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ano 10, número 11, produzido em 2012 no recife e impresso em 2013 no RJ. Último recibo da edição de 6, do programa cultura e pensamento do ministério da cultura com patrocinio da petrobras, este recibo 67 faz uma referência ao curador americano Seth Siegelaub, que se transformou em homenagem após seu falecimento no primeiro semestre de 2013, quando a revista já estava impressa. A idéia de inventar um novo campo de experimentação gráfica e impressa (editorial) para cada recibo tem várias referências na história da cultura brasileira e também internacional. (...) Esta edição tem o foco na reflexão acerca, não só da prática editorial, mas dos processos que nos fazem dispersar por conteúdos ás vezes fúteis ou mesmo essenciais do cotidiano. Com as intervenções propostas pelos artistas, foi-se editando a publicação em uma forma que fizesse um sentido geral ao folhear este recibo, negociando com os artistas suas páginas e conteúdos.

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Esta publicação foi selecionada entre os projetos que se inscreveram no Programa Cultura e Pensamento – Seleção Pública e Distribuição de Revistas Culturais. Foram escolhidos quatro projetos, e desta forma

contemplamos quatro revistas culturais bimestrais cujas tiragens, somadas, chegam a 240 mil exemplares.

O objetivo desta iniciativa é estimular a criação de publi-cações culturais permanentes, e de alcance nacional – não apenas em sua distribuição, mas também em seu conteúdo.

Ao patrocinar este projeto, a Petrobras reafirma, uma vez mais, seu profundo e sólido compromisso com as artes e a cultura em nosso país – confirmando, ao mesmo tempo, seu decisivo papel de maior patrocinadora cultural do Brasil.

Desde a sua criação, há pouco mais de meio século, a Petrobras mantém uma trajetória de crescente importân-cia para o país. Foi decisiva no aprimoramento da nossa indústria pesada, no desenvolvimento de tecnologia de ponta para prospecção, exploração e produção de petróleo em águas ultra-profundas, no esforço para alcançar a auto-suficiência.

Maior empresa brasileira e uma das líderes no setor em todo o mundo, a cada passo dado, a cada desafio superado, a Petrobras não fez mais do que reafirmar seu compromisso primordial, que é o de contribuir para o desenvolvimento do Brasil.

Patrocinar as artes e a cultura, através de um programa sólido e transparente, é parte desse compromisso.

CULTURA E PENSAMENTO é um programa nacional de estímulo à reflexão e à crítica cultural. Desde sua primeira edição em 2005, seleciona e apoia projetos de debates presenciais e publicações. O objetivo do

programa é dar suporte institucional e financeiro a iniciativas que fortaleçam a esfera pública e proponham questões e alternativas para as dinâmicas culturais do país.

Em 2009, o Programa abriu a terceira edição dos editais para financiamento de debates e de periódicos impressos de alcance nacional. Os editais são abertos a propostas de intelectuais, pensadores da cultura, artistas, instituições e grupos culturais, pesquisadores, organizações da sociedade civil e outros agentes, visando à promoção do diálogo sobre temas da agenda contemporânea.

Para ampliar o alcance das ações viabilizadas pelo Progra-ma e favorecer a circulação das idéias e a continuidade das reflexões propostas, todo conteúdo produzido – em vídeo, áudio ou texto – é disponibilizado gratuitamente no site do programa (www.culturaepensamento.net.br). O site é a plataforma digital de difusão e estímulo a interações entre os participantes da Rede CULTURA E PENSAMENTO, sejam os realizadores de projetos, seja o público interessado.

A edição 2009-2010 do Edital de Revistas do PROGRAMA CULTURA E PENSAMENTO tem patrocínio da Petrobras e é realizada pela Associação dos Amigos da Casa de Rui Barbosa.

Este projeto foi contemplado pela seleção pública de revistas culturais do programa CULTURA E PENSAMENTO 2009/2010.

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Título não apropriado

O americano Seth Siegelaub começou sua carreira aos 22 anos de idade - era 1964 em Nova Iorque quando ele fundou a Seth Siegelaub Contemporary Art gallery, espaço que dirigiu por dois anos antes de trabalhar como curador independente. Até a década de 70 ele organizou exposições e promoveu a Arte Conceitual através de nomes como Carl Andre, John Baldessari, Robert Barry, Michel Claura, Hanne Darboven, Douglas Huebler, Robert Irwin, Joseph Kosuth, Richard Long, Allen Ruppersberg, Robert Smithson, Adrian Piper, Lawrence Weiner e muitos outros entre os quais muitos nomes já esquecidos e que fizeram a arte daquele tempo.

- e para melhor ilustração podemos citar aqui uma lista que Siegelaub publicou em uma página inteira da revista October em 1991 como parte de uma polêmica com Benjamin Buchloh sobre a história da Arte Conceitual1. Na ocasião Siegelaub usou inten-cionalmente o formato de lista para evocar a Arte Conceitual como aquilo que ele chamou em francês de um ‘pot-pourri’, um ‘foutoir’, ou seja uma bagunça -

Para algumas pessoas como Kosuth, Siegelaub foi o primeiro ‘curator-at-large’ (curador num sentido amplo) selecionando artistas, organizando exposições e publicações, produzindo e promovendo a arte que defendeu. Hoje ele mantém sua im-portância na arte contemporânea por ter desenvolvido uma maneira específica de fazer curadoria através de publicações.

A partir de 1968 Siegelaub continuou comercializando arte sem ter, no entanto, um espaço próprio. Nesse período ele fala freqüentemente sobre a dificuldade permanente de se auto-financiar e sobre a manutenção da sustentabilidade do espaço da galeria: ele não mais seria dono de uma galeria, mas pro-priedade dela. Em outras palavras ele não suportaria a pressão constante do dinheiro e a quantidade de trabalho diário que isso traz. Antes de tudo, Seth Siegelaub decidiu fazer exposições em livros por questões de custo - afinal, boas idéias nem sem-pre custam muito para se realizarem . E o catálogo de Huebler que ele publicou pela primeira vez em novembro de 1968 cabia nesse tipo de formato.

No mesmo ano ele fez o Xerox Book2 (ou melhor, o ‘livro-fotocó-pia’, como Siegelaub prefere dizer para que “ninguém tenha a impressão equivocada de que o projeto tivesse algo a ver com a Xerox”), sua primeira grande exposição coletiva em forma de liv-ro e que partiu dos seguintes requisitos: sete artistas fariam um trabalho de 25 páginas no tamanho 21,5 x 28 cm, fotocopiado e impresso. Foi a primeira vez que Siegelaub propôs a artistas que pensassem em um formato preciso, com quantidade de páginas definida: “eu tentei padronizar as condições de exposição a fim de que as diferenças resultantes do projeto de cada artista fos-sem precisamente o assunto de suas obras”3.

Muitas outras publicações se seguiram, todas com a mesma intenção de pensar no formato do livro como um espaço ex-positivo em que todas as obras possam ser mostradas dentro de uma igualdade formal que normalmente não existe no formato clássico de exposição. Nesse sentido, o uso da fotocópia era tam-bém uma maneira de democratizar o acesso `a Arte Conceitual, o que vira utopia anos depois quando o Xerox Book se torna uma peça de colecionadores. Na verdade, a contribuição da maioria dos artistas do Xerox Book pode ser vista como o modo

de explorar o potencial estético e conceitual através daquela tecnologia de reprodução. Algumas das peças se adequariam `a pagina em que estavam inscritas como trabalhos in situ que levam em conta a seriali-dade e a multiplicidade da obra de arte. Em outros ca-sos, o livro era mais uma forma de promover e mediar um trabalho que já existia em outros contextos. Nesse sentido, o livro seria mais uma forma de exibir, em vez de um espaço em si.

Em dezembro do ano seguinte Seth Siegelaub publi-cou Statements de Lawrence Weiner e continuou a explorar as possibilidades da prática curatorial através de livros. Em março de 1969 ele propôs a 30 artistas que descrevessem um trabalho que pudesse ser real-izado durante o período de uma exposição. A publica-ção era um calendário e cada dia estava relacionado a um artista. Para July, August, September 1969 o catálogo era uma espécie de compilação de 11 obras de arte que aconteceriam ou se realizariam durante a mostra e em lugares diferentes ao redor do mundo. Na maioria dos casos os trabalhos permaneceram vir-tuais - e na verdade a idéia de obra de arte está muito mais relacionada `a própria publicação.

Considerando a quantidade e a regularidade de ex-posições, catálogos, ensaios e críticas produzidos por Seth Siegelaub, pode-se dizer que seu trabalho nunca sofreu falta de reconhecimento. No entanto, apesar de ele ter sido o primeiro a elaborar um contrato de artista (The Artist’s Reserved Rights Transfer And Sale Agreement, 1971) boa parte de sua atividade per-manece desconhecida pelo mundo da arte. Deve-se portanto lembrar aqui que Siegelaub tem uma imensa importância para pesquisadores, sendo respeitado por sua precisa consciência política e grande atenção `as condições ideológicas da produção de conhecimento.

Quando mudou-se para Paris em 1972 Siegelaub começou, por assim dizer, uma nova carreira, colecio-nando e publicando livros de esquerda sobre comu-nicação e cultura. Lá ele fundou o Internacional Mass Media Research Center. No início dos anos oitenta, ele começou a colecionar tecidos e livros sobre materiais têxteis, e em 1986 fundou o Center for Social Research on Old Textiles, que realiza pesquisas sobre a história social da mão de obra da indústria têxtil. Em 1997, editou e publicou o Bibliographica Textilia Historiae, a primeira bibliografia geral sobre a história têxtil.

Em 2012 o espaço de arte contemporânea Raven Row mostrou em Londres, em colaboração com Sara Mar-tinetti uma seleção de 200 itens incluindo materiais tecidos e impressos, bordados e trajes, desde a arte cóptica do século V até tecidos do Peru pré-colombia-no, desde amostras asiáticas e islâmicas medievais até sedas e veludos europeus do século XVIII... Para Seth, uma contínua volta ao espaço da galeria.

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April, Mai 2012/ Avril, Mai 2012/ April, May 2012Einat Amir, Davide Bertocchi, Andreas Forgarasi, Adriana Garcia Galan, Agnieszka Kurant, Olive Martin,

Charlotte Moth, Amilcar Packer, Julia Rometti & Victor Costales, Samir Ramdani

fotografia da fotocópia da capa do catálogo de Seth Siegelaub July, August, September 1969 + April, Mai 2012/ Avril, Mai 2012/ April, May 2012

projeto de Estelle Nabeyrat publicado no catálogo da exposição This & there, 10 years of Pavillon programm/Palais de Tokyo, da Fondation Ricard, Paris, 2012.

1 - Seth Siegelaub em entrevista a Hans Ulrich Obrist em Brief History of Curating, Jrp Ringier, Zürich, 2010

2 - Xerox Book [Carl Andre, Robert Barry, Douglas Huebler, Joseph Kosuth, Sol LeWitt, Robert Morris, Lawrence Weiner], New York, editado por Seth Siegelaub e John Wendler, 1968.

3 - Benjamin Buchloh, Conceptual Art 1962-1969. From the Aesthetic of Administration to the Critique of Institutions, October n0 55, 1990

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EDITORIAL 67A idéia de inventar um novo campo de experimentação gráfica e impressa (editorial) para cada recibo tem várias referências na história da cultura brasileira e também internacional.

Há algum tempo, a experimentação em espaço impresso (publicação, livro, revista, cartão, pasta, panfleto, cartaz, recibos, etc.), vem sendo meu foco para desenvolver projetos editoriais e/ou projetos artísticos individuais. Além de haver, em território brasileiro, muitas referências de publicações experimentais não só para o campo das artes plásticas (ditas contraditoriamente hoje como “artes visuais”), é também na cena internacional da arte que identificamos referências que refletem no circuito brasileiro.

Recibo chega ao décimo ano com a sensação (clichê) de estar só começando e percebendo muito conteúdo a explorar não só para aglutinar a ampla produção artística ao redor, mas também e muito, pelas produções históricas ainda invisíveis ou as que ainda não tiveram tempo suficiente para vir à tona e conferir o devido e destacado valor na contemporaneidade que se passa.

É nesse contexto que recibo67 faz uma referência ao curador americano Seth Siegelaub e sua produção de publicações dos anos de 1960-70, como um importante precursor do conceito de publicação como obra e exposição em si, e não mais como um mero catálogo ou revista de registro de obras. (http://prima-ryinformation.org/index.php?/projects/seth-siegelaub-archive/ )

No Brasil, as publicações da revista Noigandres de poesia concreta nos anos de 1950, já prescreviam a extensão da pub-licação não mais como um mero espaço impresso para ler-ver, mas como um meio para o exercício da experimentação do objeto-livro, para além da escrita de palavras e a apresentação de imagens catalogadas. A revista Pólem (de um único número) é exemplo de outra publicação brasileira que inovou no modo e na prática editorial dentro do campo da poesia e das artes plásticas, isso sem falar nos livros de invenção de Julio Plaza e Augusto de Campos como o Poemobiles, entre tantos exemplos editoriais impressos de outros autores.

Tais pesquisas e referências motivam o recibo a continuar ques-tionando, reinventando e refletindo hoje sobre os projetos edi-toriais no espaço impresso. Com este principio que se propôs a cada artista para o recibo67 a ocupação de 8 a 10 páginas em sequência, e aos poucos o conteúdo geral foi tomando forma, na medida em que iam se somando as colaborações.

Esta edição tem o foco na reflexão acerca, não só da prática editorial, mas dos processos que nos fazem dispersar por conteúdos ás vezes fúteis ou mesmo essenciais do cotidiano. Com as intervenções propostas pelos artistas, foi-se editando a publicação em uma forma que fizesse um sentido geral ao folhear este recibo, negociando com os artistas suas páginas e conteúdos.

Estelle Nabeyrat, curadora e crítica de arte franco alemã, nos escreve uma síntese histórica sobre a atuação de Siegelaub e também compartilha seu projeto realizado este ano, na França.

As intervenções de Sara Ramo e Daniel Steegmann denunciam possibilidades de reedição das coisas, quer seja pelos dias especí-ficos registrados em calendários ou pela edição e corte da própria vida incrustados nos dias da semana. Os samplers e os remixes de Daniel Steegmann são matérias vulneráveis e flexíveis marca-das “na” revista e “para a” revista passíveis de reflexão (por mais asfixiados que estejamos ás vezes com o comprometimento da realidade e o capital).

A intervenção de Fábio Morais evidencia uma leitura das ações de censura do passado através de um conceito contemporâneo das redes virtuais hoje. Sendo uma espécie de “hacker” o artista oferta o obscuro como a resistência que a história insiste em apagar.

Daniel Acosta propõe páginas padronizadas de origem (madeira), onde qualquer conceito ou situação (“consituação”) interrompe a leitura. O folhear é a experiência.

As colagens de papel de parede e fotografias de Tatiana Ferraz apresentam uma paisagem cada vez mais transformada do cotidi-ano de especulações, a lembrança que remete a imagens, eviden-cia uma forma de natureza.

Como contraponto ao conceito do recibo, uma intervenção que se volta como metáfora sobre a própria prática que Tra-plev realiza: a questão randômica dos números, das operações matemáticas ou mesmo do acidente que ocorre em um possível não entendimento das coisas exatas. O “livrinho” de tabuadas acaba por evidenciar o conjunto abstrato que reúne a diversi-dade. Recibos.

Um dos “projetos gatilho” deste editorial é a intervenção gráfica dobra/do/horizonte de Laercio Redondo, que acontece em todas as páginas, no qual o artista busca outra escala na publicação (provavelmente também uma das próximas investigações de re-cibo). Através de uma sensível negociação no convite aos artistas, a proposta foi de que a intervenção de Laercio ocupasse todas as páginas e, consequentemente, “interferisse” (e ao mesmo tempo somasse com) em todos os projetos, incitando, assim, o próprio editorial deste recibo, que aos poucos foi encontrando um sen-tido comum no conjunto dos trabalhos.

Pensando se a imagem pode preceder à metáfora, a crítica implícita como principio do recibo se registra através de mais este projeto editorial, que se despede deste formato (de padrão equivocado do Programa Cultura e Pensamento edição 2009-2012). Nada garante a manutenção do alcance de público de mais de 10 mil pessoas a cada edição (o que aconteceu durante os últimos seis números - recibos 88, 34⁰, 23, 33, 75 e 67), mas, certamente, a experimentação para a circulação e a difusão crítica que recibo imprime desde seu primeiro número, será mantida como meta.

Traplev, dezembro de 2012.

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INDEX:laercio redondo - dobra/do/horizonte - intervenção gráfica na capa e em todas as páginas de recibo - 2012

sara ramo - calendário - colagem - 2011

daniel steegmann - mensagem recebida - intervenção especial para recibo - fotografia da colagem acima da mesa e o pequeno índice colorido que explica como à colagem funciona - 2012 - Um passo à frente - colagem com páginas de revistas - 2009

fábio morais - hacker - intervenção gráfica especial para recibo - 2012

daniel acosta - woodspectro - intervenção gráfica especial para recibo - 2012

tatiana ferraz - da série coverland - colagem com fotografia e papel de parede - 2006

traplev - sobre recibos - carimbo e acidente com ovo sobre caderno de tabuadas - 2002-2012

“título não apropriado”Seth Siegelaub por Estelle Nabeyrat

texto sobre Seth Siegelaub da curadora e critica de arte franco-germânica Estelle Nabeyrat. http://estellenabeyrat.net/

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EXPEDIENTE 75

ISSN 22363138

- recibo 67- ano dez- número onze- produção: Edições Traplev Orçamentos - administração: Fundação Hassis- projeto editorial 67 e editor geral de recibo: Traplev- projeto gráfico 67: Traplev- conselho editorial 67: Laercio Redondo- tradução do texto em inglês de Estelle Nabeyrat: Barbara Wagner- revisão texto editorial: Francini Barros

- Recibo agradece em especial a todos os colaboradores por cederem seus trabalhos impressos para a publicação deste número.

- Agradecimentos gerais: Francini Barros, Helmut Batista, Amilcar Packer, Julia Amaral, Laercio Redondo, Jorge Menna Barreto, Teresa Riccardi, Bruno Vilela, Saulo di Tarso, Sergio de Morais.

- Nota: A edição do Programa Cultura e Pensamento 2009-2010 sofreu um “imprevisto” no qual “esqueceram” de atualizar o contrato de patrocínio, causando a paralisação do projeto por doze meses. O que era para ter sido produzido em um ano firmado em contrato, se estendeu por tortuosos três anos prejudicando não só a distribuição das mais de 200 mil revistas das quatro revistas selecionadas, mas deixando um prejuízo de logística e produção das publicações. Neste sentido que recibo faz questão de registrar a crítica e sua indignação para com os responsáveis.

- impressão 4\4- 64 páginas- tiragem de 10 mil exemplares- sem periodicidade- produzido no Recife entre outubro e novembro de 2012 - impresso na Gráfica Ediouro - RJ no Brasil, entre abril e maio de 2013- distribuição nacional gratuita: Programa Cultura e Pensamento/MINC- contato: [email protected] http://issuu.com/recibo- facebook: traplev orçamentos

MINISTÉRIO DA CULTURAMarta Suplicy – Ministra de Estado

SECRETARIA DE POLÍTICAS CULTURAISSergio Mamberti – Secretário

ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DA CASA DE RUI BARBOSAJoão Maurício de Araújo Pinho – Presidente

SELEÇÃO PÚBLICA DE REVISTAS CULTURAIS DO PROGRAMA CULTURA E PENSAMENTO 2009/2010Sergio Cohn - Coordenador

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no “negócio” da cultura

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Apoio Realização

Esta publicação foi contemplada pela seleção pública de revistas culturais do Programa Cultura e Pensamento 2009/2010

Apresentam

Ministério daCultura

Ministério daCultura

Secretaria de Políticas Culturais

Ministério daEducação

recibo grátisissn 22363138