recomendação de adubação 2012

82
5. RECOMENDAÇÕES 5.1. Correção do Solo 5.1.1. Doses de Calcário A partir dos resultados de análise química de solos devidamente calibrados, pode-se fazer a recomendação de doses de calcário a serem empregadas. No Estado de São Paulo (Boletim n o 100) vem sendo empregada a seguinte fórmula: NC = CTC (V 2 - V 1 ) / 10 PRNT (1) Sendo: NC = necessidade de calcário (t/ha) CTC = capacidade de troca catiônica em mmol c /dm 3 V 1 = saturação em bases fornecida pela análise de solo V 2 = saturação em bases desejada para a cultura PRNT = poder relativo de neutralização total A dose de calcário calculada é para corrigir o solo até profundidade de 20 cm. Se a profundidade for maior, maior será quantidade de calcário. Inclui-se então o fator p, sendo: p = 0,5 para profundidade de 10 cm p = 1,0 para profundidade de 20 cm p = 1,5 para profundidade de 30 cm p = 2,0 para profundidade de 40 cm A fórmula final seria então: 101

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Page 1: Recomendação de adubação 2012

5. RECOMENDAÇÕES

5.1. Correção do Solo

5.1.1. Doses de Calcário

A partir dos resultados de análise química de solos devidamente calibrados, pode-se fazer a

recomendação de doses de calcário a serem empregadas.

No Estado de São Paulo (Boletim no 100) vem sendo empregada a seguinte fórmula:

NC = CTC (V2 - V1) / 10 PRNT (1)

Sendo:

NC = necessidade de calcário (t/ha)

CTC = capacidade de troca catiônica em mmolc/dm3

V1 = saturação em bases fornecida pela análise de solo

V2 = saturação em bases desejada para a cultura

PRNT = poder relativo de neutralização total

A dose de calcário calculada é para corrigir o solo até profundidade de 20 cm. Se a

profundidade for maior, maior será quantidade de calcário.

Inclui-se então o fator p, sendo:

p = 0,5 para profundidade de 10 cm

p = 1,0 para profundidade de 20 cm

p = 1,5 para profundidade de 30 cm

p = 2,0 para profundidade de 40 cm

A fórmula final seria então:

No Paraná (Circular no 9) são utilizadas duas fórmulas:

Calcário (t/ha) = Al3+ trocável x 2,0

Calcário (t/ha) = 3,5 – (Ca2+ + Mg2+)

A primeira é empregada quando o objetivo é reduzir o alumínio abaixo do nível tóxico e a

segunda é empregada quando se constata a deficiência de Ca e Mg, sem no entanto apresentar teores

tóxicos de alumínio.

Em Goiás (Boletim Informativo no 1) são empregadas duas fórmulas: A primeira é igual a (1)

empregada em São Paulo e a segunda fornece a quantidade de calcário necessária para elevar o pH

aproximadamente a 5,5, elevando os teores de cálcio e magnésio e reduzir o teor de Al tóxico.

101

Page 2: Recomendação de adubação 2012

Q.C. (t/ha) = { 2 x Al+++ + [2* - (Ca++ + Mg++)]} x 100/PRNT

* Para os solos com teor de argila inferior a 20% deve-se substituir o valor 2 por 1,2.

No Estado de Minas Gerais (Recomendação para uso de corretivos e fertilizantes em MG – 4 a

aproximação) são utilizadas duas fórmulas:

a) Método do Al e Ca + Mg trocáveis

NC ( t/ha) = Y x Al + [X – (Ca+Mg)] para PRNT100

Y = valor 1, para solos arenosos (<15% de argila); Valor 2, para solos de textura média (15 a 30% de

argila) e valor 3, para solos argilosos (>30% de argila)

X = valor 2,0 : para a maioria das culturas; Valor 1,0 para eucalipto e Valor 3,0 para cafeeiro, etc.

b) A outra fórmula empregada é a (1) já comentada.

A quantidade de calcário nos estados do RS e SC é recomendada através do método SMP.

Este método baseia-se no uso de uma solução tampão. Como forma de medida da acidez potencial é

utilizada a depressão que sofre o pH da solução tamponada quando em contato com o solo. Esta

depressão dada pelo índice SMP, corresponde a uma certa necessidade de calcário que neutraliza as

principais fontes de acidez do solo. O índice SMP foi calibrado para as necessidades de calcário para

elevar o pH do solo a 5,5 ou 6,0 ou ainda a 6,5. A opção de recomendação vai variar segundo a

cultura. São as seguintes as quantidades de calcário PRNT=100 calculadas:

pH em água a atingir pH em água a atingirÍndice SMP 5,5 6,0 6,5 Índice SMP 5,5 6,0 6,5

Calcário (PRNT=100), t/ha Calcário (PRNT=100), t/ha4.4 15.0 21.0 29.0 5.6 3.3 5.1 7.04.5 12.5 17.3 24.0 5.7 2.8 4.5 6.24.6 10.9 15.1 20.0 5.8 2.3 3.9 5.54.7 9.6 13.3 17.5 5.9 1.9 3.3 4.84.8 8.5 11.9 15.7 6.0 1.4 2.8 4.14.9 7.7 10.7 14.2 6.1 1.0 2.2 3.45.0 6.9 9.7 12.9 6.2 0.6 1.7 2.75.1 6.2 8.8 11.7 6.3 0.2 1.2 2.15.2 5.5 8.0 10.6 6.4 0.0 0.6 1.55.3 4.9 7.2 9.6 6.5 0.0 0.2 0.75.4 4.4 6.5 8.7 6.6 0.0 0.0 0.05.5 3.8 5.8 7.9

Em relação ao pH a ser atingido seria:

Calagem não recomendada: arroz irrigado, erva-mate, mandioca

Calagem para pH 5,5: abacaxizeiro, acácia negra, batatinha, bracatinga, eucalipto, pinus

Calagem para pH 6,0: todos os demais

Calagem para pH 6,5: alfafa e aspargo

102

Page 3: Recomendação de adubação 2012

CÁLCULO DO PRNT (PODER RELATIVO DE NEUTRALIZAÇÃO TOTAL)

Dentre as diversas características dos corretivos de acidez dos solos relacionadas com a

qualidade, duas são as mais importantes: granulometria e o teor de neutralizantes.

A granulometria vai determinar a reatividade ou a velocidade de reação do calcário. A

avaliação de reatividade do calcário é feita levando-se em conta a sua composição granulométrica e as

taxas de reatividade de cada fração, ou seja, a fração retida na peneira ABNT no10 tem reatividade

igual a 0 (zero); a fração que passa na peneira ABNT no 10 e é retida na peneira ABNT no 20 tem

reatividade igual a 20%; a fração que passa na peneira ABNT no 20 e é retida na peneira ABNT no 50

tem reatividade igual a 60%; e a fração que passa na peneira ABNT no 50 tem reatividade igual a

100%.

A avaliação do teor de neutralizantes é feita através de análises químicas do calcário e a partir

dos resultados, calcula-se o poder de neutralização (PN) expresso em ECaCO3.

PN = %CaO x 1,79 + % MgO x 2,48

Calcula-se então o PRNT do calcário pela fórmula que segue:

Exemplo:

Teor de neutralizante: %CaO = 38 e % MgO = 10%, portanto:

PN = 38 x 1,79 + 10 + 2,48 = 92%

Granulometria do calcário:

Maior que peneira ABNT no 10 = 2%

Entre as peneiras ABNT no 10 e no 20 = 12%

Entre as peneiras ABNT no 20 e no 50 = 26%

Menor que a peneira ABNT no 50 = 60%

PRNT = (92 x 78) / 100 = 72

Isto significa que cada 100 kg de calcário tem uma ação igual a 72 kg de carbonato de cálcio

indicando que a quantidade a ser empregada de calcário para fazer o mesmo efeito que 100 kg de

carbonato de cálcio é de aproximadamente 140 kg de calcário.

103

Page 4: Recomendação de adubação 2012

5.1.2- Resultados

Na literatura há muitos resultados sobre o efeito da correção do solo com calcário na

produtividade das culturas anuais. Por exemplo, na Figura 42 estão os resultados de rendimento de

óleo e proteínas pela soja em função do índice de saturação em bases (Mascarenhas et al., 1990) A

Figura 37 mostra que elevando-se a saturação em bases de 20 a 40% para 70%, valor preconizado para

a soja, ocorreram aumentos na produtividade de proteína e de óleo.

Figura 42. Rendimento de

óleo e proteína em função do

índice de saturação em bases.

Para a cana-de-açúcar, os resultados divulgados pela Copersucar (1988) mostram expressivos aumentos de

produção relativa de colmos motivados pela calagem, embora o valor preconizado de saturação em bases (60% segundo

Raij et al., 1996) seja pouco acima daquele encontrado experimentalmente (Figura 43). É necessário ressaltar que estes

resultados mostram que os teores de cálcio mais magnésio e os teores de cálcio isoladamente determinados antes do plantio

da cana-de-açúcar foram os fatores mais eficientes em determinar a possibilidade de resposta da cultura à aplicação de

calcário (figuras 44 e 45)

Figura 43. Efeito do índice de saturação por bases

inicial do solo sobre a produção relativa de cana,

com aplicação de calcário.

104

SATURAÇÃO POR BASES, V%

Page 5: Recomendação de adubação 2012

Figura 44. Efeito do cálcio mais magnésio iniciais

do solo sobre a produção relativa de colmos de

cana-de-açúcar, com a aplicação de calcário

Figura 45. Efeito do cálcio inicial do solo

sobre a produção relativa de colmos de cana-

de-açúcar, com a aplicação de calcário

Para as culturas perenes é menor o volume de experimentação que sustentam a recomendação

de calcário. Para a cultura do café, os resultados de Viana et al. (1990) mostram significativos

aumentos na produtividade de grãos de café motivados pela calagem aplicada no momento da

implantação do cafezal. Neste experimento feito em solo com saturação em bases inicial de 9% foram

aplicados doses crescentes de calcário, antes do plantio (março de 1984) e verificou-se o efeito sobre a

produtividade de café das quatro primeiras safras subsequentes. Os resultados estão na figura 46 e

confirmam que a recomendação de saturação em bases para o cafeeiro deve ser 70%.

y = -0,0044x2 + 0,5893x + 7,6004R2 = 0,8153

y = -0,0165x2 + 2,2128x + 27,369R2 = 0,8224

0

5

10

15

20

25

30

0 20 40 60 80 100 120

V % final desejada

saca

s d

e c

afé

be

ne

ficia

do

p

or

ha

0

20

40

60

80

100

120

pro

du

çã

o r

ela

tiv

a Figura 46.

Produção de grãos de café

(média das 4 primeiras

safras) em sacas

beneficiadas em função da

calagem aplicada no

plantio.

105

Page 6: Recomendação de adubação 2012

Para a cultura de citros, a quantidade de resultados experimentais que suportam a

recomendação de saturação em bases igual a 70%, ainda é bem pequena. Os comentários a seguir são

tirados de Boaretto et al. (1996) que discute esse assunto.

Poucos são trabalhos de pesquisa foram encontrados na literatura brasileira. No esquema

demonstrativo 1 estão os poucos resultados são apresentadas e mostra-se a duração dos ensaios, em

que fase da cultura da cultura foram realizados, as variedades e as literaturas consultadas. Citam-se 9

trabalhos de divulgação restrita por se tratarem de trabalhos de graduação (CIPOLLI, 1986;

AMARAL, 1989; PARO, 1991; GALHARDO, 1991), 1 dissertação de mestrado (CASARIN, 1994), 4

teses de doutorado (SOUZA, 1976; QUAGGIO, 1991; LIMA Fo, 1995 E LUZ, 1995) e 2 outros

trabalhos que estavam em andamento. Para comparação mencionou-se os resultados de pesquisa

desenvolvida na Flórida (ANDERSON, 1987). As variedades estudadas nos experimentos

desenvolvidos no Brasil foram: Valência (2), Pêra (4), Pêra Rio (1) Hamlin (1) e Limão Siciliano (1),

sendo vários os porta-enxertos, como está explicitado no esquema demonstrativo que está a seguir.

A figura 47 mostra os resultados obtidos por ANDERSON (1987). As publicações consultadas

citam este trabalho e criam a expectativa de que a calagem deve motivar aumentos espetaculares de

produtividade de frutos (testemunha sem calagem produziu 11,3 t/ha de frutos e no tratamento com

calagem obteve-se 20,0 t/ha, na média de 17 anos de duração dos experimentos, o que corresponde a

um aumento de 76%. Foi constatado também grande efeito no desenvolvimento da laranjeira. É

necessário, entretanto que alguns aspectos particulares deste experimento sejam considerados, pois

devem ter motivado as grandes diferenças entre os parâmetros da testemunha e do tratamento com

calagem:

a - o solo era extremamente arenoso (Typic Quartzipsamment, correspondendo a Areia Quartzosa)

com 95% de areia até a profundidade de 2 m;

b - a calagem era feita, com calcário dolomítico, “anualmente ou sempre que necessário”, conforme

cita o autor, para manter o pH igual a 7. O calcário foi incorporado a 15 cm de profundidade, e não

estão explicitadas as quantidades empregadas, mas pode-se deduzir que foram pequenas, pois a CTC

era igual a 2 meq / 100 g. O pomar foi irrigado e a água aplicada forneceu anualmente 200 kg/ha de

Ca e 20 kg/ha de Mg;

c - O cavalo empregado foi o limão rugoso, que parece ser menos resistente às condições de acidez do

solo do que o limão cravo, que é o cavalo mais empregado no Brasil.

d - No 15o ano, a análise do solo, amostrado na camada de 0 a 15 cm de profundidade, revelou os

seguintes teores de Ca trocável: testemunha = 2,8 mmolc/100 g ; calagem = 24,8 mmolc / 100g. Esses

valores mostram as extremas condições de deficiência de Ca em que a testemunha foi mantida;

f - O autor afirma que o efeito da calagem atingiu a profundidade de 90 cm, onde o pH da testemunha

era de 4,4 e no tratamento com calagem era 5,7.

106

Page 7: Recomendação de adubação 2012

Esquema demonstrativo das pesquisas sobre calagem e gessagem em citrosAnos de experimentação Varie-

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 dade literatura

ds ds ds ds ds ds ds ds ds ds ds V / LR ANDERSON (1987)c c c cg cg cg cg cg cg cg cg cg cg cg cg cg

d d d s P / LC SOUZA (1976)c c c

d d ds ds ds ds ds ds ds P / LC CIPOLI (1986), AMARAL (1989)cg cg PARO (1991) GALHARDO (1993)

d s s s s V / LC QUAGGIO (1991)c

s s P / LC CASARIN (1994)cg

s s H / LC LIMA Fo (1995)cg

s s s PR / LC LUZ (1995)cg

ds s s s P / LC REGO et al (1996)cg cg

s s s s s s LS / W BOARETTO et al (1996)cg

P = Pera, LR= Limão rugoso, LC = Limão cravo, V = Valência, PR = Pera Rio, LS = Limão Siciliano, W = Wolkamerianoc = calagem, g = gessagem, d = avaliação do desenvolvimento, s= avaliação da produção de frutos

107

Page 8: Recomendação de adubação 2012

FIGURA 47 - Efeito da calagem sobre a produtividade e o desenvolvimento da laranjeira

(adaptado de ANDERSON, 1987)

As figuras 48 e 49 foram construídas com os resultados obtidos por QUAGGIO (1991) e

PARO (1991) respectivamente. Pelos resultados mostrados na figura 48, calcula-se que a

produtividade máxima (24,3 t/ha de frutos) foi obtida com V% = 63, mas 95% (23,1 t/ha) e 90% (21,9

t/ha) desta produtividade obteve-se com V% = 42 e V% = 33, respectivamente.

No gráfico 49, calcula-se que a produtividade máxima obtida (19,7 t/ha de frutos) e 95% (18,7

t/ha) e 90% (17,7 t/ha) desta foram obtidas com V% = 45, 25 e 18, respectivamente.

Pelos resultados apresentados nas figuras 48 e 49 pode-se inferir que o critério da saturação em bases é adequado

para a indicação da necessidade da calagem, entretanto os resultados sugerem que o seu valor a ser atingido pela calagem

deve estar um pouco abaixo daquele indicado nas literaturas de SP e MG, que é de 70%. Poder-se-ia então recomendar a

calagem quando a saturação do solo em bases fosse menor que 50% para se atingir uma saturação de bases de 60%.

108

Page 9: Recomendação de adubação 2012

FIGURA 48 - Produtividade de laranja FIGURA 49 - Produtividade de laranja

Na tabela 42 estão resumidas as características químicas dos solos utilizados nos experimentos

encontrados na literatura brasileira. Sem considerar o trabalho de PARO (1991), os demais resultados

contidos na tabela 43 confirmam a observação feita, pois pequenos aumentos (de 1 a 13%) de

produtividade foram obtidos quando o solo já tinha inicialmente saturações de base entre 33 e 45%.

Ressalta-se ainda que nos trabalhos de SOUZA (1976) e QUAGGIO (1991) foi avaliado o

desenvolvimento da laranjeira (altura, diâmetro da copa e diâmetro do tronco) e não foi encontrada

diferença estatisticamente significativa entre o tratamento testemunha e o tratamento que recebeu

calagem.

Com referência aos outros critérios para recomendação de calagem, não houve possibilidade de

conferir as suas validades por falta de trabalhos de pesquisa que os levaram em consideração. Isso

torna possível inferir que tais critérios carecem de fundamento experimental. No que diz respeito aos

outros aspectos da calagem como época de aplicação e a incorporação, também não há, na literatura

consultada, resultados de pesquisa disponíveis específicos para a cultura de citros.

LUZ (1995) no seu trabalho estudou modos de aplicação (a lanço e em faixa) e de incorporação

de calcário em pomar de citros já instalado. Entretanto, como não houve resposta à aplicação do

calcário independentemente do seu modo de aplicação, também não houve diferenças significativas

entre as médias de peso de frutos motivadas pelos fatores estudados. Com isto percebe-se também que

as recomendações referentes à incorporação do calcário feitas nos boletins oficiais de alguns estados

também carecem de base experimental.

TABELA 42 - Características químicas dos solos empregados nos experimentos brasileiros

109

Page 10: Recomendação de adubação 2012

autor solo V% (1) Ca2+ Mg2+ Al3+ m CTCmeq/100 cm3 % meq/100 cm3

PARO (1991 LE 0-20 cm 0-40 cm

8 (45) 0,40,2

0,1 1,11,4

69 ........

QUAGGIO (1991) LE 6 (63) 0,4 0,1 1,5 71 8,5

SOUZA (1976) LE 8 0,50 1,6 75 6,4

CASARIN (1994) LE 0-20 cm 0-40 cm

42 4,93,3

0,8 0,80,2

13 13,7

LIMA Fo (1995) LE 0-20 cm 0-40 cm

34 1,20,7

0,7 0,61,1

17 7,4

LUZ (1995) PVd 43 1,11,0

0,7 0,21,0

8 5,1

REGO et al (1996) .............. 35 0,80,9

0,5 0,20,2

13 3,5

BOARETTO et al (1996) LE 33 3,30,3

1,8 0,40,9

.........

. 7,3

(1) O primeiro valor se refere a saturação inicial e o valor entre parêntese se refere a saturação onde se obteve a produtividade máxima

TABELA 43 - Resultados médios de peso de frutos de laranja das safras avaliadas nos experimentos

brasileiros em que a calagem e/ou gessagem foram estudadas.

autor safras testemunha calcário gesso calcário + gesso

frutos - t/ha

PARO (1991) 2 19,7 22,2 (+12)(1) 19,9 (+1) 22,2 (+12)

CASARIN (1994) 2 35,9 40,7 (+13) 40,7 (+13)

LIMA Fo (1995 2 33,0 34,8 (+ 5) 35,9 (+ 8)

LUZ (1995) 3 17,9 19,4 (+ 8) 19,1 (+ 6) 18,9 (+ 5)

REGO et al (1996) 4 12,4 12,6 (+ 1) 12,8 (+ 3) 13,3 (+ 7)

BOARETTO et al (1996) 6 54,0 55,0 (+ 1) 55,0 (+ 1) 55,0 (+ 1)

(1) o valor entre parênteses se refere ao aumento de produtividade de frutos em relação a testemunha = 100

Pela confrontação das recomendações encontradas nos boletins oficiais a respeito da calagem e

da gessagem para a cultura de citros, verificou-se que a maioria delas carece de embasamento

experimental pois o número de trabalhos de pesquisa sobre o assunto é muito reduzido.

Como critério para se decidir se a calagem deve ou não ser aplicada, a pesquisa demonstrou

que a saturação do solo em bases é um bom critério, mas tudo indica que não haverá aumentos de

produtividade quando a V% for igual a 60. Diante disto para a citricultura se recomendaria a calagem

110

Page 11: Recomendação de adubação 2012

quando o solo apresentasse V% < 50, devendo a quantidade ser recomendada para elevar a saturação a

60%.

5.1.3. Avaliação da saturação por bases como critério da determinação de calagem

A vantagem principal da determinação da necessidade de calagem pelo método de saturação

em bases é a facilidade dos cálculos e a flexibilidade de adaptação para diferentes culturas e para os

diferentes calcários quanto as suas qualidades.

Apesar de o método apresentar fundamento científico, os trabalhos de pesquisa no campo, que

permitiram realizar o acompanhamento da correção da acidez e elevação da saturação em bases do solo

após a calagem, mostram certa controvérsia quanto ao alcance da saturação por bases desejada que o

método preconiza. Isto porque, em grande número dos ensaios realizados em campo, tem-se

constatado que o método preconiza um resultado que não é alcançado. Por exemplo, a Figura 48 foi

construída com os resultados de Quaggio et al. (1982a,b). No trabalho com Latossolo Roxo, a

quantidade de calcário necessária para obter saturação por base de 70% era aproximadamente 4,1 t/ha,

mas a máxima saturação por bases igual a 64% só foi atingida com 6 t/ha de calcário com PRNT= 60.

Existem muitos outros resultados experimentais demonstrando que nem sempre a V% desejada

é atingida pela dose de calcário calculada pela fórmula preconizada para o estado de São Paulo, como

por exemplo: Caires (1990), Quaggio et al. (1985), Camargo et al. (1982) etc. São vários os fatores que

são colocados como hipótese para explicar a discrepância entre os resultados da saturação em bases

esperados e os determinados. Os comentários que seguem foram tirados de Caires (1991).

a- A primeira hipótese é que o poder tampão do solo é um fator a ser considerado, pois é de domínio

comum que o efeito de uma mesma quantidade de calcário sobre o valor do pH do solo depende da

CTC do solo ou do seu poder tampão. Como existe correlação positiva entre o pH do solo e a sua

saturação por bases, quanto maior será a resistência do solo à variação da saturação por bases e maior

será a necessidade de calagem para se atingir um valor desejado desta.

b- Analisando os resultados experimentais que mostraram não haver concordância entre a saturação

por bases esperada e a de fato obtida, verificou-se que quanto maior era a CTC do solo, maior era a

diferença entre a saturação em bases estimada de 70% e a máxima saturação em bases obtida com a

dose de calcário calculada para que a saturação atingisse 70% (Figura 49). Na elaboração da figura

foram empregados os resultados de Camargo et al. (1982), Quaggio et al. (1982 a,b), Rosolem et al.

(1983), Quaggio et al. (1985) e Caires (1990).

111

Page 12: Recomendação de adubação 2012

Figura 48. V% estimada e obtida em diferentes épocas após a calagem, em função da aplicação

de doses de calcário (adaptada de Quaggio et al., 1982a,b)

y = 0,87x - 30,95

R2 = 0,88

0

10

20

30

40

50

60

40 50 60 70 80 90

CTC do solo, mmolc/dm3

V%

, dif

eren

ça p

ara

70% Figura 49. Correlação entre CTC

do solo e a diferença entre a

saturação em bases estimada de

70% e a máxima saturação em

bases obtida com a dose

calculada para V%=70%

d- De acordo com a equação obtida (Y= -30,95 + 0,87X) e considerando a diferença entre a V%

esperada e a V% obtida experimentalmente (Y) igual a zero obtêm-se o valor de 35 mmolc/dm3. Isto

quer dizer que a saturação por bases seria alcançada com a dose de calcário calculada pela fórmula

quando a CTC fosse igual ao valor mencionado. Com base na equação obtida, apesar do número de

experimentos utilizados serem em pequeno número, pode-se dizer que a fórmula preconizada para o

Estado de São Paulo para calcular a dose de calcário só atinge a saturação desejada em condições de

campo quando o solo apresenta CTC abaixo de 35 mmolc/dm3.

e- Outra hipótese levantada para explicar a discrepância entre as saturações em base desejada e a

obtida com a dose de calcário calculada pela fórmula preconizada para o Estado de São Paulo, é a

qualidade do calcário em termos de PRNT. Os dados da literatura utilizados para construir a figura 49,

foram separados em dois grupos distintos: aqueles obtidos com calcários de PRNT de 57% a 70% e

112

DOSES DE CALCÁRIO

V%V%

Page 13: Recomendação de adubação 2012

aqueles obtidos com calcários PRNT de 83% a 96%. Foram então construídas figuras distintas para os

dois grupos de calcários, e de modo similar á figura 44, correlaciou o valor da CTC e a diferença entre

a saturação em bases estimada de 70% e a máxima obtida com a dose de calcário para obter saturação

em bases igual a 70%. Obteve correlações significativas entre CTC do solo e a diferença da V%

esperada e obtida. Para calcários com PRNT entre 57 a 70%, a equação obtida foi: Y= -16,97 + 6,54X

(r=0,97) e para os calcários com PRNT entre 83 a 96% a equação foi: Y= -77,24 + 14,82X (r=0,98).

Pode-se constatar que as correlações foram significativas, e pelas equações obtidas pode-se calcular

que não haverá discrepância entre a V% esperada e a determinada, no caso dos calcários com PRNT

entre 57 a 70%, quando a CTC do solo foi igual ou menor que 26,0 mmolc/dm3 e no caso dos calcários

com PRNT entre 83% a 96% com CTC igual ou menor que 52,0 mmolc/dm3. Fica evidenciado, que,

apesar do PRNT do calcário ser um fator que entra na fórmula de cálculo, a qualidade de calcário é um

dos motivos que devem ser considerados na explicação da não eficiência total do método de cálculo

preconizado.

É necessário salientar que a eficiência do corretivo é um dos fatores considerados no cálculo do

PRNT. Entretanto essa eficiência foi determinada em Laboratório e em condições controladas de

umidade do solo e com perfeita incorporação do calcário no solo. Estas mesmas condições não

ocorrem quando o calcário é aplicado no campo, pois a incorporação nem sempre é perfeita e a

umidade do solo nem sempre é a ideal para que haja uma reação completa. Por isso quando os

resultados no campo são diferentes daqueles esperados, outra hipótese a ser considerada é a

incorporação do calcário ao solo.

5.1.4. Doses de fosfogesso

O gesso agrícola, também conhecido por fosfogesso, é o sulfato de cálcio dehidratado, obtido

como resíduo da fabricação do ácido fosfórico por via úmida pelo ataque do ácido sulfúrico.

A composição aproximada do fosfogesso agrícola é a seguinte:

Umidade livre..........................................................................................15-17%

CaO..........................................................................................................26-28%

S...............................................................................................................15-16%

P2O5.........................................................................................................0,6-0,75%

SiO2 (insolúveis em ácidos).....................................................................1,26%

F (fluoretos).............................................................................................0,63%

Al2O3 + Fe2O3.......................................................................................0,37%

Não há indicação de doses de fosfogesso nos Boletins oficiais do PR e RS/SC. No Boletim 100

do IAC, afirma-se que o gesso tem apresentado efeito favorável no desenvolvimento do sistema

113

Page 14: Recomendação de adubação 2012

radicular no subsolo devido ao aumento dos teores de Ca, redução da saturação de Al e, em alguns

casos, redução efetiva da acidez.

As condições em que o gesso pode ter efeito efetivo na produção das culturas vão depender da

acidez ou da deficiência de Ca do subsolo e também da tolerância da cultura em questão às condições

de toxidez de Al e à deficiência de Ca.

De maneira geral, pode-se esperar, segundo o Boletim 100 citado, quando os teores de Ca do

subsolo seja inferior a 4 mmolc/dm3 e/ou a saturação de Al acima de 40% associado ao teor de Al3+

maior que 5 mmolc/dm3.

Para diagnóstico as condições desfavoráveis ao desenvolvimento radicular devem ser retiradas

amostras de solo na profundidade de 20-40 cm.

Em Goiás (Informativo técnico no 1) é indicado gesso nas seguintes condições:

1. para culturas perenes, com a finalidade de aumentar o cálcio e o magnésio em profundidade e

permitir maior aprofundamento do sistema radicular

2. em solos ácidos, com baixos teores de cálcio trocável e/ou alta saturação em alumínio no horizonte

subsuperficial, fatores que constituem em impedimentos químicos para o crescimento de raízes

3. em solos deficientes em enxofre. A quantidade recomendada é na proporção de 25 a 30% da

quantidade de calcário, sem prejuízo da dose deste último, aplicando-se simultaneamente os dois

insumos.

No Estado de Minas Gerais, segundo: Recomendações para o Uso de Corretivos e Fertilizantes em

MG – Quinta aproximação (1999) devem ser feitas aplicações quando a análise do solo das camadas

subsuperficiais (0-20 cm ou 30-60cm) apresentarem características:

0,4 cmolc/dm3 de Ca e/ou 0,5 cmolc/dm3 de e/ou 30% de saturação do Al da CTC efetiva.

As doses indicadas são:

Solos arenosos ( 15% de argila) = 0 a 0,4 t/ha

Solos textura média (15 a 35% de argila) = 0,4 a 0,8 t/ha

Solos argilosos (36 a 60% de argila) = 0,8 a 1,2 t/ha

Solos muito argilosos (60% de argila) = 1,2 a 1,6 t/ha

A respeito do assunto Raij (1988) faz a seguinte síntese do conhecimento: O gesso é um

material solúvel, que penetra no subsolo, e o efeito mais direto é o aumento de cálcio, o que acarreta

uma diminuição da saturação de alumínio. O gesso reduz a atividade do alumínio em solução.

Existem diversos estudos mostrando que o gesso permitiu o aprofundamento do sistema radicular no

subsolo e que, graças a isso, houve melhor aproveitamento de água e em alguns casos, de nitrogênio.

O efeito do gesso parece ter duração de vários anos, acentuando-se com o passar do tempo. Por outro

114

Page 15: Recomendação de adubação 2012

lado, tem-se constatado em diversos casos, perdas apreciáveis de magnésio e potássio de solos

submetidos à lixiviação devido a aplicação de gesso.

Há ainda necessidade de critérios de recomendação de gesso, com fundamento técnico. Na falta

de melhores informações, foram sugeridas tentativas para quantificar o uso de gesso.

a - Com base no teor de matéria orgânica do solo

As doses são dadas na tabela que segue. Este critério já foi abandonado, por ignorar qualquer

parâmetro da acidez ou de conteúdo de bases do solo.

Teor de matéria orgânica do solo Gesso a aplicar por ano

% kg/ha

1,72 300-450

1,72-3,5 255-300

3,5 575-300

b) Com base nos teores de alumínio e/ou cálcio

Para cada 1 meq/100cm3 no solo de Al3+, usar 2 t/ha de gesso ou para aumentar 1 meq/100cm3 no

teor de cálcio do solo, usar 2 t/ha de gesso.

c) Com base nos teores de cálcio ou alumínio ou de saturação em alumínio em amostras de

solo retirada abaixo da profundidade de 20 cm.

Neste caso se recomenda a aplicação de gesso quando o teor de cálcio trocável for igual ou inferior

a 0,3 meq/100cm3, e/ou alumínio trocável for igual ou maior que 0,5 meq/100cm3 e/ou saturação de

alumínio for maior que 40%. No caso em que a recomendação de calagem é estimada pelo método de

saturação por bases, sugere-se que 25% do CaO seja substituído por CaO na forma de gesso. Nos

casos em que a dose de calcário é calculada com o propósito de elevar os teores de cálcio e magnésio e

neutralizar o alumínio, é sugerida a adição de 25% a mais de CaO, com base no CaO do calcário. No

caso em que é feita a fosfatagem do solo, com outro adubo que não o superfosfato simples, a

recomendação é para aplicar o gesso em quantidade similar à que seria aplicado se o fósforo fosse

fornecido na forma desse superfosfato simples. Entretanto Raij (1988) diz que certamente a maior

dúvida reside em quando e quanto aplicar de gesso.

Os resultados experimentais comprovam que os critérios indicados para recomendação e cálculo da

dose de gesso não tem sido eficientes. Cita-se como exemplo o trabalho de Vianna et al. (1990)

realizado com o intuito de estudar o efeito do gesso sobre a produção do cafeeiro.

A análise do solo da camada de 20-40 cm revelou teor de Ca2+ igual a 2 mmolc/dm3 e o teor de Al3+

igual a 13 mmolc/dm3 e saturação de Al de 85%. Portanto, segundo o critério Raij et al. (1996) poderia

haver resposta a aplicação de gesso. A dose empregada foi de 2,2 t/ha de fosfogesso, aplicado sob a

115

Page 16: Recomendação de adubação 2012

copa do cafeeiro, 4 anos após o seu plantio. A quantidade aplicada atendeu a determinação de aplicar

2 t/ha de gesso para cada 10 mmolc/dm3. Os resultados demonstraram que a aplicação de gesso não

influenciou a produtividade de grão de café nas duas safras subseqüentes à sua aplicação.

Outro exemplo sobre a ineficiência do critério de recomendação de fosfogesso para o citros foi

discutido por BOARETTO et al. (1996). Os resultados estão na Tabela 43.

Tabela 43. Resultados de produção de frutos de citros avaliados nos experimentos brasileiros sobre

calagem e gessarem.

Autor Safras testemunha gesso calcário + gesso

Frutos, t/ha

PARO (1991) 2 19,7 19,9 22,2

CASARIN (1994) 2 35,9 - 40,7

LIMA FO (1995) 2 33,0 - 35,9

LUZ (1995) 3 17,9 19,1 18,9

REGO et al. (1996) 4 12,4 12,7 13,3

BOARETTO et al. (1996) 6 54,0 55,0 55,0

Pelos resultados verificou-se que em nenhum dos experimentos houve aumento significativo de

produtividade motivado pela aplicação isolada de fosfogesso e em combinação com calcário.

Salienta-se que, seguindo-se o critério dado no Boletim de MG, ou seja, poderia haver resposta quando

a camada de solo de 20 a 40 cm apresentasse teor de Ca menor ou igual a 0,3 meq/100 cm3 e/ou maior

ou igual a 0,5 meq de Al3+/100 cm3 de terra, então haveria resposta ao fosfogesso nos trabalhos de

PARO (1991), LIMA FO (1995), LUZ 91995) E BOARETTO et al. (1996). Como em nenhum dos

casos houve aumento de produtividade motivada pela aplicação de fosfogesso, pode-se dizer que o

critério indicado não é adequado para se tomar decisão sobre o uso do fosfogesso na lavoura citrícola.

Bibliografia citada no item 5 e não mencionadas na bibliografia final

BOARETTO, A. E.; MURAOKA, T.; BÜLL, L. T.; ALMEIDA, E. L. P. Efeito da calagem e gessagem nas propriedades

químicas do solo e na produtividade de limão siciliano. Piracicaba, 1996 (Dados não publicados)

CASARIN, V. Materiais corretivos aplicados num Latossolo Vermelho Escuro com cultura de citros. Piracicaba, 1994, 61

p. (Mestrado - Escola Superior de Agricultura ‘Luiz de Queiroz”-USP)

CIPOLLI, J. R. Efeitos da aplicação de calcário calcinado, gesso e misturas calcário/gesso na cultura dos citros. I.

Resultados preliminares. Jaboticabal, 19986, 49p. (Graduação - Faculdade de Ciências Agrárias - UNESP).

LIMA Fo, S. A. Efeitos do calcário e gesso no solo e na produtividade da laranjeira Hamlin (Citrus sinnensis L., Osbeck)

sobre limoeiro cravo (Citrus limonia L., Osbeck), Piracicaba, 1995, 137 p. (Doutorado - Escola Superior de

Agricultura “Luiz de Queiroz”-USP)

116

Page 17: Recomendação de adubação 2012

LUZ, P. H. C. Efeitos de modos de aplicação e incorporação de calcário e gesso em pomares de citros. Piracicaba, 1995,

159 p. (Doutorado - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”-USP)

PARO, M. Efeitos da aplicação de calcário calcinado dolomítico e mistura calcário/gesso na cultura do citros em produção.

Jaboticabal, 1991, 64p. (Graduação - Faculdade de Ciências Agrárias - UNESP)

QUAGGIO, J. A. Respostas da laranjeira Valência (Citrus limonia L., Osbeck) à calagem e ao equilíbrio de bases num

Latossolo Vermelho Escuro de textura argilosa. Piracicaba, 1991, 107 p. (Doutorado - Escola Superior de Agricultura

“Luiz de Queiroz”-USP)

REGO, I. C.; BOARETTO, A. E.; PAVAN, M. Efeito da calagem e gessagem em solo na produtividade e no sistema

radicular de laranjeira Pêra. Piracicaba, 1996 (Dados não publicados)

SOUZA, M. Efeito do P, K e Ca no crescimento da parte aérea da laranjeira “Pêra Rio” (Citrus sinensis L., Osbeck) em

Latossolo Vermelho Escuro fase cerrado. Piracicaba, 1976, 132 p. (Doutorado - Escola Superior de Agricultura “Luiz

de Queiros”-USP)

117

Page 18: Recomendação de adubação 2012

5.2. Doses de Nitrogênio

a) Rio Grande do Sul e Santa Catarina

O teor de matéria orgânica é utilizado como critério básico para recomendação de doses de N para

as culturas do RS e SC (Anghinoni, 1985). As culturas em que esse critério é empregado são: arroz,

aveia, canola, centeio, cevada, colza, feijão, fumo, girassol, linho, milho, nabo, painço, sorgo, trigo,

triticale, acácia negra, bracatinga, erva mate, eucalipto, pinus, gramineas forrageiras, bananeira,

nogueira pecã, videira, abóbora, moranga, chicória, alface, alho, cenoura, beterraba, couve-flor,

repolho e brócolos, cebola, melão e melancia, morango, pepino, rabanete, tomate, batata doce,

batatinha e mandioca.

Nas tabelas 44 a 46 estão exemplos da utilização do teor de matéria orgânica como critério para

recomendação do N na adubação.

Tabela 44. Nitrogênio, arroz de sequeiro

Teores de matéria orgânica Adubação nitrogenada

% kg N/ha

<2,5 50

2,6-5,0 40

>5,0 10

Aplicar no plantio 10 kg N /ha no plantio e o restante em cobertura no início do perfilhamento, aproximadamente aos 40 dias após a emergência.Para rendimento > 2t/ha, aplicar mais 15 kg/ha/t de grãos a serem produzidos.

Tabela 45. Nitrogênio, videira

Matéria orgânica Plantio Anos

1 2 3 4 5

% N, kg/ha

2,5 20 30 50 50 70 90

2,6-5,0 10 15 25 25 35 45

>5,0 0 0 0 0 0 0

A adubação nitrogenada deverá ser feita em duas ou três parcelas

Tabela 46. Nitrogênio, morango

Teores de matéria orgânica Adubação nitrogenada, cultivo

% N, kg/ha 1

2,5 1202,6-5,0 80

>5,0 401 Aplicar metade no plantio e o restante em cobertura.

118

Page 19: Recomendação de adubação 2012

Para algumas culturas não se recomenda aplicar nitrogênio: amendoim, soja, tremoço, alfafa,

leguminosas forrageiras.

Para o abacateiro, abacaxizeiro, pessegueiro e ameixeira, caquizeiro, citros, figueira, macieira,

pereira, marmeleiro, aspargo, rabanete, se recomenda N, mas não usa o teor de matéria orgânica como

critério.

Para algumas outras culturas é recomendada apenas uma dose de nitrogênio: alfafa e leguminosas

forrageiras (quando não se constata uma fixação eficiente) e ervilha.

b) Outros Estados Brasileiros

Com exceção aos estados do RS, SC e SP, nos outros estados brasileiros (PR, RJ, ES, MG, estados

da região norte, nordeste e planalto central) não é adotado nenhum parâmetro relacionado à análise do

solo para tomar a decisão quanto ao uso de N na adubação das culturas (Santana, 1986).

Em MG, na recomendação de dose de N para a cultura do milho, o critério é a produtividade

esperada e para o feijoeiro é o nível tecnológico empregado, como por exemplo, a irrigação.

c) Cerrados

No caso da recomendação de adubação nitrogenada para os cultivos no cerrado, o critério utilizado

para estabelecer a dose de N é a expectativa de rendimento, ou seja, quanto maior o rendimento

esperado, maior é a dose de N recomendada.

Para as leguminosas, à exceção do feijoeiro, não necessitam de adubação nitrogenada.

A definição da quantidade de N a ser adicionada ao solo, para obter uma determinada produção de

grãos, é função da quantidade requerida para a produtividade desejada mais o imobilizado pelo solo,

caso a relação C/N dos resíduos vegetais acumulados seja superior a 30, menos a quantidade suprida

pelo solo. Aplica-se um fator de correção relacionando à eficiência do uso de N pela cultura (Sousa e

Lobato, 2002).

A fórmula proposta é a seguinte:

Nf = (Ny - Ns) / Ef

Nf = quantidade de N requerida;

Ny = quantidade de N acumulada na matéria seca da parte aérea para a produção desejada;

Ns = N suprido pelo solo;

Ef = aumento do conteúdo de N na matéria seca da parte aérea por unidade de fertilizante aplicada

(fator de eficiência de utilização do fertilizante).

Assim, para as culturas anuais, a capacidade de fornecimento de N pelo solo foi considerada

como 50 kg/ha (arroz) e 80 kg/ha (algodão, cevada, milho, sorgo e trigo) e a eficiência do fertilizante a

aplicar foi considerada igual a 75%.

119

Page 20: Recomendação de adubação 2012

Para as culturas perenes e semiperenes, a dose de N foi estabelecida levando-se em

consideração, na fase de formação da cultura, a idade da planta e na fase de produção, a produtividade

esperada. Assim, quanto maiores a idade e a produtividade esperada, maior a dose de N recomendada.

Casos específicos são as recomendações de N para fase de produção da laranjeira, goiabeira,

graviola, mangueira e maracujazeiro em que a dose está também relacionada como o teor foliar de N.

d) São Paulo

Nas tabelas de recomendação de adubação adotadas no Estado de São Paulo (Boletim no. 100,

1985) não era levado em consideração nenhum parâmetro obtido pela análise do solo.

Para algumas culturas levava-se em consideração o histórico da gleba a ser adubada, as

características das variedades, o clima, a produção pendente ou a idade das plantas, no caso das

culturas perenes, critérios estes que são complementares às recomendações baseadas nas curvas de

respostas das culturas ao N. A Tabela 47, tirada de Cantarella & Raij (1985) mostra os critérios

utilizados no Boletim no.100.

Tabela 47. Critérios utilizados pelo Instituto Agronômico (Boletim no 100, 1985) para

recomendação da adubação nitrogenada para algumas culturas do Estado de São Paulo.

Cultura Critérios1

Cana de açúcar, Mamona Dose recomendada dentro de uma faixa de valores, sem especificar

critérios

Milho, feijão, trigo de sequeiro Histórico da gleba

Algodão Histórico da gleba, clima

Arroz de sequeiro, mandioca Histórico da gleba, aparência da cultura

Arroz irrigado Porte da variedade, aparência da cultura

Trigo irrigado Ciclo da planta

Girassol, Abacaxi Dose única

Laranja, Café Idade da planta, produção esperada

Goiaba, Cacau, Seringueira Idade da planta

Na publicação mais recente do Boletim no.100 (Raij et al., 1997), reforçou-se o fato que a

matéria orgânica não serve como critério para predizer a disponibilidade de nitrogênio em solo e,

consequentemente, não tem sido usado para essa finalidade, com exceção na recomendação de N no

estabelecimento de florestamentos com eucaliptos e pinus.

120

Page 21: Recomendação de adubação 2012

Os autores utilizaram outros critérios não relacionados com os resultados da análise química do

solo para a tomada de decisão quanto à inclusão do N na adubação das culturas. Os critérios adotados,

extraídos da mencionada publicação, estão na tabela 48.

Tabela 48. Critérios utilizados no Boletim no.100 do IAC para recomendação da adubação nitrogenada para as culturas do

Estado de São Paulo.

Cultura Critérios

Arroz de sequeiro1 e irrigado; centeio; aveia; cevada; milho pipoca; sorgo

granífero e forrageira e vassoura; trigo de sequeiro e triticale de sequeiro; trigo e

triticale irrigados; fumo; algodão, feijão

Histórico da gleba

Café; citros2 Análise foliar

1 Exemplo para o arroz de sequeiro.

Adubação mineral de plantio Adubação mineral de cobertura

Produtividade esperada N Classe de resposta a N

alta Média e baixa

t/ha kg/ha kg/ha kg/ha

1,5-2,5 10 40 20

2,5-4,0 10 60 40

Classe de resposta:

- Alta resposta esperada: solos continuamente com gramíneas; solos arenosos; áreas irrigadas por

aspersão.

- Média a baixa resposta esperada: solos cultivados com leguminosas ou adubo verde; solos em pousio

por longos períodos ou áreas recém-abertas e que receberam calcário recentemente.

2 Exemplo para o citros

Produtividade esperada N nas folhas, g/kg

<23 23-27 28-30 >30

t/ha N, kg/ha

<16 90 700 60 40

17 a 20

etc

100 80 70 50

São fornecidas para o Estado de São Paulo, no Boletim no.100 (Raij et al., 1966) e nos Boletins

Oficiais dos outros Estados, as doses de N para as culturas de importância econômica (Siqueira et al.,

1987; Muzilli, 1978; Comissão de Fertilidade do Solos de Goiás, 1988 e Comissão de Fertilidade do

Solo do Estado de Minas Gerais, 1989).

121

Page 22: Recomendação de adubação 2012

As doses são determinadas em experimentos de campo, estabelecendo-as através de curvas de

resposta das culturas à adição de N. Para algumas culturas de interesse econômico, há suporte

experimental para a indicação das doses mas para outras culturas de interesse econômico secundário as

doses de N são indicadas levando-se em conta principalmente a experiência dos técnicos autores da

recomendação.

Para exemplificar como são obtidas as curvas de resposta, são relatados a seguir os resultados

de pesquisas sobre adubação de feijoeiro realizadas por Miyasaka et al. (1965, 1966a, 1966b,c,d e

1967) num total de 47 ensaios fatorial com doses de N, P e K. Estes ensaios foram feitos em regiões

do Estado de São Paulo produtoras de feijão e tinham diferentes solos. A produtividade de grãos de

feijão se refere às safras “das águas” e da seca (Tabela 49).

A partir dos resultados da Tabela 49, pode-se obter a produtividade média geral em função das

doses de N aplicadas: N1 (0 kg/ha) = 932 kg/ha; N2 (30 kg/ha) =1060 kg/ha e N3 (60 kg N/ha) = 1110

kg/ha. Entretanto para construir a figura 50 obtiveram-se as médias de produtividade utilizando-se

somente os resultados dos experimentos acima de 1000 kg/ha de grãos de feijão. As médias obtidas

foram: 1300, 1402 e 1438 kg/ha de grãos respectivamente nos tratamentos testemunha, com 30 e 60

kg/ha de N.

y = -0,0367x2 + 4,5x + 1300

R2 = 1

1280

1300

1320

1340

1360

1380

1400

1420

1440

1460

0 10 20 30 40 50 60

N, kg/ha

grã

os,

kg

/ha Figura 50. Curva de

resposta do feijoeiro a

adubação nitrogenada.

Tabela 49. Produtividade de grãos de feijão obtidas em ensaios realizados no Estado de São Paulo

Município M.O Adubação Nitrogenada

122

Page 23: Recomendação de adubação 2012

% N kg/ha0 30 60

Jau 1.7 830 944 1056Jau 1.7 1067 999 856Limeira 3.1 1246 1524 1220Limeira 3.2 796 724 842Limeira 3.7 474 480 495Limeira 4.0 517 567 572São Simão 2.6 695 357 423São Simão 2.6 659 365 365Ribeirão Preto 3.9 966 952 1026Ribeirão Preto - 196 144 182Ribeirão Preto 4.0 610 657 518Ribeirão Preto - 189 208 170Ribeirão Preto 36 822 903 989Ribeirão Preto - 726 695 820Ribeirão Preto 3.8 520 608 652Ribeirão Preto - 472 385 524Pindorama 0.84 650 766 802Tabapuã 1.01 502 737 657Pindorama 0.82 652 707 891Taquaritinga 0.98 889 1000 855Itajobi 0.62 1146 1509 1689Cedral 1.16 704 925 1020Votuporanga 0.79 1020 1161 1135Itapeva 3.0 288 289 412Itapeva 3.0 324 237 251Itararé 3.6 1144 1146 1133Capão Bonito 2.6 861 1033 961Tietê 2.0 800 964 998Tatuí 2.8 1023 1495 1591Tietê 1.2 730 956 1098Tatuí 3.0 663 757 865Tatuí 2.4 901 698 694Tietê 1.6 1248 1250 1383Tietê - 459 576 731Tietê 1.2 1343 1511 1626Tietê - 513 557 702Campinas 2.8 691 715 874Campinas - 789 937 906Limeira 3.2 981 1044 1211Limeira 3.3 1394 1456 1766Jau 1.2 146 241 207Jau - 691 731 746Jau 1.5 444 557 648Jau 2.2 679 700 754Ribeirão Preto 3.6 396 448 531

Tabela 49. Continuação

123

Page 24: Recomendação de adubação 2012

Município M.O. Adubação Nitrogenada% N kg/ha

0 30 60Mococa 2.6 764 858 1001Monte Alegre do Sul 4.3 2055 2489 2775Monte Alegre do Sul 2.2 2078 2011 2189Mococa 6.2 205 210 194Mococa - 715 783 643Mococa 2.2 774 807 898Monte Alegre do Sul 5.0 1457 1683 1557Monte Alegre do Sul - 1142 1256 1018Monte Alegre do Sul - 2055 1972 2048Monte Alegre do Sul - 1706 1646 1526Campinas - 1222 1044 1178

Na figura 51 estão outros exemplos de curvas de resposta a nitrogênio para trigo, algodão,

cana-de-açúcar e milho, obtidas em Raij (1981).

Figura 51. Exemplos de curvas de resposta a nitrogênio para diversas culturas

Do ponto de vista teórico, a Figura 52 ilustra como é calculada a dose para obtenção da

produtividade máxima econômica. Verifica-se que a variação de 25% para mais ou para menos tem pequena conseqüência

prática, com prejuízos representados por a e b.

124

Page 25: Recomendação de adubação 2012

Figura 52. Ilustração gráfica da determinação da dose máxima econômica.

A partir dos resultados da figura 50, pode-se obter a figura 53 que mostra os aumentos de peso

de grãos de feijão em função das doses de nitrogênio aplicado. É plotada também na figura 53 a reta

de custo do adubo em função da relação de preço do insumo e do produto agrícola. Para o exemplo

considerou-se que o preço do kg de N era de R$0,69 e o preço recebido pelo produtor por kg de grãos

de feijão era de R$0,67. Portanto 30 kg de N valeria o mesmo que 31 kg de grãos aproximadamente.

y = -0,0367x2 + 4,5x

R2 = 1

y = 1,0333x

0

20

40

60

80

100

120

140

160

0 10 20 30 40 50 60 70

N, kg/ha

au

me

nto

de

pro

du

ção

de

grã

os,

kg

/ha

Figura 53. Aumento de

produção de grãos de feijão e

custo do adubo aplicado em

grãos de feijão.

A partir das equações de resposta do feijoeiro à adubação nitrogenada e do custo do fertilizante

aplicado pode-se obter os seguintes resultados da tabela 50.

125

Page 26: Recomendação de adubação 2012

Tabela 50. Eficiência da adubação nitrogenada.

N Aumento de grãos de feijão

em função do N aplicado

Eficiência

kg/ha kg/ha kg de grãos / kg de N aplicado

10 41 4,0

20 75 3,7

30 102 3,3

40 121 2,9

50 133 2,6

60 138 2,2

A dose econômica de N, ou seja, a que dá o maior retorno econômico, neste caso está ao redor

de 50 kg/ha, dose esta em que haverá a maior diferença entre o aumento de grãos e o custo do N

aplicado. Apesar de ser uma informação importante a dose de máxima eficiência econômica não deve

ser considerada isoladamente. A principal questão a ser levantada é o fato que a dose assim calculada

não leva em consideração o efeito da adubação em longo prazo.

Na determinação da dose de N a ser aplicada, assim também com a dose de P e K como será

vista mais adiante, leva-se em consideração a produtividade esperada e para as culturas perenes a idade

da planta.

As razões objetivas para considerar a produtividade esperada na determinação da dose de

nutrientes são: culturas mais produtivas requerem maior quantidade de nutrientes; com maiores

produções deverá haver maior renda, o que permite a aquisição de maiores quantidades de fertilizantes

(Raij et al., 1996).

Não se pode confundir produtividade esperada com produtividade desejada. A primeira deve

levar em conta as colheitas passadas, se as informações estiverem disponíveis. Assim a meta de

produtividade esperada deve estar entre a média dos últimos anos e a maior produtividade já obtida. É

necessário entender que a produtividade não é função da dose aplicada de fertilizante, mas depende de

muitos outros fatores que fogem ao controle do técnico, como por exemplo, as condições climáticas.

Embora a escolha da produtividade esperada é um difícil exercício de adivinhar o futuro, mas

assim mesmo é um fator que deve ser considerado na determinação da dose de fertilizante a ser

empregada.

Com referência a recomendação de N para a cultura perene, leva-se em consideração a idade da

planta, pois como se sabe que as exigências nutricionais da cultura variam conforme seja o seu estádio

de crescimento, ou seja, há um estádio de formação da cultura e outro de produção.

126

Page 27: Recomendação de adubação 2012

As doses de fertilizantes recomendadas para as diferentes culturas estão contidas nos Boletins

Oficiais dos diferentes estados brasileiros. A seguir é dado um exemplo de doses de N recomendadas

no Boletim 100 do Instituto Agronômico de Campinas para culturas anual e perene.

Exemplo 1. Feijoeiro de inverno irrigado (plantio em março-julho)

Adubação mineral de plantio Adubação mineral de cobertura

Produtividade esperada N Classe de resposta a N

alta Média e baixa

t/ha kg/ha kg/ha kg/ha

1,0-1,5 0 40 20

1,5-2,5 10 50 30

2,5-3,5 10 70 40

3,5-4,5 20 90 50

Na adubação em cobertura consideram-se as seguintes classes de resposta: Alta: culturas irrigadas;

solos arenosos; cultivo após gramínea; solo compactado; Média e baixa: cultivo após leguminosa;

cultivo após adubo verde (neste caso, se a quantidade de massa incorporada ao solo for grande, pode-

se reduzir à metade a dose de N recomendada); solos em pousio por dois ou mais anos; solos que

recebem adubações orgânicas elevadas e freqüentes.

Comentários: Nota-se que a tabela contém uma série de informações não explícitas e que são

levadas em consideração. Cabe lembrar, portanto a importância do conhecimento da cultura pelo

técnico para fazer uma recomendação adequada da dose de N para o feijoeiro e de forma geral para as

culturas anuais.

Exemplo 2. Goiaba

Adubação de plantio: Não se recomenda N na forma mineral. O N é fornecido na forma de adubo orgânico.

Adubação de formação Adubação de produção

Idade Nitrogênio Produtividade esperada Nitrogênio

anos N, g/cova t/ha kg/ha

0-1 80 <20 80

1-2 160 20-30 100

2-3 200 30-40 120

3-4 300 40-50 140

>50 160

Aplicar os adubos em cobertura, em 3 parcelas, no início, meado e fim da época das chuvas, espalhando os fertilizantes na projeção da copa

127

Page 28: Recomendação de adubação 2012

Comentários: Verifica-se que são usados como critério para se determinar a dose de N a ser

aplicada no plantio tanto a idade da planta como a produtividade esperada. O primeiro critério é fácil

de ser conhecido, mas a produtividade esperada é muito difícil de prever, pois no caso da goiabeira,

como para as culturas perenes, há vários fatores que tem interferência na produtividade.

5.3. Doses de enxofre

5.3.1. Introdução

Ainda há poucas informações disponíveis no Brasil que fundamentem as recomendações de

doses de enxofre a serem empregadas pelas diferentes culturas com base nos resultados da análise

química do solo. Por isso os resultados da análise química de solo não são empregados como critério

para recomendar enxofre.

De um modo geral as doses de S variam de 10 a 20 kg/ha de S para a maioria das culturas,

podendo chegar a 60 kg/ha de S para culturas mais exigentes, como brócolos, couve-flor e repolho.

Uma maneira de se recomendar S é relacionar a dose deste nutriente com a de N ou de P 2O5.

Sugere-se que sejam mantidas as seguintes relações: N/S=5 a 8/1 e P2O5/S= 7 a 10/1.

O enxofre deve ser aplicado juntamente com os adubos na semeadura ou plantio ou pode-se

fornece-lo na adubação de cobertura, fornecendo-se juntamente com o nitrogênio.

5.3.2. Doses de S recomendadas em São Paulo (Boletim 100 do IAC, Raij et al., 1997).

Cereais

- Arroz de sequeiro: 20 kg/ha de S

- Arroz irrigado: 10 kg/ha de S

- Aveia, centeio: 10 kg/ha de S

- Cevada: 10 kg/ha de S

- Milho para grãos e silagem: 20 kg/ha de S para metas de produtividade até 6 t/ha de grãos e 40 kg/ha

de S para produtividades maiores.

- Milho pipoca: 20 kg/ha de S

- Milho verde e milho doce: 20 kg/ha para produtividade esperada até 12 t/ha de espiga e 40 kg/ha de S

para produtividades maiores

- Sorgo granífero, forrageiro e vassoura: 20 kg/ha de S para produtividade esperada até 6 t/ha de grãos

ou 40 t/ha de matéria verde e 40 kg/ha de S para produtividade maior

- Trigo de sequeiro e triticale de sequeiro: 10 kg/ha de S

- Trigo e triticale irrigados: 20 kg/ha de S

128

Page 29: Recomendação de adubação 2012

Especiarias, Aromáticas e Medicinais

Não é feita recomendação

Estimulantes

- Café: Acrescentar S a adubação, na base de aproximadamente 1/8 do N aplicado. Essa adubação

pode ser dispensada se a análise do solo revelar teores acima de 10 mg/dm3 de S

- Chá: 40 kg/ha de S, anualmente

- Cacau, fumo: não é feita recomendação de S

Fibrosas

- Algodão: 20 a 40 kg/ha de S, dependendo da produtividade esperada

- Bambu, crotalária juncea, juta, linho têxtil, quenafe, rami e sisal: não é feita recomendação de S

Frutíferas

- Abacate, abacaxi, acerola ou cereja-das antilhas, citros, frutas de clima temperado, mamão, manga,

maracujá, uva: não é recomendado S

- Banana: 30 kg/ha de S, anualmente.

Hortaliças

- Berinjela, jiló, pimenta-hortícola e pimentão: 10 a 30 kg/ha de S, no plantio.

- Brócolos, couve-flor e repolho: 30 a 60 kg/ha de S

- Cebola: 30 a 50 kg/ha de S

- Melão, melancia: 20 kg/ha de S

- Tomate (estaqueado): 20 a 40 kg/ha de S, no plantio

- Tomate rateiro(industrial) irrigado: 30 kg/ha de S, no plantio

- Demais hortaliças: não se recomenda S

Leguminosas e Oleaginosas

- Amendoim: 20 kg/ha de S na forma de superfosfato simples ou gesso

- Ervilha-de-grãos: 20 kg/ha de S

- Feijão: 20 kg/ha de S para produção até 2 t/ha de grãos e 30 kg/ha de S para lavouras com maiores

metas de produtividade.

- Girassol: 20 kg/ha de S

- Soja: 15 kg/ha de S para cada tonelada de produção esperada.

Ornamentais e Flores; Raízes e Tubérculos

Não é feita recomendação de S

Culturas Industriais

129

Page 30: Recomendação de adubação 2012

- Pupunha para extração de palmito: 20 a 50 kg/ha de S, conforme faixa de produtividade esperada, na

adubação de produção.

Florestas

Não é feita a recomendação de S

Forrageiras

- Adubação de formação para forrageiras: 20 kg/ha de S (para a maioria); 30 kg/ha de S para

leguminosas exclusivas (soja perene e leucena); 30 kg/ha de S para pasto consorciado entre gramínea e

soja perene ou leucena; 50 kg/ha de S para a alfafa.

- Adubação de manutenção: 20 kg/ha de S para as forrageiras, com exceção das leguminosas

exclusivas (soja perene e leucena), a dose deve ser de 30 kg/ha de S.

- Para forrageiras de corte: 3 a 4 kg de S para cada t de matéria seca colhida: calcula-se a MS seca

colhida pela fórmula:

- Para capineiras, considerar MS= matéria fresca x 0,20; e para feno, MS= feno x 0,85

5.3.3. Doses recomendadas no RS e SC (Recomendações de adubação e calagem para os

estados do RS e SC)

Na publicação oficial do RS e SC não são feitas indicações de doses de enxofre para as culturas

porque os resultados de pesquisa indicam que a maior parte dos solos do RS e SC são, em geral, bem

providos de S.

5.3.4 - Doses recomendadas em Goiás (Informativo Técnico no.1, 1988)

- Bananeira: aplicar 30 g de família/ano, na adubação de produção, se os fertilizantes utilizados não

contiverem este nutriente.

5.3.5. Doses recomendadas no Paraná (Circular no 9, 1978)

Não é feita recomendação de doses e S a se aplicar na adubação das culturas.

5.3.6. Doses recomendadas em Minas Gerais

(Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em MG, 4a aproximação, 1989)

- Algodão: em solos pobres de matéria orgânica, com uso de fórmulas concentradas, considera-se

oportuna a aplicação de 30 kg/ha de S no plantio ou em cobertura.

- Arroz de sequeiro e arroz irrigado: em solos com baixos teores de matéria orgânica ou com uso de

fórmulas concentradas, sugere-se 20 a 30 kg/ha de S

130

Page 31: Recomendação de adubação 2012

- Café: O S poderá ser fornecido para as lavouras em produção através de adubos que contenham, na

dose correspondente de 1/8 da dose de N utilizada.

- Cana-de-açúcar: na adubação da cana-planta principalmente, fornecer alguma fonte que contenha S,

numa dose de 30 kg/ha deste nutriente.

- Eucalipto: A adubação no viveiro de mudas enfatiza a importância da utilização de adubo que

contenha S para suprir a necessidade deste nutriente pelas mudas, em razão da grande resposta que tem

sido obtida pela aplicação do mesmo.

- Feijão: em solos deficientes aplicar 30 kg/ha de S

- Mamona: aplicar 20 kg/ha de S no plantio ou com a cobertura se for usada fórmula concentrada.

- Milho: aplicar no plantio ou em cobertura 30 kg/ha de S, se forem usadas fórmulas concentradas.

- Soja: resposta ao S tem sido freqüente, em solos cultivados por diversos anos, onde se aplicaram

fórmulas concentradas (0-30-15) que não contém S na sua composição. Neste caso recomendam-se 30

kg/ha de S no sulco de plantio.

- Sorgo granífero: no plantio ou em cobertura 30 kg/ha de S, quando se usam adubos concentrados

sem este nutriente.

- Pastagens exclusivas de gramíneas ou consorciadas com leguminosas: 20 a 40 kg/ha de S, no

estabelecimento da pastagem, quando os fertilizantes usados não contem este nutriente. A mesma

dosagem é recomendada para a manutenção.

- Capineiras: recomenda-se a aplicação de 20 a 40 kg de S/ha/ano quando os fertilizantes não

fornecerem esta quantidade.

5.3.6. Doses recomendadas para culturas no cerrado (Sousa e Lobato, 2002).

Caso não tenha sido feita gessagem na área e o solo seja deficiente em enxofre, são

recomendadas as doses abaixo. Considera-se que o solo é deficiente em S quando a disponibilidade é

menor ou igual a 4 mg/dm-3, na média das camadas 0-20 cm e 40-60cm.

Algodão, Cana-de-Açúcar, Milho, (produtividade maior de 8 t/ha) e Soja (produtividade até 3 t/ha):

30 kg/ha de S a cada cultivo.

Amendoim, Arroz, Aveia, Cevada, Ervilha, Feijão, Girassol, Grão-de-bico, Leguminosas adubos

verdes, Momona, Mandioca, Milheto, Milho (produtividade até 8 t/ha), Soja (produtividade de 3 a 5

t/ha), Sorgo, Trigo, Triticale: 20 kg/ha de S a cada cultivo.

5.4. Doses de fósforo

131

Page 32: Recomendação de adubação 2012

5.4.1. Considerações gerais

Há duas filosofias de utilização dos adubos fosfatados. A primeira delas é aplicada em solos

com teores de fósforo muito baixo e é conhecida por adubação fosfatada corretiva, pois se refere ao

uso de doses elevadas de fertilizantes fosfatados solúveis ou fosfatos naturais, em geral aplicados a

lanço e que são em seguida incorporados com gradagem e tem o objetivo de elevar o nível de

fertilidade e tornar mais eficiente a adubação de manutenção. Este tipo de adubação fosfatada é

empregado principalmente para os solos de cerrado (Souza e Lobato, 2002). A segunda é a adubação

de manutenção (aplicada nos Estados de MG, GO, RS, SC e SP e no Cerrado em complementação à

adubação fostatada corretiva). Esta é para manter e em alguns casos para elevar o nível de fósforo no

solo.

No Estado de São Paulo existem poucas áreas novas a serem cultivadas e, assim não se aplica a

adubação fosfatada corretiva, embora ela possa ser vantajosa em culturas de alto retorno, em solos

muito deficientes. Prefere-se a adubação fosfatada localizada (Raij et al., 1997).

5.4.2. Adubação fosfatada corretiva

Quanto à adubação fosfatada corretiva, tem técnicos que são adeptos e outros contrários a esta

prática. Os seguintes pontos deverão ser observados para que haja maior eficiência desta prática,

independente da posição assumida:

a) Solos ácidos, ou toxidez de Al e/ou Mn devem receber calagem adequada como primeira prática

para a produção de culturas não tolerantes ao Al e/ou Mn;

b) Para solos deficientes em P e com alta capacidade de fixação deste nutriente, recomenda-se o uso

da adubação fosfatada corretiva, seguida de adubação de manutenção;

c) A calagem prévia aumenta a eficiência dos fertilizantes fosfatados solúveis em água e fosfatos

naturais de alta reatividade (hiperfosfato) e termofosfatos e diminui a eficiência dos fosfatos

naturais brasileiros;

d) As produções das culturas anuais e bianuais, nesses solos, são praticamente proporcionais às doses

aplicadas de fósforo, desde que não ocorram outros problemas, como por exemplo o veranico.

Para tomada de decisão quanto ao uso ou não da adubação fosfatada corretiva e da dose a ser

empregada deve-se considerar vários aspectos, e entre os quais podem ser citados:

a) Programação do uso para os próximos cinco anos, pois o efeito residual dura por um prazo superior

a 5 anos, então se a terra é arrendada ou será usada por um período menor que o citado, a adubação

corretiva não é recomendada;

b) Disponibilidade de capital: é sempre mais recomendável, não diluir o capital disponível em uma

área grande, mas concentrar o investimento numa área menor, com maiores possibilidades de

administração.

132

Page 33: Recomendação de adubação 2012

Segundo Souza e Lobato (2002) a adubação fosfatada corretiva tem por objetivo transformar o solo

de baixa fertilidade em solo fértil e pode ser aplicada no solo de cerrado. Para definir o nível de

fertilidade a ser alcançado, leva-se em conta o grau de exigência em fósforo das culturas que se

pretende cultivar na gleba a ser adubada. Estes autores apresentam duas opções para a adubação

fosfatada corretiva: a correção do solo de uma só vez ou a correção gradativa. Quando o solo já estiver

corrigido, portanto com teor de P classificado como adequado, recomenda-se apenas a adubação de

manutenção.

A dose de fósforo a ser aplicada na adubação corretiva de uma só vez varia em função do teor de

argila, da classe de disponibilidade de fósforo no solo e do sistema de cultivo (sequeiro ou irrigado). A

tabela 51 mostra as doses indicadas por Souza e Lobato (2002). As doses inferiores a 100 kg/ha

devem ser aplicadas no sulco de plantio.

Tabela 51. Recomendação de adubação corretiva de acordo com a disponibilidade de fósforo e com o

teor de argila do solo, em sistemas agrícolas com culturas anuais de sequeiro e irrigados.

Argila

Sistemas de sequeiro Sistemas irrigados

------------------------------- Fósforo no solo1 -------------------------------

Muito baixa Baixa Média Muito baixa Baixa Média

% ---------------------------- kg/ha de P2O52 ----------------------------------

<15 60 30 15 90 45 20

16 a 35 100 50 25 150 75 40

36 a 60 200 100 50 300 150 75

>60 280 140 70 420 210 1051 Classes de disponibilidade de P no solo, conforme tabelas (extratores Mehlich e Resina).2 Fósforo solúvel em citrato neutro mais água, para os fosfato acidulados; solúvel em ácido cítrico 2%

(relação 1:100) para termofosfatos e escórias; e total para os fosfato naturais reativos.

Para sistemas agrícolas com culturas anuais em sistema de sequeiro e irrigados, Sousa e Lobato

(2002) indicam a dose de fósforo na adubação corretiva de acordo com a disponibilidade de fósforo

que é interpretada em função do teor de argila ou de P remanescente do solo, (Tabela 52).

133

Page 34: Recomendação de adubação 2012

Tabela 52. Recomendação de adubação fosfatada corretiva de acordo com a disponibilidade de

fósforo, calculada com o teor de argila ou de P remanescente do solo, em sistemas agrícolas com

culturas anuais de sequeiro e irrigados.

Sistema agrícola Variável

Disponibilidade de P no solo1

Muito baixa Baixa Média

------------- kg/ha de P2O52 ---------------------

SequeiroTeor de argila3

4 x argila3 2 x argila 1 x argila

Irrigado 6 x argila 3 x argila 1,5 x argila

SequeiroP-rem4

260 - ( 4 x P-rem) 130 - (2 x P-rem) 65 - (1 x P-rem)

Irrigado 360 - ( 6 x P-rem) 195 - (3 x P-rem) 98 - (1,5 x P-rem)1 Classes de disponibilidade de P no solo, conforme tabelas (extratores Mehlich e Resina).2 Fósforo solúvel em citrato neutro mais água, para os fosfato acidulados; solúvel em ácido cítrico 2%

(relação 1:100) para termofosfatos e escórias; e total para os fosfato naturais reativos. 3 Teor de argila expresso em porcentagem4 P remanescente expresso em mg/dm3

Quando o agricultor não dispõe de capital suficiente para fazer a correção do solo de uma só vez,

situação que é freqüente para os solos argilosos e muito argilosos, pois neste caso as quantidades de

fósforo requeridas são elevadas, pode-se indicar a adubação corretiva gradual. Nesta aplicam-se nos

sulcos de semeadura quantidades de fósforo superiores as indicadas na adubação de manutenção, até

atingir, após alguns anos, a disponibilidade de P no solo desejada. Por exemplo, se for necessária a

dose de 240 kg de P2O5/ha e deseja-se fazer a adubação corretiva por 4 anos, a recomendação é aplicar,

durante os quatro anos consecutivos, 60 kg/ha/ano. A quantidade de fósforo aplicado seria suficiente

para elevar o teor de P em 50 g P/cm3 ou 50 mg/dm3 conforme está ilustrado a seguir:

Considerando que 240 kg P2O5/ha é igual a 105 kg P/ha e que a incorporação é feita a 20 cm de

profundidade, em 1 hectare ter-se-ia 2000m3, portanto, 2x109 cm3 de terra. Então 105.000.000 mg P

foi aplicado em 2 x 106 dm3, dá aproximadamente 52 mg/dm3 de P.

5.4.3. Adubação fosfatada de manutenção.

No caso da adubação fosfatada de manutenção, as doses de fósforo são estabelecidas por meio

de experimentos realizados nos solos de diferentes classes de fertilidade, estabelecendo-se as curvas de

respostas à adubação fosfatada.

Com os resultados desses experimentos são então determinadas às doses de P a serem

empregadas para solos dos diferentes níveis de fertilidade. Leva-se também em consideração no

estabelecimento das doses de fósforo a produtividade esperada. Neste caso é de se esperar que a dose

134

Page 35: Recomendação de adubação 2012

a ser aplicada diminui conforme se aumenta o nível de fertilidade do solo. A figura 54 tirada de Raij et

al. (1981) ilustra este aspecto.

Figura 54.

Curvas de resposta de soja à

adubação fosfatada para

três classes de teores de

fósforo do solo.

Y = kg, aumento de grãos

em relação à testemunha

sem adubação fosfatada.

Outro exemplo pode ser obtido a partir dos resultados de produção de grãos de milho

apresentados na tabela 53. Tomando-se por base os resultados da análise de solo dos locais dos

experimentos onde os resultados mencionados foram obtidos, agrupou os solos segundo o nível de

fertilidade, a saber: muito baixo, baixo, médio e alto. Os resultados possibilitaram a construção da

figura 55. Na figura está plotado o custo (em grãos de milho) do adubo (P2O5 = R$1,50/kg e grãos de

milho = 0,20/kg).

Tabela 53. Produtividades médias de grãos de milho obtidas em 25 experimentos no Estado de São

Paulo.

P2O5 Muito baixo Baixo Médio Alto

kg/ha kg/ha diferença kg/ha diferença kg/ha diferença kg/ha diferença

0 4059 0 4048 0 5385 0 6940 0

30 4769 710 4344 296 5454 69 7112 172

60 4794 735 4550 502 5484 99 7233 293

90 4466 407 4360 312 5658 273 7504 564

120 4541 482 4624 576 5251 -134 6784 -156

135

Page 36: Recomendação de adubação 2012

y = -0,043x2 + 9,37x

R2 = 0,75

y = -0,147x2 + 20,64x

R2 = 0,62

y = -0,057x2 + 6,28x

R2 = 0,51

y = 7,5x

-200

0

200

400

600

800

1000

0 20 40 60 80 100 120 140

P2O5, kg/ha

Au

me

nto

de

pro

du

ção

de

grã

os

de

milh

o,

kg/h

a

Muito baixo Baixo Médio

Figura 55.

Curvas de resposta do

milho à adubação

fosfatada, para três níveis

de suficiência de fósforo do

solo, obtidas nos anos

75/74no estado de São

Paulo.

Para os diferentes estados brasileiros foram elaborados Boletins de Recomendação de

fertilizantes e corretivos. Por exemplo, no Estado de São Paulo, as doses dos nutrientes para as

culturas são fornecidas no Boletim no 100 (Raij et al., 1997). Na elaboração do Boletim 100 (Raij et

al., 1996) a dose indicada de fósforo obedece aos seguintes critérios:

Teor no solo muito baixo: Indica-se a dose máxima economicamente viável para a cultura e além

disso acrescenta-se fósforo para elevar o teor do solo. O fósforo adicional recomendado deverá ser

suficiente para elevar o teor de muito baixo a médio, num prazo de aproximadamente 5 anos;

Teor baixo: Indica-se a dose máxima econômica viável para a cultura e, além disso, acrescenta-se

fósforo para elevar o teor de P no solo, num prazo de aproximadamente 5 anos;

Teor médio: Indica-se a dose máxima econômica que deverá manter o teor de P no solo;

Teor alto: Neste caso recomenda-se apenas dose pequena de manutenção ou de arranque;

Teor muito alto: Dispensar ao uso de P na adubação quando as culturas adubadas são pouco exigentes

em P ou indicam-se doses de P muito pequenas.

Além do nível de suficiência de P no solo, o outro critério adicional é a produtividade

esperada. O conceito de produtividade esperada já foi discutido quando da indicação das doses de N

no item 5.2.

Como exemplos são dadas a seguir as doses de P2O5 indicadas para o plantio de milho

(tabela 54) e citros (plantio, formação e produção) na tabela 55.

136

Page 37: Recomendação de adubação 2012

Tabela 54. Plantio de Milho para grãos

Produtividade esperada

P resina, mg/dm3

0-6Muito baixo

7-15Baixo

16-40Médio

>40Alto

t/ha P2O5, kg/ha

2 - 4 60 40 30 20

4 - 6 80 60 40 30

6 - 8 90 70 50 30

8 -10 (1) 90 60 40

10-12 (1) 100 70 50

(1) É improvável a obtenção de alta produtividade de milho em solos com teores muito baixos de P, independente da dose de adubo empregada.

Tabela 55. Plantio, formação e produção de citros.

Época da

adubação

Critério

adicional

P resina, mg/dm3

0-5Muito baixo

6-12Baixo

13-30Médio

>30Alto

PLANTIO

--------------------P2O5, g/m linear de sulco -----------------

80 60 40 20

FORMAÇÃO

Anos ---------------------- P2O5, g/planta ------------------------

0-1 0 0 0 0

1-2 160 100 50 0

2-3 200 140 70 0

3-4 300 210 100 0

4-5 400 280 140 0

PRODUÇÃO

t/ha ------------------------ P2O5, kg/ha ---------------------------

<16 50 40 20 0

17 a 20 70 50 30 0

21 a 30 90 70 40 0

31 a 40 130 100 50 0

41 a 50 160 120 60 0

>50 180 140 70 0

137

Page 38: Recomendação de adubação 2012

5.5. Doses de Potássio

5.5..1. Considerações Gerais

De forma idêntica ao que acontece com a recomendação de fósforo, também há duas filosofias

na recomendação das doses de potássio, ou seja, a adubação corretiva e a adubação de manutenção.

A adubação potássica corretiva é recomendada no Estado de Goiás (Informativo Técnico n o. 1,

1988) para solos deficientes em potássio, devendo ser aplicada de uma só vez, a lanço e incorporada ao

solo. As doses recomendadas estão na Tabela 56.

Tabela 56. Recomendação de adubação corretiva de potássio, a lanço, de acordo com o teor de K indicado pela análise do

solo (K extraído pelo extrator de Mehlich).

Teor de K no solo Recomendação

ppm K2O, kg/ha

<25 100

26 a 50 50

>50 0

Para os solos da região do Cerrado, segundo Souza e Lobato (2002), têm-se adotado dois

sistemas de correção dos solos deficientes em potássio. No primeiro, conhecido como adubação

corretiva total, aplicam-se doses de potássio para corrigir o teor de potássio no solo, que são depois

acrescidas de doses deste nutriente para manutenção do teor corrigido. O outro sistema é a adubação

potássica corretiva gradual, o qual consiste na aplicação de doses de potássio pouco maiores que a

necessidade das culturas.

Excluindo GO e a Região dos Cerrados, para os outros Estados não há indicações de

adubação potássica corretiva. O que se usa são adubações de manutenção ou adubação de cultura

como é chamado este tipo de adubação no RS e SC. A dose aplicada na adubação de manutenção é

calculada com base nas curvas de resposta que são obtidas de forma idêntica a apresentada para o

fósforo, assim como também são usados os critérios adicionais, também já comentado para o fósforo.

Para as culturas de importância econômica como milho, soja, algodão, cana-de-açúcar é

possível encontrar curvas de resposta à adubação potássica, mas para os cultivos de importância

menor, as doses são recomendadas com base na experiência do técnico.

São fornecidas a seguir as doses indicadas de potássio para o algodoeiro (tabela 57) e para

o cafeeiro (tabela 58), conforme o Boletim 100 do IAC.

138

Page 39: Recomendação de adubação 2012

Tabela 57. Adubação potássica de plantio de algodoeiro

Produtividade CTC K+ trocável, mmolc/dm3

esperada mmolc/dm3 0 - 0,7 0,8 - 1,5 1,6 - 3,0 3,1 - 6,0 > 6,0

t/ha --------------------------- K2O, kg/ha -----------------------------

1,5 - 2,0Até 60 60 40 30 20 20

> 60 80 60 40 30 20

2,0 - 2,4Até 60 80 60 40 20 20

> 60 80* 80 60 40 30

> 2,4Até 60 80* 80 60 40 30

> 60 80* 80* 80 60 40

* Complementar com a adubação de cobertura conforme indicada em outra tabela que leva em consideração a produtividade esperada e o teor de K trocável do solo. A dose complementar varia de 20 a 40 kg/ha de K2O.

Como se pode observar na tabela 57, para determinação da dose de potássio para o algodoeiro

leva-se em consideração a CTC do solo, pois para esta cultura existe estudo de correlação entre a

porcentagem de saturação de potássio e a produtividade, conforme visto em aulas anteriores.

Tabela 58 Adubação potássica do cafeeiro

Época da

adubação

Critério

adicional

K+ trocável, mg/dm3

0 - 0,7 0,8 - 1,5 1,6 - 3,0 > 3,0

PLANTIO -------------------- K2O, g/m linear de sulco --------------------

30 20 10 0

FORMAÇÃO

Anos ------------------------- K2O, g/planta --------------------------

0-1 30 20 10 0

PRODUÇÃO

kg/ha1 K2O, kg/ha

< 600 150 100 50 20

600-1200 180 120 70 30

1200-1800 210 140 90 40

1800-2400 240 160 110 50

2400-3600 300 200 140 80

3600- 4800 360 250 170 100

> 4800 450 300 200 1201 Café beneficiado

5.6. Doses de Micronutrientes

139

Page 40: Recomendação de adubação 2012

5.6.1. Introdução

Existem basicamente duas filosofias de aplicação de micronutrientes, segundo Lopes &

Guilherme (1989). A primeira delas é a filosofia de seguro em que se recomenda adicionar

quantidades de um ou mais um e, algumas vezes, todos os micronutrientes ao solo. Este método pode

ser considerado como parte de um programa de manutenção e não considera as necessidades

específicas das culturas e a disponibilidade de micronutrientes, podendo representar, portanto, gastos

desnecessários. Esta maneira de recomendação de micronutrientes vem sendo cada vez mais

abandonada, pois apesar de ser ainda poucos os resultados de curvas de calibração dos teores no solo e

as possibilidades de aumento de produção, a pesquisa já tem resultados confiáveis, embora ainda

aproximados.

A segunda é a filosofia de prescrição, que deverá ser a adotada para todas as culturas e utiliza

as análises químicas do solo e foliar para avaliar as reais necessidades da aplicação de micronutrientes.

Como foi visto, ainda são em número reduzido as curvas de calibração dos micronutrientes e as curvas

de resposta das culturas disponíveis no Brasil, apesar de haver um certo volume de informações sobre

micronutrientes, são feitas tentativas de interpretação dos resultados das análises químicas dos

micronutrientes. As informações disponíveis são então empregadas para decidir o uso e a dose de

micronutriente a ser empregada.

5.6.2. DOSES DE MICRONUTRIENTES RECOMENDADAS NO RIO GRANDE DO SUL E

SANTA CATARINA (Recomendações de adubação e calagem para os estados do RS-SC, 1987).

A recomendação de seguro parece ser a filosofia adotada no boletim de recomendações de

fertilizantes e corretivos para os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina (3 a edição), como

segue. É importante considerar que a maior parte dos solos do RS e SC são, em geral, bem providos

de micronutrientes. Considera-se ainda na recomendação de micronutrientes que o intervalo entre a

deficiência e a toxidez é muito estreita, o que determina o bom senso de não generalizar a

recomendação de adubação com micronutrientes. Com base nestes aspectos, pelas recomendações que

seguem, percebe-se a posição bastante conservadora dos técnicos do RS e SC que elaboraram as

recomendações de micronutrientes para as culturas destes estados.

SOJA: 8 a 10 g de molibdênio/ha junto com as sementes.

ALFAFA: aplicar 20 kg/ha de bórax no início da primavera.

COUVE-FLOR: 3 g/m2 de molibdato de amônio, na sementeira e 2 g/m2 de bórax na sementeira e no

canteiro.

140

Page 41: Recomendação de adubação 2012

CITROS: no caso de evidenciadas deficiências de Zn, Mn, B e Mg, pela análise de solo ou pela

análise foliar, é indicada a adubação foliar. A composição da solução é a seguinte:

ZnSO4 (300 g) + MnSO4 (200g) + MgSO4 (2kg) + Bórax (100g) + adesivo (100ml) + água (100 litros)

MACIEIRA E PEREIRA: aplicar 2 a 5 pulverizações com ZnSO4 a 0,2% e 2 a 3 aplicações de bórax a

0,4% ou solubor a 0,2%. A indicação da aplicação é feita com base nos resultados da análise foliar.

5.6.3. DOSES DE MICRONUTRIENTES RECOMENDADAS EM MINAS GERAIS

(Recomendações para uso de corretivos e fertilizantes em MG, 5a. aproximação, 1999)

No Boletim de MG verifica-se que as duas filosofias de recomendação de adubação estão

presentes. Em alguns casos, recomendam-se os micronutrientes independente de qualquer parâmetro

de análise de solo ou de folha, como acontece para a maioria das hortaliças. Em outros casos, para

culturas com certo volume de resultados experimentais, como a videira e o cafeeiro, as recomendações

são de prescrição, sendo as doses recomendadas com base nos resultados de análise de solo e análise

foliar, como é o caso da seringueira.

HORTALIÇAS

Para algumas hortaliças recomendam-se os micronutrientes quando os solos não foram fertilizados,

nos últimos anos que antecedem a recomendação, com adubos que os contém.

ALHO: Acrescentar na adubação de plantio: 3 kg/ha de B e de 3 a 5 kg/ha de Zn.

CENOURA: Quando o solo for deficiente aplicar 3 kg/ha de B e de 3 a 5 kg/ha de Zn.

COUVE FLOR: Sugere-se aplicar B no solo e Mo via foliar.

MELÃO: B (1,5 g/L) juntamente com cloreto de cálcio em pulverização foliar.

MILHO VERDE: Aplicar 3 a 5 kg/ha de Zn.

MORANGO: Pulverização folar com ácido bórico, 1,5 g/L, juntamente com a uréia.

TOMATE: 2 a 3 kg/ha de B e 4 kg/ha de Zn no sulco, em solos de baixa fertilidade.

FRUTÍFERAS

CITROS: constatada a deficiência de Mn e Zn, usar, por via foliar, solução contendo os sais em

concentração que não ultrapasse os 15 g/L de sais. Para corrigir deficiência de B, usar bórax, na

dosagem de 80 g/planta, no solo.

MACIEIRA, MARMELEIRO, PEREIRA E NESPEREIRA: eventuais deficiências de micronutrientes,

constatadas pela análise foliar e observações visuais, deverão ser corrigidas com produtos comerciais

adequados.

MAMOEIRO: em solos comprovadamente deficientes em B e/ou Zn, aplicar 5 g/cova de bórax e/ou

10 g/cova de sulfato de zinco.

NESPEREIRA: Na fase produção, as eventuais deficiências de micronutrientes, detectadas pela análise

foliar ou pela observação visual, devem ser corrigidas por meio de produtos comerciais.

141

Page 42: Recomendação de adubação 2012

NOGUEIRA PECÃ: A partir do 4o ano, usar 130 g/planta de sulfato de zinco aplicado no solo.

PESSEGUEIRO, AMEIXEIRA E NECTARINA: Se for constatada por análise foliar a deficiência de

algum micronutriente.

VIDEIRA: É aconselhável acompanhar o teor de B no solo, sendo recomendado como suficiente para

esta cultura a faixa de 0,6 a 1,0 mg/dm3. Abaixo de 0,6 mg/dm3 usar 50 a 70 kg/há de bórax

FLORICULTURA

CRAVO: Caso haja deficiência de B nos solos da região, aplicar, no canteiro, 1 a 2 g/m2 de bórax

PLANTAS ORNAMENTAIS ARBÓRES E ARBUSTIVAS: na adubação de cobertura, na formação,

sugere-se a aplicação de 10 a 15 g/planta de bórax

CULTURAS ANUAIS E PERENES

ALGODÃO: nos solos deficientes aplicar 1,0 kg/ha de B no sulco de plantio.

ARROZ DE SEQUEIRO: constatando-se a deficiência aplicar 2 a 4 kg de Zn/ha

ARROZ IRRIGADO: Com teor no solo de Zn inferior a 1 mg/dm3 (Mehlich-1), aplicar 2 a 4 kg/ha de

Zn.

CANA-DE-AÇÚCAR: Em solos arenosos e com baixos teores de matéria orgânica podem apresentar,

com maior freqüência, respostas à adubação com Mn, Zn e Cu. Nas áreas deficientes nestes

micronutrientes aplicar 2 a 5 kg/há do nutriente.

CAFÉ: O suprimento de Zn e B pode ser feito via foliar, após o plantio, ou adicionando à terra de

enchimento de cova, nas quantidades de 0,6 a 1,0 g de B e 1 a 2 g de Zn por cova ou por metro de

sulco. Para a adubação de produção são recomendadas doses de B, Cu, Mn e Zn com base na análise

do solo. A adubação foliar com micronutrientes também é recomendada. É fornecido a seguir um

exemplo de recomendação:

Nutriente Extrator Classes de FertilidadeBaixo Médio Bom Alto

Boro

-------------- Teor no solo (mg/dm3) ------------------HCl 0,05 mol/L ou Mehlich 1 < 0,30 0,31 - 0,70 0,71 - 1,0 > 1,0Água quente < 0,20 0,21 - 0,40 0,41 - 0,60 > 0,6

------------------ Dose de B (kg/ha) ---------------------3 2 1 0

-------------- Teor no solo (mg/dm3) ------------------Zn Mehlich 1 < 2,0 2,0 - 4,0 4,1 - 6,0 > 6,0

DTPA < 0,7 0,7 - 1,1 1,2 - 1,5 > 1,5 ----------------- Dose de Zn (kg/ha) --------------------

6 4 2 0

EUCALIPTO: aplicar, na cova de plantio, 5 g de sulfato de zinco. Aplicar juntamente com o N e/ou K,

10 g de bórax em cobertura.

FEIJÃO E GIRASSOL: Constatando-se deficiências de B e/ou Zn, aplicar respectivamente 1 kg/ha de

B e/ou 2 a 4 kg/ha de Zn.

142

Page 43: Recomendação de adubação 2012

FUMO: aplicar 1,5 g/cova de FTE BR 10 como fonte de micronutrientes.

MAMONA: se houver constatação de deficiência de zinco, aplicar 5 kg/ha de Zn.

MANDIOCA: Em solos comprovadamente deficientes em zinco, aplicar 5 kg/há deste nutriente,

juntamente com fósforo e potássio

MILHO E SORGO GRANÍFERO: nos solos deficientes em zinco, aplicar 3 a 5 kg/ha de Zn.

SERINGUEIRA: Doses de B, Zn e Cu são recomendadas para a formação de mudas em sacola ou no

solo de viveiro. Quando a cultura está em formação ou na fase de produção recomenda-se

micronutrientes quando há constatação da deficiência através da análise foliar.

SOJA: As recomendações de micronutrientes devem ser feitas em função de informações locais, dadas

as pequenas respostas, mesmo em solos de cerrado.

TRIGO DE SEQUEIRO: Em regiões com altitudes inferiores a 800m, onde existe risco de

chochamento, recomenda-se aplicar 0,65 a 1,3 kg/ha de B, no momento da semeadura.

PASTAGENS: No estabelecimento da pastagem, como a deficiência de Zn é comum, recomenda-se 2

kg/ha de Zn, juntamente com a adubação fosfatada por ocasião do plantio. Também, de modo geral, os

micronutrientes têm sido aplicados em pastagens por meio do emprego dae FTE BR-10, na dose de 30

a 50 kg/há junto com a adubação fosfatada.

5.6.4. DOSES DE MICRONUTRIENTES RECOMENDADAS NO ESTADO DE SÃO PAULO

No Boletim 100 do Instituto Agronômico de Campinas (Raij et al., 1996) são prescritas para

algumas culturas doses de micronutrientes com base nos resultados da análise química do solo, para

outras culturas, as doses dos micronutrientes são recomendadas sem levar em conta sem qualquer e

ainda para a cultura de citros, as doses de micronutrientes são recomendadas com base na análise

química do solo no momento do plantio e para o estádio de formação e produção o Zn, Mn e B são

recomendados independentemente dos teores no solo.

Na tabela 56 são mostradas as culturas no Estado de São Paulo em que micronutrientes

recomendados.

143

Page 44: Recomendação de adubação 2012

Tabela 56. Cultura e micronutrientes (X corresponde ao micronutriente recomendado)Cultura Mo B Cu Zn Mn Fe

CEREAISMilho para grãos e silagem, para pipoca, milho verde e milho doce, sorgo

- - - X - -

Aveia, centeio, cevada trigo e triticale - X - X - -ESTIMULANTES

Cacau - produção - - - X - -Café - X X X X -

FIBROSAAlgodão - X - X - -FRUTIFERASAbacate, Citros - X - X X -Acerola e goiaba - - - X - -Banana, mamão, manga e maracujá - X - X - -Uva - X - - - -HORTALIÇASAbobrinha, abóbora rasteira, moranga, bucha, pepino - X X X - -Aipo, alho, aspargo - X - X - -Alcachofra, alface, almeirão, escarola, rúcula e agrião - X - - - -Alho porró e cebolinha - X - - - -Beringela, jiló, pimenta-hortícola e pimentão - X - X - -Beterraba, cenoura, nabo, rabanete e salsa - X - - - -Brócolos, couve-flor, repolho, couve-manteiga e mostarda X X - - - -Cebola X X X X - -Feijão-vagem, feijão-fava, feijão-de-lima e ervilha - X - X - -Melão, melancia, quiabo e tomate - X - X - -Morango - X X X - -LEGUMINOSAS E OLEAGINOSASAmendoim e girassol X - - - - -Feijão - X - X - -Soja - X X X X -ORNAMENTAIS E FLORESAmarilis e crisântemo - X - X X -Gladíolo, gloxínia e violeta-africana - X - X - -RAÍZES E TUBÉRCULOSBatata e mandioquinha - X - - - -Mandioca - - - X - -CULTURAS INDUSTRIAISCana-de-açúcar - - X X - -Pupunha - X - - - -Seringueira - - - X - -FLORESTASViveiro de mudas de Eucaliptos, Pinus e essências florestais típicas de Mata de Atlântica

X X X X X X

Observações: FTE-BR12Florestamentos homogêneos com Eucaliptos e Pinus e Florestamentos mistos com espécies de Mata Atlântica

- X - X - -

FORRAGEIRASGramíneas - - - X - -Leguminosas, pasto consorciado, alfafa X X X X

144

Page 45: Recomendação de adubação 2012

FERRO

No caso do ferro, com exceção feita aos viveiros de mudas de florestas, não é recomendado.

Neste caso o ferro entra como um componente da fórmula de micronutrientes que é misturada com o

substrato e talvez seja este o motivo de ser incluído na recomendação. Sabe-se que o ferro não tem

sido deficiente nos solos brasileiros e conseqüentemente as culturas não tem suas produtividades

limitadas pela insuficiência de ferro na adubação. Nas pesquisas realizadas no Brasil (tabelas 1 a 10

em anexo), verifica-se que o Fe foi usado em misturas com outros micronutrientes, na forma de

silicatos, sendo impossível isolar seu efeito na produtividade das culturas.

MANGANÊS

O manganês é recomendado, segundo o Boletim 100 do IAC, para as seguintes culturas: café,

abacate, citros, soja, amarilis, crisântemo, viveiros de florestas e forrageiras.

No caso da soja a recomendação do Mn é feita com base na análise química do solo, ou seja, o

Mn é indicado para ser aplicado na adubação de semeadura quando o solo é deficiente neste

micronutriente. Assim, quando o teor de Mn no solo for <1,5 mg/dm3, recomenda-se aplicar 5 kg/ha

de Mn.

A indicação de Mn para viveiro de mudas de eucaliptos, pinus e essências florestais típicas da

Mata Atlântica se deve ao fato ao mesmo fato já comentado para o ferro.

Para o abacateiro, o Mn foi recomendado para ser aplicado nas folhas juntamente com uréia,

zinco e boro. A recomendação baseia-se em experiência dos técnicos responsáveis e trata-se de

recomendação que não se baseia na análise de solo ou análise foliar.

No caso do amarilis a indicação de Mn foi feita com base na análise de solo (<1,2 mg/dm3,

aplicar 6 kg/ha de Mn), enquanto que para o crisântemo a recomendação é geral e a dose de Mn é 50

mg/m2.

No caso do cafeeiro em produção o Mn somente deve ser indicado caso a análise de solo e/ou

análise foliar indicar nível insuficiente no solo (<1,5 mg/dm3, aplicar 2 kg/ha de Mn). Neste caso

trata-se de indicação mais técnica se comparada com a recomendação feita para citros.

Para o citros, o Mn tem sido tradicionalmente indicado como componente da mistura de

micronutrientes (B, Zn e Mn) que é recomendada para aplicação foliar. Trata-se de adubação de

seguro e não têm sido levados em consideração os resultados da análise química de solo ou de folhas

para fazer esta recomendação e também os resultados de pesquisa. São em número muito reduzido os

trabalhos de pesquisa sobre o uso de Mn em citros e nestes não foram verificados aumentos de

produção de frutos pela inclusão deste micronutriente.

145

Page 46: Recomendação de adubação 2012

MOLIBDÊNIO

O Mo é indicado para algumas hortaliças (beterraba, cenoura, nabo, rabanete, salsa, brócolos,

couve-flor, repolho, couve-manteiga e mostarda), para amendoim, pasto consorciado e alfafa.

No caso das brássicas sabe-se que a deficiência pode causar deformação das folhas e isto

diminui o valor comercial. Para prevenir o aparecimento da deficiência recomenda-se fazer aplicação

de Mo através de pulverização foliar. A dose recomendada é de 0,5 g/L de molibdato de amônio,

fazendo-se 1 a 3 pulverizações.

Para o amendoim e alfafa o Mo é recomendado para ser misturado com as sementes. Para o

amendoim recomenda-se a mistura de 100 g de molibdato de amônio para cada 100 a 120 kg de

sementes, quando se faz a inoculação com Rhzobium. Para a alfafa, recomenda-se 50 g/ha de

molibdato de amônio que é misturado com as sementes.

Os resultados de pesquisa realizados no Brasil indicam não haver respostas das culturas em

geral à adubação com Mo.

COBRE

O cobre é raramente recomendado para as culturas do Estado de São Paulo. No Boletim 100

do IAC este micronutriente é recomendado no transplantio do cafeeiro, tomando-se por base o

resultado da análise do solo. Neste caso recomenda-se 1 g/m de sulco quando o teor revelado pela

análise do solo revelar teor menor que 0,20 mg/dm3. O cobre somente deve ser indicado para as

culturas de abobrinha, abóbora rasteira, moranga, bucha, pepino, cebola, pepino, cana-de-açúcar e para

forrageiras (gramíneas, leguminosas e pasto consorciado com alfafa) se o nível no solo for insuficiente.

A dose de cobre para estes casos chega ao máximo a 4 kg/ha.

ZINCO

O zinco, juntamente com o boro, é o micronutriente que mais tem sido estudado para as

culturas do Estado de São Paulo. Para quase todas as culturas de importância econômica a indicação

de doses de zinco é feita com base nos resultados da análise química do solo. É o caso dos cereais,

cacau, café, hortaliças, leguminosas e oleaginosas, mandioca, cana-de-açúcar e forrageiras. Por

exemplo, para milho recomendam-se 4 kg/ha de Zn em solos com teores de Zn inferiores a 0,6

mg/dm3 (DTPA) e 2 kg/ha de Zn quando os teores estiverem entre 0,6 e 1,2 mg/dm3.

Para fruteiras, como abacate e acerola, recomenda-se aplicar exclusivamente nas folhas durante

o estádio de produção, sendo que a recomendação é geral e não segue nenhum critério relacionado a

análise do solo ou análise foliar.

Para cafeeiro recomenda-se a aplicação no solo, com base nos resultados da análise do solo, no

transplantio das mudas e na fase de produção, e esta adubação do solo deve ser complementada com

aplicação foliar em cafezais deficientes.

146

Page 47: Recomendação de adubação 2012

BORO

O boro é recomendado para cereais (aveia, centeio cevada, trigo e triticale); leguminosas

(feijão); oleaginosas (girassol e soja), raízes (mandioquinha); tubérculos (batata) e para o cultivo da

pupunheira, sempre com base nos teores revelados pela análise do solo. A dose máxima de boro é de 2

kg/ha e a aplicação feita em mistura com os outros fertilizantes se dá no momento da semeadura ou

transplante da muda.

Para o algodoeiro existe um volume pesquisa que permite indicar a dose de boro com base na

análise do solo. A aplicação deste micronutriente é feita no solo no momento da semeadura, em

mistura com os macronutrientes. Alternativamente pode-se fazer a adubação foliar a baixo volume,

aplicando-se 0,15 a 0,18 kg/ha de B em cada pulverização, fazendo-se no mínimo 4 aplicações durante

o florescimento da cultura.

O boro também é indicado para várias hortaliças e o critério é o nível de suficiência deste

nutriente no solo. A dose pode, nestes casos, chegar a 4 kg/ha de bórax, mas depende da cultura.

Somente em alguns casos em que a cultura apresentar sintomas de deficiência de boro indica-se a

pulverização foliar em concentrações de 0,3 a 0,5g/L de bórax ou ácido bórico, como é o caso da

cultura do aipo. Entre as hortaliças, é peculiar o caso do repolho, couve-manteiga e mostarda, pois o

boro é indicado neste caso independentemente de qualquer parâmetro de solo, pois são culturas

exigentes neste micronutriente e os ensaios mostraram resposta.

Também para as culturas de amarilis e gladíolo o critério para indicar boro na adubação toma

por base os resultados da análise química do solo onde a cultura vai ser plantada. Quando o cultivo é

feito em vasos contendo substrato, como acontece com a violeta-africana, gloxínia e crisântemo, o

boro é indicado para ser aplicado em fertirrigação.

Para o plantio do cafeeiro ou na fase de produção, a dose de boro é determinada pelo nível de

suficiência do solo, sendo o solo o local de aplicação. A aplicação de boro nas folhas somente é

recomendada caso a análise do solo tenha indicado nível insuficiente no solo e mesmo assim não foi

feita a adubação no solo.

No caso das fruteiras, a dose de boro é ora recomendada com base na análise do solo (por

exemplo, no transplantio da bananeira, do citros e do mamoeiro), e outras vezes não se leva em

consideração nenhum critério relacionado à análise de solo para fazer a recomendação de boro, como é

o caso do abacateiro, acerola e citros que se recomenda a aplicação de boro via foliar, juntamente com

outros micronutrientes, durante a fase de produção.

Para os povoamentos de eucaliptos e pinus ou de espécies da Mata Atlântica, doses de boro são

indicadas para serem aplicadas no momento da instalação do povoamento florestal, levando-se em

conta o resultado da análise do solo.

147

Page 48: Recomendação de adubação 2012

A título de exemplificação são dadas algumas recomendações extraídas do Boletim 100 do

Instituto Agronômico de Campinas.

Aveia e centeio. Em solos com teores de Zn (DTPA) inferiores a 0,6 mg/dm3, aplicar 3 kg/ha

de Zn. Aplicar 1,0 kg/ha de B em solos com teores de B (água quente) inferiores a 0,21 mg/dm3.

B (água quente), mg/dm3 Cu (DTPA), mg/dm3 Zn (DTPA), mg/dm3

0 - 0,20 0,21- 0,60 > 0,60 0 - 0,2 0,3 - 1,0 > 1,0 0 - 0,5 0,6 - 1,2 > 1,2

B, kg/ha Cu, kg/ha Zn, kg/ha

2 1 0 4 2 0 5 3 0

Citros. No plantio do citros as doses de Zn e B são indicadas de acordo com os resultados da

análise do solo, conforme segue:

B (água quente), mg/dm3 Zn (DTPA), mg/dm3

0 - 0,20 > 0,20 0 - 1,2 > 1,2

B, g/m linear de sulco Zn, g/m linear de sulco

1 0 2 0

Para o citros em produção recomenda-se B, Zn e Mn, juntamente com uréia, independente dos

resultados de análise do solo ou de folhas. A mistura recomendada é a seguinte: sulfato de zinco (3,5

g/L), sulfato de manganês (2,5 g/L), ácido bórico (1,0 g/L) e uréia 5,0 g/L). Em pomares com idade

inferior a 4 anos, realizar 3 a 4 aplicações anuais. Naqueles em produção, duas aplicações no período

das chuvas, quando houver brotação das plantas. Em pomares com intensos sintomas de deficiência de

boro é mais eficiente aplicar no solo 2 kg/ha de B, na forma de ácido bórico, juntamente com os

herbicidas de contato, parcelando em duas aplicações anuais.

A respeito da adubação foliar em citros, BOARETTO & MURAOKA (1999) fizeram uma

extensa revisão bibliográfica onde concluem que a recomendação ainda é assunto não definido e a

recomendação carece de embasamento experimental.

148

Page 49: Recomendação de adubação 2012

5.6.5. DOSES DE MICRONUTRIENTES RECOMENDADAS NA REGIÃO DOS CERRADOS

(Sousa e Lobato, 2002).

Os solos do Cerrado são deficientes em micronutrientes, portanto a aplicação constitui-se numa

prática indispensável para a obtenção de altos rendimentos das diversas culturas. Além disso, nos

cerrados são feitos cultivos com variedade com alto potencial de rendimento e, conseqüentemente,

com alta demanda de macro e micronutrientes.

Os solos do cerrado são, com bastante freqüência, deficientes em zinco e boro, podendo

aparecer com menos freqüência a deficiência de cobre. Em geral, os solos do cerrado são bem

supridos de manganês, apesar disso, tem-se observado com freqüência a sua deficiência induzida pelo

excesso de calagem. Os resultados da análise de amostras de solos de Cerrado indicaram que os solos

são bem supridos destes micronutrientes e, portanto não é de se esperar resposta à aplicação deste

nutriente. O molibdênio é indicado para apenas algumas espécies como adubação de seguro, já que os

laboratórios não fazem sua determinação nas amostras de terra.

A recomendação de micronutrientes Cerrado, com base na análise química, é ainda bastante

precária, devido a existência de poucos estudos de calibração. Entretanto constata-se no livro

Cerrado: Correção de solo e adubação que a recomendação de micronutrientes é feita com base na

interpretação dos resultados de análise química de solo e em alguns casos também com o auxílio dos

resultados da análise foliar.

Numa primeira aproximação é sugerida a seguinte interpretação dos resultados conforme a

Tabela 57.

Para as culturas perenes ou semi-perenes (Abacate, abacaxi, acerola, banana, café, cana-de-

açúcar, citros, eucalipto, gabiroba, goiaba, graviola, mamão, maracujá, pinus, pupunha, seringueira)

recomenda-se a adubação de correção quando a análise de solo revelar teor baixo, conforme a tabela

de interpretação (tabela 57), aplicando-se o adubo a lanço. As doses são as seguintes: 2 kg/ha de boro,

2 kg/ha de cobre, 6 kg/ha de manganês, 0,4 kg/ha de molibdênio e 6 kg/ha de zinco. Além da

adubação de correção, recomenda-se, quando o teor no solo é baixo, aplicar os micronutrientes

deficientes na adubação de plantio, sendo as doses menores que as acima dadas.

149

Page 50: Recomendação de adubação 2012

Tabela 57. Interpretação de resultados de análise de micronutrientes em solos de Cerrado.

Teor Boro Cu Mn ZnÁgua quente Mehlich 1

------------------------------------ mg/dm3 --------------------------------------Baixo 0 a 0,2 0 a 0,4 0 a 1,9 0 a 1,0Médio 0,3 a 0,5 0,5 a 0,8 2,0 a 5,0 1,1 a 1,6Alto > 0,5 > 0,8 > 5,0 > 1,6

DTPA----------------------------- mg/dm3 ---------------------------

Baixo 0 a 0,2 0 a 1,2 0 a 0,5Médio 0,3 a 0,8 1,3 a 5,0 0,6 a 1,2Alto > 0,8 > 5,0 > 1,2

Para algumas culturas perenes como cafeeiro citros e maracujá, são feitas recomendações de

soluções a serem aplicadas na fase de produção, caso aparecem sintomas de deficiência de

micronutriente.

Para as culturas anuais (algodão, amendoim, arroz, aveia, cevada, ervilha, girassol, grão-de-

bico, leguminosas adubos verde, mamona, mandioca, milheto, milho, soja, sorgo granífero, trigo e

triticale) é recomendado aplicar na adubação de plantio as doses iguais às recomendadas para as

culturas perenes, podendo ser aplicada de uma só vez ou dividida em 4 parcelas e aplicadas nos anos

consecutivos.

Nos casos em que não se recomendou a aplicação de micronutrientes no plantio ou se a

adubação feita não foi suficiente para suprir a exigência nutricional, para algumas culturas (algodão,

amendoim, arroz, aveia, , cevada, feijão, girassol,, milheto, milho, soja, sorgo, trigo e triticale)

recomenda-se a adubação foliar com formulações específicas para cada cultura.

Para as culturas anuais há ainda outras recomendações quanto ao modo de aplicação de

micronutrientes. Por exemplo, para leguminosas (feijão e soja recomenda-se a aplicação de cobalto e

molibdênio que são aplicados junto com a semente). Para o milho, pode-se recomendar o zinco junto

com a semente e no caso da mandioca, pode-se aplicar este micronutriente via maniva.

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