombo, dava a Portugal to-das as terras a serem descobertas ao sul das Canrias, garantindo o controle luso sobre a costa africana e sobre o Caminho das ndias.

    As ilhas descobertas por Colombo em 1492 no Mar do Caribe estavam situadas ao sul das Canrias, para desespero da Espanha. Os reis catlicos solicitaram ento ao papa que proce-desse a uma diviso do mundo entre os dois reinos de forma tal a assegurar Espanha o con-trole sobre as novas terras do ocidente. Dessa solicitao surgiu a Bula Inter Coetera, que dava Espanha as terras a descobrir a ocidente de um meridiano distante 100 lguas para oeste do Arquiplago de Cabo Verde.

    Portugal recusou a mediao papal e entabulou tensas negociaes com a Espanha, que redundaram na assinatura do Tratado de Tordesilhas. Assim, Lisboa assegurava-se do controle de todas as terras a descobrir a oriente de um meridiano mais afastado, 370 lguas para oeste de Cabo Verde (fig.1).

  • 8

    Unesp/R

    edefor Mdulo III D

    isciplina 05 Tema 1

    ficha sumrio tema

    Figura 1 - Tratado de Tordesilhas: linha de demarcao

    http://acd.ufrj.br/fronteiras/mapas/tordesilhas.gif

    Depois de Tordesilhas, a descoberta era inevi-tvel. Vasco da Gama no refez o itinerrio litor-neo de Bartolomeu Dias para as ndias. Conhecida a disposio da costa africana, preferiu uma trajet-ria em arco cortando o Atlntico Sul. Para aprovei-tar os ventos alsios do Atlntico, velhos conhecidos dos portugueses, passou trs meses sem avistar ter-ra. Essa rota, chamada grande salto, cumpria uma funo adicional: alm de evitar as tempestades e calmarias costeiras, representava uma explorao do outro lado do Atlntico, onde presumivelmen-te estavam terras atribudas a Portugal pelo Tratado de Tordesilhas.

    Trs anos aps a partida de Vasco da Gama, zarpou a armada de Cabral. Sua frota de tre-ze embarcaes a maior jamais organizada tinha como meta consolidar o monoplio portugus da rota ocenica para as ndias. Mas, como Vasco da Gama, Cabral barlaventeou, traando um arco ainda mais rombudo que o de seu predecessor. O grande salto trouxe Ca-bral s costas do territrio que hoje pertence ao Brasil.

    1.3 Organizao poltica e administrativa das terras do outro lado

    A vigncia da soberania poltica e jurdica da Coroa lusitana sobre as terras a leste do Me-ridiano de Tordesilhas fazia delas uma seo descontnua do territrio portugus. Essa condi-o de dependncia direta durou at a transferncia da Corte para o Rio de Janeiro, em 1808, embora j tivesse comeado a ser alterada em 1721, quando foi oficializado o Vice-Reino do Brasil.

  • 9

    Unesp/R

    edefor Mdulo III D

    isciplina 05 Tema 1

    ficha sumrio tema

    A colonizao dessas terras no foi, na sua origem, um empreendimento de base econmica, mas uma imposio geopoltica. As primeiras dcadas aps a chegada de Cabral caracteriza-ram-se por uma atividade muito intensa dos comerciantes e corsrios franceses, que estabele-ceram relaes com grupos indgenas da costa, iniciando um lucrativo escambo de pau-brasil. Em contraste, as expedies exploratrias a servio da Coroa lusa limitaram-se a percorrer trechos do litoral estabelecendo feitorias isoladas que organizavam a coleta dos toros de pau--brasil.

    A expedio de Martim Afonso de Sousa, que deixou Lisboa em 1531, inaugurou uma nova poltica da Coroa: a colonizao das novas terras, por meio da ocupao e da organizao poltica. Martim Afonso distribuiu as primeiras sesmarias a colonos portugueses e o seu rela-trio a D. Joo III parece ter sido decisivo para a implan-tao das capitanias hereditrias.

    As sesmarias, unidades elementares de apro-priao do Amrica Portuguesa, inspiraram-se na antiga legislao fundiria portuguesa do sculo XIV, destinada a promover o uso produtivo das terras agrcolas. A Lei das Sesmarias (1375) obri-gava os proprietrios a cultivarem as terras ou a ce-derem parte delas para usufruto dos camponeses.

    Em Portugal, os sesmeiros eram homens da pe-quena nobreza, militares ou navegantes, que rece-

    biam as suas glebas como recompensa por servios prestados Coroa. Ao tomarem posse das terras, ficavam obrigados apenas a faz-las produzir em alguns anos (em geral cinco) e pagar o dzimo Ordem de Cristo.

    Na Amrica Portuguesa, as sesmarias eram imensas, e seu cultivo demandava o controle sobre um nmero significativo de escravos. Assim, as sesmarias foram o embrio do latifndio cana-vieiro, algodoeiro e pecuarista e, mais tarde, das fazendas de caf e cacau. O modelo monocultor, escravista e exportador da agricultura colonial da Amrica Portuguesa comeava a tomar forma.

    Sesmaria - gleba de terra concedi-da para uso de colonos, que consis-tiria numa subdiviso da capitania, com o objetivo de que fosse apro-veitada. Os capites-donatrios eram obrigados a distribuir 80% das terras como sesmarias.

    Capitanias Hereditrias - grandes faixas de terra, que iam da costa at a linha do Tratado de Tordesilhas, doadas aos ca-pites-mores mediante um documento chamado carta de doao. Os capites tambm eram chamados de donatrios, uma vez que recebiam ttulos de go-vernadores de suas posses. As capitanias eram hereditrias porque podiam ser transferidas aos herdeiros dos donatrios.

  • 10

    Unesp/R

    edefor Mdulo III D

    isciplina 05 Tema 1

    ficha sumrio tema

    As capitanias hereditrias foram criadas em 1534-36. Elas representaram a primeira diviso poltico-administrativa do territrio colonial. Todo o Brasil portugus foi dividido em quinze capitanias (ou donatarias) com fachada litornea desigual, medindo entre 10 e 100 lguas. A partir do litoral, linhas paralelas delimitavam a rea das capitanias. (fig.2).

    Figura 2 - Capitanias hereditriashttp://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/81/Capitanias.jpg

    O sistema de capitanias organizou o territrio colonial em unidades autnomas e desarticuladas entre si. Configu-rou uma opo pela descentralizao poltico-administrativa. Entretanto, os donatrios se revelaram incapazes de arcarem com os nveis de investimentos necessrios e com as exign-cias postas pela defesa contra as incurses francesas. Ao mes-mo tempo, a retrao dos lucros portugueses no comrcio de especiarias do Oriente e a descoberta das minas de ouro de

    Potosi na Amrica espanhola, em 1545, estimularam a Coroa portuguesa a envolver-se direta-mente no empreendimento colonial.

    Em 1548, o Regimento de D. Joo III institua o Governo-Geral, sistema de administrao centralizada do Brasil portugus. O governador fiscalizava e auxiliava as capitanias, instalava engenhos de acar, estimulava a explorao do serto, o povoamento e a fundao de vilas. Principalmente, garantia a defesa da terra construindo fortes e promovendo alianas com os indgenas.

    O governador-geral cercava-se de um aparelho administrativo articulado em torno de trs figuras: o ouvidor-mor, encarregado da aplicao da Justia, o provedor-mor, responsvel pela arrecadao dos impostos e o capito-mor da costa, coordenador da defesa do litoral. Comea-va a nascer um aparelho de Estado, subordinado monarquia lusa. Salvador tornou-se a pri-meira sede do Governo-Geral, condio que perderia para o Rio de Janeiro apenas em 1763.

    A legislao que regulava o poder local inspirou-se nas Ordenaes Reais para a adminis-trao municipal portuguesa. A Alcaiadaria era ocupada pelo capito da vila, nomeado pelo

  • 11

    Unesp/R

    edefor Mdulo III D

    isciplina 05 Tema 1

    ficha sumrio tema

    donatrio. A Cmara Municipal era formada por vereadores eleitos pelos homens bons, constituindo a base do poder das oligarquias locais.

    As cmaras municipais tinham amplas prerrogativas. Definiam os preos dos produtos e o valor das moedas, lanavam impostos, aceitavam ou recusavam funcionrios nomeados pela Coroa e legislavam sobre o comrcio regional. Algumas chegaram a ter representantes em Lisboa, estabelecendo relaes diretas com a Coroa.

    Nas cmaras encontra-se a origem dos privilgios e do poder descentralizado dos grandes proprietrios de terra. Elas refletiam uma interpenetrao do interesse privado e do interesse pblico ou, o que d no mesmo, uma subordinao e manipulao da administrao pblica pela propriedade privada da terra.

    Bibliografia ABSABER, AzIz N. Domnios morfoclimticos e provncias fitogeogrficas do brasil. Revista Orientao. So Paulo, IG-USP, 1970.

    ALENCASTRO, Luiz Felipe de. Memrias da balaiada: introduo ao relato de Gon-alves de Magalhes. Revista Novos Estudos, n. 23, p. 7-66, So Paulo, Cebrap, mar. 1989. O documento original de 1848.

    ALENCASTRO, Luiz Felipe de. O fardo dos bacharis. Revista Novos Estudos n. 19, So Paulo, Cebrap, dez. 1987.

    ALENCASTRO, Luiz Felipe de. O trato dos viventes: formao do Brasil no Atlntico sul sculos XVI e XVII. So Paulo: Companhia das Letras, 2000.

    COLI, Jorge. Primeira Missa e inveno da descoberta. In: NOVAES, Adauto. A desco-berta do homem e do mundo. So Paulo: Minc-Funarte, 1988.

    DIAS, Maria Odila Silva. A interiorizao da metrpole (1808-1853). In: MOTA, Carlos Guilherme (org.). 1822: dimenses. 2. ed., So Paulo: Perspectiva, 1986, p. 160-184.

    DOLHNIkOff, Miriam. Construindo o Brasil: unidade nacional e pacto federativo nos projetos das elites (1820-1842). 2000. Tese (Doutorado) ffLCH, USP, 2000.

  • 12

    Unesp/R

    edefor Mdulo III D

    isciplina 05 Tema 1

    ficha sumrio tema

    GIDDENS, Anthony. The nation as Power-Container. In: HUTCHINSON, John; SMITH, Anthony. (orgs.). Nationalism. Oxford: OUP, 1994, p. 34-35.

    GOLDESTEIN, La; SEABRA, Manuel. Diviso territorial do trabalho e nova regio-nalizao. Revista do Departamento de Geografia, n. 1, So Paulo: ffLCH-USP, 1982.

    GUIMARES, Lucia Maria Paschoal Guimares; Varnhagen, francisco Adolfo. Hist-ria Geral do Brasil. In: MOTA, Loureno Dantas (org). Um banquete no trpico. So Pau-lo: Senac, 2001. (v. 2).

    GUIMARES, Manoel Lus Salgado. Nao e civilizao dos trpicos. Revista Estudos Histricos, n. 1, Rio de Janeiro, 1988.

    HOLANDA, Srgio Buarque de. A herana colonial sua desagregao. In: Holanda, Srgio Buarque de (org). Histria Geral da Civilizao Brasileira. 6. ed., So Paulo: Difel, 1985, p. 9-39. (Tomo II, v. 1).

    HROCH, Miroslav. Do movimento nacional nao plenamente formada: o processo de construo nacional na Europa. In: Balakrishnan, Gopal (org.). Um mapa da questo nacio-nal. Rio de Janeiro: Contraponto, 2000.

    JANCS, Istvn; PIMENTA, Joo Paulo G. Peas de um mosaico (ou apontamentos para o estudo da emergncia da identidade nacional brasileira). In: MOTTA, Carlos Gui-lherme (org.). Viagem incompleta: a experincia brasileira. So Paulo: Senac, 1999.

    LISBOA, karen Macknow. A Nova Atlntida de Spix e Martius: natureza e civilizao na viagem pelo Brasil (1817-1820). So Paulo: Hucitec, 1997.

    LYRA, Maria de Lourdes Vianna. A utopia do poderoso imprio Portugal e Brasil: bastidores da poltica 1798-1822. Rio de Janeiro: Sette Letras, 1994.

    MAGNOLI, Demtrio. O corpo da ptria: imaginao geogrfica e poltica externa no Brasil (1808-1912). So Paulo: Moderna, 1997.

    MARTINS, Andr Roberto. Como se constituiu a rede de fronteiras internas? Revista do Departamento de Geografia, n. 5, So Paulo, ffLCH-USP, 1991, p. 74-75.

  • 13

    Unesp/R

    edefor Mdulo III D

    isciplina 05 Tema 1

    ficha sumrio tema

    MORAES, Antonio Carlos Robert. Bases da formao territorial do Brasil: o territrio colonial brasileiro no longo sculo XVI. So Paulo: Hucitec, 2000.

    MORAES, Antonio Carlos Robert de. Bases da formao territorial do Brasil. So Pau-lo: Hucitec, 2000, p. 24.

    PERIDES, Pedro Paulo. A diviso regional do Brasil de 1945 realidade e mtodo. Re-vista Orientao, n. 9, So Paulo: ffLCH-USP, 1992.

    SANTOS, Milton. Pensando o espao do homem. So Paulo: Hucitec, 1986.

    SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria Laura. Brasil: Territrio e sociedade no limiar do sculo XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001.

    ANDRADA E SILVA, Jos Bonifcio de. Lembranas e apontamentos do Governo Pro-visrio de So Paulo para os deputados da Provncia. In: BONAVIDES, Paulo; AMARAL, Roberto. Textos polticos da histria do Brasil. Braslia: Senado federal, 2003. 1 CD--ROM. (v. I, documento 21).

    SUSSEkIND, Flora. O Brasil no longe daqui: o narrador, a viagem. So Paulo: Com-panhia das Letras, 1990.

  • Pr-Reitora de Ps-graduaoMarilza Vieira Cunha Rudge

    Equipe CoordenadoraCludio Jos de Frana e Silva

    Rogrio Luiz BuccelliAna Maria da Costa Santos Menin

    Coordenadores dos CursosArte: Rejane Galvo Coutinho (IA/Unesp)

    Filosofia: Lcio Loureno Prado (FFC/Marlia)Geografia: Raul Borges Guimares (FCT/Presidente Prudente)

    Ingls: Mariangela Braga Norte (FFC/Marlia)Qumica: Olga Maria Mascarenhas de Faria Oliveira (IQ Araraquara)

    Equipe Tcnica - Sistema de Controle AcadmicoAri Araldo Xavier de Camargo

    Valentim Aparecido ParisRosemar Rosa de Carvalho Brena

    SecretariaMrcio Antnio Teixeira de Carvalho

    NeaD Ncleo de Educao a Distncia(equipe Redefor)

    Klaus Schlnzen Junior Coordenador Geral

    Tecnologia e InfraestruturaPierre Archag Iskenderian

    Coordenador de Grupo

    Andr Lus Rodrigues FerreiraMarcos Roberto Greiner

    Pedro Cssio BissettiRodolfo Mac Kay Martinez Parente

    Produo, veiculao e Gesto de materialElisandra Andr Maranhe

    Joo Castro Barbosa de SouzaLia Tiemi Hiratomi

    Liliam Lungarezi de OliveiraMarcos Leonel de Souza

    Pamela GouveiaRafael Canoletti

    Valter Rodrigues da Silva

    Marcador 11. A Amrica Portuguesa e o Brasil1. Um incio de conversa1.1 Portugal e os fundos territoriais1.2. A expanso martima1.3 Organizao poltica e administrativa das terras do outro lado

    Bibliografia

    Boto 2: Boto 3: Boto 6: Boto 7: Boto 34: Pgina 3:

    Boto 35: Pgina 3:

    Boto 36: Pgina 4:

    Boto 37: Pgina 4:

    Boto 38: Pgina 5:

    Boto 39: Pgina 5:

    Boto 40: Pgina 6: Pgina 7: Pgina 8: Pgina 9: Pgina 10: Pgina 11: Pgina 12: Pgina 13: Pgina 14: Pgina 15:

    Boto 41: Pgina 6: Pgina 7: Pgina 8: Pgina 9: Pgina 10: Pgina 11: Pgina 12: Pgina 13: Pgina 14: Pgina 15:

    Boto 4: