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Projeto de Apoio aos Distritos Sanitários Especiais Indígenas Cartografia Território Indígena de Pernambuco O DSEI Pernambuco é um dos trinta e quatro Distritos Sanitários Especiais Indígenas do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, cuja atenção à saúde está sob a responsabilidade da Secretaria Especial de Saúde Indígena, no âmbito do Ministério da Saúde. Localiza-se no estado de Pernambuco, região Nordeste do Brasil e abrange uma população indígena de aproximada de 48.636 habitantes, distribuída em duzentos e cinquenta e duas aldeias, 12 polos base, 21 equipes multidisciplinar de saúde indígena que prestam assistência nas aldeias. O DSEI- PE abrange dez etnias; Atikum, Fulni-Ô, Kambiwá, Kapinawá, Pankará, Pankararu, Pipipan, Truká, Tuxá e Xucuru. O acesso às aldeias é terrestre e fluvial. As populações indígenas de abrangência do DSEI Pernambuco estão distribuídas nas terras demarcadas e/ou em fase de demarcação, ao longo das regiões Sertão, médio São Francisco e Agreste do estado de Pernambuco, nos municípios de Pesqueira, Buíque, Tupantinga, Águas Belas, Ibimirim,

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Page 1: Rede Humaniza SUS · Web viewAtualmente nas doze Regionais de Saúde, em 103 municípios do Estado de Pernambuco, que apresentavam o coeficiente de mortalidade infantil acima de 25

Projeto de Apoio aos Distritos Sanitários Especiais Indígenas

Cartografia

Território Indígena de Pernambuco

O DSEI Pernambuco é um dos trinta e quatro Distritos Sanitários Especiais Indígenas

do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, cuja atenção à saúde está sob a

responsabilidade da Secretaria Especial de Saúde Indígena, no âmbito do Ministério da

Saúde.

Localiza-se no estado de Pernambuco, região Nordeste do Brasil e abrange uma

população indígena de aproximada de 48.636 habitantes, distribuída em duzentos e

cinquenta e duas aldeias, 12 polos base, 21 equipes multidisciplinar de saúde indígena

que prestam assistência nas aldeias. O DSEI-PE abrange dez etnias; Atikum, Fulni-Ô,

Kambiwá, Kapinawá, Pankará, Pankararu, Pipipan, Truká, Tuxá e Xucuru. O acesso às

aldeias é terrestre e fluvial.

As populações indígenas de abrangência do DSEI Pernambuco estão distribuídas nas

terras demarcadas e/ou em fase de demarcação, ao longo das regiões Sertão, médio São

Francisco e Agreste do estado de Pernambuco, nos municípios de Pesqueira, Buíque,

Tupantinga, Águas Belas, Ibimirim, Tacaratu, Jatobá, Petrolândia, Inajá, Floresta,

Carnaubeira da Penha, Cabrobó e Orocó.

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MORTALIDADE INFANTIL/2012 - DSEIPE

POLO BASE VIVOS ÓBITOS <1ANO CMI

ÁGUAS BELAS 68 0 0

BUIQUE 33 0 0

CABROBÓ 50 1 20

C. DA PENHA 100 3 30

FLORESTA 24 0 0

IBIMIRIM 41 4 97,5

INAJÁ 19 2 105,2

JATOBÁ 128 3 23,4

PANKARÁ 47 1 21,2

ENTRE SERRAS 32 1 31,2

PESQUEIRA 154 0 0

XUC.DE CIMBRES 27 1 37

TOTAL 723 16 22,1Fonte: COMOA –DSEI PE

No ano de 2012 o coeficiente de mortalidade infantil no DSEIPE foi de 22,1,acima do

coeficiente do ano passado que ficou em 20,4 não atingindo a Meta do P.O. 2012 que

foi de 19,4, representando um aumento de 8,3%. Isso se deve principalmente aos casos

ocorridos no Polo Base Ibimirim, que lidera a lista de óbitos infantis neste período, e

pelo Polo Base de Inajá, que apesar de ter tido 02 casos de óbito infantil,02 a menos que

Ibimirim, sua população de nascidos vivos é muito pequena.Em relação às causas,

56,2% delas eram evitáveis e 25% foram causas mal definidas, demandando, além da

investigação padrão de óbito infantil, a Autópsia Verbal. Do total de óbitos infantis,

68,7% é neonatal precoce, o que revela íntima ligação com a assistência pré-natal e ao

parto.

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Foi registrado ainda o número de 08 óbitos fetais ocorridos neste período contra 13

óbitos fetais ocorridos no ano de 2011. Destes 08, o Pólo-base de Pesqueira (Xucuru de

Ororubá) detém 05casos (62,5%), o Polo-base de Cabrobó (Truká) detém 02casos

(25%) e o Polo-base Jatobá (Pankararu) detém 01 (12,5%). Tais dados acabam por

registrar uma mortalidade perinatal do DSEIPE 2012 de 26,2, contra 30,8, em 2011, o

que revela uma redução de 15%, ultrapassando a meta pactuada para o ano de 2012

(redução de 5%).

Os dados de morbidade que apresentaremos a seguir são obtidos a partir dos

Consolidados de Atendimentos Médicos nas Aldeias e correspondem ao perfil da

demanda espontânea de atendimento em Atenção Básica à Saúde.

As doenças do aparelho respiratório são as que afetam mais os menores de um ano de

vida e as crianças de 1 a 4 anos nas comunidades indígenas, seguidas pelas doenças

Infecto-parasitárias e doenças de pele, que são reflexo das baixas condições de

saneamento em muitas das aldeias de Pernambuco, além de pouca adesão às orientações

de higiene pelas equipes.

No período de 2012 o DSEIPE registrou um aumento de 8,3% no índice de mortalidade

infantil em relação ao exercício 2011, distanciando-seda meta para o P.O. de 2012, que

nos leva a continuar intensificando principalmente a assistência pré-natal e puericultura

de qualidade para o ano de 2013. Observamos uma redução parcial acumulada de

Prematu

ridad

e extr

ema

Aspiração

meco

nial

Malform

ação co

ngênita

Bronco

aspira

ção ali

mentar

Diarréi

a

Hipóxia peri

natal

Sepse

Distocia

de traj

eto

Pneumonia

Indeterm

inada

SAM

0

1

21 1

2

1 1 1

2

1

2 2 2Causa de Óbito em Menores de Ano DSEI PE - 2012

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37,62% no triênio 2008 - 2010, relativamente ao índice de mortalidade infantil de 2007,

que foi de 31,10 óbitos infantis por mil nascidos vivos. Isto corresponde a uma redução

de 25% em relação à meta pactuada inicialmente para 2010 (Plano Distrital de Saúde

Indígena, triênio 2008 – 2010).

Realizado em 2007

Realizado em 2008

Realizado em 2009

Realizado em 2010

Realizado em 2011

Meta 2012

Realizado em 2012

Meta 2013

31 22 19 17,1 20,4 19,4 22,1 20,1

CMI 2007 CMI 2008 CMI 2009 CMI 2010 CMI 2011 CMI 201205

101520253035

31

2219

17.120.4 22.1

Mortalidade Infantil DSEI PE - 2007 a 2012

CMI

Foram intensificadas as investigações dos óbitos fetais e infantis, para identificar a

evitabilidade e os fatores determinantes dos eventos, onde apareceram causas de óbito

evitáveis como infecções e relação direta com o próprio pré-natal.

O DSEIPE vem mantendo parceria com o Comitê Estadual de Mortalidade Infantil de

Pernambuco, onde conseguiu um assento desde o ano de 2009. As investigações dos

óbitos fetais e infantis visam identificar a evitabilidade e os fatores determinantes dos

eventos, sendo um importante instrumento na adoção de estratégias que visam corrigir

distorções e evitar a ocorrência de tais óbitos. Estamos com percentual de investigações

acima do Estado de Pernambuco que, segundo o Comitê, investiga cerca de 40% de seus

óbitos infantis.

A partir do mês de abril de 2012, o DSEI vem utilizando a estratégia do apio Integrado

para iniciar uma conversa com as Regiões de Saúde com população indígena para tratar

dentre outras questões, a garantia de membros da saúde indígena nos comitês de

mortalidade fetal, materno-infantil em todas as regiões, com também, nos GT de

mortalidade dos municípios com população indígena. No momento foi

acordado,verbalmente, em 4 das 5 regiões de saúde com população indígena a

participação dos nossos Coordenadores das EMSI nos GT de mortalidade como também

nos comitês das regiões de saúde. Com relação à discussão dos óbitos com as EMSI,

ainda não existe, pois muitas vezes a discussão se restringe aos comitês e quando existe

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alteração das causas básicas é enviado ao SIASI e município para alteração. Com a

participação dos Técnicos da Saúde Indígena nos Comitês regionais e GT municipais,

teremos como iniciar as discussões dos óbitos com a EMSI. Ainda, na questão das

discussões dos casos de óbitos o DSEI tem dificuldade com relação a distancia entre as

áreas e poucos componentes dos comitês para se deslocar e a pouca adesão dos

municípios a formar o GT de mortalidade fetal, materno-infantil.

Atikum

Fulni-ô

Kambiw

á

Kapinaw

á

Panka

Panka

raru

Entre

Serra

s

PipipanTru

káTu

Xukuru

Ororu

Xukuru

Cimbres

00.5

11.5

22.5

33.5

44.5

3

0

4

0

1

3

1

0

1

2

0

1

3

0

4

0

1

3

0 0

1

2

0

1

Óbitos Infantis Investigados por Polo Base DSEI PE - 2012

Óbitos InfantisÓbitos investigados

Inves-tigados

94%

Não Investigados6%

Óbitos Infantis Investigados DSEI PE - Jan a Nov 2012

Atikum

Fulni-ô

Kambiw

á

Kapinaw

á

Panka

Panka

raru

Entre

Serra

s

PipipanTru

káTu

Xukuru

Ororu

Xukuru

Cimbres

0123456

0 0 0 0 0

1

0 0

2

0

5

00 0 0 0 0

1

0 0

2

0

5

0

Óbitos Fetais Investigados por Polo Base DSEI PE - 2012

Óbitos FetaisÓbitos investigados

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Com relação aos óbitos fetais (08 no total) 100% foram investigados pelo DSEI PE. As

investigações apontam para falha na assistência ao parto após análise. Este ano tivemos

acesso ao Comitê de Óbito Fetal e Infantil da VI GERES, em Arcoverde, uma das

Regionais de Saúde de Pernambuco que abrangem área indígena.

O DSEI PE deve melhorar a investigação dos óbitos em Mulheres em Idade Fértil

(MIF). Apesar dos treinamentos em Vigilância Epidemiológica, conseguimos alcançar

apenas 25% de investigação desses óbitos. A investigação de óbitos em MIF existe para

Investigados100%

Óbitos Fetais Investigados DSEI PE - 2012

Atikum

Fulni-ô

Kambiw

á

Kapinaw

á

Panka

Panka

raru

Entre

Serra

s

PipipanTru

káTu

Xukuru

Ororu

Xukuru

Cimbres

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.21 1

0

1 1 1 1

0

1 1

0 00 0 0 0 0 0 0 0

1 1

0 0

Óbitos MIF Investigados DSEI PE - 2012

Óbitos MIF Óbitos MIF Investigados

Investigados25%

Não Investigados75%

Óbitos MIF Investigados DSEI PE - 2012

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se descobrir um possível óbito materno. As EMSI após constatarem que não se trata de

um óbito materno falham em não enviar a ficha de Investigação MIF devidamente

preenchida, mesmo descartado óbito materno. Será reforçada a importância de tais

ações nas futuras supervisões em loco. Felizmente, não tivemos Óbitos Maternos no

período.

Apesar de termos um bom recebimento das fichas de investigação de óbito preenchidas,

muitas delas vêm incompletas e/ou sem a participação do médico da equipe para

conclusão da investigação. Todos os médicos das equipes conhecem e devem exercer o

ato privativo de definir diagnóstico também nas investigações dos óbitos ocorridos nas

aldeias. A Autópsia Verbal confere ao médico total segurança para a conclusão da

investigação, segundo o Manual de Investigações de Óbito do Ministério da Saúde,

portanto não existe razão para ainda recebermos fichas sem o registro dos médicos.

Sistemas de Informação

As informações do DSEIPE relacionadas aos óbitos são confiáveis. O DSEI recebe,

através da área técnica de vigilância em saúde, todas as informações referentes às

principais causas de óbitos, no entanto após a investigação algumas causas são

alteradas. No que diz respeito à obtenção das informações referentes aos óbitos,

observa-se que, na maioria, das vezes, demora a serem registrados e essa demora

distorce as informações. Todos os óbitos que ocorrem na abrangência do DSEIPE são

inseridos no SIM, SIASI, lembrando que o distrito está em processo de inserção no

FORMUSUS. A inserção das informações no SIM é de responsabilidade do município,

todos os dados referentes aos óbitos são inseridos no SIM dos municípios com

população indígena. O Coordenador da Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena –

EMSI informa a vigilância epidemiológica do município os óbitos, como também

realizarem a comparação entre os sistemas de informação SIM e SIASI. Os Polos Base

que tem acesso a internet alimentam o FormSUS na base local, já os pólos que não

possui o acesso a internet a orientação é que os mesmos enviem,mensalmente, as copias

das DO para a sede do DSEI para que a técnica da epidemiologia possa alimentar o

sistema.

Quanto à questão do tempo de notificação e de investigação a partir da data dos óbitos

60% são investigados até 60 dias, os demais 40% levam até 120 dias ultrapassando o

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prazo do protocolo. O DSEI nunca precisou lançar mão da declaração de óbito

epidemiológica.

O estado de Pernambuco está divido em 12 regiões de saúde e regionalizado por 4

macro regiões. Conforme mostra os mapas abaixo:

A população Indígena de Pernambuco está distribuída em 5 regiões de saúde que são:

- IV Geres – município de Pesqueira. Etnias Xukuru e Xukuru de Cimbres.

- V Geres – município de Águas Belas. Etnia Fulni-Ô;

GERES IGERES II

GERES IIIGERES IV

GERES V

GERES VIGERES VII

GERES VIII

GERES IXGERES X

GERES XI

GERES XII

Petrolina

Serra Talhada

Caruaru

Recife

MACRORREGIÃO 1 - Metropolitana ( Regiões de Saúde - I, II, III, XII)MACRORREGIÃO 2 - Agreste (Regiões de Saúde - IV, V)MACRORREGIÃO 3 - Sertão ( Regiões de Saúde – VI, X, XI)MACRORREGIÃO 4 - Vale do São Francisco e Araripe(Regiões de Saúde – VII, VIII e IX)

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- VI Geres – municípios: Buíque, Ibimirim, Inajá, Jatobá, Tacaratu, Petrolândia e

Tupanatinga. Etnias Kambiwá, Kambiwá Tuxá, Kapinawá.

-VIII Geres – municípios Cabrobó e Orocó, região da rede PEBA. Etnias Truká

e Truká Tapera.

XI- Geres – municípios de Carnaubeira da Penha e Floresta. Etnias Pankara e

Atikum em Carnaubeira da Penha e o povo Pipipan em Floresta.

Atual desenho da Rede Cegonha em Pernambuco

• Portaria 1459 de 24/06/2011

• Componentes

• Pré-natal;

• Parto e Nascimento;

• Puerpério e Atenção Integral à Saúde da Criança;

• Sistema Logístico – regulação de leitos e transporte Sanitário.

• Financiamento Federal

• Componente Pré – Natal – R$ 6.223.437,46;

• Componente Parto e Nascimento – R$ 70.390.243,57

Portarias Municípios Valor

Nº 534 de 28 /03/ 2012 20 municípios R$ 2.206.055,70.

Nº 1.222 de 13/06/2012 26 municípios R$ 528.067,26

Nº 1.918 de 5/09/2012 114 municípios R$ 2.800.000,00

Nº 2.556 de 08/11/2012 25 municípios R$ 689.314,50

Total 185 municípios R$ 6.223.437,46

Situação Atual

Componente Parto e Nascimento:

Portarias Serviços Valor

Nº 3.063 de 21/12/2011 HC, IMIP, CISAM e HAM R$ 32.696.173,57

Nº 1.498 de 12/07/2012 HBL e Dom Malam R$ 18,200.000,00

Nº 1.506 de 12/06/2012 HJM, Brites de Albuquerque , Petronila Campos

R$ 29.000.000,00

Nº 1.885 de 04/09/2012 Hospital Jesus Nazareno R$ 8.512.070,00

Total R$ 70.390.243,57

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Fortalecimento da Rede Materna e Infantil

• Qualificação da maternidade do Hospital João Murilo em Alto Risco com 10 leitos e

UTI e 10 de UCI neonatal

• Contratualização de 30 leitos de alto risco, 06 leitos de UTI neonatal e 09 de UCI

neonatal em maternidade privada (Santa Lúcia)

• Reabertura da Maternidade Brites de Albuquerque com 24 leitos de risco habitual

• Reabertura da maternidade Petronila Campos com 30 leitos de risco habitual

Descentralização da Rede de Alto Risco (em processo)

• Construção do Hospital da Mulher em Caruaru (Macro II – Caruaru)

• Qualificação do Hospital Agamenon Magalhães em Serra Talhada para alto risco

(Macro III Serra Talhada)

• Construção da maternidade de alto risco no município de Jaboatão dos Guararapes

Pactuado em CIB (10/12/12) Implantação dos Testes rápidos de HIV e Sífilis na

Atenção Primária (capacitação dos profissionais da AP dos municípios

com início em março de 2013 em parceria com o CIES).

Como podemos observar o estado de Pernambuco já tem o desenho da Rede Cegonha,

no entanto, ainda não existe o pleno acesso das gestantes indígenas e não indígenas aos

serviços referências para pré-natal de alto risco, assim como não acontece na sua

totalidade o acesso as referências para partos de alto risco. Nos municípios com

população indígena a dificuldade para acessar os serviços é grande. Existem situações

em que os municípios não conseguem garantir os serviços básicos como os exames de

rotina no pré-natal. O número de oferta é tão reduzido, em alguns municípios, existem

cotas para as gestantes realizarem os exames básicos da rotina do pré-natal.

O DSEI-PE participa de reuniões do grupo condutor da Secretaria Estadual de Saúde

como também dos fóruns perinatais que acontecem na I região de saúde. A área técnica

tem encontrado dificuldades quando ao acesso as agendas das reuniões. Com a inserção

da estratégia do apoio integrado no DSEI, o acesso às agendas da rede cegonha e demais

redes tem sido mais fácil, esse acesso está se dando através da articulação com os

demais apoiadores do MS no território e a nível central.

Além da Rede Cegonha o estado de Pernambuco possui a estratégia de uma Rede de

Atenção Integral do Cuidado a Gestante e a Criança, o Programa Mãe Coruja

Pernambucana.

Diretrizes do Programa:

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• Constituir uma Rede de Atenção Integral do Cuidado a Gestante e a Criança

• Articular instância de co-gestão do cuidado no território municipal

• Implementar linhas de cuidado

• Qualificar o Canto Mãe Coruja como estrutura matricial indutora do cuidado no

território.

• Situação Atual: Implantado em 103 municípios do Estado

90.595 gestantes e 42.571crianças acompanhadas/2012.

O Programa Mãe Coruja Pernambucana tem como objetivo

garantir a atenção integral às gestantes usuárias do Sistema Único de Saúde e seus filhos

até 5 anos, criando uma rede solidária para redução da mortalidade materna e infantil

além da melhoria de indicadores sociais, através de ações articuladas

entre os eixos de saúde, educação e desenvolvimento social.

Todas as ações do Programa são realizadas em parceria com os municípios e a

sociedade, procurando fortalecer os vínculos afetivos e garantir às crianças nascidas em

território pernambucano o direito a um nascimento e desenvolvimento saudável e

harmonioso. O Programa Mãe Coruja Pernambucana foi implantado no Estado em 2007

e tornou-se a lei 13.959 em 15/12/2009. Atualmente nas doze Regionais de Saúde, em

103 municípios do Estado de Pernambuco, que apresentavam o coeficiente de

mortalidade infantil acima de 25 por mil nascidos vivos.

O Programa possui mais de 90.000 mulheres cadastradas e mais de 40 mil crianças

acompanhadas(Fonte:Sistema de Informação do Programa Mãe Coruja Pernambucana,

Dez/2012) pelos 103 Cantos Mãe Coruja. O Canto é um espaço de acolhimento, onde

ocorre o cadastramento e acompanhamento das gestantes. Existem nestes espaços dois

profissionais de nível superior selecionados pelo estado para atuarem nos municípios

como gestores de monitoramento e acompanhamento, articulando com o

município e sociedade as ações do programa para garantia do cuidado com a gestante,

criança e famílias do programa no âmbito local.

Com relação à estratégia do programa mãe coruja o DSEIPE está realizando articulação,

parceria com as coordenações das regiões de saúde visando trazer os coordenadores do

programa mãe coruja para discutir a referida estratégia dentro das aldeias com

lideranças, caíque, pajé, EMSI e técnicos da DIASI. No território do DSEI já existem

gestantes indígenas acompanhadas pelo programa mãe coruja. Há um arranjo sendo

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fechado entre o distrito e as coordenadoras do programa para iniciar um levantamento

de quantas gestantes são atendidas pelo mãe coruja, por polo base.

Durante os meses de março e abril foram realizados arranjos, reuniões, encontros

sistemáticos com técnicos da DIASI e técnicos das EMSI, técnicos das regiões de saúde

e secretarias municipais de saúde. Através desses movimentos conseguimos identificar

determinantes de cuidados e assistência que provocam gargalos dificuldades de acesso e

problemas de resolutividade no DSEI. Abaixo os pontos que foram identificados:

- Mortalidade fetal materno-infantil e MIF

Pouca oferta de maternidades de referência para partos de alto risco;

Hospitais de referência sem estrutura física e técnica para atender adequadamente

partos de risco habitual e especialmente alto risco;

Maternidades sem corpo técnico para garantir o atendimento de parto de alto risco. As

gestantes chegam a percorrer, em trabalho de parto, até mais de três municípios em

busca do serviço de referência, às vezes, chegam a viajar mais de 300 km para

conseguirem acesso aos serviços, potencializando o risco de óbitos do RN e da mãe;

Ausência de referência, na maioria dos municípios com população indígena, para pré-

natal de alto risco.

- Investigação e Notificação dos Óbitos

Familiares que tem resistência em entregar a Declaração de Óbito (DO)para EMSI;

Constante mudança de endereço por parte de alguns indígenas;

Quando o óbito ocorre nos serviços de referência existe uma demora no retorno dessa

informação por parte da família;

Falta de GT de mortalidade na maioria dos municípios com população indígena;

Demora do Comitê de Mortalidade do Estado em dar retorno ao DSEI e ás SMS

quando as causas mal definidas de morte e óbitos sem assistência.

- Pré- natal

Dificuldades em captar as gestantes no primeiro trimestre, devido à deficiência nas

ações de educação em saúde, por parte dos AIS;

Gestantes adolescentes, mulheres sem parceiro fixo tendem a escondem a gestação até o

ultimo momento.

Dificuldades de acesso aos serviços de exames de rotina do pré-natal nos municípios de

referência;

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Gestantes que saem da aldeia para residir, temporariamente, nas cidades vizinhas,

dificultando o monitoramento das mesmas;

Quebra da rotina, por parte das EMSI, em cumprir o cronograma do pré-natal, por conta

de problemas na logística dos transportes;

Os enfermeiros relatam que gestantes que já fizeram consultas de pré-natal apresentam

uma melhor adesão, chegando a fazer até nove consultas no período;

Ausência de referência, na maioria dos municípios com população indígena, para pré-

natal de alto risco.

-Puerpério

Os enfermeiros das referidas EMSI relataram que uma das dificuldades para realizar a

consulta do puerpério se dá pelo fato de algumas gestantes mudarem, provisoriamente,

para as cidades vizinhas e permanecem fora da aldeia cerca de dois meses após o parto;

Melhorar o planejamento das visitas às puérperas, para garantir o adequado

monitoramento.

Puericultura

Atuação dos AIS ineficiente, na identificação de demanda e monitoramento;

Os enfermeiros estão realizando a consulta das crianças de 0 a 5 anos;

Ainda é deficiente o acompanhamento pelos médicos das EMSI.

- SISVAN

Melhorar a captação das crianças por parte do AIS;

Pouca adesão das mães;

Só são encaminhadas para o atendimento dos enfermeiros as crianças com déficit de

peso;

Melhorar a qualidade da coleta e registro dos dados referente ao acompanhamento por

parte dos AIS.

Com relação ao Comitê de mortalidade no ano de 2009 o DSEI-PE instituiu o seu

primeiro Comitê Distrital de Prevenção da Mortalidade Infantil e Fetal Indígena que

atou até o ano de 2012. Por conta da evasão da maioria dos membros não foi possível

dar continuidade as ações. No momento o referido comitê encontra-se desativado. Vale

salientar que o DSEIPE estar reestruturando o seu Comitê e já têm a minuta da Portaria

NR. 01, de 10 de outubro de 2012, publicada, só falta à indicação do membro da SES.

Os técnicos da EMSI enviam mensalmente as cópias de todos os óbitos para a sede do

DSEI, SMS. Lembrando que todos os óbitos são inseridos no SIASI , investigados,

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analisados e quando detectado mudança da causa básica o DSEI informa a EMSI para

que seja realizada a alteração no SIASI e na SMS. Todos os óbitos que ocorrem no

DSEI-PE são notificados nos municípios com população indígena. No entanto, o DSEI

está em fase de construção de arranjos e agendas sistemáticas as áreas técnicas das SMS

e técnicos do DSEI e EMSI.

Na questão da notificação e investigação dos óbitos o DSEIPE segue o fluxo do

município. Vale ressaltar que não há problemas com relação à declaração de óbitos

frente aos cartórios, pois os indígenas tem acesso aos cartórios. Na sua grande maioria

os indígenas em Pernambuco possuem documentos oficiais de identificação.

O DSEI vem buscando parceira com as referências técnicas do estado assim como nos

municípios, no momento estamos afinado as conversar e criando agendas sistemáticas

de encontros para discussão da inserção dos nossos Coordenadores das EMSI em

encontros com técnicos da vigilância em saúde para comparar sistematicamente os

dados nos sistemas SIM nos municípios como no SIASI.

No DSEI-PE não é comum a representação etno-culturais nos fatores intervenientes as

causas dos óbitos, mas quando ocorre da comunidade ter o entendimento de uma morte

por questões etno-culturais a EMSI se reuni com as lideranças, pajés e cacique para

buscar qual a representação que aquele óbito teve para a comunidade.

Nas reuniões dos conselhos locais e Distrital são apresentados e discutidos os dados

referentes à mortalidade fetal, materno-infantil. O controle social no DSEIPE tem

efetiva participação nas discussões referentes aos indicadores da saúde indígena. Todos

os indicadores de saúde são apresentados e validados pelo controle social nas reuniões

do CONDISI.

Atualmente a população indígena de Pernambuco vem passando pelo processo de

readequação ao acesso dos serviços de média e alta complexidade. Tal ação está se

concretizando por meio da regulação do acesso através dos municípios e estado. Esse

processo está em fase inicial. Já é percebida pelos indígenas a mudança no fluxo do

acesso as referências de saúde. Quando a questão do Incentivo de Atenção

Especializada aos Povos Indígenas – IAE-PI. O DSEI está realizando um mapeamento

desses serviços e de como o mesmo está sendo o mesmo está sendo prestada a

população.

O apoio integrado do DSEIPE mantém agendas de encontros, troca de e-mail, vídeo

conferências, via telefone com os demais apoiadores do MS. Atualmente existe um

fluxo de informação, arranjos entre o apoio do DSEI e os demais apoiadores

Page 15: Rede Humaniza SUS · Web viewAtualmente nas doze Regionais de Saúde, em 103 municípios do Estado de Pernambuco, que apresentavam o coeficiente de mortalidade infantil acima de 25

Alexandra Galvão de Oliveira JapiassuApoiadora MS/SESAI/DSEIPE