lixo - recurso

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Documento assinado digitalmente, conforme MP n.° 2.200-2/2001, Lei n.° 11.419/2006 e Resolução n.° 09/2008, do TJPR/OE O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tjpr.jus.br Página 1 de 25 AGRAVO INTERNO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 845771-2/02, DA 2ª VARA CÍVEL DE MARINGÁ Agravante : MUNICÍPIO DE MARINGÁ Agravado : MINISTÉRIO PÚBLICO Relator : Des. LEONEL CUNHA EMENTA 1) DIREITO PROCESSUAL CIVIL E AMBIENTAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA QUE IMPÕE OBRIGAÇÕES DE FAZER AO MUNICÍPIO. ASTREINTES. FIXAÇÃO CONTRA AGENTE PÚBLICO. VIABILIDADE. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DO CUMPRIMENTO DA SENTENÇA NOS MOLDES EM QUE FOI PROFERIDA. INEXISTÊNCIA DE DISPOSIÇÃO PARA SE FIXAR TERMO FINAL DA MULTA. a) A multa foi instituída em segunda instância, a incidir após prazo concedido para o Chefe do Poder Executivo, para o caso de descumprimento da decisão proferida na Ação Civil Pública.

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TJ nega recurso à prefeitura de Maringá (lixo)

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AGRAVO INTERNO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº

845771-2/02, DA 2ª VARA CÍVEL DE MARINGÁ

Agravante : MUNICÍPIO DE MARINGÁ

Agravado : MINISTÉRIO PÚBLICO

Relator : Des. LEONEL CUNHA

EMENTA

1) DIREITO PROCESSUAL CIVIL E AMBIENTAL.

AÇÃO CIVIL PÚBLICA QUE IMPÕE OBRIGAÇÕES DE FAZER

AO MUNICÍPIO. ASTREINTES. FIXAÇÃO CONTRA AGENTE

PÚBLICO. VIABILIDADE. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO

DO CUMPRIMENTO DA SENTENÇA NOS MOLDES EM QUE

FOI PROFERIDA. INEXISTÊNCIA DE DISPOSIÇÃO PARA SE

FIXAR TERMO FINAL DA MULTA.

a) A multa foi instituída em segunda instância, a

incidir após prazo concedido para o Chefe do Poder

Executivo, para o caso de descumprimento da decisão

proferida na Ação Civil Pública.

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Agravo Interno nº 845771-2/02

b) Com efeito, no contexto da discussão do

Agravo de Instrumento, a busca por soluções

alternativas, enquanto não implementadas na

resolução apropriada do problema, não eximia o

MUNICÍPIO de cumprir a sentença proferida há muito

tempo.

c) Ademais, observa-se dos autos que na

petição juntada nas fls. 41/52, o MINISTÉRIO PÚBLICO

requereu que fosse oficiado o Instituto Ambiental do

Paraná – IAP, a fim de averiguar se os itens nºs 3 e 4,

que estabeleceram, respectivamente, as obrigações de

destinar outro local para o aterro sanitário, a ser

implantado dentro das normas técnicas do Instituto

Ambiental do Paraná, com elaboração de Estudo e

Relatório de Impacto Ambiental e de destinar de forma

específica o lixo hospitalar dentro das normas técnicas

da legislação pertinente, que foi deferido pelo Juízo “a

quo” nas fl. 65.

d) Contudo, não há nos autos qualquer resposta

do órgão ambiental atestando o cumprimento dos itens

acima transcritos, de modo que, conforme já exposto

na decisão proferida nos Embargos de Declaração, a

análise do cumprimento ou não da decisão proferida na

Ação Civil Pública compete primeiramente ao Juízo “a

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Agravo Interno nº 845771-2/02

quo”, para então se verificar a incidência ou não da

multa fixada por este Tribunal.

e) Ademais, o fato ter sido celebrado contrato

com a empresa CONSTROESTE CONSTRUTORA E

PARTICIPAÇÕES LTDA, vencedora da Concorrência

Pública nº 25/2010-PMM, cujo objeto era a contratação

de empresa especializada para prestação dos serviços

de recepção e destinação final de resíduos sólidos

domiciliares do Município de Maringá, não significa que

cumpriu a sentença em seus exatos termos. Daí porque

não há falar-se em “premissa fática equivocada”.

f) Além disso, destaca-se que se a sentença da

Ação Civil Pública foi devidamente cumprida, conforme

sustentado pelo Agravante não incidirá a multa fixada

pelo Tribunal, não sendo o caso de modificação da

decisão.

g) Por outro lado, a decisão proferida no sentido

de fixar prazo para o cumprimento da sentença não

está adentrando ao mérito administrativo, apenas

dando efetividade atividade jurisdicional.

h) A propósito, conforme já consignei no

julgamento do Agravo nº 644783-4: “Não há mais como

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Agravo Interno nº 845771-2/02

justificar a concessão de maior prazo, sob pena de

tornar letra morta toda a sentença cuidadosamente

prolatada pelo Juízo “a quo”, além de, por via

transversa, permitir a manutenção do dano diário ao

meio ambiente, bem como toda a coletividade” (fl. 53).

i) Noutro aspecto, não há falar-se em revogação

da multa imposta ao Chefe do Poder Executivo, pois a

multa seria inútil e não produziria nenhum efeito se

imposta apenas a pessoa jurídica de direito público, na

medida em que o administrador não sofreria qualquer

penalidade, de modo que não seria coagido para tomar

as providências necessárias ao cumprimento da

obrigação imposta.

j) Daí porque indispensável o direcionamento

da multa ao administrador, pessoa a quem cabe o

cumprimento da obrigação.

l) É bem de ver, ainda, que não procede a

alegação no sentido de que o valor da multa imposta

tem caráter intimidatório e não compensatório, pois a

multa tem por finalidade compelir o MUNICÍPIO a

cumprir decisão judicial, de modo que se fixada em

valor irrisório estaria estimulando o descumprimento.

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Agravo Interno nº 845771-2/02

m) Por outro lado, nos termos do artigo 461,

parágrafo 5º, do Código de Processo Civil, não há

qualquer disposição no sentido de que deva ser fixado

termo final, sendo, oportuno, ainda, consignar que se

de fato a obrigação for cumprida a multa diária deixará

de incidir.

2) AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA

PROVIMENTO.

Vistos, RELATÓRIO

1) O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO

PARANÁ ajuizou AÇÃO CIVIL PÚBLICA em face do

MUNICÍPIO DE MARINGÁ.

2) Na referida AÇÃO CIVIL PÚBLICA, a

sentença (fls. 24/35) condenou o MUNICÍPIO DE

MARINGÁ a: a) “obrigação de não fazer consistente em

se abster de utilizar para fins de depósito de lixo o

terreno conhecido como “lixão” localizado na estrada

São José, Gleba Pinguim, lotes 31A-1 e 31B” (fl. 33); b)

“obrigação de fazer consistente em promover a

recomposição da área em questão, com recuperação

integral da superfície do ambiente afetado, adotando as

medidas necessárias para que os resíduos sólidos ali

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Agravo Interno nº 845771-2/02

existentes sejam totalmente recobertos e que seja

controlada a emissão de derivados líquidos para que

não atinjam curso d’água” (fl. 34); c) “obrigação de

fazer consistente em destinar outro local para o aterro

sanitário, a ser implantado dentro das normas técnicas

do IAP, com elaboração de Estudo e Relatório de

Impacto Ambiental” (fl. 34); d) “a obrigação de fazer

consistente em destinar de forma específica o lixo

hospitalar dentro das normas técnicas da legislação

pertinente” (fl. 34) ; e) “obrigação de fazer consistente

em promover a realização de programa de gestão

ambientalmente adequado aos resíduos urbanos,

proporcionando condições de trabalho para a população

que vive do lixo com a implementação de reciclagem

que abranja toda a coleta de lixo do Município” (fl. 34),

bem como estabeleceu os seguintes prazos para o

cumprimento das medidas acima: a) 04 (quatro) meses

para o integral cumprimento dos itens a, b, e c, a contar

das datas delimitadas na liminar; b) 03 (três) meses

para o efetivo início do cumprimento do item d, a

contar do trânsito em julgado da presente; e c) 06 (seis)

meses para o efetivo início do cumprimento do item

remanescente, a contar do trânsito em julgado da

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Agravo Interno nº 845771-2/02

presente, sob pena de multa no valor de R$ 10.000,00

(dez mil reais) por mês de descumprimento.

3) O Juízo “a quo” (fl. 40) despachou nos

seguintes termos: “Vistas ao Ministério Público

(Exequente), por cinco dias, para delimitar o conteúdo

da execução diante da notícia dada pelo executado de

que não mais estar utilizando o perímetro referente ao

antigo lixão para depositar quaisquer novos resíduos

sólidos”.

4) O MINISTÉRIO PÚBLICO se manifestou a

respeito do despacho (fls. 41/52), sustentando que: a) a

Administração não está dando cumprimento à

sentença, sob o argumento de que existem “técnicas

inovadoras”, dentre elas, a instalação de uma usina

termoelétrica, mantida com queima de lixo, todavia, “a

pretensão exteriorizada pelo Município de Maringá

contraria não apenas a r. decisão prolatada na ação

civil pública, mas a legislação superveniente a ela e que

trata da Política Nacional de resíduos Sólidos (Lei

12.305, de 2 de agosto de 2010)” (fl. 45); b) a

Administração não demonstrou o cumprimento da

obrigação constante da alínea a, bem como “obstou a

ação fiscalizatória do próprio IBAMA (a que ponto se

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Agravo Interno nº 845771-2/02

chegou !), consoante apontado em petição ministerial à

fl. 2245 e documentos às fls. 2246/2257, o que motivou

o requerimento do Ministério público à fl. 2261 para que

oficial de Justiça dessa Vara compareça ao local

(“lixão”), a fim de verificar as informações e, se for o

caso, proceda a prisão daqueles que estejam

descumprindo a decisão judicial, fazendo-se relatório ao

Juízo” (fl. 45); c) acerca das obrigações constantes dos

itens 2 a 4 “dependem para a aferição de seu

cumprimento de parecer técnico da autoridade

competente (IAP), ainda não havendo estudo conclusivo

nos autos” (fl. 45); d) no que diz respeito à recuperação

da área do antigo “lixão” “se é que está totalmente

desativado, deve haver laudo do IAP, atestando de

forma cabal o cumprimento da obrigação” (fl. 46); e)

“sobre a condenação do Município a ‘destinar outro

local para o aterro sanitário’, é matéria que merece

aprofundada reflexão. Consta que os resíduos estariam

sendo descarregados na Pedreira Ingá, ao lado do

antigo lixão, portanto, o que, convenhamos, a toda

evidência, se traduz em solução precária, emergencial

mesmo, pois o Município deve disponibilizar local

adequado para seu aterro sanitário, absolutamente

dentro das normas sanitárias, preconizando-se prévios

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EIA e RIMA” (fl. 46), quando deveria ter “desapropriado

área em local de acordo com os padrões preconizados

pelos órgãos ambientais (IAP e IBAMA) e feito o seu

aterro, o que teria resolvido a questão em definitivo há

muito tempo” (fl. 47); f) a obrigação de reciclagem

também não foi devidamente implantada, eis que

“timidamente ensaiada nos autos, mas que na cidade

não tem funcionado” (fl. 47). Requereu: a) a expedição

de ofício ao Instituto Ambiental do Paraná – IAP

solicitando: (i) “vistoria e, emissão do respectivo laudo,

acerca do antigo ‘lixão’ de Maringá, no endereço

declinado na inicial, devendo aquele Órgão informar se

o local encontra-se de fato integralmente desativado,

sem receber qualquer tipo de material (resíduo ou

rejeito), haja vista notícia constante nos autos dando

conta de eventual descarregamento e também

considerando o obstáculo causado pelo Município de

Maringá à fiscalização do IBAMA” (fl. 48), bem como

“informações acerca da recomposição da respectiva

área, com a recuperação ambiental do local, juntando-

se os documentos probatórios (atinentes às obrigações

discriminadas nos itens 1 e 2 desta manifestação)” (fl.

48); (ii) informações acerca das obrigações

mencionadas nos itens 3 e 4, notadamente, no que diz

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respeito à existência de concessão de licença “para

proceder ao descarregamento de resíduos sólidos no

atual local em que se encontra a denominada Pedreira

Ingá” (fl. 49), bem como se a Pedreira Ingá possui

“passivo ambiental, de qual ordem e se há plano para

compensação e se a área onde o lixo está sendo

descarregado contraria regulamentações do CONAMA”

(fl. 49) e, ainda, que fosse apresentada informações a

respeito de estudos “sobre a possibilidade de infiltração

no solo, dado que o local é uma pedreira e se há risco

de vazamento de chorume, dentre outras formas de

contaminação do lençol freático, mesmo com adoção

de providências como a utilização de mantas” (fl. 50);

(iii) se foram realizados estudos para desapropriação de

locais adequados a receber em definitivo o aterro

sanitário; b) a expedição de ofício ao Município, a fim

que fosse informado a respeito do “programa de gestão

ambientalmente adequado aos recursos urbanos

proporcionando condições de trabalho para a população

que vive do lixo com a implementação de reciclagem

que abranja toda a coleta de lixo no Município, na forma

determinada na r. sentença” (fl. 50), bem como que o

Município apresentasse o “autodiagnóstico do lixo em

Maringá” (fl. 50); c) a expedição de ofício ao Senhor

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Prefeito “para que se abstenha de contratar

experiências ou técnicas de incineração, vez que em

radical afronta à decisão judicial, até agora não

cumprida, seja no tocante à destinação da área do

aterro (em definitivo), seja quanto à implementação da

reciclagem e de outras formas, nos termos do artigo 6º

da Lei Federal 12.305/2010, de menor impacto

ambiental (inciso IV), que considerem as variáveis

sócio-econômicas), que levem ao desenvolvimento

sustentável (inciso IV), que se traduzam na interação

com os demais segmentos da sociedade (inciso VI), que

tenham em conta a responsabilidade compartilhada

pelo ciclo de vida dos produtos (inciso VII), que

reconheçam o resíduo sólido reutilizável e reciclável

como um bem econômico e de valor social, gerador de

trabalho e renda e promotor de cidadania (inciso VIII)”

(fl. 51).

5) O Juízo “a quo” (fl. 61) decidiu: “1-

Defiro o pedido do Ministério Público de fs. 2.315 e ss.

Oficie-se o Instituto Ambiental do Paraná – IAP

solicitando a realização da vistoria com emissão de

laudo acerca do antigo “lixão”, bem como, solicitando

as informações requeridas às fs. 2.322 à 2.325. 2 -

Oficie-se o município de Maringá para que preste as

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Agravo Interno nº 845771-2/02

informações requeridas. 3 - Oficie-se o Prefeito

Municipal para que se abstenha de contratar

experiências ou técnicas de incineração, conforme

requerido. 4 - Nos ofícios deferidos nos itens 2 e 3, deve

ser observado que houve o arbitramento de multa de

R$ 10.000,00 por mês em caso descumprimento da

decisão judicial”.

6) Dessa decisão o MUNICÍPIO opôs

Embargos de Declaração (fls. 64/75), pedindo que fosse

“recebido o presente embargos de declaração, em vista

da excepcionalidade configurada e dado provimento,

atribuindo os efeitos infringentes, a fim de modificar a

decisão de fls. 2327, revogando o item 3, para que o

município possa dar continuidade ao projeto de

implantar a tecnologia mais adequada para a

destinação dos resíduos sólidos da cidade de Maringá”

(fl. 75), sob os argumentos de que: a) a implantação de

programa de tratamento de resíduos sólidos com

técnicas modernas não contraria a sentença; b) a

alegação de que o Município opta por técnicas

inovadoras de incineração e, assim, descumpre a

decisão judicial no que diz respeito a destinação da

área do aterro não é verdadeira, desconhecendo o

Ministério Público as vantagens sociais, econômicas e

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ambientais de uma Usina de Reciclagem Energética; c)

o modelo sugerido pelo Ministério Público, novo aterro

sanitário, “não condiz com a atual realidade, contudo, é

possível que na época da decisão judicial – em 2005 –

no Brasil, pouco se falava sobre unidades de reciclagem

energética, sendo os aterros a medida mais adotada no

país, no entanto, a decisão referiu-se (indiretamente) a

outro local para destinar o lixo, e não necessariamente

qual tecnologia/modelo adotar, primeiro porque não foi

debatida nos autos acerca das formas de destinação

final dos resíduos, segundo, que não se pode fechar os

olhos para as melhores tecnologias, cujos resultados e

benefícios se destacam, até porque, em se tratando de

meio ambiente não importa o meio e sim o fim, que é a

materialização de um meio ambiente equilibrado. De

outro viés, caso assim não entenda, a flexibilização da

decisão é medida que se impõe, em vista do bem maior

a ser tutelado esculpido no art. 225 da CF, tratando-se

de valores fundamentais indisponíveis” (fl. 70); d) a

implantação da Usina de Reciclagem Energética está

em estado avançado, eis que já foi realizado o

procedimento de Manifestação de Interesse

(“procedimento este que visa oportunizar a empresas

privadas a apresentarem estudos acerca da destinação

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Agravo Interno nº 845771-2/02

final de resíduos” (fl. 71)) e, em 27.07.201, foi

instaurado o procedimento licitatório, que tem por

escopo “a contratação de empresa para analisar os

estudos apresentados na manifestação de interesse,

dada a sua complexidade, e analisar quanto ao seu

aproveitamento de natureza técnica, jurídica e

econômica, incluindo consultoria para elaborar o

projeto básico e minuta de edital para licitação em

definitivo dos resíduos da cidade de Maringá” (fls.

71/72); e) deve ser entendido que a sentença impôs a

obrigação de fazer consistente em destinar outro local

para a destinação dos resíduos e não o modelo a ser

adotado, sendo importante, neste aspecto, ressaltar

que “já se passaram 06 anos e caso seja adotada uma

tecnologia obsoleta, os danos serão de todos evidente

(ambiental, econômico, social) em face de uso de

tecnologia ultrapassada” (fl. 73), no entanto, se assim

não entender, a flexibilização da sentença é medida

mais apropriada.

7) A decisão (fls. 62/63) revogou o item 3

da decisão de fl. 61-TJ e indeferiu o pedido efetuado

pelo Ministério Público para que o Município fosse

proibido de contratar experiências ou técnicas de

incineração de resíduos sólidos urbanos, sob o

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Agravo Interno nº 845771-2/02

fundamento de que “o motivo da existência do item da

sentença ora questionado não é o de prender o

Município de Maringá à execução tão somente da forma

de tratamento de lixo que contemple reserva de

mercado para as pessoas que se sustentam da coleta

de materiais recicláveis, mas o de dar uma solução de

curto prazo para não deixar ao desamparo as pessoas

que até então orbitavam diuturnamente os montes de

lixo que eram despejados no antigo lixão. Portanto,

como o Município de Maringá tem a intenção de

construir usina datada das mais recentes tecnologias,

pelas quais o lixo será disposto e tratado de forma a

dispensar a mão de obra dos coletores autônomos, não

é o caso de se impedir. Apenas remanescerá sem

objeto o item e do dispositivo da sentença, que, mais

uma vez repito, integrou o dispositivo da sentença

apenas em face da preocupação com o destino

imediato das pessoas que até então extraíam renda da

coleta de materiais recicláveis dentro do antigo lixão”

(fl. 62-v./63).

8) Contra essa decisão o MINISTÉRIO

PÚBLICO agravou de instrumento (fls. 02/22),

sustentando que: a) os Embargos de Declaração, com

efeitos infringentes, só são cabíveis em casos

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Agravo Interno nº 845771-2/02

excepcionais, que não é o caso dos autos; b) a decisão

agravada deve ser declarada nula, pois houve ofensa

aos princípios da ampla defesa e do contraditório, eis

que foi dado efeito infringente aos Embargos de

Declaração, sem que houvesse sua intimação para

contrarrazoar; c) a administração não está cumprindo a

decisão, ou seja, está “reinterpretando a determinação

da sentença do modo que melhor lhe convém,

notadamente, veiculando na mídia a sua pretensão em

incinerar o lixo, bem de licitar a contratação de

empresas especializadas para ‘a recuperação

energética de resíduos’” (fl. 15); d) “para o

funcionamento de sistemas de tratamento térmico de

resíduos e de atividades poluidoras mister se faz seguir

o previsto nas Resoluções N.º 316 e N.º 237, ambas do

CONAMA, além do que, as leis municipais a respeito do

tratamento de resíduos sólidos em Maringá instituem

programas de reciclagem, coleta seletiva e

conscientização, inclusive com investimentos

volumosos nesse setor ambiental (Lei 7675/2007; Lei

7487/2007; Lei 7059/2006; Lei 7252/2006), não

havendo nenhuma lei que autorize experimentos, muito

menos a prática, de incineração de resíduos” (fl. 16); e)

a implantação da Usina de Reciclagem Energética

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Agravo Interno nº 845771-2/02

“caminha antagonicamente aos objetivos de seu Plano

Diretor, assim como as diretrizes, objetivos e princípios

da Política Nacional de Resíduos Sólidos, além de em

desconformidade com o art. 2º, da Resolução Nº 237/97

e art. 26, da Resolução 316/2002” (fl. 18), bem como

descumpre a sentença prolatada nos autos da Ação

Civil Pública; f) estão presentes os requisitos para a

concessão do efeito suspensivo ao presente Recurso,

eis que a fumaça do bom direito reside “nos princípios

da prevenção e da precaução, orientados no sentido de

se adotar medidas preventivas, tendentes a evitar o

dano pela redução ou eliminação de suas causas” (fl.

20) e o perigo da demora consiste no fato “de que a

manutenção da decisão a quo pode possibilitar a

implantação da usina de incineração, sem comprovação

da sua eficiência e do seu custo-benefício, acarretando

sérios danos para o meio ambiente, o qual, dificilmente,

poderá ser revertido a status quo ante” (fl. 21). Requer,

liminarmente, a suspensão da decisão agravada e, no

mérito, o provimento do Agravo, a fim de que seja

declarada nula a decisão proferida, ante a ofensa ao

contraditório e ampla defesa, ou, alternativamente, seja

a decisão reformada “de maneira a determinar que o

município se abstenha de contratar técnicas de

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incineração, cumprindo com as obrigações da r.

sentença” (fls. 21/22).

9) Em decisão monocrática (fls. 88/103),

mantive a decisão agravada, mas com base no artigo

461, parágrafo 5º, do Código de Processo Civil,

agreguei-lhe a multa diária de R$ 500,00 (quinhentos

reais), pessoalmente, ao Senhor Prefeito, a fim de que

cumpra a sentença proferida na Ação Civil Pública nº

569/2000, segundo a melhor tecnologia possível, no

prazo de 06 (seis) meses.

10) Contra essa decisão, o MUNICÍPIO DE

MARINGÁ opôs Embargos de Declaração (fls. 113/123),

os quais foram rejeitados (fls. 203/205).

11) O MUNICÍPIO DE MARINGÁ interpôs

Agravo Interno (fls. 217/239), alegando que: a) a parte

final da decisão foi consubstanciada em premissa fática

equivocada, eis que a condenação conferida ao

Município de Maringá de destinar outro local para o

aterro sanitário, devidamente licenciado, já foi

cumprida, na medida em que foi realizada a

Concorrência Pública nº 25/2010-PMM, cujo objeto era a

contratação de empresa especializada para prestação

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dos serviços de recepção e destinação final de resíduos

sólidos domiciliares do Município de Maringá, na

quantidade estimada de 100.800 toneladas, pelo

período de 12 (doze) meses, sendo que, em

28.12.2010, foi celebrado o contrato com a empresa

CONSTROESTE CONSTRUTORA E PARTICIPAÇÕES LTDA,

vencedora do Certame; b) a empresa contratada

apresentou área diversa da anteriormente usada pelo

MUNICÍPIO, para fins de aterro sanitário, devidamente

licenciada pelo Instituto Ambiental do Paraná

(Autorização nº 29970 e Licença Ambiental de

Operação nº 24940, com validade até 16.11.2013); c)

busca outro modelo de tecnologia, com a implantação

da Usina de Reciclagem Energética, cujo processo de

implantação está em estado avançado, eis que já foi

realizado o procedimento de Manifestação de Interesse;

todavia, a imposição do prazo de 06 (seis) meses para

implantação dessa tecnologia vincula o MUNICÍPIO a

instalar a Usina de Reciclagem Energética,

independentemente da apreciação acerca da

viabilidade dos estudos prestados na Manifestação de

Interesse, bem como que o Poder judiciário está

adentrando no mérito administrativo; d) a multa deve

ser revogada, pois foi imposta ao Chefe do Poder

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Executivo, que não figura no polo passivo ou ativo da

Ação Civil Pública; e) o valor da multa imposta tem

caráter intimidatório e não compensatório, bem como

não houve a fixação do seu termo final. Pediu a

retratação, ou, sucessivamente, seja provido o Agravo

Interno, a fim de reformar a decisão monocrática.

É o relatório.

FUNDAMENTAÇÃO

O presente recurso não merece acolhido.

A multa foi instituída em segunda instância,

a incidir após prazo concedido para o Chefe do Poder

Executivo, para o caso de descumprimento da decisão

proferida na Ação Civil Pública.

Com efeito, no contexto da discussão do

Agravo de Instrumento, a busca por soluções

alternativas, enquanto não implementadas na

resolução apropriada do problema, não eximia o

Município de cumprir a sentença.

Além disso, observa-se dos autos que na

petição juntada nas fls. 41/52, o MINISTÉRIO PÚBLICO

requereu que fosse oficiado o Instituto Ambiental do

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Paraná – IAP, a fim de averiguar se os itens nºs 3 e 4,

que estabeleceram, respectivamente, as obrigações de

destinar outro local para o aterro sanitário, a ser

implantado dentro das normas técnicas do Instituto

Ambiental do Paraná, com elaboração de Estudo e

Relatório de Impacto Ambiental e de destinar de forma

específica o lixo hospitalar dentro das normas técnicas

da legislação pertinente, que foi deferido pelo Juízo “a

quo” nas fl. 65.

Contudo, não há nos autos qualquer

resposta do órgão ambiental atestando o cumprimento

dos itens acima transcritos, de modo que, conforme já

exposto na decisão dos Embargos de Declaração, a

análise do cumprimento ou não da decisão proferida na

Ação Civil Pública compete primeiramente ao Juízo “a

quo”, para então se verificar a incidência ou não da

multa fixada por este Tribunal.

Ademais, o fato de ter sido celebrado

contrato com a empresa CONSTROESTE CONSTRUTORA

E PARTICIPAÇÕES LTDA, vencedora da Concorrência

Pública nº 25/2010-PMM, cujo objeto era a contratação

de empresa especializada para prestação dos serviços

de recepção e destinação final de resíduos sólidos

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domiciliares do Município de Maringá, não significa que

cumpriu a sentença em seus exatos termos.

Daí porque não há falar-se em “premissa

fática equivocada”.

Com efeito, destaca-se que se a sentença

da Ação Civil Pública foi devidamente cumprida,

conforme sustentado pelo Agravante não incidirá a

multa fixada pelo Tribunal, não sendo o caso de

modificação da decisão.

Por outro lado, a decisão proferida no

sentido de fixar prazo para o cumprimento da sentença

não está adentrando ao mérito administrativo, apenas

dando efetividade atividade jurisdicional.

Além disso, conforme já consignei no

julgamento do Agravo nº 644783-4: “Não há mais como

justificar a concessão de maior prazo, sob pena de

tornar letra morta toda a sentença cuidadosamente

prolatada pelo Juízo “a quo”, além de, por via

transversa, permitir a manutenção do dano diário ao

meio ambiente, bem como toda a coletividade” (fl. 53).

Noutro aspecto, não há falar-se em

revogação da multa imposta ao Chefe do Poder

Executivo, pois a multa seria inútil e não produziria

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nenhum efeito se imposta apenas a pessoa jurídica de

direito público, na medida em que o administrador não

sofreria qualquer penalidade, de modo que não seria

coagido para tomar as providências necessárias ao

cumprimento da obrigação imposta.

Daí porque indispensável o direcionamento

da multa ao administrador, pessoa a quem cabe o

cumprimento da obrigação.

Também não procede a alegação no

sentido de que o valor da multa imposta tem caráter

intimidatório e não compensatório, pois a multa tem

por finalidade compelir o MUNICÍPIO a cumprir decisão

judicial, de modo que se fixada em valor irrisório estará

estimulando o descumprimento.

Nesse sentido destaca-se o entendimento

JOSÉ MIGUEL GARCIA MEDINA (Código de Processo Civil

Comentado, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,

2011, p. 405): “A multa, consoante escreve Nelson Nery

Junior, deve ser fixada em valor elevado, Como explica o

aludido processualista, ‘a fixação em valor elevado

ocorre justamente porque a multa tem finalidade de

compelir o devedor a cumprir a obrigação na forma

específica e inibi-lo de negar-se a cumpri-la’

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(Atualidades sobre o processo civil, n. 36, p. 120).

Incide, no caso, o princípio da máxima efetividade”

(sem destaques no original).

Por outro lado, nos termos do artigo 461,

parágrafo 5º, do Código de Processo Civil, não há

qualquer disposição no sentido de que deve ser fixado

termo final.

Ademais, se é fato que a obrigação foi

cumprida a multa diária deixará de incidir.

ANTE O EXPOSTO, voto por que seja negado

provimento ao presente Agravo Interno.

É caso de intimar o Ministério Público,

agora, nesta instância.

DECISÃO

ACORDAM os integrantes da Quinta Câmara

Cível do TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ,

por unanimidade de votos, em negar provimento ao

Agravo Interno.

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Participaram do julgamento os

Desembargadores PAULO ROBERTO HAPNER,

Presidente sem voto, LUIZ MATEUS DE LIMA e JOSÉ

MARCOS DE MOURA.

CURITIBA, 27 de novembro de 2012.

Desembargador LEONEL CUNHA

Relator