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CENTRO DE PRESERVAÇÃO E PESQUISA DE MAMÍFEROS AQUÁTICOS CPPMA, ELETROBRAS AMAZONAS ENERGIA Balbina/AM O CPPMA tem como objetivo proteger o peixe-boi da Amazônia. Para que isso aconteça é necessário cuidar do seu habitat e apoiar a comunidade em alternativas de melhoria da qualidade de vida, com a educação ambiental, pelo respeito a TODAS as formas de vida. O CPPMA realiza reabilitação, manejo, participa de estudos nutricionais e reprodutivos com os mamíferos aquáticos, recebe filhotes órfãos, animais feridos. Logo estaremos devolvendo à natureza animais sadios, monitorados com radiotransmissores. Assim, o CPPMA se uniu a Associação dos Amigos para a Proteção ao Peixe-Boi da Amazônia ou simplesmente AMPA, que é uma Organização Não Governamental de direito privado, sem fins lucrativos, criada para proteger o peixe-boi da ameaça de extinção. Desenvolvem atividades direcionadas para a proteção dos mamíferos aquáticos da região amazônica, ou seja, o peixe-boi, o boto vermelho, o tucuxi, a ariranha e a lontra. Mas isso não basta, é preciso proteger também os rios (casa do peixe-boi) e as florestas. Assim, quem mora e depende do rio, tanto os animais como as pessoas, podem ter uma vida mais digna e saudável. Você também pode ser um amigo do peixe-boi, ou dos seus amigos. Participe das campanhas, divulgue a Associação, proteja os animais e os rios da Amazônia. Defenda a vida. Respeite todas as formas de vida. Quem ama cuida. Associe-se à AMPA. Para saber mais, entre em contato conosco. Gente faz parte da natureza, quem ama respeita, se respeita cuida. CONTATOS: CPPMA (92) 3647 - 1904 AMPA (92) 3236 - 2739 ELABORAÇÃO: Angela Begrow; Stella Maris Lazzarini; Márcia C. L. Picanço Revisão 2011: André Franzini; Karen Bueno; Bruna Zafalon; FONTE: HELLEMBRANDT, Denis. Quem é o peixe-boi marinho? Centro Peixe Boi/IBAMA CONHEÇA O PEIXE-BOI DA AMAZÔNIA Realização: CENTRO DE PRESERVAÇÃO E PESQUISA DE MAMÍFEROS AQUÁTICOS - CPPMA ELETROBRAS Amazonas Energia Patrocínio: TETRA PAK Realização:

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CENTRO DE PRESERVAÇÃO E PESQUISA DE MAMÍFEROS AQUÁTICOS CPPMA, ELETROBRAS – AMAZONAS ENERGIA – Balbina/AM

O CPPMA tem como objetivo proteger o peixe-boi da Amazônia. Para que isso aconteça é necessário cuidar do seu habitat e apoiar a comunidade em alternativas de melhoria da qualidade de vida, com a educação ambiental, pelo respeito a TODAS as formas de vida. O CPPMA realiza reabilitação, manejo, participa de estudos nutricionais e reprodutivos com os mamíferos aquáticos, recebe filhotes órfãos, animais feridos. Logo estaremos devolvendo à natureza animais sadios, monitorados com radiotransmissores.

Assim, o CPPMA se uniu a Associação dos Amigos para a Proteção ao Peixe-Boi da Amazônia ou simplesmente AMPA, que é uma Organização Não Governamental de direito privado, sem fins lucrativos, criada para proteger o peixe-boi da ameaça de extinção.

Desenvolvem atividades direcionadas para a proteção dos mamíferos aquáticos da região amazônica, ou seja, o peixe-boi, o boto vermelho, o tucuxi, a ariranha e a lontra. Mas isso não basta, é preciso proteger também os rios (casa do peixe-boi) e as florestas. Assim, quem mora e depende do rio, tanto os animais como as pessoas, podem ter uma vida mais digna e saudável.

Você também pode ser um amigo do peixe-boi, ou dos seus amigos. Participe das campanhas, divulgue a Associação, proteja os animais e os rios da Amazônia. Defenda a vida. Respeite todas as formas de vida. Quem ama cuida. Associe-se à AMPA. Para saber mais, entre em contato conosco.

Gente faz parte da natureza, quem ama respeita, se respeita cuida. CONTATOS:

CPPMA (92) 3647 - 1904 AMPA (92) 3236 - 2739

ELABORAÇÃO: Angela Begrow; Stella Maris Lazzarini; Márcia C. L. Picanço Revisão 2011: André Franzini; Karen Bueno; Bruna Zafalon; FONTE: HELLEMBRANDT, Denis. Quem é o peixe-boi marinho? Centro Peixe Boi/IBAMA

CONHEÇA O

PEIXE-BOI

DA AMAZÔNIA

Realização:

CENTRO DE PRESERVAÇÃO E PESQUISA DE MAMÍFEROS

AQUÁTICOS - CPPMA

ELETROBRAS – Amazonas Energia

Patrocínio:

TETRA PAK

Realização:

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PEIXE-BOI DA AMAZÔNIA

COMO É?

O peixe-boi da Amazônia é um animal que vive só dentro da

água, pode chegar a medir 3 m de comprimento e a pesar 450 Kg. Sua pele é lisa, de coloração quase negra e pode ter manchas brancas rosadas na barriga, ou apenas pintas pretas. Apresenta alguns pêlos espalhados pelo corpo. Sua cabeça fica bem junto ao corpo, não se consegue ver o pescoço bem definido, mas apesar disso ele pode movimentá-la em todas as direções. Tem pequenos olhos de cada lado da cabeça e o nariz fica bem em cima do focinho, com duas grandes aberturas, que funcionam como uma janela, que se abre no momento em que chega a superfície da água para respirar. Orelhas ele não tem, possui apenas “dois buraquinhos” um pouco atrás dos olhos; Já a sua boca é bem diferente, tem os lábios bem grandes e eles se movimentam ajudando a pegar o alimento.

Conheça o peixe-boi por fora:

Por viver só dentro da água, o peixe-boi não apresenta pernas e braços, e sim nadadeiras: duas nadadeiras peitorais no lugar dos braços, e uma nadadeira caudal no lugar das pernas, sendo esta parecida com uma pá, que ajuda a impulsionar o seu corpo e faz com que nade rapidamente quando está em perigo.

O peixe-boi, apesar de viver na água é um mamífero, e não pode respirar dentro da água como o tambaqui, o tucunaré e o

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Objetivo da atividade: - Estabelecer um vínculo entre as crianças e a fauna aquática de forma recreativa - Correlacionar recreação com o meio ambiente

PEQUENOS OLHOS QUE

ENXERGAM COLORIDO

PEQUENINOS OUVIDOS QUE

OUVEM BEM

DUAS NADADEIRAS PEITORAIS -

SEM UNHAS

UMA NADADEIRA

CAUDAL EM FORMA DE PÁ

COURO GROSSO,

PELE SENSIVEL

COR CINZA CHUMBO DUAS NARINAS QUE SE

ABREM PARA RESPIRAR

PODEM TER MANCHAS

BRANCAS OU PINTAS

PRETAS NA BARRIGA

BIGODES SENSIVEIS PARA

SOCIALIZAR E PEGAR COMIDA

POUCOS PELOS

ESPALHADOS PELO CORPO

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CAÇA – PALAVRAS

Procure no quadro abaixo e encontre, tanto na horizontal, como na vertical, as palavras: PRESERVAR, AMAZÔNIA, FAUNA, FLORA,

ANIMAL, VIDA, CPPMA, CPPQA, PEIXE-BOI, ARIRANHA, LONTRA, TARTARUGA, TRACAJÁ, JABUTI, JACARÉ, COBRA, ANTA, ONÇA,

MACACO, ARARA, PAPAGAIO, TUCANO, GAVIÃO, GALO DA SERRA, UATUMÃ, RIO JATAPÚ e RIO ABACATE.

Q W T I V R E B M Z I S J K L J U T D

R E A M A Z Ô N I A F D C B H A K U L

U O R Y R T F L O R A W Y T L C H C W

U A T U M Ã Z V X I U J M Q U A G A Y

T U A B V Y T W P R N S E T H R T N V

O B R Y C R F G R A A J Ç W T E I O I

A T U E I P V M I N T Z Q R H J D A D

U I G R T Z B E O H Y T K P L Y T V A

T R A C A J Á T A A R A R A U R M P O

R C P P Q A V M B T U Q W P C V N R W

U Q I P R B U O A C O B R A N G F Y U

A F D M B U M Z C B N J S G Z A M E S

Ç F O A N T A G A R S F H A L T A V X

V B S H T I B A T A I D T I O V C B M

C Q F B Y V C V E N O F G O N Ç A C V

X J K Y E A X I E I P O G I T D C U I

Z P R E S E V A R M Ç L D V R R O W R

Q E T Y G A L O D A S E R R A Q W B M

P E I X E - B O I L R I O J A T A P Ú

Objetivo da atividade: - Estimular o desenvolvimento cognitivo. - Correlacionar recreação com o meio ambiente.

2 pirarucu. Ele precisa de ar para seus pulmões, assim como nós, os cachorros, gatos, macacos, botos e todos os mamíferos. Conheça o peixe-boi por dentro:

O QUE COME?

Por que ele é chamado de Peixe-boi? Peixe por viver na água.

E boi por que será? É chamado de boi por se alimentar de plantas, e por isso dizemos que é um animal herbívoro e, por não apresentar os dentes caninos e incisivos (dentes da frente da boca, os que mordem) e apenas possuir os molares (os dentes de trás da boca, os que

mastigam), alimententando-se com plantas macias, fáceis de mastigar como cabomba, mureru, membeca, canarana, terra-água, alface d’água e várias outras plantas aquáticas, as chamadas macrófitas aquáticas.

Com suas nadadeiras peitorais ele segura as plantas junto à boca, os lábios superiores apresentam pêlos curtos e duros que ajudam a prender o alimento, e levá-lo para dentro da boca. Um peixe-boi de 200 kg pode comer até 20 kg de alimento por dia, somente quando filhote ele não come plantas. O filhote precisa receber o leite materno, como os nossos bebês, sendo este um alimento completo que ajuda no crescimento e

ainda contém vários anticorpos que defendem o filhote de doenças. A mamãe peixe-boi sabe disso e amamenta seu filhinho por dois anos.

Por comer bastante plantas, os peixes-bois acabam produzindo muitas fezes. Logo, o peixe-boi é muito importante para o ambiente.

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Por comer muito, ele ajuda a diminuir as plantas aquáticas que muitas vezes trancam as entradas de rios, igarapés ou lagos e quando liberam as fezes, elas fertilizam a água da mesma forma que o esterco de boi é usado nas hortas para ajudar as verduras a crescerem. Só que no rio, em vez de verduras, as fezes de peixe-boi levam nutrientes para pequeninas algas (chamadas de Fitoplâncton) que existem na água, estas por sua vez, servem de alimento a animais pequeninos parecidos com o camarão (chamados de Zooplâncton) que servem de alimento para os filhotes dos peixes (alevinos), e esses por sua vez vão ser pescados e servir de alimento para nós, para os botos, garças, jacarés, e etc..

Então o “coco” do peixe-boi acaba ajudando os peixes a crescerem, através do que chamamos de CADEIA ALIMENTAR.

Veja a figura que representa o peixe-boi da Amazônia e a Cadeia Alimentar da qual faz parte. Siga os passos:

1. A vegetação cresce através da fotossíntese, usando apenas a luz do sol, nutrientes e gases presentes na água; 2. O peixe-boi alimenta-se desta vegetação; 3. As fezes lançadas na água pelo peixe-boi servem como uma quantidade extra de nutrientes. 4. Com isto, as vegetações, principalmente as algas microscópicas, tornam-se abundantes. Estas algas chamadas fitoplâncton, crescem através da fotossíntese, como qualquer vegetal; 5. O fitoplâncton passa a ser o alimento de outros seres microscópicos, desta vez são animais, os zooplâncton, parentes do camarão e caranguejo. Como existem muito fitoplâncton, o

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Objetivo da atividade: - Estudar o habitat natural de alguns animais. - Associar os animais silvestres ao lugar onde vivem. - Ensinar características dos animais importantes para a natureza. - Observar as características dos diferentes ecossistemas. - Observar as relações entre os diferentes ecossistemas.

15 Para você educador, algumas sugestões de atividades com

seus alunos:

DESENHE NESTA CAMISETA, UMA MENSAGEM PARA QUE AS PESSOAS AJUDEM A PRESERVAR O PEIXE-BOI

MM

Objetivo da atividade: - Estimular as crianças ao desenvolvimento artístico correlacionado ao meio ambiente. - Desenvolver coordenação motora.

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zooplâncton podem se desenvolver com facilidade; 6. Esta grande quantidade de zooplancton que surge é o sustento garantido de vários peixes que só se alimentam destes pequenos animais. 7. Estes peixes poderão ser comidos por outros e ambos poderão ser pescados pelo homem;

Desta forma, percebemos que a cadeia alimentar não tem fim. Todos, animais e plantas retornam ao início da cadeia. Isso acontece após servirem como alimento para os decompositores e esses o transformarem em nutrientes. Algumas bactérias são as mais eficientes decompositoras.

COMO ENXERGA, OUVE E SENTE?

Apesar de ter olhos tão pequenos o peixe-boi enxerga bem e até mesmo é capaz de reconhecer cores. Os seus ouvidos também são muito escondidos e ao invés da orelha tem apenas um buraquinho, mas o ouvido interno é perfeito, assim pode ouvir muito bem. Isto é importante porque além de escutar todos os ruídos que o rodeia ele também pode se comunicar através de pequenos gritos que chamamos de vocalizações. Esta comunicação é especialmente importante entre a mãe e o filhote, tanto que a mãe pode reconhecer seu próprio filhote entre outros apenas pela vocalização.

O peixe-boi tem no seu focinho uma quantidade muito grande de pêlos, chamados de vibrissas ou pêlos táteis, que são muito sensíveis ao movimento ou ao toque e por isso aumentam a sua sensibilidade, de maneira semelhante a que acontece com os gatos e seus bigodes.

Com os pêlos duros dos lábios, a mamãe peixe-boi brinca com o filhote, faz carinho em seu corpo, estimulando assim a troca da pele do seu bebê.

5 COMO NADA?

O peixe-boi nada ondulando sua grande nadadeira caudal para dar impulso e usando as nadadeiras peitorais para controlar a direção. Apesar de todo seu tamanho o peixe-boi é ágil debaixo d’água, fazendo vários tipos de manobras e ficando em várias posições. Quando está descansando ou fugindo de seus inimigos pode ficar até 25 minutos sem respirar, mas nos seus mergulhos normais fica de 1 a 5 minutos debaixo d’água. COMO SE COMPORTA?

Logo que se vê um peixe-boi a primeira coisa que se percebe é

que tem movimentos lentos e não tem qualquer atitude agressiva; é realmente muito dócil. Eles comportam-se desta maneira porque se desenvolveram ao longo de um tempo muito grande - isto quer dizer algumas centenas de milhares de anos - em ambientes e regiões com temperaturas praticamente constantes, com grandes quantidades de alimentos e livre da ação de predadores; logo não precisaram criar nenhum tipo de comportamento agressivo para servir como defesa, nem mesmo uma maneira de agir mais organizada para conseguir o alimento.

Os peixes-bois parecem não ter qualquer tipo de organização social, isto é, não dominam uns aos outros, não tem territórios, dificilmente são agressivos entre si e vivem quase sempre solitários. O único relacionamento que se mantém por algum tempo é entre: a mãe e o filhote, por aproximadamente dois anos. Mesmo durante as épocas de cio da fêmea, a formação de grupos de vários machos em torno de uma fêmea é temporária. Eles podem, no entanto, alimentar-se juntos em um mesmo local e têm várias brincadeiras que fazem entre si, principalmente usando a boca e o focinho, dando beijos ou apenas roçando um no outro, dando abraços ou rolando.

Contudo, nossos peixes-bois devido a esse comportamento têm sofrido muito com as mudanças ambientais que nós seres humanos causamos no ambiente. Muitos da nossa espécie não possuem compaixão ao seu próprio ambiente e caçam, poluem os rios e lagos jogando lixo no chão e na água. Por conseqüência o Ser humano causa impactos irreversíveis que alteram toda nossa cadeia alimentar, na qual o ser humano está incluso, isto é, não enxergando que ele próprio depende de toda cadeia para seu sustento e alimentação.

Logo, se você é inteligente, entenderá que tudo que você destrói e polui no meio ambiente, você terá de volta. Pense nisso!

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dos ambientes aquáticos. Evite comprar produtos que provoquem a destruição de um habitat ou danos a um ser vivo como os confeccionados com peles, chifres ou dentes de animais;

Todas estas idéias estão baseadas em uma coisa: mudança de atitude. E isso não é nada fácil de ser feito nos dias de hoje. É muito difícil largar hábitos aos quais já estamos acostumados há tanto tempo. É preciso ter vontade de mudar, tomar consciência de que isso é importante para nós e para os que nos rodeiam e então tornar esta vontade algo real, mas isso precisa ser feito respeitando a velocidade com que cada um pode mudar.

É inútil nos transformarmos totalmente, mesmo que seja para melhor, se não entendemos a mudança e ela se tornar apenas uma aparência ou algo passageiro. É preciso aceitar um novo padrão e tentar adotar atitudes que se encaixem neste novo modo de vida, e isto não acontece do dia para a noite. Por isso, não devemos esquecer que cada um de nós tem seu ritmo próprio, mas a capacidade de mudança é a mesma para todos. O que faz a diferença é saber o porquê está se mudando e querer isso com toda força!

Ainda temos tempo de voltar a encarar o nosso planeta como a Mãe Terra e viver em harmonia com o peixe-boi. Talvez nunca tenhamos precisado tanto disso, mas esta deve ser uma tomada verdadeira de novas atitudes e que precisa de toda ajuda, por menor que seja.

Podemos conviver com o peixe-boi, só falta ter consciência de que os animais são iguais a nós na teia da vida, representam um papel importante na natureza e na sobrevivência do planeta. Pense nisso!

RESPEITO PELA VIDA !!!

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Comece a perceber tudo o que Mãe Terra lhe oferece a cada dia. O sol, o vento, o rio, os animais e as plantas, e pense que você faz parte desse ciclo. Na sua simplicidade, variedade, beleza e no prazer que eles nos dão tente ver os motivos para preservar toda a vida, inclusive a nossa, com direitos iguais para todos;

* Tome atitudes práticas para que isto aconteça. Diga a seus amigos como é importante proteger a natureza. Lembre-se que todo e qualquer ser vivo que cruzar o seu caminho tem direito à vida;

* Algo que não pode faltar para uma coisa dar certo é o trabalho de equipe. Saber respeitar os outros e suas opiniões é o primeiro passo. Se você tiver um grupo organizado e com trabalho de equipe eficiente, coisas muito concretas e importantes podem ser feitas, como por exemplo: o pedido de uma lei de proteção específica para o peixe-boi ou outro animal ameaçado em sua região junto às autoridades da sua localidade ou até mesmo em nível estadual. Não se preocupe com o tamanho de seu grupo ou com a pouca importância que você julga que ele tenha, lembre-se que decisões importantes, como a criação e uma lei, precisam de muitos incentivos para acontecer. Se o seu grupo de trabalho colocar corretamente as razões que justificam o pedido, elas certamente tornarão a decisão mais fácil. Você terá certeza que várias opiniões serão ouvidas, como as das pessoas que trabalharam junto com você e que convivem com o problema diretamente. Mesmo pequenas ações reunidas têm uma força enorme e são elas que mudam a situação. Trabalhe por isto!

Como pescadores: devemos vigiar constantemente as redes de pesca, não utilizar redes de emalhe e não colocá-las nas entradas de rios ou lagos. Se algum Peixe-boi cair na rede, liberte-o rapidamente para que não morra afogado. Não caçar peixe-boi com arpão. Como também devemos respeitar a época de defeso de outras espécies, desta forma contribuindo para que todas as espécies vivam em harmonia. Como educadores: reservar algum tempo para explicar a seus alunos sobre o Peixe-boi, seus problemas e a necessidade de conservá-los. Para obter material educativo, entre em contato com o C.P.P.M.A. Como cidadão: não compre a carne do peixe-boi ou os produtos como MIXIRA, PAIO, torresmo ou outros. Informe ao IBAMA OU C.P.P.M.A. a existência de caçadores, produtos de Peixe-boi, animais mortos, filhotes abandonado ou machucados e auxilie na preservação

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COMO SE REPRODUZ?

Para diferenciarmos o macho da fêmea de peixe-boi é preciso olhar com muita atenção, pois eles não têm nenhuma diferença externa fácil de ser notada. Devemos observar a sua barriga (Região Ventral) e procurar em que posições estão o umbigo, a abertura genital e o ânus.

Na fêmea a abertura genital (no caso dela, a vagina) fica mais próxima do ânus e no macho fica próxima do umbigo, sendo que nele essa abertura genital é por onde sai o pênis no momento do acasalamento (vadiagem); durante o resto do tempo ele fica “guardado”, até para não atrapalhar quando peixe-boi macho estiver nadando. No acasalamento (vadiagem) um casal une-se, com o macho por baixo e a fêmea por cima, dando um tipo de abraço, com as “barrigas” bem juntas, então o macho coloca seu pênis para fora e faz a penetração.

Daí em diante se dá a fecundação, depois de 12 meses nascerá um filhote de peixe-boi e só depois de 3 ou 4 anos a fêmea entrará no cio e poderá ter outro filhote. Na verdade vários machos podem abraçar e copular com uma fêmea, pois ela fica no cio por um longo período, mas apenas um deles vai fecundá-la.

Nasce um filhote de cada vez. Com o peixe-boi marinho podem nascer ate

dois. O pequeno peixe-boi recebe todos os cuidados de sua mãe durante os primeiros 2 anos de vida; ela ensina a nadar, a subir até a superfície para respirar e, também a alimentar-se de plantas, mas o principal cuidado mesmo é a amamentação. É durante este período que se pode notar as mamas na fêmea de peixe-boi, elas ficam uma de cada lado bem embaixo da nadadeira peitoral (comparando com os nossos braços ficariam nas axilas) e é ali que o filhote fica mamando debaixo d’água.

Anselmo D’Affonseca

7 ONDE VIVE?

O peixe-boi da Amazônia vive nos rios da Bacia Amazônica desde a Ilha de Marajó até as cabeceiras dos rios da Colômbia, Peru e Equador. Costuma habitar lagos, rios e igarapés que possuem bastante vegetação aquática. O peixe-boi da Amazônia ainda precisa que esses locais tenham uma temperatura constante o ano inteiro, pois não resistem ao frio e podem até morrer devido a baixas temperaturas.

EXISTEM OUTROS?

Os pescadores antigamente acreditavam que os peixes-bois eram mulheres que saiam das águas para encantar os marujos e levá-los consigo. Devido a essa lenda, os peixes-bois passaram a pertencer a Ordem dos Sirênios.

No entanto, além do peixe-boi da Amazônia existem em outros lugares do mundo, parentes desse nosso peixe-boi, que é o único a viver em água doce. Esta, então, é a distribuição do peixe-boi pelo mundo e seus outros nomes:

- Peixe-boi marinho (em espanhol: manati, em inglês: West

Indian Manatee): além de aparecer na costa do Nordeste brasileiro ele também pode ser visto na América Central e nos Estados Unidos, sempre na costa do Oceano Atlântico;

- Peixe-boi da costa africana (em inglês West African

Manatee); muito parecido com o peixe-boi marinho, apenas um pouco mais magro e com olhos maiores, é um parente pouco conhecido que vive na costa Atlântica da África.

Todos são muitos parecidos, como parentes muito próximos. Por isso se diz que pertencem à mesma FAMÍLIA.

-Dugongo (em inglês Dugong) é um parente mais distante, vive

nos oceanos Índico e Pacífico, principalmente na costa da Austrália. A grande diferença entre o dugongo e os peixes-bois é a cauda; a do dugongo, ao invés de parecer com uma pá, é parecida com a de um boto. Veja o seu desenho na figura da distribuição.

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Um peixe-boi pode servir como fonte de alimento indiretamente, não com o consumo direto de sua carne, mas com a adubação das águas, favorecendo o crescimento das plantas que servirão de alimento e abrigo para os alevinos, e estes por sua vez quando crescerem servirão de alimento para o homem. É uma questão de saber realmente a melhor maneira de utilizar os “recursos”.

A comparação mostra como a pressão causada pela caça ou morte acidental nos grupos de peixes-bois é realmente muito preocupante, já que cada animal morto é tão difícil de ser reposto no grupo. O consumo de produtos derivados de peixe-boi (mixira, paio,

lingüiça, torresmo e a carne fresca), a destruição das matas, das cabeceiras dos rios, a extração de seixo, pesca com redes, malhadeiras e bateção em bocas de rios ou lagos têm contribuído para a diminuição das populações de peixes-bois.

Não podemos

continuar de braços

cruzados, pois os peixes-bois não podem se recuperar sozinhos e precisam muito da nossa ajuda.

COMO AJUDAR?

Agora que você já conhece um pouco mais o peixe-boi e o lugar onde ele vive, você já pode começar a pensar no que fazer para ajudá-lo. Já sabemos que na natureza cada pequena parte é importante para que as outras existam e todas possam funcionar em cada um de nós. É numa destas pequenas partes que você pode fazer muitas coisas para ajudar o meio ambiente e o peixe-boi:

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Até mesmo seus ossos, que são maciços, servem para o artesanato ou ferramenta.

Com tudo isso não fica difícil de entender porque a vaca marinha foi tão caçada ou porque peixes-bois e dugongos são tão perseguidos. Algumas pessoas chegam até mesmo a sugerir que os peixes-bois deveriam servir como um recurso natural importante no futuro. Estas pessoas dizem que devemos aproveitar as qualidades dos peixes-bois e transformá-los em animais de criação, como bois e ovelhas.

Elas apenas não levam em conta algo muito importante: os peixes-bois têm um ciclo reprodutivo muito lento. Até que um filhote nasça e possa reproduzir criando um descendente é preciso muito tempo. Isso torna sua criação, em rebanhos para o abate, simplesmente impossível.

É o fato dos peixes-bois reproduzirem-se tão lentamente que os deixa com tão pouca chance de resistir à diminuição crescente de seus grupos, causada pela caça.

Uma fêmea de peixe-boi pode ter de 10 a 15 filhos em sua vida.

A fêmea de peixe-boi amamenta e cuida do seu filhote com carinho durante dois anos

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DISTRIBUIÇÃO DOS PEIXES-BOIS E DO DUGONGO NO MUNDO

EQUILÍBRIO NA NATUREZA?

Todos os seres vivos, animais, vegetais ou até pequenas

bactérias, estão sempre à procura de condições ideais para seu desenvolvimento e dos descendentes. Por isso, buscam locais onde as condições lhes sejam favoráveis, adaptam-se a estes locais criando um modo de agir que lhes garanta boas condições de vida e, principalmente, que mantenha a qualidade deste ambiente assegurando o futuro dos que ainda estão por vir.

Como todos usam esta mesma estratégia, cada um acaba se ajustando ao outro. É por aqui que começa o equilíbrio ecológico. Assim, por exemplo, o peixe-boi precisa consumir uma quantidade muito grande de vegetação aquática, por isso procura locais onde estas plantas se desenvolvem muito e em uma grande área, pois assim não esgota seu alimento, podendo variar de local. Tomando agora o lado da vegetação, apesar de ser consumida pelo peixe-boi, ganha dele nutrientes vindos de suas fezes, o que garante o crescimento das novas plantas;

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Existem ainda, outras plantas que o peixe-boi não consome e que não se desenvolvem tão rápido quanto as comidas por ele. Estas se beneficiam do espaço, que aqui significa água, luz e nutrientes, deixados pelas que foram devoradas e que do contrário tomariam conta do lugar.

Assim temos todos com suas necessidades satisfeitas: o peixe-boi não come todo tipo de vegetação, mas fica bem alimentado; as plantas com crescimento mais rápido não ocupam todo o espaço, mas tem a certeza de continuarem existindo por ali e as plantas que crescem mais lentamente não são as maiores nem as mais abundantes, mas têm seu espaço sempre garantido. Veja só, como consegue funcionar tão bem e mantendo uma boa qualidade para todos. É preciso apenas um pequeno esforço de cada um.

Isso funciona em todo o lugar, e aqui na Amazônia não poderia ser diferente, principalmente se levarmos em conta a grande variedade de espécies de animais e vegetais que existem por aqui. Sendo que todas elas necessitam de água limpa, livre de poluição para que possam se desenvolver perfeitamente.

O SER HUMANO E O AMBIENTE?

E a nossa espécie? É claro que o ser humano também é uma destas inúmeras peças que compõe a Floresta Amazônica e soube por muito tempo fazer parte dela e contribuir para sua manutenção. A Amazônia sempre foi um local onde as condições de vida foram favoráveis ao homem e muitos grupos souberam tirar proveito disto, respeitando o ambiente e aceitando suas dádivas.

Hoje, vemos que esse tipo de relação não existe mais. A maneira como o homem dos nossos dias encara o meio ambiente não tem lugar para o respeito e sim para o melhor uso possível da natureza, explorando, poluindo e degradando a floresta.

Esta idéia vem servindo como guia para a ocupação da região Amazônica há séculos e seu resultado está na nossa frente: regiões inteiras que mereciam ser respeitadas.

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O peixe-boi é sem dúvida um dos animais que mais sofreu e sofre com as ações do homem, não só através da destruição dos locais onde vive, mas principalmente pela caça indiscriminada.

O peixe-boi Marinho a apenas algumas décadas era encontrado no Brasil, desde o litoral do estado do Espírito Santo até o Oiapoque (extremo norte da costa Brasileira). Atualmente existem apenas alguns grupos, na maioria, isolados entre si, vivendo a partir de Alagoas. Assim como o peixe-boi da Amazônia existia em grande quantidade, mas infelizmente, estas espécies vêm diminuindo com o passar dos anos.

O peixe-boi da Amazônia é considerado espécie vulnerável a extinção, nós não sabemos o número de animais que existem na natureza, mas sabemos que a caça é muito intensa e que ele está desaparecendo de algumas áreas. Os animais estão sendo caçados cada vez mais jovens assim não chegam à idade adulta e não reproduzem. São mortas muitas fêmeas em idade reprodutiva e os adultos quando chegarem a velhice (se chegarem) irão parar de reproduzir. É a lei da natureza. A espécie pode acabar por falta de quem possa mantê-la, pois a caça é predatória e indiscriminada.

Mas outro tipo de peixe-boi, na verdade um parente do dugongo, a Vaca Marinha de Steller não teve nem esta “chance”. Ela foi extinta por caçadores no século XIX.

A Vaca Marinha era muito especial: foi a única a viver em lugares frios (todos os peixes-bois e o dugongo vivem apenas em regiões quentes), não tinha dentes, alimentava-se apenas com algas e era muito grande, podia medir cerca de 10 metros e pesar 8 mil quilos. Foi vista pela primeira vez em 1741, por navegadores no Mar de Bering, e se pensava que existiam 2.000 delas por lá; 27 anos depois a última Vaca Marinha foi morta naquela região e desde então nunca mais foi vista.

Os peixes-bois e o dugongo além de serem fáceis de caçar ainda têm características que lhes tornam presas valiosas: fornecem grande quantidade de carne e gordura; o couro é extremamente resistente como o couro de uma vaca Marinha que era usado na construção de barcos.