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MPE Ministério Público Eleitoral Procuradoria Regional Eleitoral na Bahia 1 EXMO. SR. DR. JUIZ AUXILIAR DE PROPAGANDA DO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DA BAHIA NF n. 1.14.014.000073/2014-13 (distribuir por dependência à RP 3328- 03.2014.6.05.0000) O MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL vem à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 73, I, II, § 2º da Lei nº 9.504/97, c/c artigo 22 da LC 22/90, propor a seguinte REPRESENTAÇÃO em face de CONDUTA VEDADA , contra 1) MARLY LEAL DE OLIVEIRA, conhecida como MARLY MADEIROL”, Prefeita do Município de Conde, nascida em 13-05-1953, nascida em 13-05-1953, com endereço funcional na Prefeitura Municipal de Conde/BA, situada na Praça Altamirando Requião, n. 27, Conde/BA, e com endereços residenciais na Rua José Alves dos Santos Filho, n. 12 ou s/n, Esplanada/BA e na Av. Mário Andreazza, n. 4, Centro, Esplanada/BA; 2) PAULO ALMEIDA DE OLIVEIRA, conhecido como PAULO MADEIROL”, ex-Prefeito e atual Secretário de Administração do Município de Conde, nascido em 21- 03-1959, com endereço funcional na Prefeitura

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Page 1: Recurso Eleitoral n - preba.mpf.mp.br · No que pertine ao rito processual, salvo disposição específica em contrário, as representações pelo malferimento dos preceitos da Lei

MPE

Ministério Público Eleitoral

Procuradoria

Regional Eleitoral

na Bahia

1

EXMO. SR. DR. JUIZ AUXILIAR DE PROPAGANDA DO TRIBUNAL

REGIONAL ELEITORAL DA BAHIA

NF n. 1.14.014.000073/2014-13 (distribuir por dependência à RP 3328-

03.2014.6.05.0000)

O MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL vem à presença de

Vossa Excelência, com fundamento no artigo 73, I, II, § 2º da Lei nº 9.504/97,

c/c artigo 22 da LC 22/90, propor a seguinte REPRESENTAÇÃO em face de

CONDUTA VEDADA , contra

1) MARLY LEAL DE OLIVEIRA, conhecida como

“MARLY MADEIROL”, Prefeita do Município de Conde,

nascida em 13-05-1953, nascida em 13-05-1953, com

endereço funcional na Prefeitura Municipal de

Conde/BA, situada na Praça Altamirando Requião, n. 27,

Conde/BA, e com endereços residenciais na Rua José

Alves dos Santos Filho, n. 12 ou s/n, Esplanada/BA e na

Av. Mário Andreazza, n. 4, Centro, Esplanada/BA;

2) PAULO ALMEIDA DE OLIVEIRA, conhecido como

“PAULO MADEIROL”, ex-Prefeito e atual Secretário de

Administração do Município de Conde, nascido em 21-

03-1959, com endereço funcional na Prefeitura

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Ministério Público Eleitoral

Procuradoria

Regional Eleitoral

na Bahia

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Municipal de Conde/BA, situada na Praça Altamirando

Requião, n. 27, Conde/BA, e com endereços

residenciais na Rua José Alves dos Santos Filho, n. 12

ou s/n, Esplanada/BA, na Av. Mário Andreazza, n. 4,

Centro, Esplanada/BA e na Rua Lio Batista, n. 25, 250

ou 25000, Esplanada/BA;

3) ALEX DE CASTRO LIMA, candidato a Deputado

Estadual cujo nome de urna é “ALEX LIMA”, com

endereço e número de fax indicados no processo de

registro de candidatura respectivo;

pelos motivos que passa a expor:

I. DA COMPETÊNCIA E DO RITO A SER SEGUIDO:

No que toca à competência, colhe-se do artigo 96, caput e

incisos da Lei 9.504/97, que as representações relativas ao descumprimento

da referida Lei Eleitoral devem ser julgadas, a depender das eleições serem

municipais, gerais ou presidencial, respectivamente, pelos Juízes Eleitorais,

Tribunais Regionais Eleitorais e Tribunal Superior Eleitoral.

Em adição, estabelece o §3º do referido dispositivo que as

representações de competência dos Tribunais Regionais Eleitorais deverão

ser apreciadas por Juízes Auxiliares. É o que ocorre na espécie tendo em

conta que a presente representação tanto é arrimada na hipótese consignada

no artigo 73, incisos I e II, da Lei Eleitoral (conduta vedada a agente público),

quanto faz referência às eleições gerais de 2014, sendo, pois, seu julgamento

de competência do Pretório Eleitoral e sua apreciação incumbida a um dos

Juízes Auxiliares.

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Note-se a dicção dos dispositivos suso citados, in litteris:

Art. 96. Salvo disposições específicas em contrário desta Lei, as

reclamações ou representações relativas ao seu descumprimento

podem ser feitas por qualquer partido político, coligação ou

candidato, e devem dirigir-se:

I – aos Juízes Eleitorais, nas eleições municipais;

II – aos Tribunais Regionais Eleitorais, nas eleições federais,

estaduais e distritais;

III – ao Tribunal Superior Eleitoral, na eleição presidencial.

(...)

§ 3º Os Tribunais Eleitorais designarão três Juízes auxiliares

para a apreciação das reclamações ou representações que lhes

forem dirigidas.

No que pertine ao rito processual, salvo disposição

específica em contrário, as representações pelo malferimento dos preceitos

da Lei 9.504/97 observarão o rito sumaríssimo traçado em seu artigo 96. Este

procedimento só não será seguido se a própria Lei Eleitoral cuidar de afastá-

lo. Tal ressalva foi expressamente prevista no § 12, do art. 73, da Lei n.

9.504/97, incluído pela Lei nº 12.034/2009, que passou a estipular que as

representações pela prática de conduta vedada deverão seguir o rito sumário,

previsto no art. 22 da LC 64/90. Confira-se o teor do referido dispositivo legal,

in verbis:

§ 12. A representação contra a não observância do disposto neste

artigo observará o rito do art. 22 da Lei Complementar no 64, de 18

de maio de 1990, e poderá ser ajuizada até a data da diplomação.

Tal disposição foi didaticamente compilada no art. 22 da

Resolução 23.398/2013, que assentou, in litteris:

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Art. 22. As representações que visem apurar as hipóteses previstas

nos arts. 23, 30-A, 41-A, 73, 74, 75, 77 e 81 da Lei nº 9.504/97

observarão o rito estabelecido pelo art. 22 da Lei Complementar nº

64/90, sem prejuízo da competência regular do Corregedor

Eleitoral.

Lembrado isto, passar-se-á à narrativa das condutas.

II. DAS CONDUTAS:

II.1. Na Vila do Conde, situada no Município de Conde/BA,

existe, há cerca de vinte anos (fl. 28) a tradição de celebrar os festejos

juninos com o chamado “Casamento do Tabaréu”, celebração que atrai

pessoas de toda a região, no dia de São João (24 de junho).

II.2. Neste ano de 2014, ara aproveitar a aglomeração das

pessoas neste ano de eleições e divulgar, ante tempore, a candidatura a

Deputado Estadual de ALEX DE CASTRO LIMA (primeiro representado) -

que é casado com uma de suas filhas –, a Prefeita MARLY LEAL DE

OLIVEIRA e seu esposo PAULO ALMEIDA DE OLIVEIRA (“PAULO

MADEIROL”), também representados, fizeram com que a Prefeitura

Municipal que dirigem1 patrocinasse a festa (cf. fls. 28 e 39-40), inclusive com

a contratação, via inexigibilidade de licitação, de bandas de música.

Na realidade, este “patrocínio” era uma maneira dissimulada

de ocultar o desvio de dinheiro público para bancar propaganda eleitoral feita

1 A segunda representada é Prefeita de jure do Município de Conde, mas o seu esposo

“PAULO MADEIROL”, que exerce o cargo de Secretário de Administração, é apresentado pelas testemunhas como real mandatário do Executivo, ou “Prefeito de fato”, tendo renunciado à candidatura, no último pleito municipal, para escapar à incidência da “Lei da Ficha Limpa”. Esta informação é corrobora matéria jornalística publicada no sítio eletrônico do Bahia Notícias com o título: Conde: Candidato renuncia, elege esposa e e diz que a cidade terá dois prefeitos” (Disponível em: http://www.bahianoticias.com.br/noticia/124598-conde-candidato-renuncia-elege-esposa-e-diz-a-jornal-que-cidade-tera-dois-prefeitos.html. Acesso em: 14-09-2014).

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em favor do terceiro representado, que, repita-se, é casado com uma filha

da primeira demandada.

II.3. Com efeito, naquele mesmo dia 24-06-2014 os

demandados organizaram uma cavalgada, que saiu do Parque de

Vaquejadas PAULO ALMEIDA em direção às Ruas Sapucaia e Pau Pombo,

onde ocorria o “Casamento do Tabaréu”2. Seguem fotografias do evento (fls.

16-18):

2 Cf. testemunhos de LUIZ DE LIRA LEITE (fl. 33) THIAGO LIMA LEITE BRITO (fl. 36).

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O grande número de participantes pode ser visto na imagem

adiante reproduzida:

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II.4. A participação direta dos representados também pode ser

comprovada fotograficamente. No retrato abaixo, vê-se a Prefeita

representada:

II.5. Durante o aludido evento, foram gratuitamente

distribuídas3 camisas amarelas, idênticas à que foi apreendida na NF

1.14.014.000073/2014-13 (cf. fotografia em anexo).

No verso delas, é mencionado o nome do então “pré-

candidato” a Deputado Estadual (“Apoio: ALEX LIMA”), como se vê a seguir:

3 Cf. testemunhos de LUIZ DE LIRA LEITE (fl. 33), JOSÉ ADMILSON SILVA SANTOS (fl.

35) e THIAGO LIMA LEITE BRITO (fl. 36).

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Vale salientar que esta mesma camisa figura no centro de

imagem publicada no sítio eletrônico www.bahiaatual.com (fl. 28) e na página

da Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Conde no

Facebook (https://pt-br.facebook.com/AscomPrefeituraDoConde), acessada

nesta data:

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II.6. As testemunhas LUIZ DE LIRA LEITE (fl. 33), JOSÉ

ADMILSON SILVA SANTOS (fl. 35) e THIAGO LIMA LEITE BRITO (fl. 36) também

relataram que os presentes receberam cervejas de graça, o que encontra

apoio nas fotografias colacionadas aos autos:

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II.7. Os dois primeiros representados também usaram

dinheiro da Prefeitura para contratar um minitrio, cujo locutor “falava sempre

os nomes da Prefeita, do Vice-Prefeito, de Paulo Ameida (conhecido como

Paulo Madeirol e dono do parque de vaquejadas), e de ALEX LIMA”, sendo

que “ALEX LIMA foi apresentado pelo locutor como futuro Deputado” (fl.

33), “Deputado ALEX LIMA” (fl. 36) ou “candidato a Deputado Estadual”

(fl. 35). E este locutor não atuou apenas na cavalgada, mas também no

próprio local da festa (cf. fl. 33).

II.8. Vê-se, portanto, que os representados, de forma

deliberada, fizeram sistemático uso de propaganda eleitoral subliminar ou

implícita. E tudo isto com o espúrio apoio da máquina pública, que se valeu,

inclusive, de instrumentos publicitários proibidos (cf. art. 39, § 7º, da Lei n.

9.504).

A estratégia é por demais conhecida. Este tipo de propaganda

alcança o seu destinatário quando ele menos espera, quando ele se encontra

com espírito desarmado. Embora não haja pedidos explícitos de voto, tais

ações claramente se revelam preordenadas a alavancar pretensões

políticas na eleição que ocorrerá em outubro.

Nunca é demais lembrar que a deflagração antecipada da

corrida eleitoral atenta contra o princípio da igualdade de oportunidade entre

os candidatos, beneficiando os mais apressados que, dispondo de poder

econômico ou da máquina pública, têm recursos para sustentar uma

campanha mais longa e, por isso mesmo, mais dispendiosa. Já aqueles que

optaram por respeitar as regras, ou que não dispõem de tais recursos, têm

suas chances de vitória sensivelmente reduzidas, o que prejudica

sobremaneira a própria democracia.

Não se pode olvidar que a Lei nº 9.504/97 busca coibir a

conduta daqueles que promovem campanha com finalidade eleitoral antes da

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escolha dos candidatos em convenção, com o objetivo de garantir a

igualdade na disputa política e a legitimidade do processo eleitoral. Neste

contexto, quem consegue veicular propaganda eleitoral extemporânea,

promovendo sua imagem em momento inoportuno, obtém de forma ilícita

nítida posição de vantagem em detrimento dos demais, desequilibrando de

forma ilegal e prematura o pleito, comprometendo a sua lisura.

Repise-se: tudo isto foi feito com verba da Casa Legislativa

que o representado integra, violando o art. 73, I e II, da Lei 9.504, in verbis:

Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as

seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de

oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais:

I - ceder ou usar, em benefício de candidato, partido político ou

coligação, bens móveis ou imóveis pertencentes à administração

direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos

Territórios e dos Municípios, ressalvada a realização de convenção

partidária;

II - usar materiais ou serviços, custeados pelos Governos ou Casas

Legislativas, que excedam as prerrogativas consignadas nos

regimentos e normas dos órgãos que integram;

(...)

IV - fazer ou permitir uso promocional em favor de candidato,

partido político ou coligação, de distribuição gratuita de bens e

serviços de caráter social custeados ou subvencionados pelo Poder

Público;

Indubitavelmente, os dois primeiros representados

praticaram condutas vedadas, em benefício do terceiro demandado,

devendo, em razão disto, incidir nas sanções do art. 73, §§ 4º e 5º, da Lei n.

9.504.

Assim decidiu o TRE/RN, em caso bastante similar ao

presentemente enfrentado:

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O fornecimento de camisetas com propagandas dos investigados

para foliões de blocos populares, devidamente comprovado por

fotografias, com patrocínio da Prefeitura Municipal e presença do

nome do investigado e vereadores da mesma coligação, revela o

intuito de firmar na consciência do eleitor a estreita ligação entre a

ação desenvolvida com recursos públicos e candidatos , em claro

abuso do poder político;

(...) (AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL nº 123,

Acórdão nº 1022014 de 03/04/2014, Relator(a) JOÃO BATISTA

RODRIGUES REBOUÇAS, Publicação: DJE - Diário de justiça

eletrônico, Data 08/04/2014, Página 02/03 )

Restou claro, portanto, o cometimento de conduta vedada,

devendo ser impostas as sanções correspondentes.

III. DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer o Ministério Público Eleitoral:

a) recebimento da inicial, IMPRIMINDO-SE AO FEITO

O RITO SUMÁRIO PREVISTO NO ART. 22, DA LEI

COMPLEMENTAR 64/90, conforme autoriza o art. 73, §

12, da Lei n. 9.504/97;

b) a notificação dos representados para, querendo,

apresentarem defesa em cinco dias (art. 22, I, “a”, da Lei

Complementar 64/90);

c) seja a representação regularmente instruída para,

ao final, ser levada a julgamento em plenário,

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julgando-a procedente para o fim de impor multa aos

dois primeiros representados e cassar o registro ou o

diploma do terceiro representado, nos termos do art.

73, §§ 4º e 5º, da Lei n. 9.504.

Para provar o alegado, o Ministério Público Eleitoral protesta

por todos os meios de prova admissíveis no Direito, em especial pela

testemunhal, ouvindo-se, no curso da instrução, os indivíduos adiante

elencados.

Também pede, in limine, que V. Exa., no exercício do

poder geral de cautela, oficie à Prefeitura Municipal de Conde/BA,

situada na Praça Altamirando Requião, n. 27, Conde/BA, a fim de que esta

encaminhe, em quarenta e oito horas, cópias dos contratos, dos

processos de prestação de contas e das notas fiscais alusivas aos

avisos de inexigibilidade IN031/14 e IN037/14 (fls. 39-40).

Atribui-se à causa o valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil

reais).

P. deferimento.

Salvador, 25 de setembro de 2014.

ANDRÉ LUIZ BATISTA NEVES

Procurador Eleitoral Auxiliar

ROL DE TESTEMUNHAS:

1. LUIZ DE LIRA LEITE – fl. 33;

2. JOSÉ ADMILSON SILVA SANTOS – fl. 35;

3. THIAGO LIMA LEITE BRITO – fl. 36.