reciclagem: aprender para preservar e … · interferência, da criatividade e do desenvolvimento...
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RECICLAGEM: APRENDER PARA PRESERVAR E TRANSFORMAR
Vilma Ciriaki de Castro1 Eloiza Cristiane Torres2
Resumo O presente artigo descreve as atividades que foram desenvolvidas no Colégio Estadual Abraham Lincoln. Ensino Fundamental e Médio do município de Kaloré-PR, no período de 25/07/2011 a 24/10/2011, com alunos do 2º ano do Ensino Médio período matutino, com atividades relacionadas aos textos com conteúdos debatidos, e oficinas realizadas durantes os cursos específicos e gerais do PDE, os quais serviram como subsídios e auxiliaram nossos educandos, para obterem conhecimentos científicos para valorizarem os aspectos ambientais, e a sustentabilidade. Conscientizou nossos educandos que na atual sociedade contemporânea, os meios de comunicação podem ser armadilhas para um consumismo desenfreado, gerando mais e mais lixo, aumentando os problemas ambientais. Uma educação inovadora fará com que haja mudança de atitudes enquanto cidadão, produtor, consumidor, sujeito, e agente da própria história. É necessário perceberem que a ação individual pode mudar sua história e dos outros. Além dos benefícios que a reciclagem traz, diminuindo a quantidade de resíduos sólidos, gerando mau cheiro, doenças, insetos e também irá poupar os recursos naturais utilizados pelo homem para fabricação de produtos necessários à sobrevivência humana. Tem-se outro objetivo muito importante que, além dos benefícios citados, a prática pedagógica poderá levar nossos educandos a uma prática de vida saudável. Ao invés de gastarem o dinheiro que ganham dos pais ou recebem dos seus salários em coisas supérfluas que muitas vezes ou sempre causam um amontoado de objetos (resíduos sólidos) como: roupas, calçados, acessórios, celulares, rádio, MP3, computador e assim irão poupar estes gastos em algo realmente necessário, que não esteja causando danos ambientais por desnecessidade.
Palavras chave: Reciclagem, lixo, consumismo, sustentabilidade.
Introdução
Sabe-se que os ciclos da natureza são processos de reciclagem
constantes para manter o equilíbrio nos ecossistemas. Assim, Trevisan (2010, p.86)
diz: “que o homem pode se apropriar deles para conceber estratégias e viabilizar
essa harmonia”. Em outras palavras, o lixo deve ser usado como uma matéria-prima
1 Professora da Rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná. Graduada em Geografia/Fafijan e Pós-Graduada
em Geografia Física/Fafijan e participante do PDE Programa de Desenvolvimento Educacional 2 Orientadora do PDE Programa de Desenvolvimento Educacional
para gerar novos materiais, portanto reciclar mais que usar novamente é agregar
valor a produtos tradicionais e criar novos, o que preserva a natureza, faz a
economia crescer e a sociedade viver melhor.
O objetivo deste foi compreender como acontece o processo de
reciclagem, pesquisando sobre a reciclagem para obter conhecimento sobre o
mesmo, relacionando o consumo e geração de resíduos em diferentes escalas e
reconhecendo que a coleta de resíduos em larga escala favorece a organização
social em cidades de médio porte e analisar os materiais possíveis de serem
reciclados na aplicação da a equação dos 4R’S.
O presente artigo aponta a reciclagem como uma das opções de
destinação dos resíduos sólidos. Para isso é necessário um estudo sobre o meio
ambiente, sendo esse o maior vilão quando os resíduos sólidos não têm um
tratamento correto, destacando as formas como as pessoas contornam o lixo
produzido. O processo da reciclagem é uma das opções, sendo que para isso
depende de muitos outros fatores e principalmente aprender a reciclar.
Fundamentação Teórica Meio Ambiente e Reciclagem
Sabe-se que hoje a preocupação com os problemas ambientais é de
âmbito mundial. Segundo Coelho (2000, p.274) “meio ambiente é o conjunto dos
elementos e fatores físicos, químicos e biológicos, naturais e artificiais, necessários
à sobrevivência das espécies”.
No entanto, de todos os seres vivos, o ser humano é o único que, além de
fazer parte do ambiente natural, participa também de outro ambiente especial e
diferenciado. Trata-se do ambiente cultural ou artificial, que é produto da
interferência, da criatividade e do desenvolvimento cultural e tecnológico do homem.
O estudo do meio ambiente físico ou natural ajuda a compreender a
natureza e as dimensões dos impactos sofridos pelo conjunto de seus elementos.
Para Lodi (2009, p.26) “o meio ambiente é o espaço físico, biológico e sociocultural
em que um ser vive e se desenvolve, trocando energia e interagindo com ele (o
espaço), sendo transformado e transformando-o”. Assim, após a promulgação da
Política Nacional de Educação Ambiental foi possível inserir essa prática no ensino
formal. Abriu-se, portanto, um leque de oportunidades para que haja uma mudança
no currículo escolar, levando-se em conta, também, dados históricos e sociais da
região em estudo, além dos aspectos ecológicos.
De acordo Achcar (2006, p.47):
Gerenciar o resíduo é adotar um conjunto articulado de ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento, com base em critérios sanitários, ambientais e econômicos para coletar, tratar e dispor os resíduos sólidos, que visa buscar o conhecimento detalhado do ciclo completo do resíduo, desde a sua geração até o seu destino final.
Sendo assim, os programas de gestão devem buscar alternativas que
visem a transversalidade dos diferentes tipos de resíduos, conservando o meio
ambiente, a recuperação dos materiais potencialmente recicláveis. Lembrando que
desde o início da humanidade, o homem vem produzindo lixo sem se preocupar com
as suas conseqüências e a cada ano tendo um acentuado crescimento.
No sentido de expor os conceitos sobre o tema é necessário esclarecer
que segundo Achcar (2006, p.48): “lixo é tudo o que não pode ser reaproveitado ou
reciclado e resíduo é tudo o que ainda pode ser parcialmente ou totalmente
utilizado”. Por isso os resíduos são classificados quanto ao seu tipo e origem.
Qualquer atividade humana é por natureza geradora de resíduos. As atividades
industriais por sua natureza grande geradora de resíduos sejam sólidos, líquidos ou
gasosos, os quais devem ser gerenciados corretamente visando à minimização de
custos e redução do potencial de geração de impactos ambientais.
A reciclagem considera os resíduos gerados pela sociedade, como
matéria-prima, depois de uma série de processos. Os materiais ora rejeitados são
coletados, tratados e processados, para a fabricação de novos produtos. A
sociedade moderna se destaca pelo desperdício e o uso indiscriminado dos recursos
naturais. A preservação destes recursos e a diminuição do desperdício devem,
obrigatoriamente, se dar através do esclarecimento da população quanto à
importância na mudança de seus hábitos e de como é difícil gerenciar os resíduos
sólidos urbanos, por eles gerados.
Resíduos Sólidos
Os Resíduos Sólidos são materiais heterogêneos (inertes, minerais e
orgânicos), resultante das atividades humanas e da natureza, os quais podem ser
parcialmente ou totalmente utilizados, gerando, entre outros aspectos, proteção à
saúde pública e economia dos recursos naturais.
Vive-se a época dos descartáveis, ou seja, aquelas embalagens ou
produtos utilizados uma só vez e que em seguida são jogados fora. De acordo com
Ferreira (2007, p.328) “resíduos sólidos são resultados das atividades da
comunidade de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola e de
outros serviços”. Portanto, a composição e a quantidade de resíduos produzidos
estão diretamente relacionados com o modo de vida dos povos, considerando que
nos países mais industrializados as quantidades envolvidas são maiores e a
composição é mais problemática.
Os “resíduos urbanos representam um dos tipos de classificação do lixo”,
conforme coloca Thomaz (1998, p.29). No entanto, os resíduos urbanos são
conhecidos também como lixo doméstico, ou seja, aqueles gerados nas residências,
no comércio ou em outras atividades desenvolvidas nas cidades. Incluem-se neles
os resíduos dos logradouros públicos, como ruas e praças, denominado lixo de
varrição ou público. Nestes resíduos encontram-se: papel, papelão, vidros, latas,
plásticos, folhas, galhos, terra, restos de alimentos, madeira e todos os outros
detritos apresentados à coleta nas portas das casas pelos habitantes das cidades ou
lançados nas ruas.
Existem várias classificações para o lixo. De acordo com Casagrande e
Ramalho (2001, p.32) o lixo possui dois grupos principais: “inorgânicos e orgânicos”.
O primeiro grupo inclui metal, papel, vidro e plástico e o segundo grupo inclui restos
de alimentos e plantas. No processo de reciclagem, tanto nas indústrias (que
reaproveitam os inorgânicos) como nas usinas de compostagem (que transformam
os orgânicos em adubo). O lixo orgânico leva pouco tempo para se decompor, mas
pode ser mais bem aproveitado na compostagem, tais como cascas de frutas, de
legumes e folhagens de tubérculos.
O lixo conforme Mancuso (2001, p.25) “é classificado em classe A, B, C e
D”. Desta forma, a classe A agrupa os resíduos reutilizáveis ou recicláveis, tais como
restos de cerâmicas, argamassa, concreto e blocos. A classe B são os resíduos
recicláveis para outras destinações, tais como papel, papelão, plástico, metais,
vidros e madeira. A classe C são os resíduos de construção para os quais não há
alternativa tecnológica de processamento, como por exemplo, o gesso. A classe D
são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como latas de
tinta e solventes, óleos, bem como telhas e objetos que contenham amianto.
As cidades produzem grande quantidade diária de lixo. A coleta, o tratamento
e a fiscalização do lixo devem ser rigorosos, pois se ele for depositado em qualquer
terreno a saúde da população fica comprometida. O lixo de acordo com a
classificação de Dias (1999, p.76), pode ter cinco destinos diferentes: “os depósitos
a céu aberto (lixões), os aterros sanitários, a incineração, a compostagem e a
reciclagem”.
Nos lixões, o lixo é depositado sobre terrenos a céu aberto, provocando
mau cheiro e atraindo ratos, baratas, moscas e outros insetos que transmitem várias
doenças. A decomposição do lixo produz um líquido chamado chorume, que polui as
águas subterrâneas e os rios, e também libera o gás metano, o que pode causar
explosões. Nos aterros sanitários, o lixo é depositado em camadas cobertas por
terra e compactadas por tratores. O chorume é captado por um sistema de
tubulações, evitando a poluição das águas. O processo de tratamento do chorume é
muito importante para o meio ambiente. Caso não seja tratado, ele pode atingir
lençóis freáticos, rios e córregos, levando a contaminação para estes recursos
hídricos. Neste caso, os peixes podem ser contaminados e, caso a água seja usada
na irrigação agrícola, a contaminação pode chegar aos alimentos (frutas, verduras,
legumes).
A incineração, que consiste em transformar o lixo em cinzas, é um
processo que, embora diminua o volume de material descartado, libera gases
altamente poluentes. Esse processo é utilizado principalmente para o lixo hospitalar,
que representa riscos de contaminação. A compostagem processa o lixo orgânico
restos de comidas, cascas de frutas e legumes que é destinado à produção de
adubo para o solo e de gás metano.
Como, Quando e o Que Reciclar?
As cidades produzem grande quantidade diária de lixo. A coleta, o
tratamento e a fiscalização do lixo devem ser rigorosos, pois se ele for depositado
em qualquer terreno a saúde da população fica comprometida. O lixo de acordo com
a classificação de Dias (1999, p.76), pode ter cinco destinos diferentes: “os
depósitos a céu aberto (lixões), os aterros sanitários, a incineração, a compostagem
e a reciclagem”.
Nos lixões, o lixo é depositado sobre terrenos a céu aberto, provocando
mau cheiro e atraindo ratos, baratas, moscas e outros insetos que transmitem várias
doenças. A decomposição do lixo produz um líquido chamado chorume, que polui as
águas subterrâneas e os rios, e também libera o gás metano, o que pode causar
explosões. Nos aterros sanitários, o lixo é depositado em camadas cobertas por
terra e compactadas por tratores. O chorume é captado por um sistema de
tubulações, evitando a poluição das águas. O processo de tratamento do chorume é
muito importante para o meio ambiente. Caso não seja tratado, ele pode atingir
lençóis freáticos, rios e córregos, levando a contaminação para estes recursos
hídricos. Neste caso, os peixes podem ser contaminados e, caso a água seja usada
na irrigação agrícola, a contaminação pode chegar aos alimentos (frutas, verduras,
legumes).
Dentre os inúmeros benefícios que a reciclagem acarreta Casagrande e
Ramalho (2001, p.15) destaca: “diminuição da quantidade de resíduos e dos
impactos ambientais. Preservação dos recursos naturais. Geração de empregos
diretos e indiretos, através de associações/cooperativas de catadores e
conscientização por meio da Educação Ambiental”.
Para Zaneti (1995, p.37) “reciclar é uma atitude de vida”. Por isso, é
preciso mudar o rumo de nosso destino, enquanto habitantes do Planeta Terra.
Registra-se a necessidade de reaproveitar coisas aparentemente inúteis, resistindo
à ideologia do descartável, e delas extrair novas utilidades e novas formas de
beleza. A vivência com a reciclagem possibilita o desenvolvimento do pensamento
científico, da criatividade e um questionamento sobre o meio ambiente e sobre a
atuação do homem em relação ao meio.
Torres (2007, p.573) mediante vários processos, um determinado material
retorna ao ciclo de produção industrial, como matéria-prima, para que novamente
possa ser transformado em um bem de consumo e assim aponta os benefícios da
reciclagem:
Redução da quantidade de rejeito enviada ao aterro, aumentando sua vida útil. Uso racional dos recursos naturais. Diminuição do consumo de energia. Redução da poluição ambiental. Geração de emprego e renda. Resgate da
cidadania de catadores de lixo, por meio de associações e cooperativas.
Dessa forma, a reciclagem acontece como um dos programas que
contribuem para a obtenção de materiais com menor quantidade de impurezas e
danos. Sem contar que o trabalho de triagem feito nas usinas pode ser otimizado,
uma vez que os materiais chegariam pré-selecionados, oportunizando a reciclagem
de uma quantidade maior de materiais e um melhor preço na sua comercialização.
Segundo Thomaz (1998, p.30) três segmentos representam a reciclagem:
“o primeiro representa os produtores, o segundo os consumidores e o terceiro as
companhias de reciclagem”. Então, vejamos, cada um representam um grupo
indispensável para garantir que a reciclagem ocorra, pois as empresas fazem o
produto e vendem ao consumidor. Após esse produto ser usado este pode ser
reciclado, onde surge a terceira participação as companhias que coletam os
produtos recicláveis e através do mercado, vendem de volta o material usado para o
produtor transformá-lo em novo.
Bakros (1995, p.14) aponta algumas ações a serem realizadas para se
cumprir com êxito a questão dos 4R:
Reduzir Reutilizar Reciclar Recuperar
Evitar empacotamento desnecessário, trazendo sua própria bolsa de compras. Quando possível, preferir embalagens reutilizáveis/ retornáveis. Na existência de produtos reutilizáveis, preferir aquele com embalagens recicláveis. Preferir produtos duráveis e resistentes e alimentos não embalados Evitar, ao máximo, o uso de produtos descartáveis Consumir papel reciclado.
Dar preferência à embalagens retornáveis Separar sacolas, sacos de papel, vidros, caixas de ovos, papel de embrulho que podem ser reaproveitados. Usar os dois lados do papel Dar roupas, móveis, aparelhos eletrodomésticos, brinquedos entre outros, que possam ser reaproveitados por outras pessoas.
Fazer compostagem doméstica com restos de cozinha (cascas e sobras de alimentos) Separar materiais recicláveis Dar o destino correto para cada tipo de objeto que não mais será usado, mas nunca simplesmente jogar.
Quando possível, a energia de resíduos que não podem ser reduzidos, reutilizados ou reciclados. Esta é uma opção direcionada para a indústria e inclui opções como a incineração, por exemplo, que através da queima controlada de resíduos produz energia elétrica.
Fonte: Bakros (1995, p.14)
Pelo que se observa acima, as orientações são válidas e de fácil
execução. No entanto, as pessoas dificilmente o fazem e a limpeza pública da
cidade também não implantou a coleta seletiva e neste caso a questão dos resíduos
sólidos/meio ambiente e reciclagem está apenas no papel.
Todos estão preocupados com o lixo, Antonio Lavoisier que viveu entre
(1743-1794) já afirmava: “Na natureza nada se cria, nada se perde; tudo se
transforma”. Lembrando que reduzir significa diminuir a quantidade de resíduo
gerado, consumindo apenas o necessário. Reutilizar ou que for possível, ou seja,
dar nova utilidade a materiais que são considerados inúteis e reciclar é separar
todos os materiais potencialmente recicláveis, para a coleta seletiva que
posteriormente serão reaproveitados pelas indústrias recicladoras.
Solares (2001, p.57) inclui na sua concepção além de reduzir, reutilizar e
reciclar, o termo “repensar”. Esse significa por sua vez para que possa ocorrer uma
mudança de hábitos e atitudes com relação ao lixo, é necessário, em primeiro lugar,
repensar nossas atitudes diárias, reavaliando hábitos de consumo e de descarte,
para que se possam adotar comportamentos ambientais corretos, tais como a
redução do consumo e a eliminação do desperdício, a reutilização dos materiais e a
reciclagem.
Contribuição Para PDE
O presente projeto ofertou muitas contribuições para o Programa de
Desenvolvimento Educacional, considerei o mesmo muito produtivo. Houve
interações nos fóruns, com muitas trocas de experiências e informações, além das
solicitadas nas atividades pelo prof/tutor, bem como o Grupo de Trabalho em Rede
oportunizou os participantes, na sua grande maioria professores de geografia, os
quais tiveram um embasamento sobre o assunto reciclagem, de forma mais
científica, podendo assim repassar o mesmo aos alunos com segurança.
Percebi que os cursistas, a maioria deles leram os textos postados na
Biblioteca, principalmente os de Milton Santos referente ao consumismo e a
influência da mídia. Pois houve vários debates nos fóruns. Alguns cursitas postaram
que estavam aproveitando os textos e trabalhando em sala. Foi muito importante
observar nos fóruns, os cursistas citarem vídeos uns aos outros e para o prof/tutor,
como por exemplo: “Cidade dos porcos”, “Os Delírios de Consumo de Becky Blom” “
História das Coisas” e outros. Todos com intenção de passar experiências uns aos
outros. Também nos relatos dos diários, foi percebível a preocupação dos cursitas
ao relatarem que o papel da educação em relação as questões ambientais é de
inteira responsabilidade dos educadores para com a sociedade em se tratando de
um planeta sustentável. Os educadores devem trabalhar os conteúdos com visão
crítica, ética e científica sobre as questões ambientais.
De modo geral a contribuição do PDE para a escola incentiva o professor
a estudar e buscar mais fontes alternativas de metodologias para serem aplicadas
em sala de aula. Muitas vezes, determinados conteúdos ficam repassados de forma
muito abstrata e quando se é participante de algum projeto como o PDE, o
direcionamento é mais qualificado, considerando a competência dos dirigentes do
PDE.
De modo geral, o GTR, foi interativo e ao mesmo tempo instigante, me
senti a vontade com os cursistas e percebi que a educação a distância não afasta
professor do aluno ou vice-versa, pelo contrário, pois houve afeto, carinho e
dedicação em relação a todas as atividades realizadas. Foi muito legal esta
experiência no PDE, e desejo que todos os meus cursistas que ainda não fizeram o
PDE, um dia possam participar deste maravilhoso curso que está nos dando muitas
possibilidades.
Em contrapartida, o programa do Globo Repórter exibido no dia
27/04/2012 trouxe o seu tema sobre reciclagem o que ilustrou de forma positiva o
trabalho o qual estamos envolvidos e conforme apresenta a sua síntese:
No Globo repórter, os heróis anônimos da reciclagem: como vivem os brasileiros que ganham a vida nas ruas, recuperando o que jogamos fora? Bispo: o homem que construiu a vida a partir do lixão, carrega sozinho meia tonelada. Viaja pelo mundo dando aulas sobre meio-ambiente e já comprou casa própria. De catadora, a líder comunitária. Aquela que transformou a cooperativa num centro de educação ambiental. E nós, sabemos como evitar que o nosso lixo acabe com a saúde da Terra? Um condomínio que aprendeu a ganhar dinheiro com a reciclagem. A oficina mecânica mais limpa do Brasil. E a criatividade do engenheiro que conseguiu eliminar toda a sujeira. Para onde vão os restos dos nossos computadores e equipamentos eletrônicos? Os jovens que aprenderam a recuperar peças e até lucram exportando a sucata que polui e ameaça a vida nas grandes cidades. E a cidade que ensinou a toda a sua
população que reciclar vale a pena. (g1.globo.com/globo-reporter/../)
Em outras palavras vimos muitas lições de vida, pois para garantir o bem-
estar da humanidade, são necessárias novas maneiras de pensar e agir. Dar o
primeiro passo é essencial para que o mundo seja mais justo e o meio ambiente
equilibrado e para isso ficou como sugestão que todos se envolvam com a
reciclagem.
Para isso é necessário que toda a comunidade aprenda a fazer a
compostagem nos quintais, vasos ou outros espaços disponíveis aproveitando
sobras de alimentos, cascas de verduras e frutas.
A coleta seletiva deve ser implantada para que os catadores recolham o
lixo separado e isso possa ir para as empresas recicladoras, a qual é necessário que
o município incentive a implantação destas empresas bem como as cooperativas de
catadores e a implantação de reaproveitamento de alguns materiais (criar um
artesanato a partir de material descartado), pois o objetivo também é eliminar os
famosos ‘lixões’, ou ficar colocando o lixo apenas de um lugar para outro sem
solução.
A esse entendimento vale citar as palavras de Fritjof Capra citado em
Santomauro (2012, p.57) “a sustentabilidade não é uma propriedade individual, mas
uma teia completa de relacionamentos”. Assim, as ações de cada um repercutem na
família, na escola, no bairro, na cidade, no país e no mundo cada um fazendo a sua
parte para um planeta melhor e um meio ambiente sustentável.
Contribuição Para a Escola
A educação á a maior ferramenta para a preservação da sustentabilidade
de nosso planeta. Desde que esta educação seja conduzida em conhecimentos
científicos, gerando noções de compromisso, respeito e responsabilidade por uma
sociedade com intuitos idôneos de um mundo humanizado. Onde cada ser humano
fazendo pelo menos a sua parte, chegaremos em escala global.
O consumismo gerado pela mídia, que aliena e tem o poder de aniquilar
a personalidade dos seres humanos, está contribuindo para geração de grandes
quantidades de resíduos sólidos, os quais estão deteriorando a cada minuto as
vidas existentes em nosso planeta, e reduzindo os recursos naturais e a
sustentabilidade para uma qualidade de vida necessária a sobrevivência da
humanidade.
O projeto foi apresentado para toda comunidade escolar na Semana
Pedagógica (2011), bem como para os alunos participantes.
Os textos impressos foram retirados da Produção Didático Pedagógica,
analisados na sala com os alunos, houve muitos debates e foi muito legal conhecer
o ponto de vista deles, referente a reciclagem e consumismo.
Os alunos conheceram o lixão a céu aberto da cidade, a residência dos
catadores de lixo do município e que sobrevivem da coleta de resíduos sólidos.
Fomos a Prefeitura, (Kaloré-Pr), onde os alunos apresentaram ao Sr.
prefeito as intenções do projeto, onde tivemos total apoio, o mesmo está
providenciando alguns latões para colocarmos na escola e em algumas entidades
que se interessaram em separar o lixo para coleta.
O Setor de Água e Esgoto de Kaloré-Pr, confeccionou vários panfletos, os
quais foram entregues a comunidade, junto ao talão de água nas residências. Estes
panfletos foram idealizados pelos alunos com apoio da professora mentora do
projeto e do setor de água.
Promoveu-se com os alunos um concurso de confecção de um Banner,
informando a população, o que reciclar ou separar para coleta seletiva, o mesmo foi
afixado na praça central da cidade para que a população pudesse apreciar um
trabalho realizado a nível escolar com o intuito de conscientizar a população.
Ocorreu um evento, o qual tratou-se da Feira dos 3Rs onde os alunos
venderão objetos, a partir de reciclados, e o lucro foi revertido para os próprios
alunos.
Realizou-se uma passeata, com todos os alunos da escola, também
municipais, com objetivo de conscientizar a população sobre a reciclagem. Neste dia
serão entregues panfletos e será afixado o Banner na Praça Central para toda
população estar consciente em separar seu lixo para coleta seletiva.
A Dimensão Socioambiental do Espaço Geográfico é um dos conteúdos
estruturantes da disciplina curricular de geografia, e o meio ambiente faz parte dessa
dimensão e muitas vezes um conteúdo fica difícil trabalhar apenas a nível de sala de
aula e quando o mesmo é estudado por meio de um projeto fica mais fácil entender
e fazer o relacionamento com cotidiano de cada um.
Em suma, a realização deste projeto em muito contribuiu para a questão
da reciclagem, pois este não ficou apenas no âmbito escolar, mas atingiu a
comunidade por meio dos alunos e das atividades realizadas, tais como: palestras,
panfletos, trabalho de campo, visitas, estudo de caso, feira, confecção de banners,
passeata, participação em reunião da Câmara Municipal, entre outras que
conscientizaram a população da necessidade produzir menos lixo e reciclar o que for
possível, pensando num meio ambiente que forneça uma qualidade de vida
satisfatória aos seus habitantes.
Referências ACHCAR, Tatiana. O educador ambiental ensina por suas atitudes. São Paulo: Abril, 2006.
BAKROS. Gestão de Resíduos Sólidos no Brasil. São Paulo: Dantas, 1995.
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LODI, Maria Aparecida Vianna. Ecossistema. Porto Alegre: UFRS, 2009.
MANCUSO, Ronaldo. Educação Ambiental. Revista do Professor. Ano 17, Nº 65, p.24-30, janeiro/fevereiro, 2001. SANTOMAURO, Beatriz. Você faz, o planeta sente. Revista Nova Escola. São Paulo: Abril, maio 2012, p.57-64. SOLARES, C. Nem tudo que é lixo é lixo. Vitória: UFES, 2001. THOMAZ, Sueli Barbosa. Educação Ambiental: uma discussão entre política e cultura. Belo Horizonte: Dimensão,1998.
TORRES, Patrícia. Alguns Fios Para Entretecer o Pensar e o Agir. Curitiba: SENAR, 2007.
ZANETI, Izabel. Reciclar: aprender para preservar e transformar. Porto Alegre: UFRS, 1995. WWW.g1.globo.com/globo-reporter/.../ acessado em 27/04/2012 às 23:horas