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MINISTÉRIO DA ECONOMIA Secretaria Especial de Previdência e Trabalho Subsecretaria de Assuntos Corporativos Coordenação-Geral de Apoio aos Órgãos Colegiados Câmara de Recursos da Previdência Complementar Câmara de Recursos da Previdência Complementar – CRPC PROCESSO Nº: 44011.006476/2017-57 e 44011.001182/2018-10 ENTIDADE: REFER – Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social AUTO DE INFRAÇÃO Nº: 50/2017/PREVIC e 5/2018/PREVI DECISÃO Nº: 118/2019/CGDC/DICOL, de 15/07/2019 RECORRENTES: Marco André Marques Ferreira, Carlos de Lima Moulin, Tania Regina Ferreira, Silvio Assis de Araújo, Toni Cleter Fonseca Palmeira e Daniel Amorim Rangel e Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Recurso de Ofício). RECORRIDOS: Superintendência Nacional de Previdência Complementar e, no recurso de ofício, Eduardo Gomes Pereira Artur Simões Neto. RELATORES : João Paulo de Souza e Elaine Borges da Silva RELATÓRIO RECURSO VOLUNTÁRIO E RECURSO DE OFÍCIO 1. Trata-se de Recurso Voluntário interposto pelos Recorrentes acima nominados contra a decisão da Diretoria Colegiada da PREVIC, que julgou PROCEDENTE o Auto de Infração nº 50/2017, de 14/08/2017, com base no PARECER Nº 312/2019/CGDC II/CGDC/DICOL, expressa no DESPACHO DECISÓRIO nº 118/2019/CGDC/DICOL , aprovado na 447ª Sessão Ordinária da DICOL, em 08/07/2019, publicada no DOU de 17/07/2019, Seção 1, nº 136, conforme certificado nos autos. I – DO AUTO DE INFRAÇÃO CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-PARTASSIS 6314707 SEI 44011.006476/2017-57 / pg. 1

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MINISTÉRIO DA ECONOMIASecretaria Especial de Previdência e TrabalhoSubsecretaria de Assuntos CorporativosCoordenação-Geral de Apoio aos Órgãos ColegiadosCâmara de Recursos da Previdência Complementar

Câmara de Recursos da Previdência Complementar – CRPC

PROCESSO Nº: 44011.006476/2017-57 e 44011.001182/2018-10

ENTIDADE:REFER – Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social

AUTO DEINFRAÇÃO Nº: 50/2017/PREVIC e 5/2018/PREVI

DECISÃO Nº: 118/2019/CGDC/DICOL, de 15/07/2019

RECORRENTES:Marco André Marques Ferreira, Carlos de Lima Moulin, Tania ReginaFerreira, Silvio Assis de Araújo, Toni Cleter Fonseca Palmeira e DanielAmorim Rangel e Superintendência Nacional de PrevidênciaComplementar (Recurso de Ofício).

RECORRIDOS:Superintendência Nacional de Previdência Complementar e, no recurso deofício, Eduardo Gomes Pereira Artur Simões Neto.

RELATORES :João Paulo de Souza e Elaine Borges da Silva

RELATÓRIO

RECURSO VOLUNTÁRIO E RECURSO DE OFÍCIO

1. Trata-se de Recurso Voluntário interposto pelos Recorrentes acima nominados contra adecisão da Diretoria Colegiada da PREVIC, que julgou PROCEDENTE o Auto de Infração nº 50/2017,de 14/08/2017, com base no PARECER Nº 312/2019/CGDC II/CGDC/DICOL, expressa noDESPACHO DECISÓRIO nº 118/2019/CGDC/DICOL , aprovado na 447ª Sessão Ordinária daDICOL, em 08/07/2019, publicada no DOU de 17/07/2019, Seção 1, nº 136, conforme certificado nosautos.

I – DO AUTO DE INFRAÇÃO

CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-PARTASSIS 6314707 SEI 44011.006476/2017-57 / pg. 1

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2. O PARECER Nº 312/2019/CGDC II/CGDC/DICOL assim descreve o contextoinfracional dos Processos nº 44011.006476/2017-57 e nº 44011.001182/2018/10:

1. Trata-se de Parecer conjunto dos Autos de Infração (AI) nº 50/2017, de 14/08/2017,lavrado contra Marco André Marques Ferreira, Carlos de Lima Moulin, Tania ReginaFerreira , Silvio Assis de Araújo, Daniel Amorim Rangel e Toni Cleter FonsecaPalmeira e AI nº 5/2018, de 05/03/2018, lavrado contra Marco André MarquesFerreira, Carlos de Lima Moulin, Tania Regina Ferreira , Silvio Assis de Araújo, ArturSimões Neto, Toni Cleter Fonseca Palmeira e Eduardo Gomes Pereira, por aplicaremos recursos garantidores dos planos de benefícios em desacordo com as diretrizes daResolução nº 3.792/2009 do Conselho Monetário Nacional (CMN).

2. Em ambos os autos, foram responsabilizados os membros da Diretoria Executiva(DIREX) da REFER à época dos fatos, bem como membros dos Comitês queparticiparam do processo decisório que culminou nas ações infracionais imputadas nosAutos de Infração.

3. As deficiências e irregularidades identificadas no AI nº 50/2017, de 14/08/2017,referem-se, principalmente, a falhas na análise prévia para aquisição das Cédulas deCrédito Imobiliário (CCI) Conspar, no exercício de 2011, notadamente dos riscosenvolvidos e da garantia real oferecida, denotando falta de zelo, de diligência e decuidado na gestão dos recursos dos participantes.

4. Por sua vez, as irregularidades identificadas no AI nº 5/2018, de 05/03/2018, teriamocorrido no exercício de 2015, notadamente quanto à repactuação das CCI Consparem que a REFER acatou o recebimento dos direitos econômicos relativos às cotas doFIDC BBIF em troca da quitação de dívida.

5. As autuações tiveram como Fundamentação Legal sugerida:

6 . AI nº 50/2017, de 14/08/2017: § 1º do art. 9º , da Lei Complementar nº 109, de29/05/2001, combinado com os artigos 4º , incisos I, II e IV, art. 9º e art. 18, § 1º ,inciso III, todos da Resolução CMN nº 3.792/2009 e com o art. 1º , §1º e o art. 12 daResolução nº 13/2004, do CGPC, com a capitulação determinada pelo artigo 64 doDecreto nº 4.942/2003.

7. AI nº 5/2018, de 05/03/2018 : § 1º do art. 9º , da Lei Complementar nº 109, de29/05/2001, combinado com os artigos 4º , incisos I, II e IV e art. 9º , todos daResolução CMN nº 3.792/2009 e com o art. 1º , §1º e o art. 12 da Resolução nº13/2004, do CGPC, com a capitulação determinada pelo artigo 64 do Decreto nº4.942/2003.

II – DO INVESTIMENTO

3. Segundo destaca a Fiscalização no Relatório de Fiscalização, as características dos títulos(“CCI CONSPAR”) adquiridos pela REFER estão indicadas a seguir: (a) Emissor: ConsparEmpreendimentos e Participações Ltda. (CNPJ 03.940.024/0001-19)¹; (b) Instrumento Financeiro:Cédulas de Crédito Imobiliário (CCI); (c) Montante da Emissão: R$ 100.000.000,00 (cem milhões dereais); (d) Data da emissão: 08/08/2011; (e) Data da aquisição pela REFER: 26/10/2011; (f) Prazo depagamento: Até 132 meses (11 anos); (g) Carência: 12 meses (1 ano); (h) Remuneração: IPCA + 9,20%a.a.; (i) Monitorador das Garantias: MPW Assessoria e Consultoria Ltda. (CNPJ: 01.502.999/0001-30); (j)Avalistas: Griffe Administração de Bens e Participações Ltda. (CNPJ: 07.093.088/0001-82), HemtonBrasil Administração de Bens e Participações Ltda. (CNPJ: 01.101.028/0001-64) e Sr. Eufrásio HumbertoDomingues (CPF: 056.942.118-25); (k) Instituição Custodiante: Banif – Banco Internacional do Funchal(Brasil) S.A. (CNPJ: 33.884.941/0001-94); (l) Empreendimentos Imobiliários; (m). Garantias: – 1ª emissão:Hipoteca sobre o imóvel de propriedade da Sociedade Reinos Unidos Participações Ltda. (CNPJ

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07.348.124/0001-01), sob matrícula 47.805, em Jundiaí; Aval dos Avalistas; e Cessão Fiduciária dosrecebíveis detidos pela Conspar; – 2ª emissão: Hipoteca sobre o imóvel registrado sob matrícula100.313, de propriedade da Flacam Empreendimentos e Participações, sob matrícula 100.313, em Barueri;Aval dos Avalistas; e Cessão Fiduciária dos recebíveis detidos pela Conspar.

(1) Consta do Auto de Infração : “Atualmente a empresa tem a denominação de Realibras Urbanismo Ltda.”4. Convém anotar que o item “l – Empreendimentos Imobiliários” do Relatório do Auto deInfração é composto de um QUADRO DEMONSTRATIVO contendo dados e informações sobre osimóveis que constituem o Total de Recebíveis R$ 176.639.722,97 da CCI CONSPAR, tais como: oLoteamento, do Proprietário e Cedente dos Recebíveis, o Endereço (incluindo: cidade, rua, número, e nºde registro no Registro de Imóveis) e o Valor do Imóvel. Sob no pé do Quadro, a Fiscalização fezconstar, in verbis:

Nota: Como se pode observar no quadro acima, alguns destes empreendimentos eram de propriedade dasempresas Santa Thereza Empreendimentos Imobiliários, FM Empreendimento, Klama EmpreendimentosImobiliários e J.C.W. DEMIG, e foram cedidos à Conspar por meio da celebração de contrato de cessãode créditos imobiliários.

5. Portanto, com aquisição pela REFER, em 26/10/2011, via carteira própria, de 5 (cinco)títulos (“CCI CONSPAR”) da primeira emissão, no valor de R$5.000.000,00 (cinco milhões de reais)cada uma, o processo de decisão de investimento se concluiu com a aplicação de R$ 25.000.000,00(vinte e cinco milhões de reais).

III – DO PROCESSO DECISÓRIO DE INVESTIMENTO

6. Segundo destaca a Equipe Fiscal no Relatório de Fiscalização, com base nas informaçõesfornecidas pela REFER, que constam da correspondência CRT/026-17/DIPRE21, de 20/03/2017, oprocesso decisório para investimento nas “CCI CONSPAR” foi iniciado com dois Relatórios de Análiseda Gerência de Análise de Investimentos – GEANI, ambos assinados pelo Sr. Daniel Amorim Rangel,que analisaram, “dentre outros tópicos, a estrutura da operação, a descrição dos riscos e a adequação àpolítica de investimentos do plano.”

7. Anotando as descrições das atribuições e responsabilidades dispostas no Manual deOrganização da REFER, a Fiscalização anotou que o Relatório de Análise da GEANI foi subscrito peloseu superior hierárquico, Sílvio Assis de Araújo, Coordenador da Coordenadoria de Investimentos -COINV, a partir de cujas análises deu forma e conteúdo ao Memorando que enviou para a DiretoriaFinanceira (DIFIN), em 03/06/2011, com posicionamento favorável ao investimento nos títulos emitidospela citada Empresa.

8. Prosseguindo o processo decisório, a proposta de investimento foi encaminhada aoComitê Diretor de Investimentos (CDI), que na reunião de 26/10/2011 a aprovou por unanimidade, combase nos estudos feitos pelos Srs. Silvio Assis de Araújo e Daniel Amorim Rangel e nas explanaçõesrealizadas por estes na reunião do Comitê Diretor². Uma vez aprovada nesse Comitê, a recomendação deinvestimento foi encaminhada pelo Diretor Financeiro à Diretoria Executiva, com recomendação deaprovação, por meio da correspondência PRP – nº 045-2011/DIFIN, de 27/10/2011.(2) Consta do Relató rio do AI: “32. Segundo o Manual de Organização da REFER, o Comitê Direto r de Investimento é uma

estrutura auxiliar de caráter gerencial, cuja finalidade é prover auxílio à gestão da alocação do patrimônio da REFER.Confo rme a Instrução Normativa 4.002/200426, aprovada pelo Conselho Deliberativo da REFER em 15/12/2004, tinham

direito a vo to no CDI à época do investimento na Conspar o Direto r Presidente , o Direto r Financeiro , a Direto ra deSeguridade, o Coordenador de Atuária e Relacionamento e o Coordenador de Investimentos.

9. Destaca a Fiscalização que a competência de autorizar os investimentos da EFPC édeterminada pelo Estatuto em função do percentual do investimento frente aos recursos garantidores dosplanos de benefícios. Conforme art. 34, item XII, investimentos que representem mais do que 5% dosrecursos garantidores devem ser aprovados pelo Conselho Deliberativo, sendo que aplicações empercentual inferior a 5% são disciplinadas pelo art. 37, item XIV, cabendo sua aprovação à Diretoria

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Executiva. Como o investimento nas “CCI CONSPAR” representava percentual menor do que 5%, coubeà Diretoria Executiva da REFER deliberar em último grau por sua realização.

10. Portanto, tendo em conta as determinações do Estatuto da EFPC, em 27/10/2011, um diadepois de a operação já ter sido realizada (26/10/2011), a Diretoria Executiva aprovou por unanimidade oinvestimento, anotando a Equipe Fiscal que os membros da Diretoria Executiva, por serem membros doCDI, já tinham votado pela sua realização em 26/10/2011. Esta decisão foi registrada na ATA DA 879ªREUNIÃO DA DIRETORIA EXECUTIVA DA REFER , realizada em 27/10/2011, anexa aoRelatório do Auto de Infração.

11. Em 10/10/2012 a Conspar, de acordo com a Refer (Correspondência CRT/026-17/DIPRE), passou a descumprir parte de suas obrigações com seus credores, seguindo-se a isso umanegociação entre devedor e credores (repactuação), inclusive com a concessão de prorrogação deprazo de carência para pagamento.

12. O processo decisório para aprovação do recebimento dos direitos econômicos relativosàs cotas do BBIF foi iniciado pelo denominado Relatório de Análise de Proposta de Reestruturação CCI´s Conspar, elaborado pela Gerência de Análise e Participações – GEANI e assinado pelo Sr. ArthurSimões Neto, área à qual compete, entre outras atribuições, segundo o Manual de Organização da Refer,elaborar relatórios e pareceres técnicos das análises sobre os investimentos da Fundação, comosubsídios às tomadas de decisões.

13. A proposta de recebimento dos direitos econômicos relativos às cotas do BBIF foiencaminhada ao Comitê Executivo de Investimentos - CEINV, que a analisou em 25/08/2015, e,posteriormente, ao Comitê Diretor de Investimentos - CDI e à Diretoria Executiva - DIREX. O ComitêDiretor de Investimentos - CDI analisou e aprovou a proposta, em sua 234ª reunião, em 26/08/2015, queseguiu para a Diretoria Executiva – DIREX, que a aprovou em sua 1100ª reunião, conforme ata.

14. A proposta de repactuação prévia a liquidação antecipada de R$11.500.000,00, sendoque 80% deste valor viriam na forma de direitos econômicos sobre cotas do BBIF detidas pela Conspar.O saldo restante seria liquidado em 100 prestações mensais, havendo por parte da devedora o reforço degarantias e adição de novos recebíveis decorrentes de outros empreendimentos imobiliários.

15. Em 31/08/2015 foi celebrado, entre Conspar e REFER, um Instrumento Particular deQuitação Parcial de Dívida e Outras Avenças, pelo qual a Conspar se comprometeu a pagarR$1.956.374,65; dar em dação em pagamento os direitos econômicos relativos a 53,6884336 cotas doFundo BBIF das quais a Conspar era titular (avaliadas em R$8.002.847,97 – R$149.060,93 cada cota); edar em dação em pagamento recebíveis relativos a outros dois empreendimentos imobiliários. Com isso,a REFER declarou quitados R$9.959.222,62, de um total devido pela Conspar de R$36.738.780,40.

IV – CONCLUSÃO DA AÇÃO FISCAL

16. Depois de descrever os eventos que consideraram relevantes do processo decisório deinvestimento nas “CCI CONSPAR”, à luz do Manual de Organização da REFER, a Equipe Fiscal focouo Relatório de Análise de Operações - CCI – Conspar e o Relatório Complementar de Análise deOperações – CCI - Conspar, ambos de 05/05/2011, elaborados pela GEANI e assinados por DanielAmorim Rangel (COINV), documentos esses que tratavam, segundo informação da EFPC, “dentreoutros tópicos, a estrutura da operação, a descrição dos riscos e a adequação à política de investimentosdo plano.”

17. Da verificação e análise do teor desses dois Relatórios, e do cotejo de suas datas edescrições, com base em registro notarial, notadamente quanto à análise das garantias reais aceitas paracompra das CCI’s, a Fiscalização concluiu, in verbis:

44. Diante disto, é forçoso concluir que este Relatório Complementar foi elaborado em data posterior a15/09/2011 e, portanto, depois de 05/05/2011, em que pese a EFPC, na correspondênciaCRT/026/DIPRE, ter afirmado que os dois Relatórios teriam sido elaborados no mesmo dia, e os dois

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documentos apresentarem a data de 05/05/2011. Ou seja, em 05/05/2011, a análise do investimento feitapela REFER ainda não considerava garantia real para as CCI da Conspar.

18. Na sequência, a Fiscalização passou a refutar o entendimento emanado da REFER,apanhado na correspondência CRT 026/DIPRE, de modo a firmar posição em torno da tese dainsuficiência de análise de riscos das garantias da operação, destacando sobretudo que “o Memorandoda COINV, dirigido à DIFIN, assinado pelo Sr. Silvio Assis de Araújo, com posicionamento favorável aoinvestimento” (...) “limita-se a uma apresentação de 5 (cinco) linhas sobre a Conspar e a relacionar asprincipais características do investimento, tais como o prazo, a rentabilidade e o lastro das operação”,sendo que em tal Memorando “não há qualquer menção ou referência a hipoteca de imóvel, reforçando asuposição de que o documento denominado Relatório Complementar de Análise, que conforme a EFPCera de 05/05/2011, e já analisado anteriormente, ainda não havia sido elaborado.”

19. E concluindo o resumo de suas considerações sobre os estudos e análises realizados pelaREFER no contexto do processo decisório de investimento, a Fiscalização descreve o iter que culminouna aprovação da operação pela Diretoria Executiva em 27/10/2011:

47. Em prosseguimento ao processo decisório, a proposta de investimento foiencaminhada ao Comitê Diretor de Investimentos (CDI), que a aprovou porunanimidade, na data de 26 de outubro de 2011.(3)

(3) A fiscalização faz questão de assinalar que os membros da Direto ria, em rigo r, aprovaram duasvezes o investimento : uma, mediante partic ipação na reunião de 26/10/2011,

dia da realização da operação ; outra, em 27/10/2011, na Reunião da Direto ria Executiva. Memorando034-2011/COINV (Anexo 19).

48. Participaram da reunião e votaram pela realização do investimento: Sr. Marco AndréMarques Ferreira (Diretor-Presidente), Sr. Carlos de Lima Moulin (Diretor Financeiro),Sra. Tania Regina Ferreira (Diretora de Seguridade), Sr. Silvio Assis de Araújo(Coordenador da Coordenadoria de Investimentos) e Sr. Toni Cleter Fonseca Palmeira(Coordenador de Atuária e Relacionamento).

49. Depois de aprovada pelo CDI, a recomendação de investimento foi encaminhada àDiretoria Executiva, por meio da correspondência PRP – no 045-2011/DIFIN, de27/10/2011, assinada pelo Sr. Carlos de Lima Moulin.

50. Por último, em 27/10/2011, um dia depois de a operação já ter sido realizada(26/10/2011), a Diretoria Executiva aprovou por unanimidade o investimento. Comomencionado anteriormente, os membros da Diretoria Executiva, por serem membros doCDI, já tinham votado pela realização do investimento em 26/10/2011.

20. Antes de tratar da identificação das responsabilidades, que foi feita em capítulo próprio, aEquipe Fiscal traçou no Relatório de Fiscalização as deficiências e irregularidades encontradas noprocesso decisório, mas, em rigor, alinhou as “falhas na análise prévia ao investimento, notadamente dosriscos envolvidos e da garantia real oferecida, denotando falta de zelo, de diligência e de cuidado nagestão dos recursos dos participantes.” Resumidamente, reproduzimos dos itens 58 a 73 do Relatório doAuto de Infração as seguintes:

(i) “... na análise do investimento feita pela REFER consistiu praticamente nareprodução do relatório de rating preliminar elaborado pela LF Rating”; mesmo assim,“os riscos apontados pela LF Rating foram insuficientes para que a REFER fosse maiscuidadosa e previsse medidas para mitigá-los”.

(ii) “... os únicos riscos que o Relatório de Análise de Operações - CCI – Conspartrouxe, além dos apontados pela LF Rating, foram: o risco de a REFER agravar odesenquadramento em imóveis, caso ocorresse inadimplemento por parte do devedor,pois as garantias oferecidas pela Conspar ao tempo desta avaliação eram imóveis dospróprios empreendimentos; e o fato de as demonstrações contábeis da Conspar nãoserem auditadas, pois seu capital é fechado”.

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(iii) “... ausência de análise econômico-financeira das empresas cedentes de seusrecebíveis imobiliários para formação das “CCI CONSPAR”, as quais não foramindividualmente consideradas na avaliação do risco total da operação.” Só foramanalisadas as demonstrações contábeis da Hemtom e a Griffe”, empresascontroladoras da Conspar e avalistas das CCI. Mesmo assim, as demonstraçõesanalisadas também não eram auditadas (...), não apresentavam detalhamento das contascontábeis e as Notas Explicativas.

(iv) “... na documentação relativa ao imóvel que serviu de garantia real para a emissãodas CCI, foram verificadas algumas irregularidades: a) “... o imóvel foi adquirido pelaFlacam Empreendimentos (empresa do grupo Conspar), em 13/12/2007, pelo valor deR$ 1.781.224,66...”; “... em maio de 2011, o imóvel foi avaliado em R$126.000.000,00. Ou seja, em menos de quatro anos, o imóvel sofreu uma valorização6.973,78%”; b) “... o laudo de avaliação (5) não seguiu os preceitos estabelecidospela norma NBR-14653, da ABNT, utilizada em avaliações imobiliárias, limitando-se oprofissional a comparar o imóvel com outros de mesmas características na região”; c)além do mais, “... o laudo foi encomendado pela Flacam, empresa do grupo Conspar eproprietária do imóvel, o que caracteriza conflito de interesses que compromete estelaudo e a avaliação imobiliária que ele apresenta.

(v) “... a avaliação dos recebíveis foi elaborada pela empresa Moore Stephens LimaLucchesi, na forma de minuta, portanto, sujeita a alteração, como o próprio documentoinforma, e, ainda, sem assinatura. Diante disto, forçoso desconsiderá-la como válidapara o processo decisório para investimento na Conspar.

(4) O Relató rio do Auto de Infração apresenta no Anexo 15 um Quadro de Relações Societárias e Administrativas entre asempresas, seus sócios e contro ladores.

(5) Laudo de avaliação do imóvel reg istrado sob matrícula 1000.313 (anexo 5 do Auto de Infração )

21. Em vista disso, a Equipe Fiscal concluiu que “não foi com o zelo, a diligência e o cuidadodevidos que os gestores da REFER agiram ao propor, recomendar e aprovar a aquisição das CCIConspar”, acrescentando que “Por terem restringido sua análise de risco ao Relatório de Rating, pordeixarem de analisar as demonstrações contábeis completar da Conspar e das empresas que indiretamenteparticiparam da operação, por usarem garantia real em valor inferior ao que determina a legislação e pornão terem realizado auditoria dos recebíveis que lastrearam a emissão das CCI da Conspar, os gestoresda REFER agiram contra os princípios de segurança, rentabilidade, solvência, liquidez e transparência enão cumpriram com o dever fiduciário...”, com o que violaram as normas da Res. CMN nº 3.792/2009,bem como da Res. CGPC nº 13/2004, violações essas que, ressalta a Equipe Fiscal, são independentesentre si, cada uma delas bastando para caracterizar a infração cometida.

V – DA IDENTIFICAÇÃO DE RESPONSABILIDADE

22. E como responsáveis pelas respectivas condutas tidas como infracionais no Relatório deFiscalização, a Equipe Fiscal apontou os seguintes gestores da REFER:

a . Diretor Presidente (DIPRE) – Marco André Marques Ferreira, por teraprovado o investimento, na condição de membro da Diretoria-Executiva, conformeata da 879ª reunião, realizada em 27/10/2011, e por ter proposto o investimento naConspar, como membro do CDI, conforme ata nº 176, da reunião realizada em 25 e26/10/2011, contribuindo para as irregularidades descritas neste Relatório.

b . Diretor Financeiro (DIFIN) – Carlos de Lima Moulin, por ter aprovado oinvestimento, na condição de membro da Diretoria-Executiva, conforme ata da 879ªreunião, realizada em 27/10/2011, e por ter proposto o investimento na Conspar, comomembro do CDI, conforme ata nº 176, da reunião realizada em 25 e 26/10/2011,contribuindo para as irregularidades descritas neste Relatório.

CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-PARTASSIS 6314707 SEI 44011.006476/2017-57 / pg. 6

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c . Diretora de Seguridade (DISEG) – Tânia Regina Ferreira, por ter aprovado oinvestimento, na condição de membro da Diretoria-Executiva, conforme ata da 879ªreunião, realizada em 27/10/2011, e por ter recomendado o investimento na Conspar,como membro do CDI, conforme ata nº 176, da reunião realizada em 25 e 26/10/2011,contribuindo para as irregularidades descritas neste Relatório.

d. Coordenador da Coordenadoria de Investimentos (COINV) - Silvio Assis deAraújo, por ter proposto ao Diretor Financeiro, com fundamento na análise elaboradapela GEANI, a realização do investimento na Conspar, e por ter apreciado erecomendado o investimento na Conspar, como membro do CDI, conforme ata nº 176,da reunião realizada em 25 e 26/10/2011, contribuindo para as irregularidades descritasneste Relatório.

e . Coordenador de Atuária e Relacionamento – Toni Cleter Fonseca Palmeira ,por ter apreciado e recomendado o investimento na Conspar, como membro do CDI,conforme ata nº 176, da reunião realizada em 25 e 26/10/2011, contribuindo para asirregularidades descritas neste Relatório.

f. Gerente de Análise de Investimentos (GEANI) – Daniel Amorim Rangel , por terproposto o investimento, por meio do Relatório de Análise de Operações da GEANI,como Gerente de Análise de Investimentos, contribuindo para as irregularidadesdescritas neste Relatório.

VI – NÃO APLICABILIDADE DO §2º DO ARTIGO 22, DO DECRETO Nº 4.942/2003 EIMPOSSIBILIDADE DE CELEBRAÇÃO DE TAC – Termo de Ajustamento de Conduta

23. Por facilidade, nesse ponto, transcreve-se ipsis literis as palavras lavradas no Relatório doAuto de Infração:

86. No caso da infração descrita, não é possível a correção da irregularidade, pois jáplenamente realizada e exaurida a conduta, não sendo possível, portanto, a aplicaçãodo benefício previsto pelo artigo 22, § 2º , do Decreto nº 4.942/2003. Ademais, com asevera redução do valor das cotas do fundo BBIF, cujos direitos econômicos foramrecebidos da Conspar em 2015, ficou confirmada a ocorrência de prejuízo aopatrimônio dos planos de benefícios administrados pela REFER.

87. Registre-se, ainda, a impossibilidade de se aplicar ao caso a celebração de Termode Ajuste de Conduta – TAC, eis que ausente a condição prevista no artigo 3°, incisosI e II, da Instrução PREVIC n° 03/2010.

VII – DA INSTRUÇÃO PROCESSUAL

24. Devidamente notificados por Ofício da PREVIC, os Autuados apresentaram defesaconjunta subscrita Advogados do Escritório BOCATER Advogados, do Rio de Janeiro, que juntaraminstrumento de procuração nos Autos, na qual impugnaram as alegações e as responsabilidades que lheforam irrogadas pela Equipe Fiscal no Relatório do Auto de Infração.

25. A peça defensiva conjunta foi recebida e registrada por funcionária lotada naCPL/CGPL/DIRAD/PREVIC, em 20/09/2017. Inicia tratando da tempestividade, resume a autuação e adefesa, discorre sobre a bem sucedida trajetória da REFER no período 2009 a 2016, notadamente quantoaos resultados obtidos por renegociação de dívidas passadas [Dívida RFFSA e CBTU] e aos processosinternos de gestão das Políticas de Investimento, pugnando também com o argumento da impossibilidadede utilização de uma visão ex post com relação às decisões de investimento, considerando que “aobrigação dos partícipes do processo de investimentos é de meio e não de resultado, não sendo

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adequado responsabilizá-los pelos desdobramentos causados por situações supervenientes,completamente fora do seu controle."(6).

(6) Negrito e g rifo do o rig inal.

VII.1. CONTEÚDO DA PEÇA DEFENSIVA

26. Em peça magistralmente estruturada, a argumentação da Defesa se realiza em capítulossobre Preliminares e Prejudicial de Mérito – Prescrição; segue com a discussão do Mérito em dezsubseções que discutem a Análise do Investimento, além de um capítulo próprio relativo àReestruturação do Investimento e, em sede de Conclusão, apresenta tópicos contendo pedidos erequerimentos em favor dos seus constituintes, assim como os protestos de praxe pela produção deprovas admitidas pelo art. 9º , IV, do Decreto nº 4.942/2003, invocando na seara processual o princípioda eventualidade, diante da possibilidade e probabilidade da sua procedência, que de fato esperam coma medida e certeza do direito invocado.

27. Assim, PRELIMINARMENTE, alega a Defesa os tópicos abaixo alinhados, seguidosdos respectivos argumentos de fato e de direito, nos quais se inserem lições doutrinárias ejurisprudenciais, inclusive precedentes desta Egrégia Câmara de Recursos:

IV.1. NULIDADE DO AUTO. A necessária aplicação do comando contido noart. 22, § 2º do Decreto nº 4.942/2003 e a possibilidade de ser firmado umTermo de Ajustamento de Conduta (“TAC”): pressupostos presentes.

IV.2. NULIDADE DO AUTO. O tipo penal-administrativo – art. 64 do Decretonº Decreto nº 4.942/2003 – não admite a utilização de condutas referidas naResolução CGPC 13/2004.(7)

(7) Negrito s e g rifo do o rig inal 28. No que tange à PREJUDICIAL DE MÉRITO – PRESCRIÇÃO, arrimado nas doutrinasde J. J. Gomes Canotilho e Celso Antônio Bandeira de Mello dos princípios jurídicos regentes daAdministração Pública, traz-se à colação, entre outros, os argumentos destacados no texto pela Defesa,como seguem:

O Auto afirma que a ação Fiscal foi iniciada em 07.11.2016 e as condutas foramrealizadas nos meses 05.2011 e 10.2011.

63. Dito isto, verifica-se que o Auto indica a data da suposta infração . Vejamos oque constou do tópico "VII. Identificação de Responsabilidade" do Relatório do Autoao indicar com precisão a data da suposta conduta infracional que justificaria aimputação de responsabilidade a cada um dos Defendentes:

(i) dias 25, 26 e 27.10.2011 - Marco, Carlos e Tânia; (ii) dias 25 e 26.10.2011 - Silvio eToni; e (iii) dia 05.05.2011 - Daniel.

6 7. Especificamente no tocante à prescrição, o Auto afirma que “a análise daaquisição das CCI foi feita durante Ação Fiscal Direta Específica - AFDErealizada na Entidade, comandada pelo Ofício n° 3436/CGFD/PREVIC, de07/11/2016” (item 20 e Anexo 13 do Auto - grifou-se).

69. O Auto é claro ao afirmar que o ato inequívoco de apuração do fato se deuna Ação Fiscal iniciada em 07.11.2016. Por conseguinte, a retroação máximalegal vai até a data de 07.11.2011, nos termos expressos contidos no art. 31 doDecreto 4.942/2003.

70 . Contudo, as condutas ditas infracionais estão posicionadas em 05.05.2011,25, 26 e 27.10.2011, antes portanto da data máxima permitida pelas normascogentes, exaurindo a possibilidade jurídica de a PREVIC pretender osancionamento relativamente aos fatos narrados neste Auto. Não há comosubsistir validamente o presente o Auto. (Destaques do original)

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29. Adiante, como RAZÕES DE MÉRITO, conforme acima assinalado, tem-se capítuloscom argumentos articulados por subseções ou tópicos, sendo que as razões destacadas pelas Defesaserão explicitadas nos capítulos e seções do VOTO, em confronto com as posições e argumentações daPREVIC consubstanciada nos PARECERES e NOTAS presentes nos Autos. Eis, então, a capitulação daDefesa na impugnação do Auto de Infração (8):

(8) Grifos e neg rito do o rig inal.

VI.1. INFORMAÇÕES PRELIMINARES: características das CCI e suaelegibilidade na forma da Resolução CMN 3.792/2009 75.

VI.2. INFORMAÇÕES PRELIMINARES: histórico da operação de aquisiçãodas CCI e exigências dos arts. 4°, I, II, IV, 9° e 30, § 1° da Resolução CMN3.792/2009 79.

VI.3. A ANÁLISE DO INVESTIMENTO: as análises e os níveis decisórios queintegraram o processo de autorização para aquisição das CCI Conspar (itens 24a 36 do Relatório do Auto).

VI.3.1. ANÁLISE DO INVESTIMENTO: Relatório GEANI e o RelatórioComplementar GEANI- erro material gera inferências que não condizem com averdade (itens 36 a 46 do Relatório do Auto).

VI.4. ANÁLISE DO INVESTIMENTO: as autorizações e a data da realizaçãodo investimento (itens 47 a 50 do Relatório do Auto)

VI.5. ANÁLISE DO INVESTIMENTO: a regularidade e higidez do processodecisório em contraposição aos apontamentos da PREVIC relativamente ao usode informações da agência de rating (itens 53 e 54 do Relatório do Auto)

VI.6. ANÁLISE DO INVESTIMENTO: da ponderação sobre os riscos daaquisição das CCI e o desenquadramento no segmento imobiliário (item 54 e 55do Relatório do Auto)

VI.7. ANÁLISE DO INVESTIMENTO: a existência de análises relativas àConspar (itens 56 a 58 do Relatório do Auto)

VI.8. ANÁLISE DO INVESTIMENTO: a segregação da análise dos Cedentes edos recebíveis (itens 59 a 62 do Relatório do Auto)

VI.9. AVALIAÇÃO DO INVESTIMENTO: o laudo de avaliação do imóvel dadoem garantia (itens 63 a 68 do Relatório do Auto)

VI.10. AVALIAÇÃO DO INVESTIMENTO: as garantias constituídas frente àregra então vigente do art. 18, § 1°, III da Resolução CMN 3.792/2009 (item 69do Relatório do Auto)

VI.11. AVALIAÇÃO DO INVESTIMENTO: utilização do Relatório de Rating eAvaliação do Recebíveis ainda em fase de finalização (itens 70 a 73 do Relatóriodo Auto).

30. Continuando em sede de MÉRITO, depois de um minudente tratamento das questõesrelativas à AVALIAÇÃO DO INVESTIMENTO , no que concerne às análises financeira, de riscos,das garantias, documentos, registros e diligências, dentre outras, a Defesa expendeu argumentos sobre aREESTRUTURAÇÃO DO INVESTIMENTO, devido justamente à estrutura de monitoramento deinvestimentos utilizada pela EFPC para apontar inconsistências ou para realizar diligências e apontarprovidências para correções devidas.

31. Outrossim, pontuou a Defesa que:

202. É interessante notar, que devido à repactuação, não houve a materialização de

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prejuízos à REFER, fato completamente desconsiderado pelo Auto e que, inclusive,foi objeto de preliminar relativa à negativa injustificada de concessão de possibilidadecorreicional (art. 22, § 2º do Decreto 4.942/2003) ou TAC.

203. Desta maneira, não obstante os percalços enfrentados no decorrer doinvestimento - sobretudo derivados de uma quadro macro econômico imprevisível aotempo dos investimentos e, portanto, não imputáveis aos Defendentes foram tomadasmedidas efetivas de monitoramento que culminaram na repactuação e que permitiram umhorizonte de recuperação da operação, sendo a prova da adoção de práticas quegarantam o cumprimento do dever fiduciário em relação aos participantes dos planosde benefício na forma do art. 4º , IV, da Resolução CMN 3.792/2009.

32. Já em sede de CONCLUSÃO, a Defesa articulou seus pedidos e requerimentos, inclusivetranscrevendo em arrimo precedentes desta CRPC, em notas de rodapé. E, invocando o Princípio daEventualidade, ressaltou que “os Defendentes são primários e sempre fundamentaram seus atos de gestãono Princípio da Boa-Fé, em prol dos interesses da REFER, dos seus planos de benefícios e de seusparticipantes, sem simular qualquer ato ou omitir informações a essa PREVIC ou a quem de direito.

33. Seguiu-se pedido de produção de provas, invocando a norma do art. 9º , IV, do Decreto4.942/2003: (i) produção de prova documental suplementar e da prova oral, por meio de realização deaudiência, na forma de depoimento pessoal dos Defendentes e de outros agentes, que possam colaborarpara a busca da verdade real.

34. Reforçou os argumentos expendidos em todo o articulado no tocante as seguintesNULIDADES do Auto de Infração: (i) para que se inviabilize o procedimento correicional previsto noart. 22, § 2o, do Decreto 4.942/2003, ou um óbice intransponível para um TAC, deve-se verificar umprejuízo financeiro efetivo, quantificado. Não há qualquer perda, pois os pagamentos repactuados estãosendo rigorosamente cumpridos; (ii) o Fundamento Legal constante de fls. 03 do Auto, cujos argumentosestão melhor indicados em passagens do Auto, ampara-se em dispositivos da Resolução CGPC 13/2004,que não têm vinculação com o art. 64 do Decreto 4.942/2003.

35. Postulou a extinção do Auto de Infração, “em razão do necessário reconhecimento daprescrição total, posto que o ato interruptivo da prescrição informado no Relatório do Auto é de07.11.2016 o que torna insuscetível de sancionamento de qualquer conduta anterior a 07.11.2011(Tópico V da Defesa).

36. Pugnou pela IMPROCEDÊNCIA do Auto de Infração no tocante ao MÉRITO, por duasrazões: “(i) não existe conduta infracional, posto que as condutas descritas quanto a análise doinvestimento não estão comprovadas pela descrição dos fatos no Relatório do Auto, ao contrário, restoucomprovado que a REFER adotou todas as medidas de verificação das condições negociais e os riscosincorridos, como determinado nas normas do CMN (Tópico VI da Defesa); (ü) as condições negociaisforam repactuadas e o devedor vem cumprindo as novas obrigações, estando o investimento realizadonas CCI Conspar em estágio operacional, não tendo sido configurado prejuízo à Entidade ou a seusplanos de benefícios ou a participantes e assistidos (Tópico VII da Defesa)”.

37. E depois de reprisar os Requerimentos formulados nos itens 205, subitens “i” e “ii”; 206,subitens “i” a “ii"; e no item 207; ou caso superadas as nulidades indicadas, seja aberto o prazo para acorreição inclusive na forma de TAC; ou se rejeitadas todas as preliminares, se afastada a prescrição e sefor negada a possibilidade de correição, no mérito, o Auto seja julgado totalmente improcedente,conforme item 208, subitens “i” e “ii”. E, por fim, ad argumentandum, caso o Auto seja julgadoPROCEDENTE, que seja aplicada a penalidade de advertência, em razão das condições atenuantes nadosimetria da pena, conforme demonstrado no Tópico VII da Defesa); (ü) na remota hipótese de seraplicada a multa, (...) que seja fixado o valor de R$ 37.993,53, previsto na Portaria MPS/SPC n° 970, de16.12.2010, aplicável no exercício de 2011, em que ocorreram os atos ditos infracionais, comosedimentado por esta d. DICOL.

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VII.2. CORREÇÃO DE EQUIVOCO MATERIAL DA DEFESA

38. Em 21/09/2019, a Defesa protocolizou na CPL/CGPL/DIRAD/PREVIC petiçãocomplementar, com a seguinte justificativa:

1. Cumpre aos Defendentes esclarecer que houve um pequeno erro material naorganização e envio dos anexos que instruem a Defesa. O documento comprobatórioaos quais se referem os itens 100 e 104 (transcritos abaixo) não foi remetido e não foiadequadamente referenciado, uma vez que não se trata dos documentos 12 e 13 anexosà Defesa: 100. A propósito, o arquivo que gerou o Relatório Complementar GEANIfoi criado em 28.09.2011. conforme provam os extratos dos arquivos contidos noscomputadores da REFER. Por um erro material, constou, na sua página inicial, a datade 05.05.2011 (doc. 12). Para não interromper este relato, iremos tratar desse ponto(importante para o correto julgamento deste Auto) no tópico seguinte. 104. Cabe, nestemomento, trazer uma explicação fática. O Auto aponta para o fato de o RelatórioComplementar GEANI estar datado de 05.05.2011. Este Relatório Complementar,embora informe em sua página de apresentação a data de 05.05.2010, insere várioselementos informativos posteriores, sendo que, uma pesquisa nos arquivos daEntidade, comprova a sua criação e impressão entre 28 e 29.09.2011 (doc. 13).

2. Nesses termos, sem prejuízo ao Princípio da Concentração da Defesa, uma vez setrata de mero erro material, que não altera o conteúdo alegado, apresenta-se, nessaoportunidade, as telas extraídas dos computadores da Refer, que indicam a data decriação e impressão do Relatório Complementar da GEANI, nos dias 28 e 29.09.2011(doc. 01).

VII.7. PEDIDO DE SOBRESTAMENTO DO FEITO

39. Em 29/12/2017, a Defesa protocolizou na CPL/CGPL/DIRAD/PREVIC petição apontandoas razões de fato e de direito para o que pede neste subtítulo, in verbis:

1. A Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social — REFER ("Refer" ou "Fundação")foi submetida, nos últimos anos, a uma intensa atividade de supervisão e fiscalização porparte da PREVIC. A partir do ano de 2015, houve a lavratura de uma série de Autos deInfração, todos relacionados ao processo de investimento da Fundação (teria havido ainobservância de normas qualitativas determinadas pelo Conselho Monetário Nacional).Foram lavrados 9 (nove) Autos de Infração, sendo que 7 (sete) neste ano de 2017. Opresente processo administrativo se insere nesse contexto.

2. Ainda que, nos anos de 2013 e 2014, o processo de investimento desta Fundação tenhasido objeto de Auditorias Fiscais da PREVIC sem apontamento de irregularidades, o atualcontexto de várias autuações reflete o nítido desalinhamento entre a atual compreensão daAutoridade Fiscalizadora e da Refer quanto à forma de efetivação das normas qualitativasrelacionadas ao processo de investimentos dessa Fundação.

3. Este impasse é muito pouco eficiente, pois, no limite, implicará na continuação indefinidade autuações, que não traz qualquer garantia de que será construído um consenso capaz de,efetivamente, "proteger os interesses dos participantes e assistidos dos planos debenefícios" (art. 3°, VI Lei Complementar 109, de 29.05.2001). Art. 11. À Diretoria Colegiadacompete: (...) XXI - adotar as providencias necessárias ao cumprimento de seus objetivos;

4. A normatização do Regime de Previdência Complementar Fechado oferece uma soluçãomais razoável e eficiente do que seguidos Autos, mediante a construção de um consensoentre a PREVIC e a Refer para adequação do processo de investimento da Fundação naforma disciplinada pela Instrução MPS/PREVIC n° 03, de 29.06.2010 ("Instrução PREVIC03/2010"), por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta ("TAC").

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5. Tal proposição foi levada à PREVIC pela representação da Refer em audiência realizadaem 14.12.2017, tendo sido suscitado pelos próprios membros da Autarquia que a celebraçãode um TAC, no caso concreto, deveria superar duas questões: (i) o fato do futuro instrumentoser firmado após a lavratura de auto de infração; e (ii) o ressarcimento de eventual prejuízofinanceiro, se fosse o caso.

6. Vale dizer que os próprios membros da PREVIC sugeriram que tais questões fossemenfrentadas por meio de Consulta, com fundamento na Instrução MPS/PREVIC n° 04, de06.07.2010, a qual já foi devidamente formulada, sendo protocolada junto à Diretoria deFiscalização e Monitoramento da PREVIC em 28.12.2017 (doc. 01).

7.Tendo em vista que a resposta a tais questionamentos pode resultar na abertura denegociação de um TAC que, se aprovado, acarretará na suspensão do presente processoadministrativo, na forma do art. 6°, inciso IV da Instrução PREVIC 03/20102, pelo Princípioda Objetividade (Lei 9.784 de 29.01.1999; art. 2°, parágrafo único, II) é imperioso que seaguarde o posicionamento da PREVIC em relação a essa possibilidade processual incidente.

8. Assim, os Defendentes requerem o sobrestamento do presente processo administrativo atéa resposta da Diretoria de Fiscalização e Monitoramento quanto ao teor da Consultaformulada e do posicionamento da Autarquia sobre a celebração de um TAC.

VII.8. PEDIDO DE RECONHECIMENTO DE NULIDADE INTERCORRENTE

40. Em 09/02/2018, a Defesa protocolizou outra petição para, dessa vez, “apresentar“RAZÕES DE NULIDADE INTERCORRENTE do Auto de Infração, razões estas que contém “umresumo cronológico dos principais eventos envolvendo este Auto, que contextualizarão, de formaprecisa, o objeto desta petição...”(9)

(9) Eis o histó rico : em 14.08.2017, esta i. Superintendência lavrouo presente Auto com base em suposta vio lação dos artigos art.4°, incisos I, II e IV, art. 9° e art. 18, §1°, inciso III, todos daReso lução n° 3.792/2009, de 24.09.2009 do Conselho MonetárioNacional, na operação de investimento em Cédulas de CréditoImobiliário emitidas pela Conspar Investimentos e Partic ipaçõesLTDA ("CCI Conspar"), bem como na reestruturação dessaoperação ; em 05.09.2017, o s Defendentes fo ram no tificados doAuto e , em 20.09.2017, apresentaram sua defesa. Presumiu-seque toda a cognição para o início do processo sancionador haviase exaurido ; em 10.10.2017, contudo , fo i encaminhada àFundação Rede Ferroviária de Seguridade Social ("Refer") aSo licitação de Info rmações e Documentos ("SID") (doc. 01)decorrente da mesma Ação Fiscal Direta Específica, que o rig inouo Auto , comandada pelo Oficio n° 3436/CGFD/PREVIC (de07.11.2016). A SID tinha po r objetivo so lic itar documentosrelativos às CCI Conspar; em 22.01.2018, fo i encaminhado àRefer, através do Oficio 2295/2017/PREVIC, o Relató rio deFiscalização 52/2017/PREVIC, assinado eletronicamente peloCoordenador Geral de Fiscalização Direta em 15.01.2018 (cincomeses após a lavratura do Auto ) (doc. 02) e , igualmente,deco rrente da mesma Ação Fiscal que o rig inou o Auto ; e em23.01.2018, fo i encaminhado à Refer nova SID, o riunda damesma Ação Fiscal, tendo como objeto a so lic itação de outrosnovos documentos relativos às CCI Conspar (doc. 03).

41. Consecutivamente, argumentam que:

Os fatos e sua cronologia demonstram que a fiscalização específica acerca doinvestimento nas CCI Conspar, quando da lavratura do Auto, ainda não havia sidoencerrada.

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Tais elementos contrariam o devido processo legal, cujo encadeamento temporal devedar-se de forma lógica para que o processo administrativo cumpra seu objetivoconstitucional da persecução da verdade real através de um efetivo processo deapuração. Resta comprovado que esses fatos novos (porque posteriores ao Auto)determinam a nulidade intercorrente do presente processo administrativo porviolação ao devido processo administrativo.

Pelo exposto, requer o reconhecimento da nulidade intercorrente, com adeterminação de arquivamento do presente processo administrativo.” (destaquesdo original).

VIII – DA MANIFESTAÇÃO DA PREVIC SOBRE OS PEDIDOS INCIDENTAIS

42. Em resposta aos pleitos da Defesa, sobreveio manifestação consubstanciada na NOTA Nº213/201909/02/2018, assinada pela Auditora Fiscal e pelo Coordenador-Geral de Suporte à DiretoriaColegiada, que tratou:

(i) das provas requeridas pela Defesa, que foram negadas, seja porque o conjuntoprobatório dos autos já é suficiente para a elucidação dos fatos, revelando-sedesnecessárias complementar as provas já produzidas até esta fase; seja porque nãoforam especificadas ou porque o rol de testemunhas não foi apresentado juntamentecom a defesa, com as devidas justificativas, operando-se a preclusão processual nesteponto específico. Ademais, ainda que assim não fosse, a prova testemunhal em nadaagregaria ao já robusto contexto probatório, cuja materialidade e delimitação encontra-se sobejamente comprovada por meio de documentos hábeis e suficientes para odeslinde da questão. Deste modo, a prova testemunhal torna-se desnecessária nostermos do art. 38, § 2°, da Lei n° 9.784/99.

ii) da juntada de documentos aos autos, sendo deferida “a produção de provadocumental suplementar que os defendentes entenderem pertinentes para defesa,desde que possuam íntima correlação com os fatos em apuração, evitando-seassim tumulto processual com a juntada de documentos desconexos.” (negrito dooriginal).

43. No tocante à prescrição da pretensão punitiva, a resposta foi a informação de que“juntamos aos autos do processo cópia dos documentos que interromperam a prescrição: Ofício nº118/ERRJ/PREVIC, de 02/07/2013; Solicitação de Informações e Documentos - SID nº 9 e resposta daREFER à SID 09 (CRT/068-13/DIPRE, de 18/10/2013). Conforme a citada documentação, restademonstrado que o investimento foi verificado durante a Ação Fiscal realizada na Entidade no exercíciode 2013, consistindo em ato inequívoco de apuração do fato.

44. E quanto ao AI nº 5/2018/PREVIC, de 05/03/2018, Processo Administrativo n°44011.001182/2018-10, também lavrado contra os dirigentes da REFER, que a Defesa arguiu suanulidade ou, subsidiariamente a sua concentração com o presente AI nº 050/2017, ProcessoAdministrativo 44011.006476, os autores da NOTA 213//2019/PREVIC entenderam “que há conexãoentre as infrações e, portanto, propomos o julgamento conjunto dos autos, conforme solicitado peladefesa no item 48“ (...)

45. Daí a conclusão:

11. Diante do exposto, verifica-se que o conjunto probatório para elucidação dos fatosjá se encontra devidamente delimitado nos autos, dispensando outras provas (àexceção de eventual prova documental suplementar), dando-se por encerrada a fase deinstrução processual.

(...)

CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-PARTASSIS 6314707 SEI 44011.006476/2017-57 / pg. 13

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13. Nos termos do art. 2°, inciso X, e art. 3°, inciso II, c/c arts. 28 e 44 da Lei9.784/1999, combinado com o inciso II do art. 36 da Portaria MF 529/2017, bem comocom o art. 66 da Lei Complementar 109/2001, notifiquem-se os procuradores dosautuados para a apresentação de alegações finais no prazo de 10 (dez) dias, juntando-se cópia dos seguintes documentos: Ofício nº 118/ERRJ/PREVIC, de 02/07/2013;Solicitação de Informações e Documentos - SID nº 9 e resposta da REFER à SID 09(CRT/068-13/DIPRE, de 18/10/2013).

IX – DAS ALEGAÇÕES FINAIS

46. Consecutivamente, no prazo assinado pela NOTA 213/2019 acima referida, os Advogadosdos Autuados foram notificados pelo Ofício nº 400/2019/PREVIC, de 15/02/2019 para apresentarAlegações Finais, consistindo em três peças sucessivas: uma, a principal, protocolizada em18/03/2019, com o declarado “escopo de, mais uma vez, demonstrar a total regularidade da conduta dosDefendentes e a improcedência dos Autos e abarcarão, em virtude da conexão, a totalidade da questão,i.e., desde a aquisição das CCI Conspar até a sua reestruturação”...,concluindo-a com a declaração de que“ratificam tudo o que até aqui se apresentou e requereu nos dois Autos” [44011.006476/2017-57 e44011.001182/2018-10], “confiando que os membros desta Egrégia Diretoria Colegiada da PREVICacolherão e tomarão como elementos para decidir, também, as presentes Alegações Finais...”; outra,datada de 16/05/2019, apresentando a “Política de Investimento 2011”, vigente à época da decisão deinvestimento nas Cédulas de Crédito Imobiliário emitidas pela Conspar Empreendimentos eParticipações”, a título de correção de erro material de referência de documento verificado na petiçãoanterior, com base no já referido princípio da concentração da defesa; e a terceira, datada de31/05/2019, para “apresentar Fatos Novos: Recentes Precedentes da CRPC e do Poder Judiciárioe, ao final, requerer” a aplicação desses precedentes, conforme a situação específica dos Defendentes,em especial a questão da individualização das condutas e das respectivas atribuições e poderesdecorrentes da posição na estrutura de governança e gestão da REFER, na conformidade dasnormativas internas.

X – DO PARECER Nº 312/2019/CDC II/CGDC/DICOL

47. Consecutivamente, como fechamento da instrução processual, veio à luz o PARECER nº634/2018/CDC II/CGDC/DICOL, tratando conjuntamente do Auto de Infração nº 50/2017, de14/08/2017, e do Auto de Infração nº 5/2018, de 05/03/2018. Portanto, considerando a conexão dosconteúdos dos Autos de Infração [Processo nº 44011.006476/2017-57 e Processo nº44011.001182/2018-10], “optou-se pelo julgamento conjunto dos processos, em homenagem ao princípioda economia processual e em atendimento ao pedido apresentado pela defesa, nos termos da Nota nº213/2019/PREVIC (Processo nº 44011.006476/2017-57, SEI 186576).

48. Nesse mesmo PARECER nº 634/2018/CGDC/DICOL os seus redatores traçaram ocontexto infracional e da instrução processual no âmbito da PREVIC, conforme segue: (i) no item 12,subitens “a” até “g”, presentaram o resumo das Preliminares; (ii) nos itens 13 a 23 arrolaram em apertadasíntese as questões de Mérito aventadas pela Defesa.

49. Consecutivamente, o referido PARECER nº 634/2018 trata da Análise da Preliminares:(i) Da Ampla Defesa/Contraditório/Devido Processo legal (itens 24 a 51); (ii) Da Prescrição – AI nº50/2017 (itens 52 a 61); (iii) Da Inaplicabilidade do § 2º do art. 22 do Decreto nº 4.942 e TAC (itens 62 a68). Segue com a Análise do Mérito, concentrando-se, “em consonância com os Autos de Infração, osprincipais pontos destacados pela Autoridade Autuante: (i) Características da Operação (itens 71 a 75);(ii) Irregularidades na aquisição/repactuação (itens 76 a 98); (iii) Documentos que fundamentaram aaquisição/repactuação (itens 99 a 114); e (iv) Processo decisório (itens 115 a 132).

CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-PARTASSIS 6314707 SEI 44011.006476/2017-57 / pg. 14

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50. Ainda em sede de Mérito, os redatores do referido PARECER ofertado à DICOLrealizaram Análise do Processo Decisório, à luz do que estabelece o Manual de Organização daREFER, assim como a IN. 4.002/2004, “que visa definir e estabelecer critérios e procedimentos para aGestão da Aplicação do Patrimônio na REFER”, da Política de Investimentos e da legislação em vigor,sobretudo no tocante à avaliação dos riscos, a partir do exame do Relatório de Análise de OperaçõesCCI Conspar, de 05/05/2011, em face dos Relatórios de Rating da LF Rating , assim como doRelatório de Análise de Proposta de Reestruturação – CCI Conspar, de 21/08/2015, dentre outrosfatos e circunstâncias pertinentes ao citado investimento (itens 133 a 166).

51. Em seção específica, o PARECER tratou nos itens 167/181 “Do pedido de exclusão dosmembros dos colegiados (não dirigentes)”, também com base nas normas internas e na legislaçãovigente, ocasião em que refutou os argumentos da Defesa, nestes termos:

180. A Diretoria Colegiada da PREVIC em diversos julgamentos tem reiterado oentendimento de que todos os profissionais que prestem serviços técnicos à Entidadedevem ser responsabilizados, na medida das suas atribuições e papéis no processodecisório do investimento. Neste sentido, não deve prosperar o pedido de exclusão detodos os autuados que não integravam a classe de dirigentes da REFER, visto que, háque se considerar a participação de cada um deles no processo decisório cujasrecomendações fundamentaram a aprovação do investimento pela DIREX. Analisandoa situação individual de cada agente, entendemos que além da responsabilização dosmembros da DIREX, devem ser responsabilizados os seguintes autuados:

Silvio Assis de Araújo – Coordenador da COINV e membro doCDI/CEINV por ter part icipado de todo o processo decisório (aquisição erepactuação do invest imento) nos termos do Memorando nº 034-2011/COINV, de 03/06/2011; Daniel Amorim Rangel – Gerente da GEANI e membro do CDI por terelaborado os estudos e análises def icientes/insuf icientes quefundamentaram a aquisição do invest imento, nos termos do Relatóriode Análise de Operações – CCI Conspar, de 05/05/2011 e RelatórioComplementar de Análise de Operações – CCI Conspar, de 28/09/2011;Toni Cleter Fonseca Palmeira – Coordenador de Atuária eRelacionamento e membro do CDI por ter proposto a aquisição e arepactuação do invest imento ancorado em análisesdef icientes/insuf icientes nos termos dos documentos: Ata nº 176 doCDI, de 25 e 26/10/2011.

181. Por fim, propomos a improcedência para os autuados:

Artur Simões Neto – Gerente da GEANI e membro do CDI/CEINV cujoRelatório de Análise de Proposta de Reestruturação – CCI Conspar, de21/08/2015, elaborado para análise da repactuação do invest imento teriaprevisto situações desfavoráveis em relação à proposta de repactuaçãoapresentada pela emissora cujos apontamentos não foramconsiderados pelos responsáveis pela tomada de decisão e,Eduardo Gomes Pereira - Coordenador de Controladoria e membro doCEINV pela ausência de conduta t ípica passível de punição.

52. Por fim, à vista das conclusões a que chegaram os redatores do PARECER Nº312/2019, entenderam pela PROCEDÊNCIA PARCIAL dos Autos de Infração, e traçaram aspenalidades aplicáveis a cada Autuado com base nas condutas tidas como irregulares, conformedestacado no Quadro Resumo do item 205, propondo ainda a “majoração para o DiretorFinanceiro/AETQ e para o Diretor-Presidente, em razão do cometimento de infrações às quais estãodiretamente relacionadas à função técnica qualificada, outorgada por lei, e por dedução lógica teria odever de evitar”.

CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-PARTASSIS 6314707 SEI 44011.006476/2017-57 / pg. 15

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XI – DO JULGAMENTO NA DICOL/PREVIC

53. Assim, nos termos do PARECER nº 634/2018/CDC II/CGDC/DICOL, na 447ª SeçãoOrdinária de 08/07/2019 foi realizado o julgamento dos Autos de Infração nº 50/2017 e nº 5/2018-REFER, em cuja assentada emitiu o Despacho Decisório nº 118/2019/CGDC/DICOL, nos seguintestermos:

(...)

“Julgar IMPROCEDENTE nº 5/2018 em relação aos autuados Artur Simões Neto eEduardo Gomes Pereira pela ausência de conduta típica passível de punição;

Julgar PROCEDENTE os Autos de Infração nº 50/2017 e 5/2018, em relação aosautuados Marco André Marques Ferreira, Carlos de Lima Moulin, Tania ReginaFerreira , Silvio Assis de Araújo, Daniel Amorim Rangel e Toni Cleter FonsecaPalmeira, por infração ao disposto no § 1º do art. 9º da Lei Complementar 109, de29/05/2001, combinado com artigos 4º e 9º da Resolução CMN 3.792, de 24/09/2009e com o art. 12 da Resolução CGPC 13/2004; tipificado no art. 64 do Decreto 4.942,de 30/12/2003; com aplicação das seguintes penalidades:

MULTA pecuniária no valor de R$ 37.993,53 (trinta e sete mil, novecentos e noventae três reais e cinquenta e três centavos), para o autuado Daniel Amorim Rangel,cumulada com a pena de SUSPENSÃO POR 60 (sessenta) DIAS;

MULTA pecuniária no valor de R$ 47.986,86 (quarenta e sete mil, novecentos eoitenta e seis reais e oitenta e seis centavos), para os autuados Marco André MarquesFerreira, Carlos de Lima Moulin, Tania Regina Ferreira , Silvio Assis de Araújo e ToniCleter Fonseca Palmeira, cumulada com a pena de INABILITAÇÃO por 2 (dois)ANOS para os autuados Marco André Marques Ferreira e Carlos de Lima Moulin;cumulada com a pena de SUSPENSÃO por 90 (noventa) DIAS para a autuada TaniaRegina Ferreira e cumulada com a pena de SUSPENSÃO por 60 (sessenta) DIASpara o autuado Silvio Assis de Araújo...”.

54. Esta decisão da Diretoria Colegiada foi publicada no Diário Oficial da União – DOU de 17de julho de 2019 – nº 136, seção 1, conforme restou certificado nos Autos pelo órgão competente daCDCII/CGDC/PREVIC.

XII – PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO E RECURSOS VOLUNTÁRIO E DE OFICIO

55. Depois de notificados da decisão de julgamento da DICOL/PREVIC, por intermédio deOfício recebido por seus Advogados, em 22/07/2019, conforme e-mail dos seus Advogados, em05/08/2019 sobreveio PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO e, simultaneamente, RECURSOVOLUNTÁRIO, em cujas peças foram apresentadas as respectivas razões de fato e de direito quesustentam o recebimento e o provimento dos pedidos em face da decisão da DICOL/PREVIC, que julgouPROCEDENTE os Autos de Infração nº 50/2017 e nº 05/2018, respectivamente controvertidos noâmbito do Processo nº 44011.006476/2017-57 e Processo nº 44011.001182/2018-10.

56. Em vista da IMPROCEDÊNCIA do Auto de Infração nº 05/2018/PREVIC - ProcessoAdministrativo n° 44011.001182/2018, em relação a Eduardo Gomes Pereira e Arthur Simões Neto(RECORRIDOS), em 05/08/2019, a Defesa requereu a juntada de petição de CONTRARRAÇÕES AORECURSO DE OFÍCIO, pugnando pelo seu desprovimento (SEI 4004696).

57. Em vista disso, a CGDC elaborou a NOTA n° 1155/2019/PREVIC na qual, tomando emconta as razões expendidas pelos Recorrentes na peça recursal, manifestou-se em sede de Juízo deReconsideração, de que se destacam os seguintes pontos, in verbis:

CRPC - Relatório SEPRT-SUCOR-COC-CRPC-PARTASSIS 6314707 SEI 44011.006476/2017-57 / pg. 16

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(...)

10. O pedido de reconsideração deve necessariamente veicular fato novo ouargumento inédito, justificando assim a revisão do julgamento pela própria autoridadeou colegiado, ou ainda corrigindo eventual falha processual sanável ou não. Decorre,necessariamente do princípio da autotutela da Administração Pública.

11. Da leitura do pedido de reconsideração e das razões recursais, verifica-se que osrecorrentes basicamente reiteram os argumentos jurídicos já apresentados na defesainicial e em sede de alegações finais. Tais argumentos jurídicos foram devidamenteconsiderados ao longo do Parecer 312/2019, adotado como fundamentação da decisãoda Diretoria Colegiada.

12. Contudo, apenas um tópico apresenta ineditismo para ser objeto da presente análise.

13. Argui os recorrentes a existência de "error in procedendo" a ensejar nulidade doparecer.

14. De saída há que se afastar completamente a afirmação, descolada da realidadejurídica dos autos, de que o parecer nº 312/2019 não existia na data do julgamento.Conforme se comprova no processo, o Parecer encontrava-se devidamente assinadopor Auditora da Receita Federal. Posteriormente, houve apenas a convalidação daaprovação do parecer pela Coordenadora-Geral Substituta no âmbito desta CGDC.

15. O apego excessivo a formalismos jurídicos retira a legitimidade de certasargumentações, como se dá nesta parte do recurso apresentado. Sem maioresdificuldades, verifica-se que não houve prejuízo algum à defesa, restando regular eválido todos os atos praticados no processo. Portanto, eventual nulidade a serdeclarada em processo deve necessariamente restar comprovado ter havido prejuízosao exercício da ampla defesa e contraditório.(10)

(10) Segue-se transcrição de ementas de jurisprudências doSupremo Tribunal Federal – STF, bem como de precedentes daCRPC tratando da questão da nulidade processual po r o fensa aosprincípios constitucionais do contraditó rio , da ampla defesa noâmbito do devido processo legal (judicial/administrativo ).

17. Logo, verifica-se que a alegação de nulidade aventada no pedido dereconsideração, apesar do ineditismo a possibilitar o exame pela Diretoria Colegiada,não possui densidade jurídica a ensejar eventual reconsideração por parte do colegiadode primeira instância.

58. E concluiu a citada NOTA n° 1155/2019/PREVIC:

18. Com arrimo na fundamentação acima e considerando tudo o mais que consta dos autos, propõe-se:a)Incluir a presente Nota em pauta da DICOL para julgamento; b)Julgar improcedente o pedido dereconsideração, mantendo na íntegra a decisão colegiada; c) Encaminhar os autos à Câmara de Recursosda Previdência Complementar, para julgamento dos recursos voluntário e de ofício.

XIII – DA REMESSA DO PROCESSO À CRPC

59. Em vista da proposição contida na NOTA n° 1155/2019/PREVIC , na 451ª SessãoOrdinária da DICOL/PREVIC, de 02/09/2019, conforme DESPACHO DECISÓRIO nº142/2019/CGDC/DICOL, foi denegado o pedido de reconsideração nos termos dos processos nº44011.006746/2017-57 e 44011.001182/2018, seguido da ordem de remessa dos Autos à CRPC parajulgamento do recurso voluntário e recurso de ofício.

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60. Por meio do Ofício nº 2331/2019/PREVIC, de 06/09/2019, os referidos Autos foramremetidos a esta Egrégia Câmara de Recursos, e logo distribuídos por sorteio à representação dosParticipantes e Assistidos na 95ª Reunião Ordinária desta CRPC, em 25 de setembro de 2019.

XIV – DO RECURSO VOLUNTÁRIO

61. Em apertada síntese, são as razões do presente recurso, de acordo com as alegações dadefesa:

I - Preliminares

I.a. Preliminares decorrente do processo administrativo:

I.a.1. Da existência de error in procedendo : o Parecer 312/2019 foi feito após aDecisão da C. DICOL que o “aprovou”;

I.a.2. Manifesto cerceamento de defesa pelo indeferimento imotivado do pedidode produção de prova oral e documental;

I.a.3. Não oferecimento aos Recorrentes do conhecimento do teor do Parecer312/2019 antes da abertura de prazo para a apresentação das Alegações Finais edo julgamento da DICOL; e

I.a.4. Da limitação dos objetos dos Autos.

I.b. Nulidades contidas originalmente nos Autos:

I.b.1. O tipo penal-administrativo - art. 64 do Decreto 4.942/2003 não admite autilização de condutas referidas na Resolução CGPC 13/2004; e

I.b.2. Da necessária aplicação do comando contido no art. 22, § 2º , do Decreto4.942/2003 e a possibilidade de ser firmado um termo de ajustamento de conduta(“TAC”): pressupostos presentes.

II - Da prejudicial de Mérito:

II.a) Prescrição: Auto 50/2017 afirma que a Ação Fiscal foi iniciada em07.11.2016 e as condutas foram realizadas nos meses 05.2011 e 10.2011.

III - Do Mérito:

III. a) Das operações realizadas e o seu racional;

III. b) Do critério subjetivo (e vedado) da PREVIC na avaliação do processo deinvestimento dos Autos;

III. c) Da ausência de prejuízo;

III. d) Da Regularidade da análise do investimento nas CCI Conspar: as análisesque integraram o processo de autorização para aquisição das CCI Conspar e douso de informações da agência de rating (do processo de investimento e de suasanálises efetivas/ do Relatório de Rating e da necessidade de sua utilizaçãoprevista em norma/ do processo de investimento e de suas análises efetivas);validade do laudo de avaliação do imóvel dado em garantia; da observância doprincípio da segurança na aquisição das CCI Conspar; e

III. e) Da Regularidade das análises na repactuação: da avaliação dos riscos doperíodo compreendido entre a aquisição e a repactuação e da adequadamodelagem da operação frente aos riscos envolvidos;

IV - Dosimetria:

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IV. a) Da inadequada individualização de condutas para efeitos da dosimetria dapena realizada pela r. Decisão Recorrida (aplicação equivocada do art. 63 da LC109/2001): membros de órgãos sem competência decisória e membros daDIREX.

XIV – DO RECURSO DE OFÍCIO

62. Nas contrarrazões ao recurso de Ofício, a defesa dos recorridos Eduardo GomesPereira e Arthur Simões Neto destaca que as condutas desses dirigentes foram, sempre, guiadas pelasboas práticas de governanças indicadas pelos órgãos reguladores das entidades fechadas de previdênciacomplementar e que a decisão recorrida, de forma correta, julgou improcedente o AI nº 05/2018(lembrando que a conduta desses autuados está adstrita, tão somente, à repactuação) em relação a eles.

63. Nesse sentido, salientam que tal decisão reconheceu a improcedência do AI nº 05/2018 emvirtude da ausência de conduta típica desses – que, no decorrer do processo de investimento, nãodetinham competência para aplicar recursos garantidores dos planos de benefícios – pressupostonecessário para a caracterização da violação à disposição indicada na capitulação pelo art. 64 doDecreto nº 4.942, de 2003. Restando, portanto, evidenciado o fato de que os recorridos não podemsofrer qualquer sancionamento, sob pena de violação da vedação ao reformatio in pejus no âmbito doprocesso administrativo.

XIV – DOS PEDIDOS

64. Em face do exposto, requerem os recorrentes a esta CRPC:

(a) Julgar a r. Decisão Recorrida nula, vez que o Parecer 312/2019 não existia ao tempo deste atoadministrativo sancionador que o “aprovou”;

(b) Reformar a r. Decisão Recorrida, para reconhecer a nulidade dos presentesprocessos administrativos, em razão do manifesto cerceamento de defesa pelaausência de faculdade de produção probatória; ou

(c) Reformar a r. Decisão Recorrida, para reconhecer a nulidade dos presentesprocessos administrativos, por não ter sido oportunizado aos Recorrentes oconhecimento do teor do Parecer 312/2019, antes da abertura de prazo para aapresentação das Alegações Finais; ou

(d) Reformar a r. Decisão Recorrida, para reconhecer a nulidade dos presentesprocessos administrativos, em razão da violação ao devido processo legal, com aindicação de condutas no período entre os objetos dos Autos sobre as quais osRecorrentes não tiveram oportunidade de se manifestar; ou

(e) Reformar a r. Decisão Recorrida, para reconhecer a nulidade dos processosadministrativos, tendo em vista que o tipo penal-administrativo do art. 64 do Decreto4.942/2003 não admite a utilização de condutas referidas na Resolução CGPC13/2004; ou

(f) Reformar a r. Decisão Recorrida, para reconhecer a nulidade dos presentesprocessos administrativos, tendo em vista a necessária aplicação do comando contidono art. 22, § 2º do Decreto 4.942/2003 e a possibilidade de ser firmado um TAC; e

(g) Acaso superadas as preliminares indicadas, seja reconhecida a questão prejudicialde mérito de prescrição quinquenal e os Autos sejam jugados extintos face aosRecorrentes;

(h) No mérito sejam acolhidas as razões trazidas e provas colacionadas à instrução,

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reformando-se a r. Decisão Recorrida com o provimento do presente Recurso e aaferição efetiva das condutas dos Recorrentes, e de forma específica;

(i) Julgar os Autos de Infração improcedente em relação aos Recorrentes Silvio Assisde Araujo, Daniel Amorim Rangel e Toni Cleter Fonseca Palmeira por ausência deconduta típica, pois suas atribuições não autorizavam a incidência do tipo penal-administrativo “aplicar recursos”;

(j) Caso não haja reformada a Decisão Recorrida, aplicar, pelo princípio daeventualidade, tão somente a pena de advertência, como em julgados recentes destaCRPC e, caso não assim seja, que seja aplicada tão somente a pena de multa de formaatenuada e, finalmente,

(k) Em relação ao Recurso de Ofício, que este seja rejeitado e, consequentemente,mantida a Decisão que realizou a correta individualização das condutas de EduardoGomes Pereira e Arthur Simões Neto em virtude da ausência de tipicidade passível depunição.

65. Por meio do Ofícios nº 2331/2019/PREVIC, de 06/09/2019, os Autos de nº 44011.006476/2017-57 e de nº 44011.001182/2018-10 foram remetidos a esta Egrégia Câmara deRecursos, sendo distribuídos por sorteio, respectivamente, à representação dos Participantes eAssistidos e à dos Servidores Federais Titulares de Cargo Efetivo, na pessoa da Conselheira SuplenteElaine Borges, ambos, na 95ª Reunião Ordinária desta CRPC, em 25 de setembro de 2019.

É o Relatório, Senhor Presidente e Ilustres pares.

Brasília, 29 de Janeiro de 2020.

Documento assinado eletronicamente

JOÃO PAULO DE SOUZA

Membro Titular Representante dos Participantes e Assistidos

Documento assinado eletronicamente

ELAINE BORGES DA SILVA

Membro Suplente os Servidores Federais Titulares de Cargo Efetivo

Documento assinado eletronicamente por João Paulo de Souza, MembroTitular da Câmara de Recursos da Previdência Complementar, em10/02/2020, às 17:32, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento noart. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por Elaine Borges da Silva, MembroSuplente da Câmara de Recursos da Previdência Complementar, em10/02/2020, às 17:35, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento noart. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

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Referência: Processo nº 44011.006476/2017-57. SEI nº 6314707

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MINISTÉRIO DA ECONOMIASecretaria Especial de Previdência e TrabalhoSubsecretaria de Assuntos CorporativosCoordenação-Geral de Apoio aos Órgãos ColegiadosCâmara de Recursos da Previdência Complementar

Câmara de Recursos da Previdência Complementar – CRPC

PROCESSO Nº:44011.006476/2017-57 e 44011.001182/2018-10

ENTIDADE:REFER – Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social

AUTO DEINFRAÇÃO Nº: 50/2017/PREVIC e 5/2018/PREVIC

DECISÃO Nº: 118/2019/CGDC/DICOL, de 08/07/2019

RECORRENTES:Marco André Marques Ferreira, Carlos de Lima Moulin, Tania ReginaFerreira, Silvio Assis de Araújo, Toni Cleter Fonseca Palmeira e DanielAmorim Rangel

RELATORES:João Paulo de Souza e Elaine Borges da Silva

RECURSO VOLUNTÁRIO

VOTO

I – DA TEMPESTIVIDADE

1. O artigo 13 do Decreto nº 4.942/2003 fixa o prazo de 15 (quinze dias), contado dorecebimento da decisão-notificação, para o exercício do direito de interpor RECURSO VOLUNTÁRIO,com efeito suspensivo, em face do DESPACHO DECISÓRIO nº 118/2019 proferido pelaDICOL/PREVIC em 08/07/2019.

2. Fazendo as devidas verificações, identificamos que os Recorrentes MARCO ANDRÉMARQUES FERREIRA e OUTROS foram notificados da decisão recorrida pelo Ofício nº1763/2019/PREVIC, de 18/07/2019, recebido pelo Advogado em 22.07.2019, cuja peça recursal conjuntafoi protocolizada em 05/09/2019, um dia antes do vencimento do prazo legal, pelo que se tem comotempestivo o RECURSO VOLUNTÁRIO, nos termos que dispõem o artigo 13 c/c artigo 18 do Decretonº 4.942/2003; e artigos 3º , II e 26, §3º da Lei nº 9.784/1999, razão pela qual devem ser conhecidos poresta Egrégia Câmara de Recursos.

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II – DAS PRELIMINARES

(1) Existência de “error in procedendo”.

3. De início, os Recorrentes se insurgem contra o que alegam ter havido “error inprocedendo”, sob alegação de que “o Parecer 312/2019/CGDC/DICOL foi feito após a Decisão da c.DICOL que o ‘aprovou’.” A respeitável decisão recorrida foi prolatada em 08.07.2019, e o Parecer sófoi assinado em 16.07.2019. Destaca que a assinatura é requisito essencial do ato administrativo, comopreceitua a Lei nº 9.784/1999, art. 22, § 1º , in fine, de modo que, por isso, carece de motivação aDecisão recorrida, pois o seu elemento embasador, o Parecer 312/2019, não existia ao tempo de suaprolação, devendo ser reconhecida, portanto, a nulidade da decisão da DICOL para que outro parecerseja efetuado e seja prolatada nova e mais justa decisão.

4. Em contraponto, a CGDC/DICOL na NOTA 1155/2019/PREVIC, que tratou do Pedido deReconsideração, estranhou o ineditismo da arguição, tomando como descolada da realidade jurídica dosautos a afirmação de que o Parecer nº 312/2019 não existia na data do julgamento, pois, “Conforme secomprova no processo, o Parecer encontrava-se devidamente assinado por Auditora da Receita Federal.Posteriormente, houve apenas a convalidação da aprovação do parecer pela Coordenadora-GeralSubstituta no âmbito desta CGDC”. E considerando a arguição como “apego excessivo a formalismosjurídicos [que] retira a legitimidade de certas argumentações”, expressa o entendimento de “que nãohouve prejuízo algum à defesa, restando regulares e válidos todos os atos praticados no processo.Portanto, eventual nulidade a ser declarada em processo deve necessariamente restar comprovado terhavido prejuízos ao exercício da ampla defesa e contraditório ”. Em apoio dessa questão, colacionouprecedentes do Excelso STF e desta Egrégia CRPC.

5. Sopesando as alegações, entendo que a razão está com os Recorrentes, visto que háprevisão legal (art. 22, in fine, da Lei nº 9.784/1999), dispondo que “... a assinatura da autoridaderesponsável” integra a forma do ato administrativo, que é um dos seus requisitos de validade (art. 2º , Leinº 4.717/1965), de modo que é intrínseco ao interesse público que os atos da administração estatal sejamrevestidos do máximo cuidado para com a regularidade formal do ato administrativo, mesmo à vista doprincípio do formalismo moderado que integra o esforço de busca da verdade real, mas sem sacrifício dodue process of law procedural and substantive , mormente no âmbito do processo administrativosancionador. Por isso, em havendo erro de procedimento, capaz de impedir a materialização dosprincípios processuais – por isso não se há de falar em “apego excessivo a formalismos jurídicos” –, o atoadministrativo está eivado de vício que aponta para a sua nulidade absoluta ou relativa, a depender doprejuízo que causar ao administrado. Portanto, como o Parecer nº 312/2019/CGDC/DICOL, de fato, sófoi assinado pela autoridade que o produziu – e com base nele foi julgado o processo e proferido oDespacho Decisório nº 118/2019/CGDC/DICOL –, ambos os atos contém vício de forma, são inválidose não produzem efeitos jurídicos desfavoráveis aos Recorrentes e, desse modo, devem ser corrigidospara satisfazer os requisitos de validade e surtir os efeitos legais e jurídicos a quem de direito.

6. Portanto, reconhecendo como pertinentes o argumento da Defesa de que houve prejuízoaos Recorrentes nesse ponto – como de fato reconheço o indigitado error in procedendo –, voto nosentido de acolher a preliminar aventada nas razões recursais da Defesa, para que seja proferido novoDespacho Decisório pela DICOL/PREVIC e refeitos os atos posteriores ao DESPACHO DECISÓRIOnº 118/2019/CGDC/DICOL que aprovou o Parecer nº 312/2019/CGDC/DICOL.

2. Do Manifesto cerceamento de defesa.

7. Diz a Defesa que a r. Decisão Recorrida deve ser anulada porque o Parecer nº 312/2019fundamentou o indeferimento de provas na alegação de robustez probatória, considerando suficientes aoconvencimento do julgador, bem como não indicou quais foram os critérios objetivos para oindeferimento de provas. Aduz que o deferimento do pedido de produção provas pelos meios de provasespecificados pela Defesa funda-se, antes de tudo, no interesse público e, por isso, não está sujeito amero juízo de conveniência e oportunidade da Administração, “não podendo se valer do princípio dainformalidade, vez que a negativa afeta diretamente o direito dos Recorrentes”.

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8. Invocou também o princípio da isonomia, adotado em oportunidades similares em casosrecentes conhecidos, em que a própria PREVIC ofereceu prazo para a realização da dilação probatóriapara a apresentação pelos Recorrentes de “todas as provas que entenderem pertinentes”, o que eranecessário dada a complexidade dos do objeto dos presentes processos administrativos...” Por isso,requereu “a nulidade do julgamento e a consequente determinação para realização das provasespecificadas e, uma vez colhida a prova oral e juntada a prova documental suplementar ao processo, aDICOL/PREVIC retomará o julgamento e julgará pela improcedência dos Autos”.

9. Sem razão os Recorrentes: não houve cerceamento de defesa porque, exceto a negativada prova oral, em nenhum momento antes da tomada de decisão recorrida, a PREVIC impediu ou denegoua juntada de documentos e pareceres, tanto que a Defesa peticionou quanto quis, inclusive para corrigirerro material em peças defensivas ou para colacionar documentos julgados importantes, invocando pelomenos duas vezes o Princípio da Concentração da Defesa. Admite-se que a Defesa se insurja contra omérito da decisão recorrida, mas nesse ponto ela é escorreita procedimentalmente, não merecendoqualquer reproche.

10. Aliás, a recusa impugnada pela Defesa encontra abrigo no §2° do artigo 38 da Lei9.784/99, pois tal norma estabelece que “Somente poderão ser recusadas, mediante decisãofundamentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes,desnecessárias ou protelatórias”, e as razões do indeferimento estão bem expressas na NOTA213/2019/PREVIC, tanto que sobre elas a Defesa se manifestou em sede de Alegações Finais,retomando a mesma arguição de nulidade por pelo ”Manifesto cerceamento de defesa peloindeferimento imotivado do pedido de produção de prova oral.”

11. Quanto à complexidade do objeto dos processos administrativos esse aspecto não seriaminorado com o deferimento da prova oral, posto que as provas documentais concernentes ao veículo deinvestimento (“CCI Conspar”), principalmente as que envolveram o processo decisório de aquisição erepactuação do investimento, as garantias, as análises financeiras e de riscos realizados pela própriaREFER ou por terceiros prestadores de serviços foram pertinentemente colhidas e juntadas aos Autos, oque demonstra que não houve prejuízo probatório aos Recorrentes

12. Portanto, entendo que não houve cerceamento de defesa. Não se configura aplicação dedois pesos e duas medidas, obstrução ou encurtamento probatório, a alegação de que PREVIC tevetempo, meios e recursos para lavrar e instruir os Autos de Infração combatidos com as informações edocumentos destinados a corroborar suas alegações e a de que os Autuados sofreram os efeitos nocivosdo indeferimento de produção de provas, em razão da negativa de ouvida do depoimento pessoal dosRecorrentes, pois, sem dúvida, foi deferida a produção de prova documental suplementar pertinente àmatéria controvertida nos processos de que ora se trata. Por isso, não acolho a preliminar.

(3) Conhecimento do teor do Parecer 312/2019/CGDC/DICOL antes dasAlegações Finais.

13. Argumenta a Defesa que constitui equívoco procedimental porque não houve oferta aosRecorrentes, para conhecimento e contradita, do conhecimento do teor do PARECER nº 312/2019 antesda abertura do prazo para apresentação de Alegações Finais e do julgamento da DICOL, o que traduzviolação aos arts. 44 e 47 da Lei 9.784/1999, cujos dispositivos transcrevem. Como a apresentação deAlegações Finais ocorreu após a emissão do PARECER 312/2019/DICOL, como a lei não contémpalavras inúteis, e o princípio da eficiência não serve para limitar os direitos do Administrado, por umajustificativa de mera otimização”, sendo certo que o princípio da eficiência deve “conduzir oprocedimento com vistas ao atingimento de seus fins”, conforme consta do item 46 do Parecer referido,impõe-se a nulidade da Decisão Recorrida.

14. Também aqui a razão está distante dos Recorrentes, pois, no mesmo tom dito acima, écerto que não houve prejuízo para a Defesa, posto que, neste caso, a ordem de apresentação dosdocumentos citados [Nota 213/2019/PREVIC e Parecer nº 312/2019/CGDC/DICOL] não tem ocondão de contribuir para a verdade real invocada. Ainda que não se possa descurar do devido processolegal procedimental e substantivo, mera irregularidade ordinatória não ofende o princípio do formalismo

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moderado que informa o processo administrativo sancionador e não obstrui a busca da verdade realobjetivada pelos julgamentos da Administração e pelos Administrados. Por essa razão, desacolho apreliminar suscitada.

(4) Limitação dos objetos dos Autos de Infração.

15. A Defesa aponta que os objetos dos processos administrativos se circunscrevem a doismomentos específicos dos investimentos nas CCI Conspar, a saber: (i) Auto 50/2017: “1. Trata-se deinfração cometida em 2011, quando a REFER adquiriu Cédulas de Crédito Imobiliário (CCI) da empresaConspar Empreendimento e Participações Ltda. (...)” (grifou-se); e (ii) Auto 05/2018: “1. Trata-se deinfração cometida em 2015 quando a REFER deu quitação parcial de parcelas vencidas einadimplidas referentes às Cédulas de Crédito Imobiliário (CCI) (...)” (grifou-se)”. E com esse escopoforam apresentadas as defesas com suas alegações e documentos, com o fim de demonstrar a totalimprocedência da imputação das condutas infracionais.

16. Não obstante a propositura do julgamento conjunto dos Autos, conforme assentiu a CGDCna NOTA Nº 213/2019/PREVIC (item 3), em resposta a pedido da própria Defesa, esta impugna oParecer nº 312/2019 “ao afirmar que não consta nenhum documento que comprove a avaliação de riscosno período compreendido entre a aquisição e a repactuação” (item 164), o que é um equívoco, ou umainovação da infração imputada, que viola o direito ao devido processo legal e ao contraditório.

17. É louvável o esforço e o denodo da Defesa, mas entendo que o acatamento do pedido dejulgamento conjunto dos Autos, não obstante haja referência à ausência de avaliação de riscos no item 164do Parecer nº 312/2019, já afasta a possibilidade de ampliação dos objetos dos processos administrativosreferidos. Ao contrário, entendo que o Parecer conjunto sobre os AI nº 050/2017 e nº 05/2018 permite acompreensão das razões de fato e de direito em que se fundam as respectivas autuações, assim como asrazões expendidas pela Defesa, principalmente quanto ao mérito dos Autos de Infração, onde residem asmatérias impugnadas pelos Recorrentes e as alegações da PREVIC.

(5) Tipo penal administrat ivo do art . 64 do Decreto nº 4.942, de 2003.

18. Alega a Defesa que o tipo penal-administrativo do art. 64 do Decreto 4.942/2003 nãoadmite a utilização de condutas referidas na Resolução CGPC nº 13/2004, importando numa interpretaçãoextensiva incabível com a exigência de fundamentação legal das autuações, o que implica oreconhecimento da nulidade dos Autos de Infração.

19. O fato que é a fundamentação legal das autuações é bem precisa e expressa tanto noRelatório do Auto de Infração quanto no Parecer nº 312/2019, a saber: “Ao proporem, recomendarem eaprovarem o investimento da REFER na CCI Conspar, seus gestores violaram o art. 4º , incisos I, II e IV,art. 9º e art. 18, §1º , inciso III, todos da Resolução nº 3.792/2009, do CMN. Com suas condutas, tambémviolaram o art. 1º , §1º , e o art. 12 da Resolução nº 13/2004, do CGPC”. Assim, essas condutas seenquadram no tipo penal do art. 64 do Decreto nº 4.942, de 2003.

20. E mesmo que se elida da autuação o fundamento alusivo às normas da Resolução CGPC nº13/2004, ainda remanescem as normas da Resolução CMN nº 3.792/2004, principalmente as do art. 9ºque impõem às EFPC’s, na aplicação dos recursos garantidores dos planos de benefícios, a obrigaçãode avaliar, controlar e monitorar os diversos riscos da operação. Entendo que a impugnação seriapertinente se houvesse “bis in idem” na aplicação de penalidade, mas não ocorreu no caso. Por tudoisso, também não merece acolhimento esta preliminar.

(6) Da aplicação do § 2º do art . 22 do Decreto nº 4.942, de 2003. Possibilidadede Assinatura de TAC. Pressupostos presentes.

21. Segundo alega a defesa, “O Parecer 312/2019 entendeu pelo não cabimento da formacorrecional prevista no artigo 22, §2° do Decreto 4.942/2003, bem como a oferta de um TAC na formada Instrução MPS/PREVIC n° 03, de 29 de junho de 2010 (“Instrução PREVIC 03/2010”), em razão deuma suposta impossibilidade de correção da conduta infracional, vez que já se consumou”.

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22. Essa posição foi impugnada pela Defesa devido à distonia da Decisão Recorrida com anorma cogente do citado diploma legal, posto que “todo o processo de investimento da Refer foiadequado às diretrizes e condutas exigidas pelo CMN”, bem assim porque, ao indeferir o pleito dosRecorrentes, a r. Decisão recorrida não indica quais foram as condutas infracionais que não poderiam sercorrigidas, se limitando a adotar posição subjetiva e genérica de que a irregularidade foi ‘consubstanciadana inobservância de padrões de segurança impostos pelo CMN’.’’

23. E depois de apontar precedentes da CRPC que admitiu a força cogente da norma do §2ºdo art. 22 do Decreto nº 4.942/2003, a Defesa disse que à época das fiscalizações realizadas pelaPREVIC, se fossem feitas as correições devidas, haveria plena possibilidade de correção, sendo,portanto, injustificada a negativa de medida correcional, mesmo porque:

46. A adoção de tais mecanismos consensuais é mais aderente ao Princípio daEficiência da Administração Pública, tão salientado no r. Parecer 312/2019. Temos,assim, que o indeferimento de tal pleito contraria os próprios pressupostos buscadospela d. Autoridade Julgadora e resultará na sanção dos Recorrentes sem uma medidaespecífica de melhoria dos procedimentos internos da Fundação, fazendo-senecessária a reforma da r. Decisão Recorrida para o oferecimento das viascorreicionais aos Recorrentes ou que se reconheça a nulidade dos Autos.

24. Nesse caso, a Fiscalização daria cumprimento finalístico à norma inserta no §2º do artigo22 do Decreto nº 4.942/2003 e, eficientemente atenta à natureza do investimento nas CCI Conspar, suaação fiscal não só seria eficaz para corrigir eventuais procedimentos, mas, sobretudo, porqueconcorreria para a prevenção e/ou aperfeiçoamento técnico das funções supervisora e fiscalizatória,posto que o TAC é um dos instrumentos idôneos para materializar a atuação preditiva e corretiva daPREVIC, que é o núcleo da metodologia da Supervisão Baseada em Risco - SBR. Por certo, setivesse havido a ação preventiva da PREVIC, providências e diligências poderiam ter sido determinadase voltadas para preservar os interesses dos Participantes e Assistidos, a todo tempo e lugar. Mesmo queainda remanescessem dúvidas sobre a profundidade e alcance das análises vinculadas ao processodecisório de aquisição ou de repactuação das CCI, com certeza os gestores da REFER teriamdisposição para saná-las e bem teriam atendido as determinações de ofício ou as condições clausuladasno TAC, conforme expresso em correspondência dirigida à DIFIS/PREVIC.

25. Mas tal não ocorreu, Senhor Presidente, não obstante o esforço da REFER no sentido debuscar medidas consensuais de correções ou ajustes de procedimentos da Entidade, conforme expostona correspondência CRT/0210-17/DIPRE, enviada à PREVIC, que ensejou também o PEDIDO DESOBRESTAMENTO destes Autos, onde se deduziam as seguintes razões de fato e de direito, que setranscrevem in verbis:

1. A Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social — REFER ("Refer" ou"Fundação") foi submetida, nos últimos anos, a uma intensa atividade de supervisão efiscalização por parte da PREVIC. A partir do ano de 2015, houve a lavratura de umasérie de Autos de Infração, todos relacionados ao processo de investimento daFundação (teria havido a inobservância de normas qualitativas determinadas peloConselho Monetário Nacional). Foram lavrados 9 (nove) Autos de Infração, sendo que7 (sete) neste ano de 2017. O presente processo administrativo se insere nessecontexto.

2. Ainda que, nos anos de 2013 e 2014, o processo de investimento desta Fundação tenhasido objeto de Auditorias Fiscais da PREVIC sem apontamento de irregularidades, oatual contexto de várias autuações reflete o nítido desalinhamento entre a atualcompreensão da Autoridade Fiscalizadora e da Refer quanto à forma de efetivação dasnormas qualitativas relacionadas ao processo de investimentos dessa Fundação.

3. Este impasse é muito pouco eficiente, pois, no limite, implicará na continuaçãoindefinida de autuações, que não traz qualquer garantia de que será construído umconsenso capaz de, efetivamente, "proteger os interesses dos participantes e

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assistidos dos planos de benefícios" (art. 3°, VI Lei Complementar 109, de29.05.2001).

4. A normatização do Regime de Previdência Complementar Fechado oferece umasolução mais razoável e eficiente do que seguidos Autos, mediante a construção de umconsenso entre a PREVIC e a Refer para adequação do processo de investimento daFundação na forma disciplinada pela Instrução MPS/PREVIC n° 03, de 29.06.2010("Instrução PREVIC 03/2010"), por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta("TAC").

5. Tal proposição foi levada à PREVIC pela representação da Refer em audiênciarealizada em 14.12.2017, tendo sido suscitado pelos próprios membros da Autarquiaque a celebração de um TAC, no caso concreto, deveria superar duas questões: (i) ofato do futuro instrumento ser firmado após a lavratura de auto de infração; e (ii) oressarcimento de eventual prejuízo financeiro, se fosse o caso.

6. Vale dizer que os próprios membros da PREVIC sugeriram que tais questões fossemenfrentadas por meio de Consulta, com fundamento na Instrução MPS/PREVIC n° 04,de 06.07.2010, a qual já foi devidamente formulada, sendo protocolada junto àDiretoria de Fiscalização e Monitoramento da PREVIC em 28.12.2017 (doc. 01).

7. Tendo em vista que a resposta a tais questionamentos pode resultar na abertura denegociação de um TAC que, se aprovado, acarretará na suspensão do presenteprocesso administrativo, na forma do art. 6°, inciso IV da Instrução PREVIC03/20102, pelo Princípio da Objetividade (Lei 9.784 de 29.01.1999; art. 2°, parágrafoúnico, II) é imperioso que se aguarde o posicionamento da PREVIC em relação a essapossibilidade processual incidente.

8. Assim, os Defendentes requerem o sobrestamento do presente processoadministrativo até a resposta da Diretoria de Fiscalização e Monitoramento quanto aoteor da Consulta formulada e do posicionamento da Autarquia sobre a celebração deum TAC. Termos em que P. Deferimento.

26. Mas a DIFIS/PREVIC nada falou sobre o pleito, tanto na NOTA Nº 213/2019 quanto noPARECER Nº 312/2019 . Em rigor, quedando-se inerte em adotar aquelas providências que integram orol das competências estabelecidas na Lei nº 12.154, de 23/12/2009, notadamente as insertas nos incisosI, III e V, quando podia fazê-lo por ocasião das ações fiscais realizadas nos processos de investimentosda REFER, realizou as ações fiscais posteriores fundadas em avaliações ex-post certamentecontaminadas pelos resultados produzidos pelas crises econômica e política que sacudiram o Brasil apartir de 2013, que afetaram de muitas maneiras os investidores no mercado financeiro e de capitais,notadamente os Fundos de Pensão, inclusive Bancos nacionais e investidores estrangeiros.

27. A propósito, mais uma vez registro que a eficiência não briga com os demais princípiosjurídicos, implícitos ou explícitos nas Leis e na Constituição, regentes da Administração Pública. É pelaaplicação de todos esses princípios que se faz a adequação de meios, fins e resultados, assim como alegitimidade das autuações e decisões da Fiscalização, quando tomadas em processos sancionadoresobedientes às normas cogentes, inderrogáveis pela Administração, concorrem para a materialização dointeresse público representado pela Administração. Por isso, Sr. Presidente, há de se saudar comoalvissareiras as regras da Portaria (1) nº 901, de 15/10/2017, DOU de 17/10/2019 – Nº 292, Seção 1,pág. 46 –, que espero, não sem tempo, seja ferramenta adequada a dar eficiência ao modelo deSupervisão Baseada em Risco – SBR e não seja descurada como o §2º do art. 22 do Decreto nº4.942/2003.

(1) Eis o primeiro dispositivo da citada Portaria: Art. 1º Constituir o Comitê deAnálise de lavratura de Auto de Infração e instauração de Inquérito Administrativo- COPAI, no âmbito da Superintendência Nacional de Previdência Complementar -PREVIC, com o objetivo de assessorar a Diretoria Colegiada e aperfeiçoar oprocesso administrativo para apuração de responsabilidade por infração à

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legislação do regime da previdência complementar inerente às operações dasentidades fechadas de previdência complementar, nos termos do Decreto nº 4.942,de 30 de dezembro de 2003.

28. Portanto, a meu ver, feriu-se a boa-fé objetiva que inspira o modelo de fiscalizaçãofundado na Supervisão Baseada em Risco – SBR, cuja atividade é vinculada às competências próprias daPREVIC (art. 2º , parágrafo único, inciso IV, da Lei nº 9.784/1999), razão pela qual acolho a preliminarde nulidade do Auto de Infração , por negativa de vigência de norma cogente por parte da PREVIC,como medida de segurança jurídica e certeza do Direito.

IV – DO MÉRITO

IV.1 – PREJUDICIAL DE MÉRITO – Prescrição Quinquenal

29. Destaca a Defesa que “o Auto 50/2017 afirma que a Ação Fiscal foi iniciada em07.11.2016 e as condutas foram realizadas nos meses 05/05/2011 e 27/10/2011”, acrescentando que “acapacidade punitiva estatal cessa (pela prescrição) após 5 anos deste último ato, i.e, o prazo máximo paraa atuação estatal seria 26.10.2016 (na forma do art. 31 do Decreto 4.942/2003). E conclui:

46. O Auto de infração, portanto, estabelece com todas as letras, que o ofício de07.11.2016 [AFDE realizada na Entidade comandada pelo Ofício nº3436/CGFD/PREVIC, de 07/11/2016] é o ato inequívoco de apuração de fato e que sedeu após o decurso do prazo prescricional. (grifos e negrito do original)

30. Por sua vez, a PREVIC já se manifestou sobre o assunto no item 8 da NOTA nº213/2019/PREVIC nos seguintes termos:

8. Quanto à alegação de que a pretensão punitiva estaria prescrita, juntamos aos autosdo processo cópia dos documentos que interromperam a prescrição: Ofício nº118/ERRJ/PREVIC, de 02/07/2013; Solicitação de Informações e Documentos - SIDnº 9 e resposta da REFER à SID 09 (CRT/068-13/DIPRE, de 18/10/2013). Conformea citada documentação, resta demonstrado que o investimento foi verificado durante aAção Fiscal realizada na Entidade no exercício de 2013, consistindo em atoinequívoco de apuração do fato.

31. Essa afirmação também é impugnada pela Defesa ao argumento de que “O próprio Auto50/2017 “confessa" que a ação estatal foi feita a destempo, pois afirma que “a análise da aquisição dasCCI foi feita durante Ação Fiscal Direta Específica - AFDE realizada na Entidade, comandada peloOfício n° 3436/CGFD/PREVIC, de 07/11/2016 (item 20 e Anexo 13 do Auto 50/2017 - grifou-se)”,razão pela qual reafirma que “os documentos colacionados na Nota 213/2019, relativamente a uma açãofiscal de 2013, que teria tratado do investimento nas CCI Conspar, não são hábeis para descaracterizar aprescrição, vez que derivados de um processo de fiscalização que não apontou qualquer irregularidade enão pode ser qualificado como marco interruptivo”.

32. Com efeito, entendo que há que de verificar se houve, de fato, a interrupção daprescrição, como alega a PREVIC na NOTA 213/2019/PREVIC, operada por força do Ofício nº118/ERRJ/PREVIC, de 02/07/2013, que comunica o início da Ação Fiscal, a partir de 15/07/2013, nosplanos de benefícios (...), primeiramente pela análise dos documentos existentes na PREVIC, seguida detrabalho de campo, após o que foi expedida a Solicitação de Informações e Documentos SID nº 9,que teve a resposta da REFER consubstanciada na correspondência CRT/068-13/DIPRE, de18/10/2013, documentos esses que, segundo a PREVIC consubstanciam “ato inequívoco de apuração defato”, ex vi do inciso II do artigo 2º da Lei nº 9.783, de 1999.

33. Portanto, quando instaurada a Ação Fiscal comandada pelo Ofício nº3436/2016/DIFIS/PREVIC, de 07/11/2016, a prescrição havia sido interrompida apenas uma vez, demodo que a Ação Fiscal foi realizada durante o novo prazo prescricional de 05 (cinco) anos , quepassa a contar por inteiro para contagem do lapso prescricional da pretensão punitiva estatal (2), sendocerto, então, que ambos os Autos de Infração não foram atingidos pelo lapso temporal, pois o prazo aquo foi interrompido, sem dúvida, antem do termo final de cinco anos a que alude a referida Lei nº

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9.783/1999.

34. Quanto a este aspecto, convém trazer à baila ensinamentos doutrinários como subsídiospara compreensão do tema da interrupção da prescrição, verbis:

“Agora, no que toca aos atos que interrompem a prescrição administrativa,acreditamos que os atos interruptivos previstos no art. 2º da Lei 9.873/99constituem sucessão cronológica de atos não-repetíveis nem substituíveis, o queimplica que cada ato aí previsto somente possa ocorrer uma única vez e em momentodeterminado, já que, praticado o ato posterior, extingue-se a possibilidade de sepraticar o ato logicamente anterior. Essa visão coaduna-se com aquela e, mais ainda,dela decorre, de que o processo administrativo punitivo há de ser visto como umasucessão cronológica de quatro fases fundamentais, quais sejam:

1) investigativa, destinada à apuração dos fatos suspeitos, é dizer, à coleta deelementos indiciários sobre a materialidade do fato e a autoria;

2) contraditória, a qual se inicia com a citação do suposto infrator, visando a lhegarantir contraditório e ampla defesa;

3) decisória, referente à decisão inicial recorrível; e

4) recursal, em que há a decisão final no plano administrativo.

Assim sendo, se o ato inequívoco que importe apuração do fato (inciso II do art. 2º )diz respeito exatamente à reunião de elementos mínimos de convicção para acaracterização de um ilícito (materialidade do fato + autoria), ele está vinculado àfase investigativa, somente nela podendo ocorrer. Da mesma forma, se a citação doinfrator (art. 2º , inciso I) representa o chamamento do administrado para apresentardefesa e para debater o fato investigado, i. e., apurado, ele só pode acontecer naabertura da fase contraditória. Por fim, a decisão condenatória recorrível (art. 2º ,inciso III), que constitui verdadeira, ainda que provisória, confirmação dairregularidade do fato inicialmente apurado, é o cerne da fase decisória e, por óbvio,somente nela tem lugar.

35. E continua o ilustre Procurador a tratar do mesmo tema:(2) Art. 1º Prescreve em cinco anos a ação punitiva da Administração Pública Federal,direta e indireta, no exercício do poder de polícia, objetivando apurar infração àlegislação em vigor, contados da data da prática do ato ou, no caso de infraçãopermanente ou continuada, do dia em que tiver cessado. Art. 2º Interrompe-se aprescrição: (...) II – por ato inequívoco que importe apuração de fato; (...).

Pois bem. Com base nessa interpretação por nós defendida, é imperioso considerarque somente é apto para interromper o prazo prescricional o primeiro ato inequívocode apuração, independentemente da existência de outros atos de apuraçãoposteriores. Ou seja, realizado o primeiro ato (interruptivo) de apuração do fatosupostamente irregular, abre-se novo prazo quinquenal, desta feita para que aautoridade administrativa promova a citação do administrado sob suspeita, que é oato interruptivo cronologicamente posterior, não mais podendo ser levados em contaeventuais atos de apuração posteriores.

Esse entendimento busca preservar ainda um dos princípios norteadores da atuaçãoadministrativa, qual seja, o da eficiência, além de proporcionar maior segurançajurídica aos administrados sujeitos ao poder administrativo sancionador. Até porque,de forma similar ao que ocorre no direito penal, cometido o ilícito surge a pretensãopunitiva e, por consequência, surge a possibilidade de sobre ela incidir a prescrição,principalmente para que o infrator não fique indefinidamente sob a ameaça daimposição de uma medida que irá em desfavor dos seus interesses.”

36. Depois de dar exemplos práticos da aplicação do direito material relativo à prescrição,

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assim conclui a sua doutrina:

“Passando do gênero à espécie, releva determinar, ainda que de forma meramenteexemplificativa, o que pode e o que não pode ser considerado ato inequívoco deapuração (inciso II do art. 2º da Lei 9.873/99), diante da equivocidade da expressão.No plano abstrato, ficou definido que ato inequívoco que importe apuração dofato diz respeito à reunião de elementos mínimos de convicção para a caracterizaçãode um ilícito (materialidade do fato + autoria). É dizer, são atos de apuração do fatoilícito todos os atos que a autoridade administrativa pratique visando à coleta deelementos indiciários sobre a materialidade do fato e a sua autoria, ou ainda, todosos atos investigativos.

Com base nesse quadro abstrato, julgamos que não são atos inequívocos deapuração, exatamente por não envolveram investigação alguma de fatos, os atos deimpulso processual, como a circulação dos autos pelas diversas áreas técnicas daAdministração envolvidas no processo, ainda que sejam emitidas manifestações oudespachos, nem tampouco os pareceres, meros atos opinativos que analisam fatos esugerem providências, nem ainda a abertura do processo administrativo punitivo,pois ele só é aberto depois que se sabe, geralmente por indícios, qual é o fato ilícitopraticado e quem é o responsável pela sua prática, isto é, o ato de apuração éantecedente necessário do ato de abertura do processo administrativo.”(3)

(3) PRATES, Marcelo Madureira, Op. cit., pág. ... Negrito do original.37. Portanto, existindo fato idôneo com força suficiente para interromper a prescrição, talcomo exige o inciso II do art. 2º da Lei nº 9.873/1999, é forçoso recusar a arguição de prescrição dapretensão punitiva, mesmo porque, não se pode esquecer que o cumprimento da finalidade do atoadministrativo de fiscalizar se materializa na atuação conforme a lei e o Direito e na proteção do interessepúblico, do qual também integram os direitos e garantias dos administrados, não podendo a prescrição serafastada senão pelo decurso do lapso temporal, objetivamente considerado.

38. Por todo o exposto, rejeito a prejudicial de mérito de prescrição da pretensão punitiva,reconhecendo a alegação de interrupção da prescrição no inciso II do art. 2º da Lei nº 9.873, de 1999 etambém no inciso II do Decreto nº 4.942/2003.

IV.2. DA EXCLUSÃO DE QUEM NÃO ERA DIRIGENTE DA REFER

39. Vencida a questão da prescrição da pretensão punitiva, passemos a tratar da situação que, ameu ver, requer análise específica: a dos membros dos órgãos colegiados da REFER sem competênciadecisória, que recomendaram a operação a com base nos documentos que fundamentaram aaquisição/repactuação das “CCI CONSPAR”, tratados pela PREVIC tanto nos Relatórios dos Autos deInfração quantonos itens 100 a 114 do PARECER nº 312/2019/CGDC/DICOL, sobretudo paradiferenciá-los dos membros da DIREX, pois são distintas não só as condutas ou atividades com que cadaqual concorreu para a conclusão do processo decisório de aquisição/repactuação, cujo ato finalconsistiu em “aplicar” os recursos dos planos da Entidade ( respectivamente Ata nº 879, de 27/10/2011 –Anexo 27 do AI 50/2017, Processo nº 44011.006476/2017-57 e Ata nº 1100, de 26/08/2015, Anexo 13do AI 5/2018, Processo nº 44011.001182/2019-10, ambas da DIREX), mas também para se perquirirsobre as funções, atribuições, poderes e responsabilidades de cada qual, à luz das normas internas ecomandos normativos-legais regentes dos investimentos nas EFPC’s, pois é disso de que se trata: aaplicação de recursos dos planos de benefícios da REFER nas CCI CONSPAR.

40. Tratando do pedido de exclusão dos membros dos colegiados (não dirigentes), oPARECER nº 312/2019/DICOL assim resume nos itens 167/169, as teses da Defesa quanto ao tema, inverbis:

(i) Que houve equívoco da Fiscalização ao incluir, como responsáveis por supostasirregularidades, “os Defendentes que integravam os órgãos colegiados da REFER,que possuíam competência somente consultiva (e não deliberativa), ou, ainda, que

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pertencendo a um órgão com competência deliberativa, não tinham direito a voto”.

(ii) Que os autuados Silvio Assis de Araújo, Toni Cleter Fonseca Palmeira e DanielAmorim Rangel], “alegam que o CDI não possuía competência decisória [à época daaquisição], não podendo serem responsabilizados por terem participado da 176ªReunião do CDI, de 26/10/2011 (Anexo 28 do Relatório do AI, Processo nº44011.006476/2017-57, SEI 67062), e que no caso do Defendente Daniel AmorimRangel, incidiria um elemento adicional, no sentido de exclusão de suaresponsabilidade: o fato de não ter direito a voto na reunião do CDI”.

(iii) Que, do mesmo modo, os Defendentes Silvio Assis de Araújo, Eduardo GomesPereira e Arthur Simões Neto, que atuaram na fase de repactuação com os membrosdo CEINV, sendo que tal colegiado não possuía competência decisória, o que afasta aresponsabilidade e determina a improcedência das respectivas Autuações.

41. Consecutivamente, o PARECER nº 312/2019/CGDC/DICOL, com base no Guia dasMelhores Práticas de Governança, dentre outras diretrizes básicas, destacou a importância do Comitêde Investimentos nas EFPC’s – no caso da REFER, o CDI, CEINV, CEIMO , que compõem aestrutura de decisões de investimentos na REFER, juntamente com a GEANI e o COINV, não só aDIREX –, refutando, desse modo, os argumentos da Defesa, visto que embora na condição de não-dirigentes eram membros responsáveis pela elaboração de estudos e análises financeiras e de riscos. Eracomo técnicos que integravam os referidos órgãos que recomendaram/propuseram as decisões deaquisição e repactuação das CCI CONSPAR, a quem detinha, de fato e de direito, o poder de aprovar ourejeitar tais recomendações e, daí, concluir a aprovação do processo decisório de investimento deaquisição/repactuação, no caso, a Diretoria Executiva da REFER, conforme consta da Ata nº 879 daDiretoria Executiva, de 27/10/2011, e da Ata nº 1100 da Diretoria Executiva, de 26/08/2015.

42. Não obstante, os redatores do referido parecer concluem, com arrimo no teor do art. 63da Lei Complementar nº 109/2001, que mesmo não sendo membro da DIREX, os não-dirgentes daREFER devem ser responsabilizado pela participação no processo decisório de investimentos, porque:

178. É irrefutável que as ações das áreas técnicas da REFER [referendadaespecialmente pelos Relatórios de Análise elaborados pela GEANI e Memorandos daCOINV], além das atuações do CDI e CEINV, possuem papel fundamental noprocesso decisório de investimentos da Entidade, não sendo razoável considerarapenas se houve a participação desses atores, mas, sobretudo, avaliar a qualidadedessas atuações por meio dos estudos e análises que fundamentaram as decisões.

179. É forçoso reconhecer que compor a estrutura de governança de uma EFPC, sejaela deliberativa ou não, consiste na adoção de condutas capazes de mitigar riscos,evitar danos e prejuízos. Neste sentido, não se pode conceber que recomendaçõessejam efetivadas se não estiverem amparadas pelas devidas análises, em consonânciacom os mandamentos legais, visando as condições necessárias para a segurança dosinvestimentos, conforme prevê a norma interna da própria Entidade (InstruçãoNormativa IN.4.002/2004, de 15/12/2004)”

180. A Diretoria Colegiada da PREVIC, em diversos julgamentos, tem reiterado oentendimento de que todos os profissionais que prestam serviços técnicos à Entidadedevem ser responsabilizados, na medida das suas atribuições e papéis no processodecisório de investimento, Neste sentido, não deve prosperar o pedido de exclusão detodos os autuados que não integravam a classe de dirigentes da REFER, visto que, háque se considerar a participação de cada um deles no processo decisório cujasrecomendações fundamentaram a aprovação do investimento pela DIREX.

43. Com efeito, à primeira vista o discurso dos redatores do PARECER Nº312/2009/CGDC/DICOL, adotado como razão de decidir do DEPACHO DECISÓRIO Nº118/2019/DICOL/PREVIC, faz muito sentido, principalmente se ficarmos no nível das palavras, longe

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dos fatos e fora da realidade passada nas EFPC’s, no que respeita às atribuições e poderes dos órgãos epessoas integrantes dos colegiados que se dedicam ao assessoramento da Diretoria Executiva na tomadade decisões respeitantes à aplicação dos recursos garantidores dos Planos de Benefícios.

44. Entretanto, qual é, então, a realidade que de fato enfrentam, geralmente os membros docorpo técnico das EFPC’s, no âmbito da sua participação nos órgãos colegiados, em especial nosassuntos concernentes ao processo de decisão e monitoramento dos investimentos da Entidade, valedizer, dos procedimentos e processos que desembocam no ato de “aplicar os recursos garantidores dosplanos de benefícios...”, no exato teor do descrito no artigo 64 do Decreto nº 4.942, de 2003?Resposta: sendo subordinados, jurídica e economicamente, cumprir as suas atribuições exatamente namedida traçada e exigida por seus superiores hierárquicos, mais propriamente os administradores compoderes de gestão na Entidade. Simples assim!!

45. E como realizam o cumprimento das suas atribuições ou funções? Resposta, medianteelaboração de documentos – Relatórios, Estudos e Pareceres, Laudos, Termos, Minutas, Memorandos,Inventários, Tombamentos, Demonstrações e outros de variada nomenclatura –, cujo escopo, alcance,profundidade, amplitude, detalhamento, minudência, quantidade, qualidade e suficiência de dados,informações, opiniões, registros, chamamentos, admoestações, ou outros nominados com quaisqueroutras palavras correlatas que podem ser colhidas num dicionário analógico, são determinados,encomendados, aceitos e ou rejeitados por quem realmente tem o poder pessoal ou institucional, enfim acompetência formal e material de realizar, ou não, o ato ou os atos de “aplicar” os recursos garantidoresdos planos da Entidade, consoante as determinações legais e regulamentares pertinentes. No caso daREFER – exceto quando o Estatuto, o Regimento ou a Política de Investimentos dispõe diferentemente–, esse poder de gestão e administração é da Diretoria Executiva – DIREX.

46. E que documentos produziram os Autuados não-dirigentes da REFER? Resposta, os doisRelatórios emitidos pela GEANI: o Relatório de Análise de Operações – CCI CONSPAR e o RelatórioComplementar de Análise de Operações - CCI CONSPAR, os quais, diferentemente do que alega aFiscalização não são meras reproduções do Relatório de Rating elaborado pela LF Rating, mas seuconteúdo revela que obedeceram aos ditames legais da Resolução CMN nº 3.792/2009, da ResoluçãoCGPC nº 13/2004, as diretrizes da Política de Investimentos da REFER, assim como os Guias deMelhores Práticas da PREVIC relacionados aos Investimentos e aos Fundos de Pensão em Geral.

47. Com efeito, com o máximo respeito que merecem os membros da DICOL/PREVIC, queacolheram os argumentos do PARECER nº 312/2019, a meu sentir a razão socorre aos RecorrentesSílvio de Assis Araújo – Coordenador da Coordenadoria de Investimentos (COINV), Daniel AmorimRangel – Gerente de Análise de Investimentos (GEANI) e Toni Cleter Fonseca Palmeira – Coordenadorde Atuária e Relacionamento, porque os atos que lhe podem ser atribuídos na condição Gerentes ouCoordenadores integrantes do chamado CDI – Comitê Diretor de Investimentos não se amoldam ao tipopenal do art. 64 do Decreto nº 4.942/2003, seja terem elaborado ou aprovado o teor dos ditos Relatóriosno COINV e na GEANI, ou então por ter apreciado e recomendado ao Diretor Financeiro/AETQ e este,sucessivamente à Diretoria Executiva, pois no âmbito do CDI só lhes cabia votar as propostas deinvestimentos e, daí, recomendar ou não a realização do investimento, cuja operação só se concluíaefetivamente com a decisão de aprovação da Diretoria Executiva, de “aplicar” os dinheiros vinculadosaos planos de benefícios da REFER. Deste modo, o ato de votar no CDI, propondo ou recomendando arealização de investimentos, é distinto do ato de aprovar na Diretoria Executiva a aplicação de recursosgarantidores, como distintos também são os efeitos desses atos à luz da legislação de regência dosinvestimentos nas EFPC’s.

48. Ademais, diferentemente do que diz a DICOL/PREVIC, é lógico e correto juridicamenteacolher a tese da exclusão dos Autuados não-dirigentes da REFER, seja à luz do Código Civil (4) ou daLei das Sociedades Anônimas (5), seja à vista do Estatuto Social e/ou das normativas internas [Manual deOrganização da REFER, Política de Investimentos e IN REFER 4.002/2004], que tratam da estrutura degovernança e regem as atribuições, competências, objetivos, diretrizes, procedimentos, atividades etarefas destinadas a informar os processos de decisórios de “aplicar” os recursos garantidores da EFPCpela Diretoria Executiva – DIREX, pois é o órgão estatutário responsável pela gestão e administração

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da REFER. Vale dizer, mais propriamente, são os membros da DIREX os destinatários da norma do art.64 do Decreto nº 4.942/2003 e, portanto, os responsáveis pelo ato de ”aplicar” os recursos dasreservas técnicas, provisões e fundos dos planos de benefícios, em (des)conformidade com as normasdo Conselho Monetário Nacional, posto que, repete-se, são eles “o administrador da sociedade”.

49. Também em reforço ao acolhimento da tese da exclusão dos Autuados não-dirigentes daREFER, ainda que sejam Gerentes e Coordenadores integrantes do CDI – Comitê Diretor deInvestimentos, entendemos que somente partir da edição da vigente Resolução CMN nº 4.661, de25/05/2018, é que os integrantes dos órgãos colegiados de assessoramento, ou os técnicos das EFPC’s,também poderão ser responsabilizados pela participação nos processos de decisão, de elaboração deanálises financeiras e de riscos, bem assim pelo cumprimento dos deveres de monitoramento, de fidúcia ede observância dos princípios de segurança, rentabilidade, solvência e liquidez dos investimentos dasEFPC’s para as quais prestam seus serviços.

(4) Art. 1101. O administrador da sociedade deverá ter, no exercício de suas funções,o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar naadministração de seus próprios negócios. (Destacamos)(5) Art. 153. O administrador da companhia deve empregar, no exercício de suasfunções, o cuidado e diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar naadministração de seus próprios negócios. (Destacamos)

50. Nesse sentido, eis o que a citada norma agora dispõe, diferentemente do que estabelecia arevogada Resolução CMN nº 3.456/2007, vigente à época da decisão de investimento, sucedida járevogada pela Resolução CMN nº 3.792/2009, vigente tanto ao tempo da decisão de aquisição, quantoao tempo da repactuação do investimento CCI CONSPAR, in verbis:

Art. 4º Na aplicação dos recursos dos planos, a EFPC deve:

(...)

§ 1º São considerados responsáveis pelo cumprimento do disposto nesta Resolução,por ação ou omissão, na medida de suas atribuições, as pessoas que participam doprocesso de análise, de assessoramento e decisório sobre a aplicação dos recursosdos planos da EFPC.

§ 2º Incluem-se no rol de pessoas previstas no § 1º deste artigo, na medida de suasatribuições, os membros de conselhos estatutários da EFPC, os procuradores compoderes de gestão, os membros do comitê de investimentos, os consultores e outrosprofissionais que participem do processo de análise, de assessoramento e decisóriosobre a aplicação dos recursos dos planos da entidade, diretamente ou por intermédiode pessoa jurídica contratada. (grifamos)

51. Em suma, se o comando da norma do artigo 64 do Decreto nº 4.942/2003 tivesse comodestinatário os Gerentes/Coordenadores membros do CDI, que não exerciam mandato de Diretores e nãodetinham poderes decisórios de gestão e administração, por que, então, o poder regulamentar do CMN –Conselho Monetário Nacional inovou nesse aspecto, introduzindo esse comando específico na ditaResolução CMN nº 4.661/2018? Certamente, porque a exemplo dos empregados das EFPC’s, sujeitos àdireção pessoal do empregador, conforme disposto na CLT, tampouco os membros do CDI como órgãode assessoramento da DIREX, a quem cabia a atribuição de recomendar ou propor investimentos que,depois, seriam submetidos ao crivo, ao arbítrio, enfim, ao poder de decidir, de autorizar, aprovar, melhordizendo, “aplicar” os recursos financeiros dos planos de benefícios da REFER, na medida autorizadapelo Estatuto e demais normas de organização aplicáveis, inexistia qualquer poder para se antepor àDiretoria Executiva e evitar uma decisão de investir, de “aplicar os recursos das reservas dos planos debenefícios”, mesmo à míngua de análises financeiras e de riscos suficientes para atender as exigênciasde probidade, diligência e prudência expressas nas normas constantes da já revogada Resolução CMN nº3.792/2009 e da vigente Resolução CGPC nº 13/2004, cujos destinatários são os dirigentes compoderes de gestão e administração na EFPC.

52. Aliás, até recentemente, essa era a praxe verificada nas EFPC’s – situação sempre sabida

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pela SPC/PREVIC, pelas Patrocinadoras e pelos Participantes e Assistidos, ou pelo menos pelas suasEntidades Representativas, principalmente nas EFPC’s em que havia membros eleitos diretamente. Comisso, era assente que a responsabilidade pela decisão de investimento, pela escolha das modalidades deinvestimentos ofertadas pelo mercado, sempre foi atribuição exclusiva – com exceção dos imóveis, doslimites normativos ou de alçada fixados pela governança interna –, dos membros da DIREX, emverdade, daqueles que detinham o poder de decisão derivado dos poderes de gestão e administração dassociedades, mormente das EFPC’s sujeitas também à Lei Complementar nº 108, de 2001.

53. Por ser relevante, há que se destacar que a Res. CMN nº 4.661/2018, no tocante àsDiretrizes para Aplicação dos Recursos pelas EFPC’s, é norma especial no confronto com as normasgerais de gestão e administração contidas na Res. CGPC nº 13/2004, embora seja certo que ambas asResoluções vigentes – como também a revogada Res. CMN nº 3.792/2009, válidas à época dasrespectivas decisões de aquisição/repactuação da CCI CONSPAR –, tem como fundamento devalidade comum, no caso da REFER, as Leis Complementares nº 108/2001 e 109/2001, que são pilaresnormativos do Regime da Previdência Privada Complementar inserto no art. 202 da nossa Carta Magna.

54. Destarte, pelos fundamentos legais e probatórios que se recolhem dos Autos, bem comonos argumentos expendidos pela Defesa no Recurso Voluntário e nos MEMORIAIS que apresentaramaos membros dessa Egrégia CRPC, e forte no convencimento de que os Autuados não-dirigentes daREFER produziram os documentos segundo as ordens e as expectativas dos seus superiores da DIREX,quer dizer, julgaram idôneos e suficientes para embasar sua decisão de “aplicar os recursos garantidoresdos planos de benefícios da REFER”, em conformidade com as exigências legais estabelecidas nasnormas de que são os destinatários os membros da Diretoria Executiva, de quem se espera a realizaçãoda conduta típica legalmente determinada, acolho o pedido de exclusão dos Autuados não-dirigentes; porconseguinte, voto no sentido de julgar IMPROCEDENTE os Autos de Infração nº 50/2019 e nº5/2018 [Processos nº 44011.006746/2017-57 e nº 44011.001118/2018-10, julgados em conexão na447ª Sessão Ordinária da DICOL PREVIC, de 08/07/2019] , por não serem detentores de poderesde gestão e administração da REFER, tornando sem efeito as penalidades aplicadas a Sílvio Assis deAraújo, Toni Cleter Fonseca Palmeira e Daniel Amorim Rangel, nos termos do DESPACHODECISÓRIO Nº 118/2019/CGDC/DICOL.

IV.3. DOS MEMBROS DA DIRETORIA EXECUTIVA DA REFER

55. Tratando das condutas dos gestores da REFER e da responsabilização dos membros daDIREX, o PARECER Nº 312/2019/CGDC/DICOL acentua, em conclusão, os seguintes argumentosdestacados dos itens 183 a 196, com os quais impugnam as teses da Defesa que porfiam peloreconhecimento da regularidade dos atos de gestão, dada a natureza da obrigação de meio e não deresultados que “a Autoridade Autuante, apoiada numa visão ex post, estaria impondo aos Defendentes”:

183. A despeito do reiterado argumento da defesa de que o compromisso do gestor éde meio e não de resultado, é importante enfatizar que o auto não se deu em virtude doresultado final do investimento. As irregularidades, estas sim, foram identificadasjustamente no processo decisório para aquisição e repactuação do investimento.

185. Foi exatamente por ignorar os “compromissos de meio” que os dirigentes foramautuados. Investidores qualificados como os dirigentes das EFPC que investemmilhões de recursos de terceiros em operações de risco elevado, jamais podem deixarde observar as regras estabelecidas para o sistema fechado de previdênciacomplementar.

186. O tema da responsabilidade dos gestores de Fundos de Pensão tem crescido emtermos de relevância nos últimos tempos. Primeiramente, pela própria natureza dafunção, que pressupõe a administração e tomada de decisão sobre patrimôniopertencente a terceiros. O exercício dessa função pressupõe, como decorrêncialógica, a fidúcia, expressão proveniente do latim e que significa confiança. Isto

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significa que tal atividade deve ser exercida em estrita observância aos deveresfiduciários, ou seja, deve atender a padrões de diligência e lealdade aos interesses dostitulares dos recursos e ativos sob sua fiscalização e/ou gestão. O descumprimento detais deveres, naturalmente, deve gerar a responsabilização do agente.

190. O mínimo que se espera dos gestores das EFPC é a competência técnica naadministração dos recursos dos planos de benefícios, exercida com prudência esegurança necessárias para a obtenção de retornos adequados às metas estabelecidasem função do passivo atuarial. Esse ambiente de investimentos incertos exige odesenvolvimento de controles e práticas de gestão que visem minimizar os fatores quecolocam em risco o patrimônio dos planos de benefícios administrados pela Entidade.

56. E finalizando as razões que justificam a responsabilização dos membros da DIREX e dosGerentes/Coordenadores integrantes do CDI, os redatores do PARECER nº 312/2019/CGDC/DICOLpontificam:

193. No procedimento de análise dos investimentos, os gestores devem realizar, noâmbito de suas competências regimentais, a análise qualitativa da operação, bem comoa verificação de seus aspectos formais, assim como devem se cercar de todos oselementos que assegurem o cumprimento dos requisitos exigidos pelo ConselhoMonetário Nacional. Principalmente porque, atos meramente cumpridos porformalidade não serão suficientes para atestar a diligência dos gestores.

194. Restou evidente que os gestores aprovaram a aquisição e a repactuação das CCIConspar com base em análises deficientes/insuficientes; carecendo de uma análiseaprofundada e minuciosa; sem a devida análise de riscos [deixando de identificar,avaliar, controlar e monitorar os riscos]; sem auditoria e análise das demonstraçõescontábeis da Conspar; sem análise econômico-financeira das empresas que cederam àConspar seus recebíveis imobiliários e sem a devida avaliação desses recebíveis erestringindo suas análises ao Relatório de Rating.

57. Portanto, na ótica da PREVIC, seja pelo que escrevem seus Auditores no Relatório doAutos de Infração ou no PARECER nº 312/2019/CGDC/DICOL, foram cometidas falhas eirregularidades no processo decisório de aquisição/repactuação das CCI CONSPAR , sendo que osmembros da DIREX deverão ser responsabilizados e penalizados, posto que lhes competia o dever defiscalizar e controlar as atividades de seus empregados, gerentes, mandatários ou representantes, porqueé deles a competência, o poder de gestão e administração – e é disso que decorre o cumprimento dodever fiduciário que devem na qualidade de agentes, cujo principal é o participante/assistido, segundouma renomada teoria da administração e do direito econômico.

58. Agora, com a devida vênia, concordo com a Defesa de que a tipificação (6) da condutainfracional exige detalhamento preciso e a correta individualização da indigitada inobservância do deverde diligência e de prudência na aplicação de recursos e reservas técnicas dos Planos de Benefícios, sobpena de ver-se violado do devido processo legal e, inclusive, de cometer-se desobediência ao comandolegal de que os atos administrativos, mais ainda no processo administrativo sancionador, que implicamimputação de responsabilidade e penalização, devem ser fundamentados e motivados sobretudo nos fatose nas provas carreadas aos autos do processo, além de debatida entre as partes interessadas, casocontrário a improcedência das acusações deve ser reconhecida e decretada pela autoridade julgadora.

59. Com efeito, também admito como cabível adotar como razão de convencimento osprecedentes desta Câmara, dentre eles, por exemplo, o caso versado no PROCESSO n°44011.000585/2014-18, onde se registrou que:

(...)“A alegação de violação dos princípios de segurança, rentabilidade, solvência,liquidez e transparência, consoante estabelecido pela Res. CMN nº 3.792/2009, aonão apontar fatos objetivos corroborados por provas ou evidências robustas quepudessem caracterizar a conduta tida como infracional, procedimento que obsta o

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exercício do direito de defesa de forma plena, fere a garantia constitucional do direitode defesa. O fiscal deve delimitar objetivamente os fatos que ensejam oenquadramento da conduta infracional, inclusive para que o conjunto probatório sejaútil às partes e ao processo.No presente caso, o que se observa é que o resultado do investimento foradirecionador do processo de fiscalização, como soe acontecer, mas ao perfazer ocaminho inverso, não restaram apontados aspectos fáticos que corroborassem odescumprimento dos requisitos exigidos para o investimento, a não ser seus riscosinerentes. (Destacamos).

[6] A tipicidade no Direito administrativo sancionador constitui garantia doAdministrado contra excessos, abusos ou desvios de finalidade emdecorrência da prática de atos discricionários, dando concretude aos princípiosda legalidade estrita e da segurança jurídica.

60. No mesmo diapasão, opera em favor dos Recorrentes outro julgamento desta Câmara deRecursos, no PROCESSO n° 44011.000248/2016-92, em que se debatia a ocorrência de supostasviolações ao disposto no artigo 9º , § 1º , da LC nº 109/2001 c/c artigo 12 da Resolução CGCP 13/2004,cuja conduta foi capitulada no artigo 64 do Decreto nº 4.942/2003, prevalecendo o VOTO Nº1/2018/CDC II/CGDC/DICOL, foi proferido o seguinte julgamento, assim ementado, in verbis:

EMENTA: ANÁLISE DE AUTO DE INFRAÇÃO. APLICAR OS RECURSOSGARANTIDORES DAS RESERVAS TÉCNICAS, PROVISÕES E FUNDOS DOSPLANOS DE BENEFÍCIOS EM DESACORDO COM AS DIRETRIZESESTABELECIDAS PELO CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL.INVESTIMENTO NA SPE REALESIS BRASÍLIA EMPREENDIMENTOSIMOBILIÁRIOS S/A. ANÁLISE DE RISCOS, RENTABILIDADE, SEGURANÇA EMONITORAMENTO COMPROVADOS. IMPROCEDÊNCIA.

I - Investimento em Sociedade de Propósito Específico - SPE presentes a necessáriaanálise de riscos, rentabilidade, segurança e monitoramento, não violando o dispostonos art. 9º , § 1º , da Lei Complementar nº 109, de 2001 c/c arts. 1º e 61, daRegulamento Anexo a Resolução CMN n° 3.456/2007, e art. 12, da Resolução CGCP13/2004, capitulado no art. 64 do Decreto nº 4.942, de 2003.

II - A tipificação da conduta infracional exige detalhamento acerca da imputadainobservância do dever de diligência.

III - As irregularidades no processo decisório de investimento devem ser descritas deforma pormenorizada no auto de infração, à luz das provas trazidas ao contexto doprocesso, possibilitando assim aos julgadores aferir, com segurança jurídica, aocorrência ou não da infração noticiada.

IV - Não caracterizada a infração de aplicar os recursos garantidores das reservastécnicas em desacordo com as diretrizes estabelecidas pelo Conselho MonetárioNacional – CMN.

61. Com a devida vênia, Sr. Presidente e ilustres pares, a responsabilização dos membros daDiretoria Executiva – tal como ocorreu aos membros do CDI –, seja pelo conteúdo das afirmaçõescontidas no Auto de Infração, seja pelo que oferece o PARECER nº 312/2019/CGDC/DICOL, comopressupostos de fato e de direito da decisão recorrida, não corresponde ao tipo penal administrativo doartigo 64 do Decreto nº 4.4942/2003. E por quais razões?

62. Primeiro, porque há prova nos autos de que houve análise de riscos do investimento, sejapor ocasião da aprovação da decisão de aquisição das CCI Conspar, em 2011, seja por ocasião darepactuação ocorrida em 2015, como se pode aquilatar na leitura e verificação da variada documentaçãoutilizada para estruturação e reestruturação do veículo financeiro combatido pela PREVIC, destacadospela Defesa, a saber:

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(i) o Relatório de Análise de Operações - CCI Conspar, de 05/05/2011,elaborado pela GEANI, (“Relatório GEANI”) - [Anexo 16 do AI 50/2017];

(ii) o Relatório Complementar de Análise de Operações - CCI Conspar, de05/05/2011, elaborado pela GEANI (“Relatório Complementar GEANI”) –[Anexo 17, do AI nº 50/2017];

(iii) o Memorando 034-2011/COINV , de 03/06/2011 – [Anexo 19 do AI nº50/2017].

(iv) o Relatório Preliminar de Rating da LF Rating, de 29/07/2011 (“Relatóriode Rating”) - [Anexo 14 do AI nº 50/2017/;

(v) o Relatório Definitivo de Rating da LF Rating, de 26/07/2012 (“RelatórioDefinitivo”) – [Anexo 25 do AI nº 50/2017].

63. Portanto, esses documentos são provas bastantes de que a decisão de investimento tevesuporte as análises econômico-financeiras e de risco neles versadas, contendo de forma detalhada, comobem destacou a Defesa, “os elementos informativos principais da operação e apresentaram os motivosque recomendavam a realização do investimento, abordando, naturalmente, o devido mapeamento detodos os riscos envolvidos”, quer dizer, “O conteúdo dos documentos compôs um adequado exame doinvestimento nas CCI Conspar que percorreu todos os elementos financeiros, notadamente: (i)remuneração do investimento; (ii) duration e comparação das taxas para justificar sua atratividade; (iii)garantias; e (iv) riscos, e serviram de fundamento para a decisão de investir na 879a Reunião da DiretoriaExecutiva (“DIREX") de 27.10.2011 (Anexo 27 do Auto 50/2017)”.

64. Do mesmo modo, o conteúdo desses documentos demonstra à farta que as análisesinternas não se restringiram somente aos riscos alinhados no Relatório de Rating de modo que édesarrazoada a alegação de que houve mera reprodução do Relatório Preliminar elaborado pela LFRating, pois as análises de riscos do investimento nas CCI CONSPAR se estendem aos riscos indicadosna Política de Investimentos e, portanto, atendem aos requisitos de adequação e aderência às diretrizesnormativas estampadas no artigo 9º da Res. CMN nº 3792/2009, inclusive quanto à identificação emonitoramento determinados pelo artigo 12 da Res. CGPC nº 13/2004.

65. Ainda quanto ao Relatório de Rating, também não pode prevalecer o argumento daPREVIC de que tal documento era de caráter “preliminar” e, portanto, inidôneo e insuficiente comosuporte da decisão de investimento, justamente porque se fundou em informações desprovidas depareceres e auditorias que deveriam validar sua fidedignidade”. Também aqui a razão está com a Defesa,porque:

117. Em primeiro lugar, a denominação “preliminar”, constante do Rating de 09.2011,não implica na equivocada assertiva de que se trata de documento não conclusivo eprecário, mas, tão somente, que a operação avaliada (a estruturação das CCI Conspar)ainda não estava concluída (os contratos estariam em forma de minuta).

118. Ademais, no caso concreto, a PREVIC não apontou qualquer alteração entre oRelatório Preliminar de Rating e aquele emitido após a operação que pudessedesqualificar o uso do primeiro na análise empreendida pela Fundação. O fato é que oParecer 312/2019 adentrou nas competências do CMN, exigindo mais do que aregulação”.(7)

(7) Cf. Recurso Voluntário, pag. 39/40

66. Vale acrescentar, ainda, que a apontada deficiência no monitoramento dos riscos doinvestimento objeto do Autos de Infração não restou comprovada, porque os documentos que instruem osAutos comprovam que houve análises consistentes acerca dos riscos inerentes ao investimento,insatisfatórias apenas para a Fiscalização que, para desqualifica-las, deu ênfase à performance da CCI

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Conspar, fundada numa avaliação ex post influenciada possivelmente pelo fato de ter havido areestruturação/repactuação do investimento, tomada como prova da insuficiência das análises financeira ede riscos já na época da sua aquisição. Conforme se verá a seguir, também a repactuação se operou pormeio de atos regulares de gestão, consistentes no monitoramento e avaliações de riscos que detectaram acrise do investimento das CCI Conspar pelo chamado Monitor de Garantias da Entidade.

67. Ora, a repactuação das CCI Conspar teve por base justamente as ocorrências detectadaspelas ações de monitoramento do investimento pela EFPC, mediante verificações de documentos,realizações de reuniões com a Conspar, trocas de correspondências, elaboração de relatórios deliquidez, fluxo de pagamentos, esforços esses documentados em relatórios elaborados pelas áreastécnicas e discutidos na DIREX, conforme Atas juntadas aos Autos, tomadas como razões de decidir narepactuação combatida pela PREVIC, mas vista pelos gestores da REFER como a melhor forma deproteger os recursos garantidores dos planos de benefícios, quando os problemas aparecem e requeremsolução, sem que sejam tangidos pelo medo de corrigir o que se há de corrigir, o que se pode corrigirtambém para proteger os interesses dos participantes.

68. Ademais, verifica-se pela documentação que a repactuação está assentada nos dados,informações e análises presentes no Relatório de Análise da Proposta de Reestruturação CCI Conspar,de 21/08/2015 (Relatório GEANI – Repactuação) (8), composto de dois tópicos, como aponta a Defesano item 158 da peça recursal, a saber:

(8) Em nota de rodapé a Defesa destaca: (30) Dessa forma, sob um primeiroaspecto, o Relatório GEANI Repactuação cumpre a disposição do item 27 a 32 doGuia PREVIC Melhores Práticas em Investimentos, que determina a existência de umaanálise conjuntural e está plenamente alinhado com o contido nos arts. 4 º , I, II, IV e 9ºda Resolução CMN 3.792/2009. Assim, verifica-se que a PREVIC, com a devidavênia, preferiu ocupar-se do “tamanho" do Relatório GEANI e julgá-lo poucoprofundo, sem ater-se à real ponderação de riscos subjacente, ali desenvolvida.

Estrutura da Operação – que tratou: (a) das bases da operaçãoanterior e das característ icas dos t ítulos; (b) da ocorrência dainadimplência; (c) do valor amort izado de R$ 3.529.395,28; e (d) do saldodevedor remanescente;

Proposta de Reestruturação – no qual são descritos os principaiselementos da repactuação: (a) os benefícios, como a reversão doprovisionamento e reforço no f luxo de caixa amenizando o risco decrédito; e (b) a descrição dos riscos, como: (b1) situaçãomacroeconômica adversa que pode elevar o nível de inadimplênciacomprometendo o f luxo f inanceiro; (b2) risco de crédito inerente aoBanif , onde estavam centralizadas todas as contas vinculadas; e (b3)descompasso no f luxo de pagamento da operação em virtude dacorrelação direta entre os de recebimentos e pagamentos em caso daelevação do nível de inadimplência e devoluções – o que efet ivamenteaconteceu no período seguinte. (negrito e grifo do original)

69. Com efeito, esses documentos tem forte carga positiva de idoneidade e, por isso, ganharelevo e credibilidade a argumentação da Defesa que mostra a adequação da modelagem da operação deinvestimento na CCI Conspar, em todo o seu iter processual – da decisão de aquisição de 2011 até àdecisão de repactuação de 2015 –, configurando, desse modo, a regularidade dos atos de gestãopertinentes à decisão e monitoramento do investimento, seja do ponto de vista do poder discricionário dagestão, seja do ponto de vista da legislação pertinente, como bem destacou a Defesa, in verbis:

159. Não se pode perder de vista que repactuações derivam do insucesso da operaçãooriginal, em geral porque o cenário econômico terá se alterado, colocando-se umambiente mais difícil. Nestes casos, o credor deve buscar obter as maiores vantagenspossíveis. No entanto, não há investimentos (incluindo-se as repactuações) sem riscos

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e, nestes últimos casos, tende-se a não se conseguir uma situação melhor que aquelapactuada antes do default.

70. Portanto, não encontra suporte nos Autos – a menos que se condene os atos dos gestoresda REFER em avaliação retrospectiva a partir dos resultados do investimento (avaliação ex post), o que aprópria PREVIC nega com veemência e destaque – a alegação da Fiscalização de que houve falha noprocesso decisório de aquisição e repactuação, ou do monitoramento do investimento nas CCI Conspar,pois o contrário é o que exsurge de toda a documentação e dos argumentos controvertidos: restacomprovado nos Autos que em todas as fases do investimento, que os Autuados se houveram emconsonância com as normas estatuídas nas resoluções do CMN, do CGPC/CNPC, do Código Civil ouda Lei das S/A’s, na Política de Investimentos e nos Guias de Melhores Práticas, conformando-se aaplicação dos recursos da EFPC, iniciada com a decisão de aquisição, seguida do monitoramento e dadecisão de repactuação, ao conceito de ato regular de gestão, ao contrário do quer fazer crer aPREVIC que não logrou corroborar com provas bastantes a imputada inobservância do dever dediligência, mais ainda porque também não pôde demonstrar a relação de causalidade entre a condutaindividual dos membros do CDI e da DIREX com a imputada insuficiência/deficiência das análises derisco do investimento, traduzida subjetivamente pela Fiscalização como erro de procedimentoinexcusável dos referidos gestores.

71. Com efeito, as mesmas razões adotadas para julgamento do PROCESSO N°44011.00248/2016-92, seguinte a trilha da PREVIC, tomo como paradigma para formação do meuconvencimento, conforme expresso na ementa do PROCESSO N° 44170.000033/2014-87, que setranscreve, in verbis:

EMENTA: ANÁLISE DO AUTO DE INFRAÇÃO N° 006/14-92. APLICAR OSRECURSOS GARANTIDORES DAS RESERVAS TÉCNICAS, PROVISÕES EFUNDOS DOS PLANOS DE BENEFÍCIOS EM DESACORDO COM ASDIRETRIZES ESTABELECIDAS PELO CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL.INVESTIMENTO EM FUNDOS ESTRUTURADOS SEM A OBSERVÂNCIA DOSPRINCÍPIOS DE SEGURANÇA, RENTABILIDADE, SOLVÊNCIA, LIQUIDEZ ETRANSPARÊNCIA. NULIDADE.

1. A enumeração genérica dos riscos relativos a um determinado investimento não ésuficiente para caracterizar violação do dever de observar os princípios de segurança,rentabilidade, solvência, liquidez e transparência.

2. Para a caracterização da violação destes princípios é necessária a demonstração deviolação dos procedimentos legais e/ou normas internas da EFPC quando darealização de um determinado investimento.

3. As infrações de tipos abertos devem ter elementos objetivos mínimos para suacaracterização, não sendo possível sua justificação somente com base em juízo devalor da Autoridade Autuante.

4. A motivação é requisito essencial do ato administrativo.

72. Aliás, muito embora a PREVIC sustente, como o fez em outros casos de investimento daREFER que foram objeto de Ações Fiscais – conforme noticiado na petição que requeria osobrestamento, com base na correspondência CRT/2017-DIPRE-REFER (SEI 4003658) –, ainsuficiência ou deficiência das análises pertinentes aos processos decisórios de investimento, sobretudoda análise de riscos e de monitoramento como expressão do dever de diligência, para com isso lavrarautuações, a grande maioria em anos recentes, arrimadas em interpretação subjetiva de fatos, no calor dasfricções políticas e sob o ânimo produzidos pelos déficits dos planos dos Fundos de Pensão,transformados em matérias jornalísticas e pasto das mídias sociais, não há sequer, em nenhuma de suasinstruções normativas, regras de procedimento com um rol ou checklist indicativo de tarefas, operações,atividades, ações, diligências, documentos, de algoritmos etc., com os quais os Analistas, Gerentes eAssessores e Dirigentes das EFPC’s pudessem se valer, munir-se ou adotar para satisfazer o conceitode “suficiência, deficiência, adequação, (des)conformidade, alcance, profundidade, diligência”, entre

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outras palavras sempre tomadas genérica e subjetivamente pela PREVIC como implícitas das funções deexecução, gestão e administração dos investimentos, com o que é sempre possível imputarresponsabilidades e sancionar qualquer pessoa que, direta ou indiretamente, realize trabalhos ouatividades de análises, estudos e monitoramento, ou que indiquem, recomendem ou decidam a respeitodos processos de investimentos nas EFPC’s. Isso sim, se feito pela PREVIC, daria materialidade àmetodologia da Supervisão Baseada em Risco – SBR, bem assim uma contribuição direta para alcançareficiência e eficácia da gestão, dar segurança dos investimentos e garantir proteção aos direitos einteresses dos Participantes e Assistidos dos planos de benefícios das EFPC’s.(9).

(9)A propósito, como destaquei em voto nesta e. CRPC, transcrevo as palavras doExmo. Sr. Presidente da República, Jair Bolsonaro, proferidas em discurso no ato deposse do Exmo. Sr. Augusto Aras, na Procuradoria Geral da República, na manhã de02/10/2019, na presença dos chefes dos Poderes Legislativo e Judiciário, que ouviramo chefe supremo da Administração Pública pedir ao Ministério Público “que entre emcontato antes de considerar impor sanções, conforme noticiado e comentadoamplamente por jornalistas e grandes veículos de imprensa. Eis o teor da notícia quetranscrevo in verbis:“O presidente Jair Bolsonaro pediu na manhã desta 4 ª feira (02.out.2019) que “éimportante” o MP (Ministério Público) investigar, mas pediu que o órgão procurassequem estivesse “num caminho não muito certo” para que pudesse “corrigir” o quehouver de errado sem que haja “uma possível sanção lá na frente”. “O apelo quefaço apenas a todos os MPs: é importante investigar, é importante fazer cumprir alei, mas por muitas vezes, se nós estivermos num caminho não muito certo, nosprocurem para que possamos corrigir. Corrigindo é muito melhor do que umapossível sanção lá na frente. Todos nós erramos”, afirmou o presidente.

73. Entretanto, os Agentes da PREVIC se valem de interpretação literal e subjetiva dasnormas, afastam qualquer possibilidade de interpretação sistemática dos dispositivos apontados comoviolados pelos Autuados e, portanto, longe das provas dos Autos, enfim, sem motivação consistente econgruente, cometem error in judicando, notadamente quanto aos fatos e circunstâncias que envolverama aquisição e repactuação das CCI Conspar, pois deixaram de analisar com a merecida qualidade técnica,os Relatórios da GEANI acima referidos, que também deixaram de ser analisadas durante o julgamentopela DICOL/PREVIC, demonstrando que a subjetividade na avaliação dos fatos e das condutas imperouem todas as fases do processo sancionador, operando afinal grave prejuízo profissional e patrimonial aosAutuados, com a cominação de pena de multa aos Recorrentes, inclusive, com o pesado cúmulo deSUSPENSÃO e de INABILITAÇÃO, parece que a título de escarmento, e não como medida de justiça,pois tais penas estão distantes dos princípios da proporcionalidade e razoabilidade e em contraposiçãocom os princípios da finalidade e da primazia do interesse público que regem também o direito punitivoestatal .

74. Nesse diapasão, com a devida vênia e com o peculiar respeito aos agentes daFiscalização, não há como afastar a ideia de que, no caso em tela, a PREVIC deixou-se “contaminar”pela ocorrência dos problemas detectados e corrigidos pelo monitoramento da REFER sobre seusinvestimentos, que culminou em 2105 com a repactuação do investimento – traduzido pela PREVIC comoprejuízo originado já na decisão de investimento de 2011 – o que desfoca da finalidade e compromete aobjetividade da visão da Ação Fiscal, obnubilada por vícios de motivo, certamente estimulados porinteresses contrários ao sistema de previdência complementar fechada, ou por pressão e exigênciasexercidas sobre as autoridades autuantes/processantes, nem sempre afinadas com a realidade de mercadoe com a natureza mesma dos veículos de investimentos disponíveis para aplicação pelas EFPC, conformeas suas necessidades de rentabilidade derivadas das premissas atuariais de seus planos de benefícios.

75. Em outras palavras, visto o investimento em retrospectiva, tanto na lavratura do Auto deInfração, quanto no julgamento pela DICOL/PREVIC, sobretudo pressionada por fatos e forças políticasexternas, interessadas na desqualificação dos gestores dos Fundos de Pensão, mormente dospatrocinados pelas empresas estatais, e instada a punir como se nunca tivesse antes senão deixar vicejar a

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impunidade, portanto como se a PREVIC nunca tivesse exercido seu mister de supervisão e fiscalizaçãodas EFPC’s, os Agentes Fiscais lavraram Autos de Infração sem base factual e legal – sem causa,portanto – vazado em linguagem adjetivada, em afirmações descontextualizadas e genéricas, emlinguagem adjetivada, de modo a justificar a interpretação literal e extensiva das normas insertas nasResoluções do CMN e do então CGPC, sucedido pelo CNPC. Enfim, sem motivo legítimo para autuar esem motivação para sustentar a imputação, nula é a autuação, ou então improcedente, considerada adistonia com os fatos e as provas dos Autos.

76. Também aqui, tal como dito em outro voto, com a devida vênia, os Autos de Infraçãoimpugnados, bem como as NOTAS e o PARECER nº 312/2019 elaborados pela CGDC/DICOLrepetem a mesma cantilena, cantam o mesmo refrão, adotam a mesma ideologia punitivista como se issobastasse como motivação e fundamentação de tamanha imputação de responsabilidade e de tão severaspenas, a solapar o patrimônio pessoal, a gravar de forma indelével, a ferros quentes, a reputaçãoprofissional de empregados e ex-dirigentes, sobretudo por atingir gravemente o âmago dessas pessoas,onde se alberga a dignidade humana, principio regente da vida ativa de que falava Hanna Arendt, sem oque a vida humana perde o sentido e finalidade. Indo assim tão longe, a PREVIC se afasta dos finsditados pela Lei nº 9.784/99 e dos princípios regentes da Administração Pública – por todos o interessepúblico que soçobra diante da sanha punitiva prevalente, ainda que surreal ou teratológica, a razão última ea essência mesma da razão de punir os administrados.

IV.3 – INDIVIDUALIZAÇÃO DAS CONDUTAS E DOSIMETRIA DAS PENAS

77. Por fim, o mesmo pode ser dito a respeito da dosimetria da pena, para o caso dedivergência aberta por um ilustre membro desta Câmara de Recursos, porque aqui há de se responder aopedido sucessivo da Defesa, com suporte nos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, bemcomo nas reconhecidas circunstâncias atenuantes, mais propriamente as atenuantes genéricasreconhecidas pelo Superior Tribunal de Justiça como aplicáveis ao processo administrativo sancionador,mormente quando não forem constatadas agravantes aplicáveis aos acusados, tudo para minorar aspenalidades cominadas aos Recorrentes pela DICOL/PREVIC na decisão recorrida.

78. Com efeito, tenho como legal e jurídica – e correta – a interpretação de que o podersancionatório penal ou administrativo, decorrente do jus puniendi estatal, há de ser ponderado à luz dosprincípios da razoabilidade e proporcionalidade, a meu ver ínsitos no princípio da dignidade da pessoahumana, este sim, podendo ser fortemente atingido pela aplicação de penas que vão além do necessáriopara compensar o malfeito, desestimular a reincidência e emitir sinais de que as infrações ao sistemanormativo legal serão sancionadas à luz do Direito e da Justiça.

79. Nesse sentido, na aplicação da lei, passa-se ao jurisdicionado o entendimento de que não éo rigor da pena que sustenta o jus puniendi estatal, mas a certeza da pena previamente cominada em lei(CF/88, art. 5º , XXXIX), na forma do rito processual-legal do devido processo legal, do contraditório eda ampla defesa (CF/88, art. 5º , LIV e LV). Quer dizer, onde há Lei e essa vale não há impunidade, mas acerteza da punição nela cominada, conforme a conduta reputada irregular ou ilícita, à luz dos princípioslegais e constitucionais que formam a base de sustentação dos direitos fundamentais formal ematerialmente considerados.

80. No caso em tela, em sendo vencido nas razões de mérito, também pelo que consta dosAutos, entendo cabível a revisão na dosimetria da pena e, assim, que ao menos seja reformada a decisãoda DICOL/PREVIC para dela retirar as penas de INABILITAÇÃO dos Recorrentes Marco AndréMarques Ferreira, Carlos de Lima Moulin e Tânia Regina Ferreira, sendo-lhes cominada tão só apena de multa, e por não haver lhes sido dado à época oportuna o benefício do § 2º do art. 22 do Decretonº 4.942/2003, à vista da atenuante referida no § 1º do art. 23 do Decreto nº 4.942/2003, pena essacompatível com o objetivo de afastamento de qualquer traço ou ideia de impunidade dos dirigentesresponsáveis pela gestão e administração dos Planos de Benefícios da Entidade.

81. Seguindo a mesma lógica, mas considerando-se o fato de que os Recorrentes Sílvio Assisde Araújo, Daniel Amorim Rangel e Toni Cleter Fonseca Palmeira , ainda que membros do CDI –Comitê Diretor de Investimentos, não detinham e poderes de gestão e administração da Entidade

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(REFER), e porque não lhes foi concedido à época oportuna o benefício do § 2º do art. 22 do Decretonº 4.942/2003, reputo pertinente dar-lhes tratamento próprio à condição de empregados subordinados àDIREX, e à vista das suas competências e atribuições de caráter técnico-auxiliar acolher o pedido derevisão na dosimetria da pena, sendo ao menos reformada a decisão da DICOL/PREVIC para dela retiraras penas de MULTA e lhes cominar a pena de ADVERTÊNCIA, tendo em conta que os fatos versadosnos Autos de Infração nº 50/2017 e 5/2018 ocorreram sob a vigência da Resolução CMN nº 3.792/2009,revogada pela Resolução CMN nº 4.661/2018, que ora exige de todos os integrantes dos órgãos degovernança das EFPC’s que participam dos processos de decisão e monitoramento dos investimentos,inclusive dos prestadores de serviços, estrita obediência às diretrizes de aplicação dos recursosgarantidores dos Planos de Benefícios que administram. Tenho por certo que essa pena é compatível como objetivo de afastamento de qualquer traço ou ideia de impunidade dos dirigentes responsáveis pelagestão e administração das EFPC’s, bem como dos seus Analistas, Gerentes, Coordenadores, Atuários,Contadores, Auditores e assemelhados que têm por ofício oferecer estudos e elaborar documentos desuporte aos órgãos estatutários da REFER.

V – CONCLUSÕES

82. Nos termos da fundamentação, voto no sentido de conhecer do Recurso Voluntário edar- lhe provimento para:

II – Em sede PRELIMINAR, acolher arguição de Nulidade do Auto de Infraçãopor negativa de concessão do benefício inserto em norma cogente expressa no §2º doartigo 22 do Decreto nº 4.942, de 2003, com a possibilidade de celebração de Termode Ajustamento de Conduta – TAC; bem assim, acolher a preliminar de error inprocedendo, configurado nos vícios de forma e motivação do ato administrativo (art.22, §1º in fine; art. 50, caput e incisos I, II, e VIII, ambos da Lei nº 9.784/1999),conforme aventada nas razões recursais da Defesa, para que seja proferido novoDespacho Decisório pela DICOL/PREVIC e refeitos os atos posteriores aoDESPACHO DECISÓRIO nº 118/2019/CGDC/DICOL que aprovou o nºParecer nº 312/2019/CGDC/DICOL.

II – No MÉRITO:

a) julgar IMPROCEDENTE os Autos de Infração nº 50/2019 e nº 5/2018constantes dos Autos dos Processos nº 44011.006746/2017-57 e nº44011.001118/2018-10, julgados em conexão na 447ª Sessão Ordinária daDICOL PREVIC, de 08/07/2019 , por não serem detentores de poderes de gestão eadministração da REFER, os Recorrentes Sílvio Assis de Araújo, Toni CleterFonseca Palmeira e Daniel Amorim Rangel, tornando sem efeito as penalidades quelhes foram aplicadas nos termos do DESPACHO DECISÓRIO Nº118/2019/CGDC/DICOL, de 08/07/2019, ora recorrido.

b) julgar IMPROCEDENTE os Autos de Infração nº 50/2019 e nº 5/2018constantes dos Autos dos Processos nº 44011.006746/2017-57 e nº44011.001118/2018-10, julgados em conexão na 447ª Sessão Ordinária daDICOL PREVIC, de 08/07/2019 , pelo reconhecimento de que os RecorrentesMarco André marques Ferreira, Carlos Lima Moulin e Tânia Regina Ferreira,membros da Diretoria Executiva, detentores de poderes de gestão e administraçãoda REFER, praticaram atos regulares de gestão, consoantes com os ditames dalegislação de regência dos investimentos nas Entidades Fechadas de PrevidênciaComplementar (EFPC’s), reconhecendo, assim a inexistência de atos irregulares ouilícitos apontados pela Fiscalização da PREVIC nos Autos de Infração referidos,tornando sem efeito as penalidades que lhes foram aplicadas nos termos doDESPACHO DECISÓRIO Nº 118/2019/CGDC/DICOL , de 08/07/2019, orarecorrido.

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RECURSO DE OFÍCIORELATÓRIO E VOTO

83. Como noticiado no Relatório, a DICOL/PREVIC julgou IMPROCEDENTE o Auto deInfração nº 5/2018, Processo nº 44011.001182/2018-10, em relação aos Autuados Artur Simões Netoe Eduardo Gomes Pereira, porque, de acordo com o descrito no PARECER Nº312/2019/CGDC/DICOL, o primeiro, na qualidade de Gerente da GEANI e membro CDI/CEINV ,no “Relatório de Análise de Proposta de Reestruturação da CCI Conspar, de 21/08/2015, elaborado paraanálise da repactuação do investimento teria previsto situações desfavoráveis em relação à proposta derepactuação apresentada pela emissora, cujos apontamentos não foram considerados pelos responsáveispela tomada de decisão; já o segundo, na qualidade de Coordenador de Controladoria e membro doCEINV, pela “ausência de conduta típica passível de punição”.

84. Depois de notificados da decisão de julgamento da DICOL/PREVIC, por intermédio deOfício recebido por seus Advogados, sobreveio pedido de juntada de CONTRARRAZÕES AORECURSO DE OFÍCIO (SEI 4004696) e, na condição de RECORRIDOS, pugnaram pelo seudesprovimento nos seguintes termos:

8. A r. Decisão Recorrida, de forma correta, julgou os Autos improcedentes emrelação aos Recorridos Eduardo Gomes Pereira e Arthur Simões Neto em virtude daausência de conduta típica passível de punição.

9. Os Recorridos, no decorrer do processo de investimento, não detinhamcompetência para aplicar recursos garantidores dos planos de benefícios, pressupostonecessário para caracterizar violação à disposição indicada na capitulação dos Autos,pelo art. 64 do Decreto 4.942/2003:

Art. 64 Aplicar os recursos garantidores das reservas técnicas, provisões efundos dos planos de benefícios em desacordo com as diretrizes estabelecidaspelo Conselho Monetário Nacional. (Grifou-se.)

Dessa forma, acertada foi a r. Decisão Recorrida no julgamento pela improcedência daautuação, em consonância com o entendimento desta E. CRPC e do Poder Judiciário,já apresentados nestes autos, em manifestação protocolada em 31.05.2019 (SEI0211807).

85. Em conclusão pediu a defesa em favor dos RECORRIDOS Artur Simões Neto e EduardoGomes Pereira:

11. Por todo o exposto, fica evidenciado, pela manifesta ausência de tipicidadepassível de punição, que os Recorridos não podem sofrer qualquer sancionamento,sob pena de violação da vedação ao reformatio in pejus1 no âmbito do processoadministrativo. ' Conforme consolidada doutrina processual administrativa: (...) Em suma:ao invés de beneficiar, o recurso acaba por implicar malefício ao recorrente. Porém,essa alternativa espontânea não é concebível no processo administrativo. O órgãorecursal não pode inovar a decisão, acrescentando a ela prejuízo ou agravo dantesinexistentes. (Grifou-se) (MOREIRA, Egon Bockmann. Processo Administrativo.Princípios Constitucionais, a Lei 9.784/1999 e o Código de Processo Civil/2015. 5aEd. São Paulo: Malheiros, 2017. p. 437.)

12. Ademais, os Recorridos ratificam todos os argumentos e pedidos constantes nesteprocesso administrativo como se estivessem transcritos nesta peça, confiando queessa E. CRPC manterá a r. Decisão Recorrida que realizou a correta individualizaçãode suas condutas pela ausência de tipicidade passível de punição.

86. Por fim, em MEMORIAL (SEI 4852709) o s RECORRIDOS reafirmarão suas

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contrarrazões e seus pedidos.

Acolho as razões expostas pela DEFESA e, pelos motivos de fato e de direitotomados como base para julgar IMPROCEDENTE os Autos de Infração nº50/2019 e nº 5/2018 constantes dos Autos dos Processos nº 44011.006746/2017-57 e nº 44011.001118/2018-10 , julgados em conexão na 447ª Sessão Ordinária daDICOL PREVIC, de 08/07/2019, em relação aos Recorrentes Sílvio Assis deAraújo, Toni Cleter Fonseca Palmeira e Daniel Amorim Rangel , sustento odesprovimento do RECURSO DE OFÍCIO, em favor dos RECORRIDOS ArturSimões Neto e Eduardo Gomes Pereira e mantenho, em relação a estes, os termosd o DESPACHO DECISÓRIO Nº 118/2019/CGDC/DICOL , de 08/07/2019, orarecorrido, por ausência de conduta irregular passível de punição .

87. Por último, no caso de prevalecer o voto ora proferido, ofereço sugestão de ementa noseguinte teor e forma, porque consoante com os precedentes da DICOL/PREVIC e desta Câmara deRecursos:

EMENTA: ANÁLISE DE AUTO DE INFRAÇÃO.APLICAR OS RECURSOS GARANTIDORESDAS RESERVAS TÉCNICAS, PROVISÕES EFUNDOS DOS PLANOS DE BENEFÍCIOS EMDESACORDO COM AS DIRETRIZESESTABELECIDAS PELO CONSELHOMONETÁRIO NACIONAL – CMN. APLICAÇÃODE RECURSOS EM CÉDULAS DE CRÉDIDOIMOBILIÁRIO (CCI). DECISÃO DEINVESTIMENTO – AQUISIÇÃO EREPACTUAÇÃO: ANÁLISE DE RISCOS,RENTABILIDADE, SOLVÊNCIA, SEGURANÇAE MONITORAMENTO COMPROVADOS.IMPROCEDÊNCIA. BENEFÍCIO DO § 2º DOART. 22. DO DECRETO Nº 4.942/2003 –NORMA COGENTE – OFERTA DE TACOBRIGATÓRIA. NULIDADE DO AUTO DEINFRAÇÃO.I – Tendo se inviabilizado a concessão do benefícioprevisto no §2º do art. 22 do Decreto nº4.942/2003, ou a propositura de TAC, por ato oufato da Autarquia fiscalizadora, poderá ser decretadaa nulidade do Auto de Infração, se até o percurso dolapso temporal da prescrição quinquenal, sereconhecer que ainda estavam presentes osrequisitos legais pertinentes.II – Tendo havido vício de forma que invalide atoadministrativo e importe prejuízo para a Defesa, esendo passível de correção do ato pela autoridadeestatal, há de ser decretada a nulidade relativa edeterminado o refazimento dos atos posteriores aoato guerreado, de modo a satisfazer a forma legal eproferir nova decisão pela instância julgadora.III – A tipificação da conduta infracional exigedetalhamento acerca da imputada inobservância dodever de diligência, bem assim dos elementos queconfiguram a culpa subjetiva dos responsáveis peloprocesso de investimento da EFPC, devendo ser

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expressa do AETQ quanto aos riscos, rentabilidade,solvência dos Planos de Benefícios da Entidade.IV – Aos exercentes de funções, atribuições,atividades ou tarefas relacionadas ao processodecisório de investimento, antes da vigência daResolução CMN nº 4.661, de 25 de maio de 2018,em cargos ocupados em decorrência de contrato deemprego subordinado, de membro de Comitês ouórgãos de assessoramento interno da EFPC, não seaplica o tipo penal administrativo descrito no artigo64 do Decreto nº 4.942, de 2002.V – As irregularidades no processo decisório deinvestimento devem ser descritas de formapormenorizada no auto de infração, à luz das provastrazidas ao contexto do processo, possibilitandoassim aos julgadores aferir com segurança jurídica,na primeira instância administrativa ou na faserecursal, a ocorrência ou não da infração noticiadapela Autoridade autuante/processante.VI – Investimento financeiro realizado com base emanálises técnico-financeiras e de riscos, secundadaspor estudos, diligências técnicas e jurídicaspresentes em documentos de prestadores deserviços especializados contratados para o fim decompreender a natureza do veículo financeiro deinvestimento, as condições de mercado, asexigências da política de investimentos da EFPC, eo cenário da economia nacional e cumprir asnormativas aplicáveis a investimentos, ainda queconsiderados insuficientes a posteriores pelaFiscalização, importa a improcedência do Auto deInfração.V - Auto de infração julgado improcedente.

Brasília, 29 de Janeiro de 2020.

Documento assinado eletronicamente

JOÃO PAULO DE SOUZA

Membro Titular Representante dos Participantes e Assistidos

Documento assinado eletronicamente por João Paulo de Souza, MembroTitular da Câmara de Recursos da Previdência Complementar, em10/02/2020, às 12:21, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento noart. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

A autenticidade deste documento pode ser conferida no sitehttp://sei.fazenda.gov.br/sei/controlador_externo.php?acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0, informando o códigoverificador 6322745 e o código CRC 7C87D699.

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Referência: Processo nº 44011.006476/2017-57. SEI nº 6322745

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MINISTÉRIO DA ECONOMIASecretaria Especial de Previdência e TrabalhoSubsecretaria de Assuntos CorporativosCoordenação-Geral de Apoio aos Órgãos ColegiadosCâmara de Recursos da Previdência Complementar

CONTROLE DE VOTO

RESULTADO DE JULGAMENTO

Reunião eData: 99ª RO CRPC, 29/01/2020

Relator: João Paulo de Souza

Processo: 44011.006476/2017-57

Auto deInfração nº : 50/2017/PREVIC

DespachoDecisório nº : 118/2019/CGDC/DICOL, de 08/07/2019

Recorrentes:MARCO ANDRÉ MARQUES FERREIRA (DIRETOR PRESIDENTE)

CARLOS DE LIMA MOULIN (DIRETOR FINANCEIRO)

TÂNIA REGINA FERREIRA (DIRETORA DE SEGURIDADE)

SILVIO ASSIS DE ARAÚJO (COORDENADOR DE INVESTIMENTOS)

TONI CLETER FONSECA PALMEIRA (COORDENADOR DE ATUÁRIA ERELACIONAMENTO)

DANIEL AMORIM RANGEL (GERENTE DE ANÁLISE DE INVESTIMENTOS)

SUPERINTENDÊNCIA NACIONAL DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR -PREVIC

SUPERINTENDÊNCIA NACIONAL DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR -PREVIC

EDUARDO GOMES PEREIRA

ARTUR SIMÕES NETO

Entidade: REFER - Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social

Voto doRelator:

RECURSO VOLUNTÁRIO

VOTO

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(...)

(1) Existência de “error in procedendo”.

(...)

6. Portanto, reconhecendo como pertinentes o argumento daDefesa de que houve prejuízo aos Recorrentes nesse ponto – como de fato reconheçoo indigitado error in procedendo –, voto no sentido de acolher a preliminar aventada nasrazões recursais da Defesa, para que seja proferido novo Despacho Decisório pelaDICOL/PREVIC e refeitos os atos posteriores ao DESPACHO DECISÓRIO nº118/2019/CGDC/DICOL que aprovou o Parecer nº 312/2019/CGDC/DICOL.

2. Do Manifesto cerceamento de defesa.

(...)

12. Portanto, entendo que não houve cerceamento de defesa.Não se configura aplicação de dois pesos e duas medidas, obstrução ou encurtamentoprobatório, a alegação de que PREVIC teve tempo, meios e recursos para lavrar einstruir os Autos de Infração combatidos com as informações e documentos destinadosa corroborar suas alegações e a de que os Autuados sofreram os efeitos nocivos doindeferimento de produção de provas, em razão da negativa de ouvida do depoimentopessoal dos Recorrentes, pois, sem dúvida, foi deferida a produção de provadocumental suplementar pertinente à matéria controvertida nos processos de que ora setrata. Por isso, não acolho a preliminar.

(3) Conhecimento do teor do Parecer 312/2019/CGDC/DICOL antesdas Alegações Finais.

(...)

14. Também aqui a razão está distante dos Recorrentes, pois,no mesmo tom dito acima, é certo que não houve prejuízo para a Defesa, posto que,neste caso, a ordem de apresentação dos documentos citados [Nota 213/2019/PREVICe Parecer nº 312/2019/CGDC/DICOL] não tem o condão de contribuir para a verdadereal invocada. Ainda que não se possa descurar do devido processo legal procedimentale substantivo, mera irregularidade ordinatória não ofende o princípio do formalismomoderado que informa o processo administrativo sancionador e não obstrui a busca daverdade real objetivada pelos julgamentos da Administração e pelos Administrados. Poressa razão, desacolho a preliminar suscitada.

(4) Limitação dos objetos dos Autos de Infração.

(...)

17. É louvável o esforço e o denodo da Defesa, mas entendoque o acatamento do pedido de julgamento conjunto dos Autos, não obstante hajareferência à ausência de avaliação de riscos no item 164 do Parecer nº 312/2019, jáafasta a possibilidade de ampliação dos objetos dos processos administrativosreferidos. Ao contrário, entendo que o Parecer conjunto sobre os AI nº 050/2017 e nº05/2018 permite a compreensão das razões de fato e de direito em que se fundam asrespectivas autuações, assim como as razões expendidas pela Defesa, principalmentequanto ao mérito dos Autos de Infração, onde residem as matérias impugnadas pelosRecorrentes e as alegações da PREVIC.

(5) Tipo penal administrativo do art. 64 do Decreto nº 4.942, de2003.

(...)

20. E mesmo que se elida da autuação o fundamento alusivo às

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normas da Resolução CGPC nº 13/2004, ainda remanescem as normas da ResoluçãoCMN nº 3.792/2004, principalmente as do art. 9º que impõem às EFPC’s, na aplicaçãodos recursos garantidores dos planos de benefícios, a obrigação de avaliar, controlar emonitorar os diversos riscos da operação. Entendo que a impugnação seria pertinente sehouvesse “bis in idem” na aplicação de penalidade, mas não ocorreu no caso. Por tudoisso, também não merece acolhimento esta preliminar.

(6) Da aplicação do § 2º do art. 22 do Decreto nº 4.942, de 2003.Possibilidade de Assinatura de TAC. Pressupostos presentes.

(...)

28. Portanto, a meu ver, feriu-se a boa-fé objetiva que inspirao modelo de fiscalização fundado na Supervisão Baseada em Risco – SBR, cujaatividade é vinculada às competências próprias da PREVIC (art. 2º , parágrafo único,inciso IV, da Lei nº 9.784/1999), razão pela qual acolho a preliminar de nulidade doAuto de Infração, por negativa de vigência de norma cogente por parte da PREVIC,como medida de segurança jurídica e certeza do Direito.

IV – DO MÉRITO

IV.1 – PREJUDICIAL DE MÉRITO – Prescrição Quinquenal

(...)

38. Por todo o exposto, rejeito a prejudicial de mérito deprescrição da pretensão punitiva, reconhecendo a alegação de interrupção da prescriçãono inciso II do art. 2º da Lei nº 9.873, de 1999 e também no inciso II do Decreto nº4.942/2003.

IV.2. DA EXCLUSÃO DE QUEM NÃO ERA DIRIGENTE DAREFER

(...)

54. Destarte, pelos fundamentos legais e probatórios que serecolhem dos Autos, bem como nos argumentos expendidos pela Defesa no RecursoVoluntário e nos MEMORIAIS que apresentaram aos membros dessa Egrégia CRPC, eforte no convencimento de que os Autuados não-dirigentes da REFER produziram osdocumentos segundo as ordens e as expectativas dos seus superiores da DIREX, querdizer, julgaram idôneos e suficientes para embasar sua decisão de “aplicar os recursosgarantidores dos planos de benefícios da REFER”, em conformidade com asexigências legais estabelecidas nas normas de que são os destinatários os membros daDiretoria Executiva, de quem se espera a realização da conduta típica legalmentedeterminada, acolho o pedido de exclusão dos Autuados não-dirigentes; porconseguinte, voto no sentido de julgar IMPROCEDENTE os Autos de Infração nº50/2019 e nº 5/2018 [Processos nº 44011.006746/2017-57 e nº44011.001118/2018-10, julgados em conexão na 447ª Sessão Ordinária daDICOL PREVIC, de 08/07/2019] , por não serem detentores de poderes de gestão eadministração da REFER, tornando sem efeito as penalidades aplicadas a Sílvio Assisde Araújo, Toni Cleter Fonseca Palmeira e Daniel Amorim Rangel , nos termos doDESPACHO DECISÓRIO Nº 118/2019/CGDC/DICOL.

IV.3. DOS MEMBROS DA DIRETORIA EXECUTIVA DAREFER

(...)

75. Em outras palavras, visto o investimento em retrospectiva,tanto na lavratura do Auto de Infração, quanto no julgamento pela DICOL/PREVIC,sobretudo pressionada por fatos e forças políticas externas, interessadas na

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desqualificação dos gestores dos Fundos de Pensão, mormente dos patrocinados pelasempresas estatais, e instada a punir como se nunca tivesse antes senão deixar vicejar aimpunidade, portanto como se a PREVIC nunca tivesse exercido seu mister desupervisão e fiscalização das EFPC’s, os Agentes Fiscais lavraram Autos de Infraçãosem base factual e legal – sem causa, portanto – vazado em linguagem adjetivada, emafirmações descontextualizadas e genéricas, em linguagem adjetivada, de modo ajustificar a interpretação literal e extensiva das normas insertas nas Resoluções do CMNe do então CGPC, sucedido pelo CNPC. Enfim, sem motivo legítimo para autuar e semmotivação para sustentar a imputação, nula é a autuação, ou então improcedente,considerada a distonia com os fatos e as provas dos Autos.(...)

IV.4 – INDIVIDUALIZAÇÃO DAS CONDUTAS E DOSIMETRIADAS PENAS

(...)

79. No caso em tela, em sendo vencido nas razões de mérito,também pelo que consta dos Autos, entendo cabível a revisão na dosimetria da pena e,assim, que ao menos seja reformada a decisão da DICOL/PREVIC para dela retirar aspenas de INABILITAÇÃO dos Recorrentes Marco André Marques Ferreira, Carlos deLima Moulin e Tânia Regina Ferreira, sendo-lhes cominada tão só a pena de multa, e pornão haver lhes sido dado à época oportuna o benefício do § 2º do art. 22 do Decreto nº4.942/2003, à vista da atenuante referida no § 1º do art. 23 do Decreto nº 4.942/2003,pena essa compatível com o objetivo de afastamento de qualquer traço ou ideia deimpunidade dos dirigentes responsáveis pela gestão e administração dos Planos deBenefícios da Entidade.

(...)

V – CONCLUSÕES

(...)

II – No MÉRITO:

a) julgar IMPROCEDENTE os Autos de Infração nº 50/2019 e nº5/2018 constantes dos Autos dos Processos nº 44011.006746/2017-57 e nº44011.001118/2018-10, julgados em conexão na 447ª Sessão Ordinária daDICOL PREVIC, de 08/07/2019 , por não serem detentores de poderes de gestão eadministração da REFER, os Recorrentes Sílvio Assis de Araújo, Toni CleterFonseca Palmeira e Daniel Amorim Rangel, tornando sem efeito as penalidades quelhes foram aplicadas nos termos do DESPACHO DECISÓRIO Nº118/2019/CGDC/DICOL, de 08/07/2019, ora recorrido.

b) julgar IMPROCEDENTE os Autos de Infração nº 50/2019 e nº5/2018 constantes dos Autos dos Processos nº 44011.006746/2017-57 e nº44011.001118/2018-10, julgados em conexão na 447ª Sessão Ordinária daDICOL PREVIC, de 08/07/2019 , pelo reconhecimento de que os RecorrentesMarco André marques Ferreira, Carlos Lima Moulin e Tânia Regina Ferreira,membros da Diretoria Executiva, detentores de poderes de gestão e administração daREFER, praticaram atos regulares de gestão, consoantes com os ditames da legislaçãode regência dos investimentos nas Entidades Fechadas de Previdência Complementar(EFPC’s), reconhecendo, assim a inexistência de atos irregulares ou ilícitos apontadospela Fiscalização da PREVIC nos Autos de Infração referidos, tornando sem efeito aspenalidades que lhes foram aplicadas nos termos do DESPACHO DECISÓRIO Nº118/2019/CGDC/DICOL, de 08/07/2019, ora recorrido.

RECURSO DE OFÍCIO

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85. (...)

Acolho as razões expostas pela DEFESA e, pelos motivos de fato e dedireito tomados como base para julgar IMPROCEDENTE os Autos de Infração nº50/2019 e nº 5/2018 constantes dos Autos dos Processos nº 44011.006746/2017-57 e nº 44011.001118/2018-10 , julgados em conexão na 447ª Sessão Ordinária daDICOL PREVIC, de 08/07/2019, em relação aos Recorrentes Sílvio Assis de Araújo,Toni Cleter Fonseca Palmeira e Daniel Amorim Rangel, sustento o desprovimentodo RECURSO DE OFÍCIO, em favor dos RECORRIDOS Artur Simões Neto eEduardo Gomes Pereira e mantenho, em relação a estes, os termos do DESPACHODECISÓRIO Nº 118/2019/CGDC/DICOL, de 08/07/2019, ora recorrido, por ausênciade conduta irregular passível de punição .

JULGAMENTO CONJUNTO

Processos nº 44011.006476/2017-57 e 44011.001182/2018-10

Representantes Votos

ELAINE BORGES DA SILVA

(Representante dos servidores federais titulares decargo efetivo - Suplente)

Acolheu a preliminar de error in procedendo,reconhecendo a nulidade da decisão recorrida.

Rejeitou as preliminares de nulidade porcerceamento de defesa, por não oferecimento aosrecorrentes do conhecimento do teor do ParecerDICOL, por limitação dos objetos dos autos, por

inadmissibilidade das condutas da ResoluçãoCGPC nº 13/2014 no tipo penal administrativo do

artigo 64 do Decreto nº 4.942/2003, poraplicabilidade do artigo 22,§2º do Decreto nº

4.942/2003 e rejeitou a prejudicial de mérito, porprescrição.

MARCELO SAMPAIO SOARES

(Representante dos patrocinadores e instituidoresde planos de benefícios das EFPC - Titular)

Acolheu a preliminar de error in procedendo.Rejeitou as demais preliminares e a prejudicial de

mérito.

AMARILDO VIEIRA DE OLIVEIRA

(Representante das entidades fechadas deprevidência complementar - Suplente)

Ausentou-se do julgamento justificadamente.

PAULO NOBILE DINIZ

(Representante dos servidores federais titulares decargo efetivo - Suplente)

Abriu divergência, afastando a preliminar de errorin procedendo. Rejeitou as demais preliminares e a

prejudicial de mérito.

DENISE VIANA DA ROCHA LIMA

(Representante dos servidores federais titulares decargo efetivo - Suplente)

Acolheu a preliminar de error in procedendo.Rejeitou as demais preliminares e a prejudicial de

mérito.

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MARIO AUGUSTO CARBONI

(Representante dos servidores federais titulares decargo efetivo - Titular)

Seguiu a divergência, afastando a preliminar deerror in procedendo. Rejeitou as preliminares e a

prejudicial de mérito.

Sustentação Oral: Armando Adurens (OAB/SP nº 199.723).

Resultado: Por unanimidade de votos, Recursos Voluntários conhecidos e rejeitadas as preliminares denulidade por cerceamento de defesa, não oferecimento aos recorrentes do conhecimento do teor doParecer DICOL, limitação dos objetos dos autos, inadmissibilidade das condutas da Resolução CGPCnº 13/2014 no tipo penal administrativo do artigo 64 do Decreto nº 4.942/2003 e a prejudicial deprescrição. Por maioria de votos, rejeitada a preliminar de nulidade por aplicabilidade do artigo 22,§2ºdo Decreto nº 4.942/2003 e acolhida a preliminar de error in procedendo , determinando a nulidade doDespacho Decisório nº 118/2019/CGDC/DICOL, com a consequente restituição dos autos à primeirainstância. Vencido o Relator, João Paulo de Souza, quanto à necessidade de aplicação do artigo 22,§2ºdo Decreto nº 4.942/2003 e o Conselheiro Paulo Nobile Diniz, na divergência inaugurada. Ausentejustificadamente, o Conselheiro Amarildo Vieira de Oliveira.

Brasília, 29 de janeiro de 2020.

Documento assinado eletronicamente

MARIO AUGUSTO CARBONI

PRESIDENTE DA CÂMARA

Documento assinado eletronicamente por Mario Augusto Carboni,Presidente da Câmara de Recursos da Previdência Complementar,em 07/02/2020, às 14:06, conforme horário oficial de Brasília, com fundamentono art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

A autenticidade deste documento pode ser conferida no sitehttp://sei.fazenda.gov.br/sei/controlador_externo.php?acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0, informando o códigoverificador 6316678 e o código CRC 2264376C.

Referência: Processo nº 44011.006476/2017-57. SEI nº 6316678

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Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001,que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.

Este documento pode ser verificado no endereço eletrônicohttp://www.in.gov.br/autenticidade.html, pelo código 05152020021100008

8

Nº 29, terça-feira, 11 de fevereiro de 2020ISSN 1677-7042Seção 1

SUPERINTENDÊNCIA DE OUTORGA E RECURSOS À PRESTAÇÃOGERÊNCIA DE OUTORGA E LICENCIAMENTO DE ESTAÇÕES

ATOS DE 31 DE JANEIRO DE 2020

Nº 557 Processo nº 53500.000984/2020-14. Outorga Autorização de Uso de Radiofrequência àFUNDACAO SOCIEDADE COMUNICACAO CULTURA E TRABALHO, CNPJ 67.179.200/0001-24, executantedo Serviço de Radiodifusão Sonora em Frequência Modulada, na localidade de Mogi das Cruzes/SP.

Nº 558 Processo nº 53500.002617/2020-47. Outorga Autorização de Uso deRadiofrequência à RADIO FRATERNIDADE LTDA - EPP, CNPJ 44.214.278/0001-37, executantedo Serviço de Radiodifusão Sonora em Frequência Modulada, na localidade de Araras/SP.

CRISTIAN CHARLES MARLOWGerente

Substituto

ATOS DE 7 DE FEVEREIRO DE 2020

Nº 722 Processo nº 53500.003246/2020-11. Expede autorização à ESPARTA SEGURANCALTDA, CNPJ nº 37.162.435/0012-03, para explorar o Serviço Limitado Privado, por prazoindeterminado, em todo o território nacional.

Nº 723 Processo nº 53500.000239/2020-67. Expede autorização à ULTRA CONECTCOMUNICACAO LTDA, CNPJ/MF nº 14.204.709/0001-13, para explorar o Serviço deComunicação Multimídia, por prazo indeterminado, em todo o território nacional.

Nº 724 Processo nº 53500.049595/2019-45. Expede autorização à VISSOTTO & HARTMANNSERVICOS DE COMUNICACAO MULTIMIDIA LTDA, CNPJ/MF nº 34.250.586/0001-64, paraexplorar o Serviço de Comunicação Multimídia, por prazo indeterminado, em todo oterritório nacional.

CRISTIAN CHARLES MARLOWGerente

Substituto

Ministério da Defesa

COMANDO DA AERONÁUTICASECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS

E ADMINISTRAÇÃO DA AERONÁUTICADIRETORIA DE ADMINISTRAÇÃO DA AERONÁUTICA

CENTRO DE AQUISIÇÕES ESPECÍFICAS

PORTARIA CAE Nº 11/ARC, DE 5 DE FEVEREIRO DE 2020

O COMANDANTE DO CENTRO DE AQUISIÇÕES ESPECÍFICAS, usando dacompetência que lhe foi delegada em Decreto Presidencial, de 25 de outubro de 2018,publicado na seção 2 do Diário Oficial da União nº 207, de 26 de outubro de 2018, emconformidade com o inciso XIX, do artigo 47, do RCA 12-1/2019 - Regulamento deAdministração da Aeronáutica (RADA), e tendo em vista os fatos apurados nos ProcessoAdministrativo de Apuração de Irregularidade nº 04/DARC/2019 e conforme PortariaCELOG Nº 8/DARC, de 23 de Dezembro de 2019, resolve:

Art. 1º Aplicar sanção à empresa AKAER ENGENHARIA S.A, inscrita no CNPJ65.047.250/0001-22, na modalidade de advertência, conforme previsto no Contrato nº069/GAL-CELOG/2018, com base no Art. 87, Inc. I, da Lei nº 8.666/93. Foi propiciada àempresa a ampla defesa e observado o contraditório em todas as etapas, em consonânciacom o que preveem o Inc. LV do Art. 5º da Constituição Federal e o Art. 2º da Lei9.784/99.

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Maj Brig Ar LUIZ RICARDO DE SOUZA NASCIMENTO

R E T I F I C AÇ ÃO

Na publicação constante do DOU nº 207 de 24 de outubro de 2019, Seção 1, Página14; consta a publicação da PORTARIA CAE Nº 160/ARC, DE 21 DE OUTUBRO DE 2019, eatendendo o MANDADO DE SEGURANÇA Nº 5003807-70.2020.4.02.5101/RJ, recebido neste CAE,dia 29/01/2020, às 14h24, retifica-se, onde se lê no Art. 1º: Aplicar sanção à empresa VPSERVIÇOS TERCEIRIZADOS LTDA, inscrita no CNPJ sob o nº 04.607.444/0001-40, na modalidade demulta, na ordem de R$ 10.530,85 (dez mil, quinhentos e trinta reais e oitenta e cinco centavos),por força da alínea "e" do Subitem 19.2 do citado Termo de Referência nº 010/SDIE/2011, e deimpedimento de licitar e contratar com a Administração e descredenciamento no SICAF, peloprazo de 2 (dois) anos, nos termos da Subcláusula Nona da Cláusula Décima Sexta do Contrato nº002/HFAG/2012. Leia-se: Aplicar sanção à empresa VP SERVIÇOS TERCEIRIZADOS LTDA, inscritano CNPJ sob o nº 04.607.444/0001-40, na modalidade de multa, na ordem de R$ 10.530,85 (dezmil, quinhentos e trinta reais e oitenta e cinco centavos), por força da alínea "e" do Subitem 19.2do citado Termo de Referência nº 010/SDIE/2011.

Onde se lê no Art. 2º: Determinar o recolhimento, por intermédio de emissão deGRU, no site do Tesouro Nacional, usando Unidade Gestora (UG): 120195, Gestão: 0001 - TesouroNacional, Nome da Unidade: Centro de Aquisições Específicas, Código de Recolhimento (22053-1),no valor de R$ 10.530,85 (dez mil, quinhentos e trinta reais e oitenta e cinco centavos), cumuladacom impedimento de licitar e contratar com a Administração e descredenciamento no SIAFI, peloprazo de 2 (dois) anos. Leia-se: Determinar o recolhimento, por intermédio de emissão de GRU,no site do Tesouro Nacional, usando Unidade Gestora (UG): 120195, Gestão: 0001 - TesouroNacional, Nome da Unidade: Centro de Aquisições Específicas, Código de Recolhimento (22053-1),no valor de R$ 10.530,85 (dez mil, quinhentos e trinta reais e oitenta e cinco centavos).

Ministério da Economia

CÂMARA DE RECURSOS DA PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

DECISÕES DE 29 DE JANEIRO DE 2020

Com base no disposto do art. 19, do Decreto nº 7.123, de 03 de março de2010, publica-se o Resultado do Julgamento da 99ª Reunião Ordinária da Câmara deRecursos da Previdência Complementar, realizada em 29 de janeiro de 2020:

1) Processo nº 44011.000868/2017-11Auto de Infração nº 13/2017/PREVIC.Despacho Decisório nº 109/2019/CGDC/DICOL.Recorrentes: Newton Carneiro da Cunha, Carlos Fernando Costa, Manuela

Cristina Lemos Marçal, Sonia Nunes da Rocha Pires Fagundes, Maria Gabriela MirandaMelikian, Pedro Américo Herbst e Guilherme Gonçalves Soares Neto.

Recorridos: Wagner Pinheiro de Oliveira, Luís Carlos Fernando Afonso,Maurício França Rubem, Lício da Costa Raimundo, Ricardo Berretta Pavie, HumbertoSantamaria, Luis Antônio do Santos, Alexandre Aparecido de Barros, Fernando Pinto deMatos, Carlos Sezínio de Santa Rosa e Mariana Santa Bárbara Vissirini.

Procurador: Roberto Eiras Messina - OAB/SP nº 84.267.Entidade: PETROS - Fundação Petrobrás de Seguridade Social.Relator: Paulo Nobile Diniz.

Decisão: Sobrestado o julgamento em virtude do pedido de Vistas doConselheiro Amarildo Vieira de Oliveira. Declarado o impedimento do ConselheiroMarcelo Sampaio Soares, nos termos do artigo 42, §3º do Decreto nº 7.123/2010.

Ausentes justificadamente os Conselheiros Carlos Alberto Pereira, Marlenede Fátima Ribeiro Silva, Tirza Coelho de Souza, Alfredo Sulzbacher Wondracek, MauricioTigre Valois Lundgren e Fernanda Menegati Schimitt.

2) Processo nº 44011.005166/2017-15Auto de Infração nº 40/2017/PREVIC.Despacho Decisório nº 99/2019/CGDC/DICOL.Recorrentes: Ricardo Berreta Pavie, Luiz Antônio dos Santos, Marcelo

Almeida de Souza, Pedro Américo Herbst, Carlos Fernando Costa, Newton Carneiro daCunha, Maurício França Rubem e Luis Carlos Fernandes Afonso.

Recorrida: Rafaela Guedes Medina Coeli.Procurador: Roberto Eiras Messina - OAB/SP nº 84.267.Entidade: PETROS - Fundação Petrobrás de Seguridade Social.Relator: Alfredo Sulzbacher Wondracek.Ementa: ANÁLISE DE AUTO DE INFRAÇÃO. APLICAR OS RECURSOS

GARANTIDORES DAS RESERVAS TÉCNICAS, PROVISÕES E FUNDOS DOS PLANOS DEBENEFÍCIOS EM DESACORDO COM AS DIRETRIZES ESTABELECIDAS PELO CONSELHOMONETÁRIO NACIONAL. INVESTIMENTO EM DEBÊNTURES SEM A ADEQUADA ANÁLISEDE RISCOS. INAPLICABILIDADE DO §2º DO ART. 22 DO DECRETO Nº 4.942/2003.PROCEDÊNCIA. 1. Constitui irregularidade aplicar os recursos garantidores das reservastécnicas em desacordo com as diretrizes estabelecidas pelo Conselho MonetárioNacional - CMN. 2. A aquisição de debêntures sem a adequada análise de riscos violao disposto nos artigos 4º, 9º e 30 da Resolução CMN nº 3.792/2009. 3. Demonstradoo nexo causal entre as condutas dos autuados e a infração, cabe a imputação deresponsabilidade aos infratores. 4. Inaplicabilidade do benefício previsto no §2º do art.22 do Decreto nº 4.942/2003 quando ausentes seus pressupostos legais.

Decisão: Por unanimidade de votos, Recurso Voluntário conhecido. Pormaioria, prejudicial de mérito, preliminar de coisa julgada administrativa e preclusãoadministrativa afastadas. No mérito, por maioria de votos, recurso não provido.Recurso de Ofício conhecido por unanimidade de votos e, por maioria, não provido.Vencido o Conselheiro João Paulo de Souza na divergência inaugurada. Declarado oimpedimento do Conselheiro Marcelo Sampaio Soares, nos termos do artigo 42, §3º doDecreto nº 7.123/2010.

Ausentes justificadamente os Conselheiros Carlos Alberto Pereira, Marlenede Fátima Ribeiro Silva, Tirza Coelho de Souza, Alfredo Sulzbacher Wondracek, MauricioTigre Valois Lundgren e Fernanda Menegati Schimitt.

3) Processo nº 44011.006476/2017-57 e 44011.001182/2018-10Auto de Infração nº 50/2017/PREVIC e Auto de Infração nº

5/2018/PREVIC.Despacho Decisório nº 118/2019/CGDC/DICOL.Recorrentes: Marco André Marques Ferreira, Carlos de Lima Moulin, Tânia

Regina Ferreira, Toni Cleter Fonseca Palmeira, Eduardo Gomes Pereira e Arthur SimõesNeto e Silvio Assis de Araújo.

Recorridos: Superintendência Nacional de Previdência Complementar -PREVIC, Eduardo Gomes Pereira e Artur Simões Neto.

Procuradores: Adriana Mourão Nogueira - OAB/DF nº 16.718 e outros.Entidade: REFER - Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social.Relatores: João Paulo de Souza e Elaine Borges da Silva.Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO SANCIONADOR. É NULA A DECISÃO

MOTIVADA EM ATO JURÍDICO-ADMINISTRATIVO QUE APRESENTA VÍCIO NA FORMA.DEMAIS PRELIMINARES AFASTADAS. PRESCRIÇÃO INTERROMPIDA POR ATO INEQUÍVOCODE APURAÇÃO.

Decisão: Por unanimidade de votos, Recursos Voluntários conhecidos,rejeitadas as preliminares de nulidade por cerceamento de defesa, não oferecimentoaos recorrentes do conhecimento do teor do Parecer DICOL, limitação dos objetos dosautos, inadmissibilidade das condutas da Resolução CGPC nº 13/2014 no tipo penaladministrativo do artigo 64 do Decreto nº 4.942/2003 e a prejudicial de prescrição. Pormaioria de votos, rejeitada a preliminar de nulidade por aplicabilidade do artigo 22,§2º do Decreto nº 4.942/2003 e acolhida a preliminar de error in procedendo,determinando a nulidade do Despacho Decisório nº 118/2019/CGDC/DICOL, com aconsequente restituição dos autos à primeira instância. Vencido o Relator, João Paulode Souza, quanto à necessidade de aplicação do artigo 22, §2º do Decreto nº4.942/2003 e o Conselheiro Paulo Nobile Diniz, na divergência inaugurada.

Ausentes justificadamente os Conselheiros Carlos Alberto Pereira, oConselheiro Amarildo Vieira de Oliveira, Marlene de Fátima Ribeiro Silva, Tirza Coelhode Souza, Alfredo Sulzbacher Wondracek, Mauricio Tigre Valois Lundgren e FernandaMenegati Schimitt.

4) Processo nº 44170.000007/2016-11Auto de Infração nº 0021/16-48.Despacho Decisório nº 51/2019/CGDC/DICOL.Recorrentes: Thadeu Duarte Macedo Neto, Silvio Michelutii Aguiar, Eloir

Cogliati e Luiz Roberto Doce Santos.Procuradores: Bruno Silva Navega - OAB/RJ nº 118.948, Heber Leal Marinho

Wedemann - OAB/SP nº 401.815 e outros.Entidade: SERPROS - Fundo Multipatrocinado.Relator: Marcelo Sampaio Soares.Decisão: Sobrestado o julgamento nos termos do art. 38, parágrafo único da

Portaria MPS nº 282, de 31 de maio de 2011. Incluído na Pauta da 100ª ReuniãoOrdinária a ser realizada nos dias 19 de fevereiro de 2020, às 09h na Esplanada dosMinistérios, Bloco "F", 9º andar, Brasília/DF.

5) Processo nº 45183.000005/2016-45Auto de Infração nº 28/16-97.Despacho Decisório nº 173/2018/CGDC/DICOL.Recorrentes: Wagner Percussor Campos e Sandro Rogério Lima Belo.Procuradores: Roberto Eiras Messina - OAB/SP nº 84.267 e Guilherme

Loureiro Perocco OAB/DF nº 21.311.Entidade: ELETRA - Fundação Celg de Seguros e Previdência.Relatora: Marlene de Fátima Ribeiro Silva.Decisão: Sobrestado o julgamento nos termos do art. 38, parágrafo único da

Portaria MPS nº 282, de 31 de maio de 2011. Incluído na Pauta da 100ª ReuniãoOrdinária a ser realizada nos dias 19 de fevereiro de 2020, às 09h na Esplanada dosMinistérios, Bloco "F", 9º andar, Brasília/DF.

6) Processo nº 44011.006878/2017-51Auto de Infração nº 53/2017/PREVIC.Despacho Decisório nº 122/2019/CGDC/DICOL.Recorrentes: Marco André Marques Ferreira, Carlos de Lima Moulin, Tânia

Regina Ferreira, Silvio Assis de Araújo, Toni Cleter Fonseca Palmeira e Daniel AmorimRangel.

Recorridos: Artur Simões Neto, Eduardo Gomes Pereira, Kennedy de AssisMartins, Fábio Tepedino Junior, Flávio Rabello Pereira, Geraldo de Castro Filho e JoséRaimundo de Jesus Oliveira.

Procuradores: Adriana Mourão Nogueira - OAB/DF nº 16.718 e outros.Entidade: REFER - Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social.Relatora: Elaine Borges da Silva.Decisão: Sobrestado o julgamento nos termos do art. 38, parágrafo único da

Portaria MPS nº 282, de 31 de maio de 2011. Incluído na Pauta da 100ª ReuniãoOrdinária a ser realizada nos dias 19 de fevereiro de 2020, às 09h na Esplanada dosMinistérios, Bloco "F", 9º andar, Brasília/DF.

7) Processo nº 44011.003383/2018-51Auto de Infração nº 25/2018/PREVIC.Despacho Decisório nº 103/2019/CGDC/DICOL.Recorrentes: Christian Perillier Schneider e Luiz Alberto Menezes Barreto.Procurador: Heber Leal Marinho Wedemann - OAB/SP nº 401.815 e outros.Entidade: POSTALIS - Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telégrafos.Relator: Carlos Alberto Pereira.

Decisão da 99ª RO - 29/01/2019 (6426389) SEI 44011.006476/2017-57 / pg. 53

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Nº 29, terça-feira, 11 de fevereiro de 2020ISSN 1677-7042Seção 1

Decisão: Sobrestado o julgamento nos termos do art. 38, parágrafo único daPortaria MPS nº 282, de 31 de maio de 2011. Incluído na Pauta da 100ª ReuniãoOrdinária a ser realizada nos dias 19 de fevereiro de 2020, às 09h na Esplanada dosMinistérios, Bloco "F", 9º andar, Brasília/DF.

8) Processo nº 44011.007400/2018-20Auto de Infração nº 38/2018/PREVIC.Despacho Decisório nº 103/2019/CGDC/DICOL.Recorrentes: Christian Perillier Schneider e Luiz Alberto Menezes Barreto.Procurador: Heber Leal Marinho Wedemann - OAB/SP nº 401.815 e

outros.Entidade: POSTALIS - Instituto de Seguridade Social dos Correios e

Telégrafos.Relatora: Marlene de Fátima Ribeiro Silva.Decisão: Sobrestado o julgamento nos termos do art. 38, parágrafo único da

Portaria MPS nº 282, de 31 de maio de 2011. Incluído na Pauta da 100ª ReuniãoOrdinária a ser realizada nos dias 19 de fevereiro de 2020, às 09h na Esplanada dosMinistérios, Bloco "F", 9º andar, Brasília/DF.

9) Processo nº 44170.000011/2016-89Embargos de Declaração à Decisão da CRPC de 30 de abril de 2019,

publicada no D.O.U nº 92 de 15 de maio de 2019, seção 1, páginas 30 e 31.Embargantes: Marco André Marques Ferreira, Carlos de Lima Moulin, Tânia

Regina Ferrera, Silvio Assis de Araújo e Daniel Amorin Rangel.Procurador: Flávio Martins Rodrigues - OAB/RJ nº 59.051 e outros.Entidade: Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social - REFER.Relatora: Marlene de Fátima Ribeiro Silva.Decisão: Sobrestado o julgamento nos termos do art. 38, parágrafo único da

Portaria MPS nº 282, de 31 de maio de 2011. Incluído na Pauta da 100ª ReuniãoOrdinária a ser realizada nos dias 19 de fevereiro de 2020, às 09h na Esplanada dosMinistérios, Bloco "F", 9º andar, Brasília/DF.

10) Processo nº 44011.000320/2017-62Auto de Infração nº 4/2017/PREVICDespacho Decisório nº 143/2019/CGDC/DICOLRecorrente: Superintendência de Previdência Complementar - PREVIC.Recorridos: Flavia Roldan B. Gama, Marcelo Andreetto Perilo, Alcinei

Cardoso Rodrigues, Carlos Fernando Costa, Roberto Henrique Gremmler, NewtonCarneiro da Cunha, Mauricio França Rubem, Luis Carlos Fernandes Afonso e WagnerPinheiro de Oliveira.

Procurador: Roberto Eiras Messina - OAB/SP nº 84.267.Entidade: PETROS - Fundação Petrobrás de Seguridade Social.Relatora: Maria Batista da Silva.Decisão: Sobrestado o julgamento nos termos do art. 38, parágrafo único da

Portaria MPS nº 282, de 31 de maio de 2011. Incluído na Pauta da 100ª ReuniãoOrdinária a ser realizada nos dias 19 de fevereiro de 2020, às 09h na Esplanada dosMinistérios, Bloco "F", 9º andar, Brasília/DF.

11) Processo nº 44011.003269/2017-41Auto de Infração nº 26/2017/PREVIC.Decisão nº 30/2018/PREVIC.Recorrentes: Superintendência de Previdência Complementar - PREVIC,

Thadeu Duarte Macedo Neto, Silvio Michelutti de Aguiar, Eloir Cogliatti, Luiz RobertoDoce Santos, Paulo Roberto Dias Lopes, Armando Martins Carneiro Lopes e André LuisAzevedo Guedes.

Recorridos: Paulo Vicente Coutinho dos Santos e Marisa Nunes doAmaral.

Procuradores: Nathalia Hang Schiatti - OAB/RJ nº 175.344 e GuilhermeLoureiro Perocco - OAB/DF nº 21.311.

Entidade: SERPROS - Fundo Multipatrocinado.Relatora: Tirza Coelho de Souza.Decisão: Sobrestado o julgamento nos termos do art. 38, parágrafo único da

Portaria MPS nº 282, de 31 de maio de 2011. Incluído na Pauta da 100ª ReuniãoOrdinária a ser realizada nos dias 19 de fevereiro de 2020, às 09h na Esplanada dosMinistérios, Bloco "F", 9º andar, Brasília/DF.

12) Processo nº 44011.007749/2017-81Comissão de Inquérito Administrativo constituída pela Portaria nº 1.004, de

19 de outubro de 2017.Despacho Decisório nº 243/201/CGDC/DICOL.Recorrentes: Roberto Macedo de Siqueira Filho, Paulo Fernando Moura de

Sá, Areovaldo Alves de Figueiredo, Máximo Joaquim Calvo Villar Junior, André LuísCarvalho da Motta e Silva, Emmanuel Rêgo Alves Vilanova, Luiz Alberto MenezesBarreto, José Rivaldo da Silva, Manoel dos Santos Oliveira Cantoara, Antonio CarlosConquista, Manoel Almeida Santana, Ernani de Sousa Coelho e Christian PerillierSchneider.

Outros interessados: José Alberto Brito, Pedro José da Silva Mattos,Humberto José Teófilo Guimarães, Francisco de Assis Mesquita Junior, Ricardo OliveiraAzevedo, Ginne Siqueira Diniz, Maria Auxiliadora Alves da Silva, Wailson de Melo Costa,Sérgio Maurício Bleasby Rodrigues, Hugo Lancarter Mol, Alexandre Dias Miguel e PauloEduardo Cabral Furtado.

Procuradores: Heber Leal Marinho Wedemann - OAB/RJ nº 169.770, Arthurde Oliveira Calaça Costa - OAB/DF nº 59.680, Renata Mollo dos Santos - OAB/SP nº179.369, Eduardo do Reis Rios Guirau - OAB/DF nº 33.184, Kelly Oliviera de Araújo -

OAB/DF nº 21.830, Thiago de Carvalho Migliato - OAB/DF nº 36.009; Valéria IldaDuarte Pessoa - OAB/DF nº 9.706, Leonardo Pimentel Bueno - OAB/DF nº 22.403, JorgeUlisses Jacoby Fernandes - OAB/DF Nº 6.546, Beatriz Cruz da Silva - OAB/DF nº 24.967e Vinicius Bondarenko Pereira - OAB/PR nº 55.966.

Entidade: POSTALIS - Instituto de Previdência Complementar.Relator: João Paulo de Souza.Decisão: Sobrestado o julgamento nos termos do art. 38, parágrafo único da

Portaria MPS nº 282, de 31 de maio de 2011. Incluído na Pauta da 100ª ReuniãoOrdinária a ser realizada nos dias 19 de fevereiro de 2020, às 09h na Esplanada dosMinistérios, Bloco "F", 9º andar, Brasília/DF.

13) Processo nº 44011.002964/2018-76Auto de Infração nº 22/2018/PREVIC.Despacho Decisório nº 144/2019/CGDC/DICOL.Recorrentes: Carlos Frederico Aires Duque, Miguel Alexandre da Conceição

David, Alexandre Franco Garioli e Maria Aparecida Donô.Recorridos: Diblaim Carlos da Silva e Alessandra Cardoso de Oliveira

Azevedo.Procuradores: Fábio Zambitte Ibrahim - OAB/RJ nº 216.052, Eduardo Gohn

Goulart - OAB/RJ nº 113.883, Carlos Silveira - OAB/RJ nº 57.415, Heber Leal MarinhoWedemann - OAB/RJ nº 169.770 e Roberto Eiras Messina - OAB/SP nº 84.267;

Entidade: INFRAPREV - Instituto Infraero de Seguridade Social.Relatora: Maria Batista da Silva.Decisão: Sobrestado o julgamento nos termos do art. 38, parágrafo único da

Portaria MPS nº 282, de 31 de maio de 2011. Incluído na Pauta da 100ª ReuniãoOrdinária a ser realizada nos dias 19 de fevereiro de 2020, às 09h na Esplanada dosMinistérios, Bloco "F", 9º andar, Brasília/DF.

MARIO AUGUSTO CARBONIPresidente

CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS

2ª SEÇÃO2ª CÂMARA

ATA DE JULGAMENTOS

Ata de julgamento dos recursos das sessões ordinárias da 2ª TurmaOrdinária da 2ª Câmara da 2ª Seção

A integra das decisões proferidas - acórdãos e resoluções - serão publicadasno sitio do CARF em https://carf.fazenda.gov.br , podendo ser pesquisadas pelonúmero do acórdão ou da resolução, pelo número do processo ou pelo nome docontribuinte.

Os processos administrativos poderão ser acompanhados pelo sitio do CARFhttps://carf.fazenda.gov.br mediante cadastramento no sistema PUSH.

15 DE JANEIRO DE 2020 A 17 DE JANEIRO DE 2020

Aos quinze dias do mês de janeiro do ano de dois mil e vinte, às oito horase trinta minutos, Setor Comercial Sul, Quadra 01, Bloco J, Edifício Alvorada, Brasília,Distrito Federal, reuniram-se os membros da 2ª Turma Ordinária da 2ª Câmara da 2ªSeção, estando presentes os conselheiros Mário Hermes Soares Campos, Martin daSilva Gesto, Ricardo Chiavegatto de Lima, Ludmila Mara Monteiro de Oliveira, CaioEduardo Zerbeto Rocha, Leonam Rocha de Medeiros, Juliano Fernandes Ayres e RonnieSoares Anderson (Presidente), a fim de ser realizada a presente Sessão Ordinária.

Processo: 10680.724269/2010-15 - CELULOSE NIPO BRASILEIRA S A CENIBRA- Acórdão: 2202-005.851

Processo: 10680.723280/2008-35 - CELULOSE NIPO BRASILEIRA S A CENIBRA- Acórdão: 2202-005.852

Processo: 10680.724271/2010-86 - CELULOSE NIPO BRASILEIRA S A CENIBRA- Acórdão: 2202-005.853

Processo: 13629.001610/2006-99 - CELULOSE NIPO BRASILEIRA S/A-CENIBRA- Acórdão: 2202-005.854

Processo: 11020.720373/2007-63 - MADARCO S A INDUSTRIA E COMERCIO -Acórdão: 2202-005.855

Processo: 11040.720042/2007-95 - MADARCO S A INDUSTRIA E COMERCIO -Acórdão: 2202-005.856

Processo: 11040.720056/2007-17 - MADARCO S A INDUSTRIA E COMERCIO -Acórdão: 2202-005.857

Processo: 10325.720808/2017-54 - SUZANO PAPEL E CELULOSE S.A. -Acórdão: 2202-005.858

Processo: 10325.720809/2017-07 - SUZANO PAPEL E CELULOSE S.A. -Acórdão: 2202-005.859

Processo: 10325.720810/2017-23 - SUZANO PAPEL E CELULOSE S.A. -Acórdão: 2202-005.860

Processo: 10183.722727/2014-16 - BAYER S.A. - Acórdão: 2202-005.861Processo: 10183.722513/2014-31 - BAYER S.A. - Acórdão: 2202-005.862Processo: 10183.722514/2014-86 - BAYER S.A. - Acórdão: 2202-005.863Processo: 10183.722684/2014-61 - BAYER S.A. - Acórdão: 2202-005.864Processo: 10183.722728/2014-52 - BAYER S.A. - Acórdão: 2202-005.865Processo: 13609.721881/2014-11 - MINAS REFLORESTA LTDA - Acórdão:

2202-005.866Processo: 10680.720193/2009-15 - ELVIRA CAROZZANI DE LORENZO -

Acórdão: 2202-005.867Processo: 11080.734485/2012-54 - ELISIANE MARIA DE ALMEIDA AZEREDO -

Acórdão: 2202-005.868Processo: 11080.734487/2012-43 - ELISIANE MARIA DE ALMEIDA AZEREDO -

Acórdão: 2202-005.869Processo: 11080.734486/2012-07 - ELISIANE MARIA DE ALMEIDA AZEREDO -

Acórdão: 2202-005.870Processo: 10680.721441/2013-13 - VALE S.A. - Retirado de pauta.Processo: 10680.721289/2013-79 - VALE S.A. - Retirado de pauta.Processo: 10680.721290/2013-01 - VALE S.A. - Retirado de pauta.Processo: 10680.721438/2013-08 - VALE S.A. - Retirado de pauta.Processo: 10680.721439/2013-44 - VALE S.A. - Retirado de pauta.Processo: 10680.721440/2013-79 - VALE S.A. - Retirado de pauta.Processo: 10680.721768/2013-95 - VALE S.A. - Retirado de pauta.Processo: 10680.721769/2013-30 - VALE S.A. - Retirado de pauta.Processo: 10680.721770/2013-64 - VALE S.A. - Retirado de pauta.Processo: 10680.721771/2013-17 - VALE S.A. - Retirado de pauta.Processo: 10680.721772/2013-53 - VALE S.A. - Retirado de pauta.Processo: 10680.721773/2013-06 - VALE S.A. - Retirado de pauta.Processo: 11516.721647/2012-27 - BOSSARDI & SELVA LTDA - ME - Acórdão:

2202-005.871Processo: 10680.722986/2009-61 - CELULOSE NIPO BRASILEIRA S A CENIBRA

- Acórdão: 2202-005.872Processo: 10680.722987/2009-13 - CELULOSE NIPO BRASILEIRA S A CENIBRA

- Acórdão: 2202-005.873Processo: 10680.722990/2009-29 - CELULOSE NIPO BRASILEIRA S A CENIBRA

- Acórdão: 2202-005.874Processo: 11040.720049/2007-15 - MADARCO S A INDUSTRIA E COMERCIO -

Acórdão: 2202-005.875Processo: 13433.720011/2008-27 - QUEIROZ GALVAO ALIMENTOS S/A -

Acórdão: 2202-005.876Processo: 13433.720018/2008-49 - QUEIROZ GALVAO ALIMENTOS S/A -

Acórdão: 2202-005.877Processo: 13433.720006/2008-14 - QUEIROZ GALVAO ALIMENTOS S/A -

Acórdão: 2202-005.878Processo: 13609.720119/2007-80 - SUZANO PAPEL E CELULOSE S.A. -

Acórdão: 2202-005.879Processo: 13609.720126/2007-81 - SUZANO PAPEL E CELULOSE S.A. -

Acórdão: 2202-005.880Processo: 10384.723448/2016-67 - SUZANO PAPEL E CELULOSE S.A. -

Acórdão: 2202-005.881Processo: 13558.720091/2008-12 - SUZANO PAPEL E CELULOSE S.A. -

Acórdão: 2202-005.882Processo: 10410.724090/2011-11 - NADJA GRACINDO SOARES PALMEIRA -

Acórdão: 2202-005.883Processo: 10410.724093/2011-54 - NADJA GRACINDO SOARES PALMEIRA -

Acórdão: 2202-005.884Processo: 10410.724096/2011-98 - NADJA GRACINDO SOARES PALMEIRA -

Acórdão: 2202-005.885Processo: 13884.722996/2012-01 - SUZANO PAPEL E CELULOSE S.A. -

Acórdão: 2202-005.886Processo: 10855.723729/2011-11 - SUZANO PAPEL E CELULOSE S.A. -

Acórdão: 2202-005.887Processo: 10680.722989/2009-02 - CELULOSE NIPO BRASILEIRA S A CENIBRA

- Acórdão: 2202-005.888Processo: 10183.720100/2006-11 - FRANCIS MARIS CRUZ - Acórdão: 2202-

005.889Processo: 10183.720101/2006-57 - FRANCIS MARIS CRUZ - Acórdão: 2202-

005.890Processo: 10183.720102/2006-00 - FRANCIS MARIS CRUZ - Acórdão: 2202-

005.891Processo: 10480.725335/2013-65 - USINA SAO JOSE S/A - Acórdão: 2202-005.892Processo: 10480.720109/2007-40 - USINA SAO JOSE S/A - Acórdão: 2202-005.893

Decisão da 99ª RO - 29/01/2019 (6426389) SEI 44011.006476/2017-57 / pg. 54