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TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL 34 3.3 RECEITA Os recursos administrados pelo Distrito Federal no exercício de 2012, oriundos dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social OFSS e de Investimento OI e do Fundo Constitucional do Distrito Federal FCDF, atingiram R$ 26,8 bilhões, conforme descrito na tabela seguinte. R$ milhões Fonte: Siggo e Siafi. Valores atualizados pelo IPCA-Médio Em relação ao exercício anterior, houve acréscimo de 8,6% em termos reais, com destaque para o incremento observado no OI, que chegou a 40,2%, em valores atualizados. Cumpre ressaltar, no entanto, que os valores da receita dos OFSS contabilizados no Siggo divergiram daqueles informados nos Relatórios Resumidos da Execução Orçamentária RREO. Essa discrepância é explicada pela ausência de valores relativos à contribuição patronal para o Regime Próprio de Previdência Social do DF RPPS/DF no referido relatório. Tal procedimento objetivou retirar a dupla contagem dessa receita de natureza intraorçamentária no orçamento consolidado. No exercício de 2012, esses recursos de contribuição patronal, em sua quase totalidade relativos ao Fundo Capitalizado de Previdência do DF, atingiram R$ 238,7 milhões. O gráfico adiante mostra a evolução desses valores nos últimos quatro exercícios. ORÇAMENTOS FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIAL EVOLUÇÃO DA RECEITA DE CONTRIBUIÇÃO PATRONAL PARA O RPPS 2009/2012 Fonte: Siggo. Valores atualizados pelo IPCA-Médio. 2011 % 2012 % Variação % OFSS 14.810 60,02 15.938 59,48 7,62 OI 646 2,62 906 3,38 40,21 FCDF 9.218 37,36 9.952 37,14 7,95 Total 24.675 100,00 26.796 100,00 8,60 RECEITA AUFERIDA 2011/2012 94,9 136,6 201,7 238,7 2009 2010 2011 2012 R$ milhões

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TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL

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3.3 – RECEITA

Os recursos administrados pelo Distrito Federal no exercício de 2012, oriundos dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – OFSS e de Investimento – OI e do Fundo Constitucional do Distrito Federal – FCDF, atingiram R$ 26,8 bilhões, conforme descrito na tabela seguinte.

R$ milhões

Fonte: Siggo e Siafi. Valores atualizados pelo IPCA-Médio

Em relação ao exercício anterior, houve acréscimo de 8,6% em termos reais, com destaque para o incremento observado no OI, que chegou a 40,2%, em valores atualizados.

Cumpre ressaltar, no entanto, que os valores da receita dos OFSS contabilizados no Siggo divergiram daqueles informados nos Relatórios Resumidos da Execução Orçamentária – RREO. Essa discrepância é explicada pela ausência de valores relativos à contribuição patronal para o Regime Próprio de Previdência Social do DF – RPPS/DF no referido relatório. Tal procedimento objetivou retirar a dupla contagem dessa receita de natureza intraorçamentária no orçamento consolidado.

No exercício de 2012, esses recursos de contribuição patronal, em sua quase totalidade relativos ao Fundo Capitalizado de Previdência do DF, atingiram R$ 238,7 milhões. O gráfico adiante mostra a evolução desses valores nos últimos quatro exercícios.

ORÇAMENTOS FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIAL EVOLUÇÃO DA RECEITA DE CONTRIBUIÇÃO PATRONAL PARA O RPPS

– 2009/2012 –

Fonte: Siggo. Valores atualizados pelo IPCA-Médio.

2011 % 2012 % Variação %

OFSS 14.810 60,02 15.938 59,48 7,62

OI 646 2,62 906 3,38 40,21

FCDF 9.218 37,36 9.952 37,14 7,95

Total 24.675 100,00 26.796 100,00 8,60

RECEITA AUFERIDA 2011/2012

94,9

136,6

201,7

238,7

2009 2010 2011 2012

R$ milhões

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A arrecadação dos OFSS chegou R$ 15,9 bilhões, o que equivaleu a 94,5% da previsão inicial constante da LOA/12.

O gráfico adiante mostra a evolução da razão entre a receita realizada e a receita prevista nos OFSS nos últimos quatro exercícios.

ORÇAMENTOS FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIAL RAZÃO ENTRE RECEITA REALIZADA E PREVISTA

– 2009/2012 –

Fonte: Siggo. Valores atualizados pelo IPCA-Médio.

Apesar da melhora observada no biênio 2011/2012, a capacidade de arrecadação do DF vem sendo superestimada. Em 2012, a frustração de receitas atingiu R$ 919,9 milhões. Essa situação sugere a existência de falha no processo de planejamento e programação do orçamento no DF.

O gráfico a seguir evidencia a composição da receita dos OFSS segundo sua origem.

ORÇAMENTOS FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIAL COMPOSIÇÃO DA RECEITA ARRECADADA

– 2012 –

Fonte: Siggo.

96,0%

94,2%

87,2%

94,5%

2009 2010 2011 2012

Receita Própria94,0%

Transferências SUS3,6 %

Operações de Crédito1,3%

Outros1,1%

Receita de Terceiros

6,0%

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As Receitas Próprias atingiram R$ 15 bilhões em 2012, equivalentes a 94% da arrecadação dos OFSS. As receitas de terceiros chegaram a R$ 955,4 milhões.

3.3.1 – RECEITA PRÓPRIA

As receitas próprias, que se originam do esforço de arrecadação do governo local e de valores transferidos pela União ao DF por determinação legal, apresentaram crescimento real de 7,2% no exercício de 2012 em comparação com o ano anterior. O montante realizado representou 92,7% da previsão atualizada para essa receita. A seguir, detalha-se a composição desses valores.

ORÇAMENTOS FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIAL COMPOSIÇÃO DA RECEITA PRÓPRIA ARRECADADA

– 2012 –

Fonte: Siggo.

As Receitas Tributárias alcançaram R$ 10,3 bilhões, em 2012, equivalentes a 68,7% da arrecadação própria. Desse montante, 98,5% são relativos à receita de impostos, enquanto 1,5% representa o recolhimento de taxas.

A composição da Receita Tributária, no biênio 2011/2012, é detalhada na tabela adiante.

Receita Tributária68,7%

Receita de Contribuições

9,1%

Outras Receitas Correntes

4,8%

Cota-parte FPE2,9%

Receita Patrimonial

2,9%

Receita de Serviços

2,5%

Demais Receitas9,1%

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R$ milhões

Fonte: Siggo Valores atualizados pelo IPCA Médio

O Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS representou mais da metade da receita de impostos, com arrecadação de R$ 5,5 bilhões em 2012, equivalentes a 92,4% da estimativa atualizada.

A representatividade do ICMS na Receita Tributária permaneceu praticamente a mesma de 2011. Ao longo da última década, contudo, a participação do ICMS oscilou de 62,7%, em 2003, para 53,4%, em 2012, queda de 9,3 pontos percentuais.

A arrecadação do Imposto de Renda – IR chegou a R$ R$ 2 bilhões, ou 97,6% da previsão atualizada. A participação desse imposto na Receita Tributária seguiu trajetória crescente nos últimos anos, alcançando 19% em 2012, o que representou 6,7 pontos percentuais acima do registrado em 2003.

No exercício de 2012, o GDF apropriou valores relativos à receita do IR recolhido dos servidores das Polícias Civil e Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do DF, custeados com recursos do FCDF. Esse procedimento tem sido realizado desde a criação do referido Fundo, apesar de questionamentos na esfera federal acerca dessa sistemática. Sobre o tema, tramita no TCU o Processo nº 011.359/2006-1, que trata da titularidade do Imposto de Renda retido na fonte e da Contribuição Social Previdenciária dos servidores da área de segurança pública do DF.

Em relação ao ISS, a arrecadação atingiu R$ 1,1 bilhão em 2012, crescimento real de 9,2% em relação ao ano anterior. Esse montante representou 10,5% da Receita Tributária, participação que tem se mantido constante nos últimos anos.

A receita proveniente das Taxas chegou a R$ 149,3 milhões, com destaque para as taxas de Limpeza Pública e de Fiscalização do Uso dos Recursos Hídricos, que alcançaram R$ 89,6 milhões e R$ 31,3 milhões, respectivamente, ou 81% de todo o volume arrecadado nessa categoria.

A Receita de Contribuições, segundo item mais representativo das receitas próprias, alcançou R$ 1,4 bilhão em 2012. A quase totalidade desses recursos origina-se das contribuições previdenciárias dos servidores do DF para

2011 % 2012 % Variação %

ICMS 5.279 53,47 5.494 53,41 4,07

IR 1.837 18,61 1.958 19,03 6,58

ISS 992 10,05 1.083 10,53 9,19

IPVA 656 6,65 554 5,39 (15,55)

IPTU 470 4,76 475 4,61 0,93

ITBI 220 2,23 277 2,69 25,76

Simples 233 2,36 244 2,37 4,52

ITCD 41 0,41 53 0,52 30,13

Taxas 143 1,45 149 1,45 4,23

Total 9.873 100,00 10.287 100,00 4,20

RECEITA TRIBUTÁRIA 2011/2012

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custeio de seu regime próprio de previdência (R$ 1,2 bilhão) e da Contribuição para o Custeio de Iluminação Pública (R$ 146,8 milhões).

Em Outras Receitas Correntes, foram arrecadados R$ 720,7 milhões em 2012, rubrica que inclui as receitas de dívida ativa, multas e encargos cobrados em razão do atraso no pagamento de tributos, multas de trânsito, além de outras obrigações. As receitas de multas de trânsito alcançaram R$ 142,8 milhões no exercício, queda real de 2,8% em relação a 2011. A tabela adiante detalha esses valores.

R$ 1.000,00

Fonte: Siggo. Valores atualizados pelo IPCA-Médio.

Merecem destaque, ainda, valores relativos a transferências constitucionais repassadas pela União ao DF por meio do Fundo de Participação dos Estados - FPE (R$ 427,6 milhões), Fundo de Participação dos Municípios - FPM (R$ 113,8 milhões) e Transferência do Salário-Educação (R$ 225,8 milhões). Desses, apenas o último registrou aumento real em relação ao exercício anterior.

3.3.1.1 – RECEITA CORRENTE LÍQUIDA

A definição e os critérios de apuração da Receita Corrente Líquida – RCL encontram-se estabelecidos, especialmente, no inciso IV c/c os §§ 1º ao 3º do art. 2º da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF (Lei Complementar nº 101/00). Trata-se de importante parâmetro utilizado, sobretudo, no controle de limites de despesas com pessoal, de endividamento público e de despesas com contratações de parcerias público-privadas dos entes da Federação brasileira.

Conforme apresentado no Quadro 5, adiante, a RCL apurada de janeiro a dezembro de 2012 totalizou R$ 14,3 bilhões, dos quais 71,9% originaram-se da arrecadação de tributos. Referido montante apresentou crescimento real de 18,2% em relação a 2009. Se considerado o biênio 2011/2012, houve elevação de 5,6%, já descontada a inflação. O gráfico seguinte ilustra a evolução desse indicador no último quadriênio.

DISCRIMINAÇÃO 2011 % 2012 % Variação %

Semáforo 42.220 28,74 41.292 28,91 (2,20)

Detran 7.414 5,05 7.490 5,24 1,02

PMDF 51.492 35,05 48.225 33,77 (6,35)

Barreiras Eletrônicas 30.245 20,59 33.165 23,22 9,65

Radar Estático 3.116 2,12 1.360 0,95 (56,34)

Veículo de outro Estado 4.508 3,07 2.934 2,05 (34,90)

Veículo do DF em outro Estado 7.926 5,39 8.341 5,84 5,23

Total 146.920 100,00 142.806 100,00 (2,80)

RECEITA ARRECADADA COM MULTAS DE TRÂNSITO - 2011/2012

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EVOLUÇÃO DA RECEITA CORRENTE LÍQUIDA – 2009/2012 –

Fontes: Siggo e Siafi. Valores atualizados pelo IPCA-Médio.

3.3.1.2 – RENÚNCIA DE RECEITA

A presente seção trata das renúncias de receita e dos incentivos, remissões, parcelamentos de dívidas, anistias, isenções, subsídios, benefícios e afins de natureza tributária, financeira e creditícia concedidos pelo Governo do Distrito Federal – GDF no exercício financeiro de 2012.

A Prestação de Contas Anual do Governo referente a 2012 apresentou relatório sobre o assunto (Anexo VI, Volume IV). Deste documento, consta que as renúncias de receitas distritais somaram R$ 1,3 bilhão, do qual R$ 859,0 milhões de benefícios tributários, R$ 111,1 milhões de benefícios creditícios e R$ 341,5 milhões de benefícios financeiros. A receita renunciada equivale a 8,3% da despesa empenhada no exercício, que foi de R$ 15,8 bilhões.

O valor renunciado supera, isoladamente, o montante aplicado em diversas funções orçamentárias. A título de exemplo, as renúncias de receita realizadas pelo GDF no exercício em referência ficaram acima da despesa realizada nas funções Transporte (R$ 915,2 milhões) e Assistência Social (R$ 375,3 milhões).

Tomando por base os dispêndios efetuados pelas unidades orçamentárias da Administração Pública distrital, o total renunciado é comparável com a despesa executada pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação – Fundeb (R$ 1,5 bilhão).

NORMAS DE REGÊNCIA

A matéria encontra seu regramento na Constituição Federal de 1988 – CF/88, na Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, na Lei Complementar federal

5.000

7.000

9.000

11.000

13.000

15.000

20092010

20112012

12.107 12.909 13.555

14.312

R$ m

ilh

õe

s

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nº 24/75 e na Lei Orgânica do Distrito Federal – LODF. Quanto aos procedimentos relativos à concessão ou ampliação de incentivos ou benefícios tributários que impliquem renúncia de receita, destaca-se, em âmbito distrital, a regulamentação trazida pelo Decreto nº 32.598/10.

A Constituição exige, no § 6º do art. 150, que os benefícios ora analisados sejam concedidos por lei específica, sem prejuízo do procedimento especial que rege a concessão de benefícios fiscais relativos ao ICMS, de que se fala mais adiante. Além disso, a CF/88 estabelece, no § 6º do art. 165, a obrigatoriedade de que o projeto de lei orçamentária, cuja iniciativa cabe ao Chefe do Poder Executivo, seja acompanhado de “demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia”.

Tal mandamento coaduna-se com o disposto no § 7º do mesmo artigo, segundo o qual o orçamento fiscal e o de investimento têm entre suas funções a redução das desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional. Em âmbito distrital, esse preceito traduz-se na necessidade de detalhar o orçamento, inclusive no que tange às renúncias de receita nele previstas, por regiões administrativas, com vistas a reduzir as desigualdades entre elas (LODF, art. 149, § 10).

A LRF, por sua vez, introduz regras direcionadas ao processo de proposição, discussão e aprovação de leis que concedam ou ampliem incentivos ou benefícios de natureza tributária que impliquem renúncia de receita. A Lei em referência preceitua, em seu art. 14, que a renúncia esteja acompanhada de estimativa de impacto orçamentário-financeiro para o exercício em que deva entrar em vigor e para os dois seguintes, bem como atenda ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias.

Ainda de acordo com o dispositivo em comento, a proposta de renúncia deve observar uma das seguintes condições: incluir demonstração de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei orçamentária e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas em anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias (compensação orçamentária); ou, alternativamente, criar medidas de compensação por meio do aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição (compensação tributária).

Já a LC federal nº 24/75, que dispõe sobre a concessão de incentivos fiscais atinentes ao ICMS, atrela a renúncia de receita à anuência de todos os Estados e do Distrito Federal. O objetivo da norma é mitigar renúncias de receita do ICMS que possam ser consideradas abusivas, em um contexto que se convencionou chamar de guerra fiscal.

Importante inovação em relação ao tratamento dado à matéria pela CF/88 é trazida pela Lei Orgânica do Distrito Federal, a qual, no inciso V de seu art. 80, estabelece como uma das finalidades do sistema de controle interno a avaliação da “relação custo-benefício das renúncias de receitas e dos incentivos, remissões, parcelamentos de dívidas, anistias, isenções, subsídios, benefícios e afins de natureza financeira, tributária, creditícia e outros”.

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Por fim, o Decreto nº 32.598/10 traz os meios que permitem à Controladoria-Geral da Secretaria de Estado de Transparência e Controle a avaliação da relação custo-benefício das renúncias de receita concedidas pelo GDF. A norma vazada no art. 13 do referido Decreto determina que os órgãos e entidades da Administração Pública distrital remetam à Controladoria-Geral relatório contendo, entre outros itens, a discriminação e a mensuração dos benefícios fiscais concedidos e a avaliação do resultado alcançado.

RENÚNCIA DE RECEITA DE ORIGEM TRIBUTÁRIA

Nos termos do art. 3º do Código Tributário Nacional, tributo é “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.

Como aponta Weder de Oliveira, na expressão benefício tributário está subjacente a noção de redução do pagamento que de outra maneira seria devido. Leciona também que a expressão remete à ideia de “algo excepcional, um benefício, uma situação financeira ou economicamente favorável que somente parte dos contribuintes do tributo obtém”.

No mesmo sentido encontra-se a definição adotada no Governo Federal, sintetizada no § 2º do art. 89 da LDO/12 da União, no qual se reafirma o caráter não geral, no que diz respeito ao contribuinte, dos benefícios em apreço:

“Art. 89, § 2º - São considerados incentivos ou benefícios de natureza tributária, para os fins desta Lei, os gastos governamentais indiretos decorrentes do sistema tributário vigente que visem atender objetivos econômicos e sociais, explicitados na norma que desonera o tributo, constituindo-se exceção ao sistema tributário de referência e que alcancem, exclusivamente, determinado grupo de contribuintes, produzindo a redução da arrecadação potencial e, consequentemente, aumentando a disponibilidade econômica do contribuinte”.

Segundo esse conceito, advindo de entendimento da Secretaria da Receita Federal do Brasil, considera-se benefício tributário a concessão de incentivos que, cumulativamente, atenda aos critérios de redução da arrecadação potencial, aumento da disponibilidade econômica do contribuinte, constituição de exceção à norma que referencia o tributo e alcance limitado, exclusivamente, a um determinado grupo de contribuintes. Por se constituírem em alternativa à realização de gastos diretos pelo Estado, que, desse modo, busca alcançar indiretamente seus objetivos econômicos e sociais, os benefícios tributários são também conhecidos como gastos tributários.

Dessa forma e em consonância com o disposto no § 1º do art. 14 da LRF, os benefícios ou gastos tributários são reduções dos campos de incidência das normas jurídicas tributárias que incorrem em renúncia de receita a partir dos seguintes instrumentos: anistia, remissão, crédito presumido, isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo e outros benefícios que correspondam a tratamento tributário diferenciado.

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No concernente às renúncias tributárias realizadas pelo Governo do Distrito Federal em 2012, a tabela a seguir apresenta a previsão e a realização dos tributos afetados, inclusive multas e juros a eles associados.

R$ 1.000,00

Fonte: LDO/12, PLOA/12 e Anexo VI, Vol. IV, da Prestação de Contas.

Observa-se que o montante renunciado a título de benefícios tributários correspondeu a 10,6% do total arrecadado. Ponderados somente os tributos cuja cobrança está a cargo do DF, a quantia abdicada fica atrás apenas da arrecadação do ICMS e do ISS, superando impostos importantes, como IPVA e IPTU.

Verifica-se também que a renúncia tributária efetivamente realizada correspondeu a apenas 53,4% do valor previsto, o que pode ser explicado pelo fato de quase metade da renúncia de ICMS esperada para o ano não ter se confirmado. A relação entre realização e projeção, em 2012, aproxima-se da obtida em 2011, que foi de 50,8%, e, de modo semelhante, deveu-se à não concretização de parte da renúncia de ICMS pretendida.

Apesar disso, o ICMS foi o tributo que mais peso teve na renúncia realizada, tendo alcançado, isoladamente, R$ 759,8 milhões, ou 88,5% do total abdicado. Esse valor excede em R$ 129,0 milhões a renúncia de ICMS concedida em 2011, que foi de R$ 630,8 milhões, em valores nominais.

O relatório da Controladoria-Geral noticia que a concessão de isenções do ICMS atingiu R$ 553,4 milhões, tendo sido o principal instrumento utilizado para a efetivação da renúncia desse imposto. Destacam-se as isenções destinadas às importações realizadas pela Fundação Nacional de Saúde e aos medicamentos de combate à AIDS, que juntas atingiram R$ 280 milhões.

Outro ponto tratado é a ausência da lista de benefícios tributários classificados como renúncia de receita do Programa Nota Legal, que concede créditos aos adquirentes de bens e aos tomadores de serviços. Em 2012, foram utilizados R$ 78,7 milhões em créditos para abatimento no IPVA e no IPTU, valores estes não incluídos na tabela acima nem nos quadros da Prestação de Contas de 2012.

Registre-se a ausência, na documentação que acompanhou a proposta de lei orçamentária de 2012, do demonstrativo de regionalização do efeito dos

PREVISTA(B) REALIZADA (C)

ICMS 5.494.095 1.487.374 759.816 13,83 51,08

IPTU 474.722 52.737 58.286 12,28 110,52

IPVA 554.372 13.959 16.259 2,93 116,47

TLP 89.622 9.232 10.158 11,33 110,03

ISS 1.083.337 26.854 8.755 0,81 32,60

Multas e Juros de Tributos 59.431 15.291 2.395 4,03 15,66

ITCD 53.009 2.582 2.032 3,83 78,70

ITBI 276.616 575 1.272 0,46 221,28

TOTAL 8.085.204 1.608.606 858.972 10,62 53,40

RENÚNCIA DE RECEITA, POR TRIBUTO - 2012

RENÚNCIATRIBUTO % (C/B)RECEITA ARRECADADA (A) % (C/A)

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benefícios tributários concedidos, em contraste com a norma contida no § 6º do art. 165 da CF/88.

BENEFÍCIOS CREDITÍCIOS

De acordo com a Portaria no 379/06, com as alterações introduzidas pela Portaria nº 130/09, ambas do Ministério da Fazenda, benefícios ou subsídios creditícios são os gastos decorrentes de programas oficiais de crédito, operacionalizados por meio de fundos ou programas, a taxas de juros inferiores ao custo de captação do Governo. Esses incentivos destinam-se ao financiamento de atividades ou setores específicos, cujo desenvolvimento pode gerar benefícios econômicos e sociais para o restante da sociedade.

Conforme consta da LDO/12 (Anexo de Metas Fiscais) e do PLOA/12 (Quadro V – Projeção da Renúncia de Receitas Decorrente de Benefícios Creditícios e Financeiros), os benefícios creditícios concedidos pelo GDF em 2012 foram operacionalizados pelos fundos abaixo listados:

Fundo de Aval do Distrito Federal – FADF, vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura e Desenvolvimento Rural – Seagri, concede garantias complementares a produtores rurais, assentados da reforma agrária ou suas cooperativas, necessárias à contratação de financiamentos junto a instituições financeiras e fundos governamentais do Distrito Federal;

Fundo de Desenvolvimento Rural – FDR, vinculado à Seagri, oferece linhas de crédito a juros subsidiados para cobertura de despesas de investimento e de custeio de agricultores instalados na área rural do Distrito Federal e da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno – Ride, para projetos enquadrados no Plano de Desenvolvimento Rural do DF – Pró-Rural;

Fundo Distrital de Sanidade Animal – FDS, também sob supervisão da Seagri, paga indenizações pelo abate ou sacrifício de animais suspeitos ou atingidos por doenças infectocontagiosas, assim como suplementa recursos para atender ao desenvolvimento de ações e serviços de vigilância e fiscalização em saúde animal e educação sanitária;

Fundo de Desenvolvimento do Distrito Federal – Fundefe, vinculado à Secretaria de Estado de Fazenda, presta apoio financeiro a empreendimentos produtivos com projetos aprovados no âmbito dos programas de governo de desenvolvimento econômico e social;

Fundo de Geração de Emprego e Renda do Distrito Federal – Funger, vinculado à Secretaria de Estado de Trabalho – Setrab, apoia e concede financiamento a empreendedores econômicos, formais e informais, urbanos e rurais, com vistas a aumentar os níveis de emprego e renda no DF.

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A execução da despesa com benefícios creditícios, acompanhada do respectivo custo de oportunidade, encontra-se demonstrada na tabela a seguir.

R$ 1.000,00

Fonte: LDO/12, PLOA/12, Siggo, Anexo VI, Vol. IV, da Prestação de Contas. Taxa de juros do custo de oportunidade: diferença entre a taxa de juros do mercado e a do respectivo Fundo.

Destaca-se, do demonstrativo das despesas com benefícios creditícios acima apresentado, o custo de oportunidade, decorrente de taxas de juros subsidiadas, de R$ 12,2 milhões.

Note-se que não houve execução orçamentária no Fundo de Aval do Distrito Federal nem no Fundo Distrital de Saúde Animal. Segundo consta do relatório que acompanha a Prestação de Contas de 2012, a inexecução do FADF deveu-se à ausência de contrato de prestação de serviços entre a Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural e o Banco de Brasília, agente financeiro do fundo. Já no caso do FDS, a causa guarda relação com a natureza do Fundo, que é de execução esporádica.

No que se refere ao Fundo de Desenvolvimento do Distrito Federal, registra-se a baixa execução dos recursos a ele destinados. Uma possível explicação para esse fato, conforme noticia a Controladoria-Geral, foi o contingenciamento e bloqueio de R$ 199 milhões na Fonte 100 – Recursos Ordinários do Tesouro. Outra causa seria a frustração de arrecadação da Fonte 161 – Recursos de Dividendos, relacionada a dividendos não materializados de empresas públicas.

Quanto ao Fundo de Geração de Emprego e Renda do DF, o relatório da Controladoria-Geral, ao reproduzir as justificativas da Secretaria do Trabalho, aponta a pequena procura por parte dos empreendedores como causa do modesto índice de execução do orçamento do Fundo. Ainda segundo os técnicos da SETRAB, a queda na demanda está relacionada à oferta de linhas de crédito mais atrativas por parte dos bancos comerciais, o que teria levado à migração de usuários e potenciais usuários.

Cumpre informar, ainda, que a proposta de lei orçamentária para o exercício financeiro de 2012 foi acompanhada do demonstrativo de regionalização, no Distrito Federal, dos benefícios creditícios concedidos, em observância ao disposto no § 6º do art. 165 da CF/88.

BENEFÍCIOS FINANCEIROS

Nos termos da já mencionada Portaria MF nº 379/06, adaptada à realidade do Distrito Federal, benefícios ou subsídios financeiros são os desembolsos efetivos realizados por meio das equalizações de juros e preços, bem como a assunção das dívidas decorrentes de saldos de obrigações de

TX JUROS (D) VALOR (DxC)

Fundo de Desenvolvimento do DF 526.848 308.155 103.529 33,60 0,1122 11.616

Fundo de Geração de Emprego e Renda do DF 13.467 18.946 4.237 22,37 0,0700 297

Fundo de Desenvolvimento Rural 2.486 10.186 3.292 32,32 0,0800 263

Fundo de Aval do DF 90 362 - - 0,0900 -

Fundo Distrital de Sanidade Animal 92 25 - - 0,1200 -

TOTAL 542.982 337.674 111.059 32,89 - 12.176

BENEFÍCIOS CREDITÍCIOS - EXECUÇÃO DA DESPESA - 2012

UNIDADE ORÇAMENTÁRIA DOTAÇÃO INICIAL (A) DOTAÇÃO FINAL (B) DESPESA REALIZADA (C) % (C/B)

CUSTO DE OPORTUNIDADE

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responsabilidade do Tesouro Distrital, cujos valores constam do orçamento público. Em geral, esses benefícios financeiros estão relacionados a políticas sociais de transferência de renda para as camadas menos favorecidas da população ou, ainda, para segmentos específicos, como estudantes e médicos residentes.

As ações sociais consideradas pelo GDF como benefícios financeiros são apresentadas na tabela a seguir. Destaque-se que não estão listadas as ações em que não houve execução orçamentária.

R$ 1.000,00

Fonte: LDO/12, PLOA/12, Siggo e Anexo VI, Vol. IV, da Prestação de Contas. * Ações incluídas na LOA/12, porém não previstas no anexo próprio da LDO para o exercício de 2012. ** Foi identificada discrepância no valor realizado da ação Bolsa Universitária constante do relatório da Controladoria-Geral (Anexo VI, Vol. IV, pág. 35). Entende-se que tal inconformidade é relevável, dado o seu pequeno valor.

As ações Passe Livre, Bolsa Social e Bolsa Escola (compreendida sua variante “Apoio à Aprendizagem”), com montante empenhado de R$ 220,7 milhões, ou 64,6% do total de benefícios financeiros, foram as que mais se destacaram. Conforme consta do relatório da Controladoria-Geral, o total empenhado em benefícios financeiros somou R$ 341,5 milhões, o que corresponde a 2,3% da receita corrente líquida do exercício de 2012, que foi de R$ 14,3 bilhões.

Ainda no que concerne aos benefícios financeiros concedidos, aponta-se a ausência, na proposta de lei orçamentária de 2012, do demonstrativo de regionalização a que alude o § 6º do art. 165 da Constituição. Embora se reconheça que o efeito de certos benefícios não possa ser limitado a um conjunto determinado de regiões administrativas, existem iniciativas, como a Nosso Pão, Cesta Verde e Restaurante Comunitário, que podem ter seus efeitos regionalizados.

Por fim, registre-se que os beneficiários das ações Nosso Pão, Nosso Leite e Cesta Verde vêm sendo migrados para o programa de transferência de renda Bolsa Família. Essa iniciativa, inserida no Plano pela Superação da Extrema Pobreza – DF sem Miséria, busca atender ao disposto no parágrafo único do art. 11

Passe Livre (inclui Passe Estudantil e Passe PNE)* 55.036 136.153 136.153 100,00

Bolsa Social e Bolsa Escola 63.692 84.560 84.560 100,00

Bolsas de Estudo a Residentes da Rede Hospitalar do DF 35.350 36.831 36.831 100,00

Restaurante Comunitário 12.740 30.409 30.398 99,96

Nosso Leite 4.000 12.267 12.265 99,98

Cesta Verde 233 10.861 10.861 100,00

Bolsa Universitária** 11.213 17.250 9.197 53,32

Manutenção do Programa Bolsa Estágio 5.042 8.770 8.563 97,64

Nosso Pão 2.500 7.314 7.314 100,00

Isenção de Tarifas Públicas 2.433 3.188 3.188 100,00

Bolsa Estágio do Ceajur 800 800 800 100,00

Bolsa Atleta 200 660 660 100,00

Bolsa Permanência e Monitoria 5.291 2.977 511 17,16

Bolsa de Iniciação Científ ica 91 161 133 82,61

Bolsa de Estudo Fundo Pró-Jurídico* 400 2.086 87 4,17

Bolsa do Menor Aprendiz* 0 19 1 5,26

TOTAL 199.021 354.306 341.522 96,39

BENEFÍCIOS FINANCEIROS - EXECUÇÃO DA DESPESA - 2012

DESPESA REALIZADA

(C) DESCRIÇÃO DA AÇÃO

DOTAÇÃO INICIAL

(A)

DOTAÇÃO FINAL

(B)% (C/B)

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da Lei nº 4.601/11, com a redação que lhe foi dada pela Lei nº 4.670/11, abaixo reproduzido:

“Parágrafo único. Os benefícios sociais concedidos com base na Lei nº 4.208, de 25 de setembro de 2008, ficam mantidos aos atuais beneficiários até sua inclusão no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal e seu ingresso no Programa Bolsa Família – PBF, observados os critérios de elegibilidade e exigibilidades definidos pelo Governo Federal.”

AVALIAÇÃO DE CUSTO E BENEFÍCIO DA RENÚNCIA DE RECEITA

A respeito da avaliação da relação de custo e benefício da renúncia de receita tributária realizada, a Controladoria-Geral da Secretaria de Transparência e Controle registra o seguinte:

“Não foi elaborada no âmbito da Subsecretaria de Receita da SEF uma metodologia que permita ao Controle Interno do DF avaliar a relação custo/benefício da renúncia de receita tributária no âmbito do DF;”

Repete-se, assim, o panorama observado em anos anteriores, qual seja, a não avaliação da relação de custo e benefício justamente da modalidade de renúncia mais vultosa. Com efeito, a renúncia de receita tributária responde por 65,5% do total renunciado pelo DF em 2012.

Quanto aos benefícios creditícios e ao alcance dos objetivos dos diversos fundos em operação no Distrito Federal, a Controladoria-Geral informa:

FDR:

“Em relação ao FDR e quanto ao cumprimento do art. 13 do Decreto nº 32.598/2010, a SEAGRI elaborou a metodologia de cálculo para mensurar os benefícios oriundos dos financiamentos concedidos, avaliando que concluiu seu objetivo quanto à liberação de recursos financeiros em favor do produtor rural para a promoção do desenvolvimento da agropecuária do Distrito Federal, mantendo o trabalhador na área rural;”

Fundefe:

“Mesmo ainda em construção a metodologia criada pelos gestores do FUNDEFE, foram demonstradas, a título de resultados, variações positivas na força de trabalho e na média da massa salarial das empresas beneficiárias do FUNDEFE, em comparação com as empresas do setor privado;”

Funger:

“Não foi elaborada no âmbito da SETRAB uma metodologia que permita ao Controle Interno do DF avaliar a relação custo/benefício da renúncia de receita creditícia oriunda do FUNGER;”

No que diz respeito aos benefícios financeiros concedidos, a análise empreendida pela Controladoria-Geral ateve-se à avaliação da relação custo e benefício de três ações sociais selecionadas. Em todas elas, não tinha sido elaborada metodologia adequada para mensuração dos resultados alcançados, conforme os excertos abaixo transcritos:

Bolsa Atleta

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“(...) a Secretaria ainda carece de formalizar metodologia de avaliação dos resultados decorrentes dos benefícios concedidos;”

Bolsa de Iniciação Científica e Bolsa de Monitoria

“A Escola Superior de Saúde do Distrito Federal evidenciou e avaliou a importância dos Programas de Bolsas de Iniciação Científica e de Bolsas de Monitoria, para o meio científico; entretanto, ainda carecem de metodologia adequada para avaliação dos resultados”.

3.3.2 – RECEITA DE TERCEIROS

A Receita de Terceiros atingiu R$ 955,4 milhões em 2012, crescimento real de 14,2% em relação a 2011. Nesse grupo, estão incluídos os valores recebidos de outras entidades de direito público e privado, excetuadas as transferências recebidas da União por determinação legal. O gráfico seguinte traz o detalhamento desses valores.

ORÇAMENTOS FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIAL COMPOSIÇÃO DA RECEITA DE TERCEIROS ARRECADADA

– 2012 –

Fonte: Siggo.

Os recursos repassados pelo SUS atingiram R$ 574,5 milhões no exercício, montante 3,4% superior ao realizado no exercício anterior, em valores atualizados.

As receitas provenientes de Operações de Crédito, segundo item mais representativo, totalizaram R$ 213,3 milhões, crescimento real de 32,1% em relação a 2011. Esse valor, contudo, representa apenas 20,8% da previsão atualizada dessa receita. Entre as operações internas, na rubrica Outras Operações de Crédito Internas Relativas a Programas de Governo, cuja previsão de ingresso era de R$ 243 milhões, nada foi realizado. Pelo lado externo, na rubrica Operações de Crédito Externas Contratuais relativas a Programas de Transporte, apenas R$ 2,8 milhões, da estimativa de R$ 214,3 milhões, entraram nos cofres distritais.

SUS60,1%

Convênios11,0%

Operações de Crédito22,3%

Outros 6,5%

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3.3.3 – QUADROS

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Quadro 1 ORÇAMENTOS FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIAL

RECEITA ESTIMADA, ATUALIZADA E REALIZADA, SEGUNDO A ORIGEM - 2012 -

R$ 1.000,00

Fonte: Siggo. Excluídos recursos do FCDF. * Deduzidos valores de convênios realizados entre órgãos do DF.

(A) % (B) % % (B/A) (C) %

RECURSOS PRÓPRIOS 15.245.977 90,44 16.168.201 89,10 106,05 14.982.452 94,01 92,67 (1.185.749)

. Receita Tributária 10.674.983 63,32 10.894.588 60,04 102,06 10.287.232 64,55 94,43 (607.357)

. Receita de Contribuições 1.427.149 8,47 1.427.149 7,87 100,00 1.365.670 8,57 95,69 (61.479)

. Receita Patrimonial 447.670 2,66 456.988 2,52 102,08 432.945 2,72 94,74 (24.043)

. Receita Agropecuária 18 0,00 18 0,00 100,00 13 0,00 69,42 (6)

. Receita Industrial 3.408 0,02 3.408 0,02 100,00 4.298 0,03 126,10 889

. Receita de Serviços 366.083 2,17 368.456 2,03 100,65 380.039 2,38 103,14 11.583

. Outras Receitas Correntes 807.486 4,79 835.260 4,60 103,44 720.699 4,52 86,28 (114.560)

. Alienação de Bens 5.921 0,04 17.976 0,10 303,62 13.481 0,08 74,99 (4.495)

. Amortizações 7.520 0,04 17.860 0,10 237,49 18.851 0,12 105,55 992

. Cota-parte do Fundo de Particip. dos Estados e do Distrito Federal (FPE) 359.913 2,13 408.352 2,25 113,46 427.618 2,68 104,72 19.266

. Cota-parte do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) 93.033 0,55 107.627 0,59 115,69 113.806 0,71 105,74 6.178

. Cota-parte do Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural 1.312 0,01 1.312 0,01 100,00 581 0,00 44,30 (731)

. Cota-parte do IPI - Exportação 3.380 0,02 3.380 0,02 100,00 4.162 0,03 123,15 783

. Cota-parte Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) 36.736 0,22 36.736 0,20 100,00 15.795 0,10 42,99 (20.942)

. Cota-parte da Compensação Financ. pela Utilização de Recursos Hídricos 791 0,00 791 0,00 100,00 845 0,01 106,90 55

. Cota-parte da Compensação de Recursos Minerais 2.080 0,01 2.080 0,01 100,00 2.657 0,02 127,75 577

. Transferência do Salário Educação 219.537 1,30 219.537 1,21 100,00 225.831 1,42 102,87 6.294

. Transferência Financeira do ICMS - Desoneração - LC Nº 87/96 25.226 0,15 25.226 0,14 100,00 15.790 0,10 62,60 (9.435)

. Transferências Sobre a Receita de Concursos de Prognósticos Esportivos 4.040 0,02 4.040 0,02 100,00 4.055 0,03 100,36 15

. Receitas Intraorçamentárias de Serviços 22.379 0,13 22.379 0,12 100,00 6.407 0,04 28,63 (15.972)

. Convênios entre Órgãos do DF 511.464 3,03 1.089.190 6,00 212,96 707.232 4,44 64,93 (381.958)

. Contribuição Patronal para o Regime Próprio de Previdência 225.848 1,34 225.848 1,24 100,00 238.736 1,50 105,71 12.888

. Demais Deduções da Receita - 0,00 - 0,00 (4.290) -0,03 (4.290)

RECURSOS REPASSADOS POR TERCEIROS 1.611.788 9,56 1.977.128 10,90 122,67 955.441 5,99 48,32 (1.021.687)

. Convênios Correntes* 47.177 0,28 76.041 0,42 161,18 94.861 0,60 124,75 18.820

. Convênios de Capital* 115.832 0,69 189.533 1,04 163,63 10.175 0,06 5,37 (179.358)

. Operações de Crédito Internas 446.839 2,65 695.781 3,83 155,71 191.541 1,20 27,53 (504.240)

. Operações de Crédito Externas 326.390 1,94 328.573 1,81 100,67 21.794 0,14 6,63 (306.779)

. Transferências Correntes (Instituições Privadas) 5.875 0,03 5.875 0,03 100,00 9.130 0,06 155,40 3.255

. Transferências Correntes (Pessoas ) 7.622 0,05 7.622 0,04 100,00 7.068 0,04 92,74 (554)

. Transferências de Recursos do Sistema Único de Saúde - SUS 630.059 3,74 630.059 3,47 100,00 574.545 3,60 91,19 (55.514)

. Recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE 22.985 0,14 32.334 0,18 140,67 34.373 0,22 106,31 2.040

. Recursos do Programa Nacional de Transporte Escolar - PNATE 1.096 0,01 1.096 0,01 100,00 - 0,00 - (1.096)

. Transferências do Fundo Nacional de Assistência Social - FNAS 7.500 0,04 9.802 0,05 130,69 11.900 0,07 121,40 2.098

. Recursos do Programa Brasil Alfabetizado - 0,00 - 0,00 55 0,00 55

. Recursos do Programa Fazendo Escola 414 0,00 414 0,00 100,00 - 0,00 - (414)

TOTAL 16.857.766 100,00 18.145.329 100,0 107,64 15.937.893 100,00 87,83 (2.207.435)

DIFERENÇA

(C-B) DISCRIMINAÇÃO

ESTIMATIVA

INICIAL ESTIMATIVA ATUALIZADA

RECEITA

REALIZADA % (C/B)

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Quadro 2 ORÇAMENTOS FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIAL

EVOLUÇÃO DA RECEITA REALIZADA, SEGUNDO A ORIGEM - 2009/2012 -

R$ 1.000,00

Fonte: Siggo. Valores corrigidos pelo IPCA-Médio; evolução com base no exercício de 2009. Excluídos recursos do FCDF. * Deduzidos valores de convênios realizados entre órgãos do DF.

VALOR % VALOR % EVOL (%) VALOR % EVOL (%) VALOR % EVOL (%)

RECURSOS PRÓPRIOS 12.371.755 90,81 13.154.089 92,40 6,32 13.973.283 94,35 12,95 14.982.452 94,01 21,10

. Receita Tributária 8.727.800 64,06 9.388.567 65,95 7,57 9.872.675 66,66 13,12 10.287.232 64,55 17,87

. Receita de Contribuições 1.164.258 8,55 1.239.643 8,71 6,47 1.302.828 8,80 11,90 1.365.670 8,57 17,30

. Receita Patrimonial 330.970 2,43 388.176 2,73 17,28 404.142 2,73 22,11 432.945 2,72 30,81

. Receita Agropecuária 22 0,00 24 0,00 6,98 11 0,00 (51,67) 13 0,00 (43,83)

. Receita Industrial 2.716 0,02 3.270 0,02 20,41 3.738 0,03 37,63 4.298 0,03 58,23

. Receita de Serviços 310.697 2,28 351.117 2,47 13,01 346.581 2,34 11,55 380.039 2,38 22,32

. Outras Receitas Correntes 735.078 5,40 756.736 5,32 2,95 707.370 4,78 (3,77) 720.699 4,52 (1,96)

. Alienação de Bens 43.631 0,32 75.719 0,53 73,55 29.937 0,20 (31,39) 13.481 0,08 (69,10)

. Amortizações 64.955 0,48 14.404 0,10 (77,82) 5.707 0,04 (91,21) 18.851 0,12 (70,98)

. Cota-parte do FPE 368.793 2,71 378.424 2,66 2,61 437.136 2,95 18,53 427.618 2,68 15,95

. Cota-parte do FPM 95.385 0,70 98.697 0,69 3,47 116.041 0,78 21,65 113.806 0,71 19,31

. Cota-parte do ITR 523 0,00 473 0,00 (9,54) 587 0,00 12,23 581 0,00 11,03

. Cota-parte do IPI - Exportação 3.314 0,02 5.357 0,04 61,67 5.877 0,04 77,35 4.162 0,03 25,61

. Cota-parte Cont. Interv. Domínio Econ. - Cide 16.165 0,12 28.564 0,20 76,71 31.475 0,21 94,71 15.795 0,10 (2,29)

. Cota-parte da Compens. Financ. p. Utiliz. de Rec. Hídricos 863 0,01 730 0,01 (15,46) 682 0,00 (21,05) 845 0,01 (2,09)

. Cota-parte da Compensação de Recursos Minerais 2.189 0,02 2.134 0,01 (2,50) 2.241 0,02 2,38 2.657 0,02 21,41

. Transferência do Salário Educação 187.560 1,38 185.314 1,30 (1,20) 199.488 1,35 6,36 225.831 1,42 20,40

. Transf. Financeira do ICMS - Desoneração - LC Nº 87/96 18.642 0,14 17.748 0,12 (4,80) 16.643 0,11 (10,72) 15.790 0,10 (15,30)

. Transf. s/ a Receita de Conc. de Prognósticos Esportivos 3.067 0,02 3.769 0,03 22,89 3.802 0,03 23,95 4.055 0,03 32,21

. Receitas Intraorçamentárias de Serviços 7.845 0,06 7.515 0,05 (4,20) 7.412 0,05 (5,51) 6.407 0,04 (18,32)

. Convênios entre Órgãos do DF 197.953 1,45 76.397 0,54 (61,41) 281.654 1,90 42,28 707.232 4,44 257,27

. Contribuição Patronal para o Regime Próprio de Previdência 94.937 0,70 136.593 0,96 43,88 201.729 1,36 112,49 238.736 1,50 151,47

. Demais Deduções da Receita (5.608) (0,04) (5.283) (0,04) (5,79) (4.472) (0,03) (20,25) (4.290) (0,03) (23,50)

RECURSOS REPASSADOS POR TERCEIROS 1.251.985 9,19 1.082.093 7,60 (13,57) 836.705 5,65 (33,17) 955.441 5,99 (23,69)

. Convênios Correntes* 92.885 0,68 37.476 0,26 (59,65) 27.845 0,19 (70,02) 94.861 0,60 2,13

. Convênios de Capital* 202.008 1,48 71.808 0,50 (64,45) 29.158 0,20 (85,57) 10.175 0,06 (94,96)

. Operações de Crédito Internas 195.940 1,44 141.073 0,99 (28,00) 115.853 0,78 (40,87) 191.541 1,20 (2,25)

. Operações de Crédito Externas 128.164 0,94 187.158 1,31 46,03 45.655 0,31 (64,38) 21.794 0,14 (83,00)

. Transferências Correntes (Instituições Privadas) 8.084 0,06 9.693 0,07 19,89 11.631 0,08 43,87 9.130 0,06 12,93

. Transferências Correntes (Pessoas) 5.737 0,04 6.334 0,04 10,40 7.558 0,05 31,73 7.068 0,04 23,20

. Transferências de Recursos do Sistema Único de Saúde - SUS 580.292 4,26 574.558 4,04 (0,99) 555.638 3,75 (4,25) 574.545 3,60 (0,99)

. Recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE 27.258 0,20 36.369 0,26 33,43 35.658 0,24 30,82 34.373 0,22 26,10

. Rec. do Progr. Nacional de Alimentação Escolar em Creche - PNAC 1 0,00 - - (100,00) - - (100,00) - - (100,00)

. Recursos do Programa Nacional de Transporte Escolar - PNATE 833 0,01 3.055 0,02 266,67 99 0,00 (88,15) - - (100,00)

. Recursos do Programa Brasil Alfabetizado 31 0,00 - - (100,00) 398 0,00 1.185,26 55 0,00 78,44

. Transferências do Fundo Nacional de Assistência Social - FNAS 7.123 0,05 7.159 0,05 0,50 7.211 0,05 1,23 11.900 0,07 67,05

. Apoio Financeiro aos Municípios 3.627 0,03 7.410 0,05 104,32 - - (100,00) - - (100,00)

TOTAL 13.623.740 100,00 14.236.182 100,00 4,50 14.809.988 100,00 8,71 15.937.893 100,00 16,99

DISCRIMINAÇÃO2009 2010 2011 2012

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TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL

51

Quadro 3 ORÇAMENTOS FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIAL

RECEITA TRIBUTÁRIA - 2012 -

R$ 1.000,00

Fonte: Siggo. Excluídos recursos do FCDF.

(A) % (B) % % (B/A) (C) %

Impostos 10.531.978 98,66 10.749.083 98,66 102,06 10.137.964 98,55 94,31 (611.119)

ICMS 5.813.429 54,46 5.944.389 54,56 102,25 5.494.095 53,41 92,42 (450.294)

IR 2.005.600 18,79 2.005.937 18,41 100,02 1.957.896 19,03 97,61 (48.042)

ISS 1.030.267 9,65 1.079.098 9,90 104,74 1.083.337 10,53 100,39 4.239

IPVA 651.283 6,10 651.283 5,98 100,00 554.372 5,39 85,12 (96.910)

IPTU 442.512 4,15 479.488 4,40 108,36 474.722 4,61 99,01 (4.766)

ITBI 253.145 2,37 253.145 2,32 100,00 276.616 2,69 109,27 23.471

Simples 296.415 2,78 296.415 2,72 100,00 243.915 2,37 82,29 (52.500)

ITCD 39.328 0,37 39.328 0,36 100,00 53.009 0,52 134,79 13.681

Taxas 143.005 1,34 145.505 1,34 101,75 149.268 1,45 102,59 3.763

de Limpeza Pública 94.284 0,88 94.284 0,87 100,00 89.622 0,87 95,06 (4.662)

de Fiscalização do Uso dos Recursos Hídricos 25.230 0,24 25.230 0,23 100,00 31.310 0,30 124,10 6.080

de Funcionamento de Estabelecimento 8.585 0,08 10.783 0,10 125,60 11.453 0,11 106,22 670

de Fiscaliz. s/ Serv. Públ. de Abast. de Água e Saneamento 9.552 0,09 9.552 0,09 100,00 11.278 0,11 118,08 1.727

de Execução de Obras 5.015 0,05 5.317 0,05 106,03 5.291 0,05 99,50 (27)

de Expediente 338 0,00 338 0,00 100,00 313 0,00 92,57 (25)

de Vistoria de Estabelecimentos 1 0,00 1 0,00 100,00 0 0,00 38,44 (1)

de Autorização de Funcionamento de Transportes - 0,00 - 0,00 0 0,00 0

TOTAL 10.674.983 100,00 10.894.588 100,00 102,06 10.287.232 100,00 94,43 (607.357)

DIFERENÇA

(C-B) TRIBUTO

ESTIMATIVA INICIAL ESTIMATIVA ATUALIZADA ARRECADAÇÃO%(C/B)

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TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL

52

Quadro 4 ORÇAMENTOS FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIAL

EVOLUÇÃO DA RECEITA TRIBUTÁRIA ARRECADADA - 2009/2012 -

R$ 1.000,00

Fonte: Siggo. Valores corrigidos pelo IPCA-Médio; evolução com base no exercício de 2009. Excluídos recursos do FCDF.

VALOR % VALOR % EVOL (%) VALOR % EVOL (%) VALOR % EVOL (%)

Impostos 8.593.383 98,46 9.247.420 98,50 7,61 9.729.468 98,55 13,22 10.137.964 98,55 17,97

ICMS 4.703.088 53,89 5.050.753 53,80 7,39 5.279.403 53,47 12,25 5.494.095 53,41 16,82

IR 1.519.957 17,42 1.690.337 18,00 11,21 1.837.021 18,61 20,86 1.957.896 19,03 28,81

ISS 896.332 10,27 962.692 10,25 7,40 992.168 10,05 10,69 1.083.337 10,53 20,86

IPVA 632.682 7,25 603.773 6,43 -4,57 656.464 6,65 3,76 554.372 5,39 -12,38

IPTU 430.750 4,94 449.604 4,79 4,38 470.361 4,76 9,20 474.722 4,61 10,21

ITBI 203.490 2,33 235.882 2,51 15,92 219.951 2,23 8,09 276.616 2,69 35,94

Simples 176.863 2,03 217.069 2,31 22,73 233.362 2,36 31,95 243.915 2,37 37,91

ITCD 30.220 0,35 37.309 0,40 23,46 40.737 0,41 34,80 53.009 0,52 75,41

Taxas 134.417 1,54 141.147 1,50 5,01 143.206 1,45 6,54 149.268 1,45 11,05

de Limpeza Pública 95.761 1,10 93.584 1,00 -2,27 88.563 0,90 -7,52 89.622 0,87 -6,41

de Fiscalização do Uso dos Recursos Hídricos 18.504 0,21 22.701 0,24 22,68 29.608 0,30 60,00 31.310 0,30 69,20

de Licença de Funcionamento de Estabelecimento 10.206 0,12 14.951 0,16 46,49 14.341 0,15 40,52 11.453 0,11 12,21

de Fiscalização s/ Serv. Públicos de Água e Saneamento 9.408 0,11 9.608 0,10 2,13 10.328 0,10 9,78 11.278 0,11 19,88

de Licença para Execução de Obras 108 0,00 20 0,00 -81,61 1 0,00 -98,79 5.291 0,05 4.784,14

de Expediente 371 0,00 280 0,00 -24,61 364 0,00 -1,89 313 0,00 -15,64

de Vistoria de Estabelecimentos 4 0,00 4 0,00 -0,42 1 0,00 -81,16 0 0,00 -86,94

de Autorização para Funcionamento de Transporte - 0,00 - 0,00 - 0,00 0 0,00

de Fiscalização, Prevenção e Extinção de Incêndio e Pânico 42 0,00 - 0,00 -100,00 - 0,00 -100,00 - 0,00 -100,00

de Fiscalização de Vigilância Sanitária 10 0,00 - 0,00 -100,00 - 0,00 -100,00 - 0,00 -100,00

de Licença Prévia 3 0,00 - 0,00 -100,00 - 0,00 -100,00 - 0,00 -100,00

TOTAL 8.727.800 100,00 9.388.567 100,00 7,57 9.872.674 100,00 13,12 10.287.232 100,00 17,87

TRIBUTO2009 2010 2011 2012

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TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL

53

Quadro 5 RECEITA CORRENTE LÍQUIDA DO DISTRITO FEDERAL

- 2012 - R$ 1.000,00

Fontes: Siggo e Siafi. *Conforme art. 19, § 1º, V, c/c art. 2º, § 2º, da LC nº 101/00.

DESCRIÇÃO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL

Receita Corrente Total 1.112.591 1.042.642 1.119.833 1.334.773 1.388.948 1.240.041 1.229.469 1.193.330 1.264.612 1.234.854 1.151.656 1.425.348 14.738.098

Receita Tributária 783.858 666.293 770.347 950.575 1.027.086 899.195 872.353 818.699 846.110 864.666 793.547 994.503 10.287.232

Receita de Contribuições 99.883 106.358 105.110 138.755 110.599 106.586 106.440 106.350 115.835 115.595 98.072 156.087 1.365.670

Receita Patrimonial 24.409 30.076 39.172 42.330 32.869 17.001 44.642 35.017 52.077 55.538 22.128 37.686 432.945

Receita Agropecuária 2 2 1 2 1 1 1 0 0 - 1 1 13

Receita Industrial 221 265 377 537 391 443 265 492 233 247 351 476 4.298

Receita de Serviços 40.430 22.937 29.082 36.501 28.248 42.723 31.493 29.232 31.495 29.522 27.531 30.846 380.039

Transfer. Correntes (Deduzidas Transf. p/ Fundeb) 118.350 142.763 119.405 115.588 135.007 121.284 117.225 143.289 154.639 117.544 128.948 137.450 1.551.493

Outras Receitas Correntes 45.677 74.238 56.699 50.858 55.150 53.150 57.405 60.621 64.657 52.120 81.464 68.659 720.699

(-) Deduções da Receita Corrente (239) (289) (359) (372) (403) (343) (355) (371) (434) (378) (385) (361) (4.290)

Outras Deduções da Receita Corrente (104.516) (110.798) (107.893) (113.192) (110.430) (110.233) (105.906) (106.943) (116.344) (115.074) (108.924) (150.502) (1.360.755)

Contribuição de Servidor Civil (Total) (79.647) (83.487) (82.462) (88.367) (84.181) (84.715) (80.545) (80.512) (88.906) (88.159) (86.327) (112.054) (1.039.362)

Contrib. Servidor Civil (Ativo) (63.574) (67.121) (65.623) (71.513) (67.209) (68.148) (63.418) (67.847) (66.613) (70.572) (68.904) (89.264) (829.807)

Contrib. Servidor Civil (Inativo) (14.066) (14.362) (14.312) (14.841) (14.924) (14.991) (15.076) (11.540) (19.238) (15.516) (16.166) (18.626) (183.657)

Contrib. Servidor Civil (Pensionista) (2.007) (2.004) (2.527) (2.013) (2.048) (1.576) (2.052) (1.125) (3.055) (2.071) (1.256) (4.164) (25.898)

Contribuição de Servidor Militar (Total) (14.109) (15.251) (14.491) (14.458) (14.487) (14.573) (14.560) (14.617) (15.051) (14.918) (11.423) (16.542) (174.481)

Contrib. Servidor Militar (Ativo) (11.565) (12.681) (11.925) (11.880) (11.891) (11.956) (11.928) (11.968) (12.279) (12.149) (8.614) (13.690) (142.524)

Contrib. Servidor Militar (Inativo) (2.543) (2.570) (2.566) (2.577) (2.595) (2.616) (2.631) (2.648) (2.771) (2.718) (2.809) (2.848) (31.893)

Contrib. Servidor Militar (Pensionista) (0) (0) (0) (2) (1) (1) (1) (1) (1) (52) (1) (4) (64)

Outras Contrib. do Servidor para o RPPS - (4) (24) (42) (639) (54) 38 (104) (1.373) (752) (186) (16) (3.155)

Compensação Entre Regimes de Previdência (10.760) (12.056) (10.916) (10.324) (11.123) (10.890) (10.838) (11.711) (11.015) (11.245) (10.988) (21.890) (143.757)

Recursos do FCDF Não Destinados a Pessoal* 19.779 33.891 54.191 32.213 61.496 52.502 69.056 86.301 81.744 84.208 45.011 314.702 935.093

Total de Recursos do Fundo Constitucional do DF 807.293 742.016 1.050.023 730.357 873.007 830.766 749.143 915.291 576.149 736.371 846.142 1.095.123 9.951.681

(-) Recursos que custeiam despesas com pessoal 787.514 708.125 995.833 698.144 811.511 778.264 680.087 828.990 494.404 652.163 801.131 780.422 9.016.588

RECEITA CORRENTE LÍQUIDA APURADA 1.027.854 965.735 1.066.131 1.253.794 1.340.015 1.182.310 1.192.619 1.172.688 1.230.013 1.203.988 1.087.743 1.589.548 14.312.436