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  • 8/18/2019 Reabilitação Neurofuncional Do Paciente Com Acidente Vascular Cerebral - AVC

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    In íci o L in ks C on ta to Te rmo s d e Uso C ód ig o d e Éti ca

    Terapia do Movimen o

    12Gosto

    Reabilitação Neurofuncional do paciente comAcidente Vascular Cerebral - AVC

    Terapia do Movimento | | Etiquetas: Artigos, Todos

    Anatomia

    Os Acidentes Vasculares Cerebrais são usualmente causados por anor malidades

    na circulação. No entanto as variações anatômicas são frequentes, e o território que recebe o

    suprimento de sangue de uma dada artéria não é de todo previsível; como resultado, as

    síndromes dos acidentes vasculares encefálicos podem não  se correlacionar bem com a

    localização da lesão vascular. Exames de imagem são apropri ados para fornecer informações

    precisas sobre cada paciente individualmente. Pela Clínica que o paciente apresenta é possível

    determinar a localização vascular do Acidente Vascular Cerebral.

    Artéria Cerebral Anterior 

    Hemiparesia contralateral, mais acentuada no membro inferior

    Perda sensorial contralateral

     Alterações do funcionamento esfincteriano anal e v esical

    Manifestações mentais, que são mais nítidas e estáveis se o AVC for bilateral

     Alterações do comportamento, se o AVC do lobo frontal for intenso.

    Artéria Cerebral Média

     Afasia (quando o hemisfério dominante é lesado);

    Hemiplegia e/ou hemiparesia contralateral, mais acentuada na face e membro superior;

    Hemianópsia homônima;

    Hemihipostesia;

     Apraxia;

     Alexia.

    Artéria Cerebral Posterior 

    Síndromes sensoriais talâmicos;

     Alterações de memória (lesão bilateral);

    Hemianópsia homônima;

    Síndrome de Anton;

    Cegueira cortical, provocada por lesão bilateral dos lobos occipitais associada à agnosia;

    Dislexia sem agrafia;

    Hemiplegia fugaz;

     Ataxia.

    Artéria Carótida Interna 

    Hemiplegia contralateral com hemipostesia e afasia (quando o hemisfério cerebral dominante

    é lesado);Isquemia retiniana com obnubilação ou perda da visão no olho homolateral;

    Inconsciência no momento da oclusão;

    Nota:  40% dos doentes com oclusão da artéria têm, antes do AVC definitivo, ataques

    isquêmicos transitórios.

    Artéria Basilar 

    Hemiplegia contralateral ou tetraplegia;

    Paralisia facial;

    Disartria e disfagia;

    Síndrome de Hormes homolateral;

    Perda de consciência e presença de vertigem.

    Artéria Vertebrobasilar 

    Sinais de lesão de nervos cranianos e de conexões cerebelares homolaterais com sinais

    sensitivos e motores nos membros contralaterais;

    Síndrome de Weber (lesão localizada nos pedúnculos cerebrais);

    Paralisia homolateral do nervo óculo-motor comum;

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    Hemiplegia contralateral.

    Fonte: IPAF, 2007.

    Patogênese do AVC 

     As vasculopatias cerebrais assumem quatro formas principais: a trombótica, embólica, lacunar 

    e hemorrágica. Cada qual com a sua etiologia, prognóstico e terapêutica.

    AVC Isquêmico Trombótico

    São os mais comuns, correspondem a 40% de todas as vasculopatias. Geralmente devido a

    estenose ou oclusão aterosclerótica de um grande vaso, especialmente a artéria carótida ou

    cerebral média. Ocorre quando a formação de um coágulo superpõe a um estreitamento gradual

    do vaso ou a alterações no revestimento luminal do vaso.

     A Aterioesclerose afeta basicamente as artérias intracranianas e extracranianas de maior porte

    e causa hiperplasia e fibrose na região subíntima, com formação de uma placa. As placas

    reduzem a luz dos vasos e promovem adesão plaquetária com conseqüente trombose vascular.

    Outras causas de trombose incluem vasculite, dissecção, policitemia e estados de

    hipercoagulabilidade. Causas menos comum incluem doenças infecciosas, como a Sífilis e a

    Triquinose, que geram uma lesão na parede vascular.

    Os sinais e sintomas de AVC trombótico costumam se desenvolver gradualmente ao longo de

    minutos a horas e podem apresentar uma gravidade oscilante, ou seja, melhoras e pioras do

    quadro durante esse período. Ao serem questionados, os pacientes com frequência relatam

    problemas semelhantes, porém transitórios, ocorridos no passado e que sugerem um Ataque

    Isquêmico Transitório na mesma distribuição vascular. A gravidade do quadro vai depender 

    principalmente da presença de uma rede de colaterais capaz de manter algum fluxo para a

    região.

    AVC Isquêmico Embólico

    Correspondem a 30% dos Acidentes Vasculares Cerebrais. Na embolia, o material intravascular 

    de origem proximal é liberado e passa a ocluir um vaso distal. Ao contrário do AVC trombótico,

    não existe doença intrínseca no vaso ocluído. Portanto, os êmbolos são menos aderentes e

    têm uma tendência maior a se fragmentar e a se deslocar distalmente do que os coágulos

    secundários à trombose. As fontes mais comuns de êmbolos são o coração e os grandes vasos

    (aorta, carótidas e artérias vertebrais).

     As fontes cardíacas de êmbolos incluem vegetações valvulares, trombos murais, êmbolos

    originados por Fibrilação Atrial, êmbolos paradoxais (devidos a CIA ou CIV) ou tumor cardíaco.

    Êmbolos artério-arteriais costumam ocorrer quando um agregado de plaquetas e fibrina é

    deslocado de uma região estenótica estreita ou de uma placa aterioesclerótica em um grande

    vaso. Causas menos comuns de êmbolos incluem Miocardiopatias Dilatadas, êmbolos

    gordurosos e partículas embolizadas por injeções de drogas intravenosas.

    Os Acidentes Vasculares Cerebrais de origem cardíaca, em geral, têm duas tendências

    importantes:

    Tendem a ser mais graves (maior volume de infarto);

    Tendem à hemorragia (podendo ocorrer em até 71% dos casos).

    O AVC de origem embólica ocorre de modo súbito e não há tendência para que haja sintomas

    pregressos.

    AVC Isquêmico Lacunar 

    Correspondem a 20% dos casos. Estes são infartos muito pequenos, geralmente com menos

    de um centímetro cúbico de tamanho, que ocorrem somente onde arteríolas perfurantes se

    ramificam diretamente de grandes vasos. Esta anatomia vascular distintiva ocorre nas

    profundezas do cérebro, na região dos gânglios da base, cápsula interna e tronco cerebral.

    Portanto estas são as regiões onde se desenvolvem as lacunas.

    Os pequenos ramos penetrantes das artérias cerebrais podem ficar ocluídos e os infartos

    resultantes podem ser tão pequenos ou localizados de tal maneira de modo a não causarem

    qualquer sintoma. O tecido amolecido que é removido deixa uma pequena cavidade ou lacuna.

    Esses acidentes vasculares podem originar síndromes clínicas típicas, com uma pequena zona

    de isquemia confinada ao território de um único vaso. Essas síndromes são consideradas comorefletindo o acometimento arterial dos vasos que penetram em regiões profundas do cérebro e

    do tronco arterial para suprir estruturas como a cápsula interna, gânglios da base, tálamo,

    corona radiata e regiões paramedianas do tronco cerebral.

    Os danos arteriais são geralmente consequentes ao Diabete Mellitus ou HAS de longa duração.

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  • 8/18/2019 Reabilitação Neurofuncional Do Paciente Com Acidente Vascular Cerebral - AVC

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    Causas raras incluem estenose do tronco da artéria Cerebral Média ou microembolias aos

    territórios de troncos de artérias penetrantes. O início do quadro costuma ser abrupto e

    raramente tem caráter progressivo, apresentando-se com quadro de hemiparesia motora pura,

    síndrome sensorial pura, hemiparesia em destros sem alteração da fala ou hemiparesia atáxica.

    Acidente vascular cerebral hemorrágico

    É a manifestação mais grave de AVC, com mortalidade de até 50% em 30 dias e ocorrem em

    uma população mais jovem de pacientes. A hemorragia decorre da ruptura de um vaso em

    qualquer ponto da cavidade craniana. As hemorragias intracranianas são classificadas de

    acordo com a localização (extradural, subdural, subaracnóide, intracerebral, intraventricular), a

    natureza do vaso rompido (arterial, capilar, venoso) ou a causa (primaria ou espontânea,secundária ou provocada). Os dois principais subtipos de AVC hemorrágicos são as

    Hemorragias Intracerebrais e as Hemorragias Subaracnóides.

    a) Hemorragias Intracerebrais

    Nas hemorragias intracerebrais, o sangramento ocorre diretamente no parênquima cerebral. Uma

    idade mais avançada e uma história de AVC prévio são os principais fatores de risco para o

    desenvolvimento de uma HIC. A HAS foi apontada como causa de enfraquecimento nas

    paredes de arteríolas e na formação de microaneurismas (microaneurismas de Charcot-

    Bouchard). Em pacientes idosos, não-hipertensos, com hemorragias lobares recorrentes, a

     Amiloidose foi apontada como causa importante. Outras causas incluem Malformações

     Arteriovenosas, Aneurismas, Doença de Moya-moya, distúrbios hemorrágicos ou

    anticoagulação, traumatismos, tumores, Angioma Cavernoso e uso excessivo de drogas ilícitas.Nas discrasias sangüíneas (por exemplo, Leucemia Aguda, Anemia Aplásica, Policitemia,

    Púrpura Trombocitopênica e Escorbuto), as hemorragias podem ser múltiplas e volumosas.

    O sangue arterial irrompe sobre pressão e destrói ou desloca o tecido cerebral. Quando o

    paciente sobrevive a uma hemorragia cerebral, o sangue e o tecido necrosado são removidos

    por fagócitos. O tecido cerebral destruído é parcialmente substituído por tecido conectivo, glia e

    vasos sangüíneos neoformados, deixando uma cavidade encolhida e cheia de líquido. Os locais

    mais afetados são o putâmen, caudado, ponte, cerebelo, tálamo ou substância branca profunda.

     As hemorragias dos gânglios da base freqüentemente se estendem de modo a afetar a c ápsula

    interna e por vezes se rompem no ventrículo lateral e disseminam-se através do sistema

    ventricular até o espaço subaracnóide.

    O quadro clínico é determinado pela localização e tamanho do hematoma. Ele se caracteriza

    por cefaléia, vômitos e evolução de sinais focais motores ou sensoriais de minutos a horas. Aconsciência por vezes se altera desde o início, sendo esta freqüentemente uma característica

    proeminente nas primeiras 24 a 48 horas nos hematomas moderados e grandes. O diagnóstico

    e a localização são facilmente estabelecidos pela TC, que mostra a elevada densidade do

    sangue agudo.

    b) Hemorragias Subaracnóides

     A Hemorragia Subaracnóide (HSA) tem a metade da freqüência da HIC. Na HSA, o sangue

    extravasa de um vaso arterial para o espaço subaracnóide. O sangue de uma artéria rompida é

    liberado com uma pressão quase equivalente à pressão arterial sistêmica, ao contrário da HIC,

    onde a ruptura arteriolar ocorre mais gradualmente e com pressões menores. A súbita liberação

    de sangue sob pressão leva a um traumatismo celular direto, bem como rápido aumento da

    pressão intracraniana.

    Ela é causada mais comumente pelo vazamento de sangue a partir de um aneurisma cerebral.Os aneurismas se distribuem por locais diferentes em toda base do cérebro, especialmente na

    origem ou nas bifurcações das artérias no Polígono de Willis. Outras causas secundárias que

    podem ocasionar hemorragias subaracnóides incluem malformações arteriovenosas, distúrbios

    hemorrágicos ou anticoagulação, traumatismos, Amiloidose e Trombose do Seio Central. Os

    sinais e sintomas incluem início abrupto de uma forte cefaléia, vômitos, alterações da

    consciência e coma; essas alterações ocorrem freqüentemente na ausência de sinais focais de

    localização.

     A HSA afeta pacientes mais jovens e mulheres mais freqüentemente que os homens.

    Hipertensão Arterial Sistêmica, o uso de anticoncepcionais orais e tabagismo são alguns dos

    fatores de risco para esse tipo de AVC. A mortalidade é elevada, podendo chegar até 70% nos

    quadros mais graves. Entre os que sobrevivem novos sangramentos imediatamente

    subseqüentes e déficits neurológicos isquêmicos tardios por vasoespasmo podem ocasionar 

    uma grave morbidade.

    Alterações das Funções Motoras e Alterações do Tônus

    Inicialmente após AVC, o paciente apresenta flacidez e plegia, ou seja, diminuição do tônus

    muscular. O estado de flacidez pode perdurar por horas ou dias. Ainda que a hipotonia possa

    persistir, é frequente ser seguida pelo aparecimento de quadro de hipertonia. Neste quadro

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    verifica-se o aumento da resistência ao movimento passivo, sendo isto típico dos padrões

    espásticos.

     A espasticidade produz características típicas como as posturas anormais e os movimentos

    estereotipados. A distribuição anormal do tônus é variável, sendo normalmente mais intensa em

    certos padrões que envolvem os músculos anti-gravíticos do hemicorpo afetado,

    nomeadamente, os flexores do membro superior e os extensores do membro inferior. Um

    hemiplégico pode apresentar padrões anormais de movimento ou sinérgicos devido ao tônus

    anormal, déficits sensoriais e perda das reações de equilíbrio. Existem dois tipos de padrões

    anormais (sinergias), sendo eles o padrão de flexão e o padrão de extensão.

     As sinergias estereotipadas de movimento de hemiplégico podem ser observadas no quadroabaixo:

    Sinergia Flexora na Extremidade Superior  

    Flexão de punho e dedos

    Flexão de cotovelo

    Supinação de antebraço

    Rotação externa do ombro

     Abdução do ombro

    Retração/elevação da escapula

    Sinergia Flexora na Extremidade Inferior  

    Extensão do hálux

    Dorsi-flexão e eversão do tornozeloFlexão do joelho

    Flexão do quadril

     Abdução e rotação externa do quadril

    Sinergia Extensora na Extremidade Superior  

    Extensão de punho e dedos

    Extensão de cotovelo

    Pronação do antebraço

    Rotação interna do ombro

    Protração da escapula

    Sinergia Extensora na Extremidade Inferior 

    Flexão dos artelhosPlanti-flexão e inversão do tornozelo

    Extensão do joelho

    Extensão do quadril

     Adução e rotação interna do quadril

    Reações Associadas

     As reações associadas definem-se como respostas automáticas anormais estereotipadas dos

    membros afetados resultantes de uma ação ocorrida em qualquer parte do corpo, por 

    estimulação reflexa ou voluntária (ex.: tossir, espirrar, esforço), inibindo a função. Estas

    reações podem ocorrer quando o indivíduo se esforça para realizar uma tarefa difícil ou quando

    está ansioso. Quando realiza uma tarefa, como por exemplo, o vestir, as reações associadas

    poderão ser observadas no braço e perna afetadas.

    Perda do mecanismo de controlo postural

    O mecanismo de controlo postural é a base para a realização dos movimentos voluntários

    normais especializados. Este mecanismo consiste num grande número e variedade de

    respostas motoras automáticas, adquiridas na infância, e que são desenvolvidas durante os

    primeiros três anos de vida. É constituído por três grupos de reações posturais automáticas,

    sendo estas as reações de retificação; reações de equilíbrio e as reações de extensão

    protetora.

    Reações de retificação: são respostas automáticas que mantém a posição normal da cabeça

    no espaço, bem como o alinhamento postural da cabeça e pescoço com o tronco, e do tronco

    com os membros. Estas reações dão ao indivíduo um dos elementos mais importantes da

    mobilidade funcional, que é a noção de rotação dentro do eixo do corpo.

    Reações de Equilíbrio:  são respostas automáticas a alterações de postura e movimento,

    complexas e integradas, com o objetivo de recuperar o equilíbrio perturbado.

    Reações de Extensão Protetora:  são reações automáticas que são ativadas quando o centro

    de gravidade é deslocado para fora da base de sustentação, e quando as reações de equilíbrio e

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    de retificação se mostram insuficientes.

    Num indivíduo que tenha sofrido um AVC as reações posturais automáticas descritas não

    funcionam no hemicorpo afetado, o que impede o indivíduo de usar uma variedade de padrões

    normais de postura e de movimento, essenciais para a realização de atividades funcionais tais

    como as transferências, o rolar, o sentar, o manter a posição de pé, o andar e a realização de

    atividades da vida diária.

    Alterações da função sensorial

     As alterações sensoriais mais frequentes e observáveis nos casos de lesão neurológicas do

    hemicorpo, são os déficits sensoriais superficiais, proprioceptivos e visuais. A diminuição e ouabolição da sensibilidade superficial (táctil, térmica e dolorosa), contribui para o aparecimento de

    disfunções perceptivas (alterações da imagem corporal, negligência unilateral), e para o risco de

    auto lesões.

     A diminuição da sensibilidade proprioceptiva (postural e vibratória) contribui para a perda da

    capacidade para executar movimentos eficientes e controlados, para a diminuição da sensação

    e noção de posição e de movimento, impedindo e diminuindo novas aprendizagens motoras no

    hemicorpo afetado.

    São bastante comuns em indivíduos que sofreram um AVC distúrbios do campo visual

    (diminuição da acuidade visual, hemianopsia e diplogia). O distúrbio visual mais comum é a

    hemianopsia homónima (cegueira da metade nasal de um dos olhos e da metade temporal do

    outro olho). É um déficit visual que contribui para a diminuição do nível de consciência e/oudiminuição da noção do hemicorpo afetado.

    Alterações da função perceptiva

     Após a ocorrência de AVC poderá estar presentes alguns déficit perceptivos. O seu tipo e

    extensão vão depender do local da lesão. As lesões do hemisfério não dominante (para a

    maioria dos indivíduos o hemisfério direito) produzem distúrbios da percepção. Os distúrbios

    podem ser em nível da figura de fundo, posição no espaço, constância da forma, percepção da

    profundidade, relações espaciais e orientação topográfica. A apraxia e a agnosia são outros dos

    distúrbios frequentes em indivíduos que sofreram um AVC.

     A apraxia consiste na incapacidade para programar uma sequência de movimentos, apesar das

    funções motoras e sensoriais estarem aparentemente conservada. A apraxia pode manifestar-

    se de varias formas, sendo estas, a apraxia ideomotora (gestos); a apraxia ideativa (tarefa); aapraxia do vestir (incapacidade para efetuar as tarefas funcionais do ato de vestir) e a apraxia

    construtiva (incapacidade para construir modelos a duas ou três dimensões).

     A agnosia consiste na incapacidade de reconhecer objetos familiares de uso pessoal, e de lhe

    dar uma função, ainda que os órgãos sensoriais não estejam lesados. Poderão igualmente

    surgir alterações em nível da imagem e esquema corporal, onde se incluem a negligência

    unilateral e falhas na discriminação esquerdo-direita.

    Alterações da comunicação

    Os problemas da comunicação são frequentes nos indivíduos que sofreram um AVC, por 

    obstrução da artéria cerebral média no hemisfério esquerdo. A afasia é uma perturbação da

    linguagem que resulta de uma lesão cerebral, localizada nas estruturas que se supõe estarem

    envolvidas no processo da linguagem. Existem vários quadros clínicos das afasias, pelo que sepassa a classificá-los no quadro abaixo (quadro 2).

    Os indivíduos com lesão no hemicorpo esquerdo e direito diferem amplamente nos seus efeitos

    comportamentais. Os indivíduos com lesão do hemicorpo direito, tem um comportamento lento,

    http://3.bp.blogspot.com/_k7-6U8NCBrY/S94TbQJJfBI/AAAAAAAAA6U/hXWftt3Bnoo/s1600/fig+afasia.JPG

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    são muito cuidadosos, incertos e inseguros, logo, ao desempenharem tarefas estes se

    apresentam ansiosos e hesitantes, exigindo frequentemente “feedback” e apoio. Eles também

    tendem a ser realistas na avaliação dos próprios problemas.

     A labilidade emocional é geralmente encontrada nos casos de hemiplegia. O indivíduo apresenta

    emoções instáveis, sendo capaz de inibir a expressão das emoções espontâneas, que

    rapidamente alteram o seu comportamento emocional sem qualquer razão aparente.

    Problemas secundários e complicações das lesões neurológicas por AVC

    Os indivíduos com lesão neurológica do hemicorpo estão predispostos ao aparecimento de

    problemas secundários e/ou complicações, relacionados com o seu estado patológico quefrequentemente, funcionam como um obstáculo à reabilitação dos mesmos.

    ● As complicações possíveis de um AVC incluem:

    ● Pneumonia;

    ● Formação de coágulos de sangue nas veias das pernas, os quais podem atingir a circulação

    pulmonar (artéria pulmonar), provocando uma embolia pulmonar potencialmente fatal;

    ● Infecção do trato respiratório;

    ● Incontinência urinária;

    ● Obstição;

    ● Para além destas complicações existem ainda alguns problemas motores, problemas estes

    que surgem como complicação secundária da hemiplegia:

    ● Síndrome ombro-mão;

    ● Ombro doloroso;

    ● Subluxação do ombro;

    ● Edema da mão.

    Cuidados na Fase Inicial

    Na fase inicial, não difere do fato de a pessoa estar no hospital ou em casa, embora seja mais

    provável a administração de oxigénio no hospital. Na tentativa de prevenir trombose ou êmbolo

    adicionais, podem administrar-se no hospital, biidroxicumarina (Dicuramol) e heparina, se houver 

    a certeza de que se trata de trombose ou êmbolos cerebrais, e não hemorragia cerebral. A

    utilização de anticoagulantes é objeto de controvérsia. Alguns doentes podem ser tratados com

    vários tipos de agentes vasodilatadores, embora ainda não esteja comprovada a eficácia desta

    terapêutica.

    Os objetivos estão direcionados para as necessidades de sobrevivência e para a prevenção de

    ulterior lesão cerebral. Os cuidados, por parte do profissional de saúde, são orientados para o

    estado de inconsciência, se for o caso. A apreciação neurológica é efetuada a intervalos

    regulares para detectar alterações no estado e o aparecimento de complicações.

    Os sinais vitais devem ser cuidadosamente controlados, e o profissional de saúde deve

    observar se há aumento de temperatura durante os primeiros dias, diminuição da frequência do

    pulso e respiratória, e agravamento do coma, tudo isto a indicar pressão nos centros vitais e

    mau prognóstico. Podem administrar-se fármacos para redução da pressão intracraniana como

    a dexametasona (Decadron).

    Cuidados na Fase Aguda

     A preocupação com os cuidados, na fase aguda, é evitar complicações a partir do AVC original,

    pela imobilidade e pela dependência que provoca, e pela perda de funcionamento causada por 

    deficiências focais.

    Promoção da Atividade e Mobilidade Alguns neurologistas prescrevam a cabeceira da cama na horizontal durante vários dias, outros

    pensam ser mais benéfica a mobilização prematura do paciente. A cabeceira elevada depende

    também do tipo de AVC sofrido, normalmente o hemorrágico é mais tardio, porque o vaso

    enfraquecido tem mais probabilidade de voltar a romper se houver aumento da pressão ou

    outros esforços. A manutenção da mobilidade e o impedimento da deformação articular passam

  • 8/18/2019 Reabilitação Neurofuncional Do Paciente Com Acidente Vascular Cerebral - AVC

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    por: posicionamentos dos membros afetados, exercícios de mobilização e mudança de

    decúbitos.

    Promoção da Eliminação Vesical e Intestinal Vesical

    Deve ser observada e registrada durante alguns dias após o AVC. A retenção urinária não é

    muito comum, mas a incontinência é (explicar ao paciente que o controlo da urina vai melhorar à

    medida que o estado geral melhorar, oferecer papagaio após cada refeição e a intervalos

    regulares).

    Intestinal  – a incontinência fecal também é comum, mas também esta tem tendência a

    melhorar. Alguns doentes desenvolvem obstipação e consequentemente fecalomas (deveminformar ao paciente para não fazerem força, de forma a não aumentarem a PIC – utilização de

    leite de magnésio, supositórios, enemas). Para uma boa prestação de cuidados deve conhecer-

    se os hábitos de eliminação do doente e tentar mantê-los, tentar que o doente evacue pelo

    menos de 2 em 2 dias, aumento da ingestão de fibras e de líquidos e utilização de laxantes ou

    enemas se prescritos.

    Promoção da Cominicação

    Procurar compreender o doente, pois as repetidas tentativas de se fazer entender sem sucesso

    são motivo de frustração; pode também tentar-se antecipar as necessidades do doente.

    No caso das:

    Afasias motoras – tranquilizarem o doente e explicar que tem a campainha ao lado; levá-lo a

    verbalizar calmamente para conseguir articular; estimulá-lo para acompanhar com gestos.Afasia sensitiva  – falar calmamente para facilitar compreensão, associar a palavra ao abjeto,

    falar de frente para o doente, utilizar linguagem gestual.

    Afasia completa

    Disartria  – alteração da articulação das palavras – estimular a dizer o som várias vezes ao

    dia.

    Reabilitação Neurofuncional após AVC

    Embora o grau de recuperação dependa da extensão e da localização do AVC, ele é muito

    influenciado pela qualidade do tratamento recebido no hospital e em casa. Isso inclui a

    prevenção e o tratamento de complicações (perturbações intestinais, contraturas, retrações,

    escaras, etc.), que podem aumentar o dano causado pelo AVC. As primeiras semanas

    imediatas são cruciais. Durante esse período, é importante estimular e usar o potencial do

    próprio paciente para a sua reabilitação.

     A motivação do indivíduo e o apoio da família e de amigos também vão determinar o grau de

    recuperação. Alguém que esteja motivado para realizar atividades como comer, vestir-se e lavar 

    a louça, poderá usar, nestas atividades, movimentos que ajudarão a sua recuperação. A

    qualidade do cuidado e o estímulo dos familiares podem realmente fazer uma grande diferença.

    Diretrizes do Tratamento

     A reabilitação deve ser começada já nos estágios iniciais do AVC. Entretanto, deve-se tomar 

    um grande cuidado para prevenir contraturas e escaras, por meio de posicionamento correto na

    cama e atividades para amplitude do movimento (ADM). Assim que o paciente estiver 

    medicamente estável, deve ser iniciado o tratamento ativo. O tratamento deve ser precoce,

    intensivo, para que se obtenham resultados proveitosos.

    Os objetivos do tratamento são:

    ● Evitar o desenvolvimento de padrões anormais de movimento, resultantes de tônus muscular 

    anormal;

    ● Ensinar o paciente a não compensar, de maneiras desnecessárias e potencialmente

    perigosas, com o seu lado não afetado. Nos estágios iniciais da recuperação, se o indivíduo

    compensa com o seu lado não afetado, isso pode aumentar a espasticidade, provocar reações

    associadas anormais e também não estimular o uso do lado afetado.

    Estágios do Programa de Reabilitação

     A direção do desenvolvimento do movimento v oluntário é do proximal para o distal. Por is so, o

    controle dos movimentos do tronco superior, do ombro, do tronco inferior e do quadril deve ser 

    estabelecido primeiro. Todos os movimentos dos membros afetados devem ser realizados nos

    seguintes estágios progressivos: movimento passivo, movimento ativo assistido e movimento

    ativo.

    Depois disso, o paciente será capaz de movimentar seu braço e sustentá-lo no espaço. Se

    houver recuperação suficiente, poderá seguir-se o fortalecimento com exercícios de resistência.

  • 8/18/2019 Reabilitação Neurofuncional Do Paciente Com Acidente Vascular Cerebral - AVC

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    O progresso na reabilitação do AVC é em geral obtido por meio do trabalho com uma sequência

    de exercícios progressivos, que seguem de perto o padrão do desenvolvimento motor adquirido

    pelos bebês.

    Por exemplo:  rolar → sentar → ficar de pé → andar; ou rolar → ficar de bruços → se apoiar 

    → ficar de gato → ficar de pé → andar.

    É importante estimular o paciente a realizar todas as atividades da vida diária, para que se torne

    o mais independente possível. Ele deve aprender a se vestir e despir, a se alimentar, a ser 

    independente na higiene pessoal.

    O último estágio da reabilitação vais se concentrar no movimento voluntário da mão. A precisão

    dos movimentos da mão pode ser estabelecida quando os movimentos voluntários do ombro e

    do cotovelo tiverem sido restabelecidos e a mão estiver livre do padrão flexor.

    Estímulos Sensoriais

    É importante fazer uso de estímulos sensoriais, tais como voz, tato e visão. Informações

    verbais vão ajudar o tratamento proporcionando sugestões auditivas. Os comandos dados pelo

    fisioterapeuta deverem ser curtos e de fácil compreensão, deixando ao paciente tempo

    suficiente para entendê-los. Por exemplo, peça a ele para “pensar” sobre o movimento: “vamos

    dobrar e estender seu joelho… observe o seu joelho… agora me ajude a fazer isso… sinta o

    movimento”. Informação visual também é importante – por exemplo, um espelho de corpo inteiro

    colocado diante da pessoa vai proporcionar um estímulo sensorial.

    Estabelecendo Objetivos

    O tratamento deve levar em conta todos os aspectos da perda do indivíduo, e não somente as

    perdas motoras e sensoriais mais óbvias. O objetivo da reabilitação para o paciente que sofreu

    um AVC é obter o grau máximo de independência física e psicológica, devendo desenvolver um

    nível de independência funcional, não somente em um ambiente abrigado, como um hospital,

    mas especialmente em casa e na comunidade. Isso significa que o “tratamento” deve ser 

    realizado em todos os aspectos do dia-a-dia, tornando-se uma parte da rotina diária, e não

    realizado como uma atividade isolada duas ou três vezes por semana, ou quando o

    fisioterapeuta vai à casa do paciente.

    É o movimento ativo que promove a recuperação das habilidades funcionais. Realizar 

    movimentos passivos com o paciente deitado na cama durante meses é um mau hábito.

     Alguém que sofreu um AVC deve ser ajudado a executar as atividades diárias normais, mesmo

    que estas não sejam realizadas com perfeição.

    Por exemplo:

    ● Levantar-se da cama pela manha requer mobilidade na cama, rolar para o lado afetado

    sentar-se com uma perna fora da cama, sair da cama e sentar-se em uma cadeira.

    ● Usar o banheiro em vez de fazer as necessidades na cama, ser quase arrastado ou

    carregado para o banheiro, o paciente que sofreu o AVC deve ser ajudado, pelo treinador 

    familiar, a ir ao banheiro. Desse modo, andar até o banheiro torna-se parte do “tratamento” do

    paciente.

    ● Balance sentado: as atividades de treinamento são importantes para a restauração do

    equilíbrio ao sentar, especialmente no estágio inicial após um AVC. Sentar-se e pegar um pente

    ou um jogo de cartas colocado sobre uma mesa próxima ao lado afetada pode conduzir ao

    mesmo o objetivo. A vantagem é que essas atividades fazem parte da rotina diária.

    Planejando o Progresso

    Selecionar as atividades que o paciente pode realizar, assim como habilidades que

    proporcionem seu progresso em um nível funcional mais elevado. Pode-se, frequentemente,

    fragmentar uma determinada atividade nos movimentos que a compõem. O paciente será

    estimulado a praticar cada componente como um exercício. Nos estágios finais do tratamento,

    a atividade pode ser praticada por inteiro, no inicio do tratamento, para melhorar os movimentos

    e o controle do quadril, a ponte é uma habilidade funcional que segue esta melhora.

    A Capacidade do Indivíduo

    Deve-se evitar a frustração do fracasso. Qualquer progresso no programa deve ser realizado

    dentro da capacidade do paciente. Por exemplo, o paciente deve aprender a equilibrar-se ou

    estabilizar-se em uma posição antes que seja solicitado a mover-se dessa posição.

    Posicionamento Correto e Manuseio Inicial

    O posicionamento correto é muito importante, especialmente no estágio agudo do AVC. O bom

    posicionamento vai ajudar a:

    ● Prevenir deformidades músculo-esqueléticas;

    ● Prevenir escaras;

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    ● Prevenir problemas circulatórios (sanguíneos e linfáticos);

    ● Enviar informações normais ao cérebro, contrastando com a ausência temporária de

    informações sensoriais causada pelo AVC;

    ● Promover o reconhecimento e a consciência do lado afetado.

    Ficar deitado na cama durante várias horas na mesma posição não é bom para o paciente que

    sofreu um AVC. O simples fato de mudar de posição vai proporcionar estímulos diferentes, que

    podem ajudar a restaurar a função sensorial. O mau posicionamento vai levar à rigidez, a uma

    limitação na amplitude de movimento e a retrações musculares. Todas essas são condições

    que pioram a incapacidade causada pelo AVC.

     A posição do paciente na cama deve s er ajustada e modificada a cada duas ou três horas. Asposições devem ser alternadas entre deitar de costas (supino) e deitar de lado (decúbito lateral)

    sobre os dois lados, e assim por diante. Dessa maneira, a posição das articulações e das

    partes do corpo se alterará e, como resultado, estímulos diferentes serão enviados ao cérebro.

    No entanto, o posicionamento não deve ser aplicado de maneira estrita ou estática. Será um

    meio para prevenir limitações articulares, e não uma fonte de outras limitações.

    Nota: O posicionamento do quadril e do ombro é de fundamental importância. Ambos devem ser 

    mantidos para frente, com a perna levemente rodada para dentro e o braço, para fora.

    O posicionamento cuidadoso do corpo deve continuar durante todo o tratamento. Lembre-se

    sempre de encarar o corpo como um todo e de posicioná-lo em conformidade com isso. Se um

    exercício envolve a parte superior do corpo, a posição da parte inferior deve ser levada em

    conta, e vice-versa.

    De inicio, o paciente fica posicionado passivamente.

     A posição pode s er mantida com a ajuda de t ravesseiros macios, ou a pessoa pode s er rolada

    com o auxílio de lençóis ou toalhas. Evita estímulos muito fortes na pele. Um travesseiro pode

    ser posicionado de modo a manter os tornozelos em uma boa posição e o joelho levemente

    dobrado (em especial quando a perna está completamente mole).

    O paciente, então, pode ser ensinado e ajudado a se mover e a manter essas posições sem

    ajuda e sem auxílio de apoio. Quando o posicionamento correto é usado rotineiramente, o

    paciente começa muito rapidamente a se posicionar da melhor forma possível.

    Quando mudar uma posição, não puxe o braço segurando a mão ou punho. O braço deve ser 

    apoiado nos níveis proximal e distal e gentilmente guiado para as diferentes posições. O

    paciente finalmente precisará de menos apoio, ou será capaz de mudar sozinho de posição.

    O manuseio e o posicionamento correto previnem complicações indesejadas, ajudando também

    a restaurar a atividade motora funcional. As diferentes atividades da vida diária transformam-se

    em “terapia”.

    Influência da Posição no Tônus Muscular 

     Algumas posições podem aumentar o tônus muscular, enquanto outras podem diminuir ou

    influenciar o desenvolvimento do padrão do espasmo. Por isso, o posicionamento correto é

    usado para influenciar o tônus muscular e promover a recuperação.

     Assim, qualquer posição só deve ser adotada após uma avaliação cuidadosa das necessidades

    do indivíduo. Por exemplo, quando é necessário aumentar o tônus muscular em uma perna

    flácida usando a posição supino, o braço deve ser posicionado com um cuidado extra,especialmente se está desenvolvendo espasticidade.

    Dor no Ombro no Paciente com AVC

     A dor no ombro hemiplégico é freqüente e encontra-se entre uma das complicações

    responsáveis pelo alto grau de incapacidade funcional e sofrimento para o paciente após o

     AVC5. A prevalência de dor no ombro, após esse tipo de evento, s egundo a literatura, varia em

    entre 47% e 72%. Seu aparecimento costuma ocorrer em duas a três semanas após AVC.

    Principais Causas de Ombro Doloroso no Paciente com AVC

    Mobilização do membro superior paralisado em torno da amplitude de movimento (ADM). É

    imperativo que se tenha cautela no manuseio do paciente pela enfermagem e acompanhantes,

    bem como no programa de reabilitação. Deve-se promover a abdução da articulação gleno-

    umeral com a adequada rotação externa, pois movimentos de fora desse padrão tendem acausar dor nesses pacientes.

    Distrofia simpático-reflexa (DSR)

    Caraterizada, segundo os critérios de Veldman et al., pela presença de, pelo menos, três

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    sintomas e sinais da listagem a seguir: sensação de frio no braço; alteração de sensibilidade

    (amortecimento e agulhadas); pele úmida, sudoréica; edema; alterações de coloração; limitação

    de ADM ativa no ombro e/ou braço. Também tem sido nomeada como síndrome complexa de

    dor regional (SCDR), sua prevalência varia de 10%2 a 23% dos casos.

    Ombro congelado e Capsulite Adesiva

    Em geral reunidos em um único grupo, cujo acometimento é na cápsula que se apresenta

    fibrosada e inelástica com diminuição do volume do líquido sinovial, constituem outra causa

    freqüente de dor nessa topografia em virtude do comprometimento da ADM do ombro, em todas

    as direções, especialmente às rotações interna e externa. Tanto a artrografia como a exploração

    cirúrgica mostra retração capsular, especialmente ântero-inferiormente, com cartilagem articular normal.

    Limitação de ADM

    Fenômeno observado e muito descrito concomitante às causas de dor no ombro hemiplégico,

    na grande maioria dos estudos na literatura. Está associada à capsulite adesiva e/ou

    espasticidade, por um aumento do tônus dos adutores e rotadores internos. O uso excessivo de

    tipóias, que mantém o membro em pronação e adução, facilita o aparecimento de capsulite

    adesiva e SCDR.

    Espasticidade

    Uma das causas mais importantes para o desenvolvimento de dor no ombro hemiplégico, como

    fator de atuação direta na limitação de ADM e no desalinhamento da articulação gleno-umeral.

    Estudos na literatura citam o uso de bloqueios químicos (fenol ou toxina botulínica), no alíviodos quadros dolorosos no membro hemiplégico.

    Lesões de partes moles

    Representadas, particularmente, pelas afecções tendíneas, cuja prevalência é de cerca de

    25%14 em ombros de pacientes com história de AVC e seqüelas de perda de força. As

    artropatias degenerativas e a rotura do manguito rotador estão presentes também em 16% no

    lado normal. A literatura descreve a fisiopatogenia das roturas do manguito rotador no

    hemiplégico como conseqüência do desalinhamento da articulação gleno-umeral, geralmente

    associado à degeneração articular com ou sem lesão do ligamento córaco-umeral associada à

    espasticidade mal-controlada.

    Lesão nervosa periférica

    Geralmente localizada no plexo braquial ou em suas raízes. Ocorre quando o efeito dagravidade sobre o membro parético distende as raízes integrantes do plexo. Atrofia muscular 

    segmentar, contratura tipo “garra” em mãos, retorno neurológico atípico da função do membro

    superior, anormalidades no início da espasticidade dos músculos envolvidos e

    eletroneuromiografia sugestiva são fortes indicativos para suspeitar-se de lesão nervosa

    periférica.

    Dor central

    Também conhecida como dor talâmica, é uma causa pouco freqüente de dor nos pacientes

    hemiplégicos. Sua fisiopatologia ainda é pouco conhecida, porém, acredita-se que uma

    insuficiência de atividade do sistema inibidor de dor e a presença de correntes efáticas estejam

    envolvidas na sua origem.

    Caracteriza-se por dor lancinante, como arrancamento e choques, acometendo não apenas omembro deficiente, mas todo o hemicorpo afetado. Seu tratamento é complexo, baseando-se no

    uso de psicofármacos, anticonvulsivantes e procedimentos neurocirúrgicos.

    Subluxação

    Sua prevalência é bem variável: 17%5 a 75%7, nos pacientes após AVC. Essa grande variação

    na freqüência da subluxação decorre da variabilidade grande de critérios diagnósticos usados,

    sejam eles clínicos ou imagenológicos. A maioria dos trabalhos mais recentes não faz

    associação significativa entre subluxação e dor, mesmo utilizando diferentes técnicas

    diagnósticas comparando ombro normal e o paralisado.

    Segundo esses mesmos estudos, a fisiopatogenia da subluxação deve-se ao déficit de força

    muscular, sendo pior no membro flácido, e no logo após a instalação do icto, quando a tensão e

    o estiramento sobre a cápsula e ligamentos, exercida pela gravidade, é maior com risco derotura do ligamento córaco-umeral.

    Síndrome dolorosa miofascial (SDMF)

    Definida como uma síndrome dolorosa localizada, caracterizada pela presença de pontos-gatilho

    (PGs).

  • 8/18/2019 Reabilitação Neurofuncional Do Paciente Com Acidente Vascular Cerebral - AVC

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    Os PGs caracterizam-se por:

    1. Regiões da superfície corpórea dolorosas à palpação, que reproduzem as queixas do

    paciente.

    2. Presença de banda tensa à palpação múscular ou da fáscia muscular.

    3. Percepção de dor à distância do ponto de palpação muscular ao estímulo palpatório.

    4. A estimulação mecânica do ponto-gatilho produz uma contração rápida e intensa da banda

    muscular acometida, associada a uma forte sensação de choque referida pelo paciente. A essa

    reação muscular chama-se resposta twitch.

    5. Redução da ADM na articulação envolvida.

     A literatura é pobre em descrições de associações entre SDMF e dor no ombro do paciente

    hemiplégico.

    Abordagem do Paciente e Outros Estímulos Sensoriais

     Aborda-se sempre o paciente que sofreu um AVC pelo lado afetado. Isso promove a virada da

    cabeça para esse lado. Os familiares, as visitas e todo o pessoal de saúde também devem

    abordá-lo pelo lado afetado. A grade da cama ou a mobília do quarto devem ser colocadas de

    modo a ajudar na recuperação (por exemplo, a mesa de cabeceira deve ser colocada do lado

    afetado).

     A exceção é aqueles casos em que o paciente tenha sofrido negligência severa. Ele pode

    sentir-se prejudicado, confuso e isolado se todo estímulo vier do lado afetado. Por isso, no

    inicio é melhor abordar a paciente pelo seu lado não afetado, ou pela frente. Depois,

    gradualmente, mover-se para o lado afetado.

    Quando ele melhorar um pouco, será possível seguir as sugestões anteriores. A cama deve ser 

    firme, mas não dura demais. Uma cama muito macia não ajuda a circulação sanguínea e

    linfática, aumenta a espasticidade e pode causar escaras. Para reduzir a espasticidade, tente

    remover quaisquer fatores que possam aumentar o tônus muscular. Manter o quarto aquecido,

    verificar que não seja barulhento nem iluminado demais, e limitar qualquer stress emocional.

    Falar com o paciente pelo seu lado afetado - a voz vai estimular sua audição e visão,

    proporcionando uma estimulação sensorial importante.

    Deitando e Sentando na Cama

    Deitando de Costas (Posição Supina)

     A posição ilustrada a seguir é utilizada com frequência. Entretanto, se usada sem a devida

    atenção, pode causar escaras e reforçar o padrão de espasmo característico. Tenha sempre um

    grande cuidado ao posicionar o paciente no padrão anti-espasmo.

    ● A cabeça deve ficar voltada para o lado afetado (não levantada demais por travesseiros de

    sustentação).

    ● Colocar um travesseiro sob o ombro, para mantê-lo levantado.

    ● O braço é colocado sobre um travesseiro, com o cotovelo e o punho em extensão.

    ● A mão deve ficar com a palma virada para baixo, com o polegar e os dedos abertos.

    ● Colocar um travesseiro sob o quadril, para evitar retração ou uma queda da pelve para trás

    com a perna virada para fora (a perna deve ser mantida em posição neutra).

    ● Um travesseiro pequeno pode ser colocado por baixo do joelho para mantê-lo levemente

    flexionado, evitando a rotação da perna para fora, caso ela esteja totalmente mole.

    ● Um travesseiro macio pode ser colocado sob o pé, para evitar que ele fique rígido e voltado

    para baixo.

    Nota:  Uma trave para o pé não deve ser usada se o paciente estiver desenvolvendo

    espasticidade na perna, particularmente no pé. A pressão resultante na parte dianteira do pé

    reforçará o tônus muscular na perna. Entretanto, um arco deve ser usado desde o inicio para

    evitar o peso do cobertor sobre o pé e para prevenir a rigidez do pé para baixo.

    Nem todas as partes do corpo estarão no mesmo estágio ao mesmo tempo – por exemplo, o

    paciente pode ter um braço espástico, enquanto a perna continua flácida. Por isso, qualquer 

    posição deve ser adotada de acordo com os problemas e as necessidades individuais.

    Posição Supina para um paciente com uma boa amplitude de movimento do ombro

     As posições que se seguem podem ser mantidas para aqueles pacientes com uma boa

    amplitude de movimento do ombro e sem dor nesta articulação. Ao colocar o braço nas

    posições sugeridas, realize os movimentos com delicadeza e gradualmente, evitando qualquer 

    estiramento repentino dos músculos. Para evitar esse problema, especialmente se o paciente

    está desenvolvendo espasticidade, são preferidas as posições intermediárias.

    ● A cabeça não deve ser levantada demais por travesseiros de apoio (a flexão do pescoço para

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    12/17

    frente aumenta o tônus flexor indesejado no antebraço).

    ● O ombro é levantado para frente, o braço virado para fora e bem aberto, o cotovelo fletido, o

    punho levemente fletido para trás, colocado sobre um travesseiro (se possível, a mão pode ser 

    colocada também sob a cabeça do paciente).

    ● O quadril e o joelho ficam levemente fletidos.

    ● Um travesseiro pode ser colocado sob o pé, para evitar que ele penda para baixo.

    ● O braço fica voltado para fora.

    ● O cotovelo fica esticado com a palma da mão voltada para cima.

    ● O quadril e o joelho ficam fletidos.

    ● A perna fica levemente voltada para dentro.

    Posição Supina para um paciente que está desenvolvendo espasticidade na perna e no

    braço

    ● O quadril e o joelho ficam flexionados.

    ● O pé fica levemente flexionado, apoiado por um travesseiro macio.

    ● O braço fica voltado para fora e é mantido bem separado do corpo.

    ● O cotovelo fica flexionado, com a palma da mão voltada para cima.

    ● O punho fica dobrado para trás e os dedos fic am abertos, colocados sobre um travesseiro

    (um pequeno saco de areia pode ajudar a manter a posição).

    ● O ombro é trazido para frente por um pequeno travesseiro colocado sob ele (deve ser tomado

    cuidado extra para evitar que o ombro entre no padrão de espasmo da rotação interna).

    ● O cotovelo fica em 90º de flexão, com o antebraço mais elevado do que o ombro.

    ● A mão é colocada aberta sobre o travesseiro.

    ● O quadril e o joelho ficam ligeiramente fletidos.● O pé virado para cima.

    Posição de Decúbito Lateral

     As posições que se seguem não aumentam a espasticidade e devem ser usadas sempre que

    possível. São especialmente sugeridas para pacientes que desenvolvem o espasmo

    característico na extensão.

    Deitado em Decúbito Lateral Sobre o Lado Afetado

    Em nenhum momento o paciente deve ser rolado sobre um ombro preso. Esta é uma das

    maneiras mais comuns de dar inicio à síndrome do “ombro doloroso”.

    ● O ombro é colocado para frente com o braço voltado para fora.

    ● O cotovelo fica em extensão (ou flexionado com a mão colocada sob o travesseiro).● A mão é posicionada com a palma mais elevada.

    ● A perna afetada fica em extensão, com o joelho levemente fletido.

    ● A perna não afetada fica flexionada.

    Deitando Sobre o Lado Não Afetado

    Esta é uma posição, pois é fácil colocar os membros no padrão anti-espasmo. Também previne

    escaras e facilita a respiração no lado afetado do peito.

    ● O braço afetado é colocado para a frente sobre um travesseiro.

    ● O cotovelo e o punho ficam esticados e a mão com os dedos abertos.

    ● O membro inferior é flexionado sobre um travesseiro e fica em posição de rotação neutra.

    ● A cabeça deve ficar apoiada, mas não voltada para o lado afetado.

    É mais difícil para o paciente conseguir deitar ativamente sobre o lado não afetado, em

    comparação com deitar sobre o lado afetado. No começo, o paciente vai precisar de mais ajuda.

    Comece com ele deitado de costas, apertando uma mão na outra e elevando-as sobre a

    cabeça. Você pode ajudá-lo a flexionar a perna afetada e guiar a rotação do seu tronco para o

    lado não afetado.

    Deitando Sobre o Estômago (Decúbito Ventral)

    Deitar em prono reduz a pressão, especialmente sobre o sacro e o peito. Também mantém o

    quadril e o joelho em extensão. Entretanto, os pacientes idosos ou aqueles com problemas

    cardíacos acham difícil manter essa posição.

    Posição em Decúbito Ventral para um Paciente com articulação de ombro sem Disfunção

    Esta posição facilita e fortalece o padrão extensor do braço e o flexor da perna.● A cabeça é girada para o lado não afetado.

    ● O tornozelo deve ser colocado sob um travesseiro para evitar a flexão plantar e para manter o

     joelho afetado levemente fletido.

    ● O quadril afetado fica em extensão, enquanto a perna não afetada fica levemente fletida.

    ● O braço afectado é colocado em extensão para frente, com o cotovelo, o punho e os dedos

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    em extensão.

    Posição de Decúbito Ventral para Inibição

    Uma boa posição inibitória. Se for difícil mantê-la, pode-se utilizar, para isso, um saco de areia.

    ● A cabeça é girada para o lado não afetado.

    ● O braço afetado é colocado lateralmente, com a palma da mão virada para cima.

    ● A perna não afetada permanece em extensão.

    ● A perna afetada fica com o quadril em extensão e o joelho totalmente fletido.

    Posição em Decúbito Ventral: Outra Alteração

    ● O braço afetado é rodado para dentro, com a mão colocada na nádega direita.

    ● A parte inferior da perna fica com o quadril em extensão e o joelho levemente fletido, com um

    travesseiro em baixo do tornozelo.

    Sentando na Cama

    Sente o paciente na cama antes de lhe ser permitido sair dela. Mais uma vez, o posicionamento

    é muito importante. O paciente deve estar bem apoiado em uma posição ereta, usando-se

    travesseiros ou pequenas caixas de papelão para evitar a flexão lateral do tronco para o lado

    afetado.

    ● O tronco fica estendido (travesseiros atrás das costas, mas não da cabeça).

    ● O apoio do peso recai sobre as nádegas.

    ● O ombro é posicionado para frente, com o braço virado para fora e estendido.Quando o paciente que sofreu um AVC está sentado na cama (ou em uma poltrona de braço).

    Essa posição meio sentada resulta em uma tendência a escorregar para os pés da cama. O

    apoio do peso recai principalmente sobre o sacro, e o atrito da pele pode causar escaras.

    Sentando Com as Pernas para Fora do Leiro

    Ser capaz de sentar com as pernas fora da cama é um passo importante na reaquisição da

    função motora. Essa posição melhora a expansão do peito e facilita a respiração. Também

    estimula o restabelecimento das reações de apoio e equilíbrio.

    Para conseguir essa posição, em geral é mais fácil rolar para o lado afetado. Inicialmente, o

    paciente que sofreu um AVC pode encontrar alguma dificuldade para controlar o seu corpo. Ele

    pode cair para trás, para frente ou para o lado afetado. Tranquilizar, ficando de pé na sua frenteou sentando-se próximo ao lado afetado. A posição é mais estável se a cama não for muito

    macia. Três ou quatro travesseiros devem ser colocados atrás do paciente, e outros usados nas

    laterais para apoiar seus braços.

    Os pés devem estar totalmente apoiados no chão, com o joelho e os tornozelos fletidos em 90º.

    Se a cama for muito alta, os pés podem ser colocados sobre um banquinho. Blocos de madeira

    ou tijolos podem ser colocados sob a cama se esta for muito próxima ao chão.

    Uma base correta para o apoio do peso facilita o controle do corpo, ao mesmo tempo em que

    envia ao cérebro mensagens tácteis e sensoriais corretas. Muitos pacientes que sofreram um

     AVC podem ter dificuldade em sentir o membro afetado, seus movimentos, sua posição no

    espaço e o seu relacionamento com o corpo. Isso se deve à perda de sensação proprioceptiva.

     As mensagens s ensoriais dos proprioceptores dos músculos e das articulações contribuem para

    que o cérebro tome consciência das diferentes partes do corpo e do seu relacionamento com o

    espaço. A perda de sensação táctil também pode ter algum efeito.

    Transferência da Cama para a Cadeira

    O processo de sair da cama e ir para uma cadeira é um exercício específico no programa de

    reabilitação de um paciente que sofreu um AVC. Entretanto, é importante colocá-lo logo em uma

    posição sentada. De início, a transferência é principalmente uma atividade passiva assistida.

    Desde o começo, estimule-o a participar ativamente da transferência. À medida que o tempo for 

    passando, ele conseguirá realizar essa atividade sem ajuda.

    Sequência da Atividade

    a) Rolar para o lado afetado;b) Apoiar-se sobre o cotovelo afetado;

    c) Sentar-se na beirada da cama, com os pés totalmente apoiados no chão;

    d) Transferir-se da cama para a cadeira.

    a) Rolar para o lado afetado

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     Acidente Vascular Cerebral. Disponível em: http://www.wgate.com.br/fisioweb

    BOBATH, Berta (1990). Hemiplegia no adulto: Avaliação e tratamento, São Paulo: Editora

    Manole;

    BOAVENTURA, B. Centro de Formação de Formação Feelgood. 2008.

    CALDAS, A (1999). A Herança de Franz Joseph Gall: O Cérebro ao Serviço do Comportamento

    Humano; Amadora: McGraw- Hill; CAMBIER, J e Masson, M. (1980). Manual de Neurologia, Rio

    de Janeiro: Editora Masson do Brasil;

    CÉREBRO E SISTEMA NERVOSO CENTRAL- READER’S DIGEST.DeLisa, J. A. Medicina de Reabilitação: Principios e Prática. Vol.2. São Paulo. Manole, 1988.

    ENFERMAGEM MÉDICO CIRURGICA- MOSBY COMPANY MAUSNER e; BAHN (1999).

    Introdução à epidemiologia (2ª Ed.). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

    GOLDMAN, L. & AUSIELLO, D. CECIL - Tratado de Medicina Interna. 22.ed. Rio de Janeiro:

    Guanabara Koogan, 2005.

    O’ SULLIVAN, S. (1993). Avaliação e tratamento (2ªEd). São Paulo: Editora Manole.

    PEDRETTI, Lorraine William (1996). Occupational Therapy: Practise Skills for Physical

    Dysfuntion (fourth edition). Missouri: Mosby – Year Book.

    SILVA, C. de O. Avaliação da dor no ombro em paciente com acidente vascular cerebral. ActaFisiátrica 7(2): 78-83, 2000.

    WILLARD; SPACKMAN (1998). Terapia Ocupacional (9ª Ed.). Philadelphia: Lippincott- Raven

    Publishers;

    5 comentários:

    JOCIENE NEVES disse...

    terça-feira, 9 de novembro de 2010 14:24:00 GMT-8

    BOA NOITE!

    Contribuiu para enriquecer meus conhecimentos....

    DEUS ABENÇÕE

    Terapia do Movimento disse...

    terça-feira, 9 de novembro de 2010 15:08:00 GMT-8

    Olá Jociene NevesObrigado, esse é o nosso objetivo, enriquecer os conhecimentos meus e dos meus queridos

    leitores e membros desse Blog e quando vejo que ele é alcançado fico feliz, tipo missão

    cumprida, sabe como é? Deus tem me abençoado muito e sou muito grato e peço o mesmo

    pra todos vocês.

     Atenciosamente TDM

    Dominique Dielle disse...

    quarta-feira, 10 de abril de 2013 13:53:00 GMT-7

    Porque o membro superior demora mais a se recuperar?

    hugue dulane disse...

    segunda-feira, 31 de março de 2014 20:57:00 GMT-7

    Bom Dia ;

    Sou um médico e eu estou à procura de empréstimo faz 3 meses, mas atualmente eu visitei

    um empréstimo entre site de anúncios particulares graves em todo o mundo, e eu sabia que

    https://www.blogger.com/profile/00337857380578469943https://www.blogger.com/profile/03626992573568276326https://www.blogger.com/profile/14855883543863501901http://terapiadomovimento.blogspot.com/2010/05/reabilitacao-do-paciente-com-acidente.html?showComment=1396324675993#c5101730938694364339https://www.blogger.com/profile/00337857380578469943http://terapiadomovimento.blogspot.com/2010/05/reabilitacao-do-paciente-com-acidente.html?showComment=1365627187880#c9140713403895153769https://www.blogger.com/profile/03626992573568276326http://terapiadomovimento.blogspot.com/2010/05/reabilitacao-do-paciente-com-acidente.html?showComment=1289344082410#c155445683273753188https://www.blogger.com/profile/14855883543863501901http://terapiadomovimento.blogspot.com/2010/05/reabilitacao-do-paciente-com-acidente.html?showComment=1289341455811#c2807648807676927725https://www.blogger.com/email-post.g?blogID=2983354035623686358&postID=9017021586204875835http://www.wgate.com.br/fisiowebhttp://twitter.com/home?status=Reabilita%C3%A7%C3%A3o%20Neurofuncional%20do%20paciente%20com%20Acidente%20Vascular%20Cerebral%20-%20AVC%20http://terapiadomovimento.blogspot.pt/2010/05/reabilitacao-do-paciente-com-acidente.htmlhttp://www.facebook.com/share.php?u=http://terapiadomovimento.blogspot.pt/2010/05/reabilitacao-do-paciente-com-acidente.html

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    um senhor fantástico, pelo nome do senhor Paulo Guerreiro de nacionalidade francesa que

    ajuda qualquer pessoa que vive em França, América, Guadalupe, Portugal, Itália, Espanha e

    outros, tornando-os empréstimos e que me deram um empréstimo de 50.000€ com que

    tenho que paga mais de 15 anos muito baixo interesse da sua parte ou 3% sobre minha

    duração do empréstimo, e lá na manhã do dia seguinte recebi o dinheiro sem protocolo na

    minha conta bancária.Preciso de crédito pessoal, o banco recusa-se a conceder o contato

    de empréstimo-lo e você vai estar satisfeito, mas atenção para você que não reembolsar os

    empréstimos. Rapidamente decidiu publicar são e-mail para colocá-lo em contato com a

     Agência credor certo que meu salva.Aqui é o seu e-mail: [email protected] 

    fredia laila disse...

    quarta-feira, 5 de novembro de 2014 07:21:00 GMT-8

    Oferecer ajuda

    Bom-dia,Primeiro recomendar-lhes -ia que ter cuidados com as ofertas na rede

    láalertas. Ao facto que mais de 90% de quest' avvisi sejam fraudulentos. A

    Hoje em dia há cada vez mais fraude. Queria pedir emprestado

    dinheiro, após ter enviado um parecer, todos os dias recebido mais25 mensagens fraudes

    qualquer coisa que pedem dinheiro

    que julgamDespesas camisas. E seria apagar a sua mensagem, mas um dia

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