inicial ford fusion - rito ordinário

Upload: andre-cateli

Post on 02-Mar-2018

234 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/26/2019 Inicial Ford Fusion - Rito Ordinrio

    1/33

    EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DE UMA DAS VARASCVEIS DA COMARCA DE MARLIA (SP)

    ANDR LUS CATELI ROSA, brasileiro, solteiro, professor, advogado,

    portador da cdula de identidade n 44.080.640-9, inscrito no CPF!F sob o n "#9.$#%.&&8-9%,

    inscrito no 'uadro da (rde) dos *dvogados do +rasil (*+P sob n "%".%89, residente e

    do)iciliado na ua ulce de *breu Colo)bera, n/ #0$, Cep #&.$#4-69$, nesta cidade de !arlia 1

    P, e) causa pr2pria, ve) respeitosa)ente 3 presena de 5ossa 7celncia propor a presente

    AO PARA SUBSTITUIO DE PRODUTO VICIADO E INDENIZAOPOR DANOS MORAIS

    COM PEDIDO DE LIMINAR

    os ter)os dos artigos 8%, 84 e 90 do C2digo de efesa do Consu)idor,

    Contra FORD MOTOR COMPANY BRASIL LTDA, pessoa :urdica de

    direito privado, inscrita no CP; sob o n 0%.4&0.&"&00#6-0&, co) sede 3 ua

  • 7/26/2019 Inicial Ford Fusion - Rito Ordinrio

    2/33

    DOS FATOS

    ( autor ad'uiriu da )presa r )ediante paga)ento a vista o veculo Ford

    Fusion )odelo "0#", cor preto bristol, cDassi %F*

  • 7/26/2019 Inicial Ford Fusion - Rito Ordinrio

    3/33

    cai7a de trans)issEo para envio 3 )presa Prestadora de ervios deno)inada P*L Paulicia na

    Cidade de Eo Paulo.

    Foi entEo no )es)o dia @#006A aberto protocolo :unto 3 referida Central, 'ue

    foi registrado sob n 66##80$.

    Lal situaEo possvel ser constatada por anlise aos docu)entos %, 4 e $

    inclusos, 'ue reprodue) dilogos posteriores travados entre o autor e a Central de *tendi)ento

    Ford por )eio de atendi)ento on-line via cDat.

    *ssi), no dia #% de :unDo, a Central de *tendi)ento Ford orientou a Ford

    !arauto e) (urinDos a abrir (rde) de ervio n "88#6 @docu)ento 6 inclusoA e faer )ais testes

    no veculo. *p2s a realiaEo de )ais testes, e co) )uita insistncia do autorconsu)idor, apenasno dia #9 de :unDo foi autoriada a re)oEo da cai7a de trans)issEo para o envio ao P*L Paulicia

    na Cidade de Eo Paulo, para 'ue fosse) providenciados os reparos necessrios, o 'ue pode ser

    verificado por )eio do docu)ento & incluso.

    (s reparos fora) autoriados nos ter)os da garantia do veculo, o 'ue se

    verifica pelos docu)entos 6 e & inclusos.

    Eo obstante toda essa via crucis enfrentada pelo consu)idor para apenasconseguir a autoriaEo de reparo de seu veculo por u)a )presa na Cidade de Eo Paulo, teve

    'ue aguardar por )ais apro7i)ada)ente # )s, at o carro lDe ser entregue.

    epois de )uitos telefone)as para a Ford !arauto e) (urinDos, para a

    Central de *tendi)ento Ford, e inG)eras indas e vindas at a Ford !arauto e) (urinDos, apenas

    e) #% de :ulDo de "0#% 'ue o veculo foi devolvido ao consu)idor co) os reparos necessrios, o

    'ue pode ser verificado por )eio da (rde) de ervio, docu)ento 6 incluso.

    Lal situaEo fe co) 'ue o autor ficasse 4& dias se) utiliar o seu veculo.

    !es)o ap2s 4& dias de reparo, o veculo nEo foi devolvido co)o era antes de

    apresentar os vciosdefeitos. ) )uito )enor proporEo, continuou apresentando pe'uenos

    trancos. *ntes dos defeitos, o veculo apresentava na estrada u) consu)o )dio de # litro de

    gasolina para #% 'uilK)etros de desloca)ento, e agora est apresentando u) consu)o )dio de #

    litro de gasolina para apenas #0 'uilK)etros de desloca)ento.

  • 7/26/2019 Inicial Ford Fusion - Rito Ordinrio

    4/33

    (u se:a, sEo situaMes inconcebveis para u) veculo novo, cu:a vida Gtil

    deve superar e) )uito o Gnico ano utiliado pelo autor.

    ) novo contato co) a )presa F( !arauto e) (urinDos, no 'ual

    e7pKs os proble)as persistentes no veculo, foi orientado a ficar co) o carro assi) )es)o, por

    )ais #$ dias, para ver se )elDoravaN *ssi), entrou e) contato co) a Central de *tendi)ento,

    relatando os proble)as, oportunidade na 'ual foi infor)ado 'ue deveria entrar e) contato co) a

    F( !arauto e) (urinDos, ou aguardar u) contato do eparta)ento esponsvel. Co)eou

    entEo u) verdadeiro :ogo de e)purra-e)purra, e o consu)idor est aguardando o contato do

    eparta)ento esponsvel at agora. Lal fato pode ser verificado por )eio do docu)ento $

    incluso.

    ( autor reside na cidade de !arlia @co)provante 1 docu)ento 8 inclusoA,onde trabalDa co)o professor na ?nstituiEo de nsino O?5! @co)provante 1 docu)ento 9

    inclusoA. LrabalDa ta)b) co)o professor na Cidade de (urinDos, :unto 3 ?nstituiEo de nsino

    F?( 1 Faculdades ?ntegradas de (urinDos @co)provante 1 docu)ento #0 inclusoA e ta)b)

    trabalDa diaria)ente co)o *ssessor na )presa +anco do +rasil na Cidade de +auru @co)provante

    1 docu)ento ## inclusoA.

    5erifica-se entEo 'ue o veculo essencial para 'ue dese)penDe suas

    atividades profissionais, pois e) breves espaos de te)po te) 'ue se deslocar entre as cidades de

    !arlia, (urinDos e +auru.

    * privaEo do veculo por 4& dias fe co) 'ue o autor passasse por situaMes

    difceis e constrangedoras, dependendo de terceiros para desenvolver suas atividades profissionais,

    se) falar nas inG)eras vees e) 'ue cDegou atrasado no a)biente de trabalDo.

    * privaEo do veculo por tanto te)po fe ta)b) co) 'ue o autor fossefurtado de )o)entos de laer aos finais de se)ana, retirando-o de sua rotina, tornando )uito difcil

    a realiaEo de atividades co)uns 'ue faia parte de sua via cotidiana.

  • 7/26/2019 Inicial Ford Fusion - Rito Ordinrio

    5/33

    DO FUNDAMENTO JURDICO

    DA RELAO DE CONSUMO

    esse aspecto, te)-se por evidenciada a relaEo de consu)o 'ue abalia oneg2cio celebrado entre de)andante e de)andado, pois 'ue, notoria)ente, o *utor consu)idor

    final de u) produto vendido pela r.

    Lendo e) vista o perfeito en'uadra)ento do *utor na 'ualidade de

    consu)idor, ta)b) )erece desta'ue a configuraEo da na 'ualidade de fornecedoraprestadora

    de servios.

    Partindo dessa pre)issa, te)-se a i)posiEo do reconDeci)ento da

    vulnerabilidade do *utor, confor)e e7pressa previsEo do inciso ? do art. 4/ do C2digo de defesa doConsu)idor, acarretando, portanto, na declaraEo de Dipossuficincia no caso dos autos, co) a

    conse'Qente inversEo do Knus da prova e) desfavor da , tudo consoante dicEo e7pressa do

    inciso 5??? do art. 6/ do CC.

    *ssi), u)a ve reconDecida a relaEo de consu)o e declarada a inversEo do

    Knus da prova, ressalta-se 'ue sEo direitos bsicos do consu)idor, entre outrosB

    aA proteEo contra a publicidade enganosa e abusiva, )todos co)erciais coercitivos ou

    desleais, be) co)o contra prticas e clusulas abusivas ou i)postas no forneci)ento de produtos eservios @inciso ?5 do art. 6/ do CCA

    bA efetiva prevenEo e reparaEo de danos patri)oniais e )orais, individuais, coletivos e

    difusos @inciso 5? do art. 6/ do CCA

    cA facilitaEo da defesa de seus direitos, inclusive co) a inversEo do Knus da prova, a seu

    favor, no processo civil, 'uando, a critrio do :ui, for veross)il a alegaEo ou 'uando for ele

    Dipossuficiente, segundo as regras ordinrias de e7perincias. @inciso 5??? do art. 6/ do CCA

    DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA

    Por se tratar de relaEo de consu)o, aplica-se ao caso dos autos todos os

    dispositivos legais elencados no C2digo de efesa do Consu)idor, raEo ante a 'ual, deve) ser

    destacadas as seguintes consideraMes.

    Por pri)eiro, D de se frisar a responsabilidade ob:etiva da de)andada, e)

    'ue pese a inteligncia do art. #" do C2digo de efesa do Consu)idor, dispondo o 'ue segue, ipsi

    literisB

    R*rt. #". ( fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e oi)portador re!"#$e%& '#$e!e#$e#e%e#e $ e*'+#,' $e

  • 7/26/2019 Inicial Ford Fusion - Rito Ordinrio

    6/33

    ,-.!, pela reparaEo dos danos causados aos consu)idores por defeitosdecorrentes de pro:eto, fabricaEo, construEo, )ontage) f2r)ulas,)anipulaEo, apresentaEo ou acondiciona)ento de seus produtos, be)co)o por infor)aMes insuficientes ou inade'uadas sobre sua utiliaEo eriscos.R 1 grifos e desta'ues nossos 1

    a si)ples leitura do dispositivo legal e) tela, depreende-se 'ue a legislaEoconsu)erista prev, de for)a clarividente, a responsabilidade do fornecedor de produtos

    independente)ente da e7istncia de culpa pela reparaEo dos danos causados aos consu)idores por

    defeitos relativos a eles, co)o o 'ue ocorreu no caso dos autos.

    Le)-se 'ue o *utor ad'uiriu produto 'ue apresentou vcio oculto, defeito 'ue

    i)pediu 'ue o veculo fosse utiliado aos fins a 'ue se destinava.

    este diapasEo, i)portante destacar as Gnicas Dip2teses e) 'ue o fornecedor

    de produtos nEo dever ser responsabiliado, 'uais se:a)B aA 'ue nEo colocou o produto no)ercado bA 'ue, e)bora Da:a colocado o produto no )ercado, o defeito ine7iste e cA a culpa

    e7clusiva do consu)idor ou de terceiros.

    esta for)a, de)onstra-se 'ue nEo ocorreu nenDu)a das Dip2teses supra

    )encionadas, pelo 'ue, atrelada 3 responsabilidade ob:etiva da fornecedora , i)pMe-se o dever de

    indeniar.

    DA INVERSO LE/AL DO 0NUS DA PROVA

    *l) da previsEo traida pelo artigo 6, 5???, o C2digo de efesa do

    Consu)idor tra outras Dip2teses de inversEo do Knus da prova. ntretanto, essas possibilidades

    diversas t) naturea :urdica distinta do princpio contido no citado artigo 6.

    * inversEo do Knus da prova pela verossi)ilDana das alegaMes ou pela

    Dipossuficincia do consu)idor te) naturea processual, diferente)ente do 'ue se v no artigo #",

    S% do C2digo de efesa do Consu)idor.

    * diferena funda)ental entre estes )ecanis)os legais 'ue a inversEo

    derivada do artigo 6 do CC se d atravs da anlise sub:etiva dos fatos @verossi)ilDana ou

    DipossuficinciaA pelo :ui, 'ue deter)inar ou nEo a inversEo, en'uanto 'ue o artigo #", S% do

    CC ordena a inversEo do Knus da prova independente de apreciaEo sub:etiva do caso.

    5e:a o 'ue dispMe o citado dospositivoB

    Ar1 231*rt. #". ( fabricante, o produtor, o construtor, nacional ouestrangeiro, e o i)portador responde), independente)ente da e7istncia deculpa, pela reparaEo dos danos causados aos consu)idores por defeitosdecorrentes de pro:eto, fabricaEo, construEo, )ontage) f2r)ulas,

    )anipulaEo, apresentaEo ou acondiciona)ento de seus produtos, be)co)o por infor)aMes insuficientes ou inade'uadas sobre sua utiliaEo eriscos.

  • 7/26/2019 Inicial Ford Fusion - Rito Ordinrio

    7/33

    T...US % ( fabricante, o construtor, o produtor ou i)portador s2 nEo serresponsabiliado 4-#$" !r"5r B? 1 'ue nEo colocou o produto no )ercado?? 1 'ue, e)bora Da:a colocado o produto no )ercado, o defeito ine7iste??? 1 a culpa e7clusiva do consu)idor ou de terceiro.

    essa for)a, cabe ao fornecedor de produtos constituir provas 'ue afaste)

    sua responsabilidade, )otivo pelo 'ual re'uer-se desde : a inversEo do Knus da prova.

    DA /ARANTIA CONTRATUAL

    ( presente neg2cio :urdico celebrado entre autor e r 1 co)pra e venda de

    produto 1 !"-' 6r#' ,"#r-. $e 78 %ee, confor)e pode ser observado 3s fls. %-#9 do

    !anual do Proprietrio, cu:o ite) %, 'ue cuida do assunto, :unta-se c2pia na ntegra @docu)ento #8inclusoA.

    sse )es)o )anual colaciona os itens 'ue nEo sEo cobertos pela garantia

    @fls. %-"0A, confor)e abai7oB

    - li)pea do siste)a de co)bustvel- alinDa)ento da direEo- balancea)ento das rodas- a:ustes dos freios- substituiEo do filtro de 2leo do )otor

    - substituiEo ou co)ple)ento do 2leo lubrificante do )otor e da cai7a de )udanas- substituiEo ou co)ple)ento do fluido do siste)a de freios- reapertos, a:ustes, verificaMes e) geral, lavage), gra7a, co)bustvel e si)ilares- substituiEo do l'uido do siste)a de arrefeci)ento- carga do gs refrigerante do siste)a de ar condicionado- co)ponentes do )otor danificados pela utiliaEo de co)bustvel adulterado conta)inado

    ou de ) 'ualidade.

    essa for)a, os defeitos apresentados no veculo 'ue se refere) a perda e

    falDa na aceleraEo, be) co)o trancos, 'ue levara) 3 necessidade de substituiEo da cai7a de

    trans)issEo nEo estEo e7cludos da garantia legal.

    DA /ARANTIA LE/AL 9 VCIO OCULTO

    ( prao de decadncia para a recla)aEo de defeitos surgidos no produto nEo

    se confunde co) o prao de garantia pela 'ualidade do produto - a 'ual pode ser convencional ou,

    e) algu)as situaMes, legal. ( C2digo de efesa do Consu)idor nEo tra, e7ata)ente, no art. "6,

    u) prao de garantia legal para o fornecedor responder pelos vcios do produto.

  • 7/26/2019 Inicial Ford Fusion - Rito Ordinrio

    8/33

    'ue, se este realiar tal providncia dentro do prao legal de decadncia, ainda preciso saber se o

    fornecedor ou nEo responsvel pela reparaEo do vcio.

    5e:a o conteGdo do artigo "6 desse diplo)a legalB

    Art. 26. O direito de reclamar pelos vcios aparentes ou de fcil constataocaduca em:

    I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de servio e de produtos nodurveis; II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de servio e de produtosdurveis. 1 Inicia-se a contaem do pra!o decadencial a partir da entrea efetiva doproduto ou do t"rmino da e#ecuo dos servios. $ O%stam a decad&ncia: I - a reclamao comprovadamente formulada pelo consumidor perante ofornecedor de produtos e servios at" a resposta neativa correspondente, 'uedeve ser transmitida de forma ine'uvoca; II - ()etado*. III - a instaurao de in'u"rito civil, at" seu encerramento. + Tratando-se de vcio oculto, o prazo decadencial inicia-se no

    momento em que ficar evidenciado o defeito. (rifos e desta'ues nossos*

    Por 2bvio, o fornecedor nEo est, ad aeternum, responsvel pelos produtos

    colocados e) circulaEo, )as - re!"#:'.'$$e #;" e .'%' !-r e '%!.e%e#e " !r

  • 7/26/2019 Inicial Ford Fusion - Rito Ordinrio

    9/33

    Co) efeito, e) se tratando de vcio oculto nEo decorrente do desgaste natural

    gerado pela fruiEo ordinria do produto, )as da pr2pria fabricaEo, e relativo a pro:eto, clculo

    estrutural, resistncia de )ateriais, entre outros, " !r

  • 7/26/2019 Inicial Ford Fusion - Rito Ordinrio

    10/33

    raras vezes, somente se tornam conhecidos depois dealgum tempo de uso, mas que, todavia, no decorremdiretamente da fruio do bem, e sim de uma caractersticaoculta que esteve latente at# ento.&...'ocu)entoB "$8%" - !L* *C(W( - ite certificado - ;eB

    "0##"0#" @Yrifos e desta'ues nossosA.

    esse sentido a situaEo 'ue se a)olda aos autos, tendo e) vista 'ue a vida

    Gtil da cai7a de trans)issEo de u) veculo nEo pode ser de apenas # ano, sendo natural 'ue u)

    consu)idor 'ue ad'uire u) veculo auto)otor espera 'ue os co)ponentes 'ue co)pMe) )otor e

    cJ)bio apresente) vida Gtil )uito superior a de anos, pelo )enos, )otivo pelo 'ual trata-se de

    ine'uvoco vcio oculto, 'ue foge co)pleta)ente do )ero desgaste natural do veculo.

    DA VEROSSIMILHANA DAS ALE/AES 9 PRESUNO DO VCIO E INCIDNCIADA /ARANTIA

    5erifica-se pela anlise do con:unto ftico probat2rio presente nos autos 'ue

    est presente a verossi)ilDana de todas as alegaMes, tendo e) vista 'ue, )es)o de for)a tardia, a

    F( reconDeceu as falDas e defeitos e7istentes no veculo e enca)inDou sua cai7a de trans)issEo

    para reparos.

    econDeceu ta)b) 'ue todos os reparos estava) cobertos pela garantiacontratual eou legal, )otivo pelo 'ual tentou pro)over os reparos se) ,-" $'re" para o

    consu)idor.

    *)bas as situaMes pode) ser observadas na (rde) de ervio e no

    docu)ento pelo 'ual o consu)idor autoria o enca)inDa)ento da cai7a de trans)issEo para a

    pro)oEo de reparos, docu)entos 6 e & inclusos.

    Eo obstante esse reconDeci)ento da F( pela presena do vcio no

    veculo, tal proble)a recorrente nesse )odelo de auto)2veis por ela colocados no )ercado.

    ) outubro de "0#0, a revista Xuatro odas veiculou )atria co) o ttulo

    `*OL(-5?Z(*OL(F* 1 P(+I!* ( C!+?( ( F( FO?( 1

    5*H*!L(, XO+* L*C( * L(C* W( *IYO ( P(+I!*

    ( C!+?( ( (5( FO?( 56#. * ntegra dessa )atria :untada 3 e7ordial por )eio do

    docu)ento #% incluso. 5e:a abai7o alguns trecDosB

    # isponvel e) DttpB'uatrorodas.abril.co).brautoservicoautodefesaproble)as-ca)bio-ford-fusion-609%$6.sDt)l, acesso e) #& de :ulDo de"0#%.

    http://quatrorodas.abril.com.br/autoservico/autodefesa/problemas-cambio-ford-fusion-609356.shtmlhttp://quatrorodas.abril.com.br/autoservico/autodefesa/problemas-cambio-ford-fusion-609356.shtml
  • 7/26/2019 Inicial Ford Fusion - Rito Ordinrio

    11/33

    PROBLEMAS NO CMBIO DO FORD FUSION 9 VAZAMENTOS&UEBRAS E TRANCOS NAS TROCAS SO AL/UNS DOS PROBLEMASDO CMBIO DO NOVO FUSION V8Xue) pensa e) co)prar u) auto)2vel e'uipado co) cJ)bio auto)tico 'uerconforto, tran'uilidade e vida )ansa. Por) foi :usta)ente o contrrio 'uerecebera) alguns proprietrios do novo Ford Fusion %.0 56. Ianado e) )aio de"009, o sedE i)portado do !7ico te) recebido recla)aMes de trancos nas

    )udanas de )arcDa, vaa)ento de fluido e at )es)o a 'uebra da cai7a detrans)issEo.o caso do e)presrio !aurilio *ssis da ilva, de Eo Paulo @PA, seu Fusion )alcDegou aos 6000 ) e : apresentava todos esses sinto)as.R) u) ano fi'uei )ais de dois )eses se) o veculo, so)ando as seis vees 'ueele foi para a oficina. Co) ##00 ) surgiu u) forte rudo e Douve vaa)ento defluido. Live at de conseguir o retentor do diferencial por conta pr2pria para aconcessionria conseguir faer a troca logoR, di !aurilio. RXuine dias depoissubstitura) a cai7a do diferencial por outra, 'ue retirara) de u) veculo ero-'uilK)etro. ias depois ela 'uebrou e tivera) 'ue troc-la nova)ente.RPara alguns proprietrios, )ais irritante 'ue as visitas fre'uentes 3 oficina oconstrangi)ento de nEo conseguir entrar na pr2pria casa. R!eu Fusion co)eouco) trancos na )udana de )arcDa e depois, por duas vees, nEo subiu a ra)pa da)inDa garage). u acelerava, a rotaEo do )otor subia, )as o carro nEo saa dolugarR, afir)a o piloto de aviEo

  • 7/26/2019 Inicial Ford Fusion - Rito Ordinrio

    12/33

    ...ELO/IOS E MQ/OAPor outro lado, nEo difcil encontrar na eb relatos deinsatisfaEo co) o cJ)bio do Fusion 56. Proprietrio de u) )odelo "009, PDilipe

  • 7/26/2019 Inicial Ford Fusion - Rito Ordinrio

    13/33

    legislaEo, colocando e) risco os consu)idores. Eo D dGvidas de 'ue se trata de caso de recall,

    co) a i)ediata aplicaEo do dispositivo legalsupratranscrito.

    DA AFRONTA AO PRINCPIO DA CONFIANA

    ?nti)a)ente ligado ao princpio da transparncia te)-se o princpio da

    confiana, 'ue consiste na credibilidade depositada pelo consu)idor no produto ou contrato a fi)

    de 'ue se:a) alcanados os fins esperados. Prestigia, dessa for)a, as legti)as e7pectativas do

    consu)idorB

    * conclusEo de 'ual'uer ato negocial nEo deve ser vista co)o )era obrigaEo, )asantes de tudo co)o u)a ocorrncia de satisfaEo para as partes, pois, nEo sendo

    assi), a afinidade negocial se perde e co) ela os ob:etivos )otivadores daoperaEo @osa, #99$, p. $8A.%

    O) dos principais efeitos do princpio da confiana traido pelo art. %0 do

    CC a vinculaEo do fornecedor 3 oferta, criando-se u)a obrigaEo pr-contratual ob:etivando-se

    i)pedir 'ue se frustre) as e7pectativas dos consu)idores e) tais contrataMes.

    V o princpio da confiana, institudo pelo CC, para garantir ao consu)idor aade'uaEo do produto e do servio, para evitar riscos e pre:uos oriundos dos

    produtos e servios, para assegurar o ressarci)ento do consu)idor, e) caso deinsolvncia, de abuso, desvio da pessoa :urdica-fornecedora, para regular ta)b)alguns aspectos da ine7ecuEo contratual do pr2prio consu)idor T...U @!ar'ues,"00", p. 98#98"A.4

    * estratgia utiliada pelos fornecedores e) nEo alertar ou advertir 'uanto

    aos servios nEo includos frustra nEo s2 a confiana do consu)idor co)o ta)b) o seu direito e)

    obter legti)as infor)aMes acerca do contrato, 'ue dever possuir clusulas claras e corretas @arts.

    %0 e %# do CCA, co) redaEo precisa e co)preensvel @art. $4, S % do CCA, destacando-se

    a'uelas e) 'ue trou7er li)itaEo dos direitos dos consu)idores @S 4A.La)b) no C2digo de efesa do Consu)idor, o captulo ?5, nos arts. 8, 9 e

    #0, caput, trata das 'uestMes inerentes 3 'ualidade de produtos e servios, a 'ual, por seu turno,

    ense:a a confiana.

    %.ROSA, Josimar Santos. Relaes de consumo: a defesa dos interesses de consumidores e fornecedores. So Paulo: Atlas, 1995.

    4. MARQUES, Cludia Lima. Contratos no Cdigo de Defesa do Consumidor: o novo regime das relaes contratuais. 4. ed. SoPaulo: Editora Revista dosTribunais, 2002.

  • 7/26/2019 Inicial Ford Fusion - Rito Ordinrio

    14/33

    o caso dos autos, ntida a 'uebra da confiana depositada pelo autor nos

    produtos do fornecedor, tendo e) vista a apresentaEo de vcios e) seu produto 'ue colocara) e)

    risco a sua vida.

    DA PROTEO CONTRA A VIDA& A SAWDE E OS RISCOS DE PRODUTOSPERI/OSOS DIREITO BQSICO DO CONSUMIDOR

    Confor)e sintetiado por LDierr= +ourgoignie$,`o ireito do Consu)idor

    vale pelo reconDeci)ento de u) se)-nG)ero de direitos ao consu)idor e pela elaboraEo de u)

    con:unto nor)ativo especfico, para a realiaEo dos ob:etivos do )ovi)ento 'ue visa a assegurar a

    pro)oEo dos interesses do consu)idor.

    V nesse sentido 'ue o C2digo de efesa do Consu)idor brasileiro tra e)

    seus dispositivos o artigo 6, 'ue cuida dos ireitos +sicos do Consu)idor, dentre os 'uais

    encontra-se a proteEo 3 vida, saGde e segurana contra os riscos provocados por prticas no

    forneci)ento de produtos e servios considerados perigosos ou nocivos.

    5e:a abai7o a transcriEo desse dispositivoB

    `*rt. 6 Eo direitos bsicos do consu)idorB

    ? - a proteEo da vida, saGde e segurana contra os riscos provocados porprticas no forneci)ento de produtos e servios considerados perigosos ounocivos

    T+% '% " ,"#-%'$"re e er,e'r" #;" e#5".5'$" e% $$ re.>;"

    $e ,"#-%" '#,"#e5e. $'re'" $e #;" ere% e*!"" !er'6" 4-e '#% -

    '#,".-%'$$e =?',, perigos tais representados por prticas condenveis no forneci)ento de

    produtos e servios.

    , e) decorrncia de tal direito, o C2digo elenca nor)as 'ue e7ige), por

    e7e)plo, a devida infor)aEo sobre os riscos 'ue produtos e servios possa) apresentar, de

    )aneira clara e evidente, ou si)ples)ente nEo coloca-los no )ercado, se tais riscos fore) al) do

    'ue nor)al)ente se espera deles. Lal situaEo fica ta)b) evidente nos artigos 8a #0 do C2digo,

    confor)e abai7o transcrito, ipsis literisB

    `*rt. 8/ O !r"$-" e er5'>" ,".",$" #" %er,$" $e ,"#-%" #;"

    ,rrer;" r'," $e "- e6-r#> $" ,"#-%'$"re, e7ceto os$. Revue Internacionale de Droit Compar, n. 3, 1982.

  • 7/26/2019 Inicial Ford Fusion - Rito Ordinrio

    15/33

    considerados nor)ais e previsveis e) decorrncia de sua naturea e fruiEo,obrigando-se os fornecedores, e) 'ual'uer Dip2tese, a dar as infor)aMesnecessrias e ade'uadas a seu respeito.

    Pargrafo Gnico. ) se tratando de produto industrial, ao fabricante cabeprestar as infor)aMes a 'ue se refere este artigo, atravs de i)pressos apropriados'ue deva) aco)panDar o produto.

    *rt. 9/ ( fornecedor de produtos e servios potencial)ente nocivos ouperigosos 3 saGde ou segurana dever infor)ar, de )aneira ostensiva e ade'uada,a respeito da sua nocividade ou periculosidade, se) pre:uo da adoEo de outras)edidas cabveis e) cada caso concreto.

    *rt. #0. ( fornecedor nEo poder colocar no )ercado de consu)o produto ouservio 'ue sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade oupericulosidade 3 saGde ou segurana.

    S #/ O ="r#e,e$"r $e !r"$-" e er5'>" 4-e& !"er'"r%e#e -'#r"$->;" #" %er,$" $e ,"#-%"& '5er ,"#@e,'%e#" $ !er',-."'$$e 4-e!ree#e%& $e5er ,"%-#',r " =" '%e$'%e#e -"r'$$e,"%!ee#e e " ,"#-%'$"re, )ediante anGncios publicitrios.

    S "/ (s anGncios publicitrios a 'ue se refere o pargrafo anterior serEoveiculados na i)prensa, rdio e televisEo, 3s e7pensas do fornecedor do produto ouservio.

    S %/ e)pre 'ue tivere) conDeci)ento de periculosidade de produtos ouservios 3 saGde ou segurana dos consu)idores, a OniEo, os stados, o istritoFederal e os !unicpios deverEo infor)-los a respeito. @desta'ues nossosA

    De,"rre '% $e ' $'re'" " $e5er $e " ="r#e,e$"re re'rre% $"

    %er,$" !r"$-" e er5'>" 4-e 5e#@% !ree#r r'," '#,".-%'$$e $"

    ,"#-%'$"re "- er,e'r", alDeios 3 relaEo de consu)o, e co)unicar 3s autoridades co)petentes

    a respeito desses riscos, se) falar-se, evidente)ente, do direito a u)a indeniaEo cabal por

    pre:uos decorrentes de tal fato do pr2prio produto, ou se:a, responsabilidade advinda da si)ples

    colocaEo no )ercado de produto ou prestaEo de servios perigosos @cf., por e7e)plo, o S% do

    art. #0 e arts. #" a #4, e os cri)es contra as relaMes de consu)o 1 arts. 6# e segs.A.

    o caso dos autos, o veculo apresentou falDas na cai7a de trans)issEo, o 'ue

    levou a falDas de aceleraEo, trancos, falDa no )otor e engasgues ao acelerar, confor)e diagn2stico

    da pr2pria F(, confor)e pode-se verificar por )eio da (rde) de ervio, docu)ento 06

    incluso.

    stas falDas apresentadas pelo veculo ine'uivoca)ente oferecia) riscos 3

    segurana e 3 vida do pr2prio autor be) co)o de terceiros, tendo e) vista 'ue poderia ficar parado

    e) crua)entos, se) fora no )otor, e )ais grave ainda, poderia perder a aceleraEo ao faer u)a

    ultrapassage) na rodovia, o 'ue indubitavel)ente resultaria e) colisEo fatal.

  • 7/26/2019 Inicial Ford Fusion - Rito Ordinrio

    16/33

    DA ESSENCIALIDADE DO PRODUTO 9 VECULO UTILIZADO PARA TRABALHAR

    ote-se 'ue o legislador nEo definiu o 'ue pode ser considerado produto

    essencial, apenas )enciona-o no S% do artigo #8 do C2digo de efesa do Consu)idor.

    5e:a abai7o o conteGdo do artigo #8 desse diplo)a legal, e seu respectivo

    S%B

    Ar1 2. (s fornecedores de produtos de consu)o durveis ou nEo durveisresponde) solidaria)ente pelos vcios de 'ualidade ou 'uantidade 'ue os torne)i)pr2prios ou inade'uados ao consu)o a 'ue se destina) ou lDes di)inua) ovalor, assi) co)o por a'ueles decorrentes da disparidade, co) a indicaMesconstantes do recipiente, da e)balage), rotulage) ou )ensage) publicitria,respeitadas as variaMes decorrentes de sua naturea, podendo o consu)idor e7igira substituiEo das partes viciadas.

    1 No sendo o vcio sanado no prazo m!"imo de trinta dias,pode o consumidor e"i#ir, alternativamente e $ sua escol%a&

    I - a su%stituio do produto por outro da mesma esp"cie, em perfeitascondies de uso;

    II - a restituio imediata da 'uantia paa, monetariamente atuali!ada,sem preu!o de eventuais perdas e danos;

    III - o a%atimento proporcional do preo.

    $ odero as partes convencionar a reduo ou ampliao dopra!o previsto no parrafo anterior, no podendo ser inferior a sete nemsuperior a cento e oitenta dias. /os contratos de adeso, a clusula depra!o dever ser convencionada em separado, por meio de manifestaoe#pressa do consumidor.

    ' ( consumidor poder! fazer uso imediato das alternativas do 1 deste arti#o sempre que, em razo da e"tenso do vcio, a

    su)stitui*o das partes viciadas puder comprometer a qualidade oucaractersticas do produto, diminuir-l%e o valor ou se tratar deproduto essencial. (rifos e desta'ues nossos*

    essa )aneira, o critrio deve ser lido sob o i)pacto do princpio da proteEo

    da confiana assi), se o consu)idor co)pra u) sapato, )es)o 'ue para utiliar e) festas e o

    sapato apresenta u) vcio de inade'uaEo, a lo:a nEo pode e7igir Ro prao legal de %0 diasR para

    consertar o sapato ou Rtalve depois substitu-lo por outro se)elDanteR. ( produto essencial,

  • 7/26/2019 Inicial Ford Fusion - Rito Ordinrio

    17/33

    'uanto 3 e7pectativa do consu)idor de us-lo de pronto logo, deve o consu)idor poder e7igir de

    pronto a substituiEo do produto.@!*XO, #999, p.4$&A

    endo u) conceito indeter)inado, cabe ao :ui decisEo no caso concreto,

    levando e) conta a necessidade de cada consu)idor especfico. Eo tenDo dGvidas e) afir)ar, 'ue

    para a )inDa av2, sua televisEo u) produto essencial, pois significava a sua Gnica for)a dedistraEo e ob:eto de sua dedicaEo por inG)eras Doras do dia.

    o caso e) 'uestEo, confor)e : de)onstrado nos autos por )eio de

    docu)entos, o autor e7erce suas atividades profissionais e) % cidades diferentes @!arlia, +auru e

    (urinDosA. LrabalDa na Cidade de +auru diaria)ente das 9B00 3s #8B00 Doras, e7ercendo atividade

    de *ssessor na )presa +anco do +rasil. o perodo noturno, leciona nas Cidades de (urinDos ou

    !arlia, das #9B%0 3s "%B00 Doras.

    Lal :ornada de trabalDo torna-se i)possvel se) a utiliaEo de u) veculopr2prio, de for)a 'ue para o autor o veculo e) 'uestEo produto essencial, nos ter)os do S% do

    art. #8 do CC.

    V esse ta)b) o entendi)ento de nossos tribunais superiores, confor)e

    pode-se verificar pela e)enta do ac2rdEo transcrito abai7o, cu:a ntegra :unta-se 3 presente e7ordial

    por )eio do docu)ento #$. 5e:aB

    ()esso do dia *6 de maio de +**

    -/-0O D1 2%)3/451%3O %. **77*78+** 9 ):O ;4

  • 7/26/2019 Inicial Ford Fusion - Rito Ordinrio

    18/33

    concession!ria que, al#m de porem em risco a vida e atividadeeconMmica e$ercida pelo consumidor, demonstraram a noconNabilidade do automLvel, bem como o no atendimento dase$pectativas para o qual foi adquirido, aliada ao fato de nohaver irreversibilidade da medida e de e$istirpericulum in moraem favor do consumidor, v!lida e devida # a antecipao detutela concedida para substituir o produto viciado

    22 se o consumidor adquire veculo, sobretudo para fnsprofssionais, tornando-o produto essencial, e esteapresenta inmeros deeitos, que lhe pem em risco avida e a pr!pria continuidade da atividade, desnecess"riose apresenta perquirir o pra#o prescrito no $ %& do arti'o%( do )*) podendo, desde +", requerer a substituio doproduto por outro da mesma esp.cie, em pereitascondies de uso, alber'ado no $ /0 do mesmo arti'o ecomando le'al1

    222 ainda que atualmente o veculo este+a reparado, asubstituio de que trata o $%& do art2 %( do )*) .medida que se impe, porquanto o $/& do mesmodispositivo le'al no limita a aculdade de o consumidore3i'ir de pronto a substituio do produto essencialdeeituoso2 Ao reverso, impe a substituio imediatadoproduto viciado, caso se+a essencial

    20 9 agravo de instrumento no provido.P Qgrifos e destaquesnossosR2

    essa )aneira, fica caracteriada a essencialidade do veculo para o

    consu)idor autor, )otivo pelo 'ual cabe-lDe de i)ediato o e7erccio das prerrogativas conferidas

    pelo S# do art. #8 do CC.

    DA APLICAO DO ARTI/O 2 DO CDC 9 SUBSTITUIO DO PRODUTO

    Xuando u) consu)idor efetua u)a co)pra, inconsciente)ente ele e7ige dofornecedor 'ue o produto ou servio este:a pronto para uso, e 'ue este nEo possua nenDu)a avaria

    ou algu) vcio 'ue o di)inua o valor ou 'ue o i)possibilite de utili-lo nor)al)ente.

    ( CC e) seu art. #8 be) claro neste sentido, in verbisB

    *rt. #8. (s fornecedores de produtos de consu)o durveis ou nEo durveisresponde) solidaria)ente pelos vcios de 'ualidade ou 'uantidade 'ue os torne)

    i)pr2prios ou inade'uados ao consu)o a 'ue se destina) ou lDes di)inua) ovalor, assi) co)o por a'ueles decorrentes da disparidade, co) a indicaMesconstantes do recipiente, da e)balage), rotulage) ou )ensage) publicitria,

  • 7/26/2019 Inicial Ford Fusion - Rito Ordinrio

    19/33

    respeitadas as variaMes decorrentes de sua naturea, podendo o consu)idor e7igira substituiEo das partes viciadas.

    2 N;" e#$" " 5?,'" #$" #" !r

  • 7/26/2019 Inicial Ford Fusion - Rito Ordinrio

    20/33

    esse sentido, nEo obstante se:a o veculo caracteriado co)o produto

    essencial, o consu)idor autor suportou 4& dias se) o veculo, confor)e : de)onstrado na presente

    e7ordial e docu)entos inclusos, o 'ue supera o prao conferido pelo S# do art. #8 do CC, sendo-

    lDe conferido entEo as prerrogativas dispostas nos incisos desse )es)o dispositivo.

    e'uer entEo o autor a substituiEo do produto por outro da )es)a espcie,

    e) perfeitas condiMes de uso, nos ter)os do inciso ?, S#, art. #8 do CC.

    Eo sendo possvel por 'ual'uer )otivo a substituiEo do produto por outro

    da )es)a espcie, re'uer sua substituiEo nos ter)os do S4 do )es)o artigo legal, " 4-e =',

    -"r';" Fe$er. $e 2

    `*rt. $. Lodos sEo iguais perante a lei, se) distinEo de 'ual'uer naturea,garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidadedo direito 3 vida, 3 liberdade, 3 igualdade, 3 segurana e 3 propriedade, nos ter)[email protected]\ - Eo inviolveis a inti)idade, a vida privada, a Donra e a i)age) das pessoas,assegurado o direito 3 indeniaEo pelo dano )aterial ou )oral decorrente de suaviolaEoR

    C$'6" $e De=e $" C"#-%'$"r

    `*rt. 6 Eo direitos bsicos do consu)idorB

  • 7/26/2019 Inicial Ford Fusion - Rito Ordinrio

    21/33

    @_A

    5? - a efetiva prevenEo e reparaEo de danos patri)oniais e )orais, individuais,coletivos e difusos

    o intuito de buscar-se u)a conceituaEo, recorre-se a'ui 3s palavras deavatier&, citado por Pereira @#998, p. 40A, o 'ual entende por dano )oralB

    `V 'ual'uer sofri)ento Du)ano 'ue nEo causado por u)a perda pecuniria, eabrange todo atentado 3 reputaEo da vti)a, 3 sua autoridade legiti)a, ao seupudor, 3 sua segurana e tran'Qilidade, ao seu a)or pr2prio esttico, 3 integridadede sua inteligncia, as suas afeiMes, etc.

    o caso e) 'uestEo, os constrangi)entos de 'ue foi e ve) sendo vti)a o*utor nEo representa) aborreci)entos naturais do cotidiano, posto 'ue, confor)e vasta)ente

    de)onstrado, a agiu e ve) agindo de for)a irresponsvel, desrespeitosa e inconse'Qente,

    `rasgando as letras traidas pelo C2digo de efesa do Consu)idor, co)o se os procedi)entos 'ue

    adotou fosse) os )ais nor)ais.

    ( autor se viu privado de seu patri)Knio, o 'ue lDe trou7e enor)es

    dificuldades para superar os $' e% 4-e =',"- e% " e- 5e?,-.". Leve 'ue )udar

    drastica)ente sua rotina, dependendo diaria)ente de caronas, favores e transporte pGblico para

    conseguir dese)penDar suas atividades profissionais, se) falar nas inG)eras vees e) 'ue cDegou

    atrasado.

    La)b) foi privado de atividades de laer aos finais de se)ana, o 'ue afetou

    nEo s2 ele, co)o sua fa)lia.

    e) falar nas situaMes constrangedoras pelas 'uais passou ao se dirigir

    inG)eras vees aos estabeleci)entos da e)presa , de for)a 'ue todas as vees e) 'ue adentrava

    ao recinto todos os colaboradores o olDava) co) a e7pressEo facial de `l ve) o cDato.

    5ale ainda citar todas as vees 'ue foi obrigado a ligar para a Central de

    *tendi)ento Ford, por )eio do nG)ero 0800.&0%.%6&%, oportunidades nas 'uais nunca per)anecia

    esperando por )enos de "0 )inutos.

    &. P?* Caio !rio da ilva Re!"#:'.'$$e C'5'.19 ed.d. Forense. io de ;aneiro, #998.

  • 7/26/2019 Inicial Ford Fusion - Rito Ordinrio

    22/33

    *ssi), nEo se pode ad)itir 'ue u) consu)idor, vendo-se privado do seu

    patri)Knio, nEo )erea ser ressarcido pelo constrangi)ento sofrido, e) 'ue pese o carter punitivo

    da condenaEo por danos )orais, visando-se, assi), a evitar 'ue a reedite o desrespeito

    observado no caso dos autos, pelo 'ue, o valor da condenaEo deve ser suficiente para esse fi)

    especfico.

    * indeniaEo consiste nu)a co)pensaEo, nu)a tentativa de substituir o

    sofri)ento por u)a satisfaEo, al) do aspecto retributivo e verdadeira)ente punitivo no tocante

    ao causador do dano, 'ue vendo doer e) seu )ais sensvel R2rgEoR @o bolsoA, certa)ente refletirEo

    )elDor antes de desrespeitar novos consu)idores.

    ?sto tudo revela 'ue o ser Du)ano te) u)a esfera de valores pr2prios 'ue sEo

    postos e) sua conduta nEo apenas e) relaEo ao stado, )as, ta)b), na convivncia co) os seusse)elDantes. espeita)-se, por isso )es)o, nEo apenas a'ueles direitos 'ue repercute) no seu

    patri)Knio )aterial, de pronto afervel, )as a'ueles direitos relativos aos seus valores pessoais, 'ue

    repercute) nos seus senti)entos, postos 3 lu diante dos outros Do)ens.

    ) casos si)ilares, o uperior Lribunal de ;ustia te) reconDecido a

    incidncia dos danos )orais, arbitrando e) )dia o valor de $0 do valor do veculo novo. sse

    o teor do ac2rdEo 'ue :unta-se na ntegra por )eio do docu)ento #6 ane7o 3 presente petiEo

    inicial. 5e:a sua e)enta abai7oB

    RECURSO ESPECIAL N 73183 G M/ (3KK2KK88KK2GK)

    I*L(* B !??L* *Cj *?Y

  • 7/26/2019 Inicial Ford Fusion - Rito Ordinrio

    23/33

    - e o veculo ero-'uilK)etro apresenta, e) seus pri)eiros )eses de uso, defeitose) 'uantidade e7cessiva e capaes de reduir substancial)ente a utilidade e asegurana do be), ter o consu)idor direito 3 reparaEo por danos )orais, ainda'ue o fornecedor tenDa solucionado os vcios do produto no prao legal.

    G N .'#@ $e !re,e$e#e $ee Tr':-#.& " $#" %"r'& #e @'!ee&$e5er;" er ='*$" e% 4-#' %"$er$ (.5" e ,'r,-##,' =',

    !"#re% e% e#'$" $'5er")& '% e#e#$'$ 4-e. 4-e #;" -.r!e %e$e $" 5."r $" 5e?,-." #"5"& ": !e# $e e#r'4-e,'%e#" e% ,- !"r!re $" ,"#-%'$"r1

    - e o autor deduiu trs pedidos e apenas u) foi acolDido, os Knus dasucu)bncia deverEo ser suportados reciproca)ente, na proporEo de "% @doisterosA para o autor e de #% @u) teroA para o ru.

    - Recurso especial a que se d parcial provimento.

    5erifica-se 'ue possui o L; grande cautela para nEo proporcionar o

    enri'ueci)ento se) causa dos consu)idores. essa for)a, no caso e) 'uestEo, o pr2prio autor

    entende 'ue $0 do valor do veculo pode cDegar a tal situaEo, tendo e) vista o valor do veculo.

    endo assi), pleiteia o autor a condenaEo da e) danos )orais e) valor a

    ser arbitrado por esse :uo nEo inferior a "$ do valor do veculo.

    DOS DANOS MORAIS PELA PERDA DO TEMPO LIVRE DO CONSUMIDOR

    ) u)a sociedade de consu)o )assificado co) relaMes cada ve )ais

    co)ple7as, variadas e nu)erosas, natural o surgi)ento de proble)as nas )es)as proporMes, e

    'ue e) face do volu)e e i)pessoalidade no atendi)ento aos fornecedores te) se tornado fre'uente

    os abusos e desrespeito ao consu)idor.

    sse desrespeito te) afetado direta)ente o te)po do consu)idor 'ue

    e)pregado para solucionar os proble)as das relaMes de consu)o. Le)-se tornado cada dia )ais

    co)u) ouvir e7pressMes co)oB `nossa, perdi o dia inteiro para resolver aquele problema `liguei

    para o atendimento e fiquei horas aguardando ouvindo aquela musiquinha `tive que faltar ao

    servio para resolver meu problema daquela cobrana indevida.

    Co)o se delineia, o protagonista do )ercado de consu)o te) utiliado seu

    te)po Gtil, livre ou nEo, para resolver suas de)andas 'ue )uitas das vees sEo causadas por falDas

  • 7/26/2019 Inicial Ford Fusion - Rito Ordinrio

    24/33

    dos produtosservios, dei7ando de e)preg-lo e) outras atividades )ais produtivas ou )es)o

    i)produtivas, sob a 2tica econK)ica, )as 'ue por ele sEo dese:adas co)o, por e7e)plo, seu laer.

    esse diapasEo, o doutrinador Ieonardo de !edeiros Yarcia @"008, p. #09-

    ##0A8define de for)a )uito esclarecedora o 'ue seria a perda do te)po livreB

    `!uitas situaMes do cotidiano nos trae) a sensaEo de perda de te)poB o te)poe) 'ue fica)os `presos no trJnsito o te)po para cancelar a contrataEo 'ue nEo)ais nos interessa o te)po para cancelar a cobrana indevida do cartEo de crditoa espera de atendi)ento e) consult2rios )dicos etc. * )aioria dessas situaMes,desde 'ue nEo cause outros danos, deve ser tolerada, u)a ve 'ue fa parte da vidae) sociedade. *o contrrio, a indeniaEo pela perda do te)po livre trata desituaMes intolerveis, e) 'ue D desdia e desrespeito aos consu)idores, 'ue)uitas vees se vee) co)pelidos a sair de sua rotina e perder o te)po livre parasolucionar proble)as causados por atos ilcitos ou condutas abusivas dosfornecedores. Lais situaMes foge) do 'ue usual)ente se aceita co)o `nor)al,e) se tratando de espera por parte do consu)idor. Eo a'ueles fa)osos casos decall center e e) 'ue se espera durante %0 )inutos ou )ais, sendo transferido deu) atendente para o outro. esses casos, percebe-se clara)ente o desrespeito aoconsu)idor, 'ue pronta)ente atendido 'uando da contrataEo, )as, 'uandobusca o atendi)ento para resolver 'ual'uer i)passe, obrigado,in:ustificada)ente, a perder seu te)po livre.

    ob outro enfo'ue, o autor !arcos essaune @"0##, p. 4%A9analisa a 'uestEo

    e dei7a )uito claro 'ue a )issEoob:etivo do fornecedor liberar os recursos produtivos do

    consu)idor, ou se:a, o consu)idor contrata u) servio 'ue at ele )es)o poderia realiar, )as 'ueprefere pagar para 'ue outro o faa e ele possa utiliar esse te)po da for)a co)o )elDor lDe

    convenDa. 5e:a a liEo do doutrinadorB

    `as relaMes de consu)o, e7e)plo didtico dessa liberaEo de recursosprodutivos ocorre 'uando duas pessoas decide) se casar e, para nEo se afastar desuas atividades pessoais e profissionais Dabituais, contrata) u)a e)presaespecialiada na organiaEo desse tipo de evento social. * e)presa, ao ulti)artodas as providncias para realiaEo da festa de casa)ento, retira do casal o Knusprodutivo de organi-la, podendo os nubentes utiliar seu te)po e suas

    co)petncias, entEo, e) atividades indispensveis ou e) outras )ais dese:adasBtrabalDar, estudar, consu)ir, cuidar de si, divertir-se, descansar, desfrutar daco)panDia de fa)iliares e a)igos etc.

    Co)o se percebe, a e)presa contratada 'ue) e)pregar o seu te)po e as

    suas co)petncias para a realiaEo de todas as providncias relativas aos servios contratados. )

    outras palavras, o consu)idor pagou para 'ue terceiros @fornecedorA realiasse) essas atividades,

    ficando o seu te)po livre para ser utiliado co)o )elDor lDe conviesse.

    8. -/"2-, ;eonardo de 5edeiros. Direito do "onsumidor= "Ldigo "omentado e ?urisprudSncia. T. ed.0 %iterLi, /?=2mpetus, +**7.9. D1))-4%1, 5arcos. Desvio @rodutivo do "onsumidor= o prejuzo do tempo desperdiado. U ed. )o @aulo= 1d./evista dos 3ribunais, +*.

  • 7/26/2019 Inicial Ford Fusion - Rito Ordinrio

    25/33

    a decorre a 'uestEo de co)o ficar o consu)idor 'ue receber u) produto

    final defeituoso 'ue nEo atenda a suas necessidades e o obrigue a desviar seu te)po Gtil para reparar

    u)a atividade por ele : terceiriada :usta)ente para liber-lo desse Knus.

    os dieres de essaune @"0##, p. 49A#0B

    `... toda ve 'ue dado fornecedor entrega ao consu)idor u) produto finaldefeituoso ou o sub)ete a u)a prtica legal)ente proibida, o consu)idor acabaprecisando desperdiar o seu te)po e desviar as suas co)petncias 1 de atividadesnecessrias ou por ele preferidas - para tentar sanar o proble)a criado pelofornecedor, o 'ue te) u) custo de oportunidade intrinseca)ente irrecupervel, 'ueo consu)idor nEo dese:a para si.

    Continuando o raciocnio, conclui o autor esclarecendo 'ue 'uando o

    consu)idor utilia seus recursos de for)a contrria a sua vontade e livre escolDa, dar lugar a u)asituaEo de contrariedade e de perda para eleB

    `... nessas circunstJncias recorrentes de )au atendi)ento, o consu)idor levado ase afastar de u)a atividade 'ue deveria ou dese:aria estar realiando 1 co)otrabalDar, estudar, consu)ir, cuidar de si, divertir-se, descansar, estar co) entes'ueridos - para gastar seu te)po e suas co)petncias na tentativa de resolver u)proble)a de consu)o ao 'ual nEo deu causa, )as 'ue o est su:eitando a algu)tipo de pre:uo, potencial ou efetivo.

    ( te)po, co)o delineado, passou a figurar co)o u) be) :urdico de granderelevJncia na sociedade )oderna onde pratica)ente toda e 'ual'uer evoluEo te) a finalidade de

    `au)entar a velocidade dos processos, ou se:a, reduir o te)po para se produir )ais.

    V ntido 'ue ao longo dos anos a noEo do te)po te) evoludo, tornando-o

    relativo na vida das pessoas. Eo interessantes as ponderaMes do ;ui de ireito do Lribunal de

    ;ustia de Perna)buco, Iui !ario !outinDo, citado por 5itor 5ilela Yuglinsi ## e) artigo

    publicado na internetB

    `* sensaEo do te)po algo 'ue varia co) o te)po. 5e:a o e7e)plo dosco)putadores. Le)os u) e'uipa)ento 'ue te) u) processador co) certavelocidade, e depois co)pra)os outra )'uina )ais rpida alguns )ilsi)os desegundos, e logo acDa)os 'ue o PC antigo lento de)ais. a )es)a for)a aspessoas )ais velDas vivera) nu) te)po onde passava) Doras nas filas dos bancospara descontar u) cDe'ue ou esperava) dias para 'ue u) cDe'ue depositado fosseco)pensado.

  • 7/26/2019 Inicial Ford Fusion - Rito Ordinrio

    26/33

    titular pode dele dispor. Xue) in:ustificada)ente se apropria deste be) causa lesEo'ue, dependendo das circunstJncias pode causar dano 'ue vai al) do si)plesaborreci)ento do cotidiano, ou se:a, dano )oral.

    essa )es)a linDa segue o ilustre ese)bargador do grgio Lribunal de

    ;ustia do stado do io de ;aneiro, r. *ndr Yustavo de Corra de *ndrade @"006, p. #0"-#04A #"

    e7pondo 'ue a a)pliaEo do conceito de dano )oral para englobar a teoria da perda do te)po livre

    do consu)idor nEo refletea ideia de u)a sociedade intolerante, )as si) de u)a sociedade 'ue nEo

    est disposta a sofrer abusos.

    *l) disso, continua o ese)bargador e resu)e a ideia da valoriaEo do

    te)po na seara consu)erista de for)a )uito didticaB

    `!uitas situaMes nos trae) a sensaEo de perda de te)poB o desloca)ento entrea casa e o trabalDo, as filas para paga)entos e) bancos, a espera de atendi)entoe) consult2rios )dicos e dentrios e tantas outras obrigaMes 'ue nos to)a) u)te)po 'ue gostara)os de dedicar a outras atividades. ssas si) sEo situaMes 'uedeve) ser toleradas, por'ue, evitveis ou nEo, fae) parte da vida e) sociedade. ()es)o nEo se pode dier da desdia ou desatenEo de certas e)presas, 'ue nEoinveste) co)o deveria) no atendi)ento aos consu)idores, vistos apenas co)onG)eros contbeis. (s consu)idores, )uitas vees, encontra) as )aioresdificuldades para veicular u)a recla)aEo, conseguir assistncia tcnica e)relaEo a u) produto ou obter u)a si)ples infor)aEo. 5ee)-se, dessa for)a,retirados de sua rotina e co)pelidos a despender seu `te)po livre na buscadesagradvel e )uitas vees infrutfera de soluMes para proble)as 'ue deveria)ser sanados se) )aiores dificuldades. o plano dos direitos patri)oniais, ai)portJncia do te)po devida)ente reconDecida, co)o se percebe pela previsEodos :uros de )ora, da clusula penal )orat2ria ou, ainda, da possibilidade deindeniaEo por lucros cessantes. ; no plano dos direitos i)ateriais, ainda Dgrande resistncia e) se ad)itir 'ue a perda do te)po e) si possa gerar direito au)a indeniaEo. !uitos :ulgadores re:eita) siste)atica)ente pedidos deindeniaEo por dano i)aterial, ao argu)ento de 'ue os aborreci)entosdecorrentes da perda de te)po na soluEo de proble)as traidos por u) ato ilcitodeve) ser tolerados, por faere) parte das dificuldades cotidianas. Pondera-se,co) fre'uncia, 'ue a inclusEo de aborreci)entos desse tipo no conceito de dano)oral acabaria por criar u)a sociedade de litigantes. s'uece-se, por), 'ue o

    te)po, pela sua escasse, u) be) precioso, tendo u) valor 'ue e7trapola suadi)ensEo econK)ica. ( Do)e) encontra-se confinado no te)po 1 essa abstraEo'ue todos intu)os, )as 'ue co) dificuldade tenta)os e7plicar. ecorda)os opassado e nos preocupa)os co) o futuro, )as o nosso )odo de e7istnciaine7orvel o presente. 5ive)os no agora, `esse instante se) espessura, se)duraEo, se) te)po @C(!LP(5?II, *ndre, icionrio filos2fico, p. $86A,e)bora co) fre'Qncia este:a)os pensando no 'ue passou ou no 'ue vir. V essaconscincia, do 'ue passou e do 'ue ainda poder vir, 'ue fa do te)po u) be)tEo precioso para n2s. ( te)po passado te)po perdidoB dele nos resta apenas ale)brana, boa ou ) a sensaEo de realiaEo ou o gosto da frustraEo anostalgia ou a tristea. ( te)po 'ue ainda vir , para cada u) de n2s, al) deincerto, li)itadoB da a sensaEo de angGstia 'ue nos assola. * )enor fraEo de

    te)po perdido de nossas vidas constitui u) be) irrecupervel, u) te)po 'ue nos

    #". -%D/-D1, -ndr# ustavo "orrSa de. Dano 5oral e 2ndenizao @unitiva0 Os punitive damages na e$periSncia docommon la\ e na perspectiva do Direito brasileiro, 1ditora Forense, +**6.

  • 7/26/2019 Inicial Ford Fusion - Rito Ordinrio

    27/33

    irreversivel)ente tirado do convvio fa)iliar, do laer, do descanso, do trabalDo oude 'ual'uer outra atividade de nossa preferncia. Por isso, afigura-se raovel 'uea perda desse be), ainda 'ue nEo i)pli'ue pre:uo econK)ico ou )aterial, dense:o a u)a indeniaEo. * a)pliaEo do conceito de dano )oral, para englobarsituaMes de perda do te)po livre da pessoa, nEo deve ser vista co)o sinal de u)asociedade intolerante, )as co)o )anifestaEo de u)a sociedade 'ue nEo estdisposta a suportar abusos.

    Por tudo isso, atual)ente a e7pressEo a)ericana time is money @te)po

    dinDeiroA, pode ser utiliada para proteEo, ta)b), do te)po do consu)idor 'ue fora desperdiado

    pelo fornecedor, : 'ue o te)po tornou-se u) patri)Knio, u) be) )uito valioso a todos na

    sociedade )oderna.

    Pode-se perceber esse valor 'uando se leva e) conta 'ue no +rasil u)a vida

    dura, e) )dia "& )il dias#%

    , sendo esse u) dos nossos capitais, nossa ri'uea, ele total)enteescasso e )uito valioso para o indivduo.

    ( te)po nEo se consegue parar, tocar e )uito )enos reverter o seu curso. V

    u) recurso 'ue nEo se consegue acu)ular ou recuperar durante a vida, diferente)ente dos bens

    )ateriais.

    Ievando-se e) conta 'ue todos dese:a) se)pre )ais te)po para si @investir

    na 'ualidade de vida, estudos, laer etc.A esse be) :urdico : escasso passou a valoriar-se ainda)ais para as pessoas @Iei de de)anda 1 a'uilo 'ue )ais procurado tende a se valoriar )aisA,

    )erecendo u)a co)pensaEo, u)a repri)enda pecuniria pelo seu vilipndio.

    *ssi), o Do)e) deve eleger suas prioridades, escolDer livre)ente o 'ue

    faer co) seu escasso te)po livre se) a interferncia indevida de fornecedores 'ue presta) u)

    servio de for)a defeituosa e o obriga) a utiliar o seu capital pessoal @o te)poA de for)a

    total)ente contrria a sua vontade na resoluEo de de)andas de consu)o 'ue e7orbita) o padrEo

    de raoabilidade e bo) senso.

    esse sentido, possvel verificar a i)portJncia do te)po observando as

    relaMes de trabalDoe)prego 'uando o cidadEo, al) de suas co)petncias, vende ta)b) o seu

    te)po para o e)pregador, : 'ue ficar 3 disposiEo dele. Lal assunto tEo i)portante 'ue possui

    #%. )egundo pesquisa divulgada em *.+.+** pelo 2>1, no >rasil a e$pectativa de vida do brasileiro nascido em+**B # de YC,Y anos 0 equivale a quase +Y mil dias QO ;O>O. 1$pectativa de vida do brasileiro nascido em +**B # deYC,Y anos, diz 2>1. /io de ?aneiro= +**. Disponvel em= Xhttp=88oglobo.globo.com8politica8e$pectativadevidadobrasileironascidoem+**BdeYCYanosdizibge+B6B7*[. -cesso em= 6.*B.+*+.

  • 7/26/2019 Inicial Ford Fusion - Rito Ordinrio

    28/33

    trata)ento constitucional#4 'uando se li)ita a duraEo do trabalDo e ta)b) os perodos de

    descanso dos trabalDadores.

    os dieres do professor !arcos Yarcia

  • 7/26/2019 Inicial Ford Fusion - Rito Ordinrio

    29/33

    `*ZW( (+?Y*ZW( F*H CC P?( ??H*ZW(.!* C*LW( CV?L(, W( (I?C?L*(, P** *?]C?* * C(L?L*. !?W( F*LO* C(L(C(+*Z* ?5?*. CO* ( C*CI*!L(. P>L?C**+O?5*, P5?L* ( *L?Y( %9, ???, * I? 8.0&890 @CCA,C**CL?H*( *L( ?I^C?L(. *( !(*I C(F?YO*(.??H*ZW( *+?L** C(! !(*ZW(. LZ* C(L*.

    CO( ?!P(5?(. *L. %9, ??? * I? 8.0&890....Eo bastasse, a indeniaEo deve co)pensar ta)b) a perda de te)po Gtil doconsu)idor, no trato co) o fornecedor abusado, i)pondo o recurso a contatostelefKnicos de)orados, irritantes e infrutferos, retirando do consu)idor cu)pridorde seus deveres e obrigaMes, a parcela de seu te)po 'ue poderia ter direcionadopara o laer, o praer, ou o 'ue be) entendesse. @L;;, *pelaEo Cvel n"009.00#.%%0$$, elatorB . C*I( C. I*5?Y I!(, ata de;ulga)entoB #609"009, &h C*!** C?5I, ata de PublicaEoB "$09"009A.

    o )es)o sentido, outro ilustre ese)bargador do Lribunal de ;ustia do

    io de ;aneiro, *le7andre Freitas CJ)ara, entendeu 'ue nEo se pode prevalecer a ideia de 'ue

    sofrer a ) 'ualidade da prestaEo dos servios fa parte dos aborreci)entos cotidianos dos

    consu)idores, ficando e7pressa)ente consignada na e)enta do *c2rdEo a configuraEo do dano

    )oral pela perda do te)po do consu)idor, ve:aB

    `??L( ( C(O!?(. !** ??H*L?*. P(P(L* 5?Z( I*L?5( * !>XO?* C*LW( CV?L((FC?* PI* ?L?LO?ZW( F?*C?*. *IY*ZW( **OL(* XO ( VO W( CO!P?O ( L!( * P(!(Z

    (FC?*, C(L*( ?5?*!L ( *IOYOI *!>XO?*. ?5W( ( O * P(5*. LZ* ?!P(C]C?*. *O]C?* C(!P(5*ZW( PI( VO XO*IXO \CIOL O* P(*+?I?*. O *P(5* XO C(!PL *( VO. F*I

  • 7/26/2019 Inicial Ford Fusion - Rito Ordinrio

    30/33

    atitudes de apreensEo abusiva do te)po. @L;P, *pelaEo Cvel n "%0$"#-&,elatorB . O?C( +*( C(?* F?I

  • 7/26/2019 Inicial Ford Fusion - Rito Ordinrio

    31/33

    Co)o : farta)ente e7plicitado, trata-se de relaEo de consu)o, e) 'ue,

    diante das circunstJncias 'ue contorna) a relaEo entre os de)andantes, depreende-se a

    vulnerabilidade e principal)ente a Dipossuficincia do *utor.

    esse diapasEo, observa-se 'ue a re'uerida nEo prestou ao re'uerente a

    assistncia 'ue o caso )erecia, dei7ando a dese:ar na reparaEo dos vcios e7istentes e) seuproduto, traendo inG)eros transtornos ao seu dia-a-dia, descu)prindo os praos legais e

    oferecendo riscos 3 integridade fsica e 3 vida do autor e de terceiros. * docu)entaEo ora acostada

    co)prova farta)ente o descaso para co) o re'uerente.

    iante disso, te)-se por '#e4-?5", !r"5 colacionadas nos autos,

    estando presente ofumus boni iuris, configurando-se no pri)eiro re'uisito 3 concessEo da )edida

    perseguida. *trelado a isto, te)-se 'ue a prova ine'uvoca encontra-se u)bilical)ente ligada 3

    verossi)ilDana das alegaMes e, por todo e7posto, presente est ta)b) este re'uisito.Co)o sabido, a 5er"'%'.@#>das alegaMes iniciais deve ser e7trada do

    con:unto probat2rio constante dos autos, a refletir a prova ine'uvoca, ou se:a, a'uela contra a 'ual

    Da:a a )enor )arge) possvel de dGvida 'uanto o 'ue se propMe a atestar, o 'ue, no caso dos autos,

    resta de igual sorte presente, )or)ente ante a :untada da docu)entaEo 'ue fa parte integrante do

    presente petit2rio inicial.

    *de)ais, o re4-er'%e#" re e*!re%e#e ="r%-.$", tanto nessas

    linDas, 'uanto ao final do presente petit2rio, co) farta transcriEo do entendi)ento :urisprudencial,

    arri)ado e) dispositivos legais 'ue e)presta) ao pleito a relevJncia do funda)ento.

    a )es)a for)a, o periculum in mora ta)b) est presente, e reside

    e7ata)ente na situaEo a 'ue ve) sendo sub)etido o *utorB

    #. ( veculo do autor nEo foi satisfatoria)ente reparado, de for)a 'ue

    possveis trancos ou perda de aceleraEo coloca) e) risco sua segurana e sua vida, be) co)o a de

    terceiros

    ". Continuando o autor a us-lo, est a cada dia tendo )ais pre:uos

    financeiros, Da:a vista 'ue seu consu)o de co)bustvel au)entou de #% para #0 )litro

    %. estou configurado a 'uebra do princpio da confiana, a'uele pelo 'ual o

    consu)idor deposita esperana na )arca. essa for)a, nEo D )eios de se confiar nu) veculo 'ue

    apresentou e continua apresentando defeitos tEo graves

    4. Eo sendo deferida a )edida li)inar para a substituiEo do veculo,

    continuar o autor co) receio de utili-lo para nEo colocar sua segurana e vida e) risco, )otivo

    pelo 'ual continuar e7peri)entando pre:uos financeiros e de orde) )oral

  • 7/26/2019 Inicial Ford Fusion - Rito Ordinrio

    32/33

    $. Eo sendo deferida a )edida li)inar, a presente aEo perder a )aior parte

    de seu ob:eto, 'ue a posse de u) veculo ad'uirido )ediante paga)ento 3 vista, !r -'.';"

    '%e$'e) seu trabalDo e de)ais atividades de laer

    6. Eo D risco algu) de irreversibilidade caso a tutela se:a antecipada.

    essa for)a, estando de)onstrados ofumus boni iurise opericulum in mora,

    re'uer o autor a antecipaEo da tutela :urisdicional nos ter)os do art. "&% do CPC e 84, S%/ do

    CC, para 'ue lDe se:a conferida a substituiEo i)ediata do produto por outro da )es)a espcie,

    e) perfeitas condiMes de uso, nos ter)os do inciso ?, S#, art. #8 do CC.

    Eo sendo possvel por 'ual'uer )otivo a substituiEo do produto por outro

    da )es)a espcie, re'uer sua substituiEo nos ter)os do S4 do )es)o artigo legal, " 4-e =',

    -"r'

  • 7/26/2019 Inicial Ford Fusion - Rito Ordinrio

    33/33

    ou substituiEo nos ter)os do S4 do )es)o artigo legal ou devoluEo dos valores pagoscorrigidos )onetaria)ente sob pena de )ulta diria a ser arbitrada por este douto :uo, nos ter)osdo artigo 84, S4/ ta)b) do CC, co) incidncia nEo superior a %0 dias, respeitando-se o

    princpio da raoabilidade

    bA se:a citada a e)presa recla)ada por )eio de correspondncia co) * para, 'uerendo, contestar

    a presente, devendo co)parecer nas audincias de conciliaEo e instruEo:ulga)ento, sob pena de

    revelia e confissEo 'uanto 3 )atria de fato, e no final a condenaEo da e)presa no paga)ento dos

    valores pleiteados, acrescidos de correEo )onetria e :uros de )ora

    cA se:a ao final, :ulgado procedente o pedido ora for)ulado, condenando a recla)ada ao paga)ento

    de danos )orais

    dA se:a ao final, :ulgado procedente o pedido ora for)ulado, condenando a recla)ada ao paga)ento

    de danos )orais pela perda do te)po livre do consu)idor

    Protesta-se provar o alegado, por todos os )eios de provas e) direito

    ad)itidos, especial)ente pelo depoi)ento pessoal do representante legal da recla)ada, oitiva das

    teste)unDas, :untada de docu)entos.

    *tribui 3 causa o valor de q #.000.00 @)il reaisA.

    Ler)os e) 'ue,

    Pede e espera deferi)ento.

    !arlia @PA, # de agosto de "0#%.

    *ndr Ius Cateli osa(*+P "%".%89