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  • Direo-geral da Administrao da Justia

    Regulamento das Custas Processuais

    O que mudou no R.C.P. CFFJ - 2012

  • 2

    Nota prvia

    O presente trabalho tem como objetivo ajudar na compreenso das alteraes introduzidas ao

    Regulamento de Custas Processuais pela Lei n. 7/2012, de 13 de Fevereiro, e que se

    projetam em mecanismos essenciais que eram acolhidos naquele diploma e que agora so

    profundamente alterados. Tal o caso, por exemplo, de reconfigurao de alguns aspetos das

    isenes de custas, dos momentos de pagamento da taxa de justia, em particular da segunda

    prestao, da converso desta em pagamento antecipado de encargos, mecanismo que alis

    revogado, da garantia dos encargos e consequncias da sua omisso, entre outros.

    Compreendendo duas partes, a sequncia dos temas abordados tendencialmente segue o

    articulado do diploma, apontando as alteraes introduzidas. Da a referncia a o que

    mudou no R.C.P., representando o essencial da parte I, ficando na parte II a anlise da Lei

    n. 7/2012, de 13 de Fevereiro.

    A forma como so tratados os temas pretendeu-se simples e despretensiosa, no abdicando

    porm da terminologia prpria e adequada inerente ao R.C.P..

    Importa por fim realar que as orientaes propostas no presente texto no so mais do que

    isso e pretendem to s constituir um elemento facilitador e uniformizador no tratamento das

    questes, cedendo sempre, refora-se sempre, face a deciso ou orientao diversa por parte

    dos senhores magistrados.

  • 3

    O que mudou no R.C.P.

    Parte I

    mbito de aplicabilidade

    Artigo 2. do R.C.P.

    No novo regime de custas passa o artigo 2. do R.C.P., a prever expressamente a

    aplicao aos processos que correm junto do balco nacional de injunes. Na verdade, trata-

    se de um simples esclarecimento, uma vez que a prtica j esta.

    Isenes

    Artigo 4. do R.C.P.

    A iseno de custas constante da al. c) do n. 1 do art. 4., do R.C.P., na pretrita

    verso, s contemplava os magistrados e vogais do Conselho Superior da Magistratura. A nova

    redao desta regra, alarga de forma expressa a extenso da iseno de custas, aos

    magistrados e vogais do Conselho Superior do Ministrio Pblico e do Conselho Superior dos

    Tribunais Administrativos e Fiscais.

    Em conexo com as al. c) e d) do n. 1 do art. 4., do R.C.P., est o n. 3 do mesmo

    preceito, que para alm das situaes de atuao dolosa, passa agora a prever a perda do

    direito iseno nos casos em que o beneficirio atue com culpa grave.

    A al. e) do n. 1 do art. 4. do R.C.P., viu tambm o seu segmento final alterado,

    relativamente iseno conferida aos partidos polticos, agora em razo dos benefcios no

    estarem suspensos, nos termos do contencioso previsto nas leis eleitorais.

  • 4

    A alterao introduzida al. h) do n. 1 do art. 4., do R.C.P., deixa de exigir o recurso

    prvio a uma estrutura de resoluo de litgios para que o trabalhador ou familiares tenham

    direito iseno, mantendo-se porm os requisitos do limite mximo do rendimento ilquido e

    a representao pelo Ministrio Pblico ou pelos servios jurdicos do sindicato (neste caso a

    ttulo gratuito para o trabalhador).

    A iseno prevista na al. j) do n. 1 do art. 4., agora alargada a todos os recursos,

    independentemente da instncia que emitiu a deciso recorrida, beneficiando os arguidos

    detidos, sujeitos a priso preventiva ou em cumprimento de pena de priso efetiva. A

    insuficincia econmica do arguido condio para o benefcio, cabendo secretaria em face

    dos elementos disponveis nos autos e atravs do programa informtico disponibilizado pela

    Segurana Social1, proceder simulao de modo a concluir ou no pela insuficincia

    econmica do arguido.

    Os agentes das foras e servios de segurana, em processo penal por ofensa sofrida no

    exerccio das suas funes, ou por causa delas, passam agora tambm a beneficiar de

    iseno, face redao conferida al. m) do n. 1 do art. 4. do R.C.P..

    A nova regra agora introduzida, conferindo nova redao ao n. 7 do art. 4., vem

    determinar que as isenes previstas no R.C.P. no abranjam os reembolsos parte

    vencedora a ttulo de custas de parte. Assim, se a parte isenta decair total ou parcialmente,

    ter que na medida da sua responsabilidade assumir o pagamento das custas de parte ao

    vencedor.

    A regra comporta porm a exceo dos casos de insuficincia econmica2 que muito

    embora no se tratando de casos de iseno, podem beneficiar de apoio judicirio, na

    modalidade de dispensa de pagamento taxa de justia e demais encargos com o processo.

    1 Disponvel em Segurana Social. 2A insuficincia econmica apreciada tendo em conta o rendimento, o patrimnio e a despesa permanente do agregado familiar. Estes fatores, previstos no art. 8. da Lei de Apoio Judicirio, lei n. 34/2004, de 29/7, na redao dada pela lei 47/2007, de 28/8, so pois apreciados tendo em conta os critrios previstos no art. 8.-A do mesmo diploma, sendo apenas os casos que se enquadrem na al. a) do art. 8.-A, os que relevam para este efeito e a que se refere a modalidade de apoio judicirio prevista na al. a) do art. 16. da Lei de Apoio Judicirio, a que corresponde a dispensa de taxa de justia e demais encargos com o processo.

  • 5

    Taxa de justia

    O aditamento do n. 7 ao art. 6. do R.C.P., vem agora permitir que, quando o valor da

    causa seja superior a 275 000,00, a parte s pague inicialmente a taxa de justia

    correspondente quele valor de base tributria (16 UC ou no casos dos grandes litigantes, 24

    UC). Assim, quanto ao remanescente da taxa

    o restante ser considerado apenas na conta final3;

    quando o responsvel pelo impulso processual no seja condenado a final, prev o n.

    9 do art. 14. do R.C.P., que o mesmo deve ser notificado para efetuar o pagamento

    do remanescente da taxa, no prazo de 10 dias a contar da notificao da deciso que

    ponha termo ao processo;

    exceo dos pontos anteriores a circunstncia de o juiz, atendendo complexidade

    da causa e conduta das partes, determinar a dispensa desse pagamento, n. 7 ao

    art. 6. do R.C.P...

    alterada a redao do n. 2 ao art. 7. do R.C.P., passando agora a prever no mbito

    dos recursos jurisdicionais que para alm do recorrente, tambm o recorrido que contra-

    alegue deve pagar taxa de justia.

    introduzida no n. 3 do art. 7. do R.C.P., nova redao atendendo aos casos de

    interposio do recurso da deciso arbitral ou do recurso subordinado em processo de

    expropriao, fazendo aplicar a tabela I-A. Trata-se da regra especial sobre taxa de justia

    devida nas expropriaes que j constava na portaria n. 419-A/2009, 17/4, art. 12..

    Passa o n. 4 do art. 7. do R.C.P., a estipular expressamente a taxa de justia para as

    injunes europeias4.

    Quando os procedimentos de injuno, incluindo os procedimentos europeus de injuno

    de pagamento, sigam como ao, devido o pagamento de taxa de justia pelo autor e pelo

    3 No caso do responsvel pelas custas. 4 Regulamento (CE) N.o 1896/2006 Do PARLAMENTO EUROPEU e do CONSELHO, de 12 de Dezembro de 2006, que cria um procedimento europeu de injuno.

  • 6

    ru. o que vem agora determinar o n. 6 do art. 7. do R.C.P., indicando o prazo, o

    momento de incio de contagem e a especificidade relativa ao autor. Assim, a taxa paga,

    no prazo de 10 dias a contar da data da distribuio;

    no caso do autor, desconta o valor pago para a propositura do procedimento.

    O n. 8 do art. 7. do R.C.P., alterado simplificando o conceito de procedimentos ou

    incidentes anmalos, devendo atender-se a dois critrios,

    as ocorrncias estranhas ao desenvolvimento normal da lide e

    que devam ser tributados segundo os princpios que regem a condenao em custas.

    Pagamento da taxa de justia

    Primeira ou nica prestao da taxa de justia

    De acordo com o n. 1 do art. 14. do R.C.P., o pagamento da primeira ou nica

    prestao da taxa de justia faz-se at ao momento da prtica do ato processual a ela

    sujeito. As alneas a) e b) deste normativo passam a estipular o momento para o efeito em

    funo do modo de envio da pea processual. Assim

    conforme a al. a), deve ser comprovado por verificao eletrnica, nos termos da

    portaria5 n. 114/2008, de 6 de Fevereiro, quando a entrega feita de modo

    eletrnico;

    conforme a al. b), na entrega em suporte de papel, juntando o documento

    comprovativo do pagamento do duc.

    Segunda prestao da taxa de justia

    A segunda prestao da taxa de justia encontra agora a sua previso no n. 2 do art. 14.

    do R.C.P.. Deve ser paga no prazo de 10 dias a contar da notificao para a audincia final,

    entregando o interessado o documento comprovativo do pagamento ou comprovando a

    realizao desse pagamento no mesmo prazo.

    5 A que se refere o n. 1 do artigo 138.-A do Cdigo do Processo Civil.

  • 7

    Caso o documento comprovativo do pagamento ou da concesso de benefcio de apoio

    judicirio no tiver sido junto ao processo, estabelece o n. 3 do art. 14. do R.C.P., que a

    secretaria deve oficiosamente notificar o interessado para, no prazo de 10 dias, efetuar o

    pagamento da segunda prestao da taxa de justia, acrescido de multa de igual montante,

    mas no inferior a 1 UC nem superior a 10 UC.

    Verificando-se a continuao da omisso do pagamento6, no dia da audincia final ou da

    realizao de qualquer outra diligncia probatria, a secretaria continuar o processo com

    concluso para que o tribunal, caso assim o entenda, determine a impossibilidade de

    realizao das diligncias de prova que tenham sido ou venham a ser requeridas pela parte

    em falta. este o sentido da nova redao do n. 4 do art. 14. do R.C.P..

    J quando se verifiquem as circunstncias de no haver lugar a audincia final e no for

    dispensado o pagamento da segunda prestao nos termos do n. 5 do art. 14. da R.C.P., o

    montante em questo includo na conta de custas.

    Finalmente e ainda no domnio do art. 14., em face do teor do n. 9, impende sobre a

    secretaria o dever de notificar:

    Quem?

    o responsvel pelo impulso processual

    Em que circunstncia?

    no seja condenado a final,

    Quando?

    processualmente, conjuntamente com a notificao da sentena

    Em que termos?

    para no prazo de 10 dias contados da notificao da deciso que ponha termo ao

    processo, remetendo-se o respetivo duc.

    6 No tiver sido junto ao processo o documento comprovativo do pagamento da segunda prestao da taxa de justia, ou esta e da multa ou ainda da concesso de benefcio de apoio judicirio.

  • 8

    Daqui resulta que esta notificao s tem como destinatrio a parte vencedora, nas

    causas de base tributria superior a 275.000,00, em que o juiz no tenha dispensado o

    pagamento do remanescente.

    Dispensa do pagamento da segunda prestao

    A dispensa do pagamento da segunda prestao encontra a sua previso no art. 14.-A,

    aditado pelo art. 4. da Lei n. 7/2012, de 13 de Fevereiro.

    A regra em anlise resgata em sede de previso, o essencial do n. 2 e 3 do revogado art.

    22. do R.C.P., no que respeita natureza, fase ou vicissitude processual, sobre que incide a

    dispensa. Elenca os casos em que h lugar dispensa, que motivada pelas seguintes razes:

    A natureza do processo casos referidos nas alneas a), g), h);

    A fase ou vicissitude em que o processo termina casos referidos nas alneas b), c), d);

    A natureza do processo, atendendo fase ou determinada vicissitude processual

    casos referidos nas alneas e), f) i), j);

    Vendo agora de outra perspetiva, a dispensa do pagamento da segunda prestao da

    taxa de justia ocorre:

    Na jurisdio cvel, em razo da natureza do processo, somente no caso da ao de

    processo civil simplificado. J relativamente fase processual releva a

    circunstncia de a ao terminar antes de oferecida a oposio e, ainda quando

    por falta desta seja proferida sentena, mesmo que precedida de alegaes. H

    tambm a considerar os casos em que a ao termina antes da designao da

    audincia final.

    Na jurisdio administrativa,

    nas aes administrativas comuns, atendendo fase processual, nos mesmos

    termos que na jurisdio cvel

    nas aes administrativas especiais

    o em que, nos termos do art. 917. do Cdigo de Processo nos Tribunais

    Administrativos, o juiz ou o relator ordene a realizao de uma

    audincia pblica, n. 1, ou quando deferido o requerimento da(s)

    parte(s) nesse sentido, n. 2.

    7 Cfr. ainda art. 40. da ETAF e n. 3 do art. 652. do CPC.

  • 9

    o em que se verifique o circunstancialismo do art. 48. do Cdigo de

    Processo nos Tribunais Administrativos, processos em massa. H porm a

    considerar uma exceo prevista na al. c) do n. 5 do art. 48., do

    referido cdigo, caso em que o autor requer a continuao do seu

    prprio processo.

    Na jurisdio fiscal, nos processos de impugnao e relativamente taxa paga pelo

    impugnante, nas situaes previstas no n. 3 do art. 112. do Cdigo de

    Procedimento e Processo Tributrio, no caso do impugnante declarar desistir do

    processo.

    Na jurisdio de famlia, quando em causa esto processos de jurisdio

    voluntria, cfr. art. 1409. e ss do Cdigo de Processo Civil.

    Na jurisdio de menores, em todos os processos.

    Na jurisdio laboral, nos processos de acidente de trabalho ou de doena

    profissional, quando na fase contenciosa, proferida deciso condenatria

    imediata ao exame mdico, cfr. n. 3 do art. 73. e n. 2 do art. 138., do Cdigo

    de Processo de Trabalho.

    Dispensa do pagamento da taxa

    Artigo 15. do R.C.P.

    A dispensa do pagamento da taxa de justia continua a ter a sua previso no art. 15. do

    R.C.P., compreendendo as seguintes realidades:

    No mbito do pedido cvel processado na ao penal, concede a al. d) do n. 1 do

    art. 15. do R.C.P., a dispensa do demandante e do arguido demandado, no

    pedido de indemnizao civil apresentado em processo penal, cfr. art. 71. e ss.

    do Cdigo de Processo Penal, quando o respetivo valor seja igual ou superior a 20

    UC;

    Nas aces sobre o estado das pessoas;

    Nos processos de jurisdio de menores;

    aditado o n. 2 ao art. 15. do R.C.P., determinando que as partes dispensadas do

    pagamento prvio de taxa de justia devem ser notificadas conjuntamente com a deciso que

    decida a causa principal, para efetuar o pagamento, no prazo de 10 dias. De salientar que tal

  • 10

    pagamento devido independentemente de condenao e do facto de a deciso ser

    suscetvel de recurso ordinrio.

    Omisso do pagamento da segunda prestao da taxa de justia

    A omisso do pagamento da segunda prestao8 da taxa de justia vem agora prevista nos

    n. 3 e n. 4, do art. 14., do R.C.P..

    Caso o documento comprovativo do pagamento da segunda prestao da taxa de justia

    ou da concesso de benefcio de apoio judicirio no se mostre junto ao processo, ou no se

    mostre comprovada a realizao do pagamento da segunda prestao da taxa de justia, a

    secretaria oficiosamente notifica o interessado para:

    no prazo de 10 dias, efetuar o pagamento, acrescido de multa de igual montante,

    mas no inferior a 1 UC nem superior a 10 UC,

    remetendo os respetivos DUC.

    Porm, e sem prejuzo do prazo adicional de 10 dias concedido no n. 3, a secretaria deve

    verificar:

    se no dia da audincia final ou da realizao de qualquer outra diligncia probatria

    o no tenha sido junto ao processo o documento comprovativo do pagamento da

    segunda prestao da taxa de justia e da multa

    o ou da concesso de benefcio de apoio judicirio

    o ou no tiver sido comprovada a realizao do pagamento da segunda prestao

    da taxa de justia, (caso s a taxa se mostre paga sendo tambm devida multa,

    h lugar aplicao do n. 3 do art. 28. do R.C.P., a respetiva quantia

    transita, com um acrscimo de 50 %, para a conta de custas, devendo ser paga

    a final.)

    Para efeitos de informar o tribunal que, caso o entenda, determinar a aplicao do

    segmento final do n. 4 quanto impossibilidade de realizao das diligncias de

    prova que tenham sido ou venham a ser requeridas pela parte em falta.

    8 O regime previsto para a omisso de pagamento da primeira ou nica prestao da taxa de justia no sofreu alteraes, mantendo-se por isso em vigor.

  • 11

    Taxa de justia no processo penal e contraordenacional

    So agora definidos os momentos para o pagamento da taxa de justia devida pela

    constituio de assistente e pela abertura de instruo nos processos penais. Determina o n.

    3 do art. 8. do R.C.P., que o documento comprovativo do pagamento deve ser junto ao

    processo com:

    a apresentao do requerimento na secretaria ou

    no prazo de dez dias a contar da sua formulao no processo.

    As sanes a aplicar pelo no pagamento atempado, encontram a sua previso no n. 4 do

    art. 8. do R.C.P., determinando a notificao, a realizar pela secretaria, indicando ao

    interessado que deve proceder apresentao da taxa de justia devida, no prazo de dez

    dias, com acrscimo de taxa de justia de igual montante.

    O n. 5 do art. 8. do R.C.P., estatui que verificando-se a omisso do pagamento da taxa

    de justia devida e do acrscimo de taxa de justia de igual montante, o requerimento para

    abertura de instruo ou constituio de assistente sejam considerados sem efeito.

    A taxa de justia devida pela impugnao das decises de autoridades administrativas no

    mbito de processos contra-ordenacionais que se encontrava prevista no n. 4 do art. 8. do

    R.C.P., passou para o n.. 7 do mesmo artigo, mantendo inalterada a redao. O momento

    processual a partir de que se inicia o prazo para pagamento da taxa em questo e o

    procedimento da secretaria, constam agora do n. 8 do art. 8. do R.C.P., mantendo porm o

    essencial do mecanismo que se encontrava previsto no art. 13. da portaria n. 419-A/2009,

    17/4. Assim:

    A taxa de justia devida pela impugnao das decises de autoridades administrativas

    de uma unidade de conta e autoliquidada nos dez dias subsequentes

    1. notificao ao arguido da data de marcao da audincia de julgamento ou

    2. do despacho que a no considere necessria,

    a secretaria deve expressamente indicar ao arguido o prazo e os modos de pagamento

    da taxa de justia, juntando o respetivo documento nico de cobrana.

  • 12

    Note-se que, semelhana do pretrito modelo, somente nos casos em que a coima no

    tenha sido previamente liquidada, devida taxa de justia pela impugnao das decises de

    autoridades administrativas.

    aditado o n. 10 do art. 8. do R.C.P., regra de aplicao supletiva9, fixando a taxa de

    justia devida no dobro do seu limite mnimo, quando o juiz a no quantifique.

    Taxas devidas no ato avulso

    As alteraes e aditamentos ao art. 9. do R.C.P., vieram simplificar o processo de

    clculo do ato avulso.

    A emisso de certides, traslados, cpias certificadas ou extratos o pagamento das taxas

    obedecer ao seguinte:

    at 50 pginas 1/5 UC pelo conjunto

    mais de 50 pginas 1/10 UC por cada conjunto ou frao de 25 pginas

    Situao que na prtica diria dos tribunais causava alguns constrangimentos por ausncia

    de regras claras era a relacionada com o pedido pelas partes e ou mandatrios de simples

    fotocpias. A nova redao do n. 5 do art. 9. do R.C.P., permite agora de modo simples

    resolver a questo. Passa a ser devida taxa de 1/500 UC, por pgina, nas simples fotocpias.

    Encargos

    Remuneraes e despesas

    No que concerne aos encargos processuais, h desde logo a destacar a revogao das

    subalneas iii) e iv), da alnea a) do n. 1 do art. 16., do R.C.P.. Fica deste modo

    prejudicada a contagem de encargos relativos a custos com a digitalizao de peas

    processuais ou documentos, assim como com a aquisio de suportes magnticos necessrios

    gravao das provas, franquias postais, comunicaes telefnicas, telegrficas, por telecpia

    ou por meios telemticos que, eram calculados por aplicao das frmulas previstas no Anexo

    I, art. 15., da portaria n. 419-A/2009, 17 de Abril.

    9 Face ao n. 9 do art. 8., onde se prev a fixao da taxa pelo juiz, dentro dos limites da tabela III

  • 13

    A nova redao do n. 4 do art. 17., do R.C.P., no que concerne retribuio devida s

    entidades que intervenham nos processos ou que coadjuvem em quaisquer diligncias,

    designadamente os peritos, tradutores, intrpretes, consultores tcnicos e liquidatrios,

    administradores e entidades encarregadas da venda extrajudicial em qualquer processo,

    acrescem as despesas de transporte que se justifiquem:

    quando requeridas at ao encerramento da audincia, nos termos fixados para as

    testemunhas

    desde que no seja disponibilizado transporte pelas partes ou pelo Tribunal.

    Assim, ao valor previsto dentro dos limites da Tabela IV, desde que verificados os demais

    pressupostos acima referidos, acrescem as despesas de transporte.

    Garantia dos encargos

    Os aspetos relacionados com a garantia dos encargos sofreram alteraes substanciais,

    desde logo por fora da revogao dos art. 21., deixando assim de haver pagamentos

    intercalares, art. 22., anulando o mecanismo de converso da taxa previamente paga em

    pagamento antecipado de encargos, mas tambm pelas revogaes dos n.s 3 e 5 do art.

    20., casos de adiantamento do pagamento a terceiras entidades pelo IGFIJ, IP, bem como

    montantes pagos relacionados com despesas suportadas pela parte que vena a ao,

    respetivamente.

    Temos ento que, com a manuteno do art. 19. do R.C.P., o IGFIJ, IP, adianta os

    montantes devidos pelos encargos quando:

    a parte beneficie de iseno de custas ou de apoio judicirio,

    no possam ser logo pagas pelo requerente as despesas motivadas pela prestao de

    instrumentos tcnicos de apoio aos tribunais, por parte da Direco-Geral de

    Reinsero Social.

    Nos demais casos, de acordo com as disposies conjugadas do art. 447.-C, do Cdigo de

    Processo Civil, e a nova redao do n. 1 do art. 20. do R.C.P., que viu tambm alterada a

    epgrafe, os encargos so pagos

    o por quem?

  • 14

    pela parte requerente ou interessada, ( n. 1 do art. 20. do R.C.P., e n. 1 e

    segmento inicial do n. 2, ambos do art. 447.-C do CPC)

    quando realizada oficiosamente a diligncia geradora de encargos, a parte que

    dela aproveita (segmento final do n. 2 do art. 447.-C do CPC)

    quando as partes

    tenham o mesmo interesse,

    tirem o mesmo proveito,

    no se consiga determinar quem a parte interessada

    o encargo repartido de modo igual entre as partes, ( n. 3 do art. 447.-C do CPC)

    o quando?

    imediatamente ou no prazo de 10 dias a contar da notificao do despacho que

    ordene a diligncia, determine a expedio ou cumprimento de carta rogatria ou

    marque a data da audincia de julgamento

    o como?

    atravs do documento nico de cobrana, que dever ser enviado (s) parte(s)

    responsvel (eis) pelo pagamento, juntamente com a notificao

    Omisso do pagamento

    Quando se verifique a falta de pagamento da proviso para os encargos, a consequncia

    proposta no n. 1 do art. 23. do R.C.P., a no realizao da diligncia requerida.

    Todavia, importa considerar que,

    se ainda for oportuno, em razo do tipo de processo e da data marcada para a diligncia, a

    parte que no efetuou o pagamento pontual dos encargos pode ainda faz-lo, nos termos do

    n. 2 do art. 23. do R.C.P.,

    nos cinco dias posteriores ao termo do prazo previsto (que imediato ou decorridos

    dez dias, nos termos do n. 1 do art. 20. do R.C.P.)

    mediante o pagamento de uma sano de igual valor ao montante em falta, com o

    limite mximo de 3UC.

  • 15

    O n. 3 do art. 23. do R.C.P., confere ainda parte contrria a permisso de pagar o

    encargo que a outra no realizou, solicitando guias-duc para o depsito imediato, dentro dos

    cinco dias posteriores ao termo do prazo de que a parte responsvel dispunha,

    necessariamente sem a sano.

    Custas de parte

    As alteraes introduzidas na al. d) do n. 2 do art. 25. e na al. c) do n. 3 do art. 26.

    do R.C.P., refletem unicamente a manuteno do limite imposto para os honorrios dos

    mandatrios mas j no para os honorrios do agente de execuo. No mais, mantm o

    essencial da pretrita disciplina.

    J particular relevncia, assume o aditamento do n. 6 ao art. 26. do R.C.P., porquanto

    resolve a questo do reembolso ao vencedor da taxa de justia despendida, nos casos em que

    o vencido o Ministrio Pblico ou beneficia de apoio judicirio, ficando a cargo do Instituto

    de Gesto Financeira e Infra-Estruturas da Justia, IP.

    Multas

    No que respeita s multas processuais, h apenas a referir a introduo de uma regra que

    passa a prever a condenao em multa por litigncia de m f, cujos valores se encontraro

    no arco de 2 a 100 unidades de conta.

    Conta de custas

    A conta de custas, nos termos do n. 1 do art. 29. do R.C.P., elaborada pela secretaria

    do tribunal que funcionou em 1. instncia no prazo de 10 dias:

    aps o trnsito em julgado da deciso final,

    aps a comunicao, pelo agente de execuo, da verificao de fato que determine a

    liquidao da responsabilidade do executado,

    ou quando o juiz o determine,

    prev a mesma regra a dispensa da elaborao da conta, que ter como circunstncias

    determinantes:

  • 16

    No haver quantias em dvida, (al. a) do n. 1);

    Nos processos de insolvncia no existir qualquer verba na massa insolvente para

    processamento do pagamento das custas, (al. b) do n. 1);

    Nos processos de execuo em que o agente de execuo no seja o oficial de justia

    e nada existir para contar, (al. c) do n. 1);

    O responsvel pelas custas beneficiar de apoio judicirio na modalidade de dispensa

    do pagamento de taxa de justia e demais encargos, (al. d) do n. 1).

    Dvidas do contador

    Vem agora o n. 4 do art. 29. do R.C.P., disciplinar os casos em que se verifiquem

    dvidas do funcionrio responsvel pela elaborao conta. Assim,

    expor as dvidas, emitindo o seu parecer com indicao de uma via de resoluo;

    seguiro os autos com vista ao Ministrio Pblico;

    aps o que o juiz decidir;

    Por fim, o n. 5 do R.C.P. determina que a notificao da conta s partes, engloba a

    deciso judicial sobre as dvidas do contador, devendo ser enviada cpia. J

    relativamente ao Ministrio Pblico, a deciso considera-se notificada com o exame da

    conta.

    Da deciso judicial proferida sobre as dvidas do funcionrio relativas elaborao da

    conta, cabe recurso em um grau, condicionado porm ao montante das custas apuradas ser de

    valor superior a 50 UC, nos termos do n. 6 do art. 31. do R.C.P..

    Conta critrios a observar

    Sob a epgrafe Conta, tambm o art. 30. do R.C.P., foi alvo de alteraes, devendo

    atender-se para a sua realizao, conforme determinado pelo n. 1,

    harmonia com o julgado em ltima instncia,

    compreendendo as custas da ao, dos incidentes, dos procedimentos e dos recursos.

    A conjugao do n. 2 do art. 30. do R.C.P., que determina uma s conta por cada

    sujeito processual, responsvel pelas custas, multas, e outras penalidades, que abranja o

  • 17

    processo principal e os apensos, com o n. 1 do mesmo preceito, impe que se atenda ao

    critrio da responsabilidade do(s) sujeito(s) para elaborao da conta. Elaborar-se- tantas

    contas quanto o(s) sujeito(s) sobre quem impende a responsabilidade pelas custas.

    Os critrios para elaborao da conta de custas, resultam do elenco do n. 3 do art. 30.

    do R.C.P., que viu revogada a al. b), respeitante converso da taxa que j se no justifica

    face revogao do art. 22..

    Temos assim que observar no ato de contagem o seguinte,

    discriminao das taxas de justia devidas e pagas;

    discriminao dos reembolsos devidos ao Instituto de Gesto Financeira e das Infra-

    Estruturas da Justia, I. P.;

    pagamentos devidos a outras entidades ou servios;

    discriminao das quantias devidas por conta de multas e outras penalidades;

    discriminao das quantias referentes ao pagamento de coimas e de custas

    administrativas devidas pela instruo de processos de contra-ordenao;

    Indicao dos montantes a pagar ou, quando seja caso disso, a devolver parte

    responsvel;

    encerramento com a meno da data e assinatura do responsvel pela elaborao

    da conta.

    Reforma e reclamao da conta

    Nos termos do art. 30. do R.C.P., a conta de custas, caso no esteja de harmonia com as

    disposies legais, pode ser oficiosamente reformada pelo juiz.

    Pode tambm ser reformada, por fora de deciso judicial, que decida a reclamao

    apresentada

    pelo responsvel pelas custas, dispondo para o efeito do prazo de pagamento

    voluntrio, enquanto no o realizar;

    por qualquer interveniente processual, at 10 dias aps o recebimento de quaisquer

    quantias;

    pelo Ministrio Pblico, no prazo de 10 dias a contar da notificao da conta.

  • 18

    Procedimento

    O procedimento a realizar perante uma reclamao da conta segue agora um diferente

    figurino por fora da alterao do art. 31. do R.C.P..

    Apresentada a reclamao da conta,

    o funcionrio judicial que tiver efetuado a conta pronuncia-se no prazo de cinco

    dias;

    dar-se- em seguida vista ao Ministrio Pblico;

    aps o que o processo continuado ao juiz para deciso.

    Em razo do n. 5 do art. 31. do R.C.P., no admitida segunda reclamao dos

    interessados sem o depsito das custas em dvida.

    A reclamao da conta um incidente, n. 6 do art. 31. do R.C.P., tributado pela Tabela

    II, outros incidentes, sendo o arco de tributao entre 0,5 a 5 UC.

    Pagamento das custas em prestaes

    A alterao introduzida na epgrafe e no n. 1 do art. 33., do R.C.P., somente

    terminolgica, passando a designao do pagamento das custas de forma faseada para

    prestaes.

    A subtileza da alterao introduzida nas al. a) e b) do n. 2 do art. 33., do R.C.P., o

    vocbulo at, traduz agora na letra da norma a possibilidade de flexibilizao das

    prestaes, dentro do respeito pelos limites impostos pelo valor mnimo e o nmero mximo,

    que na prtica j se verificava.

    A nova redao do n. 2 do art. 33., do R.C.P., vem clarificar e uniformizar o

    procedimento e o prazo para o responsvel por custas requerer o pagamento faseado. O

    requerimento deve ser acompanhado do plano de pagamento, e apresentado dentro do prazo

    de pagamento voluntrio das custas.

  • 19

    Incumprimento ordem dos pagamentos

    Com as alteraes introduzidas no art. 34. do R.C.P., estabelecida, salvo disposio

    em contrrio, a seguinte ordem de prioridades quando se trate de quantias depositadas

    ordem do tribunal, e este use a faculdade de se fazer pagar diretamente

    Taxa de justia;

    Outros crditos do IGFIJ, IP;

    Crditos do Estado;

    Reembolso a outras entidades.

    Tabelas

    As tabelas I e II, anexas ao R.C.P., so alteradas nos termos constantes do Anexo I, nos

    termos do n. 3 da Lei n. 7/2012, de 13 de Fevereiro. Muito embora a letra da norma em

    questo refira a alterao de todas as tabelas, mantm-se inalteradas as tabelas III e IV.

    Assim, na Tabela I unicamente alterada a referenciao normativa em cada uma das

    colunas A, B e C.

    J na Tabela II, h a assinalar a introduo da tributao

    no procedimento de injuno de pagamento europeia, elevando para o dobro os

    valores devidos face ao procedimento de injuno de pagamento nacionais;

    no mbito de competncia do Ministrio Pblico, nos processos de tutela dos

    interesses dos incapazes ou ausentes, sendo este o caso das aes de suprimento do

    consentimento dos representantes, de autorizao para a prtica de atos, bem como a

    confirmao de atos em caso de inexistncia de autorizao, previstas nas al. a) a d)

    do n. 1 do art. 2., do Dec.-Lei n. 272/2001, de 13 de Outubro. A taxa devida de

    0,75 UC.

  • 20

    Parte II

    A Lei n. 7/2012, de 13 de Fevereiro

    A Lei n. 7/2012, de 13 de Fevereiro, observa a seguinte sistematizao:

    O artigo 1. refere o objeto sobre que incide o diploma que, no mais do que a sexta

    alterao ao Regulamento das Custas Processuais.

    O artigo 2. introduz alteraes a diversos artigos do R.C.P., que foram alvo de anlise

    na parte I.

    O artigo 3. introduz alteraes nas Tabelas I e II.

    O artigo 4. opera o aditamento do art. 14.-A, objeto de anlise na parte I.

    O artigo 5. introduz mecanismos de incentivo extino da instncia.

    objeto desta regra o universo de processos pendentes que tenham dado entrada

    no tribunal at data de 13 de Fevereiro de 2012, bem como aqueles que venham a

    resultar da apresentao distribuio de providncias de injuno requeridas at

    quela data,

    desde que venham a terminar por extino da instncia em razo de:

    desistncia do pedido;

    desistncia da instncia;

    confisso do pedido;

    transao;

    que sejam apresentadas at 29 de Maro de 2013, um ano aps a data de entrada

    em vigor da Lei 7/2012, de 13 de Fevereiro.

    O incentivo consiste em dispensa do pagamento das taxas de justia e dos encargos

    devidos pela parte ou partes que praticaram o ato que conduziu extino da

    instncia.

    Este incentivo no prejudica o direito ao pagamento da remunerao devida s

    entidades que intervenham nos processos ou que coadjuvem em quaisquer

    diligncias e aos agentes de execuo a ttulo de despesas e honorrios, n. 2 do

    art. 5..

  • 21

    No h lugar restituio do que j tiver sido pago a ttulo de custas nem, salvo

    motivo justificado, elaborao da respetiva conta.

    O artigo 6. opera a revogao de diversas regras do R.C.P.. De maior relevncia, o

    art. 22., cessando assim o mecanismo de converso da taxa de justia previamente

    paga em pagamento antecipado de encargos.

    O artigo 7. versa sobre a republicao do R.C.P., constante do anexo II.

    O artigo 8., que tem como epgrafe aplicao no tempo, dita um conjunto de

    regras visando cumprir um dos principais objetivos da reforma que , a padronizao

    dos regimes de custas ou, dito de outra forma, a uniformizao das custas, fazendo

    incidir um s regime sobre todos os processos.

    Nos termos do art. 8. da Lei n. 7/2012, de 13 de Fevereiro, O Regulamento das Custas

    Processuais, na redao que lhe dada por aquele diploma, aplicvel a,

    todos os processos iniciados aps 29 de Maro de 2012;

    aos processos pendentes nessa data, sendo que nestes,

    o consideram-se vlidos e eficazes todos os pagamentos e demais atos

    regularmente efetuados ao abrigo da legislao aplicvel no momento da

    prtica do ato;

    o o novo regime s se aplica aos atos praticados a partir de 29 de Maro de 2012;

    o nos processos iniciados antes de 20 de Abril de 2009, (a que era aplicvel o

    Cdigo das Custas Judiciais);

    a taxa de justia inicial equiparada primeira prestao da taxa de

    justia;

    a taxa de justia subsequente equiparada segunda prestao da taxa

    de justia;

    Isenes processos pendentes em 29 de Maro de 2012

    o Independentemente da natureza objetiva ou subjetiva da iseno que ao caso

    couber, por aplicao dos regimes dos C.C.J. e R.C.P. at lei 7/2012, 13/2,

    Mantm-se a iseno, mesmo que o novo R.C.P. a no preveja.

    o Se ao caso no couber iseno objetiva ou subjetiva, por aplicao dos regimes

    dos C.C.J. e R.C.P. at lei 7/2012, 13/2,

  • 22

    Passam a beneficiar de iseno, caso o R.C.P. agora a preveja, no

    havendo no entanto lugar restituio do que j tiver sido pago a ttulo

    de custas.

    Dispensas - processos pendentes em 29 de Maro de 2012:

    o Se ao caso couber dispensa de pagamento da taxa, por aplicao dos regimes

    dos C.C.J. e R.C.P. at lei 7/2012, de 13/2,

    Mantm-se a dispensa, mesmo que o novo R.C.P. a no preveja;

    O pagamento dos montantes dispensados, devido apenas a final;

    o Se ao caso no couber dispensa de pagamento da taxa, por aplicao dos

    regimes dos C.C.J. e R.C.P. at lei 7/2012, de 13/2:

    Passam a beneficiar da dispensa, no caso de o R.C.P. agora a prever, se

    ainda no tiver sido paga a segunda prestao da taxa de justia, caso

    em que a dispensa de pagamento prvio se aplica apenas a esta

    prestao.

    Pagamentos de taxa de justia, antecipado e encargos, (preparo para despesas),

    multas e outras penalidades, a que haja lugar em processos pendentes a 29 de Maro

    de 2012, so calculados nos termos previstos no Regulamento das Custas Processuais,

    na redao que lhe dada pela Lei n. 7/2012, de13/2

    o Caso a constituio da obrigao de pagamento ocorra aps 29 de Maro de

    2012;

    o Caso a obrigao de pagamento se tenha constitudo em momento anterior a

    29/03/2012, seguir os termos do regime que ao processo cabia;

    o Havendo lugar ao pagamento da segunda prestao da taxa de justia (taxa

    subsequente) e o mesmo ainda no se tenha tornado exigvel, o montante da

    prestao fixado nos termos da redao que dada ao Regulamento das

    Custas Processuais pela presente lei, ainda que tal determine um montante

    diverso do da primeira prestao

    o Nos casos em que o pagamento da taxa de justia devida foi regularmente

    efetuado num nico momento, no h lugar ao pagamento da segunda

    prestao da taxa de justia previsto no n. 2 do artigo 13. do R.C.P., na

    redao que lhe dada pela Lei 7/2012, 13/2.

    Custas de parte processos pendentes a 29/03/2012,

  • 23

    o so aplicveis a todos os processos pendentes as normas do Regulamento das

    Custas Processuais, na redao que lhe dada pela Lei 7/2012, 13/2,

    respeitantes,

    s custas de parte, incluindo as relativas aos honorrios dos

    mandatrios,

    o salvo se a respetiva nota discriminativa e justificativa tiver sido remetida

    parte responsvel em data anterior entrada em vigor da presente lei.

    O valor da causa,

    o O valor da causa, para efeitos de custas, sempre fixado de acordo com as

    regras que vigoravam na data da entrada do processo, n. 6 do art. 8. da Lei

    n. 7/2012, de 13 de Fevereiro.

    o Processos pendentes a que era aplicvel o regime do C.C.J., na redao dada

    pelo Dec-Lei 224-A/1996, de 26 de Novembro,

    Para determinar o valor da causa atende-se s seguintes regras

    A seco II, (Valor da causa para efeito de custas) do Cdigo das

    Custas Judiciais, aprovado e que constitui o anexo ao Dec-Lei

    224-A/1996, de 26 de Novembro, cfr. art. 1.. Assim, atende-se

    ao bloco normativo resultante do art. 5. ao art. 11. e n. 3 do

    art. 53., do C.C.J.

    Regra geral, (artigo 5.);

    Regras especiais, (artigo 6.);

    Valor das causas relativas a sociedades, (artigo 7.);

    Valor das causas no foro laboral, (artigo 8.);

    Valor da execuo e do concurso de credores, (artigo 9.);

    Valor da causa havendo reconveno ou interveno principal,

    (artigo 10.);

    Valor da causa nos recursos (artigo 11.);

    o Processos pendentes a que era aplicvel o regime do C.C.J., na redao dada

    pelo Dec-Lei 324/2003, de 28 de Dezembro,

    Mantm-se a anterior estrutura, sinalizando-se as mais relevantes

    diferenas,

    No que tange regra geral, (artigo 5.), preside a ideia de

    estabilidade do valor tributrio, no havendo por regra lugar ao

  • 24

    clculo dos interesses vencidos na pendncia da causa, (n. 3 e 4

    do art. 5.);

    Relativamente regra especial, (artigo 6.), o valor mnimo a

    considerar deixa de ser 40 UC e passando o critrio para o valor

    da alada do tribunal de primeira instncia, (cfr. al a) do n. 1 e

    n. 2 do art. 6.);

    Nas causas relativas a sociedades, (artigo 7.), o valor mnimo a

    considerar na oposio, suspenso ou declarao de invalidade

    de deliberaes sociais deixa de ser 40 UC, passando para o valor

    da alada do tribunal de primeira instncia. Mantm-se todavia o

    critrio regra que o interesse patrimonial prosseguido, (cfr. n.

    3 do art. 7.);

    No que concerne aos processos da jurisdio administrativa e

    tributria, versa o art. 73.-A e 73.-D, do C.C.J.

    o atende-se para efeitos de custas judiciais ao valor

    resultante da aplicao do Cdigo de Processo nos

    Tribunais Administrativos e, subsidiariamente, ao

    resultante do disposto nas o ttulo I do C.C.J. Custas

    Cveis;

    o nos processos de valor indeterminvel e nos processos

    que seguem a forma da ao administrativa especial em

    que no sejam cumulados pedidos a que corresponda a

    forma da ao administrativa comum, o valor da taxa de

    justia do processo fixado pelo juiz,

    independentemente da natureza administrativa ou

    tributria da causa;

    o as questes relativas s execues fiscais que, nos termos

    do Cdigo de Procedimento e de Processo Tributrio,

    sejam da competncia dos tribunais tributrios de 1.a

    instncia, atende-se para efeitos de custas judiciais ao

    valor resultante da aplicao das regras do ttulo I do

    C.C.J. Custas Cveis;

  • 25

    o Processos pendentes a que era aplicvel o regime do R.C.P., na redao

    anterior Lei n. 7/2012, de 13 de Fevereiro, no sofre alterao pois mantm-

    se a redao originria das regras relativas fixao da base tributria, (Seco

    II, artigos 11. e 12. do R.C.P.).

    Entrada em vigor

    Finalmente, o artigo 9. da Lei n. 7/2012, de 13 de Fevereiro, sob a epgrafe Entrada

    em vigor, estabelece para o efeito o perodo de 45 dias, entrando em vigor10 no dia 29 de

    Maro de 2012.

    10 N. 1 e 4 do art. 2., da Lei 74/98, de 11/11, na redao dada pela Lei n. 2/2005, de 24/1.

  • 26

    INDICE

    Nota prvia 2

    Parte I

    mbito de aplicabilidade 3

    isenes 3

    taxa de justia 5

    pagamento da taxa de justia 6

    primeira ou nica prestao de taxa de justia 6

    segunda prestao da taxa de justia 6

    dispensa do pagamento da segunda prestao 8

    dispensa do pagamento da taxa 9

    omisso do pagamento da segunda prestao taxa de justia 10

    taxa de justia no processo penal e contraordenacional 11

    taxas devidas no ato avulso 12

    encargos 12

    remuneraes e despesas 12

    garantia dos encargos 13

    omisso do pagamento 14

    custas de parte 15

    multas 15

    conta de custas 15

    dvidas do contador 16

    conta critrios a observar 16

    reforma e reclamao da conta 17

    procedimento 18

    pagamento das custas em prestaes 18

    incumprimento ordem dos pagamentos 19

    tabelas 19

    Parte II 20

    A Lei 7/2012, de 13 de Fevereiro 20

    Entrada em vigor 25

  • 27

    Coleo Custas Judiciais

    Autor:

    Centro de Formao de Funcionrios de Justia

    Titulo:

    O que Mudou no R.C.P.

    Coordenao tcnico-pedaggica:

    Manuel Caeiro

    Colaborao:

    Antnio Seara, Vtor Latourrette

    Coleo pedaggica:

    Centro de Formao de Funcionrios de Justia

    1. edio

    Fevereiro de 2012

    Direo-geral da Administrao da Justia Centro de Formao dos Funcionrios de Justia Av. D. Joo II, n. 1.08.01 D/E piso 10.., 1994-097 Lisboa, PORTUGAL TEL + 351 21 790 64 21 Fax + 351 21 154 51 02 EMAIL [email protected] http://e-learning.mj.pt