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REDE DE PROTEÇÃO:

GESTÃO DO SISTEMA DE PROTEÇÃO NA ESCOLA

Autora: Patrícia Angélica Foleiss 1

Resumo

Este artigo apresenta o relato dos resultados de um Plano de Implementação Pedagógica, desenvolvido no Colégio Estadual Brasílio de Araújo, da cidade de Bela Vista do Paraíso, Núcleo Regional de Educação de Londrina, Paraná, que teve como objetivo a proposta de formação de uma Rede de Proteção Escolar, em parceria com os segmentos políticos e sociais que, por força de Lei, ou não, devem obrigar-se a esta atuação. O projeto apresentou em uma proposta de ações práticas que deverão ser desenvolvidas pela escola para a efetivação da Rede de Proteção Escolar, o mais imediatamente possível, haja vista o agravamento de situações de violência, drogas e outros conflitos, que tem contribuído com a evasão escolar e a insegurança da atuação dos atores escolares. Esta intervenção teve duração de 40 horas e foi desenvolvida durante os meses de fevereiro a julho do ano de 2017.

Palavras-chave: Rede de Proteção Escolar; Violência; Indisciplina; Ações.

1 INTRODUÇÃO

Os professores que atuam na escola pública têm notado um evidente

aumento de casos de conflitos e violência neste ambiente de trabalho, fazendo com

que sua função seja desviada e acabe atuando mais como mediador de problemas,

espoliando seu tempo, perdendo-se na busca incessante por práticas restaurativas

e/ou protetivas que permitam dar continuidade ao processo de ensino e de

aprendizagem.

Não há clareza por parte da comunidade escolar, da forma de mediar tais

conflitos, o que acaba por gerar um excesso de encaminhamentos ao Conselho

Tutelar ou em um grande número de Boletins de Ocorrência na Polícia Militar, sem,

no entanto, tomar-se conhecimento da Rede de Proteção Social e suas

competências.

Diante deste agravamento de casos de conflitos, provocados pela indisciplina,

pela violência e pelas drogas dentro do espaço escolar, este artigo em tela é fruto do

plano de Implementação Pedagógica que objetivou contribuir na reflexão de como o

1 Professora Pedagoga da Rede Estadual de Educação do Paraná e participante do Programa de Desenvolvimento da Educação- PDE/ 2016. e-mail: [email protected]

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professor poderia enfrentar tais condições a partir da Rede de Proteção, trabalhando

em conjunto e propondo práticas à Gestão do Sistema de Proteção da Escola.

Para esta proposição, o projeto respaldou-se em momentos teórico e práticos,

para a troca de experiências e foi desenvolvido com um grupo de professores da

Rede Estadual de Educação do Paraná, de uma escola situada na cidade de Bela

Vista do Paraíso, estado do Paraná, durante os meses iniciais do ano de 2017, com

o objetivo de propor a formação de uma Rede de Proteção Escolar em parceria com

os segmentos políticos e sociais que, por força de Lei, ou não, devem obrigar-se a

esta atuação.

Para tanto, tomou-se como base o Estatuto da Criança e do Adolescente-ECA

(BRASIL, 1990) que criou o Sistema de Garantia de Direitos, que é uma rede

integrada por setores públicos ou privados, por conselhos de controle social que

articulam suas competências para monitorar e atuar junto a demanda, prevendo a

proteção necessária para o público em situação de vulnerabilidade. Neste sentido,

buscou-se durante os encontros, conceituar Rede de Proteção e publicar as ações

que podem ser executadas por ela, de forma integrada às demais instituições e

segmentos políticos, visando atender as crianças e adolescentes em situação de

risco, ou seja, sob ameaça pessoal, seja física, psicológica, social ou sexual, ou

ainda que estejam submetidas à exploração laboral, ou outras formas que lhes

provoquem danos físicos ou emocionais.

Buscou-se também articular contato com a Secretaria da Saúde, da

Educação, do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos Conselhos Tutelares e de

defesa da criança e adolescente, conclamando-os à participarem da emergente

necessidade da composição da Gestão de um Sistema de Proteção, inicialmente

participando de sua formação e após, monitorando todas as ocorrências escolares,

de conflitos e violência, indisciplina e drogas, com vistas à conclusão do processo de

ensino e de aprendizagem.

Os representantes da escola, por sua vez, se comprometeram a buscar

prevenir, enfrentar e relatar imediatamente todos os problemas que ali forem

apresentados, de forma a solicitar o reforço da Rede de Proteção, quando

identificado os problemas e recorrer às demais instituições em todas as instâncias,

para que, juntos, acompanhem as ocorrências a fim de atender as crianças e

adolescentes a exercerem sua cidadania.

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2 A PROTEÇÃO DA LEGISLAÇÃO ATUAL ÀS CRIANÇAS E ADOLESCENTES

O Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, Lei 8.069/90 (BRASIL, 1990)

é o resultado de uma construção histórica a respeito dos direitos das crianças e dos

adolescentes, sendo um instrumento de conteúdo jurídico que dispõe um olhar sobre

as condições nas quais a criança e o adolescente podem ser considerados em

situação de risco, ou destituídos de seus direitos enquanto cidadãos.

A partir da especificidade desta Lei, percebeu-se que estes sujeitos são os

receptores da proteção integral, e que a família, comunidade e sociedade em geral,

especialmente o poder Público, são responsáveis pela segurança da efetivação

destes direitos, que dizem respeito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao

esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à

liberdade e a convivência em família e em comunidade.

Em seus Artigos 3º e 4º o ECA (BRASIL, 1990) assegura o desenvolvimento

integral das crianças e adolescentes, enfatizando a garantia de condições que

referendam a própria Constituição Federal em seu Artigo 227, que responsabiliza os

adultos para com este público

Art. 227: É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, [...] além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão [...] (BRASIL, 1988).

Nota-se na citação acima, que a referência inicial é a família, que tem

obrigação primeira de proteger e atender às necessidades da infância e da

juventude, mas, fica ao Estado, a exigência de garantir condições para que esta

base seja dada pelas famílias.

São explícitos os direitos dessa população, especialmente porque estão em

condição de pessoas em desenvolvimento e reconhece-se aí sua vulnerabilidade,

fato este que vai fundamentar a proteção integral e a defesa de seus direitos pela

família, Estado e sociedade.

No entanto, todas estas normas precisam de integradas de modo

interdisciplinar para serem cumpridas, para que possam ser emancipadas todas as

ações dentro de um processo que dará suporte para que este púbico alcance

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autonomia na própria condição de existir e de serem reconhecidos como sujeitos de

direito.

No entanto, no que pese o direito à educação muitas crianças e jovens ainda

estão fora das escolas, e outros que estão matriculados, deixam de frequentar ou

não recebem educação de qualidade; o que permite inferir que ainda são

necessários outros instrumentos para garantir os direitos a todos os sujeitos.

É verdade que a Constituição Brasileira de 1988, determina que o direito à

educação é um direito social fundamental, garantindo a educação básica, gratuita e

universal, desde os 04 até os 17 anos de idade, por tratar-se de um direito.

O direito à educação é essencial para o desenvolvimento da criança e do

adolescente, por isso, o ECA (BRASIL, 1990) estabelece em seu Artigo 53 que

A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se lhes: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - direito de ser respeitado por seus educadores; III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; IV - direito de organização e participação em entidades estudantis; V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais

E enfatiza o dever do Estado em seu Artigo 54, quando estabelece que

É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente: I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria; II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio; III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade; V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um; VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador; VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.

As medidas de proteção do ECA, por exemplo, são complementadas pela Lei

de Diretrizes e Bases, Lei 9.394/96 para normatizar o sistema educacional brasileiro,

devendo o Estado fazer valer os direitos das crianças e dos adolescentes,

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protegendo-os da vulnerabilidade da própria idade. Vale lembrar o Artigo 131 do

ECA que diz que “o Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não-

jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da

criança e do adolescente, definidos nesta Lei” (BRASIL, 1990).

É bom lembrar que, no campo da educação, existem muitos territórios de alta

vulnerabilidade social a que estão expostos este público, necessitando portanto, de

uma melhor compreensão dos mecanismos que produzem as limitações e barreiras,

segregando e dificultando a qualidade do processo de inserção, tanto social, quanto

educacional.

Para tanto, algumas parcerias são necessárias para que a educação escolar

possa ser efetivada, para que todos os responsáveis citados pelo texto da lei

(família, Estado, escola e sociedade) se envolvam. Desta forma, chama-se à ação

os conselhos escolares e tutelares, que exercem poder deliberativo e fiscal a

respeito dos problemas que envolvem o espaço escolar.

2.1 INDISCIPLINA E VIOLÊNCIA

Discutir situações de indisciplina e violência nas escolas, é considerar os

fenômenos sociais, haja vista, que as instituições públicas como territórios abertos à

heterogeneidade, muitas vezes, embora produzam novos sentidos, reproduzem em

seu interior as batalhas travadas na sociedade: segregação, preconceito de todos os

tipos, drogas e violência.

Para que os alunos sintam-se integrados à realidade escolar, capazes de se

relacionarem nas/com as diferenças, a problemática da indisciplina, do bullying e

violência escolar, precisam ser compreendidas, conceituadas e analisadas, para que

possa haver intervenções a este respeito e para que as situações possam ser

enfrentadas, a partir do comprometimento de todos.

Dentro das escolas o que se percebe é que a expressão da indisciplina está

cada vez mais evidente, segundo Garcia (1999, pag. 103) “para o professor, parece

ficar cada vez mais difícil de equacionar e resolver o problema de um modo efetivo.

Segundo Ferreira (1999, 102.)

[...] o termo “indisciplina” é relacionado intimamente ao conceito de “disciplina” e tende a ser definido pela negação ou privação desta, ou

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pela desordem proveniente da quebra de regras estabelecidas. Indisciplina refere-se, portanto, ao “procedimento, ato ou dito, contrário à disciplina”. Sendo assim, indisciplinado é aquele que se “insurge contra a disciplina [...].

A indisciplina também tem sido compreendida no ambiente escolar, como o

afrontamento às práticas pedagógicas, uma vez que, especialmente em salas de

aula, quando as expectativas dos objetivos são colocadas à prova, sobressai a

desordem. Para Chauí (2002, p.337) “a violência é o uso da força física e do

constrangimento psíquico para obrigar alguém a agir de modo contrário à sua

natureza e ao seu ser. A violência é violação da integridade física e psíquica, da

dignidade humana de alguém”. Considera-se também que seja próprio da violência

infringir acordos e regras que pautam as relações (ZALUAR, 2000).

Vale considerar o que Szymanski e Alves (2009, p.2) apontam

A violência na escola é aquela que se produz dentro do espaço escolar, sem estar ligada à natureza e às atividades da instituição escolar. Por exemplo, quando um bando entra na escola para acertar contas de disputas do narcotráfico. A violência da escola é a violência institucional, simbólica, reproduzida através de seus agentes (professores, serventes), revelando-se na forma de atribuição de notas, de distribuição das classes, dos castigos, dos atos de exclusão, etc. A violência à escola está ligada aos atos contra a escola, envolvendo casos em que alunos provocam incêndios, ameaçam, insultam ou agridem os professores ou funcionários da escola.

Considerando portanto, a natureza urgente de tomada de decisões frente à

necessidade de combater a violência no âmbito escolar, perguntamo-nos como

compor uma Rede de Proteção dentro do sistema de gestão escolar? O que se tem

visto pelo Brasil a respeito da Rede de Proteção Escolar?

Antes de qualquer consideração deve-se ter em mente que a escola que

deseja enfrentar a violência, antes de tudo, deve proteger seus alunos,

especialmente os que já estão vulneráveis. As Redes de Proteção social devem

neste sentido, compartilhar recursos das instâncias públicas e privadas, grupos e

instituições para a composição de uma teia de articulação para tomadas de decisão

sobre os problemas que exijam consensos e decisão em conjunto.

De acordo com Faleiros e Faleiros (2008, p.79)

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A Rede de Proteção de crianças e adolescentes é o conjunto social constituído por atores e organismos governamentais e não governamentais, articulado e construído com o objetivo de garantir os direitos gerais ou específicos de uma parcela da população infanto-juvenil.

Assim, as Redes de Proteção têm a tarefa de articular organismos, funções,

poderes e recursos para construírem esquemas de proteção para garantir o direito

das crianças e adolescentes, tendo como marco a normatização apresentada pelo

ECA (BRASIL, 1994). Para garantir os direitos e proteção, é preciso pensar nas

funções, na promoção e no atendimento, para que possam ser determinados os

objetivos, bem como, ter em mente, os organismos que precisarão estar envolvidos.

Os objetivos iniciais de uma Rede de Proteção devem ser nesta direção a

formulação de políticas sociais públicas; proposição e destinação de recursos

orçamentários; gerência de fundos da criança e do adolescente e planejamento de

ações integradas (SILVEIRA; SILVERIA, 2008).

A expectativa deve ser a de manter e promover programas e serviços de

saúde, educação, assistência, cultura, profissionalização, proteção especial;

prestando atendimento e recorrendo aos programas que já estiverem

implementados no contexto onde a escola esteja inserida. Para tanto, é necessário:

planejamento, orçamento, plano de aplicação dos recursos da escola, especialmente

os que são dirigidos ao atendimento do público-alvo, e que, muito provavelmente, já

tenham sido elaborados pelo Conselho Municipal de Direitos da Criança e do

Adolescente. Por essa razão, estar a par das decisões das conferências estaduais e

municipais, dos documentos elaborados por estes momentos, é fator primordial ás

demais ações a serem elaboradas.

Para gerir o Sistema de Proteção Escolar, é importante que todas as

organizações sejam chamadas à ação, a todo e qualquer movimento que a escola

precisar desenvolver. O Sistema de Proteção Escolar deve primar em suas ações

pelo desenvolvimento da cultura da Paz, visando construir uma estrutura em que a

justiça, a igualdade, o respeito, a liberdade e a superação de qualquer tipo de

violência estejam presente.

A Rede de Proteção Escolar não deve dispensar a Cultura da Paz que teve

sua Declaração aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas devido a

grande preocupação com a persistência e proliferação da violência e dos conflitos

em diversas instâncias (GOMES, 2001). Os documentos que norteiam as políticas

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de proteção em nível internacional, somam-se as políticas nacionais que

contemplam a mesma temática como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação

(BRASIL 1996); os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997); o Plano

Nacional de Educação em Direitos Humanos (BRASIL, 2007); dentre outros que se

responsabilizam pela aprendizagem escolar promovendo a cidadania,

comprometendo-se com a paz nas escolas e na sociedade.

Na escola, o trabalho da Gestão da Rede de Proteção Escolar precisará

considerar as principais ocorrências como os danos, a pichação, o porte de armas

(facas, canivetes e outros cortantes e perfurantes), o tráfico de entorpecentes, as

ameaças, as lesões corporais, as rixas, os atos obscenos, a corrupção e o atentado

ao pudor, que estão cada vez mais presentes no contexto escolar.

Neste sentido, a gestão da Rede de Proteção deve possibilitar ao sistema

educacional, em conjunto com a sociedade, maior segurança para os vulneráveis e

melhores resultados no processo de ensino e de aprendizagem, concebendo que

cada integrante deste sistema, deverá ter sua parcela de responsabilidade na

implementação de uma política que vise o sucesso desse programa, atuando

efetivamente sobre os problemas que vem cercando as escolas.

3 METODOLOGIA DA IMPLEMENTAÇÃO PEDAGÓGIA

Caracterização dos Participantes

Ao todo, concluíram o curso um total de 14 participantes, com idades entre 34

a 54 anos e tempo de serviço de 15 a 23 anos de trabalho, sendo 10 professores e 4

funcionários que atuam na secretaria da escola em que este projeto foi implantado.

A referente proposta, elaborada a partir de elementos teóricos, dividiu-se em

quatro etapas, a saber:

ETAPA DIAGNÓSTICA: onde foram levantados os conflitos e violências

percebidos pelos professores, bem como as ações já existentes dentro do

contexto escolar, por intermédio de um questionário direcionado (Anexo 1);

ETAPA DE APRESENTAÇÃO DO TRABALHO: os professores tomaram

conhecimento do projeto, recebendo cópias de leitura informativa e de

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interpretação, de onde retiraram os objetivos específicos que direcionaram os

trabalhos nos encontros;

ETAPA DO DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES: em cada reunião foi

trabalhado um texto e/ou vídeo, bem como relatos pessoais e palestras, para

posteriormente serem levados à plenária as colocações de cada grupo e

assim, dar início a elaboração de um relatório final onde fosse apresentada

uma proposta de Gestão do Sistema de Proteção, para futura efetivação da

Rede de Proteção Escolar;

ETAPA DE AVALIAÇÃO: os professores foram avaliados de acordo com a

participação em todos os encontros.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 ETAPA DIAGNÓSTICA

O objetivo desta etapa foi o de inquerir os conflitos e violências percebidos

pelos cursistas em seu espaço escolar, bem como, as ações de enfrentamento já

existentes.

Todos os professores que fizeram a inscrição para o curso Rede de Proteção:

Gestão do Sistema de Proteção na Escola, receberam no ato da matrícula um

questionário (Anexo 1) e foram instruídos a responderem a todas as questões e o

trazerem de volta no dia em que se iniciassem os trabalhos.

O questionário objetivou identificar os mais diversos tipos de problemas que

tenham ou estivessem tendo em sua carreira profissional. Salientamos que os

participantes em suas respostas não foram identificados.

4.2 ETAPA DE APRESENTAÇÃO DO TRABALHO

No dia 13 de fevereiro de 2017 a proposta de Implementação Pedagógica foi

apresentada para todos os professores que participavam da Semana Pedagógica,

tendo sido entregue pela professora-autora um texto de sua autoria com o objetivo

de levá-los a tomarem ciência da abordagem do projeto. O texto escrito na forma de

relato, teve a finalidade de fazer com que todos compartilhassem de suas

experiências, como forma de detectar situações-problemas entre seus alunos no

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decorrer de suas carreiras acadêmicas. E, embora tivesse sido reservado apenas

alguns minutos para a explicação do projeto de implementação, a discussão levou

duas horas e foi muito produtiva, gerando interesse sobre os objetivos a serem

alcançados e boas expectativas a respeito do trabalho que seria desenvolvido nos

dias vindouros.

4.2.1 Os problemas diagnosticados

Estiveram presentes, membros da Promotoria de Justiça, do Conselho de

Direitos da Criança e do Adolescente, da Secretaria de Saúde, da Secretaria de

Esportes, do Conselho Tutelar, do Conselho da Assistência Social e o Prefeito

Municipal, bem como, representantes da APMF (colocar por extenso).

Este encontro teve duração de 8 horas, e foi realizado na sede do Centro de

Referência de Assistência Social (CRAS). De posse das vivências apresentadas em

plenária, do texto autoral que haviam interpretado na Semana Pedagógica, foi

possível categorizar algumas respostas que apontaram para situações que são

trazidas às salas de aula e à escola e que refletem no comportamento dos alunos,

interferindo no processo de ensino e de aprendizagem.

A Tabela 1 aponta para as situações de risco apresentadas pelos

participantes em sua trajetória de trabalho.

Tabela 1- Situações de risco identificadas pelos participantes

Situação de risco Quantidade de apontamentos

Drogas (incluindo álcool) 14

Violência doméstica (contra mulheres e crianças) 14

Violência social (roubos, furtos, assassinatos, brigas) 14

Gravidez na adolescência 12

Abuso sexual 06

Pedofilia 4

Trabalho Infantil 2

Desnutrição 10

Prostituição Infantil 5

Outros Tráfico 10 Fonte: dados da autora (2017)

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Os participantes também responderam a respeito do comportamento dos

alunos que eles notaram durante anos nas escolas em que atuaram, em todos os

níveis de ensino, conforme aponta a Tabela 2.

Tabela 2 - Problemas com o alunado

Problema com alunos Quantidade de apontamentos

Indisciplina em sala de aula (incluindo uso de celulares sem finalidade educativa)

14

Bullying 14

Violência contra colegas e professores 14

Homofobia 8

Intolerância Religiosa 4

Drogas (uso e tráfico) 14

Evasão Escolar 13

Dificuldades de aprendizagem 14

Outros Racismo 6 Fonte: dados da autora (2017)

Os participantes também foram convidados a responder a respeito das

dificuldades físico-estruturais, didáticas e burocráticas vivenciadas durante a

trajetória de suas vidas acadêmicas que, de alguma forma, interferem ou interferiram

em seu trabalho, prejudicando o processo. As respostas apresentadas estão

dispostas na Tabela 3.

Tabela 3 - Dificuldades físico-estruturais encontradas durante a trajetória laboral

Dificuldades físico-estruturais Quantidade de apontamentos

Condições físicas das salas de aula, bibliotecas, sanitários, sala de reuniões, sala de professores e demais dependências

14

Laboratório de informática e acesso à internet 14

Atraso dos alunos da zona rural e horários das aulas 12

Calendário escolar e seus turnos (hora-atividade) 14

Obrigações burocráticas 14

Material didático ou paradidático 10 Fonte: dados da autora (2017)

Responderam também acerca das dificuldades na trajetória de trabalho, que

dificultou ou dificulta, em algum momento, seu trabalho conforme indica a Tabela 4.

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Tabela 4 - Estrutura Didático-Pedagógica dificultosas durante a trajetória profissional

Dificuldades didático-pedagógicas

Contempla as Necessidades

Não Contempla as necessidades

Reuniões com Equipe Pedagógica 8 06

PPP e Regulamento Interno 11 03

APMF 05 09

Grêmios Estudantis 00 14

Conselhos Escolares 04 10

Participação da Comunidade em reuniões 02 12 Fonte: dados da autora (2017)

Em relação às instituições que tem auxiliado o trabalho de gestão da Rede de

Proteção, tanto na escola em que atuam, quanto em outras em que já trabalharam,

os participantes indicaram conforme Tabela 5.

Tabela 5 - Rede de Proteção Escolar identificada pelos participantes

Dificuldades didático-pedagógicas Atua Não Atua Poderia ser mais atuante

Conselho Tutelar 14 00 00

Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente

03 07 04

Patrulha Escolar 00 14 00

Ministério Público 14 00 00

Poder Judiciário 04 00 10

Participação da Comunidade em reuniões 02 04 08

Conselho de Assistência Social 02 08 04 Fonte: dados da autora (2017)

Estas tabelas foram elaboradas coletivamente durante o encontro e, depois

de prontas foram digitadas e impressas para servirem de subsídio para o encontro

seguinte.

4.3 ETAPA - AS REALIDADES

Esta etapa foi composta de três dias de encontros, com duração de 8 (oito

horas) cada um, encontros estes realizados na sede do CRAS, em que estiveram

presentes convidados, além dos professores e funcionários participantes. Dos

convidados palestrantes, estiveram presente o presidente do Conselho Tutelar da

cidade e juntarem-se aos participantes, os membros do Núcleo de Violência.

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Nesta reunião, o objetivo foi tratar do enfrentamento das situações

identificadas como situações de risco nas escolas e que necessitam de proteção. Os

participantes relataram que o foco do ensino tem sido comprometido com situações

de indisciplina e diversos tipos de violência, e que tais ocorrências têm se agravado,

inclusive com alunos mais jovens, dos primeiros anos do Ensino Fundamental, o que

faz com que eles passem a maior parte do tempo mediando conflitos.

Todos concordaram que a Rede de Proteção deverá realizar o máximo

possível de articulações, de forma que toda a comunidade, civil ou institucionalizada,

se envolva na defesa dos direitos dos cidadãos, sejam eles crianças, adolescentes,

jovens e adultos que frequentam o ambiente escolar, e que é imprescindível o

mapeamento dos problemas, sem dispensar as possibilidades de nomeação de

outras pessoas, de fora da escola, que possam colaborar na elaboração e execução

de ações que diminuam ou, ao menos, interfiram nas vulnerabilidades.

4.4 ETAPA - RESULTADOS DISCUSSÃO E AVALIAÇÃO DO PLANO

Fatores e Risco e Ações de Proteção

Baseados nos dados coletados e nas informações legais e de experiência

obtidas durante os encontros, os participantes elaboraram um quadro de ações que

visa atender a demanda dos fatores de riscos e dificuldades apresentadas na escola

de implementação como forma de mobilizar a Rede de Proteção em torno desta e de

outras escolas que assim desejarem se apropriar desse trabalho.

Ressaltamos que este trabalho, no entanto, será empreendido quando a

escola esgotar suas estratégias, chamando para a obrigação as demais instituições

que se comprometeram em trabalhar lado a lado.

Desta forma, os fatores de risco que se apresentarem no ambiente escolar e

que não forem de competência da Equipe Pedagógica, como por exemplo, a

presença de álcool e drogas dentro e nos arredores da escola, bem como o tráfico

de entorpecentes, serão encaminhados imediatamente aos órgãos competentes,

que deverão atender a proteção a escola a partir da legislação vigente.

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Tabela 6 – Definição de ações de proteção desenvolvidas dentro da escola

SITUAÇÃO DE RISCO AÇÃO DE PROTEÇÃO

Descumprimento de normas, regras e limites;

Comunicação e negociação das normas, regras e limites;

Incoerência dos próprios agentes educacionais (professores e funcionários) no cumprimento das normas educativas;

Coerência de todos na aplicação das normas, incluindo a si próprios no cumprimento delas;

Relações desrespeitosas e falta de compromisso entre os agentes educacionais;

Chamada ao respeito, compromisso e cooperação entre eles;

Ausência da relação família e escola; Busca de relações amistosas e de cooperação entre família e escola;

Falta de práticas escolares que estimulem o vínculo entre aluno e escola;

Promoção de atividades curriculares e extracurriculares que promovam a aproximação de alunos, escola, pais e comunidade;

Excesso de autoritarismo ou de permissividade;

Busca de uma relação com respeito mútuo (professor e aluno);

Falta de solidariedade; Estímulos a relação de altruísmo, cooperação e solidariedade;

Falta de controle quanto a presença de drogas;

Plano de controle contra a presença de drogas;

Tolerância com o uso de álcool e outras drogas;

Postura repressora e reflexiva quanto ao uso de drogas pelos jovens (palestras, testemunhos e outros).

Fonte: dados da autora (2017)

Diante dos fatores de riscos expostos acima, seria a escola a tomar suas

providencias, assumindo o compromisso ético de cuidar de seus alunos,

empenhando-se em diminuir as probabilidades de fatores de risco dentro do espaço

escolar, por via dos fatores de proteção apresentados. Mas, esgotadas as

estratégias, os demais participantes da Rede de Proteção Escolar, serão chamados

a atuarem com igual importância e atenção.

A articulação com os demais membros da Rede de Proteção atenderá uma

relação de respeito a legislação e a obrigação de fazer de cada um deles, dentro da

estrutura e das finalidades determinadas por este plano de ação. Assim, ficou

definido competências para os membros da escola na Rede de Proteção, a saber:

a) Professores: competência docente e não de gestor de disciplina ou indisciplina,

mas, com atuação mediadora entre os saberes acadêmicos e sociais;

b) Diretor e Equipe Pedagógica: competência nas ações pedagógicas transversais

com vistas à cultura da paz, trabalho na articulação dos colegiados e conselhos, nos

Sistema de Proteção Escolar e no Projeto Político Pedagógico, bem como, com a

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articulação da escola com a comunidade e demais membros da Rede de Proteção

Escolar.

Desta forma, definidas as competências das ações de proteção dos membros

da escola, os encaminhamentos deverão ser respeitando os limites de cada um,

convidando sempre a comunidade a participar das decisões mais difíceis,

amparadas pelos membros dos Conselhos nominados, do Ministério Público e Poder

Judiciário quando preciso for.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos trabalhos desenvolvidos durante este Plano de Implementação

Pedagógica que teve como objetivo a elaboração de um Plano para a criação de

uma Rede de Proteção Escolar, pode-se considerar que os eventos realizados

levaram a conclusão do objetivo principal considerando as bases já existentes na

escola em questão e a participação da comunidade e da comunidade escolar em

prol de medidas preventivas que vise expandir os programas já existentes e

desenvolver a formação e capacitação de todos para a gestão pacífica dos conflitos.

Também, previu-se a atuação em Rede, exigindo da Direção da Escola e da Equipe,

bem como dos membros e autoridades constituídas, a fomentação e articulação dos

diversos atores indicados e nominados como responsáveis pela garantida dos

direitos da criança e dos adolescentes, necessitados de proteção social.

Acima de tudo, foi elaborado um Plano de ação que pretendeu padronizar as

normas de procedimento oferecendo diretrizes e suporte para a atuação de cada

membro da Rede de Proteção Escolar, quando confrontados com situações de risco

e conflitos.

Por fim, este trabalho conseguir desenvolver e aprimorar ferramentas de

coleta e análise de dados que mapearam os fatores de violência e vulnerabilidade,

de forma a amparar a elaboração das futuras medidas.

Referências

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Anexo 1

Questionário diagnóstico

Responda às questões abaixo para que possamos traçar o perfil dos participantes desse curso,

bem como, sua realidade e suas expectativas.

O (AS) ENTREVISTADO (AS)

Parte 1: Identificando o (a) entrevistado (a)

Sua idade está entre:

( ) 20 a 40 anos ( ) 41 a 50 anos ( ) 51 a 70 anos ( ) outras

c) Você leciona na escola pública há quanto tempo? (considere todas as escolas públicas onde

já trabalhou)

d) Você já trabalhou com qual público? (pode assinalar mais que uma opção e dentro do

parênteses ao invés de xis coloque o tempo de serviço na modalidade educacional)

( ) Educação Infantil e Ens. Fundamental -Séries Iniciais

( ) Ensino Fundamental- Séries Finais

( ) Ensino Médio

( ) Educação Prtofissional ou do Campo

( ) Formação Docente

A (S) ESCOLA (S)

Parte 2: Identificando a estrutura educacional

a) Nas escolas onde lecionou ou leciona quais as maiores dificuldades físicos-estruturais

encontradas por você que em seu trabalho de docência. Eenumere de acordo com o grau de

dificuldade, partindo para tanto da maior para a menor. 1. para muita dificuldade; 2. para

dificuldades médias e 3. para dificuldade contornável.

( ) condições das salas de aula, bibliotecas, sanitários, sala de reuniões, sala de professores ,

cantina, dentre outros. Acrescente o que achar necessário;

( ) laboratórios de informática e acesso à internet;

( ) chegada dos alunos ( da zona rural) e horário das aulas;

( ) calendário escolar e seus turnos ( hora atividade);

( ) obrigações burocráticas;

( ) materiais didáticos e paradidáticos ( ausência ou insuficiência deles)

b) Parte 3: Identificando a Estrutura Didático- Pedagógica (enumere de acordo com o grau da

dificuldade, da maior para a menor). 1- para muita dificuldade; 2- para dificuldades médias e

3- para dificuldade contornável.

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( ) Reuniões com a Equipe Pedagógica : ( ) excesso ( ) falta;

( ) PPP e Regulamento Interno :( ) contempla as necessidades ( ) não contempla às

necessidades;

( ) APMF - ( ) atuante ( ) não atuante;

( ) Grêmios Estudantis ( ) existem ( ) inexistem

( ) Conselhos Escolares ( ) efetivos ( ) puramente burocráticos

( ) outros

Caso tenha assinalado “outros”, especifique qual ou quais:

Parte 4: Identificando a Rede de Proteção Escolar. Considerando todos os estabelecimentos

públicos onde você já atuou, quais destes mecanismos de proteção você viu atuando nestas

escolas, efetivamente:

( ) Conselho Tutelar;

( ) Ministério Público;

( ) Patrulha Escolar;

( ) Conselho de Direitos das crianças e dos Adolescentes;

( ) Assistência Social;

( ) Poder Judiciário;

( ) ONGs. Quais;

( ) Outros. Identifique

Parte 4: Identificando Qualidades. Dentre as escolas onde você já trabalhou, considerando

projetos e ações de sucesso no que se refere à proteção das crianças ou adolescentes, fale qual

tipo de trabalho foi desenvolvido e seus resultados

Parte 5: Considerando a sociedade e seus problemas, considerando as cidades onde estavam

localizadas as escolas em que trabalhou, responda quais os tipos de problemas estavam mais

evidentes. (escolha de 1 a 5 pelo grau menor ou maior do problema)

( ) Drogas ( incluindo álcool)

( ) Violência doméstica ( contra mulheres e crianças)

( ) Violência social ( roubos, furtos, assassinatos, brigas);

( ) Gravidez na adolescência;

( ) Abuso sexual;

( ) Pedofilia;

( ) Trabalho Infantil;

( ) Desnutrição;

( ) Prostituição Infantil;

( ) Outros. Quais?

OS (AS) ALUNOS (AS)

Parte 6: Identificando problemas com o alunado. Considerando a faixa etária com a qual você

já trabalhou (a), assinale qual o tipo de problema você vem enfrentando gradativamente

(considere: 1 baixo grau de intensidade 5, médio grau de intensidade e 10 alto grau de

intensidade e intercorrências).

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( ) Indisciplina em sala de aula ( uso de celulares sem finalidade educativas)

( ) Bullying

( ) Violência

( ) Homofobia

( ) Intolerância religiosa

( ) Drogas ( uso e tráfico)

( ) Evasão escolar

( ) Dificuldades de aprendizagem ( quais? ___________________________________)

( ) outros ( quais?_______________________________________________________)

OBS: acrescente comentários que possam nos ajudar a identificar problemas que não foram

citados e que tem se agravado nas escolas onde você atua: